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AULA II - 18.05.

2021

APOCALIPSE: A BESTA E O ANTICRISTO


PE. DR. FRANÇOÁ COSTA
RESUMO AULA 2

APOCALIPSE: A BESTA E O ANTICRISTO

1. A aula de hoje se inicia a partir do Sétimo Selo, onde, acontece a entrega


das Sete Trombetas aos Sete Anjos. Observa-se que o Livro do Apocalipse
se desenvolve dentro de uma estrutura do número sete. A Obra pode ser
entendida como o “desenrolar do segredo da história”.

2. Existem várias maneiras de se entender o Livro do Apocalipse. A primeira


é uma interpretação milenarista, que vê os acontecimentos descritos como
que relacionados a períodos hipotéticos e entende, também, os mil anos
apresentados no Apocalipse de maneira literal, o que não seria verdade,
pois os mil anos seriam, um longo período de tempo, ou seja, desde o Mis-
tério da Salvação, realizado em Jesus Cristo, nós iniciamos os mil anos e
que só vai terminar com a vinda de Cristo, a Parusia, na consumação dos
tempos. Durante todo esse período o demônio se encontra acorrentado.

3. A segunda maneira de interpretação é a periodicista, onde a história do


mundo está dividida em períodos, o que é perfeitamente possível, desde
que o milênio não seja entendido de forma literal. Nós estamos no sétimo
período, ou nos últimos tempos, desde que Jesus se fez homem e nos salvou.

4. A terceira interpretação é a historicista, que julga que São João interpreta


os acontecimentos históricos de sua época mediante imagens e metáforas.
É um método ligado ao estudo histórico-crítico da Bíblia, bastante utili-
zado pela Igreja atualmente. Ao se buscar essa interpretação é importante
analisar, não apenas quem escreveu, no caso o que São João quis revelar, mas
o que Deus quis que São João nos revelasse, ou seja, buscar o sentido literal.

5. A quarta interpretação é a retórica, que considera as visões do Apocalipse


como composição literária em linguagem poética, a fim de levar o com-
promisso cristão. Apesar da existência de linguagem poética, não se pode
prender apenas a essa interpretação.

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6. No preterismo, outra forma de interpretação, segue basicamente a mesma
linha do historicismo e, portanto, não deve se prender apenas ao passado,
buscando, também, uma interpretação histórico-crítica.

7. Uma das questões colocadas no capítulo 12 do Apocalipse é quem seria a


Mulher ali descrita. Duas são as possibilidades: Em primeiro lugar a Igreja,
onde São João estaria consolando os cristãos perseguidos, que são os filhos
da Santa Mãe Igreja. Em segundo lugar a Virgem Maria, que não sente as
dores do parto ao conceber Jesus, mas sente por dar a luz a cada um de nós,
que somos pecadores.

8. Outra questão importante do capítulo 12 é identificar o Dragão e, aqui,


qualquer perseguidor do cristianismo ao longo da história, não apenas
Domiciano que perseguiu os cristãos da época pode ser considerado um
Dragão. Dragão e Anticristo estão intimamente ligados, ou seja, o dragão
é o Anticristo e o anticristo é o Dragão. Todo aquele que for contra Cristo,
quer seja uma pessoa ou um regime político, por exemplo, é um Anticristo
ou um Dragão.

9. O Capítulo 12 apresenta três combates: contra Cristo, contra os anjos e con-


tra os seres humanos. O desejo do Dragão é de dominar tudo, por isso ele se
apresenta com sete cabeças, tentando imitar as Sete Igrejas, com dez chifres
como que para impor os novos mandamentos e também com sete diademas
como se quisesse burlar os Sete Sacramentos.

10. Desde o Livro do Gênesis ao Livro do Apocalipse, sempre estão presentes o


Filho e a Mãe, ou seja, a Mulher e a sua Descendência. A Descendência da
Mulher é Jesus Cristo e a Igreja e são justamente contra Eles que o dragão
quer lutar e destruir.

11. No capítulo 13, o Dragão dá o seu poder a duas Bestas. A Besta do mar e a
Besta da terra. A Besta do mar seria Roma, através dos seus imperadores que
se achavam deuses. E a Besta da terra seria o poder romano que estava mas-
sacrando os cristãos. A primeira era a mais poderosa por fazer guerra aos
santos e a segunda, identificada no capítulo 16 como sendo os falsos profetas.

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12. Segundo São João, o número 666 se refere a um homem e ao se codificar
o nome Cesar Domiciano dá exatamente o número 666, o que indica que
naquelas circunstâncias a besta era o imperador Domiciano.

13. Concluindo, o Apocalipse não é um livro apenas do passado, cada época


tem os seus Anticristos, cada época tem os seus Dragões e cada época tem
as suas Bestas.

Bibliografia da Aula:

Obras de literatura que se inspiram de alguma maneira no Apocalip-


se: Robert Hugh Benson, O Senhor do mundo; Alfredo Sáenz, O fim
dos tempos e sete autores modernos, a saber, Fiódor Dostoiévski e as
bestas do Apocalipse, Vladimir Soloviev e o Anticristo, Robert Hugh
Benson e o desenlace da trama sagrada, Gustave Thibon e o paraíso
na terra, Josef Pieper e o Apocalipse no mistério da história, Leonar-
do Castellani e o sétimo milênio, Hugo Wast e a apoteose.

• O sétimo selo e as sete trombetas (Ap 8,1-11,19)

• As forças antagônicas: o dragão, as bestas e as sete taças da ira (Ap


12,1-16,16.19,11-21)

• O Anticristo da Bíblia e o Anticristo de Nietzsche: “Chamo o cris-


tianismo de única grande maldição, única grande perversão interna,
único grande instinto de ódio, para o qual nenhum meio é bastante
venenoso, secreto, subterrâneo, baixo; eu o chamo de mancha de ver-
gonha imortal da humanidade… E ainda mede-se o tempo a partir do
dies nefastus, princípio de toda falsidade, a partir do primeiro dia do
cristianismo! Por que não, então, do seu último dia? A partir de hoje?
Transvalorização de todos os valores!” (O Anticristo, 62).

• Os mil anos (Ap 20,1-6): mil anos por vir? Mil anos, designação sim-
bólica da era presente?

• Durante muito tempo…

• Derrota final de Satanás e juízo final (Ap 20,7-15)

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