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SERGIO ALFREDO MACORE

TEMA: PROPREIDADES QUIMICAS DO SOLO

UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE

Pemba, Setembro de 2023

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SERGIO ALFREDO MACORE

TEMA: PROPREIDADES QUIMICAS DO SOLO

Trabalho a ser entregueno instituto superior


de ciencias e tecnologias Alberto
Chipande,para avaliacao da disciplina
ciencias do solo

Docente:

UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE


Pemba, Setembro de 2023

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INDICE

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO....................................................................................................4
1.1.Introdução..............................................................................................................................4
1.2.Objectivos do trabalho...........................................................................................................5
1.2.1.Objectivo geral................................................................................................................5
1.2.2.Objectivos especificos.....................................................................................................5
1.3.Metodologia...........................................................................................................................5
1.3.1.Tipo de pesquisa..............................................................................................................6
CAPITULO II - REVISÃO DE LITERATURA............................................................................7
2.1.Propriedades coloidicas..........................................................................................................7
2.1.1.Classificações de sistemas coloidais...............................................................................7
2.1.2.Superficie especifica........................................................................................................8
2.1.3.Cargas eletricas................................................................................................................8
2.1.4.Floculação e dispersão de coloides.................................................................................9
2.1.5.Adsorção e troca de iões................................................................................................10
2.1.6.Métodos de aglomeração...............................................................................................10
2.2.Capacidade de troca de catiões............................................................................................11
2.3.Bases trocaveis.....................................................................................................................12
2.3.1.Acidez............................................................................................................................12
2.3.2.Matéria orgánica do solo...............................................................................................13
2.3.3.Relação da matéria orgânica do solo com a produtividade Agrícola............................14
2.3.4.Praticas agricolas que influemciam para o emcremento da materia organica...............15
2.3.5.Composicao quimica elementar da materia organica....................................................15
2.3.6.Reação do solo e disponibilidade de C,N e P................................................................16
2.3.7.Propriedades fisicas -quimicas da materia organica......................................................17
2.3.8.Distribuição do teor de materia orgánica nos solos em funçã de condições ambientais
................................................................................................................................................18
CAPÍTULO III - CONCLUSÃO...................................................................................................19
3.1.Conclusões...........................................................................................................................19
Referências bibliograficas.............................................................................................................20

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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1.1.Introdução

O presente trabalho debruca sobre a qualidade e as qualidades do solos,que sao elementos


crusciaia para a sustentabilidade ambiental e o sucesso da agricultura. O solo desempenha um
papel importante e fundamental na disponibilidade de nutrientes essenciaispara as plantas,na
filtragem da agua subterranea na regulacao do clima e na manutencao da
biodiversidade .portanto,compreender as propriedades quimicas do solo e importante e
primordial para cientisa e agricultores assim como gestores ambientais.

Os minerais do solo sao os componentes inorganicos derivados da rocha -mae atraves de


processos de intemperismoe erosao. As particulas minerais sao mais comuns no solo e incluem
argila,silte e arreia,comdiferentes proporcoes dessas particulas caraterizando as texturas do solo.

Esses minerais fornecem a estrutura fisica do solo e afetam sua capacidade de retencao de agua
e nutrientes.segungo (Brady &Weil 2019)

A materia organica do solo e composto por residuos de plantas e animais em diferentes estagios
de decomposicao. No contexto actual,onde a agricultura sustentavel e a gestao responsavel dos
recursos naturais sao imperativos globais,a investigacao das propriedades quimicas do solo
adquire uma relevancia critica.as praticas inadequadas da agricultura,urbanizacao crescente e a
poluicao do solo tem levado preocupacoes sobre a degradacao do solo em todo mundo .

Compreender as carateristicas quimica do solo,como sua sua composicao do PH e a capacidade


de troca de nutrientes , e essescial para abordar esse desafio de forma eficaz . O trabalho está
organizado em 3 capítulos sendo: Capitulo I que e a parte introdutória, Capitulo II revisão
literária, Capitulo III que e a parte de conclusão.

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1.2.Objectivos do trabalho

1.2.1.Objectivo geral

 Investigar os principais componentes quimicos que constituem no solo,incluindo


minerais,materia organica e elementis quimicos presentes.

1.2.2.Objectivos especificos

 Avaliar a importancia do PH do solo;


 Examinar a capacidade de troca de catioes e anioes;
 Analisar os macroo e micronutrientes presentes no solo e seu ciclo no ecossistema.

1.3.Metodologia

Metodologia é o estudo dos caminhos para chegar a um determinado fim, com objectivo de
analisar as características dos vários métodos indispensáveis, tais como, avaliar capacidades,
limitações e criticar os pressupostos quanto a sua utilização (Walker et Al,2003).

Os métodos que serão usados durante a pesquisa são: Método bibliográfico e método de
estatística
Método bibliográfico segundo Marconie Lakatos 1992 o método bibliográfico e o levantamento
de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações, avulsas e imprensa
escrita .

Método estatístico é o conjunto de métodos utilizados para empreender-se qualquer tipo de


fenómenos que esta a nossa volta com base na observação, colecta, apuração e analise de dados
(Chiacchio,2008).

O método estatístico vai à prior na determinação de amostragem como e indispensável no estudo


de certos aspectos de realidade social em que se pretende medir a percentagem e amostra na
organização dos dados que serão colhidos durante a pesquisa.

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1.3.1.Tipo de pesquisa

 Do ponto de vista da sua natureza

Pesquisa aplicada, porque nesta pesquisa para a solução do problema, precisa dos conhecimentos
de aplicação envolvendo verdades de interesse da comunidade local.

 Do ponto de vista de seus objectivos

Pesquisa explicativa porque visa identificar os factores que determinam ou contribuem para a
ocorrência dos fenómenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque a razão, das coisas.

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CAPITULO II - REVISÃO DE LITERATURA

2.1.Propriedades coloidicas

A medida que solos sao formados ,durante os processos de intemperizacao,alguns minerias e a


materia organica sao reduzidos a particulas extressamentes pequenas .As mudancas quimicas
diminuem ainda mais as particulas ,ate o ponto que elas nao podem ser vistas ao olho nu.estas
particulas sao chamadas de menor tamanho e sao chamadas de coloides.

Os cientstas aprenderam que que os coloides minerais argilisoso possuem estrutura semelhante a
placas e so de natureza cristalina.Na maioria dos solos,os coloides argilosos excedem em
quantidade os coloides organicos.os coloides sao principais responsaveis pela actividade quimica
dos solos.

O tipo de material de origem e grau de intemperismo determinamos tipos de argilas presesnte no


solo.uma vez que os coloides derivados destas argilas,sua actividade tambem e influencidad pelo
material de origem de intemperizacao.

Os coloides de carga negativas atraem os catioes e os retem ,como um ima retem pequenos
pedacos de metal.Esta carateristica dos coloides explica porque o nitrogenio(N) e lixiviado mais
facilmente para o solo do que o nitrogenio em formato de amonio(NH4+).O nitrato possui carga
negativa fraca,como coloides do solo,assim sendo,o nitrato nao e retirado pelo solomas prmanece
como um ion livre na agua do solo,passivel de ser lixiviado pelo perfilem alguns solos e
emcertas condicoes de pluviosidade.

propriedades coloidais sao caracterizados por misturas heterogeneas, em que o tamanho medio
das particulas se encontra na faixa de 10-9 a 10-6 metros (ou seja, entre 1ηm e 1 μm).
Diferenciam-se de solucoes e suspensoes pelo fato de serem passiveis de separacao de fases por
um ultrafiltro e, dessa forma, as duas fases distintas podem ser visualizadas em um
ultramicroscopio.

2.1.1.Classificações de sistemas coloidais

Os coloides podem ser classificados, principalmente, a partir de 3 criterios distintos: os estados


fisicos em que se encontram o dispergente e o disperso; a natureza das particulas da fase dispersa

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ou o comportamento termodinamico da mistura. Cada uma das classificacoes e estabelecida a
partir de conceitos fundamentais dos comportamentos de coloides, e se complementam na
descricao de um sistema, sendo de fundamental importancia para se entender o sistema
trabalhado e,consequentemente, poder aplica-lo da forma mais rentavel e segura em um processo
quimico.

2.1.2.Superficie especifica

As propriedades dos coloides sao controladas e definidas, majoritariamente, pelas caracteristicas


e tipos de interacoes que ocorrem entre as superficies da fase dispersa e do meio de
dispersao,que por sua vez originam-se da natureza eletromagnetica e fisico-quimica de cada um
dos componentes. 5 A resultante dos efeitos de cada uma das interacoes superficiais determina se
o sistema se encontra estavel ou instavel, e ainda se tal estado e ou nao reversivel.

Podemos categorizar as interacoes coloidais em 6 categorias, que abordam tanto as interacoes


particula-particula quanto as interacoes particula-solvente, e sao dependentes principalmente da
distancia de separacao entre particulas e da sua concentracao no meio de dispersao. Sao elas:

 Repulsao devido a dupla camada eletrica;


 Repulsao esterica;
 Interacoes hidrofobicas;
 Atracao devido a forcas de Van der Waals;
 Atracao entre compostos polimericos;
 Solvatacao.

2.1.3.Cargas eletricas

Quando dissolvidos em solventes polares, os coloides adquirem certa carga eletrica superficial
(ou seja, na interface). Tal carga pode ser originada a partir da dissociacao de grupos ionizaveis
na superficie da particula (SHAW, 1992 apud BRAGANÇA. A. C. C. R. 2008)6, adsorcao de ions
da solucao (meio disperso) ou dissolucao de ions da superficie. Dessa forma, pode-se interpretar
que a fase dispersa,em meio de dispersao polar, se apresenta como particulas de disperso
rodeadas por nuvens de ions.

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Tal carga eletrica superficial interfere na distribuicao de ions na vizinhanca,atraindo co-ions e
afastando contra-ions e, dessa forma, garantindo a eletroneutralidade do sistema. Sendo assim, as
propriedades eletricas dos coloides sao governadas pelas interacoes de repulsao coulombiana.

Adicionalmente, tambem se observam os efeitos de atracao devido as interacoes de curto alcance


de Van der Waals e as forcas de solvatacao (no caso de coloides liofilicos), que se contrapoem a
repulsao eletrostatica da dupla camada eletrica. A resultante das forcas atrativas e repulsivas e o
parametro necessario para se avaliar se um sistema coloidal sera estavel ou instavel
termodinamicamente, e ainda se o processo de dispersao sera espontaneo (e reversivel) ou nao.

2.1.4.Floculação e dispersão de coloides

Quando misturamos um solvente existem 3 tipos de dispersoes que podem ser formadas :

 As solucoes os coloide e suspensoes.


 As solucoes verdadeiras sao homogeneas isto e ,conseguimos observar (ao olho nu ou
com um microscopio) uma unica fase e com o tamanho das particulas dispersas sao
menores que um NM.
 Alem disso nao e possivel separar seus componentes por meio de processos fisicos como
uma filtracao.
 Existem varios tipos de misturas que sao dispersoes coloidas ,por isso foi feita uma
classificacao desses coloides de acordo com o tipo de solventes e soluveis que compoem .

Seguindo essas classificacoes emos 5 tipos de coloide qu sao:

 Espuma-gas disperso em solido ou liquido exemplo;Pedra-pome,clara em


neve ,chantily,esponja;
 Emulsao-liquido disperso em outro liquido ou solido .
 Sol- Solido disperso no liquido ,rubi,sangue,perrola e solucao de goma.
 Gel- Liquido idsperso no solido.
 Aerrosol-solido ou liquido disperso em gas.

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2.1.5.Adsorção e troca de iões

E sabido que os ioes podem ser classificados como liofilicos ou liofobicos e, uma vez que os
liofilicos se dispersam espontaneamente, apenas os coloides liofobicos exigem metodos especiais
de preparacao. Tais metodos sao separados em dois grupos:os metodos de Aglomeracao e os
metodos de Fragmentacao.

2.1.6.Métodos de aglomeração

Os processos de aglomeracao consistem em aglutinar particulas de dimensoes inferiores as do


estado coloidal ate que elas atinjam o tamanho necessario para constituir o coloide desejado.
Existem tres tecnicas principais de formacao de coloides baseadas na aglomeracao. Sao elas:
reacao quimica, lavagem e mudanca de dispersante.

Um elemento com carga eletrica e chamado e ióes. O potassio ,sodio,hidrogenio,calcio e o


magnesio possuem cargas posetivas. Eles sao chamados de catioes,e podem ser escritos na forma
ionica.

Tabela 1 : Catiões mais comuns no solo seus simbolos e formas iónicas

Cation Simbolo quimico Forma ionica


Potassio K K+
Sodio Na Na+
Hidrogenio H H+
Calcio Ca Ca2+
Magnesio Mg Mg2+
Fonte: Adaptado pelo autor

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2.2.Capacidade de troca de catiões

Catiões - são ioes ou moleculas de nutrienetes com carga posetiva:Calcio(Ca2+)


(MG2+),Potassio,sodio,hidrogenio (H),aMONIO .

Particulas de argila são constituentes do solo com carga negativas estas particulas atraem
seguram e liberam particulas de nutrientes com cargas negativas (Catioes).As particulas de
materiais organicas tambem tem cargas negativas para atrair os catioes de cargas posetivas.s
particulas de areia nao apresentam reaccao .

Capacidade de troca de catioes (CTC) é a capacidade do solo para reter e trocar catioes.A
energia da carga posetiva dos catioes varia ,fazendo com que os catioes substituam outros na
particula do solo,que tem carga negativa.

Os catioes retidos nos coloides do solo podem ser substituidos por outros catioes .Isto significa
que eles sao trocaveis.Por exemplo Calcio pode ser troocado por Hidrogenio ou potassio ou vice
versa.O numero total de catioes trocaveis qye um solo pode reter (a quantidade de sua carga
negativa) e chamada de sua capacidade de troca de cartioes ou CTC. Quanto maior for o valor da
CTC do solo,maior o valor de cations que ele pode reter.

Os solos diferem nas suas capacidades de retencao de K+ tocavel e de outros catioes.A CTC
depende da quantidade e do tipo de argila e de materia organica presente .Por exemplo um solo
com lto teor de argila pode reter mais catioes trocaveis do que um solo com baixo teor de
argila.A CTC tambem aumenta com o aumento no teor de materia organica .

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2.3.Bases trocaveis

2.3.1.Acidez

A acidez e uma condicão bioquimaica resultante ,principalmemte das propriendas na ausencia


de quantidades adequadas dos elemento como : cálcio ,magnesio,postassio ,com isso ,na solucao
dos solo ,observa-se a presença de ions de hidrogenio .

A acidez do solo tem origem nas rochas que rochas que formam o solo,na interaao do solo com
clima-principalmente em areas onde a pluviosidade e elevada -,na absorcao dos sais alcalinos
pelas plantas cultivadas ou na aerecao de acido e de certos produtos utilizados na fertilizacao do
solo.A cidez do solo pode ser coregida com a encorporacao no solo de substancias alcalinas
como ;

 Conchas moidas ;
 Uso de calcio e magnesio;
 Calcario.

A acidez do soloe muito importante ao se cultivar plantas vegetais,pois se adptam melhor em


solos mais acidos,como a mandioca e a erva mante;Ja outras necessitam de um solo mais basico
como a soja,algodao e o feijao.

Essa medida do grau de acidez do solo e feita por maio de potencial hidrogenico (PH),ou seja e a
medida do teor de ioes HO3+ livres por unidade de volume .Q uanto maior esse teor mais acido e
considerado o solo.

Um PH acido apresenta valores entre O e 6,0.,7 E neutro e de 8 a 14 e baisco.

Para tornar um solo basico,corrigindo seu PH,para cultivo de certa especie de plantas usa-se
calcio (CACO3),cujo PH esta na faixa de 6,0 a 6,2 .

Esse PH do solo nao influencia somente no crescimento mas tambem na cor que as plantas irao
apresentar.

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2.3.2.Matéria orgánica do solo

A matéria orgânica do solo desempenha papel fundamental na sustentabilidade dos sistemas


agrícolas, influenciando atributos fisícos, químicos e biológicos do solo, com reflexo na
estabilidade e produtividade dos agroecossistemas. A ciclagem da matéria orgânica do solo é
controlada por taxas de deposição, decomposição e renovação dos resíduos que ocorrem de
forma dinâmica. Os diferentes sistemas de manejos adotados nos cultivos agrícolas têm grande
influência sobre seus estoques, podendo diminuir, manter ou aumentar em relação à vegetação
nativa.

A manutenção e/ou melhoria da qualidade do solo em sistemas de cultivo contínuo é


fundamental para garantir a produtividade agrícola e a qualidade ambiental para as gerações
futuras. Nesse sentido, a matéria orgânica do solo desempenha um papel importante, sendo
considerada a principal indicadorada qualidade do solo, servindo de base para sustentabilidade
agrícola (LAL, 2004).

A quantidade de materia organica do solo depende da entrada de material orgânico, da sua taxa
de mineralização, da textura do solo e do clima, entre outros fatores. Esses fatores interagem de
modo que o teor de MOS tende em direção a um valor de equilíbrio em áreas sob vegetação
nativa (KHORRAMDEL et al., 2013). No entanto, nos sistemas agrícolas, o manejo adotado tem
grande influência nos estoques de MOS, podendo diminuir, manter ou aumentar esses estoques
em relação à vegetação nativa (BAYER et al., 2000; LIU et al., 2003; KHORRAMDEL et al.,
2013 ).

A utililização de práticas sustentáveis como o sistema de integração lavoura pecuária, plantio


direto, a utilização de culturas de cobertura e pousio, sistemas agroflorestais, a longo prazo, pode
aumentar e/ou manter a quantidade e a qualidade da MOS, tendo como cosequência a melhoria
das propriedades químicas,físicas e biológicas do solo (LAL, 2004). Entre os vários efeitos
benéficos da MOS,nos sistemas agrícolas, destaca-se a estimulação da microbiota do
solo,condicionamento físico do solo, efeito tampão biológico e químico, controle térmico e
melhor retenção de água (UNGERA et al., 1991).

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 Benefícios da matéria orgânica do solo nos sistemas agrícolas:Funções física,
química e biológica

A matéria orgânica do solo constitui a base fundamental para aprodutividade agrícola


sustentável, pois através dos seus efeitos diretos, é capaz de modular as condições químicas,
físicas e biológicas do solo, e consequentemente, a eficiência nutricional, sendo considerada uma
importante indicadora da qualidade do solo. Ela é considerada fonte de nutrientes às plantas,
influencia a infiltração,retenção de água, estruturação e susceptibilidade do solo à erosão, atua
também sobre outros atributos, tais como:
 capacidade de troca de cátions;
 ciclagem denutrientes;
 complexação de elementos tóxicos do solo;
 Estimulação da biota do solo; (CONCEIÇÃO et al., 2005; UNGERA et al., 1991).

2.3.3.Relação da matéria orgânica do solo com a produtividade Agrícola

O papel da matéria orgânica do solo (MOS) em sistemas agrícolas tem sido amplamente
estudado em conjunto com o potencial de mitigação de gases do efeito estufa.

Segundo LIMA et al. (2010), níveis de limites de remoção de resíduo devem ser avaliados para
cada tipo de solo, com base nas necessidades, para manter ou melhorar a produtividade do solo e
a qualidade ambiental. Para os solos em que alguns resíduos são removidos, melhores práticas
agronômicas devem ser adotadas para minimizar os impactos negativos.

Alguns trabalhos têm sido desenvolvidos visando à utilização de resíduosorgânicos como prática
alternativa para tornar a agricultura mais sustentável eprodutiva. Para AMADO et al. (2000), as
informações básicas requeridas paraotimizar a recomendação da adubação nitrogenada em
sistemas de manejoconservacionista incluem: estimativa do potencial de mineralização do
nitrogênio (N)da MOS, a contribuição da cultura de cobertura antecedente (quantidade de N
mineralizada ou imobilizada), requerimento de N pela cultura econômica para atingir um

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rendimento projetado, expectativa da eficiência de recuperação do N disponível das diferentes
fontes (solo, cultura de cobertura e fertilizante mineral) e histórico de cultivos anteriores da área.

A inclusão de leguminosas em sistemas de rotação de culturas é uma estratégia que também deve
ser avaliada em relação ao seu efeito nos estoques de MOS, pois provavelmente o aumento da
produtividade das culturas comerciais em sucessão a leguminosas também ocasione um
incremento da adição de resíduos não colhidos ao solo, favorecendo a acumulação de matéria
orgânica.

2.3.4.Praticas agricolas que influemciam para o emcremento da materia orgánica

Há várias práticas de manejo que contribuem para o incremento da matéria orgânica do solo e
sustentabilidade agrícola, incluindo:

 Sistema de plantio direto;


 Utilização de culturas de cobertura e pousio;
 Rotação de culturas;
 Sistemas agroflorestais;
 Sistemas de integração lavoura pecuária.

Porém,considerando a diversidade edafoclimática existente entre os agroecossistemas,para cada


região deve-se optar por sistemas de manejo adaptáveis as condições locais específicas.

2.3.5.Composicao quimica elementar da materia organica

A reação do solo (pH) e as disponibilidades de carbono (C), nitrogênio (N) e fósforo (P) no solo
são as principais propriedades químicas do ambiente edáfico que mais limitam a atividade
biológica e produtividade primária líquida em ecossistemas terrestres. Fatores como a
diversidade do componente florístico, as práticas de manejo, a ausência de condições climáticas
extremas/adversas durante a fase de implantação do sistema agroflorestal (SAF) e o tempo de
implantação do sistema determinarão o sucesso do SAF considerando a produção, ciclagem de
nutrientes e sustentabilidade ambiental.

Em outros ecossistemas (e.g., A. angustifolia, I. paraguariensis e M. scabrella) as propriedades


químicas do solo podem ser usadas como referências para caracterização dos respectivos
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ambientes, como também determinam a capacidade de produção de biomassa em função do pH
do solo e dos teores de C, N e P. Neste capítulo será dada ênfase a caracterização das
propriedades químicas em SAF’s, ecossistemas naturais e ambientes de silvicultura com espécies
nativas e exótica do Sul do Brasil.

No entanto, como em qualquer cultura de interesse econômico, em cultivos comerciais é


recomendado a correção do pH e fornecimento de nutrientes via adubação. Processos como a
rizodeposição, exsudação radicular, deposição de serapilheira, sazonalidade,composição
florística e atividade biológica do solo modulam significativamente as propriedades químicas do
solo, que por consequência modulam a capacidade de produção primária de um ecossistema.

É importante ressaltar que alguns fatores ambientais como alta umidade relativa do ar e baixas
temperaturas favorecem ao acúmulo de material orgânico nas camadas maissuperficiais do solo
(Carducci et al. 2017). De acordo com Schumacher et al. (2004) os teores de nutrientes presentes
na serapilheira podem variar dentro da mesma espécie, tendo em vista que alguns fatores como
características da planta e sítio de ocorrência podem variar no espaço, o que dificulta a
comparação entre povoamentos da espécie.
Conforme Primieri et al. (2017) o acúmulo de carbono no solo está diretamente relacionado a
quantidade de resíduos orgânicos que são depositados no solo, bem como davelocidade de
decomposição desse material. Longhi et al. (2011) avaliando a produção e a disponibilidade de
nutrientes nas frações da serapilheira em FOM, mencionam que dentre asfrações da serapilheira,
a miscelânea apresentou maior concentração de nutrientes, em destaque o N e o P.

2.3.6.Reação do solo e disponibilidade de C,N e P

A Bracatinga é uma leguminosa, sendo assim, associa-se a bactérias do gênero Rhizobium,


ocorrendo nodulação nas raízes e fixação de nitrogênio (Carpanezzi et al. 1988).

Em um estudo realizado por Ribeiro e Machado (2012) foi contatado que os macronutrientes
encontrados na parte aérea de plantas de Bracatinga em ordem decrescente foram N, Ca, K, Mg e
P. Em um estudo de campo, Capanezzi et al. (1988), mostraram que uma das limitações ao
estabelecimento de plantações de Bracatinga é a deficiência de fósforo. Na maioria das vezes,
está arbórea nativa ocorre espontaneamente em solos pobres, com pH variando entre 3,5 e 5,5
(Carvalho 2002). Outro componente importante no solo é o carbono, que é usado para estudar a

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sustentabilidade dos Bracatingais em função dos teores de matéria orgânica, decomposição e
ciclagem de nutrientes (Guedes et al. 2019).
Os resultados obtidos por Silva (2016) e Feistauer e Ouriques (2003) em relação às propriedades
químicas do solo demonstram que houve diferença significativa nos teores de fósforo (P),
nitrogênio total (N total), carbono orgânico total (COT) e pH do solo. Entre o potássio,
nitrogênio total e carbono orgânico do solo, a propriedade em maior quantidade no solo em
plantio de bracatinga foi o COT, seguida do N total e por último o P. Em relação ao pH do solo
(H2O), observou-se uma característica ácida .

2.3.7.Propriedades fisicas - Quimicas da materia orgánica

Os Latossolos pertencem a uma classe de solos de grande importância, tendo em vista o seu
potencial de produção e a extensão de área que ocupam; assim,estabelecer sistemas de manejo
que objetivem a sustentabilidade desses solos é de grande interesse,especialmente no domínio de
Mares de Morros, onde sua presença está associada aos topos dos morros(Abrahão et al., 2000),
sendo áreas bastante utilizadas para produção agrícola nesses ambientes (Jose, 1982;Rezende &
Resende, 1996; Portugal et al., 2008).

Segundo Rezende & Resende (1996) e Abrahão etal. (2000), os solos nos Mares de Morros
geralmente são pobres, tendendo a distróficos e álicos, na maior parte, devido ao profundo manto
de intemperismo, com quase ausência de minerais primários facilmente intemperizáveis e relevo
acidentado, o que torna esses ecossistemas bastante vulneráveis quanto às perdas de nutrientes,
pois estes são perdidos com facilidade e não há como serem recuperados naturalmente.

A remoção da cobertura vegetal natural e a implantação de atividades agropecuárias, devido às


ações que envolvem as diferentes formas de uso e manejo, provocam desequilíbrio no
ecossistema, uma vez que o manejo adotado influenciará os processos físicos, químicos e
biológicos do solo, modificando suas propriedades químicas e físicas (Canellas et al., 2003;
Rangel & Silva, 2007; Costa et al., 2008).

Essas modificações antrópicas do solo podem ser de caráter positivo ou negativo, isto é, tanto
podem provocar melhoria em certas propriedades do solo, como também podem acelerar sua
degradação, dependendo principalmente da natureza do solo, da espécie vegetal,do sistema de

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manejo usado e do tempo de exploração agrícola (Castro Filho et al., 1998; Rangel & Silva,
2007; Salton et al., 2008; Costa et al., 2008; Carneiroet al., 2009).
A compactação do solo é um dos fatores limitantes à produção das culturas e é condicionada não
só por fatores externos, especificamente por tipo, intensidade e frequência da pressão aplicada
(Proffit et al., 1993.

Nas propriedades quimicas da materia organica encontramos:

 PH;
 Capacidade de troca cationica CTC;
 Condutividade eletica do solo;
 Teores de macro e micronutrientes;
 Estoques de materia organica do solo.

Nas propriedades fisicas da materia organica encontramos:

 Organismos vivos;
 Residuos vegetais;
 Residuos vegetais em decomposicao;

2.3.8.Distribuição do teor de materia orgánica nos solos em funçã de condições ambientais

Existe consenso de que as terras pretas sao extremamente eficientes para a reter grandes
quantidades de materia organica do solo. Porem os efeitos sobre as substancias humicas e as
fracos fisicas do solo nestes ambientes tropicais,assim como o estado de agregacao influenciado
pelo MOS de origempirogenica sao puco conhecidas.

A materia organica pode dividida em fracao ativa e passiva.Sendo a primeira composta por
substancia humica de baixo peso molecular,por residuos de plantas e animais( fracao leve ou
particulada) e seus produtos primario de decomposicao, e pela biomassa microbiana
(Stevenson,1994).

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CAPÍTULO III - CONCLUSÃO

3.1.Conclusões

O uso antrópico do Latossolo alterou suas propriedades físicas e químicas em relação à mata. Os
sistemas agrícolas com laranjeira e canavial apresentaram valores de densidade do solo,
porosidade total, retenção de água, relação capacidade de campo/porosidade total e resistência do
solo à penetração intermediários entre a mata e a pastagem; redução dos teores de matéria
orgânica do solo; O teor de matéria orgânica do solo é bastante variável em função das condições
edafoclimáticas e do manejo adotado nos sistemas agrícolas, porém, tende a um valor de
equilíbrio de acordo com as características peculiares de cada agroecossistema.

Para o entendimento da dinâmica da matéria orgânica no solo de um determinado


agroecossistema são necessários estudos que levem em consideração o tempo, pois as alterações
dos seus teores podem ser lentas, dependendo das condições edafoclimáticas e manejo adotado.

A matéria orgânica do solo desempenha um papel importante na sustentabilidade


agrícola,influenciando os atributos fisícos, químicos e biológicos do solo, com reflexo na
estabilidade da produtividade dos agroecossistemas. Por relacionar-se a múltiplos aspectos do
ambiente e do solo, a matéria orgânica pode ser alterada com maior ou menor intensidade,
dependendo do sistema.

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Referências bibliograficas

1. AITA, C.; BASSO, C.J.; CERETTA, C.A.; GONÇALVES, C.N.; DA ROS, C.O. Plantas
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