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Semana 3 Língua Portuguesa

1 2. ESTRUTURA DA LINGUAGEM ORAL E DA


LINGUAGEM ESCRITA Talking Head
Movie

2.1 Funções da Linguagem

Podemos identificar a finalidade de um texto ou


percebermos a intenção do emissor em determinada
mensagem, pela importância e pelo destaque, dados a
alguns elementos envolvidos na comunicação. Buscando
compreender melhor essa questão, o linguista russo Roman
Jakobson (1896-1992) criou um quadro composto de seis
funções da linguagem, dentro das quais são privilegiados os
elementos do ato de comunicação, ou seja: emissor, receptor,
mensagem, canal, código e referente. Vamos conhecer um
pouco mais sobre a Função Referencial ou Denotativa e a
Função Emotiva.

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2.1.1 Função Referencial ou Denotativa

Na função referencial, o elemento em destaque é o


Referente da mensagem, ou seja, o assunto, a informação.
Este tipo de texto privilegia a informação objetiva sobre a
realidade, os dados concretos, os fatos e as circunstâncias.
É um texto geralmente escrito em 3ª. pessoa, pois não
traz emoções, manifestações pessoais ou expressões de
sentimentos. É a linguagem característica das notícias de jornal,
do discurso científico, dos textos didáticos ou qualquer texto
(oral ou escrito) que privilegie a exposição de conceitos. Outra
característica é a utilização de uma linguagem denotativa, com
a construção de frases na ordem direta. Para Jakobson (1969
apud CHALHUB, 2003), a linguagem denotativa é construída
por bases convencionais que produz informações claras,
definidas, transparentes e sem ambiguidade.

Exemplo:

A picada do mosquito Aedes Aegypti tem demonstrado


grande preocupação, uma vez que o aumento de mortes no
país por motivo de dengue tem crescido consideravelmente
nos últimos meses. Segundo o Ministério da Saúde, até
o momento, a melhor maneira de combater a doença é a
prevenção. (Toda Matéria, 2015)

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2.1.2 Função Emotiva

A função emotiva também é chamada de expressiva. Esse


tipo de texto valoriza os sentimentos, as emoções do emissor
da mensagem e, por isso, caracteriza-se pela pessoalidade,
pela subjetividade, pela escrita em 1ª. pessoa e a presença
comum de pontos de exclamação e interjeições. É a linguagem
comum dos textos líricos, das cartas pessoais, canções de amor,
autobiografias, memórias e depoimentos.

Exemplo:

“Eu não sei de onde vem / Essa força que me leva pra você
/ Eu só sei que faz bem / Mas confesso que no fundo eu
duvidei / Tive medo, e em segredo / Guardei o sentimento e
me sufoquei”. (‘Amar não é pecado’/Luan Santana).

A finalidade de um texto é percebida pela importância


e pelo destaque dos dados a alguns elementos envolvidos
na comunicação.

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2.1.3 As Funções Conativa (ou Apelativa)
e Poética

Vejamos o que é predominante nas funções conativa e


poética, assim como exemplos de aplicação de cada uma delas.
Na função conativa predomina o foco no receptor. O emissor,
neste caso, esta apelando (função apelativa), no sentido de
seduzir, influenciar, persuadir, estimular o receptor a adotar o
comportamento pretendido por ele. É a função característica dos
textos publicitários, mas também de discursos políticos e sermões
religiosos. Os verbos são utilizados no imperativo e aparecem na
2ª ou 3ª pessoa. Outros elementos comuns são os vocativos,
pronomes de tratamento e o emprego de ambiguidade.

Exemplo:

“Beba Coca-Cola”

“Não esqueça a minha Caloi” (Caloi)

“Põe na Consul” (Consul)

Fonte: http://uatafokin.com/2012/11/08/merchan-na-faixa-nao-
esqueca-minha-caloi/

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2.1.4 Função Poética

Na função poética, o que se privilegia é a construção do


texto, a forma como a mensagem foi organizada. Veja-se que
não é o que ela transmite, mas a sua própria construção que
se quer destacar e por isso foca-se na seleção das palavras,
na organização dos parágrafos. A proposta é revelar recursos
imaginativos criados pelo emissor. Como o próprio nome já diz,
esta função da linguagem é típica das poesias, mas também
pode ser identificadas em crônicas, letras de músicas, provérbios,
publicidade (slogans) ou em textos em prosa onde se valorize a
linguagem rítmica, demonstrando preocupação com a sonoridade
das palavras. São textos onde se percebe a ênfase no afetivo, no
metafórico. Conforme Chalhub (2003), a função poética também
visa sensibilizar o leitor sobre a beleza da argumentação.

Exemplo:

“Posso de te falar dos sonhos, das flores, de como a cidade mudou...

Posso te falar do medo, do meu desejo, do meu amor...

Posso falar da tarde que cai

E aos poucos deixa ver no céu a lua

Que um dia eu te dei”. (“A lua que eu te dei” / Ivete Sangalo)

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A linguagem é uma das formas de apreensão e
de comunicação sobre tudo o que existe e sobre
tudo que cerca os seres humanos.

2.1.5 As Funções Metalinguística e Fática

Você saberia mencionar algum exemplo de função


Metalinguística e Fática? Vejamos as principais características e
alguns exemplos práticos de cada uma dessas funções.

2.1.6 Função Metalinguística

Nesta função, o destaque é dado ao código, numa situação


em que, para conceituar o código, emprega-se o próprio código.
Veja que quando se define uma palavra, você utiliza palavras para
fazê-lo, ou para definir a Língua, você usa a própria Língua. Isto
ocorre sempre nas manifestações em que o código faz referência
ao próprio código como, por exemplo, para falar sobre o cinema,
um cineasta cria um filme tematizando o próprio cinema, ou
quando para se falar sobre pintura, retrata-se o ato de pintar.

Exemplo:

ALVO. S.m. 1. Ponto a que se procura atingir com a arma; mira. 2.


Fim. 3. A cor branca. (Dicionário Aurélio)

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2.1.7 Função Fática

O ponto de destaque na função fática é o canal em que


a mensagem é veiculada. Aqui o emissor procura testar a
eficiência do canal de comunicação, tentando prolongar ou não o
contato com o receptor ou mesmo fortalecer este canal. Possui
o mesmo efeito de um aceno de mão, um cumprimento com um
movimento da cabeça ou com o levantar da sobrancelha. Esta
função predomina em frases como “Alô, você esta me ouvindo?”,
ou “Heim?” ou ainda “hum-hum”.

Exemplo:

“ele:- pois é!
ela:- pois é o quê?
ele:- eu só disse pois é!
ela:- mas pois é o quê?
ele:- melhor mudarmos de assunto porque você não me entende.
ela:- entende o quê?
ele:- santa virgem macabéa, vamos mudar de assunto e já!”

(A Hora da Estrela/ Clarice Lispector)

Textos: diferentes funções e propriedades na comunicação.

A língua, enquanto código ou sistema permite


uma multiplicidade de usos que podem ser
adotados pelos falantes de acordo com as
necessidades contextuais.

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