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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este trabalho tem como objetivo analisar a produção acadêmica existente - abrangendo
artigos, dissertações e teses, que se debruçam sobre o escritor, cronista, tradutor e jornalista do
final do século XIX, Figueiredo Pimentel e sua obra. A pesquisa se concentra na interseção da
História da Educação e da Literatura Infantil, com vistas a compreender as contribuições desse
autor mencionadas e/ou investigadas nos estudos e identificar áreas de pesquisa ainda não
exploradas.
A pesquisa se baseou na análise de dados obtidos a partir das bases de dados da CAPES e
do IBICT, cujos resultados estão assim sintetizados: ao pesquisar na base de dados CAPES
periódicos com o descritor "Figueiredo Pimentel", foram localizados 12 artigos que
mencionavam o autor ou realizavam um estudo de aspectos de sua obra. Da mesma forma, na
pesquisa na base de teses e dissertações da CAPES SUCUPIRA com o descritor "Figueiredo Pimentel"
foram localizados 13 trabalhos que mencionam ou citam algum aspecto da produção do autor ou
fazem estudo de alguma de suas produções.
Entre esses trabalhos, dez eram dissertações e três teses. Além disso, na base do IBICT
(BDTD), ao pesquisar em todos os campos com o descritor "Figueiredo Pimentel", foram
identificados sete trabalhos que mencionavam ou exploravam alguma das produções de Pimentel,
sendo seis dissertações e uma tese. A metodologia utilizada envolveu a busca por registros que
mencionassem Figueiredo Pimentel, seus textos publicados ou alguma faceta de sua produção.
A análise dos resultados revela que, embora haja um número significativo de trabalhos
registrados com o descritor "Figueiredo Pimentel" nas bases de dados da CAPES e do IBICT,
apenas um pequeno número deles aborda o autor ou sua obra de forma abrangente. A maioria dos
trabalhos encontrados faz menção tangencial ao autor ou o utiliza como referência em contextos
diversos. Essa pesquisa destaca a necessidade de uma análise mais aprofundada das contribuições
de Figueiredo Pimentel para a História da Educação e da Literatura Infantil. Sua obra,
especialmente os contos de fadas, apresentam um potencial considerável para pesquisas mais
detalhadas, o que poderia contribuir significativamente para o avanço dos estudos nessas áreas.
Parte 1 - Dados
Quadro 1 – Dados quantitativos sobre o assunto de pesquisa
Fonte Autoria Ano Dado
A literatura infantil
brasileira do século
XIX: adaptações para
crianças em Contos
da Carochinha, de Dissertação
CAPES Figueiredo Pimentel 2019
(Cristina Rothier
Duarte)
(Natasha Castro
Silva)
Uma penca de
canalhas: Figueiredo
Pimentel e o
CAPES Naturalismo no 2015 Dissertação
Brasil.
(Renata Ferreira
Viana)
As faces de Branca de
Neve:
um estudo
BDTD comparativo 2019 Tese
(Denise Loreto de
Souza)
Palimpsesto e análise
literária: proposta
para uma
‘arqueologia do
BDTD autor’ 2018 Tese
de Literatura Infantil
(Thiago Lauriti)
Aspectos Relativos da
dramaturgia para a
infância nas palavras
de quem faz o teatro
infantil
SciELO 2019 Artigo Científico
(Fabiano Tadeu
Graziolli;
Fluvio Torres Flores)
(Luciana
Nascimento)
Literatura infantil
e/ou juvenil:
a "prima pobre" da 2015 Artigo Científico
SciELO pesquisa em letras?
(Maria do Rosário
Longo Mortatti)
Literatura em sala de
aula: da teoria
literária
à prática escolar 2003 Artigo Científico
SciELO
(Ivanda Maria
Martins Silva)
As trajetórias de
Suicida (1895) e O
terror dos maridos
(1896), romances
naturalistas
esquecidos de 2015 Artigo Científico
SciELO Figueiredo Pimentel
(Leonardo Mendes;
Paola de Oliveira
Leite)
O aborto (1893) de
Figueiredo Pimentel
um romance
SciELO esquecido 2019 Artigo Científico
(Mariana Martins
Porto)
(Leonardo Mendes;
Renata Vieira)
Naturalismo e
banalidade em "Um
canalha" (1895)
SciELO 2014 Artigo Científico
(Leonardo Mendes;
Renata Vieira)
Brasil em Imaginação
Livros, Impressos e
Repositório Leituras Infantis
Capítulo de livro/
Institucional (1895-1915) 2012
Livro
UFC (Andréa Borges
Leão)
Os desafios da escrita
Capítulo de livro/
Editora Unesp 2002
(Robert Chatier) Livro
Sobre ensino da
Capítulo de livro/
FACIP/ UFU leitura (1995) 1995
Livro
Algumas 2008
especificidades da
Repositório leitura literária Capítulo de livro/
UEPG Livro
(Maria das Graças
Rodrigues Paulino)
(Leyla-Perrone
Moises)
O conhecimento da 2001
literatura Capítulo de livro/
Livro físico
Livro
(Carlos Reis)
Leitura e 1914
Biblioteca contemplação Capítulo de livro/
Digital USP Livro
(Octavio Paz)
Comentários:
Comentários:
A tese “As faces de Branca de Neve: um estudo comparativo” de Denise Loreto de Souza,
defendida em 2019, apresenta como objetivo propor uma análise comparativa dos contos de
“Branca de Neve”, a partir do registro feito pelos irmãos Grimm, nas versões de 1812 e de 1857.
A autora busca compreender a dinâmica dos modos como a narrativa de Branca de Neve foi se
apresentando a seus contadores, no decorrer da história. Como metodologia, a autora realiza uma
pesquisa qualitativa de natureza teórico-analítica e bibliográfica, a partir da revisão de literatura
sobre os contos de fadas dos irmãos Grimm, Branca de Neve e suas respectivas reescrituras. A
autora coleta dados das fontes documentais primárias dos contos. Como forma de análise a autora
utiliza o modelo estrutural de Vladimir Propp para verificar as esferas de ação e as funções das
personagens nas narrativas, a fim de compreender como elas se estruturam e reconhecer nelas as
variantes e invariantes.
A autora analisa cada conto em um capítulo, comparando-os entre si e com outras fontes,
buscando destacar as especificidades de cada um. Ela por sua vez interpreta os dados coletados e
os analisa em conformidade com os conceitos teóricos de autores como Jack Zipes, Maria Tatar,
Ana Maria Machado, Regina Zilberman, Marisa Lajolo, entre outros. Ela busca compreender os
sentidos e os valores que emergem das obras, considerando os aspectos históricos, culturais,
sociais, políticos e ideológicos que as envolvem. Como resultados a autora aponta análise
comparativa dos contos de Branca de Neve mostrou-se válida e produtiva para compreender a
dinâmica dos modos como a narrativa foi se apresentando a seus contadores, revelando as
modificações pelas quais os contos de fadas passam com o tempo, motivadas que são pelo
contexto sociocultural de produção. A autora também afirma que as reescrituras atualizam
culturalmente a narrativa dos irmãos Grimm, trazendo sentidos e elementos críticos que
contribuem para construir um olhar crítico para a nossa época. (SOUZA,2019)
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Parte 4 – Pesquisa bibliográfica (levantamento de pesquisas já realizadas no IBICT ou CAPES).
Quadro 4: Artigos (revistas especializadas, eventos científicos etc.) – nacionais e internacionais
Autorias Título Revista/Universidade Ano
Fabiano Tadeu Aspectos Relativos Leia escola 2019
Graziolli da dramaturgia para a
Fluvio Torres Flores infância nas palavras
de quem faz o teatro
infantil
Luciana Nascimento Cartografias urbanas: Recorte- revista 2015
literatura e eletrônica
experiência urbana na
belle époque carioca
Maria do Rosário Literatura infantil Guavira 2015
Longo Mortatti e/ou juvenil:
a "prima pobre" da
pesquisa em letras?
Ivanda Maria Martins Literatura em sala de Anais do Evento PG 2003
Silva aula: da teoria Letras 30 Anos
literária
à prática escolar.
Leonardo Mendes As trajetórias de Revista Só letras 2015
Paola de Oliveira Suicida (1895) e O
Leite terror dos maridos
(1896), romances
naturalistas
esquecidos de
Figueiredo Pimentel
Mariana Martins O aborto (1893) de Revista Letras 2019
Porto Figueiredo Pimentel Curitiba
um romance
esquecido
Leonardo Mendes De "O artigo 200" a Revista Ensaios 2014
Renata Vieira "O aborto": a
trajetória de um
romance naturalista
Leonardo Mendes Naturalismo e Revista Ensaios 2014
Renata Vieira banalidade em "Um
canalha" (1895),
Comentários:
No texto “Aspectos Relativos da dramaturgia para a infância nas palavras de quem faz o
teatro infantil”, de Fabiano Tadeu Grazioli e Fulvio Torres Flores, eles têm objetivo, pinçar
(procurar) em um conjunto de publicações diversas informações sobre a dramaturgia para a
infância ou aspectos do teatro infantil que servem também para pensarmos a dramaturgia para a
infância, a partir de uma reflexão sobre o primeiro livro de teatro infantil publicado no Brasil,
“Teatrinho Infantil”, de Figueiredo Pimentel. Na metodologia ele busca revisitar as vozes de
alguns diretores, encenadores, atores, pesquisadores, críticos e dramaturgos que contribuíram
com as Artes Cênicas, em especial aquelas destinadas às crianças, por meio de fontes primárias e
secundárias, como entrevistas, depoimentos, debates transcritos, artigos publicados inicialmente
em jornais, obras teóricas e periódicos científicos.
O autor interpreta os dados a luz uma perspectiva histórica e sociológica, buscando
compreender o contexto em que a dramaturgia para a infância foi produzida, publicada, recebida
e criticada, bem como as influências, as estratégias, as contribuições e os desafios dos autores e
dos grupos teatrais envolvidos. Apoiar-se em conceitos teóricos, como o de teatro de animação,
de Ana Maria Amaral, o de teatro para crianças e jovens, de Maria Clara Machado, e o de leitura
da dramaturgia, de Fulvio Torres Flores. Os resultados obtidos foram de mostrar uma importante
galeria de informações que podem auxiliar no direcionamento de um teatro infantil que serve aos
princípios da infância e legitimam a arte que precisa ser oferecida a esse público, e, claro, à
dramaturgia que vai servir de ponto de partida para a construção dos referidos espetáculos. Além
de pontuar, alguns caminhos para uma dramaturgia que possa ser lida pela criança, como uma
forma de ampliar o contato com a literatura e o teatro. (GRAZIOLI e FLORES, 2019)
O artigo "Literatura infantil e/ou juvenil: a ‘prima pobre’ da pesquisa em letras?" tem
como objetivo primordial de contribuir para o debate sobre os problemas e as possibilidades de
perspectivas teórico-metodológicas da pesquisa na área de Letras, problematizando questões
relativas à inserção da literatura infantil e juvenil nessa área de conhecimento. Quanto a
metodologia o artigo não apresenta uma metodologia de coleta de dados específica, mas faz uma
revisão bibliográfica de obras e autores que tratam da literatura infantil e juvenil, tanto do ponto
de vista teórico quanto histórico e crítico.
O artigo analisa as obras e os autores selecionados a partir de três eixos principais: a
delimitação da literatura infantil e juvenil como campo de conhecimento/especialidade
interdisciplinar, seu estatuto acadêmico-científico e as perspectivas teórico-metodológicas para a
produção de teoria, história e crítica específicas. O autor interpreta os dados levantados na
revisão bibliográfica de forma crítica e reflexiva, buscando identificar as lacunas, os desafios e as
potencialidades da literatura infantil e juvenil como objeto de estudo na área de Letras. O artigo
apresenta como resultados dos estudos eleitos a constatação de que a literatura infantil e juvenil
ainda é uma “prima pobre” da pesquisa em Letras, pois enfrenta dificuldades de reconhecimento,
legitimação e consolidação como campo de conhecimento/especialidade. No entanto, o artigo
também aponta para a riqueza e a diversidade dessa literatura, que oferece múltiplas
possibilidades de abordagens teóricas e metodológicas, bem como de diálogo com outras áreas do
saber. (MORTATI, 2015)
O artigo "Literatura em sala de aula: da teoria literária à prática escola” como objetivo de
apresentar uma proposta de ensino de literatura baseada na metodologia de Aguiar e Bordini
(1983), que visa desenvolver as habilidades leitoras dos alunos do ensino fundamental, por meio
da leitura de contos de Luiz Vilela. O artigo não apresenta uma metodologia de coleta de dados
específica, mas relata uma experiência de aplicação da proposta de ensino de literatura em uma
turma de 8º ano de uma escola pública de Mato Grosso do Sul, com cerca de 30 alunos.
O autor analisa as etapas da proposta de ensino de literatura, que consiste em: motivação,
introdução, leitura, interpretação e avaliação. O autor também descreve as atividades realizadas
em cada etapa, bem como os resultados observados na aprendizagem dos alunos. Ele aponta que
os dados obtidos na experiência de aplicação da proposta de ensino de literatura de forma
positiva, destacando os benefícios da metodologia de Aguiar e Bordini (1983) para o
desenvolvimento da competência leitora dos alunos, bem como para o seu crescimento pessoal e
social. O artigo apresenta como resultados a constatação de que a proposta de ensino de literatura
foi eficaz para despertar o interesse e o prazer dos alunos pela leitura literária, bem como para
ampliar o seu repertório cultural e crítico, também ressalta a importância da literatura como um
instrumento de formação humana e cidadã. (SILVA, 2003)
O artigo “As trajetórias de Suicida! (1895) e O terror dos maridos (1896), romances
naturalistas esquecidos de Figueiredo Pimentel” apresenta como objetivo contar a história da
publicação, circulação e recepção dos romances naturalistas esquecidos Suicida! (1895) e O
terror dos maridos (1896), de Alberto Figueiredo Pimentel (1869-1914). O artigo não apresenta
uma metodologia de coleta de dados específica, mas utiliza como ferramenta de pesquisa os
periódicos disponíveis no site da Hemeroteca Digital Brasileira/FBN, onde busca informações
sobre as obras e o autor em questão.
Os autores analisam as trajetórias dos romances selecionados, considerando os aspectos
editoriais, estéticos, temáticos e ideológicos que os caracterizam como produtos do naturalismo
literário no Brasil. O artigo também examina as reações da crítica e do público aos romances,
bem como o lugar que ocupam na historiografia literária. Eles interpretam os dados levantados na
pesquisa de forma crítica e contextualizada, buscando compreender as razões do sucesso e do
esquecimento dos romances, bem como o papel de Figueiredo Pimentel. O artigo apresenta como
resultados dos estudos eleitos a constatação de que os romances de Figueiredo Pimentel são
exemplos significativos da produção naturalista no Brasil, que revelam aspectos da sociedade e
da cultura do fim do século XIX, bem como as tensões e os conflitos entre tradição e
modernidade, moral e ciência, arte e mercado. Por fim, apontam para a necessidade de resgatar e
valorizar essas obras e seu autor, que foram marginalizados pela crítica e pela história literária.
(MENDES, LEITE, 2015)
O artigo “Naturalismo e banalidade em ‘Um canalha’ (1895)” foi escrito por Leonardo
Mendes e Renata Ferreira Vieira. O objetivo do estudo era analisar a trajetória do escritor Alberto
Figueiredo Pimentel e sua relação com a estética naturalista através do estudo de seu segundo
romance: “Um canalha”, publicado pela Livraria Laemmert no Rio de Janeiro em 1952. A
metodologia de coleta de dados envolveu uma análise detalhada do romance, bem como uma
revisão da literatura existente sobre o autor e o naturalismo. A análise e interpretação dos dados
foram realizadas à luz do naturalismo como estética da civilização industrial do século XIX.
Os resultados do estudo destacam uma vertente menos conhecida do naturalismo, que o crítico
David Baguley chama de “naturalismo da desilusão”, que visa retratar o banal, o anti-heróico e o
que “não aconteceu” na vida dos personagens. O estudo também chama a atenção para a ausência
notável de Alberto Figueiredo Pimentel na história da literatura brasileira e, principalmente, na
história do naturalismo no Brasil. (MENDES, VIEIRA, 2015)
O livro “Sobre algumas funções da literatura” é uma obra do autor Umberto Eco, um
renomado semiólogo, linguista e escritor italiano. O principal objetivo do livro é analisar o
conceito de tradição literária e estabelecer a função da literatura. Eco argumenta que a literatura
mantém a linguagem coletiva e individual, expondo sua ideia de obra aberta. Ele também sugere
que as personagens literárias extrapolam o texto e vivem em nós, representando nossos
sentimentos. Além disso, Eco acredita que a literatura nos educa tanto para a inventividade,
veiculada pela tecnologia, quanto para enfrentarmos nossos dilemas existenciais. Como um
semiólogo e linguista, Eco utilizou uma variedade de fontes primárias e secundárias para apoiar
suas análises. Eco analisa a literatura a partir de uma perspectiva semiótica e linguística
perpassando pela a linguagem, as estruturas e os temas presentes na literatura e como eles afetam
a nossa compreensão do mundo. Os resultados dos estudos de Eco indicam que a literatura tem
uma função social e individual importante, permitindo que o indivíduo se insira e compreenda a
sociedade. Ele também argumenta que a literatura mantém a língua viva e em constante exercício.
(ECO, 2011)
O livro “Paradigmas do ensino da literatura” de Rildo Cosson é uma obra que busca
contextualizar as principais ideias e conceitos que perpassaram a educação literária no Brasil,
desde a chegada dos jesuítas ainda no século XVI até as concepções mais atuais acerca da
literatura e de como o trabalho com ela em sala de aula transcorre. O objetivo principal do livro é
mapear os paradigmas que marcaram o ensino de literatura no Brasil. O autor divide os seis
capítulos do livro em dois grupos, um no qual se encontram os paradigmas tradicionais — moral-
gramatical e histórico-nacional — e outro no qual estão os paradigmas contemporâneos —
analítico-textual, social-identitário, formação do leitor e letramento literário1. O Autor baseia-se
em pesquisas recentes no Brasil e exterior que buscam compreender os principais conceitos e
formas que a educação literária tem adquirido. Além das pesquisas citadas, são várias as fontes
usadas durante o texto, desde documentos oficiais, passando pela análise de materiais didáticos,
entre outras referências acadêmicas de pesquisadores e professores envolvidos na área de ensino
de literatura.
Cada paradigma é analisado a partir de uma gama de conceitos, adaptados por Cosson
com base em pesquisas no campo da educação ou criados pelo próprio autor a partir de seu
trabalho, que abordam desde a concepção da literatura até métodos de avaliação usados, passando
pelos papeis do professor, aluno e escola, entre outras características importantes na concepção
geral desses paradigmas e de seus funcionamentos práticos. O livro oferece um desfecho a um
ciclo de publicações do autor que conta com outras duas obras essenciais na discussão da
literatura nas escolas brasileiras, os livros Letramento literário: teoria e prática (2006) e Círculos
de leitura e letramento literário (2014). O autor apresenta as principais bases desses ensinos, suas
críticas e a disputa entre eles pelo espaço na educação brasileira. (MOISES, 2000)
Antônio Candido, em seu livro “Leitura e Sociedade”, apresenta uma análise profunda da
relação entre literatura e sociedade. O principal objetivo de Candido é compreender a obra
literária como um resultado da sublimação de dados sociais. Ele busca entender como a realidade
social se transforma em componente de uma estrutura literária, a ponto de poder ser estudada em
si mesma. Candido utiliza uma metodologia de coleta de dados que envolve estudos de história
literária mais ou menos convencional e estudos sobre aspectos sociais envolvidos no processo
literário.
Para Candido, a obra literária deve ser estudada pelo crítico como objeto estético, não
como documento ou reflexo da realidade. No entanto, ele não ignora as conexões com a
realidade. A estrutura constitui um aspecto privilegiado e ponto de referência para o trabalho
analítico. Os resultados dos estudos de Candido revelam que a literatura empenhada é a arte
literária comprometida com o enfrentamento dos problemas e das iniquidades sociais.
(CANDIDO, 2006)
Jacques Le Goff, em seu livro “História e Memória”, apresenta uma análise profunda da
relação entre a história vivida das sociedades humanas e o esforço científico para descrevê-la e
interpretá-la. O principal objetivo de Le Goff é explorar as relações entre a memória e as
oposições passado/presente, antigo/moderno, progresso/reação. Ele busca entender como a
realidade social se transforma em componente de uma estrutura histórica, a ponto de poder ser
estudada em si mesma. Le Goff utiliza uma metodologia de coleta de dados que envolve estudos
de história literária mais ou menos convencional e estudos sobre aspectos sociais envolvidos no
processo histórico.
Para Le Goff, a obra histórica deve ser estudada pelo historiador como objeto estético, não
como documento ou reflexo da realidade. No entanto, ele não ignora as conexões com a
realidade. A estrutura constitui um aspecto privilegiado e ponto de referência para o trabalho
analítico. Os resultados dos estudos de Le Goff revelam que a história é, ou ao menos deveria ser,
um direito básico do ser humano, pois a história atua no caráter e na formação dos sujeitos. Além
disso, ele defende que a história é um direito tão importante que se iguala às necessidades mais
básicas de um ser humano. (LEGOFF, 1990)
Estela Natalina Mantovani Bertoletti, em seu livro “Lourenço Filho e literatura infantil e
juvenil”, apresenta uma análise profunda da relação entre a produção literária infantil e juvenil de
Lourenço Filho e o lugar ocupado por ele na história da literatura infantil e juvenil brasileira. O
principal objetivo de Bertoletti é compreender não apenas a produção de Lourenço Filho sobre e
de literatura infantil e juvenil, mas também estabelecer a relação entre essa produção e o lugar
ocupado por seu autor no âmbito da história da literatura infantil e juvenil brasileira.
Bertoletti utiliza uma metodologia de coleta de dados que envolve pesquisa documental e
bibliográfica, desenvolvida mediante procedimentos de localização, recuperação, reunião, seleção
e ordenação da produção de Lourenço Filho e da bibliografia especializada sobre o autor, sua
obra e sua atuação profissional, bem como sobre literatura infantil e juvenil. Para Bertoletti, a
obra literária deve ser estudada pelo crítico como objeto estético, não como documento ou reflexo
da realidade. No entanto, ela não ignora as conexões com a realidade. A estrutura constitui um
aspecto privilegiado e ponto de referência para o trabalho analítico. Os resultados dos estudos de
Bertoletti revelam que a produção sobre e de literatura infantil e juvenil de Lourenço Filho funda
uma tradição que serve de referência a seus pósteros, influenciando a produção sobre e de
literatura infantil e juvenil até os dias atuais. (BERTOLETTI, 2012)
Parte 6 – Cite as principais bases epistemológicas do seu estudo que foram consideradas no
decorrer da sua revisão teórica dos itens anteriores.