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Introdução à

Literatura
texto literário manipula a palavra. Caráter artístico.
3. ORIGEM: No sentido restrito da escrita (literatura vem do latim "littera", que quer dizer "letras"), a literatura só se torna possível com a escrita, embora não tenha surgido com ela,
❑Plurissignificação: palavras = muitos sentidos.
1.CARACTERÍSTICAS DO TEXTO LITERÁRIO:

❑Aspecto subjetivo: o olhar pessoal do artista.


pois mesmo tendo conexões entre si, não são sinônimos. Os primeiros registros escritos da história da humanidade não são literatura. Há controvérsias entre estudiosos a respeito

❑Ênfase na função poética da linguagem:


de quando os registros antigos se convertem em algo próximo à uma literatura narrativa. Um problema ao tratarmos da história da literatura é que muitos textos vão desaparecendo
ao longo do tempo, por acidente, pela total extinção da cultura que os originou, com as novas narrativas e interpretações das historias ou até traduções errôneas.
Muitas histórias se expandiram de maneira oral durante vários séculos antes que fossem escritos. Por essa razão narrativas com essas natureza mais complicadas de se
determinar uma periodização. Certos tempos primários podem ser considerados como os primeiros passos da literatura. Exemplos muitos antigos são ”Epopeia de Gilgamexe”,
❑Ficcionalidade: realidade criada

datada de aproximadamente 2 000 a.C., e o Livro dos mortos, escrito em Papiro aproximadamente no ano 1600 a.C., mais provavelmente na data do século XVII a.C.
A literatura grega teve um papel fundamental na história da literatura ocidental, pois não se resume apenas aos poemas épicos atribuídos a Homero, mas também à
primeira dramaturgia europeia; aos poetas líricos; aos mitos fixados por Hesíodo, e outros; à filosofia; à História, inventada como disciplina por Heródoto; à medicina, cuja literatura foi
inaugurada na Europa por Hipócrates; e muitas outras contribuições. Muitos estudiosos consideram que a tradição literária ocidental começou com os poemas épicos da Ilíada, que
conta a história da Guerra de Troia, e a Odisseia, que conta a história do retorno para casa de Ulisses, um dos heróis gregos da Guerra de Troia. Não podemos, contudo, falar da
origem da literatura ocidental sem citar Hesíodo, que escreveu os poemas ”Teogonia”, sobre a origem dos deuses, e ”Os trabalhos e os dias”, sobre lendas, mitos e o valor do
trabalho. Ele foi um poeta tão valorizado quanto Homero entre os antigos gregos. Entre os poetas posteriores foi notável Safo, que usou a forma da poesia lírica como gênero.
Outro que merece ser mencionado é o dramaturgo Ésquilo, que começou na literatura ocidental introduzindo sempre o diálogo e a interação com a dramaturgia teatral ou seja
um texto "escrito para o teatro". É considerado o fundador da tragédia. A sua obra chamada Oresteia (ou Oréstia), foi uma das mais pungentes tragédias da Grécia Antiga narrando o
drama protagonizado pelos últimos Atridas e que vieram completas para nós. Ainda no gênero dramático, tivemos Sófocles (em suas tragédias, mostra dois tipos de sofrimento: o
que decorre do excesso de paixão e o que é consequência de um acontecimento acidental. Reduziu a importância do coro no teatro grego, relegando-o ao papel de observador do
drama que se desenrola à sua frente); Eurípedes, que utilizou da literatura dramática para desafiar as normas sociais; e Aristófanes, um comediante que usou as mesmas ideias, só
que em um tom menos trágico em suas duas obras: Lisístrata e As vespas. Deve ser esclarecido aqui que literatura dramática não é teatro, mas sim um texto escrito para ser
encenado.
❑ Catártica - Uma obra tem função catártica quando é capaz de provocar no leitor uma espécie de “explosão” de sentimento, aflorando nossas sensações, como
tristeza, alegria, raiva, realização. As poesias são as mais conhecidas.
❑ Estética - O principal objetivo desse tipo de texto é despertar a admiração do leitor devido à sua perfeição artística, à beleza da construção da obra. Esse
aspecto do “belo” na literatura pode estar ligado ao jogo de palavras e imagens criados pelo autor, pela perfeição da escrita, pela capacidade criativa única, entre
significa “letra”, a literatura é uma das
manifestações artísticas do ser humano, ao lado da

outras. Sendo muito antiga, apresenta-se em prosa


ou verso, tendo por matéria prima as palavras, tal
2. CONCEITO: Oriunda do latim littera, que

música, dança, teatro, escultura, arquitetura, dentre

outros fatores.
4. FUNÇÕES DA ❑ Cognitiva - Uma função primordial de todo tipo de produção escrita. Os textos literários com função cognitiva tem o principal objetivo de transmitir conhecimentos
LITERATURA ao leitor sobre períodos da história, sentimentos variados, situações humanas diversas, características culturais etc.
❑ Político-social - As obras literárias também podem ter como função a representação da realidade, buscando descrever, criticar, ironizar e satirizar problemas da
qual a tinta é a matéria prima do pintor.

nossa sociedade. As questões sociopolíticas retratadas podem ser diversas, como o racismo, a seca, a corrupção, a pobreza, o autoritarismo político, entre
outros.
❑ Lúdica - Como as outras artes, a literatura também pode ter a função de simplesmente entreter o leitor, ou seja, divertir e proporcionar algum tipo de prazer,
como relaxamento e diversão. Essa é a função mais básica da literatura, pois, na realidade, o leitor sempre está em busca de textos literários que possam
envolvê-lo.
❑ Literário ❑Foco na mensagem. ❑CONOTAÇÃO é o emprego de palavras no seu sentido subjetivo, cultural
❑Poema ❑Predomínio da linguagem conotativa. e/ou emocional, que está para além do significado estrito ou literal de uma
❑VERBAL palavra, frase ou conceito. É o sentido de palavras em um sentido incomum,
❑Prosa
(Usa a palavra) figurado, circunstancial, que depende sempre do contexto. Ex.:
❑Foco no contexto.
❑ Não literário
❑Predomínio da linguagem denotativa. A vaca foi pro brejo = algo deu muito errado.
❑ Objetivo
5. TEXTO ❑NÃO VERBAL ❑DENOTAÇÃO é o emprego de palavras no seu sentido próprio,
❑ Subjetivo
(Não usa palavra) comum, habitual, preciso, aquele que consta nos dicionários. A
❑MISTO (Híbrida) ❑ É , ao mesmo tempo, verbal e não verbal linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz
emoção ao leitor. Ex.: A vaca foi pro brejo = A fêmea do boi foi para o pântano.
(Une palavras e formas não verbais de expressão, como as imagens)
É uma composição de
signos codificada sob a
forma de um sistema para • FOCO NA MENSAGEM.
construir uma unidade de
LITERÁRIO • PREDOMÍNIO DA LINGUAGEM CONOTATIVA.
sentido. A BASE DE SUA
ESTRUTURA É A
PALAVRA

• FOCO NO CONTEXTO.
❑VERBAL NÃO LITERÁRIO
• PREDOMÍNIO DA LINGUAGEM DENOTATIVA.

OBJETIVO
❑NÃO VERBAL
NÃO USA A PALAVRA SUBJETIVO
Proveniente do latim texere
(construir, tecer), cujo particípio
passado textus também era
usado como substantivo, e
significava 'maneira de tecer', ou ❑MISTO É , AO MESMO TEMPO,
VERBAL E NÃO VERBAL
'coisa tecida', e ainda mais tarde,
'estrutura'.
Ao comparar os textos abaixo, é evidente que charge apresenta temática e tese semelhantes às que encontramos
no poema de Mário de Andrade.

Texto não-verbal) Texto verbal)


Textos mistos)
O tempo só anda de ida.
A gente nasce cresce amadurece envelhece e morre.
Pra não morrer tem que amarrar o tempo no poste.
Eis a ciência da poesia:
Amarrar o tempo no poste.
Manoel de Barros
❑ DENOTAÇÃO é o emprego de palavras no seu sentido próprio,
comum, habitual, preciso, aquele que consta nos dicionários. A
linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz
emoção ao leitor.

❑ CONOTAÇÃO é o emprego de palavras no seu sentido subjetivo,


cultural e/ou emocional, que está para além do significado estrito ou
literal de uma palavra, frase ou conceito. É o sentido de palavras em
um sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre
do contexto.
O HOMEM QUE ENTROU NO CANO

Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se
acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares.
Vez ou outra, um desvio, era uma secção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Ficou na torneira, à espera
que abrissem. Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta era um
branco imenso, uma água límpida. A cara da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo
interessada. Ela gritou:
“Mamãe, tem um homem dentro da pia.”
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo
esgoto.
Ignácio de Loyola Brandão, in Cadeiras proibidas
verossimilhança
Quando exploramos a ficção é importante que nossa obra seja verossímil, dando ao leitor a ideia de verdade,
aproximando-o da nossa realidade. Para construir uma narração que faça sentido ao leitor, todos os seus elementos
(enredo, narrador, personagem, tempo e espaço) precisam compor um ‘todo verdadeiro’. É através da verossimilhança,
da aproximação da realidade, que o texto se fará real.
FUNÇÃO COGNITIVA
A função cognitiva se refere à aquisição
do conhecimento. Em Literatura, o escritor
tem uma percepção (conhecimento)
pessoal da realidade que o rodeia. A essa
percepção costuma-se chamar de
inspiração, estalo, insight… Impulsionado
por esse estímulo, ele (o escritor) produz
textos que comunicam esse conhecimento
ou percepção, onde sentimento e razão se
fundem. A obra literária, por conseguinte,
exprime esse seu conhecimento intuitivo e
estético a respeito da realidade que o
rodeia.
No texto ao lado, Dois e dois: quatro, de
Ferreira Gullar, o poeta revela seu
conhecimento sobre a vida, que apesar de
expressar uma percepção bem pessoal, É isso que faz com que um texto se torne uma obra-prima, pois o poeta Ferreira
Gullar não usa argumentos científicos ou filosóficos para comunicar o que pensa.
acaba apresentando aquilo que a maioria
Se vale da sua experiência e da sua sensibilidade, utilizando os princípios da
das pessoas percebem da vida. métrica.
FUNÇÃO ESTÉTICA
Por ser a Literatura uma arte, ela nos
remete à nossa capacidade de apreciar o
belo, o bonito, ao prazer que sentimos diante
das coisas agradáveis, que tocam os nossos
sentidos, as nossas emoções, o nosso
intelecto.
No caso da Literatura, isso se relaciona ao
emprego adequado da metrificação, do ritmo,
da rima, das figuras de linguagem, da
articulação dos personagens, da estruturação
do enredo, entre outros elementos.
Olavo Bilac, um dos poetas brasileiros que
mais se esmerou em utilizar uma perfeita
técnica na arte literária, expressou seu ideal
de escritor no poema Profissão de Fé, onde
ele compara o trabalho do poeta ao
artesanato de um ourives na produção de
uma joia.
FUNÇÃO CATÁRTICA
A palavra catártica vem de catarse (do grego
catharse), que significa purificação, purgação. Foi
usada por Aristóteles ao afirmar que as tragédias
(representações teatrais) purificam as emoções.
Em Literatura, podemos entender que a catarse
é uma espécie de descarga emocional que provoca
no leitor ou no escritor um certo alívio da tensão ou
da ansiedade psicológica ou moral. Ao vivenciar as
emoções e tensões transmitidas pelos
personagens das narrativas (seja da prosa ou da
poesia), o leitor ou o escritor estaria descarregando
sua próprias tensões, medos, frustrações e assim
se libertando (purificando) dessas emoções
negativas.
No caso do escritor, o ato de escrever pode se
constituir em uma catarse, porque muitas vezes,
ele escreve para desabafar, pôr para fora suas
tensões e sublimar suas frustrações. Portanto, a
Literatura, ao provocar essa sensação de alívio
emocional e purificação moral está
desempenhando sua função catártica.
Manoel Bandeira, poeta brasileiro, confessa que
foi nessas condições de tensão que escreveu seu
famoso poema Vou-me embora pra Pasárgada.
FUNÇÃO POLÍTICO-SOCIAL Morte e Vida Severina
A obra literária também serve de instrumento de
conscientização das pessoas e de transformação da
(No trecho, o retirante Severino assiste ao enterro de um
sociedade. Por isso, a Literatura atua como um agente trabalhador de uma plantação de cana e ouve o que dizem os
de participação nos movimentos e lutas sociais de uma amigos do morto que o levaram ao cemitério):
época e de um povo nos quais o escritor se acha
inserido. Muitos chamam a isso de “literatura engajada”.
São exemplos de obras com essa função político-
social:
❑ o poema O Navio Negreiro, de Castro Alves,
denunciando a escravidão e incitando o povo a
acabar com ela;
❑ o romance O Cortiço, de Aluiso Azevedo, apontando
a miséria material e moral dos moradores desse tipo
de habitação;
❑ o poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de
Melo Neto, denunciando a vida sofrida do sertanejo
e a exploração do seu trabalho pelos donos de terras
no Nordeste Brasileiro.
Com o advento da Sétima Arte (o cinema) várias obras
literárias ganharam cor, forma e imagem nas telas dos
cinemas, como foi o caso de “Morte e Vida Severina”.
Abaixo apresentamos um trecho desse poema que foi
musicado por Chico Buarque e encenado no Teatro da
Universidade Católica de São Paulo, na década de 60.
DIFERENÇAS ENTRE POEMA E POESIA
Poesia é uma característica subjetiva da arte e que pode estar
relacionada não apenas a poemas, mas também a pinturas, músicas,
ilustrações, romances etc. Uma obra de arte famosa, como “Carnaval
em Madureira”, de Tarsila do Amaral, tem poesia mesmo sendo uma
pintura e não um poema.
A poesia, nesse caso, tem a ver com a subjetividade, com as
sensações e emoções que a obra de arte provoca em quem a vê,
mesmo que ela não utilize palavras, versos e estrofes. Podemos dizer
que a maioria dos poemas é poesia, mas nem toda poesia é um
poema.
A VELHA CONTRABANDISTA (Stanislaw Ponte Preta )
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava na fronteira montada na lambreta, com
um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e
então o fiscal perguntou assim pra ela:
_Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse
saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo, e
respondeu:
_É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o
saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha fosse em frente.
Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro
daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez.
Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês
seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
_Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com quarenta anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra
burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
_Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
_Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a
senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
_O senhor promete que não “espáia”? – quis saber a velhinha.
_Juro – respondeu o fiscal.
_É lambreta.
1.No cartum apresentado, o significado da palavra 2.Sobre a tirinha de Garfield, é correto afirmar que:
escrita é reforçado pelos elementos visuais, próprios a) A linguagem verbal é o elemento principal para o
da linguagem não verbal. A separação das letras da entendimento da tirinha.
palavra em balões distintos contribui para expressar b) O uso da linguagem verbal faz diferença para a
principalmente a seguinte ideia: compreensão da tirinha.
c) O uso simultâneo das linguagens verbal e não
a) dificuldade de conexão entre as pessoas
verbal colabora para o entendimento da tirinha.
b) aceleração da vida na contemporaneidade d) A sequência cronológica dos fatos relatados nas
c) desconhecimento das possibilidades de diálogo imagens não influencia na compreensão da tirinha.
d) desencontro de pensamentos sobre um assunto
3. Nos gráficos, os elementos visuais e os elementos
textuais são fundamentais para o entendimento total da
mensagem transmitida. No gráfico em questão, a
linguagem verbal e a linguagem não verbal têm como
intenção mostrar ao leitor que:
a) O número de casamentos entre pessoas acima de 60
anos diminuiu em um período de cinco anos.
b) O número de pessoas acima de 60 anos que estão
inseridas no mercado de trabalho é proporcionalmente
inverso à quantidade de pessoas que se casam nessa
faixa etária.
c) Apresenta dados para o leitor que comprovam o
aumento no número de casamentos entre pessoas
acima de 60 anos, assim como o aumento da inserção
de pessoas acima de 60 anos no mercado de trabalho.
d) Apresenta a preocupação com a diminuição no
número de casamentos entre pessoas de várias faixas
etárias da população brasileira, assim como a
dificuldade dessas pessoas para conseguir emprego no
mercado de trabalho.
4.Sobre as linguagens verbal e não verbal, é INCORRETO afirmar que:
a) A linguagem verbal utiliza qualquer código para se expressar, enquanto a linguagem não verbal faz
uso apenas da língua escrita.
b) São utilizadas para criar atos de comunicação que nos permitem dizer algo.
c) A linguagem não verbal é aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra, enquanto a
linguagem verbal utiliza a língua, seja oral ou escrita, para estabelecer comunicação.
d) Linguagem verbal e não verbal, quando simultâneas, colaboram para o entendimento do texto.
5.
6.
7.
8.
Leia os fragmentos abaixo para responder às e veio dos canaviais extensos
questões que seguem: que não nascem por acaso
TEXTO I no regaço do vale.
O açúcar Em lugares distantes, onde não há hospital
O branco açúcar que adoçará meu café nem escola,
nesta manhã de Ipanema homens que não sabem ler e morrem de fome
não foi produzido por mim aos 27 anos
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. plantaram e colheram a cana
Vejo-o puro que viraria açúcar.
e afável ao paladar Em usinas escuras,
como beijo de moça, água homens de vida amarga
na pele, flor e dura
que se dissolve na boca. Mas este açúcar produziram este açúcar
não foi feito por mim. branco e puro
Este açúcar veio com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, fonte: “O açúcar” (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de
dono da mercearia. Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228)
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
TEXTO II
A cana-de-açúcar
Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A região que
durante séculos foi a grande produtora de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis solos de
massapé, além da menor distância em relação ao mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse cultivo.
Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e
Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a cana serve
também para a produção de álcool, importante nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imensa expansão dos
canaviais no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.
(Comentários sobre os textos: “O açúcar” e “A cana-de-açúcar” )

9. Para que um texto seja literário: 10.Sobre o textos I e II, só é possível afirmar que:
a) basta somente a correção gramatical; isto é, a expressão I. O texto I é literário também pela forma com que se
verbal segundo as leis lógicas ou naturais. apresenta.
b) deve prescindir daquilo que não tenha correspondência na II. O texto II poderia ser literário pela forma.
realidade palpável e externa. III. Pela pluralidade significativa da linguagem, só é
c) deve fugir do inexato, daquilo que confunda a capacidade de possível afirmar que o literário é o texto II.
compreensão do leitor. Está(ao) correta(s) apenas
d) deve assemelhar-se a uma ação de desnudamento. O a) a I e a II
escritor revela ao escrever, revela o mundo, e em especial o b) a II e a III
Homem, aos outros homens. c) a I e a III
e) deve revelar diretamente as coisas do mundo: sentimentos, d) apenas a II
ideias, ações. e) Todas estão corretas
11. Ainda com relação ao textos I e II, 12. Qual é a alternativa correta?
assinale a opção incorreta a) O texto é literário, pois apresenta a plurissignificação da
a) No texto I, em lugar de apenas informar linguagem, aspectos de subjetividade, criatividade e palavras
sobre o real, ou de produzi-lo, a expressão carregadas de literariedade.
literária é utilizada principalmente como um b) O texto é literário, porque apresenta o predomínio da
meio de refletir e recriar a realidade. linguagem referencial, carregada de simbologia e palavras
b) No texto II, de expressão não-literária, o com sentido literal.
autor informa o leitor sobre a origem da cana- c) O texto é não literário, pois apresenta apenas uma
de-açúcar, os lugares onde é produzida, como interpretação e o sentido predominante das palavras é a
teve início seu cultivo no Brasil, etc. denotação.
c) O texto I parte de uma palavra do domínio d) O texto é não literário, uma vez que faz uso predominante
comum – açúcar – e vai ampliando seu das figuras de linguagem na criação da linguagem simbolista.
potencial significativo, explorando recursos
formais para estabelecer um paralelo entre o
13. São características do texto não literário, exceto:
açúcar – branco, doce, puro – e a vida do
a) Linguagem impessoal (na 3ª pessoa);
trabalhador que o produz – dura, amarga,
b) Linguagem conotativa;
triste.
c) É sempre de função referencial;
d) O texto I, a expressão literária desconstrói
d) Objetividade
hábitos de linguagem, baseando sua recriação
no aproveitamento de novas formas de dizer.
e) O texto II não é literário porque,
diferentemente do literário, parte de um
aspecto da realidade, e não da imaginação.
Texto II - O Bicho (Manuel Bandeira) 14. No Texto II, que sentimento do eu
Vi ontem um bicho lírico se manifesta na expressão "meu
Na imundície do pátio Deus"?
Catando comida entre os detritos. a) Crueldade
b) Indignação
Quando achava alguma coisa, c) Euforia
Não examinava nem cheirava: d) conformismo
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Texto I - Descuidar do lixo é sujeiraNão era um rato.
Diariamente, duas horas antes da
chegada do caminhão da prefeitura, a O bicho, meu Deus, era um homem.
gerência (de uma das filiais do
McDonald’s) deposita na calçada,
15. Os dois textos apresentam semelhança quanto ao conteúdo. Qual é
dezenas de sacos plásticos recheados
de papelão, isopor, restos de
essa semelhança?
sanduíches. Isso acaba proporcionando
um frequente e lamentável banquete de
mendigos. Dezenas deles vão ali revirar
o material e acabam deixando os restos 16. O texto I, considerando o título, parece enfocar o quê?
espalhados pelo calçadão. (Veja São a) homens se alimentam de lixo
Paulo, 23/12/1992) b) sujeira que os mendigos deixam na rua
c) o McDonald´s deposita sacos de lixo na calçada
d) o caminhão da prefeitura recolhe o lixo
GABARITO:

1-A, 2-C 3-C, 4-A, 5-E, 6-B, 7-D, 8-(D,C,D,C,D,C,C,C,C,C,DC,D,C,D,C,C,D,C,C), 9-D, 10-A, 11-E, 12-A,
13-B, 14-B, 15-( Em ambos os textos é abordada a condição mendicante do homem.), 16-B

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