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GUARUJÁ, SP
2023
GABRIEL SILVA LIMA
GUARUJÁ, SP
2023
Autorizo a reprodução parcial ou total deste trabalho, por qualquer que seja o processo,
exclusivamente para fins acadêmicos e científicos.
Aprovação: 02/06/2023
Nas últimas décadas, o uso da bicicleta como meio de transporte, entre outras
possibilidades de uso, consolida-se, cada vez mais, como um novo conceito de
mobilidade urbana em todo o mundo. Nessa perspectiva, o uso cotidiano da bicicleta
decorre de que, gradativamente, tornou-se um equipamento utilizado para atividades
do dia a dia, de caráter utilitário e funcional no Guarujá. Entende-se por viabilidade
técnica a contemplação do estudo da legislação vigente, estudo das diretrizes gerais
de projeto, alternativas de rotas e restrições. Nesse aspecto, o enfoque do trabalho é,
por meio de revisão de literatura e pesquisa de campo, realizar a análise de viabilidade
técnica da extensão da ciclofaixa existente na Estrada do Pernambuco, que se
estenderá pela Rua Áureo Guenaga de Castro até a Av. Desembargador Plínio
Carvalho Pinto em Guarujá-SP. A instalação da ciclofaixa, proposta no presente
trabalho com o auxílio de um plano de conscientização, configura uma alternativa
viável, segura e de fácil adaptação que possibilita a circulação dinâmica de veículos,
ciclistas e pedestres em harmonia e estimula o desenvolvimento da mobilidade urbana
sustentável.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
5. APÊNDICE ...................................................................................................... 50
5.1 QUESTIONÁRIOS ........................................................................................ 50
5.1.1 Questionário Socioeconômico .................................................................... 50
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1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, o uso da bicicleta como meio de transporte, entre outras
possibilidades de uso, consolida-se, cada vez mais, como um novo conceito de
mobilidade urbana em todo o mundo. Nessa perspectiva, o uso cotidiano da bicicleta
decorre de que, gradativamente, tornou-se um equipamento utilizado para atividades
do dia a dia, de caráter utilitário e funcional (BRASIL, 2007). Na cidade de Guarujá um
grande número de pessoas usa a bicicleta para satisfazer suas necessidades de
transporte na medida em que esse é o seu único meio possível de deslocamento, pois
muitos deles são trabalhadores e pessoas que pertencem às camadas mais baixas da
população, que não dispõem de automóvel e nem de transporte coletivo adequado as
suas necessidades básicas de transporte, além disso, existem os que preferem utilizar
a bicicleta por questões sustentáveis e vantagens como diminuição de imprevistos no
trânsito e o bem estar mental e físico que essa prática traz.
O uso eventual da bicicleta está relacionado às práticas de lazer, recreação e
esporte. As pessoas utilizam a bicicleta nos momentos em que saem de casa para
andar de bicicleta por diversão e prazer, para interagir com a paisagem urbana, com
o meio ambiente, com a cidade, ou ainda, para realizar atividades relacionadas a
práticas esportivas de competição, de trilhas, manobras radicais, exibições. Nesse
caso, a dimensão de uso assume uma ligação muito próxima com a promoção da
saúde e da qualidade de vida (BIKE REGISTRADA, 2020).
O uso específico ocorre na medida em que a bicicleta se torna um instrumento
de luta política e ideológica. Nos últimos tempos, pode-se observar o uso da bicicleta
como bandeira de luta pela sustentabilidade ambiental, como instrumento de ação da
contracultura do automóvel; para realização de movimentos em favor da paz social e
contra a violência no trânsito, como fator de ação para ações de solidariedade e de
inclusão social (SILVEIRA, 2010).
A prática da atividade engloba a todos, independentemente de sexo, idade ou
histórico esportivo, basta saber utilizar o meio de transporte. O ciclismo apresenta
diversas vantagens, as quais já foram citadas e outras que serão detalhadas melhor
no decurso do trabalho, uma vez que o ser humano é capaz de desenvolver longas
viagens com ela, respeitando comunidades e o meio ambiente, esta é bem-vinda e
deve ser incluída no cotidiano.
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1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Geral
1.1.2 Específicos
2. REVISÃO DA LITERATURA
O transporte público e privado por tração animal era tão realizado durante o
século XIX, que a frota estimada na época era de 200 mil cavalos em Nova York.
Porém, uma série de problemas sociais e sanitários foram trazidos através deste único
quadro de transporte, visto que havia muitos acidentes letais e grande produção de
excrementos, odor e disseminação de vetores (RUBIM, LEITÃO, 2013).
Segundo Ferraz (2004), apenas após 1873 foram criados os primeiros sistemas
de transporte urbano que trouxeram resultados satisfatórios, como por exemplo o
bonde movido a motor elétrico. Entretanto, segundo Haubert (2017) foi a partir de 1895
que o ônibus, patenteado por Gottlieb Daimler e Karl Benz, assumiu um papel
imprescindível na história dos transportes públicos motorizados, por ter sido
aperfeiçoado com freio a ar e motor a diesel, fazendo com que o bonde fosse
substituído pelo ônibus.
o meio ambiente – óleos, pneus, lataria velha de carros usados – objetos que
dificilmente serão degradados, gerando descompensação ambiental e possibilidade
de doenças (BRASIL, 2007).
No geral, o conceito de sustentabilidade elucida que a necessidade de projetar
mecanismos cada vez mais acessíveis à população e economicamente viáveis, e
principalmente menos agressivos ao meio ambiente tem se tornado maior frente aos
desafios socioeconômicos e ambientais do mundo atual, devido ao crescimento
desordenado dos centros urbanos (CAMPOS, 2005).
O ato de mobilizar-se no espaço urbano está relacionado ao deslocamento de
pessoas e bens dentro de cidades, metrópoles e megalópoles, através da utilização
de veículos não motorizados (tração animal, bicicletas, patinetes, skates e patins), ou
veículos motorizados (motocicletas, carros, ônibus e veículos no geral), ou ainda,
motivada pelo próprio esforço físico, feita através do deslocamento a pé (BRASIL,
2007).
Para se ter uma boa mobilidade urbana sustentável é necessário que o
desenvolvimento de suas diretrizes esteja embasado no princípio do desenvolvimento
sustentável. Segundo Plume (2003), a base do desenvolvimento sustentável se dá em
ofertar progresso no presente sem que seja necessário comprometer a expectação e
a capacidade das gerações futuras de suprir suas necessidades.
A bicicleta foi introduzida por imigrantes europeus que vinham para o Brasil e
foi bem aceita pela classe trabalhadora da época, desde então muitas cidades
brasileiras passaram a desenvolver projetos, estudos e planos diretores com o intuito
de desenvolver uma circulação segura e confortável para ciclistas. Por volta de 1790,
foram desenvolvidas as primeiras bicicletas e, ao longo do tempo, elas passaram por
diversas transformações e adaptações para chegar nos modelos atuais presentes nos
dias de hoje, a Figura 2 elucida os itens padronizados de uma bicicleta básica
(BRASIL, 2007).
Figura 2 - Bicicleta Padrão
Fonte: Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro 2018, realizada pela
ONG Transporte Ativo e pelo LABMOBUFRJ, adaptado pelo autor.
Fonte: Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro 2018, realizada pela
ONG Transporte Ativo e pelo LABMOBUFRJ, adaptado pelo autor.
oferecer, tanto para sociedades quanto para o próprio usuário. No que diz respeito as
vantagens para os usuários, é possível citar:
a) Flexibilidade;
por sua vez, ocupa um lugar de grande importância para esse grupo, sendo muitas
vezes, a única alternativa de transporte para muitos trabalhadores no Brasil, dessa
forma, a fomentação do desenvolvimento de infraestrutura incentivas a equidade no
acesso à mobilidade no trânsito.
Deve-se pontuar, ainda, que quando comparado com veículos grandes como
carros e até mesmo ônibus, fica claro que a bicicleta ocupa menos o espaço urbano,
gerando uma maior mobilidade no trânsito, seja no espaço que ela ocupa
movimentando nas vias ou estacionadas (GEIPOT, 2001). Em relação ao espaço
destinado a estacionamentos, acomodam-se até 10 bicicletas, numa área equivalente
a uma vaga para automóvel, como pode ser observado nos exemplos da Figura 3
(BRASIL, 2007).
a) Vulnerabilidade
b) Raio de ação limitado
c) Exposição ao clima e à poluição
O espaço ciclável pode ser definido como o sistema que compõe vias
sinalizadas da cidade, de forma a indicar o compartilhamento do espaço viário entre
bicicletas e veículos motorizados, podendo ser ciclofaixas, ciclovias ou até mesmo
ciclorrotas que constituem caminhos seguros a serem percorridas pelas bicicletas,
usualmente implantadas nas vias com baixo fluxo de veículos, impulsionando dessa
forma o avanço na melhoria das condições de segurança do fluxo de ciclistas
(FERREIRA, 2000).
As ciclofaixas, ciclovias e ciclorrotas não são implantadas sem antes haver um
regulamento e amplo estudo de implantação. Segundo Morato (2014), as diretrizes
que asseguram esse regulamento prévio para a implementação de recursos
destinados a circulação de bicicletas são: escolha do piso ideal para o deslocamento,
monitoramento das intersecções das vias, análise da rede viária existente, trajeto
otimizado e motivador e facilidade de deslocamento dentro da rota definida.
De acordo com Czerwonka (2020), as ciclofaixas são utilizadas, geralmente,
em vias em que o tráfego de veículos ocorre de forma mais lenta e podem ser definidas
como um espaço delimitado na própria via, ou seja, junto com os outros veículos, em
calçadas ou canteiros exclusivos aos ciclistas, podendo ser unidirecional ou
bidirecional. São mais fáceis de serem implantadas por conta da possibilidade de
serem instaladas no mesmo nível da pista de rolamento, calçada ou canteiro e por
demandarem menos recursos que as ciclovias, entretanto oferecem como
desvantagem um pouco menos de segurança e conforto.
As ciclovias, por sua vez, são vias exclusivas para o tráfego de bicicletas, sendo
totalmente segregadas das vias que trafegam os veículos motorizados. Segundo o
Ministério das Cidades (2007), as ciclovias podem ser implementadas no canteiro
central das vias, junto as calçadas laterais ou até em trechos independentes da malha
viária, e são usualmente instaladas em um nível mais elevado em relação à pista de
rolamento. As ciclovias implantadas no canteiro central são pouco comuns, sobre elas
Miranda (2007, p. 85) afirma que:
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2.6.2 Dimensões
O espaço útil padrão do ciclista segue um modelo prismático com 1,75 metros
de comprimento e 1,0 metro de largura, que se trata da soma da largura do guidão da
bicicleta de 60 centímetros acrescido do espaço necessário para movimentar braços
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3. MATERIAL E MÉTODOS
preferência por utilizar a ciclofaixa presente na Av. Miguel Estefano, que fica localizada
na orla da praia, por não haver ciclofaixa na R. Áureo Guenaga de Castro nem na Av.
D. Plínio C Pinto. O trecho de estudo adotado foi do início da Rua Áureo Guenaga de
Castro até o Supermercado Extra que se encontra localizado no final da Estrada do
Pernambuco em Guarujá-SP, o trecho está representado de roxo na figura abaixo e
possui uma extensão de aproximadamente 1,0 km.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 10 - Perfil de elevação do trecho analisado (Parte 1 – Rua Áureo Guenaga de Castro)
Figura 11 - Perfil de elevação do trecho analisado (Parte 1 – Rua Áureo Guenaga de Castro)
Figura 12 - Perfil de elevação do trecho analisado (Parte 1 – Rua Áureo Guenaga de Castro)
Como é possível observar, foi detectado apenas um ponto crítico na Av. D. Plínio
C. Pinto, que também não obstrui a implantação de ciclofaixa na via, por estar dentro
dos regulamentos e a via não ultrapassar o limite de inclinação média de 3%, tendo
1,8%. Em grande parte da extensão da via, a topografia é predominantemente plana,
o que favorece a viabilidade da implantação de uma ciclofaixa.
4.2 QUESTIONÁRIOS
Verifica-se também que 82% dos entrevistados eram pessoas que recebiam o
valor de até R$ 1320,00 que compreende a base do salário mínimo atual, com apenas
18% da amostra populacional recebendo valores entre R$ 1.320,00 a R$ 2.640,00.
( ) SAÚDE 6%
( ) LAZER 35%
( ) ESCOLA 6%
( ) TRABALHO 24%
( ) MAIS DE 50 MIN 0%
( ) 30 – 50 MIN 18%
( ) 20 – 30 MIN 6%
( ) 10 – 20 MIN 12%
( ) 5 – 10 MIN 29%
( ) 0 – 5 MIN 35%
( ) 3 A 4X POR SEMANA 6%
da amostra populacional apenas 1 a 2 vezes por semana, visto que a população tem
demonstrado baixo interesse na adesão desse meio de transporte com frequência
devido a fatores relacionados à segurança e infraestrutura, como mostra o gráfico 6.
Os problemas que são considerados, como sendo os principais motivos de
desmotivação do uso da bicicleta serão discorridos de forma mais abrangente nos
próximos gráficos.
Analisando o gráfico abaixo, constata-se que a condição principal que
necessita de melhorias para garantir a segurança do ciclista no Guarujá é a falta de
educação no trânsito com 35% dos votos, em segundo lugar observa-se que a falta
de interligação entre ciclofaixas é a condição que mais necessita de melhorias com
29%, fator que demonstra o interesse e apoio populacional à implantação de
interligações entre ciclofaixas nas cidades e traz a discussão o tema desse trabalho
em questão. Por último, mas não menos importante, encontram-se falta de
infraestrutura e falta de segurança no trânsito com 18% dos votos para ambos fatores
que juntos formam o par principal para um bom funcionamento da mobilidade urbana.
( ) OUTRO 0%
( ) NÃO 76%
( ) SIM 24%
( ) NUNCA UTILIZEI 0%
( ) SIM 24%
5. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UFRGS (2007). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Sistema Avançado para
estudo de projetos Viários. Disponível em: https://www.ufrgs.br/saepro//. Acesso em
26 de Abril de 2023.
5. APÊNDICE
5.1 QUESTIONÁRIOS
5.1.1 Questionário Socioeconômico
1- Sexo?
( ) Feminino
( ) Masculino
( ) Outro
2- Idade?
( ) 0-15
( ) 16-20
( ) 21-35
( ) 36-50
( ) 51-65
( ) Mais de 65
3- Você trabalha?
( ) Sim
( ) Não
2- Quanto tempo é gasto em média, da sua casa para o local, que você mais frequenta?
( ) 0 – 5 min
( ) 5 – 10 min
( ) 10 – 20 min
( ) 20 – 30 min
( ) 30 – 50 min
( ) Mais de 50 min
5- Qual a condição que mais necessita de melhorias para garantir a segurança do ciclista no
Guarujá?
( ) Falta de segurança civil (policiamento, proteção contra assaltos, estacionamento seguro)
( ) Falta de infraestrutura (iluminação, sinalização, buraco)
( ) Falta de educação de trânsito (para motoristas ou pedestres)
( ) Falta de interligação entre ciclovia/ciclofaixas na cidade
( ) Falta de condições climáticas (frio, chuva, calor) e de relevo, adequadas
( ) Outro