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ORIENTAÇÕES PARA

ACIDENTES COM ANIMAIS


PEÇONHENTOS
OBSERVAÇÕES:
1. SE ANIMAL FOR TRAZIDO, COLOCAR EM UM POTE FECHADO, COM ÁLCOOL, PARA POSTERIOR
IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE DE INFECTOLOGIA.
2. A PRESCRIÇÃO DA CHAMADA “PRÉ-MEDICAÇÃO” TEM COMO FINALIDADE A DIMINUIÇÃO DE EFEITOS
ALÉRGICOS NA ADMINISTRAÇÃO DO SORO ANTI-VEVENO. SUA EFICÁCIA NÃO É COMPROVADA, PODENDO
SER FEITA OU NÃO. SÓ TEM SENTIDO FAZÊ-LA SE O SORO FOR APLICADO. DOSES:
ü Hidrocortizona: 10mg/kg EV (máximo 500mg)
ü Prometazina: 0,5mg/kg IM (máximo 25mg) OU dexclorfeniramina VO (1,25ml até 6 anos; 2,5ml de 6 a
12 anos; 5ml adultos e acima de 12 anos)
ü Ranitidina: 3mg/kg EV (máximo 150mg)
ACIDENTE POR SERPENTES
IDENTIFICAR O TIPO DE SERPENTE caso o paciente tenha trazido OU identificar pelo quadro clínico apresentado.
Não decidir baseado apenas no nome dado a serpente pelo paciente, pois na região amazônica, várias serpentes
diferentes são chamadas de Surucucu, não sendo surucucu verdadeira.

SE TROUXER A SERPENTE: SE NÃO TROUXER A SERPENTE:

olhar a presença de orifício entre TEM QUE OLHAR O QUADRO CLÍNICO:


a narina e o olho. Este orifício é a
fosseta loreal e sua presença Alterações no local da picada Sem alterações no local da
indica que a serpente é venenosa (edema e/ou sangramento) E/OU picada E sem história de
história de sangramentos (oral, sangramentos (oral, nasal).
nasal)

olhar se tem quadro neurológico:


provável Botrópico (jararaca) prostração, diplopia, fala arrastada,
(mesmo que paciente chame de ptose palpebral, fraqueza muscular
“surucucu”). É o mais comum!

sim não
se fosseta loreal identificável, olhar o tipo de cauda
para definir a serpente: 1. caracterizar acidente de
acordo com o nível de
provável provável
edema: LEVE, MODERADO
Crotálico não
OU GRAVE
(cascavel) peçonhento
2. prescrever soro
surucucu verdadeira: cauda “eriçada” antibotrópico.
3. Deixar hidratação venosa 1. caracterizar acidente de acordo
4. Pedir: hemograma, TC, uréia com a alteração neurológica ea
e creatinina cor da urina: LEVE, MODERADO
OU GRAVE.
2. prescrever soro anticrotálico.
3. Deixar hidratação venosa
Cascavel: cauda 4. Pedir: hemograma, TC, uréia,
Jararaca: cauda lisa com chocalho creatinina, CK total
HORA DO ACIDENTE_____:_____ PACIENTE VIU A SERPENTE: SIM NÃO
HORA DO ATENDIMENTO_____:_____ NOME POPULAR_________________________
COMUNIDADE OU REGIÃO ONDE OCORREU O ACIDENTE: OBS: SE TROUXER A SERPENTE FAVOR GUARDÁ-LA PARA
1. DATA E__________________________________________________
CIRCUNSTÂNCIAS DO ACIDENTE 2. CARACTERIZAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO DA COBRA
ACIDENTE POR SERPENTES
POSTERIOR (FRASCO COM ÀLCOOL)
DATA DO ACIDENTE ____/____/____ PACIENTE TROUXE A SERPENTE: SIM NÃO
HORA DO ACIDENTE_____:_____ PACIENTE VIU A SERPENTE: SIM NÃO
HORA DO ATENDIMENTO_____:_____
3. LOCAL DA PICADA: NOME POPULAR_________________________
COMUNIDADE OU REGIÃO ONDE OCORREU O ACIDENTE: OBS: SE TROUXER A SERPENTE FAVOR GUARDÁ-LA PARA
Acidentes por surucucu verdadeira são
__________________________________________________ 4. EDEMA:
POSTERIOR IDENTIFICAÇÃO (FRASCO COM ÀLCOOL)

raros. Quando suspeitar? Se paciente CLASSIFICAÇÃO QUANTO À GRAVIDADE E TRATAMENTO


apresentar edema
3. LOCAL DA PICADA: e sangramentos (local
ou de mucosas) + bradicardia/hipotensão.
Botrópico:
4. EDEMA:
edema e sangramento Crotálico: quadro neurológico e urina
edema:
LEVE: prostração ou sonolência, sem
1-2 segmentos: leve ptose palpebral, sem outra fraqueza
3 segmentos: moderado muscular. Urina concentrada mas não
4-5 segmentos: grave hematúrica ou colúrica. Mialgia, se
v leve: 3 ampolas presente, de pequena intensidade.
5. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS À ADMISSÃO: v moderado: 6 ampolas Fazer 5 ampolas soro anticrotálico
v grave: 12 ampolas
EDEMA DOR LOCAL SANGRAMENTO LOCAL MODERADO: Tem ptose palpebral ou
SANGRAMENTO À DISTÂNCIA
SANGRAMENTO EM CAVIDADES
sangramento só é critério de gravidade se disartria ou outra fraqueza muscular.
MIALGIA ALTERAÇÃO SENSÓRIO
HIPOTENSÃO/CHOQUE
for hematêmese, hematúria ou no SNC. Urina hematúrica. Mialgia presente,
ALTERAÇÃO URINÁRIA OUTRAS:
Nesses casos é considerado GRAVE. moderada intensidade.
5. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS À DO
ADMISSÃO:
6. CLASSIFICAÇÃO ACIDENTE:
Fazer 10 ampolas soro anticrotálico
EDEMA DOR LOCAL BOTRÓPICO
SANGRAMENTO LOCAL LAQUÉTICO CROTÁLICO ELAPÍDICO (CORAL)
Acidentes por Àcoral verdadeira são
LEVEraros. MODERADO GRAVE
SANGRAMENTO DISTÂNCIA
GRAVE: fraqueza muscular evidente,
Quando suspeitar?
SANGRAMENTO
MIALGIA
Se paciente trouxer (ou
EM CAVIDADES
ALTERAÇÃO SENSÓRIO
Laquético (surucucu verdadeira) dificuldade de levantar da maca. Urina
referir) serpente
HIPOTENSÃO/CHOQUE com anéis coloridos Quadro semelhante ao Botrópico mas
7.REAÇÃO À SOROTERAPIA:
colúrica. Mialgia intensa.
(anéis completos) e apresentar quadro de
ALTERAÇÃO URINÁRIA OUTRAS:
acompanhado de hipotensão e
NÃO Fazer 20 ampolas soro anticrotálico
fraqueza muscularDO
6. CLASSIFICAÇÃO RASHACIDENTE:
CUTÂNEO URTICÁRIA RUBOR FACIAL bradicardia.
ROUQUIDÃO ESTRIDOR
HIPEREMIA CONJUNTIVAL BRONCOESPASMO DISPNÉIA NÁUSE/VÔMITOS
BOTRÓPICOHIPOTENSÃO OU CHOQUE
LAQUÉTICO HIPERTERMIA
CROTÁLICO Ø Fazer (CORAL)
CALAFRIOS ELAPÍDICO
OUTRA: 10 ampolas de soro
LEVE MODERADO GRAVE antibotrópico-laquético se edema Elapídico (coral):
até 2 segmentos e paciente sem LEVE: paciente com sintomas apenas
sangramento de cavidades locais (parestesia, dormência). Não
7.REAÇÃO À SOROTERAPIA:
Ø Fazer 20 ampolas de soro precisa SORO.
NÃO antibotrópico-laquético se paciente MODERADO: apresenta algum grau de
RASH CUTÂNEO URTICÁRIA RUBOR FACIAL ROUQUIDÃO ESTRIDOR
HIPEREMIA CONJUNTIVAL BRONCOESPASMO DISPNÉIA chocado OU sangramento de
NÁUSE/VÔMITOS fraqueza muscular. Fazer 5 ampolas de
HIPOTENSÃO OU CHOQUE HIPERTERMIA CALAFRIOS OUTRA:
cavidades OU edema em todo o soro anti-elapídico
membro. GRAVE: apresenta paralisia muscular.
Fazer 10 ampolas de soro anti-
elapídico.
ACIDENTESLoxosceles
POR ARANHAS
intermedia Loxosceles laeta

LOXOSCELES (aranha marrom)


O que sugere ter sido picada por
aranha-marrom:
• Picada pouco dolorosa
• aranha pequena
• lesão cutânea com evolução característica: 68 horas do acidente
Em 2h a 8h, eritema e edema leve è em 12h edema
endurecido no local da picada è em 24 a 48h, áreas 7 dias do acidente
Loxosceles - Forma cutâneo-visceral
pálidas entremeadas com eritema è após 48h áreas
necróticas e/ou bolhas èulceração è crosta
necrótica.
• a dor é referida como em queimação (“cigarro na
pele”)
• Presença de prurido generalizado e exantema. Poucas hs de
21 horas do acidente
acidente 48-72 hs de acidente 5 dias de acidente
DCS – 2 anos – Ituporanga/SC – Ficha CIT 522/2007

O QUE TORNA UM ACIDENTE GRAVE:


Tendo ou não a lesão característica, o acidente por esta aranha pode evoluir para sinais de hemólise:
forma mais grave: hemólise intravascular (geralmente nas primeiras 48h) è ü Palidez, Urina escura, icterícia

LEVE Lesão não característica, Analgesia, manter em observação por 12h, e depois Lesão característica: placa marmórea
Classificação e tratamento

ausência de hemólise avaliar diariamente por 72h para ver evolução da Acidente loxoscélico
lesão. Não precisa soro. Parar acompanhamento após
3 dias de observação se não evoluir com lesão Eritema, com edema duro no centro, podendo
isquêmica. Acidente
ter necrose e/ou bolhas. Ao redor,loxoscélico
área pálida - 1
(esbranquiçado) entremeada com áreas
MODERADO Lesão característica porém Fazer prednisona oral (40mg/d no adulto e 0,5 a 1,0
isquêmicas (arroxeado)
menor que 3 cm. Ausência mg/kg na criança) por 5 dias. Não precisa soro.
de hemólise

GRAVE Lesão característica e Fazer 5 ampolas de soro antiloxosceles ou


maior que 3 cm ou antiaracnídeo e prednisona (mesma dose acima, mas
presença de hemólise. por 7 a 10 dias). No caso de hemólise, fazer 10
ampolas do soro e manter hidratação venosa. Exames:
hemograma com reticulócito, LDH, uréia e creatinina.
PHONEUTRIA (armadeira, aranha-macaco) LATRODECTUS (viúva-negra)

Acidentes por Latrodectus


É a maior aranha peçonhenta do Brasil e o acidente mais comum. Aranha bem pequena (1-2cm) e de picada dolorosa. Evolui
Picada dolorosa, levando a edema e eritema local. Pode evoluir com sinais com eritema, edema e mialgia na região da picada. Mialgia
sistêmicos: sudorese, vômitos, agitação, HAS e, em casos graves, edema é o sintoma que marca o latrodectismo. Pode evoluir com
pulmonar, hipertonia muscular, priapismo, sudorese profusa, sinais sistêmicos: sudorese, sialorréia, mialgia, contraturas,
taquiarritmias.
Phoneutria sp. Phoneutria nigriventer dor abdominal (abdome em tábua), taquicardia, tremores e
fasciculações. Pode ter trismo. Pode ter HAS. Pode evoluir
com rash alguns dias depois.

Acidentes por Latrodectus


GRAVIDADE MANIFESTAÇÕES TRATAMENTO Espécie vermelho e preta: Espécie amarelo e preta (mais comum):
L. curacaviensis L. geometricus
LEVE Dor local e eventualmente Alívio da dor: analgésico,
taquicardia e agitação. A maioria dos infiltração de anestésico,
leve moderado grave
casos são leves. compressa morna. Observação
por 6 a 12h. Dor no local Além da dor no local da Taqui ou bradicardia,
da picada e picada, dor abdominal, priapismo, retenção
MODERADO Dor intensa associada a vômito, Alívio da dor + 2 a 4 ampolas de
irradiada, ansiedade, hipertermia, urinária, contraturas e
sudorese, hipertensão, agitação soro antiaracnídeo. Internação.
mialgia local, dificuldade de deambular, fasciculações.
contraturas mialgia
GRAVE Além dos anteriores, apresenta mais: Alívio da dor + 5 a 10 ampolas
sudorese profusa, vômitos intensos, de soro antiaracnídeo. Analgesia, Analgesia, compressa Analgesia, compressa
sialorréia, hipertonia, priapismo, Internação em unidade de compressa morna, soro morna, soro
edema pulmonar, choque monitorização. morna, antilatrodectus 1 ampola antilatrodectus 2
gluconato de IM. Gluconato de calcio ampola IM. (Não fazer
cálcio 10% 10% e diazepam se soro antiaracnídeo, não
TARÂNTULA E CARANGUEJEIRAS: para mialgia e necessário. é eficaz).
São aranhas grandes mas com veneno pouco tóxico ao ser humano. espasmos. Gluconato de calcio
Caranguejeiras
Causa dor local, eritema, edema. Tratamento sintomático. Não fazer soro. 10% e diazepam se
necessário
Gluconato de cálcio 10%: 1mg/kg Diazepam: 1-2mg/kg por dose em
em crianças e 10 a 20ml em crianças e 5-10mg por dose em
adultos. Fazer lento e a cada 4h se adultos. Fazer lento e a cada 4h se
necessário para controle de necessário para controle de
espasmos e da mialgia. espasmos e da agitação.
IDENTIFICANDO A ARANHA:
baseamos nos sintomas locais (especialmente a dor) e no tamanho da aranha

POUCA OU NENHUMA MODERADA MUITA DOR


DOR IMEDIATA DOR IMEDIATA IMEDIATA

EVOLUINDO COM EVOLUINDO SEM


SINAIS DE ALTERAÇÕES
ERITEMA E SIGNIFICATIVAS: ARANHA GRANDE, ARANHA PEQUENA,
ARANHA GRANDE, ARANHA GRANDE,
ISQUEMIA LOCAL MANTÉM POUCA QUELÍCERAS ABDOME COM
RÁPIDA LENTA. ÚNICA
E COM DOR EM DOR, ERITEMA É PERPENDICULARES MANCHAS PRETAS
(DESENHO DE SETA ARANHA COM
QUEIMAÇÃO DISCRETO E NÃO AO EIXO DO CORPO. E VERMELHAS OU
NO ABDOME) QUELÍCERA
APÓS 8 A 12H DA APRESENTA EDEMA LEVANTA AS PATAS MARRONS E
PARALELA AO CORPO
PICADA E NEM ALTERAÇÕES DIANTEIRAS EM AMARELAS
SITÊMICAS LYCOSA AMEAÇA
(TARÂNTULA DE MYGALOMORPHAE
ARANHA LATRODECTUS
ARANHA JARDIM) (CARANGUEJEIRA) PHONEUTRIA
PEQUENA, (VIÚVA-NEGRA)
SEM (ARMADEIRA)
SEGUNDO PAR DE
IMPORTÂNCIA
PATAS MAIOR
MÉDICA
QUE AS DEMAIS

LOXOSCELES
(ARANHA-MARROM)
Loxosceles intermedia

SETA NO
ABDOME QUELÍCERAS
PARALELAS
AO CORPO
ESCORPIONISMO
• Variás espécies na Amazônia, gerando quadros clínicos distintos. Geralmente manifestações clínicas são de dor no local da picada,
podendo desenvolver quadros neurológicos (mioclonias, disartria) ou cardio-pulmonares (taquiarritmia, edema pulmonar). No geral,
a maioria dos casos de escorpionismo são leves e não necessitam soro antiescorpiônico (SAEs).

QUADROS LEVES QUADROS MODERADOS QUADROS GRAVES

Ausência de sinais/sintomas ou Dor importante e/ou alguma Manifestação sistêmica mais


apenas dor ou parestesia manifestação sistêmica: contração exuberante: mioclonias
(choque) local. Pode ter muscular involuntária no membro generalizadas, disartria, confusão
edema no local da picada. afetado, sudorese, éFC, éFR, éPA, mental, vômitos persistentes,
vômitos, agitação salivação, alteração de pares
Conduta: cranianos, taquiarritmia, crise
ü Não fazer soro Conduta: hipertensiva, edema pulmonar,
ü Analgesia e bloqueio ü Fazer 3 amp SAEs choque, priapismo
anestésico se dor forte ü Hidratação EV se mioclonias
ü Observação por 6 – 12h ü Analgésico ou bloqueio Conduta:
(especialmente se relato anestésico para controle da dor ü Fazer 6 amp SAEs
de escorpião preto, pois ü Captopril se HAS ü Se mioclonias, fazer hidratação EV
mioclonias podem (prevenir lesão renal da rabdomiólise)
aparecer após 8h.) e considerar diazepam (1-
①Na nossa região, a maioria dos casos são causados pelo T. obscurus, um 2mg/kg/dose em crianças e 5-10mg
escorpião de cor escura, que pode provocar quadro neurológico: dose em adultos) e monitorar uréia,
mioclonias, disartria, desequilíbrio. Mioclonias podem ser intensas e creatinina, volume urinário e CK total.
causar rabdomiólise. Em caso de mioclonias, fazer hidratação EV para ü Captopril se crise hipertensiva,
manter diurese adequada (1-2ml/kg/h na criança e 30-40ml/h no adulto). atropina se bradicardia.
e monitorar CK, uréia e creatinina. ü Se sinais cardio-pulmonares,
② Na ausência de soro anti-escorpiônico (SAEs), fazer soro anti-aracnídeo observação em sala de emergência
(SAAr).
BESOUROS TIPO POTÓ FORMIGAS, ABELHAS E VESPAS
• Acidente ocorre pelo esmagamento
acidental do besouro contra a pele. Ø Complicações relacionadas a manifestações alérgicas ou se múltiplas picadas.
• Pouco perceptível no momento do Ø Primeira hora é a mais importante, onde ocorre a maioria dos choques anafiláticos.
acidenteè8h a 12h depois com Ø Qualquer acidente com mais de 100 picadas será considerado grave.
queimação e pruridoè 24h a 48h depois Ø Abelha é o único inseto que deixa o ferrão, permitindo fácil identificação.
com bolhas e vesículasè 1 semana depois Classificação:
com necrose local.
• Tratamento: lavagem abundante, SEM COMPROMETIMENTO SISTÊMICO: COM COMPROMETIMENTO SISTÊMICO:
compressas frias, analgésico, anti- • Quaisquer alterações nos sistemas
histamínico (se prurido) e corticóide • Representa a maioria dos casos. cardiovasculares e/ou pulmonares.
tópico. • Eritema + edema no local da picada, • São considerados casos GRAVES
podendo estender-se por todo o • Acontecem em decorrência de anafilaxia
membro ou causar angioedema. (mesmo com 1 picada) ou pela Síndrome de
• Dor pode ser importante e durar dias, Envenenamento, que seria a injeção de grande
quantidade de toxinas devido a múltiplas
especialmente com vespas e algumas picadas (mais de 100).
espécies de formiga (Tocandiras). • Sugere anafilaxia a alteração em 2 dos 3
sistemas:
TRATAMENTO: ü pele/mucosa (eritema, edema, hiperemia
• No caso de abelhas, retirar ferrões. conjuntiva, prurido)
(Vespas não deixam ferrões). ü cardiovascular (éFC, êPA, choque)
• Sintomáticos: Analgesia, compressa fria ü respiratória (éFR, dispnéia, estridor, tosse
local, anti-histamínico (oral ou IM). seca, broncoespasmo, cianose)
• Observar paciente por 6 a 12h. • Sugere síndrome de envenenamento:
• Se mais de 100 picadas, considerar sintomas de anafilaxia + alteração renal e
grave, mesmo sem sinais sistêmicos hepática em paciente com mais de 100 picadas.
TRATAMENTO DOS CASOS GRAVES (seja
anafilaxia ou síndrome de envenenamento:
• Suporte clínico em unidade intensiva
• Adrenalina (0,5mg em adultos e 0,3 mg em
crianças) IM ou EV (se hipotensão)
• Anti-histamínicos (se sintomas pele/mucosa)
• Corticóides
• Micronebulização (se broncoespasmo)
• Retirar ferrões (abelhas) apenas após
estabilização clínica.
LAGARTAS URTICANTES (lagartas de mariposas)
Lagartas que possuem pêlos ou espinhos ao longo do corpo que liberam toxinas ao contato com a pele. Produzem dor em
queimação, imediata e de forte intensidade, podendo irradiar para todo o membro e causar infartamento ganglionar.
Pode evoluir com vesículas, bolhas e necrose local. Várias lagartas podem causar envenenamento:

Tratamento nos casos em que não há suspeita de Lonomia (ou seja, a lagarta foi trazida): Lavar com água fria (para
remover as espículas) e fazer analgesia (compressa fria, anestésico tópico, analgésicos, bloqueio anestésico). Se reação
inflamatória, usar anti-histamínico e corticóide tópico. Observação enquanto sintomas forem importantes.
Tratamento para os casos em que a lagarta não for trazida, e houver dor forte: suspeitar de Lonomia.
Importância da suspeita em Lonomia Quadro de envenenamento por Lonomia:
São as lagartas de maior importância médica pois v Contato conhecido ou presumido com alguma lagarta
podem causar síndrome hemorrágica, com (não trazida ou trazida e identificada como Lonomia) +
incoagubilidade sanguínea e IRA. dor de forte intensidade (pode ter eritema, edema)
Tem corpo marrom escuro, com faixas v Conduta:
ü Pedir TC, TP/TTPA/RNI, uréia e ceatinina.
longitudinais marrom claro contornadas de preto
ü Se vierem normais, tratar com sintomáticos e repetir
e manchas dorsais brancas e espinhos verdes. exames após 6h e 12h. Se mantiverem normais,
Localizam-se em troncos de árvores, agrupadas. liberar o paciente com tratamento sintomático
(analgésico, corticóide tópico, compressa fria).
ü Se exames vierem alterados, ou paciente já apresentar
hemorragias (pele/mucosa), fazer 5 ampolas de soro
anti-lonomia (dose adulto = dose criança). Se
manifestação hemorrágica importante (hematêmese,
hematúria, SNC) ou IRA, fazer 10 ampolas de soro.
ESSA É A PERIGOSA!!!! Lonomia Monitorar função renal e coagulação.
Acidentes por arraias
Características do acidente:
• Dor imediata e de forte intensidade, que irradia para
todo o membro. Parece desproporcional à lesão
visualizada.
• Pode haver sangramento e equimose local. Edema,
calor e rubor geralmente presentes. Alguns
pacientes apresentam febre, vômitos, sudorese e
diarréia.
• Posteriormente evolui com necrose local e infecção.

Tratamento
1. Lavar ferida (água ou soro fisiológico)
2. O mais importante: imergir local afetado em água
quente! (a toxina é termolábil, isso melhora a dor e
diminui as complicações)
3. Analgesia (analgésico ou AINE ou opióide)
4. Fazer pequeno debridamento cirúrgico no local da picada:
bloqueio anestésico com lidocaína, pequena incisão ao
redor do orifício, removendo material isquêmico-
necrótico. Se orifício de inoculação profundo, encaminhar
para cirurgia debridar. Fazer curativo oclusivo e orientar
troca diária.
5. Antibiótico profilático: amox/clav OU cipro + metro OU
cipro + clinda, por 5 dias. Alta com reavaliação em centro
de saúde. Internar se já houver sinais de infecção (acidente
mais antigo) e deixar com ATB.

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