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SAÚDE

MENTAL
PRINCÍPIOS DE POLÍTICA E ÓRGÃOS LEGAIS

PROGRAMA NACIONAL CONSELHO NACIONAL COMISSÃO TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO


PARA A SAÚDE MENTAL DE SAÚDE MENTAL DA REFORMA DA SAÚDE MENTAL
SAÚDE MENTAL
PRINCÍPIOS DE POLÍTICA E ÓRGÃOS LEGAIS

PRINCIPAIS DOCUMENTOS ORIENTADORES


DAS POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL

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SAÚDE MENTAL
PRINCÍPIOS DE POLÍTICA E ÓRGÃOS LEGAIS

MENSAGEM
Ministra da Saúde
Marta Temido

A Saúde Mental assume-se como um dos eixos A atual pandemia evidenciou a fundamental
fundamentais na política de saúde do XXII resposta que o Serviço Nacional de Saúde, com
Governo Constitucional. O investimento que o os seus profissionais e os seus serviços, foi capaz
Ministério da Saúde vai efetuar na área da Saúde de organizar. Também na área da saúde mental
Mental revela uma forte aposta nos cuidados de essa resposta foi efetiva. Seja nas estruturas de
saúde de proximidade, um desafio para os proximidade, regionais ou nacionais, nos
próximos quatro anos. Serviços Locais de Saúde Mental, nos hospitais
psiquiátricos e até no setor convencionado, as
Privilegiando uma lógica de proximidade e de equipas reorganizaram-se, repensaram a sua
integração de cuidados de saúde e com uma atividade, fortaleceram as redes de comunicação
preocupação constante no combate ao estigma e responderam aos desafios que a pandemia
e discriminação, fenómenos frequentemente provocou. Foi assim possível garantir acesso a
associados à realidade da doença mental, o cuidados, reforçar as condições de
Plano Nacional de Saúde Mental (PNSM) é um acompanhamento das pessoas com doença
instrumento estruturante na política de Saúde grave e criar alternativas dirigidas a crianças e
Mental do país. A implementação do PNSM é jovens, pessoas mais velhas, profissionais de
uma das prioridades para esta legislatura, saúde, cuidadores e população em geral.
permitindo assumir por completo uma visão
moderna da Saúde Mental e alinhá-la com os Se a aprovação da lei de bases da saúde, foi, sem
melhores referenciais nacionais e internacionais. dúvida, uma boa forma de assinalar os 40 anos
do SNS, a aprovação da nova lei de saúde mental
O Conselho Nacional de Saúde Mental, criado constitui um dos objetivos centrais desta
em 1998 (CNSM) é o órgão de consulta do legislatura e contribuirá para o fortalecimento e
Governo em matéria de política de saúde modernização do SNS, centralizando a política
mental, integra diferentes setores da de saúde nas pessoas.
comunidade, associações de doentes, É com orgulho que agradeço a todos os
profissionais de saúde, academia, serviços profissionais que diariamente dão o seu melhor
públicos, parceiros do setor social e ordens pelo Serviço Nacional de Saúde. Juntos
religiosas e desempenha um importante papel construiremos um SNS mais forte e capaz de
na definição e avaliação das políticas públicas de responder com eficiência aos desafios da saúde
Saúde Mental. no século XXI.

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SAÚDE MENTAL
PRINCÍPIOS DE POLÍTICA E ÓRGÃOS LEGAIS

SAÚDE MENTAL EM PORTUGAL


Princípios gerais de política
de saúde mental
[Lei 36/98, de 24 de julho]

A proteção da saúde mental efetiva-se através de medidas que contribuam para


assegurar ou restabelecer o equilíbrio psíquico dos indivíduos, para favorecer o
desenvolvimento das capacidades envolvidas na construção da personalidade e para
promover a sua integração crítica no meio social em que vive.

Tais medidas incluem ações de prevenção primária, secundária e terciária da doença


mental, bem como as que contribuam para a promoção da saúde mental das
populações.

Sem prejuízo do disposto na Lei de Bases da Saúde, devem observar-se os seguintes


princípios gerais:

A prestação de cuidados de saúde No caso de doentes que


mental é promovida fundamentalmente careçam de
prioritariamente a nível da reabilitação psicossocial, a prestação
comunidade, por forma a evitar o de cuidados é assegurada, de
afastamento dos doentes do seu preferência, em estruturas
meio habitual e a facilitar a sua residenciais, centros de dia e
reabilitação e inserção social; unidades de treino e reinserção
profissional, inseridos na
Os cuidados de saúde mental são comunidade e adaptados ao grau
prestados no meio menos restritivo específico de autonomia dos
possível; doentes, situações em que os
encargos com os serviços prestados
O tratamento de doentes mentais no âmbito da reabilitação e inserção
em regime de internamento ocorre, social, apoio residencial e reinserção
tendencialmente, em hospitais profissional são comparticipados em
gerais; termos a definir pelos membros do
Governo responsáveis pelas áreas
da saúde, segurança social e
emprego.

A prestação de cuidados de saúde


mental é assegurada por equipas
multidisciplinares habilitadas a
responder, de forma coordenada,
aos aspetos médicos, psicológicos,
sociais, de enfermagem e de
reabilitação.

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SAÚDE MENTAL
Princípios de política e órgãos legais

ÓRGÃOS NACIONAIS
SAÚDE MENTAL
PRINCÍPIOS DE POLÍTICA E ÓRGÃOS LEGAIS

ÓRGÃOS NACIONAIS

Direção-Geral da Saúde
Programa Nacional
para a Saúde Mental

Orientações Programáticas
Assegurar o acesso equitativo a
Visão cuidados de qualidade a todas as
pessoas com problemas de saúde
mental do País, incluindo as que
Assegurar a toda a população
pertencem a grupos especialmente
portuguesa o acesso a serviços
vulneráveis;
habilitados a promover a sua saúde
mental, prestar cuidados de qualidade e Promover e proteger os direitos
facilitar a reintegração e a recuperação humanos das pessoas com
das pessoas com doença mental. problemas de saúde mental;

Reduzir o impacto das perturbações


mentais e contribuir para a
Missão promoção da saúde mental das
populações;
O Programa Nacional de Saúde Mental
Promover a descentralização dos
tem como missão desenvolver
serviços de saúde mental, de modo a
programas e recomendações no sentido
permitir a prestação de cuidados
de:
mais próximos das pessoas e a
facilitar uma maior participação das
comunidades, dos utentes e das
suas famílias;
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SAÚDE MENTAL
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ÓRGÃOS NACIONAIS

Conselho Nacional
de Saúde Mental
[Criado nos termos do artigo 4º, da Lei nº 36/98,
de 24 de julho, Lei de Saúde Mental]

Composição
Um presidente, designado pelo Um representante do Serviço de
membro do Governo responsável Intervenção nos Comportamentos
pela área da saúde; Aditivos e nas Dependências;

Dois representantes designados pelo Dois representantes designados pelo


membro do Governo responsável membro do Governo responsável
pelas áreas da solidariedade e do pela área da saúde, sendo um
emprego, sendo um representativo representativo da área dos cuidados
da área da segurança social e outro de saúde primários e outro da área
da área do emprego; dos cuidados continuados
integrados;
Um representante designado pelo
membro do Governo responsável Os presidentes dos conselhos
pela área da justiça; regionais de saúde mental;

O Diretor do Programa nacional para Quatro enfermeiros, dois psicólogos,


a Saúde Mental; dois técnicos de serviço social e um
representante dos restantes grupos
Um representante da Administração profissionais, a designar pelas
Central do Sistema de Saúde, I. P.; respetivas Ordens ou Associações

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profissionais, devendo pelo menos Um representante da Confederação


dois pertencer a serviços de saúde Nacional das Instituições de
mental da infância e da Solidariedade Social, um
adolescência; representante da União das
Misericórdias Portuguesas e um
Um representante das instituições representante da União das
particulares de solidariedade social Mutualidades Portuguesas;
com intervenção na área da saúde
mental; * Dois representantes dos institutos
religiosos com intervenção na área
Um representante do Colégio de da saúde mental
Psiquiatria e outro do Colégio de
Psiquiatria da Infância e da Dois representantes das associações
Adolescência, da Ordem dos de familiares e utentes dos serviços
Médicos; de saúde mental; *

Cinco representantes de cinco Um representante da equipa de


sociedades científicas da área da projeto dos cuidados continuados
saúde mental, sendo pelo menos um integrados de saúde mental;
do sector da infância e da
adolescência; * Um representante designado pelo
Instituto Nacional para a
Reabilitação, I. P..

* indicados por Entidades a convidar pelo membro do Governo responsável pela área da saúde

Competências
O Conselho Nacional de Saúde mental é
o órgão consultivo em matéria de saúde
mental, ao qual compete emitir parecer
e apresentar propostas e
recomendações, a pedido do Ministro
da Saúde ou por sua iniciativa,
designadamente sobre:

Os princípios e objectivos em que O plano nacional de actividades e de


deve assentar a definição da política investimento na área da saúde
de saúde mental; mental, bem como os planos
regionais de saúde mental;
Os direitos e deveres dos utentes
dos serviços de saúde mental; A formação e investigação em saúde
mental.
Os programas de saúde mental;

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ÓRGÃOS NACIONAIS

Comissão Técnica de
Acompanhamento da
Reforma da Saúde Mental
[Criada nos termos da Resolução do Conselho
de Ministros, nº 49/2008, de 24 de janeiro]

Composição
O Presidente do Conselho Nacional Um representante da Presidência do
de Saúde Mental, que preside; Conselho de Ministros;

O Diretor do Programa nacional para Um representante do Ministério da


a Saúde Mental; Defesa Nacional;

Quatro membros a designar pelo Um representante do Ministério da


alto-comissário da Saúde, de entre Administração Interna;
pessoas titulares de relação jurídica
de emprego público; Um representante do Ministério da
Justiça;
Os coordenadores dos gabinetes
técnicos de saúde mental, previstos Um representante do Ministério do
no n.º 2 do artigo 5.º do Decreto-Lei Trabalho e da Solidariedade Social;
n.º 35/99, de 5 de Fevereiro;
Um representante do Ministério da
Um representante da Coordenação Educação;
Nacional dos Cuidados Continuados
Integrados; Um representante do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior.

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SAÚDE MENTAL
PRINCÍPIOS DE POLÍTICA E ÓRGÃOS LEGAIS

Competências
Acompanhar a execução do Plano
Nacional de Saúde Mental,
nomeadamente pela apreciação dos
pontos de situação do cumprimento
do Plano apresentados pelo Diretor
do Programa Nacional em cada
reunião e pela avaliação dos
relatórios anuais por este
apresentados à tutela;

Apresentar recomendações ao
Governo e ao Diretor do Programa
Nacional, no sentido de facilitar e
incrementar a implementação do
Plano;

Promover as articulações de carácter


intersectorial que permitam
melhorar as condições para a
implementação do Plano.

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Princípios de política e órgãos legais

ÓRGÃOS REGIONAIS
[Criados, nos termos do Decreto-Lei n.º 35/99, de 5 de fevereiro,
com a redação atual, em cada Administração Regional de Saúde]
SAÚDE MENTAL
PRINCÍPIOS DE POLÍTICA E ÓRGÃOS LEGAIS

ÓRGÃOS REGIONAIS

Gabinete de apoio
técnico

De composição pluridisciplinar, é
coordenado por um profissional da área
da saúde mental, designado por
coordenador regional, nomeado pelo
conselho diretivo da administração
regional de saúde, ouvido o Diretor do
Programa nacional para a Saúde Mental,
funcionando na direta dependência do
conselho, cabendo-lhe assessora-lo em
matéria de saúde mental ao longo do
ciclo de vida, nas suas funções de
planeamento, coordenação e avaliação,
legalmente atribuídas às administrações
regionais de saúde.

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ÓRGÃOS REGIONAIS

Conselho Regional
de Saúde Mental

Composição

O coordenador regional de saúde O presidente do conselho de


mental, que preside; administração do hospital ou centro
hospitalar psiquiátrico da região;
Dois representantes dos
agrupamentos de centros de saúde; O Coordenador da Divisão de
Intervenção nos Comportamentos
Os diretores dos serviços regionais Aditivos e Dependências;
de saúde mental. Caso não existam
na região de saúde serviços Um representante regional da
regionais de saúde mental da Confederação Nacional das
infância e da adolescência, também Instituições de Solidariedade Social,
integra o conselho um representante um representante regional da União
daquelas áreas funcionais; das Misericórdias Portuguesas e um
representante regional da União das
Os coordenadores dos serviços Mutualidades Portuguesas;
locais de saúde mental da região;

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Um representante de cada instituto saúde, designado pelo conselho


religioso com atividade na área da diretivo da administração regional
saúde mental na região; de saúde;

Três representantes das associações Integram ainda o conselho regional


de familiares e utentes de saúde de saúde mental, em representação
mental; dos profissionais de saúde mental,
dois enfermeiros, um psicólogo, um
Um representante da direção técnico de serviço social e um
regional de educação; representante dos restantes grupos
profissionais, sendo pelo menos um
Os diretores dos centros distritais de do sector da infância e da
segurança social; adolescência, no caso das regiões de
saúde do Norte, do Centro e de
Um representante da delegação Lisboa e Vale do Tejo e, nas regiões
regional do Instituto do Emprego e de saúde do Alentejo e do Algarve,
Formação Profissional, I. P.; um enfermeiro e um representante
dos restantes grupos profissionais.
Um técnico com experiência e perfil
adequados para a administração em

Competências
Emitir parecer obrigatório sobre o
plano regional de saúde mental;

Emitir parecer obrigatório sobre os


planos de atividades dos serviços
locais de saúde mental da região;

Propor à administração regional de


saúde as medidas consideradas
necessárias à melhoria da prestação
de cuidados de saúde mental.

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Princípios de política e órgãos legais

ÓRGÃOS LOCAIS
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ÓRGÃOS LOCAIS

Serviços Locais de Saúde Mental


Serviço Nacional de Saúde

Aos serviços locais de saúde mental geodemográfico com cerca de 50


compete assegurar a prestação de 000 a 200 000 hab., por equipas
cuidados globais essenciais de saúde multiprofissionais;
mental, quer a nível ambulatório quer de
internamento, à população de uma área b) Internamento completo de
geográfica determinada, através de uma doentes agudos, tendencialmente
rede de programas e serviços que em hospitais gerais;
assegurem a continuidade de cuidados.
c) Hospitalização parcial;
A rede de serviços locais de saúde
mental integra, designadamente, as d) Atendimento permanente das
seguintes áreas funcionais: situações de urgência psiquiátrica,
em serviços de urgência de hospitais
a) Cuidados ambulatórios e outras gerais ou no âmbito de estruturas de
intervenções na comunidade, bem intervenção na crise;
como o desenvolvimento de
programas de promoção da saúde e e) Prestação de cuidados
prevenção e tratamento da doença, a especializados a doentes internados
assegurar, em cada sector em ligação com outras
especialidades.

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Os cuidados ambulatórios e as outras A prestação de cuidados de saúde


intervenções na comunidade mental é indissociável das atividades de
desenvolvem -se através de estruturas reabilitação psicossocial, que são
próprias, em articulação com os desenvolvidas, designadamente, em
cuidados de saúde primários e unidades sócio-ocupacionais, em
respetivos profissionais, unidades residenciais ou no domicílio e
designadamente os médicos de família, em estruturas para integração
e, no âmbito da saúde mental da profissional, nos termos do artigo 18.º
infância e da adolescência, também em -A.
articulação com os estabelecimentos de
ensino pré-escolar, básico e secundário.

Hospitais Psiquiátricos Setor Social


Convencionado

Instituto S. João de Deus

Respostas de Saúde Instituto das Irmãs


Hospitaleiras do Sagrado
Mental da Rede Coração de Jesus
Nacional de Cuidados
Santa Casa da Misericórdia
Continuados Integrados do Porto

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JUNHO 2020

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