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Projeto
Estudo da interação da luz – Matéria na formação do aluno de química: espectroscopia de íons
lantanídeos
Ribeirão Preto
2023
Sumário
1. Introdução ....................................................................................................................... 3
2. Objetivos ......................................................................................................................... 8
6. Bibliografia ..................................................................................................................... 30
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1. Introdução
1.1 Cobre e Nanopartículas de Cobre em aplicações de atividade bactericida
O cobre é um metal com propriedades físicas e químicas únicas (encontra-se no
estado sólido em condições normais de temperatura e pressão, possui brilho metálico e
coloração avermelhada ou de cor castanha, isso devido a impurezas e óxidos, é dúctil e
maleável, o qual oxida quando em contato com água e oxigênio (De Araújo, [21--])) e é o
26º elemento mais abundante na crosta terrestre, sendo utilizado na fabricação de moedas,
joias e utensílios desde a antiguidade. (Ma et al., 2022).
O cobre tem sido usado como agente antimicrobiano há muito tempo, nos dias
atuais, nanopartículas contendo cobre com propriedades antimicrobianas têm sido
amplamente utilizadas em todos os aspectos do cotidiano. Um exemplo se dá na
incorporação das nanopartículas de cobre (CuNPs) ou o seu revestimento na superfície de
materiais dentários para inibir microrganismos patogênicos orais (Ma et al., 2022).
Portanto, as CuNPs tem demonstrado que podem inibir efetivamente o crescimento
de uma grande variedade de microrganismos. Em um estudo relatado por Shao e
colaboradores baseado na síntese de CuNP carregadas por membranas de celulose
bacteriana regeneradas, a atividade antibacteriana foi avaliada contra S. aureus ATCC
6538, B. subtilis ATCC 9372, C. albicans CMCC(F) 98001, E. coli ATCC 25922 e P.
aeruginosa ATCC 27853 in vitro (Shao et al., 2016).
A influência advinda das CuNP é inegável, uma vez que o cobre é essencial para
manter as funções fisiológicas normais dos microoganismos, mas altas concentrações deste
metal podem ser usadas como microbicidas. Antes do desenvolvimento de antibióticos,
agentes antibacterianos inorgânicos como a prata e o cobre eram utilizados para tratar
infecções microbianas. Deste modo, foi relatado o cobre como revestimento
antimicrobiano em jornais em 1962. Com o avanço da nanotecnologia, o cobre tem sido
cada vez mais utilizado na área médica, como as CuNP. Isto ocorre pois o cobre pode
causar danos a várias funções celulares e exercer citotoxicidade, tornando-se um inibidor
microbiano eficaz (Ma et al., 2022).
As CuNPs podem exercer propriedades antimicrobianas mais fortes do que
materiais de tamanho comum, isto porque as nanopartículas contendo o metal tem maior
área de superfície e estrutura cristalina diferente, que podem afetar diferentes componentes
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celulares de células microbianas através de alguns mecanismos específicos. Além disto, as
CuNPs podem se dissolver mais rapidamente em soluções, liberar mais íons metálicos e
exercer uma ação antimicrobiana de efeito mais forte. Ademais, estas podem apresentar
múltiplos mecanismos antibacterianos simultaneamente, porém, é difícil para o mesmo
microrganismo ter múltiplos genes que lidem com os vários mecanismos, de maneira que
dificilmente apresentaria resistência (Ma et al., 2022).
O processo antimicrobiano das CuNPs é produzir espécies reativas de oxigênio,
destruir paredes e membranas celulares, reagindo com proteínas e DNA microbiano (Ma
et al., 2022). Nessa pesquisa, objetivou-se estudar se os efeitos de atividades
antimicrobianas nos filmes de ácido hialurônico com CuNP existem e se estas apresentam
influência nas CuNPs.
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1.3 Nanopartículas de Cobre
Em 2008, a Organização Internacional de Normalização (do inglês, ISO) definiu
nanopartículas (NPs) como nano-objetos discretos com dimensões inferiores a 100 nm. Em
2011, na Europa, a Comissão estabeleceu uma abordagem para esta definição de modo
mais técnico, mas mais abrangente: um material natural, incidental ou manufaturado
contendo partículas em um estado não ligado, como um agregado ou um aglomerado, em
que 50% ou mais das partículas na distribuição de tamanho de número estão dentro da faixa
de 1 a 100 nm (Ma et al., 2022).
Sob esta definição, os nanomateriais podem ser classificados como nanopartículas
somente se uma de suas dimensões características estiver dentro do intervalo de 1 a 100
nm. As NPs têm muitas características físicas e propriedades químicas, como tamanho
ajustável, biocompatibilidade, e geração de oxigênio singleto, o que permite que sejam
amplamente utilizados (Ma et al., 2022).
Nanopartículas apresentam grande atração para o mundo científico e tecnológico
devido às suas propriedades únicas e aplicações em diferentes áreas. Em especial, as
CuNPs tem sido utilizadas para diversas aplicações industriais devido à suas propriedades
ópticas, catalíticas, de detecção e de condutividade elétrica, com um custo atribuído menor
que as nanopartículas de outros metais, como o ouro e a prata. Além destas características,
recentes pesquisas tem demonstrado, que as CuNPs podem inibir efetivamente o
crescimento de uma grande variedade de microrganismos, incluindo bactérias, fungos e
algas. Deste modo, podem ser utilizadas para desinfecção de líquidos, sólidos e até mesmo
de tecidos humanos (Shao et al., 2016).
Entretanto, as CuNPs utilizadas como componentes individuais tendem a se
aglomerar, precipitar e oxidar, visto que elas são instáveis em solução, de maneira a reduzir
a sua efetividade. Desse modo, a sua aplicação em uma matriz pode representar um
reservatório de longa vida para as nanopartículas sintetizadas, de maneira que CuNPs
carregadas em polímeros (agentes protetores) podem apresentar atividade antimicrobiana
otimizada (Shao et al., 2016).
Na síntese das CuNPs existe a dificuldade relacionada com a redução e a fácil
oxidação do cobre na presença de ar sob condições atmosféricas ambientes, uma vez que
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as fases oxidadas do cobre são termodinamicamente mais estáveis que o cobre puro, assim,
para realizar as sínteses, esta problemática deve ser superada (Dang et al., 2011a).
Para a realização dos experimentos deste trabalho, foram utilizados métodos
químicos para a redução do cobre, isto pois tais métodos são mais econômicos e simples,
quando comparados com métodos de redução térmica, decomposição térmica, redução
eletroquímica direta das nanopartículas de CuO etc. Além disso, apresentam a
possibilidade de realizar o controle do tamanho das nanopartículas e da sua distribuição
pelo parâmetro: razão molar do reagente surfactante e do reagente redutor (Dang et al.,
2011a).
Dentre os reagentes utilizados nas sínteses, o ácido ascórbico foi utilizado para
desempenhar papel de agente redutor e antioxidante do cobre durante o processo de síntese
e posterior armazenamento, isto ocorre devido às suas propriedades de eliminar radicais
livres e moléculas reativas de oxigênio acompanhado da doação de elétrons para resultar
no radical semi-desidroascorbato e ácido desidroascórbico. O polilvinilpirrolidona (PVP)
e o polietilenoglicol (PEG) atuaram como surfactantes (agentes de atividade superficial) o
qual foram aplicados ao sistema sintético como dispersantes, utilizados para evitar
agregação e futuras oxidações das nanopartículas; ademais, o borohidreto de sódio também
foi utilizado como redutor (Dang et al., 2011a, Dang et al., 2011b).
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Figura 1. Estrutura do ácido hialurônico.
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2. Objetivos
Síntese de Nanopartículas de Cobre (CuNP) e estudo dos efeitos de estabilização
da superfície, com a posterior caracterização por espectroscopia eletrônica no ultravioleta
visível, espalhamento dinâmico de luz e microscopia eletrônica de transmissão, além da
estabilização das CuNPs em Ácido Hialurônico (HA) para obtenção de filmes, para o
estudo da atividade bactericida dos filmes de HA-CuNP.
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3. Materiais e Métodos
Bio-hialuronato de sódio em pó (Lote.20220091733), cedido pelo laboratório do Grupo
de Pesquisa em BioPolímeros e Biomateriais (BioPolMat) da Universidade de Araraquara
(Uniara) de Araraquara-SP, e utilizadas sem nenhuma mudança adicional. Água deionizada
de alta pureza (18,2 MΩ/cm) obtida através de um sistema de purificação de água Millipore
Milli-Q e utilizada em todos os experimentos. Para a síntese das nanopartículas, ácido
ascórbico (C6H8O6 - ACROS), sulfato de cobre II penta hidratado (CuSO 4·5H2O),
polivinilpirrolidona (PVP – Sigma-Aldrich) de massa molar 10.000 g.mol -1 e 40.000 g/mol-
1
, polietilenoglicol (PEG – Sigma-Aldrich) 6.000 g.mol -1, borohidreto de sódio (NaBH4 –
Sigma-Aldrich), soluções de hidróxido de sódio (NaOH – Sigma-Aldrich) e hidróxido de
amônia P.A. (NH4OH-Vetec).
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3.2 Síntese utilizando PVP 10.000
Na síntese utilizando PVP 10.000 como estabilizante, o cálculo da quantidade dos
reagentes bem como o método seguido utilizaram como referência o trabalho de Dang
(Dang et al., 2011b).
A partir de cálculos, foram preparadas duas soluções iniciais, a primeira utilizando
0,0264 g de ácido ascórbico em 7,5 mL de água, e a segunda, 0,02746 g de sulfato de cobre
II pentahidratado em 11 mL. A segunda solução foi adicionada na primeira sob agitação
magnética. A solução resultante apresentou cor amarela.
Posteriormente, 0,33 g de PVP foi adicionado na solução sob agitação magnética.
Assim, o pH da solução foi ajustado até 12 pela adição de soluções aquosas de NaOH (uma
de concentração 0,023 mol.L-1 e outra de 0,0023 mol.L-1 ). A solução inicial apresentou
pH 4.
A solução final foi mantida sob agitação magnética por 60 minutos. Depois disso,
foi adicionado sob agitação magnética o agente redutor em solução de borohidreto de
sódio, sendo preparado com 0,00103 g do reagente em 1 mL de água. Assim, esta solução
foi adicionada na solução final e foram aguardados 10 minutos, também sob agitação, com
o intuito de obter uma solução de cor vermelha. Tendo tal resultado, as nanopartículas de
cobre foram formadas.
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3.4 Filmes de Ácido Hialurônico
Para a produção dos filmes de HÁ (Candido, 2023), sob constante agitação,
adiciona-se em um Erlenmeyer de 50 mL, 20 mL de água e 260 µL de hidróxido de amônio
(Filme HA260). O pH foi medido e resultou em um valor de 11. Assim, adicionou-se 0,2
g de HA, ainda sob lenta agitação magnética a qual seria mantida nesta condição por duas
horas a temperatura ambiente.
Ademais, foram realizadas a formação de filmes com menor quantidade (10 µL –
Filme HA10)) e sem hidróxido de amônio (Filme HA0) para diminuir o pH da amostra
final. O gel resultante foi disposto em placas de poliestireno e mantido em estufa a 30° C
por 24 horas, havendo assim a formação de um filme.
Posteriormente, foram sintetizadas nanopartículas de cobre conforme o Tópico 4.3,
, as quais foram adicionadas em 5 erlenmeyers os quais estavam sendo preparados filmes
sem a utilização do hidróxido de amônia. As quantidades em massa de HA e em volume
de solução resultante da síntese de ácido hialurônico foram descritas na Tabela 1.
Tabela 1. Conteúdo presente em cada Erlenmeyer o qual estava sendo desenvolvidos filme de HA.
Erlenmeyer Massa de HA (g) Volume de solução de CuNP (mL)
1 0,2005 1
2 0,1995 2
3 0,2021 3
4 0,2004 4
5 0,2004 5
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As análises das nanopartículas e dos filmes por Espectroscopia Eletrônica na
Região do UV-Visível foram realizadas em um Espectrofotômetro UV-Vis Evolution 60S
da Thermo Scientific, na faixa de 200 a 1100 nm.
As imagens de microscopia eletrônica de transmissão foram adquiridas utilizando
um microscópio JEOL JEM – II da FMRP – USP. Os diâmetros das CuNPs foram
determinados através das imagens resultantes.
As análises por espalhamento dinâmico da luz foram realizadas em um ZetaSizer
Nano ZS da Malvern.
4. Resultados e Discussão
4.1 Síntese utilizando PEG
As cores observadas na síntese com PEG tiveram a seguinte ordem: azul claro,
amarelo, vermelho claro, e por fim, preto. Neste experimento, a cor amarela para a solução
não se tornou tão alaranjada quanto na síntese por PVP (que foi posteriormente descrita no
tópico 4.2.1), podendo ser observada na Figura 2.a). Além disso, a coloração final deveria
ser preta, de modo que foi necessária uma nova adição de NaBH4, uma vez que a solução
apresentou cor vermelho-claro com a adição da quantidade calculada e citada no tópico
3.1.
Figura 2. a) Coloração amarela da solução em que ocorre a síntese. b) Coloração preta da solução final.
Após a segunda adição do borohidreto de sódio, foi observada cor preta para a
solução, que pode ser observada na Figura 2.b), de modo que foi possível observar a
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formação de partículas grandes em suspensão. Ademais, foi realizada a centrifugação de
metade dessa amostra e a lavagem do precipitado com água. Foi possível concluir que
ocorreu a agregação das partículas formadas, ou seja, o estabilizante de superfície
escolhido não agiu da maneira esperada.
Com o intuito de confirmar a síntese das nanopartículas de cobre, foram realizadas
análises microscópicas (Figura 5) da amostra da Figura 2.b). Assim, utilizando-se das
imagens obtidas foi medido o tamanho das partículas obtendo-se uma média de 110,2 nm,
sendo que todos os resultados coletados estavam inseridos no intervalo entre 75,6 e 186,9
nm. Portanto, concluiu-se que a média de tais valores não foi possível de ser considerada
na escala nano das partículas, uma vez que esta está contido em um intervalo de tamanho
da ordem 1 a 100 nm.
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Figura 4. Espectro de absorbância do sobrenadante da amostra da Figura 2.b), após centrifugação.
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A análise dessa suspensão por DLS mostrou a distribuição de tamanho das
partículas (Figura 6), onde foi observado um pico no valor de 530,4 nm. Ademais, houve
a presença de uma região larga, o que significa grande distribuição de tamanhos, dentre as
quais algumas partículas ultrapassam 1000 nm.
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Figura 7. a) Cor azul da solução aquosa de sulfato de cobre II; b) Cor amarela da solução de sulfato de cobre II
adicionado à solução de ácido ascórbico; c) Cor da solução em pH entre 4 e 5, após a adição de algumas gotas de
NaOH; d) Cor laranja da solução após o ajuste de pH.
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A síntese não ocorreu como o esperado, de modo a ser concluído que não foram
obtidas as nanopartículas de cobre em um primeiro momento. Dessa forma, alguns fatores
puderam estar relacionados como a utilização de um PVP de massa molecular distinta à
descrita na referência utilizada (PVP de massa molecular 40.000 g.mol -1). Ou ainda a
ineficácia do lote de borohidreto de sódio utilizado como agente redutor, pois mesmo
quando se utilizou uma quantidade de borohidreto de sódio em grande excesso, foi possível
levar a crer que não houve o processo de redução.
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No espectro de absorbância do sobrenadante, foi possível observar uma banda na
região do comprimento de onda de 570 nm, isso indica que houve a síntese das
nanopartículas de cobre, uma vez que o estudo de Dang (Dang et al., 2011b) apresentou
um espectro semelhante quando houve a formação das nanopartículas de cobre na região
do comprimento de onda de 570 nm. Assim, as nanopartículas estavam contidas no
sobrenadante, uma vez que as maiores partículas eram visíveis a olho nu e possíveis de
serem separadas no processo de centrifugação, assim, estavam contidas no precipitado.
Ademais, foi possível observar que, ao incidir uma luz laser no sobrenadante, houve
dispersão da luz na amostra, o que indicou mais uma vez a presença de partículas menores.
O que ocorreu na observação da dispersão da luz foi
o efeito Tyndall, também conhecido como espalhamento Willis-Tyndall, o qual
descreve o espalhamento da luz por partículas coloidais no caminho da luz, tal fenômeno
permite a visualização do trajeto percorrido pela luz, de um feixe de luz (Chen et al.,
2022).Desse modo, as partículas responsáveis pela dispersão dos raios luminosos eram as
CuNPs sintetizadas.
As análises por DLS para a amostra do sobrenadante mostrou a distribuição de
tamanho das partículas obtidas (Figura 11) com um pico no valor de 28,7 nm.
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Figura 11. Resultado de análise por DLS para o sobrenadante.
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Figura 12. a) Cor vermelho claro esperada para a solução final citada em materiais e métodos. b) Espectro
de absorbância da síntese em que a amostra se tornou na coloração descrita pelo artigo citado.
Assim, foram adicionadas mais gotas de NaBH4 em solução até a amostra adquirir
cor preta, uma vez que a amostra de cor vermelho claro esperado, após os 10 minutos foi
perdendo sua cor para amarelo. O espectro UV-Vis de absorbância dessa amostra (Figura
12.a) apresentou uma banda em comprimento de onda em 580 nm, porém seu valor de
absorbância apresentou valor além da unidade (1).
Figura 12. a) Espectro de absorbância da síntese com gotas adicionais de borohidreto de sódio. b) Espectro esperado
das nanopartículas. Fonte: (Dang et al., 2011b)
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o espectro melhor em que corresponde à ¾ da amostra, a menos diluída. Ademais, as
bandas das diluições permanecem em comprimento de 580 nm, correspondendo ao
esperado.
Figura 13. Espectro de absorbância após gotas adicionais de Borohidreto de sódio na presença das
diluições ¼, ½ e ¾ de amostra.
A solução final sem as diluições foi guardada sob refrigeração ao abrigo de luz,
depois analisada novamente (Figura 14) e por fim centrifugada e lavada com acetona, de
modo a retirar o excesso de PVP.
Os espectros do sobrenadante e do precipitado lavado com acetona mostraram que
na amostra antes da lavagem e no sobrenadante houve a presença de uma banda no
comprimento de 670 nm. No entanto, no precipitado o espectro não apresentou as bandas
esperadas.
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Figura 14. Espectro de absorção da amostra com gotas adicionais de borohidreto de sódio após seis dias de
descanso, bem como seus resultados após centrifugação e lavagem do precipitado com acetona.
Figura 15. Resultado de análise por DLS para a) o precipitado em acetona e b) o sobrenadante.
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Utilizando a acetona para lavagem, foi possível observar que o precipitado, que
conteve as partículas maiores, apresentaram aspecto mais viscoso, sendo difícil sua
dissolução aparente com o reagente em questão, de maneira que a lavagem não foi
posteriormente realizada novamente.
Figura 16. Espectro de absorção da solução resultante da síntese após realizada três diluições.
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As análises por DLS (Figura 17) para a solução resultante mostraram a distribuição
de tamanho entre as partículas, sendo que a curva média, obtida a partir de uma triplicata
indicou que o maior número delas apresenta, aproximadamente, 5,75 nm, Portanto, as
partículas sintetizadas podem ser consideradas na escala de grandeza nano.
Figura 17. Resultados das análises de DLS da solução resultante da síntese. Da esquerda para a
direita: resultado para as triplicatas, média das triplicatas.
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Figura 18. Análises microscópicas (MET) para a síntese utilizando PVP 40.000.
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Figura 19. a) Filme HA260. b) Filme HA10. c) Filme HA0.
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Figura 20. Espectro de transmitância de Filme HA260, Filme HA10 e Filme HA0.
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Figura 21. Filmes preparados: a) Erlenmeyer 1, b) Erlenmeyer 2, c) Erlenmeyer 3, d) Erlenmeyer
4, e e) Erlenmeyer 5.
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5. Conclusão
Os estudos referentes aos materiais sintetizados possibilitaram ao aluno uma
aproximação à técnica de espectroscopia relacionada à caracterização de nanopartículas do
metal cobre, bem como a outros métodos relacionados a este objetivo, os quais representam
assuntos pouco desenvolvidos durante o curso de graduação em química, como os
processos de sínteses da CuNP e a procura do método que mais se apropriava aos estudos.
Deste modo, foi possível introduzir alguns conceitos e aprofundar outros, bem como
correlacionar com outras áreas presentes no curso.
Foi dada a oportunidade para o aluno de pesquisar e procurar compreender qual a
metodologia mais eficaz para a síntese das nanopartículas, de acordo com conceitos de
hidroscopia, como cada agente estabilizante (PVP e PEG) atua e porquê um agente
responde melhor ao processo da síntese experimentada que os demais, além de
compreender o efeito redutor do borohidreto de sódio e do ácido ascórbico. Além disso, os
filmes em que o trabalho está em andamento, será possível introduzir conceitos sobre
fluorescência e íons lantanídeos.
Parte dos objetivos foram concluídos, de maneira que o agente surfactante mais
eficaz correspondeu ao PVP 40.000, uma vez que o utilizando houve um resultado de
partículas em escala de grandeza nano, apesar de existirem a presença de alguns
aglomerados resultantes do processo de secagem ao realizar a caracterização por MET.
Ademais, foi possível obter os filmes de ácido hialurônico, totalmente transparentes,
adaptando seu desenvolvimento para um método em que o pH é ácido. Portanto, não foi
possível realizar a estabilização das CuNP’s no Ácido Hialurônico obtendo filmes para o
estudo da atividade bactericida, os quais serão desenvolvidos conforme o engajamento do
estudante na pesquisa.
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6. Bibliografia
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