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INTRODUÇÃO

O presente livro tem por objetivo central ajudar os estudantes que têm a intenção de fazer o exame da ANPEC no que diz respeito à prova de Matemática. A
primeira versão desse livro continha as questões resolvidas das provas dos anos de 1993 a 2007. Esse segundo livro é uma versão atualizada da primeira com
a inclusão das questões dos anos 2008, 2009 e 2010. Para evitar que o livro ficasse demasiadamente extenso, as questões dos anos de 1993 e 1994 foram
excluídas do texto. Além dessa incorporação das provas recentes do exame da ANPEC, todas as questões das provas entre 1995 e 2007 foram revisadas para
essa segunda versão, sendo que muitas delas foram totalmente rescritas.

Na versão anterior do texto, as questões foram classificadas em diferentes partes em um total de seis. Nessa nova versão, as questões foram divididas em oito
partes, porém, sem que a essência do livro fosse modificada. São elas: 1- Pré-cálculo, elementos de geometria analítica e conjuntos; 2- Cálculo diferencial de
uma variável; 3- Limites e integração; 4- Sequências, séries, equações diferenciais e equações de diferença; 5- Álgebra linear: tópicos introdutórios; 6- Cálculo
de várias variáveis; 7- Otimização de funções de várias variáveis; e 8- Álgebra linear: tópicos complementares.

Essa divisão é apenas uma opção adotada por motivos didáticos. A principal modificação com relação à versão anterior foi a divisão das questões de álgebra
linear em duas partes, uma antes e outra depois das questões de cálculo de várias variáveis. Muitas das questões que envolvem o cálculo de várias variáveis
incluem pontos referentes à álgebra linear, o que justifica essa inclusão de uma discussão com tópicos introdutórios. Por outro lado, parte das questões de
álgebra linear é analiticamente mais sofisticada do que grande parte das questões presentes nas partes 6 e 7 do livro, o que justifica a inclusão de uma
discussão sobre o tema na parte final do texto.

As questões foram subdivididas em diferentes capítulos e seções de acordo com a similaridade apresentada entre elas ou em decorrência da dificuldade de
resolução. Nessa segunda versão, também devido a inclusão das provas mais atuais que diferem da anteriores com relação aos temas abordados, foram
incluídos alguns novos capítulos e alguns outros que existiam na versão anterior foram suprimidos. O livro atual conta com 40 capítulos, sendo que na versão
anterior eles eram 33. Buscou-se assim facilitar o entendimento do estudante, procurando introduzir os conceitos de forma ainda mais sistemática e coerente.

Deve-se ressaltar que muitas das questões apresentam itens em mais de uma seção, como na versão anterior, quando essa separação foi julgada
recomendável. De forma geral, os problemas considerados mais simples são apresentados em seções anteriores, e as questões mais sofisticadas
analiticamente foram deixadas para as posteriores. Além disso, em cada uma das seções/capítulos procuramos sempre seguir a ordem cronológica das provas.
Entretanto, essa não foi respeitada quando considerado didaticamente conveniente. Como a distribuição das questões foi feita por tópicos, seguindo uma
sequência julgada mais apropriada para o aprendizado, foi incluído no Apêndice um índice cronológico com as questões aqui discutidas, indicando em qual
capítulo ou seção a questão se encontra. Dessa forma, o estudante pode localizar uma determinada questão de modo mais rápido em quaisquer das partes ou
capítulos do livro.

Esperamos ficar claro ao leitor que não foi nosso intuito discutir todas as formas de resolução dos problemas propostos nem mesmo apresentar a melhor delas,
seguindo a mesma abordagem da versão anterior. É evidente que podem haver caminhos mais curtos, diretos ou formais, especialmente em questões que
envolvam determinar se esta é verdadeira ou falsa, em que nem sempre é necessário “esgotar” uma questão a fim de saber qual será a alternativa correta.
Assim, uma solução parcial da questão muitas vezes já indica se o enunciado é verdadeiro ou não. Em outras palavras, tentamos dosar entre o mais rápido e o
mais didático, evitando, assim, negligenciar a teoria contida nas questões que propusemos resolver, mas tendo em mente que o tempo é escasso na resolução
da prova da ANPEC. Em algumas questões, para efeitos didáticos, propusemos mais de uma forma de resolução: uma mais direta e outra mais formal.

É importante frisar que o texto aqui apresentado deve ser utilizado em conjunto com um (ou mesmo vários) livro-texto de preferência do leitor. Isto porque as
explicações gerais que damos sobre os vários tópicos são bastante resumidas. Os conceitos introduzidos nessas explicações são, em geral, apenas os
diretamente relacionados com as questões a serem discutidas na sequência. Entretanto, como muitas das discussões teóricas da primeira versão foram
consideradas muito curtas ou pouco detalhadas, novas apresentações mais abrangentes foram incluídas em vários dos capítulos do livro nessa segunda versão,
buscando, assim, tornar o livro mais independente e completo.

PARTE 1: Pré-cálculo, elementos de geometria analítica e conjuntos

Nesta parte do livro, são apresentadas as resoluções das questões classificadas pelos autores como de pré-cálculo, elementos de geometria analítica e de conjuntos. Em muitos
casos, essa seleção de questões é subjetiva, podendo haver outras possibilidades de classificação. Aqui, como nas demais partes, as questões foram divididas em grupos que
correspondem a cada um dos capítulos, de acordo com a semelhança entre elas e a metodologia da resolução: 1- Pré-cálculo e elementos de geometria analítica; e 2- Conjuntos.

1 – PRÉ-CÁLCULO E ELEMENTOS DE GEOMETRIA ANALÍTICA

Esse capítulo agrupa as questões que envolvem o conhecimento de conceitos básicos em matemática, que normalmente são ensinados no Ensino Médio, incluindo aqueles
que utilizam figuras geométricas no plano, como retas, circunferências, hipérboles e parábolas. Uma vez que essas questões não necessitam do conhecimento de limites, derivadas
ou análise matemática, o capítulo foi denominado pré-cálculo e elementos de geometria analítica.
1996 - QUESTÃO 3
(0) A expressão y² = x define uma função de em .
RESOLUÇÃO
Uma função é definida se para cada valor de x temos um único valor de y. Em y² = x, um valor de x, digamos 1, remete a dois valores de y, no caso –1 e 1. Para um único
valor de x existem dois valores possíveis de y, e a expressão não é uma função.
Falso

(1) A expressão y² = x não define uma função de em .


RESOLUÇÃO
Como vimos anteriormente, y² = x não define uma função. Ou seja, a resposta é verdadeira.
Note, porém, que esta questão guarda certa ambiguidade. Se o enunciado fosse um pouco diferente, o resultado seria outro: invertendo o enunciado, por exemplo. Se
partirmos do pressuposto de que e , a expressão y² = x definiria uma função, e a resposta seria falsa.
Verdadeiro
1996 - QUESTÃO 11
(0) No , a distância entre os pontos (1,2,3) e (2,0,5) é 3.
RESOLUÇÃO
A distância entre dois pontos no é dada pelo Teorema de Pitágoras:
Uma equação semelhante à usada no pode ser estendida para o , usando duas vezes o Teorema de Pitágoras:

Substituindo os valores dos pontos do enunciado, temos:

Verdadeiro
(4) No , a inclinação da reta que passa nos pontos (–1,3) e (0,0) é igual a 3.
RESOLUÇÃO
Uma reta é comumente escrita no seguinte formato:
y = mx + b, onde m é a inclinação ou o coeficiente angular e b é o coeficiente linear.
A inclinação é dada por:

No caso desse problema temos:

Falso
1997 - QUESTÃO 1
Seja o conjunto dos números reais. Classifique como verdadeira ou falsa as afirmações a seguir:
(3) O logaritmo de a na base b é o recíproco do logaritmo de b na base a, para a, b números reais positivos.
RESOLUÇÃO

Se , então, e, consequentemente,

Se , então, . Portanto, a afirmação é verdadeira.


Verdadeiro
1998 - QUESTÃO 11
A quantidade demandada de certo produto, por unidade de tempo, segue padrão linear (em termos do preço), reduz-se a zero quando o preço é maior ou igual a 10 e decresce
duas unidades para cada unidade monetária de aumento de preço. A quantidade ofertada por unidade de tempo reduz-se a zero quando o preço é menor ou igual a 2 e é
proporcional ao quadrado do preço quando este assume valores maiores que 2. Determine o valor das compras do produto na situação de equilíbrio.
RESOLUÇÃO
Pelo enunciado, sabemos que a equação da demanda é linear, isto é, é uma reta, QD(P) = aP + b, com inclinação igual a –2, ou seja, QD(P) = –2P + b.
Além disso, sabemos que QD(10) = 0. Substituindo este ponto na equação da reta, obtemos o valor de b: QD(10) = – 2(10) + b = 0, o que implica b = 20.
Obtém-se, assim, a seguinte equação de demanda: QD(P) = –2P + 20 .
Também segundo o enunciado, a equação da oferta é proporcional ao quadrado do preço quando o preço é superior a 2 e zero se P ≤ 2. Ficamos com:
QO(P) = 0, P ≤ 2
QO(P) ∞ P2, P > 2 .
Para não termos uma descontinuidade na função de oferta em P = 2, fazemos (note que foi feita uma suposição que não está implícita no enunciado):
QO(P) = P2 – a
QO(2) = 4 – a = 0, o que implica a = 4.
Ficamos com a seguinte função de oferta: QO(P) = P2– 4
No equilíbrio, QD = QO , ou seja, –2P + 20 = P2– 4 .
Reescrevemos a equação e obtemos uma equação de 2º grau:
P2 + 2P – 24 = 0
Essa equação tem como raízes:

P1 = 4 e P2 = –6 .
Como P ≥ 0, então P = 4.
Se P = 4, QO(4) = –8 + 20 = 12.
O valor das vendas é PQ = (4)(12) = 48.
Note que, seguindo literalmente o enunciado, teríamos QO(P) = KP², e o equilíbrio sairia em função de K.
1999 - QUESTÃO 2
Com relação à inequação:

(0) O maior valor de x que a satisfaz é 4, e o menor é -2


RESOLUÇÃO
Temos:

Obtendo as raízes da equação de segundo grau:


e
Uma vez obtidas as raízes, fazemos uma análise de sinal da equação:

Então, no intervalo [1,7], e não no intervalo descrito pelo enunciado da questão.


Falso
(1) O menor valor de x que a satisfaz é 1 e o maior é 5.
RESOLUÇÃO
Segundo o resultado obtido anteriormente, a afirmação é falsa.
Falso
(2) É satisfeita para quaisquer valores de x compreendidos entre 1 e 7.
RESOLUÇÃO
Segundo esse resultado, a afirmação é verdadeira.
Verdadeiro
(3) Somente é satisfeita com x menor do que 13 ou maior do que 16.
RESOLUÇÃO
Segundo o resultado, a afirmação é falsa.
Falso
1999 - QUESTÃO 4

(0)
RESOLUÇÃO

Verdadeiro
1999 - QUESTÃO 5
Se f(x) = 2x e g(x) = 2x – 2, calcular
f(g(x)) – g(g(x)) + g–1(f(x)) para x = –3.
RESOLUÇÃO
Para calcular esta expressão, vamos por etapas.
Pelo enunciado, sabemos que f(x) = 2x e g(x) = 2x – 2 .
Obtemos as funções compostas:
f(g(x)) = 2[g(x)] = 2[2x – 2] = 4x – 4
g(g(x)) = 2g(x) – 2 = 2[2x – 2] – 2 = 4x – 6
-g(g(x)) = - (4x – 6)
Depois, obtemos a inversa de g(x):
g(x) = 2x – 2
g(x) + 2 = 2x
x = g(x)/ 2 + 1
Substituindo x por g–1(x) nessa relação, temos:

Obtendo a função composta, temos:

Somando os três termos e substituindo x = –3:


(4x – 4) – (4x – 6) + (x + 1) = x + 3
Se x = –3 , x + 3 = 0 .
1999 - QUESTÃO 12
(0) Em relação a modelos matemáticos: parâmetros são constantes genéricas, e variáveis exógenas não são determinadas pelo modelo.
RESOLUÇÃO
Variáveis exógenas são, por definição, as não determinadas por um modelo, como descrito no enunciado. Parâmetros podem ser usados no sentido de constantes, ou seja, são
fixos, mas também podem ser usados no sentido de equação paramétrica de uma curva, onde o parâmetro é precisamente o que varia. Em ambos os casos, parâmetro é uma
letra que corresponde a um número real e, portanto, a uma constante genérica.
Verdadeiro
(1) O logaritmo de a na base b é o recíproco do logaritmo de b na base a
RESOLUÇÃO
A afirmação é verdadeira. Ver resolução anterior na questão 1, número 3 do ano 1997.
Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 2
(0) A equação da reta que passa por P0(2,–1) e é perpendicular à reta que passa pelos pontos P1(2,–2) e P2(5,0) é 3x + 2y = 5.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, obtemos a inclinação da reta que passa pelos pontos P1 e P2.

Se m0 é a inclinação da reta perpendicular a essa sabemos que: m0 . m1 = –1.

Se , então, .
A equação da reta perpendicular à primeira toma a seguinte forma preliminar:
y=
Substituindo o ponto P0 nessa equação, obtemos o valor de b:

b=–1+3=2
Então a equação da reta é:

y=
Reescrevendo essa equação no formato do enunciado, temos: 3x + 2y = 4, que difere da equação proposta no enunciado.
Falso
(1) As retas a0x + b0y – c0 = 0 e a1x + b1y – c1 = 0 interceptam-se, caso
a0a1 + b0b1 = 0.
RESOLUÇÃO
Serão analisados, separadamente, dois casos específicos que formarão o quadro geral. No primeiro, assumimos que todos os parâmetros dessas equações são diferentes de
zero, então, se a0a1 + b0b1 = 0, implica a0 = –b0b1/a1.
As retas irão necessariamente se interceptar se as inclinações destas forem diferentes. Reescrevendo as equações das retas propostas no enunciado no formato y = mx + b,
temos:

Assim, as retas não se interceptam se as inclinações forem iguais: . Substituindo a0 = –b0b1/a1 nessa igualdade, temos:

= [–b0b1/a1]/b0 = –b1/a1 = a1/b1.


Isso implica .
Esse fato só seria verdadeiro se a1 = b1 = 0. Porém, segundo a suposição desta parte do problema, todos os parâmetros são diferentes de zero, isso implica que

≠ , e as retas necessariamente se interceptam.


No caso anterior foi feita a suposição de que todos os coeficientes eram diferentes de zero. Agora será relaxada essa suposição. Tome as equações das retas como proposto
no enunciado: e .
Note que se dois coeficientes de uma mesma reta, por exemplo, a0 e b0, ou
a1 e b1, forem zero, não teremos uma equação de reta. Assim, somente um coeficiente de cada equação de reta que pode ser zero. Iniciamos a análise com a0 = 0 e b0 ≠ 0.
No caso, a primeira equação fica no seguinte formato y = c0/b0, e a reta é horizontal.
Além disso, se a0a1 + b0b1 = 0, então como a0 = 0, b0b1 = 0. Uma vez que
b0 ≠ 0, implica b1 = 0. Para a outra equação do enunciado, temos x = c1/a1. Ou seja, a reta é vertical. Portanto, as retas se interceptam.
O mesmo raciocínio se aplica quando qualquer outro termo for zero. Teremos sempre uma reta vertical e outra horizontal que se interceptam.
Conclusão: se a0a1 + b0b1 = 0, as retas necessariamente se interceptam.
Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 3
Considere as funções f e g dadas por

f(x) = e g(x) = .
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) O domínio de (f + g) é [5,10].
RESOLUÇÃO
As funções f(x) e g(x) são raízes quadradas. Uma raiz quadrada só é definida para valores iguais ou maiores que zero.

Para , a função é definida se, e somente se, 10 – x ≥ 0, o que equivale a x ≤ 10.

Para , a função é definida se, e somente se, x – 5 ≥ 0, o que equivale a x ≥ 5.


Além disso, f + g é definida se, e somente se, f(x) e g(x) o forem em conjunto. Isso ocorrerá na intersecção entre os dois intervalos obtidos para os domínios das funções em
separado. Ou seja, [5,10], que é a resposta proposta na questão.
Verdadeiro
(1) O domínio de (g / f) é (5,10].
RESOLUÇÃO
Uma razão não é definida se seu denominador for zero. Como f(x) está no denominador, ela não pode assumir valor zero. Portanto, o domínio de f(x) é semelhante ao obtido
na questão anterior, excluindo-se o valor x = 10, pois f(x) é zero para esse valor de x. O domínio é, portanto, [5,10).
Falso
(2) O domínio de (f / g) é (5,10].
RESOLUÇÃO
Pelo mesmo raciocínio descrito anteriormente, g(x) não pode assumir o valor zero e o domínio da razão é (5,10].
Verdadeiro
(3) O domínio da função composta (g o f) = [5, +∞).
RESOLUÇÃO
Genericamente, se D é o domínio de g o f e D1 é o domínio de f, então,
D D1, pois para podermos calcular g o f, precisamos primeiro calcular f. Como no caso, D1 = (–∞,10], que não contém [5,∞), a resposta é falsa.

Para sabermos o domínio verdadeiro, temos que a função composta g o f pode ser escrita como . Segue que e,
portanto, , , 10 – x ≥ 25, em que x ≤ –15, ou seja, o domínio é (–∞, –15].
Falso
(4) Seja k > 0. O domínio da função (kf) é [10k, +∞).
RESOLUÇÃO

A função do enunciado é . O domínio não é alterado pela multiplicação da função por k. Ele é, portanto, igual ao domínio de , que é (–∞,
10].
Falso
2003 - QUESTÃO 7
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(3) Se , então, .
RESOLUÇÃO
Esta questão será resolvida a partir da seguinte relação:
cos (a + b) = cos(a)cos(b) – sen(a)sen(b).
No caso específico deste problema, a = x e b = A. Substituindo esses valores, temos:

cos (x + A) = cos(x)cos(A) – sen(x)sen(A). Para que a relação do enunciado seja satisfeita e . Ou seja, .
Falso
2004 - QUESTÃO 1
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) para todos e , se , então, .


RESOLUÇÃO
Esse fato só é verdadeiro se a,b ≥ 0. Para números negativos, se , a relação de módulos é contrária ao exposto no enunciado. Por exemplo, –2 < –1, mas

Falso

(1)
RESOLUÇÃO

Temos que , se, e somente se, –2 < x – ½ < 2, o que equivale a , ou seja, . Note que o intervalo no enunciado é aberto em uma
só extremidade e não nas duas, como deveria ser.
Falso

(2)
RESOLUÇÃO
Note que se , então x + 2 > 0 e x – 4 < 0. Tirando os módulos e invertendo o sinal em x – 4, temos: (x + 2) + (4 – x) = 6, que não é < 6. Portanto, a afirmação é
falsa.
Se quisermos calcular , então, já sabemos que
A ∩ (–2,4) = ∅ .
Se x ≤ – 2, então, x + 2 ≤ 0 e x – 4 < 0. Tirando os módulos e trocando os sinais, temos: – x – 2 – x + 4 < 6. Isso implica que –2x < 4, do qual x > –2, e segue que
A ∩ (–∞,–2] = ∅ .
Se x ≥ 4, temos x + 2 > 0 e x – 4 ≥ 0; tirando os módulos, temos: x + 2 + x – 4 < 6, implica que x < 4, e segue que A ∩ [4,∞) = ∅.
Conclusão, tomando essas três interseções: A = ∅.
Falso

(3) se , então, x + y > – 1.


RESOLUÇÃO

Nota: o enunciado correto seria: se , então,


x + y > – 1.
Esta questão será feita em três partes, de acordo com os sinais de x e y:
Se x, y ≥ 0:
Temos x + y > 0, o que sempre implica x + y > – 1.
Se x, y ≤ 0:
Então, |x| + |y| < 1, implica –(|x| + |y|) > –1 e, portanto, –|x| – |y| > –1 e
x + y > – 1.
Se x ≥ 0 e y ≤ 0 (ou x ≤ 0 e y ≥ 0):
Temos |x| + |y| = x – y < 1, implica – x + y > – 1.
Mas, como x ≥ 0, temos x + y ≥ – x + y > –1.
Como x + y > – 1 em todos os casos analisados, a afirmação é verdadeira.
Verdadeiro

(4)
RESOLUÇÃO
Reescrevendo essa inequação do enunciado, temos:

Achando as raízes do polinômio e analisando o sinal, temos:

A inequação x² – 2x – 3 < 0 é satisfeita para (–1,3) e não para (0,3).


Falso
2004 - QUESTÃO 2
(0) A equação da reta que passa pelos pontos (2,–1) e (1,1) é y + 2x = 3.
RESOLUÇÃO
Basta substituir os pontos na equação e ver se a igualdade é satisfeita:
Ponto (2,–1)
(–1) + 2(2) = 3
Sim, este ponto está na reta.
Ponto (1,1)
(1) + 2(1) = 3
Sim, este ponto também está na reta.
Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 4
Dadas as funções e avalie as afirmativas:

(0)
RESOLUÇÃO
Obtendo a função composta g o f(x), temos:

Falso
(1) O domínio da função composta h = g o f é [–1,1) ∪ [2, +∞).
RESOLUÇÃO
Como vimos anteriormente, a função h(x) = g o f(x) tem o seguinte formato:

Essa função só será definida se o denominador for diferente de zero. Assim temos, x – 1 ≠ 0, o que implica x ≠ 1.
Além disso, toda a razão deve ser maior ou igual a zero. Para analisarmos o sinal da razão, obtemos, inicialmente as raízes da equação de segundo grau do numerador x² – x
– 2 = 0: x1 = –1 e x2 = 2 .
Fazendo o estudo de sinal para o numerador, e analisando o denominador, temos respectivamente:

Ou seja, a razão será maior ou igual a zero no intervalo D = [–1,1) ∪ [2,∞), que é justamente o proposto no enunciado.
Verdadeiro
(3) O domínio da função u = f + g é (–∞,–1) ∪ (1,+∞)
RESOLUÇÃO
O domínio de u = f + g será a interseção dos domínios de f(x) e de g(x). Os domínios destas funções são:
D1 = {x ∈ R; x ≠ 1} para f(x) e D2 = {x ∈ R; x ≥ 1} para g(x).
Assim, a interseção desses dois conjuntos é D2 = {x ∈ R; x > 1}, o domínio para u(x) .
Falso
(4) O domínio da função g está contido na imagem dela.
RESOLUÇÃO

Como vimos, o domínio de é D = {x ∈ R; x ≥ 1}. A imagem de g(x) é I = {y ∈ R; y ≥ 0}. Ou seja, o domínio está contido na imagem.
Verdadeiro
2005 – QUESTÃO 12
Encontre o valor máximo da função: f(x) = min {–x² + 2x + 1,5; x² – 2x – 1}
Obs.: Multiplique por 20 o número encontrado.
RESOLUÇÃO
Para facilitar o entendimento da questão, obtemos as raízes e um esboço das duas parábolas descritas no enunciado.
Para a primeira das parábolas:

Que tem como raízes:

Para a segunda:
h(x) = x² – 2x – 1 = 0

Note que a primeira das parábolas tem máximo em x = 1, e a segunda tem um mínimo neste mesmo ponto. O esboço das parábolas é o seguinte:

O valor máximo de f(x) será nos pontos onde as funções se igualam. Portanto:

–x² + 2x + = x² – 2x – 1

2x² – 4x – =0

=1±

x1 =

x2 = –
Substituindo qualquer desses pontos em qualquer das equações da parábola, temos:

f( )=( )²– 2( )–1=( )–5–1=( )–( )=( )


Esse resultado vezes 20 é 5.
2006 - QUESTÃO 6
Avalie as opções:
(1) O conjunto {x ∈ R; x² – x – 2 > 0} é um intervalo aberto de R.
RESOLUÇÃO
Esse polinômio de segundo grau f(x) = x² –x – 2, tem as seguintes raízes
x1 = –1 e x2 = 2. Fazendo um estudo de sinais, obtemos:
Assim, o conjunto {x ∈ R; x² –x – 2 > 0} = (–∞,–1) ∪ (2,∞).
Um intervalo aberto é representado como (a,b), e segue que a afirmação é falsa.
Intervalos do tipo (–∞,a) ou (b,∞) são intervalos infinitos.
Falso
2008 - QUESTÃO 01

Sejam , e f : R→R a função dada por f(x) = x³ +3x – 4. Julgue as afirmativas:


(1) ab =1, b³ – a³ = 4 e f (a −b) ≠ 0.
RESOLUÇÃO
Vejamos se as relações acima são satisfeitas.

Sabendo que e que , vejamos se ab = 1.

A primeira relação foi satisfeita.


Vejamos a segunda:

A segunda relação não foi satisfeita, pois difere do proposto no enunciado, e a questão é falsa.
Falso
(2) f (a − b) = a3 −3a2 b + 3ab² − b3 + 3(a −b) − 4 = 0.
RESOLUÇÃO
Sabendo que f(x) = x³ + 3x – 4, obtemos:
f (a − b) = (a − b)³ + 3(a – b) – 4 = a³ – 3a²b + 3ab² – b³ + 3 (a – b) – 4.
Sabemos do item anterior que ab = 1 e que a3 – b3 = 4. Utilizando essa informação na relação acima, temos:

Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 8
Julgue as afirmativas:
(2) Considere os pontos P1 = (x,1,0) e P2 = (–2,y,3). Se a distância de P1 a P2 é igual à distância de P2 ao plano xy, então x = 1 e y = – 2;
RESOLUÇÃO
Inicialmente, note que a distância entre o ponto P2 e o plano xy é justamente a coordenada z, que é igual a 3.
Como vimos, a distância Trocar para: entre dois pontos no R³ é dada por:

.
No caso específico dos pontos do enunciado ficamos com:

.
Note que para que d seja igual a 3, necessariamente x + 2 = 1 – y = 0, o que implica em x = –2 e y = 1, o sinal contrário ao proposto no enunciado com relação às variáveis.
Falso

(3) Seja (a,b) um ponto na interseção da circunferência de centro (0,0) e raio 1 com a reta y = 2x. Então a² = ;
RESOLUÇÃO
A equação geral de uma circunferência é:
(x – h)² + (y – k)² = R², onde (h, k) é o centro da circunferência, e R é o raio.
Assim, uma circunferência de raio 1 e centro (0,0) tem como equação:
x² + y² = 1
Se (a,b) é o ponto de interseção entre essa circunferência e a reta y = 2x, temos
b = 2a.
Substituindo na equação da circunferência:

Falso

2 – CONJUNTOS

Este capítulo agrupa as questões que envolvem o conceito de conjuntos, que por sua vez se baseiam em noções de geometria analítica. As questões foram feitas com o
auxilio de diagramas, pois a visualização desses facilita em muito a resolução dos problemas. Por razões didáticas, a ordem cronológica das questões não será utilizada.
1995 - QUESTÃO 9
A respeito dos três subconjuntos de definidos por
A = {(x,y) tal que x² + y² = 1}
B = {(x,y) tal que (x – 1)² + (y + 1)² ≤ 1}
C = {(x,y) tal que |x| + |y| ≤ 1}
Indique se as afirmativas seguintes são verdadeiras ou falsas:
RESOLUÇÃO GERAL
O primeiro passo para a resolução desse tipo de questão é obter a figura de cada um dos conjuntos em separado. Depois de obtidas as figuras de cada um desses, são
respondidas as questões do problema.
A primeira figura a ser obtida é a do conjunto A:
A = {(x,y) tal que x² + y² = 1}
Primeiramente, o conjunto A é definido em (x,y), ou seja, no plano coordenado. Como vimos, a equação geral de uma circunferência é:
(x – h)² + (y – k)² = R², onde (h,k) é o centro da circunferência, e R é o raio.
Assim, o conjunto A é uma circunferência centrada na origem com
(h,k) = (0,0) e R = 1 .
Com esses valores, obtemos a figura do conjunto:
A
A figura do conjunto B = {(x,y) tal que (x – 1)² + (y + 1 )² ≤ 1} também é obtida a partir de uma comparação com a equação geral da circunferência. Observa-se que o centro
desta é (1,–1). Todavia, note que o sinal na equação de B é ≤
e não o de igualdade, como no caso anterior. Assim, não temos uma circunferência, mas sim um disco de raio 1, como é mostrado na figura seguinte, que inclui também a
fronteira do disco:
B

O conjunto C envolve módulos. A figura será obtida para cada um dos quadrantes em separado e depois será feita a união das figuras parciais. Em questões posteriores,
figuras desse tipo serão obtidas de forma mais direta.
Se x ≥ 0 e y ≥ 0, ou seja, estamos no primeiro quadrante, a descrição de
C = {(x,y) tal que |x| + |y| ≤ 1} torna-se C = {(x,y) tal que x + y ≤ 1}
Reescrevemos essa igualdade como C = {(x,y) tal que y ≤ 1 – x}.
A equação y = 1 – x é de uma reta com inclinação negativa. Como temos um sinal ≤, todos os pontos abaixo da reta pertencem ao conjunto. A figura seguinte mostra a região
obtida:

Esse mesmo tipo de raciocínio será feito para os demais quadrantes.


Se x ≤ 0 e y ≤ 0,
então, o conjunto C toma a seguinte forma: C = {(x,y) tal que – x – y ≤ 1}. Reescrevendo a igualdade como C = {(x,y) tal que y ≥ – 1 – x}, obtemos uma reta,
y = – 1 – x e todos os pontos acima dessa, que formam a seguinte figura:

Se x ≥ 0 e y ≤ 0, ,
A descrição de C se torna:
C = {(x,y) tal que x – y ≤ 1} ou C = {(x,y) tal que y ≥ – 1 + x}. Assim, da mesma forma que anteriormente, obtemos a figura:

Se x ≤ 0 e y ≥ 0,
temos que C = {(x, y) tal que y ≤ 1 + x}, e a figura é a seguinte:
Unindo a informação anterior para cada um dos quadrantes, ficamos com
o losango:

Depois de obtidas as figuras dos conjuntos A, B e C, passamos às questões do problema.


(0) O conjunto B∩C tem área inferior a 1/3.
RESOLUÇÃO
B∩C está restrito ao 4º quadrante, pois B está todo nesse quadrante. Desenhando os dois conjuntos em um mesmo diagrama somente para esse quadrante, obtemos a
interseção entre os dois conjuntos, que é a parte hachurada no desenho:

Para obter a área da região hachurada, deve-se inicialmente calcular a área de um quarto do círculo que é dada por . A área hachurada é essa área
menos a área do triângulo inscrito nesse ¼ de círculo. A área do triângulo definido entre os vértices (1,0), (0,–1) e (1,–1) é ½. A área hachurada é, portanto:
π/4 – ½ < 3.15/4 – ½ = 0,7875 – 0,5 = 0,2875 < 0,333... = 1/3
Verdadeiro
(1) O conjunto A∩B∩C é vazio.
RESOLUÇÃO
Na questão anterior foi obtida a interseção de B com C. Então, A∩B∩C será a interseção de A com esse subconjunto. Note que os pontos (0,–1) e (1,0) pertencem aos três
conjuntos, ou seja, a interseção entre eles não é o conjunto vazio.
Falso
(2) O conjunto A∩B tem área igual a zero.
RESOLUÇÃO
O conjunto A não é um disco. Ele é somente uma circunferência. Assim, ele tem área igual a zero. A interseção desse conjunto com qualquer outro também terá área igual a
zero.
Verdadeiro
(3) O conjunto A∩C possui o dobro de elementos do conjunto A∩B.
RESOLUÇÃO
O conjunto A∩C é composto dos 4 vértices do quadrado C. A∩B é composto pelos infinitos pontos de A no quarto quadrante.
Falso
2000 - QUESTÃO 1

A respeito dos subconjuntos A, B, C definidos a seguir, no , responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):


(0) B∩C = ∅ em que,
(1) B∩A = ∅
(2) área A∩C < 2
(3) área (B) < área (A∪C)
RESOLUÇÃO GERAL
Este problema é muito similar ao anterior e será resolvido da mesma forma. Inicialmente, obtemos a representação dos três conjuntos no plano.

Como vimos na questão anterior, o conjunto é um disco de centro (1,–1) e raio menor que 1. Ou seja, inclui todos os pontos
interiores à circunferência de mesmo centro e raio igual a 1. A figura a seguir mostra este conjunto:
A figura do conjunto será obtida para cada um dos quadrantes em separado.
Note que se x ≥ 0 e y ≤ 0, para qualquer valor de x e y, vale a inequação
xy ≤ 2. O mesmo ocorre se x ≤ 0 e y ≥ 0. Assim, todo o segundo e o quarto quadrantes estão contidos em B. Para os demais quadrantes, temos:
Se x > 0 e y > 0,
a equação xy ≤ 2 é reescrita como y ≤ 2/x. Assim, obtemos a figura seguinte, que é composta por todos os pontos da curva y = 2/x e abaixo desta:

Se x < 0 e y < 0,
seguindo o mesmo raciocínio do quadrante anterior: y ≥ 2/x, e a figura é
a seguinte:

Unindo a informação de cada um dos quadrantes, obtemos a figura do conjunto B:

O conjunto é semelhante ao conjunto C da questão anterior. O método de obtenção é o mesmo, só que, em vez de quadrantes,
trabalhamos com o sinal dos módulos.
Se x – 2 ≥ 0 e y + 1 ≥ 0,
ou seja, x ≥ 2 e y ≥ –1, temos:
C = {(x,y) ∈ R² : (x – 2) + 2(y + 1) ≤ 2}
C = {(x,y) ∈ R² : 2y ≤ 2 – x}
C = {(x,y) ∈ R² : y ≤ 1 – x/2}
Lembrando que essa descrição é válida para x ≥ 2 e y ≥ –1, temos a seguinte figura:

Se x – 2 ≤ 0 e y + 1 ≤ 0,
ou seja, x ≤ 2 e y ≤ –1, o conjunto C tem a seguinte descrição:

A figura é a seguinte:
Se x – 2 ≥ 0 e y + 1 ≤ 0,
ou seja, x ≥ 2 e y ≤ –1, a igualdade toma a seguinte forma com a respectiva figura:
C = {(x,y) ∈ R² : (x – 2) – 2(y + 1) ≤ 2}
C = {(x,y) ∈ R² : y ≤ –3 + x/2}

Se x – 2 ≤ 0 e y + 1 ≥ 0 ,
ou seja, x ≤ 2 e y ≥ –1, temos a seguinte figura:

Unindo as informações anteriores, temos:

Essa região foi obtida passo a passo, e tem como equação:

Note que a equação geral que representa essa equação é:

e é representada com a seguinte figura:

Uma vez obtidos os conjuntos, passamos às questões.


(0) B∩C = ∅
RESOLUÇÃO
Por observação direta dos esboços desses conjuntos, temos:
B∩C = C ≠ ∅
Falso
(1) B∩A = ∅
RESOLUÇÃO
Por observação direta dos esboços desses conjuntos, temos:
B∩A = A ≠ ∅
Falso
(2) área (A∩C) < 2
RESOLUÇÃO
Desenhando A e C no mesmo diagrama, obtém-se a interseção entre os conjuntos que aparece hachurada na figura. Em seguida, divide-se C nos eixos de simetria:
Note que a área do triângulo formado pelos vértices (0,–1), (2,0) e (2,–2) é 2. Como o triângulo é maior que a área hachurada, a afirmação é verdadeira.
Verdadeiro
(3) área (B) < área (A∪C)
RESOLUÇÃO
Note pelos esboços dos conjuntos que B tem área infinita e que A∪C tem área finita. Portanto, área (A∪C) < área (B), o contrário do afirmado no enunciado.
Falso
2001 - QUESTÃO 1
A respeito dos subconjuntos A, B, C definidos a seguir, no R², responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) C ⊂ (A ∪ B) em que,
(1) A ∩ B ∩ C = ∅
(2) B ⊂ C
(3) área de A ∪ C ≥ 11

(4) A ∩ BC ∩ CC = ∅, onde para X ⊂ R² se define


RESOLUÇÃO GERAL
Esta questão também é semelhante às anteriores. Inicialmente, obtemos cada uma das figuras e depois respondemos às questões. O conjunto A será obtido por um método
mais rápido do que nas questões anteriores, uma vez que já conhecemos o formato e a equação geral de um conjunto com esse tipo de equação, ou seja, o losango.

Para obtermos a figura de , reescrevemos a equação como


Então, sabemos que o centro (h,k) = (2,–2) e que os semi eixos tem dimensão 2. A figura tem o seguinte formato:

Pelas questões anteriores, sabemos que o conjunto é um disco de raio 1 com centro em (4,–1):

O último dos conjuntos, , é um quadrado com os extremos definidos pelos valores 3 ≤ x ≤ 5 e –2 ≤ y ≤ 0 :

Uma vez obtidos os conjuntos, respondem-se às perguntas.


(0) C (A ∪ B)
RESOLUÇÃO
Note que B é um disco inscrito no quadrado C. Assim B C, porém note que C ⊄ B. Portanto, C A ∪ B se, e somente se, o restante de C que não está contido em B
estiver contido em A. Mas, por exemplo, os pontos (3,0) e (5,0) pertencem a C e não pertencem a B e nem a A. Consequentemente, C não pode estar contido na união de A
com B.
Falso
(1) A ∩ B ∩ C = ∅
RESOLUÇÃO
Note que B ∩ C = B, então, A ∩ B ∩ C = A ∩ B. Esboçando A e B no mesmo plano, temos:

Note que existe uma área de interseção entre A e B. Portanto, A ∩ B ≠ ∅.


Falso
(2) B ⊂ C
RESOLUÇÃO
Como já discutido, B é um disco inscrito em C. Portanto, B ⊂ C.
Verdadeiro
(3) área de A ∪ C ≥ 11
RESOLUÇÃO
Esboçando esses dois conjuntos no mesmo plano,

vemos que a área de A é (4 * 4)/2 = 8. A área de cada um dos quatro quadrados de


C é 1. Verifica-se que a área de A somada com a área dos três quadrados de C é igual a 11. Porém, A ∪ C conta ainda com metade de um quarto quadrado. Portanto, área de
A ∪ C = 11,5 > 11.
Verdadeiro

(4) A ∩ BC ∩ CC = ∅, onde para X ⊂ R² se define


RESOLUÇÃO
Como B ⊂ C, segue que BC ⊃ CC e, portanto, Bc ∩ CC = CC. Pela análise direta dos esboços, nota-se que A ∩ CC ≠ ∅. Por exemplo, o ponto (2,–2) pertence a A e a CC.
Falso
2002 - QUESTÃO 1

A respeito dos subconjuntos A, B, C e D definidos a seguir, no , responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) A ⊂ B em que,

(1) (B ∩ C) ⊂ A

(2) D ⊂ (B ∩ C)
(3) D ⊂ (B ∪ C)
(4) D ⊂ ■
RESOLUÇÃO GERAL

Este problema também é semelhante aos anteriores. Note que já foram obtidos os conjuntos e na
Questão 9 do ano de 1995. A seguir esboçamos estes conjuntos.

Para obter conjunto , reescrevemos |x + y| ≤ 1 sem o módulo, –1 ≤ x + y ≤ 1, o que nos leva a: – x – 1 ≤ y ≤ – x + 1. Esboçamos as duas
retas extremas do conjunto, ou seja, y = –x – 1 e y = –x + 1. Portanto, B é composto por todos os pontos entre estas retas, como mostra a figura:

O conjunto é obtido da mesma maneira que o anterior:


–1≤x–y≤1
–x–1≤–y≤–x+1
x + 1 ≥ y ≥ x – 1.
Com as retas extremas, y = x + 1 e y = x – 1.

Uma vez obtidos os conjuntos, vamos às perguntas.


(0) A ⊂ B
RESOLUÇÃO
Como pode ser visto nesses diagramas, A ⊂ B.
Verdadeiro
(1) (B ∩ C) ⊂ A
RESOLUÇÃO
Também pelos diagramas, observa-se que, B ∩ C = A. Portanto, como obviamente, A ⊂ A, segue que (B ∩ C) ⊂ A.
Verdadeiro
(2) D ⊂ (B ∩ C)
RESOLUÇÃO
Como vimos na questão anterior, B ∩ C = A, mas D não está contido em A. O contrário seria verdadeiro.
Falso
(3) D ⊂ (B ∪ C)
RESOLUÇÃO
Observando os diagramas de B e C vemos que B ∪ C forma uma figura infinita em formato de X. O conjunto D está contido nesta figura.
Verdadeiro
(4) D ⊂ ■
RESOLUÇÃO
Como vimos no item (2), esta afirmação não é verdadeira.
Falso
2003 - QUESTÃO 1
A respeito dos conjuntos A, B, C e D definidos a seguir, no R, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) A ∪ B = B ∪ C em que

(1) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) = A
(2) (B ∩ C) = ∅

(3) (B ∪ C) ⊃ A
(4) B × C ⊂ D
RESOLUÇÃO GERAL

Esta questão difere das anteriores, pois os conjuntos A, B e C não estão em , e sim em R. Assim, como nas demais questões, obtemos inicialmente as representações
gráficas dos conjuntos.

Em , temos – 3 < x < 3. Note que as extremidades desse conjunto são abertas: (–3,3).

Reescrevendo essa inequação, obtendo as raízes e fazendo análise de sinais, temos:


x² + 2x – 3 < 0
Se x² + 2x – 3 = 0, as raízes são: x1 = –3 e x2 = 1. O intervalo que satisfaz essa inequação é o intervalo aberto entre estes valores: (–3,1).

Como a função exponencial é a inversa do logaritmo natural, sabemos que


eln(x) = x. Assim, o conjunto C se torna C = {x; 1 < x < 3}. Mais uma vez, as extremidades são abertas: (1,3).
Com estes três conjuntos, respondemos às primeiras quatro perguntas:
(0) A ∪ B = B ∪ C
RESOLUÇÃO
A ∪ B = A = (–3,3)
B ∪ C = (–3, 1) ∪ (1, 3)
Note que o ponto x = 1 pertence a A ∪ B, mas não pertence a B ∪ C. Portanto, por causa deste ponto específico, A ∪ B ≠ B ∪ C.
Falso
(1) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) = A
RESOLUÇÃO
A ∩ B = B = (–3, 1)
A ∩ C = C = (1, 3)
(A ∩ B) ∪ (A ∩ C) = (–3, 1) ∪ (1, 3)
Pela mesma razão do problema anterior, (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) ≠ A
Falso
(2) B ∩ C = ∅
RESOLUÇÃO
Pelos intervalos descritos anteriormente, nota-se que B ∩ C = ∅
Verdadeiro
(3) (B ∪ C) ⊃ A
RESOLUÇÃO
Como já discutido, por causa do ponto x = 1, B ∪ C não contém A. A inclusão inversa seria verdadeira.
Falso
(4) B × C ⊂ D
RESOLUÇÃO

Nesta pergunta, os conjuntos estão em . Obtemos primeiro o diagrama do conjunto . Abrindo as inequações, – 4 < x < 4 e y < –1 ou y > 1
, obtemos o esboço do conjunto:
O conjunto B × C é o produto dos conjuntos B no eixo das coordenadas e C no eixo das abscissas. Este conjunto tem o seguinte formato:

Como pode ser visto, B × C ⊂ D.


Verdadeiro
1996 - QUESTÃO 12
Identifique as afirmativas verdadeiras e falsas:
Seja:
I = conjunto de todas as pessoas inteligentes.
R = conjunto de todas as pessoas ricas.
RJ = conjunto das pessoas que moram no Rio de Janeiro.
RESOLUÇÃO GERAL
Este tipo de questão também trata de conjuntos, mas a abordagem é diferente, uma vez que não temos equações e sim grupos de pessoas. Inicialmente, desenhamos três
circunferências com as respectivas interseções:

A partir deste diagrama, respondemos às perguntas.


(0) IC ∩ R = Conjunto de pessoas ricas, porém não inteligentes.
RESOLUÇÃO
Note que IC é o complemento do conjunto I. Então, inicialmente obtemos esse conjunto:
IC =

Em seguida obtemos a interseção dos conjuntos do enunciado:


IC ∩ R =

Este é o conjunto das pessoas ricas que não são inteligentes.


Verdadeiro
(1) RJC ∩ (I ∪ R) = Conjunto das pessoas ricas fora do Rio de Janeiro ou conjunto das pessoas inteligentes fora do Rio de Janeiro.
RESOLUÇÃO
Seguindo um procedimento análogo:
RJC =
I∪R=

Em seguida, obtemos RJC ∩ (I ∪ R) =

Segue por esse diagrama que RJC ∩ (I ∪ R) é o conjunto das pessoas que não moram no Rio de Janeiro e, além disso, são ricas e/ou são inteligentes.
O enunciado permite uma interpretação ambígua. Seguem duas interpretações possíveis. A primeira, que seria a mais imediata, se refere à propriedade
RJC ∩ (I ∪ R) = (RJC ∩ I) ∪ (RJC ∩ R) que é exatamente o que o enunciado diz. Assim, a resposta seria verdadeira.
Porém, o fato de a afirmação da questão usar duas vezes a palavra “pessoas”, o que não acontece no item (3), por exemplo, faz com que as possibilidades levantadas se
apliquem à palavra conjunto. Assim, pode-se interpretar que o enunciado seja RJC ∩ (I ∪ R) = o conjunto das pessoas ricas fora do RJ ou o conjunto das pessoas inteligentes fora
do RJ. Como, obviamente RJC ∩ (I ∪ R) não é nem o conjunto das pessoas ricas fora do Rio de Janeiro, e tão pouco é o conjunto das pessoas inteligentes fora do Rio de Janeiro,
segue que a afirmação é falsa, como descrito no gabarito da prova.
Falso (Verdadeiro)
(2) RJ ∪ R = Conjunto das pessoas ricas ou das pessoas que moram no Rio de Janeiro ou das pessoas ricas que moram no Rio de Janeiro.
RESOLUÇÃO
RJ ∪ R =

Pelo diagrama, temos que RJ ∪ R é, então, o conjunto das pessoas que são ricas ou que moram no Rio de Janeiro.
Mais uma vez, o enunciado foi considerado ambíguo. Seguem duas interpretações na mesma linha utilizada anteriormente.
Por esse diagrama, vemos que: “o conjunto das pessoas ricas” ⊂ (RJ ∪ R); “o conjunto das pessoas que moram no Rio de Janeiro ⊂ (RJ ∪ R); e “o conjunto das pessoas ricas
que moram no Rio de Janeiro” ⊂ (RJ ∪ R). Assim, como no enunciado temos a palavra ou entre os conjuntos, temos: “o conjunto das pessoas ricas” ∪ “o conjunto das pessoas
que moram no Rio de Janeiro” ∪ “conjunto das pessoas ricas que moram no Rio de Janeiro” = (RJ ∪ R). Assim, a proposta seria verdadeira, como proposto no gabarito.
Pelos mesmos motivos apresentados na segunda interpretação do item anterior, a proposta é FALSA, pois nenhum dos três conjuntos nela descritos corresponde exatamente
a RJ ∪ R.
Verdadeiro (Falso)
(3) (I ∪ RJ)C ∩ RC Conjunto das pessoas não inteligentes, não ricas e que não moram no Rio de Janeiro.
RESOLUÇÃO
I ∪ RJ =

(I ∪ RJ)C =

RC =
Por esses diagramas, temos que:
(I ∪ RJ)C ∩ RC =

que é justamente o conjunto das pessoas não inteligentes que não são ricas e que não moram no Rio de Janeiro.
Verdadeiro
(4) (RJ ∪ RJC)C = ∅
RESOLUÇÃO
RJ ∪ RJC, por definição, é todo o conjunto universo. O complementar do universo é, por definição, o conjunto vazio.
Verdadeiro
1996 - QUESTÃO 13
Sejam A, B, C e D conjuntos contidos em um conjunto universo U. Indique se as afirmativas seguintes são verdadeiras ou falsas:
(0) Se AC ∩ BC = ∅, então, A ∪ B = U.
RESOLUÇÃO
Esta questão também será feita com auxílio de diagramas.
AC =

BC =

AC ∩ BC =

Do qual obtemos AC ∩ BC = (A ∪ B)C. Se AC ∩ BC = ∅, então (A ∪ B)C = ∅,


o que implica A ∪ B = U, em que U é o universo.
Verdadeiro
(1) (A ∪ B) – C = (A – C) ∪ (B – C)
RESOLUÇÃO
Aqui, temos três conjuntos:

(A ∪ B) – C =
A–C=

B–C=

(A – C) ∪ (B – C) =

Assim, (A – C) ∪ (B – C) = (A ∪ B) – C
Verdadeiro
(2) Se A e B são finitos, então, o número de elementos das partes de A ∪ B é igual ao número de elementos das partes de A mais o número de elementos das partes de B.
RESOLUÇÃO
Se o enunciado for entendido como “o número de elementos de A ∪ B é igual ao número de elementos de A mais o número de elementos de B”, a afirmação só seria
verdadeira se A ∩ B = Ø, o que não é necessariamente verdadeiro.
Note, porém, que no enunciado está descrito o “número de elementos das partes”. Neste caso, a afirmação também não é verdadeira porque, como o “conjunto das partes de”
é o “conjunto dos subconjuntos de”, se computarmos separadamente as partes de A e as partes de B estaremos nos esquecendo dos subconjuntos mistos de A ∪ B, ou seja,
aqueles que contêm elementos de A e de B.
Falso
(3) (A ∪ B) × C = (A × C) ∪ (B × C).
RESOLUÇÃO
Respondemos a esta questão a partir de duas relações:
A ∪ B = {x | x ∈ A ou x ∈ B}
A × B = {(x,y) | (x ∈ A e y ∈ B)}
No lado esquerdo da igualdade, temos (A ∪ B) × C. O termo A ∪ B já está explicitado acima: A ∪ B = {x | x ∈ A ou x ∈ B}. Unindo as duas relações anteriores, temos: (A ∪
B) × C = {(x,y) | (x ∈ A ou x ∈ B) e y ∈ C}.
No lado direito, temos: (A × C) ∪ (B × C). Cada um desses termos em separado é igual a:
(A × C) = {(x,y) | (x ∈ A e y ∈ C)}
(B × C) = {(x,y) | (x ∈ B e y ∈ C)}
Fazendo a união entre esses conjuntos:
(A × C) ∪ (B × C) = {(x,y) | (x ∈ A ou x ∈ B) e y ∈ C} = (A ∪ B) × C.
Verdadeiro
(4) (A × B) ∪ (C × D) = (A ∪ C) × (B ∪ D).
RESOLUÇÃO
Utilizando as mesmas relações descritas anteriormente, temos no lado esquerdo da igualdade:
A × B = {(x,y) | x ∈ A e y ∈ B}
C × D = {(x,y) | x ∈ C e y ∈ D}
Unindo esses dois conjuntos:
(A × B) ∪ (C × D) = {(x,y) | (x ∈ A e y ∈ B) ou (x ∈ C e y ∈ D)}.
O diagrama seguinte mostra esse conjunto:

No lado direito da igualdade, temos:


A ∪ C = {x | x ∈ A ou x ∈ C}
B ∪ D = {y | y ∈ B ou y ∈ D}
(A ∪ C) × (B ∪ D) = {(x,y) | (x ∈ A ou x ∈ C) e (y ∈ B ou y ∈ D)}

O diagrama seguinte representa o conjunto:


Note que os conjuntos são diferentes: os pares ordenados (x,y) tais que
(x ∈ A e y ∈ D) ou (x ∈ C e y ∈ B) não pertencem a (A × C) ∪ (B × D), mas pertencem a
(A ∪ C) × (B ∪ D). Este segundo conjunto contém o primeiro, mas a inclusão inversa não é verdadeira.
Falso
2010 - QUESTÃO 1
Considere os conjuntos

; ; e . Julgue as afirmativas:
(0) A é um intervalo aberto;
RESOLUÇÃO
Inicialmente, note que todos os conjuntos desse problema são definidos como subconjuntos de R. Assim, como primeiro passo, vamos obter o conjunto A:

Como temos módulos, vamos fazer passo a passo de acordo com os sinais dos módulos.
Se (x – 3) ≥ 0 e (x – 2) ≥ 0, temos:
(x – 3) + (x – 2) = 1
2x – 5 = 1
2x = 6
x=3
Se (x – 3) ≤ 0 e (x – 2) ≤ 0, temos:
– (x – 3) – (x – 2) = 1
– 2x + 3 + 2 = 1
– 2x = – 4
x=2
Se (x – 3) ≥ 0 e (x – 2) ≤ 0, temos:
(x – 3) – (x – 2) = – 3 + 2 = – 1 ≠ 1.
Ou seja, não podemos ter essa relação.
Se (x – 3) ≤ 0 e (x – 2) ≥ 0, temos:
– (x – 3) + (x – 2) = 3 – 2 = 1.
Isto é, para qualquer valor de x que satisfaz a hipótese acima a relação é valida. Vejamos.
x–2≥0⇒x≥2
x–3≤0⇒x≤3
Assim, pela intersecção de ambos:
x ∈ [2,3]
Tomando as quatro possibilidades em conjunto x ∈ [2,3]. Ficamos com:
A = {x ∈ R | x ∈ [2,3]}.
Ou seja, A não é um intervalo aberto.
Falsa
(1) Se X ⊂ A e X ⊄ B, então X é um conjunto unitário;
RESOLUÇÃO
Vamos agora obter o conjunto B.
B = {x ∈ R | – x² + 2x + 3 > 0}
Obtemos as raízes do polinômio de segundo grau descrito em B:

Fazendo o estudo de sinal de f(x) = – x² + 2x + 3, ficamos com:


B = {x ∈ R / x ∈ (–1,3)}
Se X ⊂ A e X ⊄ B, como proposto no enunciado, então para x ∈ X, temos
x ∈ [2,3] e x ∉ (–1,3).
Então x = 3.
Um conjunto unitário é aquele que possui um único elemento, como o obtido aqui.
Verdadeira
(2) 2 ∈ (A ∩ C);
RESOLUÇÃO

Inicialmente, obtemos o conjunto C:


Então:

Assim:
Obtemos então:

Falsa
(3) A = D;
RESOLUÇÃO
Obtemos agora o conjunto D: .
Note que x ∈ R+ e não a toda reta real. Assim, ficamos com:

. Ou seja, D = A, como proposto.


Verdadeira

PARTE 2: Cálculo diferencial de uma variável

Aqui, são apresentadas as resoluções das questões que foram classificadas como cálculo diferencial de uma variável, incluindo aplicações e teoria. Os capítulos
iniciais apresentam as questões que foram consideradas mais fáceis. Optou-se por essa separação para que o início da discussão fosse composto de questões
analiticamente mais simples. Entretanto, como muitas das questões analiticamente mais complexas utilizam muitos dos conceitos usados em questões mais
simples, a discussão foi feita de forma sequencial. Note que um dos tópicos, o estudo de funções, foi dividido em dois capítulos. As questões que envolviam
conceitos teóricos mais sofisticados, ou que foram consideradas mais complicadas, foram agrupadas no capítulo denominado “segunda parte”. Os capítulos
dessa parte são: 3) Aplicação direta das regras de derivação; 4) Estudo de funções – primeira parte; 5) Estudo de funções – segunda parte; 6) Continuidade de
funções; 7) Diferenciabilidade de funções; 8) Funções compostas e regra da cadeia; 9) Funções injetoras e sobrejetoras; 10) Funções Inversas; e 11) Outras
questões.

3 – APLICAÇÃO DIRETA DAS REGRAS DE DERIVAÇÃO

Aqui foram agrupadas as questões de derivação de forma direta e simples, além de algumas propriedades de funções exponenciais e logarítmicas. O uso de conceitos
relacionados com a derivada, como continuidade de funções e diferenciabilidade, não é necessário para a resolução dessas questões selecionadas.
1995 – QUESTÃO 8

(1) , então
RESOLUÇÃO
Derivando com a regra do quociente e substituindo:

Y’(x) =

Y’(x) =

Y’(e) = =
Verdadeiro
(2) y(x) = tg(x), então d²y/dx² (π/4) = –1
RESOLUÇÃO
Para derivar a função y(x) = tg(x) vamos fazer uso da definição de tangente: tg(x) = sen(x) / cos(x). Derivando essa expressão com a regra do quociente:

y’(x) = =
Como sen² x + cos² x = 1, ficamos com:

y’(x) = = cos–² (x)


Aqui, usamos a regra da potência conjugada com a regra da cadeia,
(Un)’ = nUn–1U’ para derivar novamente a função:

(x) = y’’(x) =
Substituindo o ponto x = π/4:

y’’(π/4) =
1995 – QUESTÃO 12
Para que valor de k, a reta que passa por (8,0) e (1,7) é tangente à curva

y= ?
RESOLUÇÃO
Primeiramente, obtemos a inclinação da reta que passa pelos pontos dados:

m= = = –1
Em seguida, obtemos a equação da reta:
y = mx + b = – x + b
y(1) = –1 + b = 7
b=8
y = –x + 8
Sabemos que se a reta é tangente à curva, elas se tocam no ponto. Igualamos assim as duas funções:

y=–x+8=
k = – x² + 8x (1)
Se a reta é tangente à curva, ambas têm mesma inclinação no ponto dado. Igualamos a derivada da curva com a inclinação da reta:

y=

y’ =

= –1
x² = k (2)
Substituindo a segunda das equações (2) na primeira (1), temos:
x² = – x² + 8x
2x² = 8x
Como x ≠ 0, pois esse é o domínio de y = , então:
2x = 8 → x = 4
k = x² = 16
1995 – QUESTÃO 14
(3) A taxa de variação de em relação a 1/x é menor que 1 para x ∈{–3,3}.
RESOLUÇÃO
Como queremos a taxa de variação com relação a 1/x, fazemos uma mudança de variável. Essa mudança de variável tem como objetivo transformar o problema em um de
formato padrão, no qual devemos derivar a função como nas questões usuais.
Fazendo:

y=
Ficamos com a seguinte função em y:
f(y) = (1/y²+72)1/2
Depois de feita a mudança de variável, derivamos em relação a y:

Devemos agora reescrever a derivada como função de x:

Precisamos agora averiguar esta função nos dois pontos do conjunto {–3,3}.
Substituindo x = –3 na derivada, temos:

O que já é suficiente para concluirmos que a afirmação é falsa.


Falso
1998 – QUESTÃO 14

(1) A inclinação da função y = quando x = 1 é superior a 5.


RESOLUÇÃO
Derivando com a regra do quociente e substituindo:

y’ =

y’(1) = = –6 + 12 = 6.
Verdadeiro
1999 – QUESTÃO 7

Suponha que y seja definido implicitamente pela equação: vy = + 2. Determine o valor absoluto de quando y = –2.
RESOLUÇÃO
Encarando y como função de v e derivando implicitamente em relação a v em ambos os lados e utilizando a regra do produto do lado esquerdo, temos:
y + vdy/dv = (–1/y²)dy/dv
Quando y = –2, pela relação dada no enunciado, temos v = – 3/4.
Substituindo estes valores de y e v na equação anterior, temos:
–2 – (3/4)dy/dv = – (1/4)dy/dv
do qual, dy/dv = – 4,
e, portanto, |dy/dv| = 4.
1999 – QUESTÃO 8
Tem-se uma curva de demanda de elasticidade constante,
qpx = 800
No qual q e p são variáveis não negativas e têm os significados usuais. Se a oferta é fixa em 100 unidades e a elasticidade da demanda é –1,5, qual é o preço de equilíbrio de
mercado?
RESOLUÇÃO
A elasticidade da demanda é definida pela seguinte expressão: . Segundo o enunciado essa elasticidade tem o valor –1,5. Daí temos:
.
Assim, como devemos obter a derivada dessa relação, reescrevemos a equação proposta no enunciado como: q = 800p–x.
Derivando a partir dessa expressão q com relação a p, onde x é um número, temos:
Depois de obtida a derivada, calculamos a elasticidade:

Isso implica: x = 3/2.


Assim, ficamos com: qp3/2 = 800.
No equilíbrio de mercado, a demanda se iguala à oferta, que segundo o enunciado é q=100. Assim, temos:
qp3/2 = 100p3/2 = 800.
Daí decorre que:
p3/2 = 8.
p = 82/3 = 4.
2007 – QUESTÃO 13
Seja f: R→R uma função três vezes diferenciável tal que
f(0) = 2 e f’(x) = x²f(x) – 3x², para todo x ∈ R.
Calcule α = 5 – f’’’(0).
RESOLUÇÃO
Inicialmente, obtemos a expressão das derivadas segunda e terceira, a partir da derivada primeira:
f’(x) = x² f(x) – 3x²
f’’(x) = 2x f(x) + x² f’(x) – 6x
f’’’(x) = 2 f(x) + 2x f’(x) + 2x f’(x) + x² f’’(x) – 6.
Calculando f’’’(x) em x = 0, temos:
f’’’(0) = 2 f(0) + 0 + 0 + 0 – 6
Como pelo enunciado, f(0) = 2:
f’’’(0) = 2(2) – 6 = –2
Calculando α:
α = 5 – (–2) = 7
2010 - QUESTÃO 8
Julgue as afirmativas:
(4) Seja r a reta tangente ao gráfico de y = 2x² – 3x + 5, no ponto (1,4). A equação da reta perpendicular a r e que passa por (–1,2) é y = – x + 1.
RESOLUÇÃO
Inicialmente obtemos a inclinação da reta tangente ao gráfico de y = 2x² – 3x + 5 no ponto (1,4):
y’(x) = 4x – 3
y’(1) = 4 – 3 = 1
Uma reta qualquer será perpendicular à outra se o produto das inclinações for igual a –1. Assim, uma reta perpendicular a essa reta tangente, que tem inclinação igual a 1,
terá uma inclinação igual a –1.
A equação da reta perpendicular tem então o seguinte formato:
y=–x+b
Como o ponto (–1,2) pertence à reta, obtemos o valor de b:
2 = –(–1) + b
b=1
Assim, obtemos a equação da reta:
y=–x+1
Verdadeira

4 – ESTUDO DE FUNÇÕES PRIMEIRA PARTE

Nesta parte, foram agrupadas as questões que utilizam a derivada no estudo de funções de forma direta e simples. São três as aplicações aqui discutidas e elas são muito
interligadas: definição de intervalos crescentes ou decrescentes, determinação de concavidade, e definição de pontos de máximo, mínimo ou de inflexão. Questões que envolvem
conceitos um pouco mais teóricos ou analiticamente mais complexos, mesmo que se relacionem aos citados, serão discutidas no próximo capítulo, denominado Estudos de
Funções – segunda parte. Problemas com cálculo de várias variáveis, também relacionados com os conceitos discutidos aqui, são resolvidos na parte especificamente designada
para essas questões.
1996 – QUESTÃO 1
(1) A função f(x) = xe–x para x > 0 possui um único ponto crítico que corresponde a um ponto de máximo global estrito, mas f não é côncava.
RESOLUÇÃO
Derivamos a função, obtemos os pontos críticos e fazemos a análise da concavidade:
f(x) = xe–x
f’(x) = e–x – xe–x = e–x (1 – x)
f’’(x) = – e–x (1 – x) + e–x (–1) = e–x (x – 2)
Quando f’(x) = 0, temos que e–x (1 – x) = 0. Como e–x > 0, então, 1 – x = 0, o que implica em x = 1, um único ponto crítico.
Substituindo esse ponto em f’’(x), temos:
f’’(1) = e–1 (1 – 2) = – e–1 < 0
O ponto é de máximo local. Dado que a função é contínua, pois é um polinômio que multiplica uma exponencial, e não existem outros pontos críticos, esse é um ponto de
máximo global estrito.
Para estudar a concavidade da função, utilizamos a derivada da segunda para determinarmos possíveis pontos de inflexão.
f’’(x) = e–x (x – 2) = 0
como e–x > 0,
x–2=0→x=2
Este pode ser um ponto de inflexão. Verificamos se ocorre uma mudança de sinal da derivada da segunda:
Se x < 2, f’’(x) < 0
Se x > 2, f’’(x) >0
Sim, ocorre a troca de concavidade, o ponto é de inflexão. Portanto, f(x) não é côncava em todo o domínio, mas somente no intervalo (0,2).
Verdadeiro

(3) A função f(x) = x³ + 3x² +2 é côncava no intervalo ≤x≤


RESOLUÇÃO
Como nos outros problemas, derivamos duas vezes para determinar os pontos de inflexão e a concavidade.
f(x) = x³ + 3x² + 2
f’(x) = 3x² + 6x
f’’(x) = 6x + 6
f’’(x) = 6x + 6 = 0
x = –1.
O ponto x = –1 é candidato a ponto de inflexão.
Se x < –1, f’’(x) < 0 e a função é côncava.
Se x > –1, f’’(x) > 0 e a função é convexa.
No intervalo descrito no enunciado, a função é côncava.
Verdadeiro
1996 – QUESTÃO 3

(2) A função f(x) = , x > 1 possui assíntota horizontal.


RESOLUÇÃO
Uma função tem assíntota horizontal se, e somente se, ela tende a uma constante quando x tende a menos infinito ou a mais infinito. Como a função no enunciado só é

definida para valores x > 1, basta verificarmos o limite quando x tende a mais infinito. Como, , f(x) possui assíntota horizontal.
Verdadeiro
(3) A função y = f(x) = ln(x), x > 0 possui mínimo em x = 1.
RESOLUÇÃO
Note que a derivada da função f(x) = ln(x) é f’(x) = 1/x. Como x > 0 em todo o intervalo, a função é monotonicamente crescente e, em particular, não possui mínimo.
Falso
1996 – QUESTÃO 4
Seja f: R→R dada por f(x) = x³ + 3x² + 2.
(0) f(x) possui um máximo global
RESOLUÇÃO

A função não tem máximo global, pois: .


Falso
(1) f(x) não possui mínimo local.
RESOLUÇÃO
f(x) = x³ + 3x² + 2
f’(x) = 3x² + 6x
f’’(x) = 6x + 6.
Os pontos críticos são:
3x² + 6x = 0
x(3x + 6) = 0
x = 0 ou x = –2
Para saber se os pontos críticos são máximos ou mínimos, substituímos os pontos na derivada segunda:
Se x = –2, f’’(–2) = 6(–2) + 6 = –6 < 0. O ponto é de máximo local.
Se x = 0, f’’(0) = 6 > 0, ou seja, o ponto é de mínimo local.
Falso
(2) f(x) é estritamente crescente para x > 1
RESOLUÇÃO
Para ser estritamente crescente, a derivada primeira deve ser maior que zero. Sabendo que f’(x) = 3x² + 6x, temos f’(x) > 0 para x >1.
Verdadeiro
(3) f(x) possui um mínimo local e um máximo local.
RESOLUÇÃO
Como vimos, a afirmação é verdadeira.
Verdadeiro
(4) f(x) possui um ponto de inflexão em x = –1.
RESOLUÇÃO
Note que esse problema é exatamente igual ao item (3) da questão 1 de 1996. Como vimos, x = –1 é ponto de inflexão.
Verdadeiro
1997 – QUESTÃO 7
Suponha que f(x) seja uma função real de variável real x, definida assim:
f(x) = 12x – x³. Classifique cada uma das afirmações abaixo como verdadeira ou falsa.
(0) f(x) possui dois pontos críticos.
RESOLUÇÃO
f(x) = 12x – x³
f’(x) = 12 – 3x² = 0
3x² = 12
x² = 4
x = ±2.
Os pontos críticos são x = 2 e x = –2.
Verdadeiro
(1) Um ponto crítico é ponto de inflexão.
RESOLUÇÃO
Analisando a derivada segunda f’’(x) = –6x, vemos que x = 0 é o único ponto de inflexão.
Falso
(2) No intervalo (–2,2) do seu domínio, f(x) é sempre crescente.
RESOLUÇÃO
Se x ∈ (–2,2), f’(x) > 0, e a função é crescente.
Verdadeiro
(3) f(x) é côncava para valores negativos de x.
RESOLUÇÃO
Vimos que f’’(x) = –6x. Para valores negativos de x, f’’(x) > 0, ou seja, a função é convexa.
Falso
(4) Quando x = –2, f(x) atinge o seu máximo valor em seu domínio.
RESOLUÇÃO

Como , a função não tem máximo global, e a afirmativa é falsa.


Falso
1998 – QUESTÃO 2
Identifique qual das alternativas seguintes sobre a função y: R→R definida por y(x) = |x|e–2|x| são verdadeiras e quais são falsas:
(1) y possui um único ponto de mínimo global
RESOLUÇÃO
Como x aparece em módulo, essa função é par, ou seja, f(x) = f(–x). Sendo assim, ela é simétrica em relação ao eixo y. Consequentemente, todos os pontos de máximo e de
mínimo são obtidos para x > 0, também ocorrem com sinal trocado para x < 0. Portanto, y só pode ter um único mínimo se este for em x = 0, uma vez que se esse ocorresse
em outro ponto existiriam dois ou mais pontos de mínimos, dada a simetria da função.
Note que y(0) = 0 e que y(x) > 0 se x ≠ 0. Portanto, x = 0 é, de fato, um mínimo global.
Verdadeiro
(2) y possui um único ponto de máximo global.
RESOLUÇÃO
Dada a simetria da função, como vimos, a função teria um único candidato a máximo global se fosse em x = 0, mas esse ponto é de mínimo.
Falso
1998 – QUESTÃO 12
Certa empresa produz relógios ao custo unitário de 8 e sabe que, se fixar o preço em x, venderá (100 – 2x) unidades por período de tempo (em que x ≤ 50). Qual deve ser o
valor de x para que o lucro das vendas seja máximo?
RESOLUÇÃO
Pelo enunciado, sabemos que:
Q = 100 – 2x, no qual Q é quantidade que será vendida por período de tempo, e x é o preço.
O lucro das vendas é a diferença entre o faturamento e o custo de produção:
L = F – C, em que F é faturamento e C é custo. O faturamento é determinado pelo produto entre a quantidade vendida e o preço do relógio, F = Qx, e o custo é o produto
entre a quantidade vendida e o custo unitário, C = QCU. Assim, ficamos com a seguinte expressão para o lucro:
L = F – C = Qx – QCU
Colocando Q em evidência na equação do lucro e substituindo o valor de CU e Q, temos:
L = Q(x – CU) = Q(x – 8) = (100 – 2x)(x – 8).
Para maximizar o lucro, derivamos esta última expressão pela regra do produto e igualamos a zero:
L’ = (–2)(x –8) + (100 – 2x)(1) = 0.
E resolvemos a equação de 1º grau resultante:
–2x + 16 + 100 – 2x = 0
4x = 116 → x = 116/4 = 29
Como L é uma função quadrática com coeficiente líder negativo, esse único ponto crítico obtido é o máximo global.
1998 – QUESTÃO 13
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmativas sobre a função:

f(x) = ; x ∈ R:
(0) Apresenta ponto de inflexão para x = 2,5
RESOLUÇÃO
Seguindo o mesmo procedimento das questões anteriores:
f’(x) = x² – 5x – 14
f’’(x) = 2x – 5
Para ponto de inflexão:
f’’(x) = 0
2x – 5 = 0
x = 5/2
Se x > 5/2, f’’(x) > 0
Se x < 5/2, f’’(x) < 0
O ponto é de inflexão.
Verdadeiro
(1) Apresenta ponto de máximo para x = 5
RESOLUÇÃO
Obtemos inicialmente os pontos críticos:
f’(x) = x² – 5x –14 = 0

x=
x1 = 7
x2 = –2
O ponto x = 5 não é ponto crítico e, em particular, não é ponto de máximo.
Falso
(2) Apresenta ponto de mínimo local para x = 7
RESOLUÇÃO
Analisando a derivada segunda no ponto crítico x = 7, temos:
f’’(x) = 2x – 5
f’’(7) = 14 – 5 = 9 > 0
Ponto de mínimo local.
Verdadeiro
(3) Apresenta descontinuidade em x = 2,5.
RESOLUÇÃO
Funções polinomiais são sempre contínuas.
Falso
1999 – QUESTÃO 10

Dizemos que uma função f:R→R satisfaz a propriedade C nos pontos a, b e c quando f( )≤
(0) Qualquer trinômio do segundo grau satisfaz a propriedade C para quaisquer a, b, e c.
RESOLUÇÃO
Se f é uma função convexa e se α, β, e γ são números positivos tais que
α + β + γ = 1, então, para quaisquer a, b, c no domínio de f, temos:
f(αa + βb + γc) ≤ αf(a) + βf(b) + γf(c). A figura seguinte ilustra a situação:

O valor da função no ponto x = αa + βb + γc, f(αa + βb + γc) é sempre inferior ao triângulo cujos vértices são (a,f(a)), (b,f(b)), (c,f(c)).
É fácil ver que vale a desigualdade inversa se f é côncava pelos mesmos motivos.
No caso da questão, temos que f é um trinômio de segundo grau, ou seja,
f(x) = ax² + bx + c, e temos α = β = γ = 1/3. Ora, se a < 0, então, f é côncava e o que vale é a desigualdade contrária à proposta na questão.
Falso
(1) Se f é côncava, então, satisfaz a propriedade C para quaisquer a, b e c.
RESOLUÇÃO
Como foi descrito, a afirmação é falsa.
Falso
(2) Se f(x) = x³, então, f satisfaz a propriedade C se a, b e c são números reais positivos.
RESOLUÇÃO

Note que se a,b e c são números reais positivos, também é um número positivo. Como f(x) = x³ é convexa para x ≥ 0, como vimos, a propriedade é válida.
Verdadeiro
(3) Se f(x) = x³, então, f satisfaz a propriedade C se a, b e c são números reais negativos.
RESOLUÇÃO
Como vimos, sendo a função f(x) = x³ côncava para x negativo, a afirmação é falsa.
Falso
1999 – QUESTÃO 15
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmativas sobre a função:

; x ∈ R:
(0) Apresenta ponto de inflexão para x = 2,5
(1) Apresenta ponto de máximo local para x = 5
(2) Apresenta ponto de mínimo local para x = 9
(3) Apresenta descontinuidade em x = 2,5
RESOLUÇÃO
Note que esta questão é praticamente igual à Questão 13 do ano de 1998, já discutida. Só difere um pouco no problema de número (2). Pelo descrito anteriormente, as
respostas são:
(0) Verdadeiro
(1) Falso
(2) Falso
(3) Falso
2000 – QUESTÃO 7
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) Se f’ é estritamente crescente no intervalo (a,b), então, f é estritamente convexa neste intervalo.
RESOLUÇÃO
Se f’é estritamente crescente, então, f” > 0. Isso implica que f(x) é estritamente convexa.
Verdadeiro

(4) Os pontos de inflexão de no intervalo [–2π, 2π] são – π,0,π.


RESOLUÇÃO
Para determinar os pontos de inflexão, derivamos a função duas vezes e a igualamos a zero:

f’(x) = 3x²/6 + 2cos(x) – cos(x) + x sen(x)


f’(x) = x²/2 + cos(x) + x sen(x)
f”(x) = 2x/2 – sen(x) + sen(x) + x cos(x)
f”(x) = x + x cos(x) = 0.
x(1 + cos(x)) = 0
Obtemos um candidato a ponto de inflexão em x = 0 e outros, lembrando que x ∈ [–2π, 2π] em:
1 + cos(x) = 0 → cos(x) = –1 → x = –π ou π
Estes são os candidatos a ponto de inflexão. Os pontos serão de inflexão se houver troca de concavidade. Note que 1 + cos(x) ≥ 0, ou seja, o que determina o sinal da
derivada segunda é x. Vejamos seu sinal:
i) se x ∈ (–2π, –π), f”(x) < 0
ii) se x ∈ (–π, 0), f”(x) < 0
iii) se x ∈ (0, π), f”(x) > 0
iv) se x ∈ (π, 2π), f”(x) > 0.
Assim, o único ponto de inflexão é x = 0. Nos demais, a derivada segunda é zero, mas não ocorre a troca de concavidade.
Falso
2001 - QUESTÃO 2
A respeito da função f: R → R definida por f(x) = x³e–|x|, responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) A função f possui um ponto de máximo global.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, usamos os conceitos de função par e ímpar. Uma função é par quando f(–x) = f(x) e tem simetria com relação ao eixo y. Além disso, uma função é ímpar
quando f(–x) = –f(x) e tem simetria com relação à origem.
A função f(x) = x³e–|x| conta com uma multiplicação de duas funções: g(x) = x³ e h(x) = e–|x|. Note que g(x) = x³ é ímpar e que h(x) = e–|x| é par. A multiplicação de uma
função ímpar por uma par tem como resultado uma função ímpar (Também temos: par*par = par; ímpar*ímpar = par). Assim, a função f(x) = x³e–x é ímpar.
Para fazer o estudo da função, basta analisá-la para x > 0 e inferir o restante para x < 0, uma vez que a função é ímpar.
Se x > 0, então, a função se torna: f(x) = x³e–x.
Derivando a função:
f’(x) = 3x²e–x – x³e–x = x²e–x (3 – x)
Igualando f’(x) a zero, obtemos os pontos críticos, lembrando que x > 0 e que e–x > 0:
f’(x) = x² e–x (3 – x) = 0, implica x = 3.
Para determinarmos se o ponto é máximo ou mínimo, obtemos a derivada segunda e verificamos o sinal desta. Lembrando que, se f(x) = h(x)g(x)l(x).
f’(x) = h’(x)g(x)l(x) + h(x)g’(x)l(x) + h(x)g(x)l’(x)
Utilizamos a expressão acima para obtermos a derivada segunda:
f”(x) = (2x)(e–x)(3 – x) + (x²) (–e–x) (3 – x) + (x²) (e–x)(– 1)
f”(x) = xe–x (6 – 2x – 3x + x² – x)
f”(x) = xe–x (x² – 6x + 6) = 0
No ponto específico:
f”(3) = 3e–³ (9 – 18 + 6) = 3e–³ (–3) < 0
O ponto crítico é ponto de máximo local. Como não existem outros pontos críticos para x > 0, e a função é contínua, esse ponto é máximo global para x > 0.
Note que f(x) > 0 para x > 0. Como a função é ímpar, f(x) < 0, para x < 0. Em x = 0, f(x) = 0. Então, x = 3 é máximo global para x ∈ R, dado que a função é ímpar, e a
função terá um ponto de mínimo global em x = –3.
Verdadeiro
(1) A função f possui um ponto de mínimo global.
RESOLUÇÃO
Como vimos, a função tem um mínimo global em x = –3.
Verdadeiro
(2) A função f possui quatro pontos de inflexão.
RESOLUÇÃO
Tomando a derivada segunda da função acima para x ≥ 0 e igualando a zero:
f”(x) = xe–x (x² – 6x + 6) = 0
Como e–x > 0, ela será zero se x = 0 ou se x² – 6x + 6 = 0.
Esta última equação tem dois valores possíveis:
x = [6 ± (36 – 24)1/2]/2 = [6 ± (12)1/2]/2
Note que ambos são positivos, pois 6 > 121/2. Como a função tem dois candidatos a pontos de inflexão em x > 0, ela terá também dois em x < 0. Entretanto, note que existe
um outro candidato a ponto de inflexão em x = 0. Assim, são cinco os candidatos a pontos de inflexão. Como a função é ímpar, o ponto
x = 0 é de inflexão: f(–x) = –f(x), implica f”(–x) = –f”(x). Assim, a função terá um, três ou cinco pontos de inflexão, mas nunca quatro.
Falso
(4) A função f possui um ponto de mínimo local no ponto x = 0.
RESOLUÇÃO
Como vimos, este é um ponto de inflexão.
Falso
2002 - QUESTÃO 4

(1) A função f : R+ → R definida por , é sempre decrescente.


RESOLUÇÃO
Se a função for decrescente em todo o domínio, então, f’(x) ≤ 0 para todo
x ∈ R+. Derivando a função, temos:

Se x < 1,
sabemos que ln x < 0, o que implica 1 – lnx > 0.
Como x² > 0, f’(x) > 0 para x < 1.
Falso
(2) A função definida no item (1) é côncava no intervalo (0,1) e convexa no intervalo (1,∞).
RESOLUÇÃO
Sabemos que se f”(x) < 0, a função é côncava, e se f”(x) > 0, a função é convexa. Derivando novamente a expressão obtida no item anterior, temos:
Se x ∈ (0, 1), x³ > 0. Além disso, sabemos que ln x < 0 o que implica 1 – ln x > 0, que por sua vez implica (–1 – 2 (1 –ln x)) < 0,
Assim, para esse intervalo f”(x) < 0, e a função é côncava.
Se x ∈ (1, e), como x³ > 0, e, além disso, 0 < ln x < 1 o que implica 1 – ln x > 0 e em (–1 – 2 (1 –ln x)) < 0, temos que f”(x) < 0. Ou seja, a função também é côncava neste
intervalo.
Conclusão: a função é côncava em todo o intervalo (0, e) e não somente no intervalo (0,1), como está proposto no enunciado.
Falso
(3) Se f : R+ → R é uma função diferenciável, estritamente crescente, estritamente côncava e com f (0) = 0, então, f apresenta elasticidade menor do que 1 em todo o seu
domínio.
RESOLUÇÃO
Segundo o enunciado, a função é estritamente côncava. Então vale a relação para x > z:
.
Tomando z = 0, uma vez que x > 0, temos:

Sabemos pelo enunciado que, f (0) = 0 . Então ficamos com:

Como f é estritamente crescente, temos f‘(x) ≥ 0. Além disso, como f (0) = 0, segue que f(x) > 0, portanto, f‘(x)x / f(x) < 1.
Tomando y = f(x) e dy/dx = f‘(x), temos:

, que é, precisamente, a elasticidade da função f.


Verdadeiro
(4) A função f : (0,2π) → R definida por f(x) = cos(x) apresenta o dobro de pontos de inflexão apresentados por f‘(x).
RESOLUÇÃO
Como f (x) = cos(x) e f’(x) = – sen(x) são funções de gráfico conhecido, a análise gráfica é mais imediata do que a algébrica. De fato, como mostrado no gráfico seguinte
com as funções f (x) = cos(x) e g(x) = –sen(x) no intervalo (0,2π), temos:

Pela análise gráfica, nota-se que para f (x) = cos(x) no intervalo proposto há dois pontos de inflexão, nos pontos x = π/2 e x = 3π/2, e que f’(x) = –sen(x) tem um único ponto
de inflexão em x = π.
Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 8

(3) Se f”(x) < 0, para todo x ∈ [a, b], então, para x, y ∈ [a, b].
RESOLUÇÃO

Se f”(0) < 0, a função é estritamente côncava. Para funções estritamente côncavas vale a relação: , que difere da afirmação da questão.
Falso
2004 - QUESTÃO 6
Considerando a função f (x) = (x² – 1).(x – 3), assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) A equação f (x) = 0 tem, no máximo, duas raízes reais no intervalo [–3,3];
RESOLUÇÃO
Para obter as raízes das funções, temos:

Portanto, são três raízes no intervalo [–3,3]: –1, 1 e 3.


Falso
(1) A equação f’(x) = 0 tem, no mínimo, duas raízes reais no intervalo [–3,3].
RESOLUÇÃO
Derivamos e achamos as raízes da derivada:

São duas raízes reais . Ambas estão no intervalo [–3,3].


Verdadeiro
(2) A equação f”(x) = 0 tem, no máximo, uma raiz real no intervalo [–3,3].
RESOLUÇÃO
Derivamos novamente e obtemos a raiz:
f”(x) = 6x – 6 = 0
x=1
Verdadeiro
(3) f é crescente no intervalo (–∞, –3].
RESOLUÇÃO
A função será crescente se f’ > 0. Vejamos se isto é verdadeiro.
f’(x) = 3x² – 6x –1 = 0
Vimos que as raízes da derivada primeira estão no intervalo (–3, 3]. No intervalo dado, (–∞, –3] não existem raízes da derivada primeira. Além disso, note que todos os
valores da derivada primeira são positivos nesse último intervalo, uma vez que o termo de segundo grau predomina.
Verdadeiro
(4) f é côncava no intervalo (–∞, –3].
RESOLUÇÃO
Se f” < 0, a função será côncava. Vimos que a raiz de f”(x) é x = 1, ou seja, em todo o intervalo (–∞, –3]. a derivada segunda tem o mesmo sinal. Sabendo que f”(x) = 6x – 6,
a derivada segunda é sempre negativa no intervalo dado, e a função é côncava.
Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 7
Responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) Seja f : R → R uma função estritamente côncava e duas vezes continuamente diferenciável. Se a < b, então, f’(a) > f’(b).
RESOLUÇÃO
Se ƒ é estritamente côncava, então, f”(x) < 0. Se, f”(x) < 0, então f’(x) é decrescente, o que implica que se a < b, f’(a) > f’(b).
Verdadeiro

(2) Seja f : R → R uma função estritamente convexa tal que f(0) = 0. Então, .
RESOLUÇÃO
Para uma função estritamente convexa, vale a seguinte relação:
(f(a) + f(b))/2 > f((a + b)/2)
Se a = 0 e b = 1, temos:
(f(0) + f(1))/2 > f(1/2)
.
Reescrevendo a relação acima com f(0) = 0, temos:
f(1) > 2f(1/2), que é justamente a relação do enunciado.
Verdadeiro
(3) Seja f : R → R uma função contínua tal que, para qualquer x, f(x) = f(–x) ≥ 0. Então, f atinge um mínimo em x = 0.
RESOLUÇÃO
Se f(x) = f(–x) ≥ 0, a função é par e positiva. Existe uma simetria em torno de x = 0, mas nada garante que este ponto será um mínimo. Este ponto pode ser, por exemplo, um
máximo. Como em f(x) = e–x², que é uma função par e positiva, mas tem um máximo no ponto onde x = 0.
Falso
(4) Seja f : R → R uma função estritamente côncava tal que f(0) < f(1) . Então, f é estritamente crescente no intervalo [0,1].
RESOLUÇÃO
O gráfico hipotético a seguir mostra como a afirmação é falsa.

Falso
2005 - QUESTÃO 5

(1) A função atinge um mínimo em x = 0.


RESOLUÇÃO
Derivando essa função e igualando a zero, temos:

.
Isso implica que ex = e–x, ou seja, x = – x = 0.Esse é o único ponto crítico dessa função. Derivando novamente e substituindo o ponto x = 0, temos:

O ponto é de mínimo.
Verdadeiro

(2) A função atinge um máximo em x = 0.


RESOLUÇÃO
Derivando e igualando a zero, temos:

Como ex > 0 e e–x > 0, a relação acima não é satisfeita, e não existe ponto crítico na função. Em particular, não existe nenhum máximo local.
Falso

(4) g(x) = (1 + b)x é uma assíntota da função .


RESOLUÇÃO
Note que, por causa das raízes, a função f(x) é definida somente para x > 0 ou, se a for positivo, para x > a. Ou seja, a função não é definida para valores negativos e não
pode haver uma assíntota para x → –∞.
Calculando o limite dessa função no infinito, temos:

Segue que f(x) tem assíntota horizontal g(x) = 1 + b, e não a assíntota diagonal g(x) = (1 + b)x, como o enunciado indica.
Falso
2006 - QUESTÃO 4
Considere a função f(x) = x³ – 2x² + x – 1. Julgue as afirmativas seguintes:
(0) O ponto x = 1 é ponto de máximo local.
RESOLUÇÃO
Obtendo as derivadas primeira e segunda, temos:
Com a derivada primeira, obtemos os pontos críticos:

x1 = 1
x2 = 1/3
Vejamos qual dentre esses é ponto de máximo, ponto de mínimo ou ponto de inflexão:

O ponto x = 1 é de mínimo, contrariamente ao descrito no enunciado, e o ponto x = 1/3 é de máximo.


Falso
(1) Existe uma vizinhança do ponto x = 1 dentro da qual o menor valor que a função g(x) = f(x) + 1 assume é 0.
RESOLUÇÃO
Como x = 1 é ponto de mínimo local em f(x), ele tem uma vizinhança cujo menor valor é alcançado por esse mínimo. Se x = 1 é mínimo para f(x) , ele também será para g(x)
= f(x) + 1. Calculamos o valor dessa última função no ponto de mínimo local g(1) = f(1) + 1 = – 1 + 1 = 0. Ou seja, o menor valor na vizinhança de
x = 1 é o valor da função neste ponto, que é justamente zero.
Verdadeiro
(2) f(x) possui uma inflexão em x = 2/3.
RESOLUÇÃO
Temos f”(x) = 6x – 4 = 0 ⇒ x = 2/3.
Como f”(x) tem sinais diferentes à direita e à esquerda de x = 2/3, ou seja, ocorre uma troca de côncavidade, segue que este ponto é de inflexão.
Verdadeiro
(3) f(x) é convexa apenas na região (–∞, 1/3) e côncava apenas na região
(1, ∞).
RESOLUÇÃO
Como vimos, o ponto de inflexão da função é x = 2/3, onde a função troca de concavidade. Assim, a função f(x) apresenta a mesma concavidade no intervalo (–∞, 2/3).
Como nesse intervalo f”(x) < 0, a função é côncava. Então ela é convexa em (2/3, ∞), contrariando o proposto no enunciado.
Falso
2006 - QUESTÃO 7
Avalie as opções:
(1) A função f : R → R, f(x) = sen(x), não possui um máximo.
RESOLUÇÃO
A função f(x) = sen(x) possui máximos bem definidos nos pontos x = 2nπ + π/2 com n inteiro, ou seja, f(x) possui máximos, infinitos deles, não um único. Seguem duas
interpretações possíveis para o enunciado, ambas com a mesma resposta. A função seno não possui um máximo e sim infinitos máximos. Ou, alternativamente, a função
seno possui máximo em pontos bem definidos.
Falso
2007 - QUESTÃO 10
Sejam Q ⊂ R o conjunto dos números racionais e g : R → R a função definida por

Em que f : R → R é a função dada por f(x) = (x² – 9)².


Julgue os itens abaixo:
(2) f é convexa no intervalo (■,∞)
RESOLUÇÃO
Note que este problema não inclui a função g(x) e, sim somente, a função
f(x) = (x² – 9)².
Derivando a função duas vezes, temos:

Segue que no intervalo , a derivada segunda é negativa e a função é côncava, contrariando o enunciado.
Falso
(3) f(x) ≥ f(3) = f(–3), para todo x ∈ R.
RESOLUÇÃO
Temos f(x) ≥ 0 para todo x ∈ R. Como f(3) = f(–3) = 0, segue a afirmação proposta no enunciado.
Verdadeiro
(4) f é uma função crescente no intervalo [0,3] e no ponto x = 0, f possui um máximo local.
RESOLUÇÃO
Tomando a derivada primeira de f(x) = (x² – 9)², temos: f’(x) = 4x(x² – 9). Note que no intervalo [0,3] a derivada primeira é negativa, e a função é decrescente, e não
crescente como proposto no enunciado.
Falso
2008 - QUESTÃO 01

Sejam , e f: R→R a função dada por


f(x) = x³ + 3x – 4. Julgue as afirmativas:
(4) f é convexa no intervalo I = [−2,2].
RESOLUÇÃO
Sabemos que se f”(x) > 0, a função será convexa. Vejamos se isso ocorre no intervalo [−2,2]:
f’(x) = 3x² + 3
f”(x) = 6x
A derivada segunda será positiva somente para x > 0, e não para todo o intervalo proposto.
Falso
2009 - QUESTÃO 01
Seja f : RXR → R definida por f(x, y) = g(x)g(y), em que g : R → R é a função dada por g(x) = x²(2 – x). Seja a = 4/3 e K = [0,2] X [0,2]. Julgue os itens abaixo:
(0) g é decrescente no intervalo [0,a].
RESOLUÇÃO
Pelo enunciado temos, g(x) = x²(2 – x) = –x³ + 2x².
Derivando a função e obtendo os pontos críticos:
g’(x) = –3x² + 4x = 0
(–3x + 4)x = 0
x1 = 0
x2 = 4/3
Note que no intervalo x ∈ (0, 4/3), a derivada tem o mesmo sinal. Assim escolhemos um ponto arbitrário no intervalo, por exemplo, x = 1, temos:
g’(1) = –3 + 4 = 1 > 0.
Assim, a função é crescente em todo o intervalo, contrário do proposto no enunciado.
Falso
(3) g é convexa no intervalo (–∞, a/2).
RESOLUÇÃO
Obtendo a derivada segunda de g(x), temos:
g”(x) = – 6x + 4
O ponto de inflexão é obtido em:
– 6x + 4 = 0
x = 2/3
Assim, no intervalo(–∞, 2/3) ou (–∞, a/2), a derivada segunda tem o mesmo sinal. Para um ponto arbitrário, por exemplo, x = 0, temos:
g”(0) = 4 > 0.
A função é convexa em todo o intervalo proposto.
Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 02
Considere as funções f : R → R e g : R → R, em que

e g(x)= xex
Julgue as afirmativas:
(2) g é crescente em (–1,∞) e possui um máximo local em x = – 1.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, obtemos a derivada da função e os pontos críticos, se existirem:
g(x) = xex
g’(x) = ex + xex = (1+ x) ex = 0
x = –1
A função possui um único ponto crítico. Note que no intervalo (–∞,–1),
g(x) < 0 e a função é decrescente. Por outro lado, no intervalo (–1,∞), g’(x) > 0 e a função é crescente. Assim, o ponto crítico é de mínimo local.
Falso
(3) g é uma função convexa.
RESOLUÇÃO
Derivando, novamente, a função g(x), temos:
g”(x) = ex + (1 + x)ex = (2 + x) ex
Como ex > 0, o sinal da derivada é determinado por 2 + x. No intervalo (–∞,–2), g”(x) < 0, e a função é côncava.
Falso
(4) g”(x) > g’(x), para todo x ∈ R.
RESOLUÇÃO
Note que g”(x) = (2 + x)ex e g’(x) = (1 + x)ex. Como ex > 0 e (2 + x) > (1 + x), então g”(x) > g’(x), para todo x ∈ R.
Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 6

Considere as funções definidas por e . Julgue as afirmativas:


(0) g atinge máximo relativo em x = 2 e mínimo relativo em x = 4;
RESOLUÇÃO
Inicialmente obtemos os pontos críticos da função g(x):

São dois os pontos críticos, exatamente os citados no enunciado: x = 2 e x = 4.


Vejamos qual é ponto de máximo local e qual é ponto de mínimo local com a utilização da derivada segunda:

O ponto crítico em x = 2 é máximo local.

O ponto crítico em x = 4 é mínimo local.


Verdadeira
(1) g é crescente em [2,4];
RESOLUÇÃO
A função g(x) é um polinômio, portanto é contínua. Como vimos acima, em
x = 2 temos um máximo local e em x = 4 temos um mínimo local. A função é decrescente no intervalo (2, 4). Ou seja, a afirmação é falsa.
Podemos ainda verificar o sinal da derivada primeira em qualquer ponto no intervalo. Vejamos:

A função é decrescente, como já sabíamos.


Falsa

(2) ;
RESOLUÇÃO
Vejamos o valor desse limite.

Falsa
(3) f tem 2 assíntotas verticais:x = 1 e x = – 1;
RESOLUÇÃO
A função não é definida quando o denominador for zero. Assim temos dois pontos onde ela não é definida,
x² – 1 = 0
x² = 1
x = ±1
Esses pontos são os dois citados no enunciado.
Note que os limites em torno desses pontos são:

Então temos duas assíntotas verticais nos pontos x = –1 e x = 1, como foi proposto.
Verdadeira
(4) f tem um ponto crítico x que é ponto de máximo global, pois f”(x) < 0.
RESOLUÇÃO
Note que dois dos limites calculados no item anterior tendem para o infinito, ou seja, a função não tem máximo global e a afirmação é falsa.

A título de ilustração, vejamos se a função tem ponto crítico e se ele é de máximo local.

f’(x) tem um ponto crítico em x = 0. Vejamos se ele é ponto de máximo local:

Assim, o ponto é de máximo local e não de máximo global.


Falsa

5 – ESTUDO DE FUNÇÕES SEGUNDA PARTE

Neste capítulo são agrupadas as questões que utilizam alguns dos mesmos conceitos do anterior, mas de uma forma menos direta e mais teórica. Devido à maior
complexidade de resolução desses problemas, optou-se por discuti-los em separado.
1996 - QUESTÃO 1
(0) Uma função f : R → R duas vezes derivável é estritamente côncava se, e somente se, a sua derivada segunda é estritamente negativa.
RESOLUÇÃO
Vimos anteriormente que se f”(x) < 0, a função é estritamente côncava. Entretanto, a recíproca não é necessariamente verdadeira. Se uma função é estritamente côncava, ela
não necessariamente terá derivada segunda estritamente negativa, uma vez que essa pode eventualmente se anular.
Segue um exemplo: a função f(x) = –x4 é estritamente côncava em todo o domínio. Vejamos o que indica sua derivada segunda, f’’(x) = –12x². Em todos os pontos x ≠ 0, ela
é negativa, entretanto, se x = 0, a derivada segunda é zero.
Ou seja, a derivada segunda não precisa ser estritamente negativa para que a função seja estritamente côncava.
Falso
(2) Seja f : R → R uma função convexa e derivável, exceto em um ponto, no qual possui derivada à direita positiva e à esquerda negativa. Então, esse ponto é um mínimo
global para f.
RESOLUÇÃO
Se f(x) é convexa, f’(x) é crescente. Se a derivada lateral à direita do ponto especificado é positiva, todas as derivadas para valores de x superiores também serão positivas.
Assim, a função é crescente em todo o intervalo à direita do ponto onde a derivada não existe. Ao contrário, se a derivada lateral à esquerda do ponto onde a derivada não é
definida é negativa, em todos os pontos com valores de x inferiores, a derivada também será negativa. Conclui-se que f(x) é decrescente até o ponto especificado e crescente
após esse ponto. Esse ponto é, portanto, um ponto de mínimo global.
Verdadeiro
1997 - QUESTÃO 4
(1) Se fe g são funções reais de variável real tais que f é convexa e g é côncava, então, 5f – 2g é convexa.
RESOLUÇÃO
Como f é convexa, f’(x) é crescente, e, portanto, 5f’(x) também é crescente. Como g é côncava, g’(x) é decrescente, e, portanto, –2g’(x) é crescente. Segue que h’(x) = 5f’(x)
– 2g’(x) é crescente, pois a soma de crescentes é crescente. Ou seja, h(x) = 5f(x) – 2g(x) é convexa.
Verdadeiro
(2) Se f e g são funções reais de variável real tais que f, f’, g e g’ são crescentes, então, a função produto h(x) ≡ f(x) . g(x) é convexa.
RESOLUÇÃO
Como indica o enunciado, h(x) = f(x) g(x). Derivando essa função pela regra do produto, temos: h’(x) = f’(x) g(x) + f(x) g’(x).
Para que h(x) seja convexa, basta concluir que h’(x) é crescente. Assim, devemos ter ambos os termos da soma que determina essa variável positivos. Vejamos se isso
ocorre.
Sabemos que f e g são crescentes, ou seja, f’ e g’ são positivas. Acontece que h’(x) será necessariamente crescente se f(x) e g(x) forem ambas positivas, pois assim os dois
termos da soma seriam positivos, o que não é afirmado
no enunciado.
Falso
2000 - QUESTÃO 7
(2) Se f é estritamente côncava em (a,b), então, vale a desigualdade para todo x ∈ (a,b).
RESOLUÇÃO
O enunciado diz que a reta que une os pontos (x, f(x)) e (b, f(b)) tem inclinação maior do que a inclinação da reta que une (a, f(a)) e (b,f(b)). O gráfico hipotético de uma
função estritamente côncava seguinte mostra que isto não é verdade:

Falso
(3) Se f é côncava e derivável no intervalo aberto (a,b), então, , para todo x, y ∈ R.
RESOLUÇÃO
Note que a afirmação acima induz ao erro. Segue uma definição de função côncava.
Seja f uma função derivável no intervalo I em R. Então, f é côncava em I se, e somente se: para todo x, y ∈ I.
Note que nesta definição x, y ∈ I, ou seja, o mesmo intervalo onde a função é côncava. No caso do enunciado deste problema x, y ∈ R, mas não necessariamente pertencem
ao intervalo (a,b). Se x, y ∈ (a,b) a afirmação é verdadeira, caso contrário, pode ser falsa. De fato, essa propriedade não tem porque valer em R.
Falso
2003 - QUESTÃO 8
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) Se f : [a,b] → R é derivável e para todos x0 < x < x1 pertencentes ao intervalo [a,b], vale , então, f’(x0) ≤ f’(x1) para x0 <
x1 pertencentes ao intervalo [a,b].
RESOLUÇÃO

Como, segundo o enunciado, vale a relação

para todo x pertencente ao intervalo [a,b], e sabendo que , temos: . Também pelo enunciado, vale a relação

. Sabendo que , obtemos ≤ f’(x1).


Então, por fim, como proposto, obtemos:
f’(x0) ≤ f’(x1) .
Verdadeiro
(1) Se f(x) = (1 + i)x, 0 < x < 1 e i > 0 , então, (1 + i)x < 1 + ix.
RESOLUÇÃO
Note inicialmente que x ∈ (0,1). Seja r(x) = 1 + ix uma reta. Estendendo f(x) e r(x) continuamente para o intervalo [0,1], vemos que f(0) = 1 = r(0) e f(1) = 1 + i = r(1). Ou
seja, r(x) é uma reta e, além disso, f(0) = r(0) e f(1) = r(1) .
Resta saber se f(x) assume valores menores que r(x) em x ∈ (0,1), como proposto no enunciado. Para tanto, basta analisar a convexidade de f(x).
Reescrevendo f(x) na base natural:
f(x) = eln(1 + i)x = ex ln(1 + i)
Derivando duas vezes:
f’(x) = ex ln(1 + i) ln(1 + i)
f”(x) = ex ln(1 + i) ln²(1 + i)
Como exln(1 + i) > 0 e ln²(1 + i) > 0, então, f”(x) > 0, e a função , f(x) = (1 + i)x é estritamente convexa. Segue que r(x) = 1 + ix > f(x) = (1 + i)x para todo x ∈ (0,1).
Verdadeiro
(4) Se f”(x) > 0 , para todo x ∈ [a,b], então, f(x) < f’(b) (x – b) + f(b), para
x ∈[a,b].
RESOLUÇÃO
Se f”(x) > 0, a função é convexa. Uma função convexa tem a seguinte propriedade: f(x) – f(y) ≥ f’(y)(x – y) para todo x, y ∈ D, no qual D é o domínio da função.
Reescrevendo a relação descrita no enunciado do problema, temos:
f(x) – f(b) < f’(b)(x – b). Como x e b estão no domínio de f(x), então tome
y = b, e essa relação proposta contraria a propriedade da função convexa.
Falso
2004 - QUESTÃO 2
Responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(2) Se f(x) é uma função côncava, e r(x) é sua reta tangente, então, r(x) ≥ f(x) para qualquer x no domínio de definição de f.
RESOLUÇÃO
Se f(x) é côncava, então, vale a relação: f(x) – f(y) ≤ f’(y)(x – y). Como r(x) é uma reta tangente a f(x) em um ponto específico y, r(y) = f(y) e r’(y) = f’(y).
Assim,reescrevemos a relação de função côncava como: f(x) – r(y) ≤ r’(y)(x – y). Mas r’(y) é a inclinação da reta que é dada por:

Substituindo esse valor na expressão acima, temos:

Em que: f(x) ≤ r(x).


Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 8
Avalie as afirmativas:
(0) Seja f : R → R uma função duas vezes continuamente diferenciável. Se f atinge um máximo local estrito em x0, então, f’(x0) = 0, f”(x0) ≤ 0.
RESOLUÇÃO
Em um máximo local estrito, caso as derivadas primeira e segunda existam como descrito no enunciado, necessariamente f’(x0) = 0 e f”(x0) ≤ 0. Ou seja, a derivada segunda
em um ponto de máximo não é necessariamente negativa, ela pode ser zero. Entretanto, note que a recíproca seria verdadeira se f’(x0) = 0 e f”(x0) < 0, f(x0) é um ponto de
máximo local estrito.
Falso
2006 - QUESTÃO 11
Avalie as opções:
(1) A função diferenciável f : R → R é estritamente crescente se, e somente se, f ’(x) > 0 em todo o domínio.
RESOLUÇÃO
A afirmação do enunciado não é verdadeira, uma vez que uma função pode, por exemplo, ter um ou mais pontos com f “(x) = 0 e ser estritamente crescente.
Segue um exemplo: a função f (x) = x³ é estritamente crescente, mas f’(0) = 0.
Falso
2008 - QUESTÃO 06
Seja f: I →R uma função definida em um intervalo aberto I ⊂ R. Sejam a, b ∈ I e (xn) a sequência definida por:
xn = (1 – λn )a + λn b

em que . Julgue as afirmativas:


(2) Se f é contínua, todo mínimo local de f é um mínimo global.
RESOLUÇÃO
Se a função for contínua e convexa, então o mínimo local é também global. Porém, nada sabemos sobre a concavidade da função.
Falso
(3) Se f é convexa, todo mínimo local de f é um mínimo global.
RESOLUÇÃO
Note que f: I →R é definida em um intervalo aberto I ⊂ R. Assim, o mínimo não pode ser obtido nos limites do domínio. Se a função for convexa e tiver mínimo local, como
I é aberto, este mínimo será obtido em um ponto interior de I. Dada a concavidade da função, este ponto é de mínimo global.
Verdadeiro

6 – CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

Aqui serão discutidas questões que utilizam o conceito de continuidade de funções. No capítulo seguinte discutiremos as questões que também utilizam esse tópico em
conjunto com o conceito de diferenciabilidade de funções. Segue a definição de continuidade de funções.
Para que uma função seja contínua no intervalo (a,b), ela deve satisfazer três requisitos:
a) A função deve ser definida em todos os pontos do intervalo;

b) Os limites laterais em todos os pontos do intervalo devem existir e assumir valores iguais. Isto é, , onde L é finito para todo
x ∈ (a,b);

c) O valor da função deve ser igual ao valor do limite no mesmo ponto. Ou seja, para todo x ∈ (a,b).
Se a função não satisfizer qualquer dos três requisitos, ela não é contínua no ponto.
1996 - QUESTÃO 5

(0) Dado que para x ≠ 0, para que f seja contínua em R, f(0), deve valer 0.
RESOLUÇÃO
A função proposta no enunciado será contínua se satisfizer os três requisitos descritos. Inicialmente, note que a função é definida em todos os pontos. Para x ≠ 0, temos

e para x = 0, f(0) = 0. Assim, o requisito 1 foi satisfeito.


Além disso, para x ≠ 0, temos uma função contínua, pois é o produto de duas outras contínuas, as funções h(x) = sen8x e g(x)=1/x, com x ≠ 0. Assim, a única possibilidade de
descontinuidade é em x = 0.
Vejamos se os dois outros requisitos para continuidade são satisfeitos para esse ponto. Como segundo requisito, temos:

, com L finito.
Temos que:

Como esses limites são indeterminado, usamos a regra de L’Hopital, que é descrita em detalhes no capítulo sobre limites. Segundo essa regra, limites indeterminados no

formato desse problema, , podem ser calculados da seguinte forma:


Assim, para determinar o valor do limite indeterminado, derivamos o numerador e o denominador em separado.

.
O segundo requisito foi satisfeito.
Entretanto, note que isso não ocorre com o terceiro:

Como 8 é diferente de zero, a afirmação é falsa.


Falso
(1) f(x) = |x – 1| é contínua em todo o seu domínio.
RESOLUÇÃO
Note que a função pode ser analisada em duas partes, dependendo do sinal do módulo. Se x – 1 ≥ 0, então f(x) = x – 1, que é um polinômio, uma função contínua.
Se x – 1 < 0, então f(x) = 1 – x, que também é um polinômio, e também contínua.
Ou seja, um único ponto, x = 1, pode apresentar uma descontinuidade da função, pois em todos os demais a função é um polinômio. Note que nesse ponto a função satisfaz
os três requisitos para continuidade:
a) A função é definida no ponto;
b) Os limites laterais existem e assumem o mesmo valor:

c) Os limites laterais assumem o mesmo valor da função no ponto:

Ou seja, a função é contínua em todo o domínio.


Verdadeiro
(3) Se f : [0,1] → [0,1] é continua em [0,1], existe x ∈ [0,1] tal que f(x) = x.
(Sugestão: desenhe um gráfico).
RESOLUÇÃO
Este enunciado nos diz que o gráfico de uma função f : [0,1] → [0,1] necessariamente corta ou toca a diagonal do quadrado [0,1] × [0,1] em pelo menos um ponto. Veja o
diagrama a seguir.
Ora, se f(0) = 0 ou f(1) = 1, não há o que demonstrar, pois a relação f(x) = x já foi satisfeita.
Caso contrário, se f(0) > 0 e f(1) < 1, qualquer “fio” contínuo que liga f(0) e f(1) vai necessariamente ter que cortar a diagonal.
Note que esse é o teorema do ponto fixo de Brouwer para funções de uma variável.
Verdadeiro
1997 - QUESTÃO 1
Seja R o conjunto dos números reais. Classifique como verdadeira ou falsa as afirmações a seguir:
(2) f : R → R é uma função contínua em x = x0, desde que f (x0) exista.
RESOLUÇÃO
Aqui, devemos ter cuidado com a interpretação. Como discutido anteriormente, para a função ser contínua, ela deve satisfazer três condições. Assim, se a função for contínua
em x = x0, necessariamente f (x0) existe, e a resposta seria verdadeiro. Entretanto, a recíproca não é verdadeira. Se f (x0) existe, não necessariamente implica que a função
será contínua, e a resposta seria falso, como proposto no gabarito. Dessa maneira a resposta depende de como foi entendida a questão, do primeiro modo ou do segundo.
Verdadeiro/Falso
2000 – QUESTÃO 2
Responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) A função , se x ∈ R {0} e f(0) = 1 é contínua em 0.


RESOLUÇÃO
Temos que f(x) é contínua se x ≠ 0. Vejamos se isso ocorre em x = 0. Para tanto, calculamos os limites laterais:

Os limites laterais são diferentes, e o limite não existe. Assim, a função não
é contínua.
Falso
2002 – QUESTÃO 3
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) Seja .
A função f é contínua sobre R.
RESOLUÇÃO
Temos que f (x) é contínua se x ≠ 0, pois é um produto de funçõs contínuas. Assim, precisamos verificar a continuidade da função em x = 0. Inicialmente note que a função é

definida neste ponto. Então devemos verificar se . Vejamos:

Como o limite é indeterminado, usamos a regra de L’Hopital, derivando o numerador e o denominador separadamente, lembrando que n é um número:

.
Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 9
Avalie as afirmativas:
(4) Seja h(x) = f (x) g(x). Se h(x) é contínua, então, f e g também o são.
RESOLUÇÃO
Tome f (x) = 0 e g(x) uma função descontínua qualquer limitada. Isso implica que h(x) = 0. Temos que h(x) = f (x) g(x) contínua, mas g(x) não é contínua. Note que se a
afirmação do enunciado fosse invertida, a afirmação seria verdadeira. Ou seja, dadas duas funções contínuas f (x) e g(x), a função h(x), definida como h(x) = f (x) g(x),
também será contínua.
Falso
2006 - QUESTÃO 7
Avalie as opções:
(2) Seja f : [0,1] → [0,1] uma função crescente. Então, se definir a função
g(x) = f(x) – x pode-se garantir que exista x* tal que g(x*) = 0 só se f for também contínua.
RESOLUÇÃO
Note que essa questão é semelhante à descrita anteriormente (item (3) da questão 5 do ano de 1996). Aqui devemos ter cuidado com o termo “só se” do enunciado.
Se f(x) for contínua, podemos garantir que x* existe tal que g(x*) = 0, como descrito no teorema do ponto fixo. Seja f : [0,1] → [0,1] uma função contínua. Sabendo que g(x)
= f(x) – x, para um determinado valor de x*, temos
g(x*) = 0 = f(x*) – x*, ou seja: f(x*) = x*. A função f(x) corta ou toca a diagonal do quadrado [0, 1] × [0, 1].
Entretanto, se f(x) não for contínua, não podemos garantir a existência de x*, como mostra o diagrama a seguir com uma possível função crescente f(x). Note que a diagonal
do quadrado é o espaço onde f(x) = x, e pela descontinuidade da função, esse espaço não é atingido no diagrama.

Porém, tome uma função f(x) descontínua crescente tal que f(0) = 0 ou f(1) = 1.
Ela é crescente e, necessariamente, g(x*) = 0 em um dos extremos do domínio. Com uma função assim descontínua, podemos garantir que em algum ponto, x*, g(x*) = 0.
Falso
2007 - QUESTÃO 4
Considere as funções:
Com relação aos conceitos de continuidade e diferenciabilidade, julgue os itens a seguir:
(0) A função f é contínua em x = ■.
RESOLUÇÃO
Em todos os ponto x ≠ 0, a função é contínua. Vejamos se f(x) é contínua em x = ■.
A função f(x) é definida em todos os pontos, inclusive em x = 0.

Os limites laterais de f(x) em torno de x = 0 são os seguintes: . Ou seja, são iguais.


O valor da função em x = 0, f(0) = 0, é igual aos limites laterais, a terceira propriedade também é satisfeita e a função é contínua no ponto.
Verdadeiro
2007 – QUESTÃO 10
Sejam Q ⊂ R o conjunto dos números racionais e g : R → R a função definida por

em que f : R → R é a função dada por f(x) = (x² – 9)². Julgue os itens abaixo:
(0) g é contínua em apenas três pontos: .
RESOLUÇÃO
Seja f : R → R dada por f(x) = a para x racional e f(x) = b com a ≠ b, quando x é irracional. Então, todo o número real é ponto de descontinuidade de f, pois não existe
, seja qual for a ∈ X.
Assim, segundo esse corolário, g(x) será contínua em x se, e somente se,
f(x) = 81, ou seja, x² – 9 = ± 9, o que dá .
Seguindo o exemplo acima, g(x) será contínua apenas nos três pontos citados, pois neles .
Verdadeiro
(1) g é descontínua em todos os pontos x ∈ R.
RESOLUÇÃO
Pelo discutido acima, a função é contínua em três pontos.
Falso
2008 - QUESTÃO 09
Para cada subconjunto A ⊂ R a função característica Xa: R → R é definida por Xa(x) = 1, se x ∈ A e Xa(x) = 0, se x ∉ A. Sejam f, g: R→R funções definidas por

,
em que Q ⊂ R é o conjunto dos números racionais e h : R → R é a função definida por h(x) = x2. Julgue as afirmativas:
(1) g não é contínua em x = 0.
RESOLUÇÃO
Note que a função será contínua: se for definida no ponto; se os limites laterais existirem; e se a função no ponto dado assumir o valor do limite.

Vejamos. Note que a função g(x) é definida em todos os pontos da reta real, uma vez que: , se x ∈ R – Q; , caso contrário.

Assim, em particular, a função é definida em x = 0, . Além disso, como , necessariamente temos:

Falso
2009 - QUESTÃO 02
Considere as funções f : R → R e g : R → R, em que

e g(x)= xex
Julgue as afirmativas:
(0) f é contínua em 0, para todo a ∈ R.
RESOLUÇÃO
Note que a função é contínua para x ≠ 0, e é definida em todos os pontos, inclusive em x = 0. Para x ≥ 0, temos f(x) = 1. Assim, a função f será contínua em x = 0 se

, o que é observado.
Verdadeiro

7 – DIFERENCIABILIDADE DE FUNÇÕES

Neste capítulo são discutidas as questões que tratam da diferenciabilidade de funções. Uma função só será diferenciável se for contínua no ponto. Além disso, a derivada
deve existir, ou seja, os limites laterais que definem a derivada devem existir e ter o mesmo valor finito:

, onde L é finito.
1996 - QUESTÃO 5

(2)
é contínua, mas não diferenciável em [■,■].
RESOLUÇÃO
Note inicialmente que f(x) = x(x – 1) é contínua em (0,1), pois é um polinômio. Note ainda que a função como definida no enunciado é contínua em todo o domínio, pois
satisfaz os três requisitos para a continuidade.
A função é definida para todos os valores de x. Além disso, os limites laterais em x = 0 e em x = 1 existem e assumem o mesmo valor.

E, por fim, a função nesses pontos assume o mesmo valor dos limites:

Como a função é um polinômio nos intervalos (–∞,0), (0,1) e (1,∞), ela é diferenciável em todos os pontos destes. Para a função ser diferenciável em [0,1], ela deve ser
diferenciável também nos pontos x = 0 e x = 1. Entretanto, note que os limites laterais que definem a derivada não são iguais nestes pontos. Vejamos para o primeiro desses
pontos.
À direita temos:
À esquerda temos:

A função não é derivável em x = 0 e o mesmo vale para o ponto x = 1.


Ou seja, a função é contínua em [0, 1], como proposto no enunciado. Além disso, ela é diferenciável em (0,1), pois é polinomial, mas a derivada não existe nos pontos x = 0
e x = 1. O enunciado propõe que a função não é diferenciável em [0, 1]. Se a proposição fosse a função não é diferenciável em TODO o intervalo [0,1] seria verdadeira.
Entretanto, a função é diferenciável no intervalo (0,1). Como a função é diferenciável em parte do intervalo, não podemos afirmar que ela não é diferenciável em [0,1].
Falso
1998 - QUESTÃO 2
Identifique quais das seguintes afirmativas sobre a função y : R → R definida por são verdadeiras e quais são falsas:

(3) não existe.


RESOLUÇÃO
Note que a função é contínua em todos os pontos, inclusive em x = 0. Além disso, ela é derivável para x ≠ 0. Em x = 0, apesar da função ser contínua, a derivada pode não
existir, se os limites laterais forem distintos.
Para calcular a derivada, utilizamos o corolário.

Seja f : (a,b) → R derivável, exceto, possivelmente, num ponto c ∈ (a,b) onde f é contínua. Se existir , então, existirá f’(c) e, além disso, f’(c) = L.
Vejamos se isso ocorre.

Se x > 0, então, , e o limite com a derivada tem o seguinte valor:

Se x < 0, então, , e o limite com a derivada tem o seguinte valor:

Como os limites laterais são distintos, a derivada não existe.


Verdadeiro
1999 - QUESTÃO 12
(3) Se f : R → R é derivável em x = x0, então, | f(x)| é derivável em x = x0 desde que f(x0) exista.
RESOLUÇÃO
A função f(x) = x é um claro contra-exemplo para a afirmação acima.
f(x) = x é derivável em todos os pontos, mas |f(x)| = |x| não é derivável em
x = 0.
Falso
2000 - QUESTÃO 2

(1) Se f é derivável em todo x ∈ R, então,


RESOLUÇÃO
Reescrevendo o limite acima em um formato usual de derivada, substituindo s por –h/2 e vendo que s → 0 ⇔ h → 0, temos:

Esse limite é igual a f’(x) e não a 2f’(x), como proposto no enunciado. A afirmação só seria verdadeira se f’(x) = 0, ou seja, se f(x) = constante. Entretanto, para o caso geral
f’(x) ≠ 2f’(x), e o enunciado é falso.
Falso

(2) Se f : R → R é tal que , então, fé derivável em x.


RESOLUÇÃO
O limite acima é uma “estimativa” da derivada f’(x) quando não sabemos o valor de f(x), e, por isso, é às vezes chamada de “derivada fraca”. É claro que se f é derivável em
x, então, f’(x) tem de ser o limite acima. Mas mesmo que f não seja contínua em x e, portanto, não derivável, o limite acima pode existir.
Falso
2002 - QUESTÃO 3

(1) Seja A função f é continuamente diferenciável em (0,∞).


RESOLUÇÃO
Assim como foi feito anteriormente, primeiro verificamos se a função é contínua em todos os pontos. O único ponto que esta pode apresentar uma descontinuidade é x = 1,
pois nos demais pontos as funções que definem a função do enunciado são contínuas e diferenciáveis.
Sabemos que se x ≤ 1, então f(x) = log(x). Em x =1, temos: f(1) = log(1) = 0.
Se x > 1, então f(x) = (x² – 1)/2. Para que a função seja contínua em x =1, o limite desta quando x → 1 tem que ser 0.
Vejamos:

Sim, a função é contínua.


Para calcular a derivada, utilizamos novamente o corolário descrito anteriormente.

Seja f : (a,b) → R derivável, exceto, possivelmente, num ponto c ∈ (a,b) onde f é contínua. Se existir , então, existirá f’(c) e, além disso, f’(c) = L.
Derivando a função e calculando o limite, temos:
Se x > 1,

f(x) =

Se x ≤ 1,
temos f(x) = log(x). Reescrevendo log(x), que supostamente é o logaritmo na base 10, como função do logaritmo neperiano ficamos com: f(x) = ln(x)/ln(10).

Se a função do enunciado for realmente f(x) = log(x), a resposta do problema será falsa.
Entretanto, se f(x) = log(x) for entendida como f(x) = ln(x), a função será contínua e derivável, pois para x ≤ 1:

e a resposta seria verdadeira.


Anulada
(2) Se f é a função definida no item anterior, então, f é continuamente 2 vezes diferenciável em (0,∞).
RESOLUÇÃO
Como vimos, o único ponto onde a função pode não ser diferenciável é em
x = 1. Usando o mesmo corolário acima para x > 1, como a função é
f(x) = (x² – 1)/2, para a derivada segunda, temos:
f’(x) = (x) e f”(x) = 1

Fazendo o mesmo para x ≤ 1, como a função é f(x) = log(x), temos:

Como os limites laterais são distintos, a derivada segunda não existe. O resultado com f(x) = ln(x) também seria falso.
Falso
2002 - QUESTÃO 4
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) Seja ; então, f’(0) = f”(0) = 0.


RESOLUÇÃO
Como fizemos anteriormente, verificamos de início se a função é contínua. Como, a função do enunciado é contínua se x ≠ ■, devemos verificar se a função é contínua em x
= 0.
De fato:

e a função é contínua.

Assim, ela pode ou não ser diferenciável no ponto x = 0. Para os demais pontos, ela é derivável com derivada: .
Se o limite de f’(x) existir para x → 0, então, a derivada existe e assume esse mesmo valor, segundo o corolário já citado. Assim, temos:

Fazendo a substituição em f’(x) para facilitar o cálculo do limite, vemos que:

Para o outro limite lateral, temos:

Como os dois limites laterais existem e assumem o mesmo valor, esse é o valor da derivada no ponto:

Em particular, f’(x) também é uma função contínua, e podemos voltar a usar o corolário citado. Para obtermos o valor da derivada segunda, derivamos a função mais uma
vez para x ≠ 0:

Se temos
Que podemos reescrever como:

Utilizando raciocínio análogo ao utilizado anteriormente e também substituindo por para facilitar o cálculo do limite, temos:

Assim, como os limites laterais são iguais, e a derivada segunda existe, , confirmando o enunciado.
Verdadeiro
2007 - QUESTÃO 4
Considere as funções:

Com relação aos conceitos de continuidade e diferenciabilidade, julgue os itens a seguir:


(1) A derivada de f não é contínua em x = 0.
RESOLUÇÃO
Note que a derivada da função toma a seguinte forma: para x > 0, temos
f’(x) = 2x e para x < 0, temos f’(x) = – 2x.
Obtendo os limites laterais para a derivada em x = 0:

Então ficamos com:

Conforme vimos, como os limites laterais existem e são iguais, a derivada em x = 0 também existe e assume esse mesmo valor dos limites. Assim, as três propriedades
especificadas no capítulo anterior para a continuidade são satisfeitas e a derivada é contínua, ou seja, a afirmação é falsa.
Falso
(2) A função g é diferenciável em x = 1.
RESOLUÇÃO
Partindo da definição de derivada para g(x) em x = 1, temos os seguintes limites laterais:
≠ 1.
Portanto, g não é diferenciável em x = ■
Falso
(3) A segunda derivada de f é diferenciável em x = 0.
RESOLUÇÃO
Para x > 0, temos:
f”(x) = 2.
Para x < 0, temos:
f”(x) = –2.
Daí temos:

Portanto, independente de existir a derivada segunda em x = 0, ela não é contínua neste ponto, logo não pode ser diferenciável no mesmo.
Falso
(4) A função h, definida por h(x) = |f(x)|, não é diferenciável em x = 0.
RESOLUÇÃO
A função h(x) = |f(x)| toma o seguinte formato: h(x) = x², para x ∈ R. Uma função polinomial é diferenciável em todos os pontos.
Falso
2008 - QUESTÃO 9
Para cada subconjunto A ⊂ R a função característica XA: R → R é definida por XA (x) = 1, se x ∈ A e XA(x) = 0, se x ∉ A. Sejam f, g: R → R funções definidas por

,
em que Q ⊂ R é o conjunto dos números racionais e h : R→ R é a função definida por h(x) = x2. Julgue as afirmativas:
(0) f não é diferenciável em x = 0.
RESOLUÇÃO

Mostraremos que f’(0) = 0. Ou seja, que f é diferenciável e a derivada assume esse valor específico. Isto equivale a mostrar que .

Como , então . Assim, ficamos com . Mas note que . Assim, . Ou seja,

, e a função é diferenciável em x = 0.
Falso
(2) f + g é diferenciável em R.
RESOLUÇÃO
A função f + g é justamente

, que é diferenciável em R.
Verdadeiro
(3) (fg)’(x) = f (x)g’(x) + g(x) f ‘(x), para todo x real
RESOLUÇÃO
A função fg é zero em todos os pontos, pois , e o mesmo ocorre com sua derivada. Mas tanto f ‘(x) como g’(x) não são
definidas para x ≠ 0, pois nem f(x) e g(x) são contínuas nestes pontos. Logo a afirmação não tem sentido.
Falso
2009 - QUESTÃO 2
Considere as funções f: R→R e g: R→R , em que

e g(x)= xex
Julgue as afirmativas:
(1) Se a ≠ 0 então f não é derivável em 0.
RESOLUÇÃO
Vejamos se f é derivável em 0. Sabemos se a derivada existir que:

Note que se h > 0:

Para h< 0, temos:

Logo, , para qualquer valor de a, ou seja, f’(0) = 0, e a função é diferenciavel.


Falso

8 – FUNÇÕES COMPOSTAS E REGRA DA CADEIA

Este capítulo apresenta a resolução de problemas que tratam de funções compostas e que normalmente utilizam a regra da cadeia.
1997 - QUESTÃO 4
(0) Se f e g são funções reais de variável real tais que f’(x) > 0 e g’(x) > 0, para todo x, então, a função composta h(x) ≡ f(g(x)) é crescente.
RESOLUÇÃO
Em muitas das questões com função composta, utiliza-se a regra da cadeia. Derivando h(x) por essa regra, temos:
h’(x) = f’(g(x))g’(x)
Segundo o enunciado, f’(x) > 0, o que é o mesmo que f’(g(x)) > 0. Assim, como f’(g(x)) > 0 e g’(x) > 0, então, necessariamente, h’(x) > 0, e a função composta é crescente.
Verdadeiro
1999 - QUESTÃO 3
Sejam f: R→R e g: R→R funções contínuas. Ponha h(x) = f(g(x)) e
u(x) = g(f(x)). Classifique como V ou F as afirmações:
(0) u(x) = h(x) para x = 0.
RESOLUÇÃO
A afirmação não tem por que valer. Vejamos um exemplo:
Partindo de f(x) = 2x e g(x) = x + 1, temos:
h(x) = f(g(x)) = f(x + 1) = 2(x + 1) = 2x + 2
h(0) =2
u(x) = g(f(x)) = g(2x) = (2x) + 1 = 2x + 1
u(0) = 1.
Falso
(1) Se f é derivável, então, h também o é.
RESOLUÇÃO
Segue um contraexemplo. Sejam f(x) = x, que é uma função derivável, e
g(x) = |x|, o que implica que h(x) = f(g(x)) = f(|x|) = |x| que não é derivável em x = 0.
Falso
(3) Se h e u são deriváveis, então, h’(x) = u’(x) para todo x.
RESOLUÇÃO
Pela regra da cadeia em notação de diferenciais, temos:

h’(x) será igual a u’(x) se essas derivadas forem iguais:


(df/dg) (dg/dx) = (dg/df) (df/dx)
Reescrevemos essa expressão como:
(df/dg)/(dg/df) = (df/dx)/(dg/dx), assumindo que os denominadores são diferentes de zero.
Como df/dg = 1/(dg/df) e (df/dx)/(dg/dx) = df/dg, ficamos com:
(df/dg)² = df/dg.
Isso será verdadeiro somente se df/dg = 1 e não em qualquer caso.
Por exemplo:
Se f(x) = x² e g(x) = x +1, temos, pela regra da cadeia:
dh/dx = (2g)(1) = 2(x + 1) = 2x + 2
du/dx = (1)(2x) = 2x.
Então, de forma geral, h’(x) ≠ u’(x).
Falso
1999 - QUESTÃO 13
Seja g: R→R, duas vezes diferenciável. Defina h(x) = g((x – 1)³). Qual o valor de 10 + h”(1)?
RESOLUÇÃO
Escrevemos a função composta do enunciado denominando y = (x – 1)³. Ficamos, assim, com:
h(x) = g[y(x)] e y = (x – 1)³.
Derivando pela regra da cadeia:

Derivando novamente usando a regra da cadeia e a regra do produto:

Como:

Substituindo essas derivadas na regra da cadeia:

h’’(x) =
Substituindo x por 1 nessa expressão, sabendo que g: R→R é duas vezes diferenciável, temos:

h’’(1) =
10 + h”(1) = 10
2000 - QUESTÃO 7
(1) Se f e g são funções côncavas na reta R, deriváveis até a ordem 2 e
f’(x) ≥ 0, para todo x ∈ R, então, (f ° g)(x) é uma função côncava em R.
RESOLUÇÃO
Dada a função composta u(x) = f[g(x)], como realizado anteriormente, derivamos duas vezes, usando a regra da cadeia e a regra do produto:
du/dx = (df/dg)(dg/dx)
d²u/dx² = (d²f)/dg²)(dg/dx)² + (df/dg)(d²g/dx²).
Pelo enunciado, sabemos que f(x) e g(x) são côncavas, o que implica d²f/dg² ≤ 0 e d²g/dx² ≤ 0. Além disso, também pelo enunciado, sabemos que df/dg ≥ 0. Como
(dg/dx)² ≥ 0, necessariamente, d²u/dx² ≤ 0, e a função u(x) = f[g(x)] é côncava.
Verdadeiro

9 – FUNÇÕES INJETORAS E FUNÇÕES SOBREJETORAS

Neste capítulo foram incluídas as questões que utilizam os conceitos de função injetora e de função sobrejetora. Seguem as definições.
Uma função f: A→B será injetora quando, dados quaisquer x1, x2 ∈ A, f(x1) = f(x2) implica x1 = x2. Ou, em outras palavras: quando x1 ≠ x2 implicar f(x1) ≠ f(x2).
Uma função crescente em todo o domínio, como f: R→R definida como
f(x) = x, é um exemplo de função injetora. Note que a função f: R→R, definida como f(x) = x² não é injetora, pois para x1 ≠ x2, tal que x1 = – x2, temos f(x1) = f(x2).
Uma função f: A→B é sobrejetora quando para todo y ∈ B existe pelo menos um x ∈ A tal que f(x) = y.
Segue que o primeiro exemplo acima também é uma função sobrejetora, uma vez que para todo y ∈ R existe um x ∈ R tal que f(x) = y. O segundo exemplo não é uma
função sobrejetora, pois para y ∈ R, com y < 0, não existe y ∈ R tal que f(x) = y.
Uma função é bijetora se for injetora e também sobrejetora.
Por questões didáticas a ordem cronológica das questões não foi respeitada.
2002 - QUESTÃO 3
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(3) Se X = (–1,1), Y = R e , então, f é bijetiva.
RESOLUÇÃO
Como vimos, uma função bijetora (ou bijetiva) é injetora (ou injetiva) e sobrejetora (ou sobrejetiva) ao mesmo tempo. Vejamos se a função deste problema satizfaz as duas
propriedades.
Como vimos, para ser injetiva, temos: se x1 ≠ x2 , implica f(x1) ≠ f(x2).
Note que a função do enunciado é definida para x ∈ X = (–1,1).
Se x > 0, ou seja, x ∈ (0,1), temos:

Neste intervalo a função é contínua. Uma função contínua será injetora em um intervalo se for crescente ou decrescente em todo ele.
Derivando f(x), temos:

A função é estritamente crescente, implicando que a função é injetiva no intervalo.


Vejamos se isso ocorre com a função proposta no enunciado também se x < 0. Se x ∈ (–1,0), temos:

Derivando:

A função também é estritamente crescente e contínua, ou seja, também é injetiva no intervalo.


Resta saber se ela é crescente e continua para todo x ∈ (–1,1). Como os limites laterais da função em x = 0 são iguais ao valor da função no ponto,

a função é contínua e crescente em todo o intervalo e é, portanto, injetiva.


Como vimos, para a função ser sobrejetiva, para todo y ∈ Y = R, deve existir pelo menos um x ∈ (–1,1) tal que f(x) = y. Note que Y = R é o contradominio da função, e y =
f(x) com x ∈ (–1,1) é a imagem da função. Ou seja, para que a função seja sobrejetiva a imagem da função deve ser igual ao contradomínio.

Dado que a função é contínua e crescente em todo o domínio, basta verificar se a imagem também é toda a reta real, calculando os seguintes limites: e

. Segue que f(x) = y assume qualquer valor na reta real, isto é, a imagem (I) é igual ao contradominio e que f(x) é sobrejetiva.
Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 4

Dadas as funções e , avalie as afirmativas:


(2) A função f é injetora.
RESOLUÇÃO
Como vimos, uma função é injetora se x1 ≠ x2 implicar f(x1) ≠ f(x2). Vejamos se isso ocorre. Note inicialmente que a função não é definida em toda a reta real. O domínio
da função é dado por D = {x ∈ R: x ≠ 1}. Além disso, a função é contínua em (–∞,1) e também é contínua no intervalo (1,∞), pois é o produto de funções contínuas em cada um
dos intervalos.
Um dos requisitos para que a função seja injetiva e ser crescente ou descrescente em ambos intervalos. Se isso ocorrer devemos verificar se ela é injetiva em todo o dominio.
Verifiquemos se ela é crescente ou descrescente nos intervalos (–∞,1) e (1,∞) em separado. Derivando a função:

O denominador é positivo em todo o domínio.


Fazemos uma análise de sinal com o numerador.
x² – 2x – 3 = 0

x1 = 3
x2= – 1

A função não é crescente em todo o intervalo (-∞, 1) e nem em todo o intervalo (1,∞), ou seja, ela não é injetora em qualquer dos intervalos.
Falso
2006 - QUESTÃO 6
Avalie as opções:
(0) Seja f: [0,π] →R, f(x) = cos(x), então, f é injetora.
RESOLUÇÃO
Verificamos se a função é estritamente crescente ou decrescente no intervalo (0,π). Derivando a função, temos: f’(x) = –sen(x)
No intervalo proposto, f’(x) < 0, a função é estritamente decrescente e, portanto, injetora.
Verdadeiro
(2) Defina a imagem de D sob f como {f(x); x ∈ D} com notação f(D). Então, para dois conjuntos D e D’ quaisquer f(D ∩ D’) = f(D) ∩ f(D’).
RESOLUÇÃO
Vamos resolver esse problema com um contra-exemplo. Dados dois intervalos disjuntos, D e D’, então D ∩ D’ = ∅ e, consequentemente, f(D ∩ D’) = ∅. Entretanto, seja f
uma função não injetora tal que f(x) = f(x’) para x ∈ D e x’ ∈ D’. Dessa maneira, f(D) ∩ f(D’) ≠ ∅ e f(D ∩ D’) = ∅. Note que se a função fosse injetora, f(D) ∩ f(D’) seria o
conjunto vazio.
Falso
(3) Defina a imagem de D sob f como {f(x); x ∈ D} com notação f(D). Então para dois conjuntos D e D’ quaisquer , f(D ∩ D’) é um subconjunto de f(D) ∩ f(D’).
RESOLUÇÃO
Como discutido acima ,se a função for injetora, f(D ∩ D’) = f(D) ∩ f(D’). Caso a função não seja injetora, vale a relação f(D ∩ D’) é um subconjunto de
f(D) ∩ f(D’).
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 1

Sejam , e f : R → R a função dada por


f(x) = x³ + 3x – 4. Julgue as afirmativas:
(0) f não é uma função injetora.
RESOLUÇÃO
A função f(x) = x³ + 3x – 4 é um polinômio definido em toda reta real. Assim, se a função for crescente ou decrescente em todo o domínio, ela será injetora.
Vejamos se isso ocorre:
f(x) = x³ + 3x – 4
f’(x) = 3x² + 3 > 0
Como a derivada é positiva para todo x ∈ R, a função é crescente e, consequentemente, é injetora.
Falso
(3) f é uma função injetora e a − b =1.
RESOLUÇÃO
Como descrito no item anterior, já sabemos que a função é injetora. Também sabemos a partir do resultado do item (2) dessa questão que f(a – b) = 0.
Substituindo x =1 na função f(x) = x³ + 3x – 4, temos: f(1) = 0.
Assim, como a função é injetora, segue que necessariamente a – b = 1.
Verdadeiro

10 – FUNÇÕES INVERSAS

Aqui são agrupadas as questões que utilizam o conceito de função inversa.


1996 – QUESTÃO 3
Indique se cada afirmativa é verdadeira ou falsa:
(4) Considere y = f(x), em que f : R → R. Uma condição necessária para a existência da função inversa f–1(y) = x é que f(x) seja uma bijeção.
RESOLUÇÃO
Para que a função inversa f–1(y) = x exista, f(x) tem que ser injetora, pois para cada y deve existir um único x tal que f–1(y) = x. Uma função só terá inversa se for injetora.
Por exemplo, como vimos, a função f : R → R definida como f(x) = x² não é injetora. Assim, essa função não tem inversa, pois para cada y > ■ existem dois valores de x tal
que f–1(y) = x.
Além disso, no caso desse problema, ela deve ser sobrejetora. Vejamos. A função no enunciado é definida como f : R → R. Então a função inversa é definida, se existir,
como f –1: R → R. Para que a função inversa tenha como domínio toda a reta real, a imagem da função direta deve ser toda a reta real. Ou seja, a função direta deve ter
imagem e contradomínios iguais a toda a reta real e, portanto, a função deve ser sobrejetora.

Segue um contraexemplo. Tome a função f : R → R definida como . O domínio da função é toda a reta real: D = R. Note que a função é contínua e crescente
em todo o domínio. A imagem dessa função é Im f(x) = (–1,1). Note que não podemos definir uma função inversa cujo domínio seja a reta real f –1: R → R. Por exemplo,
não existe a função inversa em y = 1, f –1(1), pois a imagem da função direta não assume esse valor. Ou seja, função f não é sobrejetora.

Entretanto, tome uma função f : R → (–1,1) definida como . Nesse caso, a imagem é igual ao contradomínio, f –1: A → R com A = (–1, 1), e a função é
sobrejetora, e a função inversa existe.
Verdadeiro
2000 - QUESTÃO 2

(4) Se f é tal que f(0) = 5 e , então, (f–1)’(5) = 4.


RESOLUÇÃO
Dada uma função f(x) e sua inversa f–1(x), temos a seguinte relação para as derivadas:
(f–1(x))’ = 1/f’( f–1(x))

No caso deste problema, segundo o enunciado, sabemos que a derivada da função é .


Usando a relação anterior, temos:
(f–1(t))’ = 1/f’(f–1(t)) = 1/cos²((π/3)ln(e + f–1(t))
Também, segundo o enunciado, como f(0) = 5, então, f–1(5) = 0.
Substituindo essa última informação na relação acima, temos:

Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 6
Avalie as opções:
(4) Defina a imagem inversa de D sob f como {x ∈ dom(f); f(x) ∈ D}com notação f–1(D). Então, tem-se f–1(D ∩ D’) = f–1(D) ∩ f–1(D’).
RESOLUÇÃO
Sabemos pelo enunciado que:
f–1 (D) = {x ∈ dom(f); f(x) ∈ D}
Assim, a partir disso, temos:
f–1(D ∩ D’) = {x ∈ dom(f); f(x) ∈ D ∩ D’}
f–1(D) ∩ f–1(D’) = {x ∈ dom(f); f(x) ∈ D} ∩ {x ∈ dom(f); f(x) ∈ D’}
Mas note também que temos:
{x ∈ dom(f); f(x) ∈ D ∩ D’} = {x ∈ dom(f); f(x) ∈ D} ∩ {x ∈ dom(f); f(x) ∈ D’}
Sendo assim, o proposto no enunciado é verdadeiro.
Verdadeiro

2008 – QUESTÃO 3
Seja f : X →Y uma função qualquer. Para cada subconjunto H ⊂ Y, seja
f –1(H) = {x ∈ X : f (x) ∈ H} a imagem inversa de H por f. Se A, B ⊂ Y são subconjuntos quaisquer de Y, então julgue as afirmativas:
(0) f –1(A ∪ B) = f –1(A) ∪ f –1(B) .
RESOLUÇÃO
Segue uma demonstração:

Concluindo:
f –1(A ∪ B) = f –1(A) ∪ f –1(B).
Verdadeiro
(1) f –1(A ∩ B) = f–1(A) ∩ f –1(B).
RESOLUÇÃO
Segue uma demonstração similar a realizada no item anterior:
Verdadeiro
(2) se A ⊂ B, então f –1(B) ⊂ f –1(A).
RESOLUÇÃO
O contrário do proposto que é verdadeiro. Se A ⊂ B então f –1(A) ⊂ f –1(B), pela própria definição.
Falso
(3) f –1(Ac) ≠ [ f –1(A)]c, em que o sobrescrito c denota o complementar do conjunto subjacente.
RESOLUÇÃO
A afirmação é falsa. O verdadeiro é a relação:
f –1(Ac) = [ f –1(A)]c
Segue uma demonstração:
x ∈ f –1(Ac) ⇔ f (x) ∈ Ac ⇔ f (x) ∉ A ⇔ x ∉ f –1(A) ⇔ x ∈ [ f –1(A)]c.
Falso
(4)
RESOLUÇÃO

Essa afirmação é verdadeira: .


Verdadeiro

11 – OUTRAS QUESTÕES

Aqui, são agrupadas as demais questões da segunda parte do texto, que, por diferirem na metodologia de resolução de todas as demais dos capítulos anteriores, foram
apresentadas em separado.
1997 - QUESTÃO 1
Seja R o conjunto dos números reais. Classifique como verdadeira ou falsa as afirmações:
(0) A união de dois intervalos abertos de R é sempre um intervalo aberto de R.
RESOLUÇÃO
Um intervalo aberto em R com b > a é denotado pelo símbolo (a, b) e definido como: (a, b) = {x |a < x < b}.
Se a interseção entre dois intervalos for diferente do conjunto vazio, por exemplo, (a,b) ∪ (c,d), sendo que a < c < b < d, então temos (a, d), um intervalo aberto, como
proposto no enunciado.
Note que a união de dois intervalos abertos disjuntos (a,b) ∪ (c,d), onde
a < b < c < d, não tem como resultado um único intervalo aberto em R, pois não podemos representá-lo como na definição acima.
Falso
(1) O conjunto dos números irracionais entre 0 e 1 constitui um intervalo aberto de R.
RESOLUÇÃO
Segue inicialmente a definição de ponto interior.
Diz-se que o ponto a é interior ao conjunto X ⊂ R, quando existe um número
ε > 0, tal que o intervalo aberto (a – ε, a + ε) está contido em X.
Um intervalo aberto tem somente pontos interiores. Todo o intervalo aberto deve conter números racionais. O conjunto dos irracionais não possui pontos interiores. Logo, o
conjunto dos números irracionais não pode constituir um intervalo aberto.
Falso
2002 – QUESTÃO 3
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(4) Se f é a função definida no item anterior, então,

RESOLUÇÃO

Sabemos do item anterior que f é definida como .


Note que segundo o enunciado deste problema, n indica o número de vezes que a função aparece na expressão acima. Assim, n é inteiro.
Inicialmente, vejamos se a relação é válida para n = 1.
Temos que a função composta com n = 1 é a própria função:

Pela relação do enunciado, teríamos: , o que é uma afirmação falsa.


Dessa maneira, não precisamos prosseguir na resolução do problema.
Falso
2003 - QUESTÃO 8

(2) Se f : [a.b] → R é derivável e , então, g’(x) ≠ 0 para todo x ∈ [a,b].


RESOLUÇÃO
Essa questão utiliza o teorema de Rolle. Segundo esse teorema, dada uma função derivável em [a, b] com h(a) = h(b) = 0, existe c ∈ [a,b] tal que h’(c) = 0 .
Note que a função g(x) do enunciado é definida de tal forma que:

g(a) = f(a) – (a –a) = f(a)

g(b) = f(b) – (b – a) = f(a)


Faça h(x) = g(x) – f(a), assim h(a) = g(a) – f(a) = 0 e h(b) = g(b) – f(a) = 0.
Dessa forma, segundo o teorema de Rolle, existe c ∈ [a,b], tal que h’(c) = 0. Note, pela definição de h(x), que h’(x) = g’(x). Ou seja, existe c ∈ [a, b], tal que g’(c) = 0, o que
contradiz a afirmação do enunciado.
Falso
2004 - QUESTÃO 7
Responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(1) Seja f : R → R uma função duas vezes continuamente diferenciável tal que existem a < b com f’(a) = f’(b) = 0 e f(a) = f(b) = 1. Se existe c tal que
a < c < b e f(c) = 0, então, existe d tal que a < d < c e f”(d) = 0.
RESOLUÇÃO
Começaremos dizendo o que podemos garantir com as hipóteses do enunciado, utilizando novamente o teorema de Rolle.
Definimos uma função h(x) = f(x) – 1. Assim, h’(x) = f’(x). Além disso, se f(a) = f(b) = 1, h(a) = h(b) = 0. Aplicando teorema de Rolle para h(x), temos que existe um ponto
e ∈ (a,b) tal que h’(e) = 0, o que implica f’(e) = 0.
Note que obtemos outro ponto e com derivada zero, em que a < e < b.
Então como f’(a) = f’(e) = f’(b) = 0, aplicando o teorema de Rolle uma segunda vez para f’(x), temos dois pontos f”(d1) = f”(d2) = 0 no qual d1 ∈ (a,e) e
d2 ∈ (e,b).
Assim, temos cinco pontos: a < d1 < e < d2 < b. Sabemos que em
f’(a) = f’(e) = f’(b) = 0 e que f”(d1) = f”(d2) = 0.
Segundo o enunciado existe c ∈ (a,b), tal que f(c) = 0, o que não implica
f’(c) = 0. Assim, o ponto e, onde f’(e) = 0 não necessariamente é igual ao ponto c. Se c ≥ e, então, d1 ∈ (a,c); mas se c < e, isso pode não ser verdadeiro. Como a relação
entre c e e não é conhecida, podemos ter qualquer um dos casos, o que implica que a afirmação do enunciado não é necessariamente verdadeira.
Falso

PARTE 3: Limites e integração

Neste texto são apresentadas as resoluções das questões classificadas como de limites ou de integração, que formam dois grupos de questões separados em dois capítulos: 12-
Limites; e 13- Integração. O primeiro desses foi subdividido em cinco subgrupos, e cada um deles compõe uma das seções do capítulo. As questões de integração também foram
subdivididas em subgrupos, nove no total, com uma seção dedicada a cada um deles.

12 – LIMITES - Parte 1

Por questões didáticas, optou-se por não fazer uma apresentação simplesmente cronológica das questões de limites. Inicialmente, cada um dos problemas foi classificado em

um dos cinco subgrupos. O primeiro se refere aos limites indeterminados do tipo e . Como veremos, aplica-se a regra de L’Hôpital diretamente nesse tipo de limite, e essa
metodologia serve de base para os limites do tipo 0.∞ e ∞ – ∞, que formam a segunda seção, e também para a terceira seção, no qual os limites do tipo 00, ∞0 e 1∞ são
apresentados. Depois desses três subgrupos, são abordadas as questões que requerem o conhecimento sobre a base natural, e que utilizam uma metodologia de resolução diferente.
Por fim, são discutidos os demais limites que não se enquadram em nenhuma dessas categorizações.

12.1 - Limites do tipo e

Para limites indeterminados do tipo ou ,1 aplica-se diretamente a regra de L’Hôpital. Segundo essa regra, suponha que tome alguma das formas

indeterminadas anteriores. O limite pode ser calculado a partir da relação: , que é a regra de L’Hôpital.
Resumindo, para aplicar essa regra, seguimos três passos:

1º Passo – Certifique-se de que o limite é indeterminado e do tipo ou .


2º Passo – Se o limite for de uma dessas duas formas, derivamos em separado o numerador e o denominador da razão.
3º Passo – Calcule novamente o limite. Se ele ainda for indeterminado, com uma indeterminação do mesmo tipo anterior, repita o passo anterior.
2005 - QUESTÃO 6
Avalie as afirmativas:

(1)
RESOLUÇÃO

No caso desse problema podemos aplicar diretamente a regra de L´Hopital, pois a indeterminação é do tipo . Seguindo os passos descritos anteriormente, temos:
1º Passo

2º Passo

3º Passo

Entretanto, para o caso específico desse problema cuja razão é formada por polinômios no numerador e no denominador com o limite em x → ∞, tomamos somente o termo
de maior grau do numerador e do denominador:

Ver a próxima questão para uma discussão teórica sobre limites semelhantes a este.
Verdadeiro

(2) Se f(x) e g(x) são polinômios, então, , desde que


grau(f(x)) < grau (g(x))
RESOLUÇÃO

Se f(x) e g(x) são polinômios, então: , onde f*(x) é o monômio de maior grau de f(x), e o mesmo vale para g(x). Esse limite será zero se o grau de f*(x)
< g*(x), ou seja, o grau de f(x) < g(x).
Verdadeiro
1995 – QUESTÃO 6

(3)
RESOLUÇÃO

Limite indeterminado do tipo . Deve-se aplicar L’Hôpital.

Reescrevendo o último dos limites, tem-se:


Falso
1997 - QUESTÃO 3

(0)
RESOLUÇÃO
Seguindo o mesmo procedimento, temos:

Indeterminado do tipo : aplicar L’Hôpital.

Reescrevendo esse último limite:

=2
Falso
1999 - QUESTÃO 4

(1)
RESOLUÇÃO

Indeterminado do tipo : aplicar L’Hôpital.

Falso
2002 – QUESTÃO 7

(1)
RESOLUÇÃO

Falso

(2)
RESOLUÇÃO

Falso

(3)
RESOLUÇÃO

Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 7

(0)
RESOLUÇÃO
Verdadeiro

(2)
RESOLUÇÃO

Falso
2005 - QUESTÃO 6
Avalie as afirmativas:

(0)
RESOLUÇÃO

Esse limite é indeterminado do tipo .


Utilizando a regra de L’Hopital:

Falso

(4)
RESOLUÇÃO

O limite é indeterminado do tipo .


Utilizando L’Hopital, temos:

Esse limite também é indeterminado do tipo .


Utilizando L’Hopital novamente:

Note que o limite , que aparece nessa questão, é bastante conhecido no cálculo.
Falso
Em todos os limites discutidos anteriormente utilizamos a regra de L´Hôpital de forma direta. No fim desta seção, são reunidos os limites para os quais também utilizamos
essa regra, mas depois de pequenas mudanças na forma como são escritos.
2000 - QUESTÃO 10

(0)
RESOLUÇÃO
Este problema difere um pouco dos demais já discutidos, pois a função é de várias variáveis. Entretanto, com uma substituição simples, a questão toma um formato
semelhante às demais já discutidas.
Se R = (x² + y²)1/2, então, se (x,y) → 0, R → 0. Introduzindo essa substituição no limite acima, ele toma a seguinte forma:

Falso
2001 - QUESTÃO 4

(2)
RESOLUÇÃO
Neste problema, pode-se colocar o limite dentro da raiz antes de se aplicar a regra de L’Hôpital, pois a raiz quadrada é uma função contínua. Então, temos:

Falso
2002 - QUESTÃO 7

(4)
RESOLUÇÃO
Assim como no problema anterior, pode-se colocar o limite dentro da raiz antes de aplicar a regra de L’Hôpital.

Falso
12.2 - Limites do tipo 0.∞ e ∞ – ∞
O método de resolução de limites do tipo 0.∞ ou ∞ – ∞ é muito similar ao utilizado anteriormente para os limites do tipo ou . Basta reescrevê-los para que eles
assumam algum desses dois últimos formatos e depois aplicar a regra de L’Hôpital, de forma similar ao realizado nas questões anteriores.
1998 - QUESTÃO 6

(1) = +∞
RESOLUÇÃO
Como x → 0, os valores podem ser positivos x → 0+ ou negativos x → 0–. Os limites laterais serão calculados em separado, pois essa diferença de sinal tem consequências
muito relevantes.
Se x → 0+:

O limite é indeterminado, mas não aparece no formato ou . Devemos, portanto, reescrevê-lo em algum desses formatos para que seja possível a aplicação da regra de
L’Hôpital. Para tanto, devemos inverter uma das funções do limite e colocá-la no denominador. No limite deste problema, a escolha recai sobre a função x, que é mais fácil
de inverter que e1/x. Assim:

Esse limite que apresentava uma indeterminação do tipo (0)(∞), agora é escrito com a indeterminação do tipo . Podemos, portanto, aplicar L’Hôpital.
Entretanto, no caso específico deste problema, fazemos uma troca de variáveis para simplificar o problema, que não é necessária, mas que facilita a resolução:
y = 1/x. Reescrevendo o limite, temos que quando x → 0+, y → +∞.

Indeterminação no formato ou : aplicar L’Hôpital.

Se x → 0–,
seguindo os mesmos passos:

Como os limites laterais são distintos, o limite não existe. Note que a resposta no enunciado é semelhante ao limite com x → 0+.
Falso
2001 - QUESTÃO 4

(3)
RESOLUÇÃO

O limite é indeterminado e devemos, portanto, reescrevê-lo como ou .

Invertendo a função mais fácil de ser invertida, no caso desse limite , temos:

O limite está escrito no formato de indeterminação . Pode-se aplicar L’Hôpital diretamente no limite. Porém, antes que apliquemos essa regra, podemos fazer uma
pequena manipulação algébrica para simplificar o problema:

Reescrevendo o limite com a substituição , temos que x → ∞ se, e somente se, y → 0. Note que como o termo em x aparece ao quadrado não necessitamos dos
limites escritos como y → 0+ e y → 0–. Assim, temos:

Esse último limite já foi calculado e é igual a 1. Assim, ficamos com:

Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 7

(1)
RESOLUÇÃO

Indeterminado no formato ∞ – ∞: reescrever como ou .


Indeterminado no formato (∞)(0): reescrever como ou .

Indeterminado no formato ou : aplicar L’Hôpital.


Antes, porém, será feita uma manipulação algébrica, simplificando o problema com a substituição: y = 1/x:

e aplicando o L’Hôpital:

Falso
2001 – QUESTÃO 12

(4) para todo y fixado.


RESOLUÇÃO
Neste limite, temos funções de várias variáveis. Assim como foi feito anteriormente, fazemos uma transformação de variáveis antes de aplicar a regra de L’Hôpital. Se z = x
+ y, tem-se que z → ∞ quando x → ∞ com y fixado. Inserindo essa substituição no limite deste problema, obtém-se:

Reescrevendo e aplicando L´Hôpital:

Verdadeiro
12.3 - Limites do tipo 00, ∞0 e 1∞
Este terceiro grupo de limites é resolvido por uma técnica um pouco diferente da apresentada anteriormente, o que justifica uma discussão à parte. Entretanto, o

procedimento é análogo. Reescrevemos o limite no formato ou e aplicamos L’Hôpital.

12 – LIMITES - Parte 2

1995 – QUESTÃO 6

(1)
RESOLUÇÃO

O limite é indeterminado do tipo 00, ∞0 ou 1∞. Em indeterminações desses tipos devemos utilizar as funções logaritmo e exponencial para reescrever o limite nos formatos

ou e, em seguida, aplicamos L’Hôpital. Segue o procedimento padrão exemplificado passo a passo:


Partimos da relação a = eln a:

O passo seguinte é usar a relação ln ab = (b) ln a:

.
Passa-se, então, o limite para o expoente da exponencial, pois a função exponencial é contínua. Temos:

Por simplicidade, resolvemos o limite em separado e depois o reintroduzimos no expoente da exponencial:

Usando o procedimento descrito, transformamos um limite indeterminado do tipo 00 em um limite indeterminado do tipo (0)(–∞). Devemos, agora, reescrevê-lo no formato

ou , seguindo o mesmo procedimento utilizado na seção anterior:

Aplicar L’Hôpital:

Retornar à exponencial:

Falso

(2)
RESOLUÇÃO
Inicialmente, reescreve-se o limite acima para simplificar o cálculo:
O limite do tipo 00 é resolvido da mesma forma que o limite anterior.
Como a função xx é definida somente para valores positivos (por exemplo: ), supõe-se que x → 0 é na verdade x → 0+.
Aplicar logaritmo e exponencial:

Resolver o limite em separado:

Retornar à expressão inicial:

Verdadeiro
1998 – QUESTÃO 6

(2)
RESOLUÇÃO
Assim como foi feito na questão anterior, reescrevemos o limite do enunciado para simplificar o cálculo:

Note que neste problema x → 0+. Como vimos anteriormente: .


Substituindo esse valor no limite deste problema:

Falso
2001 – QUESTÃO 4

(4)
RESOLUÇÃO

Reescrevendo o limite acima e sabendo que , temos:

Falso
1998 – QUESTÃO 6

(3)
RESOLUÇÃO

Se tomarmos a = 0 com b ≠ 0, vemos que , o que mostra que a afirmação é FALSA.


Na sequência, a título de ilustração, resolvemos o limite para o caso em que
a > 0, b > 0 e x → 0+
Esse limite parece muito com os discutidos na seção seguinte, mas como
x → 0+, em vez de x → ∞, ele é discutido nesta seção e utiliza a mesma metodologia descrita anteriormente.

Indeterminado, aplicar logaritmo e exponencial.

Resolver o limite em separado:

Retornar à expressão inicial:

Falso
12.4 - Limites que envolvem a base natural
A base de resolução para esse quarto grupo de limites é o limite que determina o valor da base natural, e:

Através dessa relação, podemos calcular os limites a seguir de forma imediata.


1995 – QUESTÃO 6
(0)
RESOLUÇÃO
Reescrevendo o limite do enunciado:

Fazendo a substituição y = 2x no primeiro limite:

Verdadeiro
2001 QUESTÃO 4

(0)
RESOLUÇÃO
Também reescrevendo o limite da questão com a substituição y = x/3, temos:

Falso
2002 – QUESTÃO 7

(0)
RESOLUÇÃO
Seguindo o mesmo procedimento:

Falso
2007 – QUESTÃO 09
A expressão ln(x) denota o logaritmo natural de x. Julgue os itens abaixo:

(0)
RESOLUÇÃO
Reescrevendo esse limite, temos:

Verdadeiro

(2)
RESOLUÇÃO
Passando o logaritmo neperiano para fora do limite e seguindo os mesmos passos:

Falso

(4)
Resolução
Inicialmente, calculamos o limite pelo mesmo procedimento já utilizado e depois derivamos o resultado encontrado:

Calculando a derivada de f(y) = e–yln(2), temos: f’(y) = [–ln(2)]e–yln(2), como proposto no enunciado.
Verdadeiro
12.5– Outros tipos de limites
Esse último grupo de questões é composto pelos limites que não foram classificados nos casos anteriores e que têm uma metodologia de resolução um pouco diferente.
1997 – QUESTÃO 2

(3) e . Então, se, e somente se, a e b têm o mesmo sinal.


RESOLUÇÃO
Temos:

Logo, como não foi feita qualquer especificação sobre o sinal do valor dos limites deste problema, a e b, , quaisquer que sejam os sinais desses limites.
Falso
1997 – QUESTÃO 3

(1)
RESOLUÇÃO

.
O limite não é indeterminado. Calcula-se o valor diretamente e a questão é falsa.
Falso

(2)
RESOLUÇÃO

O limite é indeterminado e o impulso inicial é usar a regra de L’Hôpital, como nos problemas já resolvidos. Entretanto, o limite acima não é definido pelos métodos já

utilizados, uma vez que os limites e não existem.


Como o valor das funções sen(x) e cos(x) é limitado ao intervalo [–1,1], podemos resolver o problema lembrando que é zero o limite de uma função que tende a zero
multiplicada por uma função limitada (f.l.). Portanto:

Falso
1998 – QUESTÃO 6

(0)
RESOLUÇÃO

Sabemos que assumirá valores no intervalo [0,1], ou seja, é uma função limitada (f.l.). Assim:

Verdadeiro
2001 – QUESTÃO 4

(1)
RESOLUÇÃO
O ponto-chave para a resolução do limite acima é substituir o denominador por 1, utilizando a relação sen²θ■+■cos²θ = 1. Assim, o limite toma a seguinte forma:

Como visto na questão anterior, oscila entre [0,1].

Assim, temos:
Verdadeiro
2003 – QUESTÃO 7
(4) para 0 < x < 1.
RESOLUÇÃO

Segundo o enunciado 0 < x < 1. Podemos multiplicar essa expressão por para obtermos 0 < x< . Como a função cosseno é decrescente de 0 a , aplicando,

então, o cosseno a essa relação, tem-se que ou seja, .

Assim,
Por fim, inserindo esse resultado no limite acima, tem-se:

Verdadeiro
2005 – QUESTÃO 6

(3) Se , então .
RESOLUÇÃO
Segundo o teorema do sanduíche:

Se e h(x) ≤ f(x) ≤ g(x), então .

Como e, pelo enunciado, , então , como proposto.


Verdadeiro
2010 – QUESTÃO 13
Julgue as afirmativas:

(1) Se a ≥ 0 e b ≥ 0, então ;
RESOLUÇÃO
Reescrevemos o limite do enunciado como:

Sem perda de generalidade podemos supor que a ≥ b. Então:


Se a > b, o limite acima tem o seguinte formato:

Se a = b, temos

Assim, temos sempre:


Verdadeira

(3) ;
RESOLUÇÃO
Tome a razão do enunciado:

Agora analisamos como evolui a razão . Temos:

Para todo valor de n ≥ 3, temos . Como para todo n ≥ 3.


Falsa

13 – INTEGRAÇÃO - Parte 1

Assim como foi feito para as questões com limites, esta parte do livro, que trata das questões de integração, também foi dividida por seções de acordo com a similaridade das
técnicas de resolução. Essas seções são: integrais solucionadas com os conceitos de funções pares e ímpares; utilização direta das expressões básicas de integração; substituição
simples; substituição trigonométrica; integração por partes; cálculo de áreas entre curvas; integrais envolvendo o teorema fundamental do cálculo; outras integrais simples; e
integrais duplas.
13.1 – Integrais solucionadas com os conceitos de funções pares e ímpares
Como ficará claro a seguir, muito das questões da ANPEC que envolvem integrais podem ser resolvidas com a utilização dos conceitos de função par e/ou ímpar.
Inicialmente, para facilitar o entendimento do leitor, esses conceitos serão apresentados de forma bastante breve. Em seguida, são apresentadas as questões que são resolvidas a
partir desses conceitos e agrupadas nesta seção.
Funções pares e funções ímpares
As funções pares são aquelas em que f(x) = f(–x). Como exemplo, temos:
f(x) = x², f(x) = x4, f(x) = cos(x), f(x) = |x| etc. Funções desse tipo têm simetria com relação ao eixo y, como é mostrado pelo diagrama a seguir para a última dessas funções.
As funções ímpares são aquelas em que f(x) = –f(–x). São exemplos de funções ímpares: f(x) = x, f(x) = x³ e f(x) = sen(x). Esse tipo de função tem simetria com relação à
origem, como mostra o gráfico para a primeira dessas funções citadas.

Se uma função par é multiplicada por outra função par, a função resultante é par.
Se uma função ímpar é multiplicada por outra função ímpar, a função resultante também é par.
Caso tenhamos uma função par multiplicada por uma função ímpar (ou vice-versa), o resultado é uma função ímpar.
Esses conceitos de função par e função ímpar podem ser diretamente aplicados ao cálculo de integrais. Note pelo gráfico a seguir que para toda função ímpar, a área acima
do eixo Ox é exatamente igual à área abaixo desse eixo. Em uma integral com limites de integração simétricos, como a primeira dessas áreas tem sinal positivo e a segunda tem

sinal negativo, o valor total, que é a soma das duas, é zero. Ou seja, .

Para toda função par, também integrada com limites simétricos, como mostra o diagrama a seguir, note que as áreas até o zero e a partir do zero são exatamente iguais. Ou

seja, .

1996 - QUESTÃO 8

(0)
RESOLUÇÃO
Para resolver esta questão, devemos, inicialmente, notar que os limites de integração são simétricos. Em seguida, verificamos se a função, ou partes da função, podem ser
classificadas como par ou ímpar. No caso específico desse problema:
f(x) = x² é par, pois f(–x) = (–x)² = x² = f(x); e
g(x) = sen(x) é ímpar, pois g(–x) = sen(–x) = –sen(x) = –g(x).
Assim, h(x) = x².sen(x) = f(x).g(x) é ímpar.

Por conseguinte, pode-se concluir que: .


Verdadeiro

(3)
RESOLUÇÃO

Da mesma forma, os limites de integração são simétricos e f(x) = x é ímpar, então,


Verdadeiro
1998 - QUESTÃO 4

(0)
RESOLUÇÃO
Sabemos que f(x) = x é ímpar, e que g(x) = e–|x| é par, pois g(–x) = e–|–x| = e–|x| = g(x).

Assim, h(x) = x.e–|x| é ímpar e, por conseguinte, .


Verdadeiro

(1)
RESOLUÇÃO

Como f(x) = x é ímpar e g(x) = 1 –|x| é par, x(1 – (x)) é ímpar e então, .
Falso

(2)
RESOLUÇÃO

Sabemos que f(x) = |x| é par e que g(x) = sen(x) é ímpar. Assim, h(x) = |x|.sen(x) é ímpar e, por conseguinte,
Verdadeiro

(3)
RESOLUÇÃO
Note que nesta questão os limites de integração não são simétricos e, aparentemente, as funções não são pares ou ímpares. Entretanto, com uma mudança de variável,
podemos reescrever a integral em um formato padrão de análise do ponto de vista de funções pares e ímpares.
Para tanto, faz-se a seguinte substituição: y = x – 2. Calculamos, então, a derivada, dy = dx, e obtemos os novos limites de integração:
no limite inferior de integração, x = 0, implica y = 0 – 2 = –2; e
no limite superior de integração, tem-se x = 4, então, y = 4 – 2 = 2.
Inserindo essas modificações na integral do problema, tem-se:

A integral escrita dessa segunda maneira permite uma solução rápida, usando os conceitos de função par ou ímpar: f(y) = y é ímpar, g(y) = e–y² é par, e
h(y) = y.e–y² é ímpar. Por conseguinte:

Verdadeiro
2000 - QUESTÃO 3

(0)
RESOLUÇÃO

f(x) = x³ é ímpar, g(x) = 5–x² é par, e h(x) = x³.5–x² é ímpar. Por conseguinte, .
Verdadeiro

(2)
RESOLUÇÃO
Como visto anteriormente, também para esta questão, devemos mudar a variável, reescrevendo a integral em um formato padrão de análise do ponto de vista de funções
pares e ímpares. Para tanto, fazem-se as seguintes substituições: y = x – 3; dy = dx; no limite inferior da integração x = 0, então, y = 0 – 3 = –3; e no limite superior da
integração, x = 6, então, y = 6 – 3 = 3. Inserindo, essas quatro modificações na integral deste problema, tem-se:

f(y) = y é ímpar, g(y) = e–2|y| é par, e h(y) = ye–2|y| é ímpar. Por conseguinte:

Falso

(3)
RESOLUÇÃO
Novamente, devemos mudar a variável, reescrevendo a integral com: y = x – π e dy = dx; limite inferior da integração y = –π; e limite superior da integração y = π. Inserindo
essas quatro modificações na integral do problema, tem-se:

f(y) = |y| é par, g(y) = sen(y) é ímpar, h(y) = |y|.sen(y) é ímpar e, assim, .
Falso
2001 - QUESTÃO 2

(3)
RESOLUÇÃO

f(x) = x³ é ímpar, f(x) = e–|x| é par, h(x) = x³e–|x| é ímpar, e .


Verdadeiro
2002 - QUESTÃO 9

(0)
RESOLUÇÃO
Reescrevemos a integral:

Em seguida, fazemos uma mudança de variável, y = (x – 1), com dy = dx, e limites de integração, y = –1, e y = 1. Portanto:

, como y é ímpar, ey² é par, e, consequentemente, a função yey²é ímpar, .


Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 3

(2)
RESOLUÇÃO
Sabendo que f(x) = x² é par, e que g(x) = sen(3x) é ímpar, h(x) = f(x)g(x) é uma função ímpar e a integral é zero.
Falso
(3) .
RESOLUÇÃO
Aqui, o raciocínio é análogo: f(x) = x é ímpar, g(x) = e–x²/2 é par, e, assim,
h(x) = f(x)g(x) é ímpar, e a integral é zero.
Falso
2006 - QUESTÃO 5

(0)
RESOLUÇÃO

Note que a relação acima seria necessariamente verdadeira se f(x) = sen(x) fosse par. Porém, a função f(x) = sen(x) é ímpar. Assim sabemos que: .
Resta saber se a integral do lado direito também é zero.

Note que a função f(x) = sen(x) no intervalo da integral do lado direito (0,π), assume somente valores positivos, da qual a integral é, necessariamente,
positiva, contrariando a afirmação acima.
Falso
13.2 – Utilizando as expressões básicas de integração
Grande parte das integrais presentes nas questões da ANPEC pode ser resolvida direta ou indiretamente por uma das cinco expressões básicas de integração descritas a
seguir. Nessa seção serão resolvidas as integrais que podem ser solucionadas diretamente a partir de uma dessas expressões. Nas próximas seções serão apresentadas as resoluções
indiretas, que são feitas por métodos de integração.
Expressões básicas de integração

1)

2)

3)

4)

5)

Além disso, temos que se , então,


1997 - QUESTÃO 5

(0) Se f(0) = 5 e , então, f(4) = 21


RESOLUÇÃO
Nesse caso, temos uma integral sem limites de integração definidos. Assim, torna-se necessário a inclusão da constante de integração, como descrito nas expressões básicas
de integração. O valor da constante será definido por f(0) = 5.
Utilizando a primeira das expressões de integração:

Assim, temos . Se f(0) = 5 então, o que implica C =5.


Substituindo o valor de C em f(x), ficamos com . A partir dessa expressão, obtemos o valor da função quando x = 4: .
Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 9
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(2) para todo x > 0.


RESOLUÇÃO
Utilizando a terceira das expressões de integração, temos:

Falso
2000 - QUESTÃO 3

(1)
RESOLUÇÃO
Fazendo a substituição y = x – 2 temos:

.
Como f(y) = 1 – |y| é par, reescrevemos a integral como:

.
Como y é positivo nesse novo intervalo de integração, temos:

.
Dividimos a integral em duas e utilizamos a primeira das expressões básicas de integração:

Verdadeiro
2002 - QUESTÃO 9

(1)
RESOLUÇÃO
O primeiro passo na resolução dessa integral é utilizar a relação
(x² – 4) = (x + 2)(x – 2) para simplificar a expressão a ser integrada.
Reescrevendo a integral com essa relação, temos:
Assim:

Verdadeiro

(2)
RESOLUÇÃO
Nesta questão também simplificamos a expressão a ser integrada antes de fazermos a integral. No caso, iniciamos com a divisão de polinômios:

E temos:

Em seguida reescrevemos o termo a ser integrado. Note que x² – 2x + 1 = (x–1)².

.
A integral, que parecia bastante complexa, passa a ser muito simples.

Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 10

(1)
RESOLUÇÃO
Esta questão contém o módulo de uma integral, o que à primeira vista parece complicar o problema. Na verdade, isso não ocorre, calcula-se primeiro a integral e depois se
obtém o módulo do resultado.

Obtendo o módulo:

Falso
2008 - QUESTÃO 9
Para cada subconjunto A ⊂ R a função característica Xa: R → R é definida por Xa (x) = 1, se x ∈ A e Xa(x) = 0, se x ∉ A. Sejam f, g: R→R funções definidas por

,
em que Q ⊂ R é o conjunto dos números racionais e h : R→ R é a função definida por h(x) = x2. Julgue as afirmativas:

(4) .
RESOLUÇÃO

Temos que, .
Integrando, temos:

Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 3

Sejam e funções tais que f(x) = ln x e . Julgue as afirmativas:

(3) ;
RESOLUÇÃO
Reescrevemos a integral como:

Em seguida, integramos utilizando a primeira das formas básicas de integração:

.
Verdadeira
13.3 – Método de substituição simples
As integrais discutidas na última seção foram resolvidas com a utilização direta de uma das cinco expressões básicas de integração. As integrais desta seção serão resolvidas
também com uma dessas cinco expressões, mas de forma indireta. O objetivo é transformar a integral que queremos calcular em uma integral que é exatamente igual a uma dessas
expressões. Para fazer essa transformação, fazemos uso de métodos de integração. Nesta seção, é utilizado o método de substituição simples. Nesse método, como o nome mesmo
indica, é feita uma substituição simples de variáveis.
Muitos outros métodos de integração existem. Na próxima seção será discutido o método de substituição trigonométrica e, em seguida, o método de integração por partes.
Além desses, existem outros que não serão discutidos neste texto.
1997 - QUESTÃO 5

(1) Seja . Então, 4(θ + 1)² – 1 = 9


RESOLUÇÃO
Para resolvermos esta questão, transformamos a integral do enunciado em uma exatamente igual a uma das cinco expressões básicas de integração. Por semelhança, devemos
introduzir substituições para reescrever a integral do problema possilvelmente conforme a expressão 1 ou a expressão 3, uma vez que as demais expressões básicas de
integração são muito distintas da integral desse problema. Ou seja, fazemos uma substituição simples, uma mudança de variável, para reescrever a integral do enunciado

como: ou .
Inicialmente, note que temos um polinômio de segundo grau no denominador, f(x) = x² + 1, e um polinômio de primeiro grau no numerador, h(x) = 2x. Em muitas das
integrais com dois polinômios que diferem em um grau, como esses, utiliza-se o método de substituição simples.
O polinômio de maior grau é a substituição inicial: u = x² + 1. Por conseguinte, um polinômio de grau menor similar ou múltiplo ao existente na integral será obtido na
derivada. No caso desse problema, temos du = 2xdx. Note que tanto u = x² + 1 como du = 2xdx aparecem na integral a ser calculada.
Uma vez definida qual será a substituição simples, obtemos, em seguida, os novos limites de integração referentes à variável u, já que os limites de integração do enunciado
se referem à variável x. Sabemos que u = x² + 1, então: quando
x → 1, temos que u → 2, e quando x → ∞, temos que u → ∞.
De posse de toda essa informação reescrevemos a integral:

.
Obtemos assim uma expressão exatamente igual a expressão 1, com n = –2. Somente depois de obtida a expressão é que integramos:

.
Por fim, voltamos à expressão inicial e introduzimos o valor de θ:

.
Falso
2002 - QUESTÃO 9

(4) .
RESOLUÇÃO
Esta integral é similar à anterior. Note que no denominador temos um polinômio de grau 2 e no numerador um polinômio de grau 1. Assim, esse primeiro é a substituição
inicial: u = 1 + x². Por conseguinte, a derivada é du = 2xdx. Note que o primeiro desses termos aparece na integral. Reescrevemos o segundo para que seja exatamente igual
ao que aparece na integral, temos: du/2 = xdx. Por fim, obtemos os novos limites de integração: quando x → 0, temos que
u → 1 e quando x → 3, temos que u → 10. Portanto:

Note que obtemos uma expressão exatamente igual a expressão 3. Integrando:

Falso
2003 - QUESTÃO 9

(0)
RESOLUÇÃO
Nessa integral repetimos o mesmo procedimento das anteriores. Temos a substituição inicial, u = 1 – x³ e, consequentemente, du = –3x²dx, que reescrito no formato que
aparece na integral toma a seguinte forma: –du/3 = x²dx. Além disso, calculamos os novos limites de integração: se x = –1 então, u = 2; e se
x = 0, então, u = 1. A integral acima toma o seguinte formato:

.
Em geral, integramos com o limite superior sendo maior do que o limite inferior. Isso é feito apenas para facilitar o raciocínio, uma vez que nada impede que façamos ao
contrário. Assim, temos:

.
Integrando utilizando a primeira das expressões:

Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 3

(4)
RESOLUÇÃO
Reescrevendo a integral do problema, temos:

Note que essa integral é muito semelhante à segunda das expressões básicas de integração: . Assim, fazemos a substituição simples para reescrever a integral do
enunciado exatamente nesse formato:
u = –3x
du = –3dx ⇒ dx = du/–3.
Calculando os novos limites de integração:
se x = 0, u = 0;
se x = ∞, u = –∞
Fazendo essas substituições na integral anterior, temos:

Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 11

Calcule , em que et é o exponencial de t.


RESOLUÇÃO

A integral é também resolvida por substituição simples. Note que em algumas das integrais anteriores tínhamos dois polinômios com diferença de um grau
entre eles. Assim, fazíamos uma substituição inicial com o de maior grau e obtínhamos o de menor com a derivada dessa substituição. Aqui o raciocínio é análogo, apesar de
menos aparente. Buscamos na integral uma função e sua derivada, que serão respectivamente o u e o du.

Note que aqui a substituição para essa integral específica é u = ln(x), pois assim o restante da integral aparece como: . Em seguida, obtemos os novos limites de
integração: quando x = 1, u = ln(1) = 0; e quando x = e5,
u = ln e5 = 5. Fazendo as substituições acima, temos:

As próximas questões também utilizam o método de substituição simples, mas requerem resoluções um pouco mais cuidadosas e, por isso, são discutidas a seguir sem
respeitar a ordem cronológica.
1995 - QUESTÃO 3

RESOLUÇÃO
Assim como foi feito na seção anterior, o primeiro passo é obter as raízes de
x² + x – 2 para simplificar a expressão a ser integrada:
x² + x – 2 = 0
x1 = 1 e x2 = –2
Assim, reescrevemos a integral com essa informação:

Esta última integral é resolvida por substituição simples com u = x + 2 e


du = dx. Como limite, temos: se x = 2, então, u = 4 e se x = 14, então, u = 16. Reescrevendo a integral:

2001 - QUESTÃO 6

(0)
RESOLUÇÃO
Essa integral é um pouco diferente das demais, pois devemos determinar primeiro para quais valores de x, a função max{0, xe–x²}é zero e para quais ela é igual xe–x².
Somente depois é que se calcula a integral.
Lembrando que e–x² > 0, então:
se x ≤ 0 → xe–x² ≤ 0 o que implica max{0, xe–x²} = 0;
se x ≥ 0 → xe–x² ≥ 0 , então, max{0, xe–x²} = xe–x²
Com essa informação, reescrevemos a integral do problema como duas integrais:

Por substituição simples com u = –x² e du = –2xdx ou –du/2 = xdx e adaptando os limites de integração, se x = 0, u = 0 e se x = ∞, u = –∞, temos que:

Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 8

(2) O limite diverge.


RESOLUÇÃO
Primeiro resolvemos a integral com u = 1 + x² e du = 2xdx ou du/2 = xdx e os respectivos limites de integração: se x = 0, u = 1; e se x = M, u = 1 + M2.

Depois introduzimos o valor da integral no limite e resolvemos:

Como o limite é indeterminado, usamos a regra de L’Hôpital:

Falso

(3) Se , em que t < 1, então, M’(0) = 0


RESOLUÇÃO
Inicialmente, lembrando que t < 1, é um número e que t – 1 < 0, obtém-se o valor da integral acima com u = (t – 1)x e du = (t – 1)dx ou du/(t–1) = dx:

.
Reescrevendo M(t), derivando e obtendo M’(0), temos:
M’(0) = 1
Falso
13.4 – Método de substituição trigonométrica
Nesta seção discutimos as integrais que utilizam o método de substituição trigonométrica. Os detalhes serão discutidos na resolução das questões.
2002 - QUESTÃO 9

(3)
RESOLUÇÃO
Note inicialmente que essa integral contém um polinômio de segundo grau, porém não tem um polinômio de primeiro grau, como nos exemplos resolvidos com o método de
substituição simples. Em algumas integrais que contêm apenas polinômios de segundo grau, deve-se utilizar o método de substituição trigonométrica. O procedimento é
análogo ao realizado na seção anterior para transformar a integral em uma resolvível por uma das cinco expressões básicas de integração. Faz-se uma substituição, obtém-se
a derivada desta e calculam-se os novos limites de integração.

Em integrais com a expressão , como é o caso deste problema, a substituição é sempre a mesma: x = asenθ. No caso específico da integral desse problema a = 2
e x = 2senθ. Consequentemente, dx = (2cosθ)dθ. Devemos ainda obter os novos limites de integração: quando x → 0, 2senθ■→■0, senθ → 0, θ → 0; quando x → 2,
2senθ■→■2, senθ → 1, θ → π/2.
Fazendo essas substituições na integral do problema, temos:

Para resolver essa integral, utiliza-se a relação: sen²θ■+■cos²θ■= 1 ou seja,


cos²θ■= 1 – sen²θ.
Utilizando essa última expressão na integral anterior, temos:

Uma segunda relação é utilizada aqui: . Ficamos com a seguinte integral, que depois é dividida em duas:

A primeira dessas integrais do lado direito da equação tem o seguinte valor:

A segunda delas deve ser feita por substituição simples com u = 2θ■e du = 2dθ, com os novos limites de integração, se θ = 0, u = 0, se θ = π/2, u = π:

Somando as duas integrais, temos a resposta final:

Falso
2005 - QUESTÃO 3

(1)
RESOLUÇÃO
Essa integral é muito comum em cursos de cálculo diferencial e integral. Segue uma resolução direta da mesma:

Entretanto, acreditamos que a maioria dos leitores não é familiarizada com essa integral. Segue a resolução passo a passo sem o uso da função arco tangente.

Esse tipo de integral deve ser resolvido por substituição trigonométrica, assim como a anterior. Note, porém, que a substituição é distinta. Em integrais com ,a
substituição trigonométrica é a seguinte: x =atgθ
No caso específico da integral deste problema, a = 1. Assim:

.
Derivando essa última expressão com a regra do quociente e utilizando a relação sen²θ■+■cos²θ■= 1, temos:

Obtendo os novos limites de integração, temos:


se x = 0, tg(θ) = 0, sen(θ) = 0, θ = 0;
se x = 1, tg(θ) = 1, sen(θ) = cos(θ), θ = π/4.
Assim, a integral toma o seguinte formato depois dessas substituições:

Reescrevendo, com , temos:


Falso
2007 - QUESTÃO 8
Sejam I = (0,∞) e F, f: I → R funções definidas por F(x) = exlnx e
f(x) = xx(1 + lnx). Julgue os itens:

(4) é igual ao comprimento de um círculo de raio r = 1.


RESOLUÇÃO
Note que essa questão foi anulada. Porém, segue a resolução da mesma. A título de ilustração, esta questão será feita de duas maneiras.
Inicialmente reescrevemos a questão proposta pelo enunciado. Note que
f(1) =1 e que o comprimento (ou perímetro) de um círculo de raio r é dado por

P(r) = 2πr, para r = 1, temos p(1) = 2π. Assim, a questão proposta pode ser reescrita em formato usual como:
Pode-se resolver esta integral com a substituição trigonométrica:

x = 2sen(θ). Assim, como já discutido no problema (3), questão 9 do ano de 2002:


Outra maneira de resolver essa questão é partindo da equação de um círculo centrado na origem de raio 2, que é dada por: x² + y² = 4. Explicitamos y no semicírculo com

valores positivos dessa variável: .

Assim, a integral é o valor da área abaixo da metade do semicírculo positivo, como mostra o diagrama:

Ou seja, de um quarto do círculo de raio 2:

Falso
13.5 – Integração por partes
Como ficará claro a seguir, o método de integração por partes é muito eficaz em um grande número de questões da ANPEC. Utiliza-se a seguinte expressão na integração

por partes: . O princípio básico desse método é transformar uma integral de difícil resolução, , em outra mais simples, . Por integral mais
simples, entende-se uma que pode ser resolvida pelos métodos já discutidos.

13 – INTEGRAÇÃO - Parte 2

1996 - QUESTÃO 8

(2)
RESOLUÇÃO
Por razões didáticas, o item (2) dessa questão é discutido antes do item (1).

Como descrito na introdução a esta seção, devemos transformar uma integral difícil, no caso, , em outra fácil, que será neste problema . Ou seja,
desejamos abaixar o grau do polinômio presente na integral de x1 para x0. Uma das principais aplicações do método de integração por partes é justamente abaixar grau de

polinômios para facilitar a integração. Note que é considerada de fácil resolução, pois pode ser resolvida por substituição simples.

Neste método de resolução de integrais, devemos escolher uma parte da função que está sendo integrada como u e o restante será dv, uma vez que a integral difícil é
.
Dada a integral do problema , escolhe-se como u o polinômio de que queremos abaixar o grau, assim, u = x e, consequentemente, o restante que está sendo
integrado é dv = e–xdx. Agora devemos obter os valores de du e de v para substituir na expressão de integração por partes. Então, é essencial que o termo escolhido
para dv seja de fácil integração, como o escolhido aqui.
Se u = x, então, du = dx.

Se dv = e–xdx, então, . Esta integral é de fácil resolução, e é feita por substituição simples: .

Depois de obtidos du e v, substituímos os resultados na equação de integração por partes:


A integral do problema toma a seguinte forma, sabendo que u = x, dv = e–xdx,
du = dx e v = –e–x:

Note que os mesmos limites de integração aparecem no termo fora da integral e na nova integral. O termo fora da integral tem seu valor calculado por um limite quando
x → ∞, no qual se pode usar L’Hôpital, e pela substituição simples de zero no limite inferior da integral:

Seguindo os passos discutidos no capítulo anterior:


Ficamos, portanto, somente com a integral, que é integrada por substituição simples:

Verdadeiro

(1)
RESOLUÇÃO
Nesta questão também usamos a integração por partes e aqui não temos escolha para u, uma vez que temos apenas uma função na integral, além da derivada de x. Assim, u =
lnx e dv = dx, o que implica em du = (1/x)dx e v = x.

Fazendo essas substituições na equação de integração por partes, temos:

Substituindo os limites de integração, temos:

.
O limite é calculado com L’Hopital:

Assim, temos como resultado final:

Falso
1997 - QUESTÃO 5

(2)
RESOLUÇÃO

Essa questão é similar a primeira desta seção. Devemos transformar uma integral difícil, , em uma fácil, , abaixando o grau do polinômio. Assim,
fazemos o procedimento descrito duas vezes.
O primeiro com:

e, consequentemente,
Substituindo, temos:

Note que aqui os limites de integração não são 0 ∈ ∞. Assim, o termo fora da integral não é zero. Esse tem o seguinte valor: .
Para calcular a integral acima, também por partes, fazemos as seguintes substituições:

e, consequentemente,
Substituindo, temos:

Assim, somando o valor encontrado acima para o primeiro termo fora da integral com esse segundo valor, temos:

.
Falso
1998 - QUESTÃO 2

(0)
RESOLUÇÃO
Essa integral é reescrita utilizando os conceitos de funções par e ímpar. Sabemos que |x| é par e que e-2|x| é par, portanto, |x|e-2|x| também é par. Assim, a integral do
problema toma a seguinte forma:

Essa integral é muito similar a outras resolvidas anteriormente. Integrando por partes com:

e, consequentemente,
Ficamos com, onde o termo fora da integral assume o valor zero:

Falso

(1)
RESOLUÇÃO
Aqui devemos abaixar o grau do polinômio de x3 para x0 com a utilização da integração por partes três vezes. Primeiramente, integrando por partes a integral do problema
com u = x³ e dv = e–xdx e, consequentemente, du = 3x²dx e v = –e-x, temos:

.
Seguindo os passos já discutidos anteriormente, ficamos somente com a integral do lado direito da igualdade, pois o termo fora da integral é zero.
A integral também é calculada partes com u = x² e dv = e–xdx e, consequentemente, du = 2xdx e v = –e-x:

.
Seguindo o mesmo raciocínio utilizado anteriormente, o termo fora da integral é zero e ficamos novamente só com a integral do lado direito da equação. Ela é calculada
novamente por partes com u = x e dv = e–xdx e, consequentemente,
du = dx e v = –e-x:

.
Novamente o primeiro dos termos obtidos é zero. A integral resultante é de fácil resolução:

Falso
1998 - QUESTÃO 14

(2) Fazendo-se a integração por partes de , obtém-se como resultado (x – 1)ex + C em que C é uma constante.
RESOLUÇÃO
Note a semelhança entre a integral deste problema com as questões anteriores. Entretanto, existe uma pequena diferença. Como não temos os limites de integração, devemos
deixar C indicado. Fazendo a integral acima com u = x e
dv = exdx, consequentemente, du = dx e v = ex, temos:

.
Verdadeiro
2001 - QUESTÃO 6

(3)
RESOLUÇÃO

Para simplificar a integral, utilizamos a relação lnxb = blnx. Assim, temos que: .
Note que na integral do problema a parte da função ln(x) é de difícil integração, pois não conseguimos resolve-la por qualquer dos métodos das seções anteriores, mas
simples de derivar. Assim, essa é a escolha para u. Portanto, integrando por partes com u = ln(x) e dv = xdx e, consequentemente, com

e v = x²/2, temos:

Resolvendo essa última integral e substituindo os limites de integração:

Como e² < 9, pois e < 3, então,


Verdadeiro

(4)
RESOLUÇÃO

Para resolver esta integral, utilizamos uma metodologia semelhante à utilizada na integral . Transformamos a integral difícil em uma integral mais

simples do tipo ou . Ou seja, queremos abaixar o grau do polinômio de x1 para x0.


Assim, integrando por partes com u = x e dv = sen(x)dx e, consequentemente, com du = dx e v = –cos(x), temos:

Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 9

(1)
RESOLUÇÃO
Essa integral é a mesma já feita anteriormente, apenas com os limites de integração distintos. Então temos:

Verdadeiro

(4)
RESOLUÇÃO
Integrando por partes com u = x e dv = (1 + x)1/2dx, obtemos diretamente

du = dx. Entretanto, o valor de v, , não é obtido de forma trivial e deve ser obtido por integração com substituição simples.
Calculando em separado o valor de v pelo método de substituição simples com u = (1 + x) e, consequentemente, du = dx, e reescrevendo a função em termos da variável x
novamente, temos:

Uma vez obtido esse resultado para v introduzimos os resultados de v, u, dv e du na integração por partes:

Essa última integral é semelhante à anterior quanto foi calculado v. Calculando-a pelo método de substituição simples com as mesmas modifica-
ções anteriores:

Substituindo os limites de integração, temos:


Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 8

(0)
RESOLUÇÃO
Essa integral pode ser resolvida utilizando a integração por parte três vezes, mas esse modo de resolução é um tanto quanto trabalhoso. Como esse problema permite outro
método de resolução mais simples, esse é inicialmente descrito. Note que os limites de integração são simétricos, o que sugere o uso dos conceitos de funções par/ímpar.
Como x³ é ímpar e sen(x) também é ímpar, a função x³sen(x) é par. Assim, reescrevemos a integral da seguinte forma:

No intervalo (0,π), as duas funções são positivas: x³ > 0 e sen(x) > 0. Portanto, x³sen(x) > 0. Consequentemente a integral, que é o cálculo da área entre a função e o eixo
coordenado, é maior que zero e o proposto no enunciado é falso.
A título de ilustração, resolvemos o problema utilizando a integração por partes com u = x³ e dv = sen(x)dx e, consequentemente, com du = 3x²dx e
v = –cos(x), temos:

Integrando por partes de novo com u = x² e dv = cos(x)dx e, consequentemente, com du = 2xdx e v = sen(x), temos:

Integrando por partes mais uma vez com u = x e dv = sen(x)dx e, consequentemente, com du = dx e v = –cos(x), temos:

Calculando essa última integral e substituindo os limites das integrações:

Falso

(1)
RESOLUÇÃO
Essa integral já foi resolvida na Questão 2 (1) da ANPEC de 1998:

Falso

(4) Se , então F(1) = 0


RESOLUÇÃO
Calculamos primeiro a integral do enunciado, e depois substituímos o valor encontrado na expressão acima. Note que essa integral já foi resolvida em Questão 8 (1) da
ANPEC de 1996, mas com outros limites de integração:

Substituindo os limites de integração desse problema:

Substituindo esse valor na expressão acima e calculando para y = 1:


F(y) = y – 1 + yln y – y + 1 = yln y
F(1) = 0
Outra forma mais simples de se fazer esta questão é substituir y = 1 direto na expressão do enunciado. Ficamos com:

Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 10

(0)
RESOLUÇÃO

Neste problema, dividimos a integral do enunciado em duas: . Como alguns termos se cancelarão, fazemos a integração por partes apenas
para a primeira destas. No caso, com u = x² e
dv = cos x dx e, consequentemente, du = 2 x dx e v = sen x:

Uma vez calculada parcialmente essa integral, substituímos o valor encontrado na expressão inicial, e as integrais não calculadas se cancelam:

Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 10
Avalie as afirmativas:

(0)
RESOLUÇÃO

Já vimos na Questão 8, item (2) da ANPEC de 1996 que:


Verdadeiro

(1)
RESOLUÇÃO
Já vimos na Questão 5 (2) da ANPEC de 1997 essa mesma integral, mas com outros limites de integração:

Substituindo os limites de integração dessa questão, temos:

Verdadeiro

(2) Se , para n inteiro positivo, então, Γ(n) = n.


RESOLUÇÃO
Essa integral é semelhante às duas primeiras dessa questão, mas com um valor de n arbitrário. Note que no item (0), n = 2 e Γ(2) = 1. No item (1), n = 3 e Γ(3) = 2. Ou seja, a
afirmação do enunciado é falsa: Γ(n) ≠ n pelo menos para n = 2 e n = 3.
Note que se pode integrar por partes a expressão deste problema n – 1 vezes, e o resultado obtido será:

Falso

(3) =2
RESOLUÇÃO

Essa integral já foi resolvida na Questão 2 item (0) da ANPEC de 1998:


Falso

(4)
RESOLUÇÃO

Aqui vamos usar um artifício. Temos que , pois


(1/x)e–x ≥ 0 se x ≥ 0. Integramos esta última integral e, assim, obtemos um limite inferior para o valor da primeira.
Tomando u = 1/x e dv = e–xdx e, consequentemente, du = –(1/x²)dx e
v = –e–x, temos:

Como , segue que .

Como , portanto, .
Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 3

Sejam f : R*+ → R e funções tais que f(x) = ln x e . Julgue as afirmativas:

(0) ;
RESOLUÇÃO
Pelo enunciado, f(x) = lnx, e a integral toma o seguinte formato:

Essa integral já foi feita no item (1), questão 8 da prova de 1996, mas com outros limites de integração. Trocando apenas os limites de integração, temos:

Falsa
13.6 – Cálculo de áreas entre curvas
Nesta seção são agrupadas as questões que usam a integral no cálculo de área entre curvas.
1995 - QUESTÃO 14
(0) A área entre y = –x² + 4x –3, o eixo x e a reta x = 2 é maior que 2/3.
RESOLUÇÃO
Em problemas que demandam a área entre funções, devemos transformar a informação do enunciado em uma ou mais integrais. Para tanto, devemos esboçar as funções do
problema nos eixos cartesianos, como na figura a seguir, e, partir desta, obtemos a integral que calculará a área em questão.
O eixo x é marcado com o número 2) no diagrama. A reta x = 2, que é uma reta vertical, é marcada com o número 3). Para esboçar a parábola, calculamos as raízes e, a partir
delas, como a parábola tem máximo, esboçamos a figura, que é marcada com o número 1).
–x² + 4x –3 = 0
x² – 4x +3 = 0
x1 = 3
x2 = 1
Note que por simetria, a área pode ser qualquer uma das metades da parte positiva da parábola. Portanto, a área entre essas três figuras aparece achurada nesse desenho. Os
limites de integração são 2 e 3, e a função a ser integrada é a parábola. Assim, temos:

Falso
1998 - QUESTÃO 14
(0) A área compreendida entre a curva xy =3 e a reta y = 4 – x é menor do que 1.
RESOLUÇÃO
Assim como na questão anterior, esboçamos a figura. Começamos com a equação 1) y = 4 – x, que é uma reta que toca os eixos cartesianos nos pontos indicados. Em

seguida, a figura 2), que tem como equação xy =3 ou :

Para determinar os pontos a e b, onde as figuras se interceptam, que serão os limites de integração, igualamos as duas equações:

Esta equação de segundo grau tem como raízes: x = 1 e x = 3.


Assim, a área é a seguinte:

Como ln(3) > 1, pois ln(3) > ln(e) = 1, então 3ln(3) > 3, e 4 – 3ln(3) < 1.
Verdadeiro
2001 - QUESTÃO 6

(1)
RESOLUÇÃO
Como a função a ser integrada é min{1 – x,e–x}, devemos, inicialmente, determinar qual das duas é a função de menor valor em cada ponto do intervalo (–1,1). A
função f(x) = 1 – x é uma reta, que é marcada com 1) no diagrama a seguir.
Igualando a função desta reta com a outra equação do enunciado, g(x) = e–x, ou seja, 1 – x = e–x, nota-se que elas têm o mesmo valor em x = 0 com o valor y = 1. Derivando
as duas funções, verifica-se que f’(x) = –1 e g’(x) = –e–x e ambas assumem o valor –1 em x = 0. Portanto, as funções se tangenciam no ponto (0,1).
De posse dessa informação, a função y = e–x é marcada com 2) no diagrama. Note que em min{1 – x,e–x} a segunda função assume valores maiores ou iguais à primeira em
todos os pontos.

Assim a integral se torna:

Note que, na verdade, não necessitamos da integral para resolver essa questão, pois temos a área de um triângulo.
Falso
2010 - QUESTÃO 3

Sejam f : R*+ → R e funções tais que f(x) = lnx e . Julgue as afirmativas:


(2) A área delimitada pelo gráfico de g, o eixo x e as retas verticais x= –1 e
x = 2 é 7/3;
RESOLUÇÃO
Inicialmente esboçamos o gráfico proposto para definir melhor qual integral devemos fazer. Temos duas retas verticais, x = –1 e x = 2, e uma horizontal
y = 0.

Devemos esboçar a função entre os valores x = –1 e


x = 2. Note que a função é definida nesse intervalo e contínua. Nos extre-
mos temos:

Em seguida obtemos as raízes de g(x):

Note que essas duas últimas raízes estão fora do intervalo de interesse.
Note ainda que e o que define o sinal da função é o sinal de x. Assim temos o seguinte esboço, que não corresponde a função , mas dá
uma ideia de seu sinal, o que já é bastante para resolver o problema:

Integrando sem ainda incluir os limites de integração: .


Fazendo por substituição simples a integral com:

Ficamos com:

Agora a partir das áreas definidas no gráfico, definimos os limites de integração:

Note que essa integral é o valor de –A + B, onde A > 0 e B > 0.


Como descrito no enunciado, se assumirmos que a área requerida é A + B, então:

Falsa

(4) Se , então h(x) ≥ 0, para todo x ∈ [a,b].


RESOLUÇÃO

Note que se então sabemos simplesmente que a área acima do eixo x é maior em módulo do que a área abaixo desse eixo. O diagramado no item anterior
especifica isso:

Ou seja, não necessariamente h(x) ≥ 0, para todo x ∈ [a,b] e a a afirmação é falsa.

Note que a recíproca é quase verdadeira. Se h(x) ≥ 0 para todo x ∈ [a,b] então .
Falsa
13.7 – Integrais com limites de integral variáveis
Os problemas discutidos aqui apresentam integrais com limites de integração variáveis. Seguem algumas expressões que serão utilizadas na resolução das questões aqui
agrupadas.

No teorema fundamental do cálculo, temos:


Derivando ambos os lados com relação a x, ficamos com

Pela regra da cadeia, temos:

Assim, obtemos a expressão que será utilizada nessa seção:

1995 - QUESTÃO 10

. Calcule para x = 1
RESOLUÇÃO

Utilizando a relação anteriormente descrita, , para o caso específico deste problema, temos: f(x)dx = 2t²dt, a = x e b = x +
1. Substituindo:

Substituindo os limites da integração em 2t²e derivando esses mesmos limites, ficamos com:

No enunciado, x = 1, então, substituindo esse valor nessa expressão:


.
1998 - QUESTÃO 8:

. Calcule dy/dx para x = 1.


RESOLUÇÃO
Note a semelhança entre essa questão e a anterior. Ambas contêm uma integral e a derivada dessa. Assim, seguindo os mesmos passos da questão anterior:

Para x = 1, temos: (8)(3²) – 3 = 69.


2004 - QUESTÃO 10

(4)
RESOLUÇÃO
Esta questão também é muito similar às demais. Utilizando o mesmo procedimento de cálculo:

Devemos agora tentar reescrever o resultado obtido no formato proposto pelo enunciado. Para fazer isso, devemos reescrever essas duas razões em apenas uma:

Verdadeiro
2000 - QUESTÃO 4

Qual é o valor de C?
RESOLUÇÃO
Derivando os dois lados da igualdade do problema, temos:

.
Como as derivadas de constante são zero, ficamos com:

Derivando x’ e substituindo os limites de integração nas funções ficamos com:


f(x) = –x2 f(x) + x5 + x7
Uma vez obtida essa expressão, reescreve-se a equação explicitamente em f(x):

Uma vez obtido o valor de f(x) = x5, reintroduzimos esse valor nas integrais do enunciado no formato f(t) = t5. Depois calculamos os valores dessas e, em seguida, obtemos
o valor de C:

13 – INTEGRAÇÃO - Parte 3

2008 - QUESTÃO 5
Seja f : R→R uma função contínua e F : R→ R dada por

Julgue as afirmativas:
(0) F é derivável.
RESOLUÇÃO
Sabendo que f : R→R é uma função contínua, logo (1 + t²)f(t) também é contínua e pelo teorema fundamental do cálculo:

Verdadeiro
(1) F é uma primitiva da função f .
RESOLUÇÃO
Como vimos no item anterior, F(x) é primitiva de (1 + x²)f(x).
Falso
(2) Se F(x) = (1 – x2 )cos x + 2xsin x − 1, então f (x) = cos x.
RESOLUÇÃO
Derivando F(x) = (1 – x2 )cos x + 2xsin x − 1, temos:
F’(x) = (–2x)cosx + (1 – x²)(–senx) + 2senx +2xcosx
= – senx + x²senx + 2senx = (1 + x²)senx
Sabendo que F’(x) = (1 + x²)f(x), temos: f(x) = senx ≠ cosx.
Falso
(3) Se F(x) = x + x3/3, então f é uma função constante.
RESOLUÇÃO

Sabemos pelo item (0) que:


Derivando F(x), do enunciado, temos: F(x) = (1 + x²).
Daí decorre que: f(x) = 1.
Verdadeiro
(4) Se F(x) = (1 – x2 )cos x + 2xsin x − 1, então
RESOLUÇÃO

Sabendo que , temos:

Vimos que se F(x) é o proposto, então f(x) = senx. Então, temos:

Falso
13.8 – Outras integrais simples
As integrais simples agrupadas nesta seção não foram classificadas em nenhuma das classes anteriores porque a metodologia de resolução delas é um pouco diferente das já
utilizadas. Além disso, as questões são distintas entre si, cada qual com alguma especificidade na forma de resolução. Para efeitos didáticos, as questões não são discutidas em
ordem cronológica, mas de acordo com o método empregado na resolução. Os primeiros itens são resolvidos por comparação. Na seção seguinte, serão mostradas as resoluções
das questões com integração dupla, que encerram a discussão desta parte do livro.
2003 - QUESTÃO 9

(3)
RESOLUÇÃO
Neste tipo de questão não necessitamos resolver as integrais e sim reescrever uma delas no formato da outra e compará-las. Assim, reescrevemos a integral do lado direito
para que ela se assemelhe com a do lado esquerdo.

Tomando a integral do lado direito da igualdade: e fazendo a substituição y = x – 1, o que implica dy = dx e novos limites de integração de –1 até 0, ficamos
com a seguinte integral:

Note que a integral é exatamente igual a do lado esquerdo, mas aparece com o sinal trocado. Então, as duas seriam iguais se, e somente se, a integral tivesse o valor zero.

Mas como , isso não é verdadeiro.


Falso
2004 - QUESTÃO 10

(3)
RESOLUÇÃO
Assim como foi feito na questão anterior, o objetivo aqui é reescrever uma das integrais no formato da outra e ver se as integrais são exatamente iguais. Com esse intuito,

fazemos uma mudança de variáveis no lado esquerdo da igualdade com e, consequentemente, ou 2dy = dx, com os novos limites de integração de –1 a 2.
Fazendo essas modificações, tem-se:

Comparando essa integral com a integral do lado direito do enunciado da questão, nota-se que a afirmação só será verdadeira se as integrais forem zero. Mas, como 1 + y² >
0 para (–1,2), a integral acima é positiva, e a afirmação do enunciado é falsa.
Falso
2006 - QUESTÃO 5
Avalie as opções:

(1) Se f’(x) < 0 para todo x ∈ [0,1], então:


RESOLUÇÃO
Se f’(x) < 0 para todo x ∈ [0,1], a função é decrescente no intervalo, mas nada sabemos sobre o sinal da função. Se f(x) < 0, então o proposto no enunciado seria verdadeiro.

Entretanto, se f(x) ≥ 0 para todo x ∈ [0,1], mesmo que decrescente, então, , contradizendo o enunciado.
Falso

(2)
RESOLUÇÃO

Note que 0 < log(x) < 1 no intervalo (1, e). Assim, 0 < xlog(x) < x nesse mesmo intervalo e, consequentemente, .
Verdadeiro

(3) para todo x > 1.


RESOLUÇÃO
Inicialmente, fazemos a integral proposta no enunciado:

Sabendo que eln(x) = x, substituindo nas funções propostas no enunciado, temos:

Ou seja, as expressões do enunciado têm exatamente o mesmo valor e não são diferentes, como proposto.
Falso

(4) Considere uma função contínua f e defina os conjuntos A = {x ∈ [0,1], f(x) ≥ 0} e B = {x ∈ [0,1], f(x) < 0}. Então, sempre que B
≠ ∅.
RESOLUÇÃO
Temos que .

Como , então, , como descrito no enunciado.


Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 3
Avalie as afirmativas:

(0) Se C é uma constante arbitrária, então: .


RESOLUÇÃO
Nesta questão temos a relação entre uma integral e sua provável resposta. Em vez de resolvermos a integral para verificarmos se a solução é a descrita no enunciado,
fazemos o procedimento contrário, derivamos a resposta e verificamos se o obtido é o mesmo que está na integral:
Seja

Note que a expressão obtida é praticamente igual a do enunciado, mas com o sinal trocado.
Falso
2010 - QUESTÃO 3

Sejam f : R*+ → R e funções tais que f(x) = lnx e . Julgue as afirmativas:

(1) , em que c é uma constante arbitrária;


RESOLUÇÃO
Reescrevemos a relação do enunciado como:

Aqui, como realizado no item anterior, vamos derivar o que foi proposto e verificar se obtemos o termo que está sendo integrado.

Observe que é justamente o termo sendo integrado.


Verdadeira
2004 - QUESTÃO 10
(2) f(x)g(x) é uma primitiva para a função f(x)g’(x) + f’(x)g(x).
RESOLUÇÃO
“Primitiva” e “integral indefinida” são sinônimos. Assim, o enunciado do problema pode ser reescrito como: f(x)g(x) é uma das funções que tem por derivada f(x)g’(x)
+ f’(x)g(x). Pela regra do produto, isso é verdadeiro. Note que a família de primitivas de f(x)g’(x) + f’(x)g(x) é f(x)g(x) + C. No caso específico dessa questão C = 0.
Verdadeiro
2007 - QUESTÃO 8
Sejam I = (0,∞) e F, f: → R funções definidas por F(x) = exlnx e f(x) = xx(1 + lnx). Julgue os itens abaixo:
(0) A função F: I → R não é uma primitiva de f.
RESOLUÇÃO
Para saber se F é primitiva de f, derivamos a primeira e verificamos se o resultado é igual à segunda:

.
Ou seja, F(x) é primitiva de f.
Falso

(1)
RESOLUÇÃO
Como F(x) é primitiva de f(x), temos:

Reescrevendo F(x) como , obtemos o resultado:


F(2) – F(1) = 4 – 1 = 3
Verdadeiro

(2) Se e , então A + B = 4
RESOLUÇÃO
Somando as duas integrais do problema e usando a relação sen²θ + cos²θ = 1, temos:
A+B=

.
Pelo item anterior sabemos que:

Falso

(3) Se
RESOLUÇÃO
Como F’(x) = f(x), segue que [ln(F(x)]’ = f(x)/F(x).
Do qual:

Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 14
Para , calcule f’(2).
RESOLUÇÃO
Note que x aqui é constante, pois a integral é em y. Dada a integral do problema, integrando em y, temos:

Uma vez obtida a expressão de f(x), calculamos a derivada no ponto especificado:


f’(x) = 5x4
f’(2) = 5(16) = 80
13.9 – Integrais duplas
Até aqui discutimos integrais simples. Esta seção agrupa as questões que envolvem o conceito de integrais duplas.
2001 - QUESTÃO 6

(2)
RESOLUÇÃO
Para resolver a integral dupla, deve-se focar a atenção em uma integral de cada vez. No caso desta questão, note que nos limites de integração temos uma integral com os
limites 0 e 2 e a outra que tem como limites funções de x. Como os limites de integração da integral de “dentro” são funções em x, a primeira integral que devemos fazer é
em y. Assim, por meio de colchetes, focamos em uma única integral de cada vez. Inicialmente a integral em y que envolve o termo dy, como descrito abaixo.

Integrando o termo no colchete e substituindo os limites de integração, temos:

Depois de feita a primeira integral, obtemos uma integral simples semelhante às discutidas nas seções anteriores. Reescrevendo essa última integral para simplificar ainda
mais a expressão, integrando e substituindo os limites de integração, temos:

Falso
2001 - QUESTÃO 12
A respeito da função f: R² → R, definida por f(x,y) = (x + y)e–(x + y), assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(3)
RESOLUÇÃO
Como temos limites de integração com 0 e ∞ tanto em x como em y, podemos, inicialmente, integrar em relação a qualquer das variáveis, x ou y. No caso, escolhemos a
primeira dessas.
Existem muitas formas de resolução da integral dupla acima. Apresentamos aqui uma delas. O ponto-chave da metodologia utilizada é quebrar a função exponencial em um
produto de funções exponenciais. Assim iremos obter duas integrais mais fáceis de resolver, simplificando a integração:

Como estamos integrando em x, passamos as expressões em y, que são tratados como constante, para fora da integral:

Fazendo a primeira das integrais dentro do colchete por partes com u = x e


dv = e–xdx:

Substituindo esse valor nas integrais duplas, ficamos com:

Como vimos , assim:

Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 14

Considere a região do plano B = {(x,y) ∈ R² / x + y ≤ 6 e x, y ≥ 0} e a função F(x,y) = xy. Calcule a integral dupla .
RESOLUÇÃO
O primeiro passo é definir os limites de integração, ou seja, obter o diagrama que representa o espaço B. Reescrevendo o conjunto do problema explicitando y, temos:
B = {(x,y) ∈ R² / x + y ≤ 6 e x, y ≥ 0} = {(x,y) ∈ R² / y ≤ 6 – x e x, y ≥ 0}.
Como x,y ≥ 0, o espaço está limitado ao primeiro quadrante. Como y ≤ 6 – x, esse tem como fronteira superior a reta y = –x + 6. Passando essa informação para o plano
cartesiano:

Note que uma das variáveis vai variar de 0 a 6 e a outra de 0 até uma função específica que no caso é y = 6 – x ou x = 6 – y. Por escolha, a variável x varia entre os limites
estabelecidos de 0 a 6. A integral de “dentro” tem y variando de 0 até a fronteira de B, que é y = 6 – x.
Assim, a integral do enunciado toma a seguinte forma:

Note que a última das integrais é em x e a primeira em y. Integrando em y e substituindo os limites:

Reescrevendo a integral em x, integrando e substituindo os limites de integração:

2005 - QUESTÃO 13

Encontre o valor de .
RESOLUÇÃO
Inicialmente, obtemos o valor da integral dupla do problema e, em seguida, derivamos esse valor. Note que o t será tratado como uma constante na integração.

Integrando em y e substituindo os limites de integração, temos:

Reescrevendo, integrando em x e substituindo os limites de integração:

Uma vez feita a integração, derivamos em t, e chegamos ao resultado final:

1 Por simplicidade que dizemos que o limite é do tipo “ ” quando o mesmo for “ ”, “ ”, “ ”, ou “ ”. Para todos esses casos aplica-se igualmente a
regra de L’Hôpital.

PARTE 4: Sequências, séries, equações diferenciais e equações de diferença

Nesta parte do texto são apresentadas as resoluções das questões que foram classificadas como de sequências, séries, equações diferenciais e equações de diferença. Essas
questões foram divididas em cinco capítulos: 14– Sequências; 15– Séries; 16– Equações diferenciais;
17– Equações de diferença; e 18– Matemática financeira.

14 – SEQUÊNCIAS

Este capítulo conta com as questões que envolvem o conceito de sequência. Algumas delas, que também incluem o conceito de equação de diferença, são discutidas no
capítulo referente a esse último tema. Segue a definição de sequência.
Uma sequência infinita, ou simplesmente uma sequencia, é uma sucessão infinita de números, chamados termos, escritos em uma ordem definida: a1, a2, a3,...,an,...,
onde n são os números inteiros.
Existem diferentes notações para representar uma sequência. Por exemplo, temos {a1, a2,...}, ou, simplesmente,{an}.
Seguem dois exemplos de sequência utilizando essa última notação.
a){n} = {1,2,3,...}.

b){1/n} = .

Note que, no primeiro exemplo, a sequência não tem limite, pois . Por outro lado, a segunda sequência tem limite: .
O conceito de sequência que não deve ser confundido com o de série, que é a soma de termos, tema discutido no próximo capítulo.
1999 – QUESTÃO 3
Sejam f : R → R e g : R → R funções contínuas. Ponha h(x) = f(g(x)) e
u(x) = g(f(x)). Classifique como V ou F as afirmações abaixo:
(2) h é contínua.
RESOLUÇÃO
Uma função composta de funções contínuas é contínua. Ou seja, a afirmação é verdadeira. Segue uma demonstração que utiliza o conceito de função contínua definida a
partir do conceito de sequência.

Seja f : R → R uma função contínua em x ∈ R. Então sempre que exista uma sequência em R que converge para x, necessariamente, a sequência
também irá convergir para f(x). Partindo dessa definição, como

g : R → R também é contínua dada uma sequência convergente para f(x), então a sequência converge para g[f(x)]. Daí decorre que a

convergência da sequência implica na convergência de , e a função composta também é contínua.


Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 11
(0) A sequência an = (–1)n não possui limite. É, portanto, ilimitada.
RESOLUÇÃO
A sequência an = (–1)n pode ser representada como {–1,1,–1,1,...}. Note que ela realmente não possui limite, pois oscila entre –1, para n ímpar, e 1, para n par. Isso é, não

existe um valor de L tal que . Entretanto, note que |an| ≤ 1, e, portanto, a sequência é limitada. Assim, a sequência não tem limite, mas não é ilimitada.
Falso
2007 - QUESTÃO 6
Seja x: N → R a sequência dada por x(n) = xn = 1/n e seja sn = x1 + ... + xn. Julgue os itens:
(0) xk < x2n, para algum k ≤ 2n.
RESOLUÇÃO
Seguindo a definição do enunciado xn = 1/n, temos:
xk = 1/k e x2n = 1/2n.
Mas xk < x2n, ou seja, 1/k < 1/2n, se, e somente se, k > 2n, o contrário do proposto no enunciado.
Falso
(1) s2n – sn = xn+1 + xn+2 + ... + x2n ≥ nx2n ≥ 1/2.
RESOLUÇÃO
Pelo enunciado sabemos que sn = x1 + ... + xn. Consequentemente, s2n = x1 + ... + x2n.
Assim s2n – sn = (x1 + ... + x2n) – (x1 + ... + xn) = xn+1 + ... + x2n, como descrito em parte do enunciado.
Vejamos o restante. Como xn ≥ xn + 1 então, realmente:
xn+1 + ... + x2n ≥ n(x2n) = n(1/2n) = 1/2.
Verdadeiro

(2)
RESOLUÇÃO
Calculando o limite, temos:

.
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 6
Seja f : I →R uma função definida em um intervalo aberto I ⊂ R. Sejam
a, b ∈ I e (xn) a sequência definida por: xn = (1 – λn) a + λnb em que λn = 1/n. Julgue as afirmativas:
(0) Se f(b) < f(a), f(xn) ≤ (1 – λn)f(a) + λnf(b) < (1 – λn) f(a) + λnf(a) = f(a)
RESOLUÇÃO
Vamos resolver esse item em etapas. A última igualdade é obtida diretamente:
(1 – λn) f(a) + λnf(a) = f(a).
Se f(b) < f(a), como proposto no enunciado, então assumindo n > 0 e, consequentemente, λn > 0, temos:
(1 – λn) f(a) + λn f(b) < (1 – λn) f(a) + λnf(a), como também proposto no enunciado.
Ou seja, parte do proposto está correto.
Como, pelo enunciado, xn = (1 – λn) a + λnb, temos:
f(xn) = f[(1 – λn)a + λnb].
Então para verificar se o proposto no enunciado é verdadeiro, resta saber se:
f[(1 – λn)a + λnb] ≤ (1 – λn)f[a] + λn f[b]
Essa relação será verdadeira se a função f(x) for convexa. Como nada foi afirmado no enunciado quanto à convexidade da função, a afirmativa é falsa.
Falso
(1) Se f (b) < f (a) e f é convexa, então f (xn) < f (a)
RESOLUÇÃO
Como vimos acima, se f (b) < f (a) e a função for convexa, então f (xn) < f (a), como proposto.
Verdadeiro
(4) A sequência (xn ) não é convergente.
RESOLUÇÃO
Sabemos que xn = (1 – λn) a + λnb, onde λn = 1/n.

Assim, reescrevemos a relação como: .

E tomamos o limite: .
Logo, a sequência é convergente.
Falso
2009 - QUESTÃO 7

Seja f : R → R a função definida por f(x) = –x² + 8x – 16 e L o limite de uma sequência (xn) de números reais positivos tais que x1 = a e .
Avalie se cada afirmação abaixo é verdadeira (V) ou falsa (F):
(0)f(L) ≠ 0.
RESOLUÇÃO
A título de ilustração essa questão será feita de duas maneiras, sendo a primeira a mais rápida.

Supondo, como proposto no enunciado, que o limite L exista, temos . Além disso, a função f(x), uma vez que ela é um polinômio, é continua. Assim, temos:

Ou seja, a afirmação do enunciado é falsa.


Alternativamente temos uma resolução mais demorada, mas na qual serão obtidos resultados que serão utilizados em outros itens dessa questão.

Note que, pelo enunciado, sabemos que . Além disso, também sabemos que f(xn) = –x²n + 8xn – 16.
Assim, ficamos com:

Se a sequência tem limite, então e tomando o limite na expressão acima ficamos com:

L² = 8L – 16
L² – 8L + 16 = 0
Daí obtemos o valor de L:

Uma vez obtido o valor do limite, calculamos o valor de f(x) no ponto:


f(4) = –4² + 8(4) – 16 = 0
Falso
(1) O gráfico de f é uma parábola com vértice V = (L,0).
RESOLUÇÃO
Partindo da equação da função, f(x) = –x² + 8x – 16, o vértice da parábola, que é o único ponto crítico, é calculado:
f'(x) = –2x + 8 = 0

Nesse ponto, como vimos, a função assume o seguinte valor:


f(4) = 0
Portanto, o vértice é dado por:
V = (4, 0) = (L, 0)
Verdadeiro
(2) O gráfico de f é uma parábola com vértice V = (0,L).
RESOLUÇÃO
Como vimos, a afirmação verdadeira é a do item anterior, que difere desta proposta neste item.
Falso
(3) f ≤ 0 e x1 ≥ x2 ... ≥ 0.
RESOLUÇÃO
Como vimos, o vértice da parábola é em (4, 0). Note que a parábola em questão tem um ponto crítico que é máximo, justamente o vértice. Assim, f ≤ 0, como proposto no
enunciado.
Sabemos ainda que:
.
Como f ≤ 0, então, . Como, segundo o enunciado, (xn) ≥ 0, para todo n, então, xn ≥ xn+1 ≥ 0, que é o proposto no enunciado.
Verdadeiro
(4) a ≥ xn ≥ L = 4, para todo n ≥ 1.
RESOLUÇÃO
Segundo o enunciado x1 = a. Do item anterior temos: x1 ≥ x2 ... ≥ 0. Assim, ficamos com: a ≥ x1 ≥ x2 ... ≥ 0, e então a ≥ xn.
Como a sequência é convergente e decrescente, seu limite L é menor ou igual a qualquer dos termos da sequência, xn ≥ L. Como L = 4, então:
a ≥ xn ≥ L = 4 para todo n ≥ 1.
Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 8

Seja an uma sequência de números reais tais que a série converge ao tomarmos x = 2. Suponha ainda que o limite existe. Para cada
x ∈ R, defina bn(x) = anxn e avalie se cada afirmação abaixo é verdadeira (V) ou falsa (F).

(0)
RESOLUÇÃO
Partindo da definição bn(x) = anxn , temos:

Tomando o limite proposto:

.
Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 12

Considere as sequências (xn) e (yn) definidas por e .


Julgue as afirmativas:
(0) yn é monótona decrescente
RESOLUÇÃO
Uma sequência é monotona decrescente se:
an > an +1 para todo n ∈ N.
Reescrevendo a sequência (yn), temos:

.
Assim, yn é claramente monótona decrescente.
Verdadeiro

(1) .
RESOLUÇÃO
Reescrevemos xn, temos:

.
Tomando o limite:

.
Falso

(2) .
RESOLUÇÃO
Partimos da sequência no item (0) já reescrita:

Tomando o limite:

.
Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 1
Considere os conjuntos A = {x ∈ R/|x – 3| + |x – 2| = 1};

B = {x ∈ R/ 3 + 2x – x² > 0}; e
D = {x ∈ R+/ 4 ≤ x² ≤ 9}. Julgue as afirmativas:

(4) .
RESOLUÇÃO
Como vimos, o conjunto B é B = {x ∈ R/x ∈ (–1,3)} e o conjunto C é .

Note que a sequência do enunciado é no R2. Ou seja a relação será satisfeita se e .

Note que:

Além disso, .
Verdadeira
2010 - QUESTÃO 13
Julgue as afirmativas:

Seja uma sequência de números reais não nulos, tal que , para todo n ∈ N. Então ;
RESOLUÇÃO
Tome a seguinte relação:

Assim, para um n qualquer, temos:

Tomando o limite proposto:

Se , então .
Verdadeira

15 – SÉRIES - Parte 1

Neste capítulo são reunidas as questões que utilizam o conceito de série. O capítulo foi dividido em três seções. Na primeira serão apresentadas as questões que envolvem a
expansão de funções em polinômios de Taylor/Maclaurin. Na segunda serão mostradas as questões com séries geométricas. Na última serão discutidos alguns conceitos referentes
à convergência e divergência de séries. Por razões didáticas, a ordem cronológica não será respeitada em qualquer das três seções.
Uma boa maneira de se iniciar a discussão sobre séries é a partir de um retângulo 1 × 2, que tem área igual a 2. Inicialmente dividimos o retângulo em dois quadrados, cada
qual com área igual a 1. Em seguida, dividimos o quadrado a direita em dois retângulos, cada qual com área igual a ½. Depois seguimos esse mesmo raciocínio infinitas vezes,
como mostra o diagrama.

Utilizando esse diagrama, podemos escrever a área do retângulo como uma soma infinita de termos: .
Uma série é justamente isso, uma soma infinita de termos:

Quando a série assume um valor finito, como no exemplo acima, diz-se que a série é convergente. Quando a série não assume um valor finito, dizemos que ela diverge.
15.1 – Séries de Taylor/Maclaurin
A série de Taylor em torno do ponto x = 0, também denominada série de Maclaurin, aparece com certa frequência nas provas da ANPEC. No caso, queremos tratar funções
não polinomiais, f(x), como um polinômio infinito:
f(x) = a0 + a1x + a2x² + a3x³ + ..., em que a0, a1, a2, ... são parâmetros.
Segue uma breve explicação de como são obtidos os parâmetros desse polinômio. Note que a série é obtida em torno de x = 0, assim obtemos o valor dos parâmetros tendo
como base esse ponto.
Tome a relação acima e obtenha o valor da função em x = 0:

Repita esse mesmo procedimento com a derivada primeira da função e com as derivadas superiores:

Assim, obtemos os valores dos parâmetros:


a0 = f(0), a1 = f'(0), a2 = [f"(0)/2!] , a3 = [f'''(0)/3!], etc.
Substituindo esses valores em f(x) = a0 + a1x + a2x² + a3x³ + ..., obtemos a expansão de Taylor em torno do ponto x = 0:

2000 - QUESTÃO 8
A respeito dos limites abaixo, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(2)
RESOLUÇÃO
Essa questão será resolvida de duas maneiras: uma bastante rápida e outra completa.
Na primeira, substituímos um valor especifico e de simples substituição nos dois lados da igualdade e verificamos se a relação é satisfeita. Por exemplo, sabemos que se r =
0, a série do enunciado assume o valor 0. Em contrapartida, se r = 0, cos(r) = 1. Portanto, como 0 ≠ 1, a afirmação do enunciado não pode ser verdadeira.
Alternativamente segue a resolução completa. Obtemos a série de Taylor em torno de x = 0 para f(x) = cos(x) e verificamos se o proposto no enunciado é verdadeiro.
Sabemos que a expansão é dada pela seguinte expressão:

Para f(x) = cosx, temos no ponto x = 0: f(0) = 1.


Obtendo as derivadas neste mesmo ponto:
f'(x) = –senx → f'(0) = 0
f"(x) = –cosx → f"(0) = –1
f'''(x) = senx → f'''(0) = 0
fiv(x) = cosx → fiv(0) = 1
fv(x) = –senx → fv(0) = 0 .
Substituindo esses valores na expansão de Taylor em torno de x = 0, temos:
cos(x) = 1 + (0)(x) + [(–1)/2!)]x² + [(0)/3!)]x³ + [(1)/4!)]x4 + [(0)/5!)]x5 + ...

A série de Taylor em torno de x = 0 difere da descrita no enunciado do problema.


Ou seja, o proposto, como já sabíamos, é falso.
Falso
(3)
RESOLUÇÃO
Faremos essa questão das mesmas duas maneiras descritas no item anterior. Pela forma mais direta, sabemos que se r = 0, a série assume o valor 1. Entretanto, se r =
0, sen(r) = 0. Portanto, 1 ≠ 0 e a afirmação do enunciado não pode ser verdadeira.
De forma semelhante ao realizado no item anterior, podemos obter a série para f(x) = sen(x). Para essa função:
f(x) = senx → f(0) = 0
f'(x) = cosx → f'(0) = 1
f''(x) = –senx → f"(0) = 0
f'''(x) = –cosx → f"'(0) = –1
fiv(x) = senx → fiv(0) = 0
fv(x) = cosx → fv(0) = 1

Sabemos que:
Substituindo os valores nessa expressão:
sen(x) = 0 + (1)(x) + [(0)/2!)]x² + [(–1)/3!)]x³ + [(0)/4!)]x4 + [(1)/5!)]x5 + ...

Essa expressão difere do proposto do enunciado. Note que as séries desses dois itens foram invertidas nos enunciados.
Falso
2002 - QUESTÃO 8
Considere a expansão de Taylor até o termo de quinta ordem, em torno do ponto x = 0. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
Note que a resolução dos itens desse problema segue a seguinte ordem: (2), (3), (0), (1) e (4).

(2) .
RESOLUÇÃO
Como vimos, a série de Taylor em torno de x = 0 de f(x) = cos(x) é:

– ...
Falso

(3) .
RESOLUÇÃO
Como vimos:

– ...
Falso

(0) .
RESOLUÇÃO
Note que aqui se tentarmos resolver a questão pela maneira direta realizada anteriormente, não chegaremos a qualquer conclusão. Para x = 0, temos 1 = 1. Ou seja, a resposta
pode ser verdadeira.
Assim, expandindo a função em torno do zero, pelo mesmo procedimento anterior, obtemos a série de Taylor em torno do zero ou de Maclaurin para f(x) = ex:
f(x) = ex → f(0) = 1
f'(x) = ex → f'(0) = 1
f''(x) = ex → f"(0) = 1
f'''(x) = ex → f"'(0) = 1
fiv(x) = ex → fiv(0) = 1
fv(x) = ex → fv(0) = 1
Substituindo na expansão de Taylor em torno de x = 0:
ex = (1) + (1)(x) + [1/2!)]x² + [1/3!)]x³ + [1/4!)]x4 + [1/5!)]x5 + ...
ex = 1 + x + x²/2! + x³/3! + x4/4! + x5/5! + ...
ex = 1 + x + x²/2 + x³/6 + x4/24 + x5/120 + ...
Que é justamente o proposto no enunciado.
Verdadeiro

(1) .
RESOLUÇÃO
Seguindo os mesmos passos utilizados nas questões anteriores:
f(x) = ln(1 + x) → f(0) = ln1 = 0
f'(x) = 1/(1 + x) → f'(0) = 1
f''(x) = –1/(1 + x)² → f''(0) = –1
f'''(x) = 2/(1 + x)³ → f'''(0) = 2
fiv(x) = –6/(1 + x)4 → fiv(0) = –6
fv(x) = 24/(1 + x)5 → fv(0) = 24
Substituindo:

Verdadeiro

(4)
RESOLUÇÃO
Sabemos pela discussão do item (0) que:

Trocando x por y, temos:

Também sabemos que:


a = elna e, portanto, ax = (elna)x = exlna.
Devemos, então, montar a série de ax = exlna através da série de ey, onde
y = xln a:

Verdadeiro
1999 - QUESTÃO 11
Qual o valor de a para que a função

seja solução da equação diferencial f"(x) + 4f(x) = 0.


RESOLUÇÃO
Como vimos, cosx = 1 – x²/2! + x4/4! – x6/6! + ...
Reescrevendo a série como:
cos(y) = 1 – y²/2! + y4/4! – y6/6! + ...
e substituindo y = ax, ficamos com:
cos(ax) = 1 – (ax)²/2! + (ax)4/4! – (ax)6/6! + ...
Que é justamente a série em questão.
Assim na equação diferencial trocamos a série por:
f(x) = cos(ax).
Derivando para substituir na equação diferencial, temos:
f'(x) = –asen(ax)
f"(x) = –a²cos(ax)
Substituindo:
–a²cos(ax) + 4cos(ax) = 0
(–a² + 4)cos(ax) = 0
Para solução não trivial, isto é, cos(ax) ≠ 0, temos:
a² = 4
a = 2 ou a = –2.
Note que obtemos dois valores e não apenas um único.
2003 - QUESTÃO 6
Considere a expansão de Taylor para a função y = f(x) em torno do ponto x = 0. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0)
RESOLUÇÃO
Vimos anteriormente que: ex = 1 + x + x²/2! + x³/3! + ...
Falso
(1) Para qualquer parâmetro a, o termo independente (primeiro termo) da expansão de Taylor de eax é sempre igual à unidade.
RESOLUÇÃO
O primeiro termo é sempre f(0). Se f(x) = eax, então, para qualquer valor de a, f(0) = ea0 = e0 = 1.
Verdadeiro
(2) Se x = 0 for um ponto estacionário da função, para afirmar se x é um ponto de máximo ou de mínimo da função basta verificar o sinal do termo de segunda ordem da
expansão de Taylor.
RESOLUÇÃO
As condições de segunda ordem permitem determinar se um ponto crítico ou estacionário é máximo, mínimo ou ponto de inflexão:
(a) Se f'(x0) = 0 e f"(x0) < 0, então, x0 é um ponto de máximo local de f(x).
(b) Se f'(x0) = 0 e f"(x0) > 0, então, x0é um ponto de mínimo local de f(x).
(c) Se f'(x0) = 0 e f"(x0) = 0, então, x0pode ser um máximo, um mínimo, ou ponto de sela.
Nesta questão devemos ter cuidado com o enunciado: para afirmar se x é um ponto de máximo ou de mínimo da função basta verificar o sinal do termo de segunda ordem da
expansão de Taylor.
Nas letras (a) e (b), o problema é resolvido de forma direta. Basta olhar o sinal do termo de segunda ordem para determinar se temos um ponto de máximo ou de mínimo.
Entretanto, quando se inclui a letra (c) na análise, observa-se que pode ocorrer uma indefinição se a derivada segunda for zero. Por exemplo, em um ponto de máximo
podemos ter f"(x0) < 0 ou f"(x0) = 0. Basta observar o sinal para determinar se o ponto é de máximo caso o termo em questão seja não nulo. Se o termo for nulo não basta
somente observar o sinal para determinar se o ponto é de máximo local.
Falso
(3) Para qualquer polinômio, a expansão de Taylor é necessariamente finita.
RESOLUÇÃO
A expansão de Taylor é obtida a partir da função e das derivadas.
f(x) = f(0) + f'(0)x + [f"(0)x²]/2! + ...
Em um polinômio de grau n temos f(i)(x) = 0 para todo i > n. Em particular,
f(i)(0) = 0 para todo i > n e a série é finita. Mais ainda, o leitor pode concluir que a série de Taylor de um polinômio é o próprio polinômio.
Verdadeiro
(4) O termo de terceira ordem da aproximação da função y = e2x é maior que o termo de segunda ordem em valores absolutos.
RESOLUÇÃO
Sabemos que ex = 1 + x + x²/2! + x³/3! + ...
Então, e2x = 1 + 2x + (2x)²/2! + (2x)³/3! + ...
Obtemos, então, os termos de segunda e terceira ordem da expansão:
e2x = 1 + 2x + 4x²/2! + 8x³/3! + ...
e2x = 1 + 2x + 2x² + (8/6)x³ + ...
O termo de terceira ordem é (8/6)x³, e o termo de segunda ordem é 2x². Como (8/6)x³ pode ser menor que 2x², basta, por exemplo, que x seja 1, a afirmação não é correta.
Falso
2000 – QUESTÃO 8
A respeito dos limites abaixo, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) .
RESOLUÇÃO
O limite do enunciado será inicialmente dividido em dois: um para o numerador e outro para o denominador.
Note que o limite no numerador:

é a série de Taylor expandida em torno do ponto x = 0 para er.


No denominador temos o limite:

Lembrando que a base natural é definida por,

,
o limite do denominador será reescrito com esse limite que define a base natural.
Se r ≠ 0, reescrevemos o limite do denominador como:

Substituindo n/r por k, temos:

Que é reescrito como:

No denominador, o limite também assume o valor er. Ou seja, o numerador e denominador são iguais e a divisão assume o valor 1.
Se r = 0, a igualdade é trivialmente satisfeita.
Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 4
Considere a função f(x) = x³ – 2x² + x – 1. Julgue a afirmativa:
(4) A expansão de Taylor de ordem 3 de f(x) em torno de um ponto qualquer é a própria função f.
RESOLUÇÃO
A expansão de Taylor de um polinômio é o próprio polinômio. Como o polinômio é de terceira ordem, a expansão de Taylor de ordem 3 é a própria f(x) .
Verdadeiro
2007 - QUESTÃO 9

(1)
RESOLUÇÃO

Inicialmente, note a semelhança da série acima com a série .


Tomando x = ln(2), temos:

Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 8

Seja an uma sequência de números reais tais que a série converge ao tomarmos x = 2. Suponha ainda que o limite existe. Para cada x ∈ R,
defina bn(x) = anxn e avalie se cada afirmação abaixo é verdadeira (V) ou falsa (F).

(4) Qualquer que seja x ∈ R a série converge.


RESOLUÇÃO
Note que essa série é a expansão de Taylor em torno de x = 0 da função f(x) = ex:

Assim:

converge para ex qualquer que seja x ∈ R finito.


Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 14
Seja an uma sequência de números positivos e S = {n ∈ N /an ≥ 1}. Julgue os itens abaixo:

(4) A série converge somente quando |x| < 1.


RESOLUÇÃO
Note que essa série é praticamente a expansão de Taylor de f(x) = ex em torno de x = 0:

Reescrevendo essa expansão, temos:

Para valores finitos de x, temos um valor bem definido para ex – 1, e a série converge. Ou seja, ela converge para todo x ∈ R e não apenas para |x| < 1.
Falsa
15.2 – Séries geométricas
Esta seção agrupa as questões que tratam de séries geométricas. Essas séries têm o seguinte formato:
Segue a demonstração de como calcular o valor de convergência, se esse existir, de uma série geométrica. Escrevemos a expressão anterior com o uso de limites:

Multiplicando ambos os lados por r, temos:

Subtraindo dessa última expressão a anterior, ficamos com:

Daí, obtemos o valor de S para r ≠ 1:

.
Note que se |r| > 1, o limite acima não existe e a série diverge. Essa série também não converge para |r| = 1. Entretanto, se |r| < 1, a série é convergente e esse limite tem o
seguinte valor:

.
1997 - QUESTÃO 2
Os itens seguintes se referem a sequências e séries de números reais. Julgue as afirmações:

(2) Se |α| < 1, então,


RESOLUÇÃO
Compare essa série do enunciado com a série mostrada anteriormente na breve explicação sobre séries geométricas. Note que como |α| < 1, a série converge. Além disso, a =
1, então a série converge para 1/(1 – α), como é proposto no enunciado.
Verdadeiro
2000 - QUESTÃO 8
A respeito dos limites abaixo assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(1)
RESOLUÇÃO
Note que no enunciado |r| < 1. Assim, caso o problema contenha séries geométricas, estas serão convergentes. O limite proposto no enunciado é dividido em dois, um para o
numerador e outro para o denominador:

a)

b)
Note que no denominador temos uma série geométrica com a = 1. Como
|r| < 1, conforme especificado no enunciado, a série assume o seguinte valor:

.
Observe que o numerador é justamente a derivada do denominador. Logo, o limite do numerador assume o valor da derivada do limite do denominador:

.
Dessa forma, a razão entre os limites toma a seguinte forma:

.
Resta saber se esse valor é maior que 1/(1 + r).
Como |r| < 1, 1 + r > 0 e 1 – r > 0.

Sabendo que 1 + r e 1 – r são positivos, para que ocorra a relação , temos: ,


(1 + r) > (1 – r)
r > –r
Esse fato é verdadeiro se r > 0. Se r < 0, a relação não é verdadeira.
Falso
2002 - QUESTÃO 10
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(2) Se 0 < a < b < 1, então, a série a + b + a² + b² + a³ + b³ + ... é convergente.
RESOLUÇÃO
Reescrevemos a série do enunciado como:
(a + a² + a³ + ...) + (b + b² + b³ + ...) =
a(1 + a + a² + ...) + b(1 + b + b² + ...)
Como |a| < 1 e |b| < 1, essas duas séries geométricas convergem e, portanto, a soma também converge.
Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 10
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) 1/(1 + i) + 1/(1 + i)² + 1/(1 + i)³ + .... + 1/(1 + i)n ... = 1/i para i > 0.
RESOLUÇÃO

Essa é uma série geométrica que será reescrita colocando o termo em evidência como:
[1/(1 + i)][1 + 1/(1 + i) + 1/(1 + i)² + ...].
Assim, comparando com a definição de série geométrica, temos: a = 1/(1 + i) e r = 1/(1 + i).
Como i > 0, |r| < 1, e a série converge. O valor é dado por

Verdadeiro
2007 - QUESTÃO 9

(3)
RESOLUÇÃO
Reescrevemos o duplo somatório do enunciado da seguinte forma:

Lembrando que , tomamos x = k ln(1/2) e ficamos com:

Lembrando que k ln(1/2) = ln(1/2)k e que elnx = x, temos:

Obtemos, então, uma série geométrica, com a = 1 e r = 1/2 com o seguinte valor para soma: .
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 15

Seja r =1/2, I = (−1,1) e f: I →R a função definida por . Sabendo-se que , calcule o valor de .
RESOLUÇÃO

Note, dada a função f: I →R definida no enunciado, que x ∈ I = (–1,1), ou seja, |x| < 1. Então temos uma série geométrica convergente: .

Como , temos:
Portanto:

Calculando α, com r = ½, temos:

2009 - QUESTÃO 12

Considere as sequências (xn) e (yn) definidas por e .


Julgue as afirmativas:

(4) A série é convergente, para todo a ∈ R.


RESOLUÇÃO
Note que as sequências propostas no enunciado não são utilizadas neste item. Ficamos então somente com a série geométrica proposta no item.
Assim, se a = 0, a séria tem valor zero.
Se a ≠ 0, coloque a² em evidência:

Temos, assim, uma série geométrica. Então se , a série será convergente. Isso irá ocorrer para qualquer a ∈ R, pois para a ≠ 0, 1 + a² > 1.
Verdadeiro
15.3 – Convergência de séries
Na seção anterior analisamos a convergência ou não de séries geométricas. Nesta seção discutiremos o mesmo para as demais séries. Seguem alguns conceitos sobre o
assunto.
Uma sequencia absoluta é aquela onde todos os termos tem o mesmo sinal. Quando existe uma alternância de sinais dizemos que a série é alternada. Segue um exemplo de
cada:

a)série absoluta: .

b)série alternada: .

Para que uma série absoluta ou alternada, , seja convergente, devemos ter . Se esse limite não existir ou for diferente de zero, a série diverge.
Para uma série alternada essa condição é também suficiente. Ou seja, para que uma série alternada seja convergente basta que o limite acima seja satisfeito.
Para uma série absoluta essa condição é necessária, mas não é suficiente, isto é, não basta que os termos tendam para zero para que ela seja convergente. Os termos devem
tender para zero de forma “rápida”. Mas como definir o que é rápido o suficiente? Existem vários testes para isso. As questões serão discutidas sem respeitar a ordem cronológica
de tal forma que os testes são introduzidos na seguinte sequência: i) teste da integral; ii) comparação entre séries absolutas; iii) comparação entre séries alternadas e absolutas; iv)
teste da razão; v) teste da raiz.
1997 - QUESTÃO 2
Os itens seguintes referem-se a sequências e séries de números reais. Julgue as afirmações:

(0) Seja uma série convergente. Então, .


RESOLUÇÃO

Como vimos, se a série converge, necessariamente, . Note que a reciproca é verdadeira apenas para séries alternadas.
Verdadeiro
15 – SÉRIES - Parte 2

2003 - QUESTÃO 10
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(2) A série converge.


RESOLUÇÃO

Calculamos o para verificarmos se a série pode ser convergente. Se o limite for diferente de zero, como vimos, a série não converge.
No caso específico dessa questão vemos que:

Ou seja, o limite não existe e a série diverge.


Falso

(3) A série converge.


RESOLUÇÃO

Note que essa é uma série alternada. Então se , a série irá convergir.
Vejamos:

O limite é indeterminado do tipo . Assim, usamos a regra de L’Hôpital, derivando o numerador e o denominador de forma independente:

Como o termo tende para zero e a série é alternada, ela converge.


Verdadeiro

Os dois itens anteriores foram resolvidos utilizando somente o . Nas próximas questões as séries são absolutas e esse limite tende a zero. Ou seja, as séries podem
ser convergentes, mas não necessariamente. Então vamos necessitar de testes diversos para saber se o termo da série tende para zero de forma rápida o suficiente para que
esta seja convergente. As próximas questões são resolvidas com o teste da integral.
Teste da Integral
O teste da integral é exemplificado na figura a seguir. Note que cada retângulo tem base igual a 1 e altura igual a an. Assim a área de cada retângulo é o valor de cada um dos
termos da série e a soma da série é justamente a soma das áreas dos retângulos.

Como a representada no diagrama, suponha que f(x) seja contínua, positiva, pois estamos tratando de séries absolutas, e decrescente, e sabemos que = 0. Seja

an = f(n). Então converge se converge.

Esse é um bom teste se o termo da série for de fácil integração.


2007 - QUESTÃO 6
Seja x: N → R a sequência dada por x(n) = xn = 1/n e seja sn = x1 + ...+ xn. Julgue os itens:

(3) A série é divergente.


RESOLUÇÃO

Inicialmente, observe que a série é absoluta. Ou seja, a condição é necessária mas não suficiente para determinar se a série converge. Note que essa condição é
satisfeita:

Ou seja, a série pode convergir ou não. Dizemos que o primeiro requisito para a convergência foi satisfeito. Como a série é absoluta, somente esse primeiro requisito não
basta. Deve-se verificar se os termos tendem a zero de forma rápida o suficiente com o uso de algum teste, que no caso desse problema é o teste da integral.
Vejamos como se aplica esse teste. A integral associada ao termo an = 1/n² tem o seguinte formato:

A série converge, pois a integral tem valor finito.


Falso

(4) A série é convergente.


RESOLUÇÃO
Note que para essa série temos:

Como o termo tende para zero e a série é absoluta, devemos verificar se ele tende de forma rápida o suficiente. Vejamos.

Essa série também tem uma integral de fácil resolução associada a ela:
Como a integral não tem valor finito, a série diverge.
Falso
2001 - QUESTÃO 8
A respeito das séries seguintes, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) A série é convergente.


RESOLUÇÃO
Como vimos, a série não é convergente.
Falso
Teste da comparação para séries absolutas
As próximas séries serão analisadas com um segundo teste que é o teste da comparação para séries absolutas.
Neste teste compara-se uma série de convergência ou divergência conhecida, yn, com outra desconhecida, xn.
a)Se vale a relação entre os termos de duas séries xn ≥ yn, e sabidamente diverge, então, necessariamente diverge. Isto é, se a série de menor valor diverge, a
outra também divergirá.
b)Se vale a relação xn ≤ yn e sabidamente converge, então, necessariamente converge. Ou seja, se a série de maior soma converge, a outra também
convergirá.
As outras duas possibilidade são inconclusivas.
2001 - QUESTÃO 8
A respeito das séries seguintes, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(4) A série é convergente.


RESOLUÇÃO

Para resolvermos esse item vamos comparar essa série com uma de convergência conhecida, que é a série , sabidamente divergente.

Note que n ≥ n1/n, o que implica 1/n ≤ 1/n1/n. Como diverge, então, necessariamente, também diverge.
Falso
2010 - QUESTÃO 13
Julgue as afirmativas:

(4) é convergente.
RESOLUÇÃO

Resolvemos esse problema pelo teste da comparação. Comparamos essa série proposta no enunciado com a série , que é divergente. Para todo n, temos:

Como a série diverge, , também diverge.


Falsa
Comparação entre séries absolutas e séries alternadas

As próximas questões são resolvidas a partir da comparação entre séries absolutas e séries alternadas . Tome duas séries, uma absoluta , e outra alternada

. Note que:

a)se diverge, então e, necessariamente,


diverge;

b)se converge, então e, necessariamente, converge.


As duas outras comparações são inconclusivas.
1997 - QUESTÃO 2

(1) Se converge, então, também converge.


RESOLUÇÃO

Como vimos, se converge, necessariamente converge. Entretanto, a relação inversa, como proposto no enunciado, é inconclusiva. Se

converge, , mas NÃO necessariamente converge, pois os termos podem não decair rápido o suficiente.
Falso
2000 - QUESTÃO 15
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) Se a série for convergente, então, a série também será convergente.


RESOLUÇÃO
Semelhante à questão anterior.
Falso

(1) Se a série for convergente, então, a série também será convergente.


RESOLUÇÃO
Como vimos, essa comparação é conclusiva e é justamente o proposto no enunciado.
Verdadeiro

(2) Sabendo-se que a série é convergente, dada outra série cujo termo geral satisfaz a propriedade |yn| ≤ |xn| para todo inteiro natural n, podemos

afirmar que também é convergente.


RESOLUÇÃO

Aqui utilizamos inicialmente uma comparação para séries absolutas. Sabemos que |yn| ≤ |xn| , sabidamente converge então, necessariamente, converge.
Agora utilizamos uma comparação para séries absolutas e alternadas. Se converge, necessariamente, também converge.
Verdadeiro

(3) Se a sequência {yn} atender à propriedade |yn| ≤ 1/n para todo inteiro natural n, então, a série será convergente.
RESOLUÇÃO
Se |yn| ≤ 1/n, então, podemos ter |yn| = 1/n. Como diverge, então, também diverge.
Falso
2006 - QUESTÃO 11
Avalie as opções:

(2) Seja a série de . Se a série converge, então, Sn também converge.


RESOLUÇÃO

Como vimos, se converge então, necessariamente converge.


Verdadeiro
Teste da razão
Nas próximas questões usamos o teste da razão para saber se a série absoluta converge ou não. Esse teste pode ser descrito da seguinte forma:

Para uma série , considere .


Então:
Se p < 1, a série converge.
Se p > 1, a série diverge.
Se p = 1, o teste é inconclusivo.
2001 - QUESTÃO 8
A respeito das séries seguintes, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(1) A série , na qual , é convergente para todo X ∈ R.


RESOLUÇÃO
O teste da razão é muito utilizado em séries que envolvem o fatorial de n, como na série desse item. Inicialmente, obtêm-se os termos an e an + 1 e a razão entre eles.
No caso específico deste problema, temos:
an = xn/n!
an + 1 = xn+1/(n +1)!
an + 1 / an = [xn+1/(n +1)!][n!/xn].
Em seguida simplifica-se ao máximo a razão:

Tomando o limite no infinito:

A série converge.
Verdadeiro
2002 – QUESTÃO 10
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(3) A série é convergente para todo a > 1.


RESOLUÇÃO
Usando o teste da razão e seguindo o mesmo procedimento da questão anterior:

Tomando o limite:

Como segundo o enunciado a >1 então 1/a < 1 e a série converge.


Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 10
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(1) A série é divergente.


RESOLUÇÃO
Usando o teste da razão:

A série converge.
Falso

(4) A série converge.


RESOLUÇÃO
Usando o teste da razão:
A série converge.
Verdadeiro
Teste da raiz
Nas próximas questões usamos o teste da raiz para saber se a série absoluta converge ou não. Esse teste pode ser descrito da seguinte forma:

Para uma série absoluta, , considere .


Então:
Se p < 1, a série converge.
Se p > 1, a série diverge.
Se p = 1, o teste é inconclusivo.
2002 - QUESTÃO 10
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

(4) A série é divergente.


RESOLUÇÃO
O teste da raiz é muito usado quando os termos da série estão elevados a n, como nesse problema específico. Obtêm-se assim uma expressão mais simples para tomarmos o
limite.
Tomamos um termo genérico:
(an) = (log(n)/n)n
Calculamos a raiz enésima do termo:
(an)1/n = [(log(n)/n)n]1/n = log(n)/n
Obtemos o limite no infinito:

Nesse caso temos uma indefinição. Note que o termo log(n) não está na base natural. Reescrevemos o limite obtendo um logaritmo na base natural:

Uma vez obtido o limite na base natural, usamos L’Hôpital:

A série converge.
Falso
2010 - QUESTÃO 13
Julgue as afirmativas:

(2) diverge;
RESOLUÇÃO
Analisamos essa série utilizando o teste da raiz e a regra de L´Hopital, temos:

Como o valor do limite é inferior a 1, a série converge.


Falsa
As próximas questões são discutidas no fim desta seção, porque não são uma aplicação direta dos testes de convergência, como nos casos anteriores. Algumas modificações
devem ser feitas antes da aplicação dos testes.
2001 - QUESTÃO 8
A respeito das séries seguintes, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(2) A série é convergente


RESOLUÇÃO

Sabemos que converge e, portanto, também converge. Como , segue que também converge.
Verdadeiro

(3) A série é divergente.


RESOLUÇÃO
Nesta questão usamos o seguinte artifício:

Como diverge, então, necessariamente, também diverge.


Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 3

(4) Considere duas séries de números positivos e com an ≥ bn para todo n > 100. Então, se Sn converge, S*n também converge.
RESOLUÇÃO

Dividimos as séries do enunciado em duas partes: uma para n ≤ 100 e outra para n > 100: e . Os dois somatórios
para n ≤ 100 são finitos, pois são somas finitas de números positivos. Como an≥ bn para n > 100, isso implica que Sn ≥ S*n, para n > 100. Como o primeiro desses é finito, o
segundo, que é menor ou igual ao primeiro, também será e, portanto, ambas as séries convergem.
Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 11

(3) Se a série Sn é convergente, a série também converge.


RESOLUÇÃO
Como vimos, a afirmação não é verdadeira.
Falso
2009 - QUESTÃO 8

Seja an uma sequência de números reais tais que a série converge ao tomarmos x = 2. Suponha ainda que o limite existe. Para cada x ∈ R,
defina bn(x) = anxn e avalie se cada afirmação abaixo é verdadeira (V) ou falsa (F).
(1) 2L > 1.
RESOLUÇÃO

Segundo o enunciado a série converge ao tomarmos x = 2. Ou seja, sabemos que converge.


Sabemos pelo teste da razão que temos para essa série convergente a seguinte relação:

Daí ficamos com:


2L ≤ 1, o contrário do proposto.
Falso

(2) converge se |x| < 2.


RESOLUÇÃO

Como vimos no item anterior, converge, o que implica:

Como |x| < 2, analisando a série proposta no enunciado, , pelo teste da razão, temos:

.
A série converge.
Verdadeiro

(3)
RESOLUÇÃO

Como sabemos que a série converge, então . Se, por ventura o limite proposto no enunciado fosse verdadeiro, , então

,e não seria convergente, o que é uma contradição.


Falso
2009 - QUESTÃO 12

Considere as sequências (xn) e (yn) definidas por e .


Julgue as afirmativas:

(3) A série é convergente.


RESOLUÇÃO
Note que o termo da série pode ser comparado com

Assim, , onde k = n + 1.

Comparando esse última série com , que é divergente, vemos que ,e diverge. Como essa última diverge, necessariamente também irá
divergir.
Falso
2010 - QUESTÃO 14
Seja an uma sequência de números positivos e S = {n ∈ N an ≥ 1}. Julgue os itens abaixo:

(0) Se converge, então S é finito;


RESOLUÇÃO

Suponha que S seja infinito. Então podemos montar uma série com esses termos. Como an ≥ 1, então , contrariando o proposto. Assim, como
converge, então S é necessariamente finito.
Verdadeira

(1) Se converge, então também converge;


RESOLUÇÃO

Note que a série converge, mas diverge. Ou seja, se converge não necessariamente converge.
Falsa

(2) Se converge, então as séries e convergem;


RESOLUÇÃO
Note que, segundo o enunciado, an é uma sequência de números positivos,

an ≥ 0. Se não houvesse essa condição o enunciado seria falso, pois poderíamos ter uma série alternada, , e outra , necessariamente absoluta. Por exemplo,

converge, mas diverge.

Retornemos ao caso com an ≥ 0. Se converge, então, como vimos no item (0) dessa questão, S = {n ∈ N an ≥ 1} é finito. Então existe n0 tal que para todo n > n0,

. Como a série converge, divida essa série em duas partes, sendo que ambas assumem valores finitos:

Divida a série também em duas partes:

A primeira parte é finita, pois o somatório é finito. A segunda é finita, pois para todo n > n0 e é finito. Portanto, a série converge.

Note que . Então . Daí decorre que .

Por comparação, como a série converge, necessariamente converge.


Verdadeira

(3) Se converge e existe, então R ≤ 1;


RESOLUÇÃO

Pelo teste da razão se , a série diverge. Ou seja, se a série converge, e R existe, necessariamente, R ≤ 1.

16 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS - Parte 1

Dada a similaridade dos métodos de resolução, as questões de equações diferenciais foram divididas em três seções: equações diferenciais de primeira ordem; equações
diferenciais de segunda ordem; e outras questões com equações diferenciais. As questões de 1ª ordem discutidas na 1ª das seções são todas resolvidas com a mesma metodologia.
As equações diferenciais de 2ª ordem apresentadas na seção seguinte também são todas resolvidas por uma metodologia específica para essas questões. O último grupo, que
também contém questões com equações diferenciais de primeira e segunda ordens, agrupa as questões que são resolvidas de forma diferenciada dos métodos considerados
padrões, o que justifica discuti-las em separado.
16.1– Equações diferenciais de primeira ordem
A maioria das questões com equações diferenciais ordinárias de primeira ordem das provas da ANPEC é composta de equações lineares. Essas equações têm o seguinte
formato geral: y' + f(x)y = r(x).
O método de resolução é sempre o mesmo, como ficará claro a seguir. Segue uma breve dedução do mesmo.
Partimos da equação linear: y' + f(x)y = r(x).
Multiplicamos essa equação por um fator integrante:

Note que a parte à esquerda dessa equação pode ser escrita como a derivada de um produto:

.
Reescrevendo, temos:

Integrando dos dois lados:

Fazendo e reescrevendo, temos:

Utilizaremos essas duas últimas expressões para resolver os problemas dessa seção.
1995 - QUESTÃO 1

Sabendo que a função y = y(x), x > 0 satisfaz a equação diferencial de primeira ordem e que y(0) = 3, calcule y(1):
RESOLUÇÃO
Inicialmente, verificamos se a equação proposta no enunciado é realmente uma equação linear. Ou seja, comparamos a equação proposta com a equação geral linear: y'
+ f(x)y = r(x). Uma vez verificada a semelhança entre elas, determinamos quais são os termos f(x) e r(x).

Note que neste problema específico: e .


Depois de obtidos os termos f(x) e r(x), para resolvermos essa questão utilizamos as duas equações descritas na introdução desse capítulo:

Então, temos:

Lembrando que alnb = ln ba e que elnx = x, ficamos com:

Obtemos assim a solução geral:

Falta determinar o valor da constante C, o que fazemos a partir da condição inicial, y(0) = 3. Substituindo essa condição na solução geral, temos: y(0) =

C = 3. Substituímos o valor de C encontrado na solução geral: .

Com essa solução específica, calculamos o valor de .


1998 - QUESTÃO 5
Sabendo que a função real y = y(x) satisfaz a equação diferencial de primeira ordem:

e que y(2) = 5e-2, calcule y(0).


RESOLUÇÃO

Seguindo os mesmos passos realizados anteriormente, note que neste problema também temos uma equação linear com f(x) = x e .
Em seguida utilizamos a relação que determina h e obtemos:

Substituímos h e r(x) na expressão de y(x), temos:

Assim, uma vez obtida a solução geral, utilizamos a condição y(2) = 5e-2 para definirmos o valor de C. y(2) = e-2(2 + C) =5e-2, o que implica C = 3.
Substituindo na equação geral anterior, temos:

Daí, calculamos o valor de y(0):

.
2001 - QUESTÃO 15

Sabendo que a função y:(–1,+∞) → R satisfaz a equação diferencial , e que y(0) = 25, calcule y(1):
RESOLUÇÃO
Seguindo o mesmo procedimento das questões anteriores, temos:

Logo, .
Além disso:

Utilizando a condição inicial, temos:

, C = 25.
Substituindo na solução geral e calculando o valor específico de y(1), temos:
2002 - QUESTÃO 15

Sabendo que a função y: R → R satisfaz a equação diferencial de primeira ordem, , e que no ponto x = 0 tem-se y(0) = e + 10, calcule y(2):
RESOLUÇÃO
Pelo mesmo procedimento:

Essa última integral deve ser feita por substituição simples, com e, consequentemente, ou 2du = xdx.
A integral toma o seguinte formato:

Retomando o valor da integral na equação de y(x), temos:

Para se obter o valor de C utilizamos a condição inicial: y(0) = 10 + C = e + 10. Portanto, C = e. Inserimos o valor de C na equação de y(x) e obtemos o valor de y(2):

2003 - QUESTÃO 15

Considerando que a função y: R+ → R satisfaz a equação diferencial de primeira ordem , e que y(x = 3) = 18, qual deve ser o valor de x para que y(x) seja
igual a 4?
RESOLUÇÃO

Sabemos que . Assim, temos:

Utilizando a condição inicial para determinar C:


y(3) = 9 + 3C = 18, então C =3
y(x) = x² + 3x.
Para qual valor de x temos y(x) = 4?
x² + 3x = 4
x² + 3x – 4 = 0.
Essa equação de segundo grau tem duas raízes:
x1 = 1 e x2 = –4.
Note que no enunciado y: R+ → R, ou seja, o domínio é R+. Assim, valores negativos de x estão fora do domínio. Portanto ficamos somente com x = 1.
2006 - QUESTÃO 15

Seja y(x) uma solução da equação diferencial . Calcule :


RESOLUÇÃO
Sabemos que f(x) = 2 e r(x) = 4.
Resolvendo pelo método usual:

Uma vez obtida a solução da equação diferencial, calcula-se o limite:

.
16.2 – Equações diferenciais de segunda ordem
Todas as equações diferenciais de 1ª ordem discutidas na seção anterior foram resolvidas pelo mesmo método. A maioria das questões com equações diferenciais de 2ª
ordem utiliza também uma metodologia de resolução similar, apesar de muito distinta da usada para resolução dos problemas de 1ª ordem.
Uma equação diferencial ordinária de 2ª ordem linear com os coeficientes constantes pode ser escrita no formato: y" + ay' + by = r(x), onde a e b são constantes.
Quando r(x) = 0, dizemos que a equação é homogênea, caso contrário ela é não-homogênea.
O método de resolução geral é sempre o mesmo e é descrito a seguir de forma bastante breve.
Solução da equação homogênea correspondente
Para resolvermos uma equação diferencial de segunda ordem não-homogênea, y" + ay' + by = r(x), com r(x) ≠ 0, devemos inicialmente obter a solução da equação
homogênea correspondente, y" + ay' + by = 0.
Montamos, então, a equação característica referente a essa equação que é
λ2 + aλ + b = 0.
Essa é uma equação do 2º grau. Obtemos as raízes dessa equação, λ1 e λ2. Como a equação é de 2º grau temos três possibilidades de resposta, dependendo dos valores de ∆:

1- Se ∆ > 0, as raízes são reais e distintas, λ1 e λ2. A solução geral da equação homogênea é .
2- Se ∆ = 0, as raízes são reais e iguais λ1 = λ2 = λ e a solução geral é .
3- Se ∆ > 0 , as raízes são complexas conjugadas, λ1 = a + bi e λ2 = a – bi, e temos como solução geral: .
Solução particular
Depois obtemos a solução particular, que é obtida por semelhança com a função r(x). Por exemplo, se r(x) é uma constante, a solução particular é, em geral, uma
constante: yp = K. Se r(x) é um polinômio, normalmente yp é um polinômio etc. Como existem muitas possibilidades de r(x), e também porque podem ocorrer algumas
complicações, a solução particular de cada questão será discutida caso a caso.
Solução geral
A solução final da equação diferencial de 2ª ordem será a soma da solução da homogênea e da solução da particular: y(x) = yh(x) + yp(x).
Solução específica
Partindo da solução geral, utilizamos as condições de contorno para obter os valores das constantes obtidas na solução da homogênea correspondente.
1995 - QUESTÃO 2

Sabendo que a função y(x) satisfaz a equação diferencial de segunda ordem e que y(0) = 0 e , calcule
RESOLUÇÃO
Note inicialmente que a equação do enunciado é uma equação ordinária linear com os coeficientes constantes de 2ª ordem não homogênea: y" + ay' + by = r(x).
Seguindo os pontos discutidos na introdução desta seção, obtemos a solução da equação homogênea correspondente.
Solução da equação homogênea correspondente
Partimos da equação homogênea correspondente à equação não homogênea do enunciado:
2y" + y' + 3y = 0.
Em seguida, obtemos a equação característica referente a essa equação:
2λ² + λ + 3 = 0.
Achamos as raízes dessa equação de 2º grau:

Com os valores das raízes complexas, λ1 = a + bi e λ2 = a – bi, onde


a = –1/4 e b = 231/2/4, obtemos a solução da equação homogênea :

.
Solução particular
Depois de obtida a solução da equação homogênea correspondente, obtém-se a solução particular por semelhança com r(x). Como r(x) = 15 é uma constante, em geral, a
solução também será uma constante: yp = C. Dizemos “em geral”, pois podem haver complicações. Vejamos.
Se na solução da homogênea houver um termo constante, não seria essa a opção para a solução particular. Isso acontece se tivermos duas raízes reais e distintas, λ1 e λ2,
sendo uma delas igual a zero. A solução da homogênea seria . Como na solução da homogênea já temos um dos termos igual a uma constante, A,
a solução da particular é um monômio de 1º grau: yp = Cx.
Pode ainda haver uma segunda complicação caso exista na solução da homogênea um monômio de 1º grau. Isso ocorre se tivermos raízes reais duplas λ1 = λ2, sendo ambas
iguais a zero. A solução da homogênea seria . No caso, a solução da particular seria um monômio de 2º grau, yp = Cx².
No caso desse problema, não temos qualquer das complicações citadas, e então temos: yp = C.
Isso implica que:
y'p = 0 e y"p = 0.
Substituindo essas três relações na equação diferencial 2y" + y' + 3y = 15, temos:
2(0) + (0) + 3(C) = 3C = 15.
Daí temos: 3(C) = 15,
C = 5, ou seja, yp = 5.
Solução geral
Uma vez obtidas as soluções da equação homogênea correspondente e a solução particular, somamos as duas:

Solução Específica
Note que na solução geral temos duas constantes, A e B, que ainda não tiveram seus valores definidos. Para calcularmos esses valores devemos fazer uso das duas condições
iniciais propostas no enunciado, que são: y(0) = 0 e y'(0) = 0.

Entretanto, no caso específico desse problema, note que a questão pede . Assim, não necessitamos determinar os valores das constantes, pois , as
funções seno e cosseno são funções limitadas, e toda a solução da equação homogênea converge para zero. A solução geral converge para cinco:

1996 - QUESTÃO 10
Dada a equação diferencial y" + 2y' + 2y = 1, indique se as afirmativas seguintes são verdadeiras ou falsas:
(0) Toda solução desta equação converge de forma oscilante para 1/2.
RESOLUÇÃO
Nesse problema também temos uma equação diferencial de 2ª ordem não homogênea. Para resolvê-la seguimos os mesmos passos da questão anterior. Inicialmente
resolvemos a equação homogênea correspondente, depois obtemos a solução particular e, em seguida, somamos as duas soluções e obtemos a solução geral.
Homogênea
A equação homogênea correspondente é:
y" + 2y' + 2y = 0
Obtemos assim a equação característica do problema:
λ² + 2λ + 2 = 0
Note que as raízes dessa equação são complexas, como no problema anterior:
λ1 = –1 + i
λ2 = –1 – i
Em seguida, montamos a solução da homogênea com essas raízes:
yh = e–x(Acosx + Bsenx).
Particular
Uma vez resolvida a equação homogênea correspondente, obtemos a solução particular por semelhança. Note que não temos qualquer das complicações citadas
anteriormente. Como r(x) = 1, uma constante, temos:
yp = C, y'p = 0, y"p = 0.
Substituindo na equação diferencial y" + 2y' + 2y = 1, temos:
2C = 1, o que implica C = 1/2 e yp = 1/2.
Solução geral
Somando as duas soluções parciais encontradas, temos a solução geral:

Solução específica
Note que não é especificada qualquer condição inicial no enunciado. Assim, não podemos obter o valor das constantes A e B, o que não é necessário neste problema, assim
como ocorreu com o anterior.
Dizer que a solução converge para 1/2 é o mesmo que dizer que:

Como e–x converge para zero, e cos(x) e sen(x) são funções limitadas, temos .
Como as funções cos(x) e sen(x) oscilam, dizemos que a solução converge de forma oscilante para 1/2. Entretanto, repare que se A = B = 0, ou seja, y = 1/2, o sistema não
converge “de forma oscilante” para 1/2. Assim, a afirmação só será verdadeira se a solução da equação homogênea for não trivial.
Verdadeiro
(1) y(t) = 1/2 é a única solução estacionária (i.e., constante) da equação.
RESOLUÇÃO
A solução é constante se A = B = 0. Ou seja, se, e somente se, y = 1/2.
Verdadeiro
(2) O polinômio característico associado à equação possui raízes reais.
RESOLUÇÃO
Vimos que as raízes são imaginárias.
Falso

(3) A solução geral desta equação é dada por: constantes reais.


RESOLUÇÃO
Essa foi justamente a solução que encontramos.
Verdadeiro
1997 - QUESTÃO 11
Seja x: R → R duas vezes diferenciável e considere a equação diferencial
x" + 2x' + x = 0 com as condições x(0) =1 e (em que exp é a exponencial). Se a solução é x(t), julgue as afirmativas:

(0) e x(t) ≥ 0, para todo t ≥ 0.


RESOLUÇÃO
Note que neste problema a equação diferencial é homogênea. Assim, seguindo os passos para a solução de uma equação assim, obtém-se a equação característica da equação
diferencial: λ² + 2λ + 1 = 0.
As raízes dessa equação são: λ1 = λ2 = –1. Assim, ao contrário dos demais problemas com raízes complexas conjugadas, aqui temos uma raiz dupla real.
Como vimos, a solução para esse problema toma a seguinte forma:
y(x) = (Ax + B)eλx. Note que no caso deste problema a função a ser obtida é x(t). Portanto, temos como solução da equação diferencial: x(t) = (At + B)e-t.

Note que dada a solução desse problema, sabemos que , como proposto no enunciado. Porém, ainda nada sabemos sobre o sinal das constantes A e B, que
determinam o sinal de x(t).
Solução específica

Assim, temos que definir os valores para as constantes, utilizando as condições dadas, x(0) = 1 e .
Sabemos que x(t) = (At + B)e-t , assim temos:
x(0) = B = 1.
Uma vez obtido o valor de B, o introduzimos na solução geral:
x(t) = (At + 1)e-t.
Utilizamos a segunda condição para obtermos o valor de A:

Daí decorre que: A = 0.


Uma vez determinados os valores das duas constantes, ficamos com: x(t) = e–t
A função x(t) = e–t tende para zero e é sempre positiva.
Verdadeiro

(1)
RESOLUÇÃO
Sabendo que x(t) = e–t, temos:

Falso
(2) |x(t)| ≤ 1, para todo t ≥ 0.
RESOLUÇÃO
Como x(t) ≥ 0, então |x(t)| = x(t). Além disso, x(t) = e–t é monotonamente decrescente, o que implica que seu maior valor em t ≥ 0 é assumido quando
t = 0. Nesse ponto: x(0) = e0 = 1, ou seja, |x(t)| ≤ 1, para todo t ≥ 0.
Verdadeiro
(3) x(t) é periódica porque a equação característica associada à equação diferencial acima possui uma raiz positiva e outra negativa.
RESOLUÇÃO
x(t) não é periódica, pois é monótona e, além disso, a equação característica não tem uma raiz positiva e outra negativa, e sim uma raiz dupla negativa. E ainda, soluções
periódicas estão associadas a raízes imaginárias e não ao sinal das mesmas.
Falso
1998 - QUESTÃO 7
Sabendo que a função real y(x) satisfaz a equação diferencial de segunda ordem

, calcule :
RESOLUÇÃO
Seguindo a mesma metodologia de resolução, primeiramente obtemos a solução da equação homogênea correspondente.
y" + 5y' + 4y = 0
λ² + 5λ + 4 = 0
λ1 = –1 e λ2 = –4

Como temos duas raízes reais, a solução é do tipo: . Então, ficamos com: .
Uma vez resolvida a homogênea correspondente, obtemos a solução particular por semelhança. Note que aqui r(x) = 40 + e–3x. Ou seja, em uma parte de r(x)temos uma

constante e na outra uma função exponencial. Obtemos uma solução particular referente ao termo constante e depois uma solução referente ao termo exponencial .
Por fim, somamos os dois.
Como não temos na solução da homogênea uma constante, a parte da solução particular referente à constante será também uma constante, como nos problemas anteriores:

.
Resta a parte de r(x) referente à exponencial. Aqui também podemos ter complicações, o que não ocorre. Note que na homogênea não temos uma exponencial similar à
existente em r(x). Assim, por semelhança, .
São duas as possíveis complicações. Se tivermos duas raízes reais distintas, sendo uma das raízes igual a λ1 = –3. Desta forma, a solução da homogênea correspondente
seria . Como o termo já faria parte da homogênea, a solução da particular não poderia assumir essa forma, e seria .
Podemos ter ainda uma outra complicação. Se tivermos duas raízes reais iguais, ambas iguais: λ1 = λ2 = –3. A solução da homogênea correspondente seria
. Com esses termos na solução da homogênea, a solução da particular não pode assumir qualquer dessas duas formas, e seria:

Uma vez que não temos qualquer dessa complicações, por semelhança, a solução particular do problema terá uma parte constante, , e outra que conta com uma
exponencial, : .
Derivando, temos:

Substituindo na equação diferencial, obtemos os valores de C e D:

Separamos essa equação em duas: uma com a parte constante e outra com a exponencial.

Uma vez obtidos os valores de C = 10 e de , substituímos na solução proposta:

Com as soluções da homogênea e da particular, obtemos a solução do problema, somando-os:

Note que nesse problema não são definidas as condições iniciais para a determinação dos valores das constantes.
Por fim, obtemos o limite do enunciado:

.
2000 - QUESTÃO 13

Sabendo que a função y: R → R satisfaz a equação diferencial ordinária de segunda ordem, e sendo dados y(1) = 3e e , assinale
V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) A solução homogênea é , em que c1, c2 são constantes a determinar.
RESOLUÇÃO
Escrevendo a homogênea correspondente, obtendo a equação característica, calculando as raízes e montando a solução, temos:
y" – 3y' + 2y = 0
λ² – 3λ + 2 = 0
λ1 = 2 e λ2 = 1

.
Essa foi justamente a solução da homogênea proposta no enunciado.
Verdadeiro

(1) A solução particular é .


RESOLUÇÃO

Mais uma vez, por similaridade, obtém-se a solução particular. Note que a primeira opção seria , entretanto, como discutido acima, como a expressão já
aparece na homogênea, yp não pode assumir o mesmo formato. Ou seja, a resposta é falsa. O formato verdadeiro é .
Como ilustração, resolveremos a questão.
Temos:

Substituindo na equação diferencial com Ce2x em evidência:

Obtemos assim a solução particular: yp = xe2x, que é diferente da solução proposta no enunciado, como já sabíamos.
Falso
(2) As constantes são c1 = 3; c2 = –1.
RESOLUÇÃO
Somando a solução da homogênea com a solução da particular obtemos a solução geral:
y(x) = yh + yp = Ae2x + Bex + xe2x
Para definirmos os valores de A e B, devemos utilizar as relações: y(1) = 3e e y'(1) = e² + 3e.
Derivamos a solução geral:
y'(x) = 2Ae2x + Bex + e2x + 2xe2x
Em seguida, substituímos os valores das relações:

.
Isolando os termos com e e com e² nas duas relações, temos:
Para y(1):
Be = 3e
(A + 1)e² = 0
Para y'(1):
Be = 3e
(2A + 3)e² = e²
Conclui-se que: B = 3 e A = –1.
Note que essas constantes encontradas são justamente as propostas pelo enunciado.
Verdadeiro
(3) y(0) = 2.
RESOLUÇÃO
Substituindo as constantes obtidas no item anterior na solução geral obtemos a solução específica:

No ponto x = 0, temos:
y(0) = –1 + 3 + 0 = 2
Verdadeiro
2001 - QUESTÃO 14

Sabendo que a função y: R → R satisfaz a equação diferencial , e que , e que y(1) = 13 + 2e, calcule y(0):
RESOLUÇÃO
Seguindo os mesmos passos das questões anteriores:
y" – 2y' + y = 0
λ² – 2λ + 1 = 0
λ1 = λ2 = 1

Por similaridade:
yp = C + Dx
y'p = D
y"p = 0.
Substituindo:
–2D + (C + Dx) = 10 + x
Separando o termo com constantes dos que contém x:
–2D + C = 10
Dx = x → D = 1
C = 12
yp = 12 + x.
Somando as duas soluções e utilizando as condições iniciais:

A+B=2

Daí decorre que A = 1 e, consequentemente, B = 1.


Substituindo os valores das constantes na solução:

Por fim, calculamos y(0):


.

16 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS - Parte 2

2004 - QUESTÃO 11
Considerando uma solução x(t) qualquer da equação diferencial
3.x"(t) + 4.x'(t) + x(t) = 0, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) se x(t) é uma função não-nula, então, .


RESOLUÇÃO
Seguindo o mesmo procedimento:

Uma vez obtida a função x(t), calculamos o limite, que independe dos valores de A e B:

.
Verdadeiro

(1) se x(t) é uma função não-nula, então,


RESOLUÇÃO
Para facilitar, escrevemos esse limite no seguinte formato:

Note que o valor desse limite depende dos valores de A e B. Se ambos forem positivos ou se somente B for positivo, o limite tem o valor proposto no enunciado. Porém, se
tomarmos, por exemplo, B negativo, ou B=0 e A negativo, vemos que
Falso
(2) x(t) tem um ponto de mínimo global na reta real R.
RESOLUÇÃO
Como vimos no item anterior, dependendo do valor das constantes, a solução obtida não tem mínimo global.
Falso

(3) se x(t) é tal que x(0) = 0 e x'(0) = 1, então, .


RESOLUÇÃO
Com essas condições iniciais, determinamos os valores das constantes A e B:

(1)

(2)
De (1) temos que A = –B.
Substituindo em (2), obtemos o valor de B:

Isso implica que A = 3/2.


Assim, temos:

Tomando o limite:

Verdadeiro
(4) se x(t) é tal que x(0) = 0 e x'(0) =1, então, x(t) tem um ponto de máximo global na reta real R.
RESOLUÇÃO

Pelo item anterior sabemos que com essas condições iniciais:


Se houver um máximo na função, uma vez que ela é definida em toda a reta real, necessariamente, x'(t) = 0. Vejamos se isso ocorre:

Para verificar se esse ponto é mesmo um máximo, utilizamos a derivada segunda:

Como a derivada segunda é negativa, o ponto é de máximo.


Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 15

Considere a equação diferencial com y(0) = 2 e . Calcule y(ln(2):


RESOLUÇÃO
Seguindo os mesmos passos das questões anteriores:
2005 - QUESTÃO 8

(3) A equação diferencial tem solução geral , em que C1 e C2 são constantes.


RESOLUÇÃO
Este tipo de questão pode ser resolvido de pelo menos duas formas. Um seria obter a resposta da equação diferencial homogênea de segunda ordem e compará-la com a
resposta do enunciado. Outra seria derivar a resposta dada e verificar se a proposta satisfaz a equação diferencial. Aqui faremos pelo primeiro dos métodos, que é menos
trabalhoso.

, como proposto no enunciado.


Verdadeiro

(4) A equação diferencial tem solução geral , em que C1 e C2 são constantes.


RESOLUÇÃO
Utilizando os mesmos passos do item anterior:

Como os λs são imaginários, a solução geral envolve funções trigonométricas. A solução proposta seria obtida se λ1■= λ2■= –1/2.
Falso
2009 - QUESTÃO 14

Seja f: R → R uma função duas vezes diferenciável, tal que f(0) = f'(0) = 1 e f" + 2f' + f = 0. Se , calculo o valor de .
RESOLUÇÃO
Inicialmente, resolvemos a equação diferencial pelo método já descrito:

Dadas as condições iniciais, f(0) = f'(0) = 1, obtemos os valores das constantes A e B:

Assim ficamos com:

Uma vez obtida f(x), calculamos os valores de f(4) e de A:

Depois inserimos na expressão de α do enunciado:

16.3 – Outras questões de equações diferenciais


Nesta seção discutiremos questões também relativas a equações diferenciais, mas que não se enquadram nos padrões anteriores, o que justifica a inclusão dessa terceira seção
em separado.
1997 - QUESTÃO 10
Considere a seguinte equação diferencial: 10 – (5 – y)y' = 2y e a condição inicial y(0) = 10. Suponha que y(t) ≠ 5, ∀t. Julgue as afirmativas:
(0) Quando t = 23, y será 56.
RESOLUÇÃO
Reescrevendo a equação diferencial do enunciado, temos:
10 – (5 – y)y' = 2y
10 – (5 – y)y' – 2y = 0
(5 – y)(–y' + 2) = 0
Essa fatoração é o ponto-chave da resolução da questão. Como, segundo o enunciado, y ≠ 5, necessariamente 5 – y ≠ 0, o que implica em: –y' + 2 = 0. Essa última equação é
uma equação diferencial de 1ª ordem separável. Assim, utilizamos o método de separação de variáveis para resolvê-la. Vejamos:
Como y(0) = 10, então:

Uma vez resolvida a equação diferencial e obtido o valor de y(23) e vejamos se o proposto no enunciado é correto:
y(23) = 2(23) + 10 = 56, que é exatamente o que está proposto no enunciado.
Verdadeiro

(1)
RESOLUÇÃO
Como vimos acima, y(t) = 2t + 10. Então temos:

Verdadeiro

(2)
RESOLUÇÃO
Vejamos se o proposto é verdadeiro:

Verdadeiro
(3) Fora do ponto t = 5, a solução é não-linear.
RESOLUÇÃO
A solução, como vimos, é y(t) = 2t + 10, ou seja, é uma solução linear.
Falso
2002 - QUESTÃO 14
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) A solução da equação diferencial y' = y – y³ apresenta 3 equilíbrios estacionários quando t → ∞, dependendo da condição inicial: y = –1, y = 0 e y = 1. O equilíbrio y = 0
é o único que é instável.
RESOLUÇÃO
Nesta questão usamos um diagrama de fase como forma de resolução. Como mostra o gráfico a seguir, o eixo vertical é referente à derivada da função e o eixo horizontal é
referente à própria função. A equação y' = y – y³ representa um polinômio do 3º grau no diagrama de fase.
Segundo o enunciado, a equação diferencial y' = y – y³ tem três pontos de equilíbrio, ou seja, pontos onde y' = 0. Assim, temos:
y – y³ = 0
y(1 – y²) = 0.
As raízes do polinômio, que são os pontos de equilíbrio, são exatamente as propostas no enunciado: y = –1, y = 0 e y = 1.
Parte do proposto no enunciado está correto.
Com essa informação obtida acima traçamos o diagrama a seguir:
y' = y – y³

Neste tipo de questão devemos analisar o que acontece nas proximidades dos pontos de equilíbrios estacionários para discutir se eles são estáveis ou instáveis. Vamos
analisá-los um de cada vez.
Nas proximidades do ponto y = –1, vemos que: se y < –1, y' > 0 o que implica que no intervalo a função aumenta; e se y > –1 e y' < 0 e a função diminui. Conclui-se que o
ponto de equilíbrio y = –1 é estável, uma vez que para valores próximos menores, a função aumenta, e para valores próximos maiores, a função diminui. O mesmo tipo de
análise indica que o ponto y = 1 também é um equilíbrio estável. Note que em ambos os pontos, a inclinação da curva no diagrama de fase é negativa.
Por outro lado, para a região próxima ao ponto y = 0, temos: se y < 0,
y' < 0 e a função diminui; e se y > 0, y' > 0, e a função aumenta. Ou seja, o ponto de equilíbrio é instável. Qualquer perturbação em torno do ponto zero fará com que a função
diminua ainda mais se y < 0, ou aumente ainda mais se y > 0. Note que a inclinação da curva é positiva.
Verdadeiro
(1) Considere a equação diferencial y' = f(y), em que f é uma função continuamente diferenciável tal que f(k) = 0. Se f' > 0, então, para qualquer condição inicial, a solução
diverge.
RESOLUÇÃO
Sabemos pelo enunciado que f'(y) > 0, ou seja, a função é crescente. Se
f(k) = 0, então, para valores menores que k, f(k) < 0 e para valores maiores ocorre o contrário. Fazendo um diagrama com essa informação, com f(y) = y', temos:

Além disso, também pelo enunciado, sabemos que f(y) = y', Substituindo f(y) por y' obtemos um diagrama similar ao do item anterior. Assim, como a inclinação do gráfico é
positiva, temos um equilíbrio instável. Como conclusão: para qualquer ponto y ≠ k, a função diverge. Isto é, se y > k, y aumenta indefinidamente, e se
y < k, y diminui indefinidamente. Entretanto, suponha que a condição inicial seja exatamente essa: y(0) = k. Nesse caso, y' = f(y) = f(k) = 0 e a função não varia, ou seja, ela
permanece no ponto de equilíbrio e não diverge.
Falso
(2) A solução da equação diferencial de segunda ordem y" + y' + C = 0 apresenta ciclos se, e, somente se, C > 1/4.
RESOLUÇÃO
O ponto-chave desta questão é não confundir a equação diferencial y" + y' + C = 0 com a equação diferencial y" + y' + Cy = 0.
Nessa segunda equação temos como equação característica: λ² + λ + C = 0. Quando C > 1/4, as raízes são imaginárias, e a solução da equação apresenta ciclos, como
proposto no enunciado.
Entretanto isso não ocorre na equação do enunciado: y" + y' = –C.
Seguindo os passos usuais da resolução, temos para a homogênea correspondente:
y" + y' = 0
λ² + λ = 0
λ(λ + 1) = 0
λ1 = 0 e λ = –1

Note que se r(x) = –C na equação diferencial, por semelhança, yp seria uma constante. Porém, como a constante já aparece na homogênea, a particular toma a seguinte
forma:
yp = Dx
y'p = D
y"p = 0.
Substituindo na equação diferencial y" + y' = –C, temos:
D = –C, o que implica em:
yp = –Cx.
Somando as soluções da homogênea e da particular, temos a solução geral:

.
Essa solução não apresentará ciclos qualquer que seja o valor de C, nem em particular para C >1/4.
2005 - QUESTÃO 15

Se a função y(x)é uma solução da equação diferencial e

y(0) = 1, calcule o valor de


RESOLUÇÃO
O primeiro impulso é tentar resolver a equação diferencial de 2ª ordem pelos métodos usuais e calcular o proposto no enunciado. Entretanto, existe um caminho diverso,
muito eficiente, para resolver essa questão.
Partimos da equação diferencial proposta no enunciado, y'' + y' + y = 0, e derivamos toda a expressão: y''' + y" + y' = 0.
Note que os termos y" e y' aparecem nas duas expressões. Assim isolamos as duas nas duas equações:
y'' + y' = –y
y'' + y' = –y'''
Logo y'''(x) = y(x) e, em especial, y'''(0) = y(0) = 1.
2008 - QUESTÃO 12
Considere a equação diferencial y"(x) + y'(x) + 2y(x) = 0 com condições iniciais y(0) = 1 e y'(0) = 0. Calcule y'''(0) .
RESOLUÇÃO
Aqui também podíamos resolver toda a questão pelo procedimento usual e obter o valor de y'''(0). Porém, existe uma maneira mais rápida de se resolver o problema, como
no caso anterior. Derivando mais uma vez a equação diferencial proposta, temos:
y''' + y" + 2y' = 0
Especificamente para x = 0, temos para a equação diferencial original e essa de 3ª ordem:
y"(0) + y'(0) + 2y(0) = 0
y'''(0) + y''(0) + 2y'(0) = 0
Substituindo y(0) = 1 e y’(0) = 0, em ambas, temos:
y"(0) + (0) + 2(1) = 0
y'''(0) + y''(0) + (0) = 0
Da primeira dessas equações, temos:
y"(0) = –2.
Daí decorre que:
y'''(0) = 2
2010 - QUESTÃO 12
Considere as equações diferenciais abaixo e julgue as afirmativas:

(0) (I), (II) e (III) são equações diferenciais lineares de segunda ordem;
RESOLUÇÃO
O que define a ordem da equação diferencial é sua derivada de maior ordem. Todas as três equações diferenciais têm como derivada de maior ordem a de segunda ordem e
são, portanto, equações diferenciais de 2ª ordem. Além disso, todas elas são lineares por que podem ser escritas como: y" + f(x)y' + g(x)y = k(x)
Verdadeira

(1) é solução de (I), para os valores de contorno y(0) = 3 e ;


RESOLUÇÃO
Podemos resolver essa questão de pelo menos duas maneiras. Na primeira, poderíamos resolver o problema pelo procedimento usual. Como isso já foi feito muitas vezes na
seção anterior, ficamos com uma segunda alternativa. Verificamos se a solução proposta no enunciado satisfaz a equação diferencial e as condições de contorno.
Sabemos que y(x) = e–2x + 2e2x, derivando duas vezes e substituindo na equação diferencial y" – 4y = 0, temos:

A solução dada satisfaz a equação diferencial.


Basta então verificar se ela satisfaz as condições de contorno. Vejamos a primeira delas:

y(0) = 3
A primeria delas foi satisfeita.
Vejamos a segunda:

.
A segunda condição de contorno também foi satisfeita e a solução proposta
é verdadeira.
Verdadeira

(2) A solução da homogênea associada a (II) é , em que A e B são constantes arbitrárias;


RESOLUÇÃO
Para obter a solução da homogênea associada a (II) poderíamos utilizar o procedimento padrão. Entretanto, como isso já foi feito muitas vezes, utilizaremos uma
metodologia diferente, como foi feito no item anterior. Derivamos a solução proposta:

E substituímos na homogênea correspondente, y" – 3y' – 4y = 0

A solução proposta no enunciado não é a solução da homogênea. Na verdade, a solução é


Falsa

(3) é solução particular de (II);


RESOLUÇÃO
Essa questão também pode ser resolvida pelo procedimento usual. Entretanto, segue inicialmente outra forma alternativa, que é mais rápida. Depois mostramos a resolução
mais formal.

No item anterior foi mostrada a solução da homogênea associada a (II), , e não temos qualquer complicação, pois não temos um polinômio nessa
solução. Assim, a resposta da particular é um polinômio de 2º grau, que pode ser o proposto. Derivando a solução proposta no enunciado, temos:

Substituindo na equação diferencial e observando se a relação é satisfeita, temos:

concordando com a resposta da equação diferencial não-homogênea.


A título de ilustração, obtemos a solução particular utilizando o método da semelhança. Como r(x) = 4x², polinômio de segundo grau, propomos uma função semelhante:

Derivamos essa solução e substituímos na equação diferencial:

Substituindo em y" – 3y' – 4y = 4x², temos:

Dessa relação obtemos três equações:

Da primeira, temos:
c = –1
Da segunda, temos:

De última, temos:

A solução da particular é, então:

como proposto.
Verdadeira
A equação característica de (III) possui 2 raízes distintas.
RESOLUÇÃO
Vejamos se temos duas raízes distintas:

Temos apenas uma raiz dupla real.


Falsa
17– EQUAÇÕES DE DIFERENÇA

A apresentação da resolução das equações de diferença seguirá o mesmo formato utilizado no capitulo anterior, também pela similaridade dos métodos de resolução:
equações de diferença de primeira ordem; e equações de diferença de segunda ordem. Algumas das questões de equações de diferença foram classificadas como Matemática
Financeira e são discutidas em separado no próximo capítulo. Além disso, as questões com sistemas de equações de diferença são discutidas no capítulo referente à aplicação de
autovalores e autovetores no estudo de sistemas dinâmicos.
17.1 - Equações de diferença de primeira ordem
As equações de diferença de primeira ordem lineares com coeficientes constantes são de fácil resolução. Uma equação deste tipo pode ser escrita no seguinte formato:
yt+1 = ayt + b, onde a e b são constantes.
Dependendo dos valores de a e b, pode-se dividi-las em três tipos:
Tipo 1: a = 1 e b ≠ 0;
Tipo 2: a ≠ 1 e b = 0;
Tipo 3: a ≠ 1 e b ≠ 0.
Cada um desses tipos tem um formato de resolução muito bem definido. Segue cada uma delas em separado.
O primeiro tipo de equação de diferença de 1ª ordem pode ser escrito como:
yt+1 = yt + b com b ≠ 0.
A obtenção da solução é direta, sendo que y0 é a condição inicial:
yt = y0 + bt.
As equações do tipo 2 tem o seguinte formato:
yt+1 = ayt, com a ≠ 1.
Elas apresentam o seguinte formato de resposta, também obtido de forma direta:
yt = (a)ty0.
Para a equação do tipo 3, a solução não é tão direta, e é deduzida a seguir.
Partimos da equação de diferença, yt+1 = ayt + b, com : a ≠ 1 e b ≠ 0.
Escrevemos a relação para:

Substituímos y1 da primeira relação na segunda, temos:

Em seguida, substituímos esse resultado na terceira das relações:

Reescrevemos essas duas últimas expressões no seguinte formato:

Assim, deduzimos que para um t qualquer, temos:

Resta saber quanto vale o somatório entre parênteses:

Multiplicamos toda a expressão por a e subtraímos o resultado da própria relação:

Assim, chegamos a uma expressão que será utilizada sempre que a equação de diferença de 1ª ordem for do tipo 3:

1995 – QUESTÃO 15

Dada a equação em diferenças finitas e sabendo que , indique se as afirmativas a seguir são verdadeiras ou falsas:
(0) A variável yt converge para 1/2 sem oscilações.
RESOLUÇÃO

Note que a equação no enunciado está exatamente no formato , onde:


a = –1/3 e b = –2.
Assim, segundo a classificação proposta, ela é do tipo 3 e tem como resposta:

Substituindo os valores de a, b e y0 desta questão específica, nessa expressão temos:

Reescrevendo essa equação, temos:

Essa é a solução da equação de diferença com a condição inicial especificada. No enunciado pergunta-se se a variável yt converge para o valor especificado. Isso é o mesmo
que perguntar se o limite quando t → ∞, isto é, no longo prazo, converge para esse valor. Vejamos:

.
A variável yt converge para –3/2.
Falso
(1) A variável yt converge para –3/2 com oscilações.
RESOLUÇÃO
Vimos no item anterior que a solução realmente converge para –3/2. Como existe na solução um termo negativo elevado a t, quando t for par, o valor é positivo, e quando t
for ímpar, o valor é negativo. Desta forma o valor de yt oscila em torno do ponto de equilíbrio.
Verdadeiro

(2)
RESOLUÇÃO
Essa é justamente a resposta encontrada.
Verdadeiro

(3)
RESOLUÇÃO
Essa solução difere da anterior e não é a correta.
Falso

(4)
RESOLUÇÃO
O mesmo se aplica aqui.
Falso
1996 – QUESTÃO 9
Considere a seguinte equação de diferença não homogênea:

Sua solução geral é dada por: .


Note que para efeitos didáticos os itens dessa questão são discutidos na seguinte ordem: (0), (3), (1) e (2). Note, ainda, que essa questão foi anulada.
(0) A variável yt converge para que valor?
RESOLUÇÃO

Inicialmente, reescrevemos a equação no formato, : . Seguindo os mesmos passos de resolução da questão anterior, sabemos que a equação é
do tipo 3 com a seguinte solução:

Uma vez obtida a solução, calculamos o valor no longo prazo:

(3) Partindo-se de t = 0, qual o valor inicial de yt?


RESOLUÇÃO
Sabemos pelo enunciado que y1 = 11, então substituindo t = 1 na solução obtida no item anterior, temos:

(1) Calcule o valor de(10m +a).


RESOLUÇÃO
Substituindo y0 =10 na solução obtida no item (0), temos:

Comparando com a equação proposta no enunciado:

vemos que: , a = –10 e b = 20.


Então:
10m + a = 10(9/10) – 10 = –1.
(2) Calcule o valor de b.
RESOLUÇÃO
Como vimos na comparação realizada no item anterior: b = 20.
2006 – QUESTÃO 3
Avalie as opções

(0) Seja , x0 = 0. Então, .


RESOLUÇÃO
Seguindo os mesmos passos das questões anteriores, temos:

Sabemos que a resposta para este tipo de equação de diferença é dada por:

Para o caso específico deste problema, com x0 = 0, temos:

.
Assim, obtemos o limite proposto no enunciado:
.
Verdadeiro

(1) Seja , x0 = 2. Então,


RESOLUÇÃO
Utilizando a mesma expressão apresentada no item anterior para o caso deste problema com x0 = 2, temos:

Obtemos o limite proposto no enunciado:

.
Falso
Essa última questão, por apresentar uma resolução um pouco diferente, foi deixada para o fim da seção.
2002 – QUESTÃO 14
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):
(4) No modelo de funcionamento dinâmico de um mercado descrito pelo
Cobweb cycle, a demanda na data t(Dt) é função do preço corrente pt, enquanto que a oferta (St) é função do preço praticado no período precedente pt–1. A demanda e oferta
são especificadas como Dt = α + β pt e St = γ + δ pt–1, em que α, β, γ e δsão constantes. Então, com o passar do tempo, o mercado converge para um equilíbrio estável se, e
somente se, |δ| < |β| e (γ – α)/β < 0.
RESOLUÇÃO
Para se resolver um sistema Cobweb, assume-se que o mercado está em equilíbrio, ou seja, que a oferta e a demanda são iguais: Dt = St. Igualando as duas expressões do
enunciado, temos:
α + β pt = γ + δ pt–1
Essa equação é reescrita no formato padrão:
α + β pt+1 = γ + δ pt

Se, como proposto no enunciado, |δ| < |β| e (γ – α)/β < 0, então a equação de diferença é do tipo 3. Como vimos, essa equação tem como solução:

Reescrevendo essa solução, temos:

Essa solução convergirá se . Ou seja, |β| > |δ|, como proposto pelo enunciado. Porém, isso ocorrerá independentemente do valor de .
Falso
17.2 – Equações de diferença de segunda ordem

As equações de diferença de segunda ordem discutidas aqui tem o seguinte formato: . De certa forma, elas são resolvidas de forma similar às
equações diferenciais de mesma ordem.
Inicialmente, obtém-se a equação homogênea correspondente: .
Em seguida, escreve-se a equação característica, m² + am + b = 0
Da mesma forma como nas equações diferenciais de mesma ordem, como temos uma equação de 2º grau, são três as possibilidades.
Se ∆ > 0, temos duas raízes reais distintas, m1 e m2. A solução tem o seguinte formato: yt = A(m1)t + B(m2)t
Se ∆ = 0, temos uma raiz real dupla, m1 = m2. No caso, a solução é escrita como: yt = (At + B)mt
Por fim, se ∆ < 0, são duas raízes complexas conjugadas, m1 = a + bi e
m2 = a – bi. A solução é escrita como: .
Para obtermos os valores de R e θ, utilizamos o diagrama a seguir. O eixo horizontal é referente à parte real das raízes, a. O eixo vertical é referente à parte imaginária das
raízes, b.
No triângulo retângulo obtido, R é a hipotenusa, a e b são os catetos, e θ é o ângulo entre a hipotenusa e o eixo real.

Pelo Teorema de Pitágoras e relações trigonométricas, temos:


R = (a² + b²)1/²,
senθ = b/R e cosθ = a/R.
Depois de obtida a solução da homogênea, obtém-se a solução particular, também por semelhança. Em seguida, soma-se a resposta da homogênea com
a particular. Por fim, utilizam-se as condições inicias para determinar os valores
das constantes.
Nesta seção, por razões didáticas, as questões não seguirão a ordem cronológica.
2001 – QUESTÃO 13

Dada a equação de diferenças finitas do segundo grau com valores y0 = 3 e y1 = 4, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
Note que por questões didáticas, a discussão segue a seguinte ordem: (1), (0), (3), (4) e (2).
(1) A solução homogênea da equação é uma função monótona.
RESOLUÇÃO
Seguindo os passos descritos, montamos a equação homogênea correspondente à equação do enunciado:

.
Escreve-se a equação característica:
.
Note que aqui utilizamos a letra m para escrever a equação característica e não λ como no caso das equações diferenciais.
As raízes são complexas:
m1 = –1/2 + (1/2)i,
m2 = –1/2 – (1/2)i.
Como as raízes são complexas, temos como solução do problema a seguinte expressão:

Calculamos R e θ a partir dos valores a = –1/2 e b = 1/2 das raízes imaginárias.


Com esses valores obtemos:

Para obtermos o valor de θ, utilizamos uma circunferência de raio 1 centrada na origem. O ponto com senθ > 0 e senθ = –cosθ é marcado no diagrama.

Daí obtemos o ângulo θ:


θ = π/2 + π/4 = 3π/4

Substituindo esses valores em , obtemos a solução da equação homogênea:

Note que oscila, pois tem termos em seno e cosseno. Ou seja, não é monótona, contradizendo o enunciado.
Falso
(0) A solução particular da equação é uma função decrescente.
RESOLUÇÃO
Assim como realizado para equações diferenciais, a solução particular é obtida por semelhança. Como r(t) = 10, uma constante, o mesmo ocorre com :

Note que na equação de diferença não temos derivada, e sim o termo em t,


t + 1 e t + 2:

Substituindo na equação de diferença, temos:


2k + 2k + k = 10
k = 2.
A solução particular da equação é uma função constante.
Falso

(3) O valor da solução geral no infinito é .


RESOLUÇÃO
Somando as soluções da equação homogênea e a particular, temos a solução geral:

Calculando o limite, temos:

.
Verdadeiro
(4) O valor da solução geral no infinito independe de y0 e y1.
RESOLUÇÃO

Os valores de y0 e y1 determinam A e B. Mas vimos no item anterior que , quaisquer que sejam A e B.
Verdadeiro
(2) Para t = 2, o valor da solução geral é y2 = –1/2.
RESOLUÇÃO
Devemos agora calcular os valores de A e B com as condições iniciais descritas no enunciado:
y0 = 3 e y1 = 4
Vejamos:

B=1
Substituímos esse valor na solução geral e utilizamos a outra condição inicial.

A=5
Uma vez obtido o valor de A, o substituímos na solução geral:

O valor das duas constantes da solução geral foram determinadas. Agora calculamos o valor de y2:

Verdadeiro
2000 – QUESTÃO 14

Considere a equação em diferenças tal que y0 = 1 e y1 = –5. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):


(0) A solução homogênea é: .
RESOLUÇÃO
Inicialmente, obtemos a solução da homogênea correspondente à equação do enunciado pelo mesmo procedimento do problema anterior:

Essa não foi a solução proposta no enunciado.


Falso
(1) A solução particular é:
RESOLUÇÃO
Uma vez obtida a homogênea, calculamos a solução particular por semelhança:

Substituindo na equação de diferença, temos:

.
Separando os termos em t e os termos somente com parâmetros:

Da primeira dessas equações, obtemos 1/4C = 1, então, C = 4.


Da segunda temos, C + (1/4)D = –1.
Substituindo o valor de C:
4 + (1/4)D = –1, então, (1/4)D = –5, o que implica D = –20.

Obtemos assim a solução particular: , que foi justamente a solução proposta no enunciado.
Verdadeiro
(2) As constantes são: c1 = 21; c2 = 1;
RESOLUÇÃO
Somamos as soluções da homogênea e a particular:

.
Com as condições iniciais y0 = 1 e y1 = –1, determinamos os valores das constantes:
y0 = (B)(1) – 20 = 1
B = 21 = c1
yt = (At + 21)(1/2)t + 4t – 20
y1 = (A + 21)(1/2) + 4 – 20 = –5
(A + 21)(1/2) = 11
A + 21 = 22
A = 1 = c2.
Essas foram justamente as constantes propostas no enunciado.
Verdadeiro
(3) y2 = 25/4
RESOLUÇÃO
Substituindo as constantes na solução da equação de diferença:
yt = (t +21)(1/2)t + 4t –20
y2 = (23)(1/2)2 + 8 – 20 = 23/4 – 12 = (23 – 48)/4 = –25/4.
Falso

(4) .
RESOLUÇÃO
Vejamos:

Verdadeiro
1998 – QUESTÃO 10
Considere a equação de diferenças finitas .
(0) Sua equação característica é b² – 3b + 2 = 10.
RESOLUÇÃO
Escrevendo a equação do enunciado no formato padrão utilizado aqui, temos:

Reescrevendo a equação nesse formato evita-se de cometer erros e pode-se prosseguir a resolução do problema como já descrito.
Resolvendo a homogênea correspondente:
Ou seja, a equação característica substituindo m por b tem o seguinte formato:
2b² – 3b + 1 = 0, que não é a equação proposta no enunciado.
Falso
(1) Uma solução particular é y* = 10.
RESOLUÇÃO
Existem pelo menos dois procedimentos para resolver essa questão. A título de ilustração seguem os dois.
No caso dessa questão específica podemos resolvê-la de forma muito mais rápida do que o procedimento padrão. Foi proposto no enunciado que a solução particular é y* =
10. Assim, se isso fosse verdadeiro, . Substituindo em , temos: 20 – 30 + 10 = 0. Note que esse resultado difere do valor 10,
proposto no enunciado e a afirmação é falsa.
Podemos também resolver o problema pelo procedimento padrão.
Sabemos que a equação característica é 2m² – 3m + 1 = 0
Assim, como raízes e solução da homogênea, temos:
m1 = 2 e m2 = 1;

.
Como aparece um termo constante na solução da homogênea, como discutido para equações diferenciais, a solução particular não pode ser constante. Como não podemos
utilizar , ficamos com:
.
Note que esse último termo não aparece na homogênea. Ele apareceria se tivéssemos ∆ = 0 com duas raízes iguais a 1: m1 = m2 = 1. Assim, a solução da homogêna seria
.
Ou seja, como a solução da particular é , o proposto no enunciado é falso.
Porém, continuaremos a resolução a título de ilustração. Como , então:

Substituindo esses termos na equação de diferença, temos:

Daí obtemos a solução da particular:

.
Falso
(2) Sua solução complementar não pode ser obtida.
RESOLUÇÃO

Vimos no item anterior que . Solução complementar é o mesmo que solução particular.
Falso
(3) Representa um processo oscilatório.
RESOLUÇÃO
A solução geral é yt = A(2)t + B + 10t, que não corresponde a um processo oscilatório quaisquer que sejam os valores de A e B. No caso desse problema com raízes reais,
poderíamos ter um processo oscilatório se alguma das raízes fosse negativa.
Falso
1997 – QUESTÃO 9
Considere a equação de diferenças finitas . Classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmativas:
(0) Se x1 = 0, então, não existe .
RESOLUÇÃO
Inicialmente, reescrevemos a equação de diferença no formato padrão que estamos utilizando aqui:

.
A equação característica é:
.
O ∆ dessa equação é dado por:
.
Note que está descrito no enunciado que p ∈ (0,1), então, 1 – p > 0. Assim, necessariamente, ∆ > 0 e temos duas raízes reais.
Note que o ∆ pode ser reescrito como:
.
Então, temos como raízes:

Assim temos como solução para o problema:

Além disso, sabemos que p ∈ (0,1), o que implica (p –1) ∈ (–1,0).


Assim temos:

.
Como proposto no enunciado, se x1 = 0, temos:

.
Assim, B = A(1 – p). Reescrevemos como: B/A = (1 – p), onde (1 – p) ∈ (0,1)Então A e B são números finitos e existe o limite proposto.
Falso
(1) Se xm = xn para algum m diferente de n, então, xn = constante.
RESOLUÇÃO

Vimos no item anterior que .


Se xm = xn, então também vale, .
Isso implica:
A(p – 1)m = A(p – 1)n.
Como p – 1 ≠ 1, se m ≠ n, então, necessariamente, A = 0, o que implica
xm = xn= B.
Verdadeiro
(2) Se a sequência {xn} é uma progressão geométrica, então, a razão é necessariamente 1 – p.
RESOLUÇÃO
Uma progressão geométrica tem o seguinte formato: a, ar, ar², ar³, ...

Se é uma progressão geométrica, então, necessariamente, B = 0.


Ficamos com A(p – 1)0, A(p – 1)1, A(p – 1)2, ... Ou seja, a razão é p – 1, que difere de 1 – p, como proposto no enunciado.
Falso
(3) Se xn não é uma sequência constante, então, a sequência cujo termo geral é {xn – xn–1} é uma progressão geométrica de razão negativa.
RESOLUÇÃO
Sabemos que:

.
Como, segundo o enunciado, xn não é uma sequência constante, então, A ≠ 0.
Substituindo neste termo n – 1 no lugar de n ficamos com:

.
Subtraindo uma expressão da outra, isto é, xn – xn–1, obtemos:

Se C = A[1 – 1/(p – 1)]. Então obtemos


Essa sequência é uma progressão geométrica. Além disso, tem como razão o termo p – 1, que é menor que 0.
Verdadeiro
2006 – QUESTÃO 03

(2) Se , então, , em que K é finito se, e somente se, α0 e α1 forem menores do que 1 em módulo.
RESOLUÇÃO
Seguem duas formas de resolução para esse problema. Note que nada foi dito no enunciado sobre α2. Sabemos apenas que α0 e α1 são, em módulo, menores do que 1. Por
simplicidade, assuma que α0 = α1 = 0. A equação do enunciado se torna . Se módulo de α2 for maior que 1, a solução não convergirá, ou seja, ,
com K finito, e o proposto é falso.
De forma alternativa, podemos resolver o problema utilizando os passos realizados nos problemas anteriores.

Obtemos a solução da homogênea correspondente:

Nada sabemos sobre α2. Se, por exemplo, α2 > 0, então necessariamente temos duas raízes reais. A solução da equação de diferença seria:

Então, somente se |m1| < 1 e |m2| < 1, teríamos .


Entretanto, como nada sabemos com relação a α2, nada podemos afirmar sobre o valor de m1 ou m2. Tome α2 > 1 e α1 = 0, temos m1 > 1
Falso

18 – MATEMÁTICA FINANCEIRA

As questões de matemática financeira são apresentadas após a resolução dos problemas de equações diferenciais e de diferença porque muitas delas utilizam o mesmo tipo de
arcabouço teórico. Além disso, essas questões também utilizam alguns dos conceitos apresentados no capítulo sobre séries.
1999 - QUESTÃO 12
Verdadeiro ou Falso:
(2) O regime de capitalização contínua é um caso limite do regime de capitalização simples quando o período de capitalização tende para zero.
RESOLUÇÃO
O regime de capitalização contínua é o caso limite do regime de capitalização composto quando o período de capitalização tende para zero, e não o que está proposto no
enunciado.
Falso
2000 - QUESTÃO 6
Sendo a taxa de juros periódica (p.p.) que quintuplica o capital inicial C0, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) Se o prazo de aplicação é de 10 períodos e os juros são simples, então, .
RESOLUÇÃO
Note que estamos trabalhando com períodos nesta questão. Ou seja, o tempo não é contínuo, e, portanto, devemos utilizar equações de diferença para resolve-la e não
equações diferenciais, como será feito no item (2).
Quando foram discutidas as equações de diferença de primeira ordem, , elas foram classificadas em três tipos. O tipo 1, com a = 1 e b ≠ 0, é justamente a
equação que determina o montante aplicado com juros simples.
Como vimos, equações do tipo 1, , tem como solução: .
Nesse problema, que trata de juros simples com aplicação em períodos, temos , em que é a taxa de juros simples e y0 é o montante inicial aplicado. Então
ficamos com: .
Além disso, segundo o enunciado, yt = 5y0 e t = 10. Substituindo esses valores na resposta padrão, temos:

Verdadeiro
(1) Se o prazo de aplicação é de 10 períodos e os juros são compostos, então:
.
RESOLUÇÃO

Para juros compostos temos uma equação do tipo 2, , com a seguinte solução: .
Note que como temos juros compostos, a = 1 + . Além disso, sabemos pelo enunciado que yt = 5y0 e t = 10. Substituindo todos esses valores na solução da equação de
diferença, temos:

Verdadeiro
(2) Se o prazo de aplicação é de 10 períodos e a capitalização é contínua, com taxa instantânea de juros constante, então, = ln5.
RESOLUÇÃO
Se a capitalização é contínua, o tempo é tratado como variável contínua e devemos utilizar uma equação diferencial em vez de equações de diferença.
A equação diferencial é de 1ª ordem separável e tem o seguinte formato:
dy/dt = y.
Este tipo de equação é facilmente resolvido por separação de variáveis. Vejamos:

Uma vez obtida a solução geral, utilizamos a condição inicial para determinarmos o valor de C2:

Se y(t) = 5y0 e t = 10, então, ficamos com:

Falso
(3) Se o prazo de aplicação é de 10 anos, os juros são compostos e a capitalização é semestral, então, pode ser determinado mediante resolução da equação
.
RESOLUÇÃO
Se a capitalização é semestral, temos períodos e consequentemente equações de diferença. Se os juros são compostos, a equação é do tipo 2:
yt = aty0.
Como o dinheiro é aplicado por 10 anos e a aplicação é semestral são 20 períodos de aplicação. Além disso sabemos que yt = 5y0. Substituindo esses valores na equação,
temos:

A relação obtida é e não a proposta pelo enunciado.


Falso
2001 - QUESTÃO 9
Uma loja vende um produto cujo preço, para pagamento à vista, é R$90. No caso de pagamento em duas parcelas, o preço torna-se R$100, divididos em R$50 no momento
da compra mais outros R$50 após um mês. Calcule a taxa mensal R de juros implícita no financiamento em duas parcelas e assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) A taxa implícita de financiamento é de 10% ao mês.
RESOLUÇÃO
O preço à vista é R$90. O preço em duas parcelas é R$100 a ser pago da seguinte forma: R$50 na compra e R$50 após um mês. Como o preço à vista é R$90 e R$50 são
pagos no ato da compra, sobram apenas R$40 do preço à vista para serem financiados.
Como o pagamento a ser feito é de R$50, a taxa de juros é:

ao mês.
Falso
(1) Se o pagamento fosse em uma única parcela de valor X efetuada um mês após a compra, então, para se manter a mesma taxa R de financiamento, esse pagamento único
teria um valor X > R$110.
RESOLUÇÃO
Se todo o montante fosse pago depois de um mês com taxa de juros de 25%, então, o valor seria: M = (1,25) M0 = (1,25)(90) = 112,50 > 110.
Verdadeiro
(2) Se o pagamento fosse em três parcelas, sendo a primeira, de R$18, efetuada no momento da compra, e as outras duas com o mesmo valor Y, com vencimentos após um
mês e após dois meses, então, para se manter a mesma taxa R de financiamento, ter-se-ia Y > R$52.
RESOLUÇÃO
A parte que deve ser financiada é 90 – 18 = 72. Esse valor à vista deve ser pago em duas parcelas: uma após um mês e outra após dois meses. Os valores à vista destas duas
parcelas são respectivamente X e Z, cuja soma:X + Z = 72. O valor a ser pago a prazo é dividido em duas parcelas fixas iguais a Y. Assim temos:
Y = 1,25X [1a parcela]
Y = (1,25)(1,25)Z [2ª parcela].
Das duas últimas equações, temos que X = 1,25Z. Substituindo na soma anterior, obtemos:
1,25Z + Z = 72
2,25Z = 72
Z = 72/2,25 = 32
Y = (1,25)(1,25)(32) = 50 < 52.
Falso
(3) Se o pagamento fosse em três parcelas iguais de valor Z, sendo a primeira no momento da compra, e as outras duas com vencimentos após um mês e após dois meses,
então, para se manter a mesma taxa R de financiamento, ter-se-ia Z < R$38.
RESOLUÇÃO
Essa questão foi feita de uma forma um pouco diferente. Assumimos que
Z = 38 e verificamos se o valor foi suficiente para pagar todo o montante devido.
Se Z fosse 38, então, o montante a ser financiado seria 90 – 38 = 52. Assim teríamos:
X + Y = 52 [valor à vista]
Z = (1,25)X [1ª parcela]
Z = (1,25)²Y [2a parcela]
X = 38/1,25 = 30,4
Y = 38/(1,25)² = 24,3.
Se Z fosse 38, os valores de X + Y = 54,7 seriam maiores do que o efetivamente devido à vista, que é 52. O pagamento seria excessivo, portanto, Z < 38.
Verdadeiro
(4) Se o pagamento fosse em uma série infinita de parcelas iguais com valor W, sendo a primeira no momento da compra, e as outras em cada mês seguinte, então, para se
manter a mesma taxa R de financiamento, ter-se-ia W = R$18.
RESOLUÇÃO
O valor à vista, 90, seria dividido em infinitas parcelas fixas W. Neste tipo de problema, calculamos o valor à vista de cada um dos pagamentos fixos, W, feitos a prazo e

igualamos ao valor total à vista, que é 90. Note que o valor à vista de uma parcela paga a prazo no tempo t é dada por: Valor à vista . Assim, para a parcela paga
a vista temos t = 0, para a parcela paga depois de um mês temos t = 1, e assim sucessivamente. Obtemos, então, uma série geométrica:

Vimos que uma série geométrica tem o seguinte formato geral: a(1 + r + r² + r³ + ...), e converge se |r| < 1 para a/(1 – r).
No caso desse problema, comparando as expressões de séries geométricas, temos: a = W e r = 1/1,25, cujo módulo é menor que 1, o que garante a convergência da série.
Assim,

Isso implica: W = 90/5 = 18.


Verdadeiro
2002 - QUESTÃO 10
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) Um investidor aplica mensalmente 1000 unidades monetárias em um fundo de investimento que remunera as aplicações à taxa de juros (compostos) de 2% a.m. Se o
investidor fizer 3 aplicações, o montante no instante do último depósito será 3120 unidades monetárias.
RESOLUÇÃO
Temos um problema com taxa de juros compostos por mês, ou seja, temos períodos e devemos utilizar equações de diferença. Como os juros são compostos e, além disso,
temos aplicações mensais, temos uma equação do tipo 3:
, em que a ≠ 1e b ≠ 0.
Que tem como solução:

.
Note que, segundo o enunciado, temos aplicações mensais de 1000 unidades monetárias em um total de 3 aplicações. Assim, a primeira aplicação é em t = 0, a segunda
em t = 1 e a terceira em t = 2. Desta forma, y0 = 1000, que é a primeira aplicação, e t = 2 . Além disso, temos, a = 1 += 1,02 e b =1000, que são as aplicações
subsequentes. Substituindo essa informação na equação, calculamos o montante em t = 2:
y2 = (1,02)²(1000) + (1000)[((1,02)² – 1)/(1,02–1)]
y2 = (1,0404)(1000) + 1000 [(1,0404 – 1)/0,02]
y2 = 1040,04 + 1000(2,02) = 3060,04.
Falso
(1) O valor presente, em t = 0, de um fluxo de pagamentos iguais a 50 nos períodos t = 1,3,5,... e –60 nos períodos t = 2,4,6,... é sempre positivo se a taxa de juros
(compostos), supostamente constante, for superior a 20%.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, obtemos a expressão para o valor presente do fluxo de pagamentos, que é de certa forma similar ao obtido anteriormente para o pagamento infinito em parcela
fixas W:
Valor presente = 50/(1 + r) – 60/(1 + r)² + 50/(1 + r)³ – 60/(1 + r)4 + ...
Analisando em pares e colocando em evidência:
[50/(1 + r) – 60/(1 + r)²] [1 + 1/(1 + r)² + 1/(1 + r)4 + ...]
Note que foi obtida uma série geométrica com termo igual a |1/(1 + r)²| < 1. Como esse termo é positivo e menor que 1, a série converge para um valor positivo. Se o termo
apresentado entre os primeiros colchetes for positivo, então, o valor presente será positivo.
Reescrevendo esse último termo:
[50/(1 + r) – 60/(1 + r)²] = [1/(1 + r)][50 – 60/(1 + r)].
A primeira parte dessa expressão é positiva. A segunda parte também será positiva se r > 0,2, como proposto no enunciado e, então, o valor presente é positivo.
Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 11
Um investidor aplica R$1.000,00 em um fundo de investimento. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) Num regime de capitalização simples, à taxa de 1% a.m., essa quantia vai triplicar depois de 300 meses.
RESOLUÇÃO
Como a capitalização é simples com taxa mensal, temos uma equação de diferença do tipo 1:
yt = y0 + bt, no qual b = y0.
Substituindo os valores do enunciado, y0 = 1000 e = 0,01, ficamos com:
yt = 1000 + (0,01)(1000)t
yt = 1000 + 10t
Em t = 300, temos:
y300 = 1000 + (10)(300) = 4000
A quantia quadruplicará.
Falso
(1) Num regime de capitalização composta à taxa de 10% a.m., essa quantia vai dobrar depois de apenas 10 meses.
RESOLUÇÃO
Novamente temos uma taxa de juros ao mês, mas aqui ela é uma taxa composta. Assim temos uma equação de diferença do tipo 2:
yt = aty0, em que a = 1 + .
Substituindo os valores propostos no enunciado:
yt = (1,1)ty0 = (1,1)t(1000)
Aqui devemos ter cuidado com o tempo descrito no enunciado. Vejamos se depois de 10 meses a quantia já terá dobrado:
y10 = (1,1)10(1000) = (2,59)(1000)
Como esse valor é muito superior ao sugerido calculamos o montante também depois de nove meses:
y9 = (1,1)9(1000) = (2,36)(1000).
Em nove meses, ou menos, o montante já terá duplicado.
Falso
(2) Num regime de capitalização contínua à taxa de 2% a.m., essa quantia vai triplicar em cerca de 55 meses (dado que ln 3 ≅■1,1).
RESOLUÇÃO
Em um regime de capitalização contínua o tempo é contínuo e devemos utilizar uma equação diferencial. Como já vimos essa equação é de 1ª ordem separável, dy/dt = ry,
que tem como solução: y = y0ert.
Substituindo os valores do enunciado, r = 0,02 e t = 55, temos:
y(55) = y0e(0,02)(55) = y0e1,1 ≈■y0eln3 = y0(3).
Ou seja, a quantia vai triplicar.
Verdadeiro
(3) Se nos dez meses seguintes a essa aplicação inicial o investidor depositar R$1.000 mensalmente, o valor futuro acumulado após um ano será equivalente a R$1.000(1 +
r)12, em que r é a taxa de juros mensal.
RESOLUÇÃO
O valor do montante inicial acrescido de juros será exatamente 1.000(1 + r)12 depois de um ano, como descrito no enunciado. Se o investidor fizer ainda outras aplicações, o
valor será superior a esse montante.
Falso
(4) A taxa interna de retorno é a que maximiza a diferença entre o valor presente de um ou mais recebimentos e o valor presente de um ou mais pagamentos.
RESOLUÇÃO
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é determinada a partir de Fluxos de Caixa (FC). Ela é definida como a taxa que iguala os desembolsos com as receitas. Em termos
matemáticos: . Essa taxa não maximiza a diferença entre o valor presente de um ou mais recebimentos e o valor presente de um ou mais
pagamentos, e sim iguala os dois.
Falso

PARTE 5: Álgebra linear: tópicos introdutórios

Como descrito na introdução do livro, as questões de álgebra linear foram divididas em duas partes: i) Álgebra linear: tópicos introdutórios; e ii) Álgebra linear:
tópicos complementares. Nesta parte do texto são apresentadas as questões classificadas como tópicos introdutórios. Essas questões foram subdivididas em
oito grupos e cada um deles compõe um dos capítulos do livro: 19– Independência linear; 20– Matrizes inversas; 21– Resolução de sistemas lineares; 22–
Matrizes transpostas e ortogonais; 23– Matrizes triangulares e idempotentes; 24– Produtos entre vetores; 25– Retas e planos; e 26– Autovalores e autovetores:
tópicos introdutórios. A parte 8 do livro apresenta as questões que foram também classificadas como tópicos complementares.

19 – INDEPENDÊNCIA LINEAR

Neste capítulo estão agrupadas as questões que tratam da independência linear entre vetores. Esse conceito é fundamental para a resolução de sistemas lineares, tópico
discutido em capítulo posterior. Antes, porém, de serem discutidas as questões da ANPEC que tratam de independência linear de vetores, serão tecidos alguns comentários sobre
esse conceito.
Dizemos que os vetores v1, v2, ..., vm em Rn são linearmente dependentes (LD) se existirem constantes α1, α2, ..., αm, não todas nulas, tais que α1v1 + α2v2 + ...
+ αmvm = 0.
Vetores LD podem ser escritos como combinação linear dos demais. Por exemplo, isolamos o vetor v1 na expressão anterior:
α1v1 = –(α2v2 + ... + αmvm)

, onde α1é não nulo.


Dizemos que os vetores são linearmente independentes (LI) se isto não ocorrer. Ou seja, se não pudermos escrever um vetor como combinação linear dos demais ou, de
forma similar, se a primeira das relações descritas for válida somente para constantes nulas.
Esse conceito será mais detalhadamente explicado em R² e depois em R³. Para uma generalização para o Rn, o raciocínio é análogo.
Em R², dois vetores são LD se um puder ser escrito como uma constante vezes o outro. Assim os vetores A e B mostrados a seguir são dependentes, pois se pode
escrever A como múltiplo de B, e vice-versa: A = aB, em que α é um escalar.

Quando os vetores não puderem ser expressos dessa forma, como no diagrama a seguir, eles são LI. A e C são LIs, pois A ≠ βC, no qual β é um escalar.

Em R³o raciocínio é análogo. Se três vetores estão no mesmo plano, eles são LDs, como no exemplo: A, B, C são LDs, pois B = αA + βC.

Se os vetores não estiverem no mesmo plano, então, eles são LIs: como
B ≠ αA + βC, A, B e C são LIs.
Um modo fácil e rápido para se verificar a independência linear entre vetores é calcular o determinante de uma matriz formada pelos próprios vetores como linha ou como
coluna. Os vetores são LIs, se, e somente se, o determinante é não nulo, caso contrário são LDs.
Lembrando que em uma matriz 1 x 1, A = (a11), o determinante de A, det(A) ou |A|, é dado por: |A| = a11.

Para uma matriz 2 x 2, , temos .

No caso de uma matriz 3 x 3, ,

Dizemos ainda que n vetores LIs formam uma base no Rn. Ou seja, qualquer vetor no Rn pode ser escrito como uma combinação linear de qualquer grupo de n vetores LIs.
Por razões didáticos, a ordem cronológica não foi respeitada.
2002 - QUESTÃO 5
(0) Os vetores (1,1,1) (1,2,1) e (1,0,1) formam uma base de R³.
RESOLUÇÃO
Basta montar a matriz com os vetores e calcular o determinante desta.

|A| = (2 + 1 + 0) – (2 + 0 + 1) = 0
Como o determinante da matriz A é igual a zero, os vetores não são LIs e não formam uma base em R³. Note que a primeira coluna é igual à terceira.
Falso
1999 - QUESTÃO 14
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmativas sobre a matriz A:

.
(0) Suas colunas são vetores linearmente independentes.
RESOLUÇÃO
Como discutido, os vetores serão LIs se o determinante da matriz formada por eles for diferente de zero. Assim, nessa questão, bastaria calcular o determinante da matriz A e
verificar se ele é não nulo. Mas calcular o determinante de uma matriz 4 x 4 pode ser trabalhoso. Além disso, nesse problema isso não é necessário. Pode-se notar
diretamente que a quarta coluna é duas vezes a terceira. Ou seja, podemos escrever a coluna 4, C4, como uma combinação linear da coluna 3: C4 = 2C3. Elas não são,
portanto, LIs.
Falso
(1) Seu determinante é nulo.
RESOLUÇÃO
Como descrito no item anterior, as colunas da matriz não são LIs. Portanto, o determinante será, necessariamente, nulo.
Verdadeiro
(3) Suas colunas constituem uma base para R4.
RESOLUÇÃO
Pelo exposto, verificou-se que as colunas não são LIs. Se as colunas não são LIs, elas não formam uma base em R4 Teríamos uma base para R4 se tivéssemos quatro colunas
LIs.
Falso
(4) Suas linhas constituem uma base para R4.
RESOLUÇÃO
As linhas são LIs se, e somente se, as colunas o forem. Como já vimos que as colunas não são LIs, o mesmo vale para as linhas, e segue que essas últimas não constituem
uma base no R4. Note que a primeira linha é igual à segunda multiplicada por 2.
Falso
2000 - QUESTÃO 12

Sendo V o espaço vetorial de dimensão três sobre o corpo R, munido do produto interno Euclidiano , define-se uma norma || . ||
pelo produto interno: .
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) Se {u1, u2} é um conjunto de vetores LI (linearmente independentes) de V, então, {u1, u2, 0} é também LI em V.
RESOLUÇÃO
Como discutido na introdução desse capítulo, três vetores serão LDs se puderem ser escritos da seguinte forma, onde as constantes não são todas nulas:
α1v1 + α2v2 + α3v3 = 0.
Tome v1 = u1, v2 = u2 e v3 = 0, onde o último é um vetor nulo. Além disso, tome α1 = 0, α2 = 0 e α3 = α ≠ 0.
Desta maneira foi obtida a combinação 0u1 + 0u2 + a0 = 0, em que a é uma constante não nula. Isso mostra que qualquer conjunto de vetores que contenha o vetor nulo é,
necessariamente, LD.
Falso
(1) Se todos os vetores de V são combinações lineares de 2k + 1 vetores de V (para qualquer k, inteiro positivo), então, 2k vetores neste espaço são LI.
RESOLUÇÃO
Se todos os vetores de V são combinações lineares de 2k + 1 vetores, então, no máximo, temos este número de vetores LIs. Caso isso ocorresse, teríamos uma base no R2k +
1. Entretanto, note que podemos ter qualquer número inferior a esse para vetores LIs, sendo que 2k é apenas uma dentre todas as demais opções.
Por exemplo, para k = 1, temos que todos os vetores de V seriam combinações lineares de 3 vetores de V. Dados os 3 vetores v, 2v, 3v temos um único vetor LI, e não 2
como proposto no enunciado.
Falso

(2) Se X, Y, Z são vetores LI do espaço vetorial V, então, os vetores também serão LI em V.


RESOLUÇÃO
Os vetores A, B e C serão LIs se não pudermos escrever qualquer um deles como combinação linear dos demais. Como os vetores X, Y e Z são LIs, basta montar uma matriz
com os coeficientes da combinação linear utilizada na formação dos vetores A, B e C na base X, Y, Z e calcular o determinante. Vejamos:

Como o determinante é nulo, os vetores não são LIs e a afirmação do enunciado é falsa.
A título de ilustração continuamos a discussão. Por exemplo, tome os vetores
X = (1,0,0), Y = (0,1,0) e Z = (0,0,1), que são LIs, como proposto no enunciado. A partir destes, obtemos os vetores A,B e C propostos: A = (1,0,3), B = (1,–1/2,1) e C =
(–1,1,1).
Uma vez que os vetores são LDs, podemos escrever o vetor A, ou qualquer outro, como combinação linear dos demais: A = bB + cC.
(1,0,3) = a (1,–1/2,1) + b(–1,1,1),
Obtemos três equações para duas incógnitas.
1=a–b
0 = –a/2 + b
3=a+b
Da segunda delas, temos:
b = a/2.
Substituindo nas demais:
1 = a – a/2
3 = a + a/2
Encontramos o mesmo valor de a em ambas: a = 2, o que implica b = 1, que é a resposta do sistema.
Falso
2003 - QUESTÃO 5

(0) Se e são vetores linearmente independentes no Rn, então, e são linearmente independentes no Rn.
RESOLUÇÃO
De forma similar ao realizado anteriormente, monta-se a matriz com os coeficientes dos novos vetores e calcula-se o determinante:

|A| = 2 – 1 = 1 ≠ 0. Como o determinante é diferente de zero, os vetores são LIs.


Verdadeiro

(1) Dados e , se implica a1 = b1 e a2 = b2, então, e são linearmente independentes.


RESOLUÇÃO

Se , então, reescrevendo essa relação, temos: .


Se isto implica que a1 = b1 e a2 = b2, ou seja, a1 – b1 = 0 e a2 – b2 = 0, como vimos, esta é a definição de vetores LIs.
Verdadeiro

(2) As coordenadas do vetor (3,–1,1) ∈ R³ na base ordenada são x1 = 4, x2 = –2, x3 = –1, em que xi é a coordenada em relação ao
vetor .
RESOLUÇÃO
Se a base em R³ é v1, v2 e v3, como proposto no enunciado, então podemos escrever qualquer vetor nessa dimensão como combinação linear desses vetores. Note que os

vetores v1, v2 e v3 são realmente uma base no R³, pois são LIs. A matriz formada pelos vetores, , tem o seguinte valor para o determinante: |A| = 1 ≠ 0.
Assim, podemos escrever o vetor (3,–1,1) nessa base:
(3,–1,1) = x1(1,0,0) + x2(1,1,0) + x3(1,1,1).
Porém, as coordenadas podem não ser as descritas no enunciado. Substituindo x1, x2 e x3 pelos valores dados no enunciado, temos:
(3,–1,1) = 4(1,0,0) – 2(1,1,0) – 1(1,1,1).
3 = 4 –2 –1 = 1 (Falso)
–1 = –2 –1 = –3 (Falso)
1 = –1 (Falso).
Ou seja, as coordenadas do vetor (3,–1,1) nessa base diferem do que foi proposto no enunciado.
Falso
2004 – QUESTÃO 3

Sejam .
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(3) Existem duas linhas linearmente dependentes na matriz A.
RESOLUÇÃO
As linhas são linearmente dependentes. Uma linha pode ser escrita como combinação linear das outras duas. Exemplo: l3 = – (l1 + l2). Entretanto, uma linha qualquer não
pode ser escrita como função de apenas uma outra linha,
l3 ≠ al1, l3 ≠ bl2 e l2 ≠ cl1. Não temos, portanto, duas linhas dependentes entre si.
Falso
2004 - QUESTÃO 4
(0) Os vetores (1,2,4,–1,5,1), (2,4,–1,–1,0,0) e (6,1,0,2,2,2) são linearmente independentes.
RESOLUÇÃO
Note que aqui temos somente três vetores no R6. Assim, não podemos montar uma matriz 6 x 6 e testar o determinante, o que seria bastante trabalhoso. Entretanto, se os
vetores não forem LIs, podemos escrever um dos vetores como combinação linear dos demais vetores. Vejamos se isso é possível:
(1,2,4,–1,5,1) = a(2,4,–1,–1,0,0) + b(6,1,0,2,2,2).
Então, se isso for verdade, seis equações devem ser satisfeitas:
1 = 2a + 6b
2 = 4a + b
4 = –a
–1 = –a + 2b
5 = 2b
1 = 2b.
Apenas pelas últimas duas equações chegamos a uma resposta impossível:
b = 5/2 e b = 1/2. Conclusão: não podemos escrever um vetor como função dos demais, ou seja, os vetores são LIs.
Verdadeiro
(1) Os vetores (1,3,4), (3,–1,1), (4,6,–1) e (0,1,2) são linearmente independentes.
RESOLUÇÃO
Sempre que tivermos mais vetores que dimensões, no caso específico deste problema, quatro vetores e três dimensões, eles nunca serão linearmente independentes, pois a
base é formada por somente três vetores LIs. Todos os demais podem ser representados nessa base e são LDs com relação a essa base.
Falso
(2) Os vetores (1,1,1), (1,2,3) e (0,1,2) são linearmente dependentes.
RESOLUÇÃO
Montando a matriz com os vetores e calculando o determinante, temos:

.
Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 2
Avalie as afirmativas:
(3) Os vetores v1 = (1,–2,1,1), v2 = (2,1,0,1) e v3 = (1,0,1,0) são linearmen-
te dependentes.
RESOLUÇÃO
Temos três vetores no R4. Para verificar se os vetores são linearmente dependentes, escrevemos um deles como combinação linear dos demais e observamos se a relação é
possível.
v1 = av2 + bv3
(1,–2,1,1) = a(2,1,0,1) = b(1,0,1,0).
Dessa combinação linear, obtemos quatro relações:
1 = 2a + b
–2 = a
1=b
1 = a.
Como a não pode ser –2 e 1 ao mesmo tempo, essas relações não são satisfeitas, e os vetores não são linearmente dependentes.
Falso
2010 - QUESTÃO 10
Julgue as afirmativas:
(1) {(1,2,3),(4,5,12),(0,8,0)} é base de R³;
RESOLUÇÃO
Como vimos, três vetores formam uma base no R³ se forem linearmente independentes. Eles serão LI se a matriz formada por eles tiver determinante diferente de zero.
Vejamos:

Eles não formam uma base, pois são LD.


Falsa
(2) Se u, v e w são vetores linearmente independentes, então v + w, u + w e
u + v são também linearmente independentes;
RESOLUÇÃO
Suponha que:
a(v + w) + b(u + w) + c(u +v) = 0
Então temos:

Como u, v e w são LI, daí decorre que:

Isso implica que:

Ou seja, a = 0, b = 0 e c = 0.
Ou seja, os vetores v + w, u + w e u + v são também linearmente independentes.
Verdadeira
(3) Se S é um subconjunto de R³ formado por vetores linearmente dependentes, então podemos afirmar que S tem 4 elementos ou mais.
RESOLUÇÃO
Dois vetores em uma mesma reta, ou mesmo três vetores em um mesmo plano, são exemplos de conjuntos LD. Ou seja, não necessariamente um subconjunto de R³ formado
por vetores LD terá quatro elementos ou mais, como nos exemplos citados.
Entretanto, note que a recíproca do proposto no enunciado é verdadeira. Se tivermos 4 elementos ou mais formando um subconjunto de R³, eles necessariamente são
linearmente dependentes.

20 – MATRIZES INVERSAS

Neste segundo capítulo da parte cinco do livro foram agrupadas as questões que utilizam diretamente o conceito de matriz inversa. A matriz inversa é muito utilizada na
álgebra linear, inclusive na resolução de sistemas lineares. Questões que tratam especificamente desse último ponto são discutidas no capítulo seguinte. Seguem alguns conceitos
básicos que são relacionados às matrizes inversas e são necessários na discussão das questões desse capítulo.
A matriz identidade é uma matriz quadrada n x n cujos elementos da diagonal principal são iguais a 1 e os demais são zero, ou seja, é um caso particular da ma-
triz diagonal:
Essa matriz aparece constantemente em álgebra linear e tem a seguinte propriedade: AI = IA = A.
Por definição, a matriz inversa é aquela que quando multiplicada pela matriz original fornece como resultado a matriz identidade. Usa-se o símbolo A–1 para a inversa de
A. Assim, a relação A–1 A = A A–1 = I define a matriz inversa.

Entretanto, nem toda matriz tem inversa. Por exemplo, tome a matriz . Não existe uma matriz A–1 tal que a relação que define a matriz inversa seja satisfeita.
Uma matriz quadrada só terá inversa se for não singular, ou seja, se seu determinante for diferente de zero. Matrizes cujo determinante é zero, como no caso específico do
exemplo, não têm inversa.
Muitas das questões desse capítulo tratam de relações entre determinantes de matrizes diversas. Note que o determinante de uma matriz diagonal qualquer é o produto de
seus elementos da diagonal principal. No caso específico da matriz identidade esse produto é sempre igual a 1: .
Neste capítulo utilizamos a seguinte relação para determinantes: |AB| = |A||B|.
Assim, se A-1 existe, temos A A–1 = I Utilizando essa relação ficamos com:

.
Daí decore que:

.
Além dessa relação para determinantes, utilizamos neste capítulo a seguinte relação de álgebra matricial: (AB)–1 = B–1A–1.
Segue uma demonstração que é essa a relação verdadeira.
Por definição de matriz inversa, temos: CC–1 = I.
Tome C = AB. Assim, ficamos com (AB)(AB)–1 = I.
Note que se (AB)–1 = B–1A–1 essa relação é satisfeita:

.
1995 – QUESTÃO 13
Indique se são verdadeiras ou falsas as afirmativas:
(2) Seja A uma matriz não singular de ordem n. Se A = A–1, então, A é, necessariamente, uma matriz identidade.
RESOLUÇÃO
Por definição de matriz inversa, temos: AA–1 = I.
Se A = A–1, então, AA = I.

Utilizando a relação |AB| = |A||B|, temos: .


Ou seja, se A = A–1, necessariamente, |A| = –1 ou |A| = 1.

A matriz A pode ser a identidade , como proposto, mas não necessariamente. Existem outras matrizes que também satisfazem a relação AA = I, como, por

exemplo, ou .
Falso
(4) Dadas duas matrizes A e B, se suas inversas existem, então, det(A) ≠ 0.
RESOLUÇÃO
Como vimos, a inversa de uma matriz existe somente se det(A) ≠ 0.
Verdadeiro
1996 - QUESTÃO 14
Indique as afirmativas verdadeiras e falsas:
Considere as matrizes A e B, ambas quadradas de ordem n. Afirma-se:

(0) se A é não singular, então:


RESOLUÇÃO

Como vimos, se A é não singular, det(A) ≠ 0, e a matriz inversa existe. Se essa matriz existe, como vimos, isso implica como proposto no enunciado.
Verdadeiro
(6) Se A e B são não singulares, então, (AB)–1 = A–1B–1
RESOLUÇÃO
Vimos na introdução que (AB)–1 = B–1A–1.
Ou seja, a afirmação do enunciado não é verdadeira para qualquer A e B. Somente em alguns casos específicos em que B–1A–1 = A–1B–1 que o enunciado será verdadeiro.
Falso
1997 - QUESTÃO 14

Considere a matriz . Julgue as afirmativas:


(2) .
RESOLUÇÃO
Como já vimos, |A–1| = 1/|A|. Então, calculamos o valor de |A| e invertemos o resultado obtido:
|A| = (48 + 3 – 10) – (–45 – 4 – 8) = 98, então, det(A–1) = 1/98.
Falso
1999 - QUESTÃO 6
Seja X matriz quadrada de ordem n cujos elementos são números reais nem todos nulos. Indique se são falsas ou verdadeiras as afirmações:
(0) X é, necessariamente, não singular.
RESOLUÇÃO
Note que nada é dito sobre o valor do determinante da matriz X e, portanto, |X| pode ser zero. Basta que as linhas não sejam linearmente independentes, como já discutido, o
que pode acontecer mesmo que os elementos forem não nulos. Assim, a matriz seria singular, contrariando o enunciado.

Segue um exemplo: .
Falso
(2) A matriz inversa de X, se existir, atenderá, necessariamente, à equação: X.X–1 = I, na qual I representa a matriz identidade de ordem n.
RESOLUÇÃO
A equação do enunciado coincide com a própria definição de matriz inversa.
Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 4

Considerando a matriz , assinale V (Verdadeiro) ou (F) Falso:


(0) A é inversível.
RESOLUÇÃO
Basta calcular |A| e ver se o determinante é diferente de zero.
Como |A| = (–3 + 3) = 0, a matriz não tem inversa.
Falso
2006 - QUESTÃO 1
Avalie as afirmativas, seja:

(3) Seja I a matriz identidade de ordem 2. As matrizes A – I e A + I são inversíveis.


RESOLUÇÃO
Inicialmente obtemos as matrizes A – I e A + I :

Calculando o determinante de ambas, temos:


|A – I| = |A + I| = 0.
Ou seja, nenhuma delas é inversível.
Falso
2006 - QUESTÃO 2
(4) Seja A uma matriz invertível, e A–1 sua inversa, então, det(A)–1 = det(A–1).
RESOLUÇÃO
Como vimos, |A–1| = 1/|A|, como proposto no enunciado.
Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 11

Considere as matrizes .
Julgue as afirmativas:
(4) C é invertível não simétrica.
RESOLUÇÃO
Uma matriz simétrica é aquela que AT = A. Ou seja, a matriz C não é simétrica de forma geral. Ela só será simétrica se θ = 0,π,2π, ..., nπ:

Uma matriz será invertível se seu determinante for diferente de zero. Note que . Ou seja, a matriz é invertível.
Assim para θ ≠ 0,π,2π, ..., nπ■a matriz é invertível e não simétrica, como proposto no enunciado. Entretanto, note que para θ = 0,π,2π, ..., nπ, a matriz é simétrica,
contrariando o enunciado.
Falsa

21 – RESOLUÇÃO DE SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES

Neste capítulo foram agrupadas as questões que discutem diretamente a resolução de sistemas de equações lineares. O conceito de matriz inversa, A–1 é central para a
resolução de sistemas e foi discutido no capítulo anterior. Seguem alguns outros conceitos que serão utilizados nesse capítulo. A maioria das questões da ANPEC trata de sistemas
com mesmo número de equações e de incógnitas. Esse é o foco dessa apresentação preliminar do capítulo.
Um sistema de equações lineares não homogêneo pode ser escrito em formato de matriz como AX = b, onde A é a matriz dos coeficientes, X é o vetor das variáveis e b é o
vetor resposta, sendo que pelo menos um número neste último vetor difere de zero.
Segue um exemplo para um sistema com duas equações e duas incógnitas.

Um sistema não homogêneo com o mesmo número de equações e de incógnitas tem uma matriz A dos coeficientes quadrada. Se essa matriz tiver inversa, o sistema possui,
necessariamente, uma única resposta. As expressões a seguir exemplificam isso:
AX = b
A–1AX = A–1b
IX = X = A–1b.
Se a matriz inversa não existir, o sistema pode ter 0 ou ∞ soluções, dependendo do vetor resposta.
Se o sistema for homogêneo, ou seja, o vetor resposta tiver todos os elementos iguais a zero, ele pode ser escrito como:
AX = 0.
Em um sistema com o mesmo número de equações e de incógnitas, a matriz dos coeficientes é quadrada. Caso a inversa da matriz dos coeficientes exista, o sistema terá
solução única, que é a trivial. As expressões a seguir exemplificam isso:
AX = 0
A–1AX = 0
IX = X = 0
Caso contrário o sistema terá, além da solução trivial, ∞ soluções não triviais.
1995 - QUESTÃO 11

Dado o sistema
Indique se são verdadeiras ou falsas as afirmativas:
(0) para k = 1, existem infinitas soluções.
RESOLUÇÃO
Escrevendo o sistema do enunciado em formato de matriz, temos AX = b, onde:

Para saber se existem 0, 1 ou ∞ soluções, devemos inicialmente obter a matriz dos coeficientes com o valor proposto neste item, k = 1. Obtemos, assim, a seguinte matriz:

Em seguida, calculamos o determinante da matriz:


|A| = (0 + 2 + 1) – (0 + 1 + 4)
|A| = 3 – 5 = – 2 ≠ 0.
Como |A| ≠ 0, a matriz inversa existe, e o sistema não homogêneo possui uma única solução.
Falso
(1) para k = 3, existe uma única solução.
RESOLUÇÃO
Substituindo k = 3 na matriz do enunciado e calculando o determinante, temos:

A matriz inversa existe, e o sistema possui uma única solução.


Verdadeiro
(2) para k = 2, existem infinitas soluções.
RESOLUÇÃO
Seguindo o mesmo procedimento:

Como o determinante é igual a zero, a matriz inversa não existe, e podemos ter 0 ou ∞ soluções, dependendo do vetor resposta. Assim devemos determinar qual dentre essas
duas possibilidades ocorre nesse problema. A título de ilustração, resolveremos essa questão de duas formas. A primeira mais rápida e direta e a segunda mais formal.
Note que a primeira linha da matriz é igual à terceira. Retornando ao sistema proposto no enunciado, temos as seguintes equações para essas duas linhas:
x + y + 2z = 1
x + y + 2z = 0.
Equações idênticas têm respostas diferentes. Assim, temos 0 soluções possíveis, contrariando o proposto no enunciado.
Alternativamente, em uma discussão mais formal, podemos utilizar o conceito de posto. O posto é o número de linhas não nulas quando a matriz está no formato escalonado
por linhas. Uma matriz escalonada por linhas é aquela em que cada linha tem mais zeros à esquerda do que a anterior.
Para utilizar o conceito de posto para determinar o número de soluções de um sistema, inicialmente, obtém-se a matriz aumentada, Â. Esta última é obtida acrescentando à
matriz dos coeficientes, uma última coluna com os elementos do vetor resposta, b. No caso específico desse problema temos como matriz aumentada:

Em seguida, compara-se o posto da matriz dos coeficientes, P(A), com o posto da matriz aumentada, P(Â). Se P(A) = P(Â), existe solução para o sistema. Escalonando essa
matriz a partir de manipulação de linhas, temos:

Note que são três as linhas não nulas nessa matriz, P(Â) = 3. Quando analisamos somente a matriz dos coeficientes escalonada são duas as linhas não nulas,
P(A) = 2. Como P(Â) ≠ P(A), não existe solução para o sistema, com já sabíamos.
Falso
(3) para k = 2, não existe solução.
RESOLUÇÃO
Como foi visto no item anterior, o proposto é verdadeiro.
Verdadeiro
(4) para k = 2, existe uma única solução.
RESOLUÇÃO
Como foi visto, o proposto não é verdadeiro.
Falso
1996 - QUESTÃO 15
Considere o sistema linear:

Indique as afirmativas verdadeiras e falsas:


(0) O sistema acima não tem solução.
RESOLUÇÃO
O sistema descrito é um sistema homogêneo. Como vimos, esse tipo de sistema tem sempre, pelo menos, uma solução que é a solução trivial, com todas as variáveis iguais a
zero: x1 = x2 = x3 = x4 = 0.
Falso
(1) Caso x4 = 0, o sistema acima tem somente solução trivial.
RESOLUÇÃO
Se x4 = 0 , o sistema resultante tem a seguinte forma:
A matriz dos coeficientes desse sistema é:

Essa matriz tem como determinante: A = (1 + 4 –2) – (1 + 2 – 4) = 4 ≠ 0.


Como o determinante da matriz dos coeficientes do sistema resultante é diferente de zero, a matriz inversa existe, e o sistema homogêneo admite uma única solução, que só
pode ser a trivial.
Verdadeiro
(2) Caso x4 = –2, as soluções para x1, x2 e x3 são todas positivas.
RESOLUÇÃO
Com x4 = –2 temos a seguintes equações no sistema:

A matriz dos coeficientes, como vimos no item anterior, tem determinante diferente de zero. Assim, temos uma única solução para o sistema. Entretanto, note que o sistema
desse item é não homogêneo.
Uma maneira eficaz de se obter a solução única de um sistema com três equações e três incógnitas é pela regra de Cramer.
Nessa regra xi = det(Aibi)/det(A), em que xi é a i-ésima variável, Aibi é a matriz A com o vetor resposta no lugar da i-ésima coluna.
Do item anterior sabemos que det(A) = 4.
Então, temos:

Ou seja, x3 é negativo.
Falso
1997 – QUESTÃO 15

Considere o seguinte sistema linear em x, y, z


Julgue as afirmativas:
(0) Quando a = 10, o sistema não tem solução não trivial.
RESOLUÇÃO
Se a = 10, o sistema homogêneo terá a seguinte forma:
2x + y – z = 0
10x – 2z = 0
x – 2y = 0
Assim, temos a seguinte matriz dos coeficientes:

Essa matriz tem como determinante:


|A| = (–2 + 20) – (8) = 10 ≠ 0.
Com o determinante é não nulo, o sistema homogêneo tem uma única solução, que é a solução trivial.
Verdadeiro
(1) Não existe solução não trivial, qualquer que seja o valor de a.
RESOLUÇÃO
Calculamos o determinante da matriz dos coeficientes com o valor genérico do coeficiente a:

. Assim, para a = 5, temos |A| = 0. Existe, portanto, ∞■soluções não triviais para esse valor de a.
Falso
(2) Se a = 5, existe uma única solução não trivial.
RESOLUÇÃO
Qualquer que seja o sistema homogêneo, ele tem zero ou infinitas soluções não triviais, nunca uma só.
Falso
(3) Existe uma única solução não trivial, qualquer que seja o valor de a.
RESOLUÇÃO
Como vimos, a afirmativa é falsa.
Falso
1999 - QUESTÃO 1
Com relação ao sistema de equações:

(0) Possui infinitas soluções.


RESOLUÇÃO
Trocando 1/z por w no sistema do enunciado, obtemos um sistema no formato usual:
2x + y – w = 13/2
x – y + 2w = 0
2x – 3y + w = –9/2.
Para sabermos se esse sistema tem uma única solução, calculamos o determinante da matriz dos coeficientes.

Portanto |A| é diferente de zero, A-1 existe, e o sistema possui, no máximo, uma solução. A expressão “no máximo” ficará clara no próximo item, devido à mudança de
variável realizada nesse item.
Falso
(1) Não possui solução.
RESOLUÇÃO
Precisamos verificar se a única solução (x,y,w) do sistema adaptado (com w no lugar de z) satisfaz w ≠■0. Para tanto, utilizamos a regra de Cramer.
No caso desse problema específico, verificamos no item anterior que
det(A) ≠■0, e o sistema tem no máximo uma única solução. Isso ocorrerá se z for bem definido, ou seja, se w ≠■0. Se w = 0 não existe qualquer solução para o sistema,
pois z não é definido. Assim, não necessitamos nos preocupar com os valores de x e y.
Vejamos:

Como w é diferente de zero, z é bem definido, e o sistema possui uma única solução.
Falso
(2) Existe uma solução para a qual z = 2.
RESOLUÇÃO
Como vimos anteriormente, w = 1/2 e, portanto, 1/w = z = 2.
Verdadeiro
2001 - QUESTÃO 5
(0) Um sistema homogêneo de equações lineares sempre tem solução.
RESOLUÇÃO
Como vimos, todo sistema homogêneo tem pelo menos solução trivial.
Verdadeiro
(1) A regra de Cramer para resolução de um sistema de equações lineares só pode ser aplicada se a matriz dos coeficientes do sistema for inversível.
RESOLUÇÃO
A matriz será inversível se o determinante for diferente de zero. Se o determinante da matriz de coeficientes for diferente de zero, podemos usar a regra de Cramer, pois
assim o denominador é diferente de zero. Caso contrário, teríamos um denominador igual a zero, e as variáveis não teriam valor definido.
Verdadeiro
(2) Para que um sistema homogêneo de equações lineares tenha infinitas soluções, basta que o determinante da matriz dos coeficientes seja diferente de zero.
RESOLUÇÃO
Como discutido anteriormente, o determinante tem que ser zero para que isso ocorra.
Falso
(3) Um sistema homogêneo de m equações lineares com n incógnitas tem infinitas soluções se n > m.
RESOLUÇÃO
Sempre que o número de incógnitas for maior que o número de equações em um sistema homogêneo, pelo menos uma das variáveis pode assumir qualquer valor. Por
exemplo, um sistema com duas incógnitas e uma equação:
x+y=0
x = –y
Quaisquer dois valores de x e y que respeitem essa relação satisfazem o sistema homogêneo: (1, –1), (2, –2), etc.
Verdadeiro
(4) Qualquer sistema de m equações lineares com n incógnitas tem infinitas soluções se n > m.
RESOLUÇÃO
Essa afirmação só é válida para sistemas homogêneos, como discutido anteriormente. Para os demais sistemas, isso ocorrerá em alguns casos, mas não em todos. Se o
sistema for não homogêneo, ele pode ter infinitas soluções ou pode não ter qualquer solução. Seguem um exemplo que não tem solução. As equações são as mesmas, mas
com resultados diferentes.
x+y+z=1
x + y + z = 2.
Utilizando o conceito de posto para explicar esse exemplo temos a seguinte matriz aumentada:

No formato escalonado por linhas:

Note que o posto da matriz aumentada difere do posto da matriz dos coeficientes: P(A) = 1 e P(Â) = 2. Assim, como P(A) ≠ P(Â), não existe solução para o sistema.
Falso
2003 - QUESTÃO 13
(3) No sistema de equações
3x1 – 5x2 + 2x3 + 4x4 = 0
6x1 – 10x2 – 4x3 – 6x4 = 0
é possível definir as variáveis x2 e x3 como funções das variáveis x1 e x4.
RESOLUÇÃO
Definir x2 e x3 como função de x1 e x4 é como resolver o sistema encarando as duas primeiras como variáveis e as duas últimas como “constantes”. Assim, reescrevendo o
sistema de equações, temos:
–5x2 + 2x3 = –3x1 – 4x4
–10x2 – 4x3 = –6x1 + 6x4

Obtemos a matriz dos coeficientes deste novo sistema

Uma vez que tal sistema tem solução.


Verdadeiro
(4) No sistema de equações
3x1 – 5x2 + 2x3 + 4x4 = 0
6x1 – 10x2 – 4x3 – 6x4 = 0
é possível definir as variáveis x1 e x2 como funções das variáveis x3 e x4.
RESOLUÇÃO
Seguindo os mesmos passos:

Uma vez que , isto não é possível, pois o sistema só teria solução trivial.
Falso
2004 – QUESTÃO 3

Sejam .
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) Se , então, a única solução do sistema linear AX = B é a solução X = 0.


RESOLUÇÃO

Se , o sistema é homogêneo. Como já discutido, o sistema homogêneo tem uma única solução trivial, X = 0, se o determinante de A for diferente de zero. Se |A| =
0, o sistema terá, além da solução trivial, infinitas soluções não triviais.
Vejamos:
|A| = (–4 + 3 – 6) – (–9 + 4 – 2) = –7 + 7 = 0 e assim o sistema tem solução trivial e infinitas soluções não triviais.
Falso
(1) O sistema AX = B tem solução se, e somente se, b1 + b2 + b3 = 0.
RESOLUÇÃO
Note pelo item anterior que como |A| = 0, a matriz inversa não existe, e um sistema não homogêneo terá 0 ou ∞ soluções. Para determinarmos se temos ou não solução,
obtemos a matriz aumentada desse sistema:

Em seguida, a escalonamos:

Assim, se b1 + b2 + b3 = 0, P(Â) = P(A) = 2, que é a condição para que a solução exista. Se b1 + b2 + b3 ≠ 0, temos P(Â) = 3 ≠ P(A) = 2, e não existe solução para o
problema.
Verdadeiro
(2) Se AX = B, então, X = A–1B.
RESOLUÇÃO
Isso seria verdadeiro se |A| ≠ 0 pois A teria inversa. Como no nosso caso
|A| = 0,A–1 não existe e não podemos fazer a operação descrita no enunciado.
Falso
(4) O posto da matriz A é 2.
RESOLUÇÃO
Como vimos, na matriz A temos duas linhas (ou colunas) independentes. O posto é, portanto, 2.
Verdadeiro
2009 – QUESTÃO 11

Sejam . Julgue os itens abaixo:


(3) Se k ≠ 0 e k ≠ –1 então o sistema Ax = b tem solução única, em que

e .
RESOLUÇÃO
Como vimos, o sistema terá solução única se, somente se, |A| ≠ 0. Assim:

Isso ocorre se, e somente se, k ≠ 0 e k ≠ –1.


Verdadeiro
(4) Se k = 0 então o sistema Bx = 0, em que 0 é o vetor nulo, só admite a solução trivial, isto é, x = 0.
RESOLUÇÃO
Se k = 0 então a matriz B tem o seguinte formato:

Como |B| = 0, então a sistema homogêneo Bx = 0 tem, além da solução trivial, infinitas soluções não triviais.
Falso
2010 – QUESTÃO 9
Considere os sistemas lineares abaixo e julgue as afirmativas:

Se k ≠ 3, então o sistema (I) tem solução única;


RESOLUÇÃO
Para que o sistema tenha uma única solução, seja ele não homogênea ou homogênea, o determinante da matriz dos coeficientes deve ser diferente de zero. Vejamos:

Se k ≠ 3, k – 3 ≠ 0, e o sistema tem solução única.


Verdadeira
(1) Se k = 0, o sistema homogêneo associado a (I) tem infinitas soluções;
RESOLUÇÃO
Se k = 0, sabemos, pelo item anterior, que |A| ≠ 0. O sistema homogêneo cuja matriz dos coeficientes tem determinante diferente de zero só admite uma única solução, que é
a solução trivial.
Falsa
(3) Se m > n, (II) tem sempre solução;
RESOLUÇÃO
Se o sistema for homogêneo, ele sempre tem solução, que é a trivial.
Entretanto, se o sistema for não homogêneo, o sistema pode não ter solução. Vejamos. Se m > n, temos mais equações que incógnitas e a matriz dos coeficientes é Amxn,
onde m > n. Um sistema cuja matriz é Amxn tem sempre solução (para qualquer que seja o vetor resposta) se, e somente se, P(A) = m. O posto máximo de uma matriz Amxn,
onde m > n, é justamente n. Ou seja, P(A) ≤ n < m. Isso implica que o sistema com m > n não terá solução para qualquer vetor resposta e sim somente para alguns
específicos.
O exemplo abaixo explica o porquê. Por simplicidade, o lado esquerdo da linha 3 é a soma das duas primeiras.

Temos a seguinte matriz dos coeficientes, e seguinte matriz expandida:

Escalonando ambas, temos:

Se b3 – b1 – b2 ≠ 0, P(A) = 2 ≠ P(Â) = 3, e o sistema não tem solução. Entretanto, se b3 – b1 – b2 = 0, P(A) = P(Â) = 2, e o sistema tem solução.
Falsa
(3) Se b1 = b2 = ... = bm = 0, então o sistema (II) tem sempre solução.
RESOLUÇÃO
Se b1 = b2 = ... = bm = 0, o sistema é homogêneo. Como vimos, todo sistema homogêneo admite pelo menos solução trivial e tem sempre solução.
Verdadeira
2010 – QUESTÃO 10
Julgue as afirmativas:

(4) Se o posto da matriz é 3, então x ≠ 1.


RESOLUÇÃO
O posto de uma matriz é máximo se, e somente se, o determinante da mesma for diferente de zero. Para uma matriz 3 x 3, o posto máximo é 3. Vejamos:
Se x = 1, então o posto é 3, contrariando o proposto no enunciado.
Falsa

22 – MATRIZES TRANSPOSTAS E ORTOGONAIS

Nesta seção são agrupadas as questões que de forma direta ou indireta utilizam o conceito de matriz transposta, conceito ainda não discutido em profundidade. Além dessas
questões, são incluídas as questões que tratam de matrizes ortogonais. Seguem breves definições sobre esses dois tipos de matriz.
Matriz transposta – Uma matriz é transposta de outra quando a linha dessa última se transforma na coluna correspondente da primeira. Escreve-se a transposta de A como
At ou A´.
Matriz ortogonal - Uma matriz ortogonal é aquela em que At = A–1.
Neste capítulo utilizamos a seguinte relação de álgebra matricial: (AB)t = BtAt.
Além disso, temos a seguinte relação para determinantes: det(At) = det(A)
Essa relação é verificada diretamente para uma matriz 2 x 2, e também é valida também para matrizes maiores:

1995 - QUESTÃO 13
Indique se são verdadeiras ou falsas as afirmativas:
(0) Se A é uma matriz ortogonal, então, det(A) pode ser negativo.
RESOLUÇÃO
Como vimos, uma matriz ortogonal é aquela em que At = A–1.
Pela definição de matriz inversa sabemos que: AA–1 = A–1A = I.
Se a matriz é ortogonal, então temos a relação: AAt = AtA = I.
Utilizando a relação |AB| = |A| |B|, temos para uma matriz ortogonal:

Concluindo: |A| = ±1. Portanto, nada impede, há princípio, que det(A) < 0.
Verdadeiro
(1) Seja A uma matriz quadrada de ordem ímpar. Se At = –A, então, det(A) = 0.
RESOLUÇÃO
Como vimos, |A| = |At|. Neste problema, como At = –A, a relação torna-se
|–A| = |At| = |A|. Partindo da relação |–A| = (–1)n|A|, como a matriz é de ordem ímpar, temos: |–A| = –|A|.
Então, |A| = –|A| e |A| = 0.
Verdadeiro
1996 - QUESTÃO 14
Indique as afirmativas verdadeiras e falsas:
Considere as matrizes A e B, ambas quadradas de ordem n. Afirma-se:
(1) |A| = |A’|.
RESOLUÇÃO
Como vimos, essa relação é verdadeira.
Verdadeiro
(5) Se A é não singular, então:
(A’)–1 = (A–1)’.
RESOLUÇÃO
Segue a demonstração dessa relação, que é verdadeira.
Sabemos que I = It e que AA–1 = I.
Então temos: I = It = (AA–1)t
Além disso, temos a seguinte relação de álgebra matricial:(AB)t = BtAt.
Daí ficamos com: It = (AA–1)t = (A–1)t(At) = I.
Mas também sabemos, por definição de matriz inversa: (At)–1(At) = I
Conclusão: (A–1)t = (At)–1.
Verdadeiro
1997 - QUESTÃO 13
Sejam A e B matrizes quadradas de mesma dimensão. Julgue as afirmativas:
(0) Se At é a transposta de A, então, det(AtA) ≥ 0.
RESOLUÇÃO
Já sabemos que |AB| = |A| |B| e que |At| = |A|. Assim, temos:
det(AtA) = det(At)det(A) = det²(A) ≥ 0.
Verdadeiro
(1) Se A é simétrica e não singular, então, A–1 é simétrica.
RESOLUÇÃO
Se A é simétrica, então, A = At. Daí decorre que I = AA–1 = (At)(At)–1 = (A)(At)–1. Então, A–1 = (At)–1. Mas vimos que (A–1)t = (At)–1 e, portanto, A–1 = (A–1)t e
A–1 é simétrica.
Verdadeiro
1998 - QUESTÃO 3
Uma matriz A, quadrada de dimensão n é dita ortogonal quando AtA = AAt = In, na qual o superescrito t denota transposição, e In é a identidade de dimensão n. Considere
uma matriz ortogonal A de ordem n. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmações (sobre A):
(0) O valor absoluto do seu determinante é igual a 1.
RESOLUÇÃO
Utilizando as relações já discutidas anteriormente, temos:
1 = det(I) = det(AtA) = det(At)det(A) = det(A)det(A) = det²(A).
Ou seja, det(A) = ±1.
Verdadeiro
(1) A–1 = At.
RESOLUÇÃO
Como a matriz é ortogonal, essa relação é imediata da definição.
Verdadeiro
(2) Suas colunas constituem uma base para Rn.
RESOLUÇÃO
Se a matriz é ortogonal, segue que a matriz inversa existe. Então, o determinante da matriz original é necessariamente diferente de zero. O que implica que as colunas são LIs
e formam uma base no Rn.
Verdadeiro
(5) Sua inversa e sua transposta são também matrizes ortogonais.
RESOLUÇÃO
Por definição, se A é ortogonal, temos: A–1 = At. Como já discutido,
(A–1)t = (At)–1.
Daí decorre que: (A–1)t = (At)–1 = (A–1)–1. Note que a inversa será ortogonal justamente se: (A–1)t = (A–1)–1, que foi a relação encontrada.
A matriz transposta será ortogonal se (At)–1 = (At)t. Como (A–1)t = (At)–1, temos que esta será ortogonal se: (A–1)t = (At)t. Essa relação é necessariamente verdadeira,
pois A–1 = At .
Assim, se A é ortogonal, sua inversa e transposta também o são.
Verdadeiro
1998 - QUESTÃO 15
Considere uma matriz de números reais X, nem todos nulos,
(0) A matriz XtX é sempre simétrica e singular.
RESOLUÇÃO
Lembrando que (At)t = A e que (AB)t = BtAt, temos que: (XtX)t = (Xt)(Xt)t = XtX. Ou seja, a matriz XtX é sempre simétrica.
Por outro lado, sabemos que det(XtX) = det(Xt)det(X) = det²X. Portanto, se a matriz X for não singular e, consequentemente, det(X) ≠ 0, segue que det(Xt X) ≠ 0 e XtX é
não singular.
Falso
(1) O escalar vtXtXv, em que v é vetor não nulo, é não negativo.
RESOLUÇÃO
Partindo de yty ≥ 0, tome y = Xv. Assim, (Xv)t(Xv) ≥ 0. Utilizando a relação (AB)t = BtAt, ficamos com vt Xt Xv ≥ 0, escalar não negativo.
Verdadeiro
(3) Se X é quadrada, então, XtX é invertível.
RESOLUÇÃO
XtX será invertível se det(XtX) ≠ 0.
Como det(XtX) = det²X, se det(X) = 0, a matriz XtX não é invertível.
Falso
1999 - QUESTÃO 14
Classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmativas sobre a matriz A:

.
(2) É matriz ortogonal
RESOLUÇÃO
A matriz será ortogonal se At = A–1. Mas, como vimos anteriormente, como as colunas (ou linhas) são LDs, note que a quarta coluna e o dobro da terceira,
det(A) = 0, e a matriz A–1 sequer existe.
Falso
2002 - QUESTÃO 6
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(2) Seja I uma matriz identidade n ×■n e X uma matriz n ×■k com posto igual a k. Então, se A = [I – X(XtX)–1Xt], então, A é simétrica e det(AtA) > det(A).
RESOLUÇÃO
Sabemos que det(AtA) = det²A. Então, se det(A) = 0, ou det(A) = 1, o enunciado é falso, pois det(AtA) = det(A). Vejamos se podemos obter |A| = 0.
Supondo n = k, obtemos uma matriz Xn x n quadrada. Além disso, como o posto de X é igual a k = n, ou seja, as linhas (e colunas) são LIs, det(X) ≠ 0 e a matriz é
inversível. De posse dessa informação, temos:
A = [I – X(XtX)–1Xt] = [I – XX–1(Xt)–1 Xt] = [I – (XX–1)((Xt)–1 Xt)]
A = [I – (I)(I)] = [I – I] = [0].
Ou seja,det(A) = 0.Como nada impede que n seja igual a k no enunciado, segue que a afirmação é incorreta.
Falso
2005 - QUESTÃO 2
Avalie as afirmativas:
(1) Se uma matriz n ×■x. A é ortogonal, então, A’A = I, em que I é a matriz identidade de ordem n.
RESOLUÇÃO
Por definição, uma matriz A é ortogonal se A–1 = A’. Segue, também por definição, o proposto no enunciado.
Verdadeiro

(2) A matriz é ortogonal.


RESOLUÇÃO
A matriz dada será ortogonal se a relação AA' = I for satisfeita. Verificando se a afirmação é verdadeira, temos:

.
Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 1
Avalie as afirmativas, seja:

(2) A matriz A não é ortogonal.


RESOLUÇÃO
Por definição, uma matriz ortogonal é aquela em que A–1 = A’, ou seja, AA' = I.

Dada a matriz e a respectiva matriz transposta , verificamos se essa relação é satisfeita:

Ou seja, a matriz A é ortogonal.


Falso
2008 - QUESTÃO 8
Seja P(t) = tn + c1 tn-1 + ... + cn-1 t + cn o polinômio característico de uma matriz n×n A =(aij) com entradas aij ∈ R. Julgue as afirmativas:
(3) det(−A) = (−1)n+1 det A.
RESOLUÇÃO
A relação correta é |–A| = (–1)n|A|.
Falso
(4) Se A é antissimétrica e n é ímpar, então det A ≠ 0 .
RESOLUÇÃO
Se A é antissimétrica, A = –At. Além disso, sabemos que |A| = |AT|. Então:

Segue que |A| = 0 .


Falso
2010 - QUESTÃO 9
Considere os sistemas lineares abaixo e julgue as afirmativas:

(2) Para k =1, a matriz dos coeficientes de (I) é uma matriz ortogonal;
RESOLUÇÃO
Como vimos, uma matriz ortogonal é aquela que AT = A–1. Se k = 1, a matriz dos coeficientes toma a seguinte forma:

A matriz transposta é, portanto:

Resta saber se essa matriz é igual a A–1. Existem pelo menos duas maneiras para se resolver esse problema.
Uma delas é verificar se a matriz transposta é realmente a inversa da matriz A a partir da definição de matriz inversa: A–1A = ATA = AAT = I. Vejamos:

O termos a11 = 3 já difere da matriz identidade e a afirmação é falsa.


Alternativamente, podemos obter a inversa de A e comparar com a matriz transposta. Para obter a inversa, utilizamos a adjunta de A:

Como vimos, |A| = k – 3 = 1 – 3 = –2


Agora obtemos os cofatores:

Note que o elemento a11 da matriz inversa é , que difere do valor 1 obtido para AT. Uma vez que um elemento já difere entre A–1 e AT, não
necessitamos obter os demais. Portanto, como já sabíamos AT ≠ A–1.
Falsa
2010 - QUESTÃO 11

Considere as matrizes .
Julgue as afirmativas:

(0) Para a = 1 e b = 2, então ;


RESOLUÇÃO
Obtemos a matriz indicada:

Para a = 1 e b = 2:

Falsa
23 – MATRIZES TRIANGULARES E IDEMPOTENTES

Nesta seção são agrupadas as questões que usam os conceitos de matriz triangular e de matriz idempotente. Seguem as duas definições utilizadas aqui.
Matriz triangular – Em uma matriz triangular todos os elementos acima ou abaixo da diagonal principal são nulos.
Matriz idempotente – Uma matriz é idempotente quando AA = A
1995 - QUESTÃO 13
Indique se são verdadeiras ou falsas as afirmativas:
(3) Seja A uma matriz triangular não singular, então, se os elementos fora da diagonal principal são todos negativos, det(A) é positivo.
RESOLUÇÃO
Em uma matriz triangular todos os elementos acima ou abaixo da diagonal principal são nulos. O determinante de uma matriz triangular é simplesmente o produto de suas
entradas da diagonal principal. Os termos fora da diagonal principal em nada influem no cálculo do determinante. Assim, uma matriz triangular pode ter o determinante
positivo ou negativo dependendo dos termos da diagonal principal, sem qualquer relação com os elementos fora da diagonal principal.
Falso
1997 - QUESTÃO 14

Considere a matriz . Julgue as afirmativas:


(1) A é uma matriz idempotente.
RESOLUÇÃO
Como vimos, a matriz idempotente é aquela que AA = A. Obtendo o produto AA e comparando com a matriz original, temos:

Falso
2002 - QUESTÃO 6
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(4) Sejam A e B matrizes triangulares inferiores n × n, cujos elementos da diagonal principal são dados por (a11, ..., anm) e (b11, ..., bnm), respectivamente. Então,
.
RESOLUÇÃO
Em uma matriz triangular, o determinante é o produto dos termos da diagonal principal: .
A matriz A + B, que também é triangular, tem como elementos da diagonal principal, (a11 + b11, ..., ann + bnn), portanto: .
Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 8
(1) Se uma matriz simétrica n × n A é idempotente, então, para todo v ∈ Rn, v’Av ≥ 0.
RESOLUÇÃO
A matriz A é simétrica, então:A’ = A. Além disso, ela é idempotente, então vale a relação A² = A. Então, temos:
(Av)’(Av) = v’A’Av = v’ AAv = v’Av
Como (Av)’(Av) ≥ 0, então, v’Av ≥ 0.
Verdadeiro
2007 - QUESTÃO 2
Considere a matriz:

em que a, b, c são constantes. Julgue o item:


(1) O determinante de A é det(A) = 6.
RESOLUÇÃO
Como vimos, o determinante de uma matriz triangular é igual ao produto de seus elementos da diagonal principal. No caso: |A| = (1)(2)(3) = 6
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 4
Julgue as afirmativas:
(3) Se uma matriz é idempotente, então ela é singular.
RESOLUÇÃO
Como vimos, uma matriz é idempotente quando A² = A. Assim, calculando o determinante da matriz, temos:
det(A) = det(A²) = det(AA) = det(A) det(A) = (det(A))²
Assim, det(A) = 0 ou det(A) = 1. Ou seja, uma matriz não singular de determinante unitário pode ser idempotente. Por exemplo, a matriz identidade.
Falso
2008 - QUESTÃO 14
Seja H uma matriz 4×4 idempotente, simétrica e não singular. Seja 04×5 a matriz nula de ordem 4 ×5 e 05×4 = 0’4×5 sua transposta. Seja ainda L uma matriz 5×5 ortogonal.
Considere a matriz 9×9 dada por:

Seja D = det(A’ A) o determinante de A’A, em que A’ é a transposta de A. Calcule 9D + 3 .


RESOLUÇÃO
Lembrando que uma matriz idempotente é aquela que H2 = H. Além disso, sabemos que H é simétrica, então H = HT, e que det(H) ≠ 0, pois a matriz é não singular.
A matriz L é ortogonal, então LT = L-1.

Sabendo que , transpomos a matriz: .


Pelas propriedades citadas, temos:

.
Multiplicando A’ A, temos:
Se H é idempotente, temos:
det(H) = det(H2) = det(H)det(H) = (det(H))2.
Como H é não singular, det(H) ≠ 0, logo det(H) = 1. Assim ficamos com:

Calculando: 9D + 3 = 12.

24 – PRODUTOS ENTRE VETORES

Aqui estão agrupadas as questões que tratam de produtos entre vetores. Algumas questões que também discutem vetores foram apresentadas no capítulo sobre independência
linear. Além disso, as questões que utilizam os conceitos de autovalor e autovetor em formato introdutório são discutidas no capítulo 26. Questões que tratam de vetores, mas que
foram considerados de resolução mais sofisticada, são discutidas na parte final do livro.
Três conceitos são muito utilizados nas questões discutidas neste capítulo. O primeiro é o produto interno entre vetores, também denominado produto escalar. O segundo é o
comprimento ou norma do vetor. Utilizamos também o conceito de produto vetorial. Seguem as três definições.
Produto interno – Sejam dois vetores no Rn representados por u = (u1, u2, ..., un) e por v = (v1, v2, ..., vn). O produto interno de u com v, escrito como u.v, é um escalar
dado por: u.v = (u1v1 + u2v2 + ...+ unvn).
O comprimento de um vetor u = (u1, u2, ..., un) no Rn, escrito como ||u||, é dado por: ||u|| = (u.u)1/2.

Esses dois conceitos permitem determinar o ângulo entre dois vetores u e v não nulos através da seguinte relação: .
O terceiro conceito utilizado nesse capítulo, apesar de com menor frequência, é o de produto vetorial. Esse último é muito utilizado na discussão sobre planos, apresentada
no próximo capítulo.
Produto vetorial – Sejam dois vetores no R³ representados por u = (u1, u2, u3)e por v = (v1, v2, v3) não colineares. O produto vetorial de u com v, escrito como u x v, é um

vetor dado por: u x v = , onde i = (1,0,0), j = (0,1,0)e


k = (0,0,1) são os vetores canônicos em cada uma das coordenadas.
Um importante atributo do vetor obtido pelo produto vetorial, u x v, é que ele é perpendicular a u e também a v.
1996 - QUESTÃO 11
Indique se as afirmativas são verdadeiras ou falsas:
(1) Se x e y são vetores no Rn, então, eles são paralelos se, e somente se, seu produto interno for zero.
RESOLUÇÃO

Como vimos, o cosseno do ângulo entre dois vetores não nulos é dado pela seguinte relação: .
Se o produto interno entre vetores não nulos for zero, então cosθ = 0, o que significa que θ = π/2. Ou seja, os vetores são ortogonais, e não paralelos, como proposto no
enunciado.
Falso
(2) ||x+y|| ≤ ||x|| + ||y||.
RESOLUÇÃO
Partindo da mesma relação do item anterior e sabendo que cosθ ≤ 1, temos:
cosθ = (X.Y)/(||X|| ||Y||) ≤ 1.
Assim:
X . Y ≤ ||X|| ||Y||
2(X . Y) ≤ 2||X|| ||Y||.
Somando os mesmos termos dos dois lados, e lembrando que ||X|| = (X . X)1/2, temos:
X . X + 2(X . Y) + Y . Y ≤ ||X||² + 2||X|| ||Y|| + ||Y||²
Note que X . Y = Y . X.
Então:
X . X + X . Y + Y . X + Y .Y ≤ (||X|| + ||Y||)²
(X + Y) . (X + Y) =||X + Y||² ≤ (||X|| + ||Y||)²
Concluindo: ||X+Y|| ≤ ||X|| + ||Y||, que é a desigualdade triangular, como proposto no enunciado.
Verdadeiro
(3) Considere X = (3,0,4) e Y = (2,81/2,2) vetores no R³. Então, ||X|| = 5,||Y|| = 4 e dez vezes o co-seno do ângulo entre X e Y é igual a 7.
RESOLUÇÃO
Calculamos inicialmente as normas ou comprimento dos vetores:
||X|| = (X.X)1/2 = (3.3 + 0 . 0 + 4 . 4)1/2 = (9 + 0 + 16)1/2 = 251/2 = 5.
||Y|| = (Y.Y)1/2 = (4 + 8 + 4)1/2 = 161/2 = 4.
Note que os valores encontrados são os mesmos propostos no enunciado. Em seguida, fazemos o produto escalar e usamos a relação do co-seno entre vetores:
X.Y = (3)(2) + (0)(8)1/2 + (4)(2) = 14
cosθ = (X.Y)/(||X|| ||Y||) = 14/(4)(5) = 0,7
10 cosθ = 7.
Verdadeiro
1997 - QUESTÃO 12
Para as afirmações abaixo, x e y são vetores em R³, e α é um número real arbitrário. Indique quais são verdadeiras e quais são falsas.
(0) Dois vetores são ortogonais se seu produto interno é nulo.
RESOLUÇÃO
Como já discutido, se seu produto interno é nulo, então, cosθ = 0, e os vetores são ortogonais.
Verdadeiro
(1) A norma de um vetor é sempre maior ou igual a zero.
RESOLUÇÃO
A norma é o tamanho do vetor que é dado pela raiz de um número positivo. Ela é, portanto, maior ou igual a zero.
Verdadeiro
(2) ||x – y|| ≤ ||x|| + ||y||
RESOLUÇÃO
Como já discutido anteriormente, sabemos pela desigualdade triangular que:
||X+Z|| ≤ ||X|| + ||Z||.
Se Z = –Y , temos:
||Z|| = (Z.Z)1/2 = ((–Y) . (–Y))1/2 = (Y.Y)1/2 = ||Y||.
Então, ficamos com: ||X–Y|| ≤ ||X|| + ||Y||.
Verdadeiro
(3) ||αx|| = ||a|| . ||x||.
RESOLUÇÃO
Se x = (a1, a2, ..., an), então:

Verdadeiro
1998 – QUESTÃO 3
Uma matriz A, quadrada de dimensão n é dita ortogonal quando AtA = AAt = ln, no qual o superescrito t denota transposição, e In é a identidade de dimensão n. Considere
uma matriz ortogonal A de ordem n. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmações (sobre A):
(3) Se x e y são vetores (coluna) de Rn tais que y = Ax, então, o comprimento de y é maior que o comprimento de x.
RESOLUÇÃO
Aqui utilizamos a seguinte relação discutida anteriormente: (AB)t = BtAt. Além disso, temos que: ||X||² = X . X = XtX.
Segundo o enunciado y = Ax, portanto, ||y|| = ||Ax||.
Por definição de comprimento de vetor, temos:

Como a matriz é ortogonal, At = A–1. Daí temos:

Ou seja, x e y têm o mesmo comprimento.


Falso
(4) O produto interno de Ax por Ay é igual ao produto interno de x por y multiplicado pelo determinante de A.
RESOLUÇÃO
Lembrando que A é ortogonal, temos que:

.
Portanto, o enunciado só é verdadeiro se toda matriz ortogonal tiver determinante igual a 1.

Entretanto, sabemos que |At| = |A| e para uma matriz ortogonal AtA = I, o que implica: . Daí decorre que
det(A) = ± 1. Ou seja, a afirmação é falsa.

Por exemplo, a matriz é ortogonal com |A| = –1.


Falso
2000 - QUESTÃO 12
Sendo V o espaço vetorial de dimensão 3 sobre o corpo R, munido do produto interno Euclidiano (.): x.y ≡ x1y1 + x2y2 + x3y3; x,y ∈ V, define-se uma norma ||.|| pelo

produto interno: . Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):


(4) Sejam u1,u2.v vetores em V tais que u1v = D1, u2v = D2, e o vetor u1 – u2 é paralelo ao vetor v. Então, ||u1 – u2|| = |D2 – D1|/||v||.
RESOLUÇÃO

Partindo da relação , como u1 – u2 e v são paralelos, como proposto no enunciado, ficamos com:

Reescrevendo, temos: .
Tomando o módulo:

,
como proposto no enunciado.
Verdadeiro
2002 – QUESTÃO 5
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(2) Os vetores (1,2,3) e (4,1,–2) são ortogonais.
RESOLUÇÃO
Como vimos, se o produto interno entre dois vetores não nulos for zero, os vetores são ortogonais. Vejamos:
(1,2,3) . (4,1,–2) = 4 + 2 – 6 = 0.
Verdadeiro
2005 – Questão 2
(4) Os vetores w1 = (1,–1,0,1), w2 = (2,4,3,2) e w3 = (–4,3,–6,7) são ortogonais.
RESOLUÇÃO
Como vimos, um vetor será ortogonal a outro se o produto escalar entre eles for zero.
Vejamos:

Como todos os pares de vetores são ortogonais, os vetores são ortogonais.


Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 2
Avalie as opções:
(1) Seja A uma matriz n × n tal que para todo u, v ∈ Rn tem-se que uAv = –vAu. Então, todo vetor v é ortogonal à sua imagem por A.
RESOLUÇÃO
Pelo item anterior temos: vAv = v(Av) = v.Av = 0 para todo v. Ou seja, como o produto escalar entre v e sua imagem por A é zero, todo vetor v é ortogonal à sua imagem por
A.
Verdadeiro
2007 - QUESTÃO 3
Seja <, > o produto escalar usual de Rn+1 e V = V1^ ... ^Vn ∈ Rn+1 o produto vetorial de vetores linearmente independentes V1 ... Vn ∈ Rn+1. Por definição
<V, W> = detAw em que
é a matriz cujas linhas são os vetores W, V1, ... Vn ∈ Rn+1. Julgue os itens:
Observação - Aqui são utilizados os mesmos conceitos já discutidos nas questões anteriores, mas representados de outra forma. Note que temos respectivamente os
seguintes símbolos para produto escalar, produto vetorial e norma de vetores:
X.Y = <X,Y>
XxY=X^Y
||X|| = |X|
(0) <V, Vi> = 0, para todo i ∈ {1, ..., n}.
RESOLUÇÃO
O produto escalar entre dois vetores será zero, como proposto no enunciado, se eles forem ortogonais. Note que os vetores V1, ... Vn ∈ Rn+1 são LI, ou seja, são não
colineares. Além disso, também como descrito no enunciado, V é o produto vetorial entre esses vetores. Assim, V é ortogonal a esses últimos. Portanto,
<V, Vi> = 0, para todo i ∈ {1, ..., n}.
Verdadeiro
(1) detAv ≠ |V|².
RESOLUÇÃO
Partimos da definição do enunciado: <V, W> = detAw. Então, detAv, também por definição, é igual a<V, V> = |V|² .
Falso
(2) V ≠ 0
RESOLUÇÃO
O vetor V é o produto vetorial especificado no enunciado da questão. O vetor V só seria nulo se os vetores que compõem esse produto vetorial, os Vis, fossem linearmente
dependentes. Como os vetores são linearmente independentes, conforme descrito no enunciado, V ≠ 0.
Verdadeiro

(3) , em que gij = <Vi, Vj>.


RESOLUÇÃO

Por definição, . Então e temos:

.
Como <V, Vi> = 0 para todo i:

Calculando o determinante dessa matriz, temos:

, no qual
Verdadeiro

(4)
RESOLUÇÃO

Vimos no item 1 que . Além disso, também vimos que . Sabendo que e que

, temos:

Assim: .
Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 8
Julgue as afirmativas:

Se u = 2e1 + e1 – 2e3, então é um vetor unitário, paralelo a u, em que e1 = (1,0,0), e2 = (0,1,0) e e3 = (0,0,1);
RESOLUÇÃO
Um vetor é unitário se tem comprimento igual a 1, o que é verificado para v:

Os vetores u e v serão paralelos se existe um número α tal que v = α.u. Ou seja, se os vetores são linearmente dependentes. Vejamos:

u = 2(1,0,0) + (0,1,0) – 2(0,0,–1) = (2,1,–2). Note que para , a relação acima é satisfeita.
Verdadeira

(1) Sejam u = (x,1,0), v = (–2,y,3) e w = (y,–1,–1), tais que u é perpendicular a v e a w. Então ;


RESOLUÇÃO
Se u é perpendicular a v e a w, temos:
u.v=0
u.w=0
Vejamos o que ocorre com o valor de x, uma vez satisfeitas as relações acima:
Obtemos assim um sistema. Da primeira equação temos:

A segunda é reescrita como:


xy = 1
Substituindo o valor encontrado para x, temos:

Retomando o resultado obtido da 1ª equação:

Verdadeira

25 – RETAS E PLANOS

Nesta seção, serão discutidas as questões que envolvem a equação de retas e de planos no R³. Como essas questões envolvem o uso de vetores e matrizes, elas foram
incluídas nesta parte do texto. Entretanto, algumas das questões que envolvem equação de planos também utilizam o conceito de gradiente. Optou-se por discutir estas últimas na
seção referente ao conceito de gradiente, na parte do livro que trata das questões de cálculo de várias variáveis.
2000 - QUESTÃO 12

Sendo V o espaço vetorial de dimensão 3 sobre o corpo R, munido do produto interno Euclidiano , define-se uma norma || . ||

pelo produto interno: , x ∈ V. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):


(3) 0 ponto C(3,–16,18) não pertence à reta que passa pelos pontos A(–5,0,2) e B(–4,–2,4).
RESOLUÇÃO
Como mostra o diagrama a seguir, a equação de uma reta em R³ pode ser determinada diretamente a partir de dois pontos. Um dos dois pontos é escolhido de forma arbitrária
e denominado P0. Calcula-se em seguida o vetor V = P1 – P0, que é a diferença entre os vetores que representam os dois pontos. Assim, qualquer ponto na reta pode ser
representado pela soma dos vetores P0 e tV, onde t é um número qualquer que pode variar entre –∞■e■∞. Obtemos assim a equação da reta que é dada por:
r = P0 + tV.

Especificamente para esse problema, inicialmente obtemos a equação da reta que passa pelos pontos A e B e, em seguida, verificamos se o ponto C pertence à reta.
Assim, escolhemos o ponto A como P0, P0 = (–5,0,2), e calculamos
V = P1 – P0 = B – A = ( –4,–2,4) – (–5,0,2) = (1,–2,2).
Substituindo esse ponto e esse vetor na equação genérica da reta, temos que a equação da reta que passa pelos pontos A e B é:
r = (–5,0,2) + t(1,–2,2).
Podemos reescrever essa equação separando os termos em x, y e z:
x = –5 + t
y = 0 – 2t
z = 2 + 2t.
O ponto C estará na reta se o t encontrado para qualquer uma das variáveis satisfizer a equação dos demais. Vejamos:
Se x = 3, implica:
3 = –5 + t → t = 8.
Uma vez obtido o valor de t para x, calculamos os valores correspondentes de y e z para esse mesmo t.
Se t = 8, os valores são: y = –16, z = 18.
Portanto, o ponto encontrado para t = 8 é (3, –16,18), que é justamente C.
Verdadeiro
2001 - QUESTÃO 3
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) O plano contém os pontos (1,2,3), (–1,1,2) e (2,–2,1).


RESOLUÇÃO
Nessa questão podemos obter a equação do plano a partir dos pontos dados e comparar o resultado encontrado com a equação proposta no enunciado. Porém é mais fácil
verificar diretamente se os pontos pertencem ao plano proposto.
Substituindo os pontos dados no enunciado na equação do plano, temos:
Ponto (1,2,3)
–2(1) – 5(2) + 9(3) = –2 – 10 + 27 = 15.
Sim, o ponto pertence ao plano.
Ponto (–1,1,2)
2(–1) – 5(1) + 9(2) = 15.
Esse ponto também pertence ao plano.
Ponto (2,–2,1)
2(2) – 5(–2) + 9(1) = 15.
Os três pontos pertencem ao plano.
Verdadeiro

(1) O plano é ortogonal ao plano .


RESOLUÇÃO
Note que um plano será ortogonal a outro se os respectivos vetores normais também forem ortogonais. Como será discutido posteriormente neste capítulo, o vetor normal a
um plano, tem os mesmos coeficientes da equação do plano. Assim, para o plano x + 2y + 3z = 12, o vetor normal é n1 = (1,2,3). Para o plano x + y – z = 17, o vetor normal
é n2 = (1,1,–1).
Como vimos no capítulo sobre produto de vetores, dois vetores serão ortogonais se o produto escalar entre eles for zero. Vejamos se esse é o caso:
n1 . n2 = (1,2,3) . (1,1,–1) = 1 + 2 – 3= 0.
Sim, n1 é ortogonal a n2, o que implica que os planos também são ortogonais.
Verdadeiro

(2) A interseção dos três planos , e é o conjunto vazio.


RESOLUÇÃO
Note que cada equação de plano é uma equação linear. Portanto, temos três equações lineares e três incógnitas. A interseção dos planos é justamente a solução do sistema de
equações. Como vimos no capítulo que discute a resolução de sistemas lineares, um sistema linear não homogêneo, AX = b, terá uma única resposta se A–1 existe, ou seja,
se |A| ≠ 0. Se a matriz inversa não existe, isto é, se |A| = 0, podemos ter 0 ou ∞ soluções.

Vejamos, então, se existe a inversa de .


Como |A| = 0, a matriz inversa não existe, e podemos ter 0 ou ∞ soluções para o sistema. As linhas da matriz não são LI. Note que, ao somarmos as duas primeiras, obtemos
a terceira delas.
Retomando as equações lineares descritas no enunciado, note que ao somarmos as duas primeiras equações obtemos, tanto o lado esquerdo como o lado direito, da terceira
equação. Podemos então descartar essa equação na resolução do problema. Como os planos representados pelas duas primeiras equações não são paralelos,
temos ∞ soluções, contrariando o proposto no enunciado.
Falso

(4) A distância entre os planos e o plano é menor do que 1 (um).


RESOLUÇÃO
Note primeiramente que os planos são paralelos, pois a normal é a mesma, e, assim, os planos não apresentam interseção. Para calcularmos a distância entre os planos,
obtemos um ponto qualquer de um deles e calculamos a distancia entre esse ponto e o outro plano.
Inicialmente, escolhemos um ponto arbitrário do plano x + 2y + 3z = 12. Escolhemos, por exemplo, o ponto (12,0,0).
A distância entre um ponto e um plano é dada pela seguinte equação:
D = |ax0 + by0 + cz0 + d|/(a² + b² + c²)1/2, na qual (x0,y0,z0) são as coordenadas do ponto e ax + by + cz + d = 0 é a equação do plano.
Assim, escrevemos a equação do outro plano como indicado na fórmula da distância:
x + 2y + 3z – 13 = 0.
Substituímos os dados na fórmula da distância, temos:
D = |(1)(12) + (2)(0) + (3)(0) – 13|/(1² + 2² + 3²)1/2 = 1/141/2 < 1.
O proposto no enunciado é verdadeiro.
Segue uma outra forma de resolução geométrica. Tome uma das variáveis como zero, por exemplo, y = 0. Obtemos, assim, a equação de duas retas paralelas:
z1 = –x/3 + 4
z2 = –x/3 + 13/3 = –x/3 + (4 + 1/3)
Então, a seção plana tem a forma:

Para x = 0, temos:
z1 = 4
z2 = 4 + 1/3
Portanto, a distância entre os planos é menor que 1/3.
Verdadeiro
2002 - QUESTÃO 2
Considere os planos π1 e π2 definidos pelas seguintes equações:
π1: x – y + 2z = 3 e π2: 2x + 3y – z = 6
Responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) O vetor direção da reta interseção aos planos π1 e π2 é: (1,1,–1).
RESOLUÇÃO
Para determinar o vetor direção da reta interseção aos planos π1 e π2, obtemos inicialmente as duas normais aos planos e fazemos o produto vetorial entre elas, conceito
definido no capítulo de produto entre vetores. Assim, obtemos um vetor que é perpendicular às duas normais e, como consequência, é o vetor que está na mesma direção da
interseção dos planos.
Pelos coeficientes das equações dos planos, temos as seguintes normais:
n1 = (1,–1,2)
n2 = (2,3,–1).
Fazendo o produto vetorial:

Ou, em outro formato:


n1 × n2 = (–5,5,5) = 5(–1,1,1).
O vetor direção da reta interseção dos planos é qualquer múltiplo desse produto vetorial: c(–1,1,1).
Note que (1,1,–1) ≠ c(–1,1,1) para todo c ∈ R. Logo, o vetor proposto não é o vetor direção da reta interseção aos planos.
Falso
(1) A equação do plano passando pelo ponto P(2,1,1) e perpendicular à reta interseção de π1 com π2 é: x – y –z = 0.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, verificamos se o ponto dado pertence à equação do plano proposta no enunciado. Vejamos:
(2) – (1) – (1) = 0.
Sim, o ponto pertence ao plano.
Como vimos na questão anterior, o vetor direção da reta interseção aos planos é (–1,1,1). Se o plano é perpendicular a este vetor, este é o vetor normal ao plano. Como já
sabemos os coeficientes do vetor normal, a equação do plano é dada por –x + y + z = d. Para calcularmos d, substituímos o ponto dado (2,1,1) na equação do plano: –2 + 1 +
1 = 0 = d. Ou seja, a equação do plano é x – y – z = 0, como proposto no enunciado
Verdadeiro
(2) A equação do plano contendo a reta interseção de π1 com π2 e o ponto Q(1,–2,1) é: 3x – y – 4z = 9.
RESOLUÇÃO
Para determinar a equação do plano proposto pelo enunciado, inicialmente obtemos a equação da reta interseção de π1 e π2. Em seguida, determinamos dois pontos dessa
reta e, por fim, de posse de três pontos não colineares, obtemos a equação do plano.
Vimos que o vetor direção da reta interseção é (–1,1,1). Como a equação da reta é r = P0 + tV, V é justamente esse vetor. Para determinar a equação da reta, necessitamos de
somente um ponto da reta de interseção dos planos.
Obtemos esse ponto a partir das equações dos planos. Montamos um sistema dois por dois estabelecendo arbitrariamente um valor específico para uma das variáveis x, y ou
z. Se z = 0, as equações dos planos π1 e π2 tornam-se:
x–y=3
2x + 3y = 6.
Resolvendo o sistema, temos que:
x=3+y
2(3 + y) + 3y = 6
6 + 2y + 3y = 6 → y = 0.
O que implica x = 3.
Portanto, o ponto desejado é (3,0,0). Esse ponto está nos dois planos.
Assim, obtemos a equação da reta: (x,y,z) = (3,0,0) + t(–1,1,1).
Para determinarmos a equação de um plano, precisamos de três pontos não colineares. Um foi dado pelo enunciado (1,–2,1). Os outros dois obtemos pela equação da reta,
atribuindo valores arbitrários para t:
Se t = 0 → (3,0,0)
Se t = 1 → (2,1,1).
Equação do plano a partir de três pontos não colineares
A equação do plano é obtida a partir desses três pontos. Escolhe-se um dos três de forma arbitrária como P0, por exemplo, P0 = (1,–2,1), e os demais são
P1 = (3,0,0) e P2 = (2,1,1).
Como mostra o diagrama, tendo o primeiro desses pontos como base, obtemos dois vetores no plano:
V1 = P1 – P0 = (3,0,0) – (1,–2,1) = (2,2,–1)
V2 = P2 – P0 = (2,1,1) – (1,–2,1) = (1,3,0).

Para obter o vetor normal ao plano, fazemos o produto vetorial entre os dois vetores V1 e V2:

Uma vez obtida a normal ao plano temos pelo menos duas alternativas para a obtenção da equação do plano. Na primeira sabemos que os coeficientes da normal são iguais
ao do plano. Assim, o plano tem como equação: 3x – y + 4z = d.
Substituindo quaisquer dos pontos para obter o valor de d, temos:
3(1) – (–2) + 4(1) = 9
A equação do plano é, portanto: 3x – y + 4z = 9, como proposto no enunciado.
Outra alternativa de obtenção da equação do plano é obter um vetor qualquer no plano, tendo como base o ponto P0:
U = (x, y, z) – (1, –2, 1) = (x – 1, y + 2, z – 1).
Qualquer vetor no plano é perpendicular a normal deste. Assim, o produto escalar entre eles tem como resultado zero:

.
Daí temos:
3(x – 1) – (y + 2) +4(z – 1) = 0
3x – y + 4z = 9
Essa última forma de resolução também serve para mostrar que os coeficientes na equação do plano são os mesmos da normal.
Verdadeiro
(3) O ponto sobre o plano π1 que está à menor distância de Q(1,–2,1) tem coordenadas: (2/3, 5/3, 1/3).
RESOLUÇÃO
O plano π1 tem como equação x – y + 2z = 3. Verificamos inicialmente se o ponto dado (2/3, 5/3, 1/3) está nesse plano:
2/3 – 5/3 + 2(1/3) = –1/3 ≠ 3.
Não, o ponto não está no plano π1. Portanto, o proposto no enunciado é falso.
Falso
(4) A menor distância entre o ponto Q(1,–2,4) e o plano π2 é: .
RESOLUÇÃO
Partindo da fórmula da distância,
D = |ax0 + by0 + cz0 + d|/(a² + b² + c²)1/2, com
(x0,y0,z0) = (1,–2,4) e ax + by + cz + d = 2x + 3y – z – 6 = 0, temos:
D| (2)(1) +(3)(–2) + (–1)(4) – 6|/(2² + 3² + (–1)²)1/2
= |2 – 6 – 4 – 6|/(4 + 9 + 1)1/2 = 14/141/2 = 141/2
Verdadeiro
2003 – QUESTÃO 2
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(2) Se existe λ ∈ R tal que x0= 3 + λ(x0 – 2), y0= 5 + λ(y0 – 3) e z0= 4 + λ(z0 – 5), então, o ponto P0 (x0, y0, z0) está sobre a reta determinada por P1 (2,3,5) e P2 (3,5,4).
RESOLUÇÃO
Se P0 (x0, y0, z0) está na reta determinada por P1 (2,3,5) e P2 (3,5,4), então os vetores P0 – P1 e P0 – P2 são paralelos, pois os três pontos pertencem à reta. Então,
podemos escrevê-los como:
(P0 – P2) = λ(P0 – P1)
Substituindo os pontos P1 e P2, temos:

Assim, ficamos com:


(x0, y0, z0) = (3, 5, 4) + λ((x0 – 2), (y0 – 3), (z0 – 5)).
Ou reescrevendo, como proposto no enunciado:
x0 = 3 + λ(x0 – 2),
y0 = 5 + λ(y0 – 3),
z0 = 4 + λ(z0 – 5).
Verdadeiro
(3) Se a distância do ponto P(x,y,z) ao ponto Q(1,–2,0) é 5, então,
x² + y² + z² – 2x + 4y = 20.
RESOLUÇÃO

Sabemos que a distância entre dois pontos no R³ é dada por .


Elevando ao quadrado essa equação e substituindo os valores do ponto Q em (x0,y0,z0), temos:
D² = (x – 1)² + (y + 2)² + z² = 25.
Reescrevendo essa expressão:
x² – 2x + 1 + y² + 4y + 4 + z² = 25
x² + y² + z² – 2x + 4y = 20.
Verdadeiro
(4) A equação do plano perpendicular ao plano 2x – 3y + z – 5 = 0 e que passa pelos pontos P0 (2,–6,4) e P1 (3,–6,5) é 3x + y – 3z = 0.
RESOLUÇÃO
Primeiramente, verificamos se os pontos P0 e P1 pertencem ao plano descrito no enunciado.
3(2) + (–6) – 3(4) = –12 ≠ 0
3(3) + (–6) – 3(5) = –12 ≠ 0
Não, os pontos não pertencem ao plano.
Falso
2004 - QUESTÃO 2
(3) A interseção do plano z – x – y = 3 com o plano z + x + y = 4 é uma reta em R³.
RESOLUÇÃO
Dois planos têm como interseção uma reta se não forem paralelos. Dois planos são paralelos se os vetores normais forem múltiplos. Sabemos que n1 = (–1,–1,1) e
n2 = (1,1,1) são os vetores normais aos planos. Como eles não são múltiplos, os planos não são paralelos e a interseção é uma reta.
Verdadeiro
(4) Em R³, a interseção de dois planos é sempre não vazia.
RESOLUÇÃO
Como vimos no item anterior, dois planos não paralelos tem como interseção uma reta. Porém, se eles forem paralelos e não similares, a interseção é vazia.
Falso

26 – AUTOVALORES E AUTOVETORES: TÓPICOS INTRODUTÓRIOS

Neste capítulo são agrupadas as questões que envolvem a aplicação direta e simples dos conceitos de autovalores e autovetores. Posteriormente serão discutidas as relações
entre esses conceitos e outros, tais como: matrizes definidas, traços, estudos de sistemas dinâmicos, espaços vetoriais e transformações lineares. O primeiro dentre esses está na
parte 6 e os demais na parte 8 do texto.
Seguem as definições de autovalores e autovetores.
Autovalores – Seja A uma matriz quadrada. O autovalor de A é um número, comumente denominado como λ, que subtraído de cada elemento da diagonal principal da
matriz faz com que o determinante da matriz obtida seja zero. Ou seja:

.
Uma importante propriedade dos autovalores é que o produto deles é igual ao determinante da matriz:

.
Autovetores – Um sistema homogêneo cuja matriz dos coeficientes é a descrita acima, , tem ∞ soluções não triviais, uma vez que a matriz inversa não

existe, pois . Uma solução não trivial desse sistema, representado por X, é um autovetor da matriz A. Temos a seguinte relação entre a matriz A, autovalores e
autovetores:

1996 - QUESTÃO 14
Indique as afirmativas verdadeiras e falsas:
Considere as matrizes A e B, ambas quadradas de ordem n. Afirma-se:

(3) Sejam λ1, λ2, ..., λn os autovalores de A. Se A é não singular, .


RESOLUÇÃO
A matriz A é não singular. Então det(A) ≠ 0.

Assim, temos . Ou seja, todos os autovalores são diferentes de zero, mas não necessariamente o produto deles é positivo.
Falso

(4) Sejam θ1, θ2, ..., θn os autovalores de B, e B = A–1. Então,


RESOLUÇÃO
De fato, como vimos no capítulo que discute matriz inversa,
det(I) = det(AA–1) = det(A)det(A–1) = 1 Assim, para esse problema, temos:

det(A)det(B) =
Verdadeiro
1999 - QUESTÃO 6
Seja X matriz quadrada de ordem n cujos elementos são números reais nem todos nulos. Indique se falsas ou verdadeiras as afirmações:
(1) Se λ1, λ2, λ3, ..., λn forem os seus valores característicos e se X for singular, o produto deles será necessariamente nulo.
RESOLUÇÃO
Como vimos, o produto dos valores característicos ou dos autovalores é igual ao determinante. Se a matriz é singular, o determinante é zero.
Verdadeiro
(3) Quando quaisquer das linhas de X pode ser expressa como combinação linear de outra(s), pelo menos, um dos valores característicos é nulo.
RESOLUÇÃO
Como discutido no capítulo de independência linear, se quaisquer das linhas de X puder ser expressa como combinação linear de outras, as linhas são LD, a matriz é singular
e o determinante é zero. Como o determinante é o produto dos valores característicos, pelo menos um deles tem de ser nulo.
Verdadeiro
2000 - QUESTÃO 9

Seja T o operador linear cuja matriz na base natural {(1,0,0), (0,1,0), (0,0,1)} é dada por . Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) T possui dois autovalores distintos.
RESOLUÇÃO
A partir da definição de autovalores, , calculamos os autovalores de T. Como a matriz é 3 x 3, obtém-se um polinômio de 3º grau. Como esse polinômio pode
ser fatorado, o cálculo das raízes é bastante simples:

Da primeira parte da equação temos: λ1 = 1.


Da equação de 2º grau temos: λ2 = 1 e λ3 = 6.
Portanto, T possui dois autovalores distintos, como proposto.
Verdadeiro
(1) T é um operador diagonalizável.
RESOLUÇÃO
Note que T é uma matriz simétrica. Matrizes simétricas têm algumas importantes propriedades.
Uma delas é que os autovalores são reais, como foi verificado. Autovalores complexos não são observados.
Outra propriedade importante é que a matriz é sempre diagonalizável. Isto é, podemos obter uma matriz diagonal cujos elementos são os autovalores desta.
No caso de T temos a matriz:

Segue uma demonstração, para uma matriz simétrica 2 x 2, que os autovalores são reais. Tome a matriz A simétrica:

Obtemos os autovalores da mesma:

Reescrevendo, temos:

Note que (a – c)² + 4b² ≥■0, o que implica que os autovalores são reais.
Se (a – c)² + 4b² >■0, os dois autovalores são reais e distintos e teremos autovetores também diferentes associados a cada um deles. Isso garante que existe uma
matriz P2x2, não singular, tendo como colunas os próprios autovetores, tal que
P–1AP = D, onde D é a matriz diagonal formada pelos autovalores.

Se (a – c)² + 4b² =■0, necessariamente (a – c) = 0 e b = 0. Assim, obtemos a seguinte matriz simétrica, , que já é diagonal.
Verdadeiro
(2) Existe um autoespaço de dimensão 2 associado ao operador T.
RESOLUÇÃO
Como vimos no item (0), os autovalores de T são: λ1 = 1, λ2 = 1 e λ3 = 6. Os autovalores iguais, que tem multiplicidade 2, podem ter autovetores associados a eles que
geram um autoespaço de dimensão 2. Vejamos se isso ocorre:
Se λ = 1

Portanto o autoespaço associado a λ = 1 é , que é gerado pelos vetores LI e e, portanto, tem dimensão 2.
Verdadeiro
(3) Autovetores de T associados a autovalores diferentes são ortogonais.
RESOLUÇÃO
Uma terceira propriedade importante de matrizes simétricas é que os autovetores associados a autovalores distintos são ortogonais.
Segue o exemplo para uma matriz 2 x 2.

Como vimos no capítulo sobre produto entre vetores, dois vetores serão ortogonais se: .
Note, por definição de autovetor, que:

.
Além disso, como A é simétrica, A = At. Utilizando a relação (AB)t = BtAt, temos:

.
Assim, . Se os autovalores forem distintos, necessariamente, .
Verdadeiro
(4) Os vetores t(–2,61/2,61/2), t ∈ R pertencem ao autoespaço de T associado a um dos seus autovalores.
RESOLUÇÃO
Note que podemos escrever o vetor t(–2,61/2,61/2) como uma combinação linear dos vetores geradores do autoespaço de dimensão 2 associados ao autovalor
λ = 1. De fato,
t(–2,61/2,61/2) = t(–2,61/2,0) + t(0,0,61/2) = –2t(1,–61/2/2,0) + 61/2t(0,0,1).
Verdadeiro
2001 - QUESTÃO 7

Seja T o operador linear cuja matriz na base natural {(1,0),(0,1)} é dada por . Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(2) Os autovalores de T são positivos e distintos.
RESOLUÇÃO
Obtemos os autovalores:

Verdadeiro
(3) Os autovetores de T são ortogonais.
RESOLUÇÃO
Como vimos, para matrizes simétricas os autovetores associados a autovalores distintos são ortogonais. Porém, a matriz M desse problema não é simétrica.
Assim, usando a relação AX = λX, obtemos os autovetores.
Para λ1 = 4:

Um autovetor é qualquer vetor que respeite essa relação, por exemplo:

, ou qualquer múltiplo não trivial deste.


Fazendo o mesmo para o outro autovalor.
Para λ2 = 1:

Um autovetor é .
Uma vez obtidos os autovalores, verificamos se eles são ortogonais com o uso do produto escalar:
X1 . X2 = (1)(1) + (1)(–2) = –1 ≠ 0.
Os vetores não são ortogonais, pois o produto interno é diferente de zero.
Falso
2002 - QUESTÃO 6
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(1) Uma matriz é singular se, e somente se, possui um autovalor igual a 0.
RESOLUÇÃO
Uma matriz é singular se, e somente se, tem determinante igual a zero. Portanto, se, e somente se, o produto dos autovalores é nulo, ou seja, pelo menos um dos autovalores
for igual a zero.
Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 4

Considerando a matriz , assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):


(1) Todos os autovalores de A são reais.
RESOLUÇÃO
Note que em matrizes 3 x 3 temos um polinômio do 3º grau na obtenção dos autovalores. A obtenção das raízes de um polinômio qualquer de 3º grau é muito facilitada se
podemos fatorar o polinômio. Vejamos para a matriz A:

Daí obtemos os autovalores:


λ1 = λ2 = 1
λ3 = 0
Verdadeiro
(2) A é diagonalizável.
RESOLUÇÃO
Como vimos, uma matriz simétrica é sempre diagonalizável. Entretanto, a matriz A desse problema não é simétrica. Assim, para que essa matriz seja diagonalizável,
devemos ter autovetores em número suficiente para montar a matriz P, não singular, tal que P–1AP = D, como discutido anteriormente. No caso de três autovalores, para que
a matriz seja diagonalizável, devemos ter três autovetores LI.
Como temos um autovalor com multiplicidade 2, λ1 = λ2 = 1, vejamos se podemos obter dois autovetores LI relacionados a esse autovalor:
Para λ = 1:
Logo, todo autovetor associado a λ = 1 é múltiplo de: .
Logo, λ = 1 tem multiplicidade 2, mas temos somente um autovetor e seus múltiplos que não são LIs. Segue que a matriz não é diagonalizável, pois não temos dois vetores
LIs.
Falso
(3) A tem um autoespaço de dimensão 2.
RESOLUÇÃO
A única maneira de haver um autoespaço de dimensão 2 é a partir do autoespaço associado ao autovalor de multiplicidade 2: λ = 1. Mas como vimos, existe um único

autovetor associado a este autovalor, que é . Ou seja, o autoespaço associado a este autovetor é de dimensão 1.
Falso

(4) Se P é uma matriz inversível tal que , então,c > 0.


RESOLUÇÃO
Como vimos, quando a matriz A é diagonalizável, existe uma matriz diagonal D tal que os autovalores de A são os elementos da matriz D. No caso específico desse
problema, vimos que a matriz A não é diagonalizável. Porém, podemos obter uma matriz triangular quase diagonal, como mostrado no enunciado. Além disso, os
autovalores da matriz triangular são os mesmos de A, que são λ1 = λ2 = 1 e λ3 = 0. Para uma matriz triangular, os autovalores são os elementos da diagonal principal. Segue
que c = 1 > 0.
Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 4
Responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(3) Se u e v são dois autovetores de uma matriz X associados a dois autovalores distintos, então, u e v são colineares.
RESOLUÇÃO
Autovetores associados a autovalores distintos são sempre independentes, ou seja, sempre não colineares.
Falso
(4) Se X é uma matriz inversível e simétrica, então, seus autovetores são dois-a-dois ortogonais.
RESOLUÇÃO
Note que esse enunciado é um pouco dúbio.
Como vimos, em uma matriz simétrica os autovalores são reais, e para autovalores distintos, os autovetores são ortogonais. Assim, a resposta seria verdadeira, como
proposto no gabarito da prova.
Entretanto, qualquer que seja X sempre encontramos dois autovetores colineares para um mesmo autovalor, em particular não ortogonais. Assim, a resposta seria falsa.
Verdadeiro
2005 – QUESTÃO 1
Avalie as afirmativas:

Dada a matriz .
(0) O polinômio característico de A é produto de fatores lineares diferentes.
RESOLUÇÃO
Note que o polinômio característico é o polinômio obtido para calcular os valores característicos ou autovalores. Assim, por definição, o polinômio característico da matriz A
é dado por: |A – Iλ| = 0.
No caso específico dessa matriz que é triangular, temos:
(1 – λ)(5 – λ)(8 – λ)(10 –λ) = 0, que é um produto de fatores lineares diferentes.
Verdadeiro
(2) A é diagonalizável.
RESOLUÇÃO
Dado o polinômio característico descrito no item anterior, temos os seguintes autovalores, que são os elementos da diagonal principal: λ1 = 1, λ2 = 5, λ3 = 8 e
λ4 = 10. Uma matriz com todos os autovalores reais e distintos, como a matriz desse problema, é diagonalizável, pois temos quatro autovetores não colineares.
Verdadeiro
(3) Seja I4 a matriz identidade de dimensão 4×4. Pode-se garantir que
det(A) = det(I4) = 1.
RESOLUÇÃO
Realmente det(I4) = 1 Entretanto, como o determinante de uma matriz é o produto de seus autovalores. A matriz A, que como autovalores aqueles citados acima, tem como
determinante:
Falso
2005 - QUESTÃO 9
Avalie as afirmativas:

(0) A soma dos quadrados dos autovalores de é –6.


RESOLUÇÃO
Inicialmente obtemos os autovalores da matriz A:

.
Da qual obtemos a equação característica que determina os autovalores:
λ² + 9 = 0
λ² = –9
λ1 = 3i e λ2 = –3i
Elevando ao quadrado os dois autovalores e somando, temos:

.
Falso
2006 - QUESTÃO 1
Avalie as afirmativas abaixo. Seja:

(0) Os autovalores de A são 1 e –1.


RESOLUÇÃO
Calculando os autovalores da matriz do enunciado:

(–λ)² – 1 = λ² – 1 = 0
Portanto, λ² = 1 o que implica: λ1 = 1 e λ2 = –1.
Verdadeiro
(1) O vetor (1,1) é autovetor associado ao autovalor 1 e o vetor (–1,1) é autovetor associado ao autovalor –1.
RESOLUÇÃO
Obtendo os autovetores da matriz A, temos:
Para λ1 = 1:

y=x
x=y

Assim, é autovetor associado ao autovalor λ1.


Para λ2 = –1:

y = –x
x = –y

Assim, é autovetor associado ao autovalor λ2.


Verdadeiro
(4) Qualquer vetor (x,y) é combinação linear dos autovetores de A.
RESOLUÇÃO
Como vimos na discussão sobre independência linear, qualquer vetor (x,y) no plano pode ser escrito como uma combinação linear de quaisquer dois vetores no R² que sejam

linearmente independentes. Os autovetores de A, e são linearmente independentes?


Montamos uma matriz com esses autovetores e verificamos se o determinante é diferente de zero:

Como o determinante é diferente de zero, os autovetores são linearmente independentes e qualquer vetor no R² pode ser escrito como uma combinação linear de ambos.
Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 2
Avalie as opções:
(0) Seja A uma matriz n ×■n tal que para todo u, v ∈ R tem-se que uAv = – vAu. Então, os autovalores de A são todos negativos.
RESOLUÇÃO
Se uAv = – vAu para todo u, v ∈ Rn, como proposto no enunciado, então, em particular para u = v não nulos, temos: vAv = –vAv, em que vAv = 0.
Seja λ um autovalor e v autovetor associado à matriz A. Temos,
vAv = v(Av) = v(λv) = λ(vv) = 0. Como vv ≠ 0, pois v ≠ 0, segue que λ = 0. Ou seja, todos os autovalores não são negativos.
Falso
2006 - QUESTÃO 3
Avalie as opções:
(3) Uma matriz A n ×■n é diagonalizável somente se seus autovalores forem todos distintos.
RESOLUÇÃO
Uma matriz n ×■n que tenha autovalores iguais também pode ser diagonalizável. Por exemplo, se ela já for diagonal. A matriz identidade é diagonalizável (já é diagonal) e
seus autovalores são todos iguais a um.
Falso
2006 - QUESTÃO 9
Avalie as afirmativas. Seja:

(0) Os autovalores de A são 1 e 2.


RESOLUÇÃO
Podemos fazer essa questão de pelo menos duas formas. Calculando os autovalores da matriz apresentada:

λ1 = 1 e λ2 = 1/2.
Ou seja, a afirmação é falsa.

Outra forma de resolução é observando se para os autovalores propostos. Vejamos:


Para λ1 = 1:
Confirmando que esse é realmente autovalor da matriz.
Para λ2 = 2:

Esse segundo não é autovalor de A.


Falso
(1) Os vetores (–1,1) e (1,1) são autovetores da matriz A.
RESOLUÇÃO
Obtendo os autovetores para os autovalores obtidos no item anterior:
Para λ1 = 1:

Em que, x = y e y = x, o que implica .


Para λ2 = 1/2:

Em que, x = –y e y = –x , o que implica .


Verdadeiro
(3) Os vetores (–2,2) e (2,2) também são autovetores.
RESOLUÇÃO

Qualquer vetor que seja múltiplo de ou de também é autovetor da matriz A, incluindo, assim, (–2,2) e (2,2).
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 4
Julgue as afirmativas:
(1) Se uma matriz é simétrica, então seus autovalores são números reais.
RESOLUÇÃO
Como vimos, em matrizes simétricas, os autovalores são sempre reais.
Verdadeiro
(4) Se uma matriz é simétrica e não singular, então autovetores associados a autovalores distintos são colineares.
RESOLUÇÃO
Como vimos, em matrizes simétricas, os autovalores são reais. Em matrizes não singulares eles são diferentes de zero. Além disso, os autovetores associados a autovalores
distintos são sempre ortogonais.
Falso
2008 - QUESTÃO 8
Seja P(t) = tn + c1 tn-1 + ... + cn-1 t + cn o polinômio característico de uma matriz n×n A =(aij) com entradas aij ∈ R. Julgue as afirmativas:
(0) Se A é simétrica, então A é diagonalizável.
RESOLUÇÃO
Como vimos, matrizes simétricas têm autovalores reais e são diagonalizáveis.
Verdadeiro
(2) Se A é invertível, então A e A-1 possuem os mesmos autovalores.
RESOLUÇÃO
É fácil mostrar que a afirmação não é necessariamente verdadeira com um contraexemplo. Tomando uma matriz 1 x 1, A = (2), que tem como inversa
A-1 = (1/2). Os autovalores são respectivamente 2 e ½, distintos.
Note que se A é invertível, então |A| ≠ 0. Além disso, sabemos que:
det(A–1) = 1/det(A).

Também sabemos que . Ou seja, a relação anterior só pode ser verdadeira se .


Por exemplo, tomando uma matriz 1 x 1, A = (–1), que tem como inversa
A–1 = (–1) . Os autovalores são respectivamente –1 e –1, iguais.
Falso
2009 - QUESTÃO 11

Sejam . Julgue os itens abaixo:


(1) Se k = 1 então 0 é um autovalor de A.
RESOLUÇÃO
Se k = 1, a matriz A toma o seguinte formato:

Obtemos o valor do determinante de A:


|A| = (–1) – (1) = –2
Como |A| ≠ 0, sabendo que |A| = λ1λ2λ3, os autovalores são necessariamente diferentes de zero.
Falso

(2) Para todo k, é autovetor de A associado ao autovalor k.


RESOLUÇÃO
Inicialmente verificamos se realmente λ = k:
Ou seja, k é autovalor de A. Obtemos, então, o autovetor associado a esse autovalor:
Av = kv

kx = kx (1)
–y + z = ky (2)
x + y + kz = kz (3)
Da relação (3), temos x + y = 0 e x = –y.
Da relação (2), obtemos z = (k + 1)y .
Dado o autovalor proposto no enunciado, se y = –1, então, temos:
x = 1 e z = –(k + 1) ou

Falso
2010 - QUESTÃO 11

Considere as matrizes .
Julgue as afirmativas:
(1) Se –1 é autovalor de A, então a = 0;
RESOLUÇÃO
Se –1 é autovalor de A, temos, por definição de autovalor, a relação:

Assim obtemos o valor de a que satisfaz essa relação:

a = 0.
Verdadeira

(2) Para b = 2, é um autovetor de B;


RESOLUÇÃO
Partimos da matriz B com inclusão do valor b = 2:

Se for autovetor de B então Bv = λv.

Vejamos:
Como essa relação não é valida para qualquer valor de λ, v não é autovetor de B.
Falso

(3) Se , então A é diagonalizável;


RESOLUÇÃO
Uma matriz 2 x 2, como a matriz A, não será diagonalizável se tivermos um único autovalor e ela não for originalmente uma matriz diagonal. Note que qualquer que seja o
valor de a, a matriz A não será diagonal. Portanto, essa matriz é diagonalizável, se, e somente se, tem autovalores distintos. Vejamos:

Logo a matriz é diagonalizável se, e somente se, 1 + 2a ≠ 0, ou seja,


Verdadeira

PARTE 6: Cálculo de várias variáveis

Nesta parte do texto são apresentadas as questões que utilizam funções de várias variáveis. Grosso modo, pode-se separa-las em dois tipos: cálculo de várias
variáveis e otimização de funções de várias variáveis. As primeiras compõe a parte 6 do livro e as últimas são apresentadas na parte 7. As questões
classificadas como de cálculo de várias variáveis foram subdivididas nos seguintes capítulos: 27 – Derivação implícita; 28 – Derivadas direcionais e gradiente;
29 – Gradiente e planos tangentes; 30 – Funções homogêneas; 31 – Matriz hessiana, matrizes definidas e concavidade de funções; 32 – Outras questões com
concavidade de funções; e 33 –Outras questões de cálculo de várias variáveis.

27– DERIVAÇÃO IMPLÍCITA


Neste capítulo foram agrupadas as questões que foram resolvidas diretamente por derivação implícita. Muitas das funções não podem ser derivadas explicitamente, por
exemplo, quando a separação das variáveis não pode ser feita de forma efetiva. Neste caso, podemos obter as derivadas de forma relativamente simples utilizando o teorema da
função implícita. Mesmo para problemas específicos que poderiam ser resolvidos explicitamente, utilizar a derivação implícita pode ser mais simples e rápido.
Segue uma descrição do teorema da função implícita:
Assuma que a função G(x,y) = C é uma vez derivável no ponto (x0,y0), onde C é uma constante. Além disso, suponha que existe uma função y = y(x), uma vez derivável, tal
que y(x0) = y0.

Assim ficamos com G(x,y(x)) = C. Derivando por regra da cadeia no ponto (x0,y0), temos: .

Rearranjando os termos com ficamos com:

A extensão desse teorema para uma função G(x,y,z(x,y)) = C toma a seguin-


te forma:

1995 - QUESTÃO 8
Indique se as afirmativas seguintes são verdadeiras ou falsas:

(0) Dada a equação , pode-se afirmar que dz/dy no ponto (x,y,z) = (0,0,1) é menor que 1.
RESOLUÇÃO
Para resolvermos esse problema faremos uso do teorema da função implícita. Porém, antes disso, verificamos se o ponto do enunciado (0,0,1) satisfaz a relação proposta.
Isto é, quando x = 0 e y = 0, z realmente assume o valor 1?
Vejamos:

Uma vez observado que o ponto (0,0,1) satisfaz a relação acima, reescrevemos essa expressão do enunciado no formato G(x,y,z) = C:

Uma vez obtida essa expressão, utilizamos o teorema da função implícita:

Gy = –z²cosx/(y + 1)² – 1/(1 + y)


Gz = 2zcosx/(y + 1)
No ponto dado (0,0,1):
Gy = –1²cos0/(0 + 1)² – 1/(1 + 0) = (–1)(1)/(1) – 1 = –2 ≠ 0
Gz = 2(1)cos0/(0 + 1) = 2

Comentário sobre o enunciado: como z é função de duas variáveis, não faz sentido a expressão “dz/dy no ponto (x,y,z)”. O correto seria: calcule no qual z(x,y) é
a função implicitamente determinada na vizinhança de (0,0,1).
Falso
(2) (x²y + y²x)–1/2 = 0 Então, no ponto (x,y) = (1,1), dy/dx = 0.
RESOLUÇÃO
Note que o ponto (1,1) não pertence à curva (x²y + y²x)–1/2 = 0. Assim, o restante da questão carece de sentido.
Falso
1995 - QUESTÃO 14

(1) Dada a equação x² + y² – 2kx + 1= 0, em que k é uma constante, y = f(x), então, o valor da expressão só será determinado se k = 0.
RESOLUÇÃO

Calculamos a derivada implicitamente e substituímos na expressão proposta pelo enunciado.


Tomando G = x² + y² – 2kx + 1= 0, obtemos as derivadas parciais:
Gx = 2x – 2k
Gy = 2y
Pelo teorema da função implícita, se y ≠ 0, implica Gy ≠ 0 e temos:

Uma vez obtida a expressão que determina , substituímos essa expressão na relação proposta no enunciado:
Note a semelhança desse resultado com a função G(x,y) = x² + y² – 2xk + 1 = 0. Assim ficamos com:

, para qualquer que seja o valor de k.


Falso
1996 - QUESTÃO 2
Dada a função f(x,y) = x² + y² + 4xy + 6x, indique as afirmativas verdadeiras e as falsas:

(1) Se f(x,y) = 0, então, a derivada implícita no ponto (1,–1) é igual a –4.


RESOLUÇÃO
Como já discutido anteriormente, o ponto (1,–1) não pertence à curva
f(x,y) = 0 e a questão não tem sentido.
Falso
(2) A equação da reta tangente ao gráfico da curva f(x,y) = 0 no ponto (0,1) é dada por 5x + y = 1.
RESOLUÇÃO
O ponto (0,1) não pertence à curva f(x,y) = 0, e essa questão não tem sentido. Como ilustração, segue a questão levemente modificada.
Se a função do enunciado for reescrita como f(x,y) = x² + y² + 4xy + 6x – 1 = 0, então, o ponto pertenceria à curva e à reta propostas no enunciado.
A inclinação da reta é –5. Resta saber se a inclinação da curva também é –5. Por derivação implícita:

Como o ponto (0,1) pertence à curva e à reta, e as inclinações são iguais no ponto, a reta é tangente à curva.
Verdadeiro
1996 - QUESTÃO 6

Considere a equação que é satisfeita no ponto (x,y,z) = (1,1,1).

Uma condição suficiente para aplicar o teorema da função implícita é que .

(0) Qual o valor de ?


RESOLUÇÃO
Esta questão foi anulada, pois teria que ser do tipo verdadeiro ou falso e não foi escrita desta forma. Entretanto, segue a resolução da mesma.
Segundo o enunciado, temos:
φ(x,y,z) = xz³ + y²z – 2xy = 0
Derivando com relação a z:
φz(x,y,z) = (3xz² + y²)
φz(1,1,1) = 3 + 1 = 4

(1) Aplique o teorema da função implícita e calcule em (x,y,z) = (1,1,1)’


RESOLUÇÃO
Note que o ponto (1,1,1) pertence à curva φ(x,y,z).
Pelo teorema da função implícita:

(2) Aplique o teorema da função implícita e calcule .


RESOLUÇÃO

1997 - QUESTÃO 6
Os itens seguintes se referem ao teorema da função implícita. Julgue as afirmações:
(0) Seja f(x,y) = 3x² + 2xy + 4y³. Pelo teorema da função implícita, podemos expressar y como função y = ξ(x) de x se, e somente se, y ≠ –3x.
RESOLUÇÃO
Note que nessa questão assume-se que f(x,y) = C, uma vez que iremos utilizar o teorema da derivação implícita. Por esse teorema, y é expresso em função de x se, e somente
se, fy ≠ 0. Ou seja, se, e somente se, fy = 2x + 12y² ≠ 0, ou
x ≠ –6y², e não o que foi proposto no enunciado.
Falso
(1) Seja g(x,y) = 7x² + 2xy² + 9y4 e suponha que 36y³ + 4xy ≠ 0. Então, podemos escrever y = ξ(x) e, além disso, vale .
RESOLUÇÃO
Pelo teorema da função implícita, se gy ≠ 0, então existe a função, y = ξ(x).
Vejamos:
Como gx = 14x + 2y² e gy = 4xy + 36y³. Como, segundo o enunciado, esse último termo é diferente de zero, então y = ξ(x) existe. Além disso, por derivação implícita:

, como proposto no enunciado.


Verdadeiro

(2) Seja h(x,y) = 6x³ – 5y. Então, .


RESOLUÇÃO
Aplicando o teorema da função implícita:

No ponto com x = 51/2,


dy/dx(51/2) = 18.
Verdadeiro

(3) Seja z(x,y) = 12x5 – 2y e suponha que x > 0. Então, .


RESOLUÇÃO
Segue a resolução:

Falso
2000 - QUESTÃO 2
Responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(3) é a reta tangente à curva x³ + y³ + 100 = 18(x + 1)y no ponto (x,y) = (2,6).
RESOLUÇÃO
Como já discutido, são dois os pré-requisitos para que uma reta seja tangente a uma curva. Primeiro, o ponto dado deve pertencer às duas equações. Assim, verifica-se se o
ponto (2,6) pertence à reta e à curva, substituindo esse ponto nas respectivas equações:

Para a reta:
Para a curva: 2³ + 6³ + 100 = 18(2 + 1)6 = 324
O ponto pertence a ambas.
O segundo pré-requisito é que as inclinações devem ser iguais no ponto. Para reta, basta verificar o coeficiente angular: 16/9.
Em seguida, verificamos se a inclinação da curva, ou seja, se dy/dx, obtido por derivação implícita assume esse valor.
Reescrevemos a equação da curva como:
G(x,y) = x³ + y³ + 100 – 18 (x + 1)y = 0
Por derivação implícita:

No ponto dado (2,6):


dy/dx = –[3(4) – 18(6)]/[3(36) – 18(3)] = 96/54 = 16/9
Verdadeiro
2000 - QUESTÃO 10
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(4) A reta é tangente ao isoquanta de que passa pelo ponto (9,0).


RESOLUÇÃO

Como vimos, para ser tangente, a reta deve tocar a curva e ter a mesma inclinação no ponto. Inicialmente, verifica-se que o ponto (9,0) pertence à reta .
Além disso, a reta tem como inclinação o valor –1/6.
Note que na isoquanta f(x,y) = constante. Neste caso específico f(9,0) = 3. Por derivação implícita, calculamos a inclinação da isoquanta:

.
No ponto dado:

Falso
2003 - QUESTÃO 13
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(1) Se f(x,y,z) = x² + y² + z² – 2z + 1 e z(x,y) é definida em torno de (1,1,–1) como função de (x,y), em que z² + x²z³ + y² –1 = 0, então,

RESOLUÇÃO
Derivando f(x,y,z) parcialmente com relação a x e sabendo que z = z(x,y), temos:

Sabendo que g(x,y,z) = z² + x²z3 + y² –1 = 0, então, por derivação implícita:

.
Substituindo esse valor na expressão da derivada parcial de f(x,y,z) com relação a x, temos: .
Verdadeiro
2007 - QUESTÃO 7
Note que a ordem de resolução foi invertida entre os itens (0) e (1). Os demais itens desta questão utilizam o conceito de integral discutido na Parte 3 deste texto, porém,
optou-se por não separar os diversos itens para que a riqueza da discussão conjunta dos cinco itens fosse mantida.
(1) Seja f: R → R a função dada implicitamente por tg[f(x)] = x. Sabendo-se que f(R) = (–π/2, π/2), julgue os itens:
O teorema da função implícita nos garante que f é uma função diferenciável e f’(x) = 1/(1 + x²).
RESOLUÇÃO

Vimos que pelo teorema da função implícita, se g(x,y) = C e , então, .


No caso deste problema específico, g(x,y) = tg(y) – x = 0, onde y = f(x). A derivada de tg(y) e as relações entre essa função e a secante são muito comuns em cálculo
diferencial. Assim, o leitor familiarizado, caso queira, pode passar rapidamente pelas explicações mais detalhadas sobre essa questão. Entretanto, como muitos dos leitores
não são totalmente familiarizados com essas funções, segue o desenvolvimento do problema em seno e co-seno, lembrando que sen²(y) + cos²(y) =1.

Obtemos inicialmente as derivadas parciais :

Segue que:

Note pela resolução do problema até aqui que y = f(x) e assim . Além disso, temos que tg(y) = tg(f(x)) = x. Substituindo na relação anterior, temos:

Verdadeiro
(0) f não é uma função diferenciável.
RESOLUÇÃO
Como vimos anteriormente, f(x) é diferenciável.
Falso

(2)
RESOLUÇÃO

Como foi demonstrado no item (1) desta questão: .

Assim, .

Ou seja, parte do enunciado é verdadeiro: .


Resta saber se o restante do enunciado,

, também é verdadeiro.
Vejamos se isso ocorre. Substituímos o valor 1 dessa última relação por uma integral de mesmo valor e com os mesmos limites de integração das demais integrais:

Verdadeiro

(3)
RESOLUÇÃO

Integrando por partes com u = ln(1 + x²) e dv = dx e, consequentemente, e v = x, temos:

Utilizando o resultado do item anterior, temos:

Resta saber quanto vale f(1) e f(0).


Note que tg[f(x)] = x, isto é, f(x) é a função inversa de tg(y), ou seja,
f(x) = arctg(x).
Assim f(0) = arctg(0) = 0 e f(1) = arctg(1) = π/4. Substituindo esses valores na relação anterior:

Falso

(4)
RESOLUÇÃO

Note, como vimos no item (1) que . Como f’(x) é uma função par, reescrevemos a integral proposta no enunciado como:

Além disso, como vimos no item (3), f(x) = arctg(x). Então, ficamos com:
Falso
2010 - QUESTÃO 5
Sejam f: R² → R definida por f(x,y) = x + y, g: R² → R definida por
g(x,y) = x² + y²e h: R² → R definida por h(x,y) = x³y³ – x – y + 1. Julgue as afirmativas:
(4) A equação h(x,y) = 0 define implicitamente y como função de x em torno do ponto (1,1)e y’(1) = –1.
RESOLUÇÃO
Primeiramente, note que no ponto especificado (1,1) realmente h(x,y) = 0. Assim, a equação h(x,y) = 0 definirá implicitamente y = y(x) se hy(x,y) no ponto for diferente de
zero, pois assim estamos sob as hipóteses do teorema da derivação implícita. Vejamos se isso ocorre.

No ponto especificado (1,1), temos:

Então pelo teorema de derivação implícita, temos:

Verdadeira
2010 - QUESTÃO 7

Seja a função real definida no quadrante .


Julgue os itens abaixo:
A declividade da reta tangente à curva no ponto (1,1) é igual a –2;
RESOLUÇÃO
Note que no ponto (1,1), , como descrito no enunciado:

Assim, utilizando o teorema da derivação implícita, temos:

No ponto especificado (1,1), temos:

Falso

(1) O valor absoluto da declividade da reta tangente à curva no ponto cresce à medida que a aumenta;
RESOLUÇÃO
Como vimos no item anterior, a declividade é dada por:

.
O valor absoluto é dado por:

No ponto , temos

À medida que a aumenta, o valor absoluto da declividade diminui.


Falso

28 – DERIVADAS DIRECIONAIS E O VETOR GRADIENTE

Esse capítulo agrupa as questões que utilizam basicamente dois conceitos: o de derivada direcional e o de gradiente. Seguem ambas as definições para uma função de duas
variáveis, f(x,y).
Caso o limite exista, a derivada direcional de f em (x0, y0) na direção do vetor de comprimento unitário u = (a,b), é definida como:

Essa derivada pode ser escrita como a multiplicação de dois vetores:

Define-se o vetor gradiente como: . Assim, podemos reescrever a derivada direcional como um produto escalar entre o vetor gradiente e o
vetor unitário:
O gradiente também é muito utilizado no estudo de planos tangentes a superfícies, questões discutidas no próximo capítulo, na análise de funções homogêneas, como
apresentado no capítulo 30, e também em problemas de otimização de várias variáveis, resolvidos na parte 7 do livro.
2000 - QUESTÃO 10
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(3) Se f(x,y) for diferenciável em (0,0) e se sua derivada direcional em (0,0) na direção do vetor (1,2) for 1 e, na direção de (1,–1) for –1, então, .
RESOLUÇÃO

Como vimos, o gradiente da função f(x,y) é dado por e a derivada direcional é calculada pelo produto interno do gradiente com o vetor unitário na direção
dada: .
Note que nessa definição, o vetor direção é unitário. Assim, no caso deste problema, devemos obter inicialmente o vetor unitário na direção especificada no enunciado (1,2).
Inicialmente, obtemos o módulo do vetor v1 = (1,2):
||v1|| = (1² + 2²)1/2 = 51/2 .
Em seguida, dividimos o vetor pelo próprio módulo dele:

Assim, obtemos um vetor unitário na direção especificada.

Seguindo o mesmo procedimento para o vetor v2 = (1,–1), temos: .


No enunciado são dados os valores das derivadas direcionais no ponto
(0, 0) nas direções u1 e u2. Assim, partimos do gradiente da função no ponto (0,0), . Fazendo o produto escalar entre esse vetor e os vetores
unitários das duas direções específicas, obtemos duas equações:

Assim, com as duas derivadas direcionais, obtemos um sistema de equações lineares:

Multiplicando a segunda das equações por 2 e somando as equações, temos:

Falso
2001 - QUESTÃO 11
A respeito das funções Rn → R, a seguir, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) Dada f: R³ → R, definida por , então, o vetor gradiente de f no ponto (0,4,0) é .


RESOLUÇÃO

Dada a função , obtemos as derivadas parciais:

Calculamos as derivadas parciais no ponto dado (0,4,0):

E obtemos o gradiente no ponto:

Verdadeiro
(2) Dada uma função h: R² → R diferenciável, para cada ponto x ∈ R associa-se implicitamente um ponto y ∈ R por meio da expressão h(x,y) = y². Sabendo-se que no ponto

(3,2) ∈ R² o vetor gradiente de h é , então, a derivada é igual a 2 (dois).


RESOLUÇÃO
Conforme o enunciado, , então, hx(3,2) = 3 e hy(3,2) = 1.
Reescrevemos a função h(x,y) = y², no formato f(x,y) = h(x,y) – y² = 0, obtemos uma função escrita como F(x,y) = C. Assim, utilizamos o teorema da derivação implícita
para obter a derivada demandada no enunciado:
dy/dx = – fx/ fy = –(hx(x,y))/(hy(x,y) – 2y)
No ponto dado:
dy/dx(3,2) = –hx(3,2)/(hy(3,2) – 2y) = –3/(1 – 4) = 1 ≠ 2.
Falso
2002 - QUESTÃO 13
Considere a função F: R³ → R diferenciável e denotando o gradiente de F no ponto x ∈ R³. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(4) Sabendo-se que F é ao mesmo tempo côncava e convexa, e que no (1,3,7) tem-se , F(1,3,7) = 36, pode-se afirmar que a forma funcional de F é
necessariamente .
RESOLUÇÃO
Se a função é côncava e convexa ao mesmo tempo, ela é uma função linear. Sabemos pelo gradiente que . Então, a função linear é
dada por: . Como F(1,3,7) = 36, então, F(1,3,7) = 1 + 6 + 28 + C = 36, o que implica C = 1. Obtemos, assim, a equação linear:
.
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 10
Seja ■.■, o produto escalar usual de Rn, f: Rn →R uma função diferenciável e

,
a derivada direcional em a ∈ Rn , segundo o vetor v ∈ Rn. Se a,v ∈ Rn são tais que |v| = n|∇f(a)| ≠ 0, julgue as afirmativas:

(2)
RESOLUÇÃO
Sabemos, como proposto no enunciado, que |v| = n|∇f(a)| ≠ 0.

Além disso, sabemos que ou, escrito de forma diferente,


Portanto:

Assim, temos,

O contrário do proposto no enunciado.


Falso

(3) Se N = ∇f (a), então


RESOLUÇÃO

Partimos da relação obtida no item anterior: .

Note que . Então para N =∇f (a) ,

. Mas .
Daí temos que:

, como proposto no enunciado.


Verdadeiro

(4) existe λ ∈ R tal que ∇f (a) = λv.


RESOLUÇÃO

Sabemos que: , e também sabemos que .

Logo se, e somente se, |cosθ| = 1, o que acontece se, e somente se, os vetores v(a) e ∇f(a) forem paralelos. Assim, podemos escrevê-los como ∇f (a)
= λv, para algum λ ∈ R.
Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 1
Seja f: RXR → R definida por f(x,y) = g(x)g(y), em que g: R → R é a função dada por g(x) = x²(2 – x). Seja a = 4/3 e K = [0,2]X[0,2]. Julgue os itens abaixo:
(1) ∇f(x,0) = ∇f(0,y) = (0,0),∀x, y ∈ R.
RESOLUÇÃO
Segundo o enunciado, f(x,y) = g(x)g(y) = x²(2 – x)y²(2 – y).
Obtemos, inicialmente, o gradiente da função:
∇f = (fx, fy) = ([(2x)(2–x) + x²(–1)]y² (2–y), x²(2–x)[(2y) (2–y) + y²(–1)])
∇f = (fx, fy) = ((4x – 3x²)(2y² – y³), (2x² – x³)(4y – 3y²))
Uma vez obtido o gradiente, substituímos os pontos propostos.
∇f(x,0) = (0,0) = ∇f(0,y), para todo x,y ∈ R.
Verdadeiro
(2) p é ponto crítico de f ↔■p■= (2,2) ou p = (a,a).
RESOLUÇÃO
Note que um ponto é crítico quando fx(x,y) = fy(x,y) = 0. Ou seja, quando ∇f(x,y) = (0,0). Como vimos acima, as regiões (x, 0) e (0, y) são críticas. Isto é, a afirmação do
enunciado é falsa.
Falso
2009 - QUESTÃO 4

Considere a função definida por , em que . Julgue as afirmativas:

(2) A partir do ponto (1,1), a função cresce mais rapidamente na direção do vetor
RESOLUÇÃO
Tomando o gradiente da função, temos:

No ponto (1,1), temos .


Ou seja, é essa a direção que a função cresce o mais rapidamente possível.
Verdadeiro

(3) Se , então , em que é a derivada direcional de f, no ponto (1,1), na direção do vetor u.


RESOLUÇÃO
A derivada direcional é dada por , onde u é um vetor unitário. O vetor u como especificado no enunciado já está na forma unitária, isto é, tem comprimento
igual a um. Assim, temos:

Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 4
Julgue as afirmativas:
(0) Seja f: R³ → R, tal que ∇f(x,y,z) = (2,0,0) para todo (x,y,z) ∈ R³. Então
f(x,y,z) = 2x para todo (x,y,z) ∈ R³;
RESOLUÇÃO
Temos uma função f(x,y,z) tal que ∇f(x,y,z) = (2,0,0)■para todo (x,y,z) ∈ R³. O gradiente é dado por ∇f(x,y,z) = (fx,fy,fz)■= (2,0,0). Então se f(x,y,z) = 2x, a relação
proposta é satisfeita. Entretanto, para qualquer f(x,y,z) = 2x + c, onde c é constante, também é satisfeita a relação.
Falsa

29 – O VETOR GRADIENTE E PLANOS TANGENTES A SUPERFÍCIES

Esse capítulo agrupa as questões que utilizam basicamente o vetor gradiente no estudo de planos tangentes à superfícies.
2001 – QUESTÃO 3

(3) O plano é tangente à bola no ponto (3,4,3).


RESOLUÇÃO
O primeiro requisito para que o plano seja tangente à bola em um ponto específico é que o ponto deve pertencer a ambos. Verificando se isso ocorre com o ponto (3,4,3),
temos:
Para o plano: (3) + 2(4) + 3(3) = 20.
Para a bola: (3 – 2)² + (4 – 3)² + 3² = 11.
Sim, o ponto pertence a ambos. O primeiro requisito foi satisfeito.
O segundo quesito para que um plano seja tangente a superfície é que as inclinações de ambos no ponto devem ser iguais. Em vez de trabalharmos com inclinações, podemos
fazer uso do conceito de vetor normal a uma curva de nível. As inclinações serão iguais se as normais forem múltiplas. Assim, o plano será tangente à bola no ponto se o vetor
normal ao plano for múltiplo do vetor normal da bola.
Em uma curva de nível, podemos escrever a equação como F(x,y,z) =■C. Note que as duas equações no enunciado podem ser escritas desta forma.
Em uma curva de nível, como a função assume um valor constate, em qualquer direção que tomarmos, que é necessariamente tangente à curva de nível, a derivada direcional
é zero, pois F não varia. Assim ficamos com:
DuF(x,y) = ∇F(x,y).u = 0.
Como o produto escalar é nulo, o vetor gradiente e o vetor u são perpendiculares. Assim, o gradiente da função no ponto é um vetor normal à curva de nível.
Vejamos se as normais à bola e ao plano são múltiplas:
A equação do plano é x + 2y + 3z = 20. Tomando o gradiente ao plano, temos:
np = ∇f(3,4,3) =(fx(3,4,3), fy(3,4,3), fz(3,4,3)) = (1,2,3).

A bola tem como equação . O vetor normal à bola é também obtido pelo gradiente da função no ponto:
nb = (2(x –2), 2(y – 3), 2z)|(3,4,3) = (2,2,6).
Como np não é múltiplo de nb, a afirmação é falsa.
Comentário sobre o enunciado. O enunciado utiliza o termo “bola”, quando o correto seria utilizar “esfera”. O primeiro desses termos é aplicável para “≤” no lugar de “=”.
Falso
2002 - QUESTÃO 13
Considere a função F: R³ → R diferenciável e ∇F(x) denotando o gradiente de F no ponto x ∈ R³. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(2) Dados o plano e a superfície Se no ponto (1,2,5) tiver F(1,2,5) = 9 e ∇F(1,2,5) =


(1,1,1), conclui-se que o plano P é tangente à superfície S no ponto (1,2,5).
RESOLUÇÃO
Pelo enunciado, sabe-se que F(1,2,5) = 9. Pela equação do plano, vemos que esse ponto também pertence ao plano. Portanto, o primeiro pré-requisito para tangência do
plano está satisfeito.
A outra condição para que isso ocorra é que as normais, ou os vetores gradientes, sejam múltiplos. Vejamos. Pelo enunciado, no ponto (1,2,5), temos:
. O vetor normal ao plano é . Segue que a afirmação é falsa.
Falso
2003 - QUESTÃO 12

(1) O plano tangente à superfície no ponto é paralelo ao plano z = 0.


RESOLUÇÃO
Reescrevendo a equação da superfície como

obtemos o gradiente da função no ponto, que é normal a superfície tangente.


fx(x,y,z) = –3x²/3 + 2xy = –x² + 2xy
fy(x,y,z) = 3y²/3 + x² – 2y – 3 = y² + x² – 2y – 3
fz(x,y,z) = –1.
No ponto (2,1,–7/3), as derivadas parciais assumem os seguintes valores:
fx (2,1, –7/3) = –4 + 4 = 0
fy (2,1, –7/3) = 1 + 4 – 2 – 3 = 0
fz (2,1, –7/3) = –1.
Portanto, o vetor gradiente no ponto é ∇f(2,1, –7/3) = (0,0, –1).
Note que, como a equação do plano é z = 0, o gradiente ao plano é dado por: (0,0,1). Como este vetor é múltiplo a (0,0,–1), segue que os dois planos
são paralelos.
Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 2
(1) O plano tangente à superfície dada por z = x² + y – xy no ponto
(x0,y0) = (1,1) é o conjunto T = {(x,y,z) ∈ R³ tal que z = x}.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, verificamos se o plano e a superfície contêm o ponto no R³ correspondente a (1,1).
No plano T: x = 1 → z = 1.
Na superfície: x = 1, y = 1 → z = 1 + 1 – 1 = 1.
Assim, tanto a superfície quanto o plano contêm o ponto (1,1,1).
Resta saber se as normais são múltiplas.
A equação da superfície z = x² + y – xy pode ser reescrita como:
f(x,y,z) = x² + y – xy – z = 0.
O gradiente da função no ponto (1,1,1) é
∇f = (2x –y,1 – x, –1)|(1,1,1) = (1,0, –1).
Esse é o vetor normal à superfície.
Para o plano, se z = x, então, x – z = 0 e a normal é np = (1,0,–1)
As duas normais são iguais, e o plano é tangente à superfície.
Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 5
Avalie as afirmativas:
(0) O vetor (1,1,0) pertence ao plano tangente à função f(x,y) = x²y³ no ponto (2,1).
RESOLUÇÃO
Seja a superfície z = f(x,y), define-se h(x,y,z) como, h(x,y,z) = f(x,y) – z = 0. Uma vez obtida essa função, calcula-se o gradiente de h(x,y,z) = x²y³ – z = 0:

No caso deste problema, temos no ponto (2,1):

Assim, obtemos o vetor normal ao plano tangente:


np = ∇h = (4,12,–1).
O produto escalar de qualquer vetor que pertence ao plano com a normal deste tem necessariamente como valor o zero, pois os vetores são ortogonais.
Vejamos se isso ocorre com o vetor (1, 1, 0), como proposto no enunciado:
(4,12,–1) . (1,1,0) = 16 ≠ 0.
Ou seja, os vetores não são ortogonais, e o vetor (1,1,0) não pertence ao plano.
Falso
(3) A equação geral do plano tangente a f(x,y) = αlogx + βlogy passando pelo ponto (1,1) é g(x,y) = αx + βy, em que log denota o logaritmo neperiano.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, calculamos o valor de z = f(x,y) para (1,1): z = f(1,1) = 0. Daí temos o ponto (1,1,0), que deve pertencer à superfície e ao plano tangente. Porém, note
que g(1,1) = α + β. Assim, para ambos serem tangentes, necessariamente α + β = 0 Ou seja, a afirmação do enunciado só seria verdadeira caso essa relação fosse explicitada
no enunciado. A título de ilustração prosseguimos na resolução.
Utilizando uma metodologia similar à do item anterior, partindo da equação da superfície, obtemos o vetor normal à superfície no ponto (1,1). Daí, temos:

Daí temos:

Um vetor qualquer no plano pode ser escrito como:


v = (x – 1, y –1, z – 0), onde o ponto (x,y,z) pertence ao plano.
O produto escalar entre a normal, np, e um vetor qualquer no plano, v, é zero:
np.v = (α,β,–1).(x – 1, y –1, z – 0 ) = 0
α(x –1) + β(y – 1) – (z – 0) = 0
Por fim, isolamos o valor de z dessa equação:
z = g(x,y) = αx + βy – (α + β).
Falso

30– FUNÇÕES HOMOGÊNEAS

Aqui são agrupadas as questões que tratam da homogeneidade de funções e também aquelas que utilizam o teorema de Euler, conceito diretamente derivado desse primeiro.
Seguem as definições.
Uma função é homogênea de grau k se satisfaz a relação:
f(tx1, tx2, ..., txn) = tkf(x1, x2, ..., xn ).
Partindo dessa definição e derivando os dois lados com relação a uma variável qualquer, temos:

Daí, temos:

Ou seja, a derivada de uma função homogênea de grau k é uma função homogênea de grau k – 1.
Tome novamente a definição de função homogênea. Derivando dos dois lados com relação a t:

Fazendo t = 1, temos:
, que é conhecida como teorema de Euler.
1995 - QUESTÃO 4
Seja a função F: R³ → R homogênea do 2° grau e diferenciável. Dado
F(2,3,4) = 6, verifique se as afirmativas seguintes são verdadeiras ou falsas.
(0) F(4,6,8) = 6.
RESOLUÇÃO
Como, segundo o enunciado, a função deste problema é homogênea de grau 2, temos a seguinte relação:
F(tx,ty,tz) = t² F(x,y,z).
Note que sabemos, segundo o enunciado, o valor da função no ponto (2,3,4), F(2,3,4) = 6. Assim, utilizando esse ponto específico na relação de homogeneidade ficamos
com:
F(2t,3t,4t) = t² F(2,3,4) = (t²)(6) = 6t².
Utilizando essa relação, obtemos o valor da função no ponto (4,6,8), tomando t =2: F(4,6,8) = F(2(2),3(2),4(2)) = 6(2)² = 24.
Falso
(1) Se as derivadas parciais em relação às duas primeiras variáveis no ponto (2,3,4) são, respectivamente, F1(2,3,4) = 1 e F2(2,3,4) = 2, então, conclui-se que F3(2,3,4) = 4.
RESOLUÇÃO
Partimos do teorema de Euler:

.
No ponto analisado (2,3,4), x = 2, y =3 e z =4, e, além disso, sabemos que a função é homogênea de grau 2. Substituindo esses valores no teorema de Euler, temos:

Sabemos que fx(2,3,4) = 1 e fy(2,3,4) = 2 e também sabemos que f(2,3,4) = 6.


Daí resulta que:
(2)(1) + (3)(2) + 4fz(2,3,4) = (2)(6)
fz(2,3,4) = (12 –2 – 6)/4 = 1 ≠ 4.
Falso
(2) Com base nos valores das derivadas parciais F1 e F2 no ponto (2,3,4) dados no item anterior, pode-se concluir que F2(4,6,8)/ F1(4,6,8) = 2.
RESOLUÇÃO
Vimos que dada uma função homogênea de ordem k, que as derivadas parciais são também homogêneas, mas de grau k – 1.
No caso específico desta função, como a função é homogênea de grau 2, as derivadas parciais são homogêneas de grau 1.
Então, sabendo que F1(2,3,4) = 1 e F2(2,3,4) = 2, temos:
F1(4,6,8) = 2F1(2,3,4) = 2
F2(4,6,8) = 2F2(2,3,4) = 4
F2(4,6,8)/F1(4,6,8) = 4/2 = 2.
Verdadeiro

(3) Seja εi a elasticidade em relação a uma das variáveis, com base nas informações dadas, pode-se concluir que .
RESOLUÇÃO

A elasticidade em seu formato com derivada de uma variável pode ser escrita como:

Para uma função de várias variáveis temos para cada uma das variáveis, .

Note que no enunciado temos como somatório . Assim, ficamos com uma função de três variáveis, f(x,y,z) com as seguintes elasticidades:

Do teorema de Euler para essa função, temos:

Somando as elasticidades como o proposto no enunciado:

Como f(x,y,z) tem grau de homogeneidade k = 2, a afirmação é verdadeira.


Verdadeiro
1996 - QUESTÃO 2
Dada a função f(x,y) = x² + y² + 4xy + 6x, indique as afirmativas verdadeiras e as falsas:
(3) O teorema de Euler é válido para f.
RESOLUÇÃO
Note que na dedução do teorema de Euler feita anteriormente foi utilizada a definição de função homogênea. Esta função descrita no enunciado não é homogênea, pois
existem monômios de grau 2 e de grau 1. Portanto, o teorema de Euler, estrito senso, não é aplicável a esta função.
Porém, dando outra interpretação à questão, caberia perguntar se a função enunciada (ainda que não homogênea) satisfaz a relação de Euler para algum k. Caso isso fosse
verdadeiro, teríamos x(2x + 4y + 6) + y(2y + 4x) =
2x² + 2y² + 8xy + 6x = k(x² + y² + 4xy + 6x), e claramente não existe k em tal condição. Isso ocorreria se não existisse o termo 6x na função acima.
Falso
1998 - QUESTÃO 9
Seja a função F: R³ → R homogênea do 3º grau e diferenciável. Dados
F(2,4,6) = 16/3, e as derivadas parciais F1(2,4,6) = 8/3 e F2(3,6,9) = 1, responda V ou F:
(0) F(3,6,9) = 9.
RESOLUÇÃO
Se F: R³ → R é homogênea de 3º grau então vale a relação:
F(tx,ty,tz) = t³ F(x,y,z).
Especificamente para o ponto (2,4,6), temos:
F(2t,4t,6t) = t³ F(2,4,6).
Para t = 3/2, ficamos com:

Falso
(1) F1(3,6,9) = 6.
RESOLUÇÃO
Como vimos, as derivadas de uma função homogênea também são funções homogêneas, mas de um grau a menos. Assim, como a função é homogênea de grau 3, suas
derivadas parciais também são homogêneas, mas de grau 2. Sabemos o valor de F1(2,4,6) = 8/3, e a partir deste obtemos a resposta do problema:

Verdadeiro
(2) F3(2,4,6) = 40/27.
RESOLUÇÃO
Pelo teorema de Euler, sabemos que:

Para o caso específico desse problema, temos:


2F1(2,4,6) + 4F2(2,4,6) + 6F3(2,4,6) = 3F(2,4,6) .
Substituindo os valores conhecidos de F(2,4,6) = 16/3, F1(2,4,6) = 8/3, temos: 16/3 + (4)F2(2,4,6) + (6)F3(2,4,6) = 48/3.
Reescrevendo temos:
6F3(2,4,6) = 32/3 – 4F2(2,4,6)
F3(2,4,6) = 16/9 – 2/3 F2(2,4,6)
Devemos agora obter o valor de F2(2,4,6) e fazemos isso a partir do valor de F2(3,6,9), uma vez que esta é uma função homogênea de grau 2:

Obtemos, então, o valor de F3(2,4,6):

Verdadeiro
2001 - QUESTÃO 11
A respeito das funções Rn → R, a seguir, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(1) Dada uma função g: R³ → R diferenciável homogênea do 3° grau, sabe-se que no ponto (1,2,6) o vetor gradiente de g é ∇g(1,2,6) = (2,2,1). Conclui-se que o valor
de g neste ponto é g(1,2,6) = 4.
RESOLUÇÃO
Pelo enunciado, sabe-se que ∇g(1,2,6) = (2,2,1) ou seja, as derivadas parciais são:

Como já discutido, pelo teorema de Euler, sabemos que: xgx + ygy + zgz = kg, em que k é o grau de homogeneidade.
Substituindo os valores das derivadas parciais no ponto (1, 2, 6) no teorema de Euler e sabendo que g(x,y,z) é homogênea de grau 3, temos:
(1)(2) + (2)(2) + (6)(1) = 3g(1,2,6).
Daí, temos:

Verdadeiro
2002 - QUESTÃO 13
Considere a função F: R³ → R diferenciável e ∇F(x) denotando o gradiente de F no ponto x ∈ R³. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(1) Se F for homogênea do 2º grau e no ponto (2,6,10) seu gradiente for ∇F(2,6,10) = (1,1,4), conclui-se que seu valor no ponto (1,3,5) é igual a F(1,3,5)= 6.
RESOLUÇÃO
Segundo o enunciado, sabemos que ∇F(2,6,10) = (1,1,4), ou seja Fx(2,6,10) = 1, Fy(2,6,10) = 1 e Fz(2,6,10) = 4. Além disso, sabemos que a função é homogênea de grau 2.
Pelo teorema de Euler, sabemos que: . Substituindo os valores nessa relação, temos: (2)(1) + (6)(1) + (10)(4) = 2F(2,6,10).
F(2,6,10) = 48/2 = 24.
Como a função é homogênea de grau 2:

Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 7
Seja f: Rn → R uma função homogênea de grau k, então, também é homogênea de grau k.
RESOLUÇÃO
Como vimos, se f: Rn → R é uma função homogênea de grau k, sua derivada também será homogênea, mas de grau k –1.
Falso
2007 - QUESTÃO 11
Julgue os itens a seguir:

(0) Se f(x,y) é uma função homogênea de grau 2, então, é homogênea de grau 1.


RESOLUÇÃO
Se f(x,y) é uma função homogênea de grau 2, suas derivadas parciais, fx e fy, são homogêneas de grau 1. Assim, segundo a definição de função homogênea, temos:

Assim, a função será uma função homogênea de grau zero:

Falso

(1) Se f(x,y) é uma função homogênea de grau 1 e duas vezes continuamente diferenciável tal que em todo ponto do domínio, então, sempre
que x ≠ 0.
RESOLUÇÃO

O teorema de Euler para uma função homogênea f(x,y) de grau k é dado por: .
Se f(x,y) é uma função homogênea de grau 1, as derivadas parciais são homogêneas de grau zero. Assim, aplicando o teorema de Euler para a derivada parcial com relação
x, temos:
.
Como proposto no enunciado, fxy = 0 em todo domínio. Então, e para todo x ≠ 0, fxx = 0.
Verdadeiro
(2) Se f(x,y) é uma função homogênea de grau 0, então, ela é constante.
RESOLUÇÃO
Como vimos no item (0) desta questão, a afirmação é falsa.

Segue um exemplo:

.
Falso
(3) Se f(x,y) é uma função linear, então, ela é homogênea de grau 1.
RESOLUÇÃO
Depende da definição de linear. Se a função linear é do tipo f(x,y) = ax + by, então a afirmação é verdadeira. Se a linear é do tipo f(x,y) = ax + by + c, então a afirmação é
falsa.
Anulada
(4) Se f(x,y) é homogênea de grau zero, então, o gradiente de f em qualquer ponto (x,y) é ortogonal ao vetor (x,y).
RESOLUÇÃO
Se f(x,y) é homogênea de grau zero, então, pelo teorema de Euler:
xfx + yfy = 0.
Reescrevendo a equação anterior, temos:

Como o produto escalar é zero, os vetores são ortogonais.


Verdadeiro
2007 - QUESTÃO 15

Seja ■.■ o produto escalar usual de Rn e a função diferenciável dada por , calcule a1 + a2 + ...+ an sabendo-se que para todo
:
RESOLUÇÃO
Note que no enunciado o produto escalar ∇f(x).x é representado de outra forma . Além disso, observe que a relação é o teorema de Euler,
, escrito utilizando a terminologia de produto escalar. Então, seguindo o teorema de Euler, f(X) é homogênea de grau k = 2³ = 8. Como
o grau de uma função polinomial é justamente a soma de seus expoentes, então: a1 + a2 + ...+ an = 8.
2008 - QUESTÃO 10
Seja ■.■, o produto escalar usual de Rn, f: Rn →R uma função diferenciável e

, a derivada direcional em a ∈ Rn, segundo o vetor v ∈ Rn. Se a,v ∈ Rn são tais que |v| = n|∇f(a)| ≠ 0, julgue as afirmativas:
(0) Se f(3a) = 3 f(a), então f é homogênea de grau 3.
RESOLUÇÃO
Como vimos, uma função é homogênea se:
, onde k é o grau de homogeneidade.
No caso específico desse problema, t = 3. Se a função fosse homogênea de grau 3 então teríamos: f(3a) = 3³f(a), o que não é o proposto.
A relação proposta no enunciado é observada para uma função homogênea de grau 1.
Falso

(1) Se f é homogênea de grau 2, então .


RESOLUÇÃO
Pelo teorema de Euler, temos:

Note que pelo enunciado, temos: . Então, . De fato, se a = (a1, ..., an) então .
Como a função f é homogênea de grau 2, temos exatamente o proposto:

Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 4

Considere a função definida por , em que . Julgue as afirmativas:


(4) A função f é homogênea de grau 3.
RESOLUÇÃO

Note que , logo a função é homogênea de grau 1.


Falso
2009 - QUESTÃO 10
Sejam f: R² → R e F: R² ×■R+ → R funções diferenciáveis tais que f(1,2) = 1 e F(x,y,z) = z²f(x/z, y/z).
Julgue os itens abaixo:
(1) 2Fx(2,4,2) + 4Fy(2,4,2) + 2Fz (2,4,2) = 4
RESOLUÇÃO
Note que o proposto no enunciado tem um formato similar ao do teorema de Euler. Isso sugere que estamos tratando de funções homogêneas. Note que:

Ou seja, F(x,y,z) é uma função homogênea de grau 2.


Daí resulta pelo teorema de Euler que:

Pelo enunciado, sabemos que f(1,2) = 1, o que implica em:

Ou seja, 2Fx(2,4,2) + 4Fy(2,4,2) + 2Fz (2,4,2) = 8.


Falso
(4) (∇F(X), X) = 2F(X), para todo X ∈ R² × R.
RESOLUÇÃO
Note que o produto escalar do enunciado é exatamente igual ao teorema de Euler. Como vimos que F é homogênea de grau 2, a afirmação é verdadeira.
Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 15

Seja f: R³ →R uma função C∞■e homogênea de grau 3 tal que f(1,1,1) = 3. Se p = (2,2,2), calcule o valor de .
RESOLUÇÃO
Se a função f é C∞■ela tem infinitas derivadas contínuas e diferenciáveis.
Se ela é homogênea de grau 3 então temos, por definição:

.
Além disso, temos pelo Teorema de Euler:
.
Como descrito no enunciado, p = (2,2,2) e

.
Utilizando o Teorema de Euler, temos:

Mas pela definição de função homogênea, sabendo que f(1,1,1) = 3, temos:

Assim, .
2010 - QUESTÃO 2
Seja f: R² →R diferenciável e homogênea de grau 4, tal que f(1,1) = 2. Julgue os itens abaixo:
A soma das derivadas parciais de f no ponto (2,2) é igual a 32;
RESOLUÇÃO
A função é diferenciável e homogênea de grau 4. Então vale a relação de equações homogêneas:

, onde k é o grau de homogeneidade.


Como neste problema temos k = 4, ficamos com:

Se t = 2, x = 1 e y = 1, temos:

Além disso, temos o teorema de Euler:

Utilizando o teorema de Euler, temos:

Falso
Em um ponto crítico (x0,y0) de f temos que f(x0,y0) = 0;
RESOLUÇÃO
Por definição de ponto crítico fx(x0,y0) = 0 e fy(x0,y0) = 0.
Pelo teorema de Euler, sabemos que:

Então necessariamente x0(0) + y0(0) = 0 o que implica f(x0,y0) = 0 .


Verdadeiro
As derivadas parciais de primeira ordem de f são também funções homogêneas de grau 4;
RESOLUÇÃO
Como vimos, as derivadas parciais de 1ª ordem de funções homogêneas são também funções homogêneas, porém com grau de homogeneidade de uma unidade inferior ao da
função. Ou seja, elas são homogêneas de grau 3.
Falso

(3) As identidades são válidas para todo ponto (x,y) ∈ R²;


RESOLUÇÃO
Partindo da equação de Euler para as derivadas parciais que são homogêneas de grau 3, temos relações muito similares às propostas:

Como a função f(x,y) é homogênea de grau 4 e suas derivadas segundas são homogêneas de grau 2, temos: fxy(x,y) = fyx(x,y). Assim, obtemos exatamente o proposto no
enunciado.
Verdadeiro
(4) Se p = (x0,y0) e o gradiente de f em p são ortogonais, então f(p) = 0.
RESOLUÇÃO
Se dois vetores são ortogonais, como vimos, o produto escalar entre eles é zero: X . Y = 0
O gradiente de f, ∇f, é dado por:

Se p = (x0,y0) e o ∇f(x0,y0) são ortogonais, temos:

Mas note que pelo teorema de Euler, ficamos com:

Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 4
Julgue as afirmativas:

(4) é homogênea de grau 2.


RESOLUÇÃO
Uma função f(x,y) será homogênea de grau 2 se satisfizer a relação:

Para funções como a especificada acima, basta que o grau de cada monômio seja igual a 2. Note que isso é verificado em e também em –2x³y–1. Ou seja, a
função é homogênea de grau 2.
Verdadeira

31– MATRIZ HESSIANA, MATRIZES DEFINIDAS E CONCAVIDADE DE FUNÇÕES

Este capítulo é composto por problemas que envolvem diretamente o conceito de matriz hessiana, sendo que essa matriz é utilizada no estudo de concavidade de funções de
várias variáveis. Os problemas que também utilizam esses conceitos, mas que foram classificados como de otimização de funções de várias variáveis, são discutidos na parte 7 do
livro. Seguem algumas definições que são utilizadas neste capítulo.
Uma matriz hessiana de uma função f(x,y) é formada pelas derivadas parciais de segunda ordem:

.
No caso de funções de mais variáveis simplesmente acrescentamos linhas e colunas seguindo a mesma lógica de formação dessa matriz anterior.
Para f(x,y,z) temos:

Para funções cujas derivadas de segunda ordem existem e são contínuas, as matrizes hessianas são simétricas.
Uma matriz simétrica Mn×n pode ser classificada da seguinte maneira:
a)se ZTMZ > 0 para todo Z ∈ Rn, Z ≠ 0, a matriz é positivamente definida;
b)se ZTMZ ≥ 0 para todo Z ∈ Rn, Z ≠ 0, a matriz é positivamente semidefinida;
c)se ZTMZ < 0 para todo Z ∈ Rn, Z ≠ 0, a matriz é negativamente definida;
d)se ZTMZ ≤ 0 para todo Z ∈ Rn, Z ≠ 0, a matriz é negativamente semidefinida; e
e)se ZTMZ > 0 para alguns Z ∈ Rn e ZTMZ < 0 para outros Z ∈ Rn, a matriz é indefinida.
A matriz hessiana é muito utilizada no estudo sobre concavidade de funções de várias variáveis. Se essa matriz for:
a)positivamente definida, a função é estritamente convexa;
b)positivamente semidefinida, a função é convexa;
c)negativamente definida, a função é estritamente côncava;
d)negativamente semidefinida, a função é côncava;
e)indefinida, a função não é côncava, nem convexa.
Como determinar de que tipo é uma matriz simétrica? Podemos utilizar autovalores para isso. Seguem algumas relações entre autovalores e matrizes definidas:
a)se todos os autovalores de uma matriz forem maiores que zero, a matriz é positivamente definida;
b)se todos os autovalores forem maiores ou iguais a zero, a matriz é positivamente semidefinida;
c)se todos os autovalores de uma matriz forem menores que zero, a matriz é negativamente definida;
d)se todos os autovalores forem menores ou iguais a zero, a matriz é negativamente semidefinida;
e)se algum dos autovalores for maior que zero e outro menor que zero, a matriz é indefinida.
Além de autovalores podemos utilizar o conceito de submatriz líder principal para determinar o tipo de matriz. Em alguns casos é mais simples utilizar um método ou o
outro.
Seja A uma matriz n × n. Uma submatriz líder principal de ordem k da matriz A é obtida deletando as últimas n – k linhas e as últimas n – k colunas da matriz A.
O determinante de uma matriz líder principal é denominado menor líder principal.
Seja A uma matriz simétrica n × n. Então,
a)a matriz A é positivamente definida se, e somente se, todos os menores líderes principais forem estritamente positivos;
b)a matriz A é negativamente definida se, e somente se, todos os menores líderes principais alternarem o sinal da seguinte forma: |A1| < 0, |A2| > 0, |A3| < 0, etc, onde Ai é a
submatriz líder principal de ordem i;
c)se menores líderes principais diferem de zero e não podem ser classificados nas duas letras anteriores, então A é indefinida.
Segue um exemplo com a função f(x,y) = x² + 2y² que abordará todos esses pontos. Obtemos, inicialmente, a matriz hessiana da função, que tem a seguinte forma:

Note que essa matriz é simétrica. Assim, podemos escrever uma função com

Z ∈ R², , da seguinte forma:

Note que ZTMZ > 0 para todo Z ∈ Rn tal que . Ou seja, a matriz M é positivamente definida, e a função f(x,y) = x² + 2y² é estritamente convexa.
Podemos verificar isso facilmente via autovalores. Como a matriz já diagonal, temos como autovalores λ1 = 2 e λ2 = 4, ambos maiores que zero, indicando, como já
sabíamos, que a matriz é positivamente definida.

Alternativamente, temos que a matriz líder principal de ordem 2 x 2, que é a própria matriz hessiana, tem como determinante . Por sua vez, a matriz líder
principal de ordem 1 x 1, , tem como determinante , ambos são positivos, indicando que a matriz é positivamente definida.
Por razões didáticas, a ordem cronológica das questões não foi respeitada.
1996 - QUESTÃO 2
Dada a função f(x,y) = x² + y² + 4xy + 6x, indique as afirmativas verdadeiras e as falsas:
(0) A matriz hessiana de f é simétrica para (x,y) ∈ R².
RESOLUÇÃO
Esse problema será resolvido de duas maneiras a título de ilustração. Primeiramente, podemos responder essa questão sem que seja necessária a obtenção da matriz hessiana.
Como a função é um polinômio, a função é derivável em qualquer ordem, e as derivadas são contínuas. Em particular isso ocorre também para as derivadas segunda.
Então fxy = fyx e a matriz é simétrica.
Alternativamente, obtemos a matriz hessiana da função proposta no enunciado e verificamos se ela é simétrica.
Vejamos:

A matriz é simétrica e a afirmação é verdadeira, como já sabíamos.


Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 7
Avalie as opções:
(3) Seja H o hessiano da função g. Se H for positivo definido tem-se que a função é convexa.
RESOLUÇÃO
No caso desse problema temos uma matriz hessiana positivamente definida. Como vimos, se a matriz hessiana de uma função for positivamente definida, a função será
convexa.
Verdadeiro
(4) Seja H o hessiano da função g. Se H for sempre diagonalizável e seus autovalores forem negativos, tem-se que a função é côncava.
RESOLUÇÃO
Segundo o enunciado, a matriz hessiana é diagonalizável e seus autovalores são negativos. Assim, como discutido, a matriz é negativamente definida, o que implica que a
função é côncava.
Verdadeiro
1995 - QUESTÃO 14
Indique se as afirmativas seguintes são verdadeiras ou falsas:
(2) A função f(x,y) = x² – 2xy + y² é estritamente convexa.
RESOLUÇÃO
Note que o gabarito dessa questão apontou a resposta verdadeiro.
Para verificar a convexidade da função, obtemos a matriz hessiana da mesma:
f(x,y) = x² – 2xy + y²
fx = 2x – 2y
fy = –2x + 2y

Em seguida, verificamos se essa matriz simétrica é positivamente definida, positivamente semidefinida, negativamente definida, negativamente semidefinida ou indefinida.
Para tanto, obtemos os autovalores da mesma:

Como todos os autovalores são maiores ou iguais a zero, a hessiana é positivamente semidefinida, e a função é convexa, mas não estritamente. Note que a função pode ser

escrita como: f(x,y) = x² – 2xy + y² = (x – y)² ≥ 0. Quando x = y, temos f(x,y) = 0. Ou seja, dado , ZTMZ ≥ 0 para todo
Z ∈ R², Z ≠ 0.
Verdadeiro/Falso
2007 - QUESTÃO 5
Seja f: U →R uma função duas vezes diferenciável, definida em U = (x,y):
x, y > 0} e Hf(x,y) a matriz hessiana de f no ponto (x,y) ∈ U. Avalie as afirmativas:
(0) A função f é convexa se, e, somente se, é semidefinida positiva em todos os pontos de U.
RESOLUÇÃO
Note que o enunciado parece verdadeiro, mas não é, o que induz ao erro.
A afirmação correta seria “a função f é convexa se, e, somente se, a hessiana da função for semidefinida positiva em todos os pontos de U”.
Compare as duas afirmações. Note que segundo o enunciado a função f é que é semidefinida e não sua hessiana, como descrito na definição correta de função convexa. Ou
seja, confunde-se o leitor.
Falso
(1) Se f(x,y) = –x1/3y1/4, então, é convexa.
RESOLUÇÃO
Como vimos, se a matriz hessiana da função for positivamente semidefinida, a função é convexa. Vejamos para essa função proposta no enunciado que tem como hessiana a
seguinte matriz:

Para o caso específico deste problema utilizamos os menores líderes principais, onde 1 denota a ordem 1 x 1 e 2 denota a ordem 2 x 2:

Como, segundo o enunciado, x, y > 0, então:


|He1| > 0
|He2| > 0.
Então a matriz hessiana é positivamente definida e a função é convexa, na verdade, estritamente convexa.
Verdadeiro
(2) Se f é convexa, então é positiva definida em todos os pontos de U.
RESOLUÇÃO
Como vimos, positiva definida diz respeito à matriz hessiana da função e não a respeito da própria função, como descrito no enunciado.
Falso
(3) Se f(x,y) = x²y², então, f é convexa.
RESOLUÇÃO
Para verificarmos se uma função é convexa, inicialmente obtemos a hessiana da função:

Em seguida, calculamos os menores líderes principais sabendo que x > 0 e y > 0:


|He1| = 2y² > 0
|He2| = 4x²y² – 16x²y² = –12x²y² < 0
Dados os sinais desses determinantes, a matriz é indefinida, e segue que a função não é convexa, e nem côncava.
Falso
1998 – QUESTÃO 15
Considere uma matriz de números reais X, nem todos nulos,
(2) Os valores característicos de XtX podem ser negativos.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, note que os termos valores característicos e autovalores são sinônimos. Uma matriz é positivamente semidefinida se vtAv ≥ 0, para todo v ≠ 0. Para uma matriz
desse tipo, todos os autovalores são maiores ou iguais a zero. Além disso, vimos na discussão sobre matriz transposta que (AB)t = BtAt e vimos na discussão sobre produto
de vetores que .
Faça B = Xv, então temos: , o que implica em .
Ou seja, a matriz XtX é positivamente semidefinida e não tem qualquer autovalor negativo.
Falso
2005 - QUESTÃO 9
Avalie as afirmativas:
(3) Dada uma matriz n×n simétrica A, se para todo v ∈ Rn, não-nulo, com n ímpar, v'Av < 0, então, o determinante de A é negativo.
RESOLUÇÃO
Se v'Av < 0, em que v é não nulo, então a matriz é negativamente definida. Uma matriz negativamente definida tem todos os autovalores negativos. Como n é ímpar, o
número de autovalores é ímpar, e o determinante da matriz, que é o produto dos autovalores, é negativo.
Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 2
Avalie as opções:
(2) Toda matriz quadrada positiva semidefinida de posto 1 é simétrica.
RESOLUÇÃO

Para uma matriz A positiva semidefinida temos vtAv ≥ 0. Utilizando a relação (AB)t = BtAt , note que temos .
Ou seja, A = AT e a matriz é simétrica.
Verdadeiro
(3) Toda matriz quadrada simétrica de posto 1 é positiva semidefinida.
RESOLUÇÃO
Tome a matriz simétrica de posto 1, A = (–a), onde a > 0. A é negativamente definida, pois seu único autovalor é negativo, contradizendo o enunciado.
Falso
2007 - QUESTÃO 2

Considere a matriz: em que a, b, c são constantes. Julgue o item:


(4) Se a = b = c = 0, a matriz A'A é definida positiva.
RESOLUÇÃO
Se a = b = c = 0, a matriz A'A tem o seguinte formato:

.
A matriz é diagonalizável com três autovalores reais distintos positivos, que são os elementos da diagonal principal: λ1 = 1, λ2 = 4 e λ3 = 9. Como os três autovalores são
positivos, a matriz é definida positivamente.
Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 4

Considere a função definida por , em que . Julgue as afirmativas:


(0) A função f é côncava.
RESOLUÇÃO
Observe que a questão foi anulada. Segue a resolução como deveria ser a intenção dos autores. Obtemos, inicialmente, a matriz hessiana da função:

Como descrito no enunciado, x, y > 0, e os determinantes das matrizes líderes principais são:

A matriz é negativamente semidefinida para todos os valores de x e y, ou seja, a função não é convexa.
Uma função Cobb-Douglas, f(x,y) = xa yb é côncava se a,b ≥ 0 e a + b ≤ 1, como neste problema.
Anulada
2009 - QUESTÃO 10

Sejam f: R² →R e F: R² × R+→ R funções diferenciáveis tais que f(1,2) = 1 e .


Julgue os itens abaixo:
(3) Se f(x,y) = x1/2 y1/3, então f é convexa.
RESOLUÇÃO
Se f(x,y) = x1/2 y1/3, então f não é convexa. Como vimos, uma função Cobb-Douglas cuja soma dos expoentes é menor que um é côncava.
Alternativamente, obtenha a matriz Hessiana da função:
Os determinantes das matrizes líderes principais são:

Note que o enunciado deveria exigir x,y > 0. De toda forma, se x,y > 0, temos:

.
A matriz é negativamente definida e a função é côncava.
Falso
2010 - QUESTÃO 5
Sejam f: R² → R definida por f(x,y) = x + y, g: R² → R definida por
g(x,y) = x² + y² e h: R² → R definida por h(x,y) = x³y³ – x – y + 1. Julgue as afirmativas:
(2) g é uma função convexa em R²;
RESOLUÇÃO
Como vimos, se a matriz Hessiana de uma função é positivamente definida para todo (x,y) ∈ R², a função é convexa em R².
A matriz Hessiana da função g(x,y) = x² + y² é obtida a seguir:

Tomando os determinantes dos menores principais da matriz:

A matriz é positivamente definida para todo (x,y) ∈ R², e a função é convexa em R².
Verdadeira
(3) A matriz Hessiana de h é negativa definida em (–1,1);
RESOLUÇÃO
Vejamos se isso ocorre:

No ponto (–1,1), temos:

Dados os sinais dos determinantes, a matriz é indefinida.


Falsa

32 – OUTRAS QUESTÕES COM CONCAVIDADE DE FUNÇÕES

No capítulo anterior fizemos uso da matriz hessiana para estudar a concavidade de funções. A utilização dessa matriz é muito útil para determinar se uma função é côncava,
convexa, ou nenhum dessas possiblidades. Aqui foram agrupadas as questões que também analisam esse tema, mas a partir da aplicação das definições de função côncava e de
função convexa. Seguem essas definições.
Uma função é côncava se para todo x ≠■y e a ∈ (0,1) temos que:
f(ax + (1 – a)y) ≥ a f(x) + (1 – a)f(y).
Se trocarmos ≥ por > na relação anterior, a função é estritamente côncava. Para funções convexas, basta trocar ≥ por ≤, e para funções estritamente convexas, temos o sinal <
na relação.
Uma função é côncava se satisfaz a seguinte relação:
, onde Df(u) é o vetor formado pelas derivadas primeiras da função.
Se trocarmos ≤ por <, a função é estritamente côncava. Para funções convexas, temos na relação o sinal ≥, e para funções estritamente convexas temos o sinal >.
Podemos escrever essas mesmas relações fazendo uso do gradiente da função. Para funções côncavas, temos:

2002 - QUESTÃO 13
Considere a função f: R³ → R diferenciável e ∇F(x) denotando o gradiente de F no ponto x ∈ R³. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) Sabendo-se que F é estritamente côncava, e que no ponto (1,2,3) tem-se F(1,2,3) = 0 e ∇F(1,2,3) = (3,4,5), conclui-se que seu valor no ponto (2,3,4) satisfaz a F(2,3,4) <
12.
RESOLUÇÃO
Como vimos, segundo a definição para uma função estritamente côncava, temos:
F(y) – F(x) < ∇F(x)•(y – x).
No caso deste problema específico, para y = (2,3,4) e x = (1,2,3) temos:
F(2,3,4) – F(1,2,3) < ∇F(1,2,3)•[(2,3,4) – (1,2,3)]
Como F(1,2,3) = 0 e ∇F(1,2,3) = (3,4,5), ficamos com:
F(2,3,4) < (3,4,5)•(1,1,1) = 12.
Verdadeiro

(3) Dados o plano e a superfície , sabe-se que o plano L é tangente à superfície H no


ponto (1,3,3). Isto posto, se F for estritamente convexa, então, F(x) > 7 para todo ponto x ∈ L, x ≠ (1,3,3).
RESOLUÇÃO
Como indica o enunciado, o plano L é tangente à superfície H no ponto (1,3,3). Também sabemos que F é estritamente convexa e, portanto, segundo a definição descrita na
introdução, existe uma vizinhança U de u = (1,3,3), tal que:
.
Tome x ≠ u tal que x ∈ L ∩■U, isto é, o ponto x pertence ao plano L, assim como o ponto u, e também à vizinhança U do ponto u. Então, como os dois pontos estão no
plano, o vetor (x – u), que está no plano, é perpendicular ao vetor ∇F(u), pois esse último é normal ao plano.
Assim, temos: ∇F(u) • (x – u) = 0 e, portanto, F(x) – F(u) > 0, em que
F(x) > F(u) = 7, como proposto no enunciado.
Mas note que esta relação só vale para x ∈ L ∩■U e não necessariamente para todo x ∈ L. Em geral, nada impede, por exemplo, que L volte a interceptar H em um outro
ponto distinto de u = (1,3,3).
Falso
2006 - QUESTÃO 8
Julgue as afirmativas:
(1) Seja f(x1, ..., xn) duas vezes continuamente diferenciável. Se f é côncava e

f(y1, ..., yn) = 0, então, , para qualquer


(x1, ..., xn) no domínio de f.
RESOLUÇÃO
Se f é côncava, por definição, temos f(X) – f(Y) ≤ Df(Y)(X – Y), na qual
X = (x1, ..., xn) e Y = (y1, ..., yn) são vetores.
Reescrevendo essa relação, temos:

.
Como f(y1, ..., yn) = 0, como descrito pelo enunciado, reescrevendo essa relação no formato proposto pelo enunciado, temos:

Verdadeiro
(2) Toda função estritamente quase-côncava é estritamente côncava, mas a recíproca não é verdadeira.
RESOLUÇÃO
Na verdade uma função estritamente côncava é estritamente quase côncava, mas a recíproca não é verdadeira. Ou seja, a afirmação correta é o contrário do proposto no
enunciado. Segue uma demonstração que o enunciado é falso.
Como vimos, uma função é estritamente côncava se para todo x ≠ y e a ∈ (0,1) temos que: f(ax + (1 – a)y) > a f(x) + (1 – a)f(y).
Segue uma das possíveis definições de função estritamente quase côncava.
Uma função é estritamente quase côncava se para todo x ≠ y e a ∈ (0,1) temos:
se f(x) > f(y), então f(ax + (1 – a)y) > f(y).
Inicialmente, provamos que toda função estritamente côncava é também estritamente quase côncava. Partimos da definição da primeira e vamos verificar que
necessariamente chegamos na definição da segunda.
Dada uma função estritamente côncava, temos:
f(ax + (1 – a)y) > a f(x) + (1 – a)f(y).
Tome f(x) > f(y). Então:
f(ax + (1 – a)y) > a f(x) + (1 – a)f(y) > af(y) + (1 – a)f(y) = f(y).
Assim, obtivemos a definição de estritamente quase côncava, o que prova que uma função estritamente côncava é uma função estritamente quase côncava.
Veremos que a recíproca não é verdadeira. Para ver que não necessariamente uma função estritamente quase côncava é estritamente côncava, partimos da definição da
primeira e não chegaremos necessariamente na definição da segunda.
Assuma que f(x) > f(y), então, por definição de função estritamente quase côncava, temos: f(ax + (1 – a)y) > f(y). Assim, temos f(ax + (1 – a)y) > f(y) =
af(y) + (1 – a) f(y) < af(x) + (1 – a) f(y). Ou seja, a relação é inconclusiva.
Falso

(3) Seja f(x1, ..., xn) duas vezes continuamente diferenciável. Se f é estritamente quase-côncava, então, é convexo, para qualquer
constante c.
RESOLUÇÃO
Note que S no enunciado é um conjunto e não uma função. Portanto é importante não confundir o conceito de função convexa com o de conjunto convexo. Segue a definição
de conjunto convexo.
Um conjunto S é convexo se dados x,y ∈ S todo o segmento entre x e y também estiver contido em S, isto é, ax + (1 – a) y ∈ S para todo a ∈ (0,1).
Sejam x,y ∈ S e, suponha que f(x) ≥ f(y). Então, como f é estritamente quase côncava, segue que para todo a ∈ (0,1) temos . Como a relação
vale para todo f(x) ≥ f(y) e para todo a ∈ (0,1), então qualquer ponto ax + (1 – a) y ∈ S, segue que S é um conjunto convexo.
Verdadeiro
2007 - QUESTÃO 5
(4) Se f é convexa e (x0, y0) é um ponto crítico de f, então, f(x,y) ≥ f(x0, y0), para todo (x,y,) ∈ U.
RESOLUÇÃO
Como vimos, uma função convexa é aquela em que para todo (x,y,) ∈ U, temos:

.
No ponto crítico, . Assim, ficamos com f(x,y) – f(x0, y0) ≥ 0.
Reescrevendo: f(x,y) ≥ f(x0, y0) para (x,y) ∈ U, como descrito no enunciado.
Concluindo, se f é convexa em U e (x0, y0) é ponto crítico, então, necessariamente, (x0, y0) é ponto de mínimo global em U.
Verdadeiro

33 – OUTRAS QUESTÕES DE CÁLCULO DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Aqui são agrupadas as demais questões que utilizam o cálculo de várias variáveis, mas que não foram classificadas em qualquer dos capítulos anteriores e que também não
foram incluídas nas questões de otimização, que é o assunto das seções posteriores.
1999 - QUESTÃO 9
Tem-se a seguinte função de produção:

Em um ponto em que as Produtividades Marginais de x e de y são 3 e 1, respectivamente, qual deve ser a quantidade de w para que a produção total seja 4?
RESOLUÇÃO
Inicialmente, note que como temos uma função de produção. Assim, as variáveis x,y,z são insumos e assumem valores não negativos: x,y,z ≥ 0. Dada a função de
produção z, obtemos as produtividades marginais em x e em y, derivando parcialmente a função de produção com relação a essas variáveis. Em seguida igualamos as
derivadas, respectivamente, a 3 e a 1.
zx = 2x + (w – y) = 3
zy = –x + w = 1
Sabemos também que a produção total é 4. Assim, obtemos uma terceira equação:
z = x² + x(w – y) + wy = 4.
Com isso temos três equações e três incógnitas. Isolando x da segunda equação, x = w – 1, e substituindo nas demais, obtemos um sistema com duas equações e duas
incógnitas:
2(w – 1) + w – y = 3
3w – y = 5
(w – 1)² + (w – 1)(w – y) + wy = 4
(w² – 2w + 1) + (w² – w – wy + y) + wy = 4
2w² – 3w + y = 3
Isolando y da primeira dentre essas, 3w – y = 5, e substituindo na segunda:
2w² – 3w + (3w – 5) = 3
2w² = 8
w² = 4
Como w ≥ 0:
w = 2.
2000 - QUESTÃO 10

(1) Se f(x,y) é o menor valor entre x e y, então, .


RESOLUÇÃO
Se x < y, temos:

, que é o menor valor entre x e y.


Se y < x, temos:

, que é o menor valor entre x e y.


Verdadeiro

(2) Se f(x,y) tem derivadas parciais de todas as ordens em torno do ponto(–1,1) e se e , então,

RESOLUÇÃO

Derivando a expressão do enunciado com relação a x, obtemos :

Calculando essa expressão no ponto (–1,1), e substituindo pelo valor de


proposto no enunciado, temos:

(0)
Do qual:

Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 13
(2) Se c(t) = (x(t),y(t),z(t)) é uma curva diferenciável para t ∈ R tal que
c(0) = (1,1, –1) e (z(t))² + (x(t))² (z(t))³ + (y(t))² – 1 = 0, então, –2x'(0) + 2y'(0) + z'(0) = 0.
RESOLUÇÃO
Derivando a expressão do enunciado em relação a t, temos:

Substituindo no ponto t = 0:

= 0.
Sabemos pelo enunciado que c(0) = (x(0), y(0), z(0)) = (1,1,–1), e en-
tão temos:

Do qual: .
Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 9
Avalie as afirmativas:
(1) Se uma função f(x,y) é contínua em um ponto (x0, y0), então, as funções ϕ(x) = f(x, y0) e ϕ(y) = f(x0, y) são contínuas em x0 e y0, respectivamente.
RESOLUÇÃO

Como a função f(x,y) é contínua em (x0, y0) temos o seguinte limite: .


Em particular, dado y fixo, y = y0, temos:

e, portanto, ϕ(x) é contínua em x0.


Raciocínio análogo vale para e φ(y) e y0.
Verdadeiro

(2) A função é contínua em (0,0).


RESOLUÇÃO
A função do enunciado sequer é definida no ponto (0,0), pois o denominador é 0, então, ela não pode ser contínua neste ponto.
Falso
2007 - QUESTÃO 12
Sejam f1,f2,f3: R → R funções diferenciáveis tais que . Suponha ainda que para todo x ∈ R,
F(x,f1(x)) = F(x,f2(x)) = F(x,f3(x)) = 0, em que F: R² → R é a função dada por F(x,y) = y³ – 3y – sen(x). Se α = f'1(0)f'2 (0)f'3 (0), calcule o valor de
m = |18 + 1/α|.
RESOLUÇÃO
Resolvemos a questão em etapas.
Pelo enunciado, sabemos que F(x,f1(x)) = F(x,f2(x)) = F(x,f3(x)) = 0.
Além disso, também sabemos que F(x,y) = y³ – 3y – sen(x).
Substituindo nesta expressão y = f(x), temos:
F(x,f(x)) = f³(x) – 3 f(x) – sen(x) = 0.
Derivando esta relação, com relação a x, temos:
3f²(x)f'(x) – 3f'(x) – cos(x) = 0.
Isolando o termo f'(x), temos:

.
Note que essa mesma relação vale para f1(x), f2(x) e f3(x):

Substituindo em x = 0, e incluindo os valores propostos no enunciado, temos:

Calculando α: .
Substituindo na expressão de m:

.
2008 - QUESTÃO 7
Sejam f , g : R2 →R funções diferenciáveis definidas por f (x, y) = 2x + y,
g(x, y) = x2 − 4x + y. Sejam
U = {(x, y) ∈ R2: g(x, y) ≥ 0, x ≥ 0, y ≥ 0},
V = {(x, y) ∈ R2: g(x, y) ≤ 0, x ≥ 0, y ≥ 0}.
Julgue as afirmativas:
(0) U ∩V é parte do gráfico de uma parábola.
RESOLUÇÃO
Note que tanto em U como em V, x ≥ 0 e y ≥ 0.
Assim, para U ∩V, temos:
U ∩V = {(x, y) ∈ R2: g(x, y) = 0, x ≥ 0, y ≥ 0}
Obtemos para g(x, y) = 0:
x2 − 4x + y = 0
y = − x2 + 4x
Essa é justamente uma equação de uma parábola se x, y ∈ R.
Entretanto, pelo enunciado x ≥ 0, y ≥ 0. Note que y ≥ 0 para x ∈ [0, 4], ou seja x ≥ 0. Então a função acima é parte de uma parábola.
Verdadeiro
(1) U ∩V é o gráfico de uma função convexa.
RESOLUÇÃO
Como vimos, a parte da parábola é côncava.
Falso
(2) A restrição de f ao conjunto V atinge um máximo em um ponto da fronteira da região V.
RESOLUÇÃO
O espaço V é definido em x ≥ 0, y ≥ 0 e x2 − 4x + y ≤ 0. Como vimos, a parte da parábola representa o espaço x ≥ 0, y ≥ 0 e x2 − 4x + y = 0. Assim, esse espaço V é o
definido entre a parábola e o eixo x.
A função f é dada por f(x, y) = 2x + y. Fixando x = x0, o máximo de f (x0, y) = 2x0 + y será obtido no maior valor possível de y para qualquer valor de x0. Ou seja, para todo
x = x0, o máximo é obtido justamente na fronteira. O máximo de f é o máximo dentre esses máximos e necessariamente também está na fronteira.
Verdadeiro

(3) .
RESOLUÇÃO
Aqui devemos apenas verificar se os limites de integração estão corretos. A definição do espaço V, é justamente a descrita: x varia de 0 a 4 e y varia de 0 até a parábola, cuja
função é y = 4x – x2.
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 11
Considere a função:
Com relação à função acima, julgue as alternativas:

(0)
RESOLUÇÃO
Calculando as derivadas parciais propostas no enunciado, temos:

Analogamente:

Verdadeiro

(1) Se , então g(2,2) = 0.


RESOLUÇÃO
Temos que para (x,y) ≠ (0,0):

Se y ≠ 0,

De forma análoga se x ≠ 0,

g(x,y) = x – y
No ponto (2, 2):
g(2,2) = 0, com proposto no enunciado.
Verdadeiro

(3)
RESOLUÇÃO

Temos para (x,y) = (0,0): .


Para (x,y) ≠ (0,0):

.
Logo:

Por outro lado:

Para (x,y) = (0,0): .


Para (x,y) ≠ (0,0):

Logo:

Falso

(3) é contínua na origem.


RESOLUÇÃO
Para (x,y) ≠ (0,0) temos:

Assim, para (0,y) ≠ (0,0), temos:

Tomando o limite quando y → 0, temos:

Sabemos pelo item anterior que:


Como esses valores diferem, logo essa derivada segunda é descontínua.
Falso

(4) para x>0.


RESOLUÇÃO
Tomando a expressão do item anterior, para (x,y) ≠ (0,0) temos:

Daí, fazendo y = 0 com x > 0, temos:

Falso
2009 - QUESTÃO 10

Sejam f: R² → R e F: R²×R+ → R funções diferenciáveis tais que f(1,2) = 1 e .


Julgue os itens abaixo:
(0) f(p) = F(p,1), para todo p = (x,y) ∈ R².
RESOLUÇÃO
Como proposto no enunciado: F(x,y,z) = z²f(x/z,y/z). Então para z = 1,
F(x,y,1) = f(x,y), para p = (x,y) ∈ R², ficamos com justamente o proposto no enunciado: F(p,1) = f(p).
Verdadeiro
(2) U = R² × R+ é um conjunto convexo.
RESOLUÇÃO
Um conjunto convexo é aquele em que dados dois pontos pertencentes ao conjunto x ∈ U e x' ∈ U, o segmento de reta que une x e x´ está contido em U, ou, mais
formalmente, a combinação linear ax + (1 – a)x' com a ∈ (0,1), também pertence ao conjunto. O conjunto U, como definido, satisfaz essa propriedade.
Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 4
Julgue as afirmativas:

Se , então para todo real c;


RESOLUÇÃO

Se então obtemos as derivadas parciais indicadas:

Assim, o proposto no enunciado é verdadeiro.


Verdadeira

(2) Se , então ;
RESOLUÇÃO
Aqui temos uma derivada de uma integral. Então utilizamos a seguinte relação:

.
No caso específico desse problema, temos:

Verdadeira

(3) Se , x = et e y = e–t, então , para t = 0;


RESOLUÇÃO
Utilizando a regra da cadeia, temos:

Assim, ficamos com:

Derivando parcialmente , temos:


Para t = 0, temos:

Substituindo na expressão de derivação por regra da cadeira:

Verdadeira

PARTE 7: Otimização de funções de várias variáveis

Os problemas de otimização que utilizam o cálculo de uma variável foram discutidos na parte 2 deste texto referente às aplicações do cálculo diferencial de uma
variável. Os problemas de otimização que utilizam o cálculo de várias variáveis foram agrupados nesta sétima parte do texto. São dois os capítulos: otimização
não condicionada e otimização condicionada. Os problemas condicionados são muito numerosos e distintos e, assim, este último capítulo foi dividido em
diferentes seções.

34 – OTIMIZAÇÃO NÃO CONDICIONADA DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Esse capítulo agrupa as questões que foram classificadas como de otimização condicionada de funções de várias variáveis. Seguem algumas definições sobre o tema que
serão utilizadas no capítulo.
Seja F: U → R uma função duas vezes continuamente em U ⊂ Rn.
Diz-se que x* ∈ U é um ponto interior, se a vizinhança de x*, V(x*), está contida em U, isto é, V(x*) ⊂ U.
Um ponto x* ∈ U é máximo local se F(x*) ≥■F(x) para todo x ∈ V(x*) ⊂■U. Para mínimo local, basta trocar ≥ por ≤ na definição acima. Para máximo local estrito e
mínimo local estrito temos, respectivamente, os sinais > e <.

Um ponto x* interior é ponto crítico se para todo i = 1,2, ...,n. Pontos interiores que são máximos locais ou mínimos locais são pontos críticos.
Para definirmos se um ponto crítico é ponto de máximo, de mínimo ou ponto de sela, fazemos uso da matriz hessiana.
a)Se a matriz hessiana for negativamente definida, então x* é ponto de máximo local estrito.
b)Se a matriz hessiana for positivamente definida, então x* é ponto de mínimo local de estrito.
c)Se a matriz hessiana for indefinida, então x* não é ponto de máximo local nem de mínimo local, ou seja, é ponto de sela.
2001 - QUESTÃO 11
A respeito das funções Rn → R seguintes, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(4) O conjunto dos pontos em que a função h: R² → R, definida por
h(x,y) = xye–xy, atinge seu valor máximo é uma parábola.
RESOLUÇÃO
Como h é definido em todo R², então, os pontos são todos interiores e pontos de máximo são necessariamente pontos críticos.
Achando os pontos críticos de h(x,y) = xye–xy, temos:

Colocando o termo ye–xy em evidência na primeira equação, e o termo xe–xy em evidência na segunda, temos:

Como e–xy > 0, então nos pontos críticos: y(1 – xy) = 0 e x(1 – xy) = 0.
Segundo essas equações, os pontos críticos são: (0,0), e o conjunto de pontos (x,y) pertencente à hipérbole xy = 1. Ou seja, não há nenhuma parábola contida nesses pontos.
Falso
2001 - QUESTÃO 12

A respeito da função f: R² → R, definida por , assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):


(0) Essa função não possui ponto de mínimo global.
RESOLUÇÃO
Uma condição suficiente para que f não tenha mínimo global é que tenda para –∞ em alguma direção. De fato, fixando y = 0, temos:

Como f(x,y) não tem limite inferior, ela não possui ponto de mínimo global.
Verdadeiro
(1) Os pontos de máximo global de f formam uma reta.
RESOLUÇÃO

Note que a estratégia utilizada no item anterior não é eficaz para máximos, pois
Assim, inicialmente, para sabermos os pontos de máximo e mínimo locais, obtemos os pontos críticos de

Colocando e–(x+y) em evidência:

Como o termo exponencial é diferente de zero, (1 – x – y) = 0, ou seja,


x + y = 1. Note que a função tem uma reta como conjunto de pontos críticos. A equação da reta é x + y = 1.
Para analisar se estes pontos são de máximo global, inicialmente vejamos o que indica a matriz hessiana:

Note que . Assim, obtemos a matriz hessiana:

No ponto x + y = 1, temos:

Note que se essa matriz fosse negativamente definida, o conjunto de pontos seria de máximo local. Entretanto, essa matriz é negativamente semidefinida, que é a condição
necessária, porém não suficiente, para que o conjunto de pontos seja de máximo local.
Assim, partimos da definição de máximo global. x* será ponto de máximo global se para todo (x,y) ∈ R², temos que F(x*) ≥ F(x).

No caso desse problema específico, temos que verificar se para todo (x,y) ∈ R². Assim, ficamos com:

Tomando x + y = u, temos:

Reescrevendo, lembrando que e > 0 e eu > 0:


eu ≥ eu
Ora, pelo gráfico:

vemos que para todo u ∈ R temos eu ≥ eu, pois eu é tangente a eu no ponto


u = 1. Segue a afirmação proposta.
Verdadeiro
(2) O valor máximo de f é superior a 1 (um).
RESOLUÇÃO

O valor máximo da função é atingido quando x + y = 1. A função assume o seguinte valor:


Falso
2003 - QUESTÃO 12
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) A função tem dois pontos críticos em R².


RESOLUÇÃO
Determinando os pontos críticos de f(x,y), temos:

Reescrevendo a primeira dessas equações:


x(–x + 2y) = 0.
Essa equação tem como raízes: x = 0 e x = 2y.
Reescrevendo a segunda:
y² + x² – 2y – 3 = 0
Se x = 0,
y² – 2y – 3 = 0.
Esta equação tem como raízes: y1 = 3 e y2 = –1.
Obtemos, assim, os dois primeiros pontos críticos: (0,3) e (0, –1).
Se x = 2y,
y² + x² – 2y – 3 = 0
y² + 4y² – 2y – 3 = 0
5y² – 2y – 3 = 0 .
Esta equação tem como raízes: y3 = 1 e y4 = –3/5.
Obtemos, assim, os dois últimos pontos críticos: (2,1) e (–6/5, –3/5).
Portanto, temos um total de quatro pontos críticos, e não somente dois.
Falso
(2) 10x + 2y – 3x² + xy – y² < 15, para todo (x,y) ∈ R².
RESOLUÇÃO
Aqui devemos achar o máximo global da função f(x,y) = 10x + 2y – 3x² + xy – y² e verificar se ele é realmente menor que 15.
Determinando os pontos críticos:

Reescrevendo essas equações, temos:


–6x + y = –10
x – 2y = – 2
Resolvendo o sistema:
y = 6x – 10
x – 2(6x – 10) = –2
x – 12x + 20 = –2
–11x = –22
x = 2, o que implica y = 2.
Obtemos um único ponto crítico, (2,2).
Em seguida, montamos a matriz hessiana para verificar se o ponto é de máximo local:

Note que a matriz hessiana é negativamente definida, pois ,e . Assim, a função é côncava em todo o R² e como não existe qualquer outro
ponto crítico, o ponto (2,2) não só é ponto de máximo local, como também é ponto de máximo global.
Substituindo o ponto crítico na função:
F(2,2) = (10)(2) + (2)(2) – (3)(4) + (2)(2) – 4 = 12 < 15.
Verdadeiro

(3) (0,0) é ponto de mínimo de .


RESOLUÇÃO
Aqui se utiliza uma resolução alternativa sem que haja necessidade de obtenção de pontos críticos e matrizes hessianas. Note que a função f(x,y) = x² – 4xy + 4y² + x4 + y4,
pode ser escrita como f(x,y) = (x – 2y)² + x4 + y4. Como todos os termos dessa última equação são positivos, o único ponto de mínimo é (0,0), quando a função assume valor
zero.
Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 13
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) Se definimos z(x,y) em torno de (0,0) pela equação , então, (0,0) é ponto crítico de z(x,y).
RESOLUÇÃO

Note que z(x,y) foi definida implicitamente. Além disso, seja .


Por derivação implícita:

Pelo enunciado, temos x = 0 e y = 0. Substituindo esses valores nas expressões acima, temos:

Ou seja, as derivadas parciais zx e zy são bem definidas se z ≠ 0. Vejamos. Substituindo x = 0 e y = 0 em G(x,y,z), obtemos os seguintes valores para z(x,y):
z² = 1, ou seja, z ≠ 0.
Assim, as derivadas implícitas existem. Como os numeradores são zero, as derivadas implícitas são zero. Portanto, zx = zy = 0, e (0,0) é ponto crítico.
Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 9

Considerando a função , assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):


(1) (0,0) é ponto de mínimo de f no plano R².
RESOLUÇÃO
Inicialmente, determinamos os pontos críticos.

.
Da segunda equação, temos: y = 0 ou x = –1.
Se y = 0, pela primeira equação, x = 0.
Se x = –1, também pela primeira equação, –4 = –y². Daí, temos, y² = 4: y = –2 ou y = 2.
Portanto, são três os pontos críticos: (0,0), (–1,–2), (–1,2).
Para determinar se esses pontos são de máximo, de mínimo ou ponto de sela, montamos a matriz hessiana:

No ponto (0,0),

|He1| = 4 > 0, |He| = 8 > 0, e a matriz é positivamente definida.


Portanto, o ponto é de mínimo local.
No ponto (–1,2),
A matriz é indefinida e o ponto é de sela.
No ponto (–1,–2),

A matriz é indefinida e o ponto é de sela.


Como vimos, (0,0) é mínimo local. Porém, note que no enunciado pergunta-se se (0,0) é ponto de mínimo de f no plano R², ou seja, se é ponto de míni-
mo global.
Esse ponto será de mínimo global se para todo (x,y) ∈ R², f(0,0) ≤ f(x,y). Vejamos se isso ocorre. Note que no ponto (0,0), f(0,0) = 0. Assim, esse ponto será de mínimo
global se f(x,y) ≥ 0 para todo (x,y) ∈ R². Note que tem dois termos positivos e outro cujo sinal é definido pelo sinal de x: se x < 0,
xy² < 0. A função f(x,y) pode assumir valores negativos? Por exemplo, quando x = y, a função do problema se torna:
f(x,y)= 2x² + xy² + y²
f(x) = 2x² + x³ + x² = x²(3 + x) Para qualquer valor x < –3, f(x) < 0. Ou seja, o mínimo no ponto (0,0) é somente local.
Vejamos se existe algum mínimo global na função. Fazendo o limite a seguir, temos:

Portanto, não existe mínimo global.


Falso
(3) (–1,2) é ponto de sela de f.
RESOLUÇÃO
Como vimos anteriormente, (–1,2) é ponto de sela.
Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 4

Considere a função definida por , em que . Julgue as afirmativas:


(1) A função f possui um ponto de máximo absoluto em
RESOLUÇÃO

A função não possui máximo absoluto. Note, por exemplo, que .


Falso
2010 - QUESTÃO 5
Sejam f: R² → R definida por f(x,y) = x + y, g: R² → R definida por g(x,y) = x² + y² e h: R² → R definida por h(x,y) = x³y³ – x – y + 1. Julgue as afirmativas:
(0) g possui ponto de máximo absoluto em R²;
RESOLUÇÃO
A função g(x,y) = x² + y² não tem ponto de máximo absoluto. Basta verificar que:

.
Falsa

35 – OTIMIZAÇÃO CONDICIONADA - Parte 1

Os problemas de otimização condicionada são muito frequentes em provas da ANPEC, e também utilizam técnicas variadas de resolução. Assim, eles foram classificados em
sete subgrupos e cada um deles compõe uma seção distinta do capítulo. Essas seções são: 35.1 -Usando a simetria do problema; 35.2 - Restrições de igualdade; 35.3 - Funções
com módulos; 35.4 - Restrições de desigualdade: parte 1; 35.5 – Restrições de desigualdade: parte 2; 35.6 – Questões com funções de máximos de problemas de otimização; 35.7 -
Outras questões de otimização.
35.1– Usando a simetria do problema
Em muitos problemas de otimização condicionada não é necessária a utilização da função Lagrange, método muito utilizado para resolução de problemas de otimização
condicionada. Utiliza-se a simetria do problema que permite uma resolução rápida e direta. Nos problemas que se seguem estaremos basicamente maximizando uma função f(x,y)
= xy, ou similar, em uma região simétrica em relação à reta x = y. Pode-se concluir que o ponto de máximo (x, y) da função f(x,y) necessariamente satisfaz x = y. Da mesma
forma, se y = –x, então, o mínimo é obtido.
Por razões didáticas, as questões não são discutidas em ordem cronológica.
2000 - QUESTÃO 11

Sendo dada a função , calcule o valor máximo de f(x,y) sujeito às restrições: x² + 2y² ≤ 2 e 2x³ + y² ≤ 2:
RESOLUÇÃO

Inicialmente note que a função a ser maximizada é similar a H(x,y) = xy. Isto é, o ponto de máximo dessa função e também daquela descrita no enunciado
, é o mesmo.
Note que se trocarmos x com y de lugar na função a ser maximizada, que é denominada função objetiva, , a função permanece a mesma. Note que
a função só será definida se xy ≥ 0. Assim, considere que isso ocorre.
Além disso, o espaço de restrições é formado pela interseção de duas elipses representadas no diagrama a seguir, em cinza. Note que essas áreas são simétricas com relação à
reta y = x, ou seja, trocando x com y de lugar nas restrições, o espaço de restrições não se altera:

Portanto, por simetria, no ponto de máximo: x = y.


Se x = y, então:
2x² + x² ≤ 2
3x² ≤ 2 .
Isso implica
x² ≤ 2/3,
–(2/3)1/2 ≤ x ≤ (2/3)1/2
Da mesma forma, se x = y, a função objetiva se torna:
f(x,y) = (6xy)1/2 = (6x²)1/2 = 61/2 (x²)1/2
Assim, o máximo será obtido nos extremos do intervalo em que x é definido. Como x² assume o mesmo valor em ambos os extremos, temos dois pontos de máximo:

e .
Substituindo na função objetiva:
Max f(x) = [61/2][2/3]1/2 = [31/2 21/2][21/2/31/2] = 2.
2001 - QUESTÃO 10
Dada a função f: R² → R definida por f(x,y) = xy, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) O valor máximo de f sujeito à restrição |x| + |y| ≤ 2 é igual a 1.
RESOLUÇÃO
Note que a função objetiva é f(x,y) = xy. Além disso, como já descrito na questão anterior, o espaço da restrição neste problema também é simétrico em relação a y = x:

Assim, por simetria, sabemos que no ponto de máximo, x = y. A função a ser maximizada se transforma em f(x) = x² e a restrição se transforma em:
2|x| ≤ 2, o que implica |x| ≤ 1.
Assim temos o intervalo para os valores de x: –1 ≤ x ≤ 1.
Então, como a função a ser maximizada é f(x) = x², os máximos são obtidos nos extremos do intervalo, ou seja, x = –1 ou x = 1.
Assim temos:
Max f(x) = x² = f(–1) = f(1) = 1.
Verdadeiro
(1) O valor máximo de f sujeito às restrições y + 2x ≤ 2 e 2y + x ≤ 2 é igual a 1.
RESOLUÇÃO
Neste problema, o espaço de restrições também é simétrico. Basta trocar
x com y de lugar nas restrições e verificar que o espaço não muda. Por simetria, x = y, e a função objetiva é, mais uma vez, f(x) = x². As restrições se tornam:
3x ≤ 2
x ≤ 2/3

Note, porém, que como , a função não tem máximo.


Falso
(2) O valor máximo de f sujeito à restrição x² + y² ≤ 2 é igual a 1.
RESOLUÇÃO
Por simetria e seguindo os mesmos passos realizados anteriormente, temos para a restrição:
2x² ≤ 2
x² ≤ 1
–1 ≤ x ≤ 1.
No extremo x = ± 1 e Max f(x) = f(–1) = f(1) = 1.
Verdadeiro
(4) O valor máximo de f sujeito às restrições x ≥ 0, y ≥ 0, –2 ≤ y + 2x ≤ 2 e
–2 ≤ 2y + x ≤ 2 é inferior a 1.
RESOLUÇÃO
Seguindo os mesmos passos, das duas últimas restrições descritas no enunciado, temos:
–2 ≤ 3x ≤ 2.
Como x ≥ 0, temos:
0 ≤ x ≤ 2/3.
O Max f(x) = x² será alcançado em x = 2/3, f(2/3) = 4/9 < 1.
Verdadeiro
(3) O valor mínimo de f sujeito às restrições –2 ≤ y + 2x ≤ 2 e –2 ≤ 2y + x ≤ 2 é igual a –4 (menos quatro).
RESOLUÇÃO
Como a região do espaço das restrições é simétrica, o mínimo ocorre quando x = –y. Assim, f(x,y) = xy se torna f(x) = –x².
Se x = –y, as restrições se tornam: –2 ≤ x ≤ 2.
O mínimo será alcançado nos limites do intervalo, ou seja, em x = –2 e
y = 2 ou em x = 2 e y = –2.
Em ambos os pontos: Min f(x) = f(–2) = f(2) = –4.
Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 12

Calcule o valor máximo da função sujeito a x + y + z = 90:


RESOLUÇÃO
Os problemas descritos anteriormente apresentavam simetria no plano. Esse mesmo tipo de raciocínio pode ser utilizado em mais dimensões, como neste problema que
apresenta simetria entre três variáveis. Assim, por simetria, no ponto de máximo: x = y = z.
Pela restrição, temos: x + y + z = 90, o que implica 3x = 90, ou seja,
x = y = z = 30.
Substituindo na função: Max f(x,y,z) = (30* 30* 30)1/3 = 30.
1995 - QUESTÃO 7

Seja a função sujeita à restrição , em que N é um número natural. Calcule


RESOLUÇÃO

Utilizando o mesmo raciocínio da questão anterior, pela simetria do problema, todas as variáveis são iguais no máximo: . Assim, a função no máximo
assume o seguinte valor:
.
Segundo a restrição: . No máximo: , ou seja, , o que implica . Como esse resultado

independe de N, .
2006 – QUESTÃO 13
Resolva o seguinte problema de maximização condicionada:
RESOLUÇÃO
O ponto-chave para a resolução dessa questão é reescrevê-la como:

s.a. x + 2y + 3z + 4w ≤ 12
x, 2y, 3z, 4w ≥ 0 .
Renomeando as variáveis com x = x’, 2y = y’, 3z = z’ e 4w = w’, temos:

,
sujeito a x’+ y’ + z’ + w’ ≤ 12
x’,y’,z’,w’ ≥ 0
Assim, um problema que aparentemente não poderia ser feito por simetria, com essa mudança de variável passa a ser simétrico. Desta maneira, no ponto de máximo:
x’ = y’ = z’ = w’, o que implica:
4x’ ≤ 12 ⇒ x’ ≤ 3
Como x ≥ 0, então 0 ≤ x’ ≤ 3.
O máximo é obtido para x’ = 3, o que implica:

2009 – QUESTÃO 13
Sejam f,g: R² → R, dadas por f(x,y) = xy + 5 e g(x,y) = x² + y². Encontre o valor máximo de f restrita à g(x,y) ≤ 2.
RESOLUÇÃO
Temos uma função objetiva f(x,y) = xy + 5 a ser maximizada sujeita a uma restrição de desigualdade g(x,y) = x² + y² ≤ 2.
Por simetria, o máximo é obtido em x = y. Assim ficamos com:
x² + y² ≤ 2
2x² ≤ 2
x² ≤ 1
–1 ≤ x ≤ 1
Dado que f(x,y) = xy + 5 no ponto de máximo se torna f(x) = x² + 5, o máximo é obtido em x = –1 ou x = 1. Assim, o valor máximo de f(x) sujeito a restrição é f(–1) = f(1) =
1 + 5 = 6.
35.2– Restrições de igualdade
Nos problemas discutidos na seção anterior não foi necessário o uso da função Lagrange. Essa função é utilizada na otimização condicionada de problemas com restrição de
igualdade e de desigualdade. Aqui são agregadas as questões de otimização condicionada com restrição de igualdade que utilizam diretamente a função Lagrange, mas de forma
bastante simples. Nas próximas seções serão apresentadas as questões com módulos, restrições de desigualdade ou algum outro ponto técnico específico.
O problema típico que será abordado aqui tem o seguinte formato:
max f(x,y) sujeito à restrição h(x,y) = a.
Assim, temos uma função objetiva com duas variáveis, f(x,y), a ser maximizada ou minimizada, sujeita a uma única restrição de igualdade.
O primeiro passo do método é escrever a restrição no formato: h(x,y) – a = 0.
Em seguida, monta-se o lagrangeano do problema:

, onde µ é o multiplicador de Lagrange.


Depois, obtêm-se as derivadas parciais do lagrangeano e iguala-as a zero:
Lx = 0
Ly = 0
Lµ = 0
Assim, obtém-se um sistema de 3 equações e três incógnitas e calculam-se os pontos críticos da função lagrangeana. Uma vez obtidos esses pontos, deve-se determinar se
eles são de máximo, de mínimo ou nenhuma dessas alternativas. Em geral, em problemas de maximização, verificamos em qual dos pontos a função assume o maior valor.
Um procedimento alternativo mais formal, porém mais trabalhoso, é utilizarmos as condições de segunda ordem com o uso da matriz hessiana orlada. Seja uma matriz H
montada a partir de n variáveis e k restrições. Cheque os sinais dos últimos (n – k) menores líderes principais. No caso da matriz a seguir, temos duas variáveis e uma restrição e
devemos verificar um único determinante, que é o da matriz toda:

Se det H tem o mesmo sinal que (–1)n e os sinais dos menores líderes principais se alternam, então, o ponto é de máximo.
Se det H tem o mesmo sinal que (–1)k e os sinais dos menores líderes principais são iguais a este primeiro, então, o ponto é de mínimo.
Se essas relações são violadas por determinantes não nulos, o ponto não é de máximo nem de mínimo.
1996 - QUESTÃO 7
Determine o valor mínimo da função sujeito a xy = 2:
RESOLUÇÃO
Seguindo os passos descritos anteriormente, escrevemos a restrição no formato h(x,y) – a = 0:
xy – 2 = 0.

Em seguida, montamos o lagrangeano :

Depois obtemos as derivadas parciais e as igualamos a zero, que são as condições de primeira ordem:

Reescrevendo as equações anteriores, temos:


8x = (2 + µ)y
2y = (2 + µ)x
xy = 2
Dessa terceira equação, temos que x ≠ 0 e y ≠ 0. Então, isolando o termo (2 + µ) das duas primeiras equações, ficamos com:
(2 + µ) = 8x/y = 2y/x,
o que implica
8x² = 2y²
4x² = y²
y = ± 2x.
Como xy = 2, então x > 0 e y > 0 ou x < 0 e y < 0.
Assim, y = 2x.
Substituindo na equação xy = 2, temos:
(x)(2x)= 2
x² = 1
x=±1
Obtemos, assim, dois pontos candidatos a mínimo: x = 1 e y = 2 ou x = –1 e y = –2.
Substituindo esses dois pontos na função objetiva:
f(x,y) = 4x² – 2xy + y²
f(1,2) = 4 – 4 + 4 = 4
f(–1,–2) = 4 – 4 + 4 = 4, obtemos valores iguais.
Para determinarmos se o ponto é de máximo ou de mínimo, utilizamos a matriz hessiana orlada com as condições de segunda ordem:

No ponto (1,2), µ = 2, e temos:

Lembrando-se das relações descritas anteriormente, para o caso específico deste problema com duas variáveis e uma restrição temos que testar o sinal de somente uma
matriz: n – k = 2 – 1 = 1, que é justamente toda a matriz acima.
|H| = –32 < 0.
Se det H tem o mesmo sinal que (–1)k, em que k é o número de restrições, ou seja, k = 1 e (–1)1 = –1 < 0, o ponto é de mínimo local.
Assim, os pontos encontrados são de mínimo local. Como não há outros pontos críticos e como ambos os pontos assumem o mesmo valor, os pontos são de mínimo global.
1997 – QUESTÃO 8
Considere o seguinte problema de otimização condicionada:

Julgue as afirmativas:
(0) Quatro pontos diferentes satisfazem as condições de primeira ordem.
RESOLUÇÃO
Note que neste problema temos 3 variáveis e uma restrição. Assim, ele difere um pouco do problema anterior, mas a resolução é similar. Montamos o lagrangeano e obtemos
as condições de primeira ordem:
L (x,y,z,µ) = 3xy + z² – µ(x² + y² + z² –81)
Lx = 3y – µ(2x) = 0 (1)
Ly = 3x – µ(2y) = 0 (2)
Lz = 2z – µ(2z) = 0 (3)
Lµ = –(x² + y² + z² – 81) = 0. (4)
De (3), temos:
2z(1 – µ) = 0, o que implica:
z = 0 ou µ = 1.
Se z = 0
De (4), temos:
x² + y² = 81.
De (1) e (2), temos:
3y = 2xµ
3x = 2yµ.
Pela equação x² + y² = 81, não podemos ter as duas variáveis, x e y, iguais a zero simultaneamente. Assim, tomando as equações 3y = 2xµ e 3x = 2yµ com x ≠ 0 e y ≠ 0 e
isolando µ dessas, temos:

De x² + y² = 81:
2x² = 81
x = ± 9/(2)1/2.
Obtemos assim quatro pontos que satisfazem as condições de primeira ordem com z = 0:

Note que µ pode assumir valores positivos, se x = y, ou negativos, se x = –y: µ = ± 3/2.


Se µ = 1
De (1) e (2):
3y = 2x e 3x = 2y, o que implica x = y = 0.
De (4):
z² = 81 ⇒■z = ± 9.
Obtemos assim mais dois pontos que satisfazem as condições de primeira ordem: (0,0,9) e (0,0,–9).
Como vimos, a afirmação é falsa. São seis os pontos que satisfazem as condições de primeira ordem, e não quatro.
Falso
(1) No ponto (x*,y*,z*) que resolve o problema, Q(x*,y*,z*)=27.
RESOLUÇÃO
Como discutido no enunciado, temos um problema de maximização condicionada. Assim, esse ponto que resolve o problema, o ponto x*,y* e z*, é ponto de máximo sujeito
à restrição dada. No problema anterior obtemos seis pontos críticos que são candidatos a máximo. Sabendo que:
Q(x,y,z) = 3xy + z², substituindo os valores dos pontos críticos na função, temos:
A afirmação é falsa. O valor obtido no máximo é superior a 27, mais especificamente .
Falso
(2) O ponto (0,0,9) satisfaz as condições de segunda ordem.
RESOLUÇÃO
Como vimos, o ponto satisfaz as condições de primeira ordem, mas não é o máximo da função na restrição, como discutido no item anterior. Vejamos o que indicam as
condições de segunda ordem para o problema:

No ponto dado (0,0,9), sabendo que µ = 1, temos:

Sabemos que se n = 3 e k = 1, devemos testar o sinal dos n – k = 3 – 1 = 2 menores líderes principais.


Para toda a matriz, temos:

Para o menor líder principal seguinte:

Lembrando que:
a)Se det(H) tem o mesmo sinal que (–1)n, ou seja, n = 3 e (–1)³ = –1 < 0, e os demais alternam, o ponto é de máximo local.
b)Se det(H) tem o mesmo sinal que (–1)k, ou seja, k = 1 e (–1)¹ = –1 < 0, e os demais são iguais, o ponto é de mínimo local.
c)Se essas relações são violadas por determinantes não-nulos, o ponto não é de máximo nem de mínimo.
No caso desse problema, o ponto não satisfaz as condições de segunda ordem para máximos. O ponto também não satisfaz as condições para mínimo. Ou seja, viola ambas
relações, indicando que o ponto não é de máximo nem de mínimo.
Falso
(3) O multiplicador de Lagrange associado à solução é negativo.
RESOLUÇÃO

Como vimos, o máximo é alcançado nos pontos e . Nestes pontos, µ = 3/2 > 0. Note que essa questão foi anulada.
Falso
2000 - QUESTÃO 5
Calcule a distância entre a origem (0,0,0) e o ponto sobre a superfície z² – xy = 1 que lhe é mais próximo (da origem).
RESOLUÇÃO
A distância de um ponto até a origem é dada por D = (x² + y² + z²)(1/2). Neste problema temos que minimizar a distância sujeita à restrição do enunciado, que é dada pela
equação da superfície.
Por simplicidade, em vez de utilizar a distância como função objetiva, vamos minimizar a distância ao quadrado, pois o ponto de mínimo é o mesmo.
Assim, a função objetiva se torna: D² = (x² + y² + z²).
Montamos o lagrangeano, obtemos as condições de primeira ordem e os pontos críticos:
L = x² + y² + z² – µ(z² – xy – 1)
Lx = 2x – µ (–y) = 0 (1)
Ly = 2y – µ(–x) = 0 (2)
Lz = 2z – 2µz = 0 (3)
Lµ = –(z² – xy – 1) = 0 (4).
De (1) e (2):
2x = –µy,
2y = –µx.
Assim x = y = 0 ou se x ≠ 0 e y ≠ 0:

De (3): 2z(1 – µ) = 0, ou seja, z = 0 ou µ = 1.


Se z = 0
De (4): xy = –1, e x ≠ 0 e y ≠ 0.
Uma vez que x = ±y, implica x = –y e x = ±1
Obtemos dois dos pontos críticos da função lagrangeana: (1,–1,0) e (–1,1,0).
Se µ = 1
(1) 2x = –y
(2) 2x = –x
Daí decorre que x = y = 0.
De (4): z² = 1 ⇒ z = ±1
Assim, obtemos mais dois pontos: (0,0,1) e (0,0,–1)
Substituindo esses quatro pontos na equação da distância:
D = (x² + y² + z²)(1/2)
Para os pontos (1,–1,0) e (–1,1,0): D = 21/2.
Para os pontos (0,0,1) e (0,0,–1): D = 1
Estes últimos são os pontos de mínimo.
2005 - QUESTÃO 14

Seja (x0,y0) o vetor que maximiza a função na região . Calcule o valor de .


RESOLUÇÃO
Inicialmente utilizamos o lagrangeano com as respectivas condições de primeira ordem:

Lµ = –(2x + 3y – 5) = 0 .
Note que para que a função objetiva seja definida necessariamente x,y > 0. Para que as condições de primeira ordem sejam válidas devem ter x ≠ 0 e y ≠ 0.
Igualando os valores de µ das duas primeiras equações, temos:

Substituindo na última equação, obtemos:

Temos então um ponto (5/4, 5/6), que pode ser o ponto que maximiza a função f(x,y).
Note que nas soluções de canto, com x →■0 ou y → 0, por causa da restrição, a outra variável assume valores finitos. Assim, a função objetiva tem como limites

.
Portanto, a função não tem mínimo e o ponto crítico obtido com o uso do lagrangeano é de máximo.
Assim, não necessitamos utilizar as condições de 2ª ordem. Calculando o valor de a, como descrito no enunciado:
2007 - QUESTÃO 14
Neste problema, todas as variáveis são não-negativas. Considere o problema de maximização:

Se (x*,y*,z*) é a solução, calcule x*+y*+z*.


RESOLUÇÃO
Escrevemos o Lagrange e resolvemos o problema pela metodologia usual:

Que tem como condições de primeira ordem:

Isolando o µ das três primeiras equações, temos:

Se x, y ou z forem iguais a zero, a função objetiva assume o valor zero. Como estamos maximizando a função, buscamos um ponto em que: x,y,z > 0 e,
consequentemente, f(x,y,z) > 0
Assim, as relações de igualdade, tomando as duas primeiras e depois as duas últimas, se tornam:
y = 2x
5z = 2y
Substituindo na quarta condição de primeira ordem:
2x + y + 5z = 40
2x + y + 2y = 40
2x + 2x + 4x = 40
x* = 5.
Assim, obtemos o valor de x* e dos correspondentes y* e z*, e somamos os três:
x* = 5
y* = 10
z* = 4
x* + y* + z* = 19.
2010 - QUESTÃO 5
Sejam f: R² → R definida por f(x,y) = x + y, g: R² → R definida por
g(x,y) = x² + y² e h: R² → R definida por h(x,y) = x³y³ – x – y + 1. Julgue as afirmativas:

(1) Os pontos críticos de f na restrição são e ;


RESOLUÇÃO
Montando o Lagrangeano do problema e obtendo as condições de 1ª ordem, temos:

Dado que µ ≠ 0, isolando das duas primeiras equações e igualando-as, temos:


Substituindo essa relação na terceira das equações, temos:

Assim, obtemos os dois pontos propostos: e .


Verdadeira
35.3– Funções com módulos
Nesta seção foram incluídas as questões que são semelhantes às descritas na seção anterior, mas que possuem módulos na função objetiva ou nas restrições.
Algumas das questões utilizam o lagrangeano de forma similar ao já discutido anteriormente e outras, por apresentarem alguma possibilidade de resolução alternativa mais
rápida, são resolvidas com outras metodologias.
1995 - QUESTÃO 5
Indique se as afirmativas seguintes são verdadeiras ou falsas:
(0) O valor máximo da função f(x,y) = |x| + |y| sujeito à restrição x² + y² = 9 é inferior a 3.
RESOLUÇÃO
Essa questão será resolvida sem o uso direto do lagrangeano. Inicialmente obtemos o espaço da restrição, que é um círculo de raio 3:

O ponto (3,0), por exemplo, que aparece em destaque no diagrama pertence ao círculo x² + y² = 9. Note que a função objetiva no ponto assuma o valor:
f(3,0) = |3| + |0| = 3.
Assim, o valor máximo da função é igual ou superior a esse valor.
Falso
(1) O valor máximo da função f(x,y) = |x – 1| + |y – 1| sujeito à restrição
(x – 1)² + y² = 1 é superior a 2.
RESOLUÇÃO
Note que o termo x – 1 aparece na função objetiva e também na restrição. Assim, a resolução deste problema se simplifica com uma mudança de variável:
z = x – 1. Assim, ficamos com:
f(z,y) = |z| + |y – 1| sujeito à restrição z² + y² = 1.
Aqui faremos em partes, de acordo com o sinal dentro dos módulos da fun-
ção objetiva:
Se z > 0 e y – 1 > 0, ou seja, y > 1:
Essa situação deve ser descartada, pois não satisfaz a restrição z² + y² = 1.
Se z < 0 e y – 1 > 0, ou seja, y > 1:
A situação não é satisfeita pelo mesmo motivo anterior.
Ficamos então com as duas outras possibilidades.
Se z > 0 e y – 1 < 0, ou seja,y < 1:
A restrição é satisfeita e o lagrangeano toma a seguinte forma:
L = |z| + |y – 1| – µ(z² + y² – 1) = z + (1 – y) – µ(z² + y² – 1)
Resolvendo pela metodologia usual, temos:
Lz = 1 – 2zµ = 0 (1)
Ly = –1 – 2yµ = 0 (2)
Lµ = –(z² + y² – 1) = 0 (3)
De (1):
1 = 2zµ, o que implica µ ≠ 0 e z ≠ 0.
De (2):
–1 = 2yµ, o que implica µ ≠ 0 e y ≠ 0.
Assim, dessas duas equações, temos:
2zµ = –2yµ
z = –y.
De (3):
z² + y² = 1
2z² = 1
z = ±1/21/2.
Mas como z > 0, por suposição, então, z = +1/21/2, e obtemos o ponto
(1/21/2, –1/21/2). Note que nesse ponto y < 1, satisfazendo a suposição
da possibilidade.
Se z < 0 e y < 1:
A restrição é satisfeita e o lagrangeano toma a seguinte forma:
L = –z + 1 – y – µ(z² + y² – 1)
Lz = –1 – 2µz = 0 (1)
Ly = –1 – 2µy = 0 (2)
Lµ = –(z² + y² – 1) = 0 (3)
De (1) e (2), temos:
– 1 = 2zµ = 2yµ
Isso implica y ≠ 0, z ≠ 0 e µ ≠ 0.
Além disso,
2z = 2y
z = y.
De (3):
2z² = 1
z = –1/21/2, pois, por suposição, z < 0.
Obtemos o ponto (–1/21/2,–1/21/2).
Assim, das quatro possibilidades de sinais para os módulos, duas não satisfazem a restrição. Das duas outras obtivemos os pontos: (1/21/2,–1/21/2) e (–1/21/2,–1/21/2).
Substituindo ambos os pontos na função objetiva, obtemos os candidatos ao valor máximo da função:
f(z,y) = |z| + |y – 1|

Assim, chegamos a resposta do problema, que é verdadeira.


A título de ilustração completamos toda a resolução. Note que falta analisar o ponto z = 0 e y – 1 = 0, pois temos aí um ponto não-derivável. Neste ponto temos: f(0,1) = 0 <
2.
Verdadeiro

(2) O valor máximo da função sujeito à restrição |x| + y = 1 é igual a 9/2.


RESOLUÇÃO
Neste problema temos um módulo na restrição. A resolução será feita com o lagrangeano para as duas possibilidades de sinais.
Se x > 0, temos:
L = (x + 1)² + (y +1)² – µ(x + y – 1)
Lx = 2(x + 1) – µ = 0 (1)
Ly = 2(y + 1) – µ = 0 (2)
Lµ = –(x + y – 1) = 0 (3)
De (1) e (2):
µ = 2(x +1) = 2(y + 1), o que implica x = y.
De (3):
x+y=1
2x = 1, o que implica x = y = 1/2.
Vejamos o valor da função objetiva nesse ponto:
f(1/2,1/2) = (3/2)² + (3/2)² = 9/4 + 9/4 = 9/2.
Se x < 0, temos:
L = (x + 1)² + (y + 1)² – µ(–x + y – 1)
Lx = 2(x + 1) + µ = 0 (1)
Ly = 2(y + 1) – µ = 0 (2)
Lµ = –(–x + y – 1) = 0 (3)
De (1) e (2):
2(x + 1) = –2(y + 1)
x + 1 = –y – 1
x = – y – 2.
De (3):
(y + 2) + y – 1 = 0
2y = –1
y = –1/2.
Daí decorre o valor de x = –5/2.
Substituindo esse ponto na função:
f(–5/2,–1/2) = (3/2)² + (1/2)² = (9+1)⁄4 = 10⁄4 = 5⁄2.
Se x = 0:
O problema se torna:
f(y) = 1² + (y + 1)² sujeita à restrição y = 1
f(1) = 1² + 2² = 5 > 9/2.
Note que este ponto foi analisado em separado, pois a função f(x) = |x| não é derivável em x = 0, como no problema anterior.
Falso
1998 - QUESTÃO 1
A respeito das funções f: R² → R definidas a seguir, responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(1) O valor mínimo da função f(x,y) = |x| – |y| sujeito à restrição (x – 1)² + y² = 1 é superior a zero.
RESOLUÇÃO
Esse último problema da seção poderia ser resolvido pela metodologia das questões anteriores. Entretanto, faz-se uso de um método mais rápido.
Temos que o ponto (0,0) satisfaz a restrição. A função objetiva tem o seguinte valor no ponto: f(0,0) = 0. Assim, o valor mínimo da função é menor ou igual a zero, e a
afirmação é falsa.
Falso
(2) O valor máximo da função f(x,y) = (x – 1)² + (y – 1)² sujeito à restrição
|x| + |y| = 2 é superior a 4.
RESOLUÇÃO
Também de modo mais rápido que a metodologia usual, se x = 0, pela restrição, |y| = 2. Ou seja, se y = –2, a restrição é satisfeita.
Substituindo na função objetiva, temos:
f(0,–2) = (–1)² + (–3)² = 10 > 4.
Como já obtemos um ponto onde a função é superior a 4, o máximo certamente o será.
Verdadeiro
35.4– Restrições de desigualdade: parte 1
Aqui estão agrupadas as questões de otimização com restrições de desigualdade e que utilizam uma metodologia considerada padrão de aplicação do lagrangeano para
problemas desse tipo.
Outros problemas, que também incluem restrições de desigualdade, mas que são resolvidos com outro tipo de metodologia, são apresentados nas seções seguintes.
Os problemas típicos a serem abordados têm o seguinte formato:
Maximize f(x,y) sujeito a restrição g(x,y) ≤ b;
Minimize f(x,y) sujeito a restrição g(x,y) ≥ b.
Note que os sinais das restrições de desigualdades aparecem invertidos. Para o problema de maximização, temos g(x,y) – b ≤ 0 e para o problema de minimização,
temos g(x,y) – b ≥ 0.
A metodologia de resolução desses problemas também utiliza o lagrangeano. Nos problemas com restrição de igualdade utilizamos a letra µ para o multiplicador de
Lagrange. Aqui, como temos restrições de desigualdade, utilizamos a letra λ:
L(x,y,λ) = f(x,y) – λ(g(x,y) – b)
Obtemos as condições de 1ª ordem com relação às variáveis x e y:
Lx = 0
Ly = 0
Não utilizamos a condição de primeira ordem para o multiplicador de Lagrange. Com relação à restrição de desigualdade temos três equações que devem ser satisfeitas
simultaneamente:
Para problemas de maximização:
Para problemas de minimização:

1998 - QUESTÃO 1
A respeito das funções f: R² → R definidas a seguir, responda V (Verdadeiro) ou F (Falso).
(0) O valor mínimo da função f(x,y) = xy² sujeito à restrição |x| + 9|y| ≤ 9 é inferior a –1 (menos um).
RESOLUÇÃO
Note que o problema é de minimização. Então a restrição é escrita como:
g(x,y) – b ≥ 0.
No caso desse problema, temos:
–|x| – 9|y| + 9 ≥ 0.
Para simplificar o problema, verifique que y aparece ao quadrado na função objetiva. Assim, se x ≥ 0, f(x,y) ≥ 0. Então é imediato verificar que o mínimo da função é obtido
para x < 0. Desta maneira analisamos o problema para as duas possibilidades de sinal de y em separado. Note ainda que y ≠ 0, pois caso contrário, f(x,y) = 0.
y > 0:
A restrição –|x| – 9|y| + 9 ≥ 0 toma o seguinte formato:
x – 9y + 9 ≥ 0
O lagrangeano inclui a restrição escrita desta forma:
L = xy² – λ(x – 9y + 9).
Derivando L parcialmente em função de x e em função de y, temos:
Lx = y² – λ = 0 (1)
Ly = 2xy + 9λ = 0 (2)
Além disso, obtemos as três equações para a restrição de desigualdade:
λ ≥ 0 (3)
x – 9y + 9 ≥ 0 (4)
λ(x – 9y + 9) = 0 (5)
Foram obtidas 5 equações que devem ser satisfeitas no ponto de mínimo.
De (1), sabemos que: y = ±λ1/2.
De (3), sabemos que λ ≥ 0. Como por hipótese, temos y > 0, isso implica
y = λ1/2 > 0.
Como λ > 0, de (5), temos: x – 9y + 9 = 0.
De (2), temos: 2xy = –9λ.
Sabendo que y² = λ, ficamos com: 2xy = –9y².
Como y ≠ 0, temos 2x = –9y,
o que implica x = –(9/2)y.
Substituindo esse valor na equação x – 9y + 9 = 0 temos:
–(9/2)y –9y + 9 = 0,

De posse do valor de y obtemos: x = –(9/2)(2/3) = –3.


A função f(x,y) = xy² assume o seguinte valor nesse ponto:
f(–3,2/3) = –12/9 < –1.
Como esse valor já é menor que –1, não precisamos continuar a análise para
y < 0, pois a afirmação do enunciado é verdadeira.
Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 9

Considerando a função , assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):


(0) (0,0) é ponto de mínimo de f no círculo .
RESOLUÇÃO
Aqui temos um problema de minimização com restrição de desigualdade e utilizamos o procedimento para esse tipo de problema descrito anteriormente. Inicialmente
escrevemos a restrição como: –x² – y² + 1 ≥ 0. Em seguida escrevemos o lagrangeano do problema:
L = 2x² + xy² + y² – λ(–x² – y² + 1)
Depois temos as condições de 1ª ordem:
Lx = 4x + y² + λ(2x) = 0 (1)
Ly = 2xy + 2y + λ(2y) = 2y(x + 1) + 2yλ = 0 (2)
E escrevemos as três equações referentes à restrição de desigualdade:
λ ≥ 0 (3)
–x² – y² + 1 ≥ 0 (4)
λ(–x² – y² + 1) = 0 (5)
De (2), temos:
2y(x + 1 + λ) = 0, o que implica y = 0 ou x + 1 + λ = 0.
Se y = 0:
De (1), temos:
2x(2 + λ) = 0
Como 2 + λ > 0, pois λ ≥ 0, então, x = 0.
Obtemos, assim, o primeiro ponto candidato a mínimo, que é o ponto (0,0), justamente o ponto proposto no enunciado. Note que as cinco equações do problema, (1) até (5),
são satisfeitas. Nesse ponto a função objetiva assume o valor f(0,0) = 0.
Se x + 1 + λ = 0:
Então –x = 1 + λ > 1, pois λ ≥ 0, ou seja, x < 0.
De (1) temos:
2x(2 + λ) = –y²
Como λ ≥ 0, 2 + λ > 0. Além disso, x < 0, assim y ≠ 0.
Em muitos problemas com restrições de desigualdade, chegamos em um ponto da resolução onde podemos fazer hipóteses para tornar o problema mais simples.
No caso que estamos analisando, temos x + y + λ = 0. Além disso, sabemos que
x < 0 e que y ≠ 0. Entretanto, não fomos capazes de determinar os valores das variáveis.
Faremos, então, suposições. Como λ ≥ 0, analisamos os casos separando:
λ = 0 e λ > 0.
Se λ = 0
Como x + 1 + λ = 0,
x = –1
Além disso,
Como 2x(2 + λ) = –y².
4x = –y²
–y² = –4
y² = 4
y=±2
Assim, obtivemos os pontos (–1,2) e (–1,–2). Entretanto, note que de (4) temos:
+ x² + y² ≤ 1.
Essa equação não é satisfeita nesses pontos. Então descartamos essas possibilidades.
Então, necessariamente, ficamos com λ > 0.
De (5) temos:
x² + y² = 1
Entretanto, sabemos que x = –1 – λ.
Assim, x² = (–1 – λ)² > 1, e a equação não é satisfeita.
Então, devemos também descartar essa última possibilidade. O único ponto que satisfaz todas as equações do problema é o ponto (0,0), que é o ponto de mínimo.
Verdadeiro
(2) (–1,0) é ponto de máximo de f no círculo x² + y² ≤ 1
RESOLUÇÃO
Esse é um problema de maximização com restrição de desigualdade. Note que as equações são similares ao problema anterior. No caso da maximização, o único
procedimento que muda é que devemos escrever a restrição do seguinte modo:
x² + y² – 1 ≤ 0. O lagrangeano é obtido com a restrição nesse formato.
Seguindo o procedimento para esse tipo de problema:
L = 2x² + xy² + y² – λ(x² + y² – 1)
Lx = 4x + y² – 2xλ = 0 (1)
Ly = 2y(x + 1 – λ) = 0 (2)
λ ≥ 0 (3)
x² + y² – 1 ≤ 0 (4)
λ(x² + y² – 1) = 0 (5)
De (1), temos:
2xλ = 4x + y².
De (2), temos:
2y(x + 1) = 2yλ.
Até aqui obtemos as equações do problema. Como não chegamos a nenhuma conclusão, como no problema anterior, para resolvermos o problema, devemos fazer suposições
a respeito de valores. Dados os formatos reescritos das equações (1) e (2), iremos fazer suposições a partir dos valores de λ ≥ 0. Note que devemos fazer as duas
suposições, λ = 0 ou λ > 0, em separado.
Se λ = 0:
De (1), temos:
4x + y² = 0.
De (2), temos:
2y(x + 1) = 0, o que implica y = 0 ou x + 1 = 0.
Se y = 0:
De (1), temos que x = 0 e obtemos, então, o primeiro candidato a máximo, que é o ponto (0,0). Nesse ponto a função assume o valor f(0,0) = 0. Note que todas as cinco
equações do problema são satisfeitas.
Se x = –1:
De (1), temos:
y = –2 ou y = 2. Obtemos, então, dois outros candidatos a máximo, que são os pontos (–1, 2) e (–1,2). Entretanto, esses pontos não satisfazem a equação (4) e devem ser
descartados.
Uma vez analisadas todas as possibilidades com λ = 0, passamos para λ > 0.
Se λ > 0:
De (5), temos x² + y² = 1.
Como não conseguimos avançar nesta suposição, fazemos outra dentro da primeira. Utilizaremos como suposição secundária: y = 0 ou y ≠ 0.
Se y = 0
De (5), temos: x = ±1.
Obtemos outros dois pontos candidatos a máximo (1,0) e (–1,0). Substituindo esses pontos na função temos: f(1,0) = 2 e f(–1,0) = 2. Note que esses pontos satisfazem todas
as cinco equações do problema. Além disso, f(1,0) = f(–1,0)= 2 > f(0,0) = 0.
Ou seja, descartamos esse último ponto como candidato a máximo.
Se y ≠ 0
De (2), temos: x + 1 = λ
Substituindo o valor λ obtido de (2) em (1), temos: (2x)(x + 1) = 4x + y². Reescrevendo essa equação, temos: 2x² – 2x = y².
Sabemos que x² + y² = 1, o que implica y² = 1 – x².
Substituindo esse valor de y2 na equação anterior:
2x² – 2x = 1 – x²
3x² – 2x – 1 = 0.
Essa equação de 2º grau tem as seguintes raízes: x1 = 1 e x2 = –1/3.
Se x = 1
De (5) temos y = 0, o que não satisfaz a condição y ≠ 0. Portanto, o ponto é descartado.
Então x = –1/3,
x² = 1/9 e de (5): y² = 8/9,y = ± (8/9)1/2.
Obtemos, assim, dois outros candidatos a pontos de máximo, que são os pontos (–1/3,(8/9)1/2) e (–1/3,–(8/9)1/2). Nesses pontos a função assume o seguinte valor: f(–1/3,
±(8/9)1/2) = 22/27.
Concluindo, em todas as possibilidades analisadas foram obtidos cinco candidatos a máximo. Esses pontos são: (0,0),(1,0),(–1,0), (–1/3,–8/91/2) e
(–1/3,8/91/2). Dentre esses, a função tem seu maior valor em (1,0) e (–1,0). Esses são os pontos de máximo, como proposto pelo enunciado.
Verdadeiro
35.5– Restrições de desigualdade: parte 2
Nesta seção estão agrupadas as questões que também contêm restrições de desigualdade, como na seção anterior. Entretanto, como o procedimento de resolução difere do
que foi considerado padrão, essas questões são discutidas em separado. Por questões didáticas, a ordem cronológica não é seguida nessa seção.

35 – OTIMIZAÇÃO CONDICIONADA - Parte 2

2004 - QUESTÃO 9
Considerando a função , assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(4) para x² + y² < 1.
RESOLUÇÃO
Aqui, devemos comparar f(x,y) proposto no enunciado da questão com a expressão proposta neste item.
Inicialmente, reescrevemos a função do enunciado em um formato similar ao do item:
f(x,y) = 2x² + xy² + y² = x² + xy² + x² + y².
Como nesse problema específico, x² + y² < 1, substituindo essa relação na expressão de f(x, y), temos:
f(x,y) = x² + xy² + x²+ y² < x² + xy² + 1, como proposto pelo enunciado deste item.
Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 7

Seja a função real definida no quadrante .


Julgue os itens abaixo:

(2) O valor máximo do problema de otimização , sujeito a condição 2x + 3y ≤ 1, é igual a ;


RESOLUÇÃO

Devemos obter o máximo de nas restrições indicadas pelo enunciado: e 2x + 3y ≤ 1. Aqui iremos simplificar o problema antes
de resolvê-lo. Note que o espaço definido pelas restrições é um triângulo restrito ao quadrante positivo e tendo como limite superior a reta 2x + 3y = 1.
A função assume o valor zero se uma das variáveis for igual a zero. Como, segundo o espaço das restrições, podemos ter as duas variáveis maiores que zero
simultaneamente, o máximo será obtido para x > 0 e y > 0. Ou seja, as restrições não precisam ser incluídas no problema de maximização, pois
são inativas. Além disso, note que o máximo será obtido na fronteira superior da restrição 2x + 3y = 1, pois fixando qualquer valor de x = x0, o máximo será sempre obtido
no maior valor possível de y. Como isso é válido para todo x pertencente a restrição, o máximo é obtido
na fronteira.
Com essa análise prévia, transformamos o problema de otimização com três restrições de desigualdade em um problema com uma única restrição de igualdade. Então,
seguimos o procedimento para a resolução desse tipo de problema.
Montamos o Lagrangeano do problema e obtemos o ponto de máximo.

Das duas primeiras equações obtemos:

Substituindo na terceira condição de 1ª ordem:

No máximo:

Verdadeira

(3) O valor mínimo do problema de otimização , sujeito a condição , é igual a ;


RESOLUÇÃO
Para esse problema de minimização, também podemos simplificar a resolução. Note que x ≠ 0 e y ≠ 0, pois xy = 1. Assim, o problema se transforma em um com apenas uma
restrição de igualdade. Montamos o Lagrangeano e seguimos as etapas de otimização:

Das duas primeiras equações obtemos:

Da terceira equação, temos:

Como descrito no enunciado, x ≥ 0 e y ≥ 0. Assim:

Daí temos que no ponto de máximo:

Falsa
2003 - QUESTÃO 14
Calcule o valor máximo da função f(x,y) = 3x + 2y, sujeita à restrição
g(x, y) = x1/2 + y1/2 = 5.
RESOLUÇÃO
Este problema parece com aqueles discutidos na seção que apresentou os problemas com restrições de igualdade. O impulso inicial é resolver o problema pela metodologia
proposta nesta seção. Porém note que na restrição temos
x1/2 e y1/2. Portanto, a restrição só será bem definida se x ≥ 0 e y ≥ 0. Ou seja, o problema também tem restrições de desigualdade não explícitas.
Assim, o problema será feito em duas etapas. Inicialmente, tratamos da condição de igualdade, seguindo o procedimento usual, supondo valores de
x,y > 0. Depois, as soluções de canto, com os pontos com x = 0 ou y = 0 serão analisadas.
Assim, para x > 0, y > 0, utilizando o lagrangeano para problemas com restrição de desigualdade, temos:
L = 3x + 2y – µ(x1/2 + y1/2 – 5)
Lx = 3 – µ(1/2)x–1/2 = 0 (1)
Ly = 2 – µ(1/2)y–1/2 = 0 (2)
Lµ = –(x1/2 + y1/2 – 5) = 0 (3)
De (1), temos: 3 = (µ/2)(1/x1/2), o que implica 6x1/2 = µ.
De (2), temos: 2 = (µ/2)(1/y1/2), o que implica 4y1/2 = µ.
Como, por suposição, x, y > 0 temos:
6x1/2 = 4y1/2, o que implica x1/2 = (4/6)y1/2.
Substituindo essa relação em (3), temos:

A partir desse valor, obtém-se o valor de .


Obtemos, assim, o primeiro ponto candidato a máximo (4,9). Substituindo esse ponto na função f(x,y) = 3x + 2y, temos: f(4,9) = (3)(4) + (2)(9) = 12 + 18 = 30.
Esse ponto pode ser um máximo, como queremos, ou não.
Analisando as soluções de canto:
i)Se x = 0 implica, segundo a restrição, y = 25. Nesse ponto a função assume o seguinte valor: f(0,25) = 50 > 30.
ii)Se y = 0, x = 25 e f(25,0) = 75 > 50.
Segue que 75 é o máximo da função.
2002 - QUESTÃO 11
Considere a função U: R² → R definida por . Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) O valor máximo de U no conjunto é maior que 1/2.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, reescrevemos o espaço de restrições
como . Assim, segundo as restrições, o espaço para maximização de U está restrito ao 1º
quadrante, pois x, y ≥ 0, e a fronteira superior é a reta y = 1 – x, pois y ≤ 1 – x.
O diagrama seguinte mostra o espaço de restrições dividido em duas áreas: uma com pontos exemplificados por P0 e a outra com pontos exemplificados por P1. Essas áreas
foram divididas pela reta y = 2x, que pertence a ambas as áreas.

Para um ponto qualquer em P0, P0 = (x0,y0), temos y0 ■ 2x0 e, portanto, U(x0,y0) = 2x0.
Para um ponto qualquer em P1, P1 = (x1,y1), temos y1 ≤ 2x1 e, portanto,
U(x1,y1) = y1.
Segue naturalmente que o máximo entre essas duas áreas se dará na interseção de ambas, ou seja, na reta y = 2x.
Além disso, o máximo será obtido no limite do espaço de restrições ou no ponto de interseção desta reta com y = 1 – x, como descrito no diagrama pelo ponto P2. De posse
destas equações y = 2x e y = 1 – x, obtemos os valores de x = 1/3 e y = 2/3.
Assim, Max U( 1/3,2/3) = Min{2/3,2/3} = 2/3 > 1⁄2.
Verdadeiro
(1) O valor máximo de U no conjunto é maior que 5.
RESOLUÇÃO
Seguindo o mesmo raciocínio utilizado anteriormente, o máximo é obtido na interseção da fronteira, x² + y² = 25 com a reta y = 2x, como mostra o ponto no diagrama.
Assim, temos:
y² = 4x²
x² + 4x² = 25
x² = 5
x = 51/2
Então, obtemos os valores de x = 51/2 e de y = 2(5)1/2. Assim,
Max U = Min{(2)51/2,(2)51/2} = (2)51/2 < 5.

Falso
(2) O valor máximo de U no conjunto é igual a 2.
RESOLUÇÃO
Aqui também obtemos, inicialmente, o espaço de restrições e a reta y = 2x:

Seguindo o mesmo raciocínio, o máximo é obtido na interseção, de y = 2x com y = 1 e x = 1/2. Neste caso .
Falso

(3) O valor máximo de U no conjunto é menor que 1.


RESOLUÇÃO
Aqui também obtemos o espaço de restrições, que é o espaço abaixo da curva representada pela função y = 1/x no primeiro quadrante e a reta y = 2x.

Da mesma forma, o máximo é obtido no ponto de interseção da reta com a curva. Temos para este ponto 2x = 1/x, do qual x = 21/2/2, e Max U = 21/2 > 1.
Falso
(4) O valor máximo de U no conjunto E = A ∩■■■∩■C■∩■D é maior que 1/2.
RESOLUÇÃO
Note pelos diagramas dos espaços de restrição das questões anteriores que:
E = A ∩■■■∩■C■∩■D = A. Vimos para o espaço de restrição A que a afirmação do enunciado era verdadeira.
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 13

Dada a função , definida para x, y, z ≥ 0 , considere o problema:

Se (x*, y*, z*) é a solução do problema, calcule f (x*, y*, z*).


RESOLUÇÃO
Primeiramente, obtemos o espaço das restrições. Note que x, y, z ≥ 0, ou seja, estamos no octante com todas as variáveis positivas. Além disso, 2x + y + 5z = 210 é a
equação do plano com vértices em x = 105, y = 210 e z = 42. Daí ficamos com:

Note que ao fixarmos x = a e y = b, então se z1 ≤ z2, temos , ou seja, a função f(a, b, z) cresce a medida que z cresce; logo o máximo da

função será obtido no plano 2x + y + 5z = 210 . Além disso, como , o máximo será obtido quando .
Assim, temos:
2x + y + 5z = 210
z + 4z + 5z = 210
z = 21
x = 21/2
y = 82
f(21/2,82,21) = 21
As demais questões dessa seção apresentam uma abordagem mais teórica.
2002 - QUESTÃO 12
Considere a seguinte função definida pelo problema de maximização em duas variáveis cuja solução é única e representada pelo vetor (x*, y*):
U(M) = Maxx,y F(x,y) s.a. G(x,y) ≤ M.
em que F e G são funções continuamente 2-vezes diferenciáveis. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(0) Se e , então, a restrição não é ativa.


RESOLUÇÃO
Inicialmente, escrevemos a função lagrangeana do problema:
L = F(x,y) – λ(G(x,y) – M).
Em seguida, obtemos a condição de primeira ordem para x, pois são essas as derivadas que aparecem no enunciado:
∂L/∂x(x*,y*) = ∂F/∂x(x*,y*) – λ∂G/∂x(x*,y*) = 0.
Reescrevemos essa relação, como:

Segundo o enunciado, ∂F/∂x(x*,y*) = 3 e ∂G/∂x(x*,y*) = 1. Substituindo esses valores na condição de primeira ordem, temos:
λ = 3 > 0.
Se λ > 0, a restrição é ativa, e se λ = 0, a restrição é não ativa. Portanto, neste problema, a restrição é ativa.
Falso

(2) No ponto de ótimo, se , então, .


RESOLUÇÃO
Como vimos no problema anterior, no ponto de ótimo temos a seguinte condição de primeira ordem:
∂L/∂x(x*,y*) = ∂F/∂x (x*,y*) – λ∂G/∂x(x*,y*) = 0.
Ou seja, ∂F/∂x (x*,y*) = λ∂G/∂x(x*,y*).
Se ∂F/∂x (x*,y*) < 0, necessariamente, λ∂G/∂x(x*,y*) < 0.
Como λ∂G/∂x(x*,y*) < 0, λ não pode ser zero.
Assim, como a restrição é ativa, ou seja, λ > 0, temos, necessariamente:
∂G/∂x(x*,y*) < 0.
Falso
2005 - QUESTÃO 10
Considere o problema (P) de maximização condicionada:

Os parâmetros reais b e θ são exógenos. Suponha que as funções f e g são duas vezes continuamente diferenciáveis em todos os seus argumentos. Suponha ainda que o
gradiente de g (nas variáveis x e y) nunca se anule. Admita que exista um único ponto crítico (x* (b,θ),y* (b,θ)), aqui expresso como função dos parâmetros. Avalie as
afirmativas:
(1) Quando avaliados na solução do problema, os vetores gradientes de f e de g são paralelos.
RESOLUÇÃO
Como vimos, . Segundo o enunciado, , o que implica que os vetores gradiente da função objetiva e da restrição são paralelos, uma vez que λ > 0.
Verdadeiro
2006 - QUESTÃO 8
Julgue as afirmativas:

(0) Seja f(x1, ..., xn) uma função continuamente diferenciável definida em um conjunto A aberto não-vazio e , em que g é uma
função continuamente diferenciável definida em A tal que seu gradiente nunca se anula, S ≠ ∅ e b é uma constante. Se é solução, então, o gradiente de f em
x* é paralelo ao gradiente de g em x*.
RESOLUÇÃO
Note que a questão foi anulada no exame da ANPEC. Não se especifica que tipo de solução é x*, se de máximo ou de mínimo. A título de ilustração, segue a resolução
provável esperada para um problema de maximização, que é similar ao anterior.

Segundo o enunciado, assumiu-se que temos uma função objetiva f(x1, ..., xn) e uma restrição de igualdade g(x1, ..., xn) = b. Se é uma solução do
problema de maximização, então, temos as condições de primeira ordem:
, que podem ser escritas como: .
Sabemos, segundo o enunciado, que o vetor . Além disso, como µ ≠ 0, pois a restrição é de igualdade, os vetores são paralelos,
como proposto no enunciado.
Anulada
(4) Em um problema de otimização condicionada, se uma restrição não é ativa, o multiplicador de Lagrange associado é sempre não-nulo.
RESOLUÇÃO
Dada a condição de primeira ordem do problema de otimização, , se a restrição não é ativa, ,e o multiplicador de Lagrange associado é sempre
nulo, isto é, λ = 0.
Falso
35.6– Questões com funções de máximos de problemas de otimização
Tome um problema de maximização de f(x1, ..., xn) sujeito a restrição
h(x1, ..., xn) = u. A solução do problema, x*, é função do parâmetro u: x* = F(u). Ou seja, obtemos uma função que determina os máximos do problema de maximização. Essa
seção agrupa as questões que utilizam uma função que é determinada por essas soluções de problemas de otimização.
2001 - QUESTÃO 11
(3) Dada a função f: R² → R, definida por f(x,y) = xy, define-se uma nova função F: R → R pela regra: F(u)= valor máximo de f(x,y) sujeito à restrição .
Então, a derivada dF/du calculada no ponto é igual a 3.
RESOLUÇÃO
Note que nessa questão temos um problema de maximização condicionada com um parâmetro u na restrição. Assim, para cada valor de u temos um valor máximo para o
problema de otimização. Ou seja, temos uma função F(u) que é determinada pelos máximos do problema de otimização. Esse tipo de função também aparecerá em outras
questões dessa seção.
No caso deste problema, inicialmente utilizamos o lagrangeano, como já usado anteriormente:
L = xy – λ(x2/2 + y2/3 – u²).
Note que a restrição é uma área limitada por uma elipse. As dimensões da elipse dependem de u². Por sua vez, o máximo de f(x,y) = xy depende das dimensões dessa elipse.

Isto é, variando o parâmetro u², temos diferentes valores para o máximo de f(x,y) = xy. Ou seja, o máximo é obtido exatamente em e dizemos que a restrição é
ativa, λ > 0. O problema pode, então, ser reescrito como uma maximização com igualdade. Assim, trocamos a letra λ por µ apenas para manter a coerência de nomenclatura
do texto.
L = xy – µ(x2/2 + y2/3 – u²) .
Obtemos as condições de 1ª ordem:
Lx = y – µ(x) = 0 (1)
Ly = x – (2/3)µy = 0 (2)
Lµ = –(x2/2 + y2/3 – u²) = 0 (3)
De (1): x = (1/µ)y.
De (2): x = (2/3)µy.
De (3): x²/2 + y²/3 = u².
Note que se x ou y = 0, f(x,y) = 0. Então, para u ≠ 0, podemos ter outros valores segundo a restrição. Ou seja, no máximo, x ≠ 0 e y ≠ 0.
Assim, de (1) e (2) isolamos µ:

Daí temos:
Entretanto, note que no ponto de máximo, x e y tem o mesmo sinal, caso contrário, f(x,y) < 0. Assim ficamos com:

O valor máximo da função é obtido então em:

Obtendo a relação entre x* e u, temos de (3):

Então .
Assim, obtivemos uma função definida pelos máximos dos problemas de otimização condicionada. Derivando a função, temos:

No ponto especificado: .
A afirmação é verdadeira.
Esse problema foi resolvido com a obtenção da função F(u) via a resolução completa do problema. Existe outro método de resolução que é descrito a seguir, que é menos
trabalhoso, que utiliza o teorema do envelope.
Segundo esse teorema, temos a seguinte relação:

Sabemos que, no caso específico desse problema, . Então segundo o teorema do envelope, .

Resta obter o valor de µ. Sabemos de (1) e (2) que: e . Além disso, sabemos que x,y ≠ 0. Assim, obtemos:

Daí, temos:

No ponto , temos:

Verdadeiro

2002 - QUESTÃO 12
Considere a seguinte função definida pelo problema de maximização em duas variáveis cuja solução é única e representada pelo vetor (x*,y*):
U(M) = Max(x,y) F(x,y) s.a. G(x,y) ≤ M, em que F e G são funções continuamente 2-vezes diferenciáveis. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):

(1) Fixe M e considere . Então, U’(M) = 3.


RESOLUÇÃO
O significado do multiplicador de Lagrange em um ponto de máximo é a base para a resolução desta questão. Segue um teorema sobre o assunto, que sob certas condições é
válido:

Considere o problema de maximização de f(x1, ..., xn) sujeito à restrição de desigualdade g(x1, ..., xn) ≤ M. Seja a solução do problema de maximização, e
seja λ* o multiplicador de lagrange correspondente:
λ* (M*) = ∂F/∂M(x*; M*).
Como vimos anteriormente, temos como condição de primeira ordem: ∂F/∂x(x*,y*) = λ ∂G/∂x(x*,y*).
Se ∂F/∂x(x*,y*) = 3 e ∂G/∂x(x*,y*) = 1, então, λ = 3.
Segundo este teorema, temos:
λ* (M*) = ∂F/∂M(x*; M*) = 3.
Além disso, segundo o teorema do envelope:

.
Verdadeiro

(3) Para um dado M, se , então, U’(M) = 0 não pode ser interpretado como preço sombra.
RESOLUÇÃO

Segundo o enunciado U’(M) = 0, ou seja, λ = 0, e a restrição é não ativa. Além disso, , e, consequentemente:
O preço sombra só tem significado se existe uma restrição ativa na maximização da função. Por exemplo, o preço sombra do insumo j indica o valor máximo que uma firma
estaria disposta a pagar para adquirir mais uma unidade de j. Como a restrição neste problema não é ativa, essa afirmação perde o significado.
Verdadeiro
2003 - QUESTÃO 12

(4) Fixado y ∈ (0,+∞), se V(y) é o valor máximo de , x ∈ (0,+∞), então, V’(y) = 0.


RESOLUÇÃO
Segundo o enunciado y é fixo, assim fixamos y na expressão do enunciado e derivamos a função:

, com y ∈ (0,+∞) fixo


Então, no ponto de máximo:

Daí decorre que o numerador é zero:

Como y > 0, pois y ∈ (0,+∞), então, (1 – y² x²) = 0.


Ou seja, y²x² = 1 e yx = 1, pois também x ∈ (0,∞).
Portanto, o máximo de f(x) é em x = 1/y.
Substituindo esse valor em f(x), obtemos:

Derivando: V’(y) = 0.
Verdadeiro
2004 - QUESTÃO 13
Seja V(b) o valor máximo da função f(x,y) sobre o conjunto determinado pela restrição g(x,y) = b, em que f, g: R² → R são funções duas vezes continuamente diferenciáveis
e b ∈ R é um parâmetro exógeno. Se V(b) = b² – b, determine o multiplicador de Lagrange quando b = 50.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, obtemos o lagrangeano do problema:
L(x,y,µ) = f(x,y) – µ(g(x,y)– b)
Como discutido anteriormente, temos a seguinte relação:

Segundo o enunciado, especificamente para esse problema, V(b) = b² – b é o valor máximo da função, já está expresso em função de b.
Assim o multiplicador de Lagrange tem o seguinte valor u* = dV/db = 2b – 1. No ponto b = 50: u* = 99.
2005 - QUESTÃO 7

Seja v(z) a função que associa a cada , o valor máximo da função f(x,y) = xy na região Avalie as afirmativas:
(0) A função v é positivamente homogênea de grau 2.
RESOLUÇÃO
Partimos do lagrangeano:
Então, obtemos as condições de primeira ordem:
(1) Lx = y – 5µ = 0
(2) Ly = x – 3µ = 0
(3) Lµ = –(5x + 3y – z) = 0.
Das equações (1) e (2), temos:

Substituindo em (3), obtemos:

Substituindo na função objetiva, temos:

A função é homogênea de grau 2 e positiva.


Verdadeiro
(1) A função v é derivável para z > 0
RESOLUÇÃO

A função obtida anteriormente, , é derivável para z > 0.


Verdadeiro
(2) A derivada da função v em z = 1 é igual a 15v(1).
RESOLUÇÃO
A derivada da função é:

No ponto especificado:

, que não é a relação especificada no enunciado.


Falso
(3) v é crescente.
RESOLUÇÃO

Como vimos, tem como derivada . Como segundo o enunciado z ≥ 0, v’(z) ≥ 0 e a função é crescente.
Verdadeiro
(4) v(0) = –∞
RESOLUÇÃO
Substituindo o valor z = 0 na função, obtemos:
v(0) = 0
Falso
2005 - QUESTÃO 10
Considere o problema (P) de maximização condicionada:

Os parâmetros reais b e θ são exógenos. Suponha que as funções f e g são duas vezes continuamente diferenciáveis em todos os seus argumentos. Suponha ainda que o
gradiente de g (nas variáveis x e y) nunca se anule. Admita que exista um único ponto crítico (x* (b,θ),y* (b,θ)), aqui expresso como função dos parâmetros. Avalie as
afirmativas:
(2) Seja λ o multiplicador de Lagrange do problema (P) e V(b,θ) a função-valor, ou seja, a função-objetivo avaliada na solução. Se b varia em uma unidade infinitesimal,
então, V(b,θ) varia em λ unidades infinitesimais.
RESOLUÇÃO
Segundo o teorema do envelope e o significado do multiplicador de Lagran-
ge, temos:

Essa é justamente a afirmação do enunciado.


Verdadeiro

(3) Se g(x,y;θ) = θx + y e se x* (b,θ) = 0, então, .


RESOLUÇÃO
Obtendo o lagrangeano do problema:

Seguindo o teorema do envelope:

Assim:

Note que segundo o enunciado:


x*(b,θ) = 0. Assim, ficamos com:

.
Verdadeiro

(4) Se b > 0, g(x,y;θ) = x + y e , então, o multiplicador de lagrange não depende de b.


RESOLUÇÃO

Inicialmente, obtemos o lagrangeano e as condições de primeira ordem:

(1)

(2)
(3)
Dada a terceira equação, pelo enunciado sabemos que b > 0, isso implica que x e y não podem assumir o valor zero simultaneamente e pelos menos uma das variáveis é
positiva. Note que as condições de primeira ordem são definidas e diferenciáveis.
De (1), obtemos:

E de (2), obtemos:

Assim, igualando essas expressões, obtemos que no ponto de máximo x* = y* o que implica λ = 1/2, que não depende de b.
Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 9
Sejam f, g: R² → R funções diferenciáveis definidas por f(x,y) = xy e
g(x,y) = x4 + y4. Quando restrita ao conjunto não vazio
Kc = {(x,y) ∈ R²: g(x,y) = c}, a função f assume um valor máximoV(c). Seja
λ = λ(c) o multiplicador de Lagrange introduzido para a determinação do máximo da restrição de f ao conjunto Kc. Julgue os itens abaixo:
(0) ∇g – λ∇f, se anula no ponto de máximo de f/Kc: Kc → R.
RESOLUÇÃO
Esse é um problema de maximização com restrição de igualdade. Assim, obtemos o Lagrange da função:

As condições de 1ª ordem são:

Ou em formato de gradiente:
∇f – λ∇g = 0.
Note que essa relação parece com a do enunciado, mas difere desta. Ou seja, o problema tratado no formato usual apresenta essa última relação.
Falso
(1) V(2r²) = r para todo r > 0.
RESOLUÇÃO
Por simetria, o máximo é obtido em x = y. Assim, no máximo f(x,y) = xy se torna f(x) = x2 .
E, então a restrição também pode ser rescrita como:
x4 + y4 = c
2x4 = c

No ponto de máximo, .
No ponto especificado no enunciado, temos:

Para r > 0,
Verdadeiro
(2) λ(c) = V’(c).
RESOLUÇÃO
Esse é justamente o significado do multiplicador de lagrange e o proposto é verdadeiro. A título de ilustração segue a resolução. Tomamos a condição de primeira ordem
com relação a x:

Dado que x,y > 0 e x = y no máximo, temos:

Sabemos que no máximo, , daí temos: .

Partindo de , derivando, temos:

Verdadeira
(3) λ(c)V(c) = 1
RESOLUÇÃO

Temos ,
Falso
(4) Se c = 8, então |f(x,y)| ≤ 2, para todo (x,y) ∈ Kc.
RESOLUÇÃO

Se c = 8, .
Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 7

Seja a função real definida no quadrante .


Julgue os itens abaixo:
(4) Para cada c > 0, seja V(c) a solução do problema de otimização , sujeito a condição 2x + 3y ≤ c. Então V é derivável e V’(2) = V(2).
RESOLUÇÃO

Como vimos no item (2) desse problema na seção anterior, o é obtido na fronteira da restrição: 2x + 3y = c.
Resolvemos o problema de maximização com essa restrição:

Das duas primeiras equações obtemos:

Substituindo na terceira condição de 1ª ordem:

No máximo:
Uma vez obtida a função, verificamos se as relações propostas no enunciado são satisfeitas:

Verdadeira
35.7– Outras questões de otimização
Aqui são agrupadas as questões que não foram classificadas em qualquer das outras seções.
2002 - QUESTÃO 12
Considere a seguinte função definida pelo problema de maximização em duas variáveis cuja solução é única e representada pelo vetor (x*, y*):

, em que F e G são funções continuamente 2-vezes diferenciáveis. Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):


(4) Se F é uma função estritamente côncava, então, as condições de primeira ordem são também suficientes para a solução do problema de maximização.
RESOLUÇÃO
Note que se F: U → R é uma função estritamente côncava e com um ponto interior crítico, então esse ponto é solução do problema de maximização. Entretanto, seja F:
U → R uma função estritamente côncava monotonicamente crescente ou decrescente, onde U é um conjunto compacto, isto é, limitado e fechado. Assim, o máximo será
obtido em um dos extremos de U. Nos extremos de U, a função não é derivável. Então as condições de primeira ordem não existem para esse problema e, portanto, não
necessariamente serão suficientes para determinar o máximo.
Falso
2005 - QUESTÃO 10
Considere o problema (P) de maximização condicionada:

Os parâmetros reais b e θ são exógenos. Suponha que as funções f e g são duas vezes continuamente diferenciáveis em todos os seus argumentos. Suponha ainda que o
gradiente de g (nas variáveis x e y) nunca se anule. Admita que exista um único ponto crítico (x* (b,θ),y* (b,θ)), aqui expresso como função dos parâmetros. Avalie as
afirmativas:
(0) Se g é linear nas variáveis x e y, então, uma condição necessária, mas não suficiente, para que o ponto crítico seja solução é que a função f seja quase-côncava.
RESOLUÇÃO
Pelo enunciado deste item g(x,y;θ) é linear nas variáveis x e y. Uma função linear é côncava e convexa. Como a função é convexa, ela também é quase-convexa, uma vez
que toda função convexa é quase-convexa, como já discutido anteriormente.
Além disso, pelo enunciado geral da questão, sabemos que ∇g(x,y) ≠ (0,0) e também sabemos que no ponto crítico, vale a condição de primeira ordem:
∇f(x*,y*) = µ∇g(x*,y*). Como temos uma restrição de igualdade, µ ≠ 0, então ∇f(x*,y*) ≠ (0,0).
De posse dessa informação, inclui-se na discussão o seguinte teorema:
Sejam f(x,y) uma função quase-côncava com ∇f(x,y) ≠ (0,0) e g(x,y;θ) uma função quase-convexa, como é o caso proposto no enunciado. Se existe um ponto crítico
(x*(b,θ), y*(b,θ)), então, (x*,y*) é ponto de máximo global da função f(x,y) sujeita a restrição g(x,y;θ).
Assim, para o caso desta questão, o máximo global existe. Ou seja, f(x,y) quase côncava é condição suficiente para o máximo.
Falso
2008 - QUESTÃO 7
Sejam f , g : R2 →R funções diferenciáveis definidas por f (x, y) = 2x + y
g(x, y) = x2 − 4x + y. Sejam
U = {(x, y) ∈ R2: g(x, y) ≥ 0, x ≥ 0, y ≥ 0},
V = {(x, y) ∈ R2: g(x, y) ≤ 0, x ≥ 0, y ≥ 0}.
Julgue as afirmativas:

(4)
RESOLUÇÃO
Vimos dos itens anteriores da questão que:

Integrando a expressão acima, temos:

Calcular essa integral foi bastante trabalhoso. Vejamos o resto da questão para verificar se o cálculo da integral era realmente necessário.
Sabemos que o máximo de f se dá na fronteira, assim temos uma otimização com restrição de igualdade.

sujeito a x2 − 4x + y = 0

Da segunda das equações, temos: µ = 1.


Substituindo na primeira, ficamos com: x = 3.
Daí obtemos o valor de y: y = –x² + 4x = –9 + 12 = 3.
O valor encontrado é candidato a máximo de f(x,y) = 2x + y: f(3,3) = 2(3) + 3 = 9.
Note que o ponto (0, 0) está na restrição e f(0, 0) = 0. Da mesma forma, (4, 0) também está na restrição e f(4, 0) = 3. Variando-se f continuamente de (0, 0) a (4, 0) ao longo
da parábola, fica claro que (3, 3) é ponto de máximo.

Assim, do valor da integral, bastava que essa fosse finita.


Falso
2009 - QUESTÃO 1
Seja f: RXR → Rdefinida por f(x,y) = g(x)g(y), em que g: R → R é a função dada por g(x) = x²(2 – x). Seja a = 4/3 e K = [0,2]X[0,2]. Julgue os itens abaixo:
(4) 0 ≤ f(x,y) ≤ f(a,a) (x,y) ∈ K.
RESOLUÇÃO
Note que g(x) ≥ 0 e g(y) ≥ 0 para todo (x,y) ∈ K = [0,2]X[0,2]. Assim, a função f(x,y) = g(x)g(y) assumirá o máximo nesse intervalo quando a função g(x) atingir o seu
máximo no intervalo x ∈ [0,2]. Como vimos no item (0), a = 4/3 é justamente o ponto crítico referente ao máximo, como mostra o diagrama a seguir.

Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 5
Sejam f: R² → R, dada por f(x,y) = min{x + y, 3} e g: R² → R, dada por
g(x,y) = 2x + 2y, e seja . Avalie as afirmativas:
(0) A restrição de f a U é uma função constante.
RESOLUÇÃO
A função é definida como f(x,y) = min{x + y, 3}. Então:
Se x + y ≥ 3, f(x,y) = 3
Se x + y < 3, f(x,y) = x + y
A restrição U pode ser reescrita como:

Note que sujeito a restrição U, a função f(x,y) = 3 é constante.


Verdadeiro
(1) A curva de nível 0 de f é uma reta que passa por (0,3).
RESOLUÇÃO
A curva de nível 0, é dada por f(x,y) = 0, ou seja, x + y = 0, e a reta não passa pelo ponto especificado.
Falso
(2) g(1,2) ≤ g(x,y) para todo (x,y) ∈ U.
RESOLUÇÃO

Note que . Então, para (x,y) ∈ U, temos .


Verdadeiro
(3) Max f(x,y) sujeito a g(x,y) = 4 é 3.
RESOLUÇÃO
A restrição g(x,y) = 4 é o mesmo que 2x + 2y = 4, ou x + y = 2. Em toda a reta, x + y = 2, a função f(x,y) = min{x + y, 3} tem o valor constante igual a 2.
Falso
(4) Max g(x,y) sujeito a f(x,y) = –1 é –2.
RESOLUÇÃO
Dada a restrição f(x,y) = –1, temos f(x,y) = x + y = –1. Nessa região
g(x,y) = 2(x + y) = –2
Verdadeiro

PARTE 8: Álgebra linear: tópicos complementares

Nesta parte do texto são apresentadas as questões classificadas como de álgebra linear em tópicos complementares àqueles discutidos na parte cinco deste
texto. As questões foram divididas em 4 subgrupos e cada um deles compõe um dos capítulos do livro: 36– Traço; 37– Aplicações de autovalores/autovetores
no estudo de sistemas dinâmicos; 38– Espaço vetorial; 39– Transformação linear; e 40– Outras questões de álgebra linear.

36 – TRAÇO

Muitas das questões da ANPEC de álgebra linear utilizam o conceito de traço. Todas elas são discutidas a seguir neste capítulo. O traço de uma matriz quadrada A, traço(A)
ou tr(A), é a soma das suas entradas da diagonal principal ou a soma dos autovalores:

1996 - QUESTÃO 14
Indique as afirmativas verdadeiras e falsas:
Considere as matrizes A e B, ambas quadradas de ordem n. Afirma-se:
(2) traço (A + B) = traço (A) + traço (B).
RESOLUÇÃO

Sabemos que traço e que traço . Assim,

Note que esses são justamente os elementos da diagonal principal de A + B.


Ou seja, traço(A) + traço(B) = traço(A+B).
Verdadeiro
1997 - QUESTÃO 14

Considere a matriz . Julgue as afirmativas:


(0) [(detA) – 98]² + 11 = tr A (em que trA é o traço de A).
RESOLUÇÃO
Como já calculado no capítulo que trata de matrizes inversas, detA = 98.Então: [(detA) – 98]² + 11 = 11. Como trA = 4 + 3 + 4 = 11, então, ambos são iguais.
Verdadeiro
2002 - QUESTÃO 6
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) Seja A uma matriz não-singular com autovalores r1, r2 e r3,com r1 < r2 < r3. Se
r1 = 1 e traço(A) = det(A) = 6,então r2/r1 – r3 = –2
RESOLUÇÃO
Como r1 = 1 ficamos com: 1 < r2 < r3.

Além disso, sabemos que e


Substituindo o valor de r1 = 1 nessas expressões, ficamos com r2.r3 = 6 e r2 + r3 = 5.
Portanto, da última expressão, temos: r2 = 5 – r3.
Substituindo na primeira dessas expressões ficamos com:

Resolvendo, obtemos duas raízes:


r3 = 3 ou r3 = 2
Substituindo esses valores em r2.r3 = 6 e r2 + r3 = 5, temos:
se r3 = 3 → r2 = 2
se r3 = 2 → r2 = 3
Como r3 > r2 , a única possibilidade é r3 = 3, r2 = 2 e r1 = 1.

Daí decorre que .


Falso
2004 - QUESTÃO 5
Responda V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) Seja A uma matriz 2 × 2 com det(A) = 3 e tr(A) = 4. Se x e y são seus autovalores, então,
x² +y² >10.
RESOLUÇÃO
Sabemos que tr(A) = 4 = x + y e que det(A) = 3 = xy.
Portanto, 16 = (x + y)² = x² + 2xy + y² = x² + 6 + y²,em que x² + y² = 10.
Falso
(1) Seja X uma matriz 100 × 8 com posto igual a 8 e seja I a matriz identidade 100 × 100. Então, tr(I – X(Xt X)–1 Xt) = 100 – 8 × 8 = 36, em que tr denota o traço da matriz.
RESOLUÇÃO
Como vimos, tr(A + B) = tr(A) + tr(B), assim a matriz M = (I – X(Xt X)–1 Xt) tem como traço: tr(M) = tr(In) – tr(X(Xt X)–1 Xt).
Dada a dimensão da matriz identidade 100 × 100, tr(In)=100.

Além disso, note que , então temos: . Daí decorre que . Assim, . Por fim,

Mas e .
Daí, temos: tr(M) = 0.
Falso
(2) Sejam A e B duas matrizes n ×■n. Se AB ≠ BA, então, tr, em que
tr(AB) ≠■tr(BA) denota o traço da matriz.
Resolução
Mostraremos com o uso de matrizes 2 x 2 quaisquer que a afirmação do enunciado é falsa.

Sejam e .
Temos:

Portanto, tr[AB] = tr[BA] = ae + bg + cf + dh.


Por outro lado, é lógico que podemos ter AB ≠ BA para uma escolha adequada das constantes. Por exemplo, a = b = g = h = 0 e as demais diferentes de zero.
Na verdade, o resultado geral é: se A e B são matrizes quadradas, então,
tr[AB] = tr[BA], independente da relação AB e BA.
Falso
(3) Seja A uma matriz simétrica não-singular definida positiva. Então, não necessariamente tr(A) > 0, em que tr denota o traço da matriz.
RESOLUÇÃO
Uma matriz A é definida positiva se, e somente se, todos os autovalores de A são maiores que zero. Se todos os autovalores são positivos, o traço, que é a soma entre eles, é
necessariamente positivo.
Falso
(4) Seja A uma matriz simétrica 2 × 2 não-singular definida negativa. Então, tr(A) < 0 < det(A), em que tr denota o traço da matriz e det seu determinante.
RESOLUÇÃO
Ao contrário do caso anterior, A é negativa definida, se, e somente se, todos os autovalores forem menores que zero. Se os autovalores são negativos, o traço será menor que
zero, pois é a soma deles, tr(A) < 0. O determinante de uma matriz é dado pela multiplicação dos autovalores. Como a matriz é 2 × 2, ela tem dois autovalores negativos, e o
produto entre eles é positivo. Portanto, tr(A) < 0 < det(A).
Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 1
Dada a matriz .

(1) Se são os autovalores de A, então, .


RESOLUÇÃO
Os autovalores de uma matriz triangular são iguais aos elementos da diagonal principal da matriz A. Quando se obtém A² = AA, a matriz também é triangular. Além disso,
os elementos da diagonal principal de AA são justamente os elementos da diagonal principal de A ao quadrado. Ou seja, os autovalores de A² são os autovalores de A ao
quadrado.
Com o traço é o somatório dos autovalores. Assim, obtemos justamente o proposto pelo enunciado:

.
Verdadeiro
2005 - QUESTÃO 8
(2) Se uma matriz n × n A é idempotente, então, tr(A) ≥ n.
RESOLUÇÃO
Uma matriz A é idempotente se A² = A. Assim, utilizando a relação,
|AB| = |A||B|, para uma matriz quadrada idempotente, temos:

. Isso implica det(A) = 0 ou det(A) = 1.


Tomando uma matriz identidade, In, que é idempotente, tr(A) = n, como proposto no enunciado. Entretanto, note que uma matriz nula de qualquer ordem também é
idempotente.
Por exemplo:

No caso .
Falso
2006 - QUESTÃO 12
Sejam λ1 e λ2 os autovalores de

Calcule λ1λ2 – (λ1 + λ2).


RESOLUÇÃO
Uma possibilidade para se resolver essa questão é obter os autovalores e substituir na expressão proposta no enunciado. Porém, existe uma alternativa mais rápida.
Note que tr(A) = 7 + 3 = 10 = λ1 + λ2. Note também que o det(A) = 17 = λ1λ2. Assim, calculamos λ1λ2 – (λ1 + λ2) = 17 – 10 = 7.
2007 - QUESTÃO 2
Considere a matriz:

, em que a, b, c são constantes. Julgue os itens:


(0) O traço de A é tr(A) = a + b + c + 6.
RESOLUÇÃO

Como já discutido, o traço é a soma das entradas diagonais:


Falso
(2) Se a, b, c são constantes negativas, a matriz A’A é definida negativa.
RESOLUÇÃO
Obtemos inicialmente a matriz A’A com valores de a, b, e c quaisquer:

Note que essa matriz é simétrica. Toda matriz simétrica tem autovalores reais. Sabemos que o somatório dos autovalores é igual ao traço da matriz. O traço de A’A é dado
por: . Então, como , pelo menos um dos autovalores é necessariamente positivo. Uma matriz
será negativamente definida se todos os seus autovalores forem negativos, o que não é o caso deste problema.
Falso
(3) A matriz A’A é simétrica.
RESOLUÇÃO
Como vimos no item anterior, A’A é simétrica.
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 4
Julgue as afirmativas:
(0) Se uma matriz 2×2 possui determinante igual a um e traço igual a zero, então seus autovalores são números complexos conjugados.
RESOLUÇÃO
Se uma matriz 2×2 possui determinante igual a 1 e traço igual a zero, então sabemos que:

Resolvendo o sistema, temos:

Os autovalores são complexos conjugados.


Verdadeiro
2009 - QUESTÃO 11

Sejam e . Julgue os itens abaixo:


(0) tr(A) = –det(B) então k = 1.
RESOLUÇÃO
Sabemos que tr(A) é a soma dos elementos da diagonal principal da matriz A. Assim, temos:
tr(A) = 2k – 1.
Por outro lado, também sabemos que o determinante de uma matriz triangular é o produto de seus elementos da diagonal principal. Assim, temos:
–det(B) = –(–k²) = k².
Igualando as duas relações, ficamos com:

Verdadeiro

37 – APLICAÇÃO DE AUTOVALORES/ AUTOVETORES NO ESTUDO DE SISTEMAS DINÂMICOS

Uma discussão inicial com autovalores e autovetores foi apresentada na parte 5 no capítulo 26. Muitos problema associados a Economia utilizam esses conceitos. Os
problemas que tratavam de definidade de matriz e concavidade de funções foram apresentados na parte 6 no capítulo 27. Questões que tratavam de traço de matriz foram
apresentadas no capítulo anterior. O presente capítulo inclui algumas poucas questões que utilizaram autovalores e autovetores no estudo de sistemas dinâmicos, outro importante
campo de aplicação desses conceitos.
2002 – QUESTÃO 14
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

(3) Sejam um sistema de 2 equações em diferenças finitas, e r1e r2 os autovalores de A. Se 0 < r1 < 1 e r2 < 0, então, o sistema converge com oscilações para 0
quando n → ∞.
RESOLUÇÃO

Como diz o enunciado, é um sistema de duas equações de diferença. Uma maneira eficaz de resolver sistemas de equações é com a utilização de autovalores e
autovetores.
Se os autovalores r1e r2 são tais que 0 < r1 < 1 e r2 < 0, como proposto no enunciado, então os autovalores são reais e distintos.
Nesse caso, as equações de diferença têm soluções compostas por:

, onde X1 e X2 são respectivamente os autovetores associados aos autovalores, r1e r2.


O sistema irá convergir somente se as duas partes da solução convergirem simultaneamente. A primeira delas , converge para zero uma vez que

|r1| < 1, pois .


Com relação à segunda parte B(r2)nX2, como r2 < 0, essa parte da solução irá oscilar, pois para t par ela é positiva e para t ímpar ela é negativa. Entretanto, ela irá convergir
somente se |r2| < 1. Se |r2| > 1, ela divergirá com oscilações, e se
|r2| = 1, ela oscilará com amplitude constante. Como a segunda parte da solução não necessariamente converge, o sistema não necessariamente converge.
Falso
2006 - QUESTÃO 9
Avalie as afirmativas. Seja:

(2) Seja Ak o produto de A por si mesma k vezes. Então, .


RESOLUÇÃO
Essa questão será resolvida com a utilização do conceito de sistemas de equações de diferença lineares homogêneas. Um sistema assim 2 x 2 tem o seguinte formato geral:

Inicialmente, escreve-se um sistema de equações de diferença baseado na matriz de coeficientes A do enunciado:

Quando todos os elementos da matriz são maiores ou iguais a zero e a soma dos elementos de cada coluna for igual a 1, como é o caso desse problema, temos um processo
de Markov.
Note que podemos escrever esse processo da seguinte forma para k = 0 e para k = 1:

Para um k qualquer, temos:

Assim, o limite proposto no enunciado, , é o mesmo que afirmar que .


Para verificarmos se isso é verdadeiro, inicialmente resolvemos o sistema de equações de diferença e depois analisamos esse limite. Como vimos nos itens anteriores, temos
para a matriz A:

λ1 = 1, λ2 = 1/2, e .
Um sistema de equações de diferença linear homogêneo, como o proposto neste problema, tem a seguinte solução geral:

, em que C1 e C2 são constantes.


Substituindo os valores encontrados nos itens anteriores, temos:
Para o caso específico deste problema em k = 0:
x0 = C1 – C2
y0 = C1 + C2 .
Daí decorre que:
C1 = x0/2 + y0/2
C2 = –x0/2 + y0/2.
Substituindo esses valores na equação de solução do sistema, temos:

Sabendo que , obtemos o limite proposto no enunciado:

Ou seja,

Verdadeiro
(4) A matriz A é nilpotente.
RESOLUÇÃO
Por definição, uma matriz nilpotente é aquela que para algum n ∈ N, tem-se

An = 0. Tomando como base os resultados do item (2), isso significa que para algum n ∈ N teríamos .

Se A fosse nilpotente, como proposto, necessariamente teríamos que , pois:

Entretanto, já vimos no item (2) que isso não ocorre.


Falso
2006 - QUESTÃO 11
Avalie as opções:
(4) Seja A uma matriz n × n que tem n autovalores reais diferentes. Se todos os autovalores de A são menores do que 1 (em módulo), então, .
RESOLUÇÃO
Esta questão também pode ser interpretada como um sistema homogêneo de equações de diferenças, como discutido anteriormente. Se todos os n autovalores são reais,
temos como resolução do sistema com n autovalores/autovetores:

Como os autovalores têm módulo menor que 1, necessariamente , e o sistema converge para 0, como proposto pelo enunciado.
Verdadeiro
2010 - QUESTÃO 15
Considere o sistema de equações diferenciais abaixo.

Se x(0) = 5 e y(0) = 0, encontre .


RESOLUÇÃO
Esse problema será resolvido de três maneiras distintas. A primeira resolução é rápida e direta.
Tome as duas equações do sistema em t = 0 e substitua os valores propostos no enunciado:

Derive cada uma das equações propostas no enunciado:

Tome essas duas equações em t = 0 e substitua os valores calculados:

Derive a primeira dessas equações, obtenha a relação no ponto t = 0 e substitua os valores já encontrados:

Daí temos:

A título de ilustração, faremos esse problema de duas outras formas menos diretas, mas que privilegiam a teoria.
Tome a primeira das equações do sistema e derive:

Isole y e y’dessas equações:

Substitua na segunda equação do sistema:


Você obteve uma equação diferencial de segunda ordem. Resolva-a pelo procedimento padrão:

Uma vez obtida a função x(t), utilize a equação e obtenha y(t):

Com as condições de contorno, obtenha um sistema de equações lineares:

Resolva o sistema e obtenha os valores das constantes:

Retome a equação de x(t) com as constantes determinadas:

Derive três vezes e calcule :

Pode-se também obter a solução do sistema de equações diferenciais utilizando autovalores e autovetores. Segue essa outra possiblidade de resolução.
O sistema de equações pode ser escrito como:

Obtenha os autovalores da matriz :

Ache os respectivos autovalores:


Para λ1 = 4:

Para λ2 = –1:
Como temos dois autovalores reais e distintos, a solução do problema tem o seguinte formato:

exatamente a mesma solução como obtida anteriormente.

38 – ESPAÇO VETORIAL, ESPAÇO-LINHA E ESPAÇO-COLUNA

Nesta seção do texto foram agrupadas as questões que utilizam os conceitos de espaço vetorial. Como esses conceitos são um pouco abstratos, estes são discutidos em
separado anteriormente à apresentação das questões da ANPEC que os utilizam. Por questões didáticas, a ordem cronológica das questões não foi respeitada.
O que é um espaço vetorial?
Um espaço vetorial é um conjunto V onde estão definidas as operações de soma e de multiplicação, tais que para quaisquer elementos do conjunto, ditos
vetores, u, v e w em V e quaisquer escalares r, s e t, os axiomas seguintes são satisfeitos:
1) u + v também é um elemento de V;
2) u + v = v + u;
3) u + (v + w) = (u + v) + w;
4) Existe um elemento em V denotado 0 tal que v + 0 = v, para todo v ∈ V;
5) Para todo v ∈ V existe um elemento em V denotado –v tal que v + (–v) = 0;
6) tv é elemento de V;
7) t(u + v) = tu + tv;
8) (r + s)u = ru + su;
9) r(su) = (rs)u;
10) 1u = u.
Um exemplo típico de espaço vetorial é o Rn. Matrizes de mesma ordem também constituem um espaço vetorial.
O que é um subespaço vetorial?
Um subconjunto W de um espaço vetorial V que satisfaz as 10 propriedades anteriormente mencionadas é um subespaço vetorial. Na verdade, basta verificar se as
propriedades 1 e 6 são satisfeitas, pois as demais são mera consequência de que W ⊂ V.
2010 - QUESTÃO 10
Julgue as afirmativas:

(0) é um subespaço vetorial de R³ e a dimensão de S é 2;


RESOLUÇÃO

Os subespaços de R³ de dimensão 2 são os planos que passam pela origem. Tome x + y = z. Então reescrevemos S como . Essa é
justamente a equação de um plano no R³, que passa por (0, 0, 0).
Verdadeira
O que é espaço-linha e o que é espaço-coluna?
Uma matriz qualquer An×m tem n linhas, e cada uma delas tem m elementos. Cada linha pode ser considerada como um vetor. O subespaço de Rm gerado pelas linhas de A
é denominado espaço-linha. Da mesma forma, o subespaço de Rn gerado pelas colunas de A é denominado espaço-coluna.
1997 - QUESTÃO 13
Sejam A e B matrizes quadradas de mesma dimensão. Julgue as afirmativas:
(2) O espaço gerado pelas colunas de B é igual ao espaço gerado pelas suas linhas.
RESOLUÇÃO
O que é sempre verdade é que os espaços gerados pelas linhas e colunas têm sempre a mesma dimensão, sendo igual ao posto da matriz. Porém, não precisam ser iguais.

Por exemplo, tome a matriz , que tem posto igual a 1. O espaço-linha é gerado pelo vetor (1,1), enquanto que o espaço-coluna é gerado pelo vetor (1,0). Ou
seja, ambos espaços de uma dimensão, porém diferentes.

Segue outro exemplo com a matriz , que tem posto igual a 2. O espaço-linha é gerado pelos vetores LI (1, 1) e (2, 3). Por sua vez, o espaço coluna é gerado
pelos vetores LI (1, 2) e (1, 3). Ambos pares, uma vez que são LI, formam uma base no R2, ou seja, geram todo o R2. Neste caso o espaço-linha é igual ao espaço-coluna
Falso
2002 – QUESTÃO 5
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(1) Se S é o espaço vetorial gerado pelos vetores (1,2, –1) e (3,0,1) e T o espaço vetorial gerado por (1,2,2) e (2,1,3), então, todo vetor que passa pela origem na direção de
(–1,1,–1) pertence S ∩ T.
RESOLUÇÃO
Em outras palavras: o vetor (–1,1,–1) está na interseção dos espaços vetoriais, ou seja, está em ambos os espaços vetoriais S e T? Isto é possível se e, somente se, esse vetor
puder ser escrito como uma combinação linear de cada par de vetores geradores dos espaços vetoriais em separado.
Montando a matriz para cada um dos espaços vetoriais e calculando o determinante para verificar se os vetores são LD, temos:
Para S:

Para T
Como os dois determinantes são zero, o vetor (–1,1,–1) pode ser escrito como combinação dos vetores (1,2, –1) e (3,0,1), que formam o espaço S, e também pode ser
representado pelos vetores do espaço T.
Verdadeiro

39 – TRANSFORMAÇÃO LINEAR

Esse capítulo agrupa as questões que utilizam o conceito de transformação linear e conceitos derivados, como de núcleo e imagem de uma transformação linear. As questões
não são discutidas em ordem cronológica por questões didáticas.
O que é uma transformação linear?
Sejam V e W espaços vetoriais. Uma transformação linear L de espaços vetoriais V e W definidos sobre o mesmo corpo de escalares K a cada vetor X em V associa um
único vetor L(X) em W de tal forma que:
a) L(X+Y) = L(X) + L(Y) para todo X,Y ∈ V
b) L(cX) = cL(X) para todo c ∈ K.
2003 - QUESTÃO 5

(3) Seja T: Rn → Rn uma transformação linear. Se são tais que e , então, quaisquer que sejam os números
a,b ∈ Rn.
RESOLUÇÃO
Partindo das propriedades de transformação linear descritas, temos:
T(ax0 + bx1) = T(ax0) + T(bx1) = aT(x0) + bT(x1) = a(0) + by = by.
Entretanto, by só será igual a y se b = 1. Como b ∈ R e pode assumir qualquer valor na reta, essa proposição não é verdadeira.
Falsa
(4) Seja T: R³ → R uma transformação linear. Então, existe (a1,a2,a3) ∈ R³ tal que T(x,y,z) = a1x – a2y + a3z.
RESOLUÇÃO
Também utilizando as duas propriedades de transformação linear, temos:
T(x,y,z) = T(x(1,0,0) + y(0,1,0) + z(0,0,1))
T(x,y,z) = xT(1,0,0) + yT(0,1,0) + zT(0,0,1).
Tomando a1 = T(1,0,0), a2 = –T(0,1,0) e a3 = T(0,0,1), segue o proposto pelo enunciado: T(x,y,z) = a1x – a2y + a3z.
Verdadeiro
2007 – QUESTÃO 1
Seja A a matriz, na base canônica, do operador linear L: R³ → R³ dado por L(x,y,z) = (x + 2y + 3z, 4x + 5y + 6z, 7x + 8y + 9z), denote por λ1, λ2, λ3, os autovalores da
matriz A. Julgue os itens:
(0) O posto de A é 2.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, obtemos a matriz A na base canônica do operador linear
L: R³ → R³, que é a seguinte:

Repare que |A| = 0, ou seja, as linhas (ou colunas) não são LIs e o posto da matriz não é máximo, P(A) < 3. Por outro lado, duas das linhas, por exemplo, os vetores (1,2,3) e
(4,5,6) são LIs, em que o posto da matriz é P(A) ≥ 2. Ou seja, posto de A = 2.
Verdadeiro
(1) L(1,–2,1) = (0,0,0)
RESOLUÇÃO
Nesta questão basta substituir os valores x = 1, y = –2 e z = 1 em
L(x,y,z) = (x + 2y + 3z, 4x + 5y + 6z, 7x + 8y + 9z). Vejamos, L(1,–2,1) = (0,0,0), como descrito.
Verdadeiro
(2) λ1λ2λ3 ≠ 0
Resolução
Como vimos, o produto dos autovalores é igual ao determinante da matriz. Como |A| = 0, então λ1λ2λ3 = 0.
Falso
(3) λ1 + λ2 + λ3 = 15
RESOLUÇÃO

Como vimos, o somatório dos autovalores ou das entradas da diagonal principal é o traço da matriz. Assim,
Verdadeiro
(4) L é diagonalizável.
RESOLUÇÃO
Uma matriz que tem três autovalores distintos reais é sempre diagonalizável. Como a matriz tem determinante igual a zero, pelo menos um dos autovalores é zero. Se os
demais forem diferentes de zero e tiverem valores distintos, a matriz será diagonalizável.
Obtendo os autovalores:

O primeiro dos autovalores é justamente igual a zero: λ1 = 0.


Para obtermos os outros dois, resolvemos a equação de segundo grau correspondente: λ² – 15λ – 18 = 0.
Obtemos dois valores reais distintos e diferentes de zero:

Como são três autovalores reais e distintos, a matriz L, referente à transformação linear, é diagonalizável.
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 2
Seja V o espaço vetorial das matrizes 2×2 identificado com R4 de sorte que cada matriz (aij) ∈ V seja identificada com o ponto (a11, a12, a13, a14) ∈ R4.
Denote por λ1 ≤ λ2 ≤ λ3 ≤ λ4 os autovalores do operador linear T :V →V dado por T(A) = At , em que At é a transposta da matriz A.

Sejam E, B, C, D ∈V tais que é a matriz, na base canônica de


V = R4 , do operador linear T :V →V. Julgue as afirmativas:
Nota: Todos os itens dessa questão foram anulados. A título de ilustração segue a resolução aproximada de como deveria ser a intenção dos autores.
Reescrevemos a parte do enunciado “(a ij ) ∈ V seja identificada com o ponto
(a11, a12, a13, a14) ∈ R4” foi reescrita como “(aij) ∈ V seja identificada com o ponto (a11, a12, a21, a22) ∈ R4”.
(0) λ1 = λ2 = λ3 = λ4 = 1 e (TA = A ⇔A é simétrica).
RESOLUÇÃO
Se T(A) = At, como proposto no enunciado geral da questão, e T(A) =A, como proposto nesse item, At = A, ou seja, A é simétrica.
A base canônica de V é

Note que

Portanto, a matriz na base canônica é .


Calculando os autovalores dessa matriz, temos:

Daí temos: λ1 = −1, λ2 = 1, λ3 = 1 e λ4 = 1.


Falso (Anulada)

(1) , sempre que se tenha T(A) =λA.


RESOLUÇÃO

Se T(A) = λA, então qualquer que seja T ou A ou λ. Sabemos pelo item (0) que λ2 = 1. Assim ficamos com .
Verdadeiro (Anulada)
(2) λ1 = −1 (TA = λ1A ⇔ A é anti-simétrica).
RESOLUÇÃO
Uma matriz é antissimétrica se At = –A. No caso desse problema, se λ1 = −1 e TA =λ1A, então TA =At = –A e A é antissimétrica.
Verdadeiro (Anulada)
(3) traço(M) = 0 e detM = −1.
RESOLUÇÃO
Note que obtemos a matriz M e obtemos seus autovalores. Assim temos:

, contrariando o proposto.
Falso (Anulada)
(4) E + D é a matriz identidade de V.
RESOLUÇÃO

Como calculado no item (1), temos: e .

Logo: .
Verdadeiro (Anulada)
2008 - QUESTÃO 4
Julgue as afirmativas:
(2) Transformações lineares dadas por matrizes ortogonais preservam a norma de vetores, mas não necessariamente ângulos entre vetores.
RESOLUÇÃO
Como vimos, uma matriz A é dita ortogonal se At = A–1, ou seja, AtA = AAt = I. Se uma transformação é dada por uma matriz ortogonal então:
a) A transformação preserva a norma: |Av| = |v|.
Demonstração

Sabemos que . Assim, temos:

.
Ou seja, |v| = |Av|.
b) A transformação preserva o produto interno:
Demonstração

Se ela preserva a norma e o produto interno, então ela preserva o ângulo entre os vetores.
Falso
O que é o núcleo de uma transformação linear?
Aqui será abordado o conceito de núcleo de uma transformação linear. Vejamos uma definição formal do conceito:
Seja L: V → W uma transformação linear. O núcleo de L, ker(L), é o subconjunto de V formado por todos os vetores X tais que L(X) = 0.
Ou, em outras palavras, é o subespaço de soluções de um sistema homogêneo AX = 0, também designado como, Null(A) ou N(A).
1997 - QUESTÃO 14

Considere a matriz . Julgue as afirmativas:


(3) O núcleo do operador linear definido pela matriz A é o vetor zero.
RESOLUÇÃO
O núcleo da transformação linear T definida pela matriz A do enunciado é a solução do respectivo sistema homogêneo:

Calculando o det(A) = (48 – 10 + 3) – (–45 – 4 – 8) = 98 ≠ 0. Portanto, a solução trivial é a única solução do sistema homogêneo associado a A. Em outras palavras, o vetor
zero é o único vetor do núcleo de T.
Verdadeiro
2001 - QUESTÃO 7

Seja T o operador linear cuja matriz na base natural {(1,0), (0,1)} é dada por . Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(1) O núcleo de T é uma reta em R².
RESOLUÇÃO
Seguindo o mesmo raciocínio da questão anterior, temos det(M) = 4 ≠ 0. Logo o núcleo de T é o vetor (0,0).
Falso
2002 - QUESTÃO 5
(3) O sistema de equações lineares Ax = b possui uma infinidade de soluções se, e somente se, a dimensão do subespaço nulo (núcleo) da matriz A,NA, for diferente de 0
(dimNA ≠ 0).
RESOLUÇÃO
Note inicialmente que a questão foi anulada. A título de ilustração segue a resolução provável como deveria ser o objetivo dos autores desta.
Seja A uma matriz n x n. Então, a dimensão do núcleo, dimNA, é dada pela seguinte relação: dimNA = n – posto A.
Considere o exemplo da questão anterior. Por definição de núcleo, temos:

Como vimos, núcleo de T é o vetor (0,0) e a dimensão do núcleo é dado por:


dimNA = n – posto A = 2 – 2 = 0.
Ou seja, um sistema de equações lineares Ax = b formado por uma matriz com posto máximo, e consequentemente dim NA = 0, possui uma única solução.
De forma distinta, note que o sistema Ax = b pode possuir 0 ou ∞■soluções se |A| = 0. Ou seja, o posto não é máximo, o que implica em dimNA ≠ 0. Vejamos dois
exemplos.

Se dimNA ≠ 0, então o posto A ≠ n, como na matriz . Note que nesse exemplo, temos como o núcleo:

,
o vetor (x, –x). A dimensão do núcleo é dado por:
dimNA = n – posto A = 2 – 1 = 1, que é uma reta.

Se , temos a equação x + y = 1 com infinitas soluções, como proposto no enunciado.

Entretanto, considere matriz . Temos como núcleo:

que tem dimensão 1.

Por outro lado, podemos obter um sistema sem solução. Por exemplo: .
Ou seja, a questão não tem resposta.
Anulada
2005 – QUESTÃO 1

Dada a matriz
(4) A dimensão do núcleo da matriz (A – 5I4) é maior ou igual a dois.
RESOLUÇÃO
A matriz (A – 5I4) é a seguinte:

Seu polinômio característico é . Com os seguintes autovalores: λ1 = –4, λ2 = 0, λ3 = 3 e λ4 = 5. Assim, ,eo


posto da matriz é menor que 4. Como são três os autovalores distintos de zero, o posto é 3. Assim, dim(A – 5I4) = n – posto(A – 5I4) = 4 – 3 = 1.
Falso
O que é a imagem de uma transformação linear?
Segue uma definição sobre esse ponto.
Se L: V → W é uma transformação linear, então, a imagem de L é o conjunto de todos os vetores W que são imagem de vetores de V. Assim, um vetor Y de W está na
imagem se existir um vetor X de V tal que L(X) = Y.
2001 – QUESTÃO 7

Seja T o operador linear cuja matriz na base natural {(0,1), (0,1)} é dada por . Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(0) A imagem de T é o R².
Resolução

Pela definição, temos .


Ora, como det(M) = 4 ≠ 0 , as linhas são LIs. Ou seja, qualquer vetor no R² onde ser escrito como uma combinação linear de (3, 1) e (2, 2).

Segue que para todo , o sistema sempre admite uma solução . Logo ImT = R².
Verdadeiro
(4) O operador T possui um operador inverso T–1 tal que para todo ponto
(x,y) ∈ R² tem-se T–1 (T(x,y)) = (x,y).
RESOLUÇÃO
Como M é matriz não singular, |M| ≠ 0 e M–1 existe. O operador inverso T–1 é precisamente o definido pela matriz inversa M–1.
Verdadeiro
Seguem algumas questões que abordam essas definições.
2009 – QUESTÃO 3
Se A é a matriz na base canônica de T: R³ → R³, dada por T(x,y,z) = (z,x –y, –z), julgue as afirmativas:
(0) A dimensão do núcleo de T é 2.
RESOLUÇÃO
A matriz que representa a transformação linear do enunciado é dada por:

Escalonando a matriz temos duas linhas não nulas:

Portanto, o posto é dois, e segue que a dimensão do núcleo é dada por:


Dim. Núcleo = número de linhas – posto = 3 – 2 = 1.
Falso
(1) {(0,1,0), (1,0,–1)} é uma base da imagem de T.
RESOLUÇÃO
A imagem de T é o conjunto de vetores (a,b,c) ∈ R³ tais que existe (x,y,z) ∈ R³ satisfazendo a relação:

Assim, ficamos com:

Então, os dois vetores propostos no enunciado, B = {(0,1,0), (1,0,–1)}, geram a imagem e, como são LIs, formam a base desta.
Verdadeiro

(2) A transposta de A é
RESOLUÇÃO
Como vimos no item (0), a matriz de A tem como transposta justamente essa matriz proposta. Porém, note que a questão foi anulada. Um possível motivo par ao qual a
questão foi anulada é que “A é a matriz na base canônica” não é um conceito uniforme na literatura. Fizemos com que a matriz A operasse com vetores a sua direita: AX.
Entretanto é comum, por exemplo, em teoria da probabilidade, a utilização do operador a esquerda: XTB, onde B = AT. Assim, o que é matriz canônica e sua transposta
depende de qual perspectiva estamos falando.
Verdadeira (Anulada)
(3) Se então T(U) ⊆ U.
RESOLUÇÃO
Se U = (0,0,z) então:

Note que T(U) ⊆ U só ocorrerá se z = 0.


Falso

(4) é uma reta no plano xy.


RESOLUÇÃO
A equação T(x,y,z) = (0,1,0) tem o seguinte formato:

Daí temos que z = 0 e x – y = 1 que corresponde a uma reta no plano xy.


Verdadeiro
2009 – QUESTÃO 6
Denote por Mn o espaço das matrizes n × n com entradas aij ∈ R. Seja
D: M2 × M2 → M4 a aplicação dada por

,
em que é identicamente nula. Seja A a matriz de aplicação linear
L: R² → R², dada por L(x,y) = (y – x, y). Se B = D(A,A), julgue as afirmativas:
(0) O polinômio característico de A é dado por p(t) = –(1 – t²).
RESOLUÇÃO
A é a matriz associada a transformação linear L: R² → R², dada por

L(x,y) = (y – x, y), tem a seguinte forma:


O polinômio característico da matriz é:
Verdadeiro
(1) A–1 = A e detA = detB = 1.
RESOLUÇÃO
Note que a matriz A foi obtida no item anterior e |A| = –1. Então, a afirmação proposta no enunciado com det(A) = 1 é falsa.
Falso
(2) Se λ é um autovalor de A, então λ é um autovalor de B.
RESOLUÇÃO

Note que os autovalores da matriz A são obtidos com o polinômio característico descrito anteriormente: . Daí temos: λ1 = 1 eλ2 = –1.

Dado que , obtemos a matriz B:

Note que os autovalores de B, que é uma matriz triangular, também são


λ1 = λ3 = –1 e λ2 = λ4 = 1, que são as entradas da diagonal principal.
Verdadeiro
(3) O polinômio característico de B é dado por q(t) = t4 + 2t² + 1.
RESOLUÇÃO
O polinômio característico de B é dado por:

Falso
(4) A é diagonalizável.
RESOLUÇÃO
A matriz A tem dois autovetores reais e distintos e é, portanto, diagonalizável.
Verdadeiro

40 – OUTRAS QUESTÕES DE ÁLGEBRA LINEAR

Aqui são agrupadas as questões de álgebra linear que não foram classificadas em qualquer dos outros capítulos.
1997 - QUESTÃO 13
Sejam A e B matrizes quadradas de mesma dimensão. Julgue as afirmativas:
(3) Se A é simétrica, então, A define um operador linear auto-adjunto em relação a uma base ortonormal.
RESOLUÇÃO

Um operador linear A: E → E num espaço munido de produto interno chama-se auto-adjunto, quando para qualquer u,v ∈ E lembrando que <, > denota

produto interno. Se é uma base ortonormal, ela é uma base canônica de E. Então, a matriz A em relação a B é dada por A = (aij), em que .

Se A é auto-adjunto, temos: , ou seja, a matriz é simétrica.


Verdadeiro
2002 – QUESTÃO 5
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(4) O produto AB dos operadores auto-adjuntos A, B é auto-adjunto se, e somente se, AB = BA.
RESOLUÇÃO
Como discutido na definição de operador linear auto-adjunto, como A e B são auto-adjuntos, eles são simétricos:A = At e B = Bt.
Sabendo que (AB)t = BtAt = BA. AB será auto-adjunto se:
AB = (AB)t, o que implica AB = BA como descrito no enunciado.
Verdadeiro
2002 - QUESTÃO 6
Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(3) Sejam A e B matrizes quadradas de mesma dimensão. Se AB = BA, então, det [(A+B)²] = det(A)² + 2det(A) det(B) + det(B)².
RESOLUÇÃO
Sabemos que (A + B)² = (A + B) (A + B) = AA + BA + AB + BB. Como pelo enunciado AB = BA, temos (A + B)² = A² + 2AB + B². Assim,
det[(A + B)²] = det[A² + 2AB + B²]. Entretanto, em geral, det(A + B) ≠ det(A) + det(B). Então no caso específico desse problema, não necessariamente
det[A² + 2AB + B²] = det(A)² + 2det(A)det(B) + det(B)².
Falso
2005 - QUESTÃO 2
(0) Seja T: R4 → R4 um operador linear auto-adjunto. A matriz de T em relação à base canônica de R4 é simétrica.
RESOLUÇÃO
Como vimos, um operador linear auto-adjunto é definido em relação a uma base canônica a partir de uma matriz simétrica para qualquer que seja n, em particular para n = 4.
Verdadeiro
2008 - QUESTÃO 8
Seja P(t) = tn + c1 tn-1 + ... + cn-1 t + cn o polinômio característico de uma matriz n×n A =(aij) com entradas aij ∈ R. Julgue as afirmativas:
(1) Se A é invertível e P(t) = tQ(t) + cn , então Q(A) = (det A)A-1.
RESOLUÇÃO
Segundo o enunciado P(t) é o polinômio característico de uma matriz A n x n.
Assim, segundo o teorema de Cayey-Hamilton, temos: P(A) = 0.
Logo: .
Daí decorre:
, onde foi usada a seguinte relação: .
Como , o proposto no enunciado é falso.
Falso

ÍNDICE CRONOLÓGICO

Como as questões não foram discutidas cronologicamente, é incluído, a seguir, um índice cronológico com todas elas, indicando o capítulo ou a seção na qual
foi incluída. Dessa forma, localizar cada uma delas é bastante simples.

Ano Questão Tópico Capítulo/Seção


1995 1 Aberta 16,1
2 Aberta 16,2
3 Aberta 13,3
4 0-3 30
5 0-2 35,3
6 0 12,4
1-2 12,3
3 12,1
7 Aberta 35,1
8 0 27
1 3
2 27
3 3
9 0-3 2
10 Aberta 13,7
11 0-4 21
12 Aberta 3
13 0-1 22
2 20
3 23
4 20
14 0 13,6
1 27
2 31
3 3
15 0-4 17,1
1996 1 0 5
1 4
2 5
3 4
2 0 31
1-2 27
3 30
3 0-1 1
2-3 4
4 10
4 0-4 4
5 0-1 6
2 7
3 6
6 0-2 27
7 Aberta 35,2
8 0 13,1
1-2 13,5
3 13,1
9 0-3 17,1
10 0-3 16,2
11 0 1
1-3 24
4 1
12 0-4 2
13 0-4 2
14 0 20
1 22
2 36
3-4 26
5 22
6 20
15 0-2 21
1997 1 0-1 11
2 6
3 1
2 0-1 15,3
2 15,2
3 12,5
3 0 12,1
1-2 12,5
4 0 8
1-2 5
5 0 13,2
1 13,3
2 13,5
6 0-3 27
7 0-4 4
8 0-3 35,2
9 0-3 17,2
10 0-3 16,3
11 0-3 16,2
12 0-3 24
13 0-1 22
2 38
3 40
14 0 36
1 23
2 20
3 39
15 0-3 21
1998 1 0 35,4
1-2 35,3
2 0 13,5
1-2 4
3 7
3 0-2 22
3-4 24
5 22
4 0-3 13,1
5 Aberta 16,1
6 0 12,5
1 12,2
2-3 12,3
7 Aberta 16,2
8 Aberta 13,7
9 0-2 30
10 0-3 17,2
11 Aberta 1
12 Aberta 4
13 0-3 4
14 0 13,6
1 3
2 13,5
15 0-1 22
2 31
3 22
1999 1 0-2 21
2 0-3 1
3 0–1 8
2 14
3 8
4 0 1
1 12,1
5 Aberta 1
6 0 20
1 26
2 20
3 26
7 Aberta 3
8 Aberta 3
9 Aberta 33
10 0-3 4
11 Aberta 15,1
12 0-1 1
2 18
3 7
13 Aberta 8
14 0-1 19
2 22
3-4 19
15 0-3 4
2000 1 0-3 2
2 0 6
1-2 7
3 27
4 10
3 0 13,1
1 13,2
2-3 13,1
4 Aberta 13,7
5 Aberta 35,2
6 0-3 18
7 0 4
1 8
2-3 5
4 4
8 0 15,1
1 15,2
2-3 15,1
9 0-4 26
10 0 12,1
1-2 33
3 28
4 27
11 Aberta 35,1
12 0-2 19
3 25
4 24
13 0-3 16,2
14 0-4 17,2
15 0-3 15,3
2001 1 0-4 2
2 0-2 4
3 13,1
4 4
3 0-2 25
3 29
4 25
4 0 12,4
1 12,5
2 12,1
3 12,2
4 12,3
5 0-4 21
6 0 13,3
1 13,6
2 13,9
3-4 13,5
7 0-1 39
2-3 26
4 39
8 0-4 15,3
9 0-4 18
10 0-4 35
11 0 28
1 30
2 28
3 35,6
4 34
12 0-2 34
3 13,9
4 12,2
13 0-4 17,2
14 Aberta 16,2
15 Aberta 16,1
2002 1 0-4 2
2 0-4 25
3 0 6
1-2 7
3 9
4 11
4 0 7
1-4 4
5 0 19
1 38
2 24
3 39
4 40
6 0 36
1 26
2 22
3 40
4 23
7 0 12,4
1-4 12,1
8 0-4 15,1
9 0 13,1
1-2 13,2
3 13,4
4 13,3
10 0-1 18
2 15,2
3-4 15,3
11 0–4 35,5
12 0 35,5
1 35,6
2 35,5
3 35,6
4 35,7
13 0 32
1 30
2 29
3 32
4 28
14 0-2 16,3
3 37
4 17,1
15 Aberta 16,1
2003 1 0-4 2
2 0-1 1
2-4 25
3 0-4 1
4 0 20
1-4 26
5 0-2 19
3-4 39
6 0-4 15,1
7 0 12,1
1 12,2
2 12,1
3 1
4 12,5
8 0-1 5
2 11
3 4
4 5
9 0 13,3
1 13,5
2 13,2
3 13,8
4 13,5
10 0 15,2
1-4 15,3
11 0-4 18
12 0 34
1 29
2-3 34
4 35,6
13 0 33
1 27
2 33
3-4 21
14 Aberta 35,5
15 Aberta 16,1
2004 1 0-4 1
2 0 1
1 29
2 5
3-4 25
3 0–2 21
3 19
4 21
4 0-2 19
3-4 26
5 0-4 36
6 0-4 4
7 0 4
1 11
2-4 4
8 0-1 13,5
2-3 13,3
4 13,5
9 0 35,4
1 34
2 35,4
3 34
4 35,5
10 0 13,5
1 13,2
2-3 13,8
4 13,7
11 0-4 16,2
12 Aberta 35
13 Aberta 35,6
14 Aberta 13,9
15 Aberta 16,2
2005 1 0 26
1 36
2-3 26
4 39
2 0 40
1-2 22
3 19
4 24
3 0 13,8
1 13,4
2-3 13,1
4 13,3
4 0-1 1
2 9
3-4 1
5 0 29
1-2 4
3 29
4 4
6 0-2 12,1
3 12,5
4 12,1
7 0-4 35,6
8 0 5
1 23
2 36
3-4 16,2
9 0 26
1-2 33
3 31
4 6
10 0 35,7
1 35,5
2–4 35,6
11 Aberta 13,3
12 Aberta 1
13 Aberta 13,9
14 Aberta 35,2
15 Aberta 16,3
2006 1 0-1 26
2 22
3 20
4 26
2 0 26
1 24
2-3 31
4 20
3 0-1 17,1
2 17,2
3 26
4 15,3
4 0-3 4
4 15,1
5 0 13,1
1-4 13,8
6 0 9
1 1
2 9
3 9
4 10
7 0 30
1 4
2 6
3-4 31
8 0 35,5
1-3 32
4 35,5
9 0–1 26
2 37
3 26
4 37
10 0-4 13,5
11 0 14
1 5
2-3 15,3
4 37
12 Aberta 36
13 Aberta 35,1
14 Aberta 13,8
15 Aberta 16,1
2007 1 0-4 39
2 0 36
1 23
2-3 36
4 31
3 0-4 24
4 0 6
1–4 7
5 0-3 31
4 32
6 0-2 14
3-4 15,3
7 0-4 27
8 0-3 13,8
4 13,4
9 0 12,4
1 15,1
2 12,4
3 15,2
4 12,4
10 0-1 6
2-4 4
11 0-4 30
12 Aberta 33
13 Aberta 3
14 Aberta 35,2
15 Aberta 30
2008 1 0 9
1–2 1
3 9
4 4
2 0–3 39
4 34
3 0-4 10
4 0 36
1 26
2 39
3 23
4 26
5 0-4 13,7
6 0-1 14
2-3 5
4 14
7 0-3 33
4 35,7
8 0 26
1 40
2 26
3–4 22
9 0 7
1 6
2-3 7
4 13,2
10 0-1 30
2-4 28
11 0-4 33
12 Aberta 16,3
13 Aberta 35,5
14 Aberta 23
15 Aberta 15,2
2009 1 0 4
1–2 28
3 4
4 35,7
2 0 6
1 7
2-4 4
3 0-4 39
4 0 31
1–2 34
3 28
4 30
5 0-4 35,7
6 0-4 39
7 0-4 14
8 0 14
1–3 15,3
4 15,1
9 0-4 35,6
10 0 33
1 30
2 33
3 31
4 30
11 0 36
1–2 26
3-4 21
12 0–2 14
3 15,3
4 15,2
13 Aberta 35,1
14 Aberta 16,2
15 Aberta 30
2010 1 0–3 2
4 14
2 0-4 30
3 0 13,5
1 13,8
2 13,6
3 13,2
4 13,6
4 0 28
1-3 33
4 30
5 0 34
1 35,2
2–3 31
4 27
6 0-4 4
7 0–1 27
2–3 35,5
4 35,6
8 0–1 24
2–3 1
4 3
9 0-1 21
2 22
3-4 21
10 0 38
1–3 19
4 21
11 0 22
1–3 26
4 20
12 0-4 16,3
13 0 14
1 12,5
2 15,3
3 12,5
4 15,3
14 0-3 15,3
4 15,1
15 Aberta 37

SOBRE OS AUTORES

André Braz Golgher


É professor no departamento de Economia e no Cedeplar na FACE/UFMG, onde leciona disciplinas nas áreas de Matemática, Estatística e Economia Social. É bacharel e
pós-graduado em Física, pela UFMG e Unicamp. Também é mestre em Química Orgânica pelo ICEX e doutor em Demografia pelo Cedeplar, ambos pela UFMG. Recentemente
foi pesquisador visitante nas universidades americanas West Virginia University em Morgantown e University of North Carolina em Chapel Hill.
Renato Vidal Martins
É professor do Departamento de Matemática do ICEX-UFMG. É bacharel em Matemática pela USP e, na mesma área, tem mestrado pela UFMG, doutorado pela PUC Rio e
pós-doutorado pelo MIT.

FICHA CATALOGRÁFICA

André Braz Golgher

Renato Vidal Martins


MATEMÁTICA:
exercícios resolvidos da ANPEC: 1995-2010

2ª Edição – Revista e Atualizada

EDITORA CRV

Curitiba - Brasil

2017

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

CATALOGAÇÃO NA FONTE

Copyright © da Editora CRV Ltda.

Editor-chefe: Railson Moura

Diagramação e Capa: Editora CRV

Revisão: Os Autores

ESTA OBRA TAMBÉM ENCONTRA-SE DISPONÍVEL EM FORMATO DIGITAL.

CONHEÇA E BAIXE NOSSO APLICATIVO!

2017

Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004

Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV

Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV

Tel.: (41) 3039-6418 - E-mail: sac@editoracrv.com.br

Conheça os nossos lançamentos: www.editoracrv.com.br

G583m

Golgher, André Braz

Matemática: exercícios resolvidos da ANPEC: 1995-2010 / André Braz Golgher, Renato Vidal Martins. – 2. ed – Revista e Atualizada – Curitiba, PR: CRV, 2017.

564p.

Inclui bibliografia

ISBN: 978-85-444-1649-5

DOI: 10.24824/978854441649.5

1. Matemática - Problemas, questões, exercícios. 2. Serviço público - Brasil - Concursos. I. Martins, Renato Vidal. II. Título.

14-10486 CDD: 513.2

CDU: 51-7

Conselho Editorial:

Aldira Guimarães Duarte Domínguez (UNB)

Andréia da Silva Quintanilha Sousa (UNIR/UFRN)

Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ)

Carlos Alberto Vilar Estêvão (UMINHO - PT)

Carlos Federico Dominguez Avila (UNIEURO)

Carmen Tereza Velanga (UNIR)


Celso Conti (UFSCar)

Cesar Gerónimo Tello (Univer. Nacional Três de Febrero - Argentina)

Elione Maria Nogueira Diogenes (UFAL)

Élsio José Corá (UFFS)

Elizeu Clementino (UNEB)

Francisco Carlos Duarte (PUC-PR)

Gloria Fariñas León (Universidade de La Havana – Cuba)

Guillermo Arias Beatón (Universidade de La Havana – Cuba)

Jailson Alves dos Santos (UFRJ)

João Adalberto Campato Junior (UNESP)

Josania Portela (UFPI)

Leonel Severo Rocha (UNISINOS)

Lídia de Oliveira Xavier (UNIEURO)

Lourdes Helena da Silva (UFV)

Maria de Lourdes Pinto de Almeida (UNICAMP)

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares (UFOPA)

Maria Cristina dos Santos Bezerra (UFSCar)

Paulo Romualdo Hernandes (UNICAMP)

Rodrigo Pratte-Santos (UFES)

Sérgio Nunes de Jesus (IFRO)

Simone Rodrigues Pinto (UNB)

Solange Helena Ximenes-Rocha (UFOPA)

Sydione Santos (UEPG)

Tadeu Oliver Gonçalves (UFPA)

Tania Suely Azevedo Brasileiro (UFOPA)

Comitê Científico:

Adelino Candido Pimenta (IFG)

Américo Junior Nunes da Silva (UNEB)

Celso Ferreira da Cruz Victoriano (UMSA)

Claus Haetinge (UNIVATES)

Clélia Maria Ignatius Nogueira (UEM)

Dulce Maria Strieder (Unioeste)

Gionara Tauchen (UFRG)

Joao Alberto da Silva (UFRG)

Idemar Vizolli (UFT)

Jorge Carvalho Brandao (UFC)

Kelly Roberta Mazzutti Lübeck (UNIOESTE)

Marco Aurélio Kalinke (UTFPR)


Reginaldo Rodrigues Costa (PUC/PR)

Silvia Teresinha Frizzarini(UDESC)

Vilmar Malacarne (Unioeste)

Wellington Lima Cedro (UFG)

Este livro foi avaliado e aprovado por pareceristas ad hoc.

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