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Orientações para a elaboração do referencial teórico

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este trabalho tem como objetivo analisar a produção acadêmica existente - abrangendo
artigos, dissertações e teses, que se debruçam sobre o escritor, cronista, tradutor e jornalista do
final do século XIX, Figueiredo Pimentel e sua obra. A pesquisa se concentra na interseção da
História da Educação e da Literatura Infantil, com vistas a compreender as contribuições desse
autor mencionadas e/ou investigadas nos estudos e identificar áreas de pesquisa ainda não
exploradas.

A investigação abrange a análise da produção acadêmica relacionada a Figueiredo


Pimentel, destacando suas múltiplas áreas de atuação, com especial atenção à Literatura Infantil,
e com ênfase nos contos de fadas. O estudo avalia a relevância da obra de Figueiredo Pimentel no
contexto do avanço dos estudos nas áreas da História da Educação e da Literatura Infantil.

A pesquisa se baseou na análise de dados obtidos a partir das bases de dados da CAPES e
do IBICT, cujos resultados estão assim sintetizados: ao pesquisar na base de dados CAPES
periódicos com o descritor "Figueiredo Pimentel", foram localizados 12 artigos que
mencionavam o autor ou realizavam um estudo de aspectos de sua obra. Da mesma forma, na
pesquisa na base de teses e dissertações da CAPES SUCUPIRA com o descritor "Figueiredo Pimentel"
foram localizados 13 trabalhos que mencionam ou citam algum aspecto da produção do autor ou
fazem estudo de alguma de suas produções.

Entre esses trabalhos, dez eram dissertações e três teses. Além disso, na base do IBICT
(BDTD), ao pesquisar em todos os campos com o descritor "Figueiredo Pimentel", foram
identificados sete trabalhos que mencionavam ou exploravam alguma das produções de Pimentel,
sendo seis dissertações e uma tese. A metodologia utilizada envolveu a busca por registros que
mencionassem Figueiredo Pimentel, seus textos publicados ou alguma faceta de sua produção.

A análise dos resultados revela que, embora haja um número significativo de trabalhos
registrados com o descritor "Figueiredo Pimentel" nas bases de dados da CAPES e do IBICT,
apenas um pequeno número deles aborda o autor ou sua obra de forma abrangente. A maioria dos
trabalhos encontrados faz menção tangencial ao autor ou o utiliza como referência em contextos
diversos. Essa pesquisa destaca a necessidade de uma análise mais aprofundada das contribuições
de Figueiredo Pimentel para a História da Educação e da Literatura Infantil. Sua obra,
especialmente os contos de fadas, apresentam um potencial considerável para pesquisas mais
detalhadas, o que poderia contribuir significativamente para o avanço dos estudos nessas áreas.

Do ponto de vista teórico-metodológico, Mortatti (1990) enfoca uma abordagem histórica


na análise de fontes documentais e intermediárias dos objetos de investigação. Cândido ressalta
que o ser humano não vive sem ficção; precisamos da imaginação. O sonho, portanto, se torna a
materialização desse anseio humano. Cândido (1999) argumenta que a literatura desempenha um
papel crucial na formação do indivíduo, ampliando horizontes, nutrindo o pensamento crítico e
estimulando a reflexão sobre a condição humana.

A literatura possibilita a identificação com personagens, a compreensão de diferentes


perspectivas e a reflexão sobre questões universais. Figueiredo Pimentel desempenhou um papel
relevante na divulgação da literatura infantil, tornando-se uma figura importante para os estudos
sobre a educação e a literatura infantil no Brasil do final do século XIX e início do século XX.

Abaixo são demonstrados os trabalhos encontrados por meio do levantamento de dados,


além de apresentar algumas referências bibliográficas que compõem o referencial teórico da
pesquisa apresentada.

Parte 1 - Dados
Quadro 1 – Dados quantitativos sobre o assunto de pesquisa
Fonte Autoria Ano Dado
A literatura infantil
brasileira do século
XIX: adaptações para
crianças em Contos
da Carochinha, de Dissertação
CAPES Figueiredo Pimentel 2019

(Cristina Rothier
Duarte)

CAPES Para além dos contos 2020 Dissertação


de fadas:
oralidade e
aclimatação em
contos da carochinha.

(Natasha Castro
Silva)

Uma penca de
canalhas: Figueiredo
Pimentel e o
CAPES Naturalismo no 2015 Dissertação
Brasil.

(Renata Ferreira
Viana)
As faces de Branca de
Neve:
um estudo
BDTD comparativo 2019 Tese
(Denise Loreto de
Souza)

Palimpsesto e análise
literária: proposta
para uma
‘arqueologia do
BDTD autor’ 2018 Tese
de Literatura Infantil

(Thiago Lauriti)

Aspectos Relativos da
dramaturgia para a
infância nas palavras
de quem faz o teatro
infantil
SciELO 2019 Artigo Científico
(Fabiano Tadeu
Graziolli;
Fluvio Torres Flores)

SciELO Cartografias urbanas: Artigo Científico


literatura e
experiência urbana na
2015
belle époque carioca

(Luciana
Nascimento)

Literatura infantil
e/ou juvenil:
a "prima pobre" da 2015 Artigo Científico
SciELO pesquisa em letras?

(Maria do Rosário
Longo Mortatti)
Literatura em sala de
aula: da teoria
literária
à prática escolar 2003 Artigo Científico
SciELO
(Ivanda Maria
Martins Silva)

As trajetórias de
Suicida (1895) e O
terror dos maridos
(1896), romances
naturalistas
esquecidos de 2015 Artigo Científico
SciELO Figueiredo Pimentel

(Leonardo Mendes;
Paola de Oliveira
Leite)

O aborto (1893) de
Figueiredo Pimentel
um romance
SciELO esquecido 2019 Artigo Científico
(Mariana Martins
Porto)

SciELO De "O artigo 200" a 2014 Artigo Científico


"O aborto": a
trajetória de um
romance naturalista

(Leonardo Mendes;
Renata Vieira)

Naturalismo e
banalidade em "Um
canalha" (1895)
SciELO 2014 Artigo Científico
(Leonardo Mendes;
Renata Vieira)
Brasil em Imaginação
Livros, Impressos e
Repositório Leituras Infantis
Capítulo de livro/
Institucional (1895-1915) 2012
Livro
UFC (Andréa Borges
Leão)

Os desafios da escrita
Capítulo de livro/
Editora Unesp 2002
(Robert Chatier) Livro

Sobre ensino da
Capítulo de livro/
FACIP/ UFU leitura (1995) 1995
Livro

Algumas 2008
especificidades da
Repositório leitura literária Capítulo de livro/
UEPG Livro
(Maria das Graças
Rodrigues Paulino)

Sobre algumas 2011


Repositório funções da literatura Capítulo de livro/
IFRN Livro
(Humberto Eco)

Moodle USP Consideração 2000 Capítulo de livro/


intempestiva sobre o
Livro
ensino da literatura

(Leyla-Perrone
Moises)

O conhecimento da 2001
literatura Capítulo de livro/
Livro físico
Livro
(Carlos Reis)

Leitura e 1914
Biblioteca contemplação Capítulo de livro/
Digital USP Livro
(Octavio Paz)

A aventura do livro 1977


do leitor ao
Capítulo de livro/
Livro físico navegador
Livro
(Robert Chatier)

Leitura e Sociedade 2006


Capítulo de livro/
Moodle USP
(Antônio Cândido) Livro

Direito à leitura 2004


Capítulo de livro/
Moodle USP
(Antônio Cândido) Livro

História e memória 1990


Repositório Capítulo de livro/
UEPG (Jacques Le Goff) Livro

Lourenço Filho e 2012


literatura infantil e
juvenil Capítulo de livro/
Livro físico
Livro
(Estela Natalina
Mantovani Bertoletti)

Práticas de Leitura 2001 Capítulo de livro/


Moodle USP
Livro
(Roger Chatier)
Fonte: Elaborado por Rosiane Maria de Jesus, 2023.
Parte 2 – Pesquisa bibliográfica (levantamento de pesquisas já realizadas no IBICT ou CAPES).
Quadro 2: Dissertações
Autoria Título Ano Instituição/Programa
Cristina Rothier A literatura infantil 2019 Programa de Pós-
Duarte brasileira do século graduação em
XIX: adaptações Letras/UFP
para
crianças em Contos
da Carochinha, de
Figueiredo Pimentel
Natasha Castro Silva Para além dos 2020 Programa de Pós-
contos de fadas: graduação em letras:
oralidade e estudos da
aclimatação em linguagem/UFOP.
contos da carochinha
Renata Ferreira Uma penca de 2015 Programa de Pós-
Viana canalhas: Figueiredo graduação em
Pimentel e o Letras/UERJ
Naturalismo no
Brasil
Fonte: Elaborado por Rosiane Maria de Jesus, 2023.

Comentários:

A dissertação “A literatura infantil brasileira do século XIX: adaptações para crianças em


Contos da Carochinha, de Figueiredo Pimentel” de Cristina Rothier Duarte, defendida em 2018
tem como objetivo apontar os primórdios da literatura infantil brasileira com base na escrita de
Figueiredo Pimentel. Duarte, também buscou conhecer os textos de partida, as características e os
tipos de reescrita realizada por Pimentel, bem como os traços estéticos. O tipo de pesquisa
utilizada é caracterizada como qualitativa de natureza teórico-analítica e bibliográfica, a partir da
revisão de literatura sobre a história da literatura infantil, os contos de fadas, Figueiredo Pimentel
e as adaptações. A autora coleta dados das fontes documentais primárias.
Como forma de análise a Cristina Duarte utiliza o método de cotejamento dos contos “O
Chapéuzinho Vermelho”, “Branca como a Neve” e “A Gata Borralheira”, retirados da 25ª edição
de Contos da Carochinha (1958), com clássicos europeus da literatura infantil reunidos por
Xavier Marmier, com os propósitos de: identificar uma possível fonte imediata utilizada na obra
que inaugurou a Biblioteca Infantil da Livraria Quaresma; definir qual a modalidade de reescrita
dos contos que compõem o corpus desta pesquisa foi eleita pelo autor brasileiro; e conhecer os
traços estéticos que caracterizam sua obra como abrasileirada. Ela também interpreta os dados
coletados e analisados à luz de conceitos teóricos de autores como Zilberman, Arroyo, Carvalho,
Hutcheon, Feijó, Formiga, Amorim.
Por fim, conclui que a pesquisa se mostrou válida e produtiva para estudar os primórdios
da literatura infantil brasileira com base na escrita de Figueiredo Pimentel, permitindo revelar as
fontes imediatas, as modalidades de reescrita e os traços estéticos de sua obra. A autora também
afirma que as obras analisadas constituem documentos de valor histórico e cultural, que refletem
as tensões e os conflitos da sociedade brasileira da época, bem como as demandas do mercado
editorial e da ideologia dominante (DUARTE, 2019).
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A dissertação “Para além dos contos de fadas: oralidade e aclimatação em Contos da
Carochinha” de Natasha Castro Silva é um estudo realizado na Universidade Federal de Ouro
Preto, no Instituto de Ciências Humanas e Sociais. O trabalho foca no livro “Contos da
Carochinha”, de Alberto Figueiredo Pimentel, lançado em 1894. Este livro é conhecido como
uma das primeiras obras dedicadas ao público infantil no Brasil. As narrativas contêm várias
histórias extraídas de livros europeus, como as histórias compiladas pelos irmãos Grimm e por
Charles Perrault, mas que são adaptadas ao contexto brasileiro.
O objetivo da dissertação é analisar os traços da oralidade, observando como certos traços
na escrita recuperam a tradição oral na versão brasileira. Além disso, busca-se observar como o
autor, por meio de elementos típicos brasileiros e de seu repertório cultural, deu uma nova
identidade às histórias, ainda que tenha mantido as estruturas das narrativas provenientes,
sobretudo, da Europa. Dessa forma, acredita-se que Pimentel, ao ter inserido elementos orais e
brasileiros, renovou os contos de fadas e configurou uma memória própria da obra, quando
recontada no ambiente brasileiro

A dissertação “Uma penca de canalhas: Figueiredo Pimentel e o naturalismo no Brasil”,


de Renata Ferreira Vieira tem como objetivo descrever a história do escritor fluminense Alberto
Figueiredo Pimentel (1869-1914) como autor de romances naturalistas, tendo como foco de
interesse o estudo dos romances “O aborto” e “Um canalha”, publicados na década de 1890 no
Rio de Janeiro. Na metodologia ela buscou levantar novas informações sobre Figueiredo
Pimentel e sua relação com a estética naturalista, especialmente na década de 1890, no acervo da
Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional, além de consultar fontes primárias e
secundárias, como os romances, as crônicas, os artigos, as cartas, a crítica literária, a história da
literatura e a história cultural.
Como forma de interpretação ela utiliza de uma perspectiva histórica e sociológica,
buscando compreender o contexto em que Figueiredo Pimentel produziu e publicou seus
romances naturalistas, as influências que recebeu, as estratégias que adotou, as recepções que
obteve e as contribuições que deu para a literatura brasileira. Apoia-se em conceitos teóricos,
como o de campo literário, de Pierre Bourdieu, o de sistema literário, de Antônio Candido, e o de
naturalismo, de Luiz Costa Lima. Como resultado mostra que Figueiredo Pimentel foi um escritor
naturalista que se destacou por sua ousadia temática e estilística, abordando assuntos polêmicos,
como o aborto, o adultério, a prostituição, a homossexualidade, a violência e a corrupção, em
uma linguagem crua, direta e irônica. Evidência que Figueiredo Pimentel foi um escritor que
enfrentou dificuldades e resistências para publicar e divulgar seus romances, sofrendo censura,
crítica e esquecimento, mas que também teve reconhecimento e admiração de alguns leitores e
escritores, como Machado de Assis, Lima Barreto e Monteiro Lobato (VIANA, 2015).
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Parte 3 – Pesquisa bibliográfica (levantamento de pesquisas já realizadas no IBICT ou CAPES).
Quadro 3: Teses
Autoria Título Ano Instituição/Programa
Denise Loreto de As faces de Branca 2019 Programa de Pós-
Souza de Neve: Graduação em
um estudo Letras/ Unesp
comparativo
Thiago Lauriti Palimpsesto e 2018 Programa de pós-
análise literária: graduação em
proposta para uma estudos comparados
‘arqueologia do de
autor’ literaturas de língua
de Literatura Infantil portuguesa/USP

Comentários:

A tese “Palimpsesto e análise literária: proposta para uma ‘arqueologia do autor’ de


literatura infantil” de Thiago Lauriti, tem como objetivo propor uma análise literária baseada no
conceito de palimpsesto, que consiste em escavar as camadas textuais, paratextuais (componentes
do discurso). O autor busca rastrear os sentidos encobertos pela poeira do tempo, relacionando os
valores presentes nas obras aos dispositivos e elementos do texto e às posições institucionais dos
escritores e editores, bem como verifica as relações entre eles e o mercado editorial da época, em
conexão com a ideologia vigente e o gênero a que pertencem.
A metodologia utilizada pela a autora é uma investigação qualitativa de natureza teórico-
analítica e bibliográfica, a partir do paradigma indiciário de Carlo Ginzburg, coletando dados das
fontes documentais primárias das de duas obras, acrescidas por informações extraídas de
memorialistas, jornais e catálogos da época em que foram produzidas. Como forma análise autor
o utiliza o termo palimpsesto como uma chave metafórica que se reporta a uma atitude
hermenêutica de escavação das pistas indiciárias diluídas nas camadas textuais, paratextuais e
intertextuais reveladoras das condições de produção das obras selecionadas. O autor analisa cada
obra em um capítulo, desmontando as camadas que as compõem e penetrando nos espaços
interditos dessas obras. E os interpreta da seguinte forma: os dados coletados e analisados à luz
de conceitos teóricos de autores como Gérard Genette, Roger Chartier, Michel Foucault, entre
outros. (LAURITI, 2018)

A tese “As faces de Branca de Neve: um estudo comparativo” de Denise Loreto de Souza,
defendida em 2019, apresenta como objetivo propor uma análise comparativa dos contos de
“Branca de Neve”, a partir do registro feito pelos irmãos Grimm, nas versões de 1812 e de 1857.
A autora busca compreender a dinâmica dos modos como a narrativa de Branca de Neve foi se
apresentando a seus contadores, no decorrer da história. Como metodologia, a autora realiza uma
pesquisa qualitativa de natureza teórico-analítica e bibliográfica, a partir da revisão de literatura
sobre os contos de fadas dos irmãos Grimm, Branca de Neve e suas respectivas reescrituras. A
autora coleta dados das fontes documentais primárias dos contos. Como forma de análise a autora
utiliza o modelo estrutural de Vladimir Propp para verificar as esferas de ação e as funções das
personagens nas narrativas, a fim de compreender como elas se estruturam e reconhecer nelas as
variantes e invariantes.
A autora analisa cada conto em um capítulo, comparando-os entre si e com outras fontes,
buscando destacar as especificidades de cada um. Ela por sua vez interpreta os dados coletados e
os analisa em conformidade com os conceitos teóricos de autores como Jack Zipes, Maria Tatar,
Ana Maria Machado, Regina Zilberman, Marisa Lajolo, entre outros. Ela busca compreender os
sentidos e os valores que emergem das obras, considerando os aspectos históricos, culturais,
sociais, políticos e ideológicos que as envolvem. Como resultados a autora aponta análise
comparativa dos contos de Branca de Neve mostrou-se válida e produtiva para compreender a
dinâmica dos modos como a narrativa foi se apresentando a seus contadores, revelando as
modificações pelas quais os contos de fadas passam com o tempo, motivadas que são pelo
contexto sociocultural de produção. A autora também afirma que as reescrituras atualizam
culturalmente a narrativa dos irmãos Grimm, trazendo sentidos e elementos críticos que
contribuem para construir um olhar crítico para a nossa época. (SOUZA,2019)
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Parte 4 – Pesquisa bibliográfica (levantamento de pesquisas já realizadas no IBICT ou CAPES).
Quadro 4: Artigos (revistas especializadas, eventos científicos etc.) – nacionais e internacionais
Autorias Título Revista/Universidade Ano
Fabiano Tadeu Aspectos Relativos Leia escola 2019
Graziolli da dramaturgia para a
Fluvio Torres Flores infância nas palavras
de quem faz o teatro
infantil
Luciana Nascimento Cartografias urbanas: Recorte- revista 2015
literatura e eletrônica
experiência urbana na
belle époque carioca
Maria do Rosário Literatura infantil Guavira 2015
Longo Mortatti e/ou juvenil:
a "prima pobre" da
pesquisa em letras?
Ivanda Maria Martins Literatura em sala de Anais do Evento PG 2003
Silva aula: da teoria Letras 30 Anos
literária
à prática escolar.
Leonardo Mendes As trajetórias de Revista Só letras 2015
Paola de Oliveira Suicida (1895) e O
Leite terror dos maridos
(1896), romances
naturalistas
esquecidos de
Figueiredo Pimentel
Mariana Martins O aborto (1893) de Revista Letras 2019
Porto Figueiredo Pimentel Curitiba
um romance
esquecido
Leonardo Mendes De "O artigo 200" a Revista Ensaios 2014
Renata Vieira "O aborto": a
trajetória de um
romance naturalista
Leonardo Mendes Naturalismo e Revista Ensaios 2014
Renata Vieira banalidade em "Um
canalha" (1895),

Comentários:
No texto “Aspectos Relativos da dramaturgia para a infância nas palavras de quem faz o
teatro infantil”, de Fabiano Tadeu Grazioli e Fulvio Torres Flores, eles têm objetivo, pinçar
(procurar) em um conjunto de publicações diversas informações sobre a dramaturgia para a
infância ou aspectos do teatro infantil que servem também para pensarmos a dramaturgia para a
infância, a partir de uma reflexão sobre o primeiro livro de teatro infantil publicado no Brasil,
“Teatrinho Infantil”, de Figueiredo Pimentel. Na metodologia ele busca revisitar as vozes de
alguns diretores, encenadores, atores, pesquisadores, críticos e dramaturgos que contribuíram
com as Artes Cênicas, em especial aquelas destinadas às crianças, por meio de fontes primárias e
secundárias, como entrevistas, depoimentos, debates transcritos, artigos publicados inicialmente
em jornais, obras teóricas e periódicos científicos.
O autor interpreta os dados a luz uma perspectiva histórica e sociológica, buscando
compreender o contexto em que a dramaturgia para a infância foi produzida, publicada, recebida
e criticada, bem como as influências, as estratégias, as contribuições e os desafios dos autores e
dos grupos teatrais envolvidos. Apoiar-se em conceitos teóricos, como o de teatro de animação,
de Ana Maria Amaral, o de teatro para crianças e jovens, de Maria Clara Machado, e o de leitura
da dramaturgia, de Fulvio Torres Flores. Os resultados obtidos foram de mostrar uma importante
galeria de informações que podem auxiliar no direcionamento de um teatro infantil que serve aos
princípios da infância e legitimam a arte que precisa ser oferecida a esse público, e, claro, à
dramaturgia que vai servir de ponto de partida para a construção dos referidos espetáculos. Além
de pontuar, alguns caminhos para uma dramaturgia que possa ser lida pela criança, como uma
forma de ampliar o contato com a literatura e o teatro. (GRAZIOLI e FLORES, 2019)

O artigo “Cartografias urbanas: literatura e experiência urbana na belle époque carioca”,


de Luciana Marino Nascimento, tem objetivo analisar algumas crônicas de Lima Barreto, Olavo
Bilac e Figueiredo Pimentel, publicadas na imprensa carioca em 1890, como representativas do
período da Belle Époque carioca, em que a cidade do Rio de Janeiro passou por um processo de
modernização e reforma urbana, sob a influência do modelo europeu. A metodologia foi a de
revisitar as fontes primárias, ou seja, as crônicas dos autores mencionados, disponíveis no acervo
da Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional, e confrontá-las com as fontes
secundárias, ou seja, os estudos críticos, históricos e teóricos sobre a literatura, a cidade e a
modernidade.
Análise e interpretação é de realizar uma leitura das crônicas como cartografias
simbólicas da cidade, seguindo a proposta de Angel Rama, de que as cidades desenvolvem uma
linguagem que abrange dois espaços sobrepostos: o físico, e o simbólico. Aplicar também os
conceitos de flâneur, de Walter Benjamin, de espetáculo, de Guy Debord, e de imaginário, de
Cornelius Castoriadis, para compreender as diferentes formas de experiência e representação
urbana nas crônicas. Os resultados mostram que as crônicas de Lima Barreto, Olavo Bilac e
Figueiredo Pimentel apresentam visões distintas e contrastantes sobre a cidade do Rio de Janeiro
na Belle Époque carioca, revelando as tensões, as contradições e as ambiguidades da
modernidade brasileira. Lima Barreto critica a reforma urbana e denuncia as desigualdades
sociais, Olavo Bilac celebra a beleza e o progresso da cidade e Figueiredo Pimentel satiriza os
costumes e as hipocrisias da sociedade. As crônicas, portanto, são textos que cartografam a
cidade, não apenas como um espaço físico, mas como um espaço simbólico, cultural e histórico.
(NASCIMENTO, 2015)

O artigo "Literatura infantil e/ou juvenil: a ‘prima pobre’ da pesquisa em letras?" tem
como objetivo primordial de contribuir para o debate sobre os problemas e as possibilidades de
perspectivas teórico-metodológicas da pesquisa na área de Letras, problematizando questões
relativas à inserção da literatura infantil e juvenil nessa área de conhecimento. Quanto a
metodologia o artigo não apresenta uma metodologia de coleta de dados específica, mas faz uma
revisão bibliográfica de obras e autores que tratam da literatura infantil e juvenil, tanto do ponto
de vista teórico quanto histórico e crítico.
O artigo analisa as obras e os autores selecionados a partir de três eixos principais: a
delimitação da literatura infantil e juvenil como campo de conhecimento/especialidade
interdisciplinar, seu estatuto acadêmico-científico e as perspectivas teórico-metodológicas para a
produção de teoria, história e crítica específicas. O autor interpreta os dados levantados na
revisão bibliográfica de forma crítica e reflexiva, buscando identificar as lacunas, os desafios e as
potencialidades da literatura infantil e juvenil como objeto de estudo na área de Letras. O artigo
apresenta como resultados dos estudos eleitos a constatação de que a literatura infantil e juvenil
ainda é uma “prima pobre” da pesquisa em Letras, pois enfrenta dificuldades de reconhecimento,
legitimação e consolidação como campo de conhecimento/especialidade. No entanto, o artigo
também aponta para a riqueza e a diversidade dessa literatura, que oferece múltiplas
possibilidades de abordagens teóricas e metodológicas, bem como de diálogo com outras áreas do
saber. (MORTATI, 2015)

O artigo "Literatura em sala de aula: da teoria literária à prática escola” como objetivo de
apresentar uma proposta de ensino de literatura baseada na metodologia de Aguiar e Bordini
(1983), que visa desenvolver as habilidades leitoras dos alunos do ensino fundamental, por meio
da leitura de contos de Luiz Vilela. O artigo não apresenta uma metodologia de coleta de dados
específica, mas relata uma experiência de aplicação da proposta de ensino de literatura em uma
turma de 8º ano de uma escola pública de Mato Grosso do Sul, com cerca de 30 alunos.
O autor analisa as etapas da proposta de ensino de literatura, que consiste em: motivação,
introdução, leitura, interpretação e avaliação. O autor também descreve as atividades realizadas
em cada etapa, bem como os resultados observados na aprendizagem dos alunos. Ele aponta que
os dados obtidos na experiência de aplicação da proposta de ensino de literatura de forma
positiva, destacando os benefícios da metodologia de Aguiar e Bordini (1983) para o
desenvolvimento da competência leitora dos alunos, bem como para o seu crescimento pessoal e
social. O artigo apresenta como resultados a constatação de que a proposta de ensino de literatura
foi eficaz para despertar o interesse e o prazer dos alunos pela leitura literária, bem como para
ampliar o seu repertório cultural e crítico, também ressalta a importância da literatura como um
instrumento de formação humana e cidadã. (SILVA, 2003)
O artigo “As trajetórias de Suicida! (1895) e O terror dos maridos (1896), romances
naturalistas esquecidos de Figueiredo Pimentel” apresenta como objetivo contar a história da
publicação, circulação e recepção dos romances naturalistas esquecidos Suicida! (1895) e O
terror dos maridos (1896), de Alberto Figueiredo Pimentel (1869-1914). O artigo não apresenta
uma metodologia de coleta de dados específica, mas utiliza como ferramenta de pesquisa os
periódicos disponíveis no site da Hemeroteca Digital Brasileira/FBN, onde busca informações
sobre as obras e o autor em questão.
Os autores analisam as trajetórias dos romances selecionados, considerando os aspectos
editoriais, estéticos, temáticos e ideológicos que os caracterizam como produtos do naturalismo
literário no Brasil. O artigo também examina as reações da crítica e do público aos romances,
bem como o lugar que ocupam na historiografia literária. Eles interpretam os dados levantados na
pesquisa de forma crítica e contextualizada, buscando compreender as razões do sucesso e do
esquecimento dos romances, bem como o papel de Figueiredo Pimentel. O artigo apresenta como
resultados dos estudos eleitos a constatação de que os romances de Figueiredo Pimentel são
exemplos significativos da produção naturalista no Brasil, que revelam aspectos da sociedade e
da cultura do fim do século XIX, bem como as tensões e os conflitos entre tradição e
modernidade, moral e ciência, arte e mercado. Por fim, apontam para a necessidade de resgatar e
valorizar essas obras e seu autor, que foram marginalizados pela crítica e pela história literária.
(MENDES, LEITE, 2015)

O artigo “De ‘O artigo 200’ a ‘O aborto’: a trajetória de um romance naturalista” tem os


seguintes itens: o objetivo do artigo é contar a história da publicação, circulação e recepção do
romance naturalista esquecido O aborto (1893), de Alberto Figueiredo Pimentel. No artigo não
consta uma metodologia de coleta de dados específica, mas utiliza como ferramenta de pesquisa
os periódicos disponíveis no site da Hemeroteca Digital Brasileira/FBN, onde busca informações
sobre as obras e o autor em questão. A autora analisa as trajetórias do romance selecionado,
considerando os aspectos editoriais, estéticos, temáticos e ideológicos que o caracterizam como
produto do naturalismo literário no Brasil. O artigo também examina as reações da crítica e do
público ao romance, bem como o lugar que ocupa na historiografia literária.
A interpretação dos dados ocorre de forma crítica e contextualizada, buscando
compreender as razões do sucesso e do esquecimento do romance, bem como o papel de
Figueiredo Pimentel como um escritor polêmico e polígrafo na Primeira República. O artigo
apresenta como resultados a constatação de que o romance de Figueiredo Pimentel é um exemplo
significativo da produção naturalista no Brasil, que revela aspectos da sociedade e da cultura do
fim do século XIX, bem como as tensões e os conflitos entre tradição e modernidade, moral e
ciência, arte e mercado. O artigo também aponta para a necessidade de resgatar e valorizar essa
obra e seu autor, que foram marginalizados pela crítica e pela história literária. (MENDES,
VIEIRA, 2015)

O artigo “Naturalismo e banalidade em ‘Um canalha’ (1895)” foi escrito por Leonardo
Mendes e Renata Ferreira Vieira. O objetivo do estudo era analisar a trajetória do escritor Alberto
Figueiredo Pimentel e sua relação com a estética naturalista através do estudo de seu segundo
romance: “Um canalha”, publicado pela Livraria Laemmert no Rio de Janeiro em 1952. A
metodologia de coleta de dados envolveu uma análise detalhada do romance, bem como uma
revisão da literatura existente sobre o autor e o naturalismo. A análise e interpretação dos dados
foram realizadas à luz do naturalismo como estética da civilização industrial do século XIX.
Os resultados do estudo destacam uma vertente menos conhecida do naturalismo, que o crítico
David Baguley chama de “naturalismo da desilusão”, que visa retratar o banal, o anti-heróico e o
que “não aconteceu” na vida dos personagens. O estudo também chama a atenção para a ausência
notável de Alberto Figueiredo Pimentel na história da literatura brasileira e, principalmente, na
história do naturalismo no Brasil. (MENDES, VIEIRA, 2015)

O artigo “O aborto (1893), de Figueiredo Pimentel: um romance esquecido” foi escrito


por Mariana Martins Porto1. O objetivo do estudo era investigar a literatura licenciosa do século
XIX no Brasil, com ênfase no romance naturalista “O aborto (1893)”, de Figueiredo Pimentel. Os
resultados do estudo destacam a personagem Maricota como uma mulher viril que possui seu
próprio corpo e sexualidade. Além disso, o estudo também visa ajudar a esclarecer o desempenho
de Figueiredo Pimentel no mercado literário e jornalístico de sua época, mostrando que a
produção deste autor se expande além da literatura infantil, pela qual ele é mais amplamente
conhecido. (PORTO, 2019)
Parte 5 – Pesquisa bibliográfica em livros
Quadro 5: Livros e capítulos de livros
Autoria Título Editora/Cidade Ano
Andréa Borges Brasil em Imaginação Topbooks 2012
Leão Livros, Impressos e
Leituras Infantis (1895-
1915)
Robert Chatier Os desafios da escrita Editora UNESP 2002
Maria do Rosario Sobre ensino da leitura Editora Unesp 1995
Mortatti (1995)
Maria das Graças Algumas especificidades da Ceale 2008
Rodrigues Paulino leitura literária
Humberto Eco Sobre algumas funções da Ceale 2011
literatura
Leyla-Perrone Consideração intempestiva Schwarcz 2000
Moises sobre o ensino da literatura
Carlos Reis O conhecimento da EdiPUCS 2001
literatura
Octavio Paz Leitura e contemplação Editora Rocco 1914
Robert Chatier A aventura do livro do Editora Unesp 1977
leitor ao navegador
Antônio Candido Leitura e Sociedade Ouro sobre azul 2006
Antonio Candido Direito à leitura Editora Cruz 2004
Jacques Le Goff História e memória 1990
Estela Natalina Lourenço Filho e literatura Editora Unesp 2012
Mantovani infantil e juvenil
Bertoletti
Roger Chatier Praticas de Leitura Editora Cruz 2001
Comentários:
O livro “Os desafios da escrita” é uma obra do autor Roger Chartier. O principal objetivo
do livro é questionar a ação da comunicação eletrônica sobre as publicações tradicionais. O autor
busca entender como o conceito de livro está sofrendo transformações perante a revolução
tecnológica propiciada pela comunicação via Internet e pela leitura cada vez mais comum de
textos diretamente na tela do computador. A metodologia de coleta de dados não é explicitamente
mencionada nas fontes disponíveis. No entanto, como um historiador, Chartier provavelmente
utilizou uma variedade de fontes primárias e secundárias para apoiar suas análises. Chartier
analisa as mudanças na linguagem, tanto técnicas quanto estruturais, a partir de uma perspectiva
histórica. Ele examina momentos significativos de transformação e como eles afetaram a escrita e
a leitura. Os resultados dos estudos de Chartier indicam que a entrada na era do texto e do mundo
digitais impõe mudanças significativas nas relações que mantemos com a cultura escrita. Ele
discute as transformações das práticas de leitura, as novas modalidades de publicação, a
redefinição da identidade e da propriedade das obras, e o imperialismo linguístico estabelecido
sobre a comunicação eletrônica. (CHARTIER, 2002)
O livro “Sobre ensino da leitura” é uma obra da autora Maria do Rosario Mortatti, uma
renomada especialista na área de leitura tem como principal objetivo problematizar e discutir o
ensino da leitura. Mortatti aborda de modo crítico a aparente obviedade de determinado projeto
de escolarização da leitura em voga no Brasil. Ela propõe reflexões sobre a possibilidade de outro
projeto, que enfatiza a leitura da configuração do texto literário, articuladamente ao processo de
formação do gosto e constituição do sujeito leitor.
Como uma educadora e pesquisadora, Mortatti utilizou uma variedade de fontes primárias
e secundárias para apoiar suas análises. Mortatti analisa as práticas de ensino da leitura
desenvolvidas pelos professores de língua e/ou literatura. Ela examina a racionalidade dessas
práticas e propõe uma nova abordagem que enfatiza a formação do gosto e a constituição do
sujeito leitor. Os resultados dos estudos de Mortatti indicam que aprender e ensinar a ler podem
ser compreendidos como atividades cujo sentido advém de sua condição de constituição do
sujeito que lê. Ela critica a implementação de projetos de escolarização da leitura que não
conseguem formar alunos críticos, com gosto e hábito de ler. (MORTATTI, 1995)
O livro “Algumas especificidades da leitura literária” é uma obra da autora Maria das
Graças Rodrigues Paulino: onde aponta que o principal objetivo do livro é discutir as
especificidades da leitura literária. Paulino assume que as habilidades exigidas na leitura literária
“são habilidades cognitivas, além de serem habilidades de comunicação, no sentido de
habilidades interacionais e também afetivas.
Ela examina a racionalidade dessas práticas e propõe uma nova abordagem que enfatiza a
formação do gosto e a constituição do sujeito leitor. Os resultados dos estudos de Paulino indicam
que aprender e ensinar a ler podem ser compreendidos como atividades cujo sentido advém de
sua condição de constituição do sujeito que lê. Ela critica a implementação de projetos de
escolarização da leitura que não conseguem formar alunos críticos, com gosto e hábito de ler.
(PAULINO, 2008)

O livro “Sobre algumas funções da literatura” é uma obra do autor Umberto Eco, um
renomado semiólogo, linguista e escritor italiano. O principal objetivo do livro é analisar o
conceito de tradição literária e estabelecer a função da literatura. Eco argumenta que a literatura
mantém a linguagem coletiva e individual, expondo sua ideia de obra aberta. Ele também sugere
que as personagens literárias extrapolam o texto e vivem em nós, representando nossos
sentimentos. Além disso, Eco acredita que a literatura nos educa tanto para a inventividade,
veiculada pela tecnologia, quanto para enfrentarmos nossos dilemas existenciais. Como um
semiólogo e linguista, Eco utilizou uma variedade de fontes primárias e secundárias para apoiar
suas análises. Eco analisa a literatura a partir de uma perspectiva semiótica e linguística
perpassando pela a linguagem, as estruturas e os temas presentes na literatura e como eles afetam
a nossa compreensão do mundo. Os resultados dos estudos de Eco indicam que a literatura tem
uma função social e individual importante, permitindo que o indivíduo se insira e compreenda a
sociedade. Ele também argumenta que a literatura mantém a língua viva e em constante exercício.
(ECO, 2011)

O livro “Paradigmas do ensino da literatura” de Rildo Cosson é uma obra que busca
contextualizar as principais ideias e conceitos que perpassaram a educação literária no Brasil,
desde a chegada dos jesuítas ainda no século XVI até as concepções mais atuais acerca da
literatura e de como o trabalho com ela em sala de aula transcorre. O objetivo principal do livro é
mapear os paradigmas que marcaram o ensino de literatura no Brasil. O autor divide os seis
capítulos do livro em dois grupos, um no qual se encontram os paradigmas tradicionais — moral-
gramatical e histórico-nacional — e outro no qual estão os paradigmas contemporâneos —
analítico-textual, social-identitário, formação do leitor e letramento literário1. O Autor baseia-se
em pesquisas recentes no Brasil e exterior que buscam compreender os principais conceitos e
formas que a educação literária tem adquirido. Além das pesquisas citadas, são várias as fontes
usadas durante o texto, desde documentos oficiais, passando pela análise de materiais didáticos,
entre outras referências acadêmicas de pesquisadores e professores envolvidos na área de ensino
de literatura.
Cada paradigma é analisado a partir de uma gama de conceitos, adaptados por Cosson
com base em pesquisas no campo da educação ou criados pelo próprio autor a partir de seu
trabalho, que abordam desde a concepção da literatura até métodos de avaliação usados, passando
pelos papeis do professor, aluno e escola, entre outras características importantes na concepção
geral desses paradigmas e de seus funcionamentos práticos. O livro oferece um desfecho a um
ciclo de publicações do autor que conta com outras duas obras essenciais na discussão da
literatura nas escolas brasileiras, os livros Letramento literário: teoria e prática (2006) e Círculos
de leitura e letramento literário (2014). O autor apresenta as principais bases desses ensinos, suas
críticas e a disputa entre eles pelo espaço na educação brasileira. (MOISES, 2000)

O livro “O Conhecimento da Literatura: Introdução aos Estudos Literários” de Carlos


Reis é uma obra que busca introduzir o leitor ao campo da literatura, apresentando suas formas e
representações de sentidos. O objetivo principal do livro é introduzir o leitor ao conhecimento da
literatura, na medida em que ela constitui um campo de formas e de representação de sentidos. O
livro aborda tópicos como a literatura como instituição, a linguagem literária, texto literário e
obra literária, texto literário contextualizada, a poesia lírica, a narrativa literária, a evolução
literária e os períodos literários.
O autor baseia-se em uma vasta produção que nos tem sido facultada pela teoria da
literatura. Ele utiliza diversos documentos oficiais, materiais didáticos e outras referências
acadêmicas de pesquisadores e professores envolvidos na área de ensino de literatura. Assim, ele
analisa cada tópico a partir de uma gama de conceitos, adaptados por ele mesmo com base em
pesquisas no campo da educação. Ele aborda desde a concepção da literatura até métodos de
avaliação usados, passando pelos papeis do professor, aluno e escola, entre outras características
importantes na concepção geral desses paradigmas e de seus funcionamentos práticos. (REIS,
2001)

No texto “Convergências: Ensaios Sobre Arte e Literatura” é uma coletânea de ensaios do


renomado escritor mexicano Octavio Paz. Este livro oferece uma visão profunda e sutil do vasto
conhecimento de Paz, que se dedicou ao estudo de uma ampla gama de assuntos socioculturais. O
objetivo principal deste livro é explorar a intersecção de várias disciplinas e ideias, incluindo arte,
literatura, religião, política e muito mais. Paz busca revelar as “convergências” de nossa era, o
cruzamento de tempos, espaços e formas. Paz baseia-se em sua vasta leitura, experiência pessoal
e conhecimento acadêmico para formar as bases de seus ensaios. Ele também se inspira em sua
experiência como diplomata e advogado.
Cada ensaio em “Convergências” é uma análise cuidadosa de um tópico específico. Paz
discorre sobre temas tão variados como ritos religiosos astecas e moderna poesia americana, arte
e religião orientais e erotismo, as quimeras da ideologia política e o deleite das descobertas
estéticas. Ele também faz críticas à arte moderna, explorando como a vida e a obra de Pablo
Picasso se confundem com a própria história da arte do século XX. “Convergências” é uma obra
de leitura imprescindível e consulta permanente. Através de seus ensaios, Paz oferece uma visão
única e perspicaz de uma variedade de tópicos, proporcionando aos leitores uma compreensão
mais profunda da interseção de arte, literatura e cultura. (PAZ, 1914)

“A Aventura do Livro: Do Leitor ao Navegador” é uma obra de Roger Chartier, um


renomado professor e especialista em História da Leitura. Este livro é parte de uma série de
entrevistas com grandes historiadores e oferece uma visão profunda sobre a história do livro,
desde seu início na Antiguidade até a era da navegação na Internet. O objetivo principal deste
livro é explorar a evolução da leitura e do livro ao longo da história. Chartier busca entender
como as práticas de leitura mudaram com o tempo e como a transição para a era digital afetou a
maneira como interagimos com os livros. A metodologia de Chartier envolve a análise de uma
variedade de fontes históricas e literárias. Ele também se baseia em suas próprias experiências e
conhecimentos como historiador da leitura. Chartier analisa a história do livro e da leitura através
de uma lente sociocultural. Ele explora como as práticas de leitura mudaram ao longo do tempo e
como essas mudanças refletem mudanças mais amplas na sociedade. “A Aventura do Livro: Do
Leitor ao Navegador” oferece uma visão única e perspicaz da história do livro e da leitura.
Através de suas análises, Chartier ajuda os leitores a entenderem melhor a evolução das práticas
de leitura e a importância do livro na sociedade. (CHARTIER, 1977)

Antônio Candido, em seu livro “Leitura e Sociedade”, apresenta uma análise profunda da
relação entre literatura e sociedade. O principal objetivo de Candido é compreender a obra
literária como um resultado da sublimação de dados sociais. Ele busca entender como a realidade
social se transforma em componente de uma estrutura literária, a ponto de poder ser estudada em
si mesma. Candido utiliza uma metodologia de coleta de dados que envolve estudos de história
literária mais ou menos convencional e estudos sobre aspectos sociais envolvidos no processo
literário.
Para Candido, a obra literária deve ser estudada pelo crítico como objeto estético, não
como documento ou reflexo da realidade. No entanto, ele não ignora as conexões com a
realidade. A estrutura constitui um aspecto privilegiado e ponto de referência para o trabalho
analítico. Os resultados dos estudos de Candido revelam que a literatura empenhada é a arte
literária comprometida com o enfrentamento dos problemas e das iniquidades sociais.
(CANDIDO, 2006)

Antônio Candido, em seu ensaio “Direito à Literatura”, defende que a literatura é um


direito humano fundamental. Ele argumenta que a literatura, em suas diversas formas,
desempenha um papel crucial na formação do caráter e na ampliação dos conhecimentos e
habilidades de interpretação dos indivíduos. Candido acredita que a literatura deve ser acessível a
todos, independentemente de sua origem social ou econômica. Ele vê a literatura como uma
necessidade universal inestimável, que deve ser incluída nos Direitos Humanos.
No ensaio, Candido define a literatura de maneira ampla, incluindo todas as criações de
toque poético, ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de
cultura. Ele argumenta que a literatura tem o poder de promover a integração social e, ao mesmo
tempo, exercer uma função transformadora e humanizadora. Ele também destaca a importância
da literatura como um meio de expressão de sentimentos e organização do pensamento. Ele
argumenta que negar o acesso à literatura é mutilar a personalidade e privar o indivíduo de
formas necessárias de expressão. (CANDIDO, 2004)

Jacques Le Goff, em seu livro “História e Memória”, apresenta uma análise profunda da
relação entre a história vivida das sociedades humanas e o esforço científico para descrevê-la e
interpretá-la. O principal objetivo de Le Goff é explorar as relações entre a memória e as
oposições passado/presente, antigo/moderno, progresso/reação. Ele busca entender como a
realidade social se transforma em componente de uma estrutura histórica, a ponto de poder ser
estudada em si mesma. Le Goff utiliza uma metodologia de coleta de dados que envolve estudos
de história literária mais ou menos convencional e estudos sobre aspectos sociais envolvidos no
processo histórico.
Para Le Goff, a obra histórica deve ser estudada pelo historiador como objeto estético, não
como documento ou reflexo da realidade. No entanto, ele não ignora as conexões com a
realidade. A estrutura constitui um aspecto privilegiado e ponto de referência para o trabalho
analítico. Os resultados dos estudos de Le Goff revelam que a história é, ou ao menos deveria ser,
um direito básico do ser humano, pois a história atua no caráter e na formação dos sujeitos. Além
disso, ele defende que a história é um direito tão importante que se iguala às necessidades mais
básicas de um ser humano. (LEGOFF, 1990)

Estela Natalina Mantovani Bertoletti, em seu livro “Lourenço Filho e literatura infantil e
juvenil”, apresenta uma análise profunda da relação entre a produção literária infantil e juvenil de
Lourenço Filho e o lugar ocupado por ele na história da literatura infantil e juvenil brasileira. O
principal objetivo de Bertoletti é compreender não apenas a produção de Lourenço Filho sobre e
de literatura infantil e juvenil, mas também estabelecer a relação entre essa produção e o lugar
ocupado por seu autor no âmbito da história da literatura infantil e juvenil brasileira.
Bertoletti utiliza uma metodologia de coleta de dados que envolve pesquisa documental e
bibliográfica, desenvolvida mediante procedimentos de localização, recuperação, reunião, seleção
e ordenação da produção de Lourenço Filho e da bibliografia especializada sobre o autor, sua
obra e sua atuação profissional, bem como sobre literatura infantil e juvenil. Para Bertoletti, a
obra literária deve ser estudada pelo crítico como objeto estético, não como documento ou reflexo
da realidade. No entanto, ela não ignora as conexões com a realidade. A estrutura constitui um
aspecto privilegiado e ponto de referência para o trabalho analítico. Os resultados dos estudos de
Bertoletti revelam que a produção sobre e de literatura infantil e juvenil de Lourenço Filho funda
uma tradição que serve de referência a seus pósteros, influenciando a produção sobre e de
literatura infantil e juvenil até os dias atuais. (BERTOLETTI, 2012)

Roger Chatier é um renomado historiador francês, especialista em história da leitura. Seus


estudos sobre as práticas de leitura são fundamentais para entender a evolução da leitura e da
escrita como práticas sociais. Chartier se concentra no estudo das práticas culturais, sem postular
a existência de uma ‘cultura’ geral. Ele busca entender os diferentes interesses e usos que
aproximam leitores, autores, missivistas, escribas etc. de gêneros e formatos de textos também
variados.
Chartier utiliza uma abordagem histórica para coletar dados. Ele examina realidades
específicas e inesperadas em torno dos livros, da leitura e da escrita ao longo dos tempos.
Chartier analisa a distância entre o sentido atribuído pelo autor e por seus leitores. Para ele, o
mesmo material escrito, encenado ou lido não tem significado coincidente para as diferentes
pessoas que dele se apropriam. Uma só obra tem inúmeras possibilidades de interpretação,
dependendo, entre outras coisas, do suporte, da época e da comunidade em que circula. Os
estudos de Chartier trouxeram grandes contribuições para o campo do ensino da leitura e da
escrita, iluminando os diferentes interesses e usos que aproximam leitores, autores, missivistas,
escribas etc. de gêneros e formatos de textos também variados. Ele também destacou a
importância da circulação e apropriação dos textos. (CHATIER, 2001)

Parte 6 – Cite as principais bases epistemológicas do seu estudo que foram consideradas no
decorrer da sua revisão teórica dos itens anteriores.

As bases que fundamentam e dimensionam a referida pesquisa são caracterizadas como


historiográfica e Psicologia Histórico-cultural e seus respectivos precursores. Para a historiografia
é possível compreende-la como um modelo de corrente teórica que ao longo dos tempos
acrescenta ao método regressivo uma diversidade de fontes, documentos e testemunhos históricos
com o objetivo de analisar e interpretar os fatos considerando o contexto histórico e social em
que um fato ocorreu. Logo, historiografia pode ser compreendida de uma forma ampla, como a
percepção formulada ao decorrer do tempo para analisar os fatos históricos. Para esta corrente os
principais precursores em destaque são: Le Groff (1990); Certeau (1982) e Chatier (1991), no
qual foram adotados os fundamentos teóricos e metodológicos pautados nos conceitos fundantes
trazidos nas produções desses autores.

Outra base epistemológica de extrema importância para referido o trabalho, é psicologia


histórico-cultural. Esta corrente surgida na USSR (União soviética), é fortemente formulada pelos
os preceitos revolucionário de sua época. No qual seu principais precursores Luria, Leontiev e
principalmente Vygotsky, buscaram elaborar uma teoria que explicasse o desenvolvimento
humano desassociado das questões biológicas e pautadas primordialmente na influência que o
contexto social provoca no ser humano, fornecendo-o, meios para a superação do estado
elementar que todos seres apresentam ao nascer e passando-os para as funções psicológicas
superiores, funções essas que somente seres humanos podem desenvolver graças a um combinado
entre aspectos socias e biológicos.

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