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8.

º ANO
ENSINO BÁSICO
HISTÓRIA

ANDREIA ANDRADE
CRISTINA PEREIRA
HELENA TEIXEIRA
PATRÍCIA REMELGADO
TERESA MAGANO

SUBDOMÍNIO E2
RENASCIMENTO E REFORMA
Quem? Quando? Onde?
Vamos investigar...

1400

1450

1500

1550

1600
RENASCIMENTO
Reforma

Contrarreforma

Brunelleschi constrói a Martinho


cúpula da catedral de Lutero publica
Florença (1436) as 96 teses
(1517)
Guttenberg inventa Luís Vaz de Camões publica
a Imprensa (1455) Os Lusíadas (1575)
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O contacto com outros povos e culturas e a descoberta


de um novo mundo, ocorridos durante a Expansão,
contribuíram para o desenvolvimento de uma nova
forma de pensamento na Europa, que valorizava os
ideais da Antiguidade Clássica.

No século XV, dava-se, assim,


início a um movimento
designado Renascimento.

A RENOVAÇÃO CULTURAL DOS SÉCULOS XV E XVI


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RENASCIMENTO
Consistiu num movimento de
renovação cultural, intelectual e
artística.

Caracterizou-se, essencialmente,
pelo aparecimento de uma nova
mentalidade, inspirada na cultura
clássica e centrada no melhor
conhecimento do ser humano e
das suas capacidades.

A RENOVAÇÃO CULTURAL DOS SÉCULOS XV E XVI


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Foi a partir de Itália que


a Europa redescobriu
os valores da
Antiguidade Clássica!
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A Itália foi, assim, o berço do Renascimento


devido a vários fatores.
FATORES

→ A presença de numerosos vestígios materiais da cultura clássica


(textos, monumentos, etc.) despertou a curiosidade e o gosto pela
Antiguidade Clássica.
→ A prosperidade económica, resultante da atividade mercantil,
possibilitou o desenvolvimento de uma burguesia forte, interessada
pelas artes e letras.
→ Monarcas, príncipes e burgueses abastados praticavam o
mecenato: encomendavam obras, protegiam artistas e intelectuais,
criando condições para que estes se dedicassem às suas atividades.
→ As cidades italianas, como Florença, Roma e Milão, rivalizavam
entre si como centros culturais e artísticos, atraindo artistas e
intelectuais.

A RENOVAÇÃO CULTURAL DOS SÉCULOS XV E XVI


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Itália foi o berço do


Renascimento, mas
outras regiões da
Europa foram também
importantes.

- Flandres
- Alemanha
- França
- Espanha
- Portugal
- Inglaterra
Mentalidade
Antropocentrismo
Estas são as principais
características da
mentalidade do
Homem renascentista. Espírito
Humanismo Crítico

Classicismo Individualismo

Experiencialismo Naturalismo
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Classicismo
O Classicismo é a redescoberta
e revalorização dos valores
greco-romanos, estudando-os
e admirando-os. Assim, vai-se
voltar a aprender o grego para
melhor perceber os textos
antigos.
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Naturalismo
Tese que defende que o
conhecimento deveria ser
baseado na observação direta da
natureza. A partir daqui vai se dar
um grande desenvolvimento em
áreas como a anatomia, a botánica
e a medicina e que terá também
impacto nas artes.
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Deus escolheu o Homem […] e, colocando-o no


centro do Mundo, disse-lhe: […] és tu que,
pela tua livre vontade, podes escolher o teu
próprio modelo e a forma de te realizares.
Picco della Mirandolla, Oração sobre a dignidade do Homem, 1486
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Teocentrismo Antropocentrismo
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A observação da Natureza e
a valorização da experiência
mudaram a conceção do
indivíduo e do mundo.
Surgiram novos valores!

A mentalidade renascentista colocou em causa


o teocentrismo, defendido na Idade Média.

Por sua vez, valorizava o antropocentrismo, que


consistia na teoria que faz do ser humano o
centro do mundo (do grego anthropos = ser
humano + centro).

OS VALORES DO RENASCIMENTO
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A observação da Natureza e
a valorização da experiência
mudaram a conceção do
indivíduo e do mundo.
Surgiram novos valores!

Ressurgiu a valorização das capacidades do indivíduo


que, através da Razão, conseguia atingir a felicidade e
a realização individual, isto é, o individualismo.

OS VALORES DO RENASCIMENTO
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A observação da Natureza e
a valorização da experiência
mudaram a conceção do
indivíduo e do mundo.
Surgiram novos valores!

O espírito crítico dos humanistas, que estudavam o


ser humano e tudo o que o rodeava, levou-os a
observar a sociedade do seu tempo.

Colocaram em causa as superstições e o saber


livresco do período medieval. Inspirados em autores
clássicos, produziram inúmeras obras cuja tendência
literária denomina-se Humanismo.

OS VALORES DO RENASCIMENTO
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Os humanistas:

Eram homens de origem burguesa.

Conheciam o grego e o latim, pelo que podiam estudar os autores


clássicos.

Não se ficavam pela imitação das obras, uma vez que as criticavam.

Valorizavam o homem, a sua liberdade e capacidade crítica.

Eram homens que analisavam os problemas da sociedade e criticavam


os abusos dos mais poderosos e ricos.

Eram individualistas, ou seja, valorizavam-se a si próprios.


Alguns dos principais Humanistas

Miguel de Cervantes Erasmo de Roterdão William Shakespeare Luís de Camões

Nicolau Maquiavel Thomas More Dante Alighieri


Principais autores humanistas| Principais autores humanistas| Principais autores humanistas| Principais autores humanistas| Principais autores humanistas| Principai
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[…] Parecem-me vãs e erróneas as ciências que não


nascem da experiência, mãe de toda a certeza […].
Antes de mais, começarei por fazer certas
experiências […]. Em seguida, demonstrarei por
que razão se têm de comportar os corpos desta ou
daquela maneira. É este o método que devemos
respeitar na investigação dos fenómenos naturais.

Leonardo da Vinci, Tratado da Pintura,1505,


Edição AKAL, 2004
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Ptolomeu (c.90-c.170) Nicolau Copérnico (1473-1543)

Representação da teoria geocêntrica de Ptolomeu Representação da teoria heliocêntrica de Copérnico


século II (Atlas Celeste, 1543, Cellarius, BNF, Paris)
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A observação da Natureza, aliada ao espírito crítico e à valorização da experiência (experiencialismo),
contribuiu para que muitos humanistas desenvolvessem algumas ciências durante os séculos XV e XVI.

NICOLAU COPERNICO PEDRO NUNES


Astronomia Matemática
Através de cálculos matemáticos, defendeu o Inventou o nónio, um instrumento que
heliocentrismo, segundo o qual o Sol é uma serve para medir, com precisão,
estrela fixa em volta da qual giram os planetas. pequenas distâncias.

OS VALORES DO RENASCIMENTO
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ANDRÉ VESÁLIO DUARTE PACHECO PEREIRA GARCIA DE ORTA


Medicina Geografia Botânica
Distinguiu-se devido aos Observou a flora e a fauna das Estudou as plantas medicinais do
seus estudos sobre a regiões descobertas, contribuindo Oriente, publicando um tratado
circulação sanguínea. para o desenvolvimento da sobre a botânica e a
cartografia. farmacopeia orientais.

OS VALORES DO RENASCIMENTO
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A imprensa foi uma


invenção determinante
na difusão dos
novos valores do
Renascimento!

Entre 1450 e 1452, Johannes Gutenberg inventou a


imprensa.

Esta invenção permitiu, progressivamente, produzir


livros em maior quantidade e a preços mais acessíveis
do que os livros manuscritos, tornando-se um meio
propício à divulgação dos valores humanistas e do
conhecimento em geral.

A DIFUSÃO DOS NOVOS VALORES


EM SÍNTESE
Renascimento
Itália
Século XV

Razões do nascimento em Itália Características

Antropocentrismo
Comércio
Abundância de próspero Heliocentrismo
vestígios materiais Humanismo
da cultura greco- Espírito
-romana Rivalidade entre critico Naturalismo
estados que Individualismo
competiam entre si
Existência de
inúmeras escolas e
universidades
Local de residência de
sábios gregos e bizantinos
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Arte Renascentista

Capella dos Pazzi, Florença 1421 David, Miguel Ângelo (1504) Gioconda, Leonardo da Vinci (1505)
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Arte Renascentista

Características Gerais:

o Rutura com a tradição artística medieval;

o Classicismo, inspiração nos temas e nas formas da arte clássica;

o Uso da harmonia, do equilíbrio e da racionalidade na busca da


perfeição.
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Arquitetura
Os arquitetos do Renascimento:

→ recuperaram vários elementos arquitetónicos da


Antiguidade Clássica, como as colunas (com capitéis
dóricos, jónicos e coríntios), o frontão triangular, a cúpula,
os entablamentos, a abóbada de berço e o arco de volta
perfeita;
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Frontão triangular Cúpula

Arco de
volta perfeita

Coluna
clássica

Basílica de São Pedro, Roma


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Arquitetura
Os arquitetos do Renascimento:

→ introduziram a horizontalidade, através da utilização de utilização de elementos como cornijas,


frisos e balaustradas que se vem opor à verticalidade do estilo gótico.

Palácio Médici-Ricardi, Florença


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Villa Rotonda, Andrea Palladio,


Vicenza

Horizontalidade dos edifícios

Simetria e
racionalidade
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Arquitetura
Os arquitetos do Renascimento:

→ recuperaram a racionalidade da arte greco-


romana, isto é, o equilíbrio geométrico marcado
pela harmonia nas proporções das construções,
graças à utilização rigorosa da matemática.

→ recuperam a simetria na distribuição dos


volumes para se obter a perfeição.

→ introduziram a perspetiva que permite


alcançar a noção de profundidade no interior dos
edifícios.
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Eixo de Cúpula
simetria

Arco de
volta perfeita
Frontão triangular

Coluna clássica

Brunelleschi, Capela dos Pazzi, Florença, 1430-33


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Arquitetura
Os arquitetos do Renascimento:

→ utilizaram uma decoração inspirada em elementos da natureza (conchas, flores, grinaldas, etc …) e estátuas
de figuras da mitologia clássica.
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Principais arquitetos do Renascimento:

Brunelleschi Donato Bramante Miguel Ângelo


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PINTURA

Os pintores do Renascimento:

→ utilizaram a tela em vez das tábuas de madeira;


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Pintura
Os pintores do Renascimento:

→ utilizaram a pintura a óleo que permitia


obter uma multiplicidade de tons da mesma
cor, e possibilitava dar retoques à obra,
garantindo representações pormenorizadas.

→ introduziram o sfumato (técnica de


gradação da cor, que possibilitava uma
transição da sombra para a luz, o que dava
uma sensação de profundidade à pintura).
Gioconda,
Leonardo da Vinci
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Os pintores do Renascimento: Pintura


→ introduziram a técnica da perspetiva que criava a ilusão da existência de uma terceira dimensão (a
profundidade) numa superfície com duas dimensões.

A última ceia,
Leonardo da Vinci
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Pintura
Os pintores do Renascimento:

→ utilizaram a representação das figuras


segundo esquemas geométricos, sobretudo
o esquema em pirâmide, de forma a
transmitirem um maior equilíbrio à obra.

Madonna no prado,
Rafael
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Pintura
Os pintores do Renascimento:

→ representaram a realidade tal


como a observavam, assim dava-se
muita importância ao rigor anatómico
(as imperfeiçoes físicas eram
retratadas), à expressividade do rosto
(a alegria ou a tristeza eram
percetíveis) e à representação da
natureza.

O velho e o seu neto,


Domenico Ghirlandaio
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Pintura
Principais temas da pintura Renascentista:

- Retrato

- Religião

- Mitologia greco-romana

- Quotidiano

Sandro Botticelli, A Alegoria da Primavera, c 1482.


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Principais pintores do Renascimento:

Leonardo da Vinci Sandro Botticelli Rafael Miguel Ângelo


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Escultura
Os escultores do Renascimento:

→ representaram homens e animais com grande


rigor anatómico (realismo) e expressividade,
conseguindo transparecer sentimentos e
emoções.

→ representaram numerosas vezes o nu


(naturalismo).
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Escultura
Pietá,
Os escultores do Renascimento: Miguel Ângelo

→ utilizaram com frequência a composição em


pirâmide para dar equilíbrio à obra.
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Escultura
Os escultores do Renascimento:

→ recorreram à monumentalidade das esculturas


(esculturas de grandes dimensões), à estátua
equestre;

→ emanciparam a escultura da arquitetura (os


elementos escultóricos deixaram de estar apenas
associados à arquitetura).
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Principais escultores do Renascimento:

Donatello Andrea Verrocchio Miguel Ângelo


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Entre o final do século XV e o


início do século XVI, nasceu no
meu reino de Portugal um estilo
artístico muito particular…

O manuelino é um estilo decorativo que surgiu


durante os reinados de D. João II e de D. Manuel I,
baseado na estrutura gótica.

Está intimamente associado à Expansão e à figura


do rei e as suas principais características são os
elementos decorativos ligados ao mar
e à simbologia régia.
A ARTE EM PORTUGAL – O MANUELINO
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MANUELINO

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Elementos decorativos marítimos (aplicados na
decoração de janelas, portais e colunas) → cordas,
redes, boias, âncoras, algas e corais.

Elementos arquitetónicos (aplicados na construção


de edifícios) → arcos, abóbadas com nervuras.

Elementos decorativos naturalistas (aplicados na


decoração de janelas, portais e colunas) → folhagens,
troncos de árvores, raízes.

Elementos decorativos com simbologia régia (ligados


à imagem e poder de D. Manuel I) → esfera armilar,
cruz de Cristo, escudo real.

A ARTE EM PORTUGAL – O MANUELINO


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Principais elementos decorativos manuelinos


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Principais monumentos manuelinos

Torre de Belém, Lisboa

Janela manuelina do Convento


Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa
de Cristo, Tomar
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Entre os finais do século XIV e o século XVI,


a Igreja Católica viveu tempos difíceis, que acabaram com o seu prestígio.
Um conjunto de fatores provocaria uma profunda crise religiosa.

A REFORMA PROTESTANTE
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Entre os finais do século XIV e o século XVI,


a Igreja Católica viveu tempos difíceis, que acabaram com o seu prestígio.
Um conjunto de fatores provocaria uma profunda crise religiosa.

O Cisma do Ocidente (1378-1417)


A existência de dois Papas,
um em Roma (Itália) e outro em
Avinhão (França), dividiu a Cristandade,
abalando o prestígio da Igreja.

A REFORMA PROTESTANTE
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Entre os finais do século XIV e o século XVI,


a Igreja Católica viveu tempos difíceis, que acabaram com o seu prestígio.
Um conjunto de fatores provocaria uma profunda crise religiosa.

A crise do século XIV


A Peste Negra, a fome e a guerra
provocaram um clima de medo
e de inquietação religiosa entre os
Europeus, originando práticas
de superstição para afastar
a doença e a morte.

A REFORMA PROTESTANTE
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Entre os finais do século XIV e o século XVI,


a Igreja Católica viveu tempos difíceis, que acabaram com o seu prestígio.
Um conjunto de fatores provocaria uma profunda crise religiosa.

O surgimento do Humanismo
As críticas dos humanistas e de
alguns eclesiásticos à hierarquia
religiosa e aos abusos da Igreja
propunham um retorno aos valores
do Cristianismo original.

A REFORMA PROTESTANTE
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Entre os finais do século XIV e o século XVI,


a Igreja Católica viveu tempos difíceis, que acabaram com o seu prestígio.
Um conjunto de fatores provocaria uma profunda crise religiosa.

A corrupção e os abusos do clero


A falta de preparação do
baixo clero, a vida imoral de alguns
membros do clero, a acumulação de
cargos e benefícios por parte do alto
clero e o luxo e ostentação do Papa e
dos bispos exigiam uma reflexão sobre
estes problemas que afetavam a Igreja.

A REFORMA PROTESTANTE
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Em 1517, o Papa Leão X sugeriu a venda de uma bula de


indulgências, com o objetivo de angariar dinheiro para a
construção da Basílica de S. Pedro, em Roma.

Perante esta iniciativa da Santa Sé, o


monge alemão Martinho Lutero reagiu,
pregando na Catedral de Wittenberg, na
Alemanha, as 95 Teses contra as
indulgências.

A REFORMA PROTESTANTE
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21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam


que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências
do papa.

36. Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem


remissão plena tanto da pena como da culpa, que são suas dívidas,
mesmo sem uma carta de indulgência.

43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou


emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se
comprassem indulgências.

Exertos das 95 teses contra as indulgências de Martinho Lutero


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Para Martinho Lutero, as indulgências:

→ eram contrárias à doutrina cristã;

→ eram apenas uma forma de a Igreja obter dinheiro;

→ não contribuíam para a salvação, pois esta só se


conseguia alcançar através da graça de Deus e da fé e não
pela construção de obras.

Recusando retirar as críticas às indulgências,


Martinho Lutero foi excomungado, ou seja, punido
pelo Papa, que o expulsou da Igreja Católica.

A REFORMA PROTESTANTE
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Era o início da Reforma Protestante,


cujo movimento provocou o surgimento
de várias Igrejas protestantes, que
proliferavam pela Europa.

A REFORMA PROTESTANTE
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A doutrina e as práticas destas igrejas reformadas cristãs diferem


da Igreja Católica em diversos aspetos, colocando em causa alguns dos seus dogmas.

Autoridade Fontes
Salvação Sacramentos Culto Celibato
religiosa de fé

Sete (batismo, crisma, Missa em latim


Obrigatório
CATOLICISMO Pela fé e pelas Bíblia e confição, eucaristia,
para todos os
Papa Papa boas obras tradição ordenação, matrimónio, Culto da Virgem e
sacerdotes
extrema-unção) dos santos

LUTERANISMO
Pela fé Leitura da Bíblia
Martinho Lutero
Rejeita a Bíblia traduzida para as
autoridade do (traduzida línguas nacionais
CALVINISMO Pela fé e pela Não
Papa para as Dois (batismo e eucaristia)
João Calvino predestinação obrigatório
línguas Recusa do culto da
O rei é o chefe nacionais) Virgem Maria e dos
ANGLICANISMO
da Igreja Pela fé santos
Henrique VIII
Anglicana

A REFORMA PROTESTANTE
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Com a divisão religiosa sentida na Europa,


a Igreja Católica acabaria por iniciar um
movimento de reforma interna,
procurando corrigir erros e abusos e
alcançar a reconciliação
entre católicos e protestantes.

Acabou, no entanto, por reforçar a sua


doutrina e moralizar os costumes do
clero, procurando lutar contra a
expansão protestante.

A REFORMA CATÓLICA E A CONTRARREFORMA


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Em 1545, o Papa Paulo III convocou o


Concílio de Trento, que desempenhou um papel
fundamental na resposta da Igreja Católica.
A REFORMA CATÓLICA E A CONTRARREFORMA
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Reafirmação dos dogmas e reforma interna:


→ reafirmação dos sete sacramentos e da importância das
boas obras (indulgências) como caminho para a salvação;
→ reafirmação do latim como língua usada nas celebrações
religiosas e na leitura da Bíblia;
→ reafirmação do culto aos santos e à Virgem Maria;
→ reafirmação da autoridade do Papa;
→ manutenção do celibato dos sacerdotes;
→ criação de seminários nas dioceses para formação dos
clérigos, reforçando a organização e a disciplina do clero;
→ obrigatoriedade de residência dos padres nas paróquias
e dos bispos nas dioceses, não podendo acumular
benefícios.

A REFORMA CATÓLICA E A CONTRARREFORMA


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Para combater o Protestantismo,


a Igreja Católica adotou, também, medidas repressivas
(Contrarreforma) através:

→ da Inquisição, também designada Santo Ofício, um


tribunal religioso que, sob a autoridade do Papa,
perseguia, julgava e condenava todos os indivíduos que
defendiam ideias contrárias ao Catolicismo ou que eram
acusados de práticas de bruxaria;

→ do Índex, uma lista na qual constavam o nome de


autores de livros religiosos, e de outras temáticas,
considerados perigosos e, por isso, proibidos por
conterem ideias contrárias à doutrina da Igreja Católica.

A REFORMA CATÓLICA E A CONTRARREFORMA


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A Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola,


foi uma das principais ordens religiosas utilizadas pela
Igreja Católica para reforçar o combate ideológico
contra o Protestantismo.
→ Os Jesuítas tinham como missão promover a religião
católica, de modo a garantir novos fiéis, assim como
ensinar e evangelizar os povos do Oriente e da América,
contribuindo para a reafirmação do Catolicismo.

Na sequência da Reforma e da Contrarreforma, a


intolerância religiosa acabou por marca a Europa,
opondo católicos e protestantes, mas também as várias
igrejas reformadas entre si.
→ A queima de livros, as perseguições e os massacres
eram uma prática comum, ocorridos na sequência da
ação da Inquisição e do Índex.

A REFORMA CATÓLICA E A CONTRARREFORMA


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Para combater o Protestantismo, a Igreja Católica
adotou, também, medidas repressivas (Contrarreforma)
através:
→ da Inquisição, também designada Santo Ofício, um
tribunal religioso que, sob a autoridade do Papa,
perseguia, julgava e condenava todos os indivíduos que
defendiam ideias contrárias ao Catolicismo ou que eram
acusados de práticas de bruxaria (os acusados eram
submetidos, muitas vezes, à tortura e aqueles
considerados culpados eram condenados em autos de
fé, cerimónias públicas onde eram sentenciados à
fogueira);
→ do Índex, uma lista na qual constavam o nome de
autores de livros religiosos, e de outras temáticas,
considerados perigosos e, por isso, proibidos por
conterem ideias contrárias à doutrina da Igreja Católica.

A REFORMA CATÓLICA E A CONTRARREFORMA

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