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Resumão

Escolas Literárias
texto literário manipula a palavra. Caráter artístico.
3. ORIGEM: No sentido restrito da escrita (literatura vem do latim "littera", que quer dizer "letras"), a literatura só se torna possível com a escrita, embora não tenha surgido com ela,
❑Plurissignificação: palavras = muitos sentidos.
1.CARACTERÍSTICAS DO TEXTO LITERÁRIO:

❑Aspecto subjetivo: o olhar pessoal do artista.


pois mesmo tendo conexões entre si, não são sinônimos. Os primeiros registros escritos da história da humanidade não são literatura. Há controvérsias entre estudiosos a respeito

❑Ênfase na função poética da linguagem:


de quando os registros antigos se convertem em algo próximo à uma literatura narrativa. Um problema ao tratarmos da história da literatura é que muitos textos vão desaparecendo
ao longo do tempo, por acidente, pela total extinção da cultura que os originou, com as novas narrativas e interpretações das historias ou até traduções errôneas.
Muitas histórias se expandiram de maneira oral durante vários séculos antes que fossem escritos. Por essa razão narrativas com essas natureza mais complicadas de se
determinar uma periodização. Certos tempos primários podem ser considerados como os primeiros passos da literatura. Exemplos muitos antigos são ”Epopeia de Gilgamexe”,
❑Ficcionalidade: realidade criada

datada de aproximadamente 2 000 a.C., e o Livro dos mortos, escrito em Papiro aproximadamente no ano 1600 a.C., mais provavelmente na data do século XVII a.C.
A literatura grega teve um papel fundamental na história da literatura ocidental, pois não se resume apenas aos poemas épicos atribuídos a Homero, mas também à
primeira dramaturgia europeia; aos poetas líricos; aos mitos fixados por Hesíodo, e outros; à filosofia; à História, inventada como disciplina por Heródoto; à medicina, cuja literatura foi
inaugurada na Europa por Hipócrates; e muitas outras contribuições. Muitos estudiosos consideram que a tradição literária ocidental começou com os poemas épicos da Ilíada, que
conta a história da Guerra de Troia, e a Odisseia, que conta a história do retorno para casa de Ulisses, um dos heróis gregos da Guerra de Troia. Não podemos, contudo, falar da
origem da literatura ocidental sem citar Hesíodo, que escreveu os poemas ”Teogonia”, sobre a origem dos deuses, e ”Os trabalhos e os dias”, sobre lendas, mitos e o valor do
trabalho. Ele foi um poeta tão valorizado quanto Homero entre os antigos gregos. Entre os poetas posteriores foi notável Safo, que usou a forma da poesia lírica como gênero.
Outro que merece ser mencionado é o dramaturgo Ésquilo, que começou na literatura ocidental introduzindo sempre o diálogo e a interação com a dramaturgia teatral ou seja
um texto "escrito para o teatro". É considerado o fundador da tragédia. A sua obra chamada Oresteia (ou Oréstia), foi uma das mais pungentes tragédias da Grécia Antiga narrando o
drama protagonizado pelos últimos Atridas e que vieram completas para nós. Ainda no gênero dramático, tivemos Sófocles (em suas tragédias, mostra dois tipos de sofrimento: o
que decorre do excesso de paixão e o que é consequência de um acontecimento acidental. Reduziu a importância do coro no teatro grego, relegando-o ao papel de observador do
drama que se desenrola à sua frente); Eurípedes, que utilizou da literatura dramática para desafiar as normas sociais; e Aristófanes, um comediante que usou as mesmas ideias, só
que em um tom menos trágico em suas duas obras: Lisístrata e As vespas. Deve ser esclarecido aqui que literatura dramática não é teatro, mas sim um texto escrito para ser
encenado.
❑ Catártica - Uma obra tem função catártica quando é capaz de provocar no leitor uma espécie de “explosão” de sentimento, aflorarando nossas sensações, como
tristeza, alegria, raiva, realização. As poesias são as mais conhecidas.
❑ Estética - O principal objetivo desse tipo de texto é despertar a admiração do leitor devido à sua perfeição artística, à beleza da construção da obra. Esse
aspecto do “belo” na literatura pode estar ligado ao jogo de palavras e imagens criados pelo autor, pela perfeição da escrita, pela capacidade criativa única, entre
significa “letra”, a literatura é uma das
manifestações artísticas do ser humano, ao lado da

outras. Sendo muito antiga, apresenta-se em prosa


ou verso, tendo por matéria prima as palavras, tal
2. CONCEITO: Oriunda do latim littera, que

música, dança, teatro, escultura, arquitetura, dentre

outros fatores.
4. FUNÇÕES DA ❑ Cognitiva - Uma função primordial de todo tipo de produção escrita. Os textos literários com função cognitiva tem o principal objetivo de transmitir conhecimentos
LITERATURA ao leitor sobre períodos da história, sentimentos variados, situações humanas diversas, características culturais etc.
❑ Político-social - As obras literárias também podem ter como função a representação da realidade, buscando descrever, criticar, ironizar e satirizar problemas da
qual a tinta é a matéria prima do pintor.

nossa sociedade. As questões sociopolíticas retratadas podem ser diversas, como o racismo, a seca, a corrupção, a pobreza, o autoritarismo político, entre
outros.
❑ Lúdica - Como as outras artes, a literatura também pode ter a função de simplesmente entreter o leitor, ou seja, divertir e proporcionar algum tipo de prazer,
como relaxamento e diversão. Essa é a função mais básica da literatura, pois, na realidade, o leitor sempre está em busca de textos literários que possam
envolvê-lo.
❑ Literário ❑Foco na mensagem. ❑CONOTAÇÃO é o emprego de palavras no seu sentido subjetivo, cultural
❑Poema ❑Predomínio da linguagem conotativa. e/ou emocional, que está para além do significado estrito ou literal de uma
❑VERBAL palavra, frase ou conceito. É o sentido de palavras em um sentido incomum,
❑Prosa
(Usa a palavra) figurado, circunstancial, que depende sempre do contexto. Ex.:
❑Foco no contexto.
❑ Não literário
❑Predomínio da linguagem denotativa. A vaca foi pro brejo = algo deu muito errado.
❑ Objetivo
5. TEXTO ❑NÃO VERBAL ❑DENOTAÇÃO é o emprego de palavras no seu sentido próprio,
❑ Subjetivo
(Não usa palavra) comum, habitual, preciso, aquele que consta nos dicionários. A
❑MISTO (Híbrida) ❑ É , ao mesmo tempo, verbal e não verbal linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz
emoção ao leitor. Ex.: A vaca foi pro brejo = A fêmea do boi foi para o pântano.
(Une palavras e formas não verbais de expressão, como as imagens)
2.ORIGEM: A classificação das obras literárias podem ser feitas de acordo com critérios semânticos, sintáticos, fonológicos, formais, contextuais e outros. Na história, houve várias
classificações de gêneros literários, de modo que não se pode determinar uma categorização de todas as obras seguindo uma abordagem comum. A divisão clássica é, desde
a Antiguidade, em três grupos. Essa divisão partiu dos filósofos da Grécia antiga, Platão e Aristóteles, quando iniciaram estudos para o questionamento daquilo que representaria o literário
e como essa representação seria produzida. De acordo com as teorias de Platão (A república) e Aristóteles (Poética), podem ser definidos três gêneros literários (ou categorias, arquétipos)
principais: o lírico, o épico (ou narrativo) e o dramático. Apesar dessa esquematização ser uma aproximação – cada gênero é um tipo ideal, isto é, não existe empiricamente na forma pura
ou absoluta. E apesar de ter sido combatida, essa divisão continua útil. Segundo alguns autores, essas três classificações básicas correspondem, em termos gerais, às faculdades
psíquicas da antiga tripartição da alma humana de Platão: sentimento, pensamento e vontade; além de abranger inúmeras categorias menores, comumente denominadas subgêneros; que
tornam as distinções entre os gêneros e categorias flexíveis.
❑Proposição (exórdio): introdução da obra com apresentação do herói e do tema.
3. DIVISÃO ❑Atualmente chamado de narrativo, o “gênero épico” incluía ❑Invocação: parte em que o herói pede auxílio e inspiração as divindades.
TRIPARTIDA: as longas narrativas histórico-literárias de grandes ❑Dedicatória: a epopeia sempre é dedicada a alguém.
acontecimentos, chamadas de EPOPEIAS. ❑Narração: narração dos feitos heroicos.
GÊNEROS (do grego“epos” = “verso heroico” + “poiein” = “fazer”) ❑Epílogo: encerramento da obra.
LITERÁRIOS ❑ Épico ❑ Elementos: ❑Psicológico ❑Interno ❑Rural
(Narrativo) ▪Espaço/Lugar: local onde se passa a narrativa. ❑Físico ❑Externo ❑Urbano
❑Social ❑Tempo Cronológico
que significa nascimento, descendência, origem, e refere-se a um conjunto
1. ETIMOLOGIA - O termo “gênero” origina-se do latim genus, eris,

de características temáticas e formais intrínsecas às manifestações

dramático. Tal divisão foi proposta na Grécia antiga (384 - 322 a.C.) pelo
literárias. Sendo por muito tempo dividido em três categorias: épico, lírico e

Atualmente, os estudiosos optam por classificá-los em: narrativo,

▪Tempo: duração das ações da narrativa e desenrolar dos fatos na história. ❑Tempo Psicológico
narrador Situação inicial (apresentação) - início de toda história. Apresentação
Conta ❑Complicação - Quebra do equilíbrio,
▪Enredo: trama formada pelos de personagens, cenário e tempo. iniciando o conflito entre protagonista e
história acontecimentos ocorridos Desenvolvimento ― Sequência de ações que vai do início do antagonista. Problema.
e vivenciados pelas personagens. conflito ao clímax na busca de solução. ❑Clímax ― Momento tenso no qual o conflito
dramático e lírico, visto que não se prioriza mais o gênero épico.

Desfecho ― Final da narrativa. Apresenta o que ocorre depois da resolução do conflito. chega ao limite e algo tem de ser feito para
▪Personagens: quem participa da história. ❑Principais (protagonistas e antagonistas) ❑Plana que tudo se resolva.
❑Secundárias(coadjuvantes ou figurantes ❑Redonda (esférica)
❑Caricatural
❑ Em 1ª pessoa ❑Narrador-personagem
▪Narrador: O narrador é quem conta a história. ❑Narrador-testemunha
❑ Em 3ª pessoa ❑Narrador observador (neutro)
❑Narrador onisciente (intruso)
❑Drama em grego significa “ação”, portanto o dramático é um gênero literário cujos os textos são feitos com o intuito de serem encenados ou dramatizados. Esse gênero
❑ Dramático surgiu na Grécia Antiga como, originalmente, uma forma de louvação religiosa ao deus Dionísio (Baco).
❑Características ✓Texto em forma de diálogos; ✓Dividido em atos e cenas; ✓Presença das rubricas; ✓Sequência da ação dramática
Personagens: ❑Classificação:
falas e ações ▪Tragédia (do grego antigo τραγῳδία, composto de τράγος, "cabra" e ᾠδή, "música"). Características: tom sério, solene; protagonista enfrenta grandes dificuldades;
apresentam linguagem mais formal; ação inicial feliz, mas desfecho fatal;personagens nobres: reis, príncipes sofrem destino imposto pelos deuses.
a história
▪Comédia (grego "komoidía" ("komos" remete ao sentido de procissão). Na Grécia havia dois tipos de procissão que eram denominadas "komoi“). Características: tom
cômico, ridículo; temática ligada ao cotidiano; foco na sátira à sociedade e aos vícios humanos; linguagem coloquial; situação inicial complicada, mas que acaba em final
filósofo grego Aristóteles.

Eu-lírico feliz; presença de personagens estereotipados que simbolizam defeitos humanos(avareza, a mesquinhez etc).
Expressa ▪Tragicomédia - misturam-se elementos trágicos e cômicos. Significava também a mistura de elementos da realidade e da imaginação.
emoções ▪Farsa - pequena peça teatral caracterizada pelo teor ridículo e caricatural, que critica a sociedade e seus hábitos.
❑Do latim, “lyricu”, faz referência ao instrumento musical de corda (lira) que os rapsodos (nome dado as pessoas que tocavam lira) tocavam enquanto declamavam poemas.
❑Características:
❑ Lírico ✓Quem enuncia no poema é uma voz poética, o (eu-lírico), uma entidade fictícia criada pelo autor da obra, e não um narrador;
✓Possui um caráter subjetivo, por se tratar da expressão de sentimentos e de emoções, linguagem conotativa e da figuras de linguagem;
✓Estrutura é formada por estrofes, rimas e versos com aspectos de musicalidade associada a métrica;
✓Exteriorização de um mundo interior e individual do eu poético; ✓O autor é a pessoa real, que escreve a poesia e cria o sujeito lírico para falar dos seus sentimentos.
❑ Divide-se em subgêneros (hino, ode, écloga, idílio, epitalâmico, haicai, elegia, sátira, soneto) ao combinar rimas; ritmos; temas; número de sílabas poéticas, estrofes e versos.
CONTEXTO HISTÓRICO: O trovadorismo (séc. XI ao séc. XV) teve origem no continente europeu durante a Baixa Idade Média , um longo período da
história que esteve marcado por uma sociedade religiosa. Nele, a Igreja Católica dominava inteiramente a Europa. Nesse contexto, o teocentrismo
(Deus no centro do mundo) prevalecia, cujo homem ocupava um lugar secundário e estava à mercê dos valores cristãos. O feudalismo era o sistema
econômico, político e social que vigorava numa época de descentralização do poder. Baseado em feudos, grandes extensões de terras comandadas
pelos nobres, a sociedade era rural e autossuficiente. Nele, o camponês vivia miseravelmente e a propriedade de terra dava liberdade e poder.
PRINCIPAIS Hagiografias - relatos da vida de algum santo, beato e servos de Deus .
Cronicões – Caracterizavam-se como uma ordenação cronológica dos fatos históricos;
CARACTERÍSTICAS:
Livros de linhagem ou nobiliários – Definiam-se como compilações da linhagem genealógica de famílias nobres.
Novelas de cavalaria – Representavam narrativas de grandes feitos guerreiros e aventuras amorosas dos cavaleiros medievais de autoria
TROVADORISMO desconhecida e resultando como sendo fruto das transformações das canções de gesta – poemas que pautavam por narrar as aventuras
❑ Produção em prosa
heroicas de cavaleiros andantes. Estão divididas em três grandes ciclos: O ciclo bretão ou arthuriano, cuja origem se atribui à Inglaterra e
INÍCIO:1189 (1198) -
fazendo referência aos feitos do rei Arthur e aos cavaleiros da Távola Redonda; ciclo carolíngio, referindo-se ao rei Carlos Magno e aos doze
Cantiga da Ribeirinha
pares de cavaleiros da França; e o ciclo Clássico, tendo como referência as figuras da antiguidade grega e romana.
(cantiga da Garvaia) -
de Paio Soares de
Taveirós.
❑ Teocentrismo, subjetividade, uso do galego-português;
❑ União da música e da poesia; Recitação de poemas com acompanhamento musical;
FIM:1418 – Nomeação ❑ Produção de textos em versos: cantigas líricas (que evidencia os sentimentos, emoções e percepções do autor) e satíricas (que tem como objetivo
de Fernão Lopes como criticar ou ridicularizar algo ou alguém); “amor cortês” e “vassalagem amorosa”;
Guarda-mor da Torre ❑ Principais temas explorados: amor, sofrimento, amizade e críticas política e social, presença de trovadores, jograis e menestréis.
do Tombo.
Cantiga de amor – cantiga de origem provençal trazidas através dos eventos religiosos e contatos entre as cortes.
Poeta = trovador Se expressa através de uma voz masculina que louva a amada, dama da corte.
• Trovador assume um eu lírico masculino sofredor, cativo, aflito que se dirige à dama;
PRINCIPAIS
• Idealização da mulher pela qualidade física, moral e social. A dama é ratada por senhora (“mia senhor”)
TROVADORES: LÍRICAS • Vassalagem amorosa – o poeta ama e se põe servo de uma mulher inatingível, cujo nome não revela.
❑ João Soares de Cantiga de amigo – cantiga de origem galaico-portuguesa em voz feminina, canta a saudade do amado.
Paiva; • Trovador assume um eu lírico feminino: mulher formosa, bela, graciosa e camponesa que se dirige à natureza, à mãe, à
❑ João Zorro; Martin irmã para expressar seu sofrimento;
Codax, • Idealização do amado como um homem formoso, mas mentiroso e traidor;
❑ Paio Soares de CANTIGAS • Sofrimento peala saudade que sente do “amigo” (namorado)que a abandonou.
Taveirós;
❑ João Garcia de
Guilhade; Cantiga de escárnio - "São mais irônicas e trabalham sobretudo com trocadilhos e palavras de duplo sentido, sem
❑ Vasco Martins de mencionar diretamente nomes. São críticas indiretas: é um “mal dizer” de maneira encoberta, insinuada.
Resende; SATÍRICAS
❑ Aires Nunes;
❑ Meedinho; Cantiga de escárnio - "São aquelas em que os trovadores apontam direta e nominalmente o alvo de suas sátiras, de
❑ e os reis D. Dinis I forma propositalmente ofensiva e fazendo uso de vocabulário grosseiro.
e Afonso X As cantigas chegaram aos nossos dias graças ao Cancioneiros (Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Biblioteca Nacional e Cancioneiro da Vaticana)
CONTEXTO HISTÓRICO: O Humanismo (XIV – XVI) foi um movimento de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna. Surgido na Itália, somente
no século XV chegou a Portugal. Como o próprio nome já indica, esse período literário correspondeu a ideais filosóficos, morais e estéticos que
valorizavam o ser humano.
Com a decadência do Feudalismo, surgiu uma nova classe social, a burguesia, o que contribuiu para o surgimento de cidades e, também, para a
emigração do campo para a cidade. Marcaram esse período na Europa a expansão marítima, o desenvolvimento do comércio, o surgimento de
pequenas indústrias, a epidemia da peste bubônica, a centralização do poder nas mãos do rei, a quebra da hegemonia e influência da igreja católica, o
grande avanço científico que se realizou nessa época (Ex.: a invenção da bússola, a teoria heliocêntrica provada por Galileu) e o início das grandes
navegações como forma de expansão comercial e territorial.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
HUMANISMO ❑ Hedonismo - doutrina, ou filosofia de vida, que defende a busca por prazer como finalidade da vida humana;
INÍCIO:1434 – ❑ Valorização das emoções e do corpo humano;
Nomeação de Fernão ❑ Racionalidade; Representações teatrais sempre foram apreciadas nas cortes, igrejas, feiras e praças das cidades medievais. Tais
Lopes como Cronista- ❑ Antropocentrismo; representações cênicas não se caracterizavam como teatro, pois não existiam textos elaborados para representação.
mor da Torre do
Tombo.
❑ Busca por beleza e perfeição. É no teatro que o Humanismo se desta como período literário. O grande nome humanista foi Gil Vicente, seguidor do
❑ Retomada dos modelos greco-romanos; ridendo corrigit mores (rindo corrigem-se os costumes). Sem nunca ter se esquecido de sua origem, buscava abrir os
FIM: 1527 – o retorno ❑ Separação entre música e poesia. olhos do povo para que este percebesse a exploração da qual era vítima. Suas peças, de caráter popular, possuem
do poeta Sá de Dramaturgia um forte teor satírico. Nas obras mais emblemáticas, ele critica os costumes da sociedade portuguesa, tecendo um
Miranda a Portugal, fiel retrato de sua época. Além do caráter satírico, o conteúdo das obras apresentava um teor moralizante.
trazendo da Itália a Características da poesia palaciana:
medida nova. ❑ distanciamento da dança e do acompanhamento musical;
PRINCIPAIS ❑ consequente necessidade de aprimoramento técnico: o poeta deve conseguir musicalidade com recursos de linguagem artística: uso
POETAS: consciente de rimas, métricas e ritmos; ambiguidades e jogos de palavras; aliterações e figuras de linguagem, entre outros;
Poesia ❑ impressão de poemas e sua divulgação, popularizando-os para leitura e não mais para serem ouvidos;
❑ João Ruiz de Palaciana ❑ persistência do tema amor-sofrimento, originário da lírica trovadoresca: de um lado o amor platônico, de outro o amor sensual, reflexo do
Castelo Branco; Humanismo e do Renascimento;
❑ Garcia de ❑ a mulher, extremamente idealizada na lírica medieval, transforma-se pouco a pouco em um ser mais humano, mais concreto;
Resende; Produção
literária ❑ são frequentes as poesias religiosas, com alusões à Virgem Maria; acrescentam-se textos com preocupações morais e éticas (Bem);
❑ Nuno Pereira; ❑ quanto à estrutura, observa-se uma grande variedade de formas de composição: versos redondilhos (maiores e menores), vilancetes,
❑ Fernão Pereira; portuguesa
esparsas, motes glosados.
❑ Conde Vimioso;
❑ Aires Teles; Fernão Lopes é reconhecido como "historiador-cientista" por sua preocupação com a verdade histórica; e como narrador-artista pela beleza
❑ Diogo Brandão; da narrativa e preocupação com a forma. Principais características de suas crônicas:
❑ Sá de Miranda; ❑ desprezo do relato oral e busca de documentação escrita; comparação de várias fontes documentais; busca de fontes de informação
Prosa
❑ Gil Vicente. fidedignas; valorização do papel do povo ("arraia-miúda") nas guerras, rebeliões e transformações sociais;
❑ importância dos fatores econômicos nessas rebeliões; preocupação com o estilo e amplo domínio das palavras;
❑ emprego de técnicas novelísticas de relato, tais como: descrições minuciosas, movimentadas, de aldeias, festas, guerras e rebeliões;
❑ cortes no fluxo das ações e simultaneidade de cenas; emprego de diálogos com o leitor e entre as personagens; criação de perfis humanos
reais, com suas ambições, fraquezas, atos de bravura e covardia.
O Cancioneiro Geral é uma compilação organizada por Garcia de Resende e publicado em 1516 e dedicada ao príncipe D. João, futuro D. João III.
CONTEXTO HISTÓRICO: O Classicismo (séc. XVI) corresponde a um movimento artístico cultural que ocorreu durante o período do Renascimento. O
nome do movimento que marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, faz referência aos modelos clássicos (greco-romano). Classicismo é o
nome dado aos estilos literários que vigoravam no século XVI, na época do Renascimento. Por isso, a produção desse período também é chamada
de Literatura Renascentista. Já no final da Idade Média, influenciados pelo Renascimento, muitos estudiosos foram capazes de propor novas formas de
análise do mundo e da vida, que estivessem além do divino, apresentando questões baseadas na racionalidade humana e no antropocentrismo (homem
no centro). Esse momento foi marcado por grandes transformações e descobertas: as Grandes Navegações, a Reforma Protestante encabeçada por
Martinho Lutero, a invenção da Imprensa pelo alemão Gutenberg, o fim do sistema feudal (início do capitalismo), o cientificismo de Copérnico e Galileu.
Foi nesse contexto, em que as pessoas buscavam novas expressões artísticas pautadas no equilíbrio clássico, que surgiu o Classicismo.
CLASSICISMO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: ❑ Neoplatonismo;
❑ Busca pelo equilíbrio, pela proporção e pela objetividade; ❑ Temas da mitologia greco-romana: paganismo;
PORTUGUÊS
❑ Obra mimética como reflexão de uma natureza que segue leis universais; ❑ Valorização da racionalidade;
INÍCIO: 1527 – Retorno ❑ Contenção da subjetividade, dos ímpetos da interioridade: universalismo; ❑ Antropocentrismo;
do poeta Sá de
❑ Rigor formal: cada gênero clássico deve seguir um conjunto de regras próprio. ❑ Obra como veiculadora de verdades e ensinamentos;
Miranda a Portugal,
❑ Separação das artes: os gêneros textuais não se misturam: Rigor formal; ❑ Adoção de formas textuais da Antiguidade Clássica;
trazendo da Itália a
medida nova. ❑ Noção do ideal de beleza grego: proporção e equilíbrio das formas; ❑ Ideal platônico e de beleza
Obs.: A preocupação com a forma aproxima o Classicismo de duas escolas literárias que estudaremos mais adiante: o Arcadismo (Neoclassicismo) e o Parnasianismo.
FIM:1580- Falecimento
de Luís de Camões, Embora na Itália o Classicismo tenha se insinuado em meados do século XIII, é apenas em 1527, com Sá de Miranda, que o
desaparecimento de D. movimento tem início em Portugal. Influenciado pelo dolce stil nuovo, “doce estilo novo”, em tradução livre, que aprendera na Itália, Sá
Sebastião em batalha e
Poesia de Miranda introduz na literatura portuguesa o gênero do soneto decassílabo, que ficaria conhecido como “medida nova”, em oposição à
início da União Ibérica. “medida velha”, a das redondilhas (cinco ou sete sílabas métricas).
PRINCIPAIS Clássica
Foi predominante no Classicismo português a temática do neoplatonismo, escola filosófica que retomava a filosofia amorosa de
POETAS: Platão, tratando o amor não a partir da sensualidade, mas por seu viés filosófico e religioso. Além disso, os poetas do período valorizaram
sobretudo os grandes feitos nacionais, as conquistas do povo português, assunto da poesia épica. Pode-se entender, portanto, que o
Classicismo em Portugal voltou-se para dois principais temas: amor e bravura.
Produção A partir de Luís de Camões, um dos maiores poetas portugueses e da literatura mundial, a literatura portuguesa ganha notoriedade.
literária Nas obras de Luís Vaz de Camões, é possível apontar as seguintes características:
portuguesa ❑ Medida nova: uso de versos decassílabos (10 sílabas poéticas), principalmente nos sonetos — um traço da poesia clássica.
OBRAS PRINCIPAIS
❑ Medida velha: uso de redondilhas (cinco ou sete sílabas poéticas) — uma característica remanescente do período medieval.
(RESPECTIVAMENTE)
❑ Cleópatra Obra ❑ Antropocentrismo: valorização do ser humano e de sua racionalidade.
❑ Idealização do amor: neoplatonismo, amor espiritualizado.
❑ Os Lusíadas camoniana ❑ Rigor formal: versos regulares (metrificação e rimas). ❑ Valorização de elementos greco-latinos: mitologia, arte e poesia.
❑ Menina Moça ❑ Idealização da mulher: perfeita física e moralmente.
❑ Figuras de linguagem: antítese e paradoxo.
❑ A Castro
❑ Peregrinação Principais temáticas:
❑ Desconcerto do mundo: desconfiança da realidade devido à falta de lógica nos acontecimentos.
❑ Mudanças, efemeridade, transitoriedade: a natureza e o ser humano estão sujeitos a mudanças, não permanecem constantes.
❑ Sofrimento amoroso: conflito entre o amor carnal e o espiritual
O Cancioneiro Geral organizada por Garcia de Resende (1516) conta com produções textuais de Francisco Sá de Miranda e Bernardim Ribeiro.
CONTEXTO HISTÓRICO: O Quinhentismo representa a primeira manifestação literária no Brasil. É um período literário que reúne relatos de viagem
com características informativas e descritivas. São textos que descrevem as terras descobertas pelos portugueses no século XVI, desde a fauna, a flora
e o povo. Vale lembrar que o Quinhentismo brasileiro ocorreu paralelo ao Classicismo português e o nome do período refere-se a data de início: 1500.
O final da Idade Média foi marcado pelo aperfeiçoamento e uso da bússola, na navegação, e da pólvora, na fabricação de armas. O uso da bússola
permitiu o surgimento das Grandes Navegações, já a pólvora fez os europeus invencíveis no domínio das novas terras; com Portugal buscando
expandir os seus domínios a partir de expedições para a África, Ásia e América. Esta, oficialmente, descoberta por Cristóvão Colombo (1451-1506)
QUINHENTISMO em 12 de outubro de 1492. Tal descoberta levou espanhóis e portugueses a assinarem o Tratado de Tordesilhas (1494), que dividia o novo continente
entre essas duas nações. Assim, em 22 de abril de 1500, a frota portuguesa chegou ao nosso país, data que ficou, oficialmente, registrada como
INÍCIO: 1500 – Carta
de Pero Vaz de
da descoberta do Brasil.
Caminha informando Apesar do fim da Idade Média e do advento da Reforma Protestante, a Igreja católica ainda detinha grande poder político. Ainda assim, a Igreja
ao rei D. Miguel a católica empreendeu a chamada Contrarreforma Católica, e uma das medidas adotadas para combater a ameaça protestante foi a criação
“descoberta” do Brasil. da Companhia de Jesus pelo padre Inácio de Loyola (1491-1556). Desse modo, os jesuítas foram enviados ao Brasil para catequizar os indígenas,
ou seja, converter os nativos ao catolicismo.
FIM:1601 –
composição do poema ❑ Utilização de adjetivos
Prosopopeia, de Bento Características ❑ Textos que abordam a expansão do território;
Teixeira. Gerais ❑ Produção literária com linguagem simples (para a época, a linguagem em que os textos foram escritos era considerada acessível);
❑ Textos com excessos de adjetivos – usado principalmente para descrever as características da população nativa;
❑ Textos formativos – Obras educativas, de cunho social e religioso.
Obs.: Ocorre ao ❑ Textos informativos/descritivos – como diários de viagens e incursões para explorar o território brasileiro;
mesmo tempo ❑ Consiste em documentos e cartas que contavam sobre a “terra nova”, suas florestas e faunas, características de
em que em ❑Literatura seus habitantes e costumes sociais, que nesse caso eram bem diferentes dos europeus.
Portugal ❑ Literatura sem muito valor literário, meramente descritiva.
Informativa
acontece o Produção ❑ Textos descritivos e informativos de valor documental
Características (dos Viajantes)
Literária ❑ Crônicas de viagem;
Classicismo. por
Quinhentista ❑ Visão europeia é idílica. Porém, na segunda metade do século XVI, à medida que os índios iniciam a guerra
Não é uma Classificação contra os invasores, a visão se transforma, vendo-os como seres bárbaros e primitivos.
escola literária!
❑ Literatura de caráter documental e religioso;
❑ Teatro pedagógico e poesia didática;
❑ Literatura ❑ Linguagem simples;
PRINCIPAIS Jesuítica ❑ Temas cotidianos e religiosos pautados na fundamentação religiosa cristã;
AUTORES (de Catequese) ❑ Textos (poesia de devoção e teatro de textos bíblicos) para a catequização dos índios;
E OBRAS: ❑ Cartas de informação aos superiores na Europa.
❑ Obras que discutiam as questões religiosas e de comportamento;
Pero Vaz de Caminha: A Carta de Pero Vaz de Caminha; Manuel da Nóbrega: Diálogo Sobre a Conversão do Gentio, Caso de Consciência sobre a Liberdade dos Índios, Informação das
Coisas da Terra e Necessidade que há para Bem Proceder Nela, Tratado Contra a Antropofagia; José de Anchieta: Os Feitos de Mem de Sá, Arte de Gramática da Língua mais usada na
costa do Brasil, Poema à Virgem, A Cartilha dos Nativos (Gramática Tupi-Guarani), Carta da Companhia; Pero de Magalhães Gândavo: História da Província Santa Cruz a que Vulgarmente
Chamamos Brasil, Tratado da Província do Brasil; Gabriel Soares de Sousa: Tratado Descritivo do Brasil; Hans Staden: Duas Viagens ao Brasil; Ambrósio Fernandes Brandão: Diálogo
das grandezas do Brasil; Frei Vicente do Salvador: História do Brasil.
CONTEXTO HISTÓRICO: Na Europa do século XVI, a igreja católica em crise: descrença e repulsa entre os fiéis, desejo de expropriar as terras
da igreja espalhadas por todas as nações da Europa, burguesia, desgostosa com as restrições que o catolicismo fazia ao comércio, ao lucro, à usura,
estava ávida por uma ética religiosa que justificasse suas atividades. Nessas condições a igreja passou por uma divisão que levara ao aparecimento de
inúmeras seitas religiosas protestantes. Esse movimento foi chamado de Reforma. A reação católica ficou conhecida como Contra-Reforma.
No século seguinte: dominação, despotismo, tirania. O Absolutismo chegaria a seu auge na França, ao ponto de Luís XIV (1661 - 1715), o Rei
Sol, proferir a célebre frase: “O Estado sou eu”. E enquanto o absolutismo figurava no plano político, o mercantilismo, que era uma fase de transição para
o capitalismo comercial, e que se baseava no mercantilismo, na balança de comércio favorável e no acúmulo de capitais, reinava no plano econômico.
BARROCO A sociedade estava organizada em três camadas sociais impermeáveis: o clero, a nobreza e o Terceiro Estado, este formado pela burguesia, pelos
INÍCIO: 1601 –
composição do poema
artesãos e pelos camponeses. A burguesia, por deter forte poder econômico, pressionava politicamente a nobreza e o rei, a fim de participar das
Prosopopeia, de Bento decisões políticas do Estado absolutista. E é nesse período as Grandes Navegações chegam ao fim; surgem no Brasil, que vivia o ciclo da cana-de
Teixeira. açúcar e, posteriormente, o ciclo do ouro, as primeiras cidades; Portugal se separa da Espanha após a Guerra da Restauração e expulsa os Holandeses
do Brasil; e tem início ao Iluminismo na França. ❑ poesias marcadas pela instabilidade emocional e sentimento de culpa;
FIM: 1768 – Publicação
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: ❑ efemeridade do tempo versus carpe diem;
do livro “Obras
Poéticas”, de Cláudio ❑ escrita com excesso de mensagens religiosas; ❑ Conflito entre corpo e alma, deixando o homem dividido;
Manuel da Costa. ❑ Linguagem complexa, rebuscada e pessimista; ❑ culto do contraste e da solidão;
❑ uso de figuras de linguagem ( metáfora, hipérbole, hipérbato, paradoxos e antíteses); ❑ temática do desengano (o desconcerto do mundo);
PRINCIPAIS ❑ forma textual mais trabalhada que seu próprio conteúdo; ❑ uso de frases interrogativas e ordem inversa dos termos;
AUTORES: ❑ extrapolação das formas rígidas do Classicismo; ❑ fusionismo (tentativa de unir os opostos);
❑ desequilíbrio entre sentimento e razão; subjetividade; ❑ uso do cultismo e do conceptismo;
Na poesia:
O movimento barroco foi anticlássico e antinaturalista. Apesar da unidade mais genérica, apresentou diferenças de aspectos, conforme o
estágio de desenvolvimento ou, mesmo, as linhas estruturais (forma e conteúdo) de construção dos textos:
❑ Bento Teixeira
❑ Cultismo - é o rebuscamento formal, caracterizado pelo jogo de palavras dentro do texto e pelo excessivo emprego de figuras de
❑ Botelho de Oliveira
❑ Frei Itaparica linguagem. Também é conhecido como gongorismo, pela influência do estilo do poeta espanhol Luís de Gôngora.
❑ Gregório de Matos ❑ Conceptismo - ( do espanhol concepto, “ideia”/”concepção”) é o jogo de ideia, constituído pelas sutilezas do raciocínio e do pensamento
(Boca do Inferno) lógico, por analogias, etc.
❑ Alguns ❑ Maneirismo - Serviu de elo entre a crise do Renascimento e o surgimento do Barroco, com uma arte que registra a incerteza das formas:
Na prosa: Barroco conceitos os dados sensoriais enganariam a percepção da realidade. deve-se distinguir maneirismo de amaneiramento, conceito genérico que
Seicentismo indica imitação de uma obra ou estilo.
❑ Sebastião da Rocha Marinismo ❑ Barroquismo - deu origem ao Rococó, um barroco secundário com formas rebuscadas e preocupação decorativa. O barroquismo será um
Pita
Preciosismo traço importante da sensibilidade brasileira.
❑ Nuno Marques ❑ Cultismo - ”jogo de palavras”, para rebuscamento da forma, ornamentação estilística, preciosismo linguístico e erudição minuciosa.
Pereira. Gongorismo ❑ Conceptismo - “jogo de ideias”. Também é chamado de Quevedismo, apresenta retórica aprimorada e imposição de conceitos através
❑ Pe. Antônio Vieira da apresentação de diversas ideias.
("Paiaçu" - Grande Pai)
arrependimento; narração de cenas trágicas; erotismo; misticismo; apelo à religião; morte; sobrenatural; fugacidade da vida e ilusão; castigo;
❑ Temas heroísmo; fugacidade da vida e instabilidade das coisas; morte, expressão máxima da efemeridade das coisas; o tempo como agente da
frequentes
morte e da dissolução das coisas; castigo, como decorrência do pecado;
Nota: Barroco - a palavra se teria originado do vocábulo espanhol “barrueco”, vindo do português arcaico e usado pelos joalheiros desde o século XVI, para designar um tipo de pérola
irregular e de formação defeituosa. As principais obras literárias desse estilo no Brasil são Prosopopeia, de Bento Teixeira; Os sermões, de Padre António Vieira; além da poesia de Gregório
de Matos. Já na arte, é possível apontar as obras do famoso escultor Aleijadinho, do pintor Mestre Ataíde e do maestro Lobo de Mesquita.
CONTEXTO HISTÓRICO: Influenciado pelo avanço industrial europeu e pelo Iluminismo, Arcadismo foi o estilo literário predominante no século XVIII.
Presente em diversos lugares do mundo, teve importância fundamental em Portugal e no Brasil. Inspirados por valores greco-latinos, os escritores árcades
exaltavam a harmonia e o culto à beleza clássica. Além disso, o contexto histórico do Arcadismo é contemporâneo ao Iluminismo, à ascensão da
burguesia e ao declínio das monarquias absolutistas.
O século XVIII teve acontecimentos históricos fundamentais para compreender o Arcadismo. NA EUROPA: Revolução Gloriosa (Inglaterra, 1688);
Iluminismo, 1715 – 1789; Revolução Industrial (Inglaterra, 1760); Independência dos Estados unidos, 1776; Progressivo descrédito das monarquias
absolutistas; Decadência da aristocracia feudal; Crescimento do poder da burguesia; Período Pombalino (1750-1777): período em que o Marquês de
ARCADISMO Pombal exerceu o cargo de primeiro ministro português, com nomeação de D. José I. NO BRASIL: Minas Gerais se torna o centro econômico e político
INÍCIO: 1768 –
Publicação do livro
do país; A descoberta de ouro, na região de Minas, forma cidades ao redor; Vila Rica ( atual Ouro Preto) se consolida como espaço cultural; A corrida do
“Obras Poéticas”, de ouro se intensifica; Influência das arcádias portuguesas nos poetas brasileiros; Conflito com o Império (Inconfidência Mineira, 1789); O ciclo da mineração;
Cláudio Manuel da Costa A expulsão dos jesuítas do Brasil, 1759; Laicização do ensino. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
❑Volta aos modelos clássicos (greco-romanos); ❑Versos brancos (sem rima); ❑Ordem direta;
FIM:.1836 – Publicação ❑Busca por simplicidade, racionalidade e equilíbrio; ❑Universalismo;
❑Crítica a vida nos centros urbanos;
do livro de poesias
❑Racionalismo - Visão racional; ❑Nativismo: referências à terra e ao mundo natural; ❑Linguagem simples;
“Suspiros poéticos e ❑Oposição ao Barroco;
Saudades”, de Gonçalves ❑Objetividade (predomínio do que é observado); ❑Temas simples, como: amor, vida, casamento, paisagem;
❑Lirismo controlado pela razão (há emoção, mas moderada); comedimento; ❑Inspiração na vida em sociedade e no campo; ❑Pastoralismo;
de Magalhães.
❑Fantasia e imaginação são deixados em segundo plano; ❑Relação entre o homem e a riqueza; ❑Presença de musas;
❑Ideias Iluministas;
Em 1690, surgiu, em Roma, a primeira Arcádia,
(Academia Lusitana, 1756) e brasileiras (o
Arcadismo no Brasil tem início em 1768, com a

da Arcádia, na Grécia antiga, uma região onde se


publicação de Obras poéticas – de Cláudio
Manuel da Costa). A palavra ARCADISMO deriva
que daria origem às arcádias portuguesas

❑Submissão às regras e modelos (soneto; écloga, que é um poema pastoril); ❑Hedonismo: viver o momento com grande intensidade;
❑Valorização do cotidiano e da vida simples, pastoril e no campo; ❑Uso de pseudônimos; ❑Exaltação da natureza;
❑ FUGERE URBEM: Para os líricos do Arcadismo, a cidade não era o ambiente ideal para viver, pregando-se, portanto, a fuga da cidade
❑ AUREA MEDIOCRITAS: O homem mediano é aquele que alcança a felicidade, não se devendo, assim, procurar riquezas e posses
em vida. Valorização das coisas simples, cotidianas...
❑ Preceitos ❑ LOCUS AMOENUS: Lugar ameno, onde se desfruta os prazeres da natureza. o campo, o ambiente bucólico, é o ideal para o homem.
Árcades ❑ INUTILIA TRUNCAT: cortar o inútil, ou seja, evitar a linguagem rebuscada, elaborada, o excesso de rebuscamento formal do
praticavam atividades pastoris.

movimento Barroco.
❑CARPE DIEM: Aproveitar o dia. Segundo esse preceito, é necessário aproveitar o presente para contemplar a realidade, sem
ORIGEM

preocupar-se com o futuro.


ARCADISMO ❑ BÁRBARA HELIODORA GUILHERMINA DA SILVEIRA (1759-1819)
NEOCLASICISMO ❑ Tomás Antônio Gonzaga : “Marília de Dirceu” É de Bárbara Heliodora o primeiro registro, no Brasil Colônia,
SETECENTISMO ❑ OBRAS LÍRICAS ❑ Cláudio Manuel da Costa: “Obras Poéticas” e “Vila Rica” de uma mulher usando a pena para escrever poesia nestas
❑ Manuel Inácio Silva Alvarenga: “Glaura” terras. Conhecida hoje como heroína da Inconfidência Mineira,
❑ José Inácio de Alvarenga Peixoto: “Obras Poéticas” teve um papel determinante no movimento. Era casada com o
❑ Principais
Inconfidente Alvarenga Peixoto. Na realidade, Alvarenga
Poetas e obras
❑ OBRAS ÉPICAS ❑ Basílio da Gama: “O Uraguai” Peixoto e Bárbara Heliodora viveram juntos por algum tempo,
❑ Frei José de Santa Rita Durão: “Caramuru” e só se casaram, por portaria do Bispo de Mariana, em 22 de
dezembro de 1781, quando Maria Ifigênia, filha do casal, já
❑ OBRAS SATÍRICA ❑ Tomás Antônio Gonzaga: “Cartas Chilenas” contava três anos de idade.
Nota: O Arcadismo é um retorno ao equilíbrio e a simplicidade do Classicismo, movimento que não existiu no Brasil. Imitando a literatura clássica, o Arcadismo mantém postura de oposição
ao Barroco. Nesse sentido, os escritores valorizam quatro palavras: clareza, razão, verdade e natureza e são contra os exageros verbais, as sutilezas da construção, o uso abusivo das figuras
de linguagem. Tudo isso na teoria, porque, na prática, os autores brasileiros ainda escrevem fazendo largo uso da antítese e de outras figuras de linguagem.
CONTEXTO HISTÓRICO: O Romantismo foi um movimento cultural que nasceu em um momento de grandes rupturas e mudanças na Europa: Liberalismo (incentivo à
busca da realização individual por parte do cidadão comum); Revoluções Liberais (industrial e francesa); decapitação de Luís XVI na França; expansão do império
napoleônico; ascensão da burguesia e queda da nobreza; popularização da literatura; profissionalização dos autores; surgimento do gênero romance; início do romance
histórico e do folhetim . O pensamento iluminista gerou uma ideologia liberal, contrária às políticas absolutistas que vigoravam até então. A burguesia tornava-se cada
vez mais a classe social dominante, substituindo as monarquias por meio de diversos processos revolucionários em todo o velho continente – a Revolução Francesa é
um dos maiores exemplos desse período. Nesse contexto, a arte romântica representou o pensamento da nova classe que surgia, apresentando novos princípios éticos,
ROMANTISMO morais e estéticos. Assim como na Europa, nas antigas colônias, tais quais o Brasil, movimentos contrários à submissão imposta pelas metrópoles surgiam – um
INÍCIO: 1836 - Publicação exemplo é a Inconfidência Mineira – durante os anos que antecederam o Romantismo. Em 1808, com a chegada da corte, o Rio de Janeiro passa por um processo de
do livro de poesias urbanização, tornando-se um campo propício à divulgação das novas influências europeias; a Colônia caminhava no rumo da independência (em 1822). As principais
“Suspiros poéticos e mudanças para o Brasil, decorrente desse fato foram: abertura dos portos; fundação do Banco do Brasil; criação dos tribunais das Finanças e da Justiça; permissão
Saudades”, de Gonçalves para a instalação de indústrias; surgimento de um público leitor; inauguração da Biblioteca Real com mais de 60 mil volumes; implantação da imprensa; criação de
de Magalhães.
faculdades. Além disso, é importante dizer que a libertação dos escravos, em 1888, e a Proclamação da República, em 1889, são fatos históricos relacionados à cultura
FIM: 1881- Publicação de
romântica. CARACTERÍSTICAS GERAIS: ❑ Imaginação criadora;
O Mulato (de Aluísio ❑ Contraste entre os ideais divulgados e a limitação imposta pela realidade vivida; ❑ Subjetivismo - mundo interior o espaço central da criação;
Azevedo) e Memórias ❑ Consciência da solidão - sentir-se deslocado no mundo real; ❑ Evasão - fuga da realidade;
Póstumas de Brás Cubas ❑ Reformismo - participação em movimentos contestadores e libertários; ❑ Valorização do mistério, do mágico, do maravilhoso;
( de Machado de Assis) ❑ Sonho - predomínio da imaginação, do sonho, do isolamento; ❑ Gosto do pitoresco, do exótico;
O Romantismo tem seu ❑ Ilogismo - manifestações emocionais que se opõem e contradizem; ❑ Exagero - exagero nas emoções, nas figuras do herói e do vilão;
início na Europa com a ❑ Retorno ao passado na busca pelas raízes históricas, as origens que dignificam a pátria; ❑ Sentimentalismo - ênfase no sentimento, na sensibilidade;
publicação de Os ❑ Liberdade criadora - gênio renovador do artista colocado acima de qualquer regra; ❑ Importância da paisagem, tecida de acordo com as emoções;
Sofrimentos do Jovem ❑ Culto da natureza - a natureza foi também personagem, com papel ativo na trama; ❑ Gosto pelas ruínas - natureza sobrepõe-se à obra construída;
Werther (Alemanha – ❑ Idealização - idealização do amor, da natureza e da mulher ; ❑ Gosto pelo noturno - em harmonia com a atmosfera de mistério;
1774), de Goethe. A ❑ Criação do mito do herói belo, honesto, corajoso, invencível; ❑Exaltação da natureza e da liberdade ❑Sentimentalismo, emoções ❑Brasileirismo (linguagem)
França difundiu o
❑ 1ª Geração ❑ Gonçalves de Magalhães (1811-1882) ❑Figura do índio ou indianismo ❑Nacionalismo-ufanista ❑Religiosidade, idealismo
movimento a outros Indianista ❑ Gonçalves Dias (1823-1864)
países. nacionalista ❑Egocentrismo ❑ Locus horrendus - lugar tempestuoso reflete a alma do poeta
❑ 2ª Geração ❑ Álvares de Azevedo (1831-1852); ❑Saudosismo
❑ Poesia Ultrarromântica ❑ Casimiro de Abreu (1839-1860); ❑Evasão pela morte ❑“Mal do século”: tédio, desilusão e melancolia
Bayroniana ❑Isolamento social do poeta: o gênio incompreendido e inadaptado ❑ Idealização (vida, mulher, amor)
❑ Fagundes Varela (1841-1875).
Mal-do-Século
Principais ❑ 3ª Geração ❑ Castro Alves (1847-1871); ❑ Crítica social e política ❑ Amor sem platonismo ❑ Sem fuga da realidade
autores Social / Condoreira ❑ Sousândrade (1832-1902). CARACTERÍSTICAS: 1.Termos regionais; características culturais e regionais; paisagens e personagens
❑ Maria Firmina dos Reis (1822-1917) típicos de regiões brasileiras; sociedade rural e patriarcal, com valores distintos da urbana; O herói é um
1. Regionalista
❑ Visconde de Taunay (1843-1899) interiorano rude que enfrenta as dificuldades do espaço em que vive; 2. herói: índio brasileiro; floresta:
2. Histórico ❑ Franklin Távora (1842-1888)* símbolo nacional; idealização da natureza; reconstituição do passado histórico brasileiro; características
❑Romance
3. Urbano ❑ Bernardo Guimarães (1825-1884)* geográficas e culturais da época; miscigenação como símbolo de harmonia entre colonizado e colonizador;
❑ Dramaturgia 4. Indianista ❑Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) vassalagem amorosa: indígena (vassalo), senhor ou senhora (suserano/ suserana); 3. Espaço: Rio de
❑Manuel Antônio de Almeida (1830-1861) Janeiro; Divulga os valores morais burgueses; costumes da elite burguesa; Herói ou heroína enfrenta
❑ Comédia ❑ Martins Pena ❑ José de Alencar (1829-1877)** obstáculos para encontrar a felicidade; 4. nacionalismo; tempo da narrativa: passado; temática central
❑ Álvares de Azevedo ❑ Gonçalves de Magalhães associada a um ou mais fatos históricos; personagens históricos convivem com personagens ficcionais.
❑ Tragédia ❑ José de Alencar (*Esses autores escreveram romances históricos e regionalistas. **Alencar escreveu todos os tipos de romances.)
1. CONTEXTO HISTÓRICO: A publicação da obra A origem das espécies, de Charles Darwin, em 1859, revolucionou a ciência do século XIX, pois revelou que
o ser humano, assim como outras espécies, em estado natural, é o produto de um processo de adaptação e consequente evolução natural. Com isso,
a ciência e a racionalidade ficaram em evidência e passaram a nortear a vida de artistas e intelectuais. Nesse período, a Europa empreendia sua expansão
imperialista na África, Ásia e Oceania, e a ciência era usada para entender e justificar as ações políticas, sendo vista como algo capaz de resolver todos os
problemas de uma sociedade. A partir da segunda metade do século XX, as concepções estéticas que nortearam o ideário romântico começaram a perder
espaço. Uma nova tendência, baseada na trama psicológica e em personagens inspirados na realidade, toma conta da literatura ocidental. Estava inaugurado o
Realismo-Naturalismo. No Brasil, vive-se um período de mudanças econômicas, políticas e sociais, entre as quais se destacam: o enfraquecimento do governo
REALISMO & de D. Pedro II - intensificação dos ideais republicanos; o crescimento da campanha abolicionista; uma economia agrária - concentração da renda nas mãos dos
fazendeiros do açúcar e do café; na década de 80 - comícios e passeatas de intelectuais e estudantes em prol das campanhas abolicionista e republicana; em
NATURAISMO 1888, a Abolição da Escravatura; em 1889, a Proclamação da República; o início do processo de modernização da sociedade brasileira - dinamização da vida
INÍCIO: 1881- Publicação social e cultural, principalmente no Rio de Janeiro, sede do governo; surgimento da iluminação elétrica e do cinema; aumento do número de estradas de ferro;
de O Mulato (de Aluísio chegada de outras religiões, além do Catolicismo - vinda dos anglicanos, metodistas e presbiterianos - fundação das primeiras escolas protestantes, a partir de
Azevedo) e Memórias 1870; clima propício à absorção, pelas artes, das novas ideias vindas da Europa e lá já consolidadas - o liberalismo, o socialismo e as teorias cientificistas.
Póstumas de Brás Cubas
( de Machado de Assis) 2. CARACTERÍSTICAS DO REALISMO: 3. CARACTERÍSTICAS DO NATURALISMO:
❑ Radicalização do realismo ❑ Temas sociais, obscuros e polêmicos
FIM: 1893 – Publicação ❑Retrata crítica à burguesia e seus valores ❑Oposição aos ideais românticos ❑ Personagens patológicas
❑ Cientificismo e Determinismo
de Missal e Broquéis, de ❑Personagens comuns e não idealizados ❑Retrato fidedigno da realidade ❑ Foco nos comportamentos humanos
❑ Positivismo e Darwinismo
Alphonsus Guimaraens ❑ profundidade psicológica das personagens ❑Busca do objetivismo
❑ Linguagem coloquial, clara/objetiva ❑ Explicação pelas forças da natureza
❑Temas urbanos, sociais e cotidianos ❑Veracidade e contemporaneidade ❑ Condicionamento social e hereditário
❑ Descrições minuciosas
❑Romance documental ❑Linguagem descritiva e detalhada
realista no Brasil, deixando de lado os dramalhões para

trazem como personagens os trabalhadores e as pessoas


O TEATRO REALISTA, em oposição ao movimento

problemas sociais e conflitos

mais simples. Nesse período, destacaram-se JOAQUIM


romântico, surgiu na Europa e se propagou pelo mundo
durante o século XIX. Em 1855 surge o teatro

adúltero, a falsidade e o egoísmo humanos. As peças


psicológicos que revelem o cotidiano da sociedade, o amor

JOSÉ DE FRANÇA JÚNIOR (1838 – 1890) e ARTHUR

❑ tipos populares do submundo social


NABATINO GONÇALVES DE AZEVEDO (1855 – 1908).

❑ Visão mecanicista do homem


❑Arte desinteressada, impassibilidade ❑Foco na classe social dominante ❑ Zoomorfização das personagens
❑ Romance experimental
❑ Documentos para retratar a realidade ❑Preferência pela narração ❑ Preferência pela descrição
❑ Sensualismo e erotismo
❑Fotografa a realidade – vida real ❑Foco nos aspectos psicológicos ❑ Mundo visto como laboratório
❑ Didatismo, denúncia social
❑ Preocupações estéticas ❑ Detém-se nos aspectos degradantes
❑ Foco nos aspectos patológicos
,biológicos e sociais ❑ Valorização do instinto: selvageria
❑ Realismo ❑ Machado de Assis (1839-1908) - foi o principal autor do movimento literário Realismo no Brasil. Entre suas obras destacam-se: Memórias
Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires..
❑ Aluísio Azevedo (1857-1913) - a publicação de O Mulato, em 1881, do autor Aluísio Azevedo, marca o início do Naturalismo no Brasil.
Azevedo também publicou Casa de Pensão (1884) e O Cortiço (1890).
4.Principais
❑ Raul Pompeia (1863-1895) destaca-se com sua obra O Ateneu
autores e
❑ Adolfo Ferreira Caminha (1867-1897) - a obra de Caminha que merece destaque é A Normalista (1893).
obras
❑ Realismo ❑ Manuel de Oliveira Paiva (1861 – 1892) - não publicou nenhuma obra em vida, mas seus principais romances, Dona Guidinha do Poço e A
Naturalismo Afilhada, foram editados postumamente.
❑ Domingos Olímpio (1851 – 1906) - foco na força das personagens flageladas pela seca. Sua principal obra é Luzia-Homem (1903).
focar no debate de

❑ Herculano Marcos Inglês de Sousa (1853-1918) - publicou “O Coronel Sangrado” (1877), mas em 1891 foi reconhecido pela obra “O
Missionário”, que trata sobre a influência do meio sobre o indivíduo.
❑ Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) – cronista, romancista e dramaturga, participou da fundação da Academia Brasileira de Letras. O
romance A Falência (1901) é sua obra mais considerada.
Nota: O marco inicial do Realismo foi a publicação da obra Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert. Já o Naturalismo, tem início em 1867 quando foi publicado o
romance Thérèse Raquin, de Émile Zola. Tanto o Realismo quanto o Naturalismo, contrários ao Romantismo, negam a fuga da realidade; resgatem o objetivismo com
descrições detalhadas; sugerem a representação fiel da realidade; pontam falhas e propõem mudanças de comportamentos humanos e das instituições; substituem
os heróis românticos por pessoas limitadas e comuns
1. CONTEXTO HISTÓRICO: O Parnasianismo surge do mesmo contexto social que gerou o Realismo e o Naturalismo no século XIX. Foi uma época
de desenvolvimento tecnológico nos setores de comunicação e transporte: Robert Fulton (1765-1815) criou o barco a vapor em 1807; George Stephenson
(1781-1848) projetou a locomotiva a vapor em 1814; e, em 1837, Samuel Morse (1791-1872) inventou o telégrafo. Assim, na segunda metade do século
XIX, o pensamento científico estava em alta, pois a ciência mostrava-se responsável pelo desenvolvimento tecnológico associado à Revolução
Industrial (iniciada no século XVIII), em que o uso de máquinas propiciou o crescimento da economia. Contudo, essa prosperidade e o desenvolvimento
tecno-científico não impediram a disparidade entre a burguesia e o proletariado, gerando forte conflito social.
Nesse sentido, a prosa realista ocupou-se na exposição e discussão desse problema. No entanto, a poesia realista, isto é, o parnasianismo, isentou-se
desse tipo de questão e optou por uma postura de alienação (indiferença) social, econômica e política. Ainda, seus autores, influenciados
pelo positivismo (corrente filosófica que defendia a primazia da razão e, portanto, a supremacia do conhecimento científico), recorreram à objetividade na
composição de suas poesias.
No Brasil, que vivia o ciclo do café, a abolição da escravatura e a decadência da monarquia, foi a partir da década de 1880 que a literatura abriu-se
para a poesia científica, a socialista e a realista: as primeiras manifestações da reforma que acabou por se canalizar para o chamado Parnasianismo. Esse
movimento teve maior destaque aqui do que nos países da Europa, sendo que no Brasil o parnasianismo não seguiu todas as características do
parnasianismo francês. A diferença foi que a subjetividade e o nacionalismo, estavam presentes nos poemas de autores
INÍCIO: 1882- publicação
2. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS:
Fanfarras, de 1882,
assinada pelo poeta ❑ Objetividade: oposição ao subjetivismo e sentimentalismo exagerado; ❑ Uso de figuras de linguagem: Os poemas parnasianos têm preferência pelo
Teófilo Dias. ❑ Impessoalidade: ausência do “eu”; negação do sentimentalismo romântico; hipérbato, recurso que estiliza os textos contribuindo para os objetivos das obras;
FIM: 1922 – Semana de ❑ Estética ou Culto a forma: correção gramatical, estrutura e perfeccionismo na ❑ Preciosismo: linguagem culta e de difícil compreensão, focaliza-se no detalhe,
Artes Modernas construção da poesia; cada objeto deve ser singular, emprego de palavras raras e incomuns;
❑ Arte pela arte: A poesia sem compromisso com o mundo. Vazia de problemas ❑ Universalismo temático: o nacionalismo era explorado mais pelos parnasianos
morais, sociais, políticos e religiosos, a arte vale pela técnica somente; brasileiros, sendo sempre com moderação.
❑ Descritivismo: preocupação com a descrição bem detalhada da forma física e ❑ Gosto pelas coisas e fatos exóticos: Tudo aquilo que fosse muito comum era
estética dos objetos; considerado pelos parnasianos como indigno de figurar na literatura.
❑ Predomínio da ordem indireta: recurso que, para eles, enobrecia a ❑ Visão do amor mais sensual, mais carnal, em oposição à visão de amor
linguagem poética espiritualizada que aparecia nos poemas românticos;
❑ "Paganismo greco-latino; ❑ Universalismo, em oposição ao individualismo romântico.
❑ Teófilo Dias (1854-1889):. O primeiro livro de poesia considerado parnasiano, publicado em 1882, foi uma obra de sua autoria: Fanfarras. Publicou
ainda os seguintes livros: Flores e amores (1874), Cantos tropicais (1878), Lira dos verdes anos (1876), A comédia dos deuses (1887) e A América
(1887).
❑ Alberto de Oliveira (1857-1937): Canções românticas (1878), Meridionais (1884), Sonetos e poemas (1885), Versos e rimas (1895), Poesias - 1ª série
(1900), Poesias - 2ª série (1906), Poesias - 2 vols. (1912), Poesias - 3ª série (1913), Poesias - 4ª série (1928), Poesias escolhidas (1933), Póstumas
3.Principais (1944).
autores e ❑ Raimundo Correia (1859-1911): Primeiros sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e versões (1887), Aleluias (1891), Poesias (1898).
obras ❑ Olavo Bilac (1865-1918): Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Sagres (1898), Crítica e fantasia (1904), Poesias infantis (1904), Conferências
literárias (1906), Tratado de versificação (com Guimarães Passos) (1910), Dicionário de rimas (1913), Ironia e piedade (1916), Tarde (1919).
❑ Vicente de Carvalho (1866-1902): Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, rosa de amor (1902), Poemas e canções (1908), Versos da mocidade
(1909), Verso e prosa (1909), Páginas soltas (1911), A voz dos sinos (1916), Luizinha (1924).
❑ Francisca Júlia (1871-1920): Mármores (1895), Livro de infância (1899), Esfinges (1903), A feitiçaria sob o ponto de vista científico (discurso) (1908),
Alma infantil (com Júlio César da Silva) (1912), Poesias (org. por Péricles Eugênio da Silva Ramos) (1962).
Parnaso é como se chama a montanha consagrada a Apolo e às musas da poesia na mitologia grega.
1. CONTEXTO HISTÓRICO: No século XIX foi uma era de invenções e descobertas, com significante desenvolvimento nos campos
da matemática, física, química, biologia, elétrica e metalurgia, lançando as bases para os avanços tecnológicos do século XX. Enquanto a escravidão era grandemente
reduzida ao redor do mundo, após o sucesso da Revolta Escrava no Haiti, grandes potências realizavam expansões imperialistas na Ásia e na África e empreendiam
uma corrida armamentista. O primeiro império a abolir a escravidão foi o Império Português, seguido pela Inglaterra. Nesse período, correntes filosóficas como
o liberalismo e o nacionalismo predominaram, e os resultados apresentados por Charles Darwin representaram uma importante ruptura com os paradigmas religiosos,
questionando a ideia de origem divina até então dominante. Com a Revolução Industrial começando na Inglaterra, a introdução de ferrovias favoreceu os grandes
movimentos de urbanização nos países ao redor do globo. Várias cidades ultrapassaram populações de um milhão ou mais e no campo social, a Era Vitoriana foi
afamada pelo emprego de jovens crianças em fábricas e minas, além de valores morais rígidos. Situações como essa deixavam evidente a disparidade entre a elite
econômica e o proletariado. Se, de um lado, a burguesia enriquecia, de outro, os trabalhadores viviam uma realidade de miséria. Diante dessa situação, o movimento
operário ganhou força e os conflitos de classes tornaram-se mais comuns.
Com o desenvolvimento da medicina, diretamente relacionada com a migração, vieram a superlotação das cidades e as precárias condições de vida
da classe trabalhadora própria da Revolução Industrial. A consequência foi a proliferação das doenças infecciosas (sífilis, tuberculose) ou daquelas relacionadas com a
má alimentação (pelagra, raquitismo, escorbuto).
SIMBOLISMO No Brasil, tivemos a fatos marcantes, como Abolição da Escravatura (1888) e a Proclamação da República (1889). Nesse contexto, havia a miséria dos escravos
INÍCIO: 1882- publicação libertos, um problema social e étnico que se estenderia pelas gerações afora, além dos conflitos políticos ocasionados pela ditadura empreendida por Floriano Peixoto
Fanfarras, de 1882, (1839-1895), que durou de 1891 a 1894. No Nordeste, os problemas sociais relacionados à seca levaram à Guerra de Canudos (1896-1897).
assinada pelo poeta CARACTERÍSTICAS DO SIMBOLISMO ❑Predominância da emoção;
Teófilo Dias. ❑Sugestionamento - O objeto deve estar subentendido, não se
FIM: 1902 – Publicação ❑Uso de pausas, reticências, espaços em branco e rupturas sintáticas para representar o silêncio metafísico; mostrando claramente – daí o "símbolo";
dos livros Canaã (de ❑Temáticas voltadas à interioridade humana, ao êxtase do espírito; ❑Referências a cores, principalmente à branca;
❑Subjetividade; ❑Presença de motivos religiosos;;
Graça Aranha) e Os ❑Vocabulário etéreo e remissões ao Nada e ao Absoluto; ❑Sonho, imaginação e espiritualismo;
Sertões (de Euclides da ❑Presença comum de antíteses e oposições, graças às tentativas de encarnar o que é divino e espiritualizar ❑Culto à forma, com influências parnasianas;
Cunha) o que é terreno: o poema é a forma de conciliação entre os planos material e espiritual; ❑Uso da figura de linguagem sinestesia;
❑Entendimento da poesia como uma visão da existência; ❑Abordagem vaga de impressões subjetivas e/ou sensoriais;
❑Presença da religiosidade cristã e oriental, compondo a busca simbolista da transcendência; ❑ Linguagem vaga, sugerir em vez de nomear;
1857, com a profissão de fé simbolista de

completamente livre, por não obedecer a


A doutrina do Simbolismo começa em

concepção simbolista o louco era um ser

regras, e teoricamente o poeta simbolista é um


Baudelaire, no soneto “Correspondências”. No

pela primeira vez a palavra “Simbolismo”. Na


manifesto de Jean Moréas, de 1886, é utilizada

❑Descrições crepusculares, presença simultânea de luz e sombra; ❑ Abundância de metáforas, comparações,


❑ Pessimismo, dor de existir; aliterações, assonâncias e sinestesias;
❑ Misticismo, religiosidade; ❑ Cultivo do soneto e de outras formas;
❑Imagens sombrias, lúgubres, decadentes; ❑ Antimaterialismo, antirracionalismo;
❑Afrouxamento do rigor métrico parnasiano, dando espaço para metrificações irregulares e versos livres; ❑Interesse pelas zonas profundas da mente e pela loucura;
❑Conceito musical do poema. Musicalidade (através de aliterações, assonâncias e outras figuras de estilo); ❑Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte;
❑Cruz e Sousa (1861-1898) - Negro, filho de escravos alforriados, nascido em Florianópolis. Sua poesia apresenta profundidade filosófica, em busca da essência. Seus
textos evidenciam uma angústia metafísica marcada pela melancolia. O autor tem obsessão pela cor branca, recorrente em suas obras, associada à pureza ideal. Sua
poesia só foi reconhecida no século XX. Principais obras: Broquéis (1893), Missal (1893), Evocações (1898), Faróis (1900), Últimos sonetos (1905).
❑Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) - Nascido em Ouro Preto. Viveu em Mariana, onde escreveu sua obra, ignorada por vários anos. Sua poesia é marcada pela
religiosidade. Apresenta uma linguagem mais suave em relação à de Cruz e Sousa. Evidencia o misticismo associado à ideia de morte. A temática da morte do ser
3.Principais amado é recorrente em seus textos. Principais obras: Septenário das dores de Nossa Senhora (1899), Câmara ardente (1899), Dona Mística (1899), Kyriale (1902),
autores e Mendigos (1920.
❑Emiliano Perneta (1866 – 1921) - Como homem das letras, Emiliano Perneta escreveu: Músicas (1888), Carta à Condessa D'Eu (1889), O Inimigo (prosa dramática -
obras
1889), Alegoria (prosa dramática - 1903), Papilio Innocentia (libreto de ópera - 1913), A Vovozinha (libreto de ópera infantil- 1917), Ilusão (poemas – 1911), Pena de
Talião (1914), Setembro (poemas – 1934) (póstumo).
ser feliz.

❑Gilka Machado (1983 – 1980) - Foi a maior figura feminina de nosso Simbolismo. Gilka Machado casou-se com o poeta Rodolfo de Melo Machado (1885-1923), com
quem teve dois filhos, Hélios e Heros. A filha Heros viria a se tornar conhecida como a bailarina e atriz Eros Volúsia.Obrs: Cristais Partidos (1915), A Revelação dos,
Perfumes (1916), Estados de Alma (1917), Poesias, 1915/1917 (1918), Mulher Nua (1922), O Grande Amor (1928), Meu Glorioso Pecado (1928), Carne e Alma (1931),
Sonetos y Poemas de Gilka Machado (1932 - na Bolívia),Sublimação (1938), Meu Rosto (1947), Velha Poesia (1968), Poesias Completas (1978)
CONTEXTO HISTÓRICO: Com o advento Nascido de experiências de Pablo Picasso e de Georges Braque. Inicialmente, detém-se às pinturas através da valorização de formas
da Revolução Industrial no século XIX e da geométricas. A colagem será outra técnica introduzida pelos cubistas. Além disso, a pintura cubista propõe o rompimento com real (foto) e a
Primeira Guerra Mundial no início do ❑CUBISMO linearidade da arte renascentista. Sobre as características do cubismo, que:
século XX, a sociedade passava por ❑Olha-se para um cubo e compreende-se a totalidade do objeto. “O trabalho do artista não é cópia nem ilustração do mundo real, mas um
(1907 - 1914) acréscimo novo e autônomo”(Picasso).
diversas transformações. Destacam-se os ❑Sua primeira experiência literária é através do manifesto de Apollinaire em 1913. a literatura cubista manifesta uma preocupação em se
avanços tecnológicos, progressos aproximara das outras artes plásticas. Ainda valoriza a construção do texto e os espaços em branco e preto da folha de papel. Defendia-se as
industriais, descobertas científicas, dentre “palavras em liberdade”, “a invenção de palavras” e a “destruição das sintaxes condenadas pelo uso”. No Brasil, Oswald de Andrade será
outros. Nesse sentido, a arte demostrou a influenciado por essa tendência na década de 20 e também, posteriormente, a poesia concretista.
necessidade de propor novas formas O Fauvismo (ou Fovismo) foi um movimento artístico heterogêneo associado à pintura e teve sua origem na França. A principal característica
estéticas e de fruição artística, pautadas ❑FAUVISMO desse movimento foi a utilização da cor pura, sem misturas, de modo a delimitar, dar volume, relevo e perspectiva às obras. Outras
na realidade vigente. Dessa forma, os (1905 - 1907) características:
movimentos artísticos europeus surgidos ❑utilização de cores puras;
no fervor dos ideais da época foram ❑emprego arbitrário da cor;
❑simplificação das formas e descompromisso com a representação fiel à realidade;
diretamente contra os ideais da guerra. Os ❑influência da arte primitivista;
artistas utilizavam da ironia e da
O Expressionismo foi um movimento muito diversificado, fundado por dois grupos: A Ponte, de 1905, e O Cavaleiro Azul, de 1911,
capacidade de “chocar” o público, a fim de que reuniram majoritariamente artistas alemães.
despertar outras maneiras de apreciar e
❑EXPRESSIONISMO ❑Em vez de captar a realidade, o Expressionismo cria a realidade, em um movimento do interior para o exterior, valorizando
refletir sobre a vida. aspectos irracionais e instintivos no procedimento artístico, ou seja, não representa mimeticamente a realidade;
Por outro lado, um deles exaltou os (1905 – 1914) ❑Valorização da gravura e da arte primitiva;
avanços tecnológicos e o progresso, no ❑Deformação das formas e o uso de cores vibrantes para ressaltar o sentimento, a interioridade;
❑Engajados em um projeto de crítica social de seu tempo, os expressionistas comumente elegiam temas relacionados à angústia da
caso o futurismo italiano. condição humana, à morte, ao medo, ao sexo, muitas vezes representados de maneira sombria e com figuras deformadas.;
❑São características da poética expressionista: a ênfase na subjetividade do escritor, que projeta nos textos sua percepção da
VANGUARDAS EUROPEIAS realidade; a linguagem direta e a liberdade formal; a descrição pormenorizada da interioridade das personagens; a inclinação ao
grotesco e ao uso de metáforas hiperbólicas; referência por temas sombrios e mórbidos.
CONCEITO: Conjunto de movimentos
artísticos e culturais que surgiram em Primeiro movimento de vanguarda depois do impressionismo. Inicia-se no século XX com a publicação de um manifesto em 20 de fevereiro de
vários países da Europa no século XX. ❑FUTURISMO 1909 por Filippo Tomaso Marinetti e tem comoprncipaisaracterísticas:
O termo “vanguarda” significa “guarda (1909 – 1930) ❑Olhar para o futuro e desprezar o passado. Nada feito antes é levado em consideração. Exaltação da vida moderna, a máquina, a eletricidade,
avançada”. No contexto artístico, significa a velocidade e o automóvel
❑Atitude de irreverência, destruição de códigos e valores cristalizados, arte agressiva, corte dos elos com o passado, palavras em liberdade,
que aquele era um movimento pioneiro, destruição da sintaxe, dispondo os substantivos ao acaso, como nascem.
que rompe com os modelos ❑Reunir beleza e feiura ou o que era considerado grotesco e era excluído da poesia do passado. Criar cuidadosamente do feio na literatura.
preestabelecidos, pois vieram
para quebrar os padrões e os O Dadaísmo, ou simplesmente “Dadá”, foi um movimento artístico pertencente às vanguardas europeias do século XX, cujo lema era: "a
paradigmas criados por outros ❑DADAÍSMO destruição também é criação". Podemos destacar algumas características do movimento dadaísta:
❑Rompimento com os modelos tradicionais e clássicos, apresentando espírito vanguardista e de protesto;
movimentos artísticos; uma vez que (1916 – 1922) ❑Espontaneidade, improvisação e irreverência artística;
influenciaram a arte moderna mundial, ❑Anarquismo, niilismo, busca do caos e desordem, caráter irônico, radical, destrutivo, agressivo e pessimista;
incluindo as pinturas, esculturas, ❑Teor ilógico e irracional;
literatura, peças de teatro, entre ❑Aversão à guerra e aos valores burgueses, critica o consumismo e o capitalismo;
❑Rejeição ao nacionalismo e ao materialismo;
outros. Aqui no Brasil, essas Vanguardas
Europeias influenciaram diretamente o O surrealismo surgiu em Paris no início do século XX, originou-se em reação ao racionalismo e ao materialismo da sociedade ocidental e
movimento modernista, que teve início não se restringiu à pintura, de modo que também influenciou outras manifestações artísticas: a escultura, a literatura, o teatro e o cinema.
com a Semana de Arte Moderna, em As principais características dessa vertente artística:
❑ SURREALISMO ❑pensamento livre;
1922. Anita Malfatti foi uma das artistas ❑expressividade espontânea;
brasileiras que recebeu maior influência (1924 - ?) ❑influência das teorias da psicanálise, com valorização do inconsciente;
dos movimentos europeus. ❑criação de uma "realidade paralela“ e de cenas irreais.
1. CONTEXTO HISTÓRICO: O final do século XIX e início do século XX, na Europa, foi marcado pela competição entre as grandes potências em relação à expansão
imperialista, ou seja, a exploração econômica de países subdesenvolvidos. Isso gerou, portanto, um clima de tensão entre as nações dominantes e causou o crescimento de
discursos nacionalistas que fomentavam essa rivalidade, desencadeando a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). No Brasil acontecia, nessa época, a transição do regime
monárquico para o republicano. É o chamado período da República Velha, muitas vezes também denominado de “República do Café com Leite”, graças à oligarquia promovida
pelos grandes latifundiários dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Eram eles os responsáveis por decidir os rumos da política e da economia brasileiras. Também eram
influentes outras camadas da classe dominante, como o Exército e a burguesia industrial, que ganhava força especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. O surgimento
do modo de produção industrial brasileiro trouxe consigo o aumento da urbanização e criou novos estratos sociais, como o proletariado e o subproletariado. Além disso, com
a consolidação da economia cafeeira, declinava cada vez mais a cultura de cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro. Ao poucos, formava-se um abismo cada vez maior entre o
povo e os dirigentes da República, que também, por sua vez, viam-se em um conflito de interesses: de um lado, o grupo de latifundiários representantes do tradicionalismo
PRÉ-MODERNISMO agrário brasileiro, até pouco tempo escravocrata; de outro, a burguesia industrial incipiente, influenciável pelos fluxos financeiros e interesses do capital europeu e
estadunidense. Os primeiros anos do Brasil republicano ficaram também conhecidos como período da República da Espada, marcado pelo autoritarismo do Exército e por
INÍCIO: 1902- publicação insurreições como a Revolta da Armada, a Guerra de Canudos e a Revolução Federalista.
DE “Os Sertões A abolição da escravatura escancarou as fronteiras do país para a chegada de imigrantes europeus e asiáticos, com vistas a substituir a mão de obra escrava nas lavouras.
(Euclides da Cunha) e Os negros alforriados, por sua vez, não tiveram qualquer direito à integração cidadã: três séculos de escravatura naturalizaram socialmente essa condição e foram basilares
para o racismo estrutural como um dos componentes da fundação da república. Uma nova massa de desempregados e desvalidos formava-se e agravavam-se
Canaã (Graça Aranha). as desigualdades sociais. 2. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS:
FIM: 1922 – Semana de
❑Nacionalismo crítico/temático: preferência pela abordagem das ❑Fase de transição e sincretismo (Parnasianismo/Simbolismo/modernistas);
Artes Modernas desigualdades sociais, colocando em evidência um Brasil miserável e ❑Heterogeneidade entre as características das obras do período;
marginalizado, um Brasil não oficial, que as promessas de modernização do ❑Denúncia da realidade brasileira;
um período de transição no universo artístico. Essa produção
O pré-modernismo não foi uma escola literária, mas

da época, ao mesmo tempo em que delineou aquilo que


recuperou algumas características dos movimentos artísticos

governo republicano tentavam encobrir. Além disso, já teve início um repúdio ❑Caráter documental;
pelas escolas literárias importadas da Europa, em busca de uma expressão ❑Tipos humanos marginalizados;
artística de fato brasileira. ❑Investigação e denúncia dos problemas sociais (miséria, abismos sociais, conflitos);
❑Renovação da linguagem literária: alguns autores optaram pela incorporação ❑Aproximação da obra literária ao contexto sócio-político-econômico;
de elementos da linguagem coloquial na linguagem literária, ampliando o léxico ❑Marginalização dos personagens principais (caipira, mulato, sertanejo);
das obras para regionalismos, expressões populares, neologismos e gírias. ❑naturalismo (descrição minuciosa dos personagens e dos cenários);
Também houve certa aproximação entre a linguagem literária e a jornalística. ❑Regionalismo (valorização da cultura popular brasileira);
Outros escritores, por sua vez, preferiram proposta diferente: a poetização da ❑Utilização de verbos na forma simples ao escrever.
linguagem científica.
depois seria conhecido como modernismo.

❑Euclides da Cunha (1866-1909) - escritor, poeta, ensaísta, jornalista, historiador, sociólogo, geógrafo, poeta e engenheiro brasileiro. Ocupou a cadeira 7 na
Academia Brasileira de Letras de 1903 a 1906. Publicou Os Sertões: Campanha de Canudos, em 1902, a qual é dividida em três partes: A Terra, o Homem, A
Luta. Essa obra regionalista retrata a vida do sertanejo. Publicou também a Guerra de Canudos (1896-1897) no interior da Bahia.
❑Graça Aranha (1868-1931) - escritor, diplomata maranhense e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e organizador da Semana de Arte
Moderna de 1922. Sua obra que merece destaque é Canaã, publicada em 1902. Ela aborda sobre a migração alemã no estado do Espírito Santo. Outras obras
que merecem destaque são: Malazarte (1914), A Estética da Vida (1921) e Espírito Moderno (1925).
❑Monteiro Lobato (1882-1948) - escritor, editor, ensaísta e tradutor brasileiro que ficou muito conhecido por suas obras infantis de caráter educativo, como, por
exemplo, a série de livros do Sítio do Picapau Amarelo. Em 1918 publica Urupês, uma coletânea regionalista de contos e crônicas. Já em 1919 publica Cidades
3.Principais Mortas, livro de contos que retrata a queda do Ciclo do Café.
❑Lima Barreto (1881-1922) - escritor e jornalista brasileiro. Autor de uma obra critica veiculada aos temas sociais, rompe com o nacionalista ufanista e faz
autores e
críticas ao positivismo. Destaque: Triste Fim de Policarpo Quaresma, escrito numa linguagem coloquial. Nela, o autor faz crítica à sociedade urbana da época.
obras ❑Augusto do Anjos (1884-1914) - Considerado por muitos um simbolista, Augusto dos Anjos teve grande destaque no período pré-moderno. O "poeta da
morte“, pelos temas inquietantes e sombrios explorados, ocupou a cadeira n°1 da Academia Paraibana de Letras. Sua única obra publicada em vida, Eu (1912),
reúne diversos poemas que chocam pelos temas, pela agressividade, pelo uso de uma linguagem coloquial e cotidiana, bem como o de palavras consideradas
científicas e antipoéticas.
❑João Simões Lopes Neto (1865 – 1916) – o escritor e empresário sul-rio-grandense e brasileiro procurou em sua produção literária valorizar a história e
tradições do gaúcho. Livros publicados em vida: Cancioneiro Guasca (1910), Contos Gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913), Casos do Romualdo (1914).
❑João do Rio (1881 – 1921) - pseudônimo de João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, um jornalista, cronista, contista, romancista, tradutor e
teatrólogo brasileiro. Considerado um pioneiro da crônica-reportagem, ele era membro da Academia Brasileira de Letras. Obras importantes: As Religiões no Rio
(1904), O Momento Literário (1905), A Alma Encantadora das Ruas (1908), Dentro da noite (1910), A Bela Madame Vargas (1912).
1. CONTEXTO HISTÓRICO: Marco oficial do Modernismo no Brasil, a Semana de 22 ocorreu diante de um cenário repleto de tensões políticas, sociais e
econômicas, durante o período da República Velha, na qual era controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política que ficou conhecida como Café com Leite. O
ano de 1922 era o centenário da Independência do Brasil. Para os artistas envolvidos na programação da Semana, havia um nacionalismo preponderante: a proposta
era atualizar a intelectualidade brasileira e muni-la de uma consciência nacional, pautada por uma necessidade de “redescobrir” o Brasil, que se transformava e se
modernizava aos passos lentos da República Velha, sem perder os velhos padrões oligárquicos coloniais, agora com a roupagem da burguesia industrial.
As primeiras indústrias que chegavam a São Paulo e a produção de café eram os principais eixos de giro financeiro, motivo pelo qual a cidade foi escolhida para
sediar o evento, que contou com o patrocínio de diversos membros da alta sociedade paulistana.
Ao mesmo tempo, estava presente o internacionalismo das vanguardas europeias, que influenciaram diretamente os artistas envolvidos na Semana. Novos formatos,
materiais e um novo entendimento do que era a arte e a produção artística dominavam a Europa do início do século, e chegavam ao Brasil em nova roupagem: a do
SEMANA DE ARTES uso dessas novas linguagens e da atualização das ideias artísticas em prol de uma renovação da arte brasileira. Além disso, nessa época era comum que pessoas
MODERNAS DE 1922 com maior poder aquisitivo fossem estudar na Europa, e isso aconteceu com nomes brasileiros conhecidos como Oswald de Andrade e Anita Malfatti. Ambos
INÍCIO: 13 de fevereiro trouxeram ao Brasil uma nova concepção de arte, influenciando assim, para a criação do evento da Semana de Arte Moderna
FIM: 17 de fevereiro
O acontecimento da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e o rastro de morte e destruição que assolou a Europa também marcaram profundamente as relações
sociais e a percepção filosófica da humanidade, o que impactou diretamente as produções artísticas do período.
❑ Pintores: Emiliano Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Zaina Aita, Ferrignac, Yan de
Álvaro Moreyra, Elysio de Carvalho, Luiz Aranha, Ribeiro Couto, Tácito de
❑ Escritores: Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia,
Guilherme de Almeida, Graça Aranha, Ronald de Carvalho, Plínio Salgado,

❑ Músicos: Heitor Villa-Lobos, Lucília Guimarães Villa-Lobos, Guiomar Novaes,

❑1912: Oswald de Andrade, ao retornar da Europa, traz as ideias de Futurismo de Marinetti e afirma: "Estamos atrasados cinquenta anos em cultura, chafurdados ainda
em pleno Parnasianismo".
❑1913: Lasar Segall, pintor lituano, realiza "a primeira exposição de pintura não acadêmica em nosso país", nas palavras de Mário de Andrade.
Almeida, Agenor Barbosa, Afonso Schmidt, Sérgio Milliet, Manuel Bandeira.

Almeida Prado, John Graz, Vicente do Rego Monteiro, Antonio Paim Vieira.

❑1914: Acontece a primeira exposição de Anita Malfatti, que retorna da Europa impregnada de influências pós-impressionistas.
❑1917: Mário de Andrade e Oswald de Andrade, considerados os dois grandes líderes da primeira geração do Modernismo brasileiro, se tornam amigos. Ocorre a
Ernani Braga Paulina de Ambrósio, Alfredo Gomes, Fructuoso Vianna.

publicação de Há uma gota de sangue em cada poema, livro de poemas de Mário de Andrade, que utilizou o pseudônimo Mário Sobral para assinar a obra pacificadora,
❑ Escultores: Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso, Haarberg.

onde protesta contra a Primeira Guerra Mundial; a publicação de poemas regionalistas de Menotti Del Pichia Moisés e Juca Mulato, que obtêm sucesso junto ao público; a
Publicação de Manuel Bandeira A cinza das horas e o músico francês Darius Milhaud, que mora no Rio de Janeiro, se entusiasma com os estilos musicais maxixe, samba
e os chorinhos de Ernesto Nazareth, e se encontra com Villa-Lobos. Também acontece a segunda exposição de Anita Malfatti, exibindo quadros expressionistas, criticados
com dureza por Monteiro Lobato no artigo "Paranoia ou mistificação?", publicado no jornal O Estado de S. Paulo, Esse artigo é considerado o “estopim” do modernismo
2. Antes brasileiro, já que gerou a união dos jovens artistas, levando-os a discutir a necessidade de divulgar coletivamente o movimento.
❑1919: Manuel Bandeira publica Carnaval, apresentando versos livres.
❑1921: Durante festa no Palácio Trianon, em homenagem ao lançamento de As máscaras, de Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade faz um discurso, declarando a
chegada da revolução modernista em nosso país. Ocorrem exposições de quadros de Vicente do Rego Monteiro, em Recife e no Rio de Janeiro, que exploram a temática
❑ Arquitetos: Georg Przyrembel, Antonio Moya.

indígena; uma mostra apresenta desenhos e caricaturas de Di Cavalcanti, denominada “Fantoches da Meia-noite”, na cidade de São Paulo; Oswald de Andrade, Menotti
Del Picchia, Cândido Mota Filho e Mário de Andrade divulgam o Modernismo em revistas e jornais. É nesse ano que Mário de Andrade escreve a série Os mestres do
passado, analisando esteticamente a poesia parnasiana que se encontrava no auge da consideração literária e manifesta a necessidade de superá-la, porque a sua missão
já tinha sido cumprida. Publicação do artigo de Oswald de Andrade sobre os poemas de Mário de Andrade, intitulando-o "O meu poeta futurista". A partir disso, ainda que
da recusa de Mário de Andrade em aceitar a denominação, a palavra "futurismo" passa a ser utilizada de forma indiscriminada para designar toda e qualquer manifestação
de comportamento modernista, na maioria das vezes em tom pejorativo.
❑1º Dia: aberta oficialmente em 13 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna lotou o Teatro Municipal de São Paulo. Com pinturas e esculturas espalhadas pelo
saguão do teatro, o evento provocou choque e repúdio no público. O primeiro dia do evento contou com a conferência do escritor Graça Aranha, intitulada “A emoção
estética da Arte Moderna”; seguida de apresentações musicais e exposições artísticas.
❑2º Dia: o segundo dia do evento, dia 15 de fevereiro, foi marcado pela apresentação musical de Guiomar Novaes e pela palestra de Menotti del Picchia sobre a arte
estética. Na ocasião, Menotti apresentou os escritores dos novos tempos que foram recebidos pelo público com aplausos e vaias. Neste mesmo dia, 15 de fevereiro de
3. Semana 1922, o evento terminou com gritaria. Quando Ronald de Carvalho declamou o poema “Os Sapos” de Manuel Bandeira, o público fez coro para atrapalhar. O poema fazia
de 22 crítica ao Parnasianismo e às suas regras para fazer poemas.
❑3º Dia: com um público reduzido, o terceiro dia do evento foi o mais tranquilo. A noite foi marcada pela apresentação musical do carioca Villa Lobos, com a participação
de outros músicos, que exibiam uma mistura de instrumentos. Embora os ânimos estivessem mais calmos nessa noite, o público não poupou Villa-Lobos quando ele
entrou no palco com um pé calçado com um sapato e outro com chinelo. O público interpretou a atitude do artista como futurista e desrespeitosa, recebendo-o com vaias.
No entanto, algum tempo depois, descobriu-se que o chinelo não se tratava de uma performance, mas de um calo inflamado.
Nota: Nem todo mundo gostou das propostas da Semana de 22, no qual foi alvo de muitas críticas e polêmicas. Entre essas críticas podemos destacar as de Monteiro
Lobato, principalmente à artista Anita Malfatti, onde afirmou que sua arte tinha caráter místico e paranoico.
1. CONTEXTO HISTÓRICO: O modernismo brasileiro surge no fim da chamada República Velha ou Primeira República. Durante grande parte dele, predominou o
governo oligárquico, dominado principalmente por fazendeiros de São Paulo e Minas Gerais. Nesse período a maioria da população do país era rural e dominada por
fazendeiros (ou coronéis), que se perpetuavam no poder. O Movimento Tenentista, de cunho militar, mostrou sua insatisfação com o regime vigente por meio da Revolta
do Forte de Copacabana, em 1922, e da Revolta Paulista, de 1924, além da Coluna Prestes, movimento que se estendeu de 1924 a 1927. Nesse contexto, o movimento
modernista surge para mostrar a insatisfação política e principalmente cultural de vários artistas brasileiros. A arte tradicional representava o velho, o passado, e os
modernistas valorizavam o novo, o futuro. Por isso, sentiram a necessidade de repensar a nacionalidade e foram em busca da verdadeira identidade brasileira.
MODERNISMO No período que foi de 1930 a 1945, fatos históricos importantes, no Brasil e no exterior, influenciam os escritores modernistas da segunda geração. A quebra da bolsa
de Nova Iorque em 1929 gerou a crise na bolsa; o que provocou a queda do preço do café, principal produto de exportação brasileiro. No ano seguinte, ocorre o fim da
República Velha, com a Revolução de 1930. Deposto o presidente Washington Luís, Getúlio Vargas assume o governo. Sem ainda aceitar a derrota, os paulistas
bastante controverso. Para muitos autores, o modernismo teria terminado em 1960, mas há
que surgiram na primeira metade do século XX e foi, sem dúvida, um dos movimentos que

pontos do mundo, o movimento trouxe várias transformações na cultura e na arte, sobretudo

modernistas se tornaram referência para várias gerações de criadores futuros. O início desse
Podemos definir "Modernismo" como um conjunto de correntes culturais e escolas artísticas

no campo da literatura. O seu valor e legado é incalculável, uma vez que os artistas
mais impactaram as formas como pensamos e criamos. No Brasil, assim como em outros

movimento em solo brasileiro oi em 1922, com a Semana de Arte Moderna. Já o término é

tentaram voltar ao poder com a Revolução Constitucionalista, de 1932, mas Getúlio Vargas se manteve forte, firmando-se na condução do país com a promulgação da
Constituição de 1934. Em 1937 Getúlio fecha o Congresso Nacional e decreta o Estado Novo, regime autoritário de cunho fascista. Viveu-se então a Era Vargas, quando
artistas e intelectuais de esquerda foram perseguidos pelo governo, que perdurou até 1945. Nesse ano, também chegava ao fim a Segunda Guerra Mundial, com o
lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, duas cidades japonesas. Diante de tais fatos, os escritores brasileiros expressaram o horror da guerra, a
desilusão com a humanidade, além de criticarem a ditadura e apontarem os problemas sociais.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a ameaça de uma guerra nuclear passa a pairar sobre o mundo inteiro. Assim, tem início a Guerra Fria, que divide o mundo em
países capitalistas e socialistas, representados por duas grandes potências inimigas: Estados Unidos e União Soviética. No Brasil, Getúlio Vargas comete suicídio em
1954. Juscelino Kubitschek, em 1956, assume a presidência do país e decide construir Brasília, que seria a nova capital brasileira. No campo cultural, chega ao fim a era
do rádio, com suas estrelas. A televisão tem início no Brasil em 1950 e há o aumento de produções cinematográficas por meio de duas grandes produtoras: Atlântida e
Vera Cruz. Todo esse contexto propiciou o crescimento do consumismo. O materialismo e o individualismo começaram a fazer parte da cultura nacional. Daí a produção,
na poesia, de uma arte mais material ou objetificada. As obras literárias então se configuram como uma forma de resistência ao produto cultural descartável.
A chamada fase heroica ou fase de destruição (dos valores estéticos do passado) buscou renovar a arte nacional e que tomou como base as Vanguardas
❑ Segunda fase ❑ Primeira fase

Europeias. Apresentou as seguintes características:


❑inovação; ❑releitura dos símbolos nacionais; ❑uso de versos livres;
quem defenda o seu fim nas décadas de 70 ou 80.

❑ousadia; ❑busca pela identidade brasileira; ❑valorização da linguagem oral;


❑nacionalismo; ❑liberdade de criação; ❑defesa de uma língua brasileira;
❑crítica sociopolítica; ❑liberdade formal; ❑antiacademicismo.
2. CARACTERÍSTICAS

Também conhecida como fase de reconstrução, teve início em 1930 e se encerrou em 1945. As obras dessa fase são caracterizadas pelo conflito
existencial, além da crítica sociopolítica, e relacionam-se a dois aspectos distintos: o poético e o prosaico. São características dessa fase:
❑ausência de idealizações;
PRINCIPAIS

Na poesia: Na prosa: ❑parcialidade da voz narrativa;


❑reflexão sobre os problemas ❑crítica sociopolítica; ❑regionalismo ou ❑determinismo; valorização do
contemporâneos; ❑liberdade de criação; neorregionalismo; espaço narrativo;
❑conflito existencial e espiritual; ❑uso de versos regulares, ❑realismo ou neorrealismo; ❑linguagem simples;
❑busca por um sentido para a vida; brancos e livres; ❑crítica sociopolítica; ❑enredos dinâmicos.
Também conhecida como pós-modernismo, teve início em 1945. As obras dessa fase são caracterizadas pelo seu caráter experimental, além da crítica
❑ Terceira fase

sociopolítica e da metalinguagem. São características dessa fase:


Na poesia: ❑linguagem objetiva; Na prosa:
❑valorização da estrutura do poema; ❑uso de palavras do cotidiano; ❑fluxo de consciência;
❑crítica sociopolítica; ❑antissentimentalismo; ❑narrativa fragmentada;
❑Metalinguagem. ❑metalinguagem;
❑texto engajado; ❑temas universais;
❑caráter realista; ❑linguagem experimental;
❑estrutura textual não convencional.
A divisão dos autores por fases, como apresentada, é apenas
❑ Movimento Pau-Brasil - Fundado por Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, fazia didática; uma vez que muitos deles produziram em todas as fases
críticas ao passado cultural brasileiro, que copiava os modelos europeus, propondo um olhar (ou quase todas), transitando entre os diversos gêneros textuais.
para o Brasil com o olhar do brasileiro, apesar das influências europeias. Observações:
❑Oswald de Andrade (1890 – 1954)
▪O Manifesto pau Brasil foi escrito por Oswald de Andrade. ❑Mário de Andrade (1893 – 1945)

❑ Primeira fase
▪Inicialmente publicado no jornal Correio da Manhã, em 18 de março de 1924. ❑Menotti del Picchia (1892 – 1988)
▪Em 1925, uma forma reduzida e alterada do texto, abriu o livro de poesias Pau-Brasil. ❑Ronald de Carvalho (1893 – 1935)

6. POESIA E PROSA NO MODERNISMO - PRINCIPAIS AUTORES


MODERNISMO ❑RaulBopp (1898- 1984)
▪Proposta de uma literatura vinculada à realidade brasileira, a partir da redescoberta do Brasil.
❑Guilherme de Almeida (1890 – 1969)
❑Movimento Verde-Amarelo - Formado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme ❑Antônio de Alcântara Machado (1901 – 1935)
3. Correntes de
de Almeida e Cassiano Ricardo em 1926, surgiu em resposta ao movimento Pau Brasil. O ❑ManuelBandeira (1886 – 1968)
pensamento que
Verde-Amarelismo tinha como proposta a defesa de um nacionalismo exagerado, valorizando ❑Plínio Salgado (1895-1975)
ganharam força
os elementos nacionais sem qualquer influência europeia. Observações a respeito desse
na primeira fase
do modernismo.
movimento: ❑Carlos Drummond (1902-1987)
▪Era contra o nacionalismo Pau-Brasil, de Oswald de Andrade. ❑Mario Quintana (1906-1994)
▪Apresentava a proposta de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo. ❑Murilo Mendes (1901-1975)
▪Idolatrava o Tupi. ❑Cecília Meireles (1901-964)

❑ Segunda fase
▪Elegeu a anta como símbolo nacional, por conta disso também fica conhecido como ❑Jorge de Lima (1895-1953)
“Escola da Anta”. ❑Vinicius de Moraes (1913-1980)
❑José Américo de Almeida (1887-1980)
▪Oswald contra-atacou, primeiro em 1927 com o artigo Antologia, depois em 1928 com o ❑Graciliano Ramos (1892-1953)
Manifesto Antropófago. ❑Rachel de Queiroz (1910-2003)
▪Em 1929, o grupo verde-amarelista também publica um manifesto, intitulado “Nhengaçu ❑Jorge Amado (1912-2001)
Verde-Amarelo - Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”. ❑José Lins do Rego (1901-1957)
▪Esta corrente deu origem à Escola da Anta. ❑Érico Veríssimo (1905-1975)
❑Dyonélio Machado (1895 – 1985)
❑Escola da Anta - Em 1927, o Movimento Verde-Amarelo transformou-se na Escola
da Anta ou Grupo Anta que, partindo para a idolatria do tupi, defendia o patriotismo
❑João Cabral de Melo Neto (1920 – 1999)
em excesso e apresentava inclinações nazistas. Elege a anta como símbolo nacional. ❑Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira – 1930 – 2016)
❑Movimento Antropofágico - Fundado por Oswald de Andrade em parceria com Tarsila do ❑Mauro Mota – (1911 – 1984)
Amaral e Raul Bopp, seu manifesto surgiu em 1928 como uma nova resposta às duas ❑Ledo Ivo (1924 – 2012)
correntes (Verde Amarelismo e Escola da Anta), pregando a aceitação da cultura estrangeira, ❑Manoel De Barros (1916 – 2014)
❑Péricles Eugênio (1919- 1992)

❑ Terceira fase
mas sem copiar e imitar. Para os antropofágicos, a cultura de fora deveria ser absorvida pela
❑ Domingos Carvalho (1915 – 2003)
brasileira, que colocaria na arte a representação da realidade do Brasil e do elemento popular,
❑Geir Campos (1924 – 1999)
valorizando as riquezas nacionais.
❑Clarice Lispector (1920- 1977)
5. OUTRAS REVISTAS: ❑Guimarães Rosa (1908 – 1967)
4. A REVISTA KLAXON: ❑De setembro de 1927 a janeiro de 1928, Revista Verde de ❑Lygia Fagundes Telles (1918 – 2022)
❑ Primeiro periódico modernista. Cataguazes – Minas Gerais. ❑Dalton Trevisan (1925)
❑ Fruto das agitações de 1921 e da Semana de Arte ❑Em 1924, Revista Estética – Rio de Janeiro. ❑Ariano Suassuna (1927 – 2014)
Moderna de 1922. ❑Em 1926, Revista Terra Roxa e Outras Terras – São Paulo. ❑Nelson Rodrigues (1912 – 1980)
❑ Circulou de maio de 1922 a janeiro de 1923. ❑Em 1927, Revista Festa – Rio De Janeiro. ❑Dias Gomes (1922 – 1999)
❑ Anunciava a modernidade do século XX. ❑Em 1928, Revista Antropofagia – São Paulo. ❑Jorge Andrade (1922 – 1984)
Contexto histórico: Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a ameaça de uma guerra nuclear passou a pairar sobre o mundo inteiro. Assim, teve início a Guerra Fria, que dividiu o mundo em países
capitalistas e socialistas, representados por duas grandes potências inimigas: Estados Unidos e União Soviética. O Brasil dos anos 50 e 60 (até o golpe de 1964) passou por um momento de
grande crescimento econômico, incentivo ao consumo e o desenvolvimento da indústria (pelo capital estrangeiro), e isso foi devido ao governo democrático-populista de Kubitschek. A literatura e as
artes também mudaram, surgiu a Bossa Nova, o Cinema Novo, o Teatro de Arena e as vanguardas concretas na poesia e nas artes plásticas.
A Revolução cubana(1953-1959) foi seguida da implantação de governos ditatoriais na América Latina. Com a crise provocada pela renúncia do presidente Jânio Quadros e o golpe militar que tirou
João Goulart do poder encerraram a onda de efervescência que existia, promovendo um ambiente de censura e medo no país. Publicação do AI-5; fechamento do Congresso; jornais censurados,
revistas, filmes, músicas; perseguição e exílio de intelectuais, artistas e políticos foram alguns atos persecutórios da época. Por conta disso, a cultura foi obrigada a usar disfarces, ou recuar.
Depois do golpe militar de 1964, surgiu o Teatro Oficina, os CPCs (Centros Populares de Cultura) e o Tropicalismo, mas esse momento de revolução artística acabou com o decreto da AI-5, em
1968, que censurava todo tipo de arte e de expressão que levou muitos artistas ao exílio. O tricampeonato da Copa do Mundo de Futebol, em 1970, foi capitalizado pelo regime militar e uma onda de
nacionalismo se alastrou pelo Brasil inteiro. Em 1979, em meio a uma grave crise econômica e já antevendo o redemocratização, uma das primeiras medidas do presidente Figueiredo foi validar a Lei
da Anistia; o que possibilitou o retorno dos exilados. Essa medida presidencial fez ressurgir o otimismo e a esperança daqueles que não concordavam com a política praticada pelos militares daquele
período. Nos anos 80 começou uma mobilização popular pelo retorno das eleições diretas, o que só aconteceu em 89, com a posse de Fernando Collor de Mello, cassado em 1991.Em 1995, depois
do controle da inflação com o Plano Real no governo Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência do país. Em 2002, depois de ser derrotado por três vezes consecutivas, Luiz
Inácio Lula da Silva, oriundo das classes populares, toma posse como o 35º presidente do Brasil.
Movimento cultural brasileiro, concentrado entre os anos de 1968 e 1969, que marcou profundamente diversas formas de expressão artística, como a música, o cinema,
❑ Tropicalismo o teatro, a poesia e as artes plásticas. Poesia concreta é um tipo de poesia vanguardista, de carácter experimental, basicamente visual, que
partir de uma mistura de tendências que inovaram a poesia e a prosa do
anteriores, revelando uma crise existencial do homem pós-moderno a
Produções do final do século XX e da primeira metade do século XXI
que reúnem um conjunto de caraterísticas de diversas escolas literárias

procura estruturar o texto poético escrito a partir do espaço do seu suporte, sendo ele a página de um livro
▪Multiplas possibilidades de leitura; ou não, buscando a superação do verso como unidade rítmico-formal. Surgiu na década de 1950 no Brasil e
❑Concretismo ▪poesia de caráter experimental; na Suíça, tendo sido primeiramente nomeada, tal qual a conhecemos, por Augusto de Campos na
Literatura Brasileira Contemporânea

▪ valorização do espaço da folha de papel; revista Noigandres de número 2, de 1955, publicada por um grupo de poetas homônimo à revista. No Brasil,
▪aspecto verbivocovisual (palavra, som e imagem). seus principais representantes são Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos.

❑Poema ▪Linguagem não verbal — uso de letras ou palavras não são essenciais; O Poema-Processo, em 1967, surgiu paralelo à Tropicália. Fundado por Wlademir
Dias Pino, Moacy Cirne, Neide de Sá e Álvaro de Sá, entre outros.
Processo ▪utilização de signos gráficos (símbolos visuais) — figuras ou perfurações
Movimentos Vanguardistas

▪maior interação com o leitor; Maior subjetividade e expressividade artística


Neoconcretismo foi um movimento artístico surgido no Rio de Janeiro,
▪Oposição ao concretismo, materialismo, cientificismo e positivismo em fins da década de 1950, como reação
❑Neoconcretismo ▪poema não objeto — só existe na interação do público com a obra; ao concretismo ortodoxo defendido pela vertente paulistana do
▪Transcendência da arte com liberdade de experimentações e criações artísticas; movimento Grupo Ruptura. Principal nome: Ferreira Gullar
▪Abstracionismo e uso de cores e formas geométricas, dobras ou recortes.
▪valorização do ritmo e do verso; com a exploração dos aspectos sonoros, visuais e semânticos dos vocábulos
▪presença do aspecto social; A poesia-práxis foi um movimento liderado por Mário Chamie, que a partir
❑Poesia-Práxis ▪multivocidade ou plurissignificação permitindo múltiplas leituras; de 1961 adota a palavra como organismo vivo gerador de novos
▪oposição ao concretismo (anticoncretismo). organismos vivos, ou seja, de novas palavras. Surge como dissidência da
▪eliminação do verso e decomposição das palavras;
▪o aproveitamento do espaço em branco da página para disposição das palavras Poesia concreta, representada por Mário Chamie e Cassiano Ricardo
▪Linguagem coloquial, repleta de sarcasmo, ironia, humor, gírias e palavrões; A poesia marginal ou marginalia recebeu esse nome em referência ao
▪Proposta de uma constante inovação poética; fato de estarem à margem do circuito editorial estabelecido. Foi
▪Inspiração nos movimentos de contracultura; um movimento artístico-cultural de contracultura que ocorreu
▪Elogio de uma produção cultural que estivesse fora dos padrões; no Brasil imediatamente após a Tropicália, durante a década de 1970, em
❑Poesia
função da censura imposta pela Ditadura Militar. Foi representada por
Marginal ▪Organização da poesia em estruturas rápidas que aliassem texto e elementos visuais; nomes como Paulo Leminski, José Agripino de Paula, Waly Salomão,
período:

▪Promoção de leituras imediatas, com conteúdos facilmente assimiláveis Francisco Alvim, Torquato Neto e Chacal.
▪Inconformismo com “cultura oficial” brasileira, os moldes literários impostos.
❑Slam Competição em que poetas (slamers) leem ou recitam um trabalho original, que são julgadas por membros selecionados da plateia ou então por uma comissão de jurados.

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