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Universidade Federal de Viçosa

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas


Departamento de Matemática

Esta prova contém 3 páginas, 3 questões, totalizando 110 pontos.


Em todas as questões justifique suas respostas.

3a Prova de MAT137 - Introdução à Álgebra Linear - 26/06/2019


Nome: Matrı́cula: Turma:2

 
2 2 1 −2
Questão 1 : Seja T : R → R uma transformação linear dada por [T ]C
B = , em que B = {(0, −1), (−1, 0)} e
−2 −1
C = {(1, 0), (0, 1)}.
(a) (10 pontos) Determine T (x, y) e verifique se T é isomorfismo.
(b) (10 pontos) Caso T seja isomorfismo, determine T −1 (x, y).

Solução:
(a) Uma vez que det([T ]CB ) = −1 − 4 = −5 6= 0, a transformação T é isomorfismo. Além disso, T (1, 0) = 1(0, −1) −
2(−1, 0) = (2, −1) e T (0, 1) = −2(0, −1) − 1(−1, 0) = (1, 2), temos

T (x, y) = T (x(1, 0) + y(0, 1)) = xT (1, 0) + yT (0, 1) = x(2, −1) + y(1, 2) = (2x + y, −x + 2y).

(b) Para encontrar T −1 (x, y), basta encontrar [T −1 ]B C −1


C = ([T ]B ) .
     
1 −2 | 1 0 L2 ← L2 + 2L1 1 −2 | 1 0 L2 ← − 51 L2 1 −2 | 1 0
−2 −1 | 0 1 0 −5 | 2 1 0 1 | − 52 − 15
1
− 25
 
L1 ← L1 + 2L2 1 0 | 5 .
0 1 | − 5 − 15
2
 1
− 25

, ou seja, T (0, −1) = 15 , − 25 e T (−1, 0) = − 25 , − 15 . Daı́,
B
 
Desta forma, [T ]C = 5
− 25 − 15

T (x, y) = T (−y(0, −1) − x(−1, 0)) = −yT (0, −1) − xT (−1, 0)


   
1 2 2 1
= −y ,− − x − ,−
5 5 5 5
 
2 1 1 2
= x − y, − x − y .
5 5 5 5

1 de 3
Questão 2 : Seja T : R4 → R3 uma transformação linear tal que

T (1, 0, 0, 0) = (1, 2, 3), T (0, 1, 0, 0) = (2, 7, 12), T (0, 0, 1, 0) = (0, −1, −2) e T (0, 0, 0, 1) = (−1, 2, 5).

(a) (10 pontos) Mostre que T (x, y, z, w) = (x + 2y − w, 2x + 7y − z + 2w, 3x + 12y − 2z + 5w).


(b) (10 pontos) Determine N (T ) e sua dimensão.
(c) (10 pontos) Determine Im(T ) e sua dimensão.
(d) (8 pontos) A transformação T é injetora? Sobrejetora?

Solução:
(a) Neste caso é conhecida a imagem da base canônica de R4 . Assim,

T (x, y, z, w) = T (x(1, 0, 0, 0) + y(0, 1, 0, 0) + z(0, 0, 1, 0) + w(0, 0, 0, 1))


= xT (1, 0, 0, 0) + yT (0, 1, 0, 0) + zT (0, 0, 1, 0) + wT (0, 0, 0, 1)
= x(1, 2, 3) + y(2, 7, 12) + z(0, −1, −2) + w(−1, 2, 5)
= (x + 2y − w, 2x + 7y − z + 2w, 3x + 12y − 2z + 5w)

(b) Pela definição, N (T ) = {(x, y, z, w) ∈ R4 ; T (x, y, z, w) = (0, 0, 0)}. Assim, precisamos resolver o sistema linear
homogêneo 
 x + 2y − w = 0
2x + 7y − z + 2w = 0
3x + 12y − 2z + 5w = 0

  L2 ← L2 − 2L1    
1 2 0 −1 1 2 0 −1 1 2 0 −1
L3 ← L3 − 3L1 L3 1 ← L3 − 2L2
 2 7 −1 2   0 3 −1 4   0 3 −1 4 .
3 12 −2 5 0 6 −2 8 0 0 0 0

x + 2y − w = 0
Desta forma, temos o sistema equivalente, , que fornece z = 3y + 4w e x = w − 2y. Logo,
3y − z + 4w = 0

N (T ) = {(x, y, z, w) ∈ R4 ; z = 3y + 4w e x = w − 2y} = {(w − 2y, y, 3y + 4w, w); y, w ∈ R}


= {y(−2, 1, 3, 0) + w(1, 0, 4, 1); y, w ∈ R} = [(−2, 1, 3, 0), (1, 0, 4, 1)]

Como os vetores do conjunto gerador não são múltiplos, segue que dim(N (T )) = 2.
(c) Pela definição Im(T ) = {(a, b, c) ∈ R3 ; T (x, y, z, w) = (a, b, c), para algum (x, y, z, w) ∈ R4 }. Desta forma, devemos
encontrar condições sobre a, b, c de modo que tenha solução o sistema

 x + 2y − w = a
2x + 7y − z + 2w = b
3x + 12y − 2z + 5w = c

  L2 ← L2 − 2L1  
1 2 0 −1 | a 1 2 0 −1 | a
 2 7 −1 L3 ← L3 − 3L1
2 | b   0 3 −1 4 | b − 2a 
3 12 −2 5 | c 0 6 −2 8 | c − 3a
 
1 2 0 −1 | a
L3 1 ← L3 − 2L2
 0 3 −1 4 | b − 2a  .
0 0 0 0 | c − 2b + a
Daı́, Im(T ) = {(a, b, c) ∈ R3 ; a − 2b + c = 0} = {(2b − c, b, c); b, c ∈ R} = [(2, 1, 0), (−1, 0, 1)]. Logo, dim(Im(T )) = 2.
(d) A transformação linear T não é injetora, pois N (T ) 6= {(0, 0, 0, 0)} e T não é sobrejetora, pois Im(T ) 6= R3 .

2 de 3
Questão 3 : Seja T : R3 → R3 dada por T (x, y, z) = (x − y + z, −2y + z, −2x − z).
(a) (10 pontos) Mostre que T é uma transformação linear.
(b) (5 pontos) Encontre [T ]C
C , em que C = {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)}.
(c) (15 pontos) Mostre que o polinômio caracterı́stico de T é dado por PT (λ) = λ3 + 2λ2 + λ. Encontre todos os
autovalores de T.
(d) (15 pontos) Determine os autoespaços relacionados a cada autovalor. Determine a dimensão de cada autoespaço.
(e) (7 pontos) O operador linear T é diagonalizável?

Solução:
(a) Sejam u = (x1 , y1 , z1 ), v = (x2 , y2 , z2 ) ∈ R3 e α ∈ R. Assim,

T (u + v) = T (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 )
= ((x1 + x2 ) − (y1 + y2 ) + (z1 + z2 ), −2(y1 + y2 ) + (z1 + z2 ), −2(x1 + x2 ) − (z1 + z2 ))
= (x1 − y1 + z1 , −2y1 + z1 , −2x1 − z1 ) + (x2 − y2 + z2 , −2y2 + z2 , −2x2 − z2 )
= T (u) + T (v)

T (αu) = T (αx1 , αy1 , αz1 )


= ((αx1 ) − (αy1 ) + (αz1 ), −2(αy1 ) + (αz1 ), −2(αx1 ) − (αz1 ))
= α(x1 − y1 + z1 , −2y1 + z1 , −2x1 − z1 )
= αT (u).

Logo, T é uma transformação linear.


 
1 −1 1
(b) Como T (1, 0, 0) = (1, 0, −2), T (0, 1, 0) = (−1, −2, 0) e T (0, 0, 1) = (1, 1, −1), temos [T ]C
C =  0 −2 1 .
−2 0 −1

(c) Pela definição de polinômio caracterı́stico,


 
1 −1 1
pT (λ) = det(λI − [T ]C
C ) = det  0 −2 1 
−2 0 −1
= (λ − 1)(λ + 2)(λ + 1) − 2 + 2(λ + 2)
= (λ − 1)(λ + 2)(λ + 1) + 2(λ + 1)
= (λ + 1)(λ2 + λ)
= λ3 + 2λ2 + λ.

Observe que pT (λ) = λ(λ + 1)2 . Assim, os autovalores de T são λ = 0 e λ = −1.


(d) AutT (0) = N (0.I − T )
     
−1 1 −1 −1 1 −1 −1 1 −1
L3 ← L3 + 2L1 L3 ← L3 − L2
 0 2 −1   0 2 −1   0 2 −1  .
2 0 1 0 2 −1 0 0 0
Logo, z = 2y e x = y − z = −y, e desta forma, AutT (0) = {(−y, y, 2y); y ∈ R} = [(−1, 1, 2)] e dim(AutT (0)) = 1.
AutT (−1) = N (−1.I − T )
     
−2 1 −1 −2 1 −1 −2 1 −1
L3 ← L3 + L1 L3 ← L3 − L2
 0 1 −1   0 1 −1   0 1 −1  .
2 0 0 0 1 −1 0 0 0
Logo, z = y e −2x = 0, e desta forma, AutT (−1) = {(0, y, y); y ∈ R} = [(0, 1, 1)] e dim(AutT (−1)) = 1.

(e) O operador T não é diagonalizável, pois ma(−1) = 2 6= 1 = ma(−1).

Boa Prova!

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