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Nem todas as cobras são venenosas. Algumas só causarão dor no local da picada. Mas se a cobra for venenosa, NÃO É NECESSÁRIO IDENTIFICAR A COBRA PARA FAZER O SORO, MAS
sempre que possível, devemos usar o soro antiveneno específico para a cobra que causou o acidente. Em CASO SEJA TRAZIDA, TENTE IDENTIFICAR PARA FAZER O SORO
ESPECÍFICO:
Sergipe, mais de 90% dos acidentes são causados por jararacas (Bothrops). Em segundo lugar vem o acidente 1) JARARACAS (BOTHOPS): tem FOSSETA LOREAL (um buraquinho entre o
por cascavéis (Crotalus) e muito raramente acontece por cobra cobral (Micrurus - acidente elapídico). olho e a narina) e a cauda termina com ponta fina e lisa
2) CASCAVÉL (CROTALUS): tem FOSSETA LORERAL (um buraquinho entre o
olho e a narina) e a cauda termina com ponta em chocalho (faz barulho)
3) CORAL (MICRURUS - acidente elapídico): NÃO TEM FOSSETA loreal e o
COBRA NÃO IDENTIFICADA: tentar tratar pelos sintomas que aparecerem corpo é colorido com faixas vermelhas, pretas e amarelas (ou brancas). Não
tente diferenciar entre coral verdadeira ou coral falsa!
Com fácies miastênica (ptose palpebral, testa franzida) SEM fácies miastênica (ptose palpebral, testa franzida),
SEM MIALGIA, SEM HEMATÚRIA e COM dor/edema local
A) Internar toda picada de cobra para observação por no mínimo 24 horas / Lavar bem o ferimento com água e sabão! COMO VOCÊ FAZ O TC
B) Levar para sala de estabilização e monitorizar ritmo cardíaco e oximetria / Manter o membro acometido elevado para reduzir o edema (tempo de coagulação):
C) Prescrever imediatamente a pré-medicação (fazer as três medicações abaixo evita a anafilaxia quando for receber o soro): correr em 15 minutos! 1 - colher 1 mL de sangue e colocar
Acelerar o processo para não atrasar o soro antiveneno! em tubo seco (tampa amarela ou
a) difenidramina (Difenidrin R)50 mg/mL IV 0,02 mL/kg + 50 mL SF 0,9% em bureta em 10-15 minutos ou prometazina (Fenergan R) IM 0,01 mL/kg (acima de dois anos) vermelha)
b) hidrocortisona 10 mg/kg/dose (máximo 200 mg) em bolus IV + c) ranitidina 50 mg/mL: 2 mg/kg/dose em bolus IV (máximo 50 mg) 2 - segurar na mão (fonte de calor)
D) RETIRAR A DOR: * Dor leve: analgésicos orais * Dor moderada/importante: analgesia sistêmica IV ou IM (dipirona, paracetamol) sem balançar por 5 min
3 - inclinar lentamente até ficar
E) Hidratação adequada (100% Holliday), mantendo diurese > 1 mL/kg/hora (se tiver hematúria pode-se usar furosemida e alcalinizar a urina, mantendo pH >6,5)
deitado e ver se o sangue escorre
C) Preencher a ficha de notificação compulsória para ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS pela parede
D) Preencher a ficha da farmácia para controle e utilização de soros antivenenos 4 - repetir de 1/1 minuto até não
E) Colher os seguintes exames: Hemograma, TGO, CPK, Tempo de Coagulação (na entrada e repetir de 12/12 horas), Ureía, Creatinina, Potássio, Urina 1, TP e TTPa. Se escorrer pela parede. Quando não
o TC vier incoagulável com 12 horas ou ainda vier prolongado com 24 horas após ter tomado o soro, fazer mais duas ampolas do soro antiveneno. escorrer temos o valor do TC
F) Conferir cartão de vacina da criança para ver se precisa fazer profilaxia para tétano Normal: até 9 min
G) Se houver infecção na ferida mais tarde, usar amoxacilina + clavulanato ou ampicilina + gentamicina ou clindamicina Prolongado: 10 - 30 min
Incoagulável: > 30 min
SORO ANTIVENENO: ver tipo e dose nos quadros acima Durante a infusão e na primeira hora após a infusão do soro, ficar atento a sinais de anafilaxia.
1) Assim que acabar a pré-medicação já pode infundir Se for apenas reação leve (urticária) basta infundir o soro mais lentamente.
2) Diluir o soro em SF 0,9% (5:1 -sendo 5mL de SF 0,9% para 1 mL de soro) Se forem outros sinais sistêmicos mais graves (broncoespasmo, laringoespasmo, choque súbito),
suspender a infusão do soro e aplicar imediatamente adrenalina IM na coxa, seguindo protocolo de
3) Colocar o conteúdo numa bureta e correr gota a gota em 15-30 minutos
anafilaxia.
todo o volume do soro.
ACIDOSE
METABÓLICA
NO
PS
COLHER
GASOMETRIA
EM
TODO
PACIENTE
com
desidratação
grave,
em
choque
(expansão
necessária)
e
todo
paciente
com
desconforto
respiratório
moderado
e
grave
Variável
Normalidade
(arterial)
Interpretação
<
7,35
é
acidemia
e
>7,35
é
alcalemia
pH
7,35
-‐
7,45
Gravidade:
<
7,1
(acidose
grave)
e
>
7,2
(acidose
leve)
pacientes
com
pH
normal
podem
ter
distúrbio
misto
(conferir
o
bic
e
pCO2)
Bicarbonato
22
-‐
26
se
tem
acidemia
e
o
bic
é
<
22
a
causa
é
acidose
metabólica
e
se
tem
(utilizar
o
standard)
alcalemia
com
bic
>
26
a
causa
é
alcalose
metabólica
Gravidade:
<
5
é
grave
e
>
15
é
leve
se
tem
alcalemia
e
a
pCO2
<
35
a
causa
é
alcalose
respiratória
e
se
tem
al>
45
sugere
acidose
respiratória
pCO2
35
-‐
45
mmHg
Se
o
paciente
já
tem
acidose
metabólica,
a
pCO2
esperada
é
sempre
mais
baixa.
Saberemos
qual
a
pCO2
esperada
pela
fórmula:
pCO2
esperada
=
(Bicarbonato
x
1,5)
+
8
±
2
Nesta
situação
se
a
pCO2
estiver
acima
do
calculado
pela
fórmula
estamos
diante
de
uma
acidose
mista
(metabólica
e
respiratória).
-‐
2
a
+2
mEq/L
-‐
geralmente
negativo
nos
distúrbios
agudos
(acidose
metabólica)
BE
se
for
positivo
>
+
2
sugere
distúrbio
crônico
(alcalose
metabólica
crônica)
e
(utilizar
o
efective)
as
causas
mais
comuns
insuficiência
respiratória
crônica
(pCO2
elevado
prévio,
que
estimula
o
rim
a
produzir
bicarb)
ou
perda
de
cloro
por
uso
de
diuréticos
(estimula
o
rim
a
captar
bicarbonato)
60
-‐
100
mmHg
não
utilizar
isoladamente,
sempre
comparar
com
a
FiO2
(veja
fórmula
pO2
pO2/FiO2)
nos
cardiopatas
cianóticos
a
pO2
esperada
seria
entre
40-‐60
mmHg
normal:
>
300
a
pO2
do
paciente
é
geralmente
5
vezes
a
FiO2
ofertada,
sendo
assim
um
paciente
com
venturi
a
50%
(FiO2
=
50),
esperaríamos
uma
pO2
de
250
pO2/FiO2
lesão
pulmonar
leve:
<
300
Neste
mesmo
paciente
a
relação
pO2/FiO2
daria:
lesão
pulmonar
moderada:
250/0,5
=
500,
o
que
seria
normal.
<
200
(provável
SARA)
lesão
pulmonar
grave:
<
100
OBS.:
a
FiO2
na
fórmula
é
escrita
em
decimal
(FiO2
21%
=
0,21
e
FiO2
100%
=
1)
>
94%
arterial
mais
importante
que
avaliar
a
saturação
isoladamente
é
avaliar
a
relação
Saturação
pO2/FiO2
(acima)
em
cardiopatas
cianosantes
a
saturação
arterial
esperada
é
entre
70-‐85%
a
saturação
venosa
fica
entre
60-‐80%
Bicarbonato
<
22
mEq/L
pH
<
7,35
pCO2
>
45
mmHg
ACIDOSE
METABÓLICA:
ACIDOSE
RESPIRATÓRIA
confira
pela
fórmula
d o
pCO2
esp
=
(Bic
x
1,5)
+
8
±
2
se
a
pCO2
está
dentro
do
esperado.
Se
estiver
acima
do
valor
da
fórmula
o
Se
pH
<
7,3
com
glicemia
distúrbio
é
misto:
acidose
metabólica
e
>
200
mg/dL
e
cetonúria,
está
em
insuficiência
tratar
como
cetoacidose
respiratória
respiratória
(atenção
ao
respiratório!)
(avaliar
intubação)
diabética
está
com
diarréia
profusa
e/ou
vômitos
e
desidratação
ou
bicarbonato
somente
se
ainda
pacientes
em
CHOQUE
pH
<
6,9
e
mesmo
assim
só
1-‐2
mEq/kg
dose
única
em
(com
glicemia
<
200
mg/dL)
1
a
2
horas
hidratar
o
paciente
fazer
bicarbonato
intravenoso
sempre
adequadamente
(vide
protocolo
que
pH
<
7,2
ou
bic
<
10
de
choque
e
diarréia)
(ver
REPOSIÇÃO
DE
BICARBONATO)
REPOSIÇÃO
DE
BICARBONATO
1)
Princípios
gerais:
-‐
A
ampola
de
bicarbonato
8,4%
tem
10
mL
com
10
mEq
de
bicarbonato
(1
mEq/mL)
-‐
Cada
1
mL
de
bicarbonato
tem
1
mEq
de
sódio
(equivale
a
0,3
mL
de
NaCl
20%
ou
a
6,6
mL
de
SF
0,9%).
Lembrar
de
descontar
estes
valores
do
soro
de
manutenção
para
evitar
hipernatremia.
-‐
Não
devemos
fazer
puro,
principalmente
em
crianças
abaixo
de
1
ano
pelo
risco
de
hemorragia
cerebral
pela
hiperosmolaridade.
O
ideal
é
fazer
mais
lento
e
diluído
pelo
menos
1:1
(a
mesma
quantidade
de
bicarbonato
e
água)
-‐
Não
correr
bicarbonato
junto
com
cálcio
(haverá
precipitação
de
pequenos
cristais),
por
isso
deve-‐se
pausar
o
soro
de
manutenção
se
tiver
cálcio
ou
correr
em
acesso
seraparado
-‐
Não
correr
bicarbonato
com
drogas
vasoativas
pois
haverá
inativação
das
mesmas
-‐
A
reposição
de
bicarbonato
não
deve
ultrapassar
6
mEq/kg
por
vez
A)
pacientes
com
pH
<
7,2
ou
bic
<
10
mEq/L:
-‐
vamos
corrigir
o
bicarbonato
para
que
chegue
em
16
mEq/L
no
sangue
-‐
geralmente
vemos
nos
livros
a
fórmula
padrão
para
correção
(0,3
x
BE
x
peso).
O
problema
é
que
esta
fórmula
é
utilizada
para
corrigir
o
bicarbonato
para
24
mEq/L,
e
não
precisamos
dar
isso
tudo,
pois
queremos
chegar
em
torno
de
16
mEq/L
no
sangue.
Por
isso
vamos
utilizar
a
fórmula:
0,2
x
BE
(da
gasometria)
x
peso
(kg)
Ex.:
criança
de
5
kg,
com
BE
=
-‐
20
mEq/L
Corrigindo
pela
fórmula:
0,2
x
20
x
5
=
20
mEq
de
bicarbonato
que
deve
ser
dado
em
4
horas
Veja
se
não
ultrapassa
6
mEq/kg!
(neste
exemplo:
20
mEq/
5
kg
=
4
mEq/kg)
Ficaria:
20
mL
de
bicarbonato
+
20
mL
de
água
para
correr
em
4
horas
(20
mL/hora)
Neste
caso,
se
só
tiver
um
acesso,
basta
acrescentar
glicose
nesta
solução
(2
mL/kg
de
glicose
a
50%
é
suficiente
para
evitar
hipoglicemia
durante
a
infusão,
pois
ficará
4
horas
sem
soro
de
manutenção
que
contém
cálcio,
pois
cálcio
não
pode
correr
junto
com
bicarbonato)
Repetir
nova
gasometria
ao
final
(pode
precisar
de
várias
correções
se
a
perda
persiste,
como
na
diarréia)
C)
pacientes
com
pH
<
7,1
:
se
o
paciente
estiver
mais
grave,
pode-‐se
fazer
bolus
de
bicarbonato
1-‐2
mEq/kg
em
30
minutos
a
1
hora
Na
cetoacidose
diabética
só
fazer
bicarbonato
se
pH
<
6,9!
Ex.:
criança
de
10
kg
em
que
farei
1
mEq/kg
em
bolus:
1
x
10
=
10
mEq
de
bicarbonato
(ampolas
de
10
mL
com
10
mEq
de
bicarbonato)
Como
tem
que
ser
diluído,
a
prescrição
ficaria:
10
mL
de
bicarnato
+
10
mL
AD
e
fazer
IV
em
30
minutos
Depois
de
correr
o
bolus,
fazer
a
correção
do
restante
do
bicarbonato
que
precisa
pela
fórmula
(0,2
x
BE
x
peso)
como
no
item
B
,
descontando
o
bicarbonato
que
você
já
correu
em
bolus.
Esta
mesma
reposição
pode
ser
feita
em
pacientes
com
respiração
acidótica
(rápida
e
profunda)
em
locais
onde
não
tem
gasômetro
até
o
encaminhamento.
A)
pacientes
com
pH
≥
7,2
ou
bicarbonato
>
15
mEq/L,
não
precisa
fazer
correção
intravenosa.
Basta
tratar
a
infecção
e
desidratação
que
o
rim
fará
a
correção
em
um
a
dois
dias,
exceto
se
o
rim
parar
de
funcionar.
Pode-‐se
oferecer
oral
2
mEq/kg/dia
de
bicarbonato
ao
dia
(fracionar
em
4
tomadas)
naqueles
casos
onde
o
rim
não
está
funcionando
bem
ainda.
Ex.:
criança
de
5
kg,
onde
eu
queira
dar
2
mEq/kg/dia,
seria
0,5
mEq/kg
por
dose
em
4
tomadas,
ou
seja
0,5
x
5
=
2,5
mEq
ou
2,5
mL
de
bicarbonato
(diluir
com
2,5
mL
de
AD)
oral
ou
no
leite
de
6/6
horas
ADMINISTRAÇÃO DE ADENOSINA
TIPO ESQUEMA DE
DE CIRURGIA ANTIBIOTICOPROFILAXIA TEMPO DE USO
ATRESIA DE ESÔFAGO C 48 hs
ESÔGAGO
ESOFAGOSTOMIA
GASTROSTOMIA
PILOROMIOMECTOMIA
(correção de estenose hipertrófica do
A 24 hs
ESTÔMAGO piloro)
FUNDOPLICATURA A NISSEN
RUPTURA DE ESTÔMAGO C 48 hs
ATRESIA OU OBSTRUÇÃO B 48 hs
INTESTINO (duodeno, jejuno, íleo)
DELGADO
COLECISTECTOMIA B 48 hs
VIAS
CISTOS DE COLÉDOCO
BILIARES
COLECISTITE ou COLANGITE Tratar: ceftriaxona + 10-14 dias
metronidazol
OBSTRUÇÃO
COLOSTOMIA
REBAIXAMENTO DE COLON
INTUSSUSCEPÇÃO B 48 hs
INTESTINO GASTROSQUISE ou
GROSSO
ONFALOCELE
APENDICITE não supurada (1-
2)
APENDICITE supurada (3-4) Tratar: ceftriaxona ou 7-10 dias
cefotaxima +
metronidazol
BAÇO ESPLENECTOMIA A 24 hs
PAREDE HÉRNIAS
ABDOMEN
não se faz profilaxia
ONFALOCELE e B 48 hs
GASTROSQUISE
DRENO DE TÓRAX não se faz profilaxia
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA A 24 hs
TÓRAX RESSECÇÕES PULMONARES
DECORTICAÇÃO A 24 hs
(para ENCARCERAMENTO)
CARDIO LIGADURA DE PCA A 48 hs
TIPO ESQUEMA DE
DE CIRURGIA ANTIBIOTICOPROFILAXIA TEMPO DE USO
PESCOÇO TRAQUEOSTOMIA somente no
A
intraoperatório
CIRCUNCISÃO
ORQUIPEXIA ou
não se faz profilaxia
ORQUIECTOMIA
(correção de criptorquidia)
HIPOSPÁDIA sem uso de stent A somente no
intraoperatório
HIPOSPÁDIA com uso de stent A 48 hs
posição DISTAL
HIPOSPÁDIA com uso de stent A 7 dias
posição PROXIMAL
RINS e VALVULA DE URETRA A somente no
VIAS POSTERIOR - correção intraoperatório
URINÁRIAS
CISTOSTOMIA ou A somente no
procedimento com uso do intraoperatório
CISTOSCÓPIO
(correção de VUP)
EXTROFIA DE BEXIGA D 48 hs *
ou de CLOACA *
REIMPLANTE URETERAL D 48 hs *
(correção do REFLUXO VESICO
URETERAL) *
PIELOPLASTIA * A 48 hs *
(PELVE-
URETEROANASTOMOSE)
* se for deixado material protético ou dreno de Penrose (pieloplastia), ao
término das 48 horas, manter cefalotina IV ou cefalexina oral/enteral uma vez
ao dia até retirada do mesmo
NEFRECTOMIA PARCIAL A 48 hs
(NEFROURETERECTOMIA
POLAR)
NEFRECTOMIA LIMPA A somente no
(sem ITU) intraoperatório
NEFRECTOMIA com ITU manter tratamento em uso
COLOCAÇÃO/REVISÃO de DVP A 24 hs
COM VENTRICULITE manter tratamento em uso e postergar o
procedimento para os últimos dias do
SNC
tratamento
MIELO/MENINGOCELE A somente no
Não ROTA intraoperatório
MIELO/MENINGOCELE A 48 hs
ROTA
DRENAGEM DE ABSCESSOS não se faz profilaxia
PELE
RETIRADA DE TUMORES
ANTIEMÉTICOS NO PS: SUGESTÃO DE DOSES E PREFERÊNCIAS
Só recomendado o uso em crianças acima de 1 ano (ondasetrona acima de 6 meses)
3) Terceira escolha: eficaz em casos leves (2 a 3 episódios de vômitos) e útil pra associar à
metoclopramida ou à bromoprida se houver falha na resposta.
* OUTRA OPÇÃO (se disponível): devido ao custo excessivo (40 vezes maior), utilizar em
casos refratários ou menores de 1 ano
ONDASETRONA (NAUSEDRON, VONAL): 0,1 - 0,15 MG/KG/DOSE
VIA APRESENTAÇÃO DOSE
INTRAVENOSO 4 MG/2ML 0,05 mL/kg + 20 mL SF 0,9% BEM LENTO
ORAL ou SUBLINGUAL comp 4 mg < 15 kg: 2 mg
(Flash) ou 8 mg 15-30 kg: 4 mg
> 30 kg: 8 mg
CONCEN INSUFICIÊNCIA RENAL DOSE
MEDICAMENTO APRESENTAÇÃO VIA DOSE DOSE INTER TEMPO TRAÇÃO % = porcentagem da dose a ser administrada EM DIÁLISE
(mg/kg/dose) MÁXIMA VALO INFUSÃO MÁXIMA Cleareance Cleareance Cleareance
(g) (horas) IV (min) (mg/mL) > 50 entre 10 - 50 < 10
R
ACICLOVIR Zovirax fr 250 mg IV 15 1 8/8 60 8 = 12/12 50% 24/24 50% 24/24
Encefalite: 20
R
AMICACINA Novamin 100 mg/2 mL IV - IM 7,5 0,5 12 / 12 30 5 = 50% 30% 24/24 30% 24/24
R
AMOXACILINA + Clavulin : fr 500 mg IV 10 de amoxacilina 1 8/8 30 25 = 12/12 24/24 24/24
CLAVULANATO
AMPICILINA Amplacilina fr 1 g IV - IM 50 1 6/6 3 100 = 8/8 12/12 8/8
Meningite e < 2 m séptico: 100
R
AMPICILINA + Unasyn 1,5 IV - IM 50 3 6/6 3 50 = 8/8 12/12 8/8
SULBACTAN (1 fr = 1 g ampicilina) < 2 meses e meningite: 75
R
ANFO B Anforicin fr 50 mg IV D1: 0,3 0,1 24 / 24 120 0,5 Não usar na insuficiência renal
R
(+ ampola de 10 mL D2: 0,6 a Nestes casos usar Anfo lipossomal (Ambisome ) fr 50 mg: 2-4
(diluir em SG 5%) de diluente) D3...: 1 (graves: começar com 1) 240 (SG 5%) mg/kg/dia (diluição máxima 0,2 mg/mL, infundindo IV em 60 min)
R
CEFALOTINA Keflin fr 1 g IV - IM 25 2 6/6 5 100 = 8/8 12/12 24/24
R
CEFAZOLINA Kefazol fr 1 g IV 30 2 8/8 5 100 = 12/12 24/24 24/24
R
CEFEPIME Maxcef fr 1g IV - IM 50 2 8/8 20 40 = 12/12 50% 24/24 48/48
(não usar para meningite)
R
CEFOTAXIMA Claforan fr 1 g iV - IM 30 2 8/8 20 50 = 12/12 24/24 24/24
Meningite e sepse grave: 50
R
CEFTAZIDIMA Fortaz fr 1 g IV - IM 30 2 8/8 3 100 12/12 24/24 48/48 24/24
Meningite e sepse grave: 50
R
CEFTRIAXONA Rocefin fr 500 mg IV - IM 50 2 12 / 12 5 40 = = = =
ou 1 g Mengingite e sepse grave: 100 (350: IM)
R
CEFUROXIMA Zinacef fr 750 mg IV - IM 25 1,5 8/8 5 100 = 12/12 24/24 12/12
Sepse grave: 100
R
CIPROFLOXACINO Cipro comp 500 mg VO 15 0,5 12 / 12 - - = 70% 24/24 não usar VO
R
CLARITROMICINA Klaricid fr 500 mg IV 7,5 0,5 12 / 12 60 2 = 70% 70% 24/24 70% 24/24
(+ 10 mL diluente)
R
CLINDAMICINA Dalacin ampolas IV - IM 10 1,2 8/8 30 6 = = = =
300 mg/2 mL
R
CLORANFENICOL Quemicetina fr 1 g IV 25 1 6/6 5 100 Não usar na insuficiência renal ou hepática
R
FLUCONAZOL Zoltec 200 mg/100 mL IV 6 2 24 / 24 = 50% 25% 25%
(pronto para infusão) Sepse ou menigite: 12 120 já diluído
Candidíase oral: 3
R
GENTAMICINA Garamicina < 3 meses: 5 24 / 24
20 mg/mL IV - IM > 3 meses: 2,5 0,1 8/8 30 10 70% 70% 24/24 30% 24/24 30%
R
IMIPENEM Tienan fr 500 mg IV 20 1 6/6 30 5 = 50% 25% 25%
(+ cilastatina) (+ diluente 100 mL) (não usar para meningite)
R
LINEZOLIDA Zyvox 2 mg/mL IV 10 0,6 12 / 12 30 já diluído = = = =
(600 mg/300 mL) Sepse grave: 15
R
MEROPENEM Meronen fr 500 mg IV 20 2 8/8 20 50 12/12 50% 12/12 50% 24/24 50% 24/24
ou 1g Meningite e sepse grave: 40
R
METRONIDAZOL Flagyl 5 mg/mL 7,5 1 6/6 30 já diluído = = 50% 50%
(frasco com 100 mL) Sepse grave: ataque de 15
R
OXACILINA Staficilin-N fr 500 mg IV/IM 50 2 6/6 20 100 = = 70% 70%
Baseado
na
história
clínica,
exame
físico
e
nos
exames
laboratoriais,
aplicar
o
PAS
(Pediatric
Appendicitis
Score)
-‐
J
Ped
Surg
2002;37(6):877-‐81
QUADRO LEVE:
- DOR: pode ser leve ou QUADRO MODERADO: QUADRO GRAVE
intensa A dor é mascarada pelos sinais
Obs.: pode apresentar - DOR: pode ser leve (mascarada sistêmicos intensos:
taquicardia pela dor ou pelos outros sintomas) ou intensa * Vômitos incoercíveis
aumento da pressão arterial TEM QUE TER um destes sinais * Sudorese abundante/lacrimeja
(estes devem ceder com o sistêmicos: * Taquipnéia e creptos
tratamento da dor)
* VÔMITOS e/ou náuseas pulmonares (edema agudo de
* Sudorese pulmão)
* Hipertensão arterial persistente * Arritmias
A) Observação no PS por 6 horas * Alteração persistente da FC mesmo * Palidez e hipotermia
após a picada após controle da dor: TAQUICARDIA * Confusão mental: agitação
B) RETIRAR A DOR: e/ou BRADICARDIA
* Dor leve: analgésicos orais
(pode alternar sonolência)
* Confusão mental leve * Tremores ou espasmos
* Dor moderada: analgesia
sistêmica IV ou IM (dipirona, * Sinais de má-perfusão
paracetamol, ibuprofeno) periférica/hipotensão (choque)
* Dor importante ou refratária:
bloqueio no local da picada com
lidocaína 2% sem vaso 1. Levar para sala de estabilização e monitorizar ritmo cardíaco e oximetria
constrictor - 1 a 2 mL (pode
2. Prescrever imediatamente a pré-medicação (fazer as três medicações abaixo evita a
repetir após 30 minutos a 1 hora)
C) NÃO ESTÁ INDICADO SORO
anafilaxia quando for receber o soro): correr em 15 minutos!
Acelerar o processo para não atrasar o soro antiveneno!
ANTIVENENO
a) difenidramina (Difenidrin R)50 mg/mL IV 0,02 mL/kg + 50 mL SF 0,9% em bureta em
D) Preecher a ficha de notificação 10-15 minutos ou prometazina (Fenergan R) IM 0,01 mL/kg (acima de dois anos)
compulsória b) hidrocortisona 10 mg/kg/dose (máximo 200 mg) em bolus IV
c) ranitidina 50 mg/mL: 2 mg/kg/dose em bolus IV (máximo 50 mg)
3. Prescrever medicações para vômitos/náuseas: ondasetrona, metoclopramida ou
Se após 6 horas da picada, a criança bromoprida
ficar estável, dar alta só com
analgésicos orais de horário,
SORO ANTIVENENO: SAA (soro antiaracnídeo). Não usar anti-escorpiônico para aranhas.
orientando retorno se:
1) sinais de equimose/necrose no 1) Assim que acabar a pré-medicação já pode infundir
local da picada (<3 cm) 2) Colocar o conteúdo das ampolas numa bureta e correr gota a gota em 15-30
2) sinais sistêmicos (febre, calafrios, minutos todo o volume do soro:
vômitos, mialgia, icterícia ou QUADROS MODERADOS: 3 ampolas QUADROS GRAVES: 6 ampolas
sangramento) nas primeiras 48 3) Caso não haja resposta nos casos moderados, fazer mais 3 ampolas, tratando como grave
horas após a alta
Por risco de necrose e CIVD da Durante a infusão e na primeira hora após a infusão do soro, ficar atento a sinais de anafilaxia.
picada da aranha marrom) quando Se for apenas reação leve (urticária) basta infundir o soro mais lentamente. Se forem outros
ainda deve ser feito o soro em sinais sistêmicos mais graves (broncoespasmo, laringoespasmo, choque súbito), suspender a
volume maior (5 ampolas no caso 1 infusão do soro e aplicar imediatamente adrenalina IM na coxa, seguindo protocolo de
e 10 ampolas no caso 2) associado a anafilaxia.
prednisolona 1mg/kg/dia por 7 dias
Outros cuidados que devem ser tomados nos casos moderados e graves:
1) Deixar em jejum com soro de manutenção 80% do Holliday (não precisa insulina para hiperglicemia)
2) Se tiver sinais de ICC (taquipnéia, creptos pulmonares, tratar normalmente conforme protocolo de ICC grave, com uso de inotrópicos e
diuréticos). Não precisa tratar a hipertensão, é transitória!
3) Se apresentar alguma arritmia (ex.: taquicardia supraventricular: tratar habitualmente conforme protocolo)
4) Se CHOQUE (sinais de má-perfusão ou hipotensão): não ser agressivo com volume (evitar expansão rápida). Como é um caso de
choque cardiogênico: preferir inotrópicos para manejo do choque (sugerimos dobutamina 5 mcg/kg/min)
5) Solicitar os seguintes exames que vão corroborar a hipótese de ser acidente escorpiônico (sua coleta não é prioridade e não esperar o
resultado para fazer o soro): hemograma (leucocitose), glicemia (vem elevada), eletrólitos (potássio vem baixo), ECG (se arritmias), Raio-
x de pulmão (se taquipnéia/creptos), gasometria, coagulograma (alteração sugere quadro por aranha marrom)
6) Internar o paciente (preecher a AIH) e nos quadros graves solicitar vaga na UTIP (administrar o soro antiveneno é mais importante
que transferir!
7) Preencher a ficha de notificação compulsória
8) Reavaliar o paciente a cada 30 minutos até estabilização do mesmo
CLASSIFICANDO
A
SEVERIDADE
DA
ASMA
NO
PRONTO-‐SOCORRO:
CONSIDERAR
O
MAIS
GRAVE!
SINAIS
e
ASMA
LEVE
ASMA
MODERADA
ASMA
GRAVE
ASMA
GRAVÍSSIMA
SINTOMAS
COMATOSO/CONFUSO
ALERTA
NORMAL
ANSIOSO
GERAL
OU
AGITADO
FALA
EM
FRASES
SEM
PAUSA
FRASES
COM
PAUSA
PALAVRAS
COM
PAUSA
SÓ
GEME
Lactente:
dificuldade
para
amamentar
FREQUÊNCIA
NORMAL
OU
AUMENTO
LEVE
AUMENTADA
AUMENTADA
MUITO
AUMENTADA
OU
RESPIRATÓRIA
>
60
ipm
até
2
meses
REDUZ
NA
FASE
DE
FALÊNCIA
>
50
ipm
:
2
meses
a
1
ano
>
40
ipm:
>
1
ano
MUSCULATURA
NÃO
USA
RETRAÇÃO
INTERCOSTAL
BATIMENTO
DE
ALETAS
GEMÊNCIA
ACESSÓRIA
E
FÚRCULA
SIBILOS
SÓ
TEMPO
EXPIRATÓRIO
SIBILOS
INSPIRATÓRIOS
MURMÚRIO
ABAFADO
GERALMENTE
ABAFADO
AUMENTADO
SEM
SIBILOS
E
EXPIRATÓRIOS
OU
SIBILOS
EXPIRATÓRIOS
FC
NORMAL
AUMENTADA
MUITO
AUMENTADA
PODE
TER
BRADICARDIA
>
160
bpm:
até
1
ano
>
180
bpm:
até
1
ano
<
60
bpm
>
120
bpm:
acima
de
1
ano
>
150
bpm:
acima
de
1
ano
PERFUSÃO
<
3
segundos
>
3
segundos
PULSO
AUSENTE
(<
10
mmHg)
20-‐40
mmHg
PODE
ESTAR
AUSENTE
NA
FADIGA
PARADOXAL
SATURAÇÃO
>
94
%
90
–
94
%
<
90
%
CIANOSE
CLÍNICA
CHOQUE:
desidratação
grave,
com
má-‐perfusão,
oligúria
e
rebaixamento
do
nível
de
consciência
MANEJO DA ASMA e BRONCOESPASMO NO PRONTO-SOCORRO
Antes de tratar um broncoespasmo usando o protocolo de asma, tentar definir a causa base do broncoespasmo:
secundário a quadro viral (vírus induzido) – CID J206, bronquiolite viral (primeiro episódio de “resfriado” com
broncoespasmo em lactentes até 8 meses) – CID J205, broncoespasmo e tosse secundários a sinusite, doença do refluxo
gastroesofágico – CID K 219 , corpo estranho. Nem tudo que sibila é asma!
1) CRISE DE ASMA - CID 10 = J459 OU BRONQUITE AGUDA NÃO ESPECIFICADA – CID 10 = J209
Os sinais clássicos que vão nos fazer pensar em crise de asma na criança são tosse (geralmente seca) com piora
a noite e início da manhã, geralmente acompanhada de esforço respiratório (cansaço), podendo cursar com aumento
da frequência respiratória (desde que afebril no momento do exame). Podem ocorrer vômitos pós-tosse e “dor no
peito” e nas costas por uso da musculatura.
O broncoespasmo pode ser desencadeado por um alérgeno (poeira, ácaro, etc), pós exercícios físicos ou ser
desencadeado por um quadro viral (broncoespasmo vírus induzido).
CONSIDERAR TAQUIPNÉIA
Menores de 2 meses > 60 ipm
Entre 2 meses até 1 ano > 50 ipm
Entre 1 a 5 anos > 40 ipm
Acima de 5 anos > 20 ipm
1) BETA-2 AGONISTA: usar em todos os casos conforme abaixo (dar preferência pelo aerosol
pressurizado, exceto em casos muito graves ou bebês menores de 3 meses):
1.a) NEBULIZAÇÃO (AEROSOL): associar um dos dois abaixo com 3 a 4 mL SF 0,9% no copinho do
nebulizador e prescrever o uso com ar comprimido ou oxigênio a 6 L/minuto.
2) ANTICOLINÉRGICO: usar nas crises moderadas e graves na primeira sequência (nos três primeiros
aerosóis) juntamente com B2- agonista :
3) CORTICOSTERÓIDE: usar nas crises moderadas a graves, sempre que possível por VIA ORAL logo na
chegada.
Obs.: em crises moderadas em caso de crianças que não aceitem por via oral ou em caso de famílias sem condições
financeiras para comprar a prednisolona pode-se usar dexametasona 10 mg/2,5 mL na dose de 0,6 mg/kg/dose via
intramuscular em dose única diária por um ou dois dias no máximo.
4) MAGNÉSIO: usar nos casos de asma, refratários a duas sequências de beta-agonista (6 doses) associado
a corticoide (não há estudos comprovando seu benefício em menores de 2 anos de idade, pois nestes casos o
diagnóstico de asma é muito difícil):
5) TERBUTALINA INTRAVENOSA: só usar nos casos refratários ao magnésio e que ainda esteja precisando de
aerosol em intervalos menores que 1/1 hora até que seja transferido pelo SAMU para uma UTIP (manter as
inalações com B2-agonista de 1/1 hora durante o uso da terbutalina).
Manter o paciente monitorizado com monitorização cardíaca e saturimetria e reduzir a dose ou até
suspender a medicação em caso de FC > 200 bpm ou arritmias.
OBS.: Caso falte a terbutalina intravenosa, pode-se utilizar Aminofilina (ampolas de 10 mL com 24 mg/mL),
na dose de 0,5 a 1 mg/kg/hora em infusão contínua em bomba até a transferência para UTIP.
6) ADRENALINA 1 MG/ML – dose 0,01 mL/kg : usar apenas em casos de choque anafilático associado.
OBS.: em casos muitos graves que não conseguem nem inalar bem, para tentar postergar intubação, pode-se
tentar logo na chegada a dose de 0,01 mL/kg IM ou SC por até 3 vezes com intervalo de 20/20 minutos entre cada
uma.
F) QUANDO INTERNAR NA NOSSA ENFERMARIA? Se for internar, pode-se solicitar uma radiografia de tórax.
ü Desconforto respiratório persistente, desde que se tenha conseguido espaçar aerosol para no mínimo 2/2
horas
ü Má-aceitação alimentar ou de medicação oral
ü Hipoxemia: saturação < 94% em ar ambiente
ü Internação social: cuidadora incapaz de prestar os cuidados necessários, inclusive condições financeiras
para compra das medicações
ü Casos graves na chegada, mesmo após boa resposta inicial, considerar internação
< 1 mês (quando a suspeita for Segunda opção: oxacilina 50 mg/kg/dose 6/6 hs + aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina)
(neonatos) meningite, a se for ampicilina sem sulbactan: 300 mg/kg/dia
cefotaxima 50 Se houver suspeita de infecção pelo herpes: bolhas sugestivas no corpo do RN ou Associar:
mg/kg/dose 8/8 horas de familiares da casa, pulmão de SARA, insuficiência hepática (eleva
é mais efetiva que Aciclovir 20 mg/kg/dose 8/8
transaminases), suspeita de meningite (líquor com pleocitose e hs
gentamicina) hiperproteinorraquia)
CRIANÇAS Ceftriaxona: ataque de 75 mg/kg/dose e
COMUNIDADE
Segunda opção: associar clindamicina 10 mg/kg/dose de 8/8 horas + ceftriaxona (se usar clinda, suspender oxacilina!)
Síndrome respiratória aguda grave em criança com Associar ao esquema: Oseltamivir
evolução súbita após quadro gripal
Uso de antibioticoterapia de largo espectro recente Vancomicina 15 mg/kg/dose de 6/6 horas
HOSPITALAR
BOLETIM
DE
SIVERMAN-‐ANDERSON
(AVALIA
DESCONFORTO
RESPIRATÓRIO
EM
RECÉM-‐NASCIDOS)
SCORE
>
ou
igual
a
6
=
INSUFICIÊNCIA
RESPIRATÓRIA,
deve
ser
solicitado
vaga
em
UTIN
0
–
não
há
desconforto
respiratório
1
-‐3
–
desconforto
leve
4
-‐5
-‐
desconforto
moderado
≥
6
-‐
desconforto
importante
Silverman
W.,
Anderson
D.
Pediatrics
1956,
17:1.
BRADICARDIA COM MÁ PERFUSÃO
: • REBAIXAMENTO
CONSCIÊNCIA
• TEC < 3 s
• HIPOTENSÃO
• OLIGÚRIA
FC < 60 bpm
• INSUFICIÊNCIA
RESPIRATÓRIA
• (esforço, cianose ou
1) POSICIONAR
-‐
IDENTIFICAR
A
CAUSA
BASE
2) DESOBSTRUIR VIAS AÉREAS
(ASPIRAR)
-‐
MONITOR
DE
RITMO
3) OXIGÊNIO EM ALTAS
CONCENTRAÇÕES: MÁSCARA OU
AMBU
SEM RESPOSTA
INICIAR
MASSAGEM CARDÍACA
INTUBADO:
COM AMBU:
COMPRESSÕES SEM
PARAR
(100 comp/min)
(15 comp : 2 ventil) VENTILAÇÃO:
1 a cada 7 segundos
(sem parar massagem)
+ ADRENALINA
RITMO MUDOU:
MUDAR O PROTOCOLO
MASSAGEAR POR 2 MINUTOS
PREENCHE
ALGUM
DESTES
CRITÉRIOS?
1)
Proptose
2)
Quemose
3)
Alteração
na
movimentação
ocular
4)
Dor
intensa
na
movimentação
dos
olhos
5)
Edema
importante
em
maiores
de
4
anos
6)
Menor
de
3
meses
de
idade
7)
Edema
tão
importante
que
não
se
consegue
examinar
8)
Febre
alta
(>38,5
C)
com
neutrófilos
>
10.000
(não
é
glóbulos
brancos!)
9)
Alteração
da
visão
ou
da
percepção
das
cores
10)
Alteração
do
reflexo
pupilar
11)
Dor
de
cabeça
forte
e
persistente
12)
Qualquer
alteração
do
SNC
(crises
convulsivas,
meningismo,
etc)
NÃO SIM
PÓS
TRAUMA,
PICADA
DE
INSETO,
PÓS-‐SINUSITE
ENCAMINHAR
AO
INFECÇÃO
DE
PELE
ou
de
CAUSA
NÃO
HUSE
PARA
CT
(IMPETIGO,
VARICELA)
IDENTIFICADA
ou
PÁLPEBRA
(CALÁZIO)
INTERNAR
COM
TENTAR
VO
CEFTRIAXONA
+
com
CEFALEXINA
OXACILINA
ou
intravenoso
AMOXA-‐CLAVULANATO
7-‐10
dias
BOA
RESPOSTA
CONFIRME:
-‐
glicemia
capilar
ou
venosa
>
200
mg/dL
com
cetonúria
positiva
+
a
4+
-‐
se
possível:
gasometria
venosa
ou
arterial
(pH
<
7,3
e/ou
bic
<
15
mEq/L)
CHOQUE:
oligúria,
hipotensão,
pulsos
fracos
ou
impalpáveis,
taquicardia,
TEC
>
2
s
MONTAR
um
SORO
com
volume
de:
MONTAR
um
SORO
com
volume
de:
Quando
acrescentar
K
nesse
soro?
100%
do
volume
calculado
pela
100%
do
volume
calculado
pela
Assim
que
diurese
clara
for
fórmula
de
Holliday
+
fórmula
de
Holliday
+
detectada,
acrescentar
8
mL
de
40
mL/kg/dia
70
m L/kg/dia
KCl
19,1%
em
cada
frasco
com
SF
0,9%
PURO
com
SF
0,9%
PURO
de
500
mL
de
SF
0,9%
(suspender
se
K
dosado
no
início
vier
(não
passar
do
dobro
do
volume
calculado
(não
passar
do
dobro
do
volume
calculado
maior
que
6
mEq/L)
pelo
Holliday
em
24
horas)
pelo
Holliday
em
24
horas)
Só
após
cerca
de
1
hora
do
início
da
infusão
de
líquidos
que
você
vai
começar
a
insulina
regular
na
dose:
0,1
UI/kg/dose
IM
de
1/1
hora
Cuidado
para
glicemia
não
cair
mais
que
100
mg/dL
a
cada
hora.
Se
isso
acontecer
reduzir
a
dose
da
insulina
IM
pela
metade
ou
acrescentar
glicose
no
soro
mais
precocemente
Atenção:
quando
glicemia
capilar
estiver
próxima
a
250
mg/dL
(entre
250
e
300
mg/dL)
você
precisa
trocar
o
soro
por
uma
solução
com
metade
de
SF
0,9%
e
metade
de
SG
5%
buscando
uma
glicemia
ao
redor
de
200
mg/dL
enquanto
estiver
com
soro
na
veia
(para
isso
basta
aumentar
a
glicose
no
soro
se
glicemia
cair
<
180
mg/dL:
sugiro
acrescentar
5
mL
de
glicose
50%
para
cada
100
m L
de
soro
que
estiver
no
frasco
do
paciente).
Acrescente
também
a
este
soro
com
glicose:
*
gluconato
de
cálcio
10%
:
2
mL/kg/dia
(máximo
80
mL
ao
dia)
,
*
sulfato
de
magnésio
10%
:
0,3
mL/kg/dia
(máximo
de
20
mL
ao
dia)
e
*
potássio
conforme
nível
sérico
Com
glicemia
ao
redor
de
250
mg/dL,
manter
a
insulina
subcutânea
de
1/1
hora
numa
dose
menor:
0,05
UI/kg/hora
até
urina
ficar
com
cetonúria
de
no
m áximo
++
ou
gasometria
(arterial
ou
venosa)
com
pH
7,3
e/ou
bicarbonato
>
15
mEq/L
Ao
atingir
estes
dois
objetivos
e
quando
a
criança
estiver
aceitando
bem
por
boca,
GLICEMIA
(mg/dL):
sem
vômitos,
você
pode
parar
a
insulina
de
horário
e
iniciar
insulina
regular
SC
(primeira
dose
<
200
:
não
fazer
naquele
30
minutos
antes
de
uma
refeição)
e
suspender
o
soro,
prescrevendo
dieta
para
diabético
(3/3
horário
horas).
Mantendo
as
glicemias
apenas
antes
das
refeições
principais
(café,
almoço,
jantar)
e
200
a
250
:
0,1
UI/kg
aplicar
a
insulina
regular
na
dose
da
tabela
ao
lado,
conforme
o
resultado
da
glicemia.
Não
250
a
300
:
0,15
UI/kg
>
300
:
0,2
UI/kg
fazer
insulina
antes
da
ceia.
Por
volta
das
23
horas
fazer
glicemia
e
anotar,
pois
servirá
de
controle
para
o
diarista,
mas
não
deve
ser
feita
a
insulina
neste
horário
pela
tabela!
CETOACIDOSE
DIABÉTICA
NO
PRONTO-‐SOCORRO
(CID
E101)
e
DIABETES
DESCOMPENSADO
(E108)
O
diagnóstico
de
diabetes
no
pronto-‐socorro
deve
sempre
ser
suspeitado
quando
a
criança
apresenta
os
sintomas
sugestivos
(poliúria,
polidpsia,
polifagia,
perda
de
peso
e
enurese
noturna
em
crianças
que
já
tinham
controle
prévio),
associados
a
uma
glicemia
capilar
casual
acima
de
200
mg/dL.
1) CETOACIDOSE
DIABÉTICA
(CAD):
quando
SUSPEITAR
?
Pensar
em
CAD
quando
o
paciente
apresentar
quadro
de
vômitos
e
dor
abdominal,
geralmente
associados
a
desidratação.
Uma
respiração
rápida
e
profunda
(respiração
de
Kusmaull)
ocorre
para
compensar
a
acidose.
A
criança
pode
queixar
de
anorexia
e
fadiga
e
o
hálito
pode
estar
"adocicado"(hálito
cetônico).
Pode
ter
sensação
de
d or
no
peito.
Atenção
a
sintomas
neurológicos
que
podem
sugerir
presença
de
edema
cerebral.
2) PORQUE
O
PACIENTE
ENTROU
EM
CETOACIDOSE
?
A
CAD
é
uma
disfunção
metabólica
grave,
por
deficiência
de
insulina,
gerando
falta
de
glicose
nos
tecidos
(é
a
insulina
que
permite
a
entrada
de
glicose).
Consequentemente,
haverá
uma
atividade
aumentada
de
hormônios
contra-‐
reguladores
(cortisol,
catecolaminas,
glucagon,
etc)
para
tentar
extrair
energia
de
outras
fontes
e
aumentar
a
gliconeogênese.
Esta
produção
excessiva
de
glicose
leva
a
hiperglicemia
e
a
produção
de
energia
de
outras
fontes,
principalmente
dos
triglicerídeos,
leva
a
um
aumento
dos
corpos
cetônicos
(substâncias
advindas
do
metabolismo
final
dos
triglicerídeos:
ácido
beta-‐hidroxibutírico,
acetoacetato
e
acetona).
A
hiperglicemia
leva
a
diurese
osmótica
e
desidratação
e
o
aumento
dos
corpos
cetônicos
leva
ao
consumo
de
bicarbonato
(sem
haver
perda
corporal
de
bicarbonato)
para
tamponar
tais
ácidos
produzidos
pelo
metabolismo
dos
triglicerídeos,
gerando
acidose
metabólica.
Para
compensar
a
acidose,
o
paciente
começa
a
hiperventilar
(respiração
rápida
e
profunda).
Na
maioria
dos
casos,
o
paciente
não
sabia
que
era
diabético
(primodescompensação),
mas
pode
se
manifestar
em
indivíduos
já
diagnosticados
como
diabéticos,
quando
há
aumento
das
necessidades
(traumas,
infecções,
mal
uso
da
insulina,
etc).
3) COMO
EU
FECHO
O
DIAGNÓSTICO
DE
CAD
?
< 1 mês (quando a suspeita for Segunda opção: oxacilina 50 mg/kg/dose 6/6 hs + aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina)
(neonatos) meningite, a se for ampicilina sem sulbactan: 300 mg/kg/dia
cefotaxima 50 Se houver suspeita de infecção pelo herpes: bolhas sugestivas no corpo do RN ou Associar:
mg/kg/dose 8/8 horas de familiares da casa, pulmão de SARA, insuficiência hepática (eleva
é mais efetiva que Aciclovir 20 mg/kg/dose 8/8
transaminases), suspeita de meningite (líquor com pleocitose e hs
gentamicina) hiperproteinorraquia)
CRIANÇAS Ceftriaxona: ataque de 75 mg/kg/dose e
COMUNIDADE
Segunda opção: associar clindamicina 10 mg/kg/dose de 8/8 horas + ceftriaxona (se usar clinda, suspender oxacilina!)
Síndrome respiratória aguda grave em criança com Associar ao esquema: Oseltamivir
evolução súbita após quadro gripal
Uso de antibioticoterapia de largo espectro recente Vancomicina 15 mg/kg/dose de 6/6 horas
HOSPITALAR
1) O QUE É SEPSE? É um estado de inflamação sistêmica intensa provocado por uma infecção
qualquer. Esta inflamação desregulada promove uma alteração na microvasculatura dos diversos
órgãos, que pode induzir a uma lesão no órgão comprometido (coração, pulmão, rim, fígado,
sistema nervoso, etc). Esta fase final, onde a lesão nos órgãos já ocorreu, chamaremos de sepse
grave e o que vai mudar é que nestes casos a mortalidade aumenta substancialmente (cerca de 40-
60% em nosso meio).
2) COMO SABER QUE UMA CRIANÇA ESTÁ COM SEPSE E QUE NÃO É SÓ UMA INFECÇÃO COMUM?
Precisamos pensar em sepse em toda criança com história de temperatura axilar > 38 oC nas
últimas horas (ou também, nos menores de 1 ano com hipotermia: < 36 oC), desde que se
comprove que se está havendo uma resposta inflamatória exagerada, que pode ser confirmada
por:
a) sinais clínicos: taquicardia (ou bradicardia em menores de 1 ano) OU taquipnéia;
b) laboratório caso tenha sido solicitado (leucocitose ou leucopenia).
Os parâmetros que confirmam a alteração segundo as diretrizes internacionais estão na
tabela (a frequência cardíaca e respiratória consideradas devem ser contadas no momento em que
a criança estiver sem febre, após controle medicamentoso ou físico):
3) O QUE VAI MUDAR SE EU CLASSIFICAR UMA CRIANÇA COMO ESTANDO EM SEPSE USANDO ESTA
TABELA? Estas crianças em sepse, que correspondem a cerca de 20% das crianças atendidas em um
pronto-socorro, apresentam um risco maior de precisar de internação, necessitar de UTIP ou
evoluir para sepse grave, com aumento da mortalidade.
Desta forma são crianças que precisaremos dar mais atenção, com observação mais rigorosa
e proceder a coleta dos exames que o médico associar pertinentes ao caso. Ao se coletar exames
para estas crianças que preencham critérios de sepse, associar o KIT SEPSE, que inclui a coleta de
pelo menos: hemograma, Cr, TGP, bilirrubinas, INR, glicemia, gasometria e lactato. Estes
exames serão importantes para se excluir uma sepse grave.
Num cenário ideal, o hospital deve estar preparado para liberar o resultado destes exames
dentro de até 1 hora e com base nos resultados deve ser descartado a possibilidade de estar de
SEPSE GRAVE (veja os parâmetros na pergunta 7).
Caso o diagnóstico de sepse grave seja confirmado, o paciente permanece internado e
monitorizado, pois o risco de óbito aumenta muito (cerca de 50% de mortalidade).
Caso o diagnóstico de sepse grave seja descartado, o médico decide clinicamente entre dar
alta para o paciente com o tratamento adequado e reavaliação posterior (o que deve ocorrer em
80% dos casos que preencheram critérios de sepse utilizando os parâmetros da tabela) OU decide
por internar o paciente. Se for internar, proceder a coleta de culturas para o foco suspeita e iniciar
prontamente a antibioticoterapia intravenosa (em até uma hora).
4) O QUE EU CHAMO DE PACIENTE COM SEPSE GRAVE? Dentre as crianças citadas acima que eu
internarei com sepse, um grupo especial deve ser definido. São aqueles com SEPSE GRAVE. Esta
separação é importante, porque pacientes com sepse grave ficam na estabilização monitorizados
até sair vaga na UTIP ou até melhora do quadro grave e encaminhamento a enfermaria.
Reavaliações frequentes serão necessárias.
5) DESTES PACIENTES QUE EU VOU INTERNAR COM SEPSE, QUAIS EU DEVO CHAMAR DE SEPSE
GRAVE E MANTER NA ESTABILIZAÇÃO?
4.1 - Chamarei de SEPSE GRAVE todas as crianças que tiverem: a) lesão em PELO MENOS UM dos
órgãos mais importantes (coração OU pulmão):
a) CARDIOVASCULAR comprometido (são aqueles que chamarei de CHOQUE SÉPTICO): ver
definições de choque séptico na pergunta 6
b) PULMONAR comprometido: são aqueles que estão precisando de * máscara de venturi
50% para saturação > 92%; * também aqueles que precisaram de intubação ou uso de CPAP e *
aqueles que na gasometria apresentarem PaCO2 > 60 mmHg ou * PaO2/FiO2 < 300
4.2 - Chamarei ainda de SEPSE grave todas as crianças que tiverem pelo menos 2 itens quaisquer
dentre estes que apontem alguma lesão em outros órgãos que não sejam o coração ou pulmão. Os
exames colhidos naqueles pacientes com suspeita de sepse servirão para definir se meu paciente
está com sepse grave:
a) NEUROLÓGICO: * Glasgow ≤ 11 ou * queda no Glasgow de 3 em relação ao valor inicial
b) HEPÁTICO: * Bilirrubina total ≥ 4 mg/dL ou * TGP ≥ 100 mg/dL
c) RENAL: * Creatinina aproximadamente ≥ 1,2 mg/dL ou * Cr que dobre o valor em relação a outra prévia
d) HEMATOLÓGICO: * plaquetas < 80.000 ou queda de 50% no valor das plaquetas ou * INR > 2
6) O QUE É CHOQUE SÉPTICO? Choque é o termo utilizado para descrever uma situação clínica de
sepse grave em que há o desbalanço entre o consumo (extração) e a oferta de oxigênio e nutrientes
aos tecidos. Entenda bem isto: choque é a FALTA DE OXIGÊNIO aos tecidos.
Isto levará os tecidos a um processo de produção de energia sem oxigênio (anaerobiose), de forma
a gerar muito ácido lático. O bicarbonato da criança se combinará com este ácido lático para
tamponar a acidez do sangue e formará uma nova substância chamada LACTATO que ficará elevada
(> 2 mmol/L). Esta queda do bicarbonato se persistente levará a uma acidemia, com queda do pH
sanguíneo e se este processo não for controlado a tempo, levará a criança à morte.
7) COMO NÃO DISPONHO DE GRANDES RECURSOS PARA DEFINIR CHOQUE, COMO SABER
CLINICAMENTE SE A CRIANÇA ESTÁ CHOCADA (OU SEJA, ESTÁ COM SEPSE GRAVE COM
COMPROTIMENTO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR = CHOQUE SÉPTICO)? Quando ocorre o
choque o organismo começa a tentar compensar o desbalanço e a criança deve apresentar um
destes seguintes sinais:
A) Sinais de MÁ-PERFUSÃO TECIDUAL: TEC > 2 segundos, pulsos finos,
extremidades frias, sudorese, pele mosqueada NUNCA DAR O DIAGNÓSTICO
B) Sinais de REBAIXAMENTO de CONSCIÊNCIA: sonolência, choro fraco, NUMA CRIANÇA COM FEBRE,
perda de contato visual com os pais, choro inconsolável POIS A FEBRE PODE SIMULAR
C) Sinais de hipoperfusão RENAL: oligúria, definida como redução da TODOS ESTES SINAIS
diurese (< 0,5 mL/kg/hora), mas que é difícil mensurar na chegada baseado só no relato da mãe
D) Gasometria com BE ≤ 5 mE/L ou Lactato maior que 4 mmol/L (se tiverem sido colhidos)
ATENÇÃO: HIPOTENSÃO só ocorre em fase tardia do choque, portanto não esperar cair a pressão
para fazer o diagnóstico e tratamento. O choque com hipotensão recebe o nome de choque
DESCOMPENSADO.
SERÁ CONSIDERADO HIPOTENSÃO:
- sistólica < 60 mmHg em RN
- sistólica < 70 mmHg até 1 ano de idade
- sistólica < 70 + 2 vezes a idade (em anos):
Exemplo – hipotensão em criança de 5 anos será sistólica < que 80 mmHg (70 + 2 vezes 5 = 80)
8) O QUE FAZER COM A CRIANÇA NESTA SITUAÇÃO DE CHOQUE SÉPTICO ou SEPSE GRAVE?
A) MONITORIZAÇÃO:
- colocar PULSO OXÍMETRO
- aferir a PRESSÃO ARTERIAL em períodos regulares (usando manguito adequado, que
corresponde a 2/3 do tamanho do braço (úmero) da criança)
- eletrodos e monitorização cardíaca sempre que possível
* NÃO USAR SORO GLICOSADO PURO NO LUGAR DO SORO FISIOLÓGICO, mesmo se tiver
hipoglicemia (nestes casos fazer bolus de glicose e acrescentar glicose 50% no soro fisiológico)
* Geralmente será necessário pelo menos umas duas expansões para sair do choque
* Fazer o possível para que pelo menos duas expansões sejam feitas na primeira hora
(podemos espremer o frasco de soro para correr mais rápido, fazer bolus com seringas pela
intraóssea ou até mesmo enrolar um manguito de pressão ao redor do frasco de soro e insuflando
com uma pressão de 300 mmHg)
* Se a criança chega em choque com Hb muito baixo (< 5 mg/dL), como em
hemoglobinopatias ou sequestro esplênico, solicitar com urgência concentrado de hemáceas, pois
não adiantará ficar fazendo muito soro fisiológico pois poderá até aumentar a mortalidade.
10) QUANDO EU PARO AS EXPANSÕES COM SORO FISIOLÓGICO? No meio e após cada expansão, devo
manter REAVALIAÇÕES REPETIDAS PARA VER SE SAIU DO CHOQUE. Minhas metas serão:
a) MELHORAR A PERFUSÃO (TEC > 2 seg) e a PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA (SAIR DA HIPOTENSÃO)
b) Melhora da FC (< 180 bpm para menores de 1 ano e < 150 bpm para maiores de 1 ano)
c) Melhora da diurese (mais clara e > de 1 mL/kg/hora)
d) Melhora do nível de consciência se extubado
e) Toda vez que aparecerem crepitações pulmonares novas (o ideal é parar antes de crepitar)
f) Sempre que o fígado rebaixar (o ideal é parar antes de rebaixar)
10) SOBRE OS INOTRÓPICOS, O QUE PRECISO SABER? Devo iniciar um INOTRÓPICO: * assim que parar
as expansões por um dos motivos acima, ou * quando acabar a segunda ou terceira expansão (sem
atingir os objetivos acima) ou ainda * quando a criança já chega com sinais de congestão (creptos
pulmonares bilaterais e rebaixamento de fígado).
11) DEVO AGUARDAR UM ACESSO CENTRAL PARA COMEÇAR UM INOTRÓPICO? De forma alguma. O
inotrópico deve ser iniciado em acesso periférico ou intraósseo mesmo. O atraso de uma hora no
início do inotrópico aumenta a chance da criança morrer em 22 vezes. As lesões isquêmicas na pele
com uso de inotrópicos são bem raras nas diluições propostas abaixo.
OU
DOPAMINA 50 MG/10 ML --- 1 ampola diluída em 160 mL de SF 0,9%
Dopamina 5 mcg/kg/min = Correr em bomba de infusão na velocidade de = (P) mL/hora
P = peso da criança em kg
Ex.: criança de 10 kg, correr a 10 mL/hora
Estas doses podem ser aumentadas em 50% por vez a cada 30 minutos se os sinais de
choque não desaparecerem (item 9). Após 5 aumentos discutir associação de outras drogas com
médico intensivista.
12.2 - Numa minoria dos choques, geralmente em crianças maiores de 1 ano, o choque pode ser
quente (extremidade quente, vasodilatada, com perfusão rápida). Nestes casos a droga de escolha
seria a noradrenalina, mas não aconselhamos seu uso em acesso periférico. Por isso, nestas
situações, sugerimos o uso da adrenalina mesmo até que um acesso central seja providenciado.
Caso fosse usar noradrenalina (1 mg/mL) basta substituir a adrenalina por noradrenalina no
exemplo acima na mesma dose, proporção e velocidade de infusão.
13) E SE EU TRIPLICAR A DOSE DO INOTRÓPICO E AINDA ASSIM A CRIANÇA NÃO MELHORAR, TEM
MAIS ALGUMA COISA PRA FAZER?
Nestes casos de pacientes resistentes a drogas vasoativas, devo prescrever um ataque com
HIDROCORTISONA 10 mg/kg em dose única (máximo 200 mg/dose).
Depois manter com 1 mg/kg/dose de 6/6 horas para menores de 5 kg ou 0,5 mg/kg/dose de 6/6
horas para maiores de 5 kg. O corticóide pode ser prescrito também para pacientes com suspeita de
insuficiência adrenal: hipoglicemia, hiperpotassemia e púrpuras pela pele.
15) COMO PRESCREVER ANTIBIÓTICOS PARA ESTE PACIENTE? A prescrição de antibióticos em caso de
choque séptico deve ser tão levada a sério quanto as expansões e os inotrópicos. Faz parte do
pacote de coisas a se fazer na PRIMEIRA HORA. Não contente em prescrever. Veja se a
prescrição foi cumprida. Peça para aplicar os antibióticos com urgência. A primeira dose é sempre
mais alta e feita em BOLUS (não é para correr lento). Confira qual a escolha para o tipo de infecção
suspeita. Utilize nosso protocolo: ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA INICIAL PARA CHOQUE SÉPTICO. O
atraso no início do antibiótico aumenta a mortalidade. Se a hemocultura não pode ser colhida antes
(seria o ideal), comece o antibiótico assim mesmo!
18) COMO CORRIGIR A HIPOGLICEMIA? Se glicemia < 50 mg/dL, diluir cada 10 mL de glicose 25% com
mais 10 mL de água e administrar 4 mL/kg desta solução de cada vez (0,5 g/kg de glicose)
19) COMO CORRIGIR A HIPOCALCEMIA? Cálcio é um potente inotrópico e sem ele os inotrópicos serão
menos efetivos. Corrigir hipocalcemia com 1 mL/kg de gluconato de cálcio 10%. Antes de
administrar, diluir na mesma quantidade de água e correr IV bem lento em 30 minutos. Pode ser
repetido a cada 6 ou 8 horas se necessário.
20) SE SEU PACIENTE ESTIVER COM SUSPEITA DE CHOQUE SÉPTICO, CERTIFIQUE-SE QUE NÃO SE
ENQUADRA EM UMA DESTAS SITUAÇÕES ESPECIAIS:
20.3) SE A SUA SUSPEITA É CHOQUE por ANEMIA GRAVE (ex.: falciforme com Hb < 5 mg/dL) ou
PERDA SANGUÍNEA (traumas com hemorragia visível):
- INICIAR expansão com SF 20 ML/KG, mas JÁ SOLICITAR CONCENTRADO DE HEMÁCEAS 20
ML/KG COM URGÊNCIA E ENQUANTO AGUARDA CORRER o soro
3) Deixar por 3 minutos até que as ondas fiquem bem certinhas, sem interferência e o número
(valor) da saturação pare de variar:
10) Se a saturação na mão OU no pé for de 94 para baixo (≤ 94) o TESTE ESTÁ ALTERADO
11) Se a diferença entre o maior e o menor número for de 3 para cima (≥ 3) o TESTE ESTÁ
ALTERADO
Se o TESTE DEU ALTERADO a criança aguarda
avaliação do CARDIOLOGISTA PEDIÁTRICO antes da alta
COMO
TRAÇAR
UM
ELETROCARDIOGRAMA:
1) Deitar
a
criança
na
maca
e
explicar
o
procedimento
(a
criança
fica
nervosa
ao
ver
tantos
fios)
2) Ligar
o
aparelho
na
tomada
por
meio
do
cabo
de
força
(entra
na
lateral
do
aparelho)
em
tomada
110
V:
3) Colar
os
adesivos
no
tórax
da
criança
seguindo
a
sequência:
-‐ V1
:
quarto
espaço
intercostal
direito
-‐ V2
:
quarto
espaço
intercostal
esquerdo
-‐ V4
:
abaixo
do
mamilo,
no
quinto
espaço
intercostal
esquerdo
-‐ V3
:
entre
o
V2
e
o
V4
-‐ V5:
linha
axilar
anterior
-‐ V6:
linha
axilar
média
ou
posterior
4) Aplicar
uma
gota
de
gel
nos
pulsos
e
nos
tornozelos
da
criança
(parte
interna)
e
colocar
por
cima
as
garras,
seguindo
a
ordem
de
cores
Amarelo:
pulso
esquerdo
Verde:
tornozelo
esquerdo
Vermelho:
pulso
direito
Preto:
tornozelo
direito
Regra
mnemônica:
BRASIL
(verde
e
amarelo)
do
lado
esquerdo
e
FLAMENGO
(vermelho
e
preto)
do
lado
direito,
com
as
cores
mais
escuras
(verde
e
preto)
sempre
para
baixo
(nos
tornozelos).
5) Ligar
o
aparelho
6) Certifique-‐se
que
a
caneta
esteja
encaixada
no
suporte
branco
e
bem
fixada
no
local
apropriado
no
aparelho
(posição
de
pé)
7) Colocar
papel
do
lado
direito
do
aparelho
(com
a
margem
branca
para
cima
e
a
parte
quadriculada
para
baixo)
até
encontrar
resistência:
8) Apertar
o
botão
“PAPEL”
(cor
PRETA)
que
irá
posicionar
o
papel
no
local
correto
para
impressão:
9)
Certifique-‐se
que
as
luzes
estejam
acesas
nestas
posições:
FILTRO:
luz
acesa
GANHO:
luz
acesa
em
“N
mm/s
(velocidade):
luz
acesa
em
“25”
MODO:
luz
acesa
em
“auto”
10)
Apertar
o
botão
“SEGUE”
(botão
laranja)
e
o
aparelho
vai
traçar
o
eletrocardiograma
automaticamente:
11)
OBS.:
Se
quiser
traçar
um
D2
longo
para
procura
de
arritmias
deve-‐se:
-‐ selecionar
o
MODO
:
“ritmo”
-‐ selecionar
a
luz
acesa
em
“II”
utilizando
as
teclas
UP
(seta
para
cima)
e
DOWN
(seta
para
baixo)
-‐ e
depois
apertar
a
tecla
“SEGUE”
para
impressão
do
D2
longo
MANEJO
DAS
CONJUNTIVITES
NO
PRONTO-‐SOCORRO
DESCARTAR
SINAIS/SINTOMAS
QUE
MEREÇAM
ENCAMINHAMENTO
AO
OFTALMOLOGISTA
(urgência
do
HUSE)
:
dor
moderada,
diminuição
da
acuidade
(visão
borrada),
fotofobia
intensa,
alterações
de
pupila
(miose,
midríase,
pupilas
não
reagentes),
diplopia,
história
de
trauma,
queimadura
química,
sangue
ou
pus
na
câmara
anterior,
lesões
herpéticas,
imunocomprometidos
<
1
mês:
NEONATO
MAIS
QUE
1
MÊS
DE
VIDA
(OFTALMIA
NEONATAL)
IDADE
DA
CRIANÇA
SECREÇÃO
CLARA,
TEM
PELO
MENOS
UM
DESTES:
LACRIMEJAMENTO
*
PURULÊNCIA
ABUNDANTE
POUCA
PURULÊNCIA
DEFINIÇÃO: tosse geralmente seca (pode ser produtiva) que se apresenta em ataques
de tosse súbita (paroxismos). As crises de tosse são incontroláveis. Os ataques vem com
5 a 10 tossidas rápidas e curtas. As tossidas ocorrem todas durante a expiração e o
paciente não apresenta inspiração entre as tossidas.
As principais causas são: coqueluche (B. pertussis e outras bordetelas), bronquiolite (VSR e adenovírus) e
pneumonia atípica (clamídia, micoplasma)
INSTITUIR PRECAUÇÕES DO TIPO GOTÍCULAS E CONTATO: usar máscara comum, avental e luvas
ao examinar o paciente, mantendo a distância de pelo menos um metro de outro leito (se possível colocar
em quarto isolado). Manter até o final do tratamento com antibiótico.
Analgésicos Dipirona gotas 500 mg/mL (VO) 1 gt/kg/dose de 6/6 hs máximo 40 gotas
grupo A Dipirona amp 500 mg/mL (IV ou IM) 0,04 mL/kg/dose de 6/6 hs máximo 2 mL
Paracetamol gotas 200 mg/mL (VO) 1,5 a 2 gts/kg/dose 6/6 hs máximo 100 gts (1 g)
Analgésicos Ibuprofeno 50 mg/mL gotas (VO) 2 gts/kg /dose de 6/6 hs máximo 120 gts (600 mg)
grupo B Ibuprofeno 100 mg/mL gotas (VO) 1 gt/kg/dose de 6/6 hs máximo 60 gts (600 mg)
(AINE) Cetoprofeno 20 mg/mL gotas (VO) 1-2 gts/kg de 8/8 hs máximo 100 gts (100 mg)
Cetoprofeno 100 mg/2 mL (IV) 1-2 mg/kg/dose de 8/8 hs máximo 100 mg
CETOPROFENO SÓ (diluir cada 1 mg em 1 mL de SF 0,9% (1 ampola)
ACIMA DE 1 ANO! e correr IV em bureta em 20 minutos)
Analgésicos Tramadol inj 100 mg/2 mL (IV) 1,3 mg/kg/dose de 6/6 hs máximo 100 mg (2 mL)
grupo C (diluir cada 1 mg em 1 mL de SF 0,9%
(opióide) e correr IV em bureta em 20 minutos)
Tramadol comp 50 mg (VO) 1,3 mg/kg/dose de 6/6 hs máximo 100 mg (2 cp)
Tramadol gotas 100 mg/mL (VO) 0,5 gota/kg/dose de 6/6 hs máximo 40 gts
(precisa receita amarela)
Morfina 1 mg/mL 0,1 mg/kg/dose de 6/6 horas máximo 2 mg
(diluir a dose + 10 mL SF 0,9% e fazer
IV lentamente)
Grupo D Codeína 7,5 mg ou 30 mg + 0,5 mg/kg/dose da codeína de 6/6 hs máximo 1 cp de 30 mg
paracetamol 500 mg (TylexR) (precisa receita amarela)
CRISE INTENSA
CRISE LEVE CRISE MODERADA * não cede com analgésicos
* iniciou há < 24 hs * iniciou há > 24 horas comuns
* cede com analgésicos comuns por * crise volta em menos de 4 horas * internou em UTIP no último ano
tempo maior que 4 horas do uso de analgésico comum (independente do tempo de início)
* não precisou ser internado no * internou em enfermaria no
último ano último ano
1) Analgesia IV:
1) Analgesia ORAL: 1) Analgesia IV (pode ser IM Associar analgésicos
Associar analgésicos ou oral até pegar acesso) A + B + C de horário
A + B de horário Associar analgésicos
B + C de horário 2) Manter dieta habitual
2) Manter dieta habitual 3) Hidratação intravenosa
3) Além de liquidos a 2) Manter dieta habitual (soro glicofisiológico 1:1,
vontade, oferecer 3) Hidratação intravenosa volume de 50% do Holliday
hidratação oral com (soro glicofisiológico 1:1, volume enquanto fica internado
SRO 20 mL/kg enquanto de 50% do Holliday enquanto fica por 24-48 horas)
fica em observação por internado por 24 horas)
4-6 horas * se não aceitar oral,
* se não aceitar oral, deixar deixar 80% do Holliday
80% do Holliday
CONDUTA NA CRISE:
2) Oxigênio
Tentar
INTRAÓSSEA
Mantém crises
HIDANTAL
(FENITOÍNA):
10
mg/kg
(até
3
doses)
LENTAMENTE
NEONATOS
(<
1
mês):
ü FENOBARBITAL
é
primeira
escolha!
ü NÃO
fazer
diazepan
Mantém crises ü Fenobarbital
vem
antes
do
Hidantal
FENOBARBITAL
(FENOCRIS):
10
mg/kg
(até
4
doses)
GENERALIZADA
FOCAL
<
15
minutos
>
15
minutos
Isoladas
Recorre
em
24
hs
Recuperação
total
da
consciência
após
Alterações
neurológicas
pós
crise
o Quais
os
exames
precisam
ser
solicitados
em
crise
convulsiva
febril
sem
outros
sinais
neurológicos
além
da
crise
convulsiva?
Eletrólitos,
Ca
ou
Mg
NÃO
PRECISA
COLHER
Líquor
Hemograma/PCR
Indicado
em
casos
de
FEBRE
>
72
hs
sem
foco
infeccioso
identificado
EEG
Considerar
na
crise
febril
COMPLICADA
Imagem
(CT/RNM)
b) Quando
devo
fazer
uma
punção
liquórica
pensando
em
meningite
diante
de
uma
criança
com
crise
convulsiva
e
febre?
Devo
puncionar
todas
que
preencherem
os
seguintes
critérios:
Ø Todos
os
com
idade
menor
que
6
meses
Ø Entre
6-‐12
meses:
o puncionar
se
o
cartão
vacinal
estiver
incompleto
(principalmente
se
não
tiver
as
três
doses
para
pneumo
e
hemófilos)
o se
tiverem
feito
uso
prévio
de
antibióticos
(pode
mascarar
os
sintomas)
Ø Todos
com
sinais
de
meningite:
o Rigidez
de
nuca,
Kernig,
Brudzinski
o História
compatível
com
meningite
o Estado
geral
grave
(choque
séptico
–
após
estabilização
clínica)
Ø Exantema
petequial/purpúrico
Ø Sinais
neurológicos:
pupilas,
rebaixamento
do
nível
de
consciência,
etc.
c) O
que
devo
fazer
então?
A
crise
convulsiva
febril
simples
requer
apenas
abortar
a
crise,
observação
no
pronto-‐socorro
para
descartar
o
aparecimento
de
novos
sinais
neurológicos
e
uma
boa
orientação
dos
pais.
Se
não
aparecerem
novos
sinais
neurológicos,
orientar
os
pais
:
• quanto
a
benignidade
da
crise
(não
deixará
sequelas)
• orientar
o
que
fazer
no
momento
da
crise
(deixar
o
paciente
em
local
protegido
de
traumas
–
afastar
objetos
que
possam
machucar
de
perto
,
não
colocar
objetos,
toalhas
ou
a
mão
na
boca
da
criança
–
risco
de
asfixia
–
e
deixar
o
paciente
com
a
cabeça
virada
para
o
lado,
para
evitar
aspiração).
• orientar
que
marquem
o
tempo
desde
o
início
da
crise
e
levar
ao
pronto-‐socoro
assim
que
possível
• os
pais
devem
iniciar
antitérmico
ao
primeiro
sinal
de
febre
(mesmo
com
temperaturas
>
37
graus)
e
medir
a
temperatura
a
cada
4
a
6
horas
durante
os
dias
de
infecção
e
febre.
Prescrever
sempre
dois
ou
três
antitérmicos
para
que
possam
intercalar
se
febre
Usar
novo
antitérmico
se
febre
>
4
horas.
• Não
adianta
prescrever
antitérmicos
de
horário
para
evitar
novas
crises!
d) Devo
prescrever
algum
remédio
profilático
para
que
a
criança
não
volte
a
ter
crises
convulsivas
durante
episódios
de
febre
(profilaxia
de
crise
convulsiva
febril)?
• Antitérmico
de
horário
não
previne
crise
(usar
assim
que
perceber
a
criança
subfebril)
• Benzodiazepínico
nos
dias
da
febre
(por
dois
ou
três
dias):
pode
ser
considerado
(de
preferência
por
indicação
de
neuro)
em
caso
de
crises
complicadas,
em
pacientes
com
maior
risco
de
recorrência
(<
18
meses,
em
paciente
com
história
familiar
e
naqueles
em
que
a
crise
ocorre
muito
rápido
(em
menos
de
uma
hora
do
início
da
febre),
além
de
considerar
em
crianças
com
pais
muito
ansiosos.
CLOBAZAM
(Frisium
®,
Urbanil
®)
1
mg/kg/dia
só
comprimidos
de
12/12
horas
(10
mg
e
20
mg)
CLONAZEPAN
(Rivotril
gotas®
0,01
a
0,1
Número
de
gotas
por
dose
2,5
mg/mL,
onde
1
gota
=
0,1
mg)
mg/kg/dia
=
PESO(kg)/4
de
12/12
horas
(0,05
mg/kg/dia)
• Profilaxia
com
uso
contínuo
de
anticonvulsivantes
é
cada
vez
menos
usada
e
só
deve
ser
prescrita
com
orientação
de
neurologista:
em
crianças
com
falha
na
profilaxia
intermitente
ou
que
tenham
status
na
primeira
crise
convulsiva
febril.
Neste
caso,
pode-‐se
usar
o
Fenobarbital
(Gardenal
4%
gotas
=
40
mg/mL,
onde
1
gota
=
1
mg)
na
dose
de
3
a
5
mg/kg/dia
de
12/12
horas
(o
número
de
gotas
por
dose
equivale
a
1,5
a
2,5
multiplicado
pelo
peso
(kg)
oferecidos
de
12/12
horas
(Ex.:
criança
de
10
kg,
a
dose
será
de
15
a
25
gotas
de
12/12
horas
em
uso
contínuo).
e) Quando
devo
encaminhar
um
paciente
para
o
HUSE
(seja
para
UTI
ou
para
avaliação
de
um
neuropediatra)?
ü Crises
convulsivas
febris:
só
as
complicadas
ü Status
epilepticus
(>
20
minutos
de
crise
já
há
risco
de
lesão
e
é
mais
prudente
encaminhar)
ü Crises
convulsivas
afebris,
encaminhar
nestas
situações:
o Focais
o Recuperação
parcial
após
a
crise
(ex.:
mantém
rebaixamento
de
consciência,
paralisia
de
membro,
etc)
o Mais
de
duas
crises
em
24
horas
o Primeira
crise
afebril,
desde
que
tenha
história
familiar
para
epilepsia
ü Epilépticos
(diagnóstico
prévio):
só
quando
apresentarem
crises
recorrentes
sem
causa
identificável
(ex.:
escapes
convulsivos
sem
infecção
viral)
ATENÇÃO CUIDADOR, ATENÇÃO CUIDADOR,
Seu filho(a) tem uma suspeita de estar com DENGUE. Seu filho(a)
tem uma suspeita de estar com DENGUE.
Se você tomar alguns cuidados, os riscos para o seu Se você tomar alguns cuidados, os riscos para o seu
filho (a) diminuem: filho (a) diminuem:
6) Nunca usar AAS (aspirina, melhoral, doril) para febre. 1) Nunca usar AAS (aspirina, melhoral, doril) para febre.
7) Se tiver febre ou dor no corpo, dar dipirona de 2) Se tiver febre ou dor no corpo, dar dipirona de
preferência. Se não melhorar, pode usar paracetamol preferência. Se não melhorar, pode usar paracetamol
(tylenol). Evitar usar o ibuprofeno (alivium). (tylenol). Evitar usar o ibuprofeno (alivium).
8) Dar muito líquido (água, sucos, água de côco, chás) 3) Dar muito líquido (água, sucos, água de côco, chás)
para seu filho(a). Se estiver vomitando, dar em para seu filho(a). Se estiver vomitando, dar em
quantidade menor, dividido em várias vezes quantidade menor, dividido em várias vezes
9) Dar o Soro de Rehidratação 4) Dar o Soro de Rehidratação
Oral conforme foi prescrito Oral conforme foi prescrito
pelo médico e manter por pelo pelo médico e manter por pelo
menos cinco dias menos cinco dias
após a febre ceder. após a febre ceder.
10) Não faltar nos retornos agendados pelo médico. 5) Não faltar nos retornos agendados pelo médico.
Próximo retorno em ____/_____/______ Próximo retorno em ____/_____/______
DOIS OU
MAIS DESTES
SINAIS DE DESIDRATAÇÃO
ASSOCIADOS
OBS.: DESIDRATAÇÃO
SIMPLES
COM FREQUÊNCIA
PREGA DESAPARECE RÁPIDO CARDÍACA AUMENTADA DESPARECE LENTO
PARA A IDADE (SEM FEBRE)
É SINAL DE ALERTA, COM
RISCO DE EVOLUÇÃO PARA
QUADRO GRAVE
FC NORMAL TAQUICARDIA
PERFUSÃO ≤ 3 segundos > 3 segundos
PERDA DE < 5% > 10%
PESO
CHOQUE: desidratação grave, com má-perfusão, oligúria e rebaixamento do nível de consciência
DIARREIA AGUDA INFECCIOSA - CID 10 = A09
(é estranho mas pela nova correção ortográfica, diarreia ficou sem acento mesmo)
2.1) DIARREIA DE ETIOLOGIA VIRAL : 80 a 90 % dos casos e responsável por metade das internações:
A história começa com sinais inespecíficos no primeiro dia, geralmente com vômitos e dor abdominal,
podendo ou não ser acompanhado de febre. Os vômitos duram por um a três dias. Pode relatar sinais de
resfriado uns três dias antes.
Geralmente quando os vômitos reduzem um pouco, a diarreia se inicia e assim persiste por três a
cinco dias, podendo se prolongar por até 14 dias.
A diarreia é geralmente em grande quantidade (vaza pela fralda), líquida ou semilíquida, sem sangue
ou muco (pus), várias vezes ao dia (o normal é entre 4 a 6 episódios ao dia). Tende a ser explosiva e ácida
("assa o bumbum").
Crianças menores de 1 ano, com mais de 4 episódios de vômito ou mais de 8 episódios de diarreia ao
dia estão sob maior risco de desidratação.
Geralmente se caracteriza por fezes em quantidade menor com muita cólica (tenesmo) antes da
evacuação e com uma frequência muito elevada. O que vai caracterizar as fezes desintéricas da infecção
bacteriana é a presença de sangue ou muco (catarro) nas fezes. Pode ser afebril ou cursar com febre por 2 ou
três dias. Febre alta (> 38,5oC) ou sinais neurológicos (crises convulsivas) pensar em etiologia bacteriana.
Menor frequência de vômitos quando a etiologia é bacteriana.
É interessante confirmar o diagnóstico pedindo para ver as fraldas e a característica das fezes.
Não há necessidade de confirmar por sangue oculto nas fezes ou presença de leucócitos nas fezes.
3) Definir SEMPRE o grau de hidratação do paciente: para isto utilizar da tabela: CLASSIFICANDO
OS GRAUS DE DESIDRATAÇÃO NO PRONTO SOCORRO:
A partir da classificação, usar um plano de tratamento específico:
DAI sem DESIDRATAÇÃO TRATAR usando PLANO A
DAI com DESIDRATAÇÃO TRATAR usando PLANO B
(seja leve ou moderada)
DAI com DESIDRATAÇÃO GRAVE (e/ou choque) TRATAR usando PLANO C
B) ALIMENTAÇÃO:
- NÃO ESTIMULAR PAUSA ALIMENTAR (exceto em caso de vômitos persistentes ou distensão abdominal)
- MANTER ALEITAMENTO MATERNO SEMPRE
- Não diluir ou parar o leite que a criança faz uso
- Corrigir erros alimentares: reduzir ou retirar o açúcar das mamadeiras, além de evitar balas, doces, etc.
Não reidratar com refrigerantes, sucos de caixinha (açucarados), café, etc.
C) HIDRATAÇÃO:
- AUMENTAR A INGESTA DE LÍQUIDOS (qualquer um: água, sucos, água de côco, chás, sopas, etc)
Reduzir o volume de cada mamada com aumento da frequência (oferecer menos, mais vezes ao dia)
- Prescrever SEMPRE SORO DE REHIDRATAÇÃO ORAL após cada episódio de diarreia ou após 30
minutos de um episódio de vômito (só o soro tem a constituição ideal que permite a absorção dos eletrólitos que
se perde durante vômitos e diarreia: sódio, potássio, bicarbonato).
Quanto eu prescrevo de soro? 5-10 mL/kg de peso por vez (máximo 1 copo = 200 mL por vez).
A criança não precisa tomar tudo de uma vez, pode ir dando aos pouquinhos em seringa, colher ou copo a
cada 20 minutos.
SORO CASEIRO: Atualmente pela facilidade de acesso e baixo custo (menos de 2 reais na
farmácia popular) dos envelopes com sais para reidratação oral, não se justifica o uso e indicação
médica do soro caseiro, exceto em casos de pobreza muito extrema, pois o risco de erro no
preparo de soluções podendo causar hipernatremia é elevado (além de usar sacarose e não
glicose e não conter potássio ou bicarbonato)
O preparo é feito adicionando-se 3 pitadas de açúcar e 1 pitada de sal (pitada é o uso de
três dedos) em 200 mL (um copo comum, americano) de água filtrada ou fervida.
Ao se usar a colher padrão da UNICEF – OMS, o preparo é feito com 2 medidas (lado maior) de açúcar e
uma medida (lado menor) de sal em 1 copo (200 mL) de água.
E) DIÁLOGO: explicar o que é uma infecção intestinal e o porquê de não se cortar os vômitos e a diarreia,
dizendo que o quadro só vai melhorar em 3 a 5 dias.
ZINCO: tem um custo e não muda a mortalidade. Reduz a duração em cerca de 1 dia, reduz a chance de
passar de 14 dias em 40%, reduz internação e previne recorrência.
Temos no mercado:
a) gliconato de zinco sulfato 4 mg/mL sabor guaraná (Biozinc kidsR - 75 mL ou GrowZincoR -100 mL)
b) sulfato de zinco 4 mg/mL sabor tutti-fruti (UnizincoR - 100 mL)
Oferecer: > 6 meses de idade: 20 mg (5 mL) uma vez ao dia por 10-14 dias
< 6 meses de idade: 10 mg (2,5 mL) ao dia por 10-14 dias
Lembre-se que se for usar o Pedialyte 45 ou 60 Zinco®, a criança precisaria tomar pelo menos
350 mL ao dia por 14 dias.
- Em sachê (Saccharomyces boulardii): FloratilR , RepoflorR , FlorentR ou FlomicinR : 1 sachê de 200 mg duas
vezes ao dia (ou 1 sachê de 100 mg três vezes ao dia) por 5 a 7 dias
- Em gotas (Lactobacillus reuteri): ColikidsR : 5-10 gotas 1 x ao dia por 5-7 dias
Obs.: outros probióticos recomendados pelas diretrizes no mercado brasileiros se apresentam em doses
inferiores às recomendadas, como Lactobacillus acidophhilus LB (Leiba, 20 Bi) ou Lactobacillus rhamnosus
(Probiatop, Simbioflora, Lactofos). Fora estes que foram recomendados, todos os outros não temos estudos
que comprovem benefício (Florax, Enterogermina, Flora 5, etc).
RACECADOTRIL (TIORFAN®): é um inibidor das encefalinases (as encefalinas tem efeito anti-secretor).
Ajuda a reduzir um dia da diarreia e diminui a quantidade de volume evacuado.
sachês de 10 mg e 30 mg
Dose: 1,5 mg/kg/dose de 8/8 horas (máximo por 7 dias)
Nunca usar em diarréia com sangue!
ü Reposição oral de perdas com refrigerantes, isotônicos (Gatorade®), sucos de caixinha ou água de coco no
lugar do SRO (composição inadequada para reposição de perdas diarreicas e refrigerante por ser
hiperosmolar auementa diarréia)
ü Nunca usar anti-espasmódicos (inibem a contração intestinal, permitindo maior tempo de contato das
toxinas com a mucosa, aumentando o risco de perfuração intestinal e síndrome hemolítico-urêmica): não
usar a loperamida (Imosec®) ou difenoxilato (Lomotil®) ou Elixir paregórico.
ü Nunca usar adstringentes (efeito apenas cosmético na consistência das fezes, quelando sódio e potássio):
nunca usar o Kaomagma®
ü Não usar antieméticos de horário
ü Não tem indicação de uso da vitamina A na fase aguda da diarréia
ü Não usar antibióticos em diarréia não desintérica (sem sangue ou muco)
TRATAMENTO DA DIARRÉIA AGUDA INFECCIOSA COM ALGUM GRAU
DE DESIDRATAÇÃO (LEVE OU MODERADA): USAR PLANO B
PLANO B
Não precisa pedir nenhum exame!
A via venosa só será utilizada em casos de desidratação grave!
Não fazer correção com soro aberto venoso ou bolus!
Partindo do princípio que estes pacientes estão com desidratação leve (perda de 5% do peso em água, ou
seja 50 mL/kg) ou desidratação moderada (perda de até 10% do peso em água, ou seja perda de 100 mL/kg de
peso em água), estes precisam ser REIDRATADOS antes de serem liberados do pronto socorro.
ATENÇÃO: a primeira opção para a correção da desidratação nestes casos é ORAL e não venosa (mais
seguro, sem risco de edema cerebral, eficaz e de menor custo).
PLANO C
Se o paciente está com sinais de desidratação grave, estando ou não com critérios clínicos para chamar de
choque: que seria a) perfusão periférica ruim (TEC < 3s, pulsos finos, mãos frias); b) oligúria confirmada; c)
rebaixamento de consciência ou d) hipotensão.
PRESCREVER SF 0,9% em fase rápida, conforme a idade:
1) MENORES DE 5 ANOS: iniciar expansão com SF 0,9% - 20 mL/kg correndo IV em 30 minutos. Atenção somente
a cardiopatas e menores de 1 mês que deverão receber somente 10 mL/kg por vez.
Repetir a expansão se a resposta for inadequada. Após cada expansão, reavaliar se houve resposta:
melhora dos sinais prévios de desidratação, diurese clara ou bexigoma, melhora da FC (< 180 bpm em menores de
1 ano e < 150 bpm em maiores de 1 ano). Parar também se paciente rebaixar o fígado ou creptar o pulmão.
Após terceira expansão sem resposta, iniciar um inotrópico em acesso periférico mesmo e solicitar vaga
em UTIP.
Se houve melhora do quadro com as expansões, passar para a fase de manutenção e reparação e internar.
2) MAIORES DE 5 ANOS:
2.a) iniciar com uma expansão de SF 0,9% 30 mL/kg correndo IV em 30 minutos
2.b) assim que acabar a expansão iniciar RINGER LACTATO (ou SF 0,9% se não tiver ringer): 70 mL/kg correndo
IV em 2 horas e meia
Reavaliar de 1 em 1 hora e parar a expansão quando houve resposta: melhora dos sinais prévios de
desidratação, diurese clara ou bexigoma, melhora da FC: < 140 bpm).
Nestes casos de pacientes mais graves, solicitar eletrólitos (pelo menos glicemia, sódio, potássio e
creatinina) e durante as expansões monitorizar a glicemia de 1/1 hora.
Sempre tentar uma gasometria (risco de acidose metabólica) e assim que o paciente estabilizar (observar
no PS por pelo menos 6 horas), proceder a internação na enfermaria com:
SORO DE MANUTENÇÃO
* soro de manutenção no volume de 100% daquele calculado pela fórmula do Holliday, mas com a concentração
menor de sódio (75 mEq/L de sódio), conforme protocolo de prescrição de soro de manutenção hipotônico
OBSERVAÇÕES:
*A OMS recomenda em crianças uso do ciprofloxacino 15 mg/kg/dose 12/12 horas por 3 dias, mesmo sendo
quinolona, pela alta mortalidade da Shiguella. Só existe em comprimidos de 250 e 500 mg que precisam ser
diluídos.
* não usar SULFAMETOXAZOL + TRIMETROPIM (Bactrim®), pois tem alta taxa de resistência, não sendo
recomendado
Se for internado, usar CEFTRIAXONA 100 mg/kg/dia de 12/12 horas IV ou IM por 3-5 dias.
MANEJO DA DIARREIA NO PRONTO-SOCORRO - FLUXOGRAMA
Classificar o grau de desidratação
(vide tabela própria)
DESIDRATADO
- não fazer jejum (leve ou moderado) CHOQUE:
- manter alimentação habitual SEM (má perfusão, oligúria,
(principalmente leite materno) SINAIS DE hipotensão, rebaixamento
de consciência,
- evitar alimentos que CHOQUE taquicardia)
provoquem diarréia 1) Pausa alimentar 4 horas
(balas, chocolates, mamão, etc) (exceto leite materno)
- orientar aumento da ingesta de 2) SRO: 50 a 100 mL/kg
líquidos: água, sucos, água de por 4 horas
côco, chás 1- Estabilizar: oxigênio e vias aéreas
- fracionado de 20/20 min - 2- Jejum + glicemia + gaso + eletrólitos
(menor volume e maior ( oral ou por sonda a
frequência) 20 mL/kg/hora )
Continua vomitando,
INTERNAR NA ENFERMARIA:
Se a família tiver condições apesar de hidratado:
- internar na enfermaria - Ceftriaxona 50 mg/kg/dose 12/12 hs
financeiras extras pode-se - Soro de manutenção hipotônico (75 mEq/L)
com jejum e soro de
prescrever um destes associado ao com volume total conforme protocolo de
manutenção
SRO prescrição de soro
- internar SEM antibióticos
(não há estudos de uso de OBS.: se ainda desidratado, - Se perdas persistem, correr em paralelo soro
probiótico e zinco juntos) usar plano C meio a meio 20-50 mL/kg/dia
1) Probióticos por 5-7 dias:
* Floratil, Repoflor, Florent :
300 - 400 mg/dia de 12/12 hs
* Colikids: 5 gts/dia ou Provance: 1 cp/dia QUANDO PRESCREVER ANTIBIÓTICO PARA CASA?
2) Racecadotrila: Tiorfan® Somente para diarréia com sangue ou muco nas fezes e/ou com
(1,5 mg/kg/dose 8/8 hs) febre alta e prostração:
Azitromicina: 10 mg/kg/dia 1 x ao dia e 5 mg/kg/dia por mais 4 dias
ou Ciprofloxacino: 15 mg/kg/dose de 12/12 h 3d
NUNCA PRESCREVER:
a) Loperamida (Imosec®) QUANDO SOLICITAR EXAMES?
b) Buscopan ou Elixir Paregórico ü Hidratados ou desidratação leve: não está indicado!
c) Difenoxilato (Lomotil®) ü Desidratação grave: glicemia, hemograma, PCR, eletrólitos
d) Kaomagma® (Na, K, Ca, Mg, Cr), gasometria, coprocultura e hemocultura.
e) antiemético de horário Urina 1: não pedir, pois tem alto índice de contaminação!
Simpósio: EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS
Capítulo IX
Abor da
Aborda
daggem c línica dos distúrbios do
clínica
equilíbrio ácido-base
A clinical approach to acid-base disorders
RESUMO
Este texto apresenta uma abordagem clínica dos distúrbios do equilíbrio ácido-base. A interpretação
apropriada do estado ácido-base requer o conhecimento do quadro clínico integrado aos resultados
laboratoriais. O valor do pH determina o distúrbio primário: acidose metabólica ou respiratória, se o pH
for menor que 7,40; alcalose metabólica ou respiratória, se o pH for maior que 7,40. Se o ânion gap for
maior que 20 mEq/L, há acidose metabólica, independente dos valores do pH ou da concentração
plasmática de bicarbonato. A ausência da resposta compensatória esperada a determinado distúrbio
primário indica a presença de um distúrbio misto.
A interpretação dos distúrbios do equilíbrio áci- A concentração de íons hidrogênio (H+) no flui-
do-base é considerada uma competência essencial a do extracelular (EC) é extremamente baixa, quase um
todos os médicos. Embora, frequentemente, os distúr- milhão de vezes menor que a concentração de bicar-
bios do equilíbrio ácido-base sejam considerados com- bonato (HCO3-) (40 nmol/L vs. 25 mmol/L). O H+ tem
plexos e de difícil compreensão, o conhecimento de alta afinidade de ligação às proteínas no pH intrace-
princípios fisiopatológicos e o uso de ferramentas lular e quando sua concentração aumenta, ele se liga
diagnósticas simples são suficientes para interpretá- às proteínas intracelulares, alterando sua carga, for-
los e propor medidas terapêuticas. A identificação ma e, possivelmente, sua função.1 Portanto, é impor-
correta dos distúrbios e de suas causas é fundamental tante que as concentrações de H+ sejam mantidas em
ao tratamento apropriado. valores muito baixos.
A produção de H+ no organismo ocorre nor- arterial (PaCO2). Em pacientes com má perfusão te-
malmente pelo metabolismo das proteínas (aminoáci- cidual, a diferença entre elas é usualmente maior que
dos contendo enxofre, como cisteína e metionina, e 10 mm Hg.2,3
aminoácidos catiônicos, como lisina e arginina). Em O balanço de HCO3- é mantido essencialmente
+
condições anormais, os íons H também são produzi- pelos rins, pelo ajuste das taxas de secreção de H+ e
dos pelo metabolismo dos carboidratos (ácido lático, de excreção de íons amônio (NH4+). Considerando
na hipóxia) e das gorduras (cetoácidos, no déficit de que a produção de ácido pelo metabolismo oxidativo
insulina). Por outro lado, o metabolismo de ânions or- normal dos componentes da dieta é de 1 mmol/kg/dia,
gânicos, como o citrato e o acetato, provenientes de os rins devem gerar a mesma quantidade de novo
- +
frutas e vegetais, gera HCO3 e remove íons H do HCO3- para repor o HCO3- consumido pelo tampona-
1
corpo. mento do H+. Aproximadamente 90% do HCO3- fil-
+
O tamponamento do H é realizado pelo siste- trado diariamente é reabsorvido no túbulo contornado
-
ma tampão do bicarbonato (HCO3 ) e pela ligação do proximal. No duto coletor, a secreção de próton titula
H+ às proteínas intrace-
lulares. A carga de H+ é
tamponada inicialmente H+ + HCO3- ↔ H2CO3 ↔ H2O+ CO2 → eliminado pelos pulmões (Equação 1)
por sua ligação ao bicar-
bonato (Equação 1).
Como o pK do sistema tampão do bicarbonato o HCO3- luminal remanescente, e o tamponamento
é de 6,1, bastante distante do pH normal no plasma de dos prótons por tampões não-bicarbonato (fosfato
7,4, sua eficiência em remover H+ depende de uma (HPO4-2) e amônia) no lúmen tubular e a excreção de
baixa PCO2, que desvia a equação 1 para a direita. NH4+ e H2PO4- geram novo HCO3-.1,4,5
Quando um ácido é gerado, o aumento da concentra-
ção de H+ estimula o centro respiratório, aumentando Abordagem clínico-laboratorial dos
a ventilação alveolar, e, consequentemente, a PCO2
distúrbios do equilíbrio ácido-base
cai. Os íons H+ reagem, então, com HCO3- e a con-
centração de ambos diminui em uma proporção de É essencial integrar o quadro clínico com os
1:1. No compartimento IC, a queda da concentração dados laboratoriais para interpretação correta do es-
de H+ diminui a ligação do H+ às proteínas intracelu- tado ácido-base. Os parâmetros laboratoriais que de-
lares. Para que o sistema tampão do bicarbonato no vem ser avaliados no plasma são o pH, a PCO2, a
compartimento IC funcione bem, é essen-
cial a manutenção de fluxo sanguíneo ade-
quado para remoção efetiva do CO2 pro-
Efeito da alta
duzido pelo metabolismo celular.1,2 Em si-
tuações com diminuição do volume arterial PCO2 venosa
efetivo (p. ex., choque), o aumento da
PCO2 nas células leva ao aumento da con- HCO3- ← CO2
+
centração de H no compartimento IC e
+
de sua ligação às proteínas intracelulares
(Figura 1).2,3 H+
Para avaliar a eficácia do sistema
tampão do bicarbonato no compartimento
PTN0 ↔ H-PTN+ HCO3-
IC, especialmente na musculatura esque-
lética, que possui o maior conteúdo de
HCO3- do corpo, faz-se a medida da PCO2
Figura 1: Papel da PCO2 no tamponamento dos íons H+ no compar-
em sangue venoso coletado da veia bra- timento intracelular. A diminuição do fluxo sanguíneo tecidual leva ao
quial ou da veia femoral, que reflete a PCO2 aumento da PCO2 venosa e, consequentemente, da PCO2 nas células. A
capilar e celular. Em condições normais, concentração de H+ aumenta, assim como a quantidade de íons H+ ligados
às proteínas intracelulares (H-PTN+). Há também liberação de HCO3- para o
com perfusão orgânica adequada, a PCO2 compartimento extracelular. Adaptado de Halperin et al, 2006.
venosa é 6-8 mm Hg maior do que a PCO2
245
Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 244-62
Carlotti APCP. Abordagem clínica dos distúrbios do equilíbrio ácido-base http://www.fmrp.usp.br/revista
concentração de HCO3- e a concentração de sódio de, portanto, aos principais ânions normalmente não
(Na+) e de cloro (Cl-) para o cálculo do ânion gap. A medidos no plasma, ou seja, albumina, sulfato (SO4-2)
análise dos gases sanguíneos mede diretamente o pH e HPO4-2. O valor normal do ânion gap plasmático é
e a PCO2; a concentração de HCO3- é calculada a 12 ± 2 mEq/L. Entretanto, é importante conhecer os
partir da equação de Henderson e não medida direta- valores de referência do laboratório local, pois técni-
mente (Equação 2). cas analíticas modernas que utilizam eletrodos iônicos
específicos podem resultar em faixa normal muito mais
estreita para o ânion gap (6 ± 3 mEq/L) em decorrên-
[H+] = 24 x PCO2/ [HCO3-] (Equação 2) cia de medidas mais precisas de Cl- plasmático.8
O valor do ânion gap deve ser ajustado pela
concentração plasmática de albumina, que constitui o
Esta equação ajuda a identificar erros nas me- principal componente do ânion gap. Em algumas si-
didas. Se os valores da concentração de HCO3- medi- tuações clínicas, a concentração plasmática de albu-
da e calculada diferirem mais do que 10%, o exame mina pode estar baixa (p. ex., subnutrição, síndrome
laboratorial deve ser repetido.1 nefrótica), enquanto que em pacientes com contração
É possível obter uma medida mais direta da acentuada do volume extracelular, as concentrações
concentração de HCO3- pela determinação do CO2 de albumina no plasma são elevadas. Em condições
venoso total. Em virtude das características de normais, com albumina plasmática de 4 g/dL, o ânion
dissociação do ácido carbônico (H2CO3) no pH cor- gap plasmático (incluindo o K+) é de 16 mEq/L; as-
poral, o CO2 dissolvido encontra-se quase exclusiva- sim, para cada 1 g/L de diminuição na concentração
mente sob a forma de HCO3- e, para fins práticos, o plasmática de albumina, o ânion gap plasmático dimi-
conteúdo total de CO2 equivale à concentração de nui 4 mEq/L. O inverso é verdadeiro em situações
HCO3- (± 3 mmol/L). Havendo discrepância entre o com aumento das concentrações de albumina.7
valor de HCO3- e o conteúdo total de CO2 venoso, O cálculo do ânion gap é útil para fins diagnós-
nova gasometria deve ser feita.6 ticos. Valores de ânion gap plasmático maiores do que
O valor normal do pH no plasma é de 7,40 ± o normal indicam a presença de um ou mais ânions
0,02 e da concentração de H+, de 40 ± 2 nmol/L. O anormais não medidos no plasma. Por exemplo, em
valor normal da PaCO2 é de 40 ± 2 mm Hg e da con- pacientes com acidose láctica, o H+ reage com o
centração de HCO3- no plasma, de 25 mEq/L.7 HCO3- e, consequentemente, ocorre queda da con-
O princípio físico-químico da eletroneutralidade centração plasmática de HCO3-, que é substituído pelo
estabelece que a soma das cargas positivas dos cátions ânion lactato, levando ao aumento do ânion gap. Por
equivale à soma das cargas negativas dos ânions, le- outro lado, em situações de perda de HCO3-, ocorre
vando-se em conta tanto os ânions como os cátions queda da concentração de HCO3- no plasma, mas ne-
habitualmente medidos, como aqueles não medidos. nhum novo ânion é adicionado, e o ânion gap perma-
O ânion gap é a diferença entre as cargas positivas e nece normal (Figura 2).1
as cargas negativas normalmente medidas no plasma, Ressalta-se que valores de ânion gap acima de
calculado de acordo com a Equação 3.1 20 mEq/L indicam a presença de acidose metabólica,
independente do pH e da concentração de HCO3- no
plasma.7,8
Ânion gap = [Na+] - ([Cl-] + [HCO3-]) (Equação 3) Normalmente, o aumento do ânion gap é pro-
porcional à queda da concentração de HCO3- no plas-
ma, na razão de 1:1. Isto ocorre porque a adição de
Outros cátions normalmente medidos, como um ácido ao sangue deve causar uma mudança equi-
potássio (K+), cálcio (Ca++) e magnésio (Mg++), não molar no bicarbonato e no ânion não medido, confor-
são usualmente incluídos nos cálculos porque estão me a Equação 4. 8
presentes no plasma
em concentrações
baixas e suas varia-
ções são pequenas. O HA HCO3 ↔ H + A + HCO3 ↔ H2CO3 + A ↔ H2O + CO2 + A (Equação 4)
+ - + - - - -
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Lactato HCO3-
HCO3-
HCO3-
Figura 2: O ânion gap no plasma. A. O ânion gap (AG) é a diferença entre a concentração de Na+ e a soma das concentrações de
Cl- e HCO3-. B. A adição de um ácido (p.ex., ácido láctico) leva à queda da concentração de HCO3-, que é substituído por um ânion (p.ex.,
lactato), e o ânion gap aumenta. C. Em situações de perda de HCO 3-, a concentração de HCO3- cai, mas como nenhum novo ânion é
adicionado, o ânion gap permanece normal. Adaptado de Halperin & Goldstein, 1999.
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A concentração urinária de NH4+ pode ser esti- Este teste, porém, não será confiável se outros
mada indiretamente pela avaliação da carga elétrica osmóis, como etanol, metanol, etilenoglicol ou manitol,
na urina ou ânion gap urinário ([Na+] + [K+] - [Cl-]). estiverem presentes na urina. Para estimar a concen-
Normalmente, os principais cátions na urina são Na+, tração de NH4+, divide-se o gap osmolar por 2, por-
+ + -
K e NH4 , e os principais ânions, Cl e HCO3 . Os - que os ânions excretados na urina com NH4+ são pre-
íons NH4+ são excretados usualmente com Cl- e, por- dominantemente monovalentes. Para a estimativa da
+
tanto, quando há NH4 em abundância na urina, have- quantidade de NH4+ excretada diariamente deve-se
- do que de Na+ + K+. Por
rá maior quantidade de Cl multiplicar a concentração de NH4+ pelo volume de
outro lado, se a soma das concentrações urinárias de urina de 24 horas.7
Na+ e K+ for maior que a concentração urinária de Cl- A abordagem diagnóstica inicial dos distúrbios
não haverá "espaço elétrico" para NH4+, a menos que do equilíbrio ácido-base é mostrada no Fluxograma 1.
haja grandes quantidades de ânions não medidos na Se a concentração de H+ no plasma estiver au-
urina, como por exemplo, cetoácidos. Portanto, este mentada (pH < 7,40), o paciente tem acidemia, que
exame só detecta NH4+ que é excretado com Cl- e, pode ser secundária à acidose metabólica ou respira-
consequentemente, pode subestimar sua excreção tória. A acidose metabólica é o resultado de um pro-
quando NH4+ é excretado com outros ânions, como cesso que aumenta a concentração de H+ e diminui a
ocorre na cetoacidose. 7,8,9 concentração de HCO3-; a resposta fisiológica espe-
Na verdade, a melhor ma-
+
neira de avaliar a excreção urinária de NH4 é pelo rada é a diminuição da PaCO2. A acidose respiratória
cálculo do gap osmolar na urina, que detecta NH4+ se caracteriza pelo aumento da concentração de H+ e
independente do ânion excretado com ele. O gap os- da PaCO2; a resposta esperada é o aumento da con-
molar urinário é a di-
ferença entre a os-
molaridade urinária Osmolaridade urinária=2 x ([Na+] + [K+]) + [Glicose] (mg/dL)/18 + [Ureia] (mg/dL) / 6
medida e a calcula- (Equação 6)
da (Equação 6). 7
pH
Distúrbio misto
Acidemia ↓ PaCO2 e ↓ [HCO3-] Alcalemia
↑ PaCO e ↑ [HCO -]
2 3
↑ Ânion gap
↓ [HCO3-] ↑ [HCO3-]
Acidose metabólica Alcalose metabólica
↑ PaCO2 ↓ PaCO2
Acidose respiratória Alcalose respiratória
Fluxograma 1: Abordagem diagnóstica inicial dos distúrbios do equilíbrio ácido-base (adaptado de Halperin & Goldstein, 1999)
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centração de HCO3-. Este ajuste é maior na acidose H+ estiver normal e a PaCO2 e a concentração de
respiratória crônica que na acidose respiratória agu- HCO3- estiverem ambas baixas, ou ambas altas, ou o
da. A definição mais atual de acidose respiratória tam- ânion gap estiver aumentado.1,7
bém inclui a forma tecidual de acidose respiratória, A compensação respiratória dos distúrbios me-
revelada pela PCO2 venosa aumentada em amostra tabólicos ocorre rapidamente, enquanto que a com-
de sangue proveniente da veia braquial ou da veia pensação metabólica completa dos distúrbios respira-
femoral.7 tórios requer ajuste renal e leva de 3 a 5 dias. É im-
Se a concentração de H+ no plasma estiver di- portante enfatizar que a resposta compensatória não
minuída (pH > 7,40), o paciente tem alcalemia, que normaliza completamente a concentração de H+ no
pode ser secundária à alcalose metabólica ou respira- compartimento EC, nem o pH.1,5,6 As respostas fisio-
tória. A alcalose metabólica é o resultado de um pro- lógicas esperadas nos distúrbios primários do equilí-
cesso que diminui a concentração de H+ e aumenta a brio ácido-base estão na Tabela 1.
concentração de HCO3-; a resposta fisiológica espe-
rada é o aumento da PaCO2, que geralmente é dis-
creto, em decorrência do estímulo do centro respira-
Acidose metabólica
tório pela hipóxia resultante da hipoventilação. A
alcalose respiratória se caracteriza pela diminuição da Definição
concentração de H+ e da PaCO2; a resposta fisiológi- A acidose metabólica se caracteriza pela adi-
ca esperada é a diminuição da concentração plasmá- ção de H+ e remoção de HCO3- do corpo, levando à
tica de HCO3-. Este ajuste é mais significante na diminuição do conteúdo de HCO3- no compartimento
alcalose respiratória crônica que na aguda.7 EC. Ressalta-se que as concentrações de H+ e de
Se a concentração de H + estiver normal HCO3- podem estar normais se outra condição que
(pH = 7,40), há duas possibilidades: ou não há distúr- aumente a concentração plasmática de HCO3- esti-
bio ácido-base ou mais do que um distúrbio ácido-base ver presente. Este segundo processo pode adicionar
está presente (um tendendo a elevar a concentração novo HCO3- ao corpo (p. ex., a perda de ácido clorí-
de H+ e o outro tendendo a diminuí-la). Deve-se sus- drico (HCl) pelo estômago em pacientes com vômi-
peitar de distúrbio misto quando a concentração de tos) ou a concentração plasmática de HCO3- pode
Tabela 1
Respostas fisiológicas esperadas nos distúrbios primários do equilíbrio ácido-base
Acidose Metabólica Para cada mEq/L de queda na concentração plasmática de bicarbonato abaixo de 25 mEq/L a
PaCO2 cai 1 mm Hg abaixo de 40 mm Hg
Alcalose Metabólica Para cada mEq/L de aumento na concentração plasmática de bicarbonato acima de 25 mEq/L
a PaCO2 sobe 0,7 mm Hg acima de 40 mm Hg
Acidose Respiratória
- Aguda Para cada mm Hg de aumento na PaCO2 acima de 40 mm Hg a concentração plasmática de
bicarbonato sobe 0,1 mEq/L
- Crônica Para cada mm Hg de aumento na PaCO2 acima de 40 mm Hg a concentração plasmática de
bicarbonato sobe 0,3 mEq/L
Alcalose Respiratória
- Aguda Para cada mm Hg de queda na PaCO2 abaixo de 40 mm Hg a concentração plasmática de
bicarbonato cai 0,2 mEq/L
- Crônica Para cada mm Hg de queda na PaCO2 abaixo de 40 mm Hg a concentração plasmática de
bicarbonato cai 0,5 mEq/L
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subir quando ocorre diminuição importante do volume tado, a retenção de ânions no plasma pode ser secun-
do compartimento EC (p. ex., em pacientes com dária à produção exagerada de ácidos orgânicos ou à
diarreia profusa) (Equação 7). diminuição da taxa de filtração glomerular. O aumen-
to da produção de ácidos orgânicos
- -
[HCO3 ] = Conteúdo de HCO3 no EC/Volume do EC (Equação 7) pode resultar do excesso da ativida-
de de uma via metabólica normal
(p.ex., produção de ácido láctico du-
Assim, mesmo havendo diminuição do conteú- rante a hipóxia) ou do metabolismo de substâncias tó-
do de HCO3- no corpo, sua concentração pode estar xicas (p.ex., metanol e etilenoglicol).1 Na acidose me-
normal ou apenas levemente reduzida na presença de tabólica pelo acúmulo de ácidos, o aumento do ânion
contração importante do volume do EC. Portanto, para gap acima de 12 mEq/L deve ser igual à queda da
fazer o diagnóstico de acidose metabólica nesta situa- concentração plasmática de HCO3- abaixo de 25 mmol/
ção, deve-se calcular o conteúdo de HCO3- no com- L.8,12 Na insuficiência renal, a acidose metabólica re-
10,11
partimento EC. sulta da carga de H+ da dieta associada à falha dos
rins em gerar novo HCO3- em decorrência de dimi-
Resposta fisiológica nuição da síntese e da excreção de NH4+. O aumento
Para cada mEq/L de queda na concentração do ânion gap plasmático nesta situação não represen-
plasmática de HCO3- abaixo de 25 mEq/L, a PaCO2 ta a produção de quantidades aumentadas de novos
cai 1 mm Hg abaixo de 40 mm Hg.7 ácidos; reflete, no entanto, a baixa taxa de filtração
Relata-se que em pacientes com acidose me- glomerular, com redução da excreção e acúmulo dos
tabólica leve, durando 8 horas ou menos, a relação ânions SO4-2 e HPO4-2. 7
entre a variação da PaCO2 (∆PaCO2) e o ∆HCO3 é -
A acidose láctica-L é causa comum de acidose
de 0,85. Quando a acidose metabólica se prolonga por metabólica em pacientes gravemente doentes e pode
24 horas ou mais, a PaCO2 esperada pode ser calcu- ser secundária ao aumento da produção do isômero L
lada pela fórmula de Winter (Equação 8).9 do lactato (p. ex., hipóxia, baixo débito cardíaco, erro
inato do metabolismo), diminuição de sua taxa de re-
-
PaCO2 = 1,5 x [HCO3 ] + 8 ± 2 (Equação 8)
Tabela 2
Entretanto, outros estudos indicam que o Causas de acidose metabólica
∆PaCO2 pode ser calculado multiplicando o ∆HCO3-
Ânion gap aumentado
por 1,2. Assim, como os valores relatados do ∆PaCO2/
∆HCO3- variam em uma faixa estreita (0,85-1,2), o • Acúmulo de ácidos
valor de 1 tem sido recomendado para uso clínico e, é - Acidose láctica (L ou D)
- Cetoacidose (diabética, alcoólica)
portanto, este o valor que utilizamos em nossa prática
- Intoxicação por metanol, etilenoglicol, salicilato
clínica.7,9
• Insuficiência renal
Etiologias
As principais causas de acidose metabólica es- Ânion gap normal
tão descritas na Tabela 2. • Perda direta de NaHCO3
- Gastrintestinal (diarreia, íleo, fístulas)
Fisiopatologia - Urinária (acidose tubular renal proximal, uso de
A acidose metabólica se desenvolve quando acetazolamida)
ocorre acúmulo de ácidos no organismo e retenção de • Perda indireta de NaHCO3
ânions no plasma (acidose metabólica com ânion gap - Baixa excreção de NH4+
aumentado) ou em decorrência da perda direta ou in- - Cetoacidose com cetonúria excessiva
direta de NaHCO3 do corpo (acidose metabólica com - Inalação de cola (intoxicação por tolueno)
ânion gap normal). • Ingestão de HCl, NH4Cl , sais cloreto de aminoácidos
Acidose metabólica com ânion gap aumentado • Administração intravenosa de grandes volumes de NaCl
Na acidose metabólica com ânion gap aumen- Fonte: Adaptado de Halperin & Goldstein, 1999.
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moção (p. ex., insuficiência hepática), ou ambos (p.ex., tado é o déficit de HCO3- e o ganho de ânions β-HB-
uso de drogas antirretrovirais, que inibem o transporte no compartimento EC. No estágio inicial da cetoaci-
mitocondrial de elétrons, aumentando a glicólise anae- dose, os ânions β-HB- são excretados com Na+, pois
róbica, além de causarem esteatose hepática, diminu- os rins ainda não aumentaram sua capacidade de
indo o metabolismo de lactato). A produção de ácido excretar NH4+. Nesta fase, pode-se observar acidose
láctico-L é extremamente rápida em situações de hi- metabólica com ânion gap normal, caso ocorra ceto-
póxia, diferente do que ocorre em situações não asso- núria importante impedindo que os ânions β-HB- se
ciadas com problemas na geração de ATP, em que a acumulem no EC. Na fase mais tardia da cetoacidose,
taxa de acúmulo de H+ é muito menor. 7 os ânions cetoácidos são excretados com NH4+, rege-
O acúmulo de isômeros D de ácido láctico (aci- nerando parte do HCO3- consumido pelo tamponamen-
dose láctica-D) ocorre em situações de produção ex- to dos íons H+ dos cetoácidos. Alguns ânions se acu-
cessiva de ácidos orgânicos pelo trato gastrintestinal. mulam no EC, observando-se, nesta fase, acidose me-
Normalmente, a flora intestinal localizada predominan- tabólica com ânion gap aumentado (Figura 3).3,11
temente no cólon não tem acesso à glicose, cuja ab- Na cetoacidose alcoólica, a liberação de insuli-
sorção ocorre nas porções superiores do intestino del- na é inibida pela resposta α-adrenérgica à contração
gado. Fatores que levam ao supercrescimento bacte- do volume do EC, causada principalmente por vômi-
riano, como a alteração da flora intestinal pelo uso de tos relacionados à gastrite alcoólica. Embora cetoaci-
antibióticos e o tratamento com drogas antiácidas, as- dose esteja presente, acidemia pode estar ausente em
sociados à diminuição da motilidade do trato gastrin- decorrência da alcalose metabólica relacionada aos
testinal favorecem a proliferação bacteriana no intes- vômitos. Nesta situação, o aumento do ânion gap
tino delgado e a produção de ácidos orgânicos. Em plasmático maior do que o esperado comparado à que-
pacientes com a síndrome do intestino curto, os car- da da concentração plasmática de HCO3- confirma o
boidratos que normalmente são digeridos no intestino diagnóstico de um distúrbio misto do equilíbrio ácido-
delgado chegam ao cólon não digeridos ou parcialmen- base (acidose metabólica e alcalose metabólica). Além
te digeridos e são fermentados pelas bactérias, resul- disso, os pacientes com cetoacidose alcoólica apre-
tando na produção de ácido láctico-D e outros ácidos sentam aumento do gap osmolar no plasma quando o
orgânicos. Além disso, vários compostos nocivos, como etanol está presente na circulação.7
álcoois, aldeídos, aminas, e mercaptanos, são produzi-
dos durante a fermentação, e podem causar manifes- Acidose metabólica com ânion gap normal
tações do sistema nervoso central, como diminuição do A acidose metabólica com ânion gap normal
nível de consciência, sinais cerebelares e alterações do (ou hiperclorêmica) ocorre em pacientes com perda
comportamento.13,14 Ressalta-se que o exame labora- direta ou indireta de HCO3-. O aumento da concen-
torial de rotina para o lactato detecta o L-lactato, mas tração plasmática de Cl- se associa à diminuição do
não o D-lactato e, portanto, para confirmação diag- volume do compartimento EC ou ao aumento do con-
nóstica da acidose láctica-D deve-se utilizar um en- teúdo de Cl- no corpo com volume do EC normal (Equa-
saio enzimático específico para o D-lactato.7 Além dis- ção 9).
so, uma parte do D-lactato formado é excretada na
urina e, consequentemente, o ânion gap pode au-
[Cl-] = Conteúdo de Cl- / Volume do EC (Equação 9)
mentar menos do que o esperado em comparação à
queda da concentração plasmática de HCO3-.1,5
A cetoacidose é causada por deficiência de in- Ressalta-se que em situações com diminuição
sulina e/ou resistência às suas ações. A produção he- importante do volume do EC, o ânion gap plasmático
pática de cetoácidos pode ocorrer em situações em pode estar aumentado na ausência de produção exa-
que as células β do pâncreas estão normais, por falta gerada de ácidos, em decorrência do aumento da con-
de estímulo (hipoglicemia) ou inibição da liberação de centração plasmática de albumina.7
insulina (cetoacidose alcoólica), ou na presença de A perda direta de HCO3- pode ocorrer via trato
destruição das células β (cetoacidose diabética). O fí- gastrintestinal (p. ex., diarreia) ou pela urina (p. ex.,
gado produz ácido β-hidróxi butírico (H+ + β-hidróxi acidose tubular renal proximal e uso de acetazolamida).
butirato (β-HB-)) e os íons H+ são removidos após A perda indireta de HCO3- ocorre em situações com
reagirem com HCO3-, formando CO2 + H2O; o resul- baixa excreção de NH4+ (p. ex., acidose tubular renal
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Carlotti APCP. Abordagem clínica dos distúrbios do equilíbrio ácido-base http://www.fmrp.usp.br/revista
_
Adição de cetoácido: β -HB + H+
Na + HCO3_
Extracelular
β -HB + Na+
_ CO2 + H2O
via pulmões
Urina
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
_
Adição de cetoácido: β -HB + H+
Na + HCO3_
Extracelular
_
β-HB + NH4+ CO2 + H2O
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Acidose metabólica
PaCO2 PaCO2
apropriada inapropriada
Acidose ou
Ânion gap normal ↑AG = ↓ [HCO3-] ↑AG > ↓ [HCO3-]
alcalose respiratória
Hipóxia
Acidose láctica-L
TFG baixa
Insuficiência renal
Gap Osmolar pl ↑
Metanol, etanol,
etilenoglicol
Fluxograma 2: Abordagem diagnóstica do paciente com acidose metabólica (adaptado de Halperin & Goldstein, 1999)
Legenda: TGF = taxa de filtração glomerular; pl = plasmático.
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Alcalose
Metabólica
↑ conteúdo ↓ volume
de HCO3- do extracelular
Ingestão de álcali
Excesso de [ Cl- ] urinário [ Cl- ] urinário
(associada à baixa
mineralocorticoide > 20 mEq/L < 10 mEq/L
TFG)
Fluxograma 3: Abordagem diagnóstica do paciente com alcalose metabólica (adaptado de Halperin & Goldstein, 1999)
Legenda: TGF = taxa de filtração glomerular.
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causada por hipoventilação ou por anormalidades da 24 horas, restaurando parcialmente o seu pH. A cor-
relação ventilação/perfusão. A hipoventilação pura se reção abrupta da hipercapnia crônica (por exemplo,
caracteriza por aumento da PaCO2 e diminuição da pela ventilação mecânica) alcaliniza o líquido cefalor-
PaO2 e da pressão parcial de oxigênio alveolar (PAO2), raquidiano, podendo causar crises convulsivas, além
com D(A-a)O2 normal (5-20 mm Hg) (Equação 10).7,8 de levar à alcalose metabólica sistêmica, que pode
persistir por vários dias.5
A acidose respiratória do tipo tecidual se ca-
D(A-a)O2 = PAO2 - PaO2 (Equação 10)
racteriza por aumento da PCO2 capilar causado pela
diminuição do volume sanguíneo arterial efetivo. A
Onde: PAO2 = PO2 inspirado - PCO2 alveolar PCO2 venosa reflete a PCO2 nos capilares e a PCO2
Ou seja: nas células. Quando o fluxo sanguíneo de determina-
PAO2 = FiO2 x (Pbarométrica - Pvapor H O) - PaCO2/ quo- do órgão diminui, há aumento da PCO2 capilar e ve-
2
ciente respiratório nosa, o que torna o sistema tampão do bicarbonato no
compartimento IC ineficaz e, desta forma, mais H+ se
Alguns minutos após o aumento agudo da liga às proteínas celulares (ver Figura 1).3,7
PaCO2, há pequeno aumento da concentração plas-
mática de HCO3-, em decorrência do tamponamento Diagnóstico
intracelular de H+ e da saída de HCO3- do meio IC Deve-se investigar a presença de doença pul-
em troca por Cl-. Na acidose respiratória crônica, a monar crônica pela anamnese e o exame físico. A
acidemia resultante da hipercapnia prolongada leva ao análise da gasometria deve levar em consideração a
aumento da excreção de NH4+ e reabsorção indireta PaCO2 em relação ao estado ácido-base e a resposta
de HCO3-. Além disso, ocorre aumento da reabsor- fisiológica esperada, determinando se o quadro está
ção proximal de HCO3-, contribuindo para a elevação compensado ou não, e a possibilidade de um distúrbio
da concentração plasmática de HCO3-, que atinge um misto (Fluxograma 4). É importante mensurar a PCO2
novo estado de equilíbrio após 3 a 5 dias. Ressalta-se venosa coletada de sangue proveniente da veia bra-
que a hipercapnia que persiste por mais do que pou- quial ou da veia femoral para avaliar a eficácia do
cas horas causa aumento da concentração de HCO3- sistema tampão do bicarbonato do IC e a adequação
no líquido cefalorraquidiano, que atinge o máximo em da perfusão orgânica.
Acidose
Sem história de doença pulmonar crônica Respiratória História de doença pulmonar crônica
↑ [HCO3-] 0,1 mEq/L por mm Hg ↑ PaCO2 ↑ [HCO3-] 0,3 mEq/L por mm Hg ↑ PaCO2
↑ [HCO3-] < 0,1 mEq/L ↑ [HCO3-] > 0,1 mEq/L ↑ [HCO3-] < 0,3 mEq/L ↑ [HCO3-] > 0,3 mEq/L
por mm Hg ↑ PaCO2 por mm Hg ↑ PaCO2 por mm Hg ↑ PaCO2 por mm Hg ↑ PaCO2
Fluxograma 4: Abordagem diagnóstica do paciente com acidose respiratória (adaptado de Halperin & Goldstein, 1999)
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Alcalose
Respiratória
Sem história de alcalose respiratória crônica História de alcalose respiratória crônica
↓ [HCO -] 0,2 mEq/L por mm Hg ↓ PaCO ↓ [HCO3-] 0,5 mEq/L por mm Hg ↓ PaCO 2
3 2
↓ [HCO3-] < 0,2 mEq/L ↓ [HCO3-] > 0,2 mEq/L ↓ [HCO3-] < 0,5 mEq/L ↓ [HCO3-] > 0,5 mEq/L
por mm Hg ↓ PaCO2 por mm Hg ↓ PaCO2 por mm Hg ↓ PaCO2 por mm Hg ↓ PaCO2
Fluxograma 5: Abordagem diagnóstica do paciente com alcalose respiratória (adaptado de Halperin & Goldstein, 1999)
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Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 244-62
http://www.fmrp.usp.br/revista Carlotti APCP. Abordagem clínica dos distúrbios do equilíbrio ácido-base
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Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 244-62
Carlotti APCP. Abordagem clínica dos distúrbios do equilíbrio ácido-base http://www.fmrp.usp.br/revista
ABSTRACT
This paper presents a clinical approach to disorders of acid-base balance. A proper interpretation of the
acid-base status requires knowledge of the clinical setting integrated with laboratory results. The pH
value determines the primary disorder: metabolic or respiratory acidosis, if the pH is less than 7.40;
metabolic or respiratory alkalosis, if the pH is greater than 7.40. If the anion gap is greater than 20 mEq/
L, a metabolic acidosis is present regardless of the pH value or plasma bicarbonate concentration.
Absence of the expected compensatory response to a primary disorder indicates the presence of a
mixed disorder.
Keywords: Metabolic Acidosis. Acidosis, Respiratory. Metabolic Alkalosis. Alkalosis, Respiratory. Mixed
Disorders.
262
DOR TORÁCICA NO PRONTO-SOCORRO PEDIÁTRICO
Mínima:
≥ 21 kg 250 mL 2 mL 0,008 mg ou 0,75 ML/KG/HORA
(2 ampolas) (8 mcg)/mL Máxima:
7,5 mL/kg/hora
OBS.: evidências de menor efetividade em crianças < 6 meses (sem aparato para liberação de vesículas
simpaticomiméticas, exigindo doses maiores
Mínima:
≥ 21 kg 230 mL 40 mL 1,85 mg ou 0,15 ML/KG/HORA
(2 ampolas) 1.851 mcg/mL Máxima:
0,6 mL/kg/hora
Mínima:
QUALQUER 125 mL 10 mL 0,074 mg ou 0,4 ML/KG/HORA
PESO (1 ampola) 74 mcg/mL Máxima:
0,8 mL/kg/hora
NORADRENALINA
ou NOREPINEFRINA
PESO DILUENTE 1 ML/1 MG Concentração VELOCIDADE
da criança SF 0,9% a) HYPONOR® da solução em
(equipo fotoprotetor) (ampolas com 8 mg/4 mL de ML/HORA
hemitartarato de
noradrenalina, onde 1 mL = 1
mg de nora)
b) LEVOPHED®
(ampolas com 4mg/4mL)
Mínima:
QUALQUER 250 mL 1 mL 0,004 mg ou 1,5 ML/KG/HORA
PESO (Kg) (1 ampola) 4 mcg/mL Máxima:
15 mL/kg/hora
6) NITROPRUSSIATO DE SÓDIO: age na via final liberando óxido nítrico e promovendo
vasodilatação sistêmica e pulmonar
- indicado para emergências hipertensivas (hipertensão grau 2 com sintomas de SNC, como
convulsões ou em edema agudo de pulmão)
- pode ser associado aos inotrópicos para reduzir a resistência vascular sistêmica
Dose: 0,5 a 3 mcg/kg/min (doses acima de 3 aumentam muito o risco de intoxicação por
cianeto ou tiocianato). Se precisar doses maiores que esta, associar outros anti-hipertensivos
(clonidina, hidralazina, etc).
Mínima:
≥ 6 Kg 250 mL 2 mL 0,2 mg ou 0,15 ML/KG/HORA
(1 ampola) 200 mcg/mL Máxima:
1,5 mL/kg/hora
(obs.: a frequência cardíaca pode variar no mesmo paciente dependendo se o paciente inspirar ou
expirar. Isto é normal e trata-se de um achado fisiológico que é a variação da frequência cardíaca com a
respiração. Infelizmente, a diretriz brasileira de laudo de ECG orienta que o laudo deste fenômeno seja
dado como arritmia sinusal, o que pode assustar a família com um fenômeno fisiológico). Segue um
exemplo:
3) Avaliando a onda P (na derivação DII):
a) conte quantos qp ela tem de altura e de largura
b) a onda P normal tem no máximo 2 qp de largura e 2 qp de altura
(obs.: onda P acima de 2 qp de altura, chame de sobrecarga atrial direita e se onda P acima
de 2 qp de largura, chame de sobrecarga atrial esquerda)
(obs.: se o intervalo PR tiver mais que 4 qp em crianças, chame de BAV – bloqueio átrio-
ventricular – de primeiro grau)
5) Avaliando o QRS:
a) conta quantos qp de largura tem o QRS (o normal é ter 2 qp em crianças, sendo
que em adultos o normal é até 3 qp)
(obs.: se em V1 a parte positiva do QRS for bem maior do que a parte negativa do QRS ou
a onda R de V1 for maior que os valores abaixo, está diante de uma provável sobrecarga
do ventrículo direito.
Valor máximo do R em V1 conforme a idade:
< 30 dias: < 25 qp 1 m a 1 ano: < 20 qp 5 a 16 anos: < 10 qp
Idade Soma do S de V1 + R de V6
< 3 meses < 25 qp (ou 5 QG)
3 meses a 3 anos < 35 qp (ou 7 QG)
3 a 5 anos < 40 qp (ou 8 QG)
5 a 16 anos < 45 qp (ou 9 QG)
(obs.: se a soma acima der maior que os valores da tabela, você está diante de uma provável sobrecarga
ventricular esquerda)
(obs.: em crianças até 6 meses, o QRS pode estar predominantemente negativo em DI e também deve
ser considerado normal)
2) se ST estiver mais baixo que PR (mais que 1 qp de diferença em pelo menos três
derivações) chameremos infradesnivelamento de ST e pode ser sugestivo de pericardite
ou miocardite
b) conta o número de qp que tem entre duas ondas R (dois QRS) seguidas e
multiplica por 0,04 (o resultado será o valor do R-R)
c) ache a raiz quadrada do R-R
d) divida o valor do QT pelo valor encontrado
em c
e) o valor final encontrado é o QTc (QT
corrigido, que foi dado pela
fórmula
9) Avaliando a onda T:
a) verifique se as ondas T são assimétricas, isto é, se
apresentam uma subida lenta e descida rápida, e este é o
padrão normal
b) verifique se as ondas T são positivas em todas as
derivações, exceto nas derivações avR e de V1 a V4 onde as
ondas T ficam negativas mesmo até 18 anos. Este é o padrão
normal.
(obs.: ondas T altas (mais da metade do tamanho do QRS), pontiagudas e simétricas podem indicar
hiperpotassemia)
10) Avaliando a onda U: pode aparecer uma última onda depois da onda
T, que chamaremos de onda U. Ela pode aparecer em indivíduos normais,
com frequência cardíaca mais baixas. Não deve ser considerada patológica.
ormente na bexiga e não o estado atual.1,2 do a magnitude e a rapidez desta resposta. O acrônimo
Tabela 5
Escala de Resposta Pediátrica (AVDN).
A Alerta A criança está acordada, ativa e responde adequadamente aos pais e aos estímulos externos.
Esta resposta adequada deve respeitar a idade e as condições prévias da criança.
V Voz A criança responde somente quando os pais ou o examinador chamam seu nome ou falam alto.
D Dor A criança só responde aos estímulos dolorosos, como aperto no leito ungueal.
N Não responsivo A criança não responde a qualquer estímulo.
Tabela 6
Escala de Coma de Glasgow modificada para crianças.
ABERTURA OCULAR ESCORE
Espontânea 4
Ao comando verbal 3
À dor 2
Nenhuma 1
MELHOR RESPOSTAVERBAL
0 – 23 meses 2 – 5 anos > 5 anos
Sorri, balbucia Palavras apropriadas Orientado, conversa 5
Choro apropriado Palavras inapropriadas Confuso 4
Choro inapropriado Choro, gritos Palavras inapropriadas 3
Gemidos Gemidos Sons incompreensíveis 2
Nenhuma Nenhuma Nenhuma 1
MELHOR RESPOSTA MOTORA
< 1 ano > 1 ano
Obedece ao comando 6
Localiza a dor Localiza a dor 5
Flexão normal Flexão normal 4
Flexão anormal Flexão anormal 3
Extensão Extensão 2
Nenhuma Nenhuma 1
Legenda: A pontuação máxima para crianças abaixo de 1 ano é de 14, pois elas não são normalmente capazes de obedecer ao
comando.
ACIDENTE ESCORPIÔNICO NO PS NÃO É NECESSÁRIO IDENTIFICAR O ESCORPIÃO PARA
FAZER O SORO, MAS É BOM SABER:
QUANDO SUSPEITAR? 1 - Relato de picada e o escorpião foi visto 1) O mais comum na nossa região é o Tityus stigmurus :
2 - Dor forte de início súbito em extremidades (o ponto de inoculação é pouco tem as patas e rabo amarelos com o tronco amarelo e
identificável, apenas um edema e leve hiperemia ao redor) uma linha escura no meio tronco na vertical
3 - Início súbito de náuseas, vômitos e sudorese, podendo ou não vir 2) Outro que pode aparecer por aqui é o Tityus
acompanhado de confusão mental bahiensis: tem as patas, rabo e tronco marrom-
avermelhados. Pouco venenoso.
3) O mais venenoso é muito raro em nosso meio: Tityus
serrulatus, que também tem patas e rabo amarelo, mas o
CLASSIFICAR A GRAVIDADE do CASO tronco é TODO escuro. Tem uma serrinha no 3o ou 4o
anel da cauda.
Outros cuidados que devem ser tomados nos casos moderados e graves:
1) Deixar em jejum com soro de manutenção 80% do Holliday (não precisa insulina para hiperglicemia)
2) Se tiver sinais de ICC (taquipnéia, creptos pulmonares, tratar normalmente conforme protocolo de ICC grave, com uso de inotrópicos e
diuréticos). Não precisa tratar a hipertensão, é transitória!
3) Se apresentar alguma arritmia (ex.: taquicardia supraventricular: tratar habitualmente conforme protocolo)
4) Se CHOQUE (sinais de má-perfusão ou hipotensão): não ser agressivo com volume (evitar expansão rápida). Como é um caso de
choque cardiogênico: preferir inotrópicos para manejo do choque (sugerimos dobutamina 5 mcg/kg/min)
5) Solicitar os seguintes exames que vão corroborar a hipótese de ser acidente escorpiônico (sua coleta não é prioridade e não esperar o
resultado para fazer o soro): hemograma (leucocitose), glicemia (vem elevada), eletrólitos (potássio vem baixo), ECG (se arritmias), Raio-
x de pulmão (se taquipnéia/creptos), gasometria.
6) Internar o paciente (preecher a AIH) e nos quadros graves solicitar vaga na UTIP (administrar o soro antiveneno é mais importante
que transferir!
7) Preencher a ficha de notificação compulsória
8) Reavaliar o paciente a cada 30 minutos até estabilização do mesmo
LESÃO COMEMORATIVOS OUTROS ACHADOS CARACTERÍSTICAS PROGRESSÃO IDADE ESTAÇÃO CAUSA NOME
BASE DO e MAIS DO ANO
EXANTEMA DISTRIBUIÇÃO COMUM MAIS
COMUM
Ao mesmo tempo em que está Sinais de IVAS ou Geralmente macular ou Qualquer EXANTEMA
com IVAS (coriza, tosse) ou diarréia conforme o micropapular rosado, mas Tronco e depois < 6 anos verão vírus (echo, VIRAL
diarréia, aparece o exantema tipo de vírus pode imitar outros extremidades rino e INESPECÍFICO
(junto) exantemas, com petéquias entrerovirus, (sem um nome
ou vesículas coxsackie)
específico)
Quadro catarral (coriza abundante Manchas brancas com Avermelhado e depois fica Cabeça no
e tosse) com febre e conjuntivite halo eritematoso na acastanhado, com primeiro dia, < 2 anos surtos Vírus
antes de aparecer o exantema mucosa da boca (Koplik) descamação fina ao final tronco no isolados do SARAMPO
(7 dias) segundo e Sarampo
OU MÁCULO-PAPULAR
membros no
terceiro
Febre baixa, dor leve: Linfonodos Rosado, dura 3 dias e não Cabeça primeiro e
MACULAR
articulações, cabeça ou garganta cervicais posteriores descama segundo dia já 7 - 20 anos inverno Vírus
está no corpo e da RUBÉOLA
todo primavera Rubéola
Febre por pelo menos 48 horas Formas de alto risco, Aparece após 3-5 dias Acomete ao
(máximo 7 dias) sem sinais de pode vir com: quando a febre está mesmo tempo a outono e
IVAS ou outro foco. Em crianças - derrames cedendo. face, tronco e Qualquer inverno Vírus
que sabem falar, suspeita quando cavitários (pleural, ascite) Pele avermelhada ao membros, idade em em da DENGUE
tiver dois destes: dor retro- - prova do laço positiva fundo (ao se comprimir fica inclusive a planta áreas Aracaju Dengue
orbitária, mialgia, artralgia, com tonalidade amarelada) dos pés e mãos endêmicas
prostração, exantema É pruriginoso!
- Pode ser petequial -
Semelhante a dengue, com dores Menos plaquetopenia Semelhante ao dengue Ao mesmo tempo idem surtos Vírus CHIKUN
articulares mais intensas Artralgia pode cronificar em tronco e Chikungunya GUNYA
membros
Se tiver, é febre baixa e dor no O exantema tende a Rendilhado, tende a Inicia na face
corpo voltar com exposição ao coalescer. (onde coalesce 2 - 14 inverno Parvovírus ERITEMA
sol ou estresse Poupa o queixo e região depois: face anos e B 19 INFECCIOSO
Pode dar crise (anemia e perioral. Pode coçar. esbofeteada) primavera (PARVO
esplenomegalia) Regride em 3 semanas
VIROSE)
Febre baixa, mal-estar e Pode ter hepato-espleno, Inicia com uso de Súbito e difuso 4 - 18 EBV MONO
linfonodomegalia difusa (cadeia icterícia, edema amoxa/ampi/cefalexina anos inverno (Epstein-Barr NUCLEOSE
cervical posterior) palpebral (sinal de vírus)
Hoagland)
LESÃO COMEMORATIVOS OUTROS ACHADOS CARACTE PROGRESSÃO IDADE ESTAÇÃO CAUSA NOME
BASE RÍSTICAS e MAIS DO ANO
DO DISTRIBUIÇÃO COMUM MAIS
EXANTEMA COMUM
Língua avermelhada (em Micropapular palpável Começa na face e
PAPULAR
Pródromo de dor de garganta, framboesa), palidez (pele em lixa) com fundo pescoço depois 5 - 12 inverno Estrepto
MICRO
febre e cefaléia (pode vir sem perioral (sinal de Filatov) hiperemiado. Se inicia com evolui para todo o anos e coco ESCARLA
pródromos) e hiperemia marcada nas 5 dias após a febre. corpo primavera TINA
áreas de dobras (sinal de Descamação de ponta dos
Pastia) dedos ao final
Antes do exantema, vem febre Começa com pápulas Começa
baixa, coriza e tosse Acomete mucosa que rapidamente evoluem no tronco < 10 anos inverno Vírus
para vesículas (líquido e depois para e Varicela- VARICELA
claro e base hiperemiada) cabeça e primavera Zoster (catapora)
PÁPULO-VESI
e crostas membros
(lesões em todos os (extremidades)
CULAR
Febre, anemia, cansaço, Hepato-espleno, Petéquias e púrpura, Difuso < 10 anos não Não LEUCEMIA
infecções, sangramento linfonodomegalia, mesmo em áreas não (pico entre depende infeccioso
dores ósseas, infiltrações expostas ao trauma 2 - 5 anos) (neoplasia)
na pele ou olhos
(cloroma)
OBS.: Exantema petequial NÃO FEBRIL, que não preenche critérios para leucemia, fazer o diferencial entre PTI (PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE) que cursa com plaquetopenia cerca de 2 a 3
semanas após um quadro viral. Lembrar também da PÚRPURA DE HENOCH SCHOENLEIN, que se caracteriza por púrpura palpável em nádegas e dorso das pernas, com dores abdominais e
articulares, sinais de GNA (edema, hematúria, hipertensão) e pode ter melena
DOENÇAS
EXANTEMÁTICAS
FEBRIS
MAIS
COMUNS
Exantema:
lesões
hiperemiadas
(avermelhadas)
ou
arroxeadas
de
aparecimento
agudo
NÃO
SIM
<
3
meses
Solicitar:
>
3
meses
HEMOGRAMA
e
PCR
SUMÁRIO
de
URINA
Raio-‐X:
sintomas
respiratórios
PROTOCOLO
Líquor:
colher
sempre
que
dos
BEBÊS
3)
TEM
FOCO
INFECCIOSO?
clínica
permitir
COM
FEBRE
(exame
completo,
inclui
Hemocultura
e
Urocultura:
só
se
otoscopia
e
oroscopia,
com
for
internar,
antes
do
ATB
sinais
meníngeos
em
todos)
NÃO
SIM
1)!TEM!SINAIS!DE!GRAVIDADE?!
Doenças!prévias!que! 0!taquicardia,!taquipnéia!ou!bradipnéia! Febre!alta!e!febre!que!
0!esforço!respiratório!moderado/importante!
aumentam!o!risco:! não!responde!bem!a!
0!gemência!
HIV,!falciforme,! 0!perfusão!ruim,!pele!marmorácea!ou!cianose!
antitérmicos!não!são!
neoplasias!e! 0!hipotensão! bons!indicadores!de!
desnutrição!grave! 0!oligúria! gravidade!!
0!letargia,!rebaixamento!de!consciência!
0!petéquias!ou!púrpura!
!
NÃO!
SIM!
0 ESTABILIZAR!é!prioridade!!!
0 Oxigenoterapia!se!sat!<!94%! 2)!QUAL!A!IDADE!DA!CRIANÇA?!
!
<!3!meses!
! Solicitar:! >!3!meses!
HEMOGRAMA!e!PCR!
SUMÁRIO!de!URINA!
!
Raio0X:!!sintomas!respiratórios! PROTOCOLO)
Líquor:! colher! sempre! que! dos)BEBÊS) 3)!TEM!FOCO!INFECCIOSO?!
clínica!permitir! COM)FEBRE)) (exame!completo,!inclui!
Hemocultura!e!Urocultura:!só!se! otoscopia!e!oroscopia,!com!
for!internar,!antes!do!ATB! sinais!meníngeos!em!todos)!
!
NÃO!
SIM!
2)!QUAL!O!TEMPO!DE!FEBRE!?!
!
TRATAMENTO!
EMPÍRICO!
!!!!!Febre!>!72!horas! Febre!<!72!horas!
conforme!o!foco!
! identificado!(seguir!
protocolos)!!
ou!exames!
!Solicitar:!HEMOGRAMA!e!PCR! Carta!para!Reavaliação! confirmatórios!em!casos!
em!24!a!48!horas! de!dúvida!
!
ou!a!qualquer!momento!se!houver! Obs.:!em!suspeita!de!
Sumário!de!Urina:! se!<!2!anos!ou! piora!ou!novos!sintomas! meningite,!SEMPRE!colher!
nos!maiores!com!sintomas!urinários! ! líquor,!independentemente!
Raio0X:!se!sintomas!respiratórios! OBS.:&entre&3&meses&a&&2&anos&e&febre& de!outros!exames!
Líquor:! se! suspeita! clínica! de! alta&(>38,5oC)&sem&foco&solicitar&pelo&
meningite! menos&URINA&após&48&hs&de&febre&
!
PROTOCOLO'DOS'BEBÊS'(<'3'MESES)''COM'FEBRE'sem'FOCO'(>'37,5'o'C)'NO'PRONTO<SOCORRO'
!
! EXAMINAR!SEM!FEBRE!
(sempre!que!possível,!pois!altera!os!sinais!vitais)!
1)!TEM!SINAIS!DE!GRAVIDADE?!! Febre!alta!(>38,5!!OC)!nesta!
0!taquicardia,!taquipnéia!ou!bradipnéia! faixa!etária!aumenta!a!chance!
0!esforço!respiratório!moderado/importante! de!ser!infecção!bacteriana!
0!gemência!!
0!perfusão!ruim,!pele!marmorácea!ou!cianose!
0!hipotensão!
0!oligúria!
0!letargia,!rebaixamento!de!consciência! NÃO!
0!petéquias!ou!púrpura!!
!
!
SIM!
2)!QUAL!A!IDADE!DA!CRIANÇA?!
ESTABILIZAR!é!prioridade! !
(Oxigenoterapia!se!sat!<!94%)!
! INTERNAR!SEMPRE:!
<'1'MÊS'
Socitar:! se < 7 dias suspeitar de baixa
0!HEMOGRAMA!e!PCR! ingesta de leite: perdeu > 10% do
0!Sódio!
peso; troca menos que 3 fraldas ao 1'a'3'MESES'
dia; mãe inexperiente; fissura/mama
0!Hemocultura! empedrada, hipernatremia
0!SUMÁRIO!de!URINA!
0!Urocultura!
0!Raio0X!
Líquor:! colher! sempre! que! ! SOLICITAR:!
clínica!permitir! 0!HEMOGRAMA!e!PCR!
! 0!SUMÁRIO!de!URINA!
Após!coleta!de!exames,!internar! !
com!ampicilina!+!gentamicina! 0! Raio0X:! se! sintomas!
respiratórios!
!
!!!!!!!!!!!!COM!os!RESULTADOS!dos!EXAMES,!CLASSIFICAR:!
!
! BEBÊ'de'BAIXO'RISCO:' ! BEBÊ'DE'ALTO'RISCO:'
0!Nasceu!a!termo!(>!37!sem)!sem!complicações!no!berçário! Não!preenche!todos!os!critérios!
0!Previamente!saudável,!sem!doenças!crônicas! para!baixo!risco!(ao!lado)!
0!Sem!sinais!de!gravidade!
0!Sem!achados!no!exame!físico!
RESULTADOS!DOS!EXAMES:!
0!Leucócitos!entre!5.000!a!15.000/mm3! ! INTERNAR!SEMPRE:!
0!PCR!negativo! Socitar:!
0!Sem!bastões,!meta!ou!mielócitos! 0!Hemocultura!e!Urocultura!
0!Urina!com!<!5!piócitos/campo! Líquor:! colher! antes! do!
! antibiótico!
!
Após!coleta!de!exames,!internar!
ALTA!com!resultados!dos!exames!anotados!! com!ampicilina!+!gentamicina!
e!CARTA!para!reavaliação!em!24!horas!
!
PROTOCOLO
DOS
BEBÊS
(<
3
MESES)
COM
FEBRE
sem
FOCO
(>
37,5
o
C)
NO
PRONTO-‐SOCORRO
EXAMINAR
SEM
FEBRE
(sempre
que
possível,
pois
altera
os
sinais
vitais)
SIM
2)
QUAL
A
IDADE
DA
CRIANÇA?
ESTABILIZAR
é
prioridade
(Oxigenoterapia
se
sat
<
94%)
INTERNAR
SEMPRE:
<
1
MÊS
Socitar:
se < 7 dias suspeitar de baixa
-‐
HEMOGRAMA
e
PCR
ingesta de leite: perdeu > 10% do
-‐
Sódio
peso; troca menos que 3 fraldas ao 1
a
3
MESES
dia; mãe inexperiente; fissura/mama
-‐
Hemocultura
empedrada, hipernatremia
-‐
SUMÁRIO
de
URINA
-‐
Urocultura
-‐
Raio-‐X
Líquor:
colher
sempre
que
SOLICITAR:
clínica
permitir
-‐
HEMOGRAMA
e
PCR
-‐
SUMÁRIO
de
URINA
Após
coleta
de
exames,
internar
com
ampicilina
+
gentamicina
-‐
Raio-‐X:
se
sintomas
respiratórios
COM
os
RESULTADOS
dos
EXAMES,
CLASSIFICAR:
RECEPÇÃO
(10 minutos)
CLASSIFICAÇÃO DE
RISCO Aliviar sintomas:
(15 minutos)
febre e dor
VERMELHO VERDE
(aguarda por ordem
(IMEDIATO) de chegada)
AMARELO
(30 minutos)
SALA DE
URGÊNCIA
(O2, aspirar e AVALIAÇÃO
chamar médico) MÉDICA
(reclassificar se
necessário)
CASA
OBSERVAÇÃO
ESTABILIZAÇÃO (com ou sem
exames) ASSISTENTE
SOCIAL
ENCAMINHAMENTO PARA
HUSE: INTERNAR:
a) graves (UTI)
b) cirúrgicos
a) > 3 hs com oxigênio
c) ortopédicos e traumas b) > 6 hs sem oxigênio
d) avaliação especialistas
e) acid. animais peçonhentos
e mordeduras
DESFIBRILAÇÃO 2
JOULE
x
Peso
(kg)
(dobrar
no
segundo
choque) HIPOTENSÃO <
60
mmHg
em
RN
CARDIOVERSÃO 1
JOULE
x
Peso
(kg)
(dobrar
no
segundo
choque) ARTERIAL
SISTÓLICA: <
70
mmHg
de
1
mês
a
1
ano
<
70
+
(2
x
idade
em
anos)
se
>
1
ano
(ex.:
4
anos,
hipotensão
é
<
78)
4) Considerar o RN:
OBS.: se o RN apresentar sinais de encefalopatia bilirrubínica moderados (opistótono, rigidez, convulsão) solicitar internação
para exsanguíneo, mesmo que não atinja níveis para exsanguíneo
GLOMERULONEFRITE
AGUDA
NO
PS
TRÍADE
CLÁSSICA:
EDEMA
+
HEMATÚRIA
+
HIPERTENSÃO
RETENÇÃO
HÍDRICA
HIPERTENSÃO
(VIDE
PROTOCOLO
de
HIPERTENSÃO)
Veja se o paciente não está recebendo sódio em excesso (soro e dieta) e se estiver, reduza o sódio para o basal necessário (3 mEq/kg/dia)
Fazer o cálculo das necessidades de ÁGUA LIVRE (em litros) EXTRA (além da dieta ou do soro de manutenção basal) que receberá nas próximas 24
horas para baixar o sódio (não baixar mais que 10 mEq/L em 24 horas)
ÁGUA LIVRE (em litros) para 24 hs = [(valor do sódio dosado / valor do sódio desejado) - 1] x 0,6 x peso em kg
Ex.: criança de 10 kg que quero baixar o sódio de 158 para 150 mEq/L (uma queda de 8 mEq/L), usando a fórmula, precisarei oferecer mais: AL extra (em
litros) para 24 horas: [(158/150) - 1] x 0,6 x 10 = [1,05 - 1] x 6 = 0,05 x 6 = 0,3 LITROS ou 300 mL de água livre
300 ml de água livre EXTRA nas próximas 24 horas (pode ser dado oral ou intravenoso acrescido ao soro basal ou intravenoso em paralelo com o soro
basal, monitorando a natremia a cada 6 horas, para evitar quedas bruscas da natremia)
QUAL A SOLUÇÃO UTILIZO PARA REPOR A ÁGUA LIVRE (AL)? Se for oral, usar água filtrada comum. Se for intravenoso, preferir
SF 0,9%: 150 mL + SG 5%: 350 mL (46 mEq/L, com 70%, ou seja, de cada 500 mL de solução, 350 mL é água livre. No exemplo da cirança acima, 500 mL
extra desta solução em 24 horas já forneceria os 300 mL de AL calculados). Se fizer hiperglicemia com esta solução, pode-se trocar por água destilada
pura
O PACIENTE ESTÁ SINTOMÁTICO (NEUROLÓGICO)?
Vômitos e náuseas, cefaléia, desmaios, crises convulsivas, sinais
SIM neurológicos focais, letargia, torporoso ou comatoso NÃO
Prescrever metade do volume de água livre calculado acima Em pacientes ASSINTOMÁTICOS (neurológico), deve-se fazer a correção
para correr em 4 horas intravenoso lentamente: máximo 8-10 mEq/L/dia (o sódio sérico não deve cair mais que
10 mEq/L nas próximas 24 horas). A correção para o valor normal (entre 135 a 145
A outra metade da água livre (extra) calculada deve ser mEq/L) pode demorar de 2 a 3 dias
administrada nas próximas 20 horas
2)
COMO
AFERIR
A
PRESSÃO
ARTERIAL
CORRETAMENTE
EM
CRIANÇAS?
A
largura
do
manguito
deve
ser
de
aproximadamente
metade
da
medida
do
braço
da
criança.
Manguitos
estreitos
aumentam
a
pressão
e
largos
reduzem
a
pressão.
Na
dúvida
escolher
o
mais
largo.
IDADE
TAMANHO
APROXIMADO
DA
BORRACHA
DO
MANGUITO
(não
é
da
capa)
<
1
MÊS
8
x
4
cm
1
mês
a
1
ano
12
x
6
cm
1
ano
a
5
anos
18
x
6
cm
5
anos
a
8
anos
24
x
10
cm
>
8
anos
Adulto
(30
x
13
cm)
3)
A
PRESSÃO
VEIO
COMO
GRAU
1:
Fazer
uma
carta
para
acompanhamento
ambulatorial
no
posto
de
saúde.
4)
A
PRESSÃO
VEIO
ACIMA
DO
GRAU
2
=>
defina
a
gravidade
do
caso:
É
UMA
EMERGÊNCIA
HIPERTENSIVA?
Níveis
pressóricos
acima
do
valor
considerado
hipertensão
importante
(grau
2),
acompanhado
de
sinais
de
lesão
(agressão
a
um
órgão-‐alvo),
quais
sejam:
a)
ENCEFALOPATIA
(principal):
cursa
com
crises
convulsivas,
dor
de
cabeça
refratária,
confusão
mental,
alterações
visuais,
déficits
neurológicos
focais
ou
coma
b)
INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA/RESPIRATÓRIA
IMPORTANTE:
desconforto
respiratório
intenso,
hipoxemia,
dor
no
peito,
edema
agudo
de
pulmão
(creptos)
c)
LESÃO
RENAL
GRAVE:
só
saberemos
após
exames
laboratoriais
(não
considerar
como
lesão
de
órgão
alvo
a
insuficiência
renal
da
glomerulonefrite
pós-‐estreptocócica,
pois
ela
é
a
causa
primária
da
hipertensão
e
não
o
contrário).
É
UMA
URGÊNCIA
HIPERTENSIVA?
Níveis
pressóricos
acima
do
valor
considerado
hipertensão
importante
(grau
2),
mas
sem
os
sinais
de
lesão
a
órgãos-‐alvo
descritos
acima.
Na
urgência
hipertensiva
a
criança
pode
se
queixar
de
dor
de
cabeça,
náuseas
e
vômitos
(sem
configurar
encefalopatia).
5)
COMO
TRATAR
CADA
UMA
DESTAS
ENTIDADES?
5.1
-‐
EMERGÊNCIA
HIPERTENSIVA:
solicitar
vaga
no
HUSE
e
monitorizar
DAR
PREFERÊNCIA
AO
TRATAMENTO
INTRAVENOSO:
não
usaremos
nitroprussiato
de
sódio
em
nosso
serviço,
por
não
ter
retaguarda
de
UTI
e
o
risco
de
hipotensão
grave.
A)
HIDRALAZINA
(Nepresol®
1
mL/20
mg):
início
de
ação
após
10
minutos
e
dura
4-‐8
horas
Dose:
0,2
a
0,4
mg/kg/dose
EV
até
de
6/6
horas
(máximo
20
mg/dose)
Diluir
1
mL
+
200
mL
SF
0,9%
e
infundir
2
mL/kg/por
vez
lentamente
em
10
minutos
Ex.:
criança
de
20
kg,
correr
40
mL
IV
da
diluição
em
10
minutos
OBS.:
Uma
opção
a
medicação
venosa
é
a
nifedipina
cápsula
sublingual
10
mg
(ou
oral):
pode
ser
usado
com
segurança
em
crianças.
A
síndrome
do
roubo
coronariano
é
mais
comum
em
idosos.
Dose:
0,3
a
0,5
mg/kg/dose
(máximo
10
mg/dose):
usar
o
conteúdo
oleoso
da
cápsula
>
30
kg:
perfurar
a
cápsula
com
agulha
rosa
e
pingar
todo
o
conteúdo
debaixo
da
língua
20
-‐
30
kg:
pingar
6
gotas
ou
cerca
de
30
UI
com
seringa
de
insulina
sublingual
(primeiro
aspirar
com
agulha
rosa)
10
a
20
kg:
perfurar
a
cápsula
com
agulha
rosa
e
pingar
3
gotas
sublingual
(ou
16
UI
com
a
seringa
de
insulina
e
pingar
sublingual)
META:
ATINGIR
A
PRESSÃO
ALVO
(TABELA
ACIMA)
-‐
25%
da
meta
em
até
6
horas
-‐
40
%
da
meta
em
24
horas
-‐
35
%
da
meta
em
48
horas
Ex.:
criança
de
6
anos
com
150
mmHg
de
sistólica
(Grau
2:
>
130
mmHg).
Minha
meta
é
atingir
a
pressão
alvo:
110
mmHg
de
sistólica
em
48
horas.
Logo
preciso
baixar
40
mmHg,
sendo
25%
deste
valor
(ou
seja
10
mmHg)
nas
próximas
6
horas
e
depois
cerca
de
15
mmHg
(40%
de
40
m mHg)
nas
próximas
24
horas,
atingindo
a
meta
que
é
110
mmHg
de
sistólica
nas
próximas
48
horas
PREVENIR HIPONATREMIA É IMPORTANTE: prescreva sempre o sódio não como manutenção diária, mas para transformar seu soro em uma solução isotônica (vide
protocolo de hidratação). Em pacientes mais graves, utilizar somente 80% do volume de soro calculado pela fórmula de Holliday-Segar (e 60-70% se intubados).
Prescrever 6 mL/kg da solução de NaCl 3% (salina Em pacientes ASSINTOMÁTICOS (neurológico), deve-se fazer a correção
hipertônica) para correr IV em 1 hora lentamente: máximo 10 mEq/L/dia (o sódio sérico não deve subir acima de 10
(OBS.: para preparar 100 mL de salina hipertônica, bastar mEq/L nas próximas 24 horas). A correção para o valor normal (entre 135 a 145
associar 15 mL de NaCl 20% + 85 mL de AD) mEq/L) pode demorar de 2 a 3 dias
CELULITE
ABSCEDADAS:
DERMATITE
IMPETIGO
(bordos
imprecisos,
sinais
LINFANGITE
-‐
FURÚNCULO
ERISIPELA
PERIANAL
(BOLHOSO
ou
NÃO)
flogísticos,
profunda)
OU
ADENITE
(bem
delimitada,
pele
-‐
ABSCESSO
enrugada,
superficial)
BACTERIANA
(crostas
cor
de
mel,
periorificiais)
-‐CARBÚNCULO
OBS.:
a
persistência
de
sintomas
neurológicos
após
12
horas
de
observação
requer
encaminhamento
para
HUSE
(avaliação
do
neurologista)
PUNÇÃO INTRAÓSSEA - TÉCNICA
1) Quem pode puncionar? Somente médicos. Usar técnica estéril (luva estéril e avental)
com limpeza local.
2) Quando está indicada? Sempre que não for possível acesso venoso (periférico ou
central) e o paciente estiver grave (não ultrapassar três tentativas de acesso periférico
em casos de choque ou PCR).
10) Posso colher sangue da intraóssea? Sim, caso venha com facilidade (o que não é
comum). Posso fazer hemograma, eletrólitos, hemocultura e até tipagem sanguínea.
11) O que pode ser infundido na intraóssea? Qualquer solução, como SF 0,9%, soro de
manutenção, qualquer hemoderivado, drogas vasoativas. Após fazer medicações em
bolus como antibióticos, proceder uma lavagem com SF 0,9% 5-10 mL após.
12) Quando retirar a intraóssea? Como trata-se de um acesso provisório, solicitar punção
central assim que possível. Verificar de 1/1 hora se não está havendo extravasamento:
se o acesso estiver com infiltração ao redor (edema ou indurado ao redor ou na
panturrilha), deve ser retirado imediatamente e outro acesso providenciado. Não
puncionar o mesmo osso na nova punção.
Mesmo que não haja intercorrências o tempo máximo
de um acesso intraósseo deve ser de 24 horas.
13) Quem pode retirar? Enfermeiros ou médicos. Cobrir com gaze normalmente e deixar o
curativo com esparadrapo por 24 horas e depois disto, descoberto.
5) Fazer PRÉ-MEDICAÇÕES:
5.1 - ATROPINA: 0,02 mg/kg IV ou IM (fazer em toda criança < 1 ano; se for PCR e COMA: não precisa usar
usar ketamina como sedativo; se for usar succinilcolina como curarizante) medicações para intubar
5.2 - FENTANIL: 1 mcg/kg IV (ou 1,5 mcg/kg NASAL): fazer em toda
criança, exceto se for usar ketamina para sedar
5.3 - LIDOCAÍNA: 1,5 mg/kg IV (fazer somente se suspeita de HIC: MIDAZOLAN: preferir em patologias SNC
abaulamento de fontanela, anisocoria, TCE) IV ou IM: 0,2 mg/kg
NASAL e RETAL: 0,3 a 0,5 mg/kg
ORAL: 0,5 mg/kg
6) SEDAR a criança: repetir a dose a cada minuto se mantiver agitação.
Pode escolher qualquer um destes, mas sugerimos dar
preferência ao MIDAZOLAN ou KETAMINA -- veja ao lado --> KETAMINA: preferir em choque séptico,
OUTROS: etomidato 0,3 mg/kg, propofol 2 mg/kg, tiopental 3 mg/kg asma e hipotensos
IV: 2 mg/kg ou IM: 4 mg/kg
Internar sempre
QUE POSSÍVEL
2 meses até 1 ano (difícil saber se
Primeira escolha: ceftriaxona 75 mg/kg dose única diária
tem ou não pielonefrite e o risco para
cicatriz renal é elevado!)
Opções: cefotaxima 150 mg/kg/dia de 8/8 horas ou gentamicina 6 mg/kg dose
única diária (evitar a gentamicina se sepse grave ou insuficiência renal)
Internar se:
- sinais de ITU alta:
o
febre alta (> 38,5 C), Giordano +,
Leucocitose (>15.000), PCR ≥ 1:24, Após 48 horas sem febre, passar para um antibiótico oral (vide tratamento
cilindros leucocitários ambulatorial abaixo) que deve ser mantido até completar 10 dias de
- sepse: taquipnéia/taquicardia
1 ano até - má-aceitação alimentar
antibioticoterapia
adolescência - indicação social
- doença renal prévia
- imunodeprimido
OBS.: em adolescentes após o estirão puberal, pode-se usar norfloxacino 400 mg de 12/12 horas para tratamento ambulatorial
SUSPEITA DE ITU NO PRONTO-SOCORRO
Solicitar:
- SUMÁRIO RESULTADO DO SUMÁRIO
- Urocultura
(sempre por sonda)
- HMG e PCR
ITU PRESUMIDA (um destes):
Piúria (> 5 por campo) SUMÁRIO NORMAL
Bacteriúria
Nitrito Positivo
Iniciar ceftriaxona Esterase Leucocitária Positiva
75 mg/kg IV em bolus com
urgência e manter o Carta para Reavaliação
tratamento até a em 24 a 48 horas
transferência ou a qualquer
Iniciar tratamento empírico conforme
(colher urina antes, exceto protocolo
momento se houver
se for atrasar Ao internar solicitar por SONDA: novo piora ou novos
antibioticoterapia em mais sumário, UROCULTURA e sintomas
de 1 hora) Uréia/Creatinina
• Cistite (N300)
ITU NA INFÂNCIA • Pielonefrite (N10)
• ITU em local não especificado (N390)
• Neonatal (P393)
1) É uma causa comum de febre no PS?
Infecções do trato urinário (ITU) são responsáveis por até 5 % dos casos de febre no PS.
Os fatores que aumentam a chance de uma criança com febre estar com uma ITU são: a) ser menina
(chance 20 vezes maior, exceto < 3 meses, quando meninos tem mais ITU); b) ter menos de 12 meses (a grande
maioria dos casos ocorre nesta faixa etária); c) febres altas (> 38,5oC) por mais que 48 horas, sem outro foco
infeccioso encontrado. Por outro lado, crianças circuncisadas tem menos chance de ter ITU (20 vezes menos do
que não-circuncisados).
A infecção do trato urinário deve ser corretamente tratada pois uma pielonefrite pode deixar cicatrizes
renais que posteriormente levarão a sequelas como hipertensão ou insuficiência renal.
2) Quais os principais agentes causadores das ITU's?
A principal bactéria causadora das ITU’s na infância ainda é Escherichia coli por via ascendente (80%
dos casos). Outros uropatógenos são: Klebsiela, Proteus (associado a fimose), Enterobacter, Pseudomonas
(após manipulação do trato urinário). Entre os Gram positibos destacam-se os enterococos (geralmente em
RN) e estafilococos (saprophyticus em adolescentes). Não são uropatógenos (se forem encontrados na
urocultura não considerar): lactobacillus spp, estafilococos coagulase negativos, corynebacterium spp e
estreptococcus alfa-hemolítico.
3) As infecções do trato urinário se dividem clinicamente e pela topografia em:
ITU alta (pielonefrite): quadros mais sistêmicos, com febre alta, letargia, prostração, vômitos e em casos de
pacientes maiores, a hipersensibilidade lombar (Giordano +). Sugerem ainda ITU alta hemograma com
leucocitose (>15.000), PCR elevado (> 1:24), sumário de urina com presença de cilindros leucocitários.
ITU baixa (cistite/uretrite): polaciúria, disúria, urgência, enurese recente, urina fétida, hematúria, poucos sinais
sistêmicos, dor em baixo ventre, geralmente afebril ou com febre baixa. A cistite é mais comum acima de 2 anos.
Não pensar em ITU baixa em criança abaixo de 2 anos: pensar em pielonefrite. Em menores de três meses a
clínica pode ser inespecífica, geralmente cursando com febre sem outro foco identificado, irritabilidade,
redução da ingesta, baixo ganho de peso e/ou icterícia persistente.
4) O que é importante no exame físico?
Diante da suspeita de ITU um exame físico da região genital e perineal é imprescindível, podendo
identificar a causa da disúria, como no caso de vulvovaginite inespecífica, podendo dispensar o exame de urina
ou mesmo definindo a forma de coleta (ex.: em caso de candidíase de fraldas ou balanopostite em meninos,
persistindo a suspeita de ITU, colher urina por sonda). Procurar por corrimentos. Ainda importante é a
palpação abdominal à procura de massas em flancos ou bexigoma (em lactente, bexigoma sugere Válvula de
Uretra Posterior). Por fim testar hipersensibilidade na região lombar–ângulo costovertebral, que é o sinal de
Giordano (será positivo em caso de dor à percussão leve).
5) Como ter a confirmação diagnóstica de que é uma ITU? Segundo a Academia Americana de Pediatria
(AAP), estará confirmado se preencher dois critérios, desde que colhida por SONDAGEM VESICAL ou
jato médio em crianças maiores:
a) sumário de urina sugerindo ITU: piúria, bacteriúria, nitrito + ou esterase leucocitária +
b) urocultura: > 50.000 UFC de um único uropatógeno (a SBP e a européia sugerem que acima de 1.000
UFC do mesmo uropatógeno já seja confirmatório). Se for por punção supra-púbica, qualquer
quantidade já confirma, visto que a bexiga é estéril.
Nunca colher urocultura por saco coletor! Mesmo com limpeza correta a contaminação é grande (85%
de falsos positivos). Só serve quando dá negativa, quando praticamente exclui a ITU.
Os dois quesitos acima são importantes para diferenciar os quadros de ITU de bacteriúria
assintomática ou contaminação (urocultura positiva, sem piúria ou esterase +) ou a piúria estéril (piúria com
urocultura negativa) que ocorre nos quadros de desidratação, febre alta e processos inflamatórios (como na
doença de Kawasaki e estreptococcias).
6) Como é feito o diagnóstico presumido de ITU baseado no sumário? Na prática de pronto-socorro,
não contamos com urocultura com facilidade e seu resultado sai em três dias e acabamos por tomar a
conduta inicial baseados apenas na clínica e no resultado do sumário de urina.
Para ser confiável é importante uma coleta correta do sumário de urina, que pode ser feita por punção
supra-púbica (casos de fimose importante ou sinéquia de pequenos lábios); sonda uretral (em caso de
inflamações na região perigenital); jato médio (em crianças que colaboram e tem controle esfincteriano) ou por
saco coletor em crianças menores.
Os cuidados antes da coleta são: higiene rigorosa do genital com água e sabão (não usar desinfetantes), secar
bem e no caso de saco coletor: a cada 40 minutos a 1 hora sem urinar, repetir a limpeza e trocar o saco.
Após coletada a urina, esta deve ser enviada em até 1 hora para o laboratório para evitar crescimento
de bactérias e contaminação. Se isso não for possível, guardar em geladeira (4oC) por até 6 horas.
Em relação ao resultado do sumário de urina, um aspecto turvo, pH > 7,5, proteinúria (falso positivo por
presença de leucócitos/hemácias) e hematúria podem sugerir ITU, mas na prática, os dados que tem mais valor
para o diagnóstico presumido (não é confirmação) de ITU são:
* Piúria: após centrifugar a urina, os piócitos são contados em campo de grande aumento.
Será considerado aumento quando > 5 piócitos/campo.
* Bacteriúria: urina deve ser fresca (< 1 hora)
* Esterase leucocitária (leucócitos): positivo
Tem boa sensibilidade. Se der negativo não deve ser ITU
* Nitrito: positivo
Tem boa especificidade. Se der positivo deve ser mesmo ITU. As bactérias gram negativas transformam o
nitrato da dieta em nitrito. É um marcador de bacteriúria. Pode dar negativo em recém-nascidos e quando a ITU é por
gram positivo.
7) O que fazer diante do diagnóstico presumido de ITU?
Diante de uma suspeita de ITU, a criança geralmente vai se encaixar em um dos quadros clínicos do
fluxograma SUSPEITA DE ITU NO PRONTO-SOCORRO e ser manejada conforme orientado.
Conforme o fluxograma, após solicitados os exames, se a criança apresentar um sumário compatível
com ITU presumida (Piúria > 5 piócios/campo, Bacteriúria, Nitrito Positivo, Esterase Leucocitária Positiva), o
antibiótico e o local de tratamento (se hospitalar ou ambulatorial) vai ser escolhido a depender:
a) da idade da criança (< 3 meses, 3 meses a 1 ano, > 1 ano)
b) do quadro clínico/laboratorial: sugere ITU baixa ou sugere ITU alta
(vide protocolo ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA NO PRONTO-SOCORRO PARA INFECÇÕES DO TRATO
URINÁRIO DE COMUNIDADE).
Outros casos que merecem investigação são: infecção recorrente (≥ 2 por ano), jato urinário fraco,
massa abdominal (ou rins palpáveis), urocultura com organismo não típico (não E. coli) ou anormalidade
prévia no ultrassom do pré-natal.
Anteriormente, a investigação era mais agressiva, indicando-se também uretrocistografia miccional à
procura de Refluxo Vesico Ureteral, mas hoje, com formas de triagem menos invasivas (DMSA) sua indicação
ficará a cargo do médico que vai seguir a criança (nefrologista ou na UBS). A uretrocistografia miccional só deve
ser solicitada posteriormente SE:
• USG alterado na triagem inicial (hidronefrose, sinais de Refluxo alto grau, uropatia obstrutiva ou
casos de ITU mais complicados)
• Segundo episódio de ITU confirmado
• DMSA alterado: cicatriz renal, sempre vem alterado em RVU importante
11) Quando dar alta aos pacientes usando antibioticoprofilaxia: cefalexina 15 mg/kg/dose em dose
única diária oral até a consulta com nefropediatra, para prevenir novos episódios de infecção urinária.
Obs.: as indicações estão cada vez mais restritas atualmente, pois em boa parte dos casos se mostrou
ineficaz. Sugerimos o seu uso em caso de :
- pielonefrite em crianças abaixo de 3 meses
- a partir do segundo episódio confirmado de ITU
- ultrassom alterado: hidronefrose, estenose de JUP ou sinais de refluxo ao USG
Em caso de celulite associada, cobrir Gram Positivo: pomadas tópicas (ácido fusídico: VerutexR ou
mupirocina: BactrobamR) e se necessário cefalexina oral 50 mg/kg/dia de 6/6 horas.
INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES
(IVAS)
A sigla IVAS é um termo generalista que inclui todas as infecções das vias aéreas superiores. O seu uso
indiscriminado como hipótese diagnóstica (HD: IVAS) é muito simplista e deve ser evitado. Sempre procurar a síndrome
clínica que mais se aproxima do quadro apresentado pela criança.
Sendo assim, sempre que atender um quadro de IVAS, tentar englobar em algum dos seguintes diagnósticos:
Resfriado Comum (ou Rinofaringite Viral), Gripe, Doenças da Orofaringe, Amigdalite Bacteriana, Laringite.
Os episódios são auto-limitados e as complicações mais comuns (10% dos casos) do resfriado são:
Otite, Sinusite e por último e menos comum a Pneumonia (só 3% das complicações).
A história começa com sinais inespecíficos no primeiro dia (febre e/ou vômitos), que evolui com coriza nasal
clara, tosse e espirros.
A faringe posterior geralmente está avermelhada (porta de entrada dos vírus) e pode gerar “dor de garganta”.
Lactentes apresentarão obstrução nasal importante, com dificuldade para mamar e vômito pós mamada ou
tosse.
Podem apresentar broncoespasmo secundário ao quadro viral (Broncoespasmo Vírus Induzido).
A febre dura em média três dias e geralmente não ultrapassa 38,5 graus (mas pode ultrapassar).
A tosse pode persistir por até 10 ou 15 dias, mesmo após a melhora da febre e dos sintomas nasais, geralmente
é seca.
O que fazer?
O tratamento é basicamente aliviar os sintomas, visto que não há nenhum tratamento comprovado para matar os
vírus ou reduzir o número de dias da doença.
Sempre estimular a ingesta de líquidos, pois fluidifica as secreções.
A famosa “canja” ou sopinha de galinha, tem efeito antiinflamatório e pode ser recomendada.
- Soro fisiológico puro em spray nasal: aplicar um ou dois jatos em cada narina nas situações descritas acima
Apresentações a 0,9% (Salsep®, Rinosoro SIC®, Sorine SSC®) ou a 3% (Rinosoro SIC 3%®)
Existe apresentação em jato contínuo (Rinosoro JetR) e frascos para administração nasal
mesmo se o frasco estiver invertido (de cabeça para baixo), como Salsep 360R
- Aspiração com Aspirador Nasal: pode ser feita, principalmente em bebês, logo após lavar com soro.
Mesmo sem obstrução nasal, a lavagem nasal 4 a 6 vezes ao dia com soro é importante para prevenir
as complicações bacterianas do resfriado (otite e sinusite).
- Descongestionantes Nasais: não foi comprovado melhora da gravidade do quadro nem redução do número de
dias da doença. Apresentam risco de efeitos colaterais graves (taquiarritmias, pois o sistema de condução do coração está
em formação e só fica maduro após um ano; intoxicações pelo vasoconstrictor, com clínica de hipotermia e bradicardia,
sendo que alguns destes precisam de cuidados em UTI).
Portanto pesar risco/benefício e se for usar, orientar com cautela as mães a usar o menor tempo possível e não
ultrapassar as doses recomendadas: ex.: Decongex Plus® de uso oral (anti-histamínico + fenilefrina), Afrin gotas
pediátrico® de uso tópico nasal (oximetazolina). Evitar ao máximo antes dos 2 anos.
d) TOSSE: a tosse é uma resposta natural à inflamação e ao excesso de secreção em vias aéreas (portanto,
criança com resfriado vai tossir, independentemente do que façamos! O objetivo não é cortar a tosse, mas sim
amenizá-la, principalmente quando é seca e irritativa e for associada a broncoespasmo).
25% das intoxicações em crianças são por remédios para resfriado!
As mães ficam angustiadas para receber o famoso “xaropinho” para tosse e este é hábito cultural e
arraigado no brasileiro. Devemos orientar que o tratamento da causa base, como broncoespasmo por exemplo (com beta-
agonista inalatório em aerosol, por exemplo) é o que vai amenizar a tosse. Gastar mais tempo explicando que tosse é nossa
defesa e que sem ela teríamos mais pneumonia, pois não haveria limpeza dos pulmões.
O uso de soluções adocicadas (mel: 1 a 2 colheres de sopa antes de dormir, xaropes caseiros) e soluções mais
quentes acalmam a tosse e seu uso deve ser encorajado.
RECEITA DE XAROPE CASEIRO: 1 xícara com pedaços de abacaxi + 1 xícara de mel + caldo de limão:
aquecer numa panela em fogo brando por 10 minutos até formar uma calda espessa, depois amassar os
pedaços com um garfo e coar os pedaços. Oferecer 3 vezes ao dia uma colher (guardar por até 7 dias).
Os ANTI-HISTAMÍNICOS não melhoram a tosse nem os sintomas nasais, exceto em crianças já com diagnóstico de
rinite alérgica.
Os ANTITUSSÍGENOS não têm demonstrado muito mais efeitos do que o placebo nos diversos estudos. Os
antitussígenos se dividem de ação central (derivados de opióides, não mais vendidos no Brasil: antigo SetuxR) ou periférica
como a dropropizina (Notuss TSS®, Antux®, Seki®, Vibral®, Eritós®, Gotas Binelli®).
Se for usar um antitussígeno para tosses secas e irritativas, a primeira escolha cai sobre os antitussígenos de ação
periférica (dropropizina) citados acima, visto que o dextrometorfano puro, que é um opióide sintético não narcótico,
considerado primeira escolha, não é mais encontrado para venda no Brasil (antigo Benalet TSC®, SilenciumR).
Seu uso é indicado somente para crianças acima de 3 - 4 anos de idade.
Estão contra-indicados associações de antitussígenos e expectorantes (efeitos antagônicos): Setux
expectorante®, Xarope Vick 44E®
MUCOLÍTICOS: são medicações que “quebram” e “derretem” o muco. Lembre-se que o muco espesso é
importante pois os cílios da traquéia precisam eliminar o muco contra a ação da gravidade. Portanto não há indicação do
seu uso em caso de IVAS. Não há comprovação de melhorias comparado ao placebo. No mercado temos os mucolíticos:
Acetilcistéina (Fluimucil®, Aires®) ou Ambroxol (Mucosolvan®, Fluibron®, Bisolvon®, Mucolitic®).
Sua indicação atualmente fica restrita para pacientes com bronquite crônica (secreção de muco doente), como
fibrocísticos e seu uso só seria seguro em crianças acima de 3-4 anos de idade. Não tem sentido seu uso em quadros de
tosse seca, nem para quadros secundários a doenças agudas ou resfriados.
Geralmente, uma hidratação aumentada (4 – 6 copos de água/suco por dia) tem o mesmo efeito dos mucolíticos. N
EXPECTORANTES: são medicamentos que estimulam a tosse, ou seja, que nos fazem tossir (efeito contrário ao
do antitussígeno!). São irritantes da mucosa brônquica. Só seriam indicados para crianças com dificuldade para tossir.
Portanto, NÃO tem sentido o uso de expectorantes nas IVAS.
Os expectorantes a base de iodeto são proibidos em crianças (MM expectorante®, Iodeto de Potássio Xarope®).
O único liberado pelo FDA americano é a guaifenesina (Glyteol®, Transpulmin®, Vick-mel®, Expectovic®).
e) Vômito: nos casos de resfriados, geralmente o vômito acontece pós tosse ou por obstrução nasal. O manejo da
obstrução nasal e o fracionamento da dieta com aumento da frequência, geralmente resolve o problema, sem
a necessidade de antieméticos.
Zinco: parece reduzir cerca de um ou dois dias da doença se começado no primeiro dia dos sintomas em adultos, mas as
doses e sua recomendação de rotina em crianças não tem respaldo científico no momento (revisão Cochrane, 2012)
Vitamina C: sem bons estudos em crianças, sem valor na fase aguda (revisão Cochrane, 2004)
FITOTERÁPICOS:
- Equinacea (Enax®, Equinacea forte®): efeitos se usados em altas doses (2/2 h) nas primeiras 24 horas em
adultos, sem estudos comprovando eficácia em crianças (revisão Cochrane 2009)
- Hedera helix (Abrilar®, Phitoss®, Torante®, LiberafluxR, RespiratusR): sem estudos bem conduzidos e meta-
análises de qualidade (revisão 2011)
- Mikania glomerata ou Guaco (Melagrião®, Biotoss®, Xarope de Guaco®): sem estudos ou meta-análises
Quadro semelhante ao do Resfriado Comum, mas com mais sinais sistêmicos: dor no corpo, prostração e febre
pode ser mais elevada. Causada por vírus, principalmente influenza A e B.
3) COMPLICAÇÕES DOS RESFRIADOS E GRIPES: corresponde a 10% dos casos e amigdalite bacteriana não é
complicação de resfriado. As duas complicações mais comuns são:
PILARES DIAGNÓSTICOS:
a) Abaulamento da membrana do tímpano moderado ou importante
b) Abaulamento da membrane leve, desde que tenha intensa hiperemia ou
dor aguda (<48 horas) em lactentes
c) Derrame (efusão de secreção) pelo canal, sem sinais de otite externa
SUSPEITAR em : 1) toda criança > 4 MESES com resfriado, com ou sem febre
2) obstrução nasal e coriza persistentes (clara ou amarelada)
3) tosse (pode ser cheia ou seca, pode ser diurna ou noturna)
4) gerais: irritabilidade, choro fácil, despertar noturno, redução do apetite, vômitos com
catarro, muco nas fezes, dor de cabeça nos mais velhos
Manter a higienização das narinas com soro fisiológico (VIDE RESFRIADO COMUM) e tratamento do broncoespasmo se
presente (VIDE MANEJO DO BRONCOESPAMO NO PRONTO SOCORRO).
LARINGITE NO PRONTO-SOCORRO
MEDIDAS GERAIS:
- Manter sempre no colo do cuidador (conforto), deixando na posição que ficar mais calma
- Não precisa radiografia, nem exames de sangue (99% é viral)
- Evitar monitorização e oximetria. Evitar forçar a criança a deitar na maca.
- Não adianta fazer nebulização com berotec, atrovent ou umidificação (seja seca ou aquecida)
- Pela história descartar possibilidade de anafilaxia e corpo estranho!
ASSISTOLIA
onda T com baixa ou alta amplitude, intervalo PR e e a atividade elétrica é caótica; portanto, o coração
QT prolongados e dissociação atrioventricular ou tremula e não bombeia sangue (Figura 3). A FV
bloqueio cardíaco total. O ECG pode fornecer da- pode ser causada por doenças cardíacas, intoxica-
dos importantes para determinar a etiologia da pa- ções, choques elétricos, acidentes por submersão e
rada cardíaca. Geralmente, quando o QRS NÃO CHOCAR
é inici- !!! e geralmente se associa com colapso sú-
traumas,
NÃO FAZER
almente normal, a AESP pode ter sido causada por ATROPINA !
bito. Os pacientes que apresentam FV ou TV sem
problemas de curta duração, como hipovolemia ou pulso como ritmo de colapso inicial têm taxa de so-
hemorragia, embolia pulmonar maciça, pneumotó- brevivência maior do que aqueles com assistolia e
rax hipertensivo ou tamponamento cardíaco. Por AESP, principalmente se o diagnóstico INTUBADO:
for precoce
outro lado, a AESP com ritmo lento e com comple- e o tratamento iniciado o mais rápido possível. Se
COM xosAMBU:
QRS largos é observada em processos de mai- COMPRESSÕES
houver demora no reconhecimento da FV ela podeSEM
or duração, como hipóxia tecidual e acidose. A AESP PARAR
evoluir para fibrilação de baixa voltagem, que apre-
pode ser causada por condições reversíveis e, por- (100 comp/min)
senta um pior prognóstico com menor resposta ao
tanto, durante a reanimação cardíaca deve-se sem- tratamento (Figura 4).8
pre procurar e tratar suas causas. 8
• Taquicardia ventricular (TV) sem VENTILAÇÃO:
pulso: Carac-
(15 comp : 2 ventil)
• Fibrilação ventricular: O coração não apresenta teriza-se por complexos QRS 1 a cada 7esegundos
organizados largos.
ritmo organizado, não tem contrações coordenadas Ao ECG, apresenta-se com (sem parar
frequência massagem)
ventricular
ADRENALINA REPETIR
0,1 mL/kg de peso da diluição ADRENALINA
A CADA
( no tubo: 1 mL/kg de peso da diluição) 3 MINUTOS
Figura 3: Fibrilação ventricular de alta voltagem.
2 MINUTOS DE
MASSAGEM
(6 CICLOS DE 15:2)
CHECAR O RITMO
Figura 4: Fibrilação ventricular com atividade elétrica reduzida ou de baixa voltagem.
COM AMBU:
Figura 5: Taquicardia ventricular monomórfica. INTUBADO:
COMPRESSÕES SEM
PARAR
(100 comp/min)
(15 comp
Figura 4:: Fibrilação
2 ventil) ventricular com atividade elétrica reduzida ou de baixa voltagem.
VENTILAÇÃO:
1 a cada 7 segundos
225
(sem parar massagem)
Figura 6: Taquicardia ventricular polimórfica. DESFIBRILAR
2 JOULES por Kg
226
MASSAGEAR
LOGO APÓS
POR 2 MINUTOS
RITMO AINDA
CHOCÁVEL
DESFIBRILAR
4 JOULES por Kg
DESFIBRILAR
4 a 8 JOULES por Kg
AMIODARONA : 5 mg/kg
ou LIDOCAÍNA: 1 mg/kg
RITMO MUDOU:
MUDAR O PROTOCOLO
MANOBRAS VAGAIS EM CRIANÇAS
- fazer sob monitorização do ritmo -
1) BOLSA DE GELO:
a. pedir gelo na copa (1 ou 2 forminhas)
e colocar numa sacola plástica
ou luva cirúrgica
b. cobrir a face da criança,
deixando livres a boca e nariz
e segurar por 10-20 segundos
2) MANOBRAS DE VALSALVA:
a. ESTIMULAR VÔMITOS:
espátula na orofaringe
ou dedos na garganta
2) PARACETAMOL 200 MG/ML 1,5 gota (1 gota e meia) por kg de peso da criança por boca (máx 40 gts)
GOTAS Ex.: criança de 12 kg, dar 18 gotas por boca
50 MG/ML 1 gota por quilo de peso da criança por boca (máximo 40 gotas)
3) IBUPROFENO
GOTAS (ALIVIUM®) OBS.: se a febre for > 38,5 graus, dobrar a dose, ou seja, dar 2 gotas por
quilo de peso da criança
MEDICAÇÕES PARA VÔMITOS (ANTIEMÉTICOS)
* não dar para menores de 12 meses *
MEDICAÇÕES APRESENTAÇÃO DOSE:
1) BROMOPRIDA 4 MG/ML 1 gota por quilo de peso da criança por boca (máximo 30 gotas)
GOTAS (DIGESAN®) Ex.: criança de 12 kg, dar 12 gotas por boca
2) METROCLOPRAMIDA 4 MG/ML MEIA gota por quilo de peso da criança por boca (máximo 30 gotas)
GOTAS (PLASIL®) Ex.: criança de 12 kg, dar 6 gotas por boca
ESTAS MEDICAÇÕES DEVEM SER OFERECIDAS AO PACIENTE CONFORME ORIENTADO NA TRIAGEM APÓS
PRESCRIÇÃO MÉDICA.
CASO O MÉDICO ESTEJA IMPOSSIBILITADO DE PRESCREVER NO MOMENTO, DEIXÁ-LO CIENTE QUE SERÁ
OFERECIDA AO PACIENTE A MEDICAÇÃO E ANOTAR A DOSE ADMINISTRADA PARA QUE O MÉDICO POSSA
PRESCREVER A MESMA, ASSINAR E CARIMBAR NA FICHA DO PACIENTE
MEDICAMENTOS MAIS USADOS NO PS INFANTIL
MEDICAMENTOS NOMES COMERCIAIS DOSE FORMA DE ADMINSTRAÇÃO
(GENÉRICOS) E APRESENTAÇÃO
LIQUOR
COLHIDO
NÃO
PUNCIONOU
POR
ESTAR
INSTÁVEL
OU
PORQUE
NÃO
PUNCIONOU
COMBINOU
COM
ALGUÉM
DO
HUSE
POR
NÃO
SABER
OU
HAVER
PARA
PUNCIONAR
LÁ
CONTRAINDICAÇÃO
LIQUOR
Enquanto
aguarda
o
resultado
do
líquor
ou
transferência
ao
HUSE
SUGERE
(fazer
para
TODOS
no
PS):
MENINGITE
1)
DEXAMETASONA
0,15
mg/kg/dose
30
minutos
antes
d o
antibiótico
BACTERIANA
2)
colher
as
duas
HEMOCULTURAS
3)
fazer
o
antibiótico
conforme
faixa
etária
(vide
protocolo
escrito)
Acima
de
1
mês:
Ceftriaxona
50
mg/kg/dose
-‐
Avisar
a
CCIH
para
profilaxia
de
contactante
LIQUOR
SUGERE
MENINGITE
V IRAL
-‐
Manter
a
dexametasona
de
LIQUOR
DUVIDOSO:
usar
o
ESCORE
6/6
hs
por
2
dias
a)
COM
sinais
de
ENCEFALITE:
Glasgow
rebaixado,
PARA
MENINGITE
BACTERIANA
(se
tiver
-‐O
isolamento
status,
alteração
de
personalidade,
agitação,
1
item
positivo,
tratar
como
bacteriano).
será
de
24
horas
parestesias
ou
paresias.iniciar
aciclovir
e
solicitar
(só
serve
para
>
1
mês,
sem
uso
de
após
primeira
vaga
no
HUSE
para
CT.
antibióticos
prévios).
dose
do
b)
SEM
sinais
de
encefalite:
pode
internar
no
HSI
Se
persistir
a
dúvida
trate
como
antibiótico
bacteriano
até
resultado
das
culturas
MENINGITES
NO
PRONTO-‐SOCORRO
1)
DEFININDO
ALGUNS
TERMOS
CONFUSOS:
a) Meningite:
processo
inflamatório
agudo
que
acomete
os
tecidos
que
envolvem
o
encéfalo
e
a
medula
espinhal.
É
no
espaço
subaracnóide
que
circula
o
líquor.
BACTERIANA
(CID
10
=
G
00.9
)
/
VIRAL
(CID
10
=
A
87.9)
Meningite
não
especificada
(CID
10
=
G
03.9)
b) Encefalite
(CID
10
=
A
86):
processo
inflamatório
que
acomete
o
parênquima
cerebral,
gerando
necessariamente
sintomas
de
SNC
(rebaixamento
de
conciência,
etc)
c) Meningococcemia
(CID
10
=
A
39.2):
febre
alta,
calafrios,
prostração
com
manifestações
na
pele
(petéquias
e
equimoses)
2)
QUAIS
OS
PRINCIPAIS
AGENTES
CAUSADORES
DA
MENINGITE?
Em
crianças
prevalecem
as
infecções
bacterianas
e
virais.
Dentre
os
vírus,
o
grupo
dos
enterovirus
(coxsackie,
echovirus,
polio
e
enterovirus)
e
dos
herpes
vírus
são
os
mais
prevalentes.
Micobactérias
e
fungos
(criptococos)
são
bem
incomuns
na
faixa
etária
pediátrica,
prevalecendo
em
imunodeprimidos.
IDADE
MAIS
COMUNS
<
2
meses
- E.
coli
-‐
Listeria,
Klebsiela
- S.
agalactiae
-‐
Pneumococo
2
meses
a
3
anos
- Haemophilus
influenzae
tipo
b
- Neisseria
meningitidis
-‐
Pneumococo
3
a
10
anos
- Neisseria
meningitidis
- Pneumococo
>
10
anos
- Pneumoncoco
- Neisseria
-‐
Listeria
3)
QUANDO
PENSAR
EM
MENINGITE?
a) Sintomas
da
síndrome
infecciosa:
tríade
clássica
de
febre,
vômitos
e
cefaléia.
Geralmente
vem
acompanhada
de
sinais
inespecíficos
como
náuseas,
mialgia
e
crises
convulsivas.
Lactentes
podem
apresentar
letargia
ou
irritabilidade
com
redução
da
ingesta
alimentar.
O
exantema
petequial
é
característico
da
meningococcemia
e
deve
levantar
a
suspeita
de
meningite
associada.
Lembre-‐se
que
petéquias
são
manchas
arroxeadas
na
pele
que
não
desaparecem
a
digitopressão!
b) Sintomas
de
hipertensão
intracraniana:
cefaléia
nos
maiores
e
abaulamento
de
fontanela
nos
lactentes
c) Sinais
de
irritação
meníngea:
rigidez
nucal,
Kernig
e
Brudzinski
BRUDZINKI:
em
decúbito
dorsal,
fletir
a
cabeça
da
criança
contra
o
tronco
(será
positivo
se
a
criança
fletir
a
perna
como
resposta)
KERNIG:
em
decúbito
dorsal
e
com
flexão
da
coxa
sobre
o
quadril
em
90
graus,
extender
a
perna
apoiando
o
joelho
(será
positivo
se
a
criança
queixar-‐se
de
dor
na
região
cervical
ou
fletir
o
pescoço).
4)
QUANDO
PENSAR
EM
ENCEFALITE?
Encefalite
é
quando
a
infecção
não
fica
só
nas
meninges
e
atinge
o
PARÊNQUIMA
cerebral.
Geralmente
se
manifesta
com
sintomas
de
acometimento
encefálico:
a)
rebaixamento
do
nível
de
consciência;
b)
status
ou
crise
convulsiva
complexa;
c)
alteração
de
personalidade;
d)
alterações
sensoriais
(parestesias,
etc)
ou
motoras
(hemiparesias).
5)
O
QUE
FAZER
QUANDO
SUSPEITAR
DE
MENINGITE:
Seguir
o
fluxograma
de
meningite,
fazendo
:
a)
Notificação:
é
feita
sempre
que
se
SUSPEITAR
de
meningite
(sinais
e
sintomas
descritos
no
item
3
deste
protocolo).
Em
casos
de
pacientes
com
exantema
petequial
difuso
(meningococcemia)
a
notificação
deve
ser
feita
de
imediato
pelo
telefone
3216-‐2649.
b)
Solicitar
exames:
hemograma
(ver
contagem
de
plaquetas
para
definir
se
pode
puncionar),
PCR
(>
1:48
sugere
infecção
bacteriana),
glicemia
(vai
ser
necessário
para
comparar
com
líquor)
e
nunca
esquecer
de
pedir
duas
HEMOCULTURAS
(a
positividade
é
alta
nas
meningites).
Casos
de
pacientes
mais
graves
ou
com
sangramento
pode-‐se
solicitar
também
eletrólitos
e
TP/TTPa.
c)
Punção
liquórica:
fazer
no
PS
após
a
suspeita
e
resultado
das
plaquetas.
Se
não
houver
habilidade
para
coleta
pode-‐se
solicitar
que
outro
puncione
em
comum
acordo
ou
no
próximo
plantão
(colher
até
48
horas,
mesmo
se
já
começado
antibiótico).
6)
QUANDO
PUNCIONAR?
SEMPRE
que
levantar
a
suspeita,
mesmo
que
a
sua
hipótese
diagnóstica
tenha
meningite
com
muitas
interrogações
(HD:
meningite
???????)
,
a
punção
deve
ser
feita
pois
nenhum
outro
exame
consegue
definir
se
é
ou
não
meningite
e
trata-‐se
de
um
tratamento
que
deve
ser
feito
o
mais
rapidamente
possível.
Lembre-‐se
das
contra-‐indicações
para
punção
liquórica
de
imediato:
a)
sinais
de
localização
em
SNC
(crise
focal,
anisocoria);
b)
plaquetopenia
<
50.000;
c)
insuficiência
respiratória
(FR
muito
elevada,
apnéia,
cianose);
d)
sangramento
ativo;
e)
uso
de
anticoagulantes
em
casa
(INR
>
1,5);
f)
lesão
de
pele
no
local
da
punção;
g)
sinais
de
choque
(perfusão
ruim,
extremidades
frias,
pulsos
finos)
;
h)
Escala
de
Glasgow
<
8.
Nestes
casos
de
sinais
de
localiazação
em
SNC,
ou
sinais
de
hipertensão
intracraniana
é
importante
fazer
uma
TC
de
crânio
antes
da
punção.
Tais
pacientes
devem
ser
encaminhados
ao
HUSE.
7)
COMO
PUNCIONAR?
Existe
uma
caixa
com
o
KIT
para
COLETA
de
LIQUOR
com
o
material
necessário
para
punção
e
as
orientações
quanto
à
técnica
(colada
na
tampa
da
caixa
de
punção)
e
quanto
ao
preenchimento
correto
da
solicitação.
Os
tubos
para
coleta
ficam
em
um
kit
próprio
armazenado
na
geladeira
da
UTIN.
Deve-‐se
solicitar
celularidade,
bioquímica
(glicorraquia,
proteinorraquia),
coloração
da
lâmina
pelo
Gram,
látex
e
as
culturas
(ágar
sangue
para
pneumo
e
ágar
chocolate
para
meningo).
Obs.:
PCR
para
vírus
(enterovírus
e
herpes)
pode
ser
solicitado
ao
Lacen,
desde
que
você
tenha
enviado
material
suficiente
e
que
a
análise
do
líquor
aponte
para
meningite
viral
e
não
bacteriana
O
volume
MÍNIMO
necessário
para
celularidade
e
bioquímica
é
0,5
mL
ou
10
gotas.
8)
COMO
INTERPRETAR
O
RESULTADO
DO
LÍQUOR?
Com
base
no
resultado,
classificar
o
líquor
como
normal,
viral
ou
bacteriano.
Pacientes
já
em
tratamento
com
antibióticos,
o
líquor
pode
estar
com
características
alteradas.
ACHADO
NORMAL
VIRAL
BACTERIANO
BACTERIANO
em
tratamento
(parcial)
LEUCÓCITOS <5 < 100 > 1000 > 1000
3
(cél/mm ) < 20 (neonatos)
Segmentados 0 20-40% 85-90% > 80%
< 5% (neonatos)
PROTEÍNAS < 40 < 100 > 100-200 60-100
< 150 (neonatos)
GLICOSE > 45 > 45 < 40 < 40
> 30 (neonatos)
Glicorraquia ≥ 0,6 ≥ 0,6 < 0,4 < 0,4
Glicemia
Neonatos
(<1
mês)
tem
contagens
diferenciadas
conforme
tabela.
9)
COMO
INTERPRETAR
A
LEITURA
DA
LÂMINA
PELO
GRAM?
O
resultado
pode
ser
NEGATIVO,
que
significa
que
não
foram
visualizadas
bactérias
na
lâmina.
Ou
pode
ser
POSITIVO,
visualizando
alguma
destas:
diplococos
Gram
-‐
(meningococo),
diplococos
Gram
+
(pneumococos)
ou
cocobacilo
Gram
-‐
(Haemophilus).
Ainda
cocos
Gram
+
agrupados
ou
em
"cachos"
sugere
estafilococos
e
bacilos
Gram
-‐
sugerem
bactérias
como
E.
coli,
etc.
10)
E
SE
MESMO
COM
ESTES
DADOS
AINDA
PERSISTIR
A
DÚVIDA
SE
É
VIRAL
OU
BACTERIANA?
Nestes
casos
de
pleocitose
(>10
células
no
líquor)
e
dúvida,
podemos
utilizar
o
BACTERIAL
MENINGITIS
SCORE,
que
nos
ajuda
a
identificar
entre
os
pacientes
qual
deve
ter
meningite
bacteriana
(não
usar
para
neonatos
e
pacientes
já
em
uso
de
antibióticos).
Por
este
método
devemos
tratar
como
bacteriano
todo
paciente
que
preencha
algum
(qualquer
um)
destes
critérios
abaixo
e
como
viral
se
não
preencher
nenhum
destes
critérios:
a)
Gram
positivo
para
alguma
bactéria;
b)
Leucócitos
no
liquor
>
1.000
cél/mm3;
c)
Proteinorraquia
>
80
mg/dL;
d)
Segmentados
(contagem
absoluta)
no
sangue
periférico
>
10.000
cél/mm3;
e)
Crise
convulsiva
recente
ou
atual.
11)
SE
MEU
PACIENTE
PREENCHE
CRITÉRIOS
PARA
MENINGITE
BACTERIANA,
O
QUE
FAZER?
-‐
Manter
cabeceira
elevada
30oC,
prescrever
sintomáticos
para
febre,
cefaléia
e
vômitos
e
manejo
das
crises
convulsivas,
se
presentes.
11.1
-‐
PRESCREVER
SEMPRE
CORTICÓIDE,
pois
evita
reação
inflamatória
grave
com
a
lise
das
bactérias
induzida
pelo
antibiótico,
reduzindo
a
perda
auditiva
(só
não
usar
em
<
1
mês
-‐
neonatos):
DEXAMETASONA
0,15
mg/kg/dose
=
Iniciar
30
min
antes
do
antibiótico
e
manter
de
6/6
horas
por
48
horas
11.2
-‐
PRESCREVER
ANTIBIÓTICO:
como
não
sabemos
qual
a
bactéria
devemos
iniciar
empiricamente
baseado
na
história
e
faixa
etária:
IDADE
ESCOLHA
TEMPO
a)
sepse
suspeita:
AMPICILINA
-‐
200
mg/kg/dia
6/6
hs
NEONATOS
+
GENTAMICINA
-‐
5
mg/kg/dia
12/12
hs
14
dias
<
1
mês
b)
meningite
conformada
no
líquor:
CEFOTAXIMA
200
mg/kg/dia
6/6
horas
+
AMPICILINA
-‐
200
mg/kg/dia
6/6
hs
>
1
mês
CEFTRIAXONA
100
mg/kg/dia
12/12
horas
(máx
4
g/dia)
10
dias
Obs.:
adicionar
ampicilina
se
for
imunodeprimido
(ex:
HIV)
Portadores
de
Vancomicina
+
Cefepime
14
dias
DVP
(tratar
no
HUSE
para
avaliação
da
neurocirurgia)
12)
PRECISA
ISOLAR
QUANTO
TEMPO?
Depende
do
tipo
de
bactéria.
No
PS,
como
não
temos
isolamento,
manter
a
criança
com
máscara
e
em
leito
separado
das
outras
(mínimo
de
1
m
de
distância)
até
subir
para
isolamento
na
enfermaria.
O
isolamento
é
para
gotículas
e
deve
ser
feito
até
definição
do
quadro
e
mantido
por
48
horas
do
início
do
antibiótico.
Se
a
bactéria
for
identificada,
sabemos
que
os
que
tratam
meningococo
e
hemófilos
podem
sair
do
isolamento
após
24
horas
do
início
da
antibioticoterapia.
13)
COM
A
BACTÉRIA
DEFINIDA,
POSSO
ALTERAR
O
TEMPO
DE
TRATAMENTO?
Sim.
Neisseria
e
Haemophilus
pode-‐
se
tratar
com
7
dias
de
antibióticos,
estreptococos
por
14
dias
e
bacilos
gram
negativos
e
Listeria
por
21
dias.
14)
PRECISO
REPUNCIONAR
A
CRIANÇA
DURANTE
O
TRATAMENTO?
Se
a
criança
está
com
boa
resposta
clínica
não
é
necessário.
Indica-‐se
controle
após
48-‐72
horas
apenas
em
neonatos
(<
1
mês)
e
crianças
com
má
resposta
clínica.
Nestes
casos
de
má-‐resposta
clínica
encaminhar
ao
HUSE
para
TC
de
crânio
antes
da
punção
para
descartar
por
exemplo
um
abscesso.
15)
E
OS
CONTACTANTES?
Após
a
notificação,
a
busca
dos
contatos
e
o
fornecimento
das
medicações
é
de
obrigação
da
vigilância
epidemiológica,
exceto
nos
contatos
íntimos
internados
no
hospital,
onde
o
médico
que
acompanha
o
paciente
juntamente
com
a
CCIH
do
hospital
ficam
responsáveis
em
fornecer
a
profilaxia:
BACTÉRIA
PARA
QUEM?
COMO?
• todos
os
contatos
íntimos
até
10
dias
do
RIFAMPICINA
(iniciar
em
até
48
hs
da
início
dos
sintomas:
exposição
e
manter
por
2
dias):
MENINGOCOCO
- domiciliares
<
1
ano:
10
mg/kg/dose
12/12
hs
(Neisseria)
- mesma
sala
aula/creche
>
1
ano:
20
mg/kg/dose
12/12
hs
- médicos
contato
secreções
sem
proteção
Adultos:
600
mg/dose
12/12
hs
- namorados
(beijo)
HAEMOPHILUS
- Domiciliares
:
só
se
tiver
cça
<
4
anos
na
RIFAMPICINA
(iniciar
em
até
96
horas
da
casa
exposição
e
manter
por
4
dias):
- Escolas/creches:
só
se
dois
ou
mais
casos
<
1
ano:
10
mg/kg/dose
12/12
hs
e
se
tiver
cça
<
4
anos
no
local
>
1
ano:
20
mg/kg/dose
12/12
hs
Adultos:
600
mg/dose
24/24
hs
Profilaxia
alternativa:
-‐
Ceftriaxona
IM
ou
IV
(tanto
para
meningo
ou
Hib)
125
mg
dose
única
<
12
anos
250
mg
dose
única
>
12
anos
-‐
Ciprofoxacino
500
mg
-‐
1
cp
VO
dose
única
16)
Algum
cuidado
específico
com
NEONATOS?
Todo
neonato
com
febre
sem
foco
deve
ser
investigado
para
meningite
pois
a
clínica
é
inespecífica.
Lembrar
de
cobrir
sempre
tanto
Gram
+
como
Gram
-‐
e
de
não
usar
ceftriaxona
em
neonatos.
Um
liquor
controle
deve
ser
colhido
após
48-‐72
horas
do
início
da
antibioticoterapia.
Em
caso
de
meningite
por
bacilos
Gram
negativos
o
tempo
de
tratamento
ideal
é
de
21
dias
ou
pelo
menos
manter
por
14
dias
após
a
segunda
coleta
de
líquor,
se
este
for
estéril.
Todo
RN
deve
ter
durante
o
tratamento
um
USG
transfontanelar
procurando
sinais
de
ventriculite
(dilatação,
plexite,
etc)
e
se
houver
má-‐
resposta
provavelmente
precisará
de
derivação
ventricular
para
tratamento
da
ventriculite.
OBS.:
em
RN
com
febre
e
convulsões
com
idade
entre
10
a
28
dias,
com
hemograma
normal
e
liquor
com
pleocitose
e
hiperproteinorraquia
sem
critérios
para
meningite
bacteriana,
tratar
como
meningite
por
herpes.
17)
SE
MEU
PACIENTE
PREENCHE
CRITÉRIOS
PARA
MENINGITE
VIRAL,
O
QUE
FAZER?
Na
meningite
viral,
geralmente
a
evolução
é
benigna,
podendo
o
paciente
ficar
internado
por
cerca
de
48
horas
com
cabeceira
elevada
30o
e
prescrição
de
sintomáticos
para
cefaléia,
febre
e
vômitos.
Manejo
das
crises
convulsivas,
se
presentes.
Nestes
casos,
suspeitando
de
infecção
por
herpes
vírus
(sinais
de
encefalite)
ou
lesões
de
pele
vesiculares,
encaminhar
ao
HUSE
para
tomografia
e
tratamento
com
Aciclovir:
20
mg/kg/dose
8/8
hs
14-‐21
dias
e
discutir
junto
com
o
neurologista
possibilidade
de
uso
de
corticoterapia
ou
imunoglobulina
(uso
controverso).
18)
QUAIS
OS
CUIDADOS
PÓS
ALTA?
Toda
criança
com
meningite
bacteriana
deve
fazer
até
em
um
mês
da
alta
uma
triagem
auditiva.
ALGORITMO PARA TRATAMENTO DE OTITES NO PS
PILARES DIAGNÓSTICOS:
a) Abaulamento da membrana do tímpano moderado ou importante
b) Abaulamento da membrane leve, desde que tenha intensa hiperemia ou
dor aguda (<48 horas) em lactentes
c) Derrame (efusão de secreção) pelo canal, sem sinais de otite externa
OTITE EXTERNA: otorréia sem otite média (canal edemaciado, doloroso e com secreção)
Usar qualquer antibiótico TÓPICO por 7 dias. Após pingar ficar com ouvido para cima por 5-10
minutos para melhor penetração. Usar 4 vezes ao dia (Otosynalar, Otomixyn, Panotil, Elotin,
Otocort, Oto-Betnovate, Oto-biotic) ou 2 a 3 vezes ao dia (Otociriax, Cipro HC, Ciloxan)
PASSOS PARA COLETA DE LIQUOR
B) FLEXÃO do pescoço,
costas e membros (posição fetal)
D) AGULHA IDEAL:
- para lactentes pequenos (< 4 meses) e RN: agulha comum 30x7
(22 gauge) - canhão preto
- para crianças maiores: agulha raquidiana com mandril número 27 ou 28 x 3,5
polegadas
9) Em caso de saída de sangue pela agulha em pequena quantidade junto com líquor pode-se
proceder a coleta normalmente
10) Em caso de saída apenas de sangue sem clareamento, retirar a agulha e tentar um espaço
abaixo ou acima
11) Em caso de falha em três tentativas, desistir da coleta e proceder tratamento empírico como
meningite bacteriana
12) Após a coleta o material pode ser guardado em temperatura ambiente e encaminhado o mais
rapidamente possível ao HUSE pelo motoboy
COMO USAR O CATETER PNEUMOCATH PARA
DRENAGEM DE PNEUMOTÓRAX
1) Quem poderá usar? Somente médicos da UTI pediátrica. Usar técnica asséptica
com avental e luva estéril e campo fenestrado.
- Anestesia: proceder uma anestesia local com lidocaína sem vasoconstrictor antes de
introduzir a agulha (que é grossa)
e) se o kit veio com um intermediário plástico ele pode ser usado para fixar a
torneirinha na pele (vide foto acima). Se não veio com o conector, fixar com uso
de fitas para pele normalmente.
f) após assegurar-se da saída de ar pelo dreno e de que todos os orifícios estão
dentro do tórax, fazer a fixação do dreno à pele do paciente com fios de nylon
ou algodão.
Os sinais clássicos que vão nos fazer pensar em pneumonia na criança são tosse (seca ou produtiva), com
aumento da frequência respiratória (desde que afebril no momento do exame) ou esforço respiratório.
Tendem a ocorrer como complicação de um resfriado comum ou uma gripe, geralmente com persistência da
febre por mais que 72 horas.
Podem ocorrer isoladamente em indivíduos predispostos, com baixa imunidade ou com doenças crônicas:
neuropatas, cardiopatas, pneumopatas (broncodisplasia, fibrose cística, asmáticos), desnutridos, menores de 1 ano.
2) Avaliação de desconforto respiratório: o uso de musculatura acessória se inicia com retrações subcostais e
intercostais nas fases iniciais e quanto mais alto seu aparecimento, mais importante é o quadro, de forma que
batimento de fúrcula indica casos no mínimo moderados e batimento de aletas nasais e gemência (auto-PEEP)
indicam casos mais graves.
3) Ausculta: como a pneumonia é um acometimento alveolar, as creptações finas típicas vão ocorrer no final da
inspiração (portanto o choro, que é expiratório não atrapalha o exame). Creptações grosseiras e sibilos
expiratórios falam a favor de compromentimento de bronquíolos terminais e não alveolar.
4) Procurar por sinais de gravidade: cianose, rebaixamento de consciência, saturação < 92% em ar ambiente,
vômitos incoercíveis, sinais de má-perfusão, oligúria, esforço importante (gemência, batimento de aletas, etc).
Diante da suspeita de pneumonia: aumento da FR ou desconforto respiratório, associado a tosse e/ou febre.
TOSSE +
taquipnéia ou uso de musculatura
Ausculta com
Ausculta com prevalência de
prevalência de sibilos creptações finas
e broncoespasmo teleinspiratórias ou
silenciosa
Reavaliação após:
persiste taquipnéia Pneumonia confirmada: tratar
ou desconforto empiricamente conforme protocolo
Os antibióticos devem cobrir os patógenos mais prevalentes em cada faixa etária (tabela acima).
Portanto, seguir o PROTOCOLO DE ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA PARA TRATAMENTO DE PNEUMONIA
Em caso de alergia, falta da medicação no hospital ou intolerância às medicações de primeira escolha, temos como
segundas opções:
PRIMEIRA OPÇÃO SEGUNDAS OPÇÕES
Amoxacilina Amoxacilina + Clavulanato (400 mg/5 mL = Clavulin BDR ou 600 mg/5mL - Clavulin ESR)
Cefaclor (CeclorR): 50 mg/kg/dia de 8/8 horas
Azitromicina (Astro®, AziR): 10 mg/kg/dia, 1 dia + 5 mg/kg/dia por 4 dias
Cefuroxima (Zinnat®): 75 mg/kg/dia VO de 12/12 hs
Claritromicina (Claricid®): 15 mg/kg/dia de 12/12 hs
Ampicilina/Penicilina Ceftriaxona (Rocefin®): 100 mg/kg/dia de 12/12 horas
Cefotaxima (Claforan®): 150 mg/kg/dia de 8/8 horas
Clindamicina (Dalacin®): 40 mg/kg/dia de 8/8 horas
Oxacilina Clindamicina (Dalacin®): 40 mg/kg/dia de 8/8 horas
Gentamicina Amicacina: 15 mg/kg/dia de 12/12 horas
O que fazer na enfermaria após 48-72 horas de início da medicação se o paciente persiste com febre ou não está
melhorando o estado geral? Nestes casos pensamos em complicação do quadro, sendo necessário radiografar para
descartar derrame e abscessos. É necessário também colher nova hemocultura para tentar identificar o patógeno (pode
não ser o patógeno mais comum, como o estafilococo) e por fim pensar na troca do antibiótico empírico inicial pensando
em resistência, como a do pneumococo que é resistente em 3% do casos. Desta forma a primeira troca sugerida seria:
ANTIBIÓTICO em USO TROCAR PARA
ampicilina + gentamicina ceftriaxona ou cefotaxima (monoterapia)
ampicilina pura (com ou sem sulbactan) ceftriaxona ou cefotaxima
ceftriaxona manter ceftriaxona e associar oxacilina
(se for mais infiltrado que condensação, associar azitro)
amoxacilina de ambulatório sem sucesso ceftriaxona
Na enfermaria em casos mais leves de pneumonia (menos de metade de um hemitórax) reduzir a dose da
ceftriaxona para 80 mg/kg/dia de 12/12 horas ou até uma vez ao dia apenas. Passar para amoxacilina oral assim que
aceitar bem o antibiótico!
Se eu optar por tratamento intramuscular (indicado para perda de acesso ou tratamento ambulatorial em
crianças que não aceitam a medicação oral com reavaliação após 48 horas):
- Penicilina procaína 400.000 UI – 1 frasco IM de 12/12 horas
- Ceftriaxona: 100 mg/kg/dose única diária 24/24 horas
ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA PARA TRATAMENTO DE PNEUMONIA DE COMUNIDADE
EM PEDIATRIA NO PRONTO-SOCORRO
TEMPO DE TRATAMENTO: 7 a 10 dias (azitromicina são 5 dias)
6 meses a 5 anos Internar com uso IV se: Ceftriaxona 100 mg/kg/dia de 12/12 horas (mesmo se tiver derrame pleural)
desconforto mais importante,
sat < 94% , derrame pleural, SE ACEITAR ORAL SEM DIFICULDADES, sem derrame, prescrever a AMOXACILINA, mesmo internado
má-aceitação alimentar Segunda opção: cefotaxima 150 mg/kg/dia 8/8 horas ou ampicilina com sulbactan
Obs.: a penicilina saiu do protocolo por falta de oferta no mercado
ANIMAL OBSERVÁVEL SEM ANIMAL ANIMAL, OBSERVÁVEL SEM SUSPEITA DE RAIVA EM ANIMAIS:
SUSPEITA DE RAIVA: DESAPARECIDO, SUSPEITA DE RAIVA: - mordeu sem ser provocado (sem causa)
ANIMAL - salivação excessiva (espumosa)
esquema 1 MORTO ou com esquema 2 ANIMAL - alteração do comportamento (apatia ou
DESAPARE-
raiva já OBSERVÁVEL agressividade anormal)
CIDO,
confirmada: fazer OBS.: para cães e gatos que vivem
COM SUSPEITA - febre
ANIMAL, OBSERVÁVEL COM EXCLUSIVAMENTE dentro de casa, MORTO ou - convulsões
só as 4 doses da DE RAIVA:
SUSPEITA DE RAIVA: esquema 2 sem contato com outros desconhecidos com raiva já - hidrofobia (horror à água)
vacina (0,3,7 e que só saem de casa com os donos e esquema 4 - distúrbio de deglutição
confirmada:
14) e que não circulem em áreas com - marcha alterada, sem coordenação
esquema 3
NÃO fazer o soro morcegos, pode-se seguir o esquema 1 - alguma paralisia de membro
Tentar o teste da hiperóxia: colher gasometria arterial sem oxigênio e depois nova gasometria
após 10 minutos com oxigênio 100% (mascara de Hudson ou capacete): se paO2 < 100 sugere a
causa como cardiopatia e se paO2 > 150 sugere que a causa seja pulmonar
APÓS A AVALIAÇÃO INICIAL DEFINIR O GRUPO QUE O RN MELHOR SE ENCAIXA:
Choque súbito (mesmo se
sepse suspeita): má- ICC grave: FR SÓ CIANOSE sem ICC grave
> 60 bpm, FC ou CHOQUE
perfusão, redução do
sensório, oligúria ou > 170 bpm e
hipotensão, lactato > 2 fígado > 3 cm
mEq/L ou bicarbonato < 20 RCD
mEq/L ou pH < 7,2 Furosemida Saturação < 70% Saturação > 70%
1 mg/kg/dose
6/6 hs
Volume: 10 mL/kg de
SF 0,9% em 1 hora Não precisa intubar: manter
capacete e tratar a ICC leve a
INTUBAR moderada se presente
A) HIPERTENSÃO:
UTILIZANDO SOMENTE A PRESSÃO SISTÓLICA!
ACIMA DESTES Sistólica Diastólica
VALORES É (mmHg) (mmHg)
HIPERTENSÃO!
RN < 60 mmHg
SUSPEITAR em : 1) toda criança > 4 MESES com resfriado, com ou sem febre
2) obstrução nasal e coriza persistentes (clara ou amarelada)
3) tosse (pode ser cheia ou seca, pode ser diurna ou noturna)
4) gerais: irritabilidade, choro fácil, despertar noturno, redução do apetite, vômitos com
catarro, muco nas fezes, dor de cabeça nos mais velhos
NÃO SIM
PODE-SE USAR ASSOCIADO: limpeza das narinas com SF (0,9% ou 3%) e também corticóide
nasal em crianças com rinite alérgica
NUNCA PRESCREVER: corticóide sistêmico, descongestinante nasal, antihistamínico ou
mucolíticos e expectorantes ("xaropes para tosse")
TIPOS MAIS COMUNS DE PATOLOGIAS CARDÍACAS
ENCONTRADAS EM PEDIATRIA SEGUNDO O LOCAL DE
MAIOR INTENSIDADE DO SOPRO
LEGENDA: AD (átrio direito), AE (átrio esquerdo, CIA (comunicação interatrial), CIV (comunicação interventricular), CoAo
(coarctação da aorta), BEE (bordo esternal esquerdo), D (sopro diastólico), EAo (estenose aórtica), EID (espaço intercostal
direito), EIE (espaço intercostal esquerdo), EM (estenose mitral), EP (estenose pulmonar), ET (estenose tricúspide), IAo
(insuficiência aórtica), IM (insuficiência mitral), IP (insuficiência pulmonar), IT (insfuciência tricúspide), PCA (persistência do
canal arterial), S (sopro sistólico), STILL (sopro inocente de STILL), VD (ventrículo direito), VE (ventrículo esquerdo)
SOPRO no PRONTO-SOCORRO PEDIÁTRICO (ACHADO ACIDENTAL)
* sopro é o ruído audível por turbilhonamento do sangue, não necessariamente é cardiopatia
* o sopro inocente de Still é auscultado em até 70% das crianças entre 3 - 8 anos
Ex.: para o volume de 1.300 mL, acrescentar 2 mEq de K para cada 100
Ex.: para a criança de 26 kg, só usarei 80% do calculado. Logo, 80% mL de solução equivale a acrescentar 26 mEq (2 x 13) de potássio no
de 1.620 mL, que equivale a (1.620 x 0,8) = 1.296 mL soro, que corresponde a 10,4 mL (26/2,5) de KCl 19,1% (2,5 mEq/mL)
(aproximadamente 1.300 mL) em 24 horas
4) Acrescentar sódio: não fazer o cálculo para reposição de 6) Acrescentar gluconato de cálcio (permite o crescimento e
necessidades, mas sim para manter a TONICIDADE e evitar evita hipocalcemia em lactentes menores): 20 a 40 mg/kg/dia
o edema cerebral e celular (pulmão, etc). ou 2 a 4 mL/kg/dia de gluconato de cálcio a 10%
Não há risco para hipernatremia grave. (máximo 50 mL ao dia)
NÃO prescrever pouco sódio como no modelo de OBS.: a) a calcemia plasmática normal é entre 8,5 a 10 mg/dL
Holliday-Segar
Ex.: para criança de 26 kg, acrescentando 2 mL/kg = 52 mL ao dia
OBS.: a) 1 mL de NaCl 20% = 3,4 mEq (máximo sugerido é 50 mL) de gluconato de Ca 10%
b) SF 0,9% contém 150 mEq de sódio em cada 1 litro de solução, ou
seja: 1 mL SF 0,9% = 0,15 mEq Na
c) a natremia (concentração de sódio no plasma) é 135 – 145 mEq/L 7) Acrescentar magnésio: 0,25 a 0,5 mEq/kg/dia de magnésio
e hipernatremia grave é o valor acima de 170 mEq/L (MgSO4 10% contém 0,8 mEq/mL), ou seja, cerca de 0,3 a
0,6 mL/kg (prescrever no máximo 20 mL ao dia)
4.1) Crianças SEM insuficiência cardíaca, hepática ou renal:
(para todos os pós-operatórios) OBS.: a) a magnesemia plasmática normal é entre 1,4-2 mEq/L
SOLUÇÃO ISOTÔNICA:150 mEq/L Ex.: para criança de 26 kg, acrescentar 0,3 mL/kg = 7,8 mL ao dia de
sulfato de Mg 10%
Usando NaCl 20% Usando glicofisiológico
SG 5% ------- 500 mL SGF 1:1 ------ 500 mL
NaCl 20% --- 20 mL KCl 19,1% ---- 5 mL 8) Para a manutenção de glicose pode-se repor com glicose a
KCl 19,1% --- 5 mL Gluc Ca 10% --- 10 mL 50% ou soro glicosado:
Gluc Ca 10% --- 10 mL MgSO4 10% --- 2,5 mL Ao utilizar SG 10% para crianças ≤ 5 kg e SG 5%
MgSO4 10% --- 2,5 mL para crianças > 5 kg já alcançaremos a taxa de glicose necessária
* Pode-se usar o soro fisiológico 0,9% - 500 mL e acrescentar a para a criança.
glicose como glicose a 50% conforme a necessidade
Exemplos de solução padrão isotônicas Ex.: para criança de 26 kg, utilizando 1.300 mL de soro glicosado a 5% (5
g de glicose em 100 mL) ofereceremos (1.300 x 0,05) = 65 gramas ao dia
que corresponde a 2,5 g/kg ao dia ou uma VIG de 1,7 mg/kg/minuto.
O novo cálculo será de 15 mEq de sódio para cada 100 mL de
soro glicosado ( e não 3 mEq/100 mL como era no Holliday). Isto Em relação a glicose é importante saber que existe uma
quantidade mínima que a criança precisa para manter o metabolismo
mesmo, uma quantidade 5 vezes maior que o recomendado por
basal cerebral em 24 horas, também chamada de taxa (ou velocidade)
Holliday-Segar. de infusão de glicose (TIG ou VIG), que deve estar ao redor de 2 a 5
mg/kg/minuto (2 a 7 g/kg/dia). Quanto maiores, menos glicose
Para isto pode-se usar o soro fisiológico puro, o soro necessitamos, atingindo os valores menores acima de 20 kg.
glicofisiológico na proporção 1:1 ou simplesmente Oferecendo cerca de 20% das necessidades calóricas
acrescentar 4,4 mL de NaCl 20% para cada 100 mL de soro diárias em glicose, já podemos evitar a cetogênese.
glicosado 5%.
SG a 5% = 5 g de glicose em 100 mL de água inviável e teremos que lançar mão de um meio para aumentar
SG a 10% = 10 g de glicose em 100 mL de água o número de gotas por minuto, utilizando para isso os equipos
Soro Glicofisiológico 1:1 = 5 g de glicose em 100 mL de SF 0,9% de microgotas (são equipos que tem uma bureta intermediária
Soro Glicofisiológico 4:1 = cada 100 mL contém 4 g de glicose
e as microgotas saem por uma tubo fino de metal, onde cada
+ 20 mL de SF 0,9% (3 mEq de Na)
Glicose a 50% = 5 g de glicose em cada ampola de 10 mL microgota tem somente um terço do tamanho da gota).
OBS.: a) Manter glicemia capilar (dextro) entre 100 - 180 mg/dL b) em equipos bureta com microgotas (para gotejamentos
b) reduzir a TIG ou iniciar insulina 0,05-0,1 UI/kg/dose se insulina menores que 15 gotas/minuto).
regular se glicemias maiores que 180-200 mg/dL Saiba que 3 microgotas = 1 gota, logo para saber o
c) Não exceder em 12,5% (isto é, 12,5 g de glicose em 100 mL de gotejamento em microgotas, basta utilizar o valor calculado
água) a concentração de glicose em veia periférica em gotas (item b) que no exemplo foi 18 e multiplicar por 3 e
teremos o gotejamento em microgotas.
9) Dica: se você está usando a solução padronizada para
qualquer idade: Ex.: logo, 54 mL/hora = 18 gotas/minuto = 54 microgotas/minuto
Usando NaCl 20% Usando glicofisiológico Basta usar o mesmo numeral calculado na letra a)
SG 5% ------- 500 mL SGF 1:1 ------ 500 mL Dica: 1 mL/hora = 1 microgota/minuto
NaCl 20% --- 20 mL KCl 19,1% ---- 5 mL
KCl 19,1% --- 5 mL Gluc Ca 10% --- 10 mL
Gluc Ca 10% --- 10 mL MgSO4 10% --- 2,5 mL FRACIONANDO O VOLUME FINAL
MgSO4 10% --- 2,5 mL
Para uso hospitalar na grande maioria dos serviços
Basta usar esta fórmula para o cálculo do gotejamento: não há frascos que comportem os 1.300 mL calculados como
no da criança do exemplo. Logo teremos que fracionar o soro
< 10 kg : 4 mL/kg/hora
calculado em frascos menores para uso ao longo do dia.
11-20 kg : 40 mL/h + 2 mL/h para cada Kg acima de 10 kg
Justificativa: os frascos de soro mais usados nos
≥ 21 kg : 60 mL/h +1 mL/h para cada Kg acima de 20 kg
hospitais são de 500 mL e acrescidos de outras soluções não
comportam um volume acima de 600 mL.
Ex.: cça de 25 kg => 60 mL/h + (1*5) = 65 mL/hora
Outro motivo é que sempre existe o risco de o gotejamento
Mas não se esqueça de reduzir a velocidade manual ser calculado errado ou o acompanhante abrir o soro,
infundindo o volume calculado para 24 horas em poucas horas.
proporcionalmente:
Isto pode ser catastrófico, infundindo rapidamente muito potássio
intravenoso, podendo levar a parada cardíaca.
UTILIZAR SOMENTE: Logo, para fracionar o volume final, deve-se dividir o volume
60% deste valor se INTUBADA de 24 horas em frascos com no máximo 600 mL de volume por
80% deste valor se não estiver intubada vez, em duas (12/12 hs) a quatro etapas diárias (6/6 horas).
O soro de manutenção deve ser preparados com * Por fim, exemplificando os dois métodos de prescrição, para a
prescrição (volume suficiente) para durar 24 horas. criança de 26 kg do exemplo:
Antes de prescrever o gotejamento é importante
saber que há vários métodos para infusão e os mais comuns Método 1 - utilizando NaCl 20% em Soro Glicosado 5%
são:
VOLUME TOTAL DO DIA CADA FRASCO (VOLUME
a) em bombas de infusão: basta pegar o volume total do dia TOTAL DIVIDIDO POR 3)
calculado (soro e eletrólitos) e dividir por 24 e teremos a SG 5% --- 1300 mL SG 5% ---- 433 mL
velocidade de infusão que será programada na bomba (dada NaCl 20% --- 57 mL NaCl20% --- 19 mL
em mL/hora) KCl 19,1% --- 10,4 mL KCl 19,1% --- 3,4 mL
Gluc Ca 10% --- 50 mL Gluc Ca 10% --- 16,6 mL
Ex.: 1.300 mL (total) ÷ 24 = 54 mL/hora MgSO4 10% --- 7,8 mL MgSO4 10% --- 2,6 mL
Vol Total: 1.425 mL Vol. Total: 475 mL
b) em equipos comuns de gotas: é importante saber que para Infundir IV a 59 mL/hora em BIC em 24 horas
os líquidos que correm no equipo, cada 20 gotas equivalem a
ou 59 microgotas/min em equipo bureta de 8/8 horas (3 etapas)
1 mL de soro.
Logo, no exemplo dado para a criança de 26 kg, o ou 20 gts/min (de 8/8 horas)
cálculo foi que temos que correr 54 mL/hora em bomba de
infusão (cálculo feito na letra a).
54 mL a cada hora equivale a dizer que deveremos
correr 1.080 gotas (54 x 20) nas 24 horas. Sabendo que a
Método 2 - utilizando a solução padrão com soro glicosado
prescrição em gotas é dada em gotas por minuto: basta dividir
as 1.080 gotas de cada hora pelo total de minutos em cada
hora e terei o gotejamento. FRASCO COM SOLUÇÃO Cálculo do gotejamento
1.080 dividido por 60 = 18 gotas/minuto PADRONIZADA pela dica do item 9
Soro glicosado 5% --- 500 mL
NaCL 20% ---- 20 mL Criança de 26 kg, seria 60
Logo: 1 mL/hora = 0,33 gotas/minuto KCl 19,1% --- 5 mL mL/hora + (1 x 6) = 66 mL/hora,
Ou seja, sabendo a velocidade de infusão em Gluc Ca 10% --- 10 mL mas só usarei 80% deste
mL/hora, basta dividir este valor por 3 e teremos a velocidade MgSO4 10% --- 2,5 mL gotejamento, ou seja, 53
de infusão em gotas por minuto. Vol Total: 1.425 mL mL/hora
Dica: 1 mL = 20 gotas = 60 microgotas
Infundir IV a 53 mL/hora em BIC em 24 horas
Ex.: logo, 54 mL/h = 18 gotas/min
Basta usar o numeral calculado em a) que foi 54 e dividir por 3 ou 53 microgotas/min em equipo bureta de 8/8 horas (3 etapas)
Tabela 3
MANTEVE O RITMO:
DOBRARComparação da taquicardia
DOSE DE ADENOSINA sinusal com a taquicardia supravent
OU REPETIR AMIODARONA
Caraterística Taquicardia sinusal
TRANSFERIR PARA HUSE
História Início gradativo compatível com a doença
pressivos tricíclicos, bloqueadores de canais de cál-
cio e fenotiazina.8 Suporte básico de vida
Em todos os ritmos de colapso é necessário, O suporte básico de vida (suporte dado fora do
além do tratamento do ritmo, procurar as causas pro- hospital) inclui o reconhecimento dos sinais de parada
MANTEVE o RITMO
ASSIM QUE PEGAR UMA
VEIA, TENTAR
REVERSÃO QUÍMICA COM:
MANTEVE O RITMO:
REPETIR AMIODARONA
MANTEVE O RITMO SEM PULSO
TRANSFERIR PARA HUSE OU
(avaliação de cardiopediatra) MUDOU O RITMO:
MUDAR O PROTOCOLO
QUANDO TRANSFUNDIR
HEMOCOMPONENTE QUANTO VELOCIDADE
a) VM ou depende de FiO2 >35% < 7 dias de vida:
RN nasceu b) sinais de ICC Hb < 14 g/dl
descompensada* CH tipo O negativo
c) choque * de qualquer etiologia > 7 dias de vida: (ou outro compatível:
PRÉ-TERMO (PT) Hb < 12 g/dl dependerá do
d) pré-operatório
< 34 sem tipo ABO Rh materno
ou e do RN)
- CPAP ou VNI Hb < 10 g/dl
< 1.500 g
- FiO2 < 35% e clinicamente
bem Escrever no pedido:
(até o termo:
40 semanas sem oxigênio e estável com Hb < 9 g/dl FILTRADO
CONCENTRADO DE HEMÁCIAS
d) pré-operatório
(nascidos
ABO Rh materno
+
> 34 sem)
- CPAP ou VNI Hb < 10 g/dl e do RN) 15 ml
ou nascidos
- FiO2 < 35% e clinicamente para lavar (3 a 5 ml/Kg/hora)
bem o equipo
A TERMO Escrever no pedido:
sem oxigênio e estável com
(até 1 mês de vida)
FILTRADO
bom ganho ponderal Hb < 8 g/dl
(pode ter taquicardia isolada) (LEUCORREDUZIDO)
cardiopatia cianogênica Hb < 13 g/dl ou Htc < 40% * quanto maior o volume,
a) em uso de oxigênio Hb < 10 g/dl infundir mais lento
b) sinais de ICC (ou trauma ou cirurgia com
Lactente descompensada* CH ABO Rh
perda >10% da volemia) * em pacientes com
de 1 até 4 c) choque * de qualquer etiologia compatível (vide plasma) insuficiência cardíaca
meses d) pré-operatório ou tipo descompensada pode-se fazer
(não importa se nasceu cardiopatia cianogênica Hb < 13 g/dl ou Htc < 40% O negativo em duas transfusões com
prematuro ou não) intervalo de 12 a 24 horas
sem oxigênio, estável com Hb < 7 g/dl ou Htc < 20% (respeitando o máximo de
bom ganho de peso Prescrever sempre: 20ml/Kg de CH por vez)
(pode ter taquicardia isolada) sem buffy-coat
a) em uso de oxigênio
b) sinais de ICC
10 a 15
Crianças Hb < 9 g/dl
descompensada* ml/Kg
≥ 4 meses c) choque * de qualquer etiologia * Obs.:e CH lavadas? +
só caso haja reação
Hb < 7 g/dl alérgica severa (anafilaxia) 20 ml do
estável, assintomático, sem O2
- cardiopatia cianogênica
- pré-operatório
Hb < 10 g/dl ou Htc < 30% ou se tem deficiência de equipo
- perda de sangue > 10 mL/kg IgA ou com
hiperpotassemia
prescrever CH lavados
QUANDO TRANSFUNDIR HEMOCOMPONENTE QUANTO VELOCIDADE
PLAQUETAS (1 UI = 40-70 ml) - antes de cirurgias oftalmológicas ou neurológicas
- politrauma ou pós TCE
- presença de sangramento importante ou pós
PQT < 100.000 Concentrado de 1 UI
CONCENTRADO DE
cirurgia cardíaca
- com distúrbio qualitativo de plaquetas plaquetas ABO para
(tromboastenia de Glanzman, Bernard-Soulier) compatível cada
- prematuros instáveis clinicamente (vide plasma) Infundir com
- RN e crianças antes de broncoscopia com biópsia PQT < 50.000 7-10Kg equipo aberto
ou colocação de cateteres centrais ou cirurgias Obs:
(exceto de SNC e oftalmológica) 1) Menores de 30 dias: se for em até
- crianças com sangramento em atividade sexo feminino e Rh negativo o ou 30 minutos
doador deve ser Rh negativo
- prematuro estável PQT < 30.000 2) Em menores de 2 anos é
- antes de punção lombar aceitável transfundir plaquetas 10-15
- RN a termo ou lactentes até 4 meses de idade ABO incompatíveis ml/kg NÃO TRANSFUNDIR
estáveis ou acima de 4 meses com infecção PQT < 20.000 PTI (PÚRPURA
- pós quimioterapia ou com mucosite grave TROMBOCITOPÊNICA
- crianças em terapia anticoagulante IMUNE) INDEDPENDENTE
DO VALOR DE PLAQUETAS
- lactentes > 4 meses de idade e crianças sem Indicação PROFILÁTICA
riscos adicionais de sangramento (uso de
anticoagulante, hepatopata), sem infecção, TP e PQT < 10.000
TTPa normais ( < 1,5 x o padrão). Ex.: dengue
- Hepatopatia ou em uso de warfarin que não responda a vitamina K Plasma fresco
- CIVD por sepse com sangramento
(1 UI = 200-250 mL)
congelado
PLASMA
hemoderivado específico com presença de sangramento: ex.: deficiencia de fator XIII, Crioprecipitado 5 a 10 1 a 4 horas
VIII, etc
- fibrinogênio < 100 com CIVD
ml/kg (volume original 20 a
- Doença de Von Willebrand ou Disfibrinogenemia ABO compatível: 50ml)
vide acima
• Sinais clínicos de ICC no RN e lactente: taquicardia, taquipnéia, hepatomegalia, cansaço e pausas frequentes às mamadas, cardiomegalia (ICT > 0,6)
• Sinais clínicos de choque: rebaixamento do nível de consciência, oligúria, sinais de má-perfusão (pulsos fracos, extremidades frias e pele marmorácea), hipotensão
• Se prematuro ou em pré-transplante o ideal seria concentrado de hemáceas irradiado ou plaquetas irradiadas ou por aférese (não disponíveis em Sergipe)
• Doença Hemolítica do RN ou prevenção de kernicterus em bebês com hiperbilirrubinemia: transfundir sangue total O negativo, seguindo o cálculo de DUAS volemias: RN a termo:
(160ml/kg) e RNPT: (200ml/kg). Trocas em alíquotas de 5 ml em PT < 1,5 Kg e de 5 a 20 ml em RN a termo. Volemia a ser transfundido = Volemia (ml) x HT desejado – HT pré transfusional
Hematócrito ( HT) do Concentrado de hemácias transfundido
MANEJO
DAS
REAÇÕES
ALÉRGICAS
NO
PRONTO-‐SOCORRO
TEM
ALGUM
SINAL/SINTOMA
ASSOCIADO
???
a)
Obstrução
de
vias
aéreas?
(estridor,
rouquidão,
edema
de
língua)
b)
Afetou
respiratório?
(taquipnéia,
sibilos,
esforço,
tosse,
cianose)
c)
Afetou
circulatório?
(taquicardia,
má-‐perfusão,
palidez,
hipotensão)
d)
Afetou
outros
sistemas
(SNC,
TGI)
?
(confusão
mental,
síncope,
hipotonia
súbita,
dor
abdominal,
vômitos)
NÃO
SIM
URTICÁRIA
LEVE
(<
50%
do
corpo
sem
angioedema)
TRATAR
COMO
ANAFILAXIA
URTICÁRIA
IMPORTANTE
(>
50%
do
corpo
e/ou
ANGIOEDEMA)
ANTI-‐HISTAMÍNICO
ORAL
no
PS*
Sala
de
urgências:
-‐
garantir
vias
aéreas
e
manter
1)
ANTI-‐HISTAMÍNICO
no
PS*
-‐
oxigênio
MV
50%
por
7
dias
em
casa
-‐
monitorizar
IM
ou
IV
(se
possível
segunda
geração*)
2)
CORTICOSTERÓIDE:
ORAL
ou
IV
1
-‐2
m g/kg/dose
prednisolona
VO
1. Jejum
Obs.:
se
já
estava
em
uso
ou
4
mg/kg/dose
hidrocortisona
IV
2. Pernas
levantadas
de
anti-‐histamínico
em
(máximo
200
mg)
3. ADRENALINA
casa,
associar
c orticóide
IM
na
coxa
<
10
kg:
0,1
mL
3)
OBSERVAR
até
completar
6
horas
do
início
da
urticária
11
a
20
k g:
0,2
mL
>
20
kg:
0,3
mL
(mínimo
de
2
horas)
4.
Repetir
a
cada
5
minutos
se
necessário
5.
Solicitar
vaga
no
HUSE
MELHOROU:
NÃO
MELHOROU:
INTERNAR
Alta
com
anti-‐ -‐
Associar:
ranitidina
2
mg/kg/dose
histamínico
oral*
8/8
hs
(apresentação
50
mg/2
mL)
7
dias
e
corticóide
-‐
Manter
anti-‐histamínico*
e
1)
SF
0,9%
-‐
20
mL/kg
oral
5
dias
corticóide
(se
sinais
de
choque:
má
perfusão,
letargia
ou
hipotensão)
****
ANTI-‐HISTAMÍNICOS
GER
VIA
DOSE
INTERVALO
IDADE
MINIMA
2)
Broncoespasmo:
aerosol
Dexclorfeniramina
2
mg/5
mL
1a
ORAL
0,2
mL/kg
12/12
hs
1
mês
com
fenoterol
(Berotec):
Prometazina
50
mg/2
mL
1a
IM
0,01
mL/kg
8/8
hs
2
anos
1
gora
para
3
kg
20/20
m in
Difenidramina
50
mg/mL
1a
IV
0,02
mL/kg
8/8
hs
1
mês
+
50
mL
3)
Estridor:
aerosol
com
SF
0,9%
em
adrenalina
3-‐5
m L
puro
20
min
20/20
min
Hidroxizine
2
mg/mL
1a
ORAL
0,25
mL/kg
8/8
hs
1
mês
Cetirizina
1
mg/mL
2a
ORAL
0,1
mL/kg
12/12
hs
1
ano
Loratadina
1
mg/mL
2a
ORAL
0,15
mL/kg
12/12
hs
2
anos
4)
Anti-‐histamínico
IM
ou
IV
*
Desloratadina
0,5
mg/mL
2a
ORAL
<
6
a:
2,5
mL
1
x/dia
6
meses
5)
Hidrocortisona
IV:
Ebastina
1
mg/mL
2a
ORAL
>
6
a:
5
mL
1
x/dia
2
anos
<
6
meses:
25
mg
Fexofenadina
6
mg/mL
2a
ORAL
5
mL
2
x/dia
2
anos
6
m eses
-‐
6
anos:
50
m g
Má
resposta
após
3
doses
de
adrenalina
IM
:
6
-‐
12
anos:
100
mg
1)
adrenalina
contínua
enquanto
aguarda
vaga
no
HUSE
>
12
anos:
200
mg
(diluir
duas
ampolas
d e
1
mg/mL
+
2 40
mL
SF
0,9%
e
correr
em
bomba
de
infusão
a
1
mL/kg/hora.
Ex.:
cça
10
kg
=
10
mL/hora)
6)
Ranitidina
2
mg/kg
IV
2)
tentar
gasometria
MANEJO DOS VÔMITOS NO PRONTO-SOCORRO (para dosagens dos antieméticos: vide protocolo Antieméticos no PS)
Antes de dar antieméticos, tenta identificar a provável causa. Mais comumente se trata da fase inicial da diarréia aguda infecciosa. Em quadros de vômitos com dor abdominal e
desidratação fazer glicemia capilar antes de colocar o soro (cetoacidose diabética?). Vômitos biliosos persistentes: hidratar, passar sonda gástrica aberta e encaminhar para HUSE. Paciente
com sinais meníngeos: colher líquor. Crianças < 3 meses: evitar antieméticos, hidratar EV, com jejum e sonda e internar sempre (outras causas mais prováveis).
HIDRATADO DESIDRATADO
(leve ou moderado) CHOQUE:
SEM (má perfusão,
SINAIS DE oligúria, hipotensão,
rebaixamento de
CHOQUE consciência,
≤ 6 episódios taquicardia)
> 6 episódios 1) Pausa alimentar 2 a 4 horas
2) Soro glicofisiológico 1:1 no
volume de
Vomitou a mais que Vomitou a menos que 50 mL-100 mL/kg Estabilizar
EV em 2 a 4 horas (oxigênio e vias aéreas)
1 hora: antiemético VO 1 hora: antiemético IM
(até diurese clara ou bexigoma)
1. Jejum
3) Após a pausa, oferecer
2. SF 0,9% - 20 mL/kg
Após 1 hora de jejum, oferecer SRO 5 mL/kg (até diurese clara ou bexigoma)
SRO 5 mL/kg por 2 vezes de 20/20 minutos
por 2 vezes de 20/20 minutos