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A micologia médica é um campo da microbiologia que se concentra no estudo dos fungos

que causam doenças em seres humanos, sendo de extrema importância para vários
aspectos da medicina e da saúde pública. O biomédico, ao realizar o seu ofício, faz uso
de técnicas de identificação, métodos de cultivo, microcultivo e antifungigrama para
auxiliar, entre outras atividades, no diagnóstico de doenças fúngicas, no monitoramento
de resistência antifúngica e na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos.
I – São técnicas de identificação direta de fungos:
1ª Técnica – Microscopia – A microscopia é uma técnica para examinar amostras sob o
microscópio. Nesta técnica, o profissional utiliza corantes específicos como o azul de
lactofenol. Os corantes podem ser usados para realçar características morfológicas, por
exemplo. Para facilitar a identificação se usa, também, o hidróxido de potássio (KOH). O
hidróxido de potássio (KOH) é um reativo que clarifica e digere o material clínico.
2ª Técnica – Testes bioquímicos – A identificação direta de fungos pode ser realizada
através de testes bioquímicos, em especial para determinar características metabólicas
específicas.
3ª Técnica – Biologia Molecular – Técnicas como PCR e sequenciamento de DNA são
cada vez mais usadas para identificar fungos até níveis mais precisos.
II – Métodos de cultivo: Os métodos de cultivo são, na realidade, os meios específicos
que fornecem nutrientes adequados para o crescimento dos fungos para a realização de
uma pesquisa, por exemplo.
Há passos ou ritos para a obtenção de sucesso na pesquisa com métodos de cultivo:
1º Passo – Inoculação – A inoculação é a introdução de esporos ou fragmentos de fungos
nos meios de cultura.
2º Passo – Condições de cultivo – Temperatura, umidade e pH são fatores críticos que
influenciam o crescimento fúngico.
3º Passo – Incubação – Tempo necessário para permitir o crescimento adequado.
III – Microcultivo
O microcultivo refere-se ao cultivo de microrganismos, incluindo fungos, em pequenas
escalas, muitas vezes em volumes de cultura reduzidos.
As técnicas microbianas em microescala apresentam uma vantagem, qual seja: permitem
experimentos mais rápidos e uso eficientes de reagentes.
IV – Antifungigrama
O antifungigrama é um teste laboratorial que avalia a sensibilidade de fungos a agentes
antifúngicos específicos. O procedimento envolve o cultivo do fungo em um meio de
cultura contendo discos impregnados com antifúngicos. A formação de zonas de inibição
ao redor dos discos indica a sensibilidade do fungo ao antifúngico testado. O método
auxilia na seleção do tratamento mais eficaz para infecções fúngicas, fornecendo
informações sobre a eficácia de diferentes medicamentos antifúngicos contra a cepa
isolada. A interpretação dos resultados é realizada seguindo critérios estabelecidos por
organizações de referência, como o Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). O
antifungigrama é uma ferramenta valiosa na prática clínica, orientando a escolha do
tratamento antifúngico mais apropriado com base na sensibilidade do fungo isolado.
Ressalto, por fim, que estas técnicas são fundamentais para entender, identificar e tratar,
em especial, infecções fúngicas, sendo essenciais na micologia médica e na pesquisa
microbiológica em geral.

Referências Bibliográficas

RODRIGUES, André. OBSERVAÇÃO MICROSCÓPICA DE FUNGOS-MICROCULTIVO.


ST-GERMAIN, Guy; SUMMERBELL, Richard. Identifying filamentous fungi: a clinical
laboratory handbook. 2003.

VEIGA, Flávia Franco et al. FATORES DE VIRULÊNCIA E SUSCEPTIBILIDADE A


ANTIFÚNGICOS DE Cryptococcus spp. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v.
24, n. 1, 2020.

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