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A micologia médica é um campo da microbiologia que se concentra no estudo dos fungos

que causam doenças em seres humanos, sendo de extrema importância para vários
aspectos da medicina e da saúde pública. O biomédico, ao realizar o seu ofício, faz uso
de técnicas de identificação, métodos de cultivo, microcultivo e antifungigrama para
auxiliar, entre outras atividades, no diagnóstico de doenças fúngicas, no monitoramento
de resistência antifúngica e na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos.
I – São técnicas de identificação direta de fungos:
1ª Técnica – Microscopia – A microscopia é uma técnica para examinar amostras sob o
microscópio. Nesta técnica, o profissional utiliza corantes específicos como o azul de
lactofenol. Os corantes podem ser usados para realçar características morfológicas, por
exemplo, o hidróxido de potássio (KOH). A RCM ou microscopia confocal de refletância foi
uma técnica utiliza, também, por Khan et al:
“A RCM mostrou utilidade no diagnóstico de diversas condições inflamatórias, lesões
melanocíticas e não melanocíticas. Além disso, vários estudos relataram a utilidade do
RCM no diagnóstico de infecções fúngicas, uma vez que os fungos residem no estrato
córneo da epiderme, uma camada que pode ser visualizada pelo RCM.” (Khan et al, 2022)
2ª Técnica – Testes bioquímicos – A identificação direta de fungos pode ser realizada
através de testes bioquímicos, em especial para determinar características metabólicas
específicas.
3ª Técnica – Biologia Molecular – Técnicas como PCR e sequenciamento de DNA são
cada vez mais usadas para identificar fungos até níveis mais precisos.
II – Métodos de cultivo: Os métodos de cultivo são, na realidade, os meios específicos
que fornecem nutrientes adequados para o crescimento dos fungos.
Há passos ou ritos para a obtenção de sucesso na pesquisa com métodos de cultivo:
1º Passo – Inoculação – A inoculação é a introdução de esporos ou fragmentos de fungos
nos meios de cultura.
2º Passo – Condições de cultivo – Temperatura, umidade e pH são fatores críticos que
influenciam o crescimento fúngico.
3º Passo – Incubação – Tempo necessário para permitir o crescimento adequado.
III – Microcultivo
O microcultivo refere-se ao cultivo de microrganismos, incluindo fungos, em pequenas
escalas, muitas vezes em volumes de cultura reduzidos.
As técnicas microbianas em microescala apresentam uma vantagem, qual seja: permitem
experimentos mais rápidos e uso eficientes de reagentes.
Esta técnica permite, ainda, a possibilidade de identificação do gênero e espécie,
conforme Imamura et al: “Para verificação do gênero e espécie referente aos fungos
filamentosos isolados, foi utilizada a técnica do microcultivo em lâmina.” (Imamura et al,
2021)
IV – Antifungigrama
O antifungigrama é um teste laboratorial que avalia a sensibilidade de fungos a agentes
antifúngicos específicos. “O teste de sensibilidade aos antifúngicos foi realizado por meio
do teste de difusão em disco (DD), de acordo com Pfaller et al., (2004) e o documento
M44-A do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2009)” (Veiga,2020). O
antifungigrama é, portanto, uma ferramenta valiosa na prática clínica, orientando a
escolha do tratamento antifúngico mais apropriado com base na sensibilidade do fungo
isolado.
Ressalto, por fim, que estas técnicas são fundamentais para entender, identificar e tratar,
em especial, infecções fúngicas, sendo essenciais na micologia médica e na pesquisa
microbiológica em geral.

Referências Bibliográficas
1 - KHAN, Samavia et al. Applications of Reflectance Confocal Microscopy in the
Diagnosis of Fungal Infections: A Systematic Review. Journal of Fungi, v. 9, n. 1, p. 39,
2022.

2 - IMAMURA, Rafaela Yukaren Canovas et al. Isolamento e identificação de fungos


filamentosos em slimes. 2021.

3 - VEIGA, Flávia Franco et al. FATORES DE VIRULÊNCIA E SUSCEPTIBILIDADE A


ANTIFÚNGICOS DE Cryptococcus spp. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v.
24, n. 1, 2020.

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