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MÓDULO 5 TEMA

A CULTURA DO PALÁCIO A ECLOSÃO DO RENASCIMENTO AULA 64 1

O RENASCIMENTO: A GÉNESE DO MUNDO MODERNO

O Renascimento foi um movimento cultural,


artístico e científico cujo surgimento no século
XV foi favorecido pelos fatores seguintes:
• os Descobrimentos marítimos e o contacto
com a Ásia e a América possibilitaram a
descoberta de novos territórios e de novas
culturas, ampliaram as rotas comerciais e
diversificaram os produtos de consumo na
Europa;
• o poder político e económico da burguesia
que acumulou grandes riquezas e passou a
investir na produção artística e intelectual
como forma de prestígio e valorização social;
• em Itália, cidades como Génova, Veneza e
Florença detêm grandes riquezas resultantes
do forte desenvolvimento comercial,
tornando-se fortes centros comerciais e
financeiros.
O Casamento da Virgem, Paulo Simões Nunes
Rafael, 1504. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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O RENASCIMENTO: A GÉNESE DO MUNDO MODERNO


Principais características do Renascimento:
• valorização da Antiguidade Clássica e da
cultura greco-romana;
• reconhecimento das qualidades do ser humano
– o conhecimento, a erudição, a invenção e a
criatividade artística;
Cristo entrega as Chaves • aproximação da fé cristã ao espírito racional: a
a S. Pedro, Perugino, razão é entendida como uma manifestação do
c. 1481-1482.
espírito humano que coloca o Homem mais
próximo de Deus;
• utilização de métodos científicos e
experimentais para a observação do Homem,
da Natureza e do Universo, como forma de
compreender e explicar o mundo que o rodeia.
Os conceitos fundamentais do Renascimento
são os seguintes:
• Humanismo;
• Antropocentrismo;
O Triunfo da Virtude,
• Classicismo. Paulo Simões Nunes
Andrea Mantegna, 1502. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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O RENASCIMENTO: A GÉNESE DO MUNDO MODERNO


O Renascimento apresenta um conjunto de novos
valores culturais e artísticos que considera o Homem
no centro do mundo.
Para os «renascentistas», o ser humano não deixava
de ser uma «criação de Deus», porém, era possuidor
de livre-arbítrio para decidir sobre o seu destino.
Humanistas como Petrarca, Marsilio Ficino e Pico della
Mirandola exaltaram a dignidade do ser humano e a
maravilha da sua obra, concebendo a História como o
registo das elevadas criações humanas, mais do que o
resultado inefável do desígnio de Deus.
O Renascimento contrapõe-se ao pensamento
medieval teocêntrico que considera Deus no centro
do mundo.
O Homem do Renascimento concebeu o cosmos
como harmonia divina: o Universo nascido de Deus é
forma e medida, proporção e harmonia, pureza e
perfeição.

O Homem de Vitrúvio,
Paulo Simões Nunes
Leonardo da Vinci, 1490. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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O ARTISTA COMO HUMANISTA, ERUDITO E HOMEM DE UM SABER UNIVERSAL

Dominado pela imensa curiosidade de se


conhecer a si próprio e de descobrir o mundo,
também o artista passou a ser um humanista,
um erudito e um Homem de um saber
universal.
Neste contexto, o artista adquiriu a sua
independência e a obra adquiriu a sua
autonomia.
No Renascimento o trabalho do artista foi
O Nascimento de Vénus, Sandro Botticelli, c. 1485. valorizado pela inspiração, pela originalidade e
pela qualidade técnica.
Por outro lado, o reconhecimento público do
génio criador do artista elevou o seu estatuto
social e permitiu-lhe assinar a sua obra,
distinguindo o papel do autor no processo
criativo.

O Sagrado e o Profano, Ticiano, c. 1513-1514.


Paulo Simões Nunes
História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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O ARTISTA COMO HUMANISTA, ERUDITO E HOMEM DE UM SABER UNIVERSAL

É neste contexto que nasce um artista complexo,


entusiasta e apaixonado pelo saber e pelo
conhecimento.
Mas o artista do Renascimento é também
inquieto, idealista e pragmático, é um Homem
que concebe o futuro olhando o passado.
O expoente do artista renascentista foi Leonardo
da Vinci: pintor, escultor, arquiteto, engenheiro,
filósofo, poeta, músico, matemático, botânico e
um homem de uma insaciável sede de saber e de
explicar o mundo à sua volta.
Foi nas esculturas da Antiguidade greco-romana
que os artistas renascentistas encontraram o
sentido de volume, de modelado, de expressão
do movimento e de composição que conduzia à
verdadeira expressão do belo, da harmonia e da
perfeição.

Autorretrato, Paulo Simões Nunes


Leonardo da Vinci, c. 1500. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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