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GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE – SEA

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à


SEA para Elaboração do Plano Estadual
de Resíduos Sólidos (PERS)

VOLUME 2

Diagnóstico dos Resíduos Sólidos

TOMO II

Agosto, 2013
Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II Rev. 00 1
Agosto, 2013 – Rev.00
ÍNDICE

TOMO II ............................................................................................................................. 4
1. RESÍDUOS DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E PRESTADORES DE SERVIÇOS-
GRANDES GERADORES ................................................................................................ 4
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 4
1.2. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DA FIGURA DO GRANDE GERADOR .................................... 5
1.3. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DOS RESÍDUOS DE GG ........................................ 8
1.4. MUNICÍPIOS FLUMINENSES QUE ADOTAM A CATEGORIA DE GG ................................ 9
1.4.1. RIO DE JANEIRO ...........................................................................................10
D) CARACTERIZAÇÃO GRAVIMÉTRICA DO LIXO EXTRAORDINÁRIO ..................................... 13
OS GRÁFICOS GRÁFICO 1.4-1 E GRÁFICO 1.4-2 A SEGUIR ILUSTRAM ESTA CONDIÇÃO.......... 15
1.4.2. NITERÓI .......................................................................................................17
1.4.3. DEMAIS MUNICÍPIOS .....................................................................................18
1.5. COMENTÁRIOS FINAIS ........................................................................................ 28
1.6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 29
2. RESÍDUOS AGROSSILVOPASTORIS ..................................................................... 137
2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................ 137
2.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS AGROSSILVOPASTORIS ................................................ 139
2.2.1. RESÍDUOS ORGÂNICOS DERIVADOS DA AGRICULTURA E AGROINDÚSTRIAS ....139
2.2.2. RESÍDUOS ORGÂNICOS DERIVADOS DA PECUÁRIA ........................................148
2.2.3. RESÍDUOS ORGÂNICOS DERIVADOS DE INDÚSTRIAS ASSOCIADAS À PECUÁRIA
156
2.2.4. RESÍDUOS INORGÂNICOS – EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOS .............160
2.2.5. RESÍDUOS INORGÂNICOS – EMBALAGENS VAZIAS DE FERTILIZANTES.............169
2.2.6. INSUMOS VETERINÁRIOS NA PECUÁRIA ........................................................171
2.2.7. RESÍDUOS DOMICILIARES DE ÁREAS RURAIS ................................................173
2.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 183
2.4. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 185
3. RESÍDUOS DE MINERAÇÃO ............................................................................... 289
3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................ 289
3.1.1. ASPECTOS GERAIS .....................................................................................289
3.1.2. RELEVÂNCIA DOS SETORES ........................................................................291
3.1.3. RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO .................................295
3.1.4. RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO X BRASIL ..................302
3.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE MINERAÇÃO ........................................................... 303
3.2.1. RESÍDUOS ORIUNDOS DA MINERAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS NÃO ENERGÉTICAS .303
3.2.1.1. GERAÇÃO DE ESTÉREIS .......................................................................304
3.2.1.2. GERAÇÃO DE REJEITOS .......................................................................312
3.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 333
3.4. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 336
4. RESÍDUOS INDUSTRIAIS ................................................................................... 337
4.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................ 337
4.1.1. PERFIL INDUSTRIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ....................................337
4.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS ............................................................... 341
4.2.1. CONTEXTO ATUAL.......................................................................................341
4.2.2. ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS ...........................................345
4.3. DESTINO FINAL................................................................................................. 347
4.4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................... 352
5. RESÍDUOS DE SERVIÇO DE TRANSPORTE ............................................................ 352
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5.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................ 352
5.1.1. O CONCEITO ATUAL ...................................................................................353
5.1.2. OS RISCOS ASSOCIADOS ............................................................................354
5.1.3. ASPECTOS LEGAIS .....................................................................................356
5.1.4. O RESPEITO ÀS NORMAS ............................................................................359
5.2. CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DE TRANSPORTE ........................................... 362
5.2.1. GENERALIDADES ........................................................................................362
5.2.2. CLASSIFICAÇÃO CONAMA .........................................................................371
5.3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE TRANSPORTES ....................................................... 372
5.3.1. RESÍDUOS DE TRANSPORTES TERRESTRES .................................................373
5.3.1.1. TRANSPORTE RODOVIÁRIO ..................................................................373
5.3.1.2. TRANSPORTE FERROVIÁRIO .................................................................384
5.3.1.3. TRANSPORTE AQUAVIÁRIO ...................................................................390
5.3.1.4. TRANSPORTE AÉREO ...........................................................................402
5.3.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................406
5.4. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 409
6. RESÍDUOS DE SANEAMENTO BÁSICO ................................................................. 445
6.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................................ 445
6.1.1. CONTEXTO NACIONAL .................................................................................445
6.1.2. CONTEXTO ESTADUAL .................................................................................445
6.1.2.1. ABRANGÊNCIA INSTITUCIONAL DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO ..............445
6.1.2.2. COBERTURA ESTADUAL DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO .......................457
6.2. CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS DE SANEAMENTO .......................................... 465
6.3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE SANEAMENTO ......................................................... 466
6.4. DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS DE SANEAMENTO............................................... 480
6.5. PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO .................................................. 482
6.6. CONCLUSÃO .................................................................................................... 483
6.7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 484

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TOMO II

1. RESÍDUOS DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E PRESTADORES DE


SERVIÇOS- GRANDES GERADORES

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

Via de regra, os resíduos gerados pelos estabelecimentos comerciais e prestadores de


serviços têm as mesmas características dos resíduos conhecidos como "domiciliares ou
domésticos", gerados em ambientes residenciais. No entanto, enquanto a geração per
capita de resíduos domiciliares ou domésticos do cidadão comum situe-se, na maioria dos
casos,entre 0,5 e 1,2 Kg por dia, os grandes estabelecimentos comerciais e os
prestadores de serviços não produzem menos do que 25 Kg/dia de resíduos.

Com base nesta diferença de valores de geração per capita, os municípios que adotaram
a figura do Grande Gerador entendem que não é justo repassar ao cidadão comum os
custos de coleta, tratamento e destino final dos resíduos gerados pelos Grandes
Geradores, resíduos estes inerentes às suas atividades comerciais, cabendo a estes
assumir tais despesas.

Assim, a Lei Federal nº 12.305 - Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em seu
art. 13 que estabelece a classificação dos resíduos sólidos, apresentou, na alínea "d" do
Inciso I, uma nova categoria para enquadrar os estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviços, em geral. Mas, em seu art. 10 a PNRS diz que a competência da
gestão integrada dos resíduos sólidos gerado em seu território é do próprio Município.
Porém, na alínea "b" do Inciso II, do art. 20, associada ao caput do art. 27, é conferido ao
Poder Público Municipal respaldo legal para enquadrar os estabelecimentos comerciais e
de prestação de serviços numa categoria diferenciada, responsabilizando-os pela
elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e também "pela
implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de resíduos
sólidos aprovado pelo órgão competente".

O enquadramento nesta nova categoria poderá ocorrer para qualquer estabelecimento


que gere "resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza,
composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder
público municipal".

Esta nova categoria, conhecida no meio técnico como Grande Gerador - GG, pode ser
definida como qualquer estabelecimento comercial ou prestador de serviço que gere uma
quantidade de resíduos similares ao lixo domiciliar acima do limite estipulado pelo órgão
municipal responsável pela limpeza urbana, limite este que, nos municípios que criaram
esta modalidade, varia de 150 a 250 litros (ou de 30 a 50 kg) por dia de coleta.

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Junto com o enquadramento nesta nova categoria, ficou estabelecido que todas as
empresas classificadas como Grande Gerador passariam a se responsabilizar pelo
adequado manejo de seus resíduos sólidos, desde o acondicionamento na fonte, até a
correta destinação final.

Porém, é de fundamental importância que se observe que as disposições da PNRS,


apesar de necessárias, não são suficientes para caracterizar a figura do Grande Gerador;
havendo a necessidade de se estabelecer uma lei municipal que defina, diretamente ou
através de seu decreto regulamentador, os limites aplicáveis aos estabelecimentos
comerciais. Mesmo que estes limites estejam definidos no Plano Municipal de
Resíduos Sólidos (como determina a PNRS no Inciso IV do art.19), é conveniente
que eles sejam respaldados por uma Lei Municipal específica, a menos que o
próprio Plano Municipal tenha sido aprovado em forma de lei.

Atualmente, apesar de todas as vantagens que o enquadramento dos estabelecimentos


comerciais traz para os órgãos públicos de limpeza urbana, apenas algumas poucas
capitais e cidades de porte médio se utilizam desta figura jurídica para minimizar seus
custos operacionais.

Como é de conhecimento geral, já é difícil a obtenção de dados quantitativos confiáveis


relativos a resíduos sólidos urbanos. Quando se particulariza para um segmento mais
específico, esta dificuldade aumenta muito, notadamente nos municípios de pequeno e
médio porte.

Assim, em lugar de se ater a números de baixa confiabilidade, o relatório em pauta, além


de apresentar os números disponíveis, se preocupou em buscar as causas geradoras da
não adoção da figura jurídica do Grande Gerador pela quase totalidade dos municípios
fluminenses, já que a Política Nacional de Resíduos Sólidos dá respaldo legal para esta
adoção.

1.2. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DA FIGURA DO GRANDE GERADOR

O marco jurídico nacional incidente sob o tema, especialmente as Leis Federais nº 12.305
e nº 445 e respectivos decretos regulamentadores, indicam os espaços para que os
municípios cobrem, dos Grandes Geradores, taxas ou tarifas até um limite definido em lei
específica, ou indique que estes são responsáveis pela disposição final de seus resíduos.

Logo, vale destacar o seguinte trecho da Lei Federal nº 12.305:

"Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos


sólidos (INCLUI A FORMA DE COLETA E DISPOSIÇÃO FINAL):

I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do inciso
I do art. 13;

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II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:

a) gerem resíduos perigosos;

b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua
natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos
domiciliares pelo poder público municipal;”

Da mesma forma, vale destacar o seguinte trecho do Decreto Federal nº 7.404


(regulamentador da Lei Federal nº 12.305):

"Art. 50. Os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos serão


elaborados consoante o disposto no art. 19 da Lei nº 12.305, de 2010.

II - empreendimentos sujeitos à elaboração de planos de gerenciamento de


resíduos sólidos.

Art. 51. Os Municípios com população total inferior a vinte mil habitantes, apurada
com base nos dados demográficos do censo mais recente da Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE poderão adotar planos municipais
simplificados de gestão integrada de resíduos sólidos.

§ 1º Os planos municipais simplificados de gestão integrada de resíduos sólidos


referidos no caput deverão conter:

IV - identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos ao plano de


gerenciamento ou ao sistema de logística reversa, conforme os arts. 20 e 33
da Lei nº 12.305, de 2010, observadas as disposições deste Decreto e as
normas editadas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS;

Art. 58. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos dos empreendimentos


listados no art. 20 da Lei nº 12.305, de 2010, poderá prever a participação de
cooperativas ou de associações de catadores de materiais recicláveis no
gerenciamento dos resíduos sólidos recicláveis ou reutilizáveis, quando:

I - houver cooperativas ou associações de catadores capazes técnica e


operacionalmente de realizar o gerenciamento dos resíduos sólidos;

II - utilização de cooperativas e associações de catadores no gerenciamento dos


resíduos sólidos for economicamente viável; e

III - não houver conflito com a segurança operacional do empreendimento."

Nesse sentido, também cabe também destacar o Decreto Federal nº 7217:

"Da Sustentabilidade Econômico-Financeira dos Serviços:

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Art. 45. Os serviços públicos de saneamento básico terão sustentabilidade
econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração
que permita recuperação dos custos dos serviços prestados em regime de
eficiência:

II - de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e


outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou
de suas atividades; e

Seção II

Da Remuneração pelos Serviços

Art. 46. A instituição de taxas ou tarifas e outros preços públicos observará as


seguintes diretrizes:

II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos


serviços;

IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;

VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com


os níveis exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação
dos serviços;

Parágrafo único. Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifários para os
usuários e localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala
econômica suficiente para cobrir o custo integral dos serviços.

Art. 47. A estrutura de remuneração e de cobrança dos serviços poderá levar em


consideração os seguintes fatores:

I - capacidade de pagamento dos consumidores;

II - quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à garantia


de objetivos sociais, como a preservação da saúde pública, o adequado
atendimento dos usuários de menor renda e a proteção do meio ambiente;

III - custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e


qualidade adequadas;

IV - categorias de usuários, distribuída por faixas ou quantidades crescentes de


utilização ou de consumo;

Por fim, não se pode deixar de mencionar que a PNRS estabelece, no §2º do Art. 27, que
as etapas do Plano de Gerenciamento "sob responsabilidade do gerador que forem

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realizadas pelo poder público serão devidamente remuneradas pelas pessoas físicas ou
jurídicas responsáveis, observado o disposto no § 5º do Art. 19".

1.3. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DOS RESÍDUOS DE GG

Como se disse ao início deste relatório, os resíduos gerados pelos estabelecimentos


comerciais e prestadores de serviços, também conhecidos como “Lixo Extraordinário” na
Cidade do Rio de Janeiro, têm as mesmas características dos resíduos conhecidos como
“lixo domiciliar ou doméstico”. Entretanto, não existem dados específicos sobre a
composição gravimétrica do lixo extraordinário, e, mesmo que existissem, eles não
poderiam ser extrapolados para outras localidades devido à grande variedade de
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, cada um deles gerando resíduos
com suas próprias particularidades.

Apenas para exemplificar, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro -


COMLURB, executou, no ano de 2012, a avaliação gravimétrica dos resíduos oriundos
dos Grandes Geradores localizados na Área de Planejamento 1, que abrange o Centro da
Cidade e a Zona Portuária, cuja composição pode ser observada no Quadro 1.3-1
abaixo:

QUADRO 1.3-1. Caracterização Gravimétrica da Área de Planejamento 1 (Centro e Portuária) em 2012

COMPONENTES PERCENTUAL

Matéria Orgânica 53,0

Papel / Papelão 16,6

Plástico 19,7

Metal 1,5

Vidro 3,0

Outros 6,2

TOTAL 100,0
FONTE: COMLURB, 2012.

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Ainda, de forma generalista, com base na gravimetria realizada pela COMLURB, podem
ser feitas algumas considerações sobre as características do lixo extraordinário em
função da natureza do estabelecimento comercial, tais como:

Maior proporção de matéria orgânica: bares, restaurantes, peixarias, floriculturas,


lanchonetes, padarias e outros comércios de alimentos.

Maior proporção de papelão: supermercados, bares, restaurantes e comércios de


eletrodomésticos e móveis, por exemplo.

Maior proporção de madeira e plástico: frutarias e peixarias, por exemplo.

Maior proporção de papel: bancos, repartições públicas, escritórios, instituições de


ensino, entre outros.

Os dados do estudo gravimétrico realizado pela COMLURB apontam para um montante


superior a 40% de materiais recicláveis na composição dos resíduos oriundos dos
Grandes Geradores. Esses dados corroboram o disposto na Política Nacional de
Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) no que tange a participação de cooperativas ou de
associações de catadores de materiais recicláveis no gerenciamento dos resíduos sólidos
recicláveis ou reutilizáveis, a fim de promover a destinação adequada dos resíduos
provenientes dos Grandes Geradores.

1.4. MUNICÍPIOS FLUMINENSES QUE ADOTAM A CATEGORIA DE GG

Pesquisas realizadas junto aos sites das prefeituras e junto às empresas particulares que
operam com Grandes Geradores, indicam que, no Estado do Rio de Janeiro, apenas a
Cidade do Rio de Janeiro e o Município de Niterói possuem a figura legal do Grande
Gerador.

Também o município de Saquarema, através da Lei 1.055, de 19 de março de 2010 (que


institui o Código Municipal de Meio Ambiente) define, no §1º do art. 19, que: "Deverá ser
removido, por conta do proprietário, qualquer resíduo que não seja domiciliar (de fábricas,
oficinas e quintais particulares como entulhos, resíduos da construção civil e restos
vegetativos), bem como os comerciais acima de 100 kg, os industriais e os de serviço de
saúde, salvo convênio".

Conforme já relatado, formalmente constituída e administrada como tal, a figura do grande


Gerador só acontece nos municípios da Cidade do Rio de Janeiro e de Niterói. Em outros
municípios observa-se a prática, não regulamentada, da coleta e destinação dos resíduos
dos grandes geradores- shoppings, supermercados, restaurantes, hotéis e outros- que
contratam diretamente empresas privadas, ou utilizam os serviços locais de limpeza
urbana na realização destes serviços. Como não existe a definição da figura do grande
gerador em sua legislação, ou falta regulamentação, o município deixa de arrecadar um

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recurso extra que poderia ser abatido de suas despesas com a gestão de seus resíduos,
beneficiando a população como um todo.

Também verificou-se que os municípios de Duque de Caxias e Belford Roxo estão


analisando a possibilidade de adotar formalmente a figura do Grande Gerador em seus
territórios.

Nos tópicos a seguir estão apresentados os dados e informações inerentes aos dois
únicos municípios fluminenses que efetivamente criaram a figura jurídica de Grande
Gerador através de leis municipais.

1.4.1. RIO DE JANEIRO

a) Aspectos Históricos

A empresa pública que primeiro se utilizou desta classificação foi a Companhia Municipal
de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro - COMLURB, em idos de 1989.

É intuitivo que o ônus gerado pela nova prática fez com que os estabelecimentos
comerciais recorressem da decisão pública e, com base na própria definição da categoria,
as empresas pleitearam pagar apenas pelo volume que excedesse o limite fixado na
norma municipal, que, à época, era de 60 litros. Tal pleito foi acatado e, durante muitos
anos, a COMLURB coletava o lixo até o volume fixado pela norma e as empresas
particulares de coleta de lixo extraordinário recolhiam o volume restante.

O controle desta operação era feito através de amostragens e medições realizadas


periodicamente pela equipe de fiscalização da COMLURB.

Esta situação durou quase 10 anos, quando, em 1998, um parecer jurídico da equipe de
advogados da Companhia serviu de base para o decreto municipal que estipulou que o
manejo de todo o lixo produzido pelo Grande Gerador seria de sua inteira e exclusiva
responsabilidade.

Este decreto serviu de base para a disseminação da categoria de Grande Gerador em


todo o país, sendo utilizado como modelo para todos os decretos municipais que
implantaram esta categoria em outras cidades brasileiras.

b) Aspectos Legais

Conforme apresentado anteriormente, o Rio de Janeiro foi o primeiro município brasileiro


a adotar a figura do Grande Gerador. A primeira referência oficial, ainda incipiente, à
figura do Grande Gerador se dá através do Decreto Municipal nº 9.287, de 23 de abril de

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1990 (em anexo), que aprova os Regulamentos de Limpeza Urbana e de Controle de
Vetores do Município do Rio de Janeiro.

Neste Decreto, o Prefeito da Cidade dá à COMLURB poderes para "autorizar" quais


estabelecimentos comerciais efetuem a coleta e destinação final de seus resíduos por
conta própria, independentemente do pagamento da Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza
Pública (TCLLP) componente do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU.

Esta indefinição de quem seria poderia ser "autorizado" a contratar a coleta de seus
próprios resíduos só veio a ser sanada através da Lei Municipal nº 2.630, de 22 de maio
de 1998, onde fica claramente definido o limite diário de "cento e vinte litros de volume ou
de sessenta quilo gramas de peso" para os chamados Grandes Geradores.

Posteriormente, a Lei de Limpeza Urbana (Lei Municipal nº 3.273, de 6 de setembro de


2001, em anexo) ratifica a definição de Grande Gerador - GG em seus artigos 7º e 8º e
complementa o conceito de GG apresentando as responsabilidades dos estabelecimentos
enquadrados nesta categoria através do Capítulo VI - Sistema de Remoção dos Resíduos
Sólidos Especiais (artigos 61 a 70).

A caracterização dos GG pela Lei de Limpeza Urbana permanece vigendo até os dias de
hoje.

Outro aspecto a ser considerado é que, na Cidade do Rio de Janeiro, ao contrário de


outras capitais, a figura do GG está associada a um único cadastro de IPTU. Tal fato se
mostrou relevante quando se tentou enquadrar como GG alguns centros comerciais com
diversas lojas comerciais, cada qual com o seu proprietário e o seu IPTU. Levado à
instância judicial, as lojas tiveram ganho de causa por que cada uma delas, de forma
independente, não gerava acima dos limites definidos por lei, embora o somatório do
centro comercial extrapolasse em muito os valores-limite.

Assim, na Cidade do Rio de Janeiro, só é considerado Grande Gerador o estabelecimento


comercial que, individualmente, gerar resíduos em quantidade acima do limite legalmente
especificado.

Entretanto, convém ressalvar que a Cidade de São Paulo considera prédios de ocupação
mista como Grandes Geradores, conforme definido pela Lei Municipal 14.973/09, a saber:

“Também são considerados grandes geradores, condomínios de edifícios não-


residenciais ou de uso misto, em que a soma dos resíduos sólidos “tipo domiciliar”
(Classe 2, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas), gerados
pelos condôminos, atinja o volume médio diário igual ou superior a 1.000 (mil)
litros”.

Por este conceito, prédios mistos cariocas com 12 estabelecimentos comerciais gerando
120 litros por dia, cada, seriam considerados como GG, embora, individualmente, nenhum
estabelecimento exceda o limite de 120 litros de resíduos por dia.

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Para finalizar esta síntese do aspecto legal, cabe mencionar que a Cidade do Rio de
Janeiro, através da Lei Municipal 5.538, de 31 de outubro de 2012 (Anexo 5), tornou
obrigatória a implantação de lixeiras coloridas, em concordância com a Resolução nº
275/2001 do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, nos estabelecimentos
Grandes Geradores, obrigando estes estabelecimentos a efetuar a separação dos
resíduos gerados em cada um de seus setores em, no mínimo, cinco tipos diferentes, a
saber: papel, vidro, metal, plástico e não recicláveis.

c) Quantidades

Os dados fornecidos pela COMLURB abrangem o período de 1993 (início da recuperação


ambiental e operacional dos aterros da COMLURB) até 2008, quando o INEA proibiu a
disposição final de lixo extraordinário nos aterros da companhia (à época os aterros de
Gramacho e Gericinó), tendo em vista a curta vida útil destas unidades.

A partir desta data, a COMLURB parou de controlar as quantidades de GG coletadas no


município, já que não havia meios de obter informações fidedignas sobre o volume de lixo
extraordinário disposto nos diferentes aterros sanitários da Região Metropolitana.

As quantidades medidas pela COMLURB acham-se apresentadas na tabela a seguir:

QUADRO 1.4-1: DADOS DE QUANTITATIVOS DE GG MEDIDOS PELA COMLURB, 1993-2008.

Ano Domiciliar G.Gerador Total Percentual

1993 1.144.204 11.203 1.155.407 1,0%

1994 1.022.602 159.519 1.182.120 13,5%

1995 997.871 236.079 1.233.951 19,1%

1996 1.280.109 268.578 1.548.688 17,3%

1997 1.479.199 262.850 1.742.050 15,1%

1998 1.506.670 291.606 1.798.277 16,2%

1999 1.463.643 323.647 1.787.290 18,1%

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2000 1.439.526 329.836 1.769.362 18,6%

2001 1.425.175 355.794 1.780.969 20,0%

2002 1.451.955 375.118 1.827.074 20,5%

2003 1.385.930 358.997 1.744.926 20,6%

2004 1.445.489 284.916 1.730.405 16,5%

2005 1.465.993 270.336 1.736.328 15,6%

2006 1.515.792 274.629 1.790.422 15,3%

2007 1.519.338 253.046 1.772.383 14,3%

2008 1.567.340 254.012 1.821.352 13,9%

FONTE: COMLURB - DIRETORIA TÉCNICA E INDUSTRIAL, 2009.

Por outro lado, apesar de haver uma Deliberação da Comissão Estadual de Controle
Ambiental - CECA (Deliberação CECA/CLF 5.071, de 11 de novembro de 2008) que
obriga os Grandes Geradores a preencher o Manifesto de Resíduos, também o INEA não
possui controle do volume de lixo extraordinário, tendo em vista a quantidade de
informações e a falta de informatização dos dados recebidos.

Para efetuar a coleta desta quantidade de lixo extraordinário, a COMLURB credencia


empresas particulares, especializadas em coleta de lixo, através de uma série de
exigências relacionadas na Portaria “N” COMLURB n° 001 de 30 de agosto de 2010
(Anexo 4). Até o final do ano de 2012, haviam 34 empresas credenciadas na COMLURB
para realizar a remoção do lixo extraordinário na Cidade do Rio de Janeiro.

d) Caracterização Gravimétrica do Lixo Extraordinário

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A COMLURB efetuou, no ano de 2010, uma análise gravimétrica do lixo extraordinário
coletado em diversos bairros da cidade, cujos resultados são apresentados na tabela a
seguir.

MÉDIA ARITMÉTICA
COMPONENTES
(%)

Papel 19,24

Papelão 8,54

Tetrapack 1,39

Total Papel 29,17

Plástico Duro 8,18

Plástico Filme 9,25

PET 3,25

Total Plástico 20,68

Vidro Claro 0,81

Vidro Escuro 1,76

Total Vidro 2,57

Matéria Orgânica Putrescível 29,31

Agregado Fino 8,22

Total Orgânico 37,53

Metal Ferroso 1,53

Metal Não Ferroso 1,24

Total Metais 2,77

Pedra / Areia 0,56

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Louça / Cerâmica 0,01

Total Inertes 0,57

Outros 6,71

TOTAL GERAL 100,00


Peso Específico 122,72

FONTE: COMLURB, 2010

Como pode ser visto, estes resultados indicam um elevado teor de componentes
recicláveis, que poderá chegar à casa dos 45 / 50% se for efetuada uma correta
segregação na fonte.

Os gráficos Gráfico 1.4-1 e Gráfico 1.4-2 a seguir ilustram esta condição.

GRÁFICO 1.4-1– GRAVIMETRIA DO LIXO EXTRAORDINÁRIO DO RIO DE JANEIRO.


FONTE: COMLURB, 2010

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GRÁFICO 1.4-2 – TEOR DE RECICLÁVEIS NO LIXO EXTRAORDINÁRIO DO RIO DE JANEIRO.
FONTE: COMLURB, 2010

e) Análise dos Dados Levantados

As informações obtidas permitem afirmar que, com a implantação da categoria de Grande


Gerador, a COMLURB vem economizando, em média, 17% do total anual de lixo
domiciliar coletado, transportado e destinado. Isto significa, em moeda corrente e a
valores presentes, a uma economia anual superior a 36 milhões de reais.

Porém, como em todas as atividades que oneram as empresas, existem os problemas


inerentes à fuga do compromisso formal, com diversificadas e criativas tentativas de burla
da lei, não sendo diferente com os Grandes Geradores. A simples observação da queda
dos números apresentados na tabela anterior evidencia esta fuga.

Porém, mesmo que se considere uma certa perda pela mistura do lixo extraordinário ao
lixo domiciliar, a economia verificada justifica não só a criação da categoria de Grande
Gerador, como a contratação e manutenção de uma eficiente equipe de fiscalização.

Por fim, cabe mencionar que, no geral, as reações negativas foram pontuais, não
acarretando nenhum prejuízo político para a Prefeitura. Ao contrário, a reação da
população à cobrança dos serviços de lixo extraordinário foi extremamente favorável no
cômputo geral.

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1.4.2. NITERÓI

a) Aspectos Legais

A adoção da categoria de Grande Gerador pelo Município de Niterói é bem mais recente
que a do Rio de Janeiro, datando de dezembro de 2009, através da Lei Municipal nº
2.685, de 30 de dezembro de 2009, que altera e dá redação final à Lei Municipal n° 1.212,
de 21 de setembro de 1993 (Anexo 6).

Através desta Lei, a figura do Grande Gerador já fica caracterizada como sendo todo e
qualquer estabelecimento comercial que gere acima de 120 litros de resíduos sólidos por
dia e também responsabiliza cada um destes Grandes Geradores pelo acondicionamento,
coleta, transporte e destinação final de seus resíduos.

Além disto, dispõe que a Companhia de Limpeza Urbana de Niterói – CLIN seria a
responsável por normatizar os procedimentos relativos ao correto manejo destes
resíduos.

Assim, em 24 de março de 2010, a CLIN publica sua Resolução n° 001/2010 (Anexo 7),
onde estabelece todas as condições de coleta do lixo extraordinário, ao lado de outros
tipos de resíduos considerados especiais.

Porém, no sentido da criação da figura do GG no Município de Niterói, a CLIN visitou os


principais estabelecimentos que seriam afetados pelas novas mudanças, onde promoveu
palestras de esclarecimentos junto a entidades de classe representativas dos eventuais e
possíveis futuros GG e que trabalhou junto às empresas de coleta de lixo para facilitar e
dar velocidade ao processo de credenciamento das mesmas, permitindo um amplo
mercado de contratações que dava margem aos GG’s de negociar os serviços pelo
melhor preço (a uma faixa de R$15,00 por contêiner de 120 litros no ano de 2013).

Observe-se, ainda, que, embora datada de março de 2010, a Resolução CLIN só passa a
viger a partir de maio de 2010 para determinados estabelecimentos e a partir de julho
para os restantes, dando tempo para que os estabelecimentos se adequassem à nova lei,
momento em que a CLIN promoveu trabalho de conscientização junto aos grandes
geradores. O resultado da estratégia adotada foi a adesão espontânea de quase todos os
Grandes Geradores, com o apoio da população em geral e da mídia em particular.

Poucos anos após a entrada em vigor do citado arcabouço legal e normativo que cria a
figura do Grande Gerador no município de Niterói, verificou-se o pequeno índice de
evasão dos GG’s.

b) Quantidades

Os dados fornecidos pela CLIN abrangem os anos de 2011e 2012, dados estes
fornecidos pelas empresas de coleta de lixo extraordinário, onde informam que no ano de
2011 foram coletados 25.000 toneladas e, no ano de 2012, 28.000 toneladas de resíduos
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de grandes geradores foram coletados pelas empresas de coleta de lixo extraordinário,
para uma geração anual média 130.000 toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos no
município de Niterói. Estes valores, embora sem a precisão desejável, indicam índices de
18,9% em 2011 e 21,2% em 2012, compatíveis com as informações prestadas pela
COMLURB.

Para efetuar a coleta desta quantidade de resíduos, a CLIN credencia empresas


particulares, especializadas em coleta de lixo, através das exigências relacionadas na
própria Resolução nº 001/2010, onde, até o final do ano de 2012 , haviam 25 empresas
credenciadas para realizar a remoção do lixo extraordinário.

c) Análise dos Dados Levantados

As informações obtidas nos permitem afirmar que com a implantação da categoria de


Grande Gerador, a CLIN vem economizando, em média, 20% do total anual de lixo
domiciliar coletado, transportado e destinado, representando, em moeda corrente e a
valores presentes, a uma economia anual superior a 2 milhões de reais.

Porém, a economia realizada pela CLIN não se restringe somente à quantidade de lixo
que ela deixa de coletar e destinar. Valendo-se do fato de que a coleta do lixo é uma
atribuição do Município, a CLIN caracteriza o credenciamento de empresas particulares
como uma concessão e cobra das empresas, a título desta concessão, o valor
equivalente a 10% (dez por cento) do total arrecadado com a prestação de serviços de
coleta e destinação do lixo extraordinário.

Supondo-se que o valor de R$15,00 por contêiner de 120 litros seja a média cobrada
pelas empresas, a CLIN teria arrecadado, no ano de 2011, não menos que 1,25
milhões de reais (considerando um peso específico médio para o lixo solto igual a 0,25
t/m³).

Como mencionado anteriormente, os problemas inerentes à fuga do compromisso formal,


são menores do que no Rio de Janeiro, mas também existem, principalmente por parte de
funcionários da contratada que aceitam propinas para levar o lixo extraordinário nos
veículos de lixo domiciliar.

1.4.3. DEMAIS MUNICÍPIOS

a) Aspectos Legais e Políticos

Conforme informado anteriormente, no Estado do Rio de Janeiro não existem outros


municípios que criaram a figura legal do Grande Gerador, ainda que existam outros
municípios que permitam que empresas particulares operem em seu território municipal,
porém sem a regulamentação da atividade a exemplo do Rio de Janeiro e de Niterói.

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Em termos legais, após e entrada em vigor da Lei Federal nº 12.305/2010, não há mais
nenhum tipo de restrição à implantação da categoria de GG. A maior parte das capitais
brasileiras já adotou este conceito sem nenhum tipo de restrição ou embargo judicial.
Porém, publicações da década de 1990, fazem menção a uma teoria sobre a rejeição a
ideias de políticas públicas: a Teoria dos 3I’s.

Segundo esta teoria, uma ideia de política pública será rejeitada se ela interferir com uma
destas três causas:

Incômodo: se a adoção da ideia incomoda ou dá trabalho para os demais agentes


envolvidos;

Ignorância: se os demais agentes envolvidos ignoram os benefícios advindos da ideia


adotada;

Interesse: se a adoção da ideia interfere com os interesses econômico-financeiros dos


demais agentes envolvidos.

Uma rápida análise destas situações permite visualizar que o incômodo não é uma das
causas de rejeição do conceito de GG, tendo em vista que não há acréscimo de trabalho
para a população, nem para os estabelecimentos comerciais.

No entanto, verificou-se que as causas que se mostraram compatíveis com a falta de


adesão de quase totalidade dos municípios fluminenses à categoria de grande gerador
foram:

a ignorância do que a figura do GG representa e da economia que ela acarreta ao


sistema de limpeza pública; e

o medo da repercussão política negativa, tendo em vista que boa parte dos
estabelecimentos passíveis de serem enquadrados como GG são fortes fontes de
financiamento de campanhas políticas (interferência com os interesses econômicos),
sobretudo nos municípios de menor porte

b) Aspectos Técnico-Econômicos

Como se viu ao longo do texto, as vantagens de se adotar a figura do GG são inegáveis,


principalmente sob o enfoque econômico, já que a adoção do GG propicia uma redução
da ordem de 20% nos custos operacionais de coleta.

Sob o aspecto técnico, as vantagens recaem no fato de o poder público se desobrigar de


efetuar a coleta do lixo extraordinário, permitindo que, com o mesmo nível orçamentário, a
limpeza urbana seja ampliada e levada a comunidades de baixa renda.

Entretanto, a maior vantagem técnica ocorre para os municípios de características


eminentemente turísticas, onde a quantidade de resíduos sólidos gerada chega a triplicar
na época de veraneio.
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Em termos atuais, para atender a este acréscimo de demanda, as prefeituras têm que se
reestruturar completamente, via de regra, através da contratação de veículos
extraordinários que, se aproveitando da situação, cobram valores acima da média do
mercado. E esta situação ainda retrata o melhor lado da questão, ou melhor o lado menos
ruim, porque muitas vezes os proprietários dos veículos preferem alugar suas viaturas
para fins mais lucrativos, como o transporte de materiais de construção, deixando a
prefeitura sem condições de realizar uma coleta adequada do lixo domiciliar.

Porém, quando se observa com atenção este problema, verifica-se que os agentes
causadores desta elevação de demanda são, em sua maioria, Grandes Geradores, como
supermercados, restaurantes, hotéis, pousadas, shoppings e outros prestadores de
serviços.

Assim, se a Prefeitura optar por criar a figura do GG, ela se responsabilizará somente por
uma pequena fração do lixo excedente, deixando para as empresas de coleta de lixo
extraordinário o problema de se adequar à demanda.

Quando analisado estritamente sob o lado econômico do Grande Gerador, a criação da


figura do GG tem um enorme reflexo técnico para a administração pública, pois a
empresa enquadrada como GG terá o maior interesse em seguir rigorosamente as
diretrizes da PNRS, ou seja, procurarão não gerar resíduos e, dos resíduos
inevitavelmente gerados, procurarão reciclar e recuperar, antes de encaminhar para o
aterro sanitário. Com isto, a vida útil destas unidades também será afetada, acarretando
num substancial aumento.

Por outro lado, não se pode deixar de levantar a questão da atratividade de mercado, ou
seja, as empresas coletoras só se interessarão em criar uma infraestrutura nos municípios
onde a quantidade de lixo extraordinário viabilizar esta operação.

Portanto, pode-se afirmar que nos municípios de pequeno porte, a Prefeitura deverá se
adequar tecnicamente para atender com qualidade aos Grandes Geradores, tendo em
vista que eles estarão pagando mais que os contribuintes normais e que, por ausência de
empresas coletoras, terão que contratar a própria Prefeitura para realizar sua coleta.

Considerando que, nesta situação, a Prefeitura estará criando um mercado para sua
própria atuação, recomenda-se que a adoção da figura do GG nos municípios de pequeno
porte seja precedida de uma cuidadosa avaliação jurídica, de modo a evitar futuras
impugnações por parte das empresas afetadas.

Da mesma forma, recomenda-se que esta avaliação inclua a análise de uma possível
bitributação, já que, na maioria dos municípios fluminenses, há a cobrança de uma taxa
de coleta de lixo junto com o IPTU.

c) Aspectos Ambientais

Do ponto de vista técnico ambiental para a gestão dos resíduos sólidos, a adoção da
figura do Grande Gerador, deve ser encarada como uma forma eficiente de garantir a
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viabilidade da gestão de uma quantidade significativa de lixo extraordinário, de forma a
possibilitar que a disposição final de resíduos sólidos seja reduzida, com implicações no
aumento da vida útil dos aterros sanitários e consequentemente na melhoria nas
condições ambientais, social e de saúde pública.

É ordem prioritária a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos


resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, com a
valorização de políticas para a coleta seletiva, recuperação e aproveitamento energético
(quando comprovada a viabilidade técnica e ambiental), tudo com constante envolvimento
social.

Em que pese o fato da proporção de materiais recicláveis nesse montante de lixo


extraordinário, é possível depreender que a reciclagem é o processo pelo qual os
materiais oriundos de GG voltem a serem utilizados como insumo e/ou matérias primas
nos processos produtivos, para obtenção de um novo produto que será novamente
introduzido no mercado, o que minimiza custos de produção e impactos ambientais.

d) Quantidades

No quadro a seguir, apresenta-se uma estimativa da geração de lixo extraordinário a partir


da geração de RSU, considerando que a geração de lixo extraordinário corresponde a
18% do total de lixo com tipologia domiciliar.

Neste quadro, também se efetua uma prospecção relativa aos municípios que serão alvo
do interesse das empresas de coleta de lixo extraordinário, partindo da premissa de que o
mercado de coleta de lixo só se torna interessante para estas empresas a partir de uma
geração de lixo extraordinário de 20 t/dia.

Estimativa
Lixo Total
de Lixo Interesse das
Município
Extraordinário Empresas
(t/dia)
(t/dia)

Angra dos Reis 133,90 24,10 Sim

Aperibé 6,84 1,23 Não

Araruama 91,58 16,48 Não

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Estimativa
Lixo Total
de Lixo Interesse das
Município
Extraordinário Empresas
(t/dia)
(t/dia)

Areal 6,85 1,23 Não

Armação de Búzios 31,14 5,61 Não

Arraial do Cabo 26,61 4,79 Não

Barra do Piraí 69,89 12,58 Não

Barra Mansa 160,34 28,86 Sim

Belford Roxo 525,65 94,62 Sim

Bom Jardim 10,69 1,92 Não

Bom Jesus de
21,55 3,88 Não
Itabapoana

Cabo Frio 126,44 22,76 Sim

Cachoeiras de Macacu 32,86 5,91 Não

Cambuci 7,23 1,30 Não

Campos dos
368,48 66,33 Sim
Goytacazes

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Estimativa
Lixo Total
de Lixo Interesse das
Município
Extraordinário Empresas
(t/dia)
(t/dia)

Cantagalo 9,53 1,72 Não

Carapebus 8,96 1,61 Não

Cardoso Moreira 6,04 1,09 Não

Carmo 8,89 1,60 Não

Casimiro de Abreu 20,25 3,65 Não

Comendador Levy
5,27 0,95 Não
Gasparian

Conceição de Macabu 13,94 2,51 Não

Cordeiro 14,10 2,54 Não

Duas Barras 5,03 0,91 Não

Duque de Caxias 1.005,52 180,99 Sim

Engenheiro Paulo de
6,76 1,22 Não
Frontin

Guapimirim 34,82 6,27 Não

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Estimativa
Lixo Total
de Lixo Interesse das
Município
Extraordinário Empresas
(t/dia)
(t/dia)

Iguaba Grande 16,45 2,96 Não

Itaboraí 165,87 29,86 Sim

Itaguaí 95,87 17,26 Não

Italva 7,17 1,29 Não

Itaocara 11,78 2,12 Não

Itaperuna 68,04 12,25 Não

Itatiaia 18,63 3,35 Não

Japeri 76,39 13,75 Não

Laje do Muriaé 3,83 0,69 Não

Macaé 190,69 34,32 Sim

Macuco 2,80 0,50 Não

Magé 174,34 31,38 Sim

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Estimativa
Lixo Total
de Lixo Interesse das
Município
Extraordinário Empresas
(t/dia)
(t/dia)

Mangaratiba 28,59 5,15 Não

Maricá 106,67 19,20 Talvez

Mendes 12,21 2,20 Não

Mesquita 154,91 27,88 Sim

Miguel Pereira 15,48 2,79 Não

Miracema 17,32 3,12 Não

Natividade 8,67 1,56 Não

Nilópolis 124,37 22,39 Sim

Nova Friburgo 130,69 23,52 Sim

Nova Iguaçu 921,45 165,86 Sim

Paracambi 29,62 5,33 Não

Paraíba do Sul 25,67 4,62 Não

Paraty 19,11 3,44 Não

Paty do Alferes 12,82 2,31 Não

Petrópolis 250,34 45,06 Sim

Pinheiral 13,88 2,50 Não

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Estimativa
Lixo Total
de Lixo Interesse das
Município
Extraordinário Empresas
(t/dia)
(t/dia)

Piraí 17,09 3,08 Não

Porciúncula 9,17 1,65 Não

Porto Real 10,56 1,90 Não

Quatis 7,70 1,39 Não

Queimados 104,85 18,87 Talvez

Quissamã 8,45 1,52 Não

Resende 89,86 16,17 Não

Rio Bonito 30,12 5,42 Não

Rio Claro 8,54 1,54 Não

Rio das Flores 3,87 0,70 Não

Rio das Ostras 77,93 14,03 Não

Santa Maria Madalena 3,97 0,71 Não

Santo Antonio de
21,77 3,92 Não
Pádua

São Fidélis 19,88 3,58 Não

São Francisco do
14,76 2,66 Não
Itabapoana

São Gonçalo 1.108,89 199,60 Sim

São João da Barra 19,01 3,42 Não

São João de Meriti 389,87 70,18 Sim

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Estimativa
Lixo Total
de Lixo Interesse das
Município
Extraordinário Empresas
(t/dia)
(t/dia)

São José de Ubá 1,92 0,35 Não

São José do Vale do


6,30 1,13 Não
Rio Preto

São Pedro da Aldeia 57,50 10,35 Não

São Sebastião do Alto 3,37 0,61 Não

Sapucaia 9,69 1,74 Não

Saquarema 57,77 10,40 Não

Seropédica 45,64 8,22 Não

Silva Jardim 11,28 2,03 Não

Sumidouro 3,48 0,63 Não

Tanguá 17,28 3,11 Não

Teresópolis 116,97 21,05 Sim

Trajano de Moraes 3,44 0,62 Não

Três Rios 58,63 10,55 Não

Valença 45,42 8,18 Não

Varre-Sai 4,00 0,72 Não

Vassouras 15,78 2,84 Não

Volta Redonda 219,03 39,43 Sim

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OBS.: NÃO CONSTAM DO QUADRO OS MUNICÍPIOS DE NITERÓI E RIO DE JANEIRO, POR JÁ POSSUÍREM A FIGURA LEGAL DO GRANDE
GERADOR.
FONTES: PESQUISA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO IBGE, 2010; PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS -
PGIRS/UERJ, 2010; E PESQUISA DIRETA ECOLOGUS.

e) Análise dos Dados Calculados

A partir dos cálculos efetuados, chega-se à conclusão de que a adoção da figura do GG


nos demais municípios do Rio de Janeiro traria para os cofres públicos uma economia
anual superior a 30 milhões de reais, sem considerar a cobrança de taxa pela concessão
do serviço de coleta de lixo extraordinário.

Considerando esta cobrança, a economia poderia alcançar a cifra de 50 milhões de reais.

1.5. COMENTÁRIOS FINAIS

Como se pode observar nos Municípios do Rio de Janeiro e Niterói, a implantação da


figura do Grande Gerador no município sempre está associada a uma evasão da
quantidade de lixo extraordinário, tendo em vista que sempre existirão empresas e
empresários que tentarão burlar a legislação vigente.

Também fica claro que o lixo extraordinário evadido será descartado


necessariamente em locais inadequados, contribuindo para aumentar a poluição
ambiental e agravando sobremodo os problemas de enchentes e deslizamento de
encostas.

Entretanto, esta parcela de lixo, além de ser de pequena monta, pode ser controlada
através de uma fiscalização de rotina, não invalidando os benefícios ambientais advindos
de sua implementação.

Dentre os principais benefícios ambientais, podem ser citados:

a) melhora as condições para a correta gestão dos resíduos gerados, facilitando as


tarefas de controle e inspeção por parte do órgão público;

b) propicia o desenvolvimento da coleta seletiva incentivando a segregação dos


resíduos na fonte.

No que concerne ao primeiro aspecto, basta lembrar que a fiscalização do poder público
pode ficar limitada às empresas transportadoras. Efetuando um simples cruzamento das
informações prestadas pelos transportadores com o cadastro de Grandes Geradores da
Prefeitura, o órgão de limpeza pode evitar os desvios e fraudes de geradores sem
escrúpulos.

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Por outro lado, efetuando o cruzamento das informações dos operadores de aterros, o
órgão municipal identificará rapidamente os transportadores que tentarem burlar o
sistema de fiscalização.

Com isso, a Prefeitura estará garantindo que a totalidade do lixo extraordinário terá
manejo adequado e destinação ambientalmente correta.

Quando se analisa o segundo aspecto, nota-se que o GG terá o maior interesse em


minimizar o seu custo, o que somente será conseguido se ele implementar o Princípio dos
3 R’s, a saber: Reduzir a geração de resíduos; Reaproveitar os resíduos dentro das suas
atividades principais; e Reciclar os resíduos para que sejam reincorporados ao ciclo
produtivo.

Associe-se a estes procedimentos ecologicamente corretos o fato de que o GG passará a


ser parte integrante e atuante dos ciclos de logística reversa, pois assim estará
minimizando a quantidade de resíduos sob sua responsabilidade.

1.6. CONCLUSÕES

Como se viu ao longo do texto, as vantagens da figura do Grande Gerador para o órgão
municipal de limpeza urbana são incontestáveis e irrefutáveis. Porém, é muito importante
que sua implantação seja feita de forma correta e adequada, de modo a evitar reações
negativas que podem prejudicar sua operação futura.

Entretanto, se por um lado a adoção dos GG traz enormes benefícios para o setor
operacional do órgão de limpeza urbana, por outro lado ela irá sobrecarregar o setor de
fiscalização, tendo em vista que a ausência de um controle quantitativo facilita as práticas
desonestas, seja pelo lançamento dos resíduos em vazadouros e lixões, seja pela mistura
do lixo extraordinário no montante coletado pela Prefeitura (prática mais comum no caso
dos GG) ou ainda, o que seria pior, pelo lançamento do lixo extraordinário em rios e
encostas de morros.

A este respeito cabe observar que duas situações são possíveis. Na primeira hipótese,
quando a coleta regular é paga por tonelada coletada, o contratado tem todo o interesse
em receber o lixo dos GG misturado ao lixo domiciliar para aumentar o seu faturamento.
Na outra alternativa, que seria a coleta regular paga através de mensalidades fixas, não
existe o interesse da terceirizada, mas sempre existe a possibilidade de funcionários da
coleta receberem propina dos GG para misturar o lixo extraordinário ao domiciliar ou
mesmo o caso de porteiros de prédios que recebem dinheiro para misturar os resíduos de
bares e pequenos restaurantes ao lixo gerado pelos moradores.

Já a terceira hipótese está intrinsecamente relacionada à idoneidade da empresa


transportadora, que pode estar lançando o lixo coletado em locais inadequados com
vistas a aumentar sua lucratividade.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 29
Agosto, 2013 – Rev.00
O fato relevante é que, seja qual for a forma de contratação da coleta regular, haverá
sempre a necessidade de se ter uma equipe de fiscalização para atuar evitando a evasão
aos compromissos formais e minimizar o impacto sobre o meio ambiente e o prejuízo aos
cofres públicos.

Convém recordar que a maioria dos municípios ainda não aderiu à figura do Grande
Gerador porque desconhecem as vantagens técnicas, econômicas e ambientais de tal
procedimento, agravado pelo medo de repercussões políticas negativas por parte dos
grupos empresariais afetados.

Desta forma, conclui-se que, por todas as vantagens técnicas, econômicas e ambientais,
o Plano Estadual de Resíduos Sólidos deverá incentivar os municípios de médio porte a
aderirem à figura do Grande Gerador, em função da possibilidade de ampliar sua atuação
na área da coleta regular através da redução de custos operacionais; e deverá incentivar
os municípios de pequeno porte, mais em função da economia operacional que será
auferida e da possibilidade de geração de uma receita adicional para os cofres públicos,
receita esta que poderá ser aplicada em setores fundamentais da gestão pública, como
educação e saúde.

Como a forma com que o Estado deverá incentivar os Municípios a adotarem a figura do
GG será objeto de relatório futuro, mais detalhado, apresentam-se a seguir alguns pontos
que deverão ser analisados e, se for o caso, incorporados ao Plano Estadual:

capacitar as equipes técnica e administrativa dos órgãos municipais através de cursos


que permitam aos gestores conhecer em detalhes o que representa a figura do GG
para o município, tanto em termos técnicos, como em termos econômicos, sociais e
ambientais;

elaborar modelo para incorporação da taxa de lixo e da orientação dos GG’s, seja nos
Planos Municipais, seja nos códigos tributários municipais.

prestar apoio técnico e orientação sobre a limpeza urbana (de forma geral) aos
municípios que optarem por adotar a figura do GG, seja diretamente ou através do
Consórcio ao qual o município está integrado;

disponibilizar assessoria jurídica que permita aos prefeitos elaborar a lei mais
adequada para o seu município, evitando repercussões negativas da mídia, da
população ou de grupos empresariais;

estabelecer incentivos econômicos para que os estabelecimentos comerciais adiram


voluntariamente à condição de GG, elaborando adequadamente seu Plano de

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 30
Agosto, 2013 – Rev.00
Gerenciamento e declarando os resíduos que produzem, sua forma de manejo e
destinação final, conforme discriminado na alínea “b”, Inciso II, do artigo 20 da PNRS;

estabelecer mais incentivos econômicos para os estabelecimentos comerciais que,


além de aderirem voluntariamente à condição de GG, efetuem a coleta seletiva e
participem ativamente do fluxo da logística reversa.

Para finalizar, nunca é demais lembrar que o sentimento de que gerenciar o lixo não custa
nada propicia o aumento inconsequente da geração dos RSU, ou seja, a cobrança pela
prestação dos serviços de coleta do lixo extraordinário acaba por provocar uma
redução na geração de resíduos.

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ANEXO 1

DECRETO MUNICIPAL nº 9.287, de 23 de Abril de 1990

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

GABINETE DO PREFEITO

Companhia Municipal de Limpeza Urbana - COMLURB


REGULAMENTOS DE LIMPEZA URBANA E DE CONTROLE DE VETORES DO
MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
RIO DE JANEIRO, NOVEMBRO DE 1990

PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO


Marcelo Nunes de Alencar

CHEFE DE GABINETE DO PREFEITO


Carlos Roberto de Siqueira Castro

Companhia Municipal de Limpeza Urbana - COMLURB


Rua Major Ávila,358
Tijuca - Rio de Janeiro - RJ
CEP 20519-900 - Tel. 574-2000

DIRETOR PRESIDENTE
Ivan Motta Lagrotta

DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS


José Paulo Pinto Teixeira

DIRETOR DE SERVIÇOS ESPECIAIS


Antônio Fernando Novaes de Magalhães

DIRETOR DE TRANSPORTE E EQUIPAMENTOS

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José Maurício de Lima Nolasco

CHEFE DE GABINETE DA PRESIDÊNCIA


José Leal Goulart

DECRETO nº 9287 de 23 de Abril de 1990

Aprova os Regulamentos de Limpeza Urbana e de Controle de Vetores do Municípiodo


Rio de Janeiro.

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais e


tendo em vista o que consta do processo 06/507.007/88, DECRETA:
Art. 1º - Ficam aprovados os Regulamentos de Limpeza Urbana e de Controle de Vetores
do Município do Rio de Janeiro, anexos a este decreto.
Art. 2º - Os expedientes administrativos formados até a data de publicação do presente
decreto serão decididos de acordo com a legislação anterior.
Art. 3º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as
disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 23 de abril de 1990 - 426º da Fundação da Cidade.

MARCELLO ALENCAR
LUIZ PAULO CORRÊA DA ROCHA

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REGULAMENTO DE LIMPEZA URBANA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

CAPÍTULO I - GENERALIDADES

Art. 1º - Os serviços de Limpeza Urbana do Município do Rio de Janeiro são regidos pelas
disposições do presente Regulamento e executados pela Companhia Municipal de
Limpeza Urbana COMLURB, por meios próprios ou através de permissão ou de
adjudicação a terceiros, gratuita ou remuneradamente.

§ 1º - Para efeito deste Regulamento, entende-se por lixo todo resíduo sólido gerado num
aglomerado urbano.

§ 2º - Estabelecimentos comerciais ou industriais poderão ser autorizados a coletar


e a transportar os resíduos que produzirem, por meios próprios ou através de
firmas devidamente cadastradas e autorizadas pela COMLURB, não isentando-os,
porém, do pagamento da Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública (TCLLP), e
obrigando-os ao pagamento de tíquetes referentes à utilização dos aterros
sanitários ou outros locais indicados pela COMLURB. A forma de
acondicionamento, transporte e destinação final deverá ser previamente aprovada e
autorizada pela COMLURB.

§ 3º - O lixo domiciliar, quando colocado no logradouro público com vistas à sua coleta,
permanece sob responsabilidade do usuário até que a COMLURB o colete, sendo
proibida a catação ou extração, por terceiros, de qualquer parte do seu conteúdo.

Art. 2º - São atribuições da Companhia Municipal de Limpeza Urbana -COMLURB as


seguintes atividades:

I - Coleta, transporte, tratamento e disposição final de lixo domiciliar;

II - Coleta e transporte de lixo público, com exceção do gerado nas praças, parques e
jardins, e no sistema viário estadual e federal;

Ill - Tratamento e disposição final de todo lixo público;

IV - Controle da incidência de mosquitos e infestação de ratos e ratazanas em locais


públicos e domiciliares, determinando e utilizando-se de métodos de trabalho preventivo,
corretivo e aplicação de produtos químicos, podendo promover a cobrança quando
realizados em logradouros não considerados públicos, de acordo com tabela elaborada
pela COMLURB, independentemente das sanções aplicáveis;

V - Cumprir e fazer cumprir as normas legais contidas nos Regulamentos de Limpeza


Urbana e de Controle de Vetores, bem como a aplicação de penalidade por infrações a
estas normas;

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Vl - Normatização e fiscalização dos sistemas de coleta, redução, acondicionamento e
armazenamento do lixo no interior das edificações;

VlI - Inspecionar e fiscalizar o transporte do lixo e/ou de quaisquer resíduos ou cargas que
apresentem riscos de prejudicar os serviços de limpeza urbana, e/ou não atendam ao
disposto no presente Regulamento;

VlII - A cobrança e arrecadação de valores correspondentes às sanções dispostas nos


presentes Regulamentos, bem como a cobrança e arrecadação de preços e tarifas pela
prestação de serviços especiais de limpeza, remoção, tratamento e disposição de lixo e
controle de vetores;

Parágrafo Único - A critério da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, a COMLURB


poderá executar outras atividades relacionadas com as condições higiênicas e sanitárias
da Cidade.

CAPÍTULO II - LIXO PÚBLICO

Art. 3º - Entende-se por lixo público aquele proveniente da limpeza de logradouros


públicos.

Parágrafo Único - A limpeza de logradouros públicos corresponde ao serviço de


varredura, raspagem, capinação, lavagem quando necessária, limpeza de caixas de ralos,
limpeza de cartazes e pichações, limpeza de túneis e outros que se façam necessários.

Art. 4º - É proibido lançar ou depositar nos terrenos e nos logradouros públicos qualquer
tipo de lixo ou resíduo, exceto no caso de lixo domiciliar, cuja colocação nos logradouros
públicos obedecerá aos procedimentos especificados no Capítulo III.

Art. 5º - A limpeza e/ou lavagem das edificações deverão ser realizadas de tal forma que
os resíduos provenientes dessas atividades não sejam lançados nos logradouros
públicos, mas sim, recolhidos em recipientes apropriados do prédio e as águas servidas
encaminhadas para o ralo mais próximo, de forma a não acumular-se no logradouro
público.

Parágrafo Único - O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos resíduos
provenientes da limpeza de veículos.

Art. 6º - Os condutores e/ou proprietários de veículos que transportem material de obras,


entulho ou qualquer resíduo ou carga deverão adotar medidas que impeçam que as
mesmas venham a cair, no todo ou em parte, nos logradouros públicos,
independentemente de outras obrigações previstas em legislação específica.

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§ 1º - Os veículos, antes de saírem de seus locais de guarda, obras ou locais de
prestação de serviços, deverão ter suas rodas e partes externas de suas carrocerias
limpas, de forma a não sujarem os logradouros públicos.

§ 2º - Serão, também, responsáveis pelo cumprimento desse artigo e de seu parágrafo


primeiro os proprietários dos veículos, os fornecedores de carga, seus destinatários e/ou
responsáveis pelas obras a que se destinam.

Art.7º - Os responsáveis por podas de árvores e/ou por obras em logradouros públicos
deverão providenciar a remoção imediata de todos os resíduos produzidos por estas
atividades.

Parágrafo Único - Os materiais destinados ou provenientes dessas obras deverão estar


ensacados ou acondicionados de tal forma que não apresentem riscos de espalhar-se no
logradouro público.

Art. 8º - É proibida a colocação de materiais de construção e/ou entulho, destinados ou


provenientes de obras particulares, nos logradouros públicos.

Art. 9º - Os condutores, transportadoras, destinatários ou fornecedores de cargas são


responsáveis pela limpeza dos logradouros públicos que tenham sujado e obrigam-se a
remover, no ato de descarga, todo o material ou qualquer tipo de carga, para o interior da
obra ou estabelecimento a que se destina.

Art. 10 - A empresa autorizada pela Secretaria Municipal de Fazenda a distribuir


panfletos, prospectos ou qualquer tipo de propaganda na via pública deverá recolher o
que eventualmente, desse material, for lançado no logradouro público, dentro de um raio
de 200 (duzentos) metros tendo como centro o ponto de distribuição.

Parágrafo Único - Será co-responsável e solidariamente passível das sanções aplicáveis


o agente distribuidor ou favorecido na divulgação veiculada.

Art. 11 - É proibido afixar propaganda, anúncios, faixas ou qualquer engenho, publicitário


ou não, em postes, árvores, obras públicas, abrigos de paradas de coletivos, caixas
coletoras ou equipamentos da COMLURB ou em quaisquer locais que não os autorizados
pelas leis e regulamentos vigentes.

§ 1º - Serão co-responsáveis e solidariamente sujeitos às sanções aplicáveis os


responsáveis, cedentes ou contratantes, a qualquer título, pelo local onde se realizem os
eventos ou atividades divulgadas.

§ 2º - Em se tratando de campanhas, eleitorais ou não, de interesse ou relativa à própria


entidade, tais como, sindicatos, associações. clubes ou similares, aplica-se, no que
couber, o disposto no artigo e parágrafo anteriores, salvo se a Diretoria ou responsável
pela entidade, fornecer por escrito à COMLURB, nome, endereço e qualificação completa
do responsável, ficando a critério da COMLURB a substituição do auto de infração por
ventura já extraído.
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Art. 12 - É proibido pichar, desenhar ou escrever em muros, fachadas, colunas, paredes,
postes, árvores, abrigos de paradas de coletivos, caixas coletoras, veículos ou
equipamentos da COMLURB, ou qualquer outro lugar de uso público.

Art. 13 - Os proprietários, responsáveis e/ou condutores de animais são responsáveis


pela limpeza dos dejetos dispostos pelos mesmos em qualquer logradouro público.

Parágrafo Único - São responsáveis, também, pela remoção do logradouro Público, de


corpos ou restos de animais mortos, os seus proprietários.

Art. 14 - É proibido depositar lixo, galhadas, entulhos ou qualquer tipo de resíduos ou


objetos de qualquer natureza, junto, ao lado ou no interior dos contenedores de uso
exclusivo da COMLURB, sendo ainda proibido removê-los ou atear-lhes fogo.

Art. 15 - Os feirantes são responsáveis pela manutenção da limpeza do logradouro, em


que funcionar a feira livre, durante e logo após o horário determinado para seu
encerramento.

Parágrafo Único - Os feirantes são obrigados a dispor, por seus próprios meios, de
recipientes para neles serem depositados durante a realização das feiras, os resíduos
produzidos, embalando-os em sacos plásticos ao seu final.

CAPÍTULO III - LIXO DOMICILIAR

Art. 16 - Define-se como lixo domiciliar os resíduos sólidos produzidos nos imóveis em
geral pelo exercício normal das atividades a que se destinam, e classificam-se em 3 (três}
tipos:

a) Lixo domiciliar ordinário;

b) Lixo domiciliar especial;

c) Lixo domiciliar perigoso.

§ 1º - O LIXO DOMICILIAR ORDINÁRIO - é constituído de resíduos sólidos com peso


específico menor de 500 Kg/m³, que possam ser acondicionados em recipientes com
volume de 100 (cem) litros e altura de 70 (setenta) centímetros, salvo no caso de lixo
prensado, e em condições de serem recolhidos pela coleta normal de lixo dos imóveis, o
qual deverá ser, obrigatoriamente, embalado de acordo com as Normas Técnicas da
COMLURB.

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§ 2º - O LIXO DOMICILIAR ESPECIAL é constituído de todos os tipos de resíduos sólidos
não classificados na categoria anterior, sem serem perigosos, e que não podem ser
recolhidos pela coleta normal de lixo dos imóveis, enquadrando-se neste tipo: bens
móveis e utensílios domésticos imprestáveis, galhadas, entulhos de obras, madeiras de
grande porte, veículos velhos, pneus e outros, a juízo da COMLURB.

§ 3º - O LIXO DOMICILIAR PERIGOSO é constituído de resíduos que exijam, a critério da


COMLURB ou do órgão competente, cuidados específicos de manuseio, transporte e
disposição final, de modo a evitar danos saúde humana, aos organismos vivos, ou ao
meio ambiente, tais como: ácidos, tóxicos, corrosivos, explosivos e outros, a juízo da
COMLURB.

§ 4º - É proibida a colocação, disposição ou apresentação à coleta de lixo domiciliar


ordinário, junto ou separadamente, de resíduos considerados especial ou perigoso.

§ 5º - A infração ao disposto no parágrafo anterior quando causar danos à saúde humana,


organismos vivos ou ao meio ambiente, veículo ou equipamento da COMLURB, será
passível da multa máxima prevista no presente Regulamento, independentemente de
outras responsabilidades e/ou indenizações quanto aos danos causados.

Art. 17 - A cobrança relativa aos serviços de coleta domiciliar prestados pela COMLURB
será feita da seguinte forma:

I - Lixo domiciliar ordinário - através da Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública -


(TCLLP).

II - Lixo domiciliar especial - de acordo com a Tabela de Preços de Prestação de Serviços


Especiais da COMLURB.

Ill - Lixo domiciliar perigoso - conforme preços estabelecidos pela COMLURB, para cada
caso específico.

Art. 18 - O serviço de coleta de lixo domiciliar ordinário consiste na coleta e transporte do


conteúdo dos recipientes com retorno, ou do conteúdo e dos próprios recipientes sem
retorno, colocados pelos usuários nos logradouros públicos, junto ao alinhamento de cada
imóvel, ou em outros locais determinados pela COMLURB.

§ 1º - Os recipientes devem obedecer às Normas Técnicas da COMLURB, no capítulo


que se refere ao acondicionamento do lixo (embalagens).

§ 2º - Somente serão recolhidos, na coleta normal de lixo domiciliar ordinário, os resíduos


sólidos acondicionados em embalagens que estejam de acordo com a padronização
mencionada no parágrafo anterior.

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Art. 19 - O usuário deverá providenciar, por meios próprios, os recipientes padronizados
referidos no artigo anterior, mantendo-os em perfeito estado de conservação e asseio.

Art. 20 - Os usuários deverão obedecer aos horários estabelecidos pela COMLURB, para
a colocação e retirada dos recipientes, com vistas à coleta normal de lixo domiciliar
ordinário dos imóveis.

Art. 21 - É proibido lançar, permitir ou propiciar a colocação de lixo, entulhos, animais


mortos ou galhadas em terrenos baldios ou em qualquer imóvel, edificado ou não,
públicos ou privados, bem como em encostas, rios, valas, valões, canais, lagos, praias, ou
quaisquer outros locais não autorizados pela COMLURB, ou que prejudiquem ou possam
vir a prejudicar os serviços de limpeza urbana de qualquer forma à saúde, o bem-estar, ou
ao meio ambiente, ou ainda propicie a proliferação de vetores, ratos e/ou ratazanas.

Parágrafo Único - Aos proprietários e/ou responsáveis por Imóveis não edificados, que
não possuam muro e/ou passeio pavimentado, e/ou que não os mantenham em perfeitas
condições de conservação de modo que não impeça a ocorrência do previsto neste artigo,
sujeitam-se às sanções previstas neste Regulamento.

Art. 22 - É proibido realizar coleta e transporte de lixo domiciliar sem estar devidamente
autorizado pela COMLURB, e, quando autorizado, deverá obedecer a legislação
especifica.

Art. 23 - É proibido fornecer a qualquer título ou permitir a realização de coleta e/ou


transporte de lixo a quem não estiver autorizado pela COMLURB, bem como a catação ou
extração de resíduos no logradouro público.

Art. 24 - Aqueles que fornecerem lixo, entulhos materiais ou resíduos de qualquer espécie
são responsáveis com seus transportadores, quanto às condições de transporte e
vazamento.

Art. 25 - A COMLURB fica autorizada a estabelecer e determinar normas e procedimentos


a serem adotados referentes à coleta hospitalar.

CAPÍTULO IV - TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE LIXO DOMICILIAR E


PÚBLICO

Art. 26 - É proibido efetuar o tratamento e a disposição final do lixo domiciliar e público


sem prévia aprovação do órgão estadual de controle do meio ambiente.

Art. 27 - O tratamento e a disposição final do lixo deverão obedecer à legislação


específica pertinente.

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CAPÍTULO V - EDIFICAÇÕES

Art. 28 - O lixo proveniente das edificações deverá ser processado e disposto para a
coleta, conforme as determinações constantes das Normas Técnicas da COMLURB.

Parágrafo Único - A COMLURB poderá determinar, estipulando o prazo, a obrigação ou a


proibição da instalação de determinado processo ou tipo de equipamento nas edificações,
com ou sem a redução de peso e/ou volume de lixo, ou das embalagens para o seu
acondicionamento.

Art. 29 - As edificações com dois ou mais pavimentos, que contenham mais de uma
unidade domiciliar, deverão ser providas, em cada pavimento, de compartimento de
coleta, boca coletora, porta-caçamba e tubo de queda que conduza os resíduos sólidos a
depósito apropriado de lixo, ou a equipamentos de compactação instalados em
compartimento próprio.

§ 1º - Ficam excluídas do disposto deste artigo as edificações com mais de um pavimento


que contenham uma única unidade ocupacional, os prédios de dois pavimentos cujas
unidades ocupacionais tenham entradas independentes, as edificações residenciais com
dois pavimentos, compostas de unidades duplex, as edificações destinadas a instalações
especiais que comprovadamente não produzem resíduos sólidos, e/ou outras edificações
conforme as Normas Técnicas da COMLURB.

§ 2º - Ficam dispensadas da instalação, em cada pavimento, de compartimento de coleta,


boca coletora, porta-caçamba e tubo de queda, as edificações comerciais do tipo "Centro
Comercial" ou "Magazine", constituídas exclusivamente de lojas as edificações destinadas
ao uso exclusivo de uma única empresa ou estabelecimento escolar, as edificações
destinadas exclusivamente a estacionamento vertical de veículos, os hotéis e motéis, as
unidades fabris, os supermercados, e outros tipos de edificações, conforme as Normas
Técnicas da COMLURB.

Art. 30 - É proibida a instalação de tubo de queda de lixo em hospitais, casas de saúde,


prontos-socorros, ambulatórios, sanatórios ou similares.

Art. 31 - O volume de lixo produzido em cada período de vinte e quatro horas, para efeito
de dimensionamento do sistema de coleta de lixo no interior das edificações, será
calculado de acordo com os índices determinados pelas Normas Técnicas da COMLURB.

Art. 32 - É proibida a instalação de equipamento de incineração domiciliar de lixo, salvo no


caso de edificações onde haja produção de lixo patogênico, infecto-contagioso ou
proveniente de atividades cirúrgicas, sendo, neste caso, obrigatória a instalação daquele
tipo de equipamento, de acordo e respeitadas as Normas Técnicas de demais
procedimentos estabelecidos pela COMLURB.

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Art. 33 - Serão obrigatoriamente providas de equipamento de redução de volume de lixo
as edificações cuja produção diária de lixo seja igual ou superior a 1.000 (um mil) litros,
calculada conforme os índices determinados pelas Normas Técnicas da COMLURB.

Art. 34 - Os fabricantes de equipamentos de coleta, com ou sem redução de volume ou


peso de lixo nas edificações, e de embalagens para seu acondicionamento, deverão
submeter seus produtos à aprovação e registro na COMLURB.

§ 1º - O registro dos produtos referenciados será feito mediante o cumprimento das


exigências determinadas pelas Normas Técnicas da COMLURB, ou de acordo com a
deliberação interna da Companhia que estabeleça condições para aprovação e registro
destes produtos.

§ 2º - O registro em questão não significa concessão de garantia, mas sim que o produto
atende às Normas Técnicas da COMLURB.

§ 3º - Em qualquer época, a critério da COMLURB. poderão ser realizados exames e


testes nos produtos aprovados, para fins de comprovação e atualização de suas
características.

§ 4º - Os fabricantes, fornecedores, instaladores e conservadores dos equipamentos


relacionados neste artigo e seus parágrafos são proibidos de instalar aqueles
equipamentos, em discordância com o presente Regulamento e as Normas Técnicas da
COMLURB.

Art. 35 - A concessão do "habite-se" ou "aceitação de obras", em qualquer edificação,


ficará na dependência de vistoria que comprove o cumprimento das exigências feitas por
este Regulamento e pelas Normas Técnicas da COMLURB.

Art. 36 - É proibido modificar o sistema de coleta, com ou sem redução de peso e/ou
volume de lixo, em parte ou no todo, após o "habite-se", sem prévia consulta e aprovação
da COMLURB.

Art. 37 - É obrigatória a manutenção das perfeitas condições higiênicas e sanitárias nas


edificações, dos componentes do sistema de coleta, com ou sem redução de peso e/ou
volume de lixo.

Art. 38 - É proibido o uso das áreas destinadas a compartimentos de coleta nos


pavimentos, depósitos de lixo, ou compartimentos destinados a equipamentos de redução
de volume de lixo, para quaisquer outros fins que não os especificamente relacionados
com sua destinação.

Art. 39 - Os equipamentos de coleta e redução de peso e/ou volume de lixo, de qualquer


edificação, poderão ser interditados pela COMLURB, desde que não atendam
rigorosamente às suas finalidades ou prejudiquem a limpeza e higiene ambiental.

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CAPÍTULO VI - SANÇÕES

Art. 40 - Os responsáveis por atos prejudiciais à limpeza urbana serão multados pela
COMLURB, independentemente das demais sanções aplicáveis, através de Autos de
Infração lavrados por servidores autorizados pela Companhia.

Parágrafo Único - As multas, a critério da COMLURB, poderão ser precedidas de


notificação de advertência e intimação.

Art. 41 - A aplicação das multas, com os valores previstos no artigo 44, não exonera o
infrator da obrigação de cumprir o preceito violado, nem das demais sanções cabíveis.

Art. 42 - As multas serão aplicadas cumulativamente, quando houver a prática simultânea


de dois ou mais atos puníveis.

Art. 43 - Competirá à direção do órgão expedidor das multas, em primeira instância,


apreciar e decidir os recursos interpostos contra a aplicação e gradação das mesmas.

Parágrafo Único - Os recursos referidos neste artigo não terão efeito suspensivo.

Art. 44 - As infrações à limpeza urbana e os valores das multas correspondentes são os


discriminados na seguinte tabela:

I - por lançar ou depositar resíduos sólidos em logradouros públicos:

de ....................................... 1 a 100 UNIFs

II - por lançar resíduos de varredura e lavagem, provenientes do interior das edificações e


de veículos, nos logradouros públicos:

de .................. 1 a 100 UNIFs

III - por abandonar veículos ou móveis e utensílios domésticos imprestáveis nos


logradouros públicos:

de ......................................................................... 1 a 100 UNIFs

IV - por vazar ou deixar cair e espalhar resíduos ou cargas de veículos em logradouros


públicos:

de ......................................................................... 1 a 100 UNIFs

V - por transitar com veículos com rodas sujas, comprometendo a limpeza das vias
públicas:

de ......................................................................... 1 a 100 UNIFs

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Vl - por depositar em logradouros públicos material proveniente ou destinado a obras
públicas ou privadas, de modo a prejudicar a limpeza urbana:

de ......................................................................... 1 a 100 UNIFs

VII - por manter, por período superior a 24 horas, após a conclusão de podas de árvores
ou de obras nos logradouros, galhadas ou resíduos provenientes das mesmas:

de .................................................... 1 a 100 UNIFs

VlII - por deixar de fazer a limpeza dos resíduos provenientes de operação de carga ou
descarga de veículos em logradouros públicos:

de ................... 1 a 100 UNIFs

IX - por deixar de recolher o material de propaganda distribuído na via pública, dentro de


um raio de até 200 (duzentos) metros, tendo como centro o ponto de distribuição:

de ................................................. 1 a 100 UNIFs

X - por afixar propaganda, anúncios e faixas em postes, árvores, obras públicas, abrigos
de paradas de coletivos, caixas coletoras da COMLURB, e em outros locais que não os
autorizados pelas leis e regulamentos vigentes:

de .................................... 1 a 100 UNIFs

Xl - por pichar, desenhar ou escrever sobre muros, fachadas, colunas, paredes, postes,
árvores, abrigos de paradas de coletivos, caixas coletoras da COMLURB ou qualquer
outro local de uso público:

de ............................................................ 1 a 100 UNIFs

Xll - por prejudicar a limpeza de áreas públicas pela deposição de dejetos de animais:

de ..................... 1 a 100 UNIFs

XIII - por depositar lixo domiciliar, entulho de obras, ou qualquer objeto, nos "containers"
de lixo públicos, exceto em áreas de favelas:

de ............................ 1 a 100 UNIFs

XIV - por dispor para a coleta domiciliar resíduos acondicionados em recipientes não
padronizados pela COMLURB:

de .............................................. 1 a 100 UNIFs


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XV - por não obedecer aos horários de colocação e retirada dos recipientes padronizados,
com vistas à coleta normal de lixo domiciliar dos imóveis:

de ... 1 a 100 UNIFs

XVI - por lançar lixo domiciliar, entulho de obras, ou quaisquer objetos em imóveis não
edificados, públicos ou privados, bem como em rios, valas, canais, lagos e lagoas, ou
quaisquer outros locais, naturais ou artificiais, que contenham água:

de ..... 1 a 100 UNIFs

XVII - por executar coleta e transporte de lixo domiciliar sem estar devidamente
cadastrado e autorizado pela COMLURB:

de .............................................. 1 a 100 UNIFs

XVIII - por transportar lixo domiciliar de forma inadequada:

de ................................................................... 1 a 100 UNIFs

XIX - por dispor ou permitir a acumulação de lixo a céu aberto, ou sob qualquer outra
forma prejudicial ao meio ambiente:

de ................................................ 1 a 100 UNIFs

XX - por realizar tratamento de lixo sem estar devidamente autorizado pelos órgãos
competentes:

de ......................................................................... 1 a 100 UNIFs

XXI - por incinerar lixo domiciliar salvo nos casos previstos no artigo 31 deste
Regulamento:

de ....... 1 a 100 UNIFs

XXII - por deixar de atender ato de interdição, expedido pela COMLURB, do sistema de
coleta nas edificações, com ou sem redução de peso e/ou volume de lixo:

de ................................................ 1 a 100 UNIFs

XXIII - por manter sistema de coleta nas edificações, com ou sem redução de peso e/ou
volume de lixo, em operação deficiente ou inoperância total:

de ......... 1 a 100 UNIFs

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XXIV - por modificar o sistema de coleta, nas edificações, com ou sem redução de peso
e/ou volume de lixo, sem aprovação prévia pela COMLURB:

de ........... 1 a 100 UNIFs

XXV - por manter em condições anti-higiênicas ou anti-sanitárias, nas edificações, os


componentes do sistema de coleta, com ou sem redução de peso ou volume de lixo:

de ................................................ 1 a 100 UNIFs

XXVI - por utilizar inadequadamente áreas destinadas a compartimentos de coleta nos


pavimentos, depósitos de lixo, ou compartimentos destinados a equipamentos de redução
de peso e/ou volume de lixo, nas edificações:

de ........................................ 1 a 100 UNIFs

XXVII - por extrair e/ou transportar qualquer elemento componente do lixo domiciliar, após
ter sido o mesmo colocado à disposição da COMLURB:

de ......................................................................... 1 a 100 UNIFs

XXVIII - por não atender a interdição de logradouros públicos ou de parte deles

efetuada pela COMLURB com cavaletes, cones e outros para limpeza de feiras-

livres, túneis e outros serviços especiais que impliquem na segurança dos

trabalhadores para realizá-los:

de ......................... 1 a 100 UNIFs

XXIX - por não manter a limpeza do local ocupado nos logradouros onde se

realizam feiras-livres ou não acondicionar em sacos plásticos resíduos sólidos

ali gerados:

de ...................................................... 1 a 100 UNIFs

XXX - por estacionar ou manter estacionados veículos de maneira e impedir ou dificultar a


execução do serviço de limpeza de logradouros:

de .................. 1 a 100 UNIFs

XXXI - por prejudicar os serviços de limpeza urbana, de qualquer forma:


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de ................................................ 1 a 100 UNIFs

Art. 45 - Os fabricantes, fornecedores, instaladores e conservadores de equipamentos,


com ou sem redução de peso e/ou volume de lixo, nas edificações, e de embalagens para
seu acondicionamento, estão sujeitos às seguintes multas:

I - por instalar equipamentos não aprovados e registrados na COMLURB:

de ............................... 1 a 100 UNIFs

II - por instalar equipamentos, nas edificações, com ou sem redução de peso e/ou de
volume de lixo, em discordância com o presente Regulamento, ou com as Normas
Técnicas da COMLURB:

de ................ 1 a 100 UNIFs

III - por não atender a qualquer notificação da COMLURB, dentro do prazo previsto:

de .............. 1 a 100 UNIFs

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REGULAMENTO DE CONTROLE DE VETORES DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

CAPÍTULO Vll - GENERALIDADES

Art. 46 - Os serviços de controle de vetores do Município do Rio de Janeiro são regidos


pelas disposições do presente Regulamento e executados pela Companhia Municipal de
Limpeza Urbana COMLURB, por meios próprios ou de permissão ou através de
adjudicação a terceiros, gratuita ou remuneradamente.

Art. 47 - A coordenação, orientação, execução e fiscalização dos serviços de combate a


mosquitos, ratos e ratazanas envolverão a determinação de métodos de trabalho
preventivos e corretivos, inclusive com a aplicação de produtos químicos.

Art. 48 - A COMLURB poderá requisitar o auxílio de outros órgãos públicos para a


execução de trabalhos de saneamento que se fizerem necessários.

Art. 49 - No cumprimento de seus encargos, caberá à COMLURB:

I - Inspecionar, pesquisar e fiscalizar os locais e ambientes, a seu critério, potencialmente


causadores de condições propícias à proliferação de mosquitos é à infestação de
roedores nocivos;

II - Executar, quando necessário, medidas visando dificultar ou impedir a proliferação de


mosquitos e roedores nocivos;

Ill - Realizar, quando necessário, tratamento químico, adotando as precauções


necessárias para minimizar a poluição do meio ambiente;

IV - Orientar, advertir, intimar e multar os proprietários ou responsáveis pelos locais e


ambientes em que sejam encontradas irregularidades, para a correção das mesmas;

V - Determinar aos proprietários, ou responsáveis pelos locais e ambientes fiscalizados, a


execução de serviços que venham a corrigir qualquer situação que, a critério da
COMLURB, possa facilitar ou permitir a proliferação de mosquitos ou a infestação de
roedores nocivos;

Art. 50 - São considerados locais e ambientes potencialmente geradores de criadouros ou


de condições propícias à sua formação qualquer imóvel, edificado ou não, tais como
terrenos ou lotes de terrenos, prédios ou edificações de qualquer tipo que constituam
unidade autônoma residencial, comerciai ou industrial, apartamentos, salas, sobrelojas,
"boxes", bem como qualquer outra espécie de construção ou instalação autônoma, em
prédio de qualquer natureza e destinação.

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Art. 51 - A COMLURB poderá promover a aplicação de inseticidas ou raticidas, realizar
quaisquer operações, com vistas à correção de irregularidades constatadas em imóveis
de terceiros.

CAPÍTULO Vlll - SANÇÕES

Art. 52 - Os responsáveis por atos ou omissões que venham facilitar a proliferação de


mosquitos, ou a infestação de roedores, serão multados pela COMLURB,
independentemente das demais sanções aplicáveis, previstas neste Regulamento.

Art. 53 - A aplicação das muitas previstas no presente Regulamento não libera o infrator
da obrigação de cumprir preceito violado, nem das demais compilações cabíveis.

Art. 54 - As multas poderão ser precedidas de notificação de advertência e de intimação,


a fim de conceder prazos adequados à correção das irregularidades constatadas.

§ 1º- Quando o infrator já houver sido intimado ou multado anteriormente pela


constatação da mesma irregularidade, a etapa de advertência poderá ser suprimida, a
critério da COMLURB.

§ 2º- Em casos excepcionais, quando se configurar prejuízos evidentes à comunidade e


riscos à saúde da população, a multa poderá ser aplicada de imediato, sem a
necessidade da emissão de intimação ou notificação de advertência.

Art. 55 - As muitas poderão ser aplicadas cumulativamente, quando houver a prática


simultânea de irregularidades relativas à proliferação de mosquitos e à infestação de
roedores.

Art. 56 - A cada nova reincidência de uma mesma irregularidade, as multas serão


progressivamente aplicadas, com o dobro do valor da multa inicial do item
correspondente.

Art. 57 - Competirá ao diretor da Diretoria do órgão expedidor da multa, em primeira


instância, apreciar e decidir os recursos interpostos contra a aplicação e gradação da
mesma.

Parágrafo Único - Os recursos referidos neste artigo não terão efeito suspensivo.

Art. 58 - As infrações ao controle de vetores e os valores das multas correspondentes são


os discriminados na seguinte tabela:

I - por manter condições propícias à estagnação de água:

de ................................................................ 1 a 100 UNIFs

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II - por falta de limpeza ou acúmulo de material que possa facilitar a infestação de
roedores:

de ......................................................................... 1 a 100 UNIFs

III - pela existência de água estagnada, sem conter formas imaturas de mosquitos:

de ........................ 1 a 100 UNIFs

IV - pela estocagem de alimentos sem a proteção recomendada:

de ..................................................1 a 100 UNIFs

V - por manter locais de guarda provisória de lixo sem dispositivos que vedem o acesso a
roedores:

de ......................................................................... 1 a 100 UNIFs

VI - pela existência de água estagnada com formas imaturas de mosquitos:

de .................................... 1 a 100 UNIFs

VII - por lançar ou acumular em local inadequado lixo, resíduos, detritos, restos de
alimentos, ou qualquer material que facilite a infestação de roedores:

de ......................................................................... 1 a 100 UNIFs

VIII - por não realizar a desobstrução, limpeza e retificação dos cursos de água que
atravessem a propriedade:

de ..................................................... 1 a 100 UNIFs

IX - por deixar de realizar abertura de valas para facilitar o escoamento das águas, e
outros recursos de drenagem:

de ................................................... 1 a 100 UNIFs

X - por não retirar vegetação, sobretudo aquática, marginal ou não, de cursos e coleções
de água, e por não executar o taludamento das respectivas margens, dentro das
propriedades:

de .................. 1 a 100 UNIFs

Xl - por não executar os aterros para a eliminação de empoçamentos:

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de ............................................... 1 a 100 UNIFs

Xll - por não promover a limpeza de quintais, jardins, terrenos baldios, prédios e
construções aban-donadas, onde haja condições para a proliferação de mosquitos e
infestação de roedores:

de ........... 1 a 100 UNIFs

XlIl - por não providenciar o conserto de instalações hidráulicas avariadas, eliminando os


conseqüentes vazamentos:

de .................................................... 1 a l00 UNIFs

XIV - por não providenciar o conserto de instalações de águas servidas esgotos, e fossas
sépticas, eliminando os conseqüentes vazamentos:

de ....... 1 a 100 UNIFs

XV - por não renovar periodicamente as águas onde sejam mantidas plantas aquáticas:

de ................... 1 a 100 UNIFs

XVI - por não vedar adequadamente cisternas, caixas d'água, tambores, vasilhames e
quaisquer depósitos destinados à água: de ........................... 1 a 100 UNIFs

XVII - por não corrigir qualquer situação que, a critério da COMLURB, possa facilitar ou
permitir a proli-feração de mosquitos ou a infestação de roedores nocivos:

de ........................................................... 1 a 100 UNIFs

XVIII - por dificultar, por qualquer meio ou forma, a fiscalização da COMLURB:

de .............................. 1 a 100 UNIFs

CAPÍTULO IX - DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 59 - Os casos omissos e os não previstos nos Regulamentos serão resolvidos pela
COMLURB.

Art. 60 - Os serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final de lixo público


domiciliar, e os de combate a mosquitos e roedores nocivos, poderão ser reformulados
pela COMLURB nos seus aspectos técnicos, econômicos e administrativos, sempre que o
interesse público assim o determinar.

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ANEXO 2

Lei Municipal nº 2.630, de 22 de maio de 1998

DEFINE O LIXO DOMICILIAR EXTRAORDINÁRIO


E SUA FORMA DE COLETA

Autor: Vereador Índio da Costa

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO,

faço saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte Lei :

Art. 1º - Fica definido como lixo domiciliar extraordinário aquele do tipo domiciliar
produzido em estabelecimentos comerciais, de serviços, instituições públicas e
demais imóveis não residenciais, cuja produção diária, por contribuinte, exceda o
volume de cento e vinte litros ou o peso de sessenta quilogramas.

Art. 2 - VETADO

Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.

LUIZ PAULO FERNANDEZ CONDE

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ANEXO 3

Lei nº 3.273, de 6 de setembro de 2001

Dispõe sobre a Gestão do Sistema de Limpeza Urbana no Município do Rio de


Janeiro.

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei normatiza as atividades inerentes ao Sistema de Limpeza Urbana do


Município do Rio de Janeiro.

§ 1º Define-se Sistema de Limpeza Urbana como o conjunto de meios físicos, materiais


e humanos que possibilitam a execução das atividades de limpeza urbana, de acordo com
os preceitos de engenharia sanitária e ambiental.

§ 2º Define-se como Atividade de Limpeza Urbana toda e qualquer ação de caráter


técnico-operacional necessária ao manuseio, coleta, limpeza de logradouros, transporte,
tratamento, valorização e disposição final de resíduos sólidos, incluídos o seu
planejamento, regulamentação, execução, fiscalização e monitoramento ambiental.

§ 3º Define-se como Resíduos Sólidos ou Lixo qualquer substância ou objeto, com


consistência sólida ou semi-sólida, de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a
obrigação de se desfazer.

§ 4º Os resíduos sólidos gerados por qualquer pessoa física ou jurídica são


considerados propriedade privada, permanecendo, portanto, sob sua inteira
responsabilidade até a disposição final.

Art. 2º Gestão do Sistema de Limpeza Urbana será realizada pelo órgão ou entidade
municipal competente.

Parágrafo único. Define-se Gestão do Sistema de Limpeza Urbana como o conjunto das
ações técnicas, operacionais, regularizadoras, normativas, administrativas e financeiras
necessárias ao planejamento, execução e fiscalização das atividades de limpeza urbana,
nesta última incluídas aquelas pertinentes à autuação por descumprimento desta Lei.

Art. 3º Os recursos financeiros necessários à gestão do sistema de limpeza urbana serão


providos por tarifas específicas, impostos ou taxas e pela arrecadação das multas
aplicadas, exceto quanto à execução das atividades inerentes aos resíduos sólidos

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especiais, conforme definidos no art. 8º, cujos recursos deverão ser providos
necessária e diretamente pelos respectivos geradores.

Art. 4º A execução das atividades de limpeza urbana caberá ao órgão ou entidade que
menciona o art. 2º, por meios próprios ou mediante permissão ou contratação de
terceiros, na forma da lei.

Parágrafo único. Conforme solicitação do interessado e mediante o respectivo pagamento


do preço do serviço público fixado na Tabela de Serviços Especiais do órgão ou
entidade municipal competente, deverá este último executar, a seu exclusivo critério de
operação, as atividades de limpeza urbana relativas aos resíduos sólidos especiais
definidos no art. 8º.

Art. 5º A fiscalização do cumprimento desta Lei e a aplicação das respectivas autuações e


penalidades caberão ao órgão ou entidade municipal competente ou,nestes casos e
ainda, aos agentes de fiscalização da limpeza urbana do Município, designados pela
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

CAPÍTULO II

TIPOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 6º Os resíduos sólidos podem ser classificados em dois grupos: Resíduos Sólidos
Urbanos e Resíduos Sólidos Especiais.

Art. 7º Os resíduos sólidos urbanos, identificados pela sigla RSU, abrangem:

I- o lixo domiciliar ou doméstico produzido em habitação unifamiliar ou multifamiliar


com características não perigosas, especialmente aquele proveniente das
atividades de preparação de alimentos ou da limpeza regular desses locais;

II - os bens inservíveis oriundos de habitação unifamiliar ou multifamiliar,


especialmente peças de mobília, eletrodomésticos ou assemelhados, cuja forma
ou volume os impeçam de ser removidos pelo veículo da coleta domiciliar regular,
conforme definida no art. 26;

III - os resíduos de poda de manutenção de jardim, pomar ou horta de habitação


unifamiliar ou multifamiliar, especialmente troncos, aparas, galhadas e
assemelhados, de acordo com as quantidades e periodicidade estabelecidas pelo
órgão ou entidade municipal competente;

IV - o entulho de pequenas obras de reforma, de demolição ou de construção em


habitação unifamiliar ou multifamiliar, especialmente restos de alvenaria, concreto,
madeiras, ferragens, vidros e assemelhados, de acordo com as quantidades e
periodicidade estabelecidas pelo órgão ou entidade municipal competente;
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V- o lixo público, decorrente da limpeza de logradouros, especialmente avenidas,
ruas, praças e demais espaços públicos;

VI - o lixo oriundo de feiras livres;

VII - o lixo oriundo de eventos realizados em áreas públicas; nomeadamente parques,


praias, praças, sambódromo e demais espaços públicos;

VIII - os excrementos oriundos da defecação de animais em logradouros;

IX - o lixo que possa ser tipificado como domiciliar produzido em


estabelecimentos comerciais, de serviços ou unidades industriais ou
instituições/entidades públicas ou privadas ou unidades de trato de saúde
humana ou animal ou mesmo em imóveis não residenciais, cuja natureza ou
composição sejam similares àquelas do lixo domiciliar e cuja produção
esteja limitada ao volume diário, por contribuinte, de cento e vinte litros ou
sessenta quilogramas.

Art. 8º Os resíduos sólidos especiais, identificados pela sigla RSE, abrangem:

I- o lixo extraordinário, consistindo na parcela dos resíduos definidos no art.


7º, incisos III, IV e IX que exceda os limites definidos nesta Lei ou
estipulados pelo órgão ou entidade municipal competente;

II - o lixo perigoso produzido em unidades industriais e que apresente ou possa


apresentar riscos potenciais à saúde pública ou ao meio ambiente, devido à
presença de agentes biológicos ou às suas características físicas e químicas;

III - o lixo infectante resultante de atividades médico-assistenciais e de pesquisa


produzido nas unidades de trato de saúde humana ou animal, composto por
materiais biológicos ou pérfuro-cortantes contaminados por agentes patogênicos,
que apresentem ou possam apresentar riscos potenciais à saúde pública ou ao
meio ambiente;

IV - o lixo químico resultante de atividades médico-assistenciais e de pesquisa


produzido nas unidades de trato de saúde humana ou animal, notadamente
medicamentos vencidos ou contaminados ou interditados ou não utilizados, e
materiais químicos com características tóxicas ou corrosivas ou cancerígenas ou
inflamáveis ou explosivas ou mutagênicas, que apresentem ou possam
apresentar riscos potenciais à saúde pública ou ao meio ambiente;

V- o lixo radioativo, composto ou contaminado por substâncias radioativas;

VI - os lodos e lamas, com teor de umidade inferior a setenta por cento, oriundos de
estações de tratamento de águas ou de esgotos sanitários ou de fossas sépticas
ou postos de lubrificação de veículos ou assemelhados;

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VII - o material de embalagem de mercadoria ou objeto, para sua proteção e/ou
transporte; que apresente algum tipo de risco de contaminação do meio ambiente;

VIII - resíduos outros objeto de legislação específica e que os exclua da categoria de


resíduos sólidos urbanos, conforme definidos no art. 7º.

CAPÍTULO III

ATIVIDADES DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA

Art. 9º Entende-se por Manuseio de resíduos o conjunto das atividades e infraestrutura


domésticas até à sua oferta no logradouro, para ser coletado pelo órgão ou
entidade municipal competente.

Art. 10° Entende-se por Coleta o conjunto de atividades para remoção dos resíduos
devidamente acondicionados e dispostos no logradouro, mediante o uso de
veículos apropriados para tal.

Parágrafo único. A coleta poderá ser de dois tipos:

I - Coleta Regular ou Ordinária, para remoção dos resíduos sólidos urbanos - RSU,
por intermédio do órgão ou entidade competente;

II - Coleta Especial, para remoção dos resíduos sólidos especiais - RSE, por
intermédio do órgão ou entidade municipal competente ou empresa habilitada e
credenciada para tal ou ainda pelo próprio gerador.

Art. 11° Entende-se por Limpeza de Logradouros o conjunto de atividades para remoção
dos resíduos lançados ou gerados nos logradouros, mediante o uso de veículos
apropriados para tal, especialmente quanto ao lixo oriundo da varrição, capina,
roçada, raspagem, poda de árvores e cestas coletoras, bem como a lavagem de
logradouros, limpeza de mobiliário urbano e desobstrução de caixas de ralo.

Art. 12 º Entende-se por Transporte a transferência física dos resíduos coletados até uma
unidade de tratamento ou disposição final, mediante o uso de veículos apropriados
para tal.

Art. 13. Entende-se por Valorização ou Recuperação, quaisquer operações que permitam
o reaproveitamento dos resíduos mediante processos de reciclagem ou
reutilização de materiais inertes, compostagem da matéria orgânica do lixo,
aproveitamento energético do biogás ou de resíduos em geral.

Art. 14. Entende-se por Tratamento ou Beneficiamento o conjunto de atividades de


natureza física, química ou biológica, realizada manual ou mecanicamente com o
objetivo de alterar qualitativa ou quantitativamente as características dos resíduos,
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com vistas à sua redução ou reaproveitamento ou valorização ou ainda para
facilitar sua movimentação ou sua disposição final.

Art. 15. Entende-se por Disposição Final o conjunto de atividades que objetive dar o
destino final adequado ao lixo, com ou sem tratamento, sem causar danos ao
meio ambiente.

CAPITULO IV

SISTEMA DE MANUSEIO DO LIXO DOMICILIAR NAS EDIFICAÇÕES

Art. 16. O manuseio dos resíduos sólidos engloba as atividades de segregação na fonte,
acondicionamento, movimentação interna, estocagem e oferta dos resíduos para
coleta.

§ 1º Entende-se por Segregação na Fonte a separação dos resíduos nos seus


diferentes tipos ou nas suas frações passíveis de valorização, no seu local de geração.

§ 2º Entende-se por Acondicionamento a colocação dos resíduos no interior de


recipientes apropriados e estanques, em regulares condições de higiene, visando a sua
coleta.

§ 3º Entende-se por Movimentação Interna a transferência física dos resíduos ou dos


recipientes do local de geração até o local de estocagem ou até o local de oferta, este que
deverá ser a calçada de frente do domicílio.

§ 4º Entende-se por Estocagem o armazenamento dos resíduos em locais adequados,


de forma controlada e por curto período de tempo.

§ 5º Entende-se por Oferta a colocação dos recipientes contendo os resíduos na


calçada de frente do domicílio, junto ao meio-fio, ou em outro local especificamente
designado pelo órgão ou entidade municipal competente, visando a sua coleta.

Art. 17. Cabe ao órgão ou entidade municipal competente definir, por meio de normas
técnicas específicas, o correto manuseio dos diversos tipos de resíduos sólidos
urbanos.

Parágrafo único. O sistema de manuseio de lixo domiciliar das novas edificações


multifamiliares deverá atender às normas técnicas específicas emitidas pelo órgão ou
entidade municipal competente.

Art. 18. O correto manuseio dos resíduos sólidos, incluindo a limpeza, manutenção e
conservação dos recipientes e locais de estocagem e oferta, é de exclusiva
responsabilidade de seus geradores, pessoas físicas ou jurídicas.

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Art. 19. A movimentação interna vertical dos resíduos em edifícios multifamiliares poderá
ser realizada por meio de tubo de queda específico ou por meio de transporte de
recipientes plásticos.

§ 1o Entende-se por Tubo de Queda o duto vertical, construído em toda a extensão da


edificação, sem qualquer desvio, em uma única prumada, destinado à queda, por
gravidade, dos resíduos sólidos produzidos nos pavimentos das edificações.

§ 2o No tubo de queda, somente poderá ser colocado lixo domiciliar, vedada,


terminantemente, a colocação de embalagens de vidro e entulho de obras
independentemente de peso ou volume, assim como de materiais pesados,
independentemente de seu volume.

§ 3o O proprietário da unidade imobiliária ou a administração do condomínio, quando


houver, serão os responsáveis pelas condições de operação, asseio e higiene do sistema
de movimentação interna dos resíduos nas edificações.

§ 4o Quando o sistema de movimentação interna vertical por meio de tubo de queda


não se encontrar nas devidas condições de higiene e asseio, o órgão ou entidade
municipal competente poderá exigir o seu fechamento e respectiva selagem.

Art. 20. A estocagem interna dos resíduos deverá ser efetuada em local coberto, livre de
pilares, vigas, degraus de escada e outras obstruções e revestidos com material
cerâmico ou similar.

Art. 21. A oferta do lixo para fins de coleta deverá ser feita nos horários e condições
estabelecidos e definidos pelo órgão ou entidade municipal competente.

§ 1o É terminantemente proibida a catação ou extração de qualquer parte do conteúdo


do lixo colocado em logradouro para fins de coleta regular.

§ 2o É terminantemente proibida a oferta de lixo domiciliar em cesta de lixo no


logradouro, quer seja montada sobre pedestal, pilarete ou qualquer outro dispositivo de
sustentação.

Art. 22. O órgão ou entidade municipal competente poderá, ao seu exclusivo critério e a
qualquer momento, exigir que o acondicionamento dos diversos tipos de lixo seja
feito de forma a se adequar aos padrões de coleta inerentes ao sistema público de
limpeza urbana.

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CAPITULO V

SISTEMA DE REMOÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS – RSU

Art. 23. Define-se Remoção dos resíduos sólidos urbanos como a coleta e transporte do
lixo dos locais de produção até o seu destino integrando ainda a limpeza de
logradouros.

Art. 24. A remoção, realizada através da coleta regular, é de competência exclusiva do


órgão ou entidade municipal competente.

§ 1o O órgão ou entidade municipal competente estará autorizado a executar os


serviços de coleta regular diretamente ou através de terceiros contratados ou
credenciados.

§ 2o É proibido realizar a remoção dos resíduos sólidos urbanos sem a devida


autorização do órgão ou entidade municipal competente e, quando autorizado, o
responsável pela execução dos serviços deverá obedecer às normas técnicas pertinentes
e à legislação específica.

Art. 25. A coleta regular abrange a coleta domiciliar, a coleta pública e a coleta
programada.

Parágrafo único. A coleta regular será executada diretamente pelo órgão ou entidade
municipal competente ou por intermédio de terceiros contratado se credenciados.

Art. 26. A Coleta Domiciliar Regular consiste no recolhimento e transporte dos resíduos
sólidos urbanos definidos no art. 7o, incisos I e IX, devidamente acondicionados
pelos geradores, dentro da frequência e horário estabelecidos e divulgados pelo
órgão ou entidade municipal competente.

§ 1º As instituições, órgãos e entidades públicas e as unidades de trato de saúde,


integrantes da rede municipal, serão atendidas pelo serviço de coleta domiciliar regular
que fará inclusive a remoção do lixo extraordinário, independentemente de quantidades,
sendo necessário, entretanto, que todo o lixo do tipo domiciliar esteja separado e
acondicionado diferentemente daqueles classificados como resíduos sólidos especiais
mediante segregação na fonte.

§ 2º Os estabelecimentos comerciais, as indústrias, as instituições, órgãos e entidades


públicas e as unidades de trato de saúde integrantes das redes públicas federal e
estadual ou integrantes da rede privada serão atendidas pelo serviço de coleta domiciliar
regular apenas para os resíduos definidos no art. 7 o, inciso IX, sendo necessário que
estes estejam separados e acondicionados diferentemente daqueles classificados como
resíduos sólidos especiais mediante segregação na fonte.

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§ 3º Cantinas, restaurantes, refeitórios e outras unidades que funcionam dentro de
prédios públicos com administração pela iniciativa privada, se enquadram no disposto no
parágrafo anterior.

§ 4º Ultrapassadas as quantidades máximas definidas no art. 7 o, inciso IX, os resíduos


passam a ser considerados como lixo extraordinário e deverão ser recolhidos por
intermédio da coleta especial, conforme estabelecido na Seção I do CAPÍTULO VI.

§ 5º Nos casos em que as indústrias ou as unidades de trato de saúde não separem na


fonte os RSU dos RSE, todos os resíduos serão considerados, indiscriminadamente,
como resíduos sólidos especiais.

§ 6º Nos casos em que as indústrias ou as unidades de serviço de saúde sejam


providas de sistemas de tratamento que transformem os RSE em resíduos inertes, a
coleta domiciliar regular fará a remoção de todos os resíduos, respeitadas as quantidades
máximas estabelecidas no art. 7o, inciso IX.

Art. 27. A Coleta Pública Regular consiste no recolhimento e transporte dos resíduos
sólidos urbanos definidos no art. 7o, incisos V e VIII, devidamente acondicionados,
de acordo com a frequência e horário estabelecidos pelo órgão ou entidade
municipal competente.

Art. 28. A Coleta Programada Regular consiste no recolhimento e transporte dos resíduos
sólidos urbanos definidos no art. 7o, incisos II, III, IV, VI e VII, devidamente
acondicionados pelos geradores, de acordo com a frequência e horário a serem
estabelecidos de comum acordo entre o gerador e o órgão ou entidade municipal
competente.

§ 1º Os serviços de coleta programada regular serão realizados gratuitamente,


mediante solicitação do interessado ao órgão ou entidade municipal competente, em data,
hora e local a serem acordados, com exceção da coleta do lixo proveniente de eventos.

§ 2º A solicitação referida no caput deste artigo pode ser efetuada pessoalmente, por
telefone, por escrito, ou pela internet.

§ 3º Obtida a confirmação da data, hora e local em que será realizada a coleta


programada regular, compete aos munícipes interessados acondicionar e colocar os
resíduos no interior da edificação, ao nível do logradouro e a uma distância máxima de
quinze metros do limite da propriedade, para efeito de coleta, salvo orientação diversa do
órgão ou entidade municipal competente.

Art. 29. Cabe ao órgão ou entidade municipal competente a responsabilidade de cadastrar


pessoas físicas ou jurídicas interessadas em executar a coleta programada
regular, estabelecendo todas as condições necessárias a este cadastramento.

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Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas que realizarem os serviços de coleta
programada regular deverão atender às normas e procedimentos técnicos estabelecidos
pelo órgão ou entidade municipal competente, sob pena de perder o credenciamento.

Art. 30. O órgão ou entidade municipal competente ficará autorizado a estabelecer e


determinar as normas e procedimentos que se façam necessários à garantia das
boas condições operacionais e qualidade dos serviços relativos à Remoção dos
resíduos sólidos urbanos.

Seção I

Acondicionamento dos Resíduos Sólidos Urbanos

Art. 31. São responsáveis pelo adequado acondicionamento dos resíduos sólidos urbanos
e sua oferta para fins de coleta:

I - Os proprietários, gerentes, prepostos ou administradores de estabelecimentos


comerciais, de indústrias, de unidades de trato de saúde ou de instituições públicas;

II - Os residentes, proprietários ou não, de moradias ou de edifícios de ocupação


unifamiliar;

III - O condomínio, representado pelo síndico ou pela administração, nos casos de


residências em regime de propriedade horizontal ou de edifícios multifamiliares;

IV - Nos demais casos, as pessoas físicas ou jurídicas para o efeito designadas, ou, na
sua falta, todos os residentes.

Art. 32. É obrigatório o acondicionamento do lixo domiciliar e dos demais resíduos


similares ao lixo domiciliar em sacos plásticos com capacidade máxima de cem
litros e mínima de quarenta litros, nas espessuras e dimensões especificadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

Art. 33. Nas regiões onde o órgão ou entidade municipal competente faça coleta com uso
de contêineres padronizados, é recomendável que o lixo domiciliar e os demais
resíduos similares ao lixo domiciliar sejam acondicionados nesses recipientes, nas
capacidades de cento e vinte ou duzentos e quarenta ou trezentos e sessenta
litros, que deverão ser ofertados para coleta com a tampa completamente
fechada.

Art. 34. Serão considerados irregulares os recipientes que não seguirem a padronização
estabelecida, ou que se apresentarem em mau estado de conservação e asseio
ou os que não permitirem o correto ajuste da tampa.

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Art. 35. Antes do acondicionamento do lixo domiciliar e dos demais resíduos similares ao
lixo domiciliar, os munícipes deverão eliminar os líquidos e embrulhar
convenientemente cacos de vidros e outros materiais contundentes e perfurantes,
tendo em vista a segurança física dos coletores.

Art. 36. É proibida a oferta de resíduos sólidos urbanos junto a qualquer resíduo
considerado especial.

Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo, quando causar danos à
saúde humana, individual ou coletiva, ao meio ambiente ou aos veículos ou equipamentos
do órgão ou entidade municipal competente, será passível das sanções previstas nesta
Lei, independentemente de outras responsabilidades, indenizações e outros ônus quanto
aos danos causados.

Art. 37. Sempre que, no local de produção de resíduos sólidos urbanos, exista recipientes
de coleta seletiva, os munícipes deverão utilizar os mesmos para a deposição das
frações recicláveis.

§ 1º Coleta Seletiva é o manuseio e carregamento em veículos apropriados das frações


dos resíduos sólidos urbanos passíveis de reciclagem ou disposição final especial.

§ 2º As frações recicláveis dos resíduos sólidos urbanos serão acondicionadas


seletivamente em recipientes ou locais com características especificas para o fim a que se
destinam.

Seção II

Remoção do Lixo Domiciliar e Resíduos Similares

Art. 38. A remoção do lixo domiciliar e de resíduos similares, definidos no art. 7º, incisos I
e IX, é de competência exclusiva do órgão ou entidade municipal competente, que
poderá executar esta atividade diretamente ou por intermédio de terceiros
contratados e credenciados.

Parágrafo único. O desrespeito às disposições das Normas Técnicas emanadas do órgão


ou entidade municipal competente ou da legislação ambiental, por parte de terceiros
contratados e credenciados, acarretará as sanções contratuais e legais previstas,
podendo gerar, inclusive, a rescisão contratual no caso de reincidência.

Art. 39. Os recipientes contendo os resíduos devidamente acondicionados deverão ser


colocados pelos geradores no logradouro, junto à porta de serviço das edificações
ou em outros locais determinados pelo órgão ou entidade municipal competente.

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Art. 40. Será estabelecido, para cada local do Município, em função de aspectos técnicos
e operacionais, os dias e horários da coleta domiciliar regular, que deverão ser
observados pelos munícipes.

§ 1º Caberá ao órgão ou entidade municipal competente divulgar à população, com a


devida antecedência, os dias e horários estabelecidos para a coleta domiciliar regular.

§ 2º A oferta do lixo domiciliar deverá se dar em até duas horas antes do horário de
coleta domiciliar regular, para os casos em que o lixo esteja acondicionado em
contêineres plásticos, e em até uma hora, para os casos em que o lixo esteja
acondicionado em sacos plásticos.

§ 3º Os recipientes de acondicionamento de lixo deverão ser retirados dos logradouros


em até uma hora após a coleta, para os casos em que a coleta é diurna, e até as oito
horas da manhã do dia seguinte, para os casos em que a coleta é noturna.

§ 4º Fora dos horários previstos nos §§ 2º e 3º deste artigo, os recipientes deverão


permanecer dentro das instalações do gerador.

§ 5º Quando, por falta de espaço, as instalações do gerador não reunam condições


para a colocação dos recipientes no seu interior e em local acessível a todos os
moradores, os responsáveis pela limpeza e conservação das edificações deverão solicitar
ao órgão ou entidade municipal competente autorização para mantê-los fora das
instalações.

§ 6º Quando da ocorrência de chuvas fortes, o lixo ofertado deverá ser retirado do


logradouro pelo respectivo gerador, para impedir que seja levado ou disperso pelas águas
pluviais.

Art. 41. O lixo domiciliar e os resíduos similares quando colocados no logradouro com
vistas à sua coleta, permanecem sob responsabilidade do gerador.

Art. 42. É proibido acumular lixo com fim de utilizá-lo ou removê-lo para outros locais que
não os estabelecidos pelo órgão ou entidade municipal competente, salvo os
casos expressamente autorizados pelo Poder Público municipal.

Parágrafo único. O órgão ou entidade municipal competente, a seu exclusivo critério,


poderá executar os serviços de remoção do lixo indevidamente acumulado a que se
refere o caput deste artigo, cobrando dos responsáveis o custo correspondente aos
serviços prestados, por valores médios de mercado, sem prejuízo das sanções cabíveis.

Seção III

Art. 43. É terminantemente proibido manter, abandonar ou descarregar bens inservíveis


em logradouros e outros espaços públicos do Município ou em qualquer terreno
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privado, sem o prévio licenciamento do órgão ou entidade municipal competente,
ou o consentimento do proprietário.

Parágrafo único. A colocação dos bens inservíveis em logradouros e outros espaços


públicos do Município só será permitida após requisição prévia ao órgão ou entidade
municipal competente e a confirmação da realização da sua remoção.

Seção IV

Remoção de Entulho de Obras Domésticas e de Resíduos de Poda Doméstica

Art. 44. O entulho de obras domésticas deverá estar acondicionado em sacos plásticos de
vinte litros de capacidade, sendo efetuada a sua remoção nos limites e
periodicidade definidos pelo órgão ou entidade municipal competente.

Art. 45. Os resíduos de poda doméstica deverão estar amarrados em feixes que não
excedam o comprimento de um vírgula cinco metros, o diâmetro de cinqüenta
centímetros e o peso de trinta quilogramas, sendo efetuada a sua remoção nos
limites e periodicidade definidos pelo órgão ou entidade municipal competente.

Art. 46. É terminantemente proibido abandonar ou descarregar entulho de obras e restos


de apara de jardins, pomares e horta em logradouros e outros espaços públicos
do Município ou em qualquer terreno privado, sem prévio licenciamento junto ao
órgão ou entidade municipal competente e consentimento do proprietário.

§ 1º Os infratores do disposto no caput deste artigo serão multados e, se for o caso,


terão os seus veículos apreendidos e removidos para um depósito municipal, de onde
somente serão liberados após o pagamento das despesas de remoção e multas.

§ 2º Os condutores e/ou proprietários de veículos autorizados a proceder à remoção de


entulho de obras ou resíduos de poda deverão adotar medidas para que estes resíduos
não venham a cair, no todo ou em parte, nos logradouros.

§ 3º Caso os resíduos transportados venham a sujar ou poluir os logradouros, os


responsáveis deverão proceder imediatamente à sua limpeza, sob pena de responderem
perante o Poder Público.

§ 4º Serão responsáveis pelo cumprimento do disposto neste artigo os proprietários dos


veículos ou aqueles que detenham, mesmo transitoriamente, a posse dos mesmos e os
geradores dos resíduos, facultado ao Poder Público autuá-los em conjunto ou
isoladamente.

Art. 47. É proibido depositar galhadas, aparas de jardim, entulho de obras e assemelhados
junto, ao lado, em cima ou no interior dos contêineres e papeleiras de propriedade

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do Município, proibido, terminantemente, removê-los ou causar-lhes quaisquer
danos.

Art. 48. A colocação de entulho de obras domésticas e de resíduos de poda doméstica em


logradouros e outros espaços públicos do Município só será permitida após
requisição prévia ao órgão ou entidade municipal competente e confirmação da
realização da sua remoção.

Seção V

Remoção do Lixo Público e de Dejetos de Animais

Art. 49. A remoção do lixo público e de dejetos de animais, definidos no art. 7º, incisos V e
VIII, é da exclusiva responsabilidade do órgão ou entidade municipal competente e
será executada diretamente ou por intermédio de terceiros contratados, ou
mediante a coleta pública regular, imediatamente após a realização das atividades
de limpeza de logradouros.

Art. 50. O morador ou o administrador de imóvel localizado em ruas eminentemente


residenciais ou ruas comerciais de reduzido fluxo de pessoas, seja proprietário ou
não, deverá providenciar a varrição da calçada que se relacione ao imóvel, de
forma a mantê-la limpa, ofertando os resíduos produzidos nesta atividade
juntamente com o lixo domiciliar.

Parágrafo único. A varrição das calçadas em frente a imóveis localizados em ruas


comerciais com grande fluxo de pessoas será executada pelo órgão ou entidade
municipal competente.

Art. 51. É proibida a distribuição de panfletos, prospectos ou qualquer tipo de propaganda


em logradouros.

Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput os materiais com divulgação dos fins
específicos e não comerciais das entidades filantrópicas, religiosas, políticas,
comunitárias e sindicais.

Art. 52. Fica proibido fixar ou expor propaganda, anúncios, faixas, galhardetes ou pinturas
em veículos oficiais, de transporte de passageiros ou de cargas, postes tapumes,
abrigos, muros, viadutos, monumentos, passarelas, pontes ou em qualquer
mobiliário urbano, sem a prévia, expressa e específica autorização do Poder
Público, que poderá negá-la sem a obrigatoriedade de justificativa.

§1º Excetuam-se no disposto no caput, os materiais com divulgação dos fins


específicos e não comerciais das entidades filantrópicas, religiosas, políticas,
comunitárias e sindicais.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 64
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§2º Fica terminantemente proibida a fixação e exposição de qualquer tipo de material
de propaganda ou publicidade em árvores.

Art. 53. A limpeza de logradouros internos a condomínios fechados é de inteira


responsabilidade dos moradores ou da administração do condomínio, cabendo ao
órgão ou entidade municipal competente realizar apenas os serviços inerentes à
coleta regular.

Parágrafo único. A limpeza dos logradouros referidos no caput deste artigo abrange os
serviços de varrição, capina, roçada, raspagem, poda de árvores, implantação e limpeza
de cestas coletoras, lavagem, limpeza de mobiliário urbano, quando houver, e
desobstrução de caixas de ralo.

Art. 54. O manuseio dos dejetos de animais definidos no art. 7º, inciso VIII, é da exclusiva
responsabilidade dos proprietários ou dos acompanhantes de animais.

Art. 55. Os proprietários ou acompanhantes de animais devem proceder à limpeza e


remoção imediata dos dejetos produzidos por estes animais nos logradouros e
outros espaços públicos, exceto os provenientes de cães-guia, quando
acompanhantes de cegos.

§ 1o Na sua limpeza e remoção, os dejetos de animais devem ser devidamente


acondicionados, de forma hermética, para evitar qualquer insalubridade.

§ 2º A deposição de dejetos de animais, acondicionados nos termos do parágrafo


anterior, deve ser efetivada nos recipientes existentes no logradouro, nomeadamente
contêineres e papeleiras, para que possam ser removidos pela coleta pública regular.

Remoção do Lixo de Feiras Livres

Art. 56. A remoção do lixo e a limpeza do logradouro e adjacências em que funcionem as


feiras livres ficarão sob a responsabilidade do Poder Público.

Parágrafo único. Os comerciantes de feiras livres serão obrigados a dispor, por seus
próprios meios, de recipientes padronizados pelo órgão competente do Poder Público,
devendo nele depositar todo lixo produzido por sua atividade de comércio durante o
funcionamento das feiras.

Seção VII

Remoção do Lixo de Eventos

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Art. 57. O manuseio, coleta, transporte, valorização, tratamento e disposição final do lixo
de eventos é da exclusiva responsabilidade dos seus geradores, podendo estes,
no entanto, acordar com o órgão ou entidade municipal competente ou com
empresas devidamente credenciadas a realização dessas atividades.

§ 1º Além de seus respectivos organizadores, os contratantes ou promotores de


eventos realizados em locais públicos são responsáveis pelo manuseio, remoção,
valorização e eliminação dos resíduos produzidos.

§ 2º Os eventos programados para ocorrerem em logradouros somente serão


autorizados se os respectivos organizadores, contratantes ou promotores apresentarem
prévio acordo com o órgão ou entidade municipal competente ou com uma das empresas,
por ele credenciado, para a remoção dos resíduos produzidos.

Art. 58. Se os geradores acordarem com o órgão ou entidade municipal competente a


remoção dos resíduos referidos no artigo anterior, constitui sua obrigação:

I - ofertar ao Poder Público a totalidade dos resíduos produzidos;

II - cumprir o que o órgão ou entidade municipal competente determinar, para efeitos


de remoção dos resíduos e das suas frações passíveis de recuperação ou de
reciclagem;

III - fornecer todas as informações exigidas pelo Poder Público, referentes à natureza,
ao tipo e às características dos resíduos produzidos.

Art. 59. Aos geradores que acordem com o Poder Público a remoção dos resíduos são
aplicadas as taxas ou tarifas previstas na Tabela de Serviços Especiais do órgão
ou entidade municipal competente.

Art. 60. Para os geradores que acordem com o Poder Público a remoção do lixo de
eventos, o pagamento das taxas ou tarifas previstas na Tabela de Serviços
Especiais do órgão ou entidade municipal competente será efetuado até o dia dez
do mês seguinte ao da prestação dos serviços.

§ 1º Decorrido o prazo previsto no caput deste artigo, sem que o pagamento se tenha
efetuado, pode o mesmo realizar-se nos sessenta dias subseqüentes, acrescidos de juros
de mora, à taxa legal.

§ 2º Findo o prazo a que se refere o § 1º, serão acrescidos ao débito os encargos de


multa, transformada a cobrança, imediatamente, em compulsória, com a inscrição do
contribuinte ou dos responsáveis na Dívida Ativa do Município.

CAPITULO VI

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SISTEMA DE REMOÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ESPECIAIS – RSE

Art. 61. A gestão dos resíduos sólidos especiais definidos no art. 8º, incluindo
o manuseio, coleta, transporte, valorização, tratamento e disposição final, é
de responsabilidade exclusiva dos seus geradores.

Art. 62. Compete ao Poder Público estabelecer normas técnicas e procedimentos


operacionais para o manuseio, coleta, transporte, valorização, tratamento e
disposição final dos resíduos sólidos especiais, sempre que for de seu interesse e
em conformidade com a legislação ambiental.

Art. 63. Define-se Remoção dos resíduos sólidos especiais como o afastamento dos
resíduos sólidos especiais dos locais de produção, mediante coleta e transporte.

Art. 64. A remoção dos resíduos sólidos especiais é de competência exclusiva dos
geradores e será efetuada pelo próprio gerador, por empresas especializadas
contratadas ou pelo órgão ou entidade municipal competente mediante acordos
específicos.

Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas interessadas na prestação do serviço de


remoção dos resíduos sólidos especiais definidos no art. 8º, incisos I e III devem se
cadastrar junto ao Poder Público, obrigatoriamente.

Art. 65. O órgão ou entidade municipal competente será o responsável pelo


cadastramento e credenciamento de pessoas físicas ou jurídicas para o exercício
das atividades de remoção dos resíduos sólidos especiais definidos no art. 8º,
incisos I e III.

§ 1º Para o exercício da atividade de remoção de resíduos sólidos especiais, os


interessados devem preencher o requerimento padrão elaborado pelo Poder Público,
anexando os documentos solicitados.

§ 2º Às pessoas físicas só é facultado o cadastramento e credenciamento para a


execução dos serviços de remoção do entulho de obras extraordinário e de resíduos de
poda extraordinários.

Art. 66. A autorização será concedida pelo prazo de um ano, devendo ser renovada ao
final deste período.

Parágrafo único. Os interessados devem apresentar o pedido de renovação da


autorização em até trinta dias antes do final do prazo referido no caput deste artigo,
acompanhado sempre de cópia da autorização anterior e das eventuais alterações que
ocorram nas informações solicitadas, anexando toda a respectiva documentação
comprobatória.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 67
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Art. 67. Aos geradores que acordem com o Poder Público a remoção dos resíduos sólidos
especiais serão cobradas as taxas ou tarifas previstas na Tabela de Serviços
Especiais do órgão ou entidade municipal competente.

§ 1º O pagamento das taxas ou tarifas previstas na Tabela de Serviços Especiais antes


mencionada é mensal, devendo ser efetuado até o décimo dia do mês subseqüente
àquele da prestação dos serviços.

§ 2º Decorrido o prazo previsto no § 1º deste artigo, sem que o pagamento tenha sido
efetuado, poderá o mesmo ser efetivado em até sessenta dias subseqüentes, acrescido
de juros de mora, à razão de um por cento ao mês, calculados “pro rata dies” até o
cumprimento da obrigação.

§ 3º Findo o prazo de cobrança amigável mencionado no § 2º, o Poder Público, pelo


órgão ou entidade municipal competente, procederá à cobrança compulsória do débito
apurado.

§ 4º Decorridos os prazos previstos nos parágrafos anteriores,o Poder Público poderá


suspender o acordado com o gerador dos resíduos sempre que houver importâncias em
dívida.

Seção I

Art. 68. Constitui obrigação do gerador de lixo extraordinário:

I- promover a segregação na fonte, separando o lixo com características similares


àquelas do lixo domiciliar, dos demais resíduos;

II - eliminar os líquidos e embrulhar convenientemente cacos de vidros e outros


materiais contundentes e perfurantes antes de proceder ao acondicionamento do
lixo extraordinário;

III - acondicionar os resíduos com características de lixo domiciliar em sacos plásticos


com capacidade máxima de cem litros e mínima de quarenta litros, nas
espessuras e dimensões especificadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT;

IV - acondicionar o entulho de obras ou os resíduos de poda extraordinários em


caçambas estacionárias de, no máximo, cinco metros cúbicos de capacidade, de
acordo com o especificado nas Normas Técnicas a serem estabelecidas pelo
órgão ou entidade municipal competente;

V- não permitir que os resíduos ultrapassem os limites físicos da caçamba


estacionária, nem se utilizar de dispositivos que aumentem artificialmente a
capacidade das referidas caçambas;

VI - ofertar ao Poder Público coletor a totalidade dos resíduos produzidos;


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VII - cumprir as determinações emanadas do Poder Público, para efeitos de remoção
dos resíduos e das suas frações passíveis de recuperação ou de reciclagem;

VIII- fornecer todas as informações exigidas pelo órgão ou entidade municipal


competente, referentes à natureza, ao tipo e às características dos resíduos
produzidos.

Art. 69. As caçambas para deposição de entulho de obras extraordinárias e resíduos de


poda extraordinários deverão ser sempre removidas pelos responsáveis quando:

I - decorrer o prazo de quarenta e oito horas após a colocação da caçamba,


independentemente da quantidade de resíduos em seu interior; ou

II - decorrer o prazo de oito horas após a caçamba estar cheia; ou

III - se constituírem em foco de insalubridade, independentemente do tipo de resíduo


depositado; ou

IV - os resíduos depositados estiverem misturados a outros tipos de resíduos; ou

V - estiverem colocadas de forma a prejudicar a utilização de sarjetas, bocas de lobo,


hidrantes, mobiliário urbano ou qualquer outra instalação fixa de utilização pública;
ou

VI - estiverem colocadas de forma a prejudicar a circulação de veículos e pedestres


nos logradouros e calçadas.

Art. 70. Os responsáveis por podas de árvores ou por obras em logradouros públicos
deverão providenciar a remoção imediata de todos os resíduos produzidos por
essas atividades.

Parágrafo único. Além de seus respectivos contratantes, os empreiteiros ou promotores das


obras que produzam entulho são responsáveis pelo seu manuseio, remoção, valorização
e eliminação.

Seção II

Art. 71. A remoção dos resíduos industriais perigosos, do lixo químico e dos resíduos
radioativos, conforme definidos no art. 8º, incisos II, IV e V, deve atender ao
disposto na legislação ambiental vigente.

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Seção III

Art. 72. Constitui obrigação do gerador de lixo infectante:

I - promovera segregação na fonte, separando o lixo extraordinário do lixo infectante e


do lixo químico;

II - embalar os materiais pérfuro-cortantes separadamente em recipientes de material


resistente e de espessura adequada, antes de serem levados para
acondicionamento;

III - embalar o lixo infectante em sacos plásticos, na cor branca leitosa, de acordo com
as especificações da norma NBR-9190 da ABNT e com os procedimentos
estabelecidos nas Normas Técnicas estabelecidas pelo Poder Público;

IV - acondicionar os resíduos em contêineres plásticos brancos, estocando-os até o


momento da coleta em abrigos construídos para esta finalidade, de acordo com o
disposto nas Normas Técnicas pertinentes;

V - ofertar ao órgão ou entidade municipal competente a totalidade do lixo infectante


produzido;

VI - cumprir o que o Poder Público determinar, para efeitos de remoção dos resíduos;

VII - fornecer todas as informações exigidas pelo órgão ou entidade municipal


competente, referentes à natureza, ao tipo e às características dos resíduos
produzidos.

Seção IV

Art. 73. A remoção de lodos e lamas deverá atender à legislação pertinente à matéria,
principalmente no que se refere ao manuseio e transporte, de modo a evitar o
vazamento destes materiais em logradouros, prejudicando a limpeza urbana.

CAPÍTULO VII

VAZAMENTO DE RESÍDUOS

Art. 74. O Poder Público autorizará o vazamento em suas instalações somente de


resíduos sólidos urbanos que atendam ao disposto nesta Lei, nas suas Normas
Técnicas e na legislação ambiental vigente.

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Parágrafo único. O vazamento de resíduos em instalações do Poder Público estará sujeito
ao pagamento do valor estipulado na Tabela de Serviços Especiais do órgão ou entidade
municipal competente.

Art. 75. O pedido de autorização para vazamento de resíduos sólidos nas instalações
referidas no artigo anterior deve conter os seguintes elementos:

I- identificação do requerente: nome ou razão social;

II - número da identidade ou registro de pessoa jurídica;

III - número de inscrição no CGC/MF;

IV - residência ou sede social;

V- caracterização, tão completa quanto possível, dos resíduos sólidos a vazar;

VI - local de produção dos resíduos e identificação do respectivo produtor;

VII - características da viatura utilizada no transporte dos resíduos;

VIII - número previsto de viagens e estimativa da quantidade total a vazar;

IX - identificação do período pretendido para a utilização das instalações do órgão ou


entidade municipal competente.

Art. 76. Sempre que a caracterização a que se refere o inciso V do artigo antecedente for
considerada insuficiente, o Poder Público não concederá a autorização para
vazamento dos resíduos enquanto não forem prestados os esclarecimentos
entendidos como necessários.

Art. 77. Só é permitido o vazamento dos resíduos cujas características correspondam às


mencionadas na autorização referida nos arts. 74 e 75, mediante verificação no
local de descarga.

CAPÍTULO VIII

FISCALIZAÇÃO E SANÇÕES

Apuração de Multas

Art. 78. Para imposição das multas previstas nesta Lei, o Poder Público, pelo órgão ou
entidade municipal competente ou agentes de fiscalização da limpeza urbana do
Município, observará a gravidade do fato e os antecedentes do infrator ou do
responsável solidário.
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§ 1º São circunstâncias que atenuam a aplicação da multa o arrependimento por escrito
do infrator que não seja reincidente, seguido de demonstração incontestável de que
providenciou a correção do fato gerador e colaborou com a fiscalização.

§ 2º São circunstâncias que agravam a aplicação da multa a reincidência, a vantagem


pecuniária e a colocação em risco da saúde pública.

Art. 79. As multas são progressivas conforme a seguinte série matemática: R$ 50,00
(cinqüenta reais), R$ 80,00 (oitenta reais), R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais),
R$ 200,00 (duzentos reais), R$ 315,00 (trezentos e quinze reais), R$ 500,00
(quinhentos reais), R$ 800,00 (oitocentos reais), R$ 1.250,00 (um mil e duzentos e
cinqüenta reais), R$ 2.000,00 (dois mil reais) e assim sucessivamente.

Parágrafo único. Quando explicitado, as multas poderão começar por qualquer outro
termo da série prevista no caput deste artigo, que não o termo inicial.

Art. 80. A critério do órgão ou entidade municipal competente ou agentes de fiscalização


da limpeza urbana do Município, as multas poderão ser precedidas de advertência
escrita ou intimação.

Art. 81. O pagamento das multas será efetuado até o dia dez do mês seguinte ao seu
recebimento.

§ 1º Decorrido o prazo previsto no caput deste artigo, sem que o pagamento se tenha
efetuado, pode o mesmo realizar-se nos sessenta dias subseqüentes, acrescidos de juros
de mora à razão de um por cento ao mês, calculados “pro rata dies”.

§ 2º Findo o prazo de cobrança amigável, o órgão ou entidade municipal competente


procederá à cobrança compulsória do débito apurado.

Seção II

Art. 82. Perturbar, prejudicar ou impedir a execução de qualquer das atividades de limpeza
urbana sujeitará o infrator à multa inicial de R$ 80,00 (oitenta reais).

Art. 83. Depositar, permitir a deposição ou propiciar a deposição de lixo, bens inservíveis,
entulho de obra ou resíduos de poda em terrenos baldios ou imóveis públicos ou
privados, bem como em encostas, rios, valas, ralos, canais, lagoas, praias, mar,
oceano, áreas protegidas ou em qualquer outro local não autorizado pelo Poder
Público, sujeitará o infrator às seguintes penalidades, independentemente de
outras sanções:

I - quando o volume depositado for de até um metro cúbico, a multa inicial será de R$
200,00 (duzentos reais);

II - quando o volume ultrapassar um metro cúbico, a multa inicial será de R$ 500,00


(quinhentos reais).
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Art. 84. Construir instalações para manuseio do lixo domiciliar no interior de edificações
em desacordo com o disposto nas normas técnicas do órgão ou entidade
municipal competente constitui infração punida com multa de R$ 500,00
(quinhentos reais), além de obrigar os responsáveis a:

I - realizar as obras necessárias e substituir os equipamentos de forma a tornar as


instalações compatíveis com as normas técnicas do órgão ou entidade municipal
competente;

II - demolir as instalações e remover o equipamento instalado quando, face às Normas


Técnicas, não seja possível corrigir as deficiências encontradas;

III - executar, no prazo de trinta dias, as necessárias transformações do sistema que


forem determinadas.

Art. 85. Manter o sistema de movimentação interna dos resíduos sem as condições de
higiene e asseio constitui infração punida com multa de R$ 80,00 (oitenta reais),
sem prejuízo do disposto no § 4º do art. 19.

Art. 86. Efetuar a estocagem interna dos resíduos em local sem as condições mínimas
definidas no art. 20 ou nas normas técnicas do órgão ou entidade municipal
competente constitui infração punida com a multa inicial de R$ 80,00 (oitenta
reais).

Seção IV

Art. 87. Realizar a remoção dos resíduos sólidos urbanos sem a devida autorização do
órgão ou entidade municipal competente constitui infração punida com a multa
inicial de R$ 500,00 (quinhentos reais).

Art. 88. Desobedecer às normas técnicas ou legislação específica por parte das pessoas
físicas ou jurídicas autorizadas a realizar a remoção dos resíduos sólidos urbanos
constitui infração punida com a multa inicial de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco
reais), independentemente das demais sanções contratuais cabíveis.

Art. 89. Utilizar equipamento de tipo diverso do autorizado pelo órgão ou entidade
municipal competente para remoção de resíduos sólidos urbanos constitui infração
punida com a multa inicial de R$ 80,00 (oitenta reais).

Art. 90. Transportar resíduos sólidos urbanos em veículos inadequados, deixando-os cair
nos logradouros constitui infração punida com a multa inicial de R$ 125,00 (cento
e vinte e cinco reais).

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§ 1º Além do pagamento da respectiva multa, a infração deste artigo obriga os
responsáveis a remover os resíduos caídos nos logradouros num prazo máximo de duas
horas.

§ 2º Decorrido o prazo fixado no caput deste artigo sem que os responsáveis removam
os resíduos, fica a multa majorada em cem por cento e o órgão ou entidade municipal
competente poderá proceder à respectiva remoção e eliminação dos resíduos, sendo as
despesas decorrentes da remoção cobradas dos responsáveis pela infração.

Art. 91. Acondicionar o lixo domiciliar e os demais resíduos similares a este tipo de lixo em
recipientes diferentes dos especificados nos arts. 32 e 33 constitui infração punida
com a multa inicial de R$ 50,00 (cinqüenta reais).

Art. 92. Apresentar recipientes para acondicionamento do lixo domiciliar a estetipo de lixo
em mau estado de conservação e asseio constitui infração punida com a multa
inicial de R$ 50,00 (cinqüenta reais).

Art. 93. Ofertar lixo domiciliar em cestas de lixo construídas sobre pedestais, pilaretes ou
outros dispositivos de sustentação constitui infração punida com a multa inicial de
R$ 80,00 (oitenta reais).

Art. 94. Ofertar resíduos sólidos urbanos para coleta regular, assim como retirar os
recipientes vazios, fora dos horários e condições estabelecidas pelo Poder Público
constitui infração punida com a multa inicial de R$ 50,00 (cinqüenta reais).

Art. 95. Ofertar resíduos sólidos urbanos junto a qualquer resíduo considerado especial
constitui infração punida com a multa inicial de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco
reais), independentemente das demais sanções aplicáveis à espécie.

Parágrafo único. Se o resíduo ofertado em conjunto com os resíduos sólidos urbanos for
caracterizado como lixo perigoso ou químico ou radioativo, a multa inicial será de R$
500,00 (quinhentos reais).

Art. 96. Ofertar para coleta o lixo domiciliar contendo cacos de vidros e outros materiais
contundentes e perfurantes sem o devido acondicionamento constitui infração
punida com a multa inicial de R$ 80,00 (oitenta reais).

Parágrafo único. Nos casos em que os cacos de vidros ou outros materiais contundentes
e perfurantes vierem a ferir os servidores que trabalham na coleta domiciliar, a multa
inicial será de R$ 200,00 (duzentos reais).

Art. 97. Não retirar o lixo ofertado para coleta domiciliar regular em dias de chuva forte
constitui infração punida com a multa inicial de R$ 50,00 (cinqüenta reais).

Art. 98. Acumular lixo com fim de utilizá-lo ou removê-lo para outros locais sem prévia
autorização do órgão ou entidade municipal competente constitui infração punida
com a multa inicial de R$ 50,00 (cinqüenta reais), além de obrigar o infrator a
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ressarcir o Poder Público pelos custos da remoção e eliminação do lixo
acumulado.

Art. 99. Catar ou extrair qualquer parte do conteúdo do lixo colocado em logradouro para
fins de coleta constitui infração punida com a multa inicial de R$ 50,00 (cinqüenta
reais).

Art. 100. Não efetuar a varrição da calçada que se relacione ao imóvel conforme disposto
no art. 51 constitui infração punida com a multa inicial de R$ 50,00 (cinqüenta
reais).

Art. 101. Colocar galhadas, aparas de jardim, entulho de obras e assemelhados junto ou
ao lado ou em cima ou no interior dos contêineres e papeleiras de propriedade do
Poder Público constitui infração punida com a multa inicial de R$ 80,00 (oitenta
reais).

Art. 102. Além do pagamento das respectivas multas, a infração a qualquer dos arts. 83
ou 101 obrigam os responsáveis a remover os resíduos depositados
irregularmente num prazo máximo de duas horas.

Parágrafo único. Decorrido o prazo fixado no caput deste artigo sem que os responsáveis
removam os resíduos, fica a multa majorada em cem por cento e o órgão ou entidade
municipal competente poderá proceder à respectiva remoção e eliminação dos resíduos,
sendo as despesas decorrentes da remoção cobradas dos responsáveis pela infração.

Art. 103. Não remover os dejetos de animais nas condições especificadas no art. 55
constitui infração punida com a multa inicial de R$ 50,00 (cinqüenta reais).

Art. 104. Não executar a limpeza do logradouro durante e imediatamente após a


realização de feiras livres nas condições especificadas no art. 56constitui infração
punida com a multa inicial de R$ 80,00 (oitenta reais).

Art. 105. Realizar eventos em logradouros ou outros espaços públicos sem a


apresentação de um prévio plano para remoção dos resíduos gerados e a
respectiva autorização do órgão ou entidade municipal competente constitui
infração punida com a multa inicial de R$ 500,00 (quinhentos reais).

Art. 106. Além do pagamento da multa definida no artigo anterior, os responsáveis são
obrigados a remover os resíduos depositados irregularmente num prazo máximo
de doze horas.

Parágrafo único. Decorrido o prazo fixado no caput deste artigo sem que os responsáveis
removam os resíduos, fica a multa majorada em cem por cento e o órgão ou entidade
municipal competente poderá proceder à respectiva remoção e eliminação dos resíduos,
sendo as despesas decorrentes da remoção cobradas dos responsáveis pela infração.

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Art. 107. Remover ou desviar dos seus lugares os contêineres e papeleiras colocados nos
logradouros para efeito de coleta de lixo público constitui infração punida com a
multa inicial de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais).

Art. 108. Depositar resíduos diferentes daqueles a que se destinam os recipientes de


coleta seletiva constitui infração punida com a multa inicial de R$ 50,00
(cinqüenta reais).

Art. 109. Distribuir panfletos ou prospectos ou qualquer tipo de propaganda em


logradouros constitui infração punida com a multa inicial de R$ 125,00 (cento e
vinte e cinco reais).

Art. 110. Afixar material de propaganda ou anúncio ou pinturas em veículos oficiais de


transportes de passageiros ou de carga, postes, tapumes, abrigos, muros,
viadutos, monumentos, passarelas, pontes ou em qualquer mobiliário urbano,
sem a prévia, expressa e específica autorização do Poder Público, constitui
infração punida com a multa inicial de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais).

§1º No caso de pinturas, além do pagamento da multa definida no caput deste artigo,
os infratores serão obrigados a reparar, às suas custas, os danos causados,
restabelecendo o local à sua condição anterior, no prazo máximo de quarenta e oito
horas, a partir de sua notificação pelo órgão ou entidade municipal competente do Poder
Público.

§2º Decorrido o prazo fixado no §1º deste artigo, sem que as providências tenham sido
tomadas, fica a multa majorada em cem por cento e aplicada diariamente até a devida
reparação.

§3º No caso do §1º, tratando-se de um bem público, se as providências não forem


tomadas, o órgão ou entidade municipal competente poderá proceder à respectiva
reparação, sendo as despesas decorrentes cobradas dos responsáveis pela infração.

Art. 111. Expor material de propaganda ou anúncio em logradouros, sob a forma de


cartazes ou faixas ou galhardetes, sem a prévia autorização do órgão ou
entidade municipal competente constitui infração punida com a multa inicial de R$
125,00 (cento e vinte e cinco reais).

Seção V

Art. 112. Realizar a remoção dos resíduos sólidos especiais, sem a devida autorização do
Poder Público, constitui infração punida com a multa inicial de R$ 500,00
(quinhentos reais).

Art. 113. Desobedecer às normas técnicas do órgão ou entidade municipal competente e


à legislação específica por parte das pessoas físicas ou jurídicas autorizadas a
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realizar a remoção dos resíduos sólidos especiais constitui infração punida com a
multa inicial de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais), independentemente das
demais sanções contratuais cabíveis.

Art. 114. Utilizar equipamento de tipo diverso do autorizado pelo órgão ou entidade
municipal competente para remoção de resíduos sólidos especiais constitui
infração punida com a multa inicial de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais).

Art. 115. Transportar resíduos sólidos urbanos em veículos inadequados, deixando-os


cair nos logradouros, constitui infração punida com a multa inicial de R$ 200,00
(duzentos reais).

Art. 116. Acondicionar o lixo extraordinário em recipientes e condições diferentes das


especificados no art. 68constitui infração punida com a multa inicial de R$ 80,00
(oitenta reais).

Art. 117. Não remover as caçambas para deposição de entulho de obras extraordinários
e resíduos de poda extraordinários nas condições especificadas no art. 69
constitui infração punida com a multa inicial de R$ 80,00 (oitenta reais).

Art. 118. Acondicionar o lixo infectante em recipientes e condições diferentes dos


especificados no art. 72 e nas normas técnicas da ABNT constitui infração punida
com a multa inicial de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais).

Art. 119. Ofertar para coleta domiciliar resíduos de cantinas, restaurantes, refeitórios e
outras unidades administradas pela iniciativa privada e que funcionem dentro de
prédios constitui infração punida com a multa inicial de R$ 500,00 (quinhentos
reais).

Penalidades sobre a Higiene e Limpeza dos Logradouros e Outros Espaços


Públicos

Art. 120. Realizar a limpeza e/ou lavagem de edificações ou veículos sem que os resíduos
provenientes dessas atividades sejam recolhidos e as águas servidas encaminhadas para
o ralo mais próximo, constitui infração punida com a multa inicial de R$ 50,00 (cinqüenta
reais).

Art. 121. Realizar a limpeza de logradouros com água, sem ter providenciado a prévia
remoção dos detritos das mesmas quando da ocorrência de alagamentos,
constitui infração punida com a multa inicial de R$ 50,00 (cinquenta reais).

Art. 122. Lançar nas sarjetas ou sumidouros quaisquer detritos ou objetos constitui
infração punida com a multa inicial de R$ 50,00 (cinqüenta reais).

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Art. 123. Vazar águas poluídas, tintas, óleos ou outros líquidos poluentes nos logradouros
e outros espaços públicos constitui infração punida com a multa inicial de R$
80,00 (oitenta reais).

Art. 124. Efetuar queimadas de resíduos sólidos ou sucata a céu aberto constitui infração
punida com a multa inicial de R$ 80,00 (oitenta reais).

Art. 125. Não proceder à limpeza de todos os resíduos provenientes de obras que afetem
o asseio dos logradouros e outros espaços públicos constitui infração punida com
a multa inicial de R$ 50,00 (cinqüenta reais).

Penalidades sobre o Vazamento de Resíduos

Art. 126. Vazar qualquer tipo de resíduo em instalações não licenciadas pela Prefeitura do
Município do Rio de Janeiro constitui infração punida com a multa inicial de R$
800,00 (oitocentos reais).

Art. 127. Vazar qualquer tipo de resíduo com características que não correspondam às
mencionadas na autorização do órgão ou entidade municipal competente
constitui infração punida com a multa inicial de R$ 500,00 (quinhentos reais).

Art. 128. Além do pagamento das respectivas multas definidas nos arts. 125 e 126, os
responsáveis pela infração são obrigados a remover os resíduos depositados
irregularmente em um prazo máximo de quatro horas.

§ 1o Decorrido o prazo fixado no caput deste artigo sem que os responsáveis removam
os resíduos, fica a multa majorada em cem por cento e o órgão ou entidade municipal
competente poderá proceder à respectiva remoção e eliminação dos resíduos, sendo as
despesas decorrentes da remoção cobradas dos responsáveis pela infração.

§ 2o Caso o Poder Público seja obrigado a proceder à remoção e eliminação dos


resíduos vazados irregularmente, os responsáveis pela infração ficarão impedidos de
vazar em qualquer das instalações do Município do Rio de Janeiro ou por este
controladas.

CAPÍTULO IX

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 129. Sem prejuízo das multas definidas no capítulo anterior, o Poder Público poderá
proceder à apreensão de todo e qualquer material, ferramentas, recipientes,
equipamentos, máquinas e veículos utilizados para remover ou descarregar
irregularmente qualquer tipo de resíduo.
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Parágrafo único. Caberá aos infratores pagar as despesas decorrentes do transporte e
guarda dos bens apreendidos, assim como as despesas com a remoção e disposição final
dos resíduos descarregados irregularmente, independentemente do pagamento das
multas cabíveis.

Art. 130. O órgão ou entidade municipal competente deverá apresentar e fazer publicar as
normas complementares a esta Lei, no prazo de cento e oitenta dias a contar da
data do início da vigência deste diploma legal.

Art. 131. A reciclagem de resíduos, quando houver viabilidade econômica ou


conveniência social com provisão orçamentária, deverá ser facilitada pelo Poder
Público, de preferência por meio de estímulos à separação do lixo próximo à
origem.

§ 1o O órgão ou entidade municipal competente poderá autorizar a triagem de materiais


recicláveis, desde que por intermédio de cooperativas de catadores devidamente
cadastradas e por ele fiscalizadas.

§ 2o Ao órgão ou entidade municipal competente caberá a implementação de ações de


incentivo à separação de materiais recicláveis na fonte geradora e seu descarte, de forma
a evitar que a triagem seja efetuada nos recipientes colocados nos logradouros para fins
de coleta regular.

Art. 132. O Poder Público deverá executar o desenvolvimento de projetos


economicamente auto-sustentáveis de redução e reutilização do lixo, de forma a
estimular revisões das embalagens dos produtos de consumo, mudanças dos
hábitos pessoais da população e criação de cooperativas de catadores ou, ainda,
incrementar ações que reduzam a geração de resíduos sólidos urbanos e evitem
riscos à saúde pública.

Art. 133. Os valores em Reais estipulados nesta Lei serão reajustados de acordo com o
índice e o período aplicáveis aos reajustes dos créditos tributários municipais.

Art. 134. A presente Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 135. Ficam revogadas as Leis 1.624, de 09 de outubro de 1990; 1.856, de 11 de


março de 1992; 2.511, de 02 de dezembro de 1996 e 2.630, de 26 de maio de
1998; e ainda o Decreto nº 9.287, de 23 de abril de 1990.

CESAR MAIA

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ANEXO 4

PORTARIA “N” COMLURB Nº 001 DE 30 DE AGOSTO DE 2010

Estabelece as diretrizes para o credenciamento de pessoas físicas e jurídicas que


desejam prestar serviços de coleta e remoção de resíduos sólidos especiais na
Cidade do Rio de Janeiro.

A DIRETORA-PRESIDENTE DA COMPANHIA MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA –


COMLURB, no uso das suas atribuições legais,

RESOLVE:

Estabelecer as diretrizes para o credenciamento na prestação dos serviços de coleta e


remoção de resíduos sólidos, conforme abaixo relacionadas:

1. OBJETIVO

1.01 A presente Portaria tem por objetivo estabelecer os procedimentos para o


credenciamento de pessoas físicas e jurídicas que desejam prestar serviços de coleta e
remoção de resíduos sólidos especiais na Cidade do Rio de Janeiro, buscando assegurar
a sua eficiência na prestação destes serviços e a garantia de seu elevado padrão de
qualidade.

2. REFERÊNCIAS CRUZADAS

2.01 Lei Federal nº 12.305, de 02/08/10 – institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
altera a Lei nº 9.605 e dá outras providências.

2.02 Lei Federal nº 11.445, de 05/01/07 – estabelece diretrizes nacionais para o


saneamento básico; altera as Leis nºs6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036 de 11 de
maio de 1990, 8.666 de 21 de junho de 1993, 8.987 de 13 de fevereiro de 1995; revoga a
Lei nº 6.528 de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.

2.03 Lei Federal nº 9.605, de 12/02/98 - dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências
(Lei de Crimes Ambientais).

2.04 Lei n° 4.969, de 03/12/08 – dispõe sobre objetivos, instrumentos, princípios e


diretrizes para gestão integrada de resíduos sólidos no Município do Rio de Janeiro e dá
outras providências.

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2.05 Lei Municipal nº 3.273, de 06/09/01 - dispõe sobre a Gestão do Sistema de Limpeza
Urbana no Município do Rio de Janeiro.

2.06 Decreto Municipal n° 27.078, de 27/09/06 – institui o Plano Integrado de


Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, e dá outras providências.

2.07 Decreto Municipal nº 21.305, de 19/04/02 - regulamenta a Lei Municipal nº 3.273/01.

2.08 Resolução CONAMA 416, de 01/10/09 – dispõe sobre a prevenção à degradação


ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e
dá outras providências.

2.09 Resolução CONAMA 401, de 05/11/08 – estabelece os limites máximos de chumbo,


cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os
critérios e padrões para seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras
providências.

2.10 Resolução CONAMA 358, de 29/04/05 – dispõe sobre o tratamento e a disposição


final dos resíduos dos serviços de saúde, e dá outras providências.

2.11 Resolução CONAMA 307, de 05/07/02 – estabelece diretrizes, critérios e


procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

2.12 Resolução ANVISA RDC-306, de 07/12/04 - dispõe sobre o Regulamento Técnico


para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

2.13 Diretriz FEEMA DZ-1310, de 03/09/04 - estabelece a Diretriz de Implantação do


Sistema de Manifesto de Resíduos.

2.14 Norma Técnica COMLURB 42-30-01 - estabelece os procedimentos para


acondicionamento, coleta, transporte e destinação final do lixo domiciliar extraordinário
gerado no Município do Rio de Janeiro.

2.15 Norma Técnica COMLURB 42-40-01 - estabelece os procedimentos para


acondicionamento, coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos inertes
gerados no Município do Rio de Janeiro.

2.16 Norma Técnica COMLURB 42-60-01 - estabelece os procedimentos para a


segregação na fonte, acondicionamento, estocagem, coleta, transporte, tratamento e
destinação final dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) gerados no Município do Rio
de Janeiro.

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3. APLICAÇÃO

3.01 Esta Portaria se aplica a todas as pessoas físicas e jurídicas que prestam ou
pretendem prestar no Município do Rio de Janeiro serviços de:

a) Coleta e remoção de lixo extraordinário;

b) Coleta e remoção de resíduos sólidos inertes;

c) Coleta e remoção de lixo infectante.

4. DEFINIÇÕES

4.01 LIXO EXTRAORDINÁRIO – parcela de resíduos, conforme art. 8° inciso I, da Lei


3.273/01, tais como:

a) poda de manutenção de jardim, pomar ou horta;

b) entulho de obras de reforma, de demolição ou de construção de domicílios residenciais


que exceda as quantidades e periodicidades estabelecidas pela COMLURB;

c) lixo produzido em unidades de trato de saúde e estabelecimentos comerciais, de


serviços ou industriais, públicas ou privadas ou mesmo em imóveis não residenciais, cuja
natureza ou composição sejam similares àquelas do lixo domiciliar e que exceda o volume
diário de 120 (cento e vinte) litros ou 60 (sessenta) quilogramas, conforme definido na Lei
3.273, de 06/09/01.

4.02 LIXO INFECTANTE – conjunto de resíduos resultante de atividades médico-


assistenciais e de pesquisa produzido nas unidades de trato de saúde, composto por
materiais biológicos ou perfurocortantes contaminados por agentes patogênicos, que
apresentem ou possam apresentar riscos potenciais à saúde pública ou ao meio
ambiente, correspondente aos Grupos A e E, da Resolução ANVISA 306/04, com
exceção do subgrupo A5.

4.03 RESÍDUOS SÓLIDOS INERTES – RSI

4.03.01 RESÍDUOS SÓLIDOS INERTES LIMPOS – resíduos provenientes de obras da


construção civil, como telhas, tijolos, ladrilhos e concreto.

4.03.02 RESÍDUOS SÓLIDOS INERTES MISTURADOS – englobam os Resíduos Sólidos


Inertes Limpos, mais materiais como plástico, papel, papelão, madeira, ferro, vidro,
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galhada, folhagem e bens móveis inservíveis e volumosos que não podem ser recolhidos
pelos veículos da coleta domiciliar regular, conforme definidos na Lei Municipal nº
3.273/01 e que sejam correspondentes aos Grupos A, B e C da Resolução CONAMA
307/02.

4.04 ACONDICIONAMENTO – colocação dos resíduos no interior de recipientes


apropriados e estanques, em regulares condições de higiene, visando a sua posterior
estocagem ou coleta.

4.05 ATESTADO DE CONFORMIDADE COMLURB DE FROTA E EQUIPAMENTOS –


documento que atesta a conformidade dos veículos e equipamentos a serem
credenciados com os tipos de serviços a serem realizados e com as disposições
pertinentes da presente portaria.

4.06 CERTIFICADO DE CREDENCIAMENTO COMLURB – documento que credencia as


pessoas físicas e jurídicas para a prestação dos serviços no âmbito da presente portaria.

4.07 COLETA – conjunto de atividades para retirada dos resíduos devidamente


acondicionados e ofertados mediante o uso de veículos apropriados para tal.

4.08 DESTINAÇÃO FINAL ou DISPOSIÇÃO FINAL – conjunto de atividades que objetiva


dar o destino final adequado ao lixo, com ou sem tratamento, sem causar danos ao meio
ambiente.

4.09 ESTOCAGEM – armazenamento dos resíduos em local adequado, de forma


controlada e por curto período de tempo.

4.10 LIMPEZA DE LOGRADOUROS – conjunto de atividades para remoção dos resíduos


lançados ou gerados nos logradouros, mediante uso de veículos apropriados para tal,
bem como a lavagem dos logradouros.

4.11 OFERTA – colocação dos recipientes contendo os resíduos na calçada em frente ao


domicílio, junto ao meio-fio, ou em outro local especificamente designado pela
COMLURB, visando a sua coleta.

4.12 REMOÇÃO – coleta e transporte de resíduos dos locais de produção até o seu
destino.

4.13 SEGREGAÇÃO NA FONTE – separação dos resíduos nos seus diferentes tipos ou
nas suas frações passíveis de valorização, no seu local de geração.

4.14 TRANSPORTE – transferência física dos resíduos coletados até uma unidade de
tratamento ou disposição final, mediante o uso de veículos apropriados.

4.15 TRATAMENTO OU BENEFICIAMENTO – conjunto de atividades de natureza física,


química ou biológica, realizada manual ou mecanicamente com o objetivo de alterar
qualitativa ou quantitativamente as características dos resíduos, com vistas à sua
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redução, reaproveitamento, valorização, para facilitar sua movimentação ou sua
disposição final.

4.16 UNIDADES DE TRATO DE SAÚDE (UTS) OU ESTABELECIMENTOS


ASSISTENCIAIS DE SAÚDE (EAS) – estabelecimentos que prestam atendimento à
saúde humana ou animal, conforme definidos pela Resolução RDC-50 da ANVISA.

4.17 VISTORIA TÉCNICA – vistoria realizada pela COMLURB com vistas à verificação
dos veículos e dos equipamentos a serem credenciados e se estes atendem aos tipos de
serviços e às disposições pertinentes na presente portaria.

5. RESPONSABILIDADES

5.01 Das Empresas e Transportadores Autônomos Credenciados

a) As empresas e os transportadores autônomos, credenciados são responsáveis pelo


cumprimento das determinações emanadas pelos órgãos de controle ambiental e
vigilância sanitária, em especial, as Resoluções da ANVISA, as Diretrizes e Instruções
Técnicas do INEA, Portarias e as Normas Técnicas da COMLURB. Deverão, também,
respeitar a legislação pertinente à sua atividade, em especial, aquela relativa aos resíduos
sólidos, meio ambiente, trato de saúde e emissão de ruídos e gases, respondendo
solidariamente pelos eventuais danos causados ao sistema de limpeza urbana, à saúde
pública, ao patrimônio público e ao meio ambiente e alertando os seus contratantes
quanto à necessidade do cumprimento de tais determinações;

b) Proceder imediatamente à limpeza dos logradouros e também, se for o caso, à sua


desinfecção, quando os resíduos, no ato do recolhimento para o veículo ou no transporte,
sujarem esses locais, ou sempre que notificado pela Fiscalização da COMLURB;

c) Manter os veículos e equipamentos credenciados em perfeitas condições de operação,


de limpeza e de desinfecção;

d) Informar à COMLURB por meio da Gerência de Fiscalização e Controle (PGF) a


relação de clientes e a numeração da Nota Fiscal correspondente aos serviços prestados,
que deverá ser enviada até o 5° (quinto) dia útil do mês subsequente, por escrito ou via
correio eletrônico, por meio do email comlurb_pgf@rio.rj.gov.br, no formato do Anexo 12;

e) Adequar a pintura dos veículos e equipamentos nas cores representativas da empresa


ou do transportador autônomo, conforme programação contida;

f) Aplicar programação visual diferenciada para as frotas utilizadas em cada tipo de


serviço e mantê-la em perfeitas condições na vigência do credenciamento;

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g) Apresentar à COMLURB por meio da Gerência de Fiscalização e Controle (PGF), em
caso de inclusão ou substituição de qualquer veículo, o Requerimento de Inclusão de
Novos Veículos e Equipamentos (Anexo 9);

h) Manter o original ou cópia autenticada do certificado de credenciamento e do Atestado


de Conformidade sempre no interior do veículo;

i) Fornecer todos os EPI´s necessários ao seu pessoal em operação nos veículos


credenciados;

j) Remover a caçamba no prazo de 48 (quarenta e oito) horas após a colocação,


independente da quantidade de resíduos em seu interior, de acordo com o art. 69 da Lei
Municipal 3273/01;

k) Remover a caçamba no prazo de 8 (oito) horas após a mesma estar cheia, ou com foco
de insalubridade, ou com resíduos misturados a outros tipos, ou estiverem colocadas de
forma a prejudicar a utilização de sarjetas, bocas de lobo, hidrantes, mobiliário urbano, ou
prejudicando a circulação de veículos, pedestres, cadeirantes e carrinhos de bebê nos
logradouros e calçadas, de acordo com o art. 69 da Lei Municipal 3273/01.

5.02 Da COMLURB

Fiscalizar as atividades realizadas pelos geradores, empresas e transportadores


autônomos, bem como pela aplicação das penalidades previstas na Lei Municipal n°
3.273/2001 e nesta Portaria, relacionadas às condutas lesivas por esses praticadas.

5.02.01 Da Gerência de Fiscalização e Controle (PGF)

a) Efetuar a fiscalização de veículos e equipamentos de todos os transportadores


autônomos e empresas credenciadas para executar a coleta de resíduos sólidos
especiais, assim como de todos os estabelecimentos geradores;

b) Receber todos os documentos estabelecidos nesta portaria, conferindo sua


regularidade;

c) Emitir o Certificado de Credenciamento, conforme modelo apresentado no Anexo 8, em


até 10 (dez) dias da data de recebimento do respectivo requerimento;

d) Acompanhar todo o processo de intimação e autuação dos estabelecimentos grandes


geradores e das empresas e autônomos credenciados, subsidiando a Diretoria Jurídica no
que for necessário;

e) Receber as listas de clientes das empresas credenciadas, responsabilizando-se pela


sua divulgação, total ou parcial, junto às demais Gerências usuárias, visando facilitar a
fiscalização;
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f) Avisar imediatamente à Diretoria Jurídica sobre qualquer irregularidade com
consequências jurídicas, em especial inscrição na dívida ativa do Município;

g) Informar às Usinas/Aterros da COMLURB as placas alfanuméricas de todos os veículos


credenciados, visando o controle de entrada nas balanças;

h) Agendar perante a Gerência de Transporte – IGT as vistorias técnicas para emissão do


Atestado de Conformidade de Frota;

i) Comunicar ao requerente, via e-mail ou por telefone, data, horário e local da vistoria
técnica, a ser realizada pela COMLURB por intermédio da Gerência de Transporte (IGT);

j) Informar à empresa ou transportador autônomo, por e-mail ou telefone, a disponibilidade


do Atestado de Conformidade de Frota, deferido pela Gerência de Transporte (IGT) e do
Credenciamento.

5.02.02 Da Gerência de Transporte (IGT)

a) Efetuar a vistoria técnica da frota dos interessados, emitindo Atestado de Conformidade


de Frota em relação às disposições contidas nesta Portaria, conforme Anexo 6;

b) Enviar à Gerência de Fiscalização e Controle (PGF), em até 2 (dois) dias úteis, o


Atestado de Conformidade de Frota.

5.02.03 Da Diretoria Técnica e Industrial (DIN)

a) Dirimir quaisquer dúvidas quanto ao entendimento das condições técnicas estipuladas


nesta Portaria e Normas Técnicas referente à frota e equipamentos, assim como fornecer
a orientação técnica às empresas ou autônomos que desejarem se credenciar.

5.02.04 Da Diretoria Jurídica (DJU)

a) Analisar os casos de descredenciamento de empresas e transportadores autônomos.

6. PROCEDIMENTOS PARA CREDENCIAMENTO

6.01 PROCEDIMENTOS PARA NOVOS CREDENCIAMENTOS

6.01.01 As Pessoas Físicas ou Jurídicas que desejarem se credenciar para coleta e


remoção de Resíduos Sólidos Especiais, deverão encaminhar requerimento à Gerência
de Fiscalização e Controle - PGF, localizada na Rua Major Ávila, nº 358 - Tijuca,
conforme Anexo 1 (requerimento de pessoas jurídicas ou físicas em papel timbrado da
empresa), acompanhado dos documentos relacionados no Anexo 2 e apresentar as
relações de veículos e equipamentos (Anexos 3 e 4).

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6.02 PROCEDIMENTOS PARA RENOVAÇÃO DE CREDENCIAMENTO

6.02.01 O requerimento de renovação de credenciamento (Anexo 11) deverá ser


encaminhado à COMLURB, através da Gerência de Fiscalização e Controle (PGF), em
até 30 (trinta) dias antes da data prevista para o término da validade do credenciamento.

As empresas e transportadores autônomos serão comunicados, por e-mail ou telefone,


pela Gerência de Fiscalização e Controle (PGF) sobre a data, horário e local da Vistoria
Técnica. O Atestado de Conformidade de Frota (Anexo 7), será entregue junto com o
credenciamento pela Gerência de Fiscalização e Controle (PGF);

6.02.02 Veículos e equipamentos que completem a vida útil máxima permitida no período
de credenciamento, deverão ser desmobilizados ao término de sua vida útil máxima,
independente da vigência do certificado de credenciamento;

6.02.03 O deferimento do pedido de renovação de credenciamento de qualquer natureza


está vinculado à apresentação de um novo Atestado de Conformidade de Frota (Anexo 7).

6.03 PROCEDIMENTOS PARA INCLUSÃO OU EXCLUSÃO DE VEÍCULOS E


EQUIPAMENTOS

6.03.01 O pedido para inclusão de veículos e equipamentos (Anexo 9), deverá ser
encaminhado à Gerência de Fiscalização e Controle (PGF) em até 30 (trinta) dias antes
da data prevista para o término da validade do credenciamento, e estará vinculado à
apresentação de cópia de novo Atestado de Conformidade de Frota, emitido pela
Gerência de Transporte (IGT);

As empresas e transportadores autônomos serão comunicados, via e-mail ou telefone,


pela COMLURB, por meio da Gerência de Fiscalização e Controle (PGF), sobre a data,
horário e local da Vistoria Técnica. O Atestado de Conformidade de Frota (Anexo 7), será
entregue junto com o credenciamento pela Gerência de Fiscalização e Controle (PGF);

6.03.02 O pedido para exclusão de veículos e equipamentos (Anexo 9), deverá ser
encaminhado à Gerência de Fiscalização e Controle (PGF), em qualquer momento que
seja necessário, e estará vinculado à apresentação do antigo credenciamento.

6.04 OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE CREDENCIAMENTO

6.04.01 O Certificado de Credenciamento e o Atestado de Conformidade de Frota terão


validade de 01 (um) ano;

6.04.02 Pessoas Jurídicas poderão se credenciar para os serviços de remoção de


resíduos sólidos inertes, de lixo extraordinário e de lixo infectante, isolada ou globalmente,
desde que tenham frotas e equipamentos diferenciados;

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6.04.03 O Credenciamento de Veículos de Transportadores Autônomos só é válido para a
Remoção de Resíduos Sólidos Inertes;

6.04.04 Dispositivos com capacidade de acondicionamento temporário, como contêineres


plásticos e metálicos, e outros até a capacidade de 1,5 m³ (um vírgula cinco metros
cúbicos), da mesma forma que os contêineres semi-enterrados de qualquer capacidade,
estão dispensados da Vistoria Técnica para obtenção do Atestado de Conformidade de
Frota.

7. CARACTERÍSTICAS DOS VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS

7.01 VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS

7.01.01 Somente serão aceitos veículos e equipamentos que atendam às disposições


desta Portaria (Anexos 5 e 6), bem como aos limites ambientais quanto à poluição do ar e
sonora, em estrita observância à legislação pertinente e às normas específicas. Veículos
e equipamentos com especificações em desacordo com o Anexo 5 desta portaria,
somente poderão ser aceitos mediante consulta prévia à COMLURB, por meio da
Gerência de Fiscalização e Controle (PGF).

7.01.02 As empresas deverão comprovar a seguinte frota mínima:

a) Remoção de lixo extraordinário: 02 (dois) veículos compactadores, com capacidade útil


mínima de 6 m³;

b) Remoção de lixo infectante: 02 (dois) furgões leves do tipo hospitalar, com capacidade
mínima para 500 kg;

c) Outras composições de frota mínima somente poderão ser aceitas mediante consulta
prévia à COMLURB, por meio da Gerência de Fiscalização e Controle (PGF).

7.01.03 Na coleta de lixo infectante não serão aceitas caixas compactadoras


estacionárias.

7.02 IDADE MÁXIMA PARA VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS

7.02.01 A idade máxima dos veículos e equipamentos destinados à coleta de resíduos


sólidos inertes será de até 10 (dez) anos.

7.02.01.01 No caso de autônomos, será admitido até 2 (dois) veículos com a idade
superior a máxima permitida nesse credenciamento, que serão vistoriados pela Gerência
de Transporte (IGT) da COMLURB, a quem caberá autorizar ou não o seu
credenciamento, não cabendo nenhum tipo de recurso.

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7.02.02 A idade máxima dos veículos e equipamentos destinados à coleta de lixo
extraordinário e lixo infectante será de até 5 (cinco) anos.

7.03 OUTRAS CARACTERÍSTICAS DOS VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS

7.03.01 É vedada a utilização de veículos não credenciados nos serviços de remoção de


resíduos de qualquer natureza, salvo nos casos de força maior, desde que prévia e
formalmente comunicado pelo interessado e aceito pela COMLURB.

7.03.02 Para garantia da manutenção das condições de higiene e limpeza dos


logradouros, todos os veículos credenciados para remoção de lixo extraordinário e lixo
infectante deverão ser equipados com dispositivos de drenagem e acumulação de
chorume, que impeçam seu vazamento em logradouro público quando em operação, com
exceção daqueles destinados a transportar exclusivamente contêineres estanques.

7.03.03 Veículos leves, como furgões e motonetas, poderão prescindir do sistema de


drenagem e acumulação de chorume, desde que estejam equipados com carrocerias
estanques.

7.03.04 Os veículos destinados à remoção de lixo infectante deverão ser equipados com
todo o material para casos de acidentes, como especificado no Anexo 5 e na Norma
Técnica 42-60-01 da COMLURB.

8. DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS REMOVIDOS

8.01 Recebimento de Resíduos Sólidos Inertes Limpos em Áreas de Transbordo e


Triagem - ATT`s:

a) Local: Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Gericinó;

Endereço: Estrada do Gericinó, S/Nº - Gericinó;

Horário: Seg. a Sex. - das 07h às 19h.

b) Local: Área de Transbordo e Triagem (ATT) Missões;

Endereço: Av. das Missões, nº 250 - Cordovil (início da Rodovia Rio - Petrópolis);

Horário: Seg. a Sáb. - das 06h às 23h.

c) Local: Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho;

Endereço: Av. Monte Castelo, nº 1760 – Jardim Gramacho - Duque de Caxias;


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Horário: Todos os dias - 24 horas.

d) O vazamento dos resíduos será gratuito até 18 toneladas/dia por veículo.

8.02 Recebimento de Resíduos Sólidos Inertes Misturados:

a) Local: Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Gericinó;

Endereço: Estrada do Gericinó, S/Nº - Gericinó;

Horário: Seg. a Sex. - das 07h às 19h.

b) Local: Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho;

Endereço: Av. Monte Castelo, nº 1760 – Jardim Gramacho - Duque de Caxias;

Horário: Todos os dias - 24 horas.

c) O vazamento dos resíduos será gratuito até 1 tonelada/dia por veículo.

Ultrapassando a quantidade de 1 (uma) tonelada/dia por veículo, as empresas ou os


autônomos pagarão o valor estipulado na Tabela de Preços de Serviços Especiais,
divulgada no site da COMLURB – www.rio.rj.gov.br/comlurb.

*As empresas que utilizarem os serviços de Transferência nas Estações da COMLURB,


pagarão o valor estipulado na Tabela de Preços de Serviços Especiais, divulgada no site
da COMLURB – www.rio.rj.gov.br/comlurb.

8.03 Recebimento de Lixo Extraordinário (Grande Gerador)

A destinação final deve ser em Aterros Sanitários licenciados pelo Instituto Estadual do
Ambiente – INEA.

8.03.01 – Estações de Transferências:

a) Local: Estação de Transferência do Caju (IGC);

Endereço: Rua Carlos Seidl, nº 1388 – Caju;

Horário: Todos os dias – 24 horas.

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Agosto, 2013 – Rev.00
A utilização das Estações de Transferência da COMLURB deverá ser autorizada
previamente e paga conforme os valores estabelecidos na Tabela de Preços de Serviços
Especiais, divulgada no site da COMLURB – www.rio.rj.gov.br/comlurb.

8.04 Recebimento de Lixo Infectante

A destinação final dos resíduos infectantes, exclusivamente da Rede Pública Municipal e


Estadual, poderá ocorrer no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho.

Local: Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho;

Endereço: Av. Monte Castelo, nº 1760 – Jardim Gramacho - Duque de Caxias;

Horário: Seg. a Sáb. – das 07h às 19h.

Os demais geradores devem utilizar unidades licenciadas pelo INEA.

9. PENALIDADES

9.01 Constatada a violação das normas previstas na presente Portaria, o seu infrator fica
sujeito à aplicação das penalidades nesta estabelecidas, bem como àquelas contidas na
Lei Municipal n° 3.273/2001.

9.02 O pagamento das multas e de seus respectivos encargos deverá se feito de acordo
com o dispositivo no artigo 81 da Lei Municipal n° 3.273/2001.

9.03 Constituem infração à presente Portaria:

a) UTILIZAÇÃO DE VEÍCULOS NÃO CREDENCIADOS EM SERVIÇOS


REGULAMENTADOS POR ESTA PORTARIA.

Penalidade: apreensão do veículo pelos órgãos competentes, sujeitando o infrator, em


caso de reincidência, ao descredenciamento.

b) A NÃO APRESENTAÇÃO, ATÉ O 5º (QUINTO) DIA ÚTIL DE CADA MÊS, DA


RELAÇÃO ATUALIZADA DE CLIENTES.

Notificação: conceder ao infrator o prazo de 5 (cinco) dias úteis para o seu cumprimento.

Penalidade: o não atendimento no referido prazo sujeitará o infrator à retirada de seu


nome da Relação de Credenciada(o)s nos sites da COMLURB e da Prefeitura da Cidade
do Rio de Janeiro.

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c) A AUSÊNCIA TOTAL OU PARCIAL DA PROGRAMAÇÃO VISUAL PREVISTA NESTA
PORTARIA APÓS A VISTORIA REALIZADA PELA COMLURB POR MEIO DA
GERÊNCIA DE TRANSPORTE (IGT).

Notificação: conceder ao infrator o prazo de 30 (trinta) dias corridos para o seu


cumprimento.

Penalidade: a não adequação até o trigésimo dia corrido após o recebimento da


notificação, implicará na suspensão do credenciamento do(s) veículos(s) irregular(es).

d) FUNCIONÁRIO(S) TRABALHANDO SEM UNIFORME COMPLETO OU SEM


EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.

Notificação: conceder ao infrator o prazo de 2 (dois) dias úteis para correção.

Penalidade: a não correção, até o segundo dia útil após o recebimento da notificação,
sujeitará o infrator à penalidade prevista no artigo 113 da Lei Municipal n° 3.273/2001.

e) IMPEDIR A INSPEÇÃO DA COMLURB EM SUA FROTA DE VEÍCULOS OU


EQUIPAMENTOS.

Notificação: conceder ao infrator o prazo de 24 (vinte e quatro) horas para permitir a


inspeção.

Penalidade: A não observância desta norma sujeitará o infrator à penalidade prevista no


artigo 113 da Lei Municipal n° 3.273/2001.

f) O VAZAMENTO DE CHORUME EM LOGRADOUROS PÚBLICOS.

Notificação: notificar o infrator para cessar imediatamente a irregularidade.

Penalidade: aplicação das penalidades legais e a suspensão do credenciamento do


veículo até a realização de nova vistoria técnica.

g) UTILIZAÇÃO DE VEÍCULO CREDENCIADO PARA A EXECUÇÃO DE OUTROS


SERVIÇOS QUE NÃO OS ESPECIFICADOS NO CERTIFICADO DE
CREDENCIAMENTO.

Penalidade: a não suspensão dos serviços irregulares implicará no descredenciamento


permanente do veículo.

09.04 O prestador de serviço poderá ter cassado o seu Certificado de Credenciamento, a


critério exclusivo da COMLURB, caso seja um infrator reincidente ou atue com dolo.

09.05 A empresa ou o transportador autônomo que não efetuar o pagamento de eventuais


multas recebidas dentro dos prazos estabelecidos na Lei Municipal nº 3.273/01, fica

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sujeito à suspensão de seu Certificado de Credenciamento. Caso seja providenciado o
pagamento dos débitos, a suspensão cessará após o primeiro dia útil da quitação.

09.06 No caso de apresentação de recursos pelo infrator sobre eventuais penalidades


aplicadas e não tendo este efetuado o pagamento da multa correspondente, o Certificado
de Credenciamento será suspenso até a decisão final pela COMLURB.

09.07 As empresas e transportadores autônomos poderão apresentar impugnação ao


Auto de Infração, na forma do Decreto Municipal n° 21.305, regulamentador da Lei
Municipal n° 3.273/2001 e de acordo com a Ordem de Serviço em vigor.

10. DISPOSIÇÕES FINAIS

10.01 As empresas que tenham firmado contrato de locação de veículos com a


COMLURB para a execução de serviços de coleta e transporte, e que também sejam
credenciadas para coleta de resíduos especiais devem, obrigatoriamente, aplicar
programação visual diferenciada para as frotas utilizadas em cada tipo de serviço e
mantê-las em perfeitas condições na vigência do credenciamento.

10.02 De acordo com as disposições da Lei Municipal nº 3.273 de 06/09/01 e o Decreto


que a regulamenta (Decreto Municipal n° 21.305/2002), a COMLURB é a responsável
pela fiscalização do cumprimento desta Portaria e Normas Técnicas, reservando-se o
direito de inspecionar os veículos, equipamentos, EPI’s (Equipamentos de Proteção
Individual), caçambas estacionárias e compactadoras, contêineres e outros dispositivos
utilizados na prestação dos serviços.

10.03 Os estabelecimentos qualificados como grandes geradores e também as unidades


de trato de saúde que tenham frota apropriada para remoção de seus resíduos são os
únicos e exclusivos responsáveis pelos danos que venham a causar aos bens públicos e
particulares, não cabendo qualquer tipo de responsabilidade à COMLURB.

10.04 Os transportadores autônomos e as empresas já credenciadas terão um prazo de


até 1 (um) ano para se adequarem às disposições desta Portaria quanto à vida útil dos
veículos e equipamentos, sob pena de terem seus pedidos de renovação indeferidos. As
demais condições dispostas nesta Portaria deverão ser atendidas num prazo máximo de
até 90 (noventa) dias, sob pena de incorrerem nas penalidades legais. Os prazos serão
contados a partir da data da publicação desta Portaria no Diário Oficial do Município do
Rio de Janeiro.

10.05 A COMLURB se reserva o direito de divulgar no seu site na Internet o nome, o


telefone e o endereço, junto ao público, das firmas credenciadas para execução dos
serviços de coleta e remoção de resíduos sólidos especiais.

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10.06 Dúvidas a respeito da interpretação das cláusulas estabelecidas nesta Portaria
devem ser encaminhadas à COMLURB, por meio da Gerência de Fiscalização e Controle
(PGF).

10.07 Os casos omissos serão resolvidos pela COMLURB, por meio da Gerência de
Fiscalização e Controle (PGF).

11. ANEXOS

11.01 Constam da presente Portaria os seguintes anexos:

Anexo 1 Modelo de Requerimento para Credenciamento

Anexo 2 Documentação para o Credenciamento

Anexo 3 Modelo de Apresentação da Relação de Veículos

Anexo 4 Modelo de Apresentação da Relação de Equipamentos

Anexo 5 Especificações Técnicas Mínimas para Veículos e Equipamentos

Anexo 6 Programação Visual Necessária para o Credenciamento

Anexo 7 Modelo de Atestado de Conformidade de Frota

Anexo 8 Modelo de Certificado de Credenciamento

Anexo 9 Modelo de Requerimento para Inclusão de Novos Veículos e Equipamentos

Anexo 10 Modelo de Requerimento para Renovação de Atestado de Conformidade de


Frota

Anexo 11 Modelo de Requerimento para Renovação de Credenciamento

Anexo 12 Modelo de Relação de Clientes

Anexo 13 Tabela de Preço

12. APROVAÇÃO E DATA DE VIGÊNCIA

Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial do Município do
Rio de Janeiro – D. O. Rio, revogadas as disposições em contrário.

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MODELO DE REQUERIMENTO PARA CREDENCIAMENTO

Rio de Janeiro, Dia, mês e ano

À COMLURB

Gerência de Fiscalização e Controle - PGFRua Major Ávila, 358 – Tijuca

Rio de Janeiro – RJ

Prezados Senhores

Razão Social da Empresa (ou Nome do Autônomo), localizada (ou morador) à (Endereço
da Empresa ou do Autônomo), CNPJ (ou CPF) nº __________________, vem solicitar
seu credenciamento junto à COMLURB para realizar os serviços de coleta e transporte de
(Lixo Extraordinário e/ou Lixo Infectante e/ou Resíduos Sólidos Inertes) no Município do
Rio de Janeiro.

Declaramos conhecer os termos da Lei Municipal nº 3.273/01, Portaria e Normas


Técnicas da COMLURB e nos comprometemos a respeitar, sem restrições, todas as
condições estipuladas nos documentos acima referidos.

Em anexo apresentamos toda a documentação solicitada na Portaria de Credenciamento


para Prestação de Serviços de Coleta e Remoção de Resíduos Sólidos Especiais.

Atenciosamente

Assinatura

Nome por extenso, digitado ou em letra de forma (para autônomos), ou Nome por
extenso, função e carimbo da empresa (para pessoas jurídicas)

DOCUMENTAÇÃO PARA CREDENCIAMENTO

(A) CREDENCIAMENTO DE PESSOAS JURÍDICAS

a) Estatuto ou Contrato Social em vigor, devidamente consolidado, ou todas as suas


alterações, em suas cláusulas e registrado no órgão pertinente. Em se tratando de
sociedades comerciais e, no caso de sociedade por ações, acompanhados de
documentos de eleição de seus administradores;

b) Alvará(s) de funcionamento emitido(s) pela(s) Prefeitura(s) do(s) local(is) onde se


encontra(m) a(s) instalação(ões) da empresa a ser credenciada;
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c) Cartão de Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);

d) Cartão de Inscrição no Cadastro de Contribuintes, estadual ou municipal, se houve,


relativo ao domicílio ou sede da empresa;

e) Prova de regularidade com a Fazenda Municipal e a Seguridade Social, mediante a

apresentação dos seguintes documentos:

Certidão Negativa de Tributos do Município do Rio de Janeiro;

Certidão de Regularidade com a Seguridade Social (CND);

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EMPRESA TRANSPORTADORA / AUTÔNOMO: ______________________________________________

DADOS DOS VEÍCULOS PARA O TRANSPORTE DE RESÍDUOS:

CAPACIDADE ANO DE
N° MARCA TIPO TARA N° RENAVAM PLACA
DE CARGA FABRICAÇÃO

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Atenciosamente

Nome por extenso, digitado ou em letra de forma (para autônomos), ou Nome por extenso, função e carimbo da empresa (para
pessoas jurídicas)

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Agosto, 2013 – Rev.00
APRESENTAÇÃO DA RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Rio de Janeiro, Dia, mês e ano
À COMLURB
Gerência de Fiscalização e Controle – PGF
Rua Major Ávila, 358 – Tijuca
Rio de Janeiro – RJ
EMPRESA TRANSPORTADORA / AUTÔNOMO: _________________
DADOS DOS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA O TRANSPORTE DE ENTULHO

N° TIPO CAPACIDADE (M³) DIMENSÃO ( L x C x A ) N° DO EQUIPAMENTO

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 100
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Atenciosamente

Nome por extenso, digitado ou em letra de forma (para autônomos), ou Nome por extenso, função e carimbo da empresa (para
pessoas jurídicas)
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ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS MÍNIMAS PARA VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS

A. REMOÇÃO DE LIXO EXTRAORDINÁRIO

(A) VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS ACEITOS

A.01 A remoção do lixo extraordinário poderá ser feita com os seguintes veículos e
equipamentos:

a) Veículo Compactador

Veículo com caixa coletora compactadora rígida, estanque e indeformável, fabricada


totalmente em aço soldado, com superfícies internas lisas e de cantos arredondados, com
capacidade útil mínima de 6 m³ (seis metros cúbicos) e dotada de calha coletora de
chorume, impermeabilizada e com volume adequado à quantidade de lixo coletado. O
veículo deverá vir montado em chassi de peso bruto total compatível com o peso próprio
do veículo, somado ao peso da caixa coletora cheia (peso específico mínimo do lixo
compactado igual a 500 kg/m³ - quinhentos quilogramas por metro cúbico). O sobre-
chassi deverá ser fabricado em aço soldado.

b) Veículo Poliguindaste

Veículo do tipo “Poliguindaste” com guindaste acionado por sistema hidráulico, com
capacidade mínima de 7 (sete) toneladas, sapatas mecânicas ou hidráulicas, montado em
chassi para peso bruto total mínimo de 12 (doze) toneladas, com tomada de força. Os
veículos poliguindaste utilizados na coleta do lixo extraordinário somente poderão
remover caixas estacionárias fechadas (ver especificação na alínea h deste tópico).

c) Veículo Roll On – Roll Off

Veículo do tipo “RollOn – RollOff” dotado de sistema hidráulico para recolhimento e


báscula de caixas compactadoras estacionárias de 7 m³ (sete metros cúbicos), no
mínimo, montado em chassi com dois eixos traseiros e peso bruto total mínimo de 23
(vinte e três) toneladas.

d) Veículo Basculante com Guindaste Hidráulico

Veículo com caçamba basculante retangular, rígida, aberta superiormente, totalmente


fabricada em aço soldado e apresentando cantos arredondados; de 12 m³ (doze metros
cúbicos) de capacidade volumétrica mínima, montada em chassi para peso bruto total
mínimo de 15 (quinze) toneladas, com tomada de força e equipado com guindaste
veicular de capacidade mínima igual a 9 t.m (nove toneladas metro). O sistema de
báscula da caçamba deverá ser do tipo hidráulico. Para a coleta de lixo extraordinário, a
caçamba do veículo deverá possuir cobertura de lona.

e) Veículo Baú com Carroceria Fixa

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Veículo com carroceria fixa retangular, rígida, totalmente fechada, fabricada em alumínio
ou material de resistência similar; de 6 m³ (seis metros cúbicos) de capacidade
volumétrica mínima, montada em chassi para peso bruto total mínimo de 8 (oito)
toneladas. O transporte de resíduos neste tipo de veículo não poderá ser feito a granel; só
será permitido o transporte de resíduos que estiverem devidamente confinados em
recipientes estanques de material rígido e resistente.

f) Furgão Leve

Furgão com cabine para transporte de passageiros e carroceria para transporte de carga
de, no mínimo, 500 (quinhentos) quilogramas. A carroceria deverá ser fechada, estanque,
separada da cabine de passageiros, com paredes internas lisas e dotada de dispositivo
para contenção de chorume (ressalto no assoalho junto à porta ou dispositivo similar). O
transporte de resíduos neste tipo de veículo não poderá ser feito a granel; só será
permitido o transporte de resíduos que estiverem devidamente confinados em sacos
plásticos ou recipientes estanques de material rígido e resistente. O fechamento das
portas de carga e descarga deve possuir vedação que evite o vazamento de chorume.

g) Motoneta Tipo Furgão

Motoneta com cabine para transporte de passageiros, isolada e separada da carroceria,


de forma a impedir sua contaminação pelos resíduos. A carroceria deverá ser fechada e
selada e ainda ser dotada de dispositivo para contenção e acumulação de chorume. As
paredes internas deverão ser lisas e com cantos arredondados, de modo a facilitar sua
limpeza e lavagem. A motoneta deverá ter capacidade para transportar, no mínimo, 300
(trezentos) quilogramas de resíduos, permitindo sua carga pela parte superior e sua
descarga pela porta traseira. O fechamento da porta de descarga deve possuir selo
hidráulico que evite o vazamento de chorume.

h) Caixa Estacionária Compactadora

Caixa estacionária retangular, confeccionada em aço soldado, constituída de


compartimento de carga e compactação e caixa coletora, formando um conjunto rígido e
resistente, dotada de dispositivo que permita sua remoção pelo sistema RollOn – RollOff.
A porta traseira deverá possuir dispositivo de vedação de chorume.

i) Caçamba Estacionária Tipo Canguru ou Multiuso – Modelo Fechado

Caixa estacionária, dotada de tampa que impeça a entrada da água de chuva e o


ingresso de insetos e outros vetores, fabricada em aço, com capacidade nominal entre 5
(cinco) e 7 m³ (sete metros cúbicos) dotada de dispositivo que permita sua remoção pelo
veículo poliguindaste ou sua descarga em veículo compactador dotado de dispositivo
aéreo de báscula. O ruído produzido pelo fechamento da tampa deverá estar dentro dos
limites permitidos pela legislação vigente.

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j) Contêiner Semi-enterrado

Contêiner plástico, fabricado em polietileno de alta densidade, com capacidade nominal


mínima de 1 m³ (um metro cúbico), com sistema de remoção do lixo armazenado que
permita o vazamento dos resíduos diretamente para dentro do veículo coletor sem
provocar danos ao meio ambiente.

A.02 Os veículos poliguindaste somente poderão ser utilizados na remoção de caixas


estacionárias fechadas.

B. REMOÇÃO DE LIXO INFECTANTE

(B) VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS ACEITOS

B.01 A remoção do lixo infectante poderá ser feita com os seguintes veículos e
equipamentos:

a) Veículo Baú com Carroceria Fixa

Veículo com carroceria fixa retangular, rígida, totalmente fechada, fabricada em alumínio
ou material de resistência similar, apresentando revestimento interno com paredes lisas e
cantos arredondados; de 6 m³ (seis metros cúbicos) de capacidade volumétrica mínima,
montada em chassi para peso bruto total mínimo de 8 (oito) toneladas. O transporte do
lixo infectante neste veículo só poderá ser feito se os mesmos estiverem confinados em
recipientes estanques de material rígido e resistente.

b) Furgão Leve Hospitalar

Furgão com cabine de passageiros isolada e separada da carroceria, de forma a impedir


sua contaminação pelos resíduos infectantes, com espaço suficiente para transportar os
materiais necessários em caso de acidentes, conforme especificados na norma de
procedimentos de coleta de lixo infectante (Norma Técnica 42-60-01). A carroceria, com
capacidade para transportar, no mínimo, 500 (quinhentos) quilogramas de carga, deverá
ser fechada, selada, estanque, com paredes internas lisas e de cantos arredondados. O
revestimento interno de toda a parte de carga, incluindo as portas traseiras, deverá ser
composto de painéis lisos, sem arestas e reentrâncias que possibilitem o acúmulo de
resíduos, fabricados em fibra de vidro, polietileno ou material similar, com 2,3 mm de
espessura mínima, na cor branca. O enchimento (isolamento) deverá ser constituído de
uma camada de isopor de 50 mm de espessura mínima. O transporte do lixo infectante
neste veículo só poderá ser feito se o mesmo estiver confinado em recipientes estanques
de material rígido e resistente.

c) Motoneta Tipo Furgão Hospitalar

Motoneta com cabine de passageiros isolada e separada da carroceria, de forma a


impedir sua contaminação pelos resíduos infectantes, com espaço suficiente para
transportar os materiais necessários em caso de acidentes, conforme especificados na
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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 104
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norma de procedimentos de coleta de lixo infectante (Norma Técnica 42-60-01). A
carroceria, com capacidade para transportar, no mínimo, 300 (trezentos) quilogramas de
carga, deverá ser fechada, selada, estanque, com paredes internas lisas e de cantos
arredondados. O transporte do lixo infectante neste veículo só poderá ser feito se o
mesmo estiver confinado em recipientes estanques de material rígido e resistente.

C. REMOÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INERTES

(C) VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS ACEITOS

C.01 A remoção de RSI poderá ser feita com o uso dos seguintes veículos e
equipamentos:

a) Veículo Basculante Simples

Veículo com caçamba basculante retangular, rígida, aberta superiormente, totalmente


fabricada em aço soldado; com capacidade volumétrica a partir de 3 m³ (três metros
cúbicos) até 12 m³ (doze metros cúbicos); montada em chassi para peso bruto total
mínimo de 8 (oito) toneladas até 23 (vinte e três) toneladas, com tomada de força. O
sistema de báscula da caçamba deverá ser do tipo hidráulico. Para a coleta de resíduos a
granel a caçamba do veículo deverá possuir cobertura de lona.

b) Veículo Poliguindaste

Veículo do tipo “Poliguindaste” com guindaste acionado por sistema hidráulico, com
capacidade mínima de 7 (sete) toneladas, sapatas mecânicas ou hidráulicas, montado em
chassi para peso bruto total mínimo de 12 (doze) toneladas, com tomada de força.

c) Veículo Roll On – Roll Off

Veículo do tipo “RollOn – RollOff” dotado de sistema hidráulico para recolhimento e


báscula de contêineres abertos, montado em chassi com dois eixos traseiros e peso bruto
total mínimo de 23 (vinte e três) toneladas.

d) Veículo Basculante com Guindaste Hidráulico

Veículo com caçamba basculante retangular, rígida, aberta superiormente, totalmente


fabricada em aço soldado; de 12 m³ (doze metros cúbicos) de capacidade volumétrica
mínima, montada em chassi para peso bruto total mínimo de 15 (quinze) toneladas, com
tomada de força e equipado com guindaste veicular de capacidade mínima igual a 9 t.m
(nove toneladas metro). O sistema de báscula da caçamba deverá ser do tipo hidráulico.
Para a coleta de resíduos a granel a caçamba do veículo deverá possuir cobertura de
lona.

e) Caixa Estacionária Tipo Brooks, Tipo Canguru ou Multiuso – Modelo Aberto Lonado
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Caixa estacionária aberta na parte superior, fabricada em aço, com capacidade nominal
entre 5 (cinco) e 7 m³ (sete metros cúbicos) dotada de dispositivo que permita sua
remoção pelo veículo poliguindaste ou sua descarga em veículo compactador dotado de
dispositivo aéreo de báscula para esse tipo de recipiente.

f) Caçamba Estacionária Roll On – Roll Off

Caçamba estacionária aberta na parte superior, fabricada em aço, com capacidade


nominal mínima de 10 m³ (dez metros cúbicos) dotada de dispositivo que permita sua
remoção pelo sistema RollOn – RollOff.

g) Contêiner Semi-enterrado

Contêiner plástico, fabricado em polietileno de alta densidade, com capacidade nominal


mínima de 1 m³ (um metro cúbico), com sistema de remoção do lixo armazenado que
permita o vazamento dos resíduos diretamente para dentro do veículo coletor, sem
provocar danos ao meio ambiente.

C.02 Os veículos basculantes simples somente poderão ser utilizados na remoção de


bens inservíveis e na remoção de entulho de obras, poda de árvores e limpeza de jardins
e hortas, estes últimos desde que acondicionados em sacos plásticos ou em amarrados,
de acordo com os artigos 44 e 45 da Lei Municipal nº 3.273, de 06/09/01.

CASOS EXCEPCIONAIS

(D) VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS ACEITOS

D.01 Outros veículos e equipamentos poderão ser aceitos para a remoção dos diferentes
tipos de resíduos sólidos especiais desde que previamente submetidos à aprovação da
equipe técnica da COMLURB.

PROGRAMAÇÃO VISUAL NECESSÁRIA PARA O CREDENCIAMENTO

A. REMOÇÃO DE LIXO EXTRAORDINÁRIO

A.01 Os veículos e equipamentos deverão estar adequadamente pintados nas cores


representativas da empresa, com programação visual livre.

A.02 Qualquer que seja a programação visual adotada pela empresa, os veículos e
equipamentos deverão conter, no mínimo, as seguintes informações, estampadas em
ambos os lados do veículo:

a) Logomarca e nome da empresa, onde as letras deverão ter uma altura mínima de 11
(onze) centímetros;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 106
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b) Número de série do veículo ou do equipamento, escrito com letras de 11 (onze)
centímetros de altura;

c) Telefone de contato, escrito com letras de 11 (onze) centímetros de altura;

d) Logomarca do Teleatendimento COMLURB e dizeres do credenciamento, conforme


definido no item A.05.

A.03 Nos veículos tipo Poliguindaste e RollOn - RollOff, onde não há espaço na
carroceria, as informações definidas no item anterior deverão vir estampadas na porta do
veículo, escritas em letras de 7 (sete) centímetros de altura.

A.04 Os veículos deverão conter em ambos os lados, nas portas, um adesivo, com
dimensões de 40 (quarenta) centímetros de altura por 70 (setenta) centímetros conforme
desenho abaixo:

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Agosto, 2013 – Rev.00
A.05 A carroceria e as caçambas estacionárias devem ter, em todo seu perímetro, uma
faixa com no mínimo 5 (cinco) centímetros de largura, fabricada em material refletivo ou
pintada com tinta refletiva, para efeito de sinalização noturna.

B. REMOÇÃO DE LIXO INFECTANTE

B.01 Os veículos e equipamentos deverão estar pintados obrigatoriamente na cor branca,


com programação visual livre.

B.02 Qualquer que seja a programação visual adotada pela empresa, os veículos e
equipamentos deverão conter, no mínimo, as seguintes informações, estampadas em
ambos os lados do veículo:

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 108
Agosto, 2013 – Rev.00
a) Logomarca e nome da empresa, onde as letras deverão ter uma altura mínima de 11
(onze) centímetros;

b) Número de série do veículo ou do equipamento, escrito com letras de 11 (onze)


centímetros de altura;

c) Telefone de contato, escrito com letras de 11 (onze) centímetros de altura;

d) Logomarca do Teleatendimento COMLURB e dizeres do credenciamento, conforme


definido no item B.05.

B.03 Nos veículos de pequeno porte, onde não há espaço na carroceria, as informações
definidas no item anterior deverão vir estampadas na porta do veículo, escritas em letras
de 7 (sete) centímetros de altura.

B.04 Além destas informações, os veículos deverão conter em ambos os lados, nas
portas, um adesivo, com dimensões de 40 (quarenta) centímetros de altura por 70
(setenta) centímetros de largura, conforme desenho abaixo.

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B.05 A carroceria e as caçambas estacionárias devem ter, em todo seu perímetro, uma
faixa com no mínimo 5 (cinco) centímetros de largura, fabricada em material refletivo ou
pintada com tinta refletiva, para efeito de sinalização noturna.

C. REMOÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INERTES

C.01 Os veículos e equipamentos deverão estar adequadamente pintados nas cores


representativas da empresa ou do transportador autônomo, com programação visual livre.

C.02 Qualquer que seja a programação visual adotada pela empresa ou pelo
transportador autônomo, os veículos e equipamentos deverão conter, no mínimo, as
seguintes informações estampadas em ambos os lados do veículo:

a) Logomarca e nome da empresa ou do transportador autônomo, onde as letras deverão


ter uma altura mínima de 11 (onze) centímetros;

b) Número de série do veículo ou do equipamento (somente para empresas), escrito com


letras de 11 (onze) centímetros de altura;

c) Telefone de contato, escrito com letras de 11 (onze) centímetros de altura;

d) Logomarca do Teleatendimento COMLURB e dizeres do credenciamento, conforme


definido no item C.05.

C.03 Nos veículos tipo Poliguindaste e RollOn - RollOff, onde não há espaço na
carroceria, as informações definidas no item anterior deverão vir estampadas na porta do
veículo, escritas em letras de 7 (sete) centímetros de altura.

C.04 A programação visual dos veículos e equipamentos, com exceção dos veículos
Poliguindaste e RollOn - RollOff, deverá conter a figura a seguir, conforme desenho
abaixo:

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 110
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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 111
Agosto, 2013 – Rev.00
Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 112
Agosto, 2013 – Rev.00
Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 113
Agosto, 2013 – Rev.00
C.06 Os veículos e os equipamentos, com exceção dos bags e dos contêineres semi-
enterrados, devem ter, em todo seu perímetro, uma faixa com, no mínimo, 5 (cinco)
centímetros de largura, fabricada em material refletivo ou pintada com tinta refletiva, para
efeito de sinalização noturna.

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 114
Agosto, 2013 – Rev.00
Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 115
Agosto, 2013 – Rev.00
Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 116
Agosto, 2013 – Rev.00
Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 117
Agosto, 2013 – Rev.00
MODELO DE REQUERIMENTO PARA INCLUSÃO/EXCLUSÃO DE VEÍCULOS E
EQUIPAMENTOS

Dia, mês e ano

Rio de Janeiro, ________________

À COMLURB

Gerência de Fiscalização e Controle – PGF

Rua Major Ávila, 358 – Tijuca

Rio de Janeiro – RJ

Prezados Senhores,

Razão Social da Empresa (ou Nome do Autônomo), localizada (ou morador) na


(Endereço da Empresa ou do Autônomo), CNPJ (ou CPF) nº
__________________, vem solicitar a (inclusão ou exclusão) em seu Certificado
de Credenciamento do(s) veículo(s) e/ou equipamento(s) relacionado(s) a seguir,
para realizar os serviços de coleta e transporte de (Resíduos Sólidos Inertes e/ou
Lixo Extraordinário e/ou Lixo Infectante) no Município do Rio de Janeiro.

Descrição do Equipamento Capacidade (m³)...... Finalidade

Na inclusão, apresentamos o(s) Certificado(s) de Registro e Licenciamento de


Veículos – CRLV, com a devida validade do DETRAN, relativo(s) ao(s) veículo (s)
em questão.

Atenciosamente

Assinatura

Nome por extenso, digitado ou em letra de forma (para autônomos), ou Nome por
extenso, função e carimbo da empresa (para pessoas jurídicas)

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 118
Agosto, 2013 – Rev.00
MODELO DE REQUERIMENTO PARA RENOVAÇÃO DO ATESTADO DE
CONFORMIDADE DE FROTA

Dia, mês e ano

Rio de Janeiro, ________________

À COMLURB

Gerência de Fiscalização e Controle – PGF

Rua Major Ávila, 358 – Tijuca

Rio de Janeiro – RJ

Prezados Senhores,

Razão Social da Empresa (ou Nome do Autônomo), localizada (ou morador) na


(Endereço da Empresa ou do Autônomo), CNPJ (ou CPF) nº
__________________, vem solicitar a renovação do Atestado de Conformidade
de Frota do(s) veículo(s) relacionado(s) a seguir, para realizar os serviços de
coleta e transporte de (Resíduos Sólidos Inertes e/ou Lixo Extraordinário e/ou Lixo
Infectante) no Município do Rio de Janeiro.

Tipo do
Marca Ano Placa Finalidade
Veículo

Apresentamos junto a este requerimento o(s) Certificado(s) de Registro e


Licenciamento de Veículos – CRLV, com a devida validade do DETRAN,
relativo(s) ao(s) veículo (s) em questão.

Atenciosamente

Assinatura

Nome por extenso, digitado ou em letra de forma (para autônomos), ou Nome por
extenso, função e carimbo da empresa (para pessoas jurídicas)

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 119
Agosto, 2013 – Rev.00
MODELO DE REQUERIMENTO PARA RENOVAÇÃO DE CREDENCIAMENTO

Dia, mês e ano

Rio de Janeiro, ________________

À COMLURB

Gerência de Fiscalização e Controle – PGF

Rua Major Ávila, 358 – Tijuca

Rio de Janeiro – RJ

Prezados Senhores,

Razão Social da Empresa (ou Nome do Autônomo), localizada (ou morador) na


(Endereço da Empresa ou do Autônomo), CNPJ (ou CPF) nº
__________________, vem solicitar a renovação de seu credenciamento junto à
COMLURB para realizar os serviços de coleta e transporte de (Lixo Extraordinário
e/ou Lixo Infectante e/ou Resíduos Sólidos Inertes) no Município do Rio de
Janeiro.

Declaramos conhecer os termos da Lei Municipal nº 3.273/01, Portaria “N”


COMLURB n° 001 de 30 de agosto de 2010 e das Normas Técnicas da
COMLURB e nos comprometemos a respeitar, sem restrições a todas as suas
condições.

Em anexo, apresentamos para devolução, o último Atestado de Conformidade de


Frota e Equipamentos e o Certificado de Credenciamento junto com a
documentação comprobatória indicada no anexo 2.

Atenciosamente

Assinatura

Nome por extenso, digitado ou em letra de forma (para autônomos), ou Nome por
extenso, função e carimbo da empresa (para pessoas jurídicas).

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 120
Agosto, 2013 – Rev.00
MODELO DE RELAÇÃO DE CLIENTES

REFERENTE MÊS __________ / 20____

Razão CNPJ Endereço Bairro Nota Data Freq. Forma Cap. Quant Volume
Social Fiscal Início Acondic. (lts)

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ANEXO 5

LEI Nº 5.538, de 31 de outubro de 2012

DISPÕE SOBRE A OBRIGATORIEDADE DO PROCESSO DE COLETA


SELETIVA DE LIXO NOS GERADORES DE LIXO EXTRAORDINÁRIO NO
MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.

O Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro nos termos do art. 79, § 7º,
da Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, de 5 de abril de 1990, não
exercida a disposição do § 5º do artigo acima, promulga a Lei nº 5.538, de 31 de
outubro de 2012, oriunda do Projeto de Lei 1499-A, de 2007, de autoria do Senhor
Vereador Roberto Monteiro.

Art. 1º Fica instituída a obrigatoriedade do processo de coleta seletiva de lixo nos


geradores de lixo extraordinário no Município do Rio de Janeiro.

Parágrafo Único - Para os fins desta Lei, em especial o disposto no caput, aplica-
se, no que couber, a Lei nº 3.273, de 6 de setembro de 2001 e sua
regulamentação respectiva.

Art. 2º Os geradores de lixo extraordinário deverão separar os resíduos


produzidos em todos os seus setores em, no mínimo, cinco tipos: papel, plástico,
metal, vidro e resíduos gerais não recicláveis.

Parágrafo Único - As lixeiras coloridas eventualmente utilizadas deverão ficar


preferencialmente dispostas uma ao lado da outra de maneira acessível,
formando conjuntos de acordo com os tipos de resíduos.

Art. 3º Para o cumprimento desta Lei será necessário:

I - a implantação de lixeiras, em locais acessíveis e de fácil visualização,


para os diferentes tipos de lixo produzidos nas dependências dos
estabelecimentos e/ou unidades geradoras, contendo especificações de
acordo com a Resolução nº 275/2001 do CONAMA (Conselho Nacional do
Meio Ambiente);

II - o recolhimento periódico dos resíduos coletados e o envio destes para locais


adequados, que garantam a sua reciclagem.

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Art. 4º Os geradores de lixo extraordinário serão responsáveis pela implantação
da coleta seletiva.

Art. 5º O uso de lixeiras para coleta seletiva dentro dos sanitários não será
obrigatório.

Art. 6º O espaço destinado à implantação obedecerá aos seguintes itens:

I - haverá próximo a cada conjunto de lixeiras, uma placa explicativa sobre o uso
destas e o significado de suas respectivas cores;

II - a placa, mencionada no inciso anterior, deverá estar em local de fácil acesso


aos portadores de necessidades especiais visuais;

III - próximo às lixeiras haverá identificações claras que abranjam os códigos


linguísticos apropriados aos deficientes visuais.

Art. 7º O descumprimento do disposto nos artigos desta Lei ensejará ao infrator:

I - aplicação de multa no valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais);

II - dobrada em caso de reincidência;

III - cassação do alvará.

§ 1º Os valores em Reais estipulados nesta Lei serão reajustados de acordo com


o índice e o período aplicáveis aos reajustes dos créditos tributários municipais.

§ 2º Só serão passíveis de sanção na presente Lei os estabelecimentos e/ou


unidades geradoras de lixo que estejam localizadas nas áreas onde a Prefeitura
realiza o recolhimento dos resíduos oriundos de coleta seletiva.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 2012.

Vereador JORGE FELIPPE

Presidente

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ANEXO 6

Lei 1.212, de 21 de setembro de 1993, alterada pela Lei nº 1588, de 16 de julho


de 1997, pela Lei nº 1661, de 09 de junho de 1998, Lei nº2297, de 06 de janeiro
de 2006, Lei nº2366, de 18 de julho de 2006e pela Lei nº 2685, de 30 de
dezembro de 2009, passando a vigorar com a seguinte redação:

A Câmara Municipal de Niterói decreta e eu sanciono e promulgo a seguinte


Lei.

TÍTULO I

DAS FINALIDADES E COMPETÊNCIAS

Art 1º - Esta Lei institui o Código de Limpeza Urbana do Município de Niterói que
regerá as atividades de limpeza urbana no Município.

Parágrafo único - O serviço de limpeza urbana tem por finalidade dar o tratamento
adequado aos resíduos sólidos gerados no Município.

Art. 2º - Ao Presidente e aos servidores da Companhia Municipal de Limpeza


Urbana de Niterói compete cumprir e fazer cumprir as normas do presente
Código.

Art. 3º - Os serviços de limpeza pública são de competência da Companhia


Municipal de Limpeza Urbana de Niterói - CLIN, que poderá executá-los
diretamente ou através de contratação e credenciamento de terceiros.

Art. 4º - Compete à Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói coletar,


transportar, dar tratamento e destinação final aos resíduos sólidos:

I - de origem domiciliar;

II - de material de varredura, limpeza de logradouros públicos e limpeza de praias;

III - em aterros ou usinas de tratamento.

Parágrafo Primeiro - O serviço de recolhimento da CLIN atenderá até 120 (cento


e vinte) litros de resíduos por retirada dia. As Unidades Geradoras referidas no
parágrafo 1º do artigo 8º que produzirem resíduos além do volume acima deverão

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providenciar, às suas expensas, o acondicionamento, a coleta, transporte,
tratamento e destinação final, considerado lixo excedente/extraordinário.

Parágrafo Segundo - Poderá a Companhia Municipal de Limpeza Urbana de


Niterói proceder a remoção de:

I - entulhos, terras e sobras de materiais de construção;

II - folhagem e resíduos vegetais;

III - resíduos pastosos de qualquer natureza;

IV - lotes de mercadorias, medicamentos, gêneros alimentícios ou quaisquer


outros condenados pela autoridade competente.

Parágrafo Terceiro - A remoção a que se refere o parágrafo segundo deste artigo


será remunerada, segundo tabelas elaboradas pela CLIN.

Parágrafo Quarto - Os resíduos sólidos relacionados nos incisos III e IV do


parágrafo segundo deste artigo, somente serão removidos mediante pareceres
técnicos emitidos por autoridades competentes, municipal, estadual ou federal.

Parágrafo Quinto - Compete a Companhia Municipal de Limpeza Urbana de


Niterói estabelecer normas técnicas, credenciamento de terceiros e valores para a
realização dos serviços descritos neste artigo, realizados por terceiros.

TÍTULO II

DA RESPONSABILIDADE PELO CUMPRIMENTO DESTE CÓDIGO E DA


CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

CAPÍTULO I

DA RESPONSABILIDADE PELO CUMPRIMENTO DESTE CÓDIGO

Art. 5º - São responsáveis pelo cumprimento deste Código todos aqueles que
produzem resíduos sólidos e os executores dos serviços de 1impeza pública,
cabendo:

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I - aos produtores, a obrigação de dispor os resíduos só1idos em locais, horários
e formas de acondicionamento adequado, seguindo as normas emitidas pela
CLIN.

II - aos executores dos serviços de limpeza pública, varrer, coletar, transportar e


dar destinação final aos resíduos sólidos, respeitadas as particularidades de cada
operação.

CAPITULO II

DA CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 6º - Os resíduos só1idos para fins do trabalho realizado pela Companhia


Municipal de Limpeza Urbana de Niterói - CLIN são todos aqueles que podem ser
recolhidos por pá manual e classificam-se em:

I - Facilmente degradável - é o resíduo que se decompõe em pouco tempo; como


os restos de comida, papéis e folhas.

II - Inerte - é o resíduo que não está sujeito ao processo de decomposição


espontânea em curto espaço de tempo, como os metais, vidros, plásticos, terras,
pedras, borrachas, madeiras e couros.

III - Perigoso - é o resíduo que apresenta características de inflamabilidade,


corrosividade, reatividade, toxidade e também objetos ou suas partes que possam
ocasionar riscos de perfuração ou cortes, como os produtos químicos, rejeitos
industriais e de laboratórios, lâminas, vidros, pilhas e baterias.

IV - Séptico - é o resíduo patogênico que possa gerar contaminação como os


plasmas sanguíneos, agulhas, seringas, gazes e partes do corpo humano.

TÍTULO III

DAS UNIDADES GERADORAS

Art. 7º - São Unidades Geradoras de resíduos sólidos todas as pessoas naturais e


jurídicas:

I - o cidadão;

II - estabelecimentos residenciais;

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III - estabelecimentos de prestação de serviços ou de comercialização de
mercadorias;

IV - estabelecimentos industriais;

V - estabelecimentos de serviços de saúde;

VI - comércio itinerante e eventual;

VII - órgãos públicos;

VIII - igrejas, clubes, associações ou outras instituições.

Parágrafo Único - Cada Unidade Geradora de resíduos sólidos fica obrigada a dar
tratamento adequado e diferenciado à guarda, ao acondicionamento e à
disposição para coleta do mesmo, de acordo com as normas definidas pela CLIN.

TITULO IV

DAS OBRIGAÇÕES DAS UNIDADES GERADORAS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 8º - Os responsáveis pelas unidades geradoras de resíduos sólidos


deverão providenciar, por meios próprios, os recipientes necessários ao
acondicionamento dos resíduos sólidos produzidos.

Parágrafo Primeiro - O recolhimento dos resíduos sólidos


excedentes/extraordinários, referência ABNT 10004:2004 Classe II A e II B, cujas
características são similares aos resíduos domésticos, não tóxicos, das unidades
geradoras III, IV, V, VI, VII e VIII, do artigo 7º, deverá ser realizado através de
empresa especializada em coleta e transporte de resíduos.

Parágrafo Segundo - As unidades geradoras de resíduos ou seus prepostos,


devidamente credenciados pela CLIN, que fizerem uso efetivo da infraestrutura de
destinação final no município, se obrigam ao pagamento de acordo com a tabela
de preços de resíduos sólidos elaborada pela CLIN, que será atualizada
anualmente. Caso haja terceirização da destinação final dos resíduos, o valor a
ser pago será através de livre negociação entre a prestadora de serviços e a
gestora da destinação final, resguardados os direitos da CLIN, estabelecidos em
norma própria.

Art. 9º - O acondicionamento e a disposição dos resíduos para coleta residencial,


deverão ser feitos em recipientes plásticos com tampa, de duas rodas, de 240
(duzentos e quarenta) litros, na cor azul escuro, ou em sacos plásticos de 100

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(cem) litros, na cor preta, em conformidade com a normas da ABNT, referência
NBR 10004:2004 Classe II A e II B, cujas características são similares aos
resíduos domésticos, não tóxicos e NBR 9191:2002.

Parágrafo Único - O acondicionamento e a disposição do resíduo sólido urbano


para coleta comercial e outros afins, deverão ser feitos obrigatoriamente em
recipiente plástico com tampa, de duas rodas, de 120 (cento e vinte) litros, de 240
(duzentos e quarenta) litros ou 1200 (mil e duzentos) litros, na cor verde escuro,
em conformidade com a normas da ABNT, referência NBR 10004:2004 Classe II
A e II B, cujas características são similares aos resíduos domésticos, não tóxicos.
Somente será permitido o uso de sacos plásticos, na cor preta, para eliminar o
contato do resíduo com o recipiente plástico, referência ABNT- NBR 9191:2002.

Art. 10º - Os veículos transportadores de materiais a granel ficam obrigados à


utilização de cobertura e sistema de proteção.

Art. 11º - Os veículos transportadores de resíduos pastosos ficam obrigados à


utilizado de carrocerias estanques.

TÍTULO V

DA FISCALIZAÇÃO, DAS INFRAÇÕES À LIMPEZA URBANA E DAS


PENALIDADES

CAPÍTULO I

DA FISCALIZAÇÃO

Art. 12º - A fiscalização do disposto neste Código será efetuada pelos ocupantes
de funções de Fiscal de Limpeza Urbana, Chefia e Assistentes da Inspetoria de
Limpeza Urbana da Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói.

Parágrafo Primeiro - A Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói - CLIN


exercerá a função fiscalizadora, no sentido de fazer cumprir os preceitos deste
Código e das Normas que o complementem.

Parágrafo Segundo - Os servidores investidos de função fiscalizadora deverão,


observadas as formalidades legais, inspecionar, vistoriar, intimar, notificar e
apreender, desde que relacionadas com a legislação específica e com este
Código.

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Parágrafo Terceiro - Pelas infrações às disposições da legislação sobre a limpeza
urbana, serão aplicadas multas de acordo com o Art. 14, às unidades geradores
de resíduos sólidos, definidas no Art. 7°, deste Código.

Parágrafo Quarto - Os Autos de Infração não tributários serão lavrados pelos


agentes competentes.

Parágrafo Quinto - Cabe à CLIN o recebimento das multas aplicadas, em


decorrência da transgressão ou infringência deste Código.

Parágrafo Sexto - O desrespeito ou desacato ao servidor no exercício de suas


funções ou empecilho oposto à inspeção a que se refere o parágrafo anterior,
sujeitará o infrator às multas previstas neste Código.

Parágrafo Sétimo - Toda ação fiscal será precedida de notificação para que o
infrator, em prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, proceda às medidas
necessárias à retirada dos resíduos sólidos.

CAPITULO II

DAS INFRAÇÕES A LIMPEZA URBANA

Art. 13º - Constitui infração à limpeza urbana:

I - depositar, lançar ou atirar nos logradouros públicos resíduos sólidos de


qualquer natureza;

II - distribuir e/ou afixar em logradouros públicos propagandas, faixas, cartazes


e/ou anúncios em locais que não estejam previamente autorizados e/ou
licenciados, exceto campanhas eleitorais e de saúde pública;

III - deixar de fazer a limpeza de logradouros ou passeios públicos, após carga ou


descarga de materiais;

IV - usar equipamento de redução de resíduos sólidos em operação deficiente ou


inoperante, em conformidade com os termos da Portaria 006/ 80-SMOSP;

V - prejudicar, de qualquer maneira os serviços de limpeza do Município;

VI - não manter em perfeito estado de limpeza os passeios públicos, terrenos


cercados ou murados, edificados ou não;

VII - a inobservância de qualquer das disposições contidas neste Código.

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Parágrafo Primeiro: Responderá pela infração quem, por ação ou omissão, lhe
deu causa ou concorreu para sua prática ou dela se beneficiou.

Parágrafo Segundo: Notificação é o processo pelo qual se dá conhecimento à


parte de providência ou medida que a ela incumbe realizar no prazo determinado.

CAPITULO III

DAS PENALIDADES

Art. 14º - Pelas infrações às disposições deste Código, serão aplicadas multas de
acordo com os incisos deste artigo.

I - Por não utilizar recipientes próprios necessários ao acondicionamento dos


resíduos sólidos, conforme o art. 8º multa de 45, 61 UFIR's;

II - Por não condicionar os resíduos sólidos, conforme o artigo 9º 45,61 UFIR's ;

III - Por não atender às determinações previstas no inciso I, do artigo 13: 456,10
UFIR's ;

IV - Por não atender às determinações previstas no inciso II, artigo 13: 91,22
UFIR's;

V - Por não atender às determinações previstas no inciso III, do artigo 13: 456,10
UFIR's;

VI - Por não atender às determinações previstas no inciso IV, do artigo 13: 228,05
UFIR's;

VII - Por não atender às determinações previstas no inciso V, do artigo 13: 91,22
UFIR's:

VIII - Por não atender às determinações previstas no inciso VI, do artigo 13:
228,05 UFIR's:

IX - Por não utilizar cobertura e sistema de proteção nos veículos transportadores


de material a granel: 456,10 UFIR's

X - Por não utilizar carrocerias estanques nos veículos transportadores de


resíduos pastosos ou líquidos: 456,10 UFIR's.

Art. 15º - Sem prejuízo das multas fiscais previstas no artigo anterior, fica
obrigado o infrator a ressarcir à CLIN os custos operacionais de execução dos

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serviços, acrescidos de uma taxa de 20% (vinte por cento) sobre o valor dos
serviços executados.

Parágrafo único: O não pagamento dos custos operacionais no prazo de 30


(trinta) dias implicará a remessa da despesa para inscrição da Dívida Ativa do
Município.

Art. 16º - O pagamento da multa não isenta o infrator,ficando o mesmo


responsável pelos danos causados à limpeza pública e suas consequências.

Parágrafo Primeiro: Após a lavratura do auto, o infrator deverá providenciar a


remoção dos resíduos sólidos, no prazo de 24 (vinte quatro) horas.

Parágrafo Segundo: O não pagamento da multa no prazo de 10 (dez) dias


implicará a remessa do auto para inscrição na Dívida Ativa do Município,
observado o procedimento recursal.

Art. 17º - Na hipótese de o infrator estar em lugar desconhecido e/ou incerto, a


notificação far-se-á por edital, com prazo de até 15 (quinze) dias, a partir da data
de sua publicação, para cumprimento da obrigação, sob pena de recolhimento do
material pela CLIN ou à sua ordem.

Art. 18º - Persistindo a situação proibida ou vedada por este Código, serão
lavrados novos autos de infração, a cada reincidência, aplicando-se a multa em
dobro, progressivamente.

Art. 19º - Recusando-se o infrator a assinar o auto de infração, será tal recusa
averbada no mesmo, pela autoridade que o lavrar, publicando-se no orgão oficial
do Município a notícia da autuação e da recusa.

Art. 20º - No caso de apreensão, o bem apreendido ficará sob a responsabilidade


da Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói.

Parágrafo Primeiro: A devolução do bem apreendido dar-se-á após o pagamento


das multas aplicadas e das taxas de transporte, depósito e guarda.

Parágrafo Segundo: As taxas de depósito e guarda referidas no parágrafo anterior


serão calculadas com base em 0,54 UFIR's, por metro quadrado diário de
ocupação do bem, acrescido do custo de transporte, conforme tabela da EMOP.

Parágrafo Terceiro: O bem apreendido não reclamado no prazo de 30 dias, será


vendido pela CLIN, em leilão, ou terá a destinação por ela determinada,
obedecidas as normas legais.

TÍTULO VI

DA ESCRIVANINHA FISCAL, DOS RECURSOS E DO JULGAMENTO

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Art. 21º - Caberá à Escrivaninha Fiscal o recebimento das Intimações,
Notificações, Autos de Infrações, Recursos e seus procedimentos.

Art. 22º - O contribuinte, após o recebimento do Auto de Infração, poderá interpor


recurso no prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo Primeiro: O recurso em primeira instância será julgado pela


Coordenadoria Jurídica.

Parágrafo Segundo: O contribuinte poderá recorrer à Presidência da decisão de


primeira instância, no prazo de 5 (cinco) dias, a contar da data de ciência da
decisão.

Art. 23º - Findo o prazo para interposição de recurso e, não tendo sido recolhida a
multa e/ou ressarcidos os custos operacionais previstos no art. 15, será inscrito o
débito em dívida ativa e encaminhado à Procuradoria para cobrança judicial.

TÍTULO VII

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no que couber.

Art. 25º - Este Código entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 26º - Revogam-se as disposições em contrário.

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ANEXO 7

RESOLUÇÃO CLIN Nº 01/2010

O Diretor Presidente da COMPANHIA MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA DE


NITERÓI-CLIN, no uso de suas atribuições estatutárias, e considerando a
necessidade de serem criados procedimentos internos para
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final de
resíduos sólidos com características similares aos resíduos domésticos,
não tóxicos, de origem comercial, considerados excedentes/extraordinário
gerados no Município de Niterói.

Considerando que a Lei Municipal nº1212 e suas alterações (Código de Limpeza


Urbana), Lei Municipal nº2624 de 30/12/2008 e suas alterações, (Código de
Postura), Lei Municipal nº2597 de 30/09/2008 e suas alterações (Código
Tributário) Lei Municipal nº2602 de 14/10/2008 e suas alterações (Código do Meio
Ambiente) atribuem competência a CLIN para gestão dos resíduos sólidos
urbanos;

Considerando que é necessária a normatização dos procedimentos para o


acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final do lixo
excedente/extraordinário e do resíduo de Serviço de Saúde gerado no município
de Niterói;

Considerando que detêm à condição de Grande Gerador os estabelecimentos


comerciais e outras entidades afins, que produzirem o volume de resíduos
superior a 120 litros por dia, denominados lixo excedente/extraordinário e
classificados pela ABNT referência 10004, classe IIA e IIB, cujas características
são similares aos resíduos domésticos, não tóxicos;

Considerando que o CONAMA e ANVISA determinam que o gerador de resíduos


de Serviços de Saúde é o responsável pela coleta, transporte, tratamento e sua
destinação final;

Considerando que a Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói – CLIN


tem o objetivo de reduzir a geração dos resíduos sólidos no Município, com o
propósito de eliminar parte dos impactos negativos ao meio ambiente e aumentar
a vida útil dos Aterros Sanitários;

Considerando que o Aterro do Morro do Céu, local atual de destinação final dos
resíduos encontra-se em fase de encerramento, com sua vida útil esgotada;

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Considerando que os grandes geradores deverão responsabilizar-se pelos custos
adicionais e a aplicação deste instrumento econômico proporcionará a redução da
geração de resíduos:

RESOLVE:

Art. 1º - Para a prestação dos serviços objeto desta Norma, o gerador e a


empresa responsável pela coleta e transporte, deverá providenciar tratamento
adequado e destinação final dos resíduos sólidos, em consonância com a
legislação municipal, estadual e federal, inclusive as normas da ABNT.

Art. 2º - Os estabelecimentos comerciais e outras instituições afins que


gerarem resíduos acima de 120 litros por dia deverão providenciar, às suas
expensas, a coleta, transporte, tratamento e destinação final do lixo
excedente/extraordinário.

Parágrafo Único – Os geradores reconhecidos como Entidades Filantrópicas e


declaradas de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, sem remunerar dirigentes e
assemelhados, localizados no Município de Niterói, estarão dispensados das
obrigações desta Resolução.

Art. 3º - As Unidades de Saúde deverão cumprir a Resolução CONAMA nº358 de


29 de abril de 2005 e RDC ANVISA nº306 de 07 de dezembro de 2004, e
providenciar, às suas expensas, a coleta, transporte, tratamento e destinação final
dos resíduos classificados como Serviço de Saúde pelos órgãos citados neste
artigo.

Art. 4º - Os geradores de lixo excedente/extraordinário e de resíduos de Serviço


de Saúde deverão contratar empresa especializada em coleta, transporte, visando
o tratamento e destinação final dos resíduos ou requisitar os serviços da CLIN, de
acordo com a sua Tabela de Preços (Anexo II), podendo, para tanto, celebrar
contrato.

Art. 5º - As empresas especializadas que realizarem a prestação de serviços de


coleta e transporte para fins de tratamento e destinação final do lixo
excedente/extraordinário e de resíduos de Serviço de Saúde, deverão estar
cadastradas na CLIN, para serem autorizadas a executar esses serviços,
apresentando os seguintes documentos:

o Contrato Social / Estatuto

o CNPJ da Razão Social

o Identidade do(s) responsável(eis) pela empresa

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o Identidade do(s) responsável(eis) técnico(s) da empresa

o Certidão de regularidade com o ISS do município de Niterói

o Licença de coleta/transporte expedida pelo INEA

o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo

o Certidão de Regularidade com a Receita Federal do Brasil

§ 1º - O gerador deverá exigir da empresa transportadora o “Certificado de


Cadastro de Coleta e Transporte de Lixo Excedente /Extraordinário e Serviço de
Saúde”, expedido pela CLIN, conforme o modelo “Anexo I”, para a prestação de
serviço objeto desta Resolução.

§ 2º - O gerador não poderá contratar terceiros que prestam serviços na


informalidade e empresas transportadoras que não estejam em situação regular
com a CLIN, para destinar seus resíduos.

§ 3º – A empresa que descumprir a presente Resolução e as normas legais e/ou


estiver em débito com a Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói –
CLIN, poderá ter sua autorização de coleta e transporte de lixo
excedente/extraordinário cancelada e estará sujeita às penalidades previstas nas
normas da CLIN e do Município de Niterói.

§ 4º- A CLIN disponibilizará através do seu site – www.clin.rj.gov.br, a relação das


empresas que estão autorizadas a prestar os serviços de coleta e transporte do
lixo excedente/extraordinário e dos resíduos de serviços de Saúde.

Art. 6º - O gerador deverá formalizar documento de Prestação de Serviço com a


empresa transportadora, identificando as partes, local do recolhimento dos
resíduos e valor unitário correspondente ao tipo de recipiente utilizado na coleta
dos resíduos.

Parágrafo Primeiro - As empresas transportadoras, deverão protocolar na CLIN,


no prazo máximo de até 7 (sete) dias, do mês subsequente ao da prestação de
serviços, Relatórios devidamente preenchidos, conforme Anexo III.

Art. 7º- O grande gerador deverá acondicionar seus resíduos para coleta e
transporte em recipiente plástico ou metálico com tampa, adesivado conforme
modelo “Anexo II”, de 120 (cento e vinte) litros, 240 (duzentos e quarenta) litros de
02 (duas) rodas, ou 1200 (mil e duzentos) litros de 04 (quatro) rodas ou outras
dimensões padrão do mercado, na cor verde escuro, em conformidade com a
legislação do Município de Niterói.

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§ 1º - Os transportadores deverão coletar os resíduos objeto desta Resolução nas
dependências do gerador, ficando este impedido de dispor os resíduos para
coleta fora do seu estabelecimento.

§ 2º- A coleta e o transporte do lixo excedente/extraordinário e dos resíduos de


Serviço de Saúde somente poderão ser realizados no horário entre 10:00h e
17:00h e de 20:00h até 01:00h do dia seguinte, de segunda a domingo, inclusive
feriados, com exceção, nos casos em que a coleta seja realizada no interior das
dependências do gerador.

§ 3º - O grande gerador que for utilizar outra metodologia de acondicionamento


dos resíduos, não prevista nesta Norma, deverá obter através da empresa
transportadora autorização especial da CLIN.

§ 4º - Até a data de 30 de junho de 2010, poderão ser utilizados pelos geradores


e transportadores, em caráter provisório, recipientes para o acondicionamento dos
resíduos em outras cores fora do padrão estabelecido nesta Resolução, exceto
para resíduos de serviços de saúde.

Art. 8º - O responsável pelo transporte do lixo excedente/extraordinário e


Resíduos de Serviço de Saúde deverá emitir Manifesto de Resíduos, Modelo
INEA, toda vez que houver prestação de serviço.

Parágrafo Único - O responsável pelo transporte do lixo excedente/extraordinário


e Resíduos de Serviço de Saúde deverá encaminhar à Divisão de Escrivaninha
Fiscal da CLIN, até o sétimo dia do mês subsequente ao da prestação de serviço,
cópia da 2ª via de todos os Manifestos de Resíduos emitidos no mês.

Art. 9º - As empresas transportadoras deverão pagar à CLIN - Companhia


Municipal de Limpeza Urbana de Niterói, na qualidade de empresa titular da
concessão de coleta, transporte, tratamento e destinação final do lixo, o valor
equivalente a 10% (dez por cento) do valor total cobrado aos grandes geradores
pela coleta e transporte, o lixo excedente/extraordinário e resíduos de Serviço de
Saúde, efetivamente recolhidos.

Parágrafo Único - Os valores devidos pelas empresas transportadoras


decorrentes da prestação de serviços do lixo excedente/extraordinário e Resíduos
de Serviço de Saúde deverão ser pagos conforme indicação da CLIN, até 30
(trinta) dias após a data de emissão da fatura de cobrança.

Art. 10 - A empresa transportadora deverá temporariamente destinar o lixo


excedente/extraordinário em Aterro Sanitário licenciado de outro município e
providenciar tratamento adequado dos resíduos de Serviço de Saúde, até que
seja implantado novo Sistema de Tratamento e Destinação Final de Resíduos
Sólidos em Niterói.

Art. 11 - Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação e


produzirá efeitos a partir de 01 de maio de 2010. Nos casos de geradores com
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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 136
Agosto, 2013 – Rev.00
volume entre 120 e 240 litros por dia, esta Resolução produzirá efeito a partir de
15 de julho de 2010.

Niterói, 24 de março de 2010.

2. RESÍDUOS AGROSSILVOPASTORIS

2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

Antes de se passar aos números e informações relativas a esta tipologia de


resíduos, convém esclarecer a gama de resíduos enquadrada nesta categoria.

Quando se fala de resíduos agrícolas, é inevitável que venha à lembrança os


resíduos agrotóxicos, sendo que grande parte dos técnicos acha que só exista
este tipo de resíduo. Porém, os resíduos agrossilvopastoris transcendem, em
muito, aos agrotóxicos.

Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - IPEA1, esta tipologia


abrange três grandes grupos, a saber:

a) Resíduos Orgânicos

Grupo composto pelos resíduos gerados na agricultura e agroindústrias


associadas e também pelos resíduos da pecuária e das agroindústrias
associadas ao setor.

b) Resíduos Inorgânicos

Este grupo engloba as embalagens de agrotóxicos, as embalagens de


fertilizantes e os insumos veterinários na pecuária.

c) Resíduos Domésticos da Área Rural

Que abrange os resíduos de mesma característica que o lixo domiciliar, mas


que são gerados nos núcleos urbanos e demais propriedades de cunho
eminentemente agrícola ou pastoril.

Como se pode observar, os resíduos agrossilvopastoris são muito mais


abrangentes do que as embalagens vazias de agrotóxicos, ainda que este tipo de
resíduo seja o que provoca o maior impacto sobre o meio ambiente.

1
Caderno de Diagnóstico - Resíduos Agrosilvopastoris I - Resíduos Orgânicos - IPEA - 2011.
Caderno de Diagnóstico - Resíduos Agrosilvopastoris II - Resíduos Inorgânicos e Resíduos Domésticos da Área Rural -
IPEA - 2011

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 137
Agosto, 2013 – Rev.00
Muito provavelmente por este motivo, a legislação a respeito dos
agrossilvopastoris se limita à Lei dos Agrotóxicos (Lei Federal nº 7.802, de 11 de
julho de 1989 - Anexo 1) que foi regulamentada, à época, pelo Decreto Federal nº
98.816, de 11 de janeiro de 1990.

Posteriormente, esta Lei foi alterada e complementada pela Lei Federal nº 9.974,
de 06 de junho de 2000 (Anexo 2) e seu Decreto regulamentador foi revogado
pelo Decreto Federal 4.074, de 04 de janeiro de 2002, bem como houve a
complementação do regulamento através de uma série de outros Decretos
Federais (Anexo 3).

Em termos estaduais, existem algumas leis que complementam a "Lei dos


Agrotóxicos", como a Lei Estadual n° 3.424, de 21 de junho de 2000, a Lei
Estadual n° 3.972, de 24 de setembro de 2002 (que reforça os termos da Lei
Federal e cria o Cadastro Estadual de Agrotóxicos e Afins), o Decreto n° 15.251,
de 03 de agosto de 1990 (que atribui à Secretaria de Estado do Ambiente a
responsabilidade pelo controle dos agrotóxicos no Estado) e o Decreto n° 15.810,
de 29 de outubro de 1990.

Vê-se, portanto, que a legislação e as ações que regem o setor de agrotóxicos


são eficazes, abrangendo a gestão de coleta, transporte, armazenamento e
destinação ambientalmente correta das embalagens vazias.

Esta eficácia se deve ao caráter inovador da "Lei dos Agrotóxicos", que,


associada à legislação estadual, atribuiu as corretas responsabilidades a cada um
dos agentes envolvidos no ciclo de vida das embalagens, ou seja, fabricantes,
revendedores, usuários e poder público, na perspectiva do que foi,
posteriormente, na lei da Política Nacional de resíduos Sólidos, nominado como
Logística Reversa.

Entretanto, o mesmo não se pode dizer dos demais segmentos, em especial para
o segmento de fertilizantes, onde a legislação vigente não contempla a gestão
das embalagens vazias, sendo que estatísticas e informações a respeito do
retorno destas embalagens são inexistentes.

Já os resíduos das agroindústrias, embora sem contar com legislação específica


para o setor, eram regidas, até a promulgação da PNRS, pelas normas relativas
aos resíduos industriais enquadrados nas Classes I e IIA.

De maneira similar, os insumos veterinários eram administrados e geridos pelas


normas de resíduos de serviços de saúde, enquanto que os resíduos domésticos
eram geridos de acordo com as normas e regulamento (quando havia) dos
resíduos sólidos urbanos.

Da pesquisa efetuada, constatou-se que a edição da PNRS realçou uma lacuna


que havia na gestão destes segmentos, lacuna esta que precisa ser preenchida
através da criação de uma legislação específica que complemente a

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 138
Agosto, 2013 – Rev.00
legislação atual, contemplando todos os resíduos englobados pela tipologia
agrossilvopastoris.

2.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS AGROSSILVOPASTORIS

Conforme se demonstrou no tópico anterior, a maior parte dos resíduos


agrossilvopastoris, até bem pouco tempo atrás fazia parte de outros grupos de
resíduos ou simplesmente eram ignorados.

Por esta razão os dados específicos relativos à geração de cada um dos grupos
destes resíduos são praticamente inexistentes, restringindo-se às embalagens
vazias de agrotóxicos.

Nos itens a seguir serão apresentadas as poucas informações existentes, assim


como se procura estabelecer uma base de dados para futuras atualizações do
Plano Estadual.

2.2.1. RESÍDUOS ORGÂNICOS DERIVADOS DA AGRICULTURA E AGROINDÚSTRIAS

A cada ano que passa o Brasil vem batendo recordes na sua produção agrícola e,
embora o Rio de Janeiro não apresente uma clara vocação agrícola, vem
acompanhando este crescimento com a retomada de culturas tradicionais, como é
o caso do café e da cana de açúcar, ainda que outras culturas tradicionais, como
o cultivo de laranjas, não apresentem a pujança de outrora.

Atualmente, as culturas mais relevantes de nosso Estado são a cana de açúcar, o


café e o cultivo de fruteiras perenes, seguidos dos hortifrutigranjeiros e dos grãos,
conforme se pode ver no Quadro a seguir.

QUADRO 2.2-1 - Áreas de Lavouras dos Municípios do Rio de Janeiro (ha)

ÁREAS DE LAVOURAS DOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO (HA)

MUNICÍPIOS
HORTI-
CANA DE FRUTEIRAS
CAFÉ GRÃOS
AÇÚCAR PERENES
FRUTÍCOLAS

Angra dos Reis 15 0 1.380 0 3

Aperibé 70 0 17 10 67

Araruama 1.760 0 1.567 0 42

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ÁREAS DE LAVOURAS DOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO (HA)

MUNICÍPIOS
HORTI-
CANA DE FRUTEIRAS
CAFÉ GRÃOS
AÇÚCAR PERENES
FRUTÍCOLAS

Areal 0 16 18 0 23

Armação dos Búzios 0 0 24 0 0

Arraial do Cabo 0 0 0 0 0

Barra do Piraí 120 12 10 2 238

Barra Mansa 250 25 30 4 26

Belford Roxo 13 0 55 0 0

Bom Jardim 10 1.135 204 408 430

Bom Jesus do Itabapoana 286 1.510 11 46 530

Cabo Frio 4.000 0 53 0 51

Cachoeiras de Macacu 20 0 1.002 70 42

Cambuci 450 50 14 400 620

Campos dos Goytacazes 73.940 20 693 0 8

Cantagalo 400 20 83 0 12

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ÁREAS DE LAVOURAS DOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO (HA)

MUNICÍPIOS
HORTI-
CANA DE FRUTEIRAS
CAFÉ GRÃOS
AÇÚCAR PERENES
FRUTÍCOLAS

Carapebus 500 0 71 188 152

Cardoso Moreira 3.890 4 71 0 262

Carmo 225 72 45 6 177

Casimiro de Abreu 20 0 233 6 23

Comendador Levy
8 0 12 0 91
Gasparian

Conceição de Macabu 4 30 149 0 0

Cordeiro 100 0 28 10 120

Duas Barras 170 1.050 322 95 588

Duque de Caxias 50 0 171 34 0

Eng. Paulo de Frontin 10 0 100 0 0

Guapimirim 25 0 261 35 0

Iguaba Grande 0 0 19 0 0

Itaboraí 18 0 504 2 48

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ÁREAS DE LAVOURAS DOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO (HA)

MUNICÍPIOS
HORTI-
CANA DE FRUTEIRAS
CAFÉ GRÃOS
AÇÚCAR PERENES
FRUTÍCOLAS

Itaguaí 72 0 3.536 0 0

Italva 314 0 15 20 750

Itaocara 2.000 0 113 85 330

Itaperuna 580 95 41 80 1.160

Itatiaia 8 0 0 0 34

Japeri 150 0 220 5 0

Laje do Muriaé 120 15 4 15 97

Macaé 40 0 2.002 10 740

Macuco 50 0 7 24 42

Magé 90 0 269 300 65

Mangaratiba 35 0 4.793 0 4

Maricá 20 0 165 0 0

Mendes 0 0 13 0 3

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ÁREAS DE LAVOURAS DOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO (HA)

MUNICÍPIOS
HORTI-
CANA DE FRUTEIRAS
CAFÉ GRÃOS
AÇÚCAR PERENES
FRUTÍCOLAS

Mesquita 48 0 9 0 0

Miguel Pereira 0 0 48 10 6

Miracema 300 4 36 32 325

Natividade 165 57 116 40 581

Nilópolis 0 0 0 0 0

Niterói 0 0 0 0 0

Nova Friburgo 0 10 174 235 63

Nova Iguaçu 350 21 375 5 0

Paracambi 25 0 1.266 0 0

Paraíba do Sul 93 35 0 65 57

Paraty 160 0 2.174 0 0

Paty do Alferes 100 0 20 330 45

Petrópolis 0 0 54 10 4

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ÁREAS DE LAVOURAS DOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO (HA)

MUNICÍPIOS
HORTI-
CANA DE FRUTEIRAS
CAFÉ GRÃOS
AÇÚCAR PERENES
FRUTÍCOLAS

Pinheiral 15 0 2 0 18

Piraí 80 3 168 3 33

Porciúncula 180 2.830 30 40 390

Porto Real 20 0 2 0 70

Quatis 190 0 0 1 53

Queimados 170 3 132 8 0

Quissamã 12.600 0 1.204 50 230

Resende 30 0 10 3 213

Rio Bonito 60 0 2.273 0 22

Rio Claro 120 0 360 2 350

Rio das Flores 75 2 15 2 42

Rio das Ostras 8 0 104 3 160

Rio de Janeiro 28 0 1.040 7 0

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ÁREAS DE LAVOURAS DOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO (HA)

MUNICÍPIOS
HORTI-
CANA DE FRUTEIRAS
CAFÉ GRÃOS
AÇÚCAR PERENES
FRUTÍCOLAS

Santa Maria Madalena 450 10 342 5 362

Santo Antônio de Pádua 132 0 55 85 432

São Fidélis 1.500 55 261 2.527 168

São Francisco de
21.500 0 517 45 240
Itabapoana

São Gonçalo 15 0 104 0 0

São João da Barra 3.250 0 171 191 0

São João de Meriti 0 0 0 0 0

São José de Ubá 0 0 0 400 550

São José do Vale do Rio


0 624 400 120 6
Preto

São Pedro da Aldeia 0 0 56 0 25

São Sebastião do Alto 600 0 35 190 175

Sapucaia 100 20 73 15 135

Saquarema 35 0 1.606 0 47

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ÁREAS DE LAVOURAS DOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO (HA)

MUNICÍPIOS
HORTI-
CANA DE FRUTEIRAS
CAFÉ GRÃOS
AÇÚCAR PERENES
FRUTÍCOLAS

Seropédica 155 0 1.180 0 0

Silva Jardim 130 0 1.997 13 38

Sumidouro 60 12 405 150 160

Tanguá 20 0 856 0 7

Teresópolis 0 0 583 82 10

Trajano de Morais 164 150 894 135 330

Três Rios 40 40 11 0 20

Valença 300 10 19 0 35

Varre-Sai 40 5.000 28 0 1.809

Vassouras 50 0 30 80 0

Volta Redonda 95 0 22 0 13

TOTAL 133.286 12.940 37.582 6.739 14.002

FONTE: IBGE, PESQUISA DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA MUNICIPAL (PAM) - 2010.

A cana-de-açúcar, principal cultura do Estado, é cultivada em sua maioria para


beneficiamento industrial, mas também é plantada em áreas de bacias leiteiras,
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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 146
Agosto, 2013 – Rev.00
tendo em vista a falta de alimentos alternativos para o rebanho na época seca do
ano, quando a produção leiteira decresce drasticamente, chegando, inclusive, a
prejudicar o abastecimento do produto no mercado.

Com a possibilidade de se usar a cana-de-açúcar como forrageira ou no preparo


da Sacharina, houve grande interesse dos produtores pelo seu plantio.

As primeiras observações feitas pela PESAGRO-RIO com a cana-de-açúcar para


fins forrageiros foram na Região Serrana (Carmo), onde foram avaliados dez
genótipos, identificando-se as melhores variedades em trabalho conjunto com a
EMATER-RIO e produtores. A partir de então, cresceu a demanda por tecnologia
para a produção de cana-de-açúcar em outros municípios, como Duas Barras,
Sapucaia, Miracema, Araruama, Cachoeiras de Macacu e Cambuci.

A cultura da cana-de-açúcar (Saccharum spp) no Estado do Rio de Janeiro ocupa


uma área superior aos 130 mil hectares, dos quais 91% localizados na região
Norte Fluminense, onde se concentra o maior número de indústrias.

A produtividade da cultura é baixa (46t/ha) devido a não adoção das tecnologias


recomendadas, sendo cultivada para diversas finalidades, como a produção de
açúcar, álcool, caldo, cachaça, rapadura, melado, forragem e Sacharina, sendo as
duas últimas para a alimentação animal.

Um dos problemas atuais da agricultura é a pouca preocupação do setor com a


geração de resíduos e sua posterior destinação ou beneficiamento, tendo em
vista a capacidade potencial que estes resíduos possuem de impactar o meio
ambiente, como é o caso do vinhoto, do bagaço de cana e da torta de filtração.

Segundo Spadotto e Ribeiro2, para cada tonelada de cana de açúcar processada


industrialmente, se obtém, em média, 120 Kg de açúcar e 14 litros de álcool.
Porém, esta mesma quantidade de cana processada gera de 100 a 400 Kg de
torta de filtração, de 800 a 1.000 litros de vinhoto e ainda 260 Kg de bagaço.

Quando se considera os valores levantados pelo diagnóstico do IPEA, vê-se que,


no ano de 2009 o Estado do Rio de Janeiro colheu cerca de 6,5 milhões de
toneladas de cana, o que representaria uma geração mínima de 650 mil toneladas
de torta, 5,2 milhões de litros de vinhoto e 1,7 milhões de toneladas de bagaço.

Por sua vez, a cultura do café gera uma tonelada de resíduos para cada tonelada
de grão de café moído3. Esta relação geraria, no ano de 2009, uma quantidade de
resíduos aproximadamente igual a 200 mil toneladas, de acordo com os dados do
IPEA.

2
Spadotto, C; Ribeiro, W; Gestão de Resíduos na Agricultura e Agroindústria. São Paulo: Fundação de Estudos e
Pesquisas Agrícolas e Florestais - FEPAF, 2006.
3
Woiciechowski, A. L. S. et al Produção de goma xantana a partir de resíduos da agroindústria do café. In: Simpósio de
Pesquisa dos Cafés do Brasil. s.1 s.d.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 147
Agosto, 2013 – Rev.00
Entretanto, apesar de muito elevada, a geração de resíduos deste tipo não é
preocupante, uma vez que a quase totalidade dos resíduos é reaproveitada na
geração de energia (principalmente bagaço de cana e casca de arroz) ou na
indústria forrageira (bagaço de cana e torta de filtração), ou ainda na fabricação
de condicionantes do solo (adubos e fertilizantes).

Porém, o uso do bagaço de cana na geração de energia está intrinsecamente


ligado à queima destes resíduos em caldeiras para geração de calor, quando
poderia ter um uso mais nobre.

Por outro lado, quando se considera o crescimento da indústria do etanol, não se


pode deixar de apontar para o respectivo crescimento da geração de resíduos
que, mesmo reaproveitados, poderão exceder a capacidade produtiva de seu
aproveitamento.

Portanto, o presente diagnóstico recomenda duas ações distintas, mas


complementares:

 que se promova a capacitação da mão de obra agrícola, incentivando o


uso de tecnologias mais produtivas, que gerem menor quantidade de
resíduos;

 que se estude formas de incentivo para o reaproveitamento destes tipos


de resíduos, com ênfase na geração de energia a partir da biomassa (ver
relatório de novas tecnologias).

2.2.2. RESÍDUOS ORGÂNICOS DERIVADOS DA PECUÁRIA

Da mesma forma que a agricultura, o Rio de Janeiro não apresenta uma clara
vocação para a pecuária, embora possua alguns redutos de criação de animais,
como a criação de suínos em Barra do Piraí e a criação de galinhas também em
Barra do Piraí, em Rio Claro e São José do Vale do Rio Preto.

Em termos de resíduos, a pecuária direta apresenta apenas as fezes dos animais


e a apara de pêlos (estes em muito menor escala).

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QUADRO 2.2-2 - TAMANHO DOS REBANHOS (CABEÇAS)

TAMANHO DOS REBANHOS (CABEÇAS)

MUNICÍPIOS
1 2
BOVINOS FRANGOS GALINHAS SUÍNOS EQUINOS

Angra dos Reis 4.293 5.485 1.420 800 160

Aperibé 11.553 4.500 5.850 1.550 800

Araruama 41.300 70.000 32.000 1.350 4.800

Areal 2.970 2.540 1.900 326 620

Armação dos Búzios 1.430 2.900 2.400 684 370

Arraial do Cabo 0 0 0 0 0

Barra do Piraí 30.425 2.032.356 4.835 13,832 1.750

Barra Mansa 30.250 166.000 12.100 2.700 1.400

Belford Roxo 270 3.100 340 255 36

Bom Jardim 15.252 29.180 9.150 1.010 1.000

Bom Jesus do Itabapoana 61.045 5.000 7.500 2.580 1.500

Cabo Frio 30.000 7.900 18.600 844 2.018

Cachoeiras de Macacu 27.786 1.200 960 2.690 1.740

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TAMANHO DOS REBANHOS (CABEÇAS)

MUNICÍPIOS
1 2
BOVINOS FRANGOS GALINHAS SUÍNOS EQUINOS

Cambuci 51.700 1.500 2.500 1.125 2.700

Campos dos Goytacazes 246.097 47.680 30.480 6.832 7.624

Cantagalo 53.920 4.600 2.400 2.100 2.750

Carapebus 24.001 7.250 9.300 900 2.000

Cardoso Moreira 49.826 1.781 813 381 804

Carmo 27.208 1.320 1.300 955 1.700

Casimiro de Abreu 42.600 5.000 4.000 1.320 1.600

Comendador Levy Gasparian 1,550 420 260 214 345

Conceição de Macabu 25.556 2.050 2.350 320 500

Cordeiro 7.499 4.200 3.580 2.825 425

Duas Barras 17.309 3.500 9.450 1.817 850

Duque de Caxias 4.200 5.300 900 1.100 600

Eng. Paulo de Frontin 1.740 471.240 342 1.358 475

Guapimirim 20.000 9.000 5.000 3.700 1.600

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MUNICÍPIOS
1 2
BOVINOS FRANGOS GALINHAS SUÍNOS EQUINOS

Iguaba Grande 4.100 1.500 520 90 160

Itaboraí 8.420 2.800 940 150 490

Itaguaí 11.277 4.000 1.200 1.160 510

Italva 26.500 18.750 6.500 1.770 1.950

Itaocara 44.246 8.500 3.600 1.520 1.800

Itaperuna 113.700 13.750 9.900 2.890 3.010

Itatiaia 5.000 0 500 600 500

Japeri 2.150 3.400 290 1.215 190

Laje do Muriaé 19.200 4.230 2.650 1.257 765

Macaé 90.663 9.850 5.100 1.300 2.550

Macuco 6.096 1.700 1.380 665 188

Magé 9.500 22.000 21.000 3.150 850

Mangaratiba 5.310 1.652 380 489 151

Maricá 2.842 2.886 2.455 428 324

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MUNICÍPIOS
1 2
BOVINOS FRANGOS GALINHAS SUÍNOS EQUINOS

Mendes 1.620 220 50 346 400

Mesquita 106 1.350 280 330 29

Miguel Pereira 14.920 1.890 1.535 2.790 380

Miracema 28.157 36.000 6.000 2.520 1.080

Natividade 36.180 13.100 4.000 408 530

Nilópolis 0 0 0 0 0

Niterói 39 334 385 40 65

Nova Friburgo 6.816 19.100 8.220 7.600 1.000

Nova Iguaçu 3.600 2.080 2.880 508 385

Paracambi 4.654 4.230 2.100 1.055 260

Paraíba do Sul 26.000 35.918 338.676 960 980

Paraty 3.588 7.198 2.950 556 189

Paty do Alferes 13.940 259.990 37.120 867 1,460

Petrópolis 6.270 875.000 10.400 7.500 4.560

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MUNICÍPIOS
1 2
BOVINOS FRANGOS GALINHAS SUÍNOS EQUINOS

Pinheiral 3.958 12.840 1.960 778 295

Piraí 23.424 45.705 5.260 2.903 1.790

Porciúncula 19.850 7.800 4.500 885 750

Porto Real 1.000 0 0 550 50

Quatis 19.000 22.000 1.550 610 490

Queimados 1.500 2.100 600 510 280

Quissamã 35.553 1.500 1.300 610 1.500

Resende 30.000 25.000 2.500 3.500 2.500

Rio Bonito 11.220 18.000 13.500 880 310

Rio Claro 31.500 3.700.000 5.600 800 1.400

Rio das Flores 24.328 5.389 2.465 2.007 1.090

Rio das Ostras 20.980 2.000 3.400 1.640 580

Rio de Janeiro 0 0 0 0 0

Santa Maria Madalena 37.481 24.760 49.170 1.505 1.685

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MUNICÍPIOS
1 2
BOVINOS FRANGOS GALINHAS SUÍNOS EQUINOS

Santo Antônio de Pádua 51.071 36.248 6.890 2.946 4.297

São Fidélis 80.050 27.350 18.136 3.877 2.280

São Francisco de Itabapoana 81.341 7.346 5.271 2.415 2.125

São Gonçalo 3.800 4.050 420 425 280

São João da Barra 15.846 641 488 269 489

São João de Meriti 0 0 0 0 0

São José de Ubá 22.500 5.500 6.000 5.070 850

São José do Vale do Rio Preto 3.920 2.390.500 129.750 1.765 630

São Pedro da Aldeia 23.100 7.000 1.800 186 650

São Sebastião do Alto 30.989 14.100 8.630 1.735 2.710

Sapucaia 32.000 1.280.000 22.500 700 460

Saquarema 10.870 3.000 400 108 530

Seropédica 8.414 13.295 5.850 920 670

Silva Jardim 19.240 3.800 980 1.220 720

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MUNICÍPIOS
1 2
BOVINOS FRANGOS GALINHAS SUÍNOS EQUINOS

Sumidouro 18.249 9.700 5.080 779 650

Tanguá 5.800 3.700 2.030 610 250

Teresópolis 6.499 540.000 5.700 1.300 1.003

Trajano de Morais 17.934 30.200 6.940 2.740 2.190

Três Rios 8.050 357.670 0 1.120 510

Valença 77.626 17.620 14.540 4.635 2.670

Varre-Sai 8.295 11.550 3.630 1.470 361

Vassouras 37.495 702.224 5.983 3.842 2.670

Volta Redonda 8.160 3.900 2.000 1.590 390

TOTAL 2.154.169 13.582.918 985.564 138.814 103.569

1) Aves para abate.


2) Aves poedeiras.
FONTE: IBGE, PESQUISA DA PRODUÇÃO PECUÁRIA MUNICIPAL (PPM) - 2010.

Considerando que cada cabeça de gado bovino, para corte, gera cerca de 5,5
t/ano de dejetos (Diagnóstico IPEA), teremos uma geração de aproximadamente
12 milhões de toneladas de resíduos, concentrados na Região Norte que detém
30% do rebanho bovino.

De forma análoga e usando as mesmas fontes de informação, as aves para abate


irão gerar cerca de 65.000 t/ano; as aves poedeiras irão gerar cerca de 55.000
t/ano e o rebanho suíno irá gerar cerca de 75.000 t/ano (não há dados disponíveis
para se estimar a geração de dejetos do rebanho equino).
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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 155
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Vê-se que, de forma similar aos resíduos orgânicos da agricultura, os números
são impressionantes, mas que, também do mesmo modo que estes resíduos, os
dejetos de animais são aproveitados quase na sua totalidade como adubo e
condicionador de solos.

Porém, como se trata de uma quantidade apreciável de resíduos, gerados


periodicamente na mesma região, uma breve análise sobre o potencial
aproveitamento energético destes resíduos faz-se necessária.

Considerando que os dejetos passíveis de biodigestão com geração com de


energia são aqueles gerados em sistemas confinados de criação animal (criação
de aves em geral, bovinos de leite e suínos) e assumindo que a proporção de
geração de dejetos destes sistemas em relação ao total de dejetos seja a mesma
da Região Sudeste (120 t/ano.km² de dejetos aproveitáveis em relação a 300
t/ano.km² de dejetos totais), teremos uma quantidade de dejetos aproveitáveis no
Estado do Rio de Janeiro igual a aproximadamente 5 milhões de toneladas por
ano.

Assumindo que a média da Região Sudeste para geração de metano a partir do


esterco de animais é de 50 m³/t, esta geração de dejetos produziria uma
quantidade anual de 250 milhões de metros cúbicos de metano capaz de gerar,
no mínimo, 26 MW. ano de energia elétrica.

Os dados coletados por este diagnóstico, embora careçam de precisão científica,


mostram um potencial bastante expressivo da geração de energia elétrica a partir
dos dejetos de animais.

Por esta razão, faz-se mister reforçar a recomendação apresentada no item


anterior de se incentivar o reaproveitamento destes tipos de resíduos, com
ênfase na geração de energia.

Esta recomendação deve ser observada com mais atenção para a Região
Norte do Estado, já que esta região detém 80% do potencial de geração de gás
metano e, consequentemente, da geração de energia.

2.2.3. RESÍDUOS ORGÂNICOS DERIVADOS DE INDÚSTRIAS ASSOCIADAS À PECUÁRIA

As indústrias associadas à pecuária, por definição, compreendem a atividade


econômica de industrialização ou beneficiamento de produtos derivados da
criação de animais.

Neste setor, a geração de resíduos depende fundamentalmente das matérias


primas e dos processos de produção. Os resíduos podem ter origem nas diversas
unidades, desde a limpeza das edificações e de equipamentos, nas operações
preparatórias da escolha e seleção da matéria-prima, no processamento em si.

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Dentre as atividades mais comuns das agroindústrias ligadas à pecuárias
encontram-se as seguintes:

 fábricas de ração, compostas de equipamentos necessários à formulação e


preparo de ração para aves, suínos, caprinos e ovinos, bovinos e equinos;

 abatedouros, estruturas equipadas para realizar abate de pequenos, médios e


grandes animais, além de capacidade de refrigeração das peças;

 unidades de processamento de carnes, compostas de equipamentos


necessários à produção de frios, embutidos e defumados de carne de diversas
origens; e

 unidades de processamento de leite, que consiste em estrutura industrial


equipada para o processamento e transformação do leite em produtos
derivados.

Tendo em vista que inexistem dados específicos a respeito da geração de


resíduos nestas unidades industriais, apresenta-se a seguir um levantamento
teórico sobre os tipos de resíduos gerados nestas instalações, assim como os
procedimentos práticos adotados para a sua destinação final.

Os resultados do levantamento feito encontram-se resumidos no Quadro 2.2-3 ao


Quadro 2.2-6, a seguir.

QUADRO 2.2-3: RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA FÁBRICA DE RAÇÃO

RESÍDUO DESTINO OPÇÃO DE APROVEITAMENTO

Sacos de papel dos insumos


para fabricação da ração, cap. Lixo Transformação em papel reciclado
25 kg

Venda para
Sacos de nylon trançado de
reaproveitamento Artesanato
milho, trigo e soja, cap. 60 kg
Envase da ração

Sacos plásticos de calcário


Lixo Reciclagem
calcítico, cap. 25 kg

Pedaços de casca, bagaço e Venda para criadores de Desenvolvimento e formulação de


elementos estranhos ao milho suínos e cavalos novas rações

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RESÍDUO DESTINO OPÇÃO DE APROVEITAMENTO

---
Pó fino (poeira) depositado nos
Ração mais fina
equipamentos

Venda para criadores de


Resíduo de separação leve ---
suínos e aves

QUADRO 2.2-4: RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NOS ABATEDOUROS

RESÍDUO DESTINO OPÇÃO DE APROVEITAMENTO

Transformação em farinha de
penas
Penas de aves (úmidas) Lixo
Enchimento de travesseiros

Adubo

Cabeças de aves e resíduos da Transformação em farinha de


Lixo
evisceração carne e ossos

Complementação de ração
Pelo de suíno Lixo
Pincéis

Resíduos das tripas e Biofertilizante


estômagos de suínos, caprinos Lixo (coleta diferenciada)
e ovinos Produção de energia

Sebo, ossos, pedaços de carne


Transformação em farinha de
resultante da serragem das Lixo
carne e ossos
peças

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QUADRO 2.2-5: RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NO PROCESSAMENTO DE CARNES

RESÍDUO DESTINO OPÇÃO DE APROVEITAMENTO

Sebo, ossos, gânglios e


Lixo Farinha de carne e ossos
aponeuroses

Cinza de defumação Melhoramento do solo ---

Resto de embalagens de papel


Lixo Plástico e papel reciclados
e plástico

QUADRO 2.2-6: RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NO PROCESSAMENTO DO LEITE

RESÍDUO DESTINO OPÇÃO DE APROVEITAMENTO

Resto de embalagens de papel


Lixo Reciclagem
e plástico

Farinhas
Perda de massa de queijos Lixo
Complementação de ração

Do trabalho realizado, pode-se inferir os seguintes aspectos a serem estudados


com mais profundidade em relatórios posteriores:

 estabelecer normas e/ou diretrizes técnicas que permitam a criação de um


Inventário de Resíduos Agrossilvopastoris (incluindo os resíduos da
atividades vinculadas à silvicultura), de forma a se ter todos os resíduos
quantificados, com suas respectivas distribuições espaciais;

 promover a capacitação técnica, através de escolas técnicas estaduais, da


mão de obra a ser alocada na agricultura e na pecuária, com ênfase na
divulgação de tecnologias que permitam a redução da geração de resíduos e o
seu reaproveitamento no ciclo produtivo;

 incentivar o uso de tecnologias de compostagem e/ou biodigestão para


beneficiar os resíduos orgânicos da produção agropecuária;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 159
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 incentivar a implantação de indústrias de reciclagem e/ou de
reaproveitamento dos resíduos nas regiões de maior incidência espacial.

2.2.4. RESÍDUOS INORGÂNICOS – EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOS

Agrotóxicos, defensivos agrícolas, agroquímicos, praguicidas, pesticidas,


desinfestantes, biocidas são denominações dadas às substâncias ou misturas de
substâncias, naturais ou sintéticas, destinadas a repelir ou combater pragas,
organismos que podem: consumir ou deteriorar materiais usados pelo homem
(incluindo-se aí os alimentos); ou causar ou transmitir doenças ao homem ou a
animais domésticos.

São produtos fabricados a partir dos grupos químicos dos organoclorados,


organofosforados, carbamatos e piretróides, todos eles considerados como de
alta toxicidade, podendo ser absorvidos por via cutânea, via respiratória e por via
digestiva (embora esta última via ocorra, na maior parte dos casos, de forma
acidental)

Destes grupos, os organoclorados são os mais perigosos, pois sua absorção pelo
organismo tem efeito cumulativo e possuem características cancerígenas e
mutagênicas. Já os organofosforados, carbamatos e piretróides podem ser
processados pelo organismo e excretados através da urina, mas atuam sobre o
sistema nervoso central em alguns casos de forma irreversível.

Por estas razões, vê-se que todo o cuidado preconizado pela legislação na gestão
destes produtos tem fundamento, mas, infelizmente, o Brasil ocupa a 4ª posição
mundial no consumo de agrotóxicos.

Entretanto, existe uma grande preocupação, não só das autoridades como


também da indústria e de detentores de estoque, quanto ao destino dos resíduos
ou inservíveis, ou seja, os praguicidas sem condições de uso ou com data de
validade vencida, as sobras das caldas preparadas e não utilizadas nas
aplicações, recipientes, caixas, tambores, latas, frascos e embalagens de papelão
e sacos vazios, as roupas muito contaminadas, os materiais usados na limpeza
de vazamentos e os usados para absorvê-los e até mesmo a água usada na
lavagem dos materiais de preparação, EPIs e equipamentos de aplicação.

Porém, cabe salientar que as quantidades de resíduos de praguicidas nos


depósitos poderiam reduzir-se enormemente caso os procedimentos
recomendados pelos fabricantes fossem seguidos à risca pelos usuários.
Há várias medidas preventivas para evitar os graves problemas de eliminação dos
resíduos de praguicidas. Todas elas se referem à compra, recolhimento,
transporte, armazenamento, cálculo correto da quantidade de produto necessário
em função da área a ser tratada e emprego de praguicidas de forma responsável.

Os métodos mais comuns de processamento dos resíduos de agrotóxicos são:


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a) Métodos de Recuperação e Reciclagem

São métodos sofisticados e somente se justificam para grandes quantidades de


praguicidas. Necessitam de instalações adequadas e a utilização de solventes,
absorventes apropriados e manipulações químicas complexas.

b) Tratamentos Químicos

Os praguicidas podem ser submetidos a tratamentos químicos, como hidrólise


(processo complicado, mais utilizado para pequenas quantidades de
organofosforados e carbamatos), oxidação, redução e outros.

c) Incineração

É o processo mais utilizado para a maioria dos produtos, principalmente nos


casos em que os resultados das análises físico-químicas indicarem que os
mesmos não possuem condições adequadas para o seu aproveitamento ou para
aqueles produtos que independem do resultado da análise para serem assim
considerados. Entretanto deve-se lembrar que praguicidas que contenham
mercúrio, chumbo, cádmio ou arsênico e outros inorgânicos não podem ser
incinerados.

d) Aterro Industrial Classe I

É outra alternativa para os resíduos de praguicidas. Os praguicidas são


considerados resíduos classe I, portanto, só poderão ser encaminhados aos
aterros industriais devidamente credenciados para tal fim perante os órgãos
ambientais. Os aterros exigem formações geológicas especiais para não
disseminarem a contaminação. O lixo é disposto no solo, em camadas sucessivas
de espessura predeterminada, cada uma das quais é recoberta por uma camada
de solo argiloso, compactado. Formam-se, assim, verdadeiras “ células”
recheadas de resíduos sólidos, os quais passam a sofrer um processo de
decomposição em ambiente confinado, livre do acesso de insetos e outros
animais.

No Estado do Rio de Janeiro, em termos operacionais, só existem instalações de


incineração (fornos de clinker das indústrias cimenteiras e um equipamento da
empresa Haztec localizado no Rio de Janeiro), embora haja um processo de
licenciamento (ainda no estágio de Licença Prévia) de um Aterro Classe I a ser
implantado no município de Magé.

As embalagens vazias são, indiscutivelmente, os resíduos de agrotóxicos mais


comuns e que se apresentam em maior quantidade.

Depois de utilizadas e, mesmo que atraentes ou práticas, aparentemente bem


lavadas e completamente limpas de restos de produtos, as embalagens vazias
não devem de modo algum ser reutilizadas para armazenar água, bebidas,
alimentos, rações, medicamentos ou quaisquer outros usos. Não devem
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tampouco, ser jogadas na água ou deixadas nas beiras de rios ou estradas, de
forma que possibilite a contaminação das águas e também de animais e pessoas.
Devem ser recolhidas, rigorosamente tratadas e descartadas de modo seguro,
atendendo às recomendações do fabricante quanto à incineração, aterramento e
outros, observadas as exigências dos setores de Saúde, Agricultura e Meio
Ambiente.

No Estado do Rio de Janeiro, a comercialização de agrotóxicos só pode ser


realizada em revendas licenciadas pelo INEA, cabendo à Coordenadoria de
Defesa Sanitária Vegetal, da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária –
SEAPEC (Alameda São Boaventura, 770 - Fonseca - 24120-191 - Niterói) a
fiscalização do uso de agrotóxicos e da devolução das embalagens vazias nas
propriedades rurais.

Em função da legislação, que há mais de 10 anos tornou a logística reversa das


embalagens contaminadas obrigatória, agricultores, fabricantes e comerciantes se
uniram para melhor atender as determinações já previstas e agora reforçadas,
pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.

No sistema montado cabe ao consumidor devolver a embalagem usada, ao


vendedor cabe receber e armazenar essas embalagens e por fim cabe ao
fabricante tratar e transformar este material em novos produtos.

Dentro do Programa de Embalagens Vazias de Agrotóxico, cabe aos


revendedores administrar os postos de recolhimento, já as Centrais de Triagem
são de responsabilidade das Associações de Revendedores e da Indústria.

A indústria participa através do INPEV – Instituto Nacional de Embalagens Vazias,


que fica responsável pelo transporte das embalagens dos postos de Coleta até as
Centrais de Triagem e daí para a reciclagem, caso das embalagens trilavadas, ou
para a destruição, caso das embalagens não tríplice lavadas.

Hoje existem no Estado quatro unidades de coleta, além dos estabelecimentos


comerciais que vendem e por lei tem responsabilidade em receber as embalagens
usadas e destiná-las para as unidades de coleta.

Essas quatro unidades estão nos municípios de Paty do Alferes, Nova Friburgo,
Itaocara e Campos dos Goytacazes, sendo que existem mais duas unidades em
estágio de implantação avançado, nos municípios de Teresópolis e São Jose
do Ubá.

Como resultado do controle por parte da SEAPEC, números recentes mostram


uma significativa melhora nos resultados obtidos visto que foram coletadas 67.848
Kg de embalagens usadas em 2011 e em 2012 este número chegou a 83.454 Kg,
representando um aumento de 23% no volume total de embalagens coletadas e
destinadas corretamente.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 162
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Se admitirmos, para efeitos de comparação, que todas as embalagens coletadas
são de 5 litros e que seu peso médio é de 550 gramas, teremos 123.360
embalagens recolhidas em 2011 e 151.734 em 2012.

Porém, os dados informados pelo INPEV (www.inpev.org.br), revelam que a


quantidade de embalagens beneficiadas no Estado do Rio de Janeiro, em 2010,
foi de 21.750 unidades, das quais, 11.690 tratadas pelo processo da tríplice
lavagem e 10.060 unidades destinadas sem serem lavadas.

Entretanto, se em números absolutos este resultado é elevado, em termos


relativos ele representa apenas 30% das embalagens utilizadas, como se mostra
a seguir.

Para que se possa estimar a quantidade de embalagens geradas nas safras de


2011 e 2012, foram usados os dados do Dossiê maio de 2012, da Associação
Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO.

Por estes dados, o uso médio de agrotóxico por hectare plantado passou de 10
L/ha em 2002 para 12 L/ha em 2011, sendo que as quantidades médias de
agrotóxico usadas em culturas específicas apresentaram os seguintes valores:
4,8 L/ha para o cultivo da cana de açúcar; 6,0 L/ha para o de milho; 23,0 L/ha
para o de cítricos; 10 L/ha para o de café; 10 L/ha para o de arroz; e 5 L/ha para o
de feijão.

Aplicando estes valores médios do uso de agrotóxico por hectare às áreas


produtivas do Estado no ano de 2010, chega-se aos resultados apresentados no
Quadro 2.2-7, a seguir.

QUADRO 2.2-7: VALORES MÉDIOS DO USO DE AGROTÓXICO POR HECTARE ÀS ÁREAS PRODUTIVAS DO
ESTADO

VOLUME DE VOLUME
ÁREA COLHIDA
AGROTÓXICO UTILIZADO
CULTURAS

(HA) (L/HA) L

Cana de Açúcar 109.262,36 4,8 524459,33

Banana 20.839,60 12 250075,20

Café 12.195,50 10 121955,00

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VOLUME DE VOLUME
ÁREA COLHIDA
AGROTÓXICO UTILIZADO
CULTURAS

(HA) (L/HA) L

Alface 9.759,66 12 117115,92

Aipim 9.049,30 12 108591,60

Milho 7.045,30 6 42271,80

Jiló 5.479,00 12 65748,00

Mandioca 4.265,38 12 51184,56

Coco Verde 4.110,20 12 49322,40

Espinafre 3.930,70 12 47168,40

Tomate 3.426,15 12 41113,80

Agrião 2.986,64 12 35839,68

Quiabo 2.405,15 12 28861,80

Abacaxi 2.167,50 23 49852,50

Chuchu 1.878,21 12 22538,52

Pimentão 1.704,88 12 20458,56

Laranja 1.696,40 23 39017,20

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VOLUME DE VOLUME
ÁREA COLHIDA
AGROTÓXICO UTILIZADO
CULTURAS

(HA) (L/HA) L

Arroz 1.609,50 10 16095,00

Brócolis 1.570,92 12 18851,04

Couve Flor 1.490,85 12 17890,20

Inhame 1.469,38 12 17632,56

Chicória 1.366,18 12 16394,16

Couve 1.294,00 12 15528,00

Ervilha 1.210,50 12 14526,00

Goiaba 1.199,25 12 14391,00

Palmito 1.172,38 12 14068,56

Milho Verde 1.044,50 12 12534,00

Repolho 996,43 12 11957,16

Vagem 882,92 12 10595,04

Batata Doce 876,50 12 10518,00

Abobrinha 857,17 12 10286,04

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VOLUME DE VOLUME
ÁREA COLHIDA
AGROTÓXICO UTILIZADO
CULTURAS

(HA) (L/HA) L

Abobora 839,80 12 10077,60

Pepino 788,02 12 9456,24

Tangerina 747,20 23 17185,60

Caqui 685,60 23 15768,80

Berinjela 631,76 12 7581,12

Figo 565,70 12 6788,40

Feijão 538,10 5 2690,50

Salsa 519,12 12 6229,44

Maracujá 503,39 23 11577,97

Beterraba 470,95 12 5651,40

Cebolinha 459,80 12 5517,60

Maxixe 440,47 12 5285,64

Tangerina Poncã 414,30 23 9528,90

Ervas 339,90 12 4078,80

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VOLUME DE VOLUME
ÁREA COLHIDA
AGROTÓXICO UTILIZADO
CULTURAS

(HA) (L/HA) L

Melancia 231,00 12 2772,00

Louro 193,62 12 2323,44

Cenoura 191,20 12 2294,40

Manga 124,10 12 1489,20

Acerola 67,80 23 1559,40

Nabo 56,60 12 679,20

Cará 52,00 12 624,00

Batata 51,30 12 615,60

Feijão Mauá 39,50 5 197,50

Morango 37,00 12 444,00

Urucum 35,00 12 420,00

Mamão 22,00 12 264,00

Abacate 19,60 12 235,20

Bertalha 15,20 12 182,40

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VOLUME DE VOLUME
ÁREA COLHIDA
AGROTÓXICO UTILIZADO
CULTURAS

(HA) (L/HA) L

Pinha 11,20 12 134,40

Pêssego 10,00 12 120,00

Uva 9,00 12 108,00

Melão 8,50 12 102,00

Pimenta 4,00 12 48,00

Atemóia 3,00 12 36,00

Limão 2,00 23 46,00

Alho 0,80 12 9,60

TOTAL GERAL 228.370,95 --- 1.948.963,38

FONTE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA – ABRASCO, 2012.

Considerando-se que todas as embalagens usadas sejam de 5 litros, teriam sido


geradas 389.792 unidades em 2010. Comparando com o que foi coletado em
2012, 123.360 unidades, corresponde a cerca de 30% do que foi gerado em 2010.

Como o consumo de agrotóxicos tende a subir de ano a ano, quando os dados da


produção agrícola de 2012 forem consolidados, apesar do esforço realizado, esse
percentual de embalagens coletadas será ainda menor para 2012.

Para finalizar, relaciona-se a seguir os pontos cruciais identificados por este


diagnóstico em relação ao uso de agrotóxicos.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 168
Agosto, 2013 – Rev.00
O primeiro aspecto a ser observado seria a redução do consumo de agrotóxicos,
que poderia ser conseguida através da divulgação dos perigos do uso de
agrotóxicos, da capacitação da mão de obra agrícola para selecionar os
agrotóxicos mais recomendados para sua cultura e para usar as quantidades
adequadas evitando os excessos e, por fim, incentivando o uso de alternativas
mais sustentáveis e mais sadias.

Além do incentivo ao uso de agrotóxicos mais seletivos e ao plantio de novas


espécies que sejam mais resistentes a pragas e, portanto, necessitam de menos
defensivos agrícolas, a outra forma de diminuir a geração de resíduos
químicos é investir na agricultura familiar e na agricultura orgânica.

Dados do Censo Agropecuário de 2006 revelam que a chamada agricultura


familiar produz 68% do feijão, 67% do milho, 75% da mandioca e 55% de arroz
consumido no Estado mostrando com isso sua importância ao lado do
agronegócio.

Além de apostar numa produção familiar com menos defensivos que gerariam
uma alimentação e um meio ambiente mais saudável, o incentivo a este modo
de fazer agricultura, aumenta o uso de mão de obra direta, com reflexos
positivos na área social, com o aumento da renda e com a fixação do trabalhador
ao campo.

2.2.5. RESÍDUOS INORGÂNICOS – EMBALAGENS VAZIAS DE FERTILIZANTES

De acordo com os dados da Associação Nacional para Difusão de adubos –


ANDA (2011), 80% da demanda de fertilizantes se deve a cinco principais
culturas, a saber: soja, cana de açúcar, café, milho e algodão.

Como se viu de quadros anteriores, o Estado do Rio de Janeiro cultiva em larga


escala três destas cinco culturas e, consequentemente, faz uso de fertilizantes em
larga escala.

Se por um lado a legislação de agrotóxicos é eficaz e satisfatória, pelo lado dos


fertilizantes ela é totalmente inexistente, ou seja, não há nem leis, nem normas,
nem diretrizes que regulem a gestão dos resíduos de fertilizantes.

É certo que o impacto ambiental destes resíduos não seja comparável aos
gerados pelas embalagens de agrotóxicos, mas, levando-se em consideração o
presumível volume de resíduo, não se pode dizer que seja um impacto
desprezível.

É intuitivo que, sem leis, os dados a respeito deste tipo de resíduos também
sejam inexistentes.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 169
Agosto, 2013 – Rev.00
Apenas para dar uma ideia da gravidade do assunto, apresenta-se a seguir um
exercício teórico a respeito da geração de embalagens vazias de fertilizantes.

Tomando-se por base os dados de 2011 do Sindicato Nacional da Indústria de


Produtos para Defesa Agrícola - SINDAG, a relação entre consumo de
fertilizantes (em milhões de toneladas) e consumo de agrotóxicos (em milhões de
metros cúbicos) no Brasil foi de aproximadamente 8:1.

Admitindo-se que os agricultores do Estado do Rio mantenham esta relação, no


ano de 2010 houve um consumo estimado de 16 milhões de toneladas de
fertilizantes, já que o consumo de agrotóxicos neste ano foi de cerca de 2 milhões
de metros cúbicos.

Outra forma de se calcular a quantidade de fertilizantes é através do consumo


específico (quilogramas de fertilizante por hectare plantado), estimado pelo
diagnóstico do IPEA como tendo uma média nacional de 74 Kg/ha.

Multiplicando-se esta média pela área colhida do Estado, apresentada


anteriormente e igual a 228.370,95 ha, chega-se ao resultado de 16.899.450 Kg,
ratificando os cálculos anteriores.

As formas de comercialização dos fertilizantes se dá, principalmente, através de


sacos de 50 Kg e de big-bags de 1.500 Kg. Ainda de acordo com o diagnóstico do
IPEA, a geração de embalagens se dá conforme o tamanho das propriedades,
como apresentado no Quadro 2.2-8 a seguir.

QUADRO 2.2-8: GERAÇÃO DE EMBALAGENS

T AMANHO DA PROPRIEDADE TIPO DE EMBALAGEM

Menor que 10 ha 100% sacaria de 50 Kg

50% sacaria de 50 Kg
Entre 10 e 100 ha
50% big bag de 1,5 t

Entre 100 e 1000 ha 100% big bag de 1,5 t

Acima de 1000 ha 100% big bag de 1,5 t

FONTE: DIAGNÓSTICO DO IPEA

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As destinações mais comuns que os agricultores dão a estas embalagens são:

 Reaproveitamento;

 Queima;

 Disposição no lixo comum.

Apesar de existirem formas muito criativas de se reaproveitar estas embalagens,


alguns agricultores as reciclam de forma inadequada, armazenando milho, café,
frutas e outros tipos de alimentos, o que pode resultar na contaminação dos
mesmos, mesmo quando as embalagens foram previamente lavadas.

Também a disposição das embalagens vazias no lixo comum não é prática muito
adequada, tendo em vista que, como se verá em item a seguir, a destinação de
grande parte deste lixo é a queima a céu aberto.

O comércio informal de compra e venda de sacarias e big-bags também é prática


muito comum no meio rural.

Como resultado dos levantamentos realizados para o presente relatório, fica a


recomendação de estabelecer normas e diretrizes para a gestão das
embalagens vazias de fertilizantes.

Outra recomendação que poderá ser estudada em mais detalhes é o


aproveitamento (ou extensão) da cadeia da logística reversa das
embalagens de agrotóxicos para todas as categorias de Resíduos
Agrossilvopastoris, em especial para as embalagens vazias de fertilizantes.

2.2.6. INSUMOS VETERINÁRIOS NA PECUÁRIA

Apenas para se dar uma ideia básica sobre a importância deste segmento,
existem, atualmente (MAPA, 2011) 7.222 produtos de uso veterinário autorizados
para a comercialização no país, com destaque para as vacinas e os antibióticos e
os produtos de combate a ectoparasitas.

A entidade que representa o setor em território nacional é o Sindicato Nacional da


Indústria de Produtos para a Saúde Animal – SINDAN, sendo que as empresas
voltadas para a saúde animal são, em sua maioria, grandes grupos multinacionais
que atuam na área da saúde humana.

Em linhas gerais a distribuição de medicamentos veterinários por grupo de


animais é feita em seis classes distintas:

 Bovinos

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 171
Agosto, 2013 – Rev.00
 Avicultura

 Suinocultura

 Equinos

 Pequenos animais domésticos (pets)

 Outros

A estrutura legal sobre produtos veterinários no Brasil contempla os Decretos-Lei


467, de 13 de fevereiro de 1969 (alterado pelas Leis Federais 12.689 e 12.730,
ambas de 2012); 1.662/1995; 5.053/2004 e 6.296/2007; além da Lei n° 6.198, de
26 de dezembro de 1974.

O controle pela implementação e fiscalização deste arcabouço legal é de


competência exclusiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento –
MAPA (ao contrário da responsabilidade sobre o controle dos agrotóxicos que,
além do MAPA, conta com os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente).

Observe-se que, em nenhuma destas leis apresentadas há menção sobre


normas, regras ou diretrizes para o manuseio e destinação final das
embalagens vazias, talvez porque, até a edição da PNRS, estes resíduos
tenham sido geridos pela legislação dos resíduos de serviços de saúde.

Porém, cumpre mencionar que tramitam no Congresso dois projetos de lei (PLS
134/2007 e PLS 718/2007) que propõem a alteração do Decreto Lei 467/1969,
que passaria a vigorar acrescido de um artigo onde se acham definidas as
responsabilidades de cada um dos agentes envolvidos na destinação das
embalagens vazias.

No que concerne às quantidades de embalagens processadas, não há nenhum


tipo de registro, nem nacional, nem estadual e muito menos por municípios.

Seguindo a mesma linha de raciocínio dos itens anteriores, apresenta-se nos


parágrafos seguintes um exercício teórico sobre o cálculo estimativo do número
de embalagens que estariam sujeitas a processamento no Estado do Rio de
Janeiro.

Para efeito de simplificação, serão consideradas apenas as embalagens de


vacinas bovinas, os antiparasiticidas e medicamentos de combate a doenças
avícolas. Todos os dados foram extraídos do diagnóstico do IPEA.

Em termos de vacinas bovinas, o rebanho nacional seria responsável pela


geração de 26,3 milhões de frascos a serem descartados. Considerando que o
rebanho fluminense corresponde a 1% da quantidade nacional, seria de se
esperar um volume total da ordem de 270 mil frascos.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 172
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Por raciocínio semelhante, os endectocidas seriam responsáveis por 440 mil de
embalagens de polietileno, enquanto os ectoparasiticidas gerariam mais 300 mil.

Curiosamente, o número de aves fluminenses também corresponde a 1% das


aves nacionais. Assim, o volume de embalagens vazias no combate a doenças de
galináceos chegaria aos 100 mil unidades.

Desta forma, a estimativa do descarte de embalagens vazias em território


fluminense totalizaria 1,1 milhões de unidades.

Pelos números apresentados, a destinação de embalagens vazias de insumos


farmacêuticos veterinários faz-se necessária, seja por razões ambientais, seja por
questões de saúde pública.

Se o uso em excesso de medicamentos veterinários é preocupante na


contaminação de alimentos (carne, leite e ovos, principalmente), existindo regras
específicas definidas pelo Plano Nacional de Controle de Resíduos e
Contaminantes (PNCRC), fica evidente que a correta destinação das
embalagens vazias de insumos veterinários é extremamente relevante.

Ressalte-se ainda a semelhança química e estrutural que existe entre os


praguicidas de uso agrícola (agrotóxicos) e os de uso veterinário, com igual
impacto sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente, ainda que regidos
por leis totalmente díspares.

Desta forma, fica evidente a necessidade de uma legislação que regulamente


a destinação ambientalmente correta das embalagens vazias de insumos
farmacêuticos veterinários, evitando os impactos negativos que poderiam advir
da gestão inadequada.

Por fim, dada a semelhança entre os compostos químicos envolvidos,


recomenda-se fortemente o aproveitamento da cadeia da logística reversa
das embalagens de agrotóxicos para todas as categorias de resíduo.

A este respeito cabe mencionar que, recentemente, uma empresa do setor lançou
uma campanha promocional, no Paraná e em São Paulo, oferecendo desconto
em novos produtos aos clientes que retornassem as embalagens vazias de
produtos destinados a animais de companhia. Porém, não há menções a respeito
desta promoção ser estendida a produtos veterinários de uso pecuário.

2.2.7. RESÍDUOS DOMICILIARES DE ÁREAS RURAIS

No Brasil, a coleta de lixo na área rural cobre apenas 31,6% dos domicílios,
enquanto que o percentual de domicílios atendidos pela coleta no meio urbano
chega aos 98% (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2009).

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 173
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A ineficiência na gestão dos resíduos domiciliares rurais se reflete nas práticas de
destinação dos resíduos, onde aproximadamente 70% dos domicílios rurais
queimam, enterram ou lançam os resíduos em terrenos baldios, encostas e
cursos d’água.

Ainda segundo o PNAD, os domicílios rurais apresentam a seguinte distribuição


percentual por tipo de destinação final de seus resíduos:

QUADRO 2.2-9: DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL POR TIPO DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS

QUEIMADO OU JOGADO EM JOGADO EM


REGIÃO COLETADO OUTRO
ENTERRADO TERRENO BALDIO CURSO D’ÁGUA

Brasil 31,6 59,0 8,5 0,3 0,4

Norte 28,4 64,0 5,4 1,8 0,2

Nordeste 19,2 65,5 15,0 0,2 0,1

Sudeste 50,4 46,7 2,1 0,0 0,6

Sul 49,3 48,2 1,1 0,1 1,0

Centro-Oeste 27,3 68,3 2,3 0,1 0,4

Rio de Janeiro 80,5 18,4 0,1 0,0 0,0

FONTE: PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIO, 2009

A razão destes números está no custo da coleta rural, muito elevado, tendo em
vista a baixa densidade demográfica da região rural. Outro fator que encarece a
coleta rural pode ser traduzido pelo baixo padrão de pavimentação das estradas,
o que influi diretamente na velocidade de coleta e aumenta o custo de
manutenção dos veículos coletores.

Tendo em vista que a maioria dos municípios fluminenses já se defronta com


problemas de caixa para executar as atividades de coleta convencional, é de se
esperar que a coleta rural seja relegada a segundo plano.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 174
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Em termos quantitativos, não há dados disponíveis sobre a geração de resíduos
sólidos na área rural. Assim, a estimativa da quantidade de lixo domiciliar será
feita a partir da população rural, aplicando-se a esta população o respectivo valor
per capita calculado com base nos dados do IBGE e apresentado no Quadro
2.2-10 e Quadro 2.2-11, a seguir.

QUADRO 2.2-10: GERAÇÃO DE LIXO PER CAPITA

ESTRATO POPULACIONAL PER CAPITA DE LIXO DOMICILIAR


(HAB) (KG/HAB.DIA)

Até 9.999 0,46

De 10.000 a 19.999 0,42

De 20.000 a 49.999 0,48

De 50.000 a 99.999 0,56

De 100.000 a 199.999 0,69

De 200.000 a 499.999 0,78

De 500.000 a 999.999 1,29

Mais de 1.000.000 1,16

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, 2000.

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QUADRO 2.2-11: GERAÇÃO DE LIXO DOMICILIAR A PARTIR DA POPULAÇÃO RURAL

GERAÇÃO PER
POPULAÇÃO RURAL GERAÇÃO DE LIXO
CAPITA
MUNICÍPIOS
(HAB) (KG/DIA)
(KG/HAB.DIA)

Angra dos Reis 6.221 0,82 5,10

Aperibé 1.335 0,77 1,03

Araruama 5.522 0,86 4,75

Areal 1.500 0,69 1,04

Armação dos Búzios 0 1,13 0,00

Arraial do Cabo 0 0,96 0,00

Barra do Piraí 2.821 0,76 2,14

Barra Mansa 1.620 0,91 1,47

Belford Roxo 0 1,12 0,00

Bom Jardim 10.067 0,70 7,05

Bom Jesus do Itabapoana 5.484 0,72 3,95

Cabo Frio 45.741 0,90 41,17

Cachoeiras de Macacu 7.329 0,70 5,13

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GERAÇÃO PER
POPULAÇÃO RURAL GERAÇÃO DE LIXO
CAPITA
MUNICÍPIOS
(HAB) (KG/DIA)
(KG/HAB.DIA)

Cambuci 3.535 0,64 2,26

Campos dos Goytacazes 45.006 0,88 39,61

Cantagalo 5.808 0,68 3,95

Carapebus 2.817 0,85 2,39

Cardoso Moreira 3.843 0,69 2,65

Carmo 3.964 0,66 2,62

Casimiro de Abreu 6.826 0,71 4,85

Comendador Levy Gasparian 318 0,67 0,21

Conceição de Macabu 2.874 0,76 2,18

Cordeiro 568 0,71 0,40

Duas Barras 3.194 0,65 2,08

Duque de Caxias 2.910 1,18 3,43

Eng. Paulo de Frontin 3.714 0,71 2,64

Guapimirim 1.737 0,70 1,22

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GERAÇÃO PER
POPULAÇÃO RURAL GERAÇÃO DE LIXO
CAPITA
MUNICÍPIOS
(HAB) (KG/DIA)
(KG/HAB.DIA)

Iguaba Grande 0 0,72 0,00

Itaboraí 2.596 0,77 2,00

Itaguaí 4.882 0,92 4,49

Italva 3.821 0,70 2,67

Itaocara 5.573 0,68 3,79

Itaperuna 7.473 0,77 5,75

Itatiaia 970 0,67 0,65

Japeri 0 0,80 0,00

Laje do Muriaé 1.850 0,68 1,26

Macaé 3.869 0,94 3,64

Macuco 676 0,61 0,41

Magé 12.086 0,81 9,79

Mangaratiba 4.336 0,89 3,86

Maricá 1.970 0,85 1,67

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GERAÇÃO PER
POPULAÇÃO RURAL GERAÇÃO DE LIXO
CAPITA
MUNICÍPIOS
(HAB) (KG/DIA)
(KG/HAB.DIA)

Mendes 234 0,69 0,16

Mesquita 0 0,92 0,00

Miguel Pereira 3.141 0,72 2,26

Miracema 2.102 0,70 1,47

Natividade 3.036 0,72 2,19

Nilópolis 0 0,79 0,00

Niterói 0 0,98 0,00

Nova Friburgo 22.710 0,82 18,62

Nova Iguaçu 8.694 1,17 10,17

Paracambi 5.402 0,71 3,84

Paraíba do Sul 4.930 0,71 3,50

Paraty 9.844 0,69 6,79

Paty do Alferes 7.774 0,69 5,36

Petrópolis 14.631 0,89 13,02

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GERAÇÃO PER
POPULAÇÃO RURAL GERAÇÃO DE LIXO
CAPITA
MUNICÍPIOS
(HAB) (KG/DIA)
(KG/HAB.DIA)

Pinheiral 2.308 0,68 1,57

Piraí 5.478 0,82 4,49

Porciúncula 3.870 0,66 2,55

Porto Real 95 0,64 0,06

Quatis 764 0,64 0,49

Queimados 0 0,76 0,00

Quissamã 7.246 0,65 4,71

Resende 7.438 0,80 5,95

Rio Bonito 14.292 0,73 10,43

Rio Claro 3.656 0,62 2,27

Rio das Flores 2.602 0,65 1,69

Rio das Ostras 5.771 0,78 4,50

Rio de Janeiro 0 1,33 0,00

Santa Maria Madalena 4.389 0,67 2,94

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GERAÇÃO PER
POPULAÇÃO RURAL GERAÇÃO DE LIXO
CAPITA
MUNICÍPIOS
(HAB) (KG/DIA)
(KG/HAB.DIA)

Santo Antônio de Pádua 9.489 0,70 6,64

São Fidélis 7.864 0,67 5,27

São Francisco de Itabapoana 20.262 0,70 14,18

São Gonçalo 729 1,11 0,81

São João da Barra 7.054 0,74 5,22

São João de Meriti 0 0,85 0,00

São José de Ubá 3.905 0,62 2,42

São José do Vale do Rio Preto 11.244 0,70 7,87

São Pedro da Aldeia 5.727 0,70 4,01

São Sebastião do Alto 4.283 0,73 3,13

Sapucaia 4.252 0,73 3,10

Saquarema 3.778 0,82 3,10

Seropédica 13.901 0,71 9,87

Silva Jardim 5.228 0,70 3,66

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GERAÇÃO PER
POPULAÇÃO RURAL GERAÇÃO DE LIXO
CAPITA
MUNICÍPIOS
(HAB) (KG/DIA)
(KG/HAB.DIA)

Sumidouro 9.460 0,64 6,05

Tanguá 3.304 0,63 2,08

Teresópolis 17.539 0,80 14,03

Trajano de Morais 5.509 0,72 3,97

Três Rios 2.267 0,78 1,77

Valença 9.619 0,73 7,02

Varre-Sai 3.685 0,69 2,54

Vassouras 11.211 0,68 7,62

Volta Redonda 117 0,85 0,10

TOTAL 525.690 --- 406,79

Como se pode observar, esta parcela de resíduo não possui representatividade


diante dos números apresentados pelos outros segmentos. Entretanto, em termos
absolutos, ela não pode ser relegada, como vem sendo, a um plano secundário.

Em termos qualitativos, nota-se que o lixo rural, a cada dia, mais se aproxima da
composição do lixo domiciliar urbano, apresentando um volume crescente de
frascos, plásticos, pilhas, pneus, lâmpadas e aparelhos eletroeletrônicos.

Como se pode constatar do levantamento realizado, a principal causa da


ineficiência nas atividades de coleta rural provém da relação custo/benefício
da coleta, ou seja, o poder público não investe na coleta rural porque irá gastar
muito dinheiro para atender a poucos contribuintes.
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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 182
Agosto, 2013 – Rev.00
Assim, recomenda-se que se invista na aquisição de contêineres de grande
capacidade, preferencialmente contêineres semienterrados de 5 m³, que irão
propiciar o espaçamento da frequência de coleta para apenas 1 vez por
semana. Desta forma, reduzindo-se a frequência de coleta, aumenta-se a
viabilidade de se operar economicamente a coleta rural.

Outra possibilidade viável de se melhorar a eficiência da coleta seria reduzindo a


quantidade de resíduos orgânicos a ser removida. Tal possibilidade pode ser
conseguida através de maciço investimento na capacitação e preparo dos
produtores rurais, evidenciando as vantagens de se usar o composto orgânico e
ensinando-os a efetuar a compostagem natural da matéria orgânica do lixo
gerado em suas propriedades.

2.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Das pesquisas e levantamentos realizados, ficou claro que os agentes privados


do setor agrícola estão perfeitamente enquadrados nas condições legais,
atendendo a todas as exigências das leis promulgadas.

Por outro lado, o Poder Público se mostrou omisso, não só sob o aspecto
operacional de executar sua parte na fiscalização da gestão dos resíduos, como
também sob o ponto de vista gerencial, por não estabelecer normas e
procedimentos capazes de regular a correta destinação dos resíduos gerados
pelo setor.

Diante destes fatos, fazem-se necessárias medidas imediatas que coíbam estes
desvios e incentivem a correta gestão dos resíduos agrossilvopastoris.

Dentre as medidas a serem implementadas, realçamos as seguintes:

 Revisão completa da legislação vigente, complementando as lacunas


evidenciadas pela PNRS, ou seja, estendendo os princípios de gestão dos
resíduos de agrotóxicos a todos os demais segmentos que compõem a
tipologia dos resíduos agrossilvopastoris;

 Padronização dos órgãos responsáveis pelo controle e fiscalização de


cada um destes segmentos;

 Aproveitamento da cadeia de logística reversa implantada para os


resíduos de agrotóxicos na logística reversa dos demais resíduos, em
especial das embalagens de fertilizantes e dos insumos veterinários na
pecuária.

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 Investir e fomentar a compostagem natural nas propriedades rurais,
capacitando os proprietários e capatazes das terras através de cursos
gratuitos.

Outro aspecto a ser contemplado neste setor, é o seu grande potencial de


geração de energia, seja através da biomassa agrícola, seja através da digestão
do esterco animal.

No caso específico do Rio de Janeiro, recomenda-se que se faça um acurado


estudo do potencial energético disponível na Região Norte, em especial no
Município de Campos dos Goytacazes, criando incentivos que viabilizem a
adoção de tecnologias de biodigestão capazes de produzir, simultaneamente,
composto orgânico (condicionador de solos para a agricultura) e biogás (que
poderá ser usado na geração de energia elétrica ou vapor).

Esta medida ajudaria na consolidação do mercado de reciclagem de resíduos,


dando maior segurança ao gerador do resíduo para investir na sua reciclagem ou
no seu reaproveitamento.

Ainda no setor agrícola, recomenda-se que o Estado volte a investir na


Agricultura Familiar, criando incentivos, como, por exemplo, só agricultores
familiares poderão participar como fornecedores do Programa Estadual de
Alimentação Escolar.

Outra forma de incentivar a agricultura familiar e a agricultura orgânica seria


reduzindo a alíquota dos impostos estaduais que incidem sobre a produção
agrícola.

Por fim, não se pode deixar de comentar a respeito do principal ponto que serve
de base a qualquer atividade: a capacitação da mão de obra.

Reitera-se aqui algumas medidas já preconizadas em itens anteriores, como:

 promover a capacitação técnica da mão de obra a ser alocada na


agricultura e na pecuária, de forma que os agricultores possam selecionar os
agrotóxicos mais recomendados para sua cultura e passem a usar as
quantidades adequadas evitando os excessos;

 fornecer assistência técnica adequada no meio rural, seja no segmento


agrícola, seja na pecuária ou mesmo na silvicultura;

 fomentar o estabelecimento de novas escolas técnicas rurais,


fortalecendo as unidades existentes;

 estimular a utilização de práticas de manejos agrícolas e pecuários


sustentáveis, através de insumos subsidiados e da criação de incentivos
fiscais;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 184
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 criar políticas públicas voltadas para a valorização de produtos que
gerem poucos resíduos.

2.4. BIBLIOGRAFIA

ABRELPE, Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2011.

Catapan, E. A., Catapan, D. D. & Catapan, A., Formas Alternativas de Geração de


Energia a partir do Biogás da SUinocultura - Uma Abordagem do Custo de
Geração de Energia, ISSN 1808 2882, 2011

Coldebella, Anderson, Viabilidade do Uso do Biogás da bovinocultura e


Suinocultura para Geração de Energia Elétrica e Irrigação em Propriedades
Rurais, Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual do Oeste do Paraná,
2006.

Estado de São Paulo, Secretaria de Saúde - Superintendência de Controle de


Endemias, Publicações Técnicas, Capítulo 1 - Praguicidas, 2001.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Pesquisa da Produção


Agrícola Municipal (PAM) - Áreas de Lavouras por Município, 2010.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Pesquisa Nacional por


amostra de Domicílios - Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, 2010.

IPEA, Caderno de Diagnóstico - Resíduos Agrossilvopastoris - Volume I -


Resíduos Orgânicos, 2011.

IPEA, Caderno de Diagnóstico - Resíduos Agrossilvopastoris - Volume II -


Resíduos Inorgânicos e Resíduos Domésticos da Área Rural, 2011.

Mendonça, F. H. de O. et al, Resíduos Sólidos Gerados em Agroindústrias,


Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim – BA, 2004.

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ANEXO 1

LEI FEDERAL N° 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989.

Dispõe sobre a pesquisa, a


experimentação, a produção, a
embalagem e rotulagem, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a
propaganda comercial, a utilização, a
importação, a exportação, o destino final
dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a
fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÙBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Faço saber, em cumprimento ao disposto no § 7º do artigo 66 da Constituição do


Estado, que a Assembléia Legislativa aprovou e eu promulgo a seguinte lei:

Art. 1º A pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o


transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a
utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens,
o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos,
seus componentes e afins, serão regidos por esta Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se:

I - agrotóxicos e afins:

a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos,


destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas,
nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes
urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da
flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos
considerados nocivos;

b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes,


estimuladores e inibidores de crescimento;

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II - componentes: os princípios ativos, os produtos técnicos, suas matérias-
primas, os ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação de agrotóxicos e
afins.

Art. 3º Os agrotóxicos, seus componentes e afins, de acordo com definição do art.


2º desta Lei, só poderão ser produzidos, exportados, importados, comercializados
e utilizados, se previamente registrados em órgão federal, de acordo com as
diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis pelos setores da saúde,
do meio ambiente e da agricultura.

§ 1º Fica criado o registro especial temporário para agrotóxicos, seus


componentes e afins, quando se destinarem à pesquisa e à experimentação.

§ 2º Os registrantes e titulares de registro fornecerão, obrigatoriamente, à União,


as inovações concernentes aos dados fornecidos para o registro de seus
produtos.

§ 3º Entidades públicas e privadas de ensino, assistência técnica e pesquisa


poderão realizar experimentação e pesquisas, e poderão fornecer laudos no
campo da agronomia, toxicologia, resíduos, química e meio ambiente.

§ 4º Quando organizações internacionais responsáveis pela saúde, alimentação


ou meio ambiente, das quais o Brasil seja membro integrante ou signatário de
acordos e convênios, alertarem para riscos ou desaconselharem o uso de
agrotóxicos, seus componentes e afins, caberá à autoridade competente tomar
imediatas providências, sob pena de responsabilidade.

§ 5º O registro para novo produto agrotóxico, seus componentes e afins, será


concedido se a sua ação tóxica sobre o ser humano e o meio ambiente for
comprovadamente igual ou menor do que a daqueles já registrados, para o
mesmo fim, segundo os parâmetros fixados na regulamentação desta Lei.

§ 6º Fica proibido o registro de agrotóxicos, seus componentes e afins:

a) para os quais o Brasil não disponha de métodos para desativação de seus


componentes, de modo a impedir que os seus resíduos remanescentes
provoquem riscos ao meio ambiente e à saúde pública;

b) para os quais não haja antídoto ou tratamento eficaz no Brasil;

c) que revelem características teratogênicas, carcinogênicas ou mutagênicas, de


acordo com os resultados atualizados de experiências da comunidade
científica;

d) que provoquem distúrbios hormonais, danos ao aparelho reprodutor, de acordo


com procedimentos e experiências atualizadas na comunidade científica;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 187
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e) que se revelem mais perigosos para o homem do que os testes de laboratório,
com animais, tenham podido demonstrar, segundo critérios técnicos e
científicos atualizados;

f) cujas características causem danos ao meio ambiente.

Art. 4º As pessoas físicas e jurídicas que sejam prestadoras de serviços na


aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins, ou que os produzam,
importem, exportem ou comercializem, ficam obrigadas a promover os seus
registros nos órgãos competentes, do Estado ou do Município, atendidas as
diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis que atuam nas áreas da
saúde, do meio ambiente e da agricultura.

Parágrafo único -. São prestadoras de serviços as pessoas físicas e jurídicas que


executam trabalho de prevenção, destruição e controle de seres vivos,
considerados nocivos, aplicando agrotóxicos, seus componentes e afins.

Art. 5º Possuem legitimidade para requerer o cancelamento ou a impugnação, em


nome próprio, do registro de agrotóxicos e afins, argüindo prejuízos ao meio
ambiente, à saúde humana e dos animais:

I - entidades de classe, representativas de profissões ligadas ao setor;

II - partidos políticos, com representação no Congresso Nacional;

III - entidades legalmente constituídas para defesa dos interesses difusos


relacionados à proteção do consumidor, do meio ambiente e dos recursos
naturais.

§ 1º Para efeito de registro e pedido de cancelamento ou impugnação de


agrotóxicos e afins, todas as informações toxicológicas de contaminação
ambiental e comportamento genético, bem como os efeitos no mecanismo
hormonal, são de responsabilidade do estabelecimento registrante ou da entidade
impugnante e devem proceder de laboratórios nacionais ou internacionais.

§ 2º A regulamentação desta Lei estabelecerá condições para o processo de


impugnação ou cancelamento do registro, determinando que o prazo de
tramitação não exceda 90 (noventa) dias e que os resultados apurados sejam
publicados.

§ 3º Protocolado o pedido de registro, será publicado no Diário Oficial da União


um resumo do mesmo.

Art. 6º As embalagens dos agrotóxicos e afins deverão atender, entre outros, aos
seguintes requisitos:

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I - devem ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer vazamento,
evaporação, perda ou alteração de seu conteúdo;

II - os materiais de que forem feitas devem ser insuscetíveis de ser atacados pelo
conteúdo ou de formar com ele combinações nocivas ou perigosas;

III - devem ser suficientemente resistentes em todas as suas partes, de forma a


não sofrer enfraquecimento e a responder adequadamente às exigências de sua
normal conservação;

IV - devem ser providas de um lacre que seja irremediavelmente destruído ao ser


aberto pela primeira vez.

Parágrafo único. - Fica proibido o fracionamento ou a reembalagem de


agrotóxicos e afins para fins de comercialização, salvo quando realizados nos
estabelecimentos produtores dos mesmos.

Art. 7º Para serem vendidos ou expostos à venda em todo território nacional, os


agrotóxicos e afins ficam obrigados a exibir rótulos próprios, redigidos em
português, que contenham, entre outros, os seguintes dados:

I - indicações para a identificação do produto, compreendendo:

a) o nome do produto;

b) o nome e a percentagem de cada princípio ativo e a percentagem total dos


ingredientes inertes que contém;

c) a quantidade de agrotóxicos, componentes ou afins, que a embalagem contém,


expressa em unidades de peso ou volume, conforme o caso;

d) o nome e o endereço do fabricante e do importador;

e) os números de registro do produto e do estabelecimento fabricante ou


importador;

f) o número do lote ou da partida;

g) um resumo dos principais usos do produto;

h) a classificação toxicológica do produto;

II - instruções para utilização, que compreendam:

a) a data de fabricação e de vencimento;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 189
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b) o intervalo de segurança, assim entendido o tempo que deverá transcorrer
entre a aplicação e a colheita, uso ou consumo, a semeadura ou plantação, e a
semeadura ou plantação do cultivo seguinte, conforme o caso;

c) informações sobre o modo de utilização, incluídas, entre outras: a indicação de


onde ou sobre o que deve ser aplicado; o nome comum da praga ou
enfermidade que se pode com ele combater ou os efeitos que se pode obter; a
época em que a aplicação deve ser feita; o número de aplicações e o
espaçamento entre elas, se for o caso; as doses e os limites de sua utilização;

d) informações sobre os equipamentos a serem utilizados e sobre o destino final


das embalagens;

III - informações relativas aos perigos potenciais, compreendidos:

a) os possíveis efeitos prejudiciais sobre a saúde do homem, dos animais e sobre


o meio ambiente;

b) precauções para evitar danos a pessoas que os aplicam ou manipulam e a


terceiros, aos animais domésticos, fauna, flora e meio ambiente;

c) símbolos de perigo e frases de advertência padronizados, de acordo com a


classificação toxicológica do produto;

d) instruções para o caso de acidente, incluindo sintomas de alarme, primeiros


socorros, antídotos e recomendações para os médicos;

IV - recomendação para que o usuário leia o rótulo antes de utilizar o produto.

§ 1º Os textos e símbolos impressos nos rótulos serão claramente visíveis e


facilmente legíveis em condições normais e por pessoas comuns.

§ 2º Fica facultada a inscrição, nos rótulos, de dados não estabelecidos como


obrigatórios, desde que:

I - não dificultem a visibilidade e a compreensão dos dados obrigatórios;

II - não contenham:

a) afirmações ou imagens que possam induzir o usuário a erro quanto à natureza,


composição, segurança e eficácia do produto, e sua adequação ao uso;

b) comparações falsas ou equívocas com outros produtos;

c) indicações que contradigam as informações obrigatórias;

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d) declarações de propriedade relativas à inocuidade, tais como “seguro”, “não
venenoso”, “não tóxico”; com ou sem uma frase complementar, como: “quando
utilizado segundo as instruções”;

e) afirmações de que o produto é recomendado por qualquer órgão do Governo.

§ 3º Quando, mediante aprovação do órgão competente, for juntado folheto


complementar que amplie os dados do rótulo, ou que contenha dados que
obrigatoriamente deste devessem constar, mas que nele não couberam, pelas
dimensões reduzidas da embalagem, observar-se-á o seguinte:

I - deve-se incluir no rótulo frase que recomende a leitura do folheto anexo, antes
da utilização do produto;

II - em qualquer hipótese, os símbolos de perigo, o nome do produto, as


precauções e instruções de primeiros socorros, bem como o nome e o endereço
do fabricante ou importador devem constar tanto do rótulo como do folheto.

Art. 8º A propaganda comercial de agrotóxicos, componentes e afins, em


qualquer meio de comunicação, conterá, obrigatoriamente, clara advertência
sobre os riscos do produto à saúde dos homens, animais e ao meio ambiente, e
observará o seguinte:

I - estimulará os compradores e usuários a ler atentamente o rótulo e, se for o


caso, o folheto, ou a pedir que alguém os leia para eles, se não souberem ler;

II - não conterá nenhuma representação visual de práticas potencialmente


perigosas, tais como a manipulação ou aplicação sem equipamento protetor, o
uso em proximidade de alimentos ou em presença de crianças;

III - obedecerá ao disposto no inciso II do § 2º do art. 7º desta Lei.

Art. 9º No exercício de sua competência, a União adotará as seguintes


providências:

I - legislar sobre a produção, registro, comércio interestadual, exportação,


importação, transporte, classificação e controle tecnológico e toxicológico;

II - controlar e fiscalizar os estabelecimentos de produção, importação e


exportação;

III - analisar os produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, nacionais e


importados;

IV - controlar e fiscalizar a produção, a exportação e a importação.

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Art. 10 Compete aos Estados e ao Distrito Federal, nos termos dos arts. 23 e 24
da Constituição Federal, legislar sobre o uso, a produção, o consumo, o comércio
e o armazenamento dos agrotóxicos, seus componentes e afins, bem como
fiscalizar o uso, o consumo, o comércio, o armazenamento e o transporte interno.

Art. 11 Cabe ao Município legislar supletivamente sobre o uso e o


armazenamento dos agrotóxicos, seus componentes e afins.

Art. 12 A União, através dos órgãos competentes, prestará o apoio necessário às


ações de controle e fiscalização, à Unidade da Federação que não dispuser dos
meios necessários.

Art. 13 A venda de agrotóxicos e afins aos usuários será feita através de


receituário próprio, prescrito por profissionais legalmente habilitados, salvo casos
excepcionais que forem previstos na regulamentação desta Lei.

Art. 14 As responsabilidades administrativa, civil e penal, pelos danos causados à


saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, a comercialização, a
utilização e o transporte não cumprirem o disposto nesta Lei, na sua
regulamentação e nas legislações estaduais e municipais, cabem:

a) ao profissional, quando comprovada receita errada, displicente ou indevida;

b) ao usuário ou a prestador de serviços, quando em desacordo com o


receituário;

c) ao comerciante, quando efetuar venda sem o respectivo receituário ou em


desacordo com a receita;

d) ao registrante que, por dolo ou por culpa, omitir informações ou fornecer


informações incorretas;

e) ao produtor que produzir mercadorias em desacordo com as especificações


constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto e da
propaganda;

f) ao empregador, quando não fornecer e não fizer manutenção dos


equipamentos adequados à proteção da saúde dos trabalhadores ou dos
equipamentos na produção, distribuição e aplicação dos produtos.

Art. 15 Aquele que produzir, comercializar, transportar, aplicar ou prestar serviços


na aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins, descumprindo as
exigências estabelecidas nas leis e nos seus regulamentos, ficará sujeito à pena
de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, além da multa de 100 (cem) a 1.000
(mil) MVR. Em caso de culpa, será punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3
(três) anos, além da multa de 50 (cinqüenta) a 500 (quinhentos) MVR.

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Art. 16 O empregador, profissional responsável ou o prestador de serviço, que
deixar de promover as medidas necessárias de proteção à saúde e ao meio
ambiente, estará sujeito à pena de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, além de
multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. Em caso de culpa, será punido com pena
de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, além de multa de 50 (cinqüenta) a 500
(quinhentos) MVR.

Art. 17 Sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis, a infração de


disposições desta Lei acarretará, isolada ou cumulativamente, nos termos
previstos em regulamento, independente das medidas cautelares de
estabelecimento e apreensão do produto ou alimentos contaminados, a aplicação
das seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa de até 1000 (mil) vezes o Maior Valor de Referência - MVR, aplicável em
dobro em caso de reincidência;

III - condenação de produto;

IV - inutilização de produto;

V - suspensão de autorização, registro ou licença;

VI - cancelamento de autorização, registro ou licença;

VII - interdição temporária ou definitiva de estabelecimento;

VIII - destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos, com resíduos acima


do permitido;

IX - destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos, nos quais tenha


havido aplicação de agrotóxicos de uso não autorizado, a critério do órgão
competente.

Parágrafo único. - A autoridade fiscalizadora fará a divulgação das sanções


impostas aos infratores desta Lei.

Art. 18 Após a conclusão do processo administrativo, os agrotóxicos e afins,


apreendidos como resultado da ação fiscalizadora, serão inutilizados ou poderão
ter outro destino, a critério da autoridade competente.

Parágrafo único. Os custos referentes a quaisquer dos procedimentos


mencionados neste artigo correrão por conta do infrator.

Art. 19 O Poder Executivo desenvolverá ações de instrução, divulgação e


esclarecimento, que estimulem o uso seguro e eficaz dos agrotóxicos, seus

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componentes e afins, com o objetivo de reduzir os efeitos prejudiciais para os
seres humanos e o meio ambiente e de prevenir acidentes decorrentes de sua
utilização imprópria.

Art. 20 As empresas e os prestadores de serviços que já exercem atividades no


ramo de agrotóxicos, seus componentes e afins, têm o prazo de até 6 (seis)
meses, a partir da regulamentação desta Lei, para se adaptarem às suas
exigências.

Parágrafo único. Aos titulares do registro de produtos agrotóxicos que têm como
componentes os organoclorados será exigida imediata reavaliação de seu
registro, nos termos desta Lei.

Art. 21 O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias,


contado da data de sua publicação.

Art. 22 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 23 Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 11 de julho de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY

Íris Rezende Machado

João Alves Filho

Rubens Bayma Denys

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ANEXO 2

LEI FEDERAL Nº 9.974 DE 06 DE JUNHO 2000

Altera a Lei nº 7.802, de 11 de julho de


1989, que dispõe sobre a pesquisa, a
experimentação, a produção, a
embalagem e rotulagem, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a
propaganda comercial, a utilização, a
importação, a exportação, o destino final
dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a
fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras
providências

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O artigo 6º da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, passa a vigorar com a


seguinte redação:

"Art. 6º. ........................................................................."

"I - devem ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer vazamento,


evaporação, perda ou alteração de seu conteúdo e de modo a facilitar as
operações de lavagem, classificação, reutilização e reciclagem;" (NR)

"......................................................................................."

"§ 1º O fracionamento e a reembalagem de agrotóxicos e afins com o objetivo de


comercialização somente poderão ser realizados pela empresa produtora, ou por
estabelecimento devidamente credenciado, sob responsabilidade daquela, em
locais e condições previamente autorizados pelos órgãos competentes." (NR)

"§ 2º Os usuários de agrotóxicos, seus componentes e afins deverão efetuar a


devolução das embalagens vazias dos produtos aos estabelecimentos comerciais
em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas
bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou prazo superior, se
autorizado pelo órgão registrante, podendo a devolução ser intermediada por
postos ou centros de recolhimento, desde que autorizados e fiscalizados pelo
órgão competente." (AC)*

"§ 3º Quando o produto não for fabricado no País, assumirá a responsabilidade de


que trata o § 2º a pessoa física ou jurídica responsável pela importação e,

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tratando-se de produto importado submetido a processamento industrial ou a
novo acondicionamento, caberá ao órgão registrante defini-la." (AC)

"§ 4º As embalagens rígidas que contiverem formulações miscíveis ou


dispersíveis em água deverão ser submetidas pelo usuário à operação de tríplice
lavagem, ou tecnologia equivalente, conforme normas técnicas oriundas dos
órgãos competentes e orientação constante de seus rótulos e bulas." (AC)

"§ 5º As empresas produtoras e comercializadoras de agrotóxicos, seus


componentes e afins, são responsáveis pela destinação das embalagens vazias
dos produtos por elas fabricados e comercializados, após a devolução pelos
usuários, e pela dos produtos apreendidos pela ação fiscalizatória e dos
impróprios para utilização ou em desuso, com vistas à sua reutilização,
reciclagem ou inutilização, obedecidas as normas e instruções dos órgãos
registrantes e sanitário-ambientais competentes." (AC)

"§ 6º As empresas produtoras de equipamentos para pulverização deverão, no


prazo de cento e oitenta dias da publicação desta Lei, inserir nos novos
equipamentos adaptações destinadas a facilitar as operações de tríplice lavagem
ou tecnologia equivalente." (AC)

Art. 2º O caput e a alínea d do inciso II do art. 7o da Lei no 7.802, de 1989,


passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 7º Para serem vendidos ou expostos à venda em todo o território nacional,


os agrotóxicos e afins são obrigados a exibir rótulos próprios e bulas, redigidos
em português, que contenham, entre outros, os seguintes dados:" (NR)

"............................................................................................................................

II - ......................................................................................................................"

"d) informações sobre os equipamentos a serem usados e a descrição dos


processos de tríplice lavagem ou tecnologia equivalente, procedimentos para a
devolução, destinação, transporte, reciclagem, reutilização e inutilização das
embalagens vazias e efeitos sobre o meio ambiente decorrentes da destinação
inadequada dos recipientes;" (NR)

"..........................................................................................................................."

Art. 3º A Lei no 7.802, de 1989, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12A:

"Art. 12A. Compete ao Poder Público a fiscalização:" (AC)

"I – da devolução e destinação adequada de embalagens vazias de agrotóxicos,


seus componentes e afins, de produtos apreendidos pela ação fiscalizadora e
daqueles impróprios para utilização ou em desuso;" (AC)

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"II – do armazenamento, transporte, reciclagem, reutilização e inutilização de
embalagens vazias e produtos referidos no inciso I." (AC)

Art. 4º O caput e as alíneas b, c e e do art. 14 da Lei no 7.802, de 1989, passam


a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 14. As responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados


à saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, comercialização,
utilização, transporte e destinação de embalagens vazias de agrotóxicos, seus
componentes e afins, não cumprirem o disposto na legislação pertinente, cabem:"
(NR)

"..........................................................................................................................."

"b) ao usuário ou ao prestador de serviços, quando proceder em desacordo com o


receituário ou as recomendações do fabricante e órgãos registrantes e sanitário-
ambientais;" (NR)

"c) ao comerciante, quando efetuar venda sem o respectivo receituário ou em


desacordo com a receita ou recomendações do fabricante e órgãos registrantes e
sanitário-ambientais;" (NR)

"..........................................................................................................................."

"e) ao produtor, quando produzir mercadorias em desacordo com as


especificações constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto e
da propaganda, ou não der destinação às embalagens vazias em conformidade
com a legislação pertinente;" (NR)

"..........................................................................................................................."

Art. 5º O art. 15 da Lei no 7.802, de 1989, passa a vigorar com a redação


seguinte:

"Art. 15. Aquele que produzir, comercializar, transportar, aplicar, prestar serviço,
der destinação a resíduos e embalagens vazias de agrotóxicos, seus
componentes e afins, em descumprimento às exigências estabelecidas na
legislação pertinente estará sujeito à pena de reclusão, de dois a quatro anos,
além de multa."(NR)

Art. 6º O art. 19 da Lei no 7.802, de 1989, passa a vigorar acrescido do seguinte


parágrafo único:

"Art. 19. ........................................................................"

"Parágrafo único. As empresas produtoras e comercializadoras de agrotóxicos,


seus componentes e afins, implementarão, em colaboração com o Poder Público,

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programas educativos e mecanismos de controle e estímulo à devolução das
embalagens vazias por parte dos usuários, no prazo de cento e oitenta dias
contado da publicação desta Lei." (AC)

Art. 7º (VETADO)

Brasília, 6 de junho de 2000; 179º da Independência e 112º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


José Gregori
Marcus Vinicius Pratini de Moraes
José Serra
Alcides Lopes Tápias
José Sarney Filho

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ANEXO 3

DECRETO Nº 4.074 DE 04 DE JANEIRO DE 2002

Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de


julho de 1989, que dispõe sobre a
pesquisa, a experimentação, a produção,
a embalagem e rotulagem, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a
propaganda comercial, a utilização, a
importação, a exportação, o destino final
dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a
fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,

no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo
em vista o disposto na Lei no7.802, de 11 de julho de 1989,

DECRETA:

Capítulo I
Das Disposições Preliminares

Art. 1o Para os efeitos deste Decreto, entende-se por:

I - aditivo - substância ou produto adicionado a agrotóxicos, componentes e afins,


para melhorar sua ação, função, durabilidade, estabilidade e detecção ou para
facilitar o processo de produção;

II - adjuvante - produto utilizado em mistura com produtos formulados para


melhorar a sua aplicação;

III - agente biológico de controle - o organismo vivo, de ocorrência natural ou


obtido por manipulação genética, introduzido no ambiente para o controle de uma
população ou de atividades biológicas de outro organismo vivo considerado
nocivo;

IV - agrotóxicos e afins - produtos e agentes de processos físicos, químicos ou


biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas,
nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos
e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim
de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como

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as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes,
estimuladores e inibidores de crescimento;

V - centro ou central de recolhimento - estabelecimento mantido ou credenciado


por um ou mais fabricantes e registrantes, ou conjuntamente com comerciantes,
destinado ao recebimento e armazenamento provisório de embalagens vazias de
agrotóxicos e afins dos estabelecimentos comerciais, dos postos de recebimento
ou diretamente dos usuários;

VI - comercialização - operação de compra, venda ou permuta dos agrotóxicos,


seus componentes e afins;

VII - componentes - princípios ativos, produtos técnicos, suas matérias-primas,


ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação de agrotóxicos e afins;

VIII - controle - verificação do cumprimento dos dispositivos legais e requisitos


técnicos relativos a agrotóxicos, seus componentes e afins;

IX - embalagem - invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento,


removível ou não, destinado a conter, cobrir, empacotar, envasar, proteger ou
manter os agrotóxicos, seus componentes e afins;

X - Equipamento de Proteção Individual (EPI) - todo vestuário, material ou


equipamento destinado a proteger pessoa envolvida na produção, manipulação e
uso de agrotóxicos, seus componentes e afins;

XI - exportação - ato de saída de agrotóxicos, seus componentes e afins, do País


para o exterior;

XII - fabricante - pessoa física ou jurídica habilitada a produzir componentes;

XIII - fiscalização - ação direta dos órgãos competentes, com poder de polícia, na
verificação do cumprimento da legislação especifica;

XIV - formulador - pessoa física ou jurídica habilitada a produzir agrotóxicos e


afins;

XV - importação - ato de entrada de agrotóxicos, seus componentes e afins, no


País;

XVI - impureza - substância diferente do ingrediente ativo derivada do seu


processo de produção;

XVII - ingrediente ativo ou princípio ativo - agente químico, físico ou biológico que
confere eficácia aos agrotóxicos e afins;

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XVIII - ingrediente inerte ou outro ingrediente - substância ou produto não ativo
em relação à eficácia dos agrotóxicos e afins, usado apenas como veículo,
diluente ou para conferir características próprias às formulações;

XIX - inspeção - acompanhamento, por técnicos especializados, das fases de


produção, transporte, armazenamento, manipulação, comercialização, utilização,
importação, exportação e destino final dos agrotóxicos, seus componentes e
afins, bem como de seus resíduos e embalagens;

XX - intervalo de reentrada - intervalo de tempo entre a aplicação de agrotóxicos


ou afins e a entrada de pessoas na área tratada sem a necessidade de uso de
EPI;

XXI - intervalo de segurança ou período de carência, na aplicação de agrotóxicos


ou afins:

a) antes da colheita: intervalo de tempo entre a última aplicação e a colheita;

b) pós-colheita: intervalo de tempo entre a última aplicação e a comercialização


do produto tratado;

c) em pastagens: intervalo de tempo entre a última aplicação e o consumo do


pasto;

d) em ambientes hídricos: intervalo de tempo entre a última aplicação e o reinício


das atividades de irrigação, dessedentação de animais, balneabilidade, consumo
de alimentos provenientes do local e captação para abastecimento público; e

e) em relação a culturas subseqüentes: intervalo de tempo transcorrido entre a


última aplicação e o plantio consecutivo de outra cultura.

XXII - Limite Máximo de Resíduo (LMR) - quantidade máxima de resíduo de


agrotóxico ou afim oficialmente aceita no alimento, em decorrência da aplicação
adequada numa fase específica, desde sua produção até o consumo, expressa
em partes (em peso) do agrotóxico, afim ou seus resíduos por milhão de partes
de alimento (em peso) (ppm ou mg/kg);

XXIII - manipulador - pessoa física ou jurídica habilitada e autorizada a fracionar e


reembalar agrotóxicos e afins, com o objetivo específico de comercialização;

XXIV - matéria-prima - substância, produto ou organismo utilizado na obtenção de


um ingrediente ativo, ou de um produto que o contenha, por processo químico,
físico ou biológico;

XXV - mistura em tanque - associação de agrotóxicos e afins no tanque do


equipamento aplicador, imediatamente antes da aplicação;

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XXVI - novo produto - produto técnico, pré-mistura ou produto formulado contendo
ingrediente ativo ainda não registrado no Brasil;

XXVII - país de origem - país em que o agrotóxico, componente ou afim é


produzido;

XXVIII - país de procedência - país exportador do agrotóxico, componente ou afim


para o Brasil;

XXIX - pesquisa e experimentação - procedimentos técnico-científicos efetuados


visando gerar informações e conhecimentos a respeito da aplicabilidade de
agrotóxicos, seus componentes e afins, da sua eficiência e dos seus efeitos sobre
a saúde humana e o meio ambiente;

XXX - posto de recebimento - estabelecimento mantido ou credenciado por um ou


mais estabelecimentos comerciais ou conjuntamente com os fabricantes,
destinado a receber e armazenar provisoriamente embalagens vazias de
agrotóxicos e afins devolvidas pelos usuários;

XXXI - pré-mistura - produto obtido a partir de produto técnico, por intermédio de


processos químicos, físicos ou biológicos, destinado exclusivamente à preparação
de produtos formulados;

XXXII - prestador de serviço - pessoa física ou jurídica habilitada a executar


trabalho de aplicação de agrotóxicos e afins;

XXXIII - produção - processo de natureza química, física ou biológica para


obtenção de agrotóxicos, seus componentes e afins;

XXXIV - produto de degradação - substância ou produto resultante de processos


de degradação, de um agrotóxico, componente ou afim;

XXXV - produto formulado - agrotóxico ou afim obtido a partir de produto técnico


ou de, pré-mistura, por intermédio de processo físico, ou diretamente de matérias-
primas por meio de processos físicos, químicos ou biológicos;

XXXVI - produto formulado equivalente - produto que, se comparado com outro


produto formulado já registrado, possui a mesma indicação de uso, produtos
técnicos equivalentes entre si, a mesma composição qualitativa e cuja variação
quantitativa de seus componentes não o leve a expressar diferença no perfil
toxicológico e ecotoxicológico frente ao do produto em referência;(Revogado pelo
Decreto nº 5.981, de 2006)

XXXVII - produto técnico - produto obtido diretamente de matérias-primas por


processo químico, físico ou biológico, destinado à obtenção de produtos
formulados ou de pré-misturas e cuja composição contenha teor definido de

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ingrediente ativo e impurezas, podendo conter estabilizantes e produtos
relacionados, tais como isômeros;

XXXVIII - produto técnico equivalente - produto que tem o mesmo ingrediente


ativo de outro produto técnico já registrado, cujo teor, bem como o conteúdo de
impurezas presentes, não variem a ponto de alterar seu perfil toxicológico e
ecotoxicológico; (Revogado pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

XXXIX - receita ou receituário: prescrição e orientação técnica para utilização de


agrotóxico ou afim, por profissional legalmente habilitado;

XL - registrante de produto - pessoa física ou jurídica legalmente habilitada que


solicita o registro de um agrotóxico, componente ou afim;

XLI - registro de empresa e de prestador de serviços - ato dos órgãos


competentes estaduais, municipais e do Distrito Federal que autoriza o
funcionamento de um estabelecimento produtor, formulador, importador,
exportador, manipulador ou comercializador, ou a prestação de serviços na
aplicação de agrotóxicos e afins;

XLII - registro de produto - ato privativo de órgão federal competente, que atribui o
direito de produzir, comercializar, exportar, importar, manipular ou utilizar um
agrotóxico, componente ou afim;

XLIII - Registro Especial Temporário - RET - ato privativo de órgão federal


competente, destinado a atribuir o direito de utilizar um agrotóxico, componente
ou afim para finalidades específicas em pesquisa e experimentação, por tempo
determinado, podendo conferir o direito de importar ou produzir a quantidade
necessária à pesquisa e experimentação;

XLIV - resíduo - substância ou mistura de substâncias remanescente ou existente


em alimentos ou no meio ambiente decorrente do uso ou da presença de
agrotóxicos e afins, inclusive, quaisquer derivados específicos, tais como produtos
de conversão e de degradação, metabólitos, produtos de reação e impurezas,
consideradas toxicológica e ambientalmente importantes;

XLV - titular de registro - pessoa física ou jurídica que detém os direitos e as


obrigações conferidas pelo registro de um agrotóxico, componente ou afim; e

XLVI - Venda aplicada - operação de comercialização vinculada à prestação de


serviços de aplicação de agrotóxicos e afins, indicadas em rótulo e bula.

XLVII - produto fitossanitário com uso aprovado para a agricultura orgânica -


agrotóxico ou afim contendo exclusivamente substâncias permitidas, em
regulamento próprio, para uso na agricultura orgânica; (Incluído pelo Decreto nº
6.913, de 2009).

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XLVIII - especificação de referência - especificações e garantias mínimas que os
produtos fitossanitários com uso aprovado na agricultura orgânica deverão seguir
para obtenção de registro. (Incluído pelo Decreto nº 6.913, de 2009).

Capítulo II
DAS COMPETÊNCIAS

Art. 2o Cabe aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Saúde e


do Meio Ambiente, no âmbito de suas respectivas áreas de competências:

I - estabelecer as diretrizes e exigências relativas a dados e informações a serem


apresentados pelo requerente para registro e reavaliação de registro dos
agrotóxicos, seus componentes e afins;

II - estabelecer diretrizes e exigências objetivando minimizar os riscos


apresentados por agrotóxicos, seus componentes e afins;

III - estabelecer o limite máximo de resíduos e o intervalo de segurança dos


agrotóxicos e afins;

IV - estabelecer os parâmetros para rótulos e bulas de agrotóxicos e afins;

V - estabelecer metodologias oficiais de amostragem e de análise para


determinação de resíduos de agrotóxicos e afins em produtos de origem vegetal,
animal, na água e no solo;

VI - promover a reavaliação de registro de agrotóxicos, seus componentes e afins


quando surgirem indícios da ocorrência de riscos que desaconselhem o uso de
produtos registrados ou quando o País for alertado nesse sentido, por
organizações internacionais responsáveis pela saúde, alimentação ou meio
ambiente, das quais o Brasil seja membro integrante ou signatário de acordos;

VII - avaliar pedidos de cancelamento ou de impugnação de registro de


agrotóxicos, seus componentes e afins;

VIII - autorizar o fracionamento e a reembalagem dos agrotóxicos e afins;

IX - controlar, fiscalizar e inspecionar a produção, a importação e a exportação


dos agrotóxicos, seus componentes e afins, bem como os respectivos
estabelecimentos;

X - controlar a qualidade dos agrotóxicos, seus componentes e afins frente às


características do produto registrado;

XI - desenvolver ações de instrução, divulgação e esclarecimento sobre o uso


correto e eficaz dos agrotóxicos e afins;

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XII - prestar apoio às Unidades da Federação nas ações de controle e fiscalização
dos agrotóxicos, seus componentes e afins;

XIII - indicar e manter representantes no Comitê Técnico de Assessoramento para


Agrotóxicos de que trata o art. 95;

XIV - manter o Sistema de Informações sobre Agrotóxicos – SIA, referido no art.


94; e

XV - publicar no Diário Oficial da União o resumo dos pedidos e das concessões


de registro.

Art. 3o Cabe aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da


Saúde, no âmbito de suas respectivas áreas de competência monitorar os
resíduos de agrotóxicos e afins em produtos de origem vegetal.

Art. 4o Cabe aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio


Ambiente registrar os componentes caracterizados como matérias-primas,
ingredientes inertes e aditivos, de acordo com diretrizes e exigências dos órgãos
federais da agricultura, da saúde e do meio ambiente.

Art. 5o Cabe ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento:

I - avaliar a eficiência agronômica dos agrotóxicos e afins para uso nos setores de
produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas florestas
plantadas e nas pastagens; e

II - conceder o registro, inclusive o RET, de agrotóxicos, produtos técnicos, pré-


misturas e afins para uso nos setores de produção, armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas, nas florestas plantadas e nas pastagens,
atendidas as diretrizes e exigências dos Ministérios da Saúde e do Meio
Ambiente.

Art. 6o Cabe ao Ministério da Saúde:

I - avaliar e classificar toxicologicamente os agrotóxicos, seus componentes, e


afins;

II - avaliar os agrotóxicos e afins destinados ao uso em ambientes urbanos,


industriais, domiciliares, públicos ou coletivos, ao tratamento de água e ao uso em
campanhas de saúde pública, quanto à eficiência do produto;

III - realizar avaliação toxicológica preliminar dos agrotóxicos, produtos técnicos,


pré-misturas e afins, destinados à pesquisa e à experimentação;

IV - estabelecer intervalo de reentrada em ambiente tratado com agrotóxicos e


afins;

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V - conceder o registro, inclusive o RET, de agrotóxicos, produtos técnicos, pré-
misturas e afins destinados ao uso em ambientes urbanos, industriais,
domiciliares, públicos ou coletivos, ao tratamento de água e ao uso em
campanhas de saúde pública atendidas as diretrizes e exigências dos Ministérios
da Agricultura e do Meio Ambiente; e

VI - monitorar os resíduos de agrotóxicos e afins em produtos de origem animal.

Art. 7o Cabe ao Ministério do Meio Ambiente:

I - avaliar os agrotóxicos e afins destinados ao uso em ambientes hídricos, na


proteção de florestas nativas e de outros ecossistemas, quanto à eficiência do
produto;

II - realizar a avaliação ambiental, dos agrotóxicos, seus componentes e afins,


estabelecendo suas classificações quanto ao potencial de periculosidade
ambiental;

III - realizar a avaliação ambiental preliminar de agrotóxicos, produto técnico, pré-


mistura e afins destinados à pesquisa e à experimentação; e

IV - conceder o registro, inclusive o RET, de agrotóxicos, produtos técnicos e pré-


misturas e afins destinados ao uso em ambientes hídricos, na proteção de
florestas nativas e de outros ecossistemas, atendidas as diretrizes e exigências
dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Saúde.

Capítulo III
DOS REGISTROS

Seção I
Do Registro do Produto

Art. 8o Os agrotóxicos, seus componentes e afins só poderão ser produzidos,


manipulados, importados, exportados, comercializados e utilizados no território
nacional se previamente registrados no órgão federal competente, atendidas as
diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis pelos setores de
agricultura, saúde e meio ambiente.

Parágrafo único. Os certificados de registro serão expedidos pelos órgãos


federais competentes, contendo no mínimo o previsto no Anexo I.

Art. 9o Os requerentes e titulares de registro fornecerão, obrigatoriamente, aos


órgãos federais responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio
ambiente, as inovações concernentes aos dados apresentados para registro e
reavaliação de registro dos seus produtos.

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Art. 10. Para obter o registro ou a reavaliação de registro de produtos técnicos,
pré-misturas, agrotóxicos e afins, o interessado deve apresentar, em prazo não
superior a cinco dias úteis, a contar da data da primeira protocolização do pedido,
a cada um dos órgãos responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio
ambiente, requerimento em duas vias, conforme Anexo II, acompanhado dos
respectivos relatórios e de dados e informações exigidos, por aqueles órgãos, em
normas complementares.

§ 1o Ao receber o pedido de registro ou de reavaliação de registro, os órgãos


responsáveis atestarão, em uma das vias do requerimento, a data de recebimento
do pleito com a indicação do respectivo número de protocolo.

§ 2o O registro de produto equivalente será realizado com observância dos


critérios de equivalência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação - FAO, sem prejuízo do atendimento a normas complementares
estabelecidas pelos órgãos responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e
meio ambiente.

§ 3o O requerente de registro de produto equivalente deverá fornecer os dados e


documentos exigidos no Anexo II, itens 1 a 11, 15, 16 e, quando se tratar de
produto formulado, 17.

§ 4o Para o registro de produtos formulados importados, será exigido o registro do


produto técnico.

§ 2o O requerente de registro de produto técnico equivalente deverá fornecer os


dados e documentos exigidos no Anexo II, itens 1 a 11, 15 e 16.1 a 16.6.
(Redação dada pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

§ 3o O órgão federal de saúde informará ao requerente de registro por


equivalência se o produto técnico de referência indicado contém ou não contém
os estudos, testes, dados e informações necessários à avaliação do registro, no
prazo de quinze dias da solicitação do registro de produto técnico por
equivalência. (Redação dada pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

§ 4o Quando o produto técnico de referência indicado não contiver os estudos,


testes, dados e informações necessários à avaliação, o órgão federal de saúde,
ouvidos os demais órgãos de registro, informará ao requerente de registro por
equivalência quais produtos técnicos estão aptos a serem indicados como produto
técnico de referência para o ingrediente ativo de interesse ou a alternativa de
encaminhamento para o pleito de registro, no prazo de trinta dias após o prazo
previsto no § 3o. (Redação dada pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

§ 5o Os produtos técnicos registrados com base em equivalência não poderão ser


indicados como produtos técnicos de referência. (Incluído pelo Decreto nº 5.981,
de 2006)

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§ 6o Os produtos com registro cancelado poderão ser indicados como produtos
técnicos de referência, desde que atendam aos requisitos previstos na legislação
para registro de agrotóxicos e afins e contenham os estudos, testes, dados e
informações necessários ao registro por equivalência. (Incluído pelo Decreto nº
5.981, de 2006)

§ 7o A avaliação para determinação da equivalência entre produtos técnicos será


realizada conjuntamente pelos órgãos responsáveis pelos setores da agricultura,
saúde e meio ambiente, resguardadas as suas competências, com observância
dos critérios de equivalência da Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação - FAO, conforme descrito no Anexo X. (Incluído pelo Decreto nº
5.981, de 2006)

§ 8o Na Fase I do processo de avaliação dos pleitos de registro de produto técnico


com base em equivalência, os órgãos verificarão se o produto técnico é
equivalente ao produto técnico de referência indicado, de acordo com os critérios
previstos nos itens 1 a 3 do Anexo X, com base nos dados e informações
apresentadas conforme os itens 15 e 16.1 a 16.6 do Anexo II. (Incluído pelo
Decreto nº 5.981, de 2006)

§ 9o Quando não for possível determinar a equivalência do produto técnico


somente com os dados e informações da Fase I, o processo de avaliação passará
à Fase II, de acordo com os critérios previstos no Anexo X, para a qual o
requerente de registro de produto técnico equivalente deverá apresentar os
estudos que lhe forem exigidos com base no item 16.7 do Anexo II. (Incluído pelo
Decreto nº 5.981, de 2006)

§ 10. Se os dados e estudos previstos na Fase II também não forem suficientes para
a comprovação da equivalência do produto técnico, o processo de avaliação passará
à Fase III, de acordo com os critérios previstos no item 5 do Anexo X, para a qual o
requerente de registro de produto técnico equivalente deverá apresentar os estudos
que lhe forem exigidos com base nos itens 16.8 e 16.9 do Anexo II. (Incluído pelo
Decreto nº 5.981, de 2006)

§ 11. Quando os procedimentos previstos sucessivamente nos §§ 8 o, 9o e 10 não


permitirem a comprovação de que o produto técnico é equivalente ao produto
técnico de referência indicado, o requerente poderá dar continuidade ao processo
de registro, cumprindo com a totalidade dos requisitos previstos para o registro de
produtos técnicos. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

§ 12. Na análise de cinco bateladas, a fração não identificada dos produtos


técnicos deverá ser igual ou inferior a 20g/kg. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de
2006)

§ 13. O requerente de registro de produto formulado com base em produto técnico


equivalente deverá fornecer os dados e documentos exigidos no Anexo II, itens 1 a
11, 13 e 21 a 23. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

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§ 14. Os estudos de eficiência e praticabilidade constantes dos itens 18.1 e 21.1
do Anexo II, relacionados respectivamente a produtos formulados e produtos
formulados com base em produto técnico equivalente, não serão exigidos dos
produtos que, comparados a produtos formulados já registrados, apresentarem
todas as características a seguir: (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

I - mesmo tipo de formulação; e (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

II - mesmas indicações de uso (culturas e doses) e modalidades de emprego já


registradas. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

§ 15. A dispensa de realização de testes de que trata o § 14 não isenta a empresa


da apresentação de informações atestando a não fitotoxicidade do produto para
os fins propostos. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

§ 16. Os estudos de resíduos constantes dos itens 18.4 e 19.2 e dos itens 21.4 e
22.2 do Anexo II, relacionados respectivamente a produtos formulados e produtos
formulados com base em produto técnico equivalente, não serão exigidos dos
produtos que, comparados a produtos formulados já registrados, apresentarem
todas as características a seguir: (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

I - mesmo tipo de formulação; (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

II - mesmas indicações de culturas e modalidades de emprego já registradas;


(Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

III - aplicação de quantidade igual ou inferior de ingrediente ativo durante o ciclo


ou safra da cultura; e (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

IV - intervalo de segurança igual ou superior. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de


2006)

§ 17. Para a comparação de que trata o § 16, os produtos formulados já


registrados deverão possuir: (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

I - relatório analítico com a descrição do método de análise, e todos os


cromatogramas que permitam a quantificação dos Limites Máximos de Resíduos -
LMRs; (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

II - ensaios de resíduos, sendo: (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

a) três ensaios de campo, em locais distintos na mesma safra, ou dois ensaios de


campo no mesmo local em duas safras consecutivas e um terceiro em local
diferente; ou (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

b) no mínimo dois ensaios, em locais representativos, para o tratamento pós-


colheita. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

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§ 18. Quando necessário, as empresas detentoras de registro de produtos
agrotóxicos serão convocadas a adequar os estudos de resíduos. (Incluído pelo
Decreto nº 5.981, de 2006)

§ 19. A adequação dos estudos de resíduos de que trata o § 18 poderá ser


realizada conjuntamente pelas empresas interessadas. (Incluído pelo Decreto nº
5.981, de 2006)

§ 20. Para o registro de produtos formulados importados, será exigido o registro


do produto técnico. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

Art. 10-A. Os atos praticados por terceiros não autorizados, relacionados à


invenção protegida por patente, exclusivamente para a obtenção de informações,
dados e resultados de testes para a obtenção do registro, observarão o disposto
no inciso VII do art. 43 da Lei no 9.279, de 14 de maio de 1996. (Incluído pelo
Decreto nº 5.981, de 2006)

Art. 10-B. A observância dos eventuais direitos de propriedade intelectual


protegidos no País é de responsabilidade exclusiva do beneficiado,
independentemente da concessão do registro pela autoridade competente.
(Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

Art. 10-C. Os dados dos produtos registrados poderão ser utilizados pelos órgãos
federais competentes responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio
ambiente para fins de concessão de registro, observado o disposto na Lei n o
10.603, de 17 de dezembro de 2002. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

Art. 10-D. Para obter o registro ou a reavaliação de registro de produto


fitossanitário com uso aprovado na agricultura orgânica, o interessado deve
apresentar, em prazo não superior a cinco dias úteis, a contar da data da primeira
protocolização do pedido, a cada um dos órgãos responsáveis pelos setores de
agricultura, saúde e meio ambiente, requerimento em duas vias, conforme Anexo
II, itens 1 a 11 e 24. (Incluído pelo Decreto nº 6.913, de 2009).

§ 1o Para o registro de produtos fitossanitários com uso aprovado para a


agricultura orgânica, os estudos agronômicos, toxicológicos e ambientais não
serão exigidos, desde que o produto apresente característica, processo de
obtenção, composição e indicação de uso de acordo com o estabelecido nas
especificações de referência. (Incluído pelo Decreto nº 6.913, de 2009).

§ 2o As especificações de referência dos produtos fitossanitários com uso


aprovado para a agricultura orgânica serão estabelecidas com base em
informações, testes e estudos agronômicos, toxicológicos e ambientais realizados
por instituições públicas ou privadas de ensino, assistência técnica e pesquisa,
em procedimento coordenado pelo setor de agricultura orgânica do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (Incluído pelo Decreto nº 6.913, de 2009).

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§ 3o O setor de agricultura orgânica do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento fica responsável por identificar os produtos prioritários para uso na
agricultura orgânica e encaminhar aos órgãos da agricultura, saúde e meio
ambiente, que definirão quais são as informações, testes e estudos necessários
para o estabelecimento das especificações de referência. (Incluído pelo Decreto
nº 6.913, de 2009).

§ 4o As especificações de referência serão estabelecidas em regulamento próprio


pelos órgãos responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio ambiente.
(Incluído pelo Decreto nº 6.913, de 2009).

§ 5o Os produtos de que trata este artigo serão registrados com a denominação


de "PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS COM USO APROVADO PARA A
AGRICULTURA ORGÂNICA". (Incluído pelo Decreto nº 6.913, de 2009).

§ 6o Cada produto comercial com uso aprovado para a agricultura orgânica terá
registro próprio. (Incluído pelo Decreto nº 6.913, de 2009).

§ 7o Ficam os produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura


orgânica dispensados de RET e de registro de componentes, quando registrados
seguindo as especificações de referência. (Incluído pelo Decreto nº 6.913, de
2009).

§ 8o Ficam isentos de registro os produtos fitossanitários com uso aprovado para


a agricultura orgânica produzidos exclusivamente para uso próprio. (Incluído pelo
Decreto nº 6.913, de 2009).

Art. 11. O registro, bem como o RET de produtos e agentes de processos


biológicos geneticamente modificados que se caracterizem como agrotóxicos e
afins, será realizado de acordo com critérios e exigências estabelecidos na
legislação específica.

Art. 12. Os produtos de baixa toxicidade e periculosidade terão a tramitação de


seus processos priorizada, desde que aprovado pelos órgãos federais
competentes o pedido de prioridade, devidamente justificado, feito pelos
requerentes do registro.

Parágrafo único. Os órgãos federais competentes definirão em normas


complementares os critérios para aplicabilidade do disposto no caput deste artigo.

Art. 12-A. Os processos de registro de produtos técnicos equivalentes e de


produtos formulados com base em produtos técnicos equivalentes terão
tramitação própria. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

Art. 12-B. O processo de registro de produtos fitossanitários com uso aprovado


para a agricultura orgânica terá tramitação própria e prioritária.(Incluído pelo
Decreto nº 6.913, de 2009).

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Art. 13. Os agrotóxicos, seus componentes e afins que apresentarem indícios de
redução de sua eficiência agronômica, alteração dos riscos à saúde humana ou
ao meio ambiente poderão ser reavaliados a qualquer tempo e ter seus registros
mantidos, alterados, suspensos ou cancelados.

Art. 14. O órgão registrante do agrotóxico, componente ou afim deverá publicar


no Diário Oficial da União, no prazo de até trinta dias da data do protocolo do
pedido e da data da concessão ou indeferimento do registro, resumo contendo:

I - do pedido:

a) nome do requerente;

b) marca comercial do produto;

c) nome químico e comum do ingrediente ativo;

d) nome científico, no caso de agente biológico;

e) motivo da solicitação; e

f) indicação de uso pretendido.

II - da concessão ou indeferimento do registro:

a) nome do requerente ou titular;

b) marca comercial do produto;

c) resultado do pedido e se indeferido, o motivo;

d) fabricante(s) e formulador(es);

e) nome químico e comum do ingrediente ativo;

f) nome científico, no caso de agente biológico;

g) indicação de uso aprovada;

h) classificação toxicológica; e

i) classificação do potencial de periculosidade ambiental.

Art. 15. Os órgãos federais competentes deverão realizar a avaliação técnico-


científica, para fins de registro ou reavaliação de registro, no prazo de até cento e
vinte dias, contados a partir da data do respectivo protocolo.

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§ 1o A contagem do prazo será suspensa caso qualquer dos órgãos avaliadores
solicite por escrito e fundamentadamente, documentos ou informações adicionais,
reiniciando a partir do atendimento da exigência, acrescidos trinta dias.

§ 2o A falta de atendimento a pedidos complementares no prazo de trinta dias


implicará o arquivamento do processo e indeferimento do pleito pelo órgão
encarregado do registro, salvo se apresentada, formalmente, justificativa técnica
considerada procedente pelo órgão solicitante, que poderá conceder prazo
adicional, seguido, obrigatoriamente, de comunicação aos demais órgãos para as
providências cabíveis.

§ 3o Quando qualquer órgão estabelecer restrição ao pleito do registrante deverá


comunicar aos demais órgãos federais envolvidos.

§ 4o O órgão federal encarregado do registro disporá de até trinta dias, contados


da disponibilização dos resultados das avaliações dos órgãos federais envolvidos,
para conceder ou indeferir a solicitação do requerente.

Art. 16. Para fins de registro, os produtos destinados exclusivamente à


exportação ficam dispensados da apresentação dos estudos relativos à eficiência
agronômica, à determinação de resíduos em produtos vegetais e outros que
poderão ser estabelecidos em normas complementares pelos órgãos
responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio ambiente.

Art. 17. O órgão federal registrante expedirá, no prazo de sessenta dias da


entrega do pedido, certificado de registro para exportação de agrotóxicos, seus
componentes e afins já registrados com nome comercial diferente daquele com o
qual será exportado, mediante a apresentação, pelo interessado, ao órgão
registrante, de cópia do certificado de registro e de requerimento contendo as
seguintes informações:

I - destino final do produto; e

II - marca comercial no país de destino.

Parágrafo único. Concomitantemente à expedição do certificado, o órgão federal


registrante comunicará o fato aos demais órgãos federais envolvidos,
responsáveis pelos setores de agricultura, saúde ou meio ambiente, atendendo os
acordos e convênios dos quais o Brasil seja signatário.

Art. 18. O registro de agrotóxicos, seus componentes e afins para uso em


emergências quarentenárias, fitossanitárias, sanitárias e ambientais será
concedido por prazo previamente determinado, de acordo com as diretrizes e
exigências dos órgãos responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio
ambiente.

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Art. 19. Quando organizações internacionais responsáveis pela saúde,
alimentação ou meio ambiente, das quais o Brasil seja membro integrante ou
signatário de acordos e convênios, alertarem para riscos ou desaconselharem o
uso de agrotóxicos, seus componentes e afins, caberá aos órgãos federais de
agricultura, saúde e meio ambiente, avaliar imediatamente os problemas e as
informações apresentadas.

Parágrafo único. O órgão federal registrante, ao adotar as medidas necessárias


ao atendimento das exigências decorrentes da avaliação, poderá:

I - manter o registro sem alterações;

II - manter o registro, mediante a necessária adequação;

III - propor a mudança da formulação, dose ou método de aplicação;

IV - restringir a comercialização;

V - proibir, suspender ou restringir a produção ou importação;

VI - proibir, suspender ou restringir o uso; e

VII - cancelar ou suspender o registro.

Art. 20. O registro de novo produto agrotóxico, seus componentes e afins


somente será concedido se a sua ação tóxica sobre o ser humano e o meio
ambiente for, comprovadamente, igual ou menor do que a daqueles já registrados
para o mesmo fim.

Parágrafo único. Os critérios de avaliação serão estabelecidos em instruções


normativas complementares dos órgãos competentes, considerando
prioritariamente os seguintes parâmetros:

I - toxicidade;

II - presença de problemas toxicológicos especiais, tais como: neurotoxicidade,


fetotoxicidade, ação hormonal e comportamental e ação reprodutiva;

III - persistência no ambiente;

IV - bioacumulação;

V - forma de apresentação; e

VI - método de aplicação.

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Art. 21. O requerente ou titular de registro deve apresentar, quando solicitado,
amostra e padrões analíticos considerados necessários pelos órgãos
responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio ambiente.

Art. 22. Será cancelado o registro de agrotóxicos, seus componentes e afins


sempre que constatada modificação não autorizada pelos órgãos federais dos
setores de agricultura, saúde e meio ambiente em fórmula, dose, condições de
fabricação, indicação de aplicação e especificações enunciadas em rótulo e bula,
ou outras modificações em desacordo com o registro concedido.

§ 1o As alterações de marca comercial, razão social e as transferências de


titularidade de registro poderão ser processadas pelo órgão federal registrante, a
pedido do interessado, com imediata comunicação aos demais órgãos envolvidos.

§ 2o As alterações de natureza técnica deverão ser requeridas ao órgão federal


registrante, observado o seguinte:

I - serão avaliados pelos órgãos federais dos setores de agricultura, saúde e meio
ambiente os pedidos de alteração de componentes, processo produtivo,
fabricante e formulador, estabelecimento de doses superiores às registradas,
aumento da freqüência de aplicação, inclusão de cultura, alteração de modalidade
de emprego, indicação demistura em tanque e redução de intervalo de segurança;
e

II - serão avaliados pelo órgão federal registrante, que dará conhecimento de sua
decisão aos demais órgãos federais envolvidos, os pedidos de inclusão e
exclusão de alvos biológicos, redução de doses e exclusão de culturas.

§ 3o Os órgãos federais envolvidos terão o prazo de cento e vinte dias, contados a


partir da data de recebimento do pedido de alteração, para autorizar ou indeferir o
pleito.

§ 4o Toda autorização de alteração de dados de registro passará a ter efeito a


partir da data de sua publicação no Diário Oficial da União, realizada pelo órgão
federal registrante.

§ 5o Por decorrência de alterações procedidas na forma deste artigo, o titular do


registro fica obrigado a proceder às alterações nos rótulos e nas bulas.

§ 6o Restrições de uso decorrentes de determinações estaduais e municipais,


independem de manifestação dos órgãos federais envolvidos, devendo a eles ser
imediatamente comunicadas, pelo titular do registro do agrotóxico, seus
componentes e afins.

Seção II
Do Registro de Produtos Destinados à Pesquisa e à Experimentação

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Art. 23. Os produtos técnicos, pré-misturas, agrotóxicos e afins destinados à
pesquisa e à experimentação devem possuir RET.

§ 1o Para obter o RET, o requerente deverá apresentar, aos órgãos federais


competentes, requerimento e respectivos relatórios, em duas vias, conforme
Anexo III, bem como dados e informações exigidos em normas complementares.

§ 2o Entidades públicas e privadas de ensino, assistência técnica e pesquisa,


poderão realizar experimentação e pesquisa e fornecer laudos no campo da
agronomia e da toxicologia e relacionados com resíduos, química e meio
ambiente.

§ 3o As avaliações toxicológica e ambiental preliminares serão fornecidas pelos


órgãos competentes no prazo de sessenta dias, contados a partir da data de
recebimento da documentação.

§ 4o O órgão federal registrante terá o prazo de quinze dias, contados a partir da


data de recebimento do resultado das avaliações realizadas pelos demais órgãos,
para conceder ou indeferir o RET.

Art. 24. A pesquisa e a experimentação de produtos técnicos, pré-misturas,


agrotóxicos e afins deverão ser mantidas sob controle e responsabilidade do
requerente, que responderá por quaisquer danos causados à agricultura, ao meio
ambiente e à saúde humana.

§ 1o Os produtos agrícolas e os restos de cultura, provenientes das áreas tratadas


com agrotóxicos e afins em pesquisa e experimentação, não poderão ser
utilizados para alimentação humana ou animal.

§ 2o Deverá ser dada destinação e tratamento adequado às embalagens, aos


restos de produtos técnicos, pré-misturas, agrotóxicos e afins, aos produtos
agrícolas e aos restos de culturas, de forma a garantir menor emissão de resíduos
sólidos, líquidos ou gasosos no meio ambiente.

§ 3o O desenvolvimento das atividades de pesquisa e experimentação deverá


estar de acordo com as normas de proteção individual e coletiva, conforme
legislação vigente.

Art. 25. Produtos sem especificações de ingrediente ativo somente poderão ser
utilizados em pesquisa e experimentação em laboratórios, casas de vegetação,
estufas ou estações experimentais credenciadas.

Art. 25-A. O registro especial temporário para produtos técnicos, pré-misturas,


agrotóxicos e afins que possuam ingredientes ativos já registrados no Brasil será
concedido automaticamente pelo órgão registrante, mediante inscrição em
sistema informatizado integrado ao Sistema de Informações sobre Agrotóxicos -
SIA. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

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Parágrafo único. Os critérios a serem observados para o registro automático de
que trata o caput serão disciplinados em norma especifica. (Incluído pelo Decreto
nº 5.981, de 2006)

Art. 26. Os produtos destinados à pesquisa e experimentação no Brasil serão


considerados de Classe Toxicológica e Ambiental mais restritiva, no que se refere
aos cuidados de manipulação e aplicação.

Art. 27. O órgão federal competente pela concessão do RET, para


experimentação de agrotóxico ou afim, em campo, deverá publicar resumos do
pedido e da concessão ou indeferimento no Diário Oficial da União, no prazo de
trinta dias.

Art. 28. O requerente deverá apresentar relatório de execução da pesquisa,


quando solicitado, de acordo com instruções complementares estabelecidas pelos
órgãos federais dos setores de agricultura, saúde e meio ambiente.

Seção III
Do Registro de Componentes

Art. 29. Os componentes caracterizados como matérias-primas, ingredientes


inertes e aditivos só poderão ser empregados em processos de fabricação de
produtos técnicos agrotóxicos e afins se registrados e inscritos no Sistema de
Informações de Componentes - SIC e atendidas as diretrizes e exigências
estabelecidas pelos órgãos federais responsáveis pelos setores da agricultura,
saúde e meio ambiente.
o
§ 1 O SIC será instituído sob a forma de banco de dados.
§ 2o Para fins de registro dos componentes e inscrição no SIC, a empresa
produtora, importadora ou usuária deverá encaminhar requerimento, em duas
vias, em prazo não superior a cinco dias, a cada um dos órgãos responsáveis
pelos setores de agricultura, saúde e meio ambiente, conforme Anexo IV.
§ 3o A empresa poderá solicitar, em requerimento único, o registro das matérias-
primas, ingredientes inertes e aditivos sobre os quais tenha interesse.
§ 4o As matérias-primas, ingredientes inertes e aditivos já inscritos no SIC não
dispensam exigência de registro por parte de outras empresas produtoras,
importadoras ou usuárias.
§ 5o A requerente deverá apresentar justificativa quando não dispuser de
informação solicitada no Anexo IV.
§ 6o Os pedidos de registro de produtos técnicos, pré-misturas, agrotóxicos e afins
deverão ser acompanhados dos pedidos de registro das respectivas matérias-
primas, ingredientes inertes e aditivos, caso a requerente não os tenha registrado
junto aos órgãos federais competentes.
§ 7o O certificado de registro de matérias-primas, ingredientes inertes e aditivos
será concedido a cada empresa requerente, mediante relação por nome químico
e comum, marca comercial ou número do código no "Chemical Abstract Service
Registry - CAS".

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§ 8o Os produtos técnicos importados não necessitam ter suas matérias primas
registradas.

Art. 29. Os componentes caracterizados como ingredientes inertes e aditivos só


poderão ser empregados em processos de fabricação de produtos técnicos,
agrotóxicos e afins, se registrados no Sistema de Informações de Componentes -
SIC e atendidas as diretrizes e exigências estabelecidas pelos órgãos federais
responsáveis pelos setores da agricultura, saúde e meio ambiente, conforme o
Anexo IV. (Redação dada pelo Decreto nº5.549, de 2005)

§ 1o Os componentes serão registrados mediante inscrição no SIC, após liberação


dos laudos de avaliação de periculosidade ambiental (PPA) e toxicológica dos
produtos técnicos, pré-misturas, agrotóxicos e afins. (Redação dada pelo Decreto
nº5.549, de 2005)

§ 2o Serão consideradas registradas as matérias-primas especificadas no


processo de síntese do produto técnico registrado. (Redação dada pelo Decreto
nº 5.549, de 2005)

§ 3o A empresa poderá solicitar, em requerimento único, o registro no SIC dos


ingredientes inertes e aditivos sobre os quais tenha interesse. (Redação dada
pelo Decreto nº5.549, de 2005)

§ 4o Os ingredientes inertes e aditivos já inscritos no SIC não dispensam


exigência de registro por parte de outras empresas produtoras, importadoras ou
usuárias. (Redação dada pelo Decreto nº5.549, de 2005)

§ 5o A requerente deverá apresentar justificativa quando não dispuser de


informação solicitada no Anexo IV. (Redação dada pelo Decreto nº 5.549, de
2005)

§ 6o Os pedidos de registro de produtos técnicos, pré-misturas, agrotóxicos e afins


deverão ser acompanhados do comprovante de inscrição no SIC ou sua
solicitação para os respectivos ingredientes inertes e aditivos, caso a requerente
não os tenha registrado. (Redação dada pelo Decreto nº5.549, de 2005)

Art. 30. Os titulares de registro de produtos técnicos, agrotóxicos e afins que


efetuaram o pedido de registro de componentes até 20 de junho de 2001, poderão
importar, comercializar e utilizar esses produtos até a conclusão da avaliação do
pleito pelos órgãos federais competentes.
Parágrafo único. Os produtos técnicos e formulados cujos pedidos de registro não
foram solicitados na forma prevista no caput deste artigo terão seus registros
suspensos ou cancelados.

Art. 30. Os titulares de registro de produtos técnicos, pré-misturas, agrotóxicos e


afins que efetuem o pedido de registro dos respectivos componentes,
caracterizados como matérias-primas, ingredientes inertes e aditivos, até 30 de

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setembro de 2005, poderão importar, comercializar e utilizar esses produtos até a
conclusão da avaliação do pleito pelos órgãos federais competentes. (Redação
dada pelo Decreto nº5.549, de 2005)

Seção IV
Das Proibições

Art. 31. É proibido o registro de agrotóxicos, seus componentes e afins:

I - para os quais no Brasil não se disponha de métodos para desativação de seus


componentes, de modo a impedir que os seus resíduos remanescentes
provoquem riscos ao meio ambiente e à saúde pública;

II - para os quais não haja antídoto ou tratamento eficaz no Brasil;

III - considerados teratogênicos, que apresentem evidências suficientes nesse


sentido, a partir de observações na espécie humana ou de estudos em animais de
experimentação;

IV - considerados carcinogênicos, que apresentem evidências suficientes nesse


sentido, a partir de observações na espécie humana ou de estudos em animais de
experimentação;

V - considerados mutagênicos, capazes de induzir mutações observadas em, no


mínimo, dois testes, um deles para detectar mutações gênicas, realizado,
inclusive, com uso de ativação metabólica, e o outro para detectar mutações
cromossômicas;

VI - que provoquem distúrbios hormonais, danos ao aparelho reprodutor, de


acordo com procedimentos e experiências atualizadas na comunidade científica;

VII - que se revelem mais perigosos para o homem do que os testes de


laboratório, com animais, tenham podido demonstrar, segundo critérios técnicos e
científicos atualizados; e

VIII - cujas características causem danos ao meio ambiente.

§ 1o Devem ser considerados como "desativação de seus componentes" os


processos de inativação dos ingredientes ativos que minimizem os riscos ao meio
ambiente e à saúde humana.

§ 2o Os testes, as provas e os estudos sobre mutagênese, carcinogênese e


teratogênese, realizados no mínimo em duas espécies animais, devem ser
efetuados com a aplicação de critérios aceitos por instituições técnico-científicas
nacionais ou internacionais reconhecidas.

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Seção V
Do Cancelamento e da Impugnação

Art. 32. Para efeito do art. 5o da Lei 7.802, de 11 de julho de 1989, o


requerimento de impugnação ou cancelamento será formalizado por meio de
solicitação em três vias, dirigido ao órgão federal registrante, a qualquer tempo, a
partir da publicação prevista no art. 14 deste Decreto.

Art. 33. No requerimento a que se refere o art. 32, deverá constar laudo técnico
firmado por, no mínimo, dois profissionais habilitados, acompanhado dos
relatórios dos estudos realizados por laboratório, seguindo metodologias
reconhecidas internacionalmente.

Art. 34. O órgão federal registrante terá o prazo de trinta dias para notificar a
empresa responsável pelo produto registrado ou em vias de obtenção de registro,
que terá igual prazo, contado do recebimento da notificação, para apresentação
de defesa.

Art. 35. O órgão federal registrante terá prazo de trinta dias, a partir do
recebimento da defesa, para se pronunciar, devendo adotar os seguintes
procedimentos:

I - encaminhar a documentação pertinente aos demais órgãos federais envolvidos


para avaliação e análise em suas áreas de competência; e

II - convocar o Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos, referido no


art. 95, que deve se manifestar sobre o pedido de cancelamento ou de
impugnação.

Art. 36. Após a decisão administrativa, da impugnação ou do cancelamento, o


órgão federal registrante comunicará ao requerente o deferimento ou
indeferimento da solicitação e publicará a decisão no Diário Oficial da União.

Seção VI

Do Registro de Pessoas Físicas e Jurídicas

Art. 37. Para efeito de obtenção de registro nos órgãos competentes do Estado,
do Distrito Federal ou do Município, as pessoas físicas e jurídicas que sejam
prestadoras de serviços na aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins,
ou que os produzam, formulem, manipulem, exportem, importem ou
comercializem, deverão apresentar, dentre outros documentos, requerimento
solicitando o registro, onde constem, no mínimo, as informações contidas no
Anexo V deste Decreto.

§ 1o Para os efeitos deste Decreto, ficam as cooperativas equiparadas às


empresas comerciais.

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§ 2o Nenhum estabelecimento que exerça atividades definidas no caput deste
artigo poderá funcionar sem a assistência e responsabilidade de técnico
legalmente habilitado.

§ 3o Cada estabelecimento terá registro específico e independente, ainda que


exista mais de um na mesma localidade, de propriedade da mesma pessoa,
empresa, grupo de pessoas ou de empresas.

§ 4o Quando o estabelecimento produzir ou comercializar outros produtos além de


agrotóxicos, seus componentes e afins estes deverão estar adequadamente
isolados dos demais.

Art. 38. Fica instituído, no âmbito do SIA, referido no art. 94, o cadastro geral de
estabelecimentos produtores, manipuladores, importadores, exportadores e de
instituições dedicadas à pesquisa e experimentação.

Parágrafo único. A implementação, a manutenção e a atualização de um cadastro


geral de estabelecimentos é atribuição dos órgãos registrantes de agrotóxicos,
seus componentes e afins.

Art. 39. A empresa requerente deverá comunicar quaisquer alterações


estatutárias ou contratuais aos órgãos federais registrantes e fiscalizadores até
trinta dias após a regularização junto ao órgão estadual.

Art. 40. As empresas importadoras, exportadoras, produtoras ou formuladoras de


agrotóxicos, seus componentes e afins passarão a adotar, para cada partida
importada, exportada, produzida ou formulada, codificação em conformidade com
o Anexo VI deste Decreto, que deverá constar de todas as embalagens dela
originadas, não podendo ser usado o mesmo código para partidas diferentes.

Art. 41. As empresas importadoras, exportadoras, produtoras e formuladoras de


agrotóxicos, seus componentes e afins, fornecerão aos órgãos federais e
estaduais competentes, até 31 de janeiro e 31 de julho de cada ano, dados
referentes às quantidades de agrotóxicos, seus componentes e afins importados,
exportados, produzidos, formulados e comercializados de acordo com o modelo
de relatório semestral do Anexo VII.

Art. 42. As pessoas físicas ou jurídicas que produzam, comercializem, importem,


exportem ou que sejam prestadoras de serviços na aplicação de agrotóxicos,
seus componentes e afins ficam obrigadas a manter à disposição dos órgãos de
fiscalização de que trata o art. 71 o livro de registro ou outro sistema de controle,
contendo:

I - no caso de produtor de agrotóxicos, componentes e afins:

a) relação detalhada do estoque existente; e

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b) nome comercial dos produtos e quantidades produzidas e comercializadas.

II - no caso dos estabelecimentos que comercializem agrotóxicos e afins no


mercado interno:

a) relação detalhada do estoque existente; e

b) nome comercial dos produtos e quantidades comercializadas, acompanhados


dos respectivos receituários.

III - no caso dos estabelecimentos que importem ou exportem agrotóxicos, seus


componentes e afins:

a) relação detalhada do estoque existente;

b) nome comercial dos produtos e quantidades importadas ou exportadas; e

c) cópia das respectivas autorizações emitidas pelo órgão federal competente.

IV - no caso das pessoas físicas ou jurídicas que sejam prestadoras de serviços


na aplicação de agrotóxicos e afins:

a) relação detalhada do estoque existente;

b) programa de treinamento de seus aplicadores de agrotóxicos e afins;

c) nome comercial dos produtos e quantidades aplicadas, acompanhados dos


respectivos receituários e guia de aplicação; e

d) guia de aplicação, na qual deverão constar, no mínimo:

1. nome do usuário e endereço;

2. cultura e área ou volumes tratados;

3. local da aplicação e endereço;

4. nome comercial do produto usado;

5. quantidade empregada do produto comercial;

6. forma de aplicação;

7. data da prestação do serviço;

8. precauções de uso e recomendações gerais quanto à saúde humana, animais


domésticos e proteção ao meio ambiente; e

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9. identificação e assinatura do responsável técnico, do aplicador e do usuário.

Capítulo IV
Da embalagem, do fracionamento, da rotulagem e da propaganda

Seção I

Da Embalagem, do Fracionamento e da Rotulagem

Art. 43. As embalagens, os rótulos e as bulas de agrotóxicos e afins devem ser


aprovadas pelos órgãos federais competentes, por ocasião do registro do produto
ou da autorização para alteração nas embalagens, rótulos ou bulas.

Art. 43. As embalagens, os rótulos e as bulas de agrotóxicos e afins devem


atender às especificações e dizeres aprovados pelos órgãos federais dos setores
da agricultura, da saúde e do meio ambiente, em suas respectivas áreas de
competência, por ocasião do registro do produto ou, posteriormente, quando da
autorização para sua alteração, sendo que a inobservância dessas disposições
acarretará a suspensão do registro do produto. (Redação dada pelo Decreto nº
5.549, de 2005)

§ 1o As alterações de embalagens, de rótulo e bula, autorizadas pelos órgãos


federais competentes, deverão ser realizadas em prazo fixado pelos órgãos, não
podendo ultrapassar 6 meses.

§ 2o Os estoques de agrotóxicos e afins remanescentes nos canais distribuidores,


salvo disposição em contrário dos órgãos registrantes, poderão ser
comercializados até o seu esgotamento.

§ 3o As alterações que se fizerem necessárias em rótulos e bulas decorrentes de


restrições, estabelecidas por órgãos competentes dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios:

I - são dispensadas da aprovação federal prevista no caput deste artigo;

II - deverão ser colocadas na área da bula destinada a essa finalidade e


comunicadas pelo titular do registro do agrotóxico ou afim aos órgãos federais, no
prazo de até trinta dias; e

III - nesse mesmo prazo, devem ser encaminhadas aos órgãos federais
competentes cópias das bulas modificadas e aprovadas pelo órgão que
estabeleceu as exigências.

Art. 44. As embalagens dos agrotóxicos e afins deverão atender aos seguintes
requisitos:

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I - ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer vazamento,
evaporação, perda ou alteração de seu conteúdo e de modo a facilitar as
operações de lavagem, classificação, reutilização, reciclagem e destinação final
adequada;

II - ser imunes à ação de seu conteúdo ou insuscetíveis de formar com ele


combinações nocivas ou perigosas;

III - ser resistentes em todas as suas partes e satisfazer adequadamente às


exigências de sua normal conservação;

IV - ser providas de lacre ou outro dispositivo, externo, que assegure plena


condição de verificação visual da inviolabilidade da embalagem; e

V - as embalagens rígidas deverão apresentar, de forma indelével e irremovível,


em local de fácil visualização, exceto na tampa, o nome da empresa titular do
registro e advertência quanto ao não reaproveitamento da embalagem.

Parágrafo único. As embalagens de agrotóxicos e afins, individuais ou que


acondicionam um conjunto de unidades, quando permitirem o empilhamento,
devem informar o número máximo de unidades que podem ser empilhadas.

Art. 45. O fracionamento e a reembalagem de agrotóxicos e afins com o objetivo


de comercialização somente poderão ser realizados pela empresa produtora ou
por manipulador, sob responsabilidade daquela, em locais e condições
previamente autorizados pelos órgãos estaduais, do Distrito Federal e municipais
competentes.

§ 1o Os órgãos federais envolvidos no processo de registro do produto


examinarão os pedidos de autorização para fracionamento e reembalagem após o
registro do estabelecimento no órgão estadual, do Distrito Federal ou municipal
competente, na categoria de manipulador.

§ 2o Os agrotóxicos e afins comercializados a partir do fracionamento ou da


reembalagem deverão dispor de rótulos, bulas e embalagens aprovados pelos
órgãos federais.

§ 3o Deverão constar do rótulo e da bula dos produtos que sofreram


fracionamento ou reembalagem, além das exigências já estabelecidas na
legislação em vigor, o nome e o endereço do manipulador que efetuou o
fracionamento ou a reembalagem.

§ 4o O fracionamento e a reembalagem de agrotóxicos e afins somente serão


facultados a formulações que se apresentem em forma líquida ou granulada, em
volumes unitários finais previamente autorizados pelos órgãos federais
competentes.

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Art. 46. Não serão permitidas embalagens de venda a varejo para produtos
técnicos e pré-misturas, exceto para fornecimento à empresa formuladora.

Art. 47. A embalagem e a rotulagem dos agrotóxicos e afins devem ser feitas de
modo a impedir que sejam confundidas com produtos de higiene, farmacêuticos,
alimentares, dietéticos, bebidas, cosméticos ou perfumes.

Art. 48. Deverão constar obrigatoriamente do rótulo de agrotóxicos e afins os


dados estabelecidos no Anexo VIII.

Art. 49. Deverão constar, necessariamente, da bula de agrotóxicos e afins, além


de todos os dados exigidos no rótulo, os previstos no Anexo IX.

§ 1o As bulas devem ser apensadas às embalagens unitárias de agrotóxicos e


afins.

§ 2o A bula supre o folheto complementar de que trata o§ 3o do art. 7oda Lei no


7.802, de 1989.

Art. 50. As empresas titulares de registro de agrotóxicos ou afins deverão


apresentar, no prazo de noventa dias, contadas da data da publicação deste
decreto, aos órgãos federais dos setores de agricultura, saúde e meio ambiente,
modelo de rótulo e bula atualizados, atendidas as diretrizes e exigências deste
Decreto.

Seção II
Da Destinação Final de Sobras e de Embalagens

Art. 51. Mediante aprovação dos órgãos federais intervenientes no processo de


registro, a empresa produtora de agrotóxicos, componentes ou afins poderá
efetuar a reutilização de embalagens.

Art. 52. A destinação de embalagens vazias e de sobras de agrotóxicos e afins


deverá atender às recomendações técnicas apresentadas na bula ou folheto
complementar.

Art. 53. Os usuários de agrotóxicos e afins deverão efetuar a devolução das


embalagens vazias, e respectivas tampas, aos estabelecimentos comerciais em
que foram adquiridos, observadas as instruções constantes dos rótulos e das
bulas, no prazo de até um ano, contado da data de sua compra.

§ 1o Se, ao término do prazo de que trata o caput, remanescer produto na


embalagem, ainda no seu prazo de validade, será facultada a devolução da
embalagem em até 6 meses após o término do prazo de validade.

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§ 2o É facultada ao usuário a devolução de embalagens vazias a qualquer posto
de recebimento ou centro de recolhimento licenciado por órgão ambiental
competente e credenciado por estabelecimento comercial.

§ 3o Os usuários deverão manter à disposição dos órgãos fiscalizadores os


comprovantes de devolução de embalagens vazias, fornecidas pelos
estabelecimentos comerciais, postos de recebimento ou centros de recolhimento,
pelo prazo de, no mínimo, um ano, após a devolução da embalagem.

§ 4o No caso de embalagens contendo produtos impróprios para utilização ou em


desuso, o usuário observará as orientações contidas nas respectivas bulas,
cabendo às empresas titulares do registro, produtoras e comercializadoras,
promover o recolhimento e a destinação admitidos pelo órgão ambiental
competente.

§ 5o As embalagens rígidas, que contiverem formulações miscíveis ou


dispersíveis em água, deverão ser submetidas pelo usuário à operação de tríplice
lavagem, ou tecnologia equivalente, conforme orientação constante de seus
rótulos, bulas ou folheto complementar.

§ 6o Os usuários de componentes deverão efetuar a devolução das embalagens


vazias aos estabelecimentos onde foram adquiridos e, quando se tratar de
produto adquirido diretamente do exterior, incumbir-se de sua destinação
adequada.

Art. 54. Os estabelecimentos comerciais deverão dispor de instalações


adequadas para recebimento e armazenamento das embalagens vazias
devolvidas pelos usuários, até que sejam recolhidas pelas respectivas empresas
titulares do registro, produtoras e comercializadoras, responsáveis pela
destinação final dessas embalagens.

§ 1o Se não tiverem condições de receber ou armazenar embalagens vazias no


mesmo local onde são realizadas as vendas dos produtos, os estabelecimentos
comerciais deverão credenciar posto de recebimento ou centro de recolhimento,
previamente licenciados, cujas condições de funcionamento e acesso não
venham a dificultar a devolução pelos usuários.

§ 2o Deverá constar na nota fiscal de venda dos produtos o endereço para


devolução da embalagem vazia, devendo os usuários ser formalmente
comunicados de eventual alteração no endereço.

Art. 55. Os estabelecimentos comerciais, postos de recebimento e centros de


recolhimento de embalagens vazias fornecerão comprovante de recebimento das
embalagens onde deverão constar, no mínimo:

I - nome da pessoa física ou jurídica que efetuou a devolução;

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II - data do recebimento; e

III - quantidades e tipos de embalagens recebidas.

Parágrafo único. Deverá ser mantido à disposição dos órgãos de fiscalização


referidos no art. 71 sistema de controle das quantidades e dos tipos de
embalagens recebidas em devolução, com as respectivas datas.

Art. 56. Os estabelecimentos destinados ao desenvolvimento de atividades que


envolvam embalagens vazias de agrotóxicos, componentes ou afins, bem como
produtos em desuso ou impróprios para utilização, deverão obter licenciamento
ambiental.

Art. 57. As empresas titulares de registro, produtoras e comercializadoras de


agrotóxicos, seus componentes e afins, são responsáveis pelo recolhimento, pelo
transporte e pela destinação final das embalagens vazias, devolvidas pelos
usuários aos estabelecimentos comerciais ou aos postos de recebimento, bem
como dos produtos por elas fabricados e comercializados:

I - apreendidos pela ação fiscalizatória; e

II - impróprios para utilização ou em desuso, com vistas à sua reciclagem ou


inutilização, de acordo com normas e instruções dos órgãos registrante e
sanitário-ambientais competentes.

§ 1o As empresas titulares de registro, produtoras e comercializadoras de


agrotóxicos e afins, podem instalar e manter centro de recolhimento de
embalagens usadas e vazias.

§ 2o O prazo máximo para recolhimento e destinação final das embalagens pelas


empresas titulares de registro, produtoras e comercializadoras, é de um ano, a
contar da data de devolução pelos usuários.

§ 3o Os responsáveis por centros de recolhimento de embalagens vazias deverão


manter à disposição dos órgãos de fiscalização sistema de controle das
quantidades e dos tipos de embalagens, recolhidas e encaminhadas à destinação
final, com as respectivas datas.

Art. 58. Quando o produto não for fabricado no País, a pessoa física ou jurídica
responsável pela importação assumirá, com vistas à reutilização, reciclagem ou
inutilização, a responsabilidade pela destinação:

I - das embalagens vazias dos produtos importados e comercializados, após a


devolução pelos usuários; e

II - dos produtos apreendidos pela ação fiscalizatória e dos impróprios para


utilização ou em desuso.

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Parágrafo único. Tratando-se de produto importado submetido a processamento
industrial ou a novo acondicionamento, caberá ao órgão registrante definir a
responsabilidade de que trata o caput.

Art. 59. Os agrotóxicos, seus componentes e afins, e suas embalagens,


apreendidos por ação fiscalizadora terão seu destino final estabelecido após a
conclusão do processo administrativo, a critério da autoridade competente,
cabendo à empresa titular de registro, produtora e comercializadora a adoção das
providências devidas e, ao infrator, arcar com os custos decorrentes.

Parágrafo único. Nos casos em que não houver possibilidade de identificação ou


responsabilização da empresa titular de registro, produtora ou comercializadora, o
infrator assumirá a responsabilidade e os custos referentes a quaisquer
procedimentos definidos pela autoridade fiscalizadora.

Art. 60. As empresas produtoras e as comercializadoras de agrotóxicos, seus


componentes e afins deverão estruturar-se adequadamente para as operações de
recebimento, recolhimento e destinação de embalagens vazias e produtos de que
trata este Decreto até 31 de maio de 2002.

Seção III
Da Propaganda Comercial

Art. 61. Será aplicado o disposto na Lei no9.294, de 15 de julho de 1996, e no


Decreto no2.018, de 1o de outubro de 1996, para a propaganda comercial de
agrotóxicos, seus componentes e afins.

Capítulo V
Do Armazenamento e do Transporte

Seção I
Do Armazenamento

Art. 62. O armazenamento de agrotóxicos, seus componentes e afins obedecerá


à legislação vigente e às instruções fornecidas pelo fabricante, inclusive
especificações e procedimentos a serem adotados no caso de acidentes,
derramamento ou vazamento de produto e, ainda, às normas municipais
aplicáveis, inclusive quanto à edificação e à localização.

Seção II
Do Transporte

Art. 63. O transporte de agrotóxicos, seus componentes e afins está sujeito às


regras e aos procedimentos estabelecidos na legislação específica.

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Parágrafo único. O transporte de embalagens vazias de agrotóxicos e afins
deverá ser efetuado com a observância das recomendações constantes das bulas
correspondentes.

Capítulo VI
Da Receita Agronômica

Art. 64. Os agrotóxicos e afins só poderão ser comercializados diretamente ao


usuário, mediante apresentação de receituário próprio emitido por profissional
legalmente habilitado.

Art. 65. A receita de que trata o art. 64 deverá ser expedida em no mínimo duas
vias, destinando-se a primeira ao usuário e a segunda ao estabelecimento
comercial que a manterá à disposição dos órgãos fiscalizadores referidos no art.
71 pelo prazo de dois anos, contados da data de sua emissão.

Art. 66. A receita, específica para cada cultura ou problema, deverá conter,
necessariamente:

I - nome do usuário, da propriedade e sua localização;

II - diagnóstico;

III - recomendação para que o usuário leia atentamente o rótulo e a bula do


produto;

IV - recomendação técnica com as seguintes informações:

a) nome do(s) produto(s) comercial(ais) que deverá(ão) ser utilizado(s) e de


eventual(ais) produto(s) equivalente(s);

b) cultura e áreas onde serão aplicados;

c) doses de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas;

d) modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas, quando


necessário, e, obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea;

e) época de aplicação;

f) intervalo de segurança;

g) orientações quanto ao manejo integrado de pragas e de resistência;

h) precauções de uso; e

i) orientação quanto à obrigatoriedade da utilização de EPI; e

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V - data, nome, CPF e assinatura do profissional que a emitiu, além do seu
registro no órgão fiscalizador do exercício profissional.

Parágrafo único. Os produtos só poderão ser prescritos com observância das


recomendações de uso aprovadas em rótulo e bula.

Art. 67. Os órgãos responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio


ambiente poderão dispensar, com base no art. 13 da Lei no 7.802, de 1989, a
exigência do receituário para produtos agrotóxicos e afins considerados de baixa
periculosidade, conforme critérios a serem estabelecidos em regulamento.

Parágrafo único. A dispensa da receita constará do rótulo e da bula do produto,


podendo neles ser acrescidas eventuais recomendações julgadas necessárias
pelos órgãos competentes mencionados no caput.

Capítulo VII
Do Controle, da Inspeção e da Fiscalização

Seção I
Do Controle de Qualidade

Art. 68. Os órgãos federais responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e


meio ambiente manterão atualizados e aperfeiçoados mecanismos destinados a
garantir a qualidade dos agrotóxicos, seus componentes e afins, tendo em vista a
identidade, pureza e eficácia dos produtos.

Parágrafo único. As medidas a que se refere este artigo se efetivarão por meio
das especificações e do controle da qualidade dos produtos e da inspeção da
produção.

Art. 69. Sem prejuízo do controle e da fiscalização, a cargo do Poder Público,


todo estabelecimento destinado à produção e importação de agrotóxicos, seus
componentes e afins deverá dispor de unidade de controle de qualidade próprio,
com a finalidade de verificar a qualidade do processo produtivo, das matérias-
primas e substâncias empregadas, quando couber, e dos produtos finais.

§ 1o É facultado às empresas produtoras de agrotóxicos, seus componentes e


afins realizarem os controles previstos neste artigo em institutos ou laboratórios
oficiais ou privados, de acordo com a legislação vigente.

§ 2o Os titulares de registro de agrotóxicos, componentes e afins que contenham


impurezas significativas do ponto de vista toxicológico ou ambiental, fornecerão
laudos de análise do teor de impurezas, conforme estabelecido por ocasião da
concessão do registro e em normas complementares.

Seção II
Da Inspeção e da Fiscalização

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Art. 70. Serão objeto de inspeção e fiscalização os agrotóxicos, seus
componentes e afins, sua produção, manipulação, importação, exportação,
transporte, armazenamento, comercialização, utilização, rotulagem e a destinação
final de suas sobras, resíduos e embalagens.

Art. 71. A fiscalização dos agrotóxicos, seus componentes e afins é da


competência:

I - dos órgãos federais responsáveis pelos setores da agricultura, saúde e meio


ambiente, dentro de suas respectivas áreas de competência, quando se tratar de:

a) estabelecimentos de produção, importação e exportação;

b) produção, importação e exportação;

c) coleta de amostras para análise de controle ou de fiscalização;

d) resíduos de agrotóxicos e afins em produtos agrícolas e de seus subprodutos;


e

e) quando se tratar do uso de agrotóxicos e afins em tratamentos quarentenários


e fitossanitários realizados no trânsito internacional de vegetais e suas partes;

II - dos órgãos estaduais e do Distrito Federal responsáveis pelos setores de


agricultura, saúde e meio ambiente, dentro de sua área de competência,
ressalvadas competências específicas dos órgãos federais desses mesmos
setores, quando se tratar de:

a) uso e consumo dos produtos agrotóxicos, seus componentes e afins na sua


jurisdição;

b) estabelecimentos de comercialização, de armazenamento e de prestação de


serviços;

c) devolução e destinação adequada de embalagens de agrotóxicos, seus


componentes e afins, de produtos apreendidos pela ação fiscalizadora e daqueles
impróprios para utilização ou em desuso;

d) transporte de agrotóxicos, seus componentes e afins, por qualquer via ou meio,


em sua jurisdição;

e) coleta de amostras para análise de fiscalização;

f) armazenamento, transporte, reciclagem, reutilização e inutilização de


embalagens vazias e dos produtos apreendidos pela ação fiscalizadora e
daqueles impróprios para utilização ou em desuso; e

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g) resíduos de agrotóxicos e afins em produtos agrícolas e seus subprodutos.

Parágrafo único. Ressalvadas as proibições legais, as competências de que trata


este artigo poderão ser delegadas pela União e pelos Estados.

Art. 72. Ações de inspeção e fiscalização terão caráter permanente, constituindo-


se em atividade rotineira.

Parágrafo único. As empresas deverão prestar informações ou proceder à entrega


de documentos nos prazos estabelecidos pelos órgãos competentes, a fim de não
obstar as ações de inspeção e fiscalização e a adoção das medidas que se
fizerem necessárias.

Art. 73. A inspeção e a fiscalização serão exercidas por agentes credenciados


pelos órgãos responsáveis, com formação profissional que os habilite para o
exercício de suas atribuições.

Art. 74. Os agentes de inspeção e fiscalização, no desempenho de suas


atividades, terão livre acesso aos locais onde se processem, em qualquer fase, a
industrialização, o comércio, a armazenagem e a aplicação dos agrotóxicos, seus
componentes e afins, podendo, ainda:

I - coletar amostras necessárias às análises de controle ou fiscalização;

II - executar visitas rotineiras de inspeções e vistorias para apuração de infrações


ou eventos que tornem os produtos passíveis de alteração e lavrar os respectivos
termos;

III - verificar o cumprimento das condições de preservação da qualidade


ambiental;

IV - verificar a procedência e as condições dos produtos, quando expostos à


venda;

V - interditar, parcial ou totalmente, os estabelecimentos ou atividades quando


constatado o descumprimento do estabelecido na Lei no 7.802, de 1989, neste
Decreto e em normas complementares e apreender lotes ou partidas de produtos,
lavrando os respectivos termos;

VI - proceder à imediata inutilização da unidade do produto cuja adulteração ou


deterioração seja flagrante, e à apreensão e interdição do restante do lote ou
partida para análise de fiscalização; e

VII - lavrar termos e autos previstos neste Decreto.

Art. 75. A inspeção será realizada por meio de exames e vistorias:

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I - da matéria-prima, de qualquer origem ou natureza;

II - da manipulação, transformação, elaboração, conservação, embalagem e


rotulagem dos produtos;

III - dos equipamentos e das instalações do estabelecimento;

IV - do laboratório de controle de qualidade dos produtos; e

V - da documentação de controle da produção, importação, exportação e


comercialização.

Art. 76. A fiscalização será exercida sobre os produtos nos estabelecimentos


produtores e comerciais, nos depósitos e nas propriedades rurais.

Parágrafo único. Constatada qualquer irregularidade, o estabelecimento poderá


ser interditado e o produto ou alimento poderão ser apreendidos e submetidos à
análise de fiscalização.

Art. 77. Para efeito de análise de fiscalização, será coletada amostra


representativa do produto ou alimento pela autoridade fiscalizadora.

§ 1o A coleta de amostra será realizada em três partes, de acordo com técnica e


metodologias indicadas em ato normativo.

§ 2o A amostra será autenticada e tornada inviolável na presença do interessado


e, na ausência ou recusa deste, na de duas testemunhas.

§ 3o Uma parte da amostra será utilizada pelo laboratório oficial ou devidamente


credenciado, outra permanecerá no órgão fiscalizador e outra ficará em poder do
interessado para realização de perícia de contraprova.

Art. 78. A análise de fiscalização será realizada por laboratório oficial ou


devidamente credenciado, com o emprego de metodologia oficial.

Parágrafo único. Os volumes máximos e mínimos, bem como os critérios de


amostragem e a metodologia oficial para a análise de fiscalização, para cada tipo
de produto, serão determinados em ato normativo do órgão federal registrante.

Art. 79. O resultado da análise de fiscalização deverá ser informado ao


fiscalizador e ao fiscalizado, no prazo máximo de quarenta e cinco dias, contados
da data da coleta da amostra.

§ 1o O interessado que não concordar com o resultado da análise poderá requerer


perícia de contraprova no prazo de dez dias, contados do seu recebimento,
arcando com o ônus decorrente.

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§ 2o No requerimento de contraprova, o interessado indicará o seu perito.

Art. 80. A perícia de contraprova será realizada em laboratório oficial, ou


devidamente credenciado, com a presença de peritos do interessado e do órgão
fiscalizador e a assistência técnica do responsável pela análise anterior.

§ 1o A perícia de contraprova será realizada no prazo máximo de quinze dias,


contados da data de seu requerimento, salvo quando condições técnicas exigirem
a sua prorrogação.

§ 2o A parte da amostra a ser utilizada na perícia de contraprova não poderá estar


violada, o que será, obrigatoriamente, atestado pelos peritos.

§ 3o Não será realizada a perícia de contraprova quando verificada a violação da


amostra, oportunidade em que será finalizado o processo de fiscalização e
instaurada sindicância para apuração de responsabilidades.

§ 4o Ao perito da parte interessada será dado conhecimento da análise de


fiscalização, prestadas as informações que solicitar e exibidos os documentos
necessários ao desempenho de sua tarefa.

§ 5o Da perícia de contraprova serão lavrados laudos e ata, assinados pelos


peritos e arquivados no laboratório oficial ou credenciado, após a entrega de
cópias à autoridade fiscalizadora e ao requerente.

§ 6o Se o resultado do laudo de contraprova for divergente do laudo da análise de


fiscalização, realizar-se-á nova análise, em um terceiro laboratório, oficial ou
credenciado, cujo resultado será irrecorrível, utilizando-se a parte da amostra em
poder do órgão fiscalizador, facultada a assistência dos peritos anteriormente
nomeados, observado o disposto nos parágrafos 1oe 2o deste artigo.

Art. 81. A autoridade responsável pela fiscalização e inspeção comunicará ao


interessado o resultado final das análises, adotando as medidas administrativas
cabíveis.

Capítulo VIII
Das Infrações E Das Sanções

Seção I
Das Infrações

Art. 82. Constitui infração toda ação ou omissão que importe na inobservância do
disposto na Lei no7.802, de 1989, neste Decreto ou na desobediência às
determinações de caráter normativo dos órgãos ou das autoridades
administrativas competentes.

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Art. 83. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e
penalmente conforme o disposto nas Leis nos 7.802, de 1989, e 9.605, de 12 de
fevereiro de 1998, e nos regulamentos pertinentes, nos casos em que a infração
seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, pessoa
individual ou órgão colegiado, no interesse ou em benefício da sua entidade.

Art. 84. As responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados à


saúde das pessoas e ao meio ambiente, em função do descumprimento do
disposto na legislação pertinente a agrotóxicos, seus componentes e afins,
recairão sobre:

I - o registrante que omitir informações ou fornecê-las incorretamente;

II - o produtor, quando produzir agrotóxicos, seus componentes e afins em


desacordo com as especificações constantes do registro;

III - o produtor, o comerciante, o usuário, o profissional responsável e o prestador


de serviços que opuser embaraço à fiscalização dos órgãos competentes ou que
não der destinação às embalagens vazias de acordo com a legislação;

IV - o profissional que prescrever a utilização de agrotóxicos e afins em desacordo


com as especificações técnicas;

V - o comerciante, quando efetuar a venda sem o respectivo receituário, em


desacordo com sua prescrição ou com as recomendações do fabricante e dos
órgãos registrantes e sanitário-ambientais;

VI - o comerciante, o empregador, o profissional responsável ou prestador de


serviços que deixar de promover as medidas necessárias de proteção à saúde ou
ao meio ambiente;

VII - o usuário ou o prestador de serviços, quando proceder em desacordo com o


receituário ou com as recomendações do fabricante ou dos órgãos sanitário-
ambientais; e

VIII - as entidades públicas ou privadas de ensino, assistência técnica e pesquisa,


que promoverem atividades de experimentação ou pesquisa de agrotóxicos, seus
componentes e afins em desacordo com as normas de proteção da saúde pública
e do meio ambiente.

Art. 85. São infrações administrativas:

I - pesquisar, experimentar, produzir, prescrever, fracionar, embalar e rotular,


armazenar, comercializar, transportar, fazer propaganda comercial, utilizar,
manipular, importar, exportar, aplicar, prestar serviço, dar destinação a resíduos e
embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins em desacordo com
o previsto na Lei no 7.802, de 1989, e legislação pertinente;

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II - rotular os agrotóxicos, seus componentes e afins, sem prévia autorização do
órgão registrante ou em desacordo com a autorização concedida; e

III - omitir informações ou prestá-las de forma incorreta às autoridades


registrantes e fiscalizadoras.

Seção II
Das Sanções Administrativas

Art. 86. Sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis, a infração de
disposições legais acarretará, isolada ou cumulativamente, independentemente
da medida cautelar de interdição de estabelecimento, a apreensão do produto ou
alimentos contaminados e a aplicação das sanções previstas no art. 17 da Lei no
7.802, de 1989.

§ 1o A advertência será aplicada quando constatada inobservância das


disposições deste Decreto e da legislação em vigor, sem prejuízo das demais
sanções previstas neste artigo.

§ 2o A multa será aplicada sempre que o agente:

I - notificado, deixar de sanar, no prazo assinalado pelo órgão competente, as


irregularidades praticadas; ou

II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos competentes.

§ 3o A inutilização será aplicada nos casos de produto sem registro ou naqueles


em que ficar constatada a impossibilidade de lhes ser dada outra destinação ou
reaproveitamento.

§ 4o A suspensão de autorização de uso ou de registro de produto será aplicada


nos casos em que sejam constatadas irregularidades reparáveis.

§ 5o O cancelamento da autorização de uso ou de registro de produto será


aplicado nos casos de impossibilidade de serem sanadas as irregularidades ou
quando constatada fraude.

§ 6o O cancelamento de registro, licença, ou autorização de funcionamento de


estabelecimento será aplicado nos casos de impossibilidade de serem sanadas
as irregularidades ou quando constatada fraude.

§ 7o A interdição temporária ou definitiva de estabelecimento ocorrerá sempre que


constatada irregularidade ou quando se verificar, mediante inspeção técnica ou
fiscalização, condições sanitárias ou ambientais inadequadas para o
funcionamento do estabelecimento.

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§ 8o A destruição ou inutilização de vegetais, parte de vegetais e alimentos será
determinada pela autoridade sanitária competente, sempre que apresentarem
resíduos acima dos níveis permitidos ou quando tenha havido aplicação de
agrotóxicos e afins de uso não autorizado.

§ 9o A suspensão do registro será aplicada quando a solicitação de adequação de


informações ou documentos não for atendida no prazo de trinta dias, salvo
justificativa técnica procedente. (Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

Seção III
Da Aplicação das Sanções Administrativas

Art. 87. Os agentes de inspeção e fiscalização dos órgãos da agricultura, da


saúde e do meio ambiente, ao lavrarem os autos-de-infração, indicarão as
penalidades aplicáveis.

Art. 88. A autoridade competente, ao analisar o processo administrativo,


observará, no que couber, o disposto nos arts. 14e 15 da Lei no 9.605, de 1998.

Art. 89. A aplicação de multa pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios exclui a aplicação de igual penalidade por órgão federal competente,
em decorrência do mesmo fato.

Art. 90. A destruição ou inutilização de agrotóxicos, seus componentes e afins


nocivos à saúde humana ou animal ou ao meio ambiente serão determinadas
pelo órgão competente e correrão às expensas do infrator.

Art. 91. A suspensão do registro, licença, ou autorização de funcionamento do


estabelecimento será aplicada nos casos de ocorrência de irregularidades
reparáveis.

Art. 92. Aplicam-se a este Decreto, no que couber, as disposições da Lei no


9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito
da Administração Pública Federal.

Capítulo IX
Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 93. A análise de pleito protocolizado em data anterior à publicação deste


Decreto observará a legislação vigente à data da sua apresentação.

Parágrafo único. O órgão federal responsável pelo setor de meio ambiente


encaminhará ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no prazo de
cento e vinte dias, a contar da publicação deste Decreto, os processos de registro
de agrotóxicos, seus componentes e afins, destinados ao uso em florestas
plantadas, concedidos e em andamento.

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Art. 94. Fica instituído o Sistema de Informações sobre Agrotóxicos -SIA, com o
objetivo de:

I - permitir a interação eletrônica entre os órgãos federais envolvidos no registro


de agrotóxicos, seus componentes e afins;

II - disponibilizar informações sobre andamento de processos relacionados com


agrotóxicos, seus componentes e afins, nos órgãos federais competentes;

III - permitir a interação eletrônica com os produtores, manipuladores,


importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, seus componentes e
afins;

IV - facilitar o acolhimento de dados e informações relativas à comercialização de


agrotóxicos e afins de que trata o art. 41;

V - implementar, manter e disponibilizar dados e informações sobre as


quantidades totais de produtos por categoria, importados, produzidos, exportados
e comercializados no país.

V - implementar, manter e disponibilizar dados e informações sobre as


quantidades totais de produtos por categoria, importados, produzidos, exportados
e comercializados no País, bem como os produtos não comercializados nos
termos do art. 41 (Redação dada pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

VI - manter cadastro e disponibilizar informações sobre áreas autorizadas para


pesquisa e experimentação de agrotóxicos, seus componentes e afins;

VII - implementar, manter e disponibilizar informações do SIC de que trata o art.


29; e

VIII - implementar, manter e disponibilizar informações sobre tecnologia de


aplicação e segurança no uso de agrotóxicos.

§ 1o O SIA será desenvolvido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no


prazo de trezentos e sessenta dias, e implementado e mantido pelos órgãos
federais das áreas de agricultura, saúde e meio ambiente.

§ 2o Os procedimentos de acesso ao SIA e de interação dos usuários com os


órgãos envolvidos devem conter mecanismos que resguardem o sigilo e a
segurança das informações confidenciais.

Art. 95. Fica instituído o Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos,


com as seguintes competências:

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I - racionalizar e harmonizar procedimentos técnico-científicos e administrativos
nos processos de registro e adaptação de registro de agrotóxicos, seus
componentes e afins;

II - propor a sistemática incorporação de tecnologia de ponta nos processos de


análise, controle e fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e em
outras atividades cometidas aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, da Saúde e do Meio Ambiente pela Lei no7.802, de 1989;

III - elaborar, até 31 de dezembro de 2002, rotinas e procedimentos visando à


implementação da avaliação de risco de agrotóxicos e afins;

IV - analisar propostas de edição e alteração de atos normativos sobre as


matérias tratadas neste Decreto e sugerir ajustes e adequações consideradas
cabíveis;

V - propor critérios de diferenciação de agrotóxicos, seus componentes e afins em


classes, em função de sua utilização, de seu modo de ação e de suas
características toxicológicas, ecotoxicológicas ou ambientais;

VI - assessorar os Ministérios responsáveis na concessão do registro para uso


emergencial de agrotóxicos e afins e no estabelecimento de diretrizes e medidas
que possam reduzir os efeitos danosos desses produtos sobre a saúde humana e
o meio ambiente;

VII - estabelecer as diretrizes a serem observadas no SIA, acompanhar e


supervisionar as suas atividades; e

VIII - manifestar-se sobre os pedidos de cancelamento ou de impugnação de


agrotóxicos seus componentes e afins, conforme previsto no art. 35.

§ 1o O Comitê será constituído por dois representantes, titular e suplente, de cada


um dos órgãos federais responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio
ambiente, designados pelo respectivo Ministro.

§ 2o O Comitê será coordenado por um de seus membros, com mandato de um


ano, em rodízio que iniciará pelo representante do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, seguido, pela ordem, pelo dos Ministérios da Saúde e
do Meio Ambiente.

§ 3o As matérias que não tiverem consenso no Comitê serão submetidas aos


Ministros de Estado responsáveis pelas áreas de agricultura, saúde e meio
ambiente para deliberação conjunta.

§ 4o Os representantes do Comitê elaborarão o seu regimento interno e o


submeterão à aprovação dos Ministérios representados.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 239
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§ 5o O apoio técnico e logístico ao Comitê será prestado pelo Ministério que tiver
seu representante exercendo a coordenação do Colegiado.

§ 6o As normas complementares a este Decreto serão objeto de proposição do


Comitê, devendo serem editadas no prazo de cento e oitenta dias de sua
publicação.

Art. 96. Os agrotóxicos, seus componentes e afins registrados com base naLei no
6.360, de 23 de setembro de 1976, bem como as pessoas físicas e jurídicas que
exerçam atividades com os mesmos, deverão se adequar às disposições da Lei
no7.802, de 1989, e deste Regulamento, de acordo com as regras a serem
estabelecidas pelos órgãos federais competentes.

Art. 97. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 98. Ficam revogados os Decretos nos 98.816, de 11 de janeiro de 1990,


99.657, de 26 de outubro de 1990, 991, de 24 de novembro de 1993, 3.550, de 27
de julho de 2000, 3.694, de 21 de dezembro de 2000 e 3.828, de 31 de maio de
2001.

Brasília, 4 de janeiro de 2002; 181oda Independência e 114o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Marcus Vinicius Pratini de Moraes
José Serra
José Sarney Filho

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ANEXO I

Modelos de Certificado de Registro

Para Produtos técnicos e formulados:

CERTIFICADO DE REGISTRO DE (produto técnico ou agrotóxico e afins)

O(A) (órgão registrante), de acordo com o (inciso das competências) , do Decreto


no4.074, de 4 de janeiro de 2002, que regulamenta a Lei n o 7.802, de 11 de julho
de 1989, certifica que se encontra registrado o produto abaixo descrito.

1. Produto

1.1 marca comercial 1.2 no do registro

1.3 forma de apresentação (produto técnico ou tipo de formulação)

1.4 classificação toxicológica 1.5 classificação do potencial de periculosidade ambiental

1.6 uso autorizado / forma de aplicação

1.7 composição em g/kg, g/L ou %

· Ingrediente ativo: _________ · Outros ingredientes: _________

2. Ingrediente ativo (repetir o quadro com os dados dos demais ingredientes


ativos, se houver)

2.1 nome comum ou classificação 2.2 concentração 2.3 grupo químico


taxonômica

2.4 nome químico

3. Classe de uso

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(herbicida, inseticida, fungicida etc.)

4. Titular do registro (razão social)

4.1 nome 4.2 no do cnpj

4.3 endereço 4.4 bairro

4.5 cidade 4.6 uf 4.7 cep

5. Finalidade

( ) 5.1 produção ( ) 5.2 importação ( ) 5.3 exportação ( ) 5.4 manipulação

( ) 5.5 comercialização ( ) 5.6 utilização ( ) 5.7

6. Fabricante (repetir o quadro com os dados dos demais fabricantes, se houver)

6.1 nome 6.2 no do cnpj

6.3 endereço 6.4 bairro

6.5 cidade 6.6 uf 6.7 cep

7. Formulador (repetir o quadro com os dados dos demais formuladores, se


houver)

7.1 nome 7.2 no do cnpj

7.3 endereço 7.4 bairro

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7.5 cidade 7.6 uf 7.7 cep

8. Manipulador (repetir o quadro com os dados dos demais manipuladores, se


houver)

8.1 nome 8.2 no do cnpj

8.3 endereço 8.4 bairro

8.5 cidade 8.6 uf 8.7 cep

Brasília-DF, ____ de ________________ de 2____.

_______________________________________________

(Assinatura do(s) Representante(s) do Órgão Registrante)

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CERTIFICADO DE REGISTRO ESPECIAL TEMPORÁRIO DE AGROTÓXICOS,

PRODUTOS TÉCNICOS E AFINS DESTINADOS A PESQUISA E EXPERIMENTAÇÃO

O (A) (órgão registrante) , de acordo com o (Capítulo II - das competências) , do


Decreto no4.074, de 4 de janeiro de 2002, que regulamenta a Lei n o 7.802, de 11
de julho de 1989, certifica que se encontra registrado o produto abaixo descrito,
para uso em conformidade com os termos especificados.

1. Produto

1.1 nome e código 1.2 no do registro 1.3 validade

1.4 procedência 1.5 forma de apresentação

1.6 fase do experimento 1.7 classificação ambiental preliminar

1.9 quantidade a ser importada/produzida


1.8 classificação toxicológica preliminar
(fabricada ou formulada)

2. Classe de uso

(herbicida, inseticida, fungicida etc.)

3. Titular do registro (razão social)

3.1 nome 3.2 no do cnpj

3.3 endereço 3.4 bairro

3.5 cidade 3.6 uf 3.7 cep

4. Produtor (fabricante ou formulador) - Repetir o quadro com os dados dos


demais produtores, se houver

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4.1 nome 4.2 no do cnpj

4.3 endereço 4.4 bairro

4.5 cidade 4.6 uf 4.7 cep

5. Importador

5.1 nome 5.2 no do cnpj

5.3 endereço 5.4 bairro

5.5 cidade 5.6 uf 5.7 cep

6. Ingrediente(s) ativo(s)

6.2 nome comum ou, na sua falta, grupo químico 6.3 classificação taxonômica

7. Finalidade(s) da pesquisa e experimentação

8. Local(ais) de ensaio / área(s) autorizada(s)

A empresa poderá importar ou produzir somente a quantidade autorizada neste


Certificado

Brasília-DF, ____ de ________________ de 2____.

_______________________________________________

(Assinatura do(s) Representante(s) do Órgão Registrante)

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CERTIFICADO DE REGISTRO DE AGROTÓXICOS

PRODUTOS TÉCNICOS E AFINS DESTINADOS EXCLUSIVAMENTE PARA


EXPORTAÇÃO

O (A) (órgão registrante) , de acordo com o (Capítulo II - das competências) , do


Decreto no 4.074, de 4 de janeiro de 2002, que regulamenta a Lei n o 7.802, de 11
de julho de 1989, e a Lei no 9.974, de 6 de junho de 2000, certifica que se
encontra registrado o produto abaixo descrito, para uso em conformidade com os
termos especificados.

1. Produto

1.1 marca comercial 1.2 no do registro

1.3 país importador 1.4 forma de apresentação (produto técnico ou tipo de formulação)

1.5 composição em g/kg, g/L ou %

· Ingrediente ativo: _________ · Outros ingredientes: _________

2. Classe de uso

(herbicida, inseticida, fungicida etc.)

3. Titular do registro (razão social)

3.1 nome 3.2 no do cnpj

3.3 endereço 3.4 bairro

3.5 cidade 3.6 uf 3.7 cep

4. Fabricante

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4.1 nome 4.2 no do cnpj

4.3 endereço 4.4 bairro

4.5 cidade 4.6 uf 4.7 cep

5. Formulador

5.1 nome 5.2 no do cnpj

5.3 endereço 5.4 bairro

5.5 cidade 5.6 uf 5.7 cep

6. Ingrediente ativo

6.1 nome comum 6.2 classificação taxonômica

6.3 nome químico 6.4 grupo químico

Brasília-DF, ____ de ________________ de 2____.

_______________________________________________

(Assinatura do(s) Representante(s) do Órgão Registrante)

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ANEXO II

Requerimento de Registro
(encaminhar em duas vias)

O requerente a seguir identificado requer ao Ministério da Agricultura, Pecuária e


Abastecimento, da Saúde (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Meio
Ambiente (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis), com base no Decreto no 4.074, de 4 de janeiro de 2002, a avaliação
do produto abaixo especificado, para fins de ( ) registro ( ) reavaliação de registro,
para o que presta as informações a seguir e junta o Relatório Técnico
competente:

1. Requerente

1.1 nome 1.2 endereço eletrônico

1.3 endereço 1.4 bairro

1.5 cidade 1.6 uf 1.7 cep

1.8 ddd 1.9 fone 1.10 fax 1.11 celular 1.12 cnpj/cpf

2. Representante legal (anexar documento comprobatório)

2.1 nome 2.2 endereço eletrônico

2.3 endereço 2.4 bairro

2.5 cidade 2.6 uf 2.7 cep

2.8 ddd 2.9 fone 2.10 fax 2.11 celular 2.12 cnpj/cpf

3. Fabricante (repetir o quadro com os dados dos demais fabricantes, se houver)

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3.1 nome 3.2 endereço eletrônico

3.3 endereço 3.4 bairro

3.5 cidade 3.6 uf 3.7 cep 3.8 país

3.9 ddd 3.10 fone 3.11 fax 3.12 celular 3.13 cnpj/cpf

4. Formulador (repetir o quadro com os dados dos demais formuladores, se


houver)

4.1 nome 4.2 endereço eletrônico

4.3 endereço 4.4 bairro

4.5 cidade 4.6 uf 4.7 cep 4.8 país

4.9 ddd 4.10 fone 4.11 fax 4.12 celular 4.13 cnpj/cpf

5. Finalidade

( ) 5.1 produção ( ) 5.2 importação ( ) 5.3 exportação ( ) 5.4 manipulação

( ) 5.5 comercialização ( ) 5.6 utilização ( ) 5.7 outro: ............

6. Classe de uso

( ) 6.1 herbicida ( ) 6.2 inseticida ( ) 6.3 fungicida ( ) 6.4 outro: ....................

7. Modo de ação

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( ) 7.1 sistêmico ( ) 7.2 contato ( ) 7.3 total ( ) 7.4 seletivo ( ) 7.5 outro: ..........

8. Ingrediente ativo (repetir o quadro com os dados dos demais ingredientes


ativos, se houver)

8.1 nome químico na grafia internacional (de acordo com a nomenclatura iupac )

8.2 nome químico em português (iupac)

8.3 nome comum (padrão iso, ansi, bsi) 8.4 nome comum em português

8.5 entidade que aprovou o nome em 8.6 no código no chemical abstract service
português registry (cas)

8.7 grupo químico em português


8.8 sinonímia
(usar letras minúsculas)

8.9 fórmula bruta e estrutural

9. Produto

9.1 marca comercial

9.2 código ou nome atribuído durante fase 9.3 forma de apresentação (tipo de
experimental formulação)

10. Embalagem

10.1 tipo de embalagem 10.2 material 10.3 capacidade de acondicionamento

____________, ____ de ________________ de 2____.


_____________________________________________(Assinatura do(s) Representante(s)
Legal(ais)

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 250
Agosto, 2013 – Rev.00
Documentos a serem anexados ao Requerimento

11. Anexos

1. Relatório Técnico;

Comprovante de que a empresa requerente está devidamente registrada nessa


modalidade em órgão competente do Estado, do Distrito Federal ou do Município;

Idem, relativamente ao(s) fabricante(s) estabelecido(s) no País;

Idem, relativamente ao(s) formulador(es) estabelecido(s) no País;

Documento comprobatório da condição de representante legal da empresa


requerente;

Certificado de análise física do produto;

Quando existentes, informações sobre a situação do produto, registro, usos


autorizados, restrições e seus motivos, relativamente ao País de origem;

Informações sobre a existência de restrições ou proibições a produtos à base do


mesmo ingrediente ativo e seus motivos, em outros países;

Descrição detalhada do(s) método(s) de desativação do produto, acompanhada de laudo


técnico que indique o poder de redução dos componentes, com a identificação dos
resíduos remanescentes e a entidade instalada no País apta a realização do processo.

OBS.: Os documentos devem ser apresentados no original, em cópia autenticada


ou acompanhada do original para autenticação pelo órgão público que a receber.

Se o registro for de produto(s) técnico(s):

12 - Anexos – PRODUTOS TÉCNICOS

12.1 Declaração do registrante sobre a composição qualitativa e quantitativa do produto,

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indicando os limites máximo e mínimo da variação de cada componente, suas impurezas
em concentrações iguais ou superiores a 0,1%, relativo a cada fabricante, acompanhada
de laudo laboratorial de cada fabricante, com base na análise de cinco bateladas;

12.2 Declaração do registrante, sobre a identificação e quantificação de subprodutos ou


impurezas presentes no produto técnico em concentrações inferiores a 0,1%, quando
significativas do ponto de vista toxicológico ou ambiental, acompanhada de laudo
laboratorial de cada fabricante, com base na análise de cinco bateladas;

12.3 Identificação de isômeros e suas proporções;

12.4 Descrição da metodologia analítica para determinação qualitativa e quantitativa do


ingrediente ativo, dos seus principais produtos de degradação e, quando pertinente, para
determinação das impurezas toxicológicas ou ambientalmente significativas presentes;

12.5 Descrição do processo de produção do produto técnico, contemplando suas etapas


de síntese, seus subprodutos e impurezas, fornecida pelo(s) fabricante(s).

12 - Anexos - PRODUTOS TÉCNICOS

(Redação dada pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

12.1. Declaração única do registrante sobre a composição qualitativa e quantitativa do


produto, elaborada com base no(s) laudo(s) laboratorial(is) das análises de cinco
bateladas de cada fabricante, o(s) qual(is) deverá(ão) acompanhar a declaração,
indicando:

12.1.1. O limite máximo do teor de cada impureza com concentração igual ou superior a
0,1%;

12.1.2. O limite mínimo do teor do ingrediente ativo;

12.1.3. O limite máximo de subprodutos ou impurezas presentes em concentrações


inferiores a 0,1%, quando relevantes do ponto de vista toxicológico ou ambiental; e

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 252
Agosto, 2013 – Rev.00
12.1.4. Identificação de isômeros e suas proporções;

12.2. Descrição dos efeitos observados relacionados às impurezas relevantes (por


exemplo, efeitos toxicológicos ou efeitos sobre a estabilidade do ingrediente ativo);

12.3 Descrição da metodologia analítica para determinação qualitativa e quantitativa do


ingrediente ativo, das impurezas em concentrações superiores ou iguais a 0,1% e das
impurezas toxicológica ou ambientalmente relevantes em concentrações inferiores a
0,1%

12.4. Descrição da metodologia analítica dos principais produtos de degradação do


ingrediente ativo, para fins de monitoramento e fiscalização.

12.5. Descrição do processo de produção do produto técnico, contemplando suas etapas


de síntese, seus subprodutos e impurezas, fornecida pelo fabricante, contendo:

12.5.1. fluxograma das reações químicas e rendimento de cada etapa do processo;

12.5.2. identidade dos reagentes, solventes e catalisadores, com seus respectivos graus
de pureza;

12.5.3. descrição geral das condições que são controladas durante o processo (por
exemplo: temperatura, pressão, pH, umidade);

12.5.4. descrição das etapas de purificação (incluindo as usadas para recuperar ou


reciclar materiais de partida, intermediários ou substâncias geradas); e

12.5.5. discussão sobre a formação teórica de todas as possíveis impurezas geradas no


processo de produção.

12.6. Relatório de estudos de propriedades físico-químicas.

Se o registro for de produto(s) formulado(s) ou pré-mistura(s) de natureza química


ou biológica:

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13 - Anexos – PRODUTOS FORMULADOS E PRÉ-MISTURAS DE NATUREZA
QUÍMICA OU BIOQUÍMICA

1. Declaração do registrante, sobre a composição qualitativa e quantitativa do produto,


indicando os limites máximo e mínimo da variação de cada componente e sua função
específica, acompanhada de laudo laboratorial de cada formulador;

Unidades impressas do rótulo e da bula do produto, quando existentes no País de


origem;

Indicação de uso (culturas e alvos biológicos), informações detalhadas sobre o


modo de ação do produto, modalidade de emprego (pré-emergência, pós-emergência
etc.), dose recomendada, concentração e modo de preparo de calda, modo e
equipamentos de aplicação, época, número e intervalo de aplicações;

Restrições de uso e recomendações especiais;

Intervalo de segurança;

Intervalo de reentrada;

Especificação dos equipamentos de proteção individual apropriados para a


aplicação do produto, bem como medidas de proteção coletiva;

Procedimentos para descontaminação de embalagens e equipamentos de


aplicação;

Sistema de recolhimento e destinação final de embalagens e restos de produtos;

Modelo de rótulo e bula;

Comprovante ou protocolo de registro no Brasil de seus componentes, inclusive


do produto técnico.

Se o registro for de produto(s) à base de agentes biológicos de controle de praga:

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14 - Anexos – PRODUTOS À BASE DE AGENTES BIOLÓGICOS DE
CONTROLE DE PRAGA

14.1 Nome e endereço completo do fornecedor do agente biológico;

14.2 Classificação taxonômica completa do agente biológico e nome comum;

14.3 Indicação completa do local e referência da cultura depositada em coleção;

14.4 Declaração do registrante da composição qualitativa e quantitativa do produto,


indicando a concentração mínima do ingrediente ativo biológico e os limites máximos e
mínimos dos demais componentes e suas funções específicas, acompanhada de laudo
laboratorial de cada formulador;

14.5 Informações sobre a possível presença de toxinas microbianas e outros metabólitos,


estirpes mutantes, substância alergênica etc.;

14.6 Indicações de uso (culturas e alvos biológicos), modalidade de emprego (pré-


emergência, pós-emergência, etc.), dose recomendada, concentração e modo de preparo
da calda, modo e equipamentos de aplicação, estratégia de uso (inoculativa, inundativa,
etc.), época, número e intervalo de aplicação;

14.7 Informações sobre o modo de ação do produto sobre os organismos alvo;

14.8 Unidade impressa de rótulo e bula do produto, quando existente no País de origem;

14.9 Modelo de rótulo e bula, em se tratando de produto formulado;

14.10 Descrição de testes ou procedimentos para identificação do agente biológico


(morfologia, bioquímica, sorologia, molecular);

14.11 Informações sobre a ocorrência, distribuição geográfica, local de isolamento, ciclo


de vida do organismo e demais dados que caracterizem o agente biológico;

14.12 Informações sobre a relação filogenética do agente biológico com patógenos de

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 255
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organismos não-alvo (humanos, plantas e animais);

14.13 Informações sobre a estabilidade genética do agente biológico;

14.14 Descrição do processo de produção do produto, fornecida pelo(s) formulador(es);

14.15 Intervalo de segurança e de reentrada quando pertinente.

14.16 Especificação dos equipamentos de proteção individual apropriados para a


aplicação do produto, bem como medidas de proteção coletiva;

14.17 Procedimentos para descontaminação de embalagens e equipamentos de


aplicação;

14.18 Sistema de recolhimento e destinação final de embalagens e restos de produtos;

Se o registro for de produto(s) equivalente(s):

15 - Anexos – PRODUTO EQUIVALENTE

15.1 Produto de referência, indicando o número do registro.

16 - Anexos – PRODUTO EQUIVALENTE (se produto técnico)

16.1 Declaração do registrante sobre a composição qualitativa e quantitativa, indicando


os limites máximo e mínimo da variação de cada componente, incluindo suas impurezas
com concentrações iguais ou superiores a 0,1%, relativo a cada fabricante, acompanhada
de laudo laboratorial de cada fabricante, com base na análise de cinco bateladas;

16.2 Declaração de identificação e quantificação de subprodutos ou impurezas presentes


no produto técnico em concentrações inferiores a 0,1 %, quando significativas do ponto
de vista toxicológico ou ambiental, acompanhada de laudo laboratorial de cada
fabricante, com base na análise de cinco bateladas;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 256
Agosto, 2013 – Rev.00
16.3 Identificação de isômeros e suas proporções;

16.4 Descrição da metodologia analítica para determinação qualitativa e quantitativa do


ingrediente ativo, dos seus principais produtos de degradação e, quando pertinente, para
determinação das impurezas toxicológica ou ambientalmente significativas presentes;

16.5 Descrição do processo de produção do produto técnico, contemplando suas etapas


de síntese, seus subprodutos e impurezas, fornecida pelo fabricante.

16 - Anexos - PRODUTO TÉCNICO EQUIVALENTE

(Redação dada pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

FASE I

16.1. Declaração única do registrante sobre a composição qualitativa e quantitativa do


produto, elaborada com base no(s) laudo(s) laboratorial(is) das análises de cinco
bateladas de cada fabricante, o(s) qual(is) deverá(ão) acompanhar a declaração,
indicando:

16.1.1. O limite máximo do teor de cada impureza com concentração igual ou superior a
0,1%;

16.1.2. O limite mínimo do teor do ingrediente ativo;

16.1.3. O limite máximo de subprodutos ou impurezas presentes em concentrações


inferiores a 0,1%, quando relevantes do ponto de vista toxicológico ou ambiental; e

16.1.4. Identificação de isômeros e suas proporções;

16.2. Descrição dos efeitos observados relacionados às impurezas relevantes (por


exemplo, efeitos toxicológicos ou efeitos sobre a estabilidade do ingrediente ativo);

16.3 Descrição da metodologia analítica para determinação qualitativa e quantitativa do


ingrediente ativo, das impurezas em concentrações superiores ou iguais a 0,1% e das

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impurezas toxicológica ou ambientalmente relevantes em concentrações inferiores a
0,1%

16.4. Descrição da metodologia analítica dos principais produtos de degradação do


ingrediente ativo, para fins de monitoramento e fiscalização.

16.5. Descrição do processo de produção do produto técnico, contemplando suas etapas


de síntese, seus subprodutos e impurezas, fornecida pelo fabricante, contendo:

16.5.1. fluxograma das reações químicas de cada etapa do processo;

16.5.2. identidade dos reagentes, solventes e catalisadores;

16.5.3. descrição geral das condições que são controladas durante o processo (por
exemplo: temperatura, pressão, pH, umidade);

16.5.4. descrição das etapas de purificação (incluindo as usadas para recuperar ou


reciclar materiais de partida, intermediários ou substâncias geradas); e

16.5.5. discussão sobre a formação teórica de todas as possíveis impurezas geradas no


processo de produção.

16.6. Relatório de estudos de propriedades físico-químicas:

16.6.1. pressão de vapor;

16.6.2. ponto de fusão ou ebulição;

16.6.3. solubilidade em água; e

16.6.4. coeficiente de partição N-octanol/água.

Quando não for possível determinar a equivalência na Fase I, os seguintes


estudos poderão ser exigidos:

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FASE II

16.7. Testes de toxicidade para animais superiores

16.7.1. Toxicidade oral aguda;

16.7.2. Toxicidade inalatória aguda;

16.7.3. Toxicidade cutânea aguda;

16.7.4. Irritação cutânea primária;

16.7.5. Irritação ocular;

16.7.6. Sensibilização dérmica; e

16.7.7. Mutagenicidade gênica e cromossômica

Quando não for possível determinar a equivalência na Fase II, os seguintes


estudos poderão ser exigidos:

FASE III

16.8. Testes toxicológicos com doses repetidas (desde subagudos até crônicos) e
estudos toxicológicos para avaliar, teratogenicidade, carcinogenicidade, neurotoxicidade
e efeitos hormonais;

16.9. Testes ecotoxicológicos de toxicidade a organismos aquáticos e terrestres (peixes,


Daphnia, algas, aves, abelhas, microrganismos, organismos de solo), de acordo com o
uso pretendido do produto.

17 - Anexos – PRODUTO EQUIVALENTE (se produtoformulado)

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(Revogado pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

17.1 Declaração do registrante sobre a composição qualitativa e quantitativa, indicando


os limites máximo e mínimo da variação, bem como a função específica de cada
componente, acompanhada de laudo laboratorial de cada fabricante;

17.2 Descrição da metodologia analítica para determinação qualitativa e quantitativa


do(s) ingrediente(s) ativo(s), dos seus principais produtos de degradação e, quando
pertinente, para determinação das impurezas toxicológicas ou ambientalmente
significativas presentes;

17.3 Descrição do processo de produção, a partir do produto técnico e demais


componentes, bem como quando se tratar de obtenção do produto diretamente a partir
de matérias primas, fornecida pelo formulador.

RELATÓRIOS TÉCNICOS

(apresentar em uma via)

Ao Órgão Registrante
(critérios e exigências serão especificados em normas complementares)

18 - Anexos - Órgão Registrante, para avaliação da eficiência de agrotóxicos e


afins

18.1 Testes e informações sobre a eficiência e a praticabilidade do produto na(s)


finalidade(s) de uso proposta(s);

18.2 Testes e informações referentes a sua compatibilidade com outros produtos;

18.3 Informações sobre o desenvolvimento de resistência ao produto;

18.4 Relatório de estudos de resíduos, intervalo de Segurança e, quando for o caso, limite
dos resíduos estranhos;

18.5 Método analítico e sua sensibilidade para determinação de resíduos do agrotóxico;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 260
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18.6 Resultado das análises quantitativas efetuadas indicando a persistência dos resíduos
em vegetais, animais, na água, no solo e no ar.

18.7 Informações relativas à bioacumulação, persistência e mobilidade;

18.8 Outros dados, informações ou documentos exigidos em normas complementares.

Ao Ministério da Saúde
(critérios e exigências serão especificados em normas complementares)

19 - Anexos - Ministério da Saúde

19.1 Características físico-químicas;

19.1 Relatório de estudos de propriedades físico-químicas;

(Redação dada pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

19.2 Relatório de estudos de resíduos, intervalo de Segurança e, quando for o caso,


limite dos resíduos estranhos;

19.3 Método analítico e sua sensibilidade para determinação de resíduos de agrotóxico;

19.4 Resultado das análises quantitativas efetuadas indicando a persistência dos


resíduos em vegetais, animais, na água, no solo e no ar;

19.5 Intervalo de reentrada de pessoas nas áreas tratadas;

19.6 Estudos biológicos envolvendo aspectos bioquímicos e toxicológicos agudos e


crônicos;

19.7 Antídoto ou tratamento disponível no País, para os casos de intoxicação humana;

19.8 Outros dados, informações ou documentos exigidos em normas complementares.

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 261
Agosto, 2013 – Rev.00
19.9 Testes e informações referentes a sua compatibilidade com outros produtos;

19.10 Informações relativas à bioacumulação, persistência e mobilidade;

Ao Ministério do Meio Ambiente


(critérios e exigências serão especificados em normas complementares)

20 - Anexos - Ministério do Meio Ambiente

20.1 Relatório de estudos de dados físico-químicos;

20.1 Relatório de estudos de propriedades físico-químicas;

(Redação dada pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

20.2 Relatório de estudos de dados relativos à toxicidade para microorganismos,


microcrustáceos, peixes, algas, organismos de solo, aves, plantas e insetos não-alvo;

20.3 Relatório de estudos de dados relativos à bioacumulação, persistência e mobilidade;

20.4 Relatório de estudos de dados relativos à toxicidade para animais superiores;

20.5 Relatório de estudos de dados relativos ao potencial mutagênico, embriofetotóxico e


carcinogênico em animais;

20.6 Método analítico e sua sensibilidade para determinação de resíduos de agrotóxico;

20.7 Resultado das análises quantitativas efetuadas indicando a persistência dos


resíduos em vegetais, animais, na água, no solo e no ar;

20.8 Outros dados, informações ou documentos exigidos em normas complementares

20.9 Testes e informações referentes a sua compatibilidade com outros produtos;

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21 - Anexos - PRODUTO FORMULADO COM BASE EM PRODUTO TÉCNICO
EQUIVALENTE

Ao Órgão Registrante
(Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

21.1. Estudos e informações sobre a eficiência e a praticabilidade do produto na(s)


finalidade(s) de uso proposta(s), devendo ser conduzidos conforme suas características e
de acordo com as normas complementares do órgão responsável;

21.2. Informações referentes à sua compatibilidade com outros produtos;

21.3. Informações sobre o desenvolvimento de resistência ao produto;

21.4. Relatório de estudo de resíduos, intervalo de segurança e, quando for o caso, limite
dos resíduos estranhos;

21.5. Método analítico e sua sensibilidade para determinação de resíduos do agrotóxico,


para fins de monitoramento e fiscalização.

22 - Anexos - PRODUTO FORMULADO COM BASE EM PRODUTO TÉCNICO


EQUIVALENTE

Ao Ministério da Saúde
(Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

1. Relatório de estudos de propriedades físico-químicas;

2. Relatório de estudo de resíduos, intervalo de segurança e, quando for o caso, limite


dos resíduos estranhos;

22.3. Método analítico e sua sensibilidade para determinação de resíduos de agrotóxico,


para fins de monitoramento e fiscalização;

22.4. Intervalo de reentrada de pessoas nas áreas tratadas;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 263
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22.5. Estudos toxicológicos agudos e de mutagenicidade;

22.6. Antídoto ou tratamento disponível no País, para os casos de intoxicação humana;

22.7. Informações referentes à sua compatibilidade com outros produtos;

23 - Anexos - PRODUTO FORMULADO COM BASE EM PRODUTO TÉCNICO


EQUIVALENTE

Ao Ministério do Meio Ambiente


(Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

23.1. Relatório de estudos de propriedades físico-químicas;

23.2. Relatório de estudos de dados relativos à toxicidade para microorganismos,


microcrustáceos, peixes, algas, organismos de solo, aves, plantas e insetos não-alvo;

23.3. Relatório de estudos de dados relativos à toxicidade para animais superiores;

23.4. Relatório de estudos de dados relativos ao potencial mutagênico;

23.5. Método analítico e sua sensibilidade para determinação de resíduos de agrotóxico,


para fins de monitoramento e fiscalização;

23.6. Informações referentes à sua compatibilidade com outros produtos.

24 - Anexos - PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS COM USO APROVADO PARA A


AGRICULTURA ORGÂNICA

(Incluído pelo Decreto nº 6.913, de 2009)

· Identificação do produto em relação à especificação de referência;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 264
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· Descrição do processo de produção do produto;

· Declaração do registrante, sobre a composição qualitativa e quantitativa do produto,


indicando os limites máximo e mínimo da variação de cada componente e sua função
específica, acompanhada de laudo laboratorial de cada formulador;

· Indicação de uso (culturas e alvos biológicos), modo de ação do produto, modalidade de


emprego, dose recomendada, concentração e modo de preparo de calda, modo e
equipamentos de aplicação, época, número e intervalo de aplicações;

· Restrições de uso e recomendações especiais;

· Intervalo de segurança;

· Intervalo de reentrada;

· Informações referentes a sua compatibilidade com outros produtos;

· Especificação dos equipamentos de proteção individual apropriados para a aplicação do


produto, bem como medidas de proteção coletiva;

· Procedimentos para descontaminação de embalagens e equipamentos de aplicação;

· Sistema de recolhimento e destinação final de embalagens e restos de produtos;

· Modelo de rótulo e bula.

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 265
Agosto, 2013 – Rev.00
ANEXO III

Modelo I

- Requerimento de Registro Especial Temporário - RET

O requerente a seguir identificado requer aos Ministérios da Agricultura, Pecuária


e Abastecimento, da Saúde (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Meio
Ambiente (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis), com base no Decreto no 4.074, de 4 de janeiro de 2002, a avaliação
do produto abaixo especificado, para fins de registro especial temporário, para o
que presta as informações a seguir e junta documentos:

1. Requerente

1.1 nome 1.2 endereço eletrônico

1.3 endereço 1.4 bairro

1.5 cidade 1.6 uf 1.7 cep

1.8 ddd 1.9 fone 1.10 fax 1.11 celular 1.12 cnpj/cpf

2. Representante legal (anexar documento comprobatório)

2.1 nome 2.2 endereço eletrônico

2.3 endereço 2.4 bairro

2.5 cidade 2.6 uf 2.7 cep

2.8 ddd 2.9 fone 2.10 fax 2.11 celular 2.12 cnpj/cpf

3. Da pesquisa (se agente biológico de ocorrência natural)

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 266
Agosto, 2013 – Rev.00
3.1 classificação taxonômica ou caracterização morfológica ou bioquímica

3.2 informações de ocorrência no país

3.3 procedência e informações de ocorrência e, quando importado, medidas


quarentenárias aplicáveis

____________, ____ de ________________ de 2____.

(Assinatura do(s) Representante(s) Legal(ais)

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 267
Agosto, 2013 – Rev.00
Documentos a serem anexados ao Requerimento

4. Anexos

4.1 Tipo de pesquisa (laboratórios, estufa, casa de vegetação, estação experimental,


campo);

4.2 Projeto experimental;

4.3 Dados físico-químicos;

4.4 Dados necessários à avaliação toxicológica preliminar;

4.5 Dados necessários à avaliação ambiental preliminar.

Modelo II

- Registro de produto para pesquisa e experimentação, já registrado para outra(s)


indicação(ões) de uso

1. Requerente

1.1 nome 1.2 endereço eletrônico

1.3 endereço 1.4 bairro

1.5 cidade 1.6 uf 1.7 cep

1.8 ddd 1.9 fone 1.10 fax 1.11 celular 1.12 cnpj/cpf

2. Representante legal (anexar documento comprobatório)

2.1 nome 2.2 endereço eletrônico

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 268
Agosto, 2013 – Rev.00
2.3 endereço 2.4 bairro

2.5 cidade 2.6 uf 2.7 cep

2.8 ddd 2.9 fone 2.10 fax 2.11 celular 2.12 cnpj/cpf

3. Da pesquisa

3.1 objetivo da pesquisa e experimentação

____________, ____ de ________________ de 2____.

_______________________________________________

(Assinatura do(s) Representante(s) Legal(ais)

Documentos a serem anexados ao Requerimento

4. Anexos

4.1 Projeto experimental

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 269
Agosto, 2013 – Rev.00
ANEXO IV

Registro de Componentes
– Excetuados os ingredientes ativos, produtos técnicos e pré-mistura

1. Requerente (repetir o quadro com os dados dos demais requerentes, se


houver)

1.1 nome 1.2 endereço eletrônico

1.3 endereço 1.4 bairro

1.5 cidade 1.6 uf 1.7 cep

1.8 ddd 1.9 fone 1.10 fax 1.11 celular 1.12 cnpj/cpf

2. Representante legal (anexar documento comprobatório)

2.1 nome 2.2 endereço eletrônico

2.3 endereço 2.4 bairro

2.5 cidade 2.6 uf 2.7 cep

2.8 ddd 2.9 fone 2.10 fax 2.11 celular 2.12 cnpj/cpf

3. Fabricante (repetir o quadro com os dados dos demais fabricantes, se houver)

3.1 nome 3.2 endereço eletrônico

3.3 endereço 3.4 bairro

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 270
Agosto, 2013 – Rev.00
3.5 cidade 3.6 uf 3.7 cep

3.8 ddd 3.9 fone 3.10 fax 3.11 celular 3.12 cnpj/cpf

4. Produto

4.1 nome comercial

4.3 no código da substância no chemical abstract service


4.2 usos pretendidos
registry (CAS)

4.4 nome químico da substância

4.5 nome comum da 4.6 grupo


4.7 sinonímia
substância químico

4.8 fórmula bruta e estrutural

5. Finalidade

( ) 5.1 ( ) 5.2 ( ) 5.3 ( ) 5.4 ( ) 5.5


produção importação exportação comercialização utilização

6. Embalagem

6.1 tipo de embalagem 6.2 material 6.3 capacid. de acondicionamento

____________, ____ de ________________ de 2____.

_______________________________________________
(Assinatura do(s) Representante(s) Legal(ais)

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Documentos a serem anexados ao Requerimento

7. Anexos

7.1 Comprovante de que a empresa requerente está devidamente registrada junto ao


órgão competente do Estado, do Distrito Federal ou do Município, na modalidade
indicada na finalidade do registro;

7.2 Comprovante de que o(s) fabricante(s) estabelecido(s) no País está(ão) devidamente


registrado(s) junto ao órgão competente do Estado, do Distrito Federal ou do Município,
nessa modalidade;

7.2. Comprovante de que o requerente de registro de matéria-prima, ingrediente inerte ou


aditivo, que tenha por finalidade produzir ou importar o componente para fins de
comercialização, está devidamente registrado junto ao órgão competente do Estado, do
Distrito Federal ou do Município, nessa modalidade;

(Redação dada pelo Decreto nº 5.549, de 2005)

7.3 Ficha(s) de segurança química fornecida(s) pelo(s) fabricante(s);

7.4 Ficha de Emergência de Transporte do Decreto no 3.694;

7.5 Informações referenciadas ou estudos quanto aos aspectos de toxicidade em


animais, potencial genotóxico, carcinogênico e teratogênico, distúrbios hormonais,
toxicidade para organismos aquáticos, bioacumulação, persistência e mobilidade no meio
ambiente;

7.6 Método de desativação;

7.7 Informações sobre a existência de restrições a este produto, em outros países;

7.8 Antídoto e suas formas de administração ou tratamento;

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ANEXO V

Requerimento para Registro de Pessoas Físicas ou Jurídicas Prestadoras de


Serviços, Fabricantes, Formuladores, Manipuladores, Importadores, Exportadores
ou Comerciantes de Agrotóxicos, seus Componentes e Afins

REQUERIMENTO PARA REGISTRO DE ESTABELECIMENTO

(nome do requerente)

vem requerer junto ao (órgão estadual competente) , com base nos termos do
Decreto no4.074, de 4 de janeiro de 2002, seu registro na categoria de (prestador
de serviços na aplicação, fabricante, formulador, manipulador, importador,
exportador, comerciante)de agrotóxicos, seus componentes e afins, apresentando
para tanto as seguintes informações e documentação:

1. Requerente

1.1 nome (razão social) 1.2 inscrição no cnpj 1.3 reg.junta comercial

1.4 endereço da sede 1.5 bairro

1.6 cidade 1.7 uf 1.8 cep

1.9 endereço / localização da fábrica 1.10 bairro

1.11 cidade 1.12 uf 1.13 cep

1.14 responsável administrativo

1.14.1 nome 1.14.2 cpf 1.14.3 rg/ órgão emissor

1.15 responsável técnico

1.15.1 nome 1.15.2 cpf 1.15.3 rg/ órgão emissor

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1.16 rt – registro no conselho da respectiva profissão

1.16.1 nome do conselho 1.16.2 região 1.16.3 no do registro

2. Classificação do estabelecimento

( ) 2.1 importador ( ) 2.2 fabricante ( ) 2.3 formulador ( ) 2.4 manipulador

( ) 2.5 comerciante ( ) 2.6 prestador de serviços ( ) 2.7 exportador ( ) 2.8

3. Produtos que pretende importar, exportar, produzir, comercializar ou utilizar


(marcar as colunas com um "X").

importad exportad fabricad formulad manipulad comercializad Classificaç


produtos
os os os os os os ão ( * )

3.1 produto
() () () () () ()
técnico

3.2 outros
() () () () () ()
componentes

3.3 pré-mistura ( ) () () () () ()

3.4 produto
() () () () () ()
formulado

3.5 agentes
biológicos de ( ) () () () () ()
controle

3.6 agentes de
manipulação ( ) () () () () ()
genética

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3.7
outros:______ ( ) () () () () ()
___

( * ) Adotar a classe de uso: herbicida, inseticida, fungicida etc., podendo a coluna


comportar mais de uma classe.

4. Laboratório de Controle de Qualidade

( ) 4.1 próprio ( ) 4.2 não utiliza ( ) 4.3 de terceiros: _______________________


(nome)

5. Dependências existentes na fábrica

( ) 5.1 depósito de matéria ( ) 5.2 depósito de produtos ( ) 5.3 seção de


prima acabados fabricação

( ) 5.5 dependências ( ) 5.6 ambulatório


( ) 5.4 almoxarifados
administrativas médico

( ) 5.8 ( ) 5.9
( ) 5.7 refeitório
________________________ _______________

6. Equipamentos e instalações na fábrica (relacioná-los e resumir suas funções;


se necessário, anexar documento)

7. Mercado de consumo

( ) 7.1 estadual

( ) 7.2 UF(s):
interestadual ________________________________________________________

( ) 7.3 País(es):

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internacional ______________________________________________________

8. Observações (esclarecer ou complementar o requerimento naquilo que julgar


necessário)

____________, ____ de ________________ de 2____.

_______________________________________________

Assinatura do(s) Responsável (eis)

9. Anexo

9.1 Licença ambiental, expedida pelo órgão estadual competente, conforme legislação
pertinente.

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ANEXO VI

Modelo de Codificação

1. Exemplo

001 – 89 – 1.600

2. Instruções

2.1 O código deve ser aposto à embalagem de modo que seus elementos NÚMERO,
ANO e QUANTIDADE fiquem inseridos dentro de um retângulo e separados por um
traço, conforme exemplo acima.

2.2 O NÚMERO constará de algarismos arábicos, na ordem crescente das partidas


liberadas, reiniciando-se a cada ano pelo número 001.

2.3 O ANO refere-se ao da importação, fabricação ou manipulação da partida e é


representado pelos dois algarismos da dezena, separados do número de codificação por
uma barra.

2.4 A QUANTIDADE refere-se ao número de unidades que compõem a partida.

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ANEXO VII

Relatório de Produção, Importação, Comercialização e Exportação

1. Período da informação

1.1 ano: ________ ( ) 1.2 - 1o semestre ( ) 1.3 - 2o semestre

2. Produto Técnico / Produto Formulado

2.1 marca comercial 2.2 no do registro

2.3 ingrediente ativo/agente biológico de controle 2.4 concentração

2.5 classificação toxicológica 2.6 classificação ambiental

3. Classe de uso

( ) 3.1 acaricida ( ) 3.2 adjuvante ( ) 3.3 bactericida ( ) 3.4 espalhante adesivo

( ) 3.5 feromônio ( ) 3.6 fungicida ( ) 3.7 herbicida ( ) 3.8 inseticida ( ) 3.9 nematicida

( ) 3.10 regulador de ( ) 3.11 outra(s):


crescimento ________________________________

Ingredientes que abrangem diversas classes de uso, assinalar com X a principal e


citar no item "outra(s)" as demais.

4. Origem, estoque e destino do produto técnico/produto formulado

Quantidade (1.000 t)
Origem
Ingrediente Ativo Prod. Formulado

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4.1 Produção nacional

4.2 Importação

Destino

4.3 Exportação

4.4 Vendas a clientes

4.5 Vendas a indústrias

Estoque na fábrica

4.6 Estoque inicial do semestre

4.7 Estoque final do semestre

5. Exportação de Produto Técnico / Produto Formulado – Destino

Quantidade (1.000 t)
País
Ingrediente Ativo Prod. Formulado

5.1

5.2

5.3

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5.4

5.5

5.6

5.7

5.8

5.9

5.10

5.11

5.12

Total

6. Distribuição estadual do item "vendas a clientes"

Quantidade Quantidade
U. F. U. F.
1.000 toneladas de I. 1.000 toneladas de I.
A.) A.)

6.1 Acre 6.15 Paraná

6.2 Alagoas 6.16 Pará

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6.3 Amapá 6.17 Pernambuco

6.4 Amazonas 6.18 Piauí

6.5 Bahia 6.19 Rio de Janeiro

6.20 Rio Grande do


6.6 Ceará
Norte

6.21 Rio Grande do


6.7 Distrito Federal
Sul

6.8 Espírito Santo 6.22 Rondônia

6.9 Goiás 6.23 Roraima

6.10 Maranhão 6.24 Santa Catarina

6.11 Mato Grosso 6.25 São Paulo

6.12 Mato Grosso do


6.26 Sergipe
Sul

6.13 Minas Gerais 6.27 Tocantins

6.14 Paraíba 6.28 Total

____________, ____ de ________________ de 2____.

_______________________________________________

Assinatura do(s) Responsável (eis)

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ANEXO VIII

Do Rótulo

Modelo do rótulo:

1.1 O rótulo deverá ser confeccionado com materiais cuja qualidade assegure a
devida resistência à ação dos agentes atmosféricos, bem como às manipulações
usuais;

1.2 O rótulo deverá ser confeccionado em fundo branco e dizeres em letras


pretas, exceto no caso de embalagem tipo saco multifoliado e caixa de papelão,
quando o texto poderá ser impresso em letras pretas sobre fundo de coloração
original da embalagem;

1.3 O rótulo deverá conter a data de fabricação e vencimento, constando MÊS e


ANO, sendo que o mês deverá ser impresso com as três letras iniciais;

1.4 O rótulo deverá ser dividido em três colunas, devendo a coluna central nunca
ultrapassar a área individual das colunas laterais. Nos casos em que as
características da embalagem não permitam essa divisão, o rótulo deverá ser
previamente avaliado e aprovado pelos órgãos federais responsáveis pela
agricultura, saúde e meio ambiente;

1.5 O logotipo da empresa registrante, aposto na parte superior da coluna central,


deve ocupar, no máximo, dois centésimos da área útil do rótulo, podendo ser
apresentado nas suas cores características;

1.6 O rótulo conterá em sua parte inferior, com altura equivalente a 15% da altura
da impressão da embalagem, faixa colorida nitidamente separada do restante do
rótulo;

1.7 As cores dessa faixa corresponderão às diferentes classes toxicológicas,


conforme normas complementares a serem estabelecidas pelo Ministério da
Saúde;

1.8 Deve ser incluído no painel frontal do rótulo, na faixa colorida, círculo branco
com diâmetro igual a altura da faixa, contendo uma caveira e duas tíbias cruzadas
na cor preta com fundo branco, com os dizeres: CUIDADO VENENO;

1.9 Ao longo da faixa colorida, deverão constar os pictogramas específicos,


internacionalmente aceitos, dispostos do centro para a extremidade, devendo
ocupar cinqüenta por cento da altura da faixa;

1.10 Deverão constar obrigatoriamente do rótulo de agrotóxicos e afins:

1.10.1 Na coluna central:

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a) marca comercial do produto;

b) composição do produto: indicando o(s) ingrediente(s) ativo(s) pelo nome


químico e comum, em português, ou científico, internacionalmente aceito, bem
como o total dos outros ingredientes, e, quando determinado pela autoridade
competente, expresso por suas funções e indicado pelo nome químico e comum
em português;

c) quantidade de agrotóxico ou afim que a embalagem contém, expressa em


unidades de massa ou volume, conforme o caso;

d) classe e tipo de formulação;

e) a expressão: "Indicações e restrições de uso: Vide bula e receita";

f) a expressão: "Restrições Estaduais, do Distrito Federal e Municipais: vide bula";

g) nome, endereço, CNPJ e número do registro do estabelecimento registrante,


fabricante, formulador, manipulador e importador, sendo facultado consignar, nos
casos em que o espaço no rótulo for insuficiente, que os dados – exceto os do
fabricante e os do importador – constam na bula;

h) número de registro do produto comercial e sigla do órgão registrante;

i) número do lote ou da partida;

j) recomendação em destaque para que o usuário leia o rótulo, a bula e a receita


antes de utilizar o produto, conservando-os em seu poder;

l) data de fabricação e de vencimento;

m) indicações se a formulação é explosiva, inflamável, comburente, corrosiva,


irritante ou sujeita a venda aplicada;

n) as expressões: "é obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual.


proteja-se." e "é obrigatória a devolução da embalagem vazia.";

o) classificação toxicológica; e

p) classificação do potencial de periculosidade ambiental.

1.10.2 Nas colunas da esquerda e da direita:

1.10.2.1 Precauções relativas ao meio ambiente:

a) precauções de uso e advertências quanto aos cuidados de proteção ao meio


ambiente;

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b) instruções de armazenamento do produto, visando sua conservação e
prevenção contra acidentes;

c) orientação para que sejam seguidas as instruções contidas na bula referente à


tríplice lavagem e ao destino de embalagens e de produtos impróprios para
utilização ou em desuso;

d) número de telefone de pessoa habilitada a fornecer todas as informações


necessárias ao usuário e comerciante;

1.10.2.2 Precauções relativas à saúde humana;

a) precauções de uso e recomendações gerais, quanto a primeiros socorros,


antídotos e tratamentos, no que diz respeito à saúde humana; e

b) telefone da empresa para informações em situações de emergências.

1.11 A critério do órgão federal responsável pelo setor de saúde, a ser definido
em normas complementares, os agrotóxicos e afins que apresentarem baixa
toxicidade poderão ser dispensados da inclusão da caveira e das duas tíbias
cruzadas.

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ANEXO IX

Da Bula

1 Deverão constar obrigatoriamente da bula de agrotóxicos e afins:

1.1 instruções de uso do produto, mencionando, no mínimo:

a) culturas;

b) pragas, doenças, plantas infestantes, identificadas por nomes comuns e


científicos, e outras finalidades de uso;

c) doses do produto de forma a relacionar claramente a quantidade a ser utilizada


por hectare, por número de plantas ou por hectolitro do veículo utilizado, quando
aplicável;

d) época da aplicação;

e) número de aplicações e espaçamento entre elas, se for o caso;

f) modo de aplicação;

g) intervalo de segurança;

h) intervalo de reentrada de pessoas nas culturas e áreas tratadas;

i) limitações de uso;

j) informações sobre os equipamentos de proteção individual a serem utilizados,


conforme normas regulamentadoras vigentes;

l) informações sobre os equipamentos de aplicação a serem usados e a descrição


dos processos de tríplice lavagem da embalagem ou tecnologia equivalente;

m) informações sobre os procedimentos para a devolução, destinação, transporte,


reciclagem, reutilização e inutilização das embalagens vazias; e

n)informações sobre os procedimentos para a devolução e destinação de


produtos impróprios para utilização ou em desuso.

1.2 dados relativos à proteção da saúde humana:

a) mecanismos de ação, absorção e excreção para animais de laboratório ou,


quando disponíveis, para o ser humano;

b) sintomas de alarme;

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c) efeitos agudos e crônicos para animais de laboratório ou, quando disponíveis,
para o ser humano; e

d) efeitos adversos conhecidos.

1.3 dados relativos à proteção do meio ambiente:

a) método de desativação;

b) instruções em caso de acidente no transporte; e

c) informações sobre os efeitos decorrentes da destinação inadequada de


embalagens.

1.4 dados e informações adicionais julgadas necessárias pelos órgãos federais


responsáveis pela agricultura, saúde e meio ambiente.

1.5 restrições estabelecidas por órgão competente do Estado ou do Distrito


Federal.

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ANEXO X

(Incluído pelo Decreto nº 5.981, de 2006)

CRITÉRIOS PARA DETERMINAÇÃO DA EQUIVALÊNCIA DE PRODUTO


TÉCNICO

1. Os produtos técnicos de diferentes fabricantes ou de diferentes processos de


fabricação do mesmo fabricante serão considerados equivalentes se a avaliação
do processo de produção usado, o perfil de impurezas e, se necessário, a
avaliação dos perfis toxicológicos/ ecotoxicológicos, atenderem os requisitos dos
itens 3, 4 e 5 indicados a seguir.

2. Quando o fabricante mudar o processo de fabricação de um produto técnico


previamente registrado, a equivalência deverá ser determinada com base no item
1.

3. Equivalência do perfil de impureza de um produto técnico:

3.1. Um produto técnico poderá ser considerado equivalente, quando: o nível


máximo de cada impureza não-relevante não for incrementado acima de 50%
com relação ao nível máximo do perfil do produto técnico de referência, ou
quando o nível máximo absoluto não for incrementado acima de 3 g/kg (aplica-se
o que representar o maior nível de incremento), quando não houver novas
impurezas relevantes e quando não se incremente o nível máximo de impurezas
relevantes;

3.2. Quando a concentração máxima de cada impureza não relevante exceda as


diferenças indicadas no subitem 3.1, será solicitado ao registrante a apresentação
de argumentos fundamentados e os dados de respaldo necessários, que
expliquem por qual motivo essas impurezas em particular permanecem como
não-relevantes. Os órgãos federais responsáveis pelos setores de agricultura,
saúde e meio ambiente avaliarão o caso para decidir se o produto técnico é ou
não equivalente;

3.3. Quando novas impurezas estiverem presentes em quantidades maior ou igual


a 1 g/kg, será solicitado ao registrante a apresentação de argumentos
fundamentados e os dados de respaldo necessários, que expliquem porque essas
impurezas são não-relevantes. Os órgãos federais responsáveis pelos setores de
agricultura, saúde e meio ambiente avaliarão o caso para decidir se o produto
técnico é ou não equivalente;

3.4. Quando impurezas relevantes estiverem presentes em concentração acima


da concentração máxima do produto técnico de referência e/ou quando novas
impurezas relevantes estiverem presentes, serão exigidos dados toxicológicos e
ecotoxicológicos. Os órgãos federais responsáveis pelos setores de agricultura,

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saúde e meio ambiente avaliarão o caso para decidir se o produto técnico é ou
não equivalente.

4. Equivalência dos perfis toxicológicos de produto técnico:

4.1. O perfil toxicológico será considerado equivalente ao perfil do produto técnico


de referência, quando os dados toxicológicos não diferirem de um fator maior que
2. Não deve haver mudanças na avaliação dos estudos que produzam resultados
positivos ou negativos;

4.2. Quando a equivalência não puder ser determinada com os dados requeridos
no item 3 e no subitem 4.1 serão avaliadas informações toxicológicas adicionais
aplicando os mesmos critérios estabelecidos no subitem 4.1, contanto que os
órgãos afetados sejam os mesmos. O “nível de efeito não observado (NOELs)” e
o “nível de efeito adverso não observado (NOAELs)” não deverão diferir mais do
que a diferença nos níveis das doses usadas.

5. Equivalência dos perfis ecotoxicológicos para produto técnico (se corresponder


ao uso proposto):

5.1. O perfil ecotoxicológico será considerado equivalente ao perfil do produto


técnico de referência se os dados ecotoxicológicos, determinados utilizando as
mesmas espécies, não diferirem por um fator maior do que 5.

6. Quando os valores de concentração de impurezas relevantes ultrapassarem os


limites estabelecidos em normas complementares, o pleito será considerado
impeditivo de obtenção de registro.

7. Quando um produto técnico não for considerado equivalente, o requerente


poderá dar continuidade ao processo de registro, cumprindo com a totalidade dos
requisitos previstos para o registro de produtos técnicos.

8. Os órgãos responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio ambiente


poderão requerer dados e informações adicionais, mediante justificativa técnica.

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3. RESÍDUOS DE MINERAÇÃO

3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

3.1.1. ASPECTOS GERAIS

Antes de se passar aos números e informações relativas a esta tipologia de


resíduos, convém esclarecer que o setor de mineração e, consequentemente,
seus resíduos, se acha dividido em dois grandes setores, a saber:

a) Mineração de Substâncias Não Energéticas

Grupo composto basicamente pela exploração e beneficiamento de metais,


rochas ornamentais, areias e terras diatomáceas. Este grupo pode ser subdividido
em Recursos Minerais Metálicos e Recursos Minerais Não Metálicos.

b) Mineração de Substâncias Energéticas

Este grupo engloba a exploração e produção de petróleo e gás natural no


território brasileiro, assim como o refino de petróleo e de produção de energia a
partir de combustíveis fósseis. De maneira geral, a indústria do petróleo pode ser
dividida em dois segmentos: o primeiro conhecido como upstream, onde estão
incluídas as atividades de exploração e produção de petróleo e gás, chamadas de
E&P (Exploração e Produção); e outro chamado downstream para as atividades
de refino, distribuição e comercialização.

Este primeiro setor tem grande importância social e econômica para o país,
respondendo por 4,2% do PIB e 20% das exportações brasileiras. Além disso, é
responsável por 1 milhão de empregos diretos – 8% dos empregos da indústria –
e também está ligado à base de várias cadeias produtivas, conforme definido no
Plano Nacional de Mineração para 2030.

O Brasil produz cerca de 80 substâncias minerais não energéticas, destacando-


se, entre outras, as produções de nióbio, minério de ferro, bauxita e manganês.
Embora seja um importante produtor mundial de várias substâncias, o país
depende da importação de minerais que são essenciais para a economia (ver
Quadro 3.1-1).

Um exemplo típico desta dependência é o fato de o Brasil ser o quarto maior


consumidor de fertilizantes, mas contribuir com apenas 2% da produção mundial,

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 289
Agosto, 2013 – Rev.00
importando 91% do potássio e 51% do fosfato utilizados na produção destes
insumos agrícolas4.

QUADRO 3.1-1: POSIÇÃO ESTRATÉGICA DO BRASIL EM RELAÇÃO À PRODUÇÃO DE MINÉRIOS

EXPORTADOR IMPORTADOR E
EXPORTADOR AUTOSSUFICIENTE IMPORTADOR
IMPORTANTE PRODUTOR

Nióbio Níquel Calcário Fosfato Carvão


Metalúrgico
Minério de Ferro Magnésio Diamante Industrial Diatomita
Potássio
Manganês Caulim Titânio Zinco
Enxofre
Tantalita Estanho Cobre
Terras Raras
Grafite Vermiculita Tungstênio

Bauxita Cromo Talco

Rochas Ouro
Ornamentais

FONTE: IBRAM – INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO, INFORMAÇÕES E ANÁLISES DA ECONOMIA MINERAL


BRASILEIRA – 2010

Por sua vez, o setor de exploração e produção de petróleo e gás natural, somado
aos setores de geração de energia a partir de combustíveis fósseis e do refino de
petróleo também têm grande importância social e econômica para o país, pois
fornecem uma das parcelas mais significativas da matriz energética do Brasil,
induzem o investimento na economia nacional e estão na base de várias cadeias
produtivas.

Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética – EPE (2010), o petróleo e


seus derivados, juntamente com o gás natural, correspondem a 46,6% da energia
gerada no país (ver Figura 3.1-1).

4
IBRAM – INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO, Informações e análises da economia mineral
brasileira – 2010.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 290
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FIGURA 3.1-1: COMPOSIÇÃO DA M ATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA EM 2009.
FONTE: EPE, 2010

3.1.2. RELEVÂNCIA DOS SETORES

Uma das questões cruciais para a qualidade do trabalho foi, sem dúvida, a
obtenção de dados estatísticos confiáveis. Por isso, buscou-se arduamente
trabalhar pautados em pesquisas de órgãos conceituados que refletissem
números condizentes com a realidade do Estado do Rio de Janeiro no que tange
a exploração mineral.

Para início do trabalho considerou-se os dados obtidos em pesquisa de campo


realizada pelo Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ), mais
especificamente na avaliação do Cadastro de Atividades Minerais (CAM).

A compilação de dados seguiu a seguinte sistemática:

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 291
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Avaliação dos
Tratamento e
dados no cadastro Compilação dos
qualificação dos
de atividades dados
dados
minerais (CAM)

O CAM é pautado nas seguintes informações:

compensação imposto de
financeira pela circulação de
exploração de mercadorias e
recursos minerais serviços
(CFEM) (ICMS)

Foram analisados minuciosamente os dados contidos na primeira edição do


Panorama Mineral do Estado do Rio de Janeiro publicado no ano de 2012 pelo
DRM-RJ. Nessa ação, foram consolidadas as informações disponíveis sobre o
setor mineral fluminense, concentrando os indicadores primários e secundários
dispostos tendo como fonte principal a base de dados do Registro Mineral
Estadual e as informações do Anuário Mineral Brasileiro, editados pelo
Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM).

Foram trabalhados os seguintes indicadores:

 Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).

 Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS).

A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) é uma


compensação, recebida pelos Municípios, Estados e União, devida pelas
empresas que extraem, beneficiam e transferem o bem mineral para seus
processos industriais.

Já o Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) é pautado no


Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE) que define a atividade
desenvolvida pela empresa e é recolhido pelos Estados.

Uma constatação importante sobre o setor, com base nos dados avaliados, é que
a maior contribuição do setor para o ICMS advém do setor cimenteiro porque
a base de cálculo do imposto incide sobre as três fases do processo: extração
(calcário e argila), beneficiamento (britagem) e transformação mineral (clinquer).

Ainda segundo o Panorama Mineral do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ, 2012)


o atual estágio é de busca no preenchimento das lacunas nas informações
consolidadas sobre o setor mineral do Estado, em geral subestimado nas

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estatísticas disponíveis, porque está concentrado nos ditos minerais de uso na
construção civil, nas argilas para cerâmica vermelha, nas rochas carbonáticas,
nas águas minerais e nas rochas ornamentais.

Ou seja, o perfil da mineração fluminense (ver Figura 3.1-2) está longe daquela
mineração tradicionalmente reconhecida no País, fundamentada nas commodities
e nas grandes minas, num Brasil que tem um perfil essencialmente exportador de
matérias-primas minerais, muitas delas in natura e para insumo da grande
indústria, para as quais importantes são os minerais metálicos.

FIGURA 3.1-2: PARTICIPAÇÃO (%) DOS SETORES NA ARRECADAÇÃO DO ICMS MINERAL EM 2011
FONTE: PANORAMA MINERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (DRM-RJ, 2012).

Como se pode observar da Figura 3.1-2, o perfil da mineração no Estado do Rio


de Janeiro possui um aspecto definido pelos especialistas como “mineração
social”, tendo em vista que o setor concentra esforços em fornecer bens minerais
para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e da infraestrutura.

Com base no exposto, os setores considerados como relevantes para a geração


de resíduos no Estado do Rio de Janeiro são, basicamente, a mineração de
recursos minerais não metálicos e a produção, exploração e refino de petróleo e
gás natural.

Cabe ressaltar que complementaram este trabalho dados obtidos nas seguintes
instituições:

IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração: entidade nacional representativa de


empresas e instituições que atuam na indústria da mineração. Associação
privada, sem fins lucrativos, que tem por objetivo congregar, representar,
promover e divulgar a indústria mineral brasileira, contribuindo para a sua
competitividade nacional e internacional;

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FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro;

SNIS – Diagnóstico de manejo de resíduos sólidos do Sistema Nacional de


Informação sobre Saneamento através do site: http://www.snis.gov.br/;

Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do


Ministério de Minas e Energia;

Global Business Report (GBR) pesquisa de atividade mineral. Publicação que


abrange desde os investimentos e regulamentação do setor até as questões
sociais e de meio ambiente;

ABIROCHAS – Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais;

SINDIBRITA – Sindicato da Indústria de Mineração de Brita do Estado do Rio


de Janeiro;

INEA – Instituto Estadual do Ambiente;

SEDEIS – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia,


Indústria e Serviço;

ABEMIM – Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Mineração;

Sindicato da Indústria da Extração de Sal de Araruama;

Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Rochas Afins do Estado do Rio


de Janeiro;

Sindicato Nacional das Indústrias Siderúrgicas;

SIMARJ – Sindicato dos Mineradores de Areia do Estado do Rio de Janeiro.

Nestas entidades foram pesquisados, principalmente, os seguintes aspectos:

 Registro mineral junto ao DRM-RJ das empresas que exercem a extração;


aproveitamento e/ou beneficiamento de recursos minerais no território e
plataforma continental no estado do Rio de Janeiro;

 Licença ambiental das empresas que exercem a extração; aproveitamento e/ou


beneficiamento de recursos minerais no território e plataforma continental no
Estado do Rio de Janeiro junto ao Instituto Estadual do Ambiente – INEA;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 294
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 Classificação da produção das empresas mineradoras estabelecidas no estado
do Rio de Janeiro de acordo com a natureza das substâncias: metálicos
(divididos em ferrosos e não-ferrosos), não-metálicos e energéticos;

 Confirmação da informação de que os principais bens minerais do Estado


do Rio de Janeiro são de recursos minerais não-metálicos, especialmente
material para construção civil.

3.1.3. RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Desde 1994, no Estado do Rio de Janeiro, o órgão responsável pelo registro


mineral das empresas que exploram e/ou beneficiam recursos minerais é o
Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ), que
emite o documento intitulado “Certificado de Registro Mineral Estadual”.

Somente de posse desse documento é que podem as empresas obter a licença


ambiental junto ao INEA.

Todas as empresas dedicadas à atividade de exploração


(lavra/extração/captação) de bens minerais, aproveitamento e/ou beneficiamento
de bens minerais por desdobramento, desplacamento, aparelhamento, corte,
polimento ou classificação, em operações individualizadas ou conjuntas, desde
que seja sobre matéria-prima bruta, proveniente de jazidas próprias ou não,
aproveitamento de argila para cerâmica branca e, em especial, para cerâmica
vermelha, na fabricação de tijolos, telhas, manilhas, lajes e outros,
aproveitamento de rochas calcárias e/ou dolomíticas para a produção de cal e
corretivo de solos, exploração e/ou aproveitamento de turfa, petróleo, gás natural
e minerais radioativos, extração e/ou aproveitamento de conchas calcárias e
algas marinhas para a produção de fertilizantes e outros e as salinas são
obrigadas a possuir o “Certificado de Registro Mineral Estadual”.

O minério, como uma rocha, tem dois tipos de materiais associados: o mineral de
interesse, denominado minério, e a ganga, que não tem valor econômico.

De acordo com a natureza das substâncias, os recursos minerais, conforme


mencionado anteriormente, podem ser classificados como: metálicos (divididos
em ferrosos e não-ferrosos), não-metálicos e energéticos.

O grupo dos minérios não-metálicos, também conhecido como MRI - minerais e


rochas industriais, é uma classe muito abrangente, incluindo materiais de
construção (areia, cascalho, brita e rochas ornamentais), materiais para indústria
química (enxofre, fluorita e pirita), fertilizantes (NPK - nitrato, fosfato e potássio),
cimento (calcário), cerâmica (argilas, feldspatos e sílica), refratários (cromita e
magnesita), abrasivos (córindon, diamante e alumina), isolantes (amianto e mica),

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fundentes (carbonato e fluorita), pigmentos (titânio e ocre), gemas (diamante,
esmeralda, água-marinha, rubi, safira e turmalina) e águas minerais.

No que diz respeito aos recursos minerais metálicos, destacam-se as areias


portadoras de rutilo, ilmenita e zirconita.

Já os minérios energéticos são substâncias que podem ser usadas como fonte de
energia e englobam os materiais nucleares e os combustíveis fósseis.

Os materiais nucleares são minerais que contém isótopos radioativos como urânio
e tório e não fazem parte do escopo do presente diagnóstico por serem atribuição
específica da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.

Segundo dados do DRM-RJ, o Estado do Rio de Janeiro caracteriza-se pela


disponibilidade de recursos minerais não-metálicos, especialmente material
para construção civil e água mineral. Destaca-se, também, pelas grandes
reservas de óleo e gás natural da Bacia de Campos, responsável pela maior
produção de petróleo do país.

O Quadro 3.1-2, a seguir apresenta os principais recursos minerais do Estado do


Rio de Janeiro, caracterizando os municípios onde ocorrem com maior incidência.

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QUADRO 3.1-2: PRINCIPAIS RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

BEM MINERAL CARACTERÍSTICAS E USOS INCIDÊNCIA

Petrópolis, Teresópolis, Magé,


Cachoeiras de Macacu, Itaboraí,
Rio Bonito, Nova Iguaçu,
Águas procedentes de fontes naturais ou
Seropédica e Rio Claro, Miguel
captadas; possuem características físico-
Águas Minerais Pereira, Carmo, Nova Friburgo,
químicas distintas das águas comuns e
Cachoeiras de Macacu, Paraíba
dotadas de propriedades terapêuticas.
do Sul, Cantagalo, Itaperuna,
Cardoso Moreira, São Fidélis,
Três Rios.

Concentração natural de minerais pesados


que pode ocorrer ao longo do litoral
Areia São Francisco do Itabapoana,
(depósitos de praia) e em determinados
Paraty, Angra dos Reis, Cabo
trechos de rios (depósitos fluviais). Minerais
Frio, Campos dos Goytacazes,
Monazítica pesados têm alta densidade, elevada
Sapucaia e Valença.
estabilidade química e grande resistência
física ao transporte.

Macaé, Cabo Frio, Araruama,


Material composto essencialmente por grãos Maricá, Parati, Seropédica,
de quartzo depositados ao longo dos rios Itaguaí, Queimados, Nova
Areia Quartzosa
(areias fluviais) ou da costa (areias Iguaçu, Paracambi, Rio de
litorâneas ou de praia). Janeiro, Barra Mansa, Três Rios,
Casimiro de Abreu e Silva Jardim.

Material composto de partículas


extremamente finas denominadas argilo-
minerais. Quando molhadas são plásticas,
mas secas e convenientemente aquecidas
tomam-se rígidas. Geralmente, resultam da Campos dos Goytacazes, Rio
Argilas alteração química supergênica de rochas Bonito, Itaboraí, Três Rios e
feldspáticas e passam por processos de Paraíba do Sul.
tratamento (tijolos, telhas, manilhas, ladrilhos
e azulejos, louça sanitária e doméstica,
pastilhas e também azulejos e ladrilhos, fins
artísticos).

Sulfato e praticamente a única fonte de bário


(adicionada à lama de perfuração das Seropédica e São Gonçalo
Barita ou Baritina sondas, com a finalidade de equilibrar a
(Tribobó)
pressão de fluidos dos poços. Utiliza-se
também na fabricação de tintas, vidros,
cerâmica, papel, plásticos, asfalto e

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BEM MINERAL CARACTERÍSTICAS E USOS INCIDÊNCIA

borracha).

Minério para obtenção de alumínio. Trata-se


de uma mistura de minerais ricos em
Resende, Itatiaia (Morro
hidróxidos de alumínio, geralmente gibbsita,
Bauxita Redondo), Nova Iguaçu
boemita e diásporo, contendo impurezas de
(Mendanha) e Rio Bonito.
óxidos de ferro e titânio, sílica e
argilominerais.

Fragmentos rochosos no intervalo


granulométrico entre 10 cm e6mm. São Municípios do noroeste
Brita usadas principalmente no concreto para fluminense, Rio de Janeiro, Nova
construção civil e no asfalto para Iguaçu e Magé.
revestimento de estradas.

Rocha de origem sedimentar constituída


predominantemente de carbonato de cálcio.
O calcário tem sua principal utilização na
Calcário fabricação de cimento, corretivo de solos, Cantagalo e Itaboraí.
obtenção da cal que é usada, por sua vez, na
construção civil, indústria química e
purificação de águas.

Argilas constituídas principalmente por


caulinita (silicato de alumínio hidratado).
Provém da alteração de rochas ricas em
feldspatos. Devido à baixa reatividade
Caulim Fontes Não Identificáveis.
química, alvura, e maciez tem larga
utilização, por exemplo, em indústrias de
papel, têxteis, cosméticos, borracha,
porcelanas e veículo para inseticidas.

Conchas Calcário conchífero muito puro de origem


Araruama.
Calcárias orgânica.

Córindon (óxido
Usado como abrasivo no polimento. Duque de Caxias.
de alumínio)

Rocha sedimentar constituída de carapaças


Diatomito silicosas de algas diatomáceas. São porosas Campos dos Goytacazes.
e, quando puras, brancas. Tem sua principal
utilização como abrasivo suave para

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BEM MINERAL CARACTERÍSTICAS E USOS INCIDÊNCIA

polimento, absorvente para nitroglicerina


líquida, na filtração de líquidos, como isolante
térmico e como suporte para inseticidas.

Um dos principais minerais constituintes das


Feldspato
rochas. É utilizado principalmente na
(aluminossilicato
manufatura de porcelana, indústria de vidro, Fontes Não Identificáveis.
de potássio, sódio
na fabricação de esmaltes, azulejos, papel,
e cálcio)
entre outros.

Utilizada principalmente como fundente em


Fluorita (fluoreto
metalurgia, em cerâmica, na indústria Tanguá e Rio Bonito.
de cálcio)
química e na fluoretação de águas.

Hidratados de níquel. É a única fonte de


níquel dos minérios lateríticos. O campo de
Garnierita aplicação do níquel é muito vasto devido às Areal.
suas propriedades físicas e de alta
resistência à corrosão.

Utilizado quase sempre como brita, as vezes


Gnaisse Todo o Estado.
em revestimentos e pisos.

Utilizado na fabricação de minas de lápis,


Grafita (carbono) cadinhos refratários, tintas anti-ferrugem e São Fidélis e Itaperuna.
lubrificantes secos.

Utilizado na fabricação de brita,


Granito paralelepípedos, placas para revestimento, Todo o Estado.
pisos e na decoração.

Muscovita
Utilização como isolante térmico e elétrico e, Ao longo dos rios Paraíba do Sul,
(aluminossilicato
quando moída, é empregada na fabricação Muriaé, Itabapoana, Pomba e
básico de
de tintas de proteção contra a ferrugem. Negro.
potássio)

Utilizado na fabricação de moedas e jóias,


Ouro odontologia, galvanoplastia, fotografia, Fontes Não Identificáveis.
indústria eletrônica e química.

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BEM MINERAL CARACTERÍSTICAS E USOS INCIDÊNCIA

A matéria-prima do petróleo constitui-se de


restos de vegetais de origem marinha,
depositados em bacias oceânicas e
Petróleo Bacia de Campos.
progressivamente recobertas por
sedimentos, transformando-se lentamente
em hidrocarbonetos.

Quartzo (óxido de
Utilizado na indústria eletrônica e ótica. Campos dos Goytacazes.
silício)

Rochas
Ornamentais e de
Revestimento Santo Antônio de Pádua e
Utilizadas em revestimento.
(Mármores / adjacências.
Granitos / Rochas
de Revestimento)

Utilizado na alimentação humana, na


Sal Marinho Araruama, Cabo Frio, São Pedro
indústria química, na indústria de
(cloreto de sódio) da Aldeia e Saquarema.
conservação de alimentos, de borracha, etc.

Utilizada como material triturante em


Sílex São Gonçalo.
moinhos de bola.

Matéria vegetal constituída principalmente


por musgos e plantas de pântanos Ocorre em várias regiões do
Turfa acumulados embaixo da água, onde não há Estado, desde Campos até
oxidação. Como o petróleo, a turfa é um Resende.
combustível fóssil.

A Figura 3.1-3 apresenta a incidência dos principais minerais no cenário


fluminense.

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FIGURA 3.1-3: INCIDÊNCIA DDOS PRINCIPAIS MINERAIS EXPLORADOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
FONTE: PANORAMA MINERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - DRM-RJ, 2012.

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3.1.4. RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO X BRASIL

Observando-se os dados da Figura 3.1-4, percebe-se que a contribuição da


região sudeste é significativa no que tange à produção mineral do país,
respondendo por 51% da produção nacional.

FIGURA 3.1-4: PARTICIPAÇÃO DA REGIÃO SUDESTE NA PRODUÇÃO MINERAL BRASILEIRA


FONTE: ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO – 2010.

Porém, quando se estratifica os dados, percebe-se que a contribuição do Estado


não é tão significativa no que tange à produção mineral do país, correspondendo
a apenas 3% da produção regional, ou seja, 1,5% da produção mineral do país
(ver Figura 3.1-5).

FIGURA 3.1-5: PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS NA PRODUÇÃO MINERAL DA REGIÃO SUDESTE


FONTE: ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO – 2010.

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3.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE MINERAÇÃO

Até a publicação da Lei Federal n° 12.305 / 2010, que instituiu a Política Nacional
de Resíduos Sólidos – PNRS, os resíduos de mineração faziam parte do grupo de
resíduos industriais, sendo que boa parte deles, por serem inertes ou não inertes,
acabavam sendo contabilizados na categoria de resíduos sólidos urbanos ou
simplesmente eram ignorados.

Por esta razão, os dados específicos relativos à geração de cada um dos setores
destes resíduos são praticamente inexistentes, restringindo-se a algumas
informações esparsas.

Nos itens a seguir serão apresentadas as informações existentes, ao mesmo


tempo em que se procura estabelecer uma base de dados para futuras
atualizações do Plano Estadual.

3.2.1. RESÍDUOS ORIUNDOS DA MINERAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS NÃO ENERGÉTICAS

Na atividade de mineração, grandes volumes e massas de materiais são


extraídos e movimentados. A quantidade de resíduos gerada pela atividade
depende muito do processo utilizado para extração do minério, da concentração
da substância mineral estocada na rocha matriz e da localização da jazida em
relação à superfície.

Na atividade de mineração, existem dois tipos principais de resíduos


sólidos: os estéreis, que são os materiais escavados, gerados pelas atividades
de lavra (não têm valor econômico e ficam geralmente dispostos em pilhas) e os
rejeitos que são resíduos resultantes dos processos de beneficiamento a que são
submetidas às substâncias minerais.

Estes processos têm a finalidade de padronizar o tamanho dos fragmentos,


remover minerais associados sem valor econômico e aumentar a qualidade,
pureza ou teor do produto final.

Existem ainda outros resíduos, constituídos por um conjunto bastante diverso de


materiais, tais como efluentes do tratamento de esgoto gerado nas plantas de
mineração, carcaças de baterias e pneus utilizados pela frota de veículos,
provenientes da operação das plantas de extração e de beneficiamento das
substâncias minerais.

A quantificação do volume de resíduos sólidos gerados pela atividade de


mineração é difícil devido à complexidade e à diversidade das operações e
das tecnologias utilizadas nos processos de extração e beneficiamento das
substâncias minerais.

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Além disso, as informações estão dispersas entre várias agências
governamentais, tanto no âmbito federal quanto nos estados. Não existe, por
exemplo, um controle sistemático e em escala nacional sobre a quantidade de
estéreis gerados pela atividade de mineração.

3.2.1.1. GERAÇÃO DE ESTÉREIS

a) Extração de Minérios Não Energéticos

É um fato conhecido que a mineração tem como característica principal ser um


setor tecnologicamente pouco desenvolvido.

Outros fatores importantes tais como mão de obra pouco qualificada, ausência de
legislação específica para o setor, bem como a exploração desenfreada
acarretaram um ônus ambiental que deve ser resolvido.

No caso específico do Rio de Janeiro os setores da mineração que mais causam


impactos ao meio ambiente levando-se em consideração a sua extração são:

Extração de calcário e argila para fabricação de cimento (Figura 3.2-1);

Extração de brita (Figura 3.2-2);

Extração de argila para fabricação de produtos cerâmicos (Figura 3.2-3);

Extração de rochas Ornamentais (Figura 3.2-4).

FIGURA 3.2-1: EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO EM MACUCO - RJ

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FIGURA 3.2-2: EXTRAÇÃO DE BRITA NO RIO DE JANEIRO

FIGURA 3.2-3: EXTRAÇÃO DE ARGILA

FIGURA 3.2-4: EXTRAÇÃO DE ROCHAS ORNAMENTAIS

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Entretanto, em termos de resíduos sólidos, os estéreis, via de regra, são
devolvidos a cava aberta, não acarretando maiores danos ao meio ambiente.

Nota-se, porém, que o conjunto de operações técnicas coordenadas para extrair


as substâncias minerais e obter o aproveitamento industrial das jazidas, por si só,
já possui riscos ambientais consideráveis.

Atrelado a essa característica, o setor ainda necessita de grande área física para
desenvolver sua atividade, normalmente associada à derrubada de árvores, à
remoção de solos e à dispersão da fauna.

Somando-se aos fatores de riscos mencionados anteriormente, o setor gera uma


grande quantidade de estéreis que, quando não dispostos adequadamente,
acabam por causar danos ao ambiente (ver Figura 3.2-5).

Além da disposição na área de extração, também é comum observar-se a


deposição de estéreis às margens das vias e estradas onde as lavras estão
localizadas.

FIGURA 3.2-5: ESTÉREIS DE LAVRA ESPALHADOS PELA ÁREA DE EXTRAÇÃO


FONTE: WWW.CETEM.GOV.BR/PUBLICACAO/LIVROS/LIVRO-ANAIS-COMPLETO.PDF/

Normalmente, a disposição inadequada está associada a métodos extrativos


antiquados que também provocam danos à saúde do trabalhador envolvido no
processo.

Uma forma eficaz de reverter esse processo e melhorar a imagem do setor é


buscar tecnologias mais eficazes de produção, bem como tratar adequadamente
os resíduos gerados.

No Estado do Rio de Janeiro, verifica-se que pouco ou quase nada, tem sido feito
no sentido de ordenar e regular a disposição ou mesmo o aproveitamento dos
resíduos gerados.

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Considerando como característica marcante do setor de mineração o fato de
normalmente haver aglomeração de empresas com o mesmo objetivo em um
determinado espaço geográfico específico e que esta concentração de
atividades produtivas em determinado espaço geográfico possibilita a obtenção
de vantagens competitivas, sugere-se adotar o conceito da Política Regional de
Inovação (PRI) como forma de solucionar o problema social e ambiental.

O conceito citado combina prioridades regionais e científicas e é traduzido


por uma variedade de iniciativas, não somente do governo, mas também das
universidades, das indústrias e da sociedade como um todo.

Sugere-se a criação de uma aliança envolvendo a esfera estadual e os atores


locais, com o fito de implementar novas tecnologias ambientalmente
adequadas e estabelecer novas estratégias, programas, incentivos e
subsídios fiscais.

Desta forma, havendo uma boa interação entre os agentes, fatalmente haverá a
difusão do conhecimento e das inovações tecnológicas, com a consequente
disposição final adequada dos estéreis e rejeitos.

b) Extração de Minérios Energéticos – Petróleo e Gás Natural

Dois métodos de perfuração para a extração do petróleo e gás natural são


possíveis: a percussão e rotativo.

No método a percussão, as rochas são golpeadas por uma broca pontiaguda de


aço com movimentos alternados ocasionando fraturamento ou esmagamento.
Periodicamente é preciso remover os detritos cortados pela broca, o que é
conseguido através da descida no poço de um tubo equipado com uma alça na
sua extremidade superior e uma válvula na inferior (caçamba). A válvula de fundo
é alternadamente aberta e fechada por uma haste saliente que bate contra o
fundo do poço quando a caçamba está sendo movimentada. Isto provoca a
entrada na caçamba dos detritos, que são retirados do poço.

Este processo, por suas características, é muito limitado, atingindo profundidades


máximas entre 200 e 250 metros. Além disto, os estéreis gerados podem ser
dispostos no ambiente sem maiores problemas, a não ser os estéticos e de uso
de superfície.

O método rotativo emprega uma tecnologia diferente. Neste, a broca é girada e


comprimida sobre as formações, que se fragmentam. Esses fragmentos são
carreados por um fluido - lama de perfuração – que é injetado pelo interior de
tubos de aço até o fundo do poço, retornando à superfície pelo espaço anular
entre o poço e as paredes externas da tubulação.

À medida que o poço vai sendo aprofundado, novos tubos de aço vão sendo
conectados à coluna que se encontra no poço. Este é o método utilizado nos
tempos modernos para a perfuração de poços de petróleo.
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O fluido é separado dos cascalhos em peneiras vibratórias, retornando aos
tanques e, se preciso, é tratado, sendo reinjetado no poço, operando-se assim em
circuito fechado (

Figura 3.2-6).

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FIGURA 3.2-6: PERFURAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO – MÉTODO ROTATIVO
FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO ENERGÉTICA, MME – 2011.

Como mencionado, os fragmentos das rochas cortados pela broca (cascalhos)


são carreados pelo fluido de perfuração até as peneiras vibratórias na superfície,
onde são separados do fluido e descartados em um dique. Por não haver uma
remoção total do fluido impregnado nos cascalhos, estes podem conter
contaminantes, tais como:

Metais pesados;

Alta salinidade, uma vez que os fluidos, em sua maioria têm sais em sua
composição, cujo objetivo é o de minimizar o inchamento das formações
argilosas perfuradas, promovendo a estabilidade do poço;

Óleos e graxas;

Elementos que causam Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO);

Elementos que causam Demanda Química de Oxigênio (DQO);

Elementos que causam alcalinidade.

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Os processos mais comuns para a disposição desta lama são a
impermeabilização de diques de perfuração e a disposição em aterros.

Durante a perfuração do poço, os resíduos são armazenados em diques. Esses


diques de perfuração possuem uma dimensão compatível com a profundidade
final a ser alcançada no poço, sendo normalmente entre 1,0 e 1,5 m³ por metro de
poço perfurado. Além dos cascalhos, os diques recebem também os efluentes
líquidos oriundos das operações (restos de lama, água contaminada na área
operacional da sonda, restos de cimento oriundos das cimentações).

Estes resíduos, a depender do tipo de fluido de perfuração utilizado, podem


conter produtos tóxicos, conforme visto anteriormente. Sem uma proteção
adequada, estes rejeitos que possuem produtos químicos, metais pesados e sais,
com o tempo podem percolar através da formação, indo atingir o lençol freático.

Por esta razão, os diques de perfuração devem ser impermeabilizados para


garantir que não ocorra a percolação de contaminantes que venham a ser neles
depositados durante a perfuração. Com o término dos trabalhos de perfuração,
esses rejeitos devem receber uma disposição adequada, a fim de minimizar a
agressão ao meio ambiente.

Várias técnicas podem ser empregadas a depender da região em que foi


perfurado o poço (proximidade de rios, lagos, locais com lençol freático aflorante
ou de pequena profundidade, solo argiloso ou arenoso), da legislação local, da
viabilidade técnico-econômica do método de disposição a ser empregado e da
disponibilidade de recursos e materiais necessários à disposição final.

Nos processos normais de perfuração terrestre, os cascalhos, após serem


separados do fluido de perfuração, são deslocados para um dique, onde
permanecem com os rejeitos líquidos até o final da perfuração.

A técnica da impermeabilização consiste em forrar os diques com uma manta de


polietileno de alta densidade (PEAD), com espessura entre 0,8 e 1,0 mm, antes
do início das operações de perfuração. Esta é a técnica empregada atualmente
pela Petrobrás na perfuração de poços terrestres de petróleo na Bahia (Figura
3.2-7).

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 310
Agosto, 2013 – Rev.00
FIGURA 3.2-7: DIQUE DE PERFURAÇÃO IMPERMEABILIZADO
FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO ENERGÉTICA, MME – 2011.

Após o final dos trabalhos de perfuração é feita a remoção da fração líquida


desses resíduos, enviando-a para tratamento em estações, e os cascalhos são
aterrados com a parte pastosa dos rejeitos no próprio local.

Neste caso, poços de monitoramento ao redor do dique devem ser construídos


com a finalidade de se verificar periodicamente o comportamento de uma possível
infiltração no solo, ao redor do dique aterrado.

Já o aterro com diluição é uma técnica de disposição dos rejeitos sólidos na qual
utiliza-se solo sem contaminação, misturado aos resíduos sólidos contaminados,
para reduzir a concentração desses contaminantes a níveis aceitáveis.

Essa mistura é então enterrada em trincheiras tendo pelo menos 1,5 m de solo
não contaminado cobrindo-a. A diluição e a alteração química são os processos
utilizados para redução dos níveis agressivos dos contaminantes. No entanto, a
biodegradação é reduzida, devido à criação de um ambiente com grande
deficiência de oxigênio, elemento fundamental à atividade das bactérias
aeróbicas. Por isso essa técnica não deve ser aplicada a cargas de
hidrocarbonetos no resíduo maiores que 3% em peso.

Para essa técnica os limites para carga de sal são menos estritos e a área
necessária para tratamento menor. Tem grande aplicação para terras
agriculturáveis, uma vez que as raízes não penetrarão as áreas remediadas, pois,
como foi mencionado anteriormente, haverá uma camada de solo de 1,5 metros
de solo não contaminado na superfície.

A profundidade do lençol freático para a aplicação dessa tecnologia é crítica e


deve ser pelo menos 6 metros abaixo da superfície do solo. O fundo da trincheira
deve estar, pelo menos, 1,5 metros acima da água subterrânea e o topo da
mistura do resíduo, pelo menos, 1,5 metros abaixo da superfície do solo. Nestes

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 311
Agosto, 2013 – Rev.00
termos a trincheira deve ser cavada com uma espessura mínima de cerca de 3
metros.

Estudos efetuados com o uso desta técnica nos cascalhos gerados na perfuração
de um poço de petróleo na Bahia constataram que o aterro com diluição aplica-se
de forma eficaz, desde que o solo receptor não tenha umidade superior a 50%.

No Rio de Janeiro, a maioria dos poços perfurados são off-shore e não foram
localizadas informações de geração e disposição da lama de perfuração.

3.2.1.2. GERAÇÃO DE REJEITOS

a) Rejeitos do Beneficiamento de Rochas

Os rejeitos do beneficiamento de rochas são constituídos basicamente pelo pó de


pedra proveniente do corte dos blocos extraídos na área de lavra. Como o corte
destas rochas é muito abrasivo, há a necessidade de lançar água fria sobre a
serra. Assim, o pó de pedra gerado é carreado pelo fluxo de água e depositado
num tanque.

Da mesma forma que na lavra, processos antiquados lançavam o pó de pedra


diretamente no corpo receptor, sem nenhum tipo de tratamento, provocando o
assoreamento do leito dos rios e causando enchentes nos trechos a jusante.

Embora não haja números disponíveis este tipo de rejeito, estima-se que seja
gerada uma quantidade significativa, pois, segundo dados da última edição do
Anuário Mineral Brasileiro (DNPM, 2010), foram processadas, no ano de 2009,
74.389 toneladas de rochas ornamentais e a produção beneficiada foi de apenas
20.994 toneladas.

Porém, o viés apresentado para solucionar os problemas de estéreis da lavra –


PRI – também pode ser considerado para solucionar o problema da geração e
destinação adequada dos resíduos gerados pelo setor.

De acordo com o trabalho desenvolvido pela pesquisadora Ana Cristina Franco


Magalhães, para o bom desenvolvimento do projeto julga-se fundamental a
realização de parcerias com todas as empresas do segmento, localizadas em
regiões específicas que permitam a implantação de área destinada ao depósito
dos rejeitos produzidos nas áreas de extração, desdobramento, beneficiamento,
polimento e marmorarias, com espaços específicos para a deposição de cada tipo
de material, previamente triado e qualificado para um determinado
aproveitamento econômico.

De fato, tudo o que até então era tratado como rejeito, resíduo ou passivo da
atividade mineral, desdobramento e beneficiamento, pode (e deve) ser qualificado

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 312
Agosto, 2013 – Rev.00
como estoque remanescente, dada sua aptidão para o aproveitamento na
confecção de produtos.

A elaboração de produtos deve ficar a cargo de associações locais


previamente selecionadas, treinadas e habilitadas a desenvolverem estes
trabalhos, gerando, desta forma emprego e renda para a população carente
e sem qualificação especial.

Alguns estudos realizados sinalizam a possibilidade de britagem da rocha para


uso na construção civil, além da utilização do material para desenvolver (com uso
de aditivos) uma argamassa para uso menos nobre, destinada especialmente às
populações de baixa renda da região, considerando‐se ainda a possibilidade da
produção de tijolos e artefatos de concreto, também para atender a mesma classe
social.

Projetos neste sentido já estão sendo implementados pelo Ministério da Ciência e


Tecnologia (MCT) no município de Santo Antônio de Pádua, no Rio de Janeiro.

Na região citada nota-se que houve uma migração da economia da região da


agricultura e pecuária para a atividade de extração mineral de rochas, de forma
ilegal e sem planejamento técnico.

Como consequência, houve um significativo aumento no impacto do setor.


Estudos demonstram que o setor tem alto índice de desperdício (80% do que é
extraído na lavra se perde no processo) apenas 20% se transforma em produto
final.

Como exemplo, as 138 serrarias de rochas de Santo Antônio de Pádua produzem


cerca de 720 toneladas por mês de pó de pedra.

Tendo em vista que o simples encerramento da atividade não resolveria o


problema do impacto (pois a atividade possui relevante peso econômico no
contexto regional), a alternativa viável seria articular o arranjo produtivo com
tecnologias que melhorassem o processo de extração das rochas e tornassem a
produção mais competitiva.

Foram instalados na região produtora tanques de sedimentação ligados às


serrarias de pedra por canaletas. Com esse sistema, a água captada nos rios da
região e utilizada no processo é devolvida limpa ao corpo receptor.

O pó da pedra, que antes era jogado diretamente no rio, passou a ficar retido no
fundo dos tanques de sedimentação. O que era resíduo passou a ter aplicação. O
pó de pedra retirado do fundo dos tanques de sedimentação passou a ser
incorporado em vários produtos, tais como cerâmica, borracha e asfalto, sendo
seu melhor aproveitamento quando da sua incorporação em argamassa.

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Agosto, 2013 – Rev.00
Outra constatação obtida do presente diagnóstico é a necessidade de se criar
um Inventário de Geração de Resíduos Sólidos das Atividades Industriais e
Minerárias, a exemplo do que se fez no Estado de Minas Gerais.

Observe-se que este inventário já é obrigatório, segundo o Art. 7° da Política


Estadual de Resíduos Sólidos, que diz:

“As atividades geradoras de quaisquer tipos de resíduos sólidos ficam obrigadas a


cadastrarem-se junto ao órgão estadual responsável pelo licenciamento
ambiental, para fins de controle e inventário dos resíduos sólidos gerados no
Estado do Rio de Janeiro.” (grifo nosso).

b) Rejeitos do Beneficiamento de Outros Minérios

De acordo com dados do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM


(2006), as 14 substâncias constantes do Quadro 3.2-1 a seguir são as
responsáveis pela geração de 90% dos rejeitos da produção mineral brasileira.

QUADRO 3.2-1: PRODUÇÃO BRUTA E PRODUÇÃO BENEFICIADA DAS SUBSTÂNCIAS MINERAIS


SELECIONADAS

PRODUÇÃO BRUTA PRODUÇÃO BENEFICIADA


SUBSTÂNCIAS MINERAIS
(T) (T)

Ferro 376.195.336 280.553.913

Calcário 80.379.623 71.321.864

Titânio 36.253.585 179.297

Fosfato 34.533.549 5.450.058

Bauxita 31.194.142 20.307.425

Ouro 28.369.266 38

Estanho 24.041.692 23.510

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Cobre 18.190.048 440.133

Zircônio 13.439.387 25.451

Nióbio 12.633.102 107.344

Caulim 6.621.824 2.318.515

Manganês 6.429.393 3.862.012

Níquel 4.849.504 87.586

Zinco 2.207.857 387.152

Outras 30 Substâncias 92.605.069 19.694.769

FONTE: DNPM (2006).

Destas substâncias, para o Estado do Rio de Janeiro têm maior relevância a


bauxita, o calcário, o caulim e o ouro. Também o beneficiamento do ferro, em
função das três grandes siderúrgicas que operam no Estado, será retratado com
maior ênfase.

Apenas para se ter a mesma referência, faz-se necessário apresentar uma breve
caracterização das substâncias selecionadas.

 Ferro

A mineração do ferro tem grande importância para a economia brasileira, sendo o


Brasil o segundo maior produtor mundial, atrás apenas da Austrália.

Em 2007, o valor da produção atingiu R$ 19,2 bilhões (US$ 9,8 bilhões) in situ
mina, representando 50% do valor da produção mineral brasileira – excluindo
petróleo e gás.

A mineração do ferro se dá principalmente nos estados de Minas Gerais e Pará,


embora o Estado do Rio de Janeiro conte com grandes usinas siderúrgicas.

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A exploração das jazidas favoreceu o desenvolvimento de outras atividades
econômicas associadas ao aproveitamento do minério, como as siderúrgicas do
Vale do Aço mineiro e a formação do distrito mineiro de Carajás. O minério de
ferro, em virtude de suas propriedades químicas e físicas, é, na sua quase
totalidade (98%), utilizado na indústria siderúrgica.

A produção, em 2010, foi estimada em 370 milhões de toneladas, representando


16% do total mundial (2,3 bilhões de toneladas) (IBRAM, 2011).

A indústria de mineração do ferro absorve 13% do pessoal ocupado diretamente


na indústria extrativa mineral, com um contingente de 13 mil trabalhadores, e
detém 296 concessões de lavra das 6.017 existentes no país.

 Calcário

O calcário é usado como matéria-prima na construção civil e na fabricação de cal


e cimento, tendo grande importância na agricultura, como corretivo para solos
ácidos. Além disso, é empregado na indústria de papel, plástico, química,
siderúrgica, de vidro e refratários.

Os Estados Unidos e a Índia são os dois principais produtores mundiais. No


Brasil, as reservas de calcário localizam-se de forma difusa e ocorrem em quase
todos os estados, mas o beneficiamento do mineral se concentra em três estados:
Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Com a atual demanda de calcário, a produção
estaria assegurada por mais de 400 anos.

A produção tem crescido nos últimos anos, registrando-se um aumento de 22%


no período 2003-2008, atingindo um total de 107 milhões de toneladas, em 2008,
e possivelmente esta tendência de crescimento será mantida no futuro. Em 2007,
o valor da produção ultrapassou US$ 1,35 bilhão – pouco mais de 80% na forma
de calcário beneficiado –, empregando quase 12 mil trabalhadores em 2005.

 Bauxita

O alumínio é um dos metais mais utilizados no mundo, possui uso crescente e


supera o consumo mundial dos demais metais não ferrosos. O alumínio tem 50%
da sua produção localizada em países que compõem o grupo dos BRICS (Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul), sendo que o Brasil ocupa o sexto lugar em
produção de alumínio primário e é responsável por 5% da produção mundial,
correspondente a 38 milhões de toneladas em 2007 (Brasil, 2010). A matéria-
prima para a produção do metal é a bauxita e, no país, sua extração se concentra,
como no caso do ferro, nos estados de Minas Gerais e Pará.

A produção bruta do minério duplicou entre 1996 e 2008, passando de 16,6


milhões de toneladas para 35,4 milhões de toneladas segundo os registros do
Anuário Mineral Brasileiro (DNPM, 2010).

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Agosto, 2013 – Rev.00
Esta tendência também se refletiu no aumento do consumo nacional per capita
nos últimos 10 anos. Considerando um cenário conservador, acredita-se que o
uso do metal dobre até 2030, passando de 5 kg por habitante, em 2007, para 10
kg.

Praticamente toda a bauxita produzida no país (98%) é utilizada na fabricação de


alumina e o restante é destinado às indústrias de refratários e de produtos
químicos.

Apenas na cadeia produtiva primária, o alumínio emprega diretamente 18 mil


pessoas, mas o número de trabalhadores pode chegar a 300 mil, se considerada
toda a cadeia, incluindo a de reciclagem do minério.

 Ouro

Os principais usos do ouro relacionam-se à fabricação de joias e ao seu emprego


como reserva monetária. No contexto mundial, a África do Sul detém 40% das
reservas, enquanto o Brasil contribui com a proporção de aproximadamente 2%.

A produção nacional de ouro distribui-se pelos estados de Minas Gerais, Pará,


Goiás, Mato Grosso e Bahia, responsáveis por 90% da produção. São, ao todo,
quatorze minas, sendo cinco pequenas, sete médias e duas de grande porte.
Uma tendência que tem sido observada ao longo dos anos é que a produção nas
minas vem aumentando em detrimento daquela oriunda dos garimpos.

As reservas lavráveis no Brasil chegam a quase 2 mil toneladas. Devido à baixa


concentração do minério nas rochas portadoras, ocorre uma grande produção de
rejeitos no processo de mineração. Para extrair o metal precioso, as rochas que
contém ouro passam pelos processos de britagem, moagem, gravimetria, flotação
e cianetação.

Os impactos ambientais causados pela mineração não são permanentes e,


quando comparados com outros segmentos econômicos, como agricultura e
pecuária, podem ser considerados pontuais.

A água que vai das barragens de rejeito, por exemplo, sofre tratamento prévio,
com testes diários de sua qualidade para o consumo humano. Por sua vez, o
emprego do mercúrio nos garimpos é preocupante, pois não existe um controle
satisfatório das perdas deste metal pesado para o meio ambiente durante o
processo de extração do ouro.

O preço do ouro é um dos principais fatores que influenciam o aumento ou


declínio da produção e varia principalmente nos países em situações de crise. Em
2009, o preço chegou a US$ 972/oz e o valor da produção brasileira foi, em 2007,
de R$ 1,1 bilhão, correspondente a 59,6 toneladas. Em 2005, foram
aproximadamente 7 mil empregos formais envolvidos no processo de extração em
minas e outros 10 mil informais dispersos nos garimpos.

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 Caulim

O caulim é utilizado na fabricação de cerâmica, fibra de vidro e papel, sendo que


para este último é destinado 45% da produção. Os Estados Unidos são o principal
produtor mundial, respondendo por 17% do total mundial que, em 2010, foi de 31
milhões de toneladas.

O Brasil é o sexto produtor, responsável por 7,8% do total, ou 2,4 milhões de


toneladas em 2010 (IBRAM, 2011). As principais reservas encontram-se no Pará,
no Amapá, no Amazonas, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e
em São Paulo.

O Estado do Amazonas possui 68% das reservas, seguido do Pará (com 17%) e
do Amapá (com 8%). Entretanto, embora possuindo as maiores reservas, não
existe atividade de mineração de grande porte no Amazonas, a qual está
concentrada nos estados do Pará e do Amapá.

A produção brasileira de caulim destina-se em mais de 90% ao mercado externo.


Em 2005, 1.879 pessoas estavam sendo empregadas na mineração desta
substância.

No decênio 1996-2005, a geração de rejeitos destas substâncias no Brasil


aumentou 1,15 vezes, passando de 128 milhões de toneladas em 1996 para 148
milhões de toneladas em 2005 (ver Quadro 3.2-2 a seguir). Os minérios que mais
contribuíram para a geração de rejeitos no período foram o ferro (35,08%) e o
ouro (13,82%).

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QUADRO 3.2-2: QUANTIDADE DE REJEITOS (T/ANO) DE MINERAÇÃO
GERADOS PELAS SUBSTÂNCIAS SELECIONADAS DECÊNIO 1996-2005

ANO FERRO OURO CALCÁRIO BAUXITA CAULIM TOTAL

1996 86.288 26.649 9.439 5.398 1.139 128.913

1997 72.954 39.014 12.115 5.301 1.599 130.983

1998 57.986 25.304 12.758 5.656 1.668 103.372

1999 67.432 25.484 9.872 5.776 1.910 110.474

2000 61.619 32.810 8.151 5.154 2.101 109.835

2001 66.335 35.250 10.617 5.880 2.348 120.430

2002 71.425 31.629 12.596 6.455 2.167 124.272

2003 81.760 26.058 2.042 9.424 3.354 122.638

2004 104.536 24.729 2.750 9.852 3.758 145.625

2005 95.641 28.369 9.058 10.887 4.303 148.258

Total 765.976 295.296 89.398 69.783 24.347 1.244.800

Fonte: IPEA, 2011.

Com relação ao cenário futuro da geração de rejeitos, estima-se que a quantidade


anual irá praticamente dobrar, passando de 194 milhões de toneladas em 2010
para 401 milhões de toneladas em 2030 (ver Quadro 3.2-3 a seguir).

O ferro continua também como a principal substância geradora de rejeitos,


inclusive com um aumento percentual, enquanto o ouro continua a ter a maior
importância relativa.
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Agosto, 2013 – Rev.00
QUADRO 3.2-3: PROJEÇÃO DA QUANTIDADE DE REJEITOS (T/ANO)
GERADOS PELAS SUBSTÂNCIAS SELECIONADAS

ANO FERRO OURO CALCÁRIO BAUXITA CAULIM TOTAL

2010 127.233 38.177 12.883 12.487 3.452 194.232

2030 265.562 70.951 20.356 39.478 5.110 401.457

FONTE: PLANO NACIONAL DE MINERAÇÃO PARA 2030 – MME, 2011.

Percebe-se ainda, neste cenário, uma redução na participação relativa do


alumínio e do calcário.

c) Rejeitos do Beneficiamento do Ferro

Conforme apresentado no tópico anterior, o ferro é o minério mais importante do


Brasil, tanto sob o ponto de vista da exportação do minério, como sob o aspecto
de produtos beneficiados, como o aço e o ferro gusa.

O Estado do Rio de Janeiro é um dos principais beneficiadores deste minério,


com três instalações de porte na fabricação de aço, a saber: Companhia
Siderúrgica Nacional – CSN; Companhia Siderúrgica do Atlântico – CSA; e
Companhia Siderúrgica da Guanabara – COSIGUA.

Nas instalações siderúrgicas, os principais rejeitos são as borras de alcatrão


(quando a siderúrgica possui coqueria) e o óxido de ferro emanado pelos altos
fornos, sendo que nas instalações mais modernas estes últimos são recuperados
e reintroduzidos no processo.

Além destes resíduos também são comuns resíduos dos finos de moinha de
coque, lamas de processo (aciaria e alto forno), lamas de estações de tratamento
e resíduos sólidos do tipo domiciliar (provenientes da área administrativa,
refeitórios, cantinas, vestiários e resíduos de varrição).

Somente no ano de 2012 a CSN produziu os seguintes resíduos Classe II-A:

Lama de Aciaria: 161.841 t/ano;

Lama de Alto Forno: 13.446 t/ano;

Lama da Estação de Clarificação de Água: 22.565 t/ano;

Lama do LTQ II / ETB; 15.000 t/ano;


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Resíduos Sólidos em geral: 120.000 t/ano (média dos dois últimos anos);

A destinação destes resíduos está sendo feita no CTR de Nova Iguaçu, mas
existem estudos para a implantação de um aterro de inertes em áreas da própria
indústria.

A par desta destinação, a CSN possui um corpo técnico voltado para a reciclagem
de resíduos, já tendo recuperado mais de 20% dos resíduos gerados na indústria.
A última tecnologia adotada, desenvolvida em parceria com a Universidade de
São Paulo (Escola de Engenharia de Lorena), promove a produção de pigmentos
inorgânicos nas cores vermelha, amarela e preta a partir da granalha de ferro
gerada na recuperação da solução saturada de decapagem de chapas a quente.

Porém, estes procedimentos de respeito ao meio ambiente são práticas


relativamente recentes no setor siderúrgico que, durante décadas lançaram seus
resíduos, inclusive os Classe I, em aterros sem o devido controle ambiental.

Exemplo desta prática inadequada é a contaminação do Condomínio Volta


Grande VI, local doado pela indústria em 1988 para o Sindicato dos Metalúrgicos
construir casas para seus afiliados.

Em 2004, o Ministério Público Federal, por meio de estudos realizados em


conjunto com a, então Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente –
FEEMAFEEMA (atual Instituto Estadual do Ambiente – INEA), moveu uma ação
civil pública contra a indústria que culminou numa multa ambiental no valor de 35
milhões de reais.

Segundo os estudos realizados, a área apresenta forte contaminação por metais


pesados, dentre os quais destacam-se o cádmio, o cromo e o bário.

d) Rejeitos do Beneficiamento do Alumínio

Instalada no bairro carioca de Santa Cruz, zona oeste da cidade do Rio de


Janeiro, a Valesul Alumínio S.A. foi a quarta empresa produtora de alumínio
primário no Brasil e passou a operar em janeiro de 1982, por iniciativa da CVRD -
Cia Vale do Rio Doce, à época, empresa estatal de mineração de ferro, e da
Billiton Metais S.A., então subsidiária do Grupo Shell.

A presença da Valesul permitiu substituir as importações brasileiras de alumínio,


que experimentavam crescimento acentuado àquela época.

Em 2010, a Vale vendeu os ativos da Valesul para a Alumínio Nordeste, empresa


do grupo Metalis. Nesta ocasião a Valesul produzia em torno de 100 mil toneladas
de alumínio ao ano empregando direta e indiretamente cerca de 1.200 pessoas e
ocupando uma área de 800.000 m².

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Em termos ambientais a indústria seguiu o mesmo caminho percorrido pelas
demais congêneres da época, tendo sofrido, inclusive, ações judiciais por
problemas de contaminação do solo por fluor.

A partir da década de 90, instada pelas práticas de seus acionistas majoritários,


passou a recuperar suas áreas contaminadas e a dar destinação final adequada a
seus resíduos, prática que respeita até o momento.

Como exemplo dos novos procedimentos implementados, pode-se citar que, hoje,
a empresa possui 90% de sua área composta por densa floresta plantada com
espécies da Mata Atlântica, além de ter conquistado certificações ambientais e de
qualidade total.

e) Rejeitos do Beneficiamento do Petróleo e Gás Natural - Exploração e Produção

Com a crescente demanda de derivados de petróleo, houve também o


crescimento da geração dos rejeitos provenientes da exploração e produção
(E&P) de combustíveis fósseis, como indica a Figura 3.2-8.

Observe-se, entretanto, que as operações on-shore correspondem a,


aproximadamente, 2/3 da geração de resíduos perigosos do segmento analisado,
o que demonstra que a quantidade de resíduos gerada na exploração e produção
está relacionada com a idade e o número de poços, e não com a produção.

Em operações em terra, um campo de produção pode ter entre 1000 a 3000


poços, já em campos no mar (que é o caso do Rio de Janeiro), o número de
poços é cerca de vinte vezes menor, onde poucos poços maduros são
encontrados, quando comparado às áreas on-shore.

FIGURA 3.2-8: SETOR DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL GERAÇÃO DE RESÍDUOS


PERIGOSOS NO BRASIL. FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO ENERGÉTICA
MME – 2011

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 322
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As borras oleosas são resíduos típicos das operações de E&P on-shore ou off-
shore e são resíduos sólidos perigosos, de consistência pastosa e de composição
química complexa, que apresentam em sua composição uma série de compostos
químicos, com destaque para os alfaltenos, resinas e os hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos, além da presença de alguns metais pesados.

Outros resíduos típicos são os produtos químicos e suas embalagens, que são
demandados para emulsificação, controle da corrosão, entre outros.

Entretanto, apesar de a geração destes resíduos ter crescido nos últimos anos,
houve uma evolução nos processos de recuperação destes resíduos produzindo
um abatimento acentuado na quantidade final de rejeito a ser destinada (ver
Figura 3.2-9).

FIGURA 3.2-9: SETOR DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL ABATIMENTO DE RESÍDUOS


PERIGOSOS NO BRASIL. FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO ENERGÉTICA, MME –
2011.

Os processos de E&P se valem de várias tecnologias para abatimento dos seus


resíduos perigosos gerados. A Figura 3.2-10 apresenta a evolução destas
tecnologias ao longo dos últimos anos.

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FIGURA 3.2-10: ROTAS DE ABATIMENTO DE RESÍDUOS PERIGOSOS GERADOS NOS PROCESSOS DE E&P.
FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO ENERGÉTICA, MME – 2011.

Conforme se vê da Figura apresentada, independentemente das operações se


darem em terra ou em mar, as rotas de reciclagem foram as mais utilizadas nas
operações de E&P, em conformidade com as estratégias de gestão de resíduos
contemporâneas.

f) Rejeitos do Beneficiamento do Petróleo e Gás Natural - Geração de Energia

O Estado do Rio de Janeiro possui diversas térmicas convencionais a partir de


combustveis fósseis, chegando a uma potência instalada superior a 4 mil
megawatts, como se vê no Quadro 3.2-4 a seguir.

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QUADRO 3.2-4: TÉRMICAS CONVENCIONAIS

POTÊNCIA
TÉRMICAS CONVENCIONAIS OPERADORA LOCALIZAÇÃO
(MW)

Santa Cruz Furnas 932,0 Rio de Janeiro

Roberto Silveira Furnas 30,0 Campos

UTE Gov Leonel Brizola Petrobrás 1.062,3 Duque de Caxias

UTE Norte Fluminense Electricité de France 868,9 Macaé

UTE Mário Lago Petrobrás 922,6 Macaé

UTE Barbosa Lima Sobrinho Petrobrás 385,9 Seropédica

FONTE: BALANÇO ENERGÉTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2010 – SECRETARIA DE ESTADO DE


DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA, INDÚSTRIA E SERVIÇOS.

No nosso país, as usinas termelétricas desempenham relevante papel para a


segurança e confiabilidade do parque de geração hidrotérmico, reduzindo o risco
de déficit de energia, dada a sua maior disponibilidade para geração de energia
elétrica, posto que independem de sazonalidades.

Estas usinas são as únicas fontes de suprimento elétrico existentes em condições


de atender às ordens de despacho pleno por parte do Operador Nacional do
Sistema - ONS, considerando a evolução da diversidade do Sistema.

A evolução da geração de resíduos no setor de geração de energia em território


nacional a partir de combustíveis está apresentada na Figura 3.2-11.

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FIGURA 3.2-11: SETOR DE GERAÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS GERAÇÃO DE
RESÍDUOS NO BRASIL. FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO ENERGÉTICA, MME –
2011.

A grande variação da quantidade de resíduos durante o período apurado está


relacionada à entrada e saída de operação das unidades. Nos anos de 2009 e
2010, ocorreu o menor número de horas operadas nas unidades quando
comparado ao ano de 2008 dado que a operação das termelétricas é em função
da demanda do ONS.

Conforme se pode ver da Figura 3.2-12, a maior parte dos resíduos perigosos
gerados no ano de 2010 foi encaminhada para incineração, devido às
propriedades e características dos mesmos, tendo em vista que muitos resíduos
químicos são gerados, especialmente no tratamento das águas e nos processos
anticorrosão.

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FIGURA 3.2-12: ROTAS DE ABATIMENTO DE RESÍDUOS PERIGOSOS - GERADOS NOS PROCESSOS DE
GERAÇÃO DE ENERGIA, NO BRASIL. FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO
ENERGÉTICA, MME – 2011.

g) Rejeitos do Beneficiamento do Petróleo e Gás Natural - Refino do Petróleo

Dentre os vários setores da indústria do petróleo e gás natural, as operações de


refino são reconhecidas na literatura como parte predominante na geração de
resíduos perigosos, devido ao número elevado de operações envolvidas na
manufatura da matéria-prima e da diversidade de produtos.

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Um esquema geral de uma refinaria está apresentada na

Figura 3.2-13.

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FIGURA 3.2-13: ESQUEMA GERAL DE UMA REFINARIA FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE
MINERAÇÃO ENERGÉTICA, MME – 2011.

A geração de resíduos se dá tanto nas unidades de processos quanto nas


unidades auxiliares, ou de serviços. Os resíduos típicos deste setor produtivo,

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Figura 3.2-13, são as borras oleosas, os catalisadores gastos e os lodos oriundos
das estações de tratamento de águas e efluentes.

As borras de fundo de tanques são sólidos oleosos e complexos, que apresentam


em sua composição uma série de contaminantes, com destaque para os
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e alguns metais pesados. Por
apresentarem componentes tóxicos, como metais pesados e inflamabilidade, este
resíduo é classificado como perigoso, de acordo com a ABNT NBR ISO 10004
(ABNT, 2004).

Um dos processos que gera quantidades relevantes de borras oleosas são as


operações de limpeza de tanque e estão relacionadas com a precipitação e
sedimentação de frações pesadas do petróleo. O acúmulo de sólidos no fundo
dos tanques promove a redução do seu volume útil, demandando ações de
remoção dos sólidos decantados e limpeza de fundo dos tanques. Além disso, a
formação de depósitos cria regiões de aeração diferencial que promovem a
corrosão das superfícies metálicas.

Os catalisadores gastos são resíduos constituídos basicamente por sílica e


alumina impregnados ou não com metais nobres como níquel, cobalto, molibdênio
e platina. A presença de metais pesados lixiviáveis confere toxicidade a boa parte

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destes resíduos e, por isso, são classificados como resíduos perigosos de acordo
com a NBR ISO 10004 (ABNT, 2004).

A geração de resíduos sólidos perigosos no setor de refino está apresentada na


Figura 3.2-14 e as quantidades de resíduos destinadas, na Figura 3.2-15.

FIGURA 3.2-14: SETOR DE REFINO DE PETRÓLEO - GERAÇÃO DE RESÍDUOS NO BRASIL


FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO ENERGÉTICA, MME – 2011.

FIGURA 3.2-15: SETOR DE REFINO DE PETRÓLEO - ABATIMENTO DE RESÍDUOS NO BRASIL


FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO ENERGÉTICA, MME – 2011.

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A análise conjunta das Figura 3.2-14 e Figura 3.2-15 permite verificar que a
variação das quantidades de resíduos gerados não é função do volume
processado. Assim, pode-se inferir que a geração de resíduos perigosos é função
das tecnologias de processo empregadas, características dos óleos a serem
refinados, número de operações de limpeza e de manutenção, uma vez que a
capacidade de refino do parque brasileiro não variou significativamente nos
últimos anos e as unidades visam sempre usar a capacidade máxima de refino,
por questões de produtividade e rentabilidade.

A comparação das figuras permite ainda verificar que a quantidade de resíduos


destinada ano a ano é diferente da quantidade gerada e isso se deve às
operações de armazenamento, conforme práticas tradicionais de gerenciamento
de resíduos e também, a necessidade de ganho de escala para melhoria de
preços dos serviços de tratamento ou disposição final.

O refino de petróleo se vale de várias tecnologias para abatimento dos seus


resíduos gerados.

Para facilitar o entendimento, tais tecnologias foram agrupadas em operações de


disposição em aterros, tratamento biológico, incineração, reciclagem,
recuperação, reuso como combustível e outros. Na categoria “outros”, foram
incluídas as demais tecnologias, que não aquelas já citadas, e as operações que
utilizam mais de uma tecnologia para o efetivo tratamento dos resíduos.

A Figura 3.2-16 apresenta a evolução do uso das tecnologias de tratamento de


resíduos no período de 2010 a 2008. Verifica-se que o setor de refino vem
buscando diminuir a disposição de resíduos em aterro ao longo do tempo
monitorado.

Em 2008, aproximadamente, 26% dos resíduos foram destinados para aterros e,


em 2010, este valor foi de aproximadamente, 17%, um terço menor.

Verifica-se ainda aumento no uso de alternativas de reciclagem, recuperação e


reuso e, em 2010, quase metade dos resíduos foram destinados a estas rotas.

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FIGURA 3.2-16: ROTAS DE ABATIMENTO DE RESÍDUOS PERIGOSOS -
GERADOS NOS PROCESSOS DE REFINO DE PETRÓLEO, NO BRASIL
FONTE: RESÍDUOS SÓLIDOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO ENERGÉTICA, MME – 2011.

3.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o Plano Nacional de Mineração (PNM) 2030 (MME, 2010), os


bens minerais formam a base de importantes cadeias produtivas que contribuem
para o desenvolvimento do país.

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Por sua vez, o aproveitamento desta riqueza deve acontecer considerando os
princípios da sustentabilidade ambiental, ou seja, levando em conta as
necessidades da atual e das futuras gerações.

Nesse sentido, o PNM 2030 identifica como um de seus onze objetivos


estratégicos, o da Produção Sustentável, com importantes ações, entre as quais
se destacam, pela relevância, a questão dos resíduos sólidos e suas implicações
para o meio ambiente e a saúde humana:

 articulação interministerial entre Ministério das Minas e Energia, Ministério do


Trabalho e Emprego (MTE), Ministério da Saúde (MS) e entidades
empresariais e dos trabalhadores do setor mineral para aprimorar os
programas de saúde e segurança ocupacional;

 apoio a medidas de acompanhamento, fiscalização e controle da destinação


final dos rejeitos, em especial o controle de barragens da mineração;

 promoção de inventário sobre minas abandonadas ou órfãs em todo o território


nacional, objetivando criar um programa nacional para as áreas impactadas; e

 desenvolvimento de programas de incentivo a reciclagem, reuso e


reaproveitamento dos materiais provenientes de recursos minerais.

Além dessas, outras ações importantes com vistas a promover a sustentabilidade


do setor de mineração são identificadas:

 medidas de apoio e incentivo à utilização mais eficiente dos recursos


hídricos nos processos produtivos, incluindo o tratamento de efluentes e
o aumento da recirculação da água, com levantamentos periódicos sobre
o uso de água na indústria mineral;

 apoio e incentivo à produção mais eficiente, com uso das melhores


técnicas disponíveis, na lavra, no beneficiamento e na transformação
mineral; e

 apoio e incentivo ao uso de biomassa oriunda de produção sustentável


na fabricação, por exemplo, de ferro gusa, ferro-ligas, cerâmicas e
cimento.

No caso do desenvolvimento de programas de incentivo a reciclagem, reuso e


reaproveitamento dos materiais provenientes de recursos minerais, o Plano
Nacional de Mineração 2030 explicita:

"o setor mineral deve estabelecer uma clara diretriz quanto à reciclagem de
metais e de outros minérios, considerando-se a entrada em vigor da Lei n°
12.305 de 12 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos. Esta lei responsabiliza todos os elos das cadeias
produtivas de grandes, médias e pequenas empresas sobre o processo de

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coleta, destino, reciclagem e restituição dos descartes sólidos, incluídos aí
os eletroeletrônicos."

Como se verifica, existe uma forte relação entre as ações previstas no objetivo
estratégico Produção Sustentável do PNM 2030 e os preceitos da Lei no
12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Esta articulação entre as normas deve, então, materializar-se nas ações, nos
programas, nos projetos e nas metas previstas no Plano Nacional de Resíduos
Sólidos para o setor de mineração.

Portanto, recomenda-se que o Estado:

 promova a integração entre os órgãos responsáveis pela gestão


ambiental e os responsáveis pela gestão dos recursos minerais, de forma
a melhor organizar as informações relacionadas à geração e à disposição
de resíduos sólidos nas atividades de mineração;

 implemente a Política Regional de Inovação através do incentivo à criação


de uma aliança envolvendo a esfera estadual e os atores locais, com o fito
de implementar novas tecnologias ambientalmente adequadas e
estabelecer novas estratégias, programas, incentivos e subsídios fiscais;

 promova a reciclagem de estéreis de lavra de rochas (mármores e


granitos, principalmente) usando mão de obra sem qualificação especial
treinada por associações do tipo ABIROCHAS (a exemplo do que se
pratica no Estado do Espírito Santo);

 reavalie e promova as adequações necessárias no processo de controle


minerário e licenciamento ambiental, em especial para o setor de rochas
ornamentais, de forma a aumentar a competitividade e reduzir a
informalidade do setor;

 reforce a obrigatoriedade de cadastramento das indústrias, permitindo a


criação do Inventário Estadual de Geração de Resíduos Sólidos das
Atividades Industriais e Minerárias.

Por outro, o diagnóstico identificou que, com exceção do setor de rochas


ornamentais, o segmento de mineração é composto com pessoas jurídicas
de grande poder econômico, normalmente associadas a indústrias
multinacionais habituadas a cumprir com exigências ambientais muito mais
rigorosas que as normatizadas pelos órgãos ambientais brasileiros.

Portanto, sugere-se que se faça uma revisão das normas existentes,


adequando-as às atuais necessidades, e complementando com o
preenchimento das lacunas encontradas.

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Porém, implementar uma legislação adequada não é condição suficiente, é
necessário que, em paralelo, se dê ao INEA condições materiais e de
recursos humanos adequados para se efetuar o controle e fiscalização do
setor, principalmente no setor de mineração de substâncias energéticas, de
forma compatível com sua complexidade.

Outro aspecto a ser contemplado neste setor, é o seu grande potencial de


geração de energia. A este respeito, reforça-se a recomendação feita para os
resíduos agrossilvopastoris de se efetuar um acurado estudo do potencial
energético disponível na Região Norte, em especial nos Municípios de Macaé e
Campos dos Goytacazes, criando incentivos que viabilizem a adoção de
tecnologias de reciclagem capazes de gerar energia a partir dos rejeitos do
beneficiamento do petróleo e do gás natural.

3.4. BIBLIOGRAFIA

ABRELPE, Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2011.

Anjos, A. R. V. et al, Utilização de Resíduos de Mineração na Construção Civil,


Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual da Bahia, 2002.

Canejo, Carlos Eduardo Soares, Gestão de Resíduos Perigosos em


Refinarias de Petróleo - Dissertação de Mestrado, UERJ, 2009.

IPEA, Relatório de Pesquisa - Diagnóstico dos Resíduos Sólidos da Atividade de


Mineração de Substâncias Não Energéticas, 2012.

IPEA, Relatório de Pesquisa - Diagnóstico dos Resíduos Sólidos da Atividade de


Mineração Energética, Petróleo, Gás e Refino, 2012.

Pissato, Edilson, Gestão da Mineração de Areia no Município de Guarulhos -


Aproveitamento de Resíduos Finos em Cerâmica Vermelha, Dissertação de
Doutorado - USP, 2009.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 336
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4. RESÍDUOS INDUSTRIAIS

4.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

4.1.1. PERFIL INDUSTRIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

O Estado do Rio de Janeiro, historicamente, é importante braço produtivo


brasileiro, sendo responsável por aproximadamente 11% do PIB Brasileiro
(IBGE/CEPERJ, 2010). Seu parque industrial, responsável por 28% do PIB
estadual (IBGE/CEPERJ, 2010) está entre os mais importantes do país, cujas
principais atividades industriais são extrativistas e de transformação.

O quadro, a seguir, apresenta a distribuição do PIB estadual por setor econômico.

QUADRO 4.1-1: HISTÓRICO DO PIB DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO POR SETORES ECONÔMICOS (R$
MILHÕES A PREÇOS CONSTANTES - 2005 A 2010)

Participação em
2010 dos setores
Setor Econômico 2005 2006 2007 2008 2009 2010
no PIB do estado
do Rio de Janeiro
Agropecuária 1 073 1 152 974 1 265 1 491 1 449 0,42%
Indústria 62 975 76 598 74 985 91 566 79 445 96 618 28,05%
Extração de petróleo e outros
25 090 36 466 30 737 44 694 25 099 33 829 9,82%
minerais
Indústria de transformação 21 346 22 547 25 195 28 634 30 514 34 138 9,91%
Construção civil 10 522 10 793 12 149 13 414 15 668 19 173 5,57%
SIUP (Produção e distribuição
de eletricidade e gás, água e 6 016 6 791 6 904 4 825 8 164 9 478 2,75%
esgoto e limpeza urbana)
Serviços e Comércio 144 460 156 029 174 897 197 319 220 604 246 338 71,53%
Impostos líquidos sobre produtos 38 509 41 549 45 912 53 032 52 339 62 717

PIB do estado do Rio de


247 018 275 327 296 768 343 182 353 878 407 123
Janeiro
Taxa de crescimento anual do
PIB do estado do Rio de 2,95% 3,99% 3,62% 4,15% 1,96% 4,46%
Janeiro
Participação do estado do Rio
11,5% 11,62% 11,15% 11,32% 10,92% 10,80%
de Janeiro no PIB do Brasil
Nota: Indústria engloba Indústria Extrativa, Indústria da Transformação, Construção Civil e Serviços Industriais de Utilidade
Pública. Impostos somente os recolhidos sobre a atividade produtiva, como ICMS, II, IPI e ISS - não inclui IR, IPTU, ITR.
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas,
Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro - CEPERJ/Centro de Estatísticas, Estudos e Pesquisas -
CEEP.

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 337
Agosto, 2013 – Rev.00
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, os principais
subsetores econômicos industriais brasileiros são:

 Indústria Extrativa Mineral;

 Indústria da Transformação;

 Indústria da Construção Civil; e

 Serviços Industriais de Utilidade Pública - SIUP

A Figura 4.1-1, apresenta a participação dos subsetores econômicos no PIB da


indústria do Estado do Rio de Janeiro.

Construção
civil; 19,84% SIUP; 9,81%

Indústria de
transformação;
35,33%

Indústria
extrativa de
petróleo e
outros
minerais;
35,01%

FIGURA 4.1-1: PARTICIPAÇÃO DOS SUBSETORES NO PIB DA INDÚSTRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FONTE: FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE E FUNDAÇÃO CENTRO ESTADUAL DE
ESTATÍSTICAS, PESQUISAS E FORMAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS DO RIO DE JANEIRO - CEPERJ/CENTRO DE
ESTATÍSTICAS, ESTUDOS E PESQUISAS - CEEP

No que se refere ao número de estabelecimentos industriais, o Estado do Rio de


Janeiro conta com aproximadamente 27.000 estabelecimentos (CEPERJ, 2010),
sendo que 62% das indústrias localizam-se na Região Metropolitana do Rio de
Janeiro, conforme apresentado no

Quadro 4.1-2 a seguir:

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 338
Agosto, 2013 – Rev.00
QUADRO 4.1-2: NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS POR REGIÃO DE GOVERNO - 2010

Subsetor Econômico Industrial

Região de Governo
Construção Extrativa Indústria de
SIUP TOTAL
Civil Mineral Transformação

Baixadas Litorâneas 549 63 772 58 1.442

Centro-Sul Fluminense 172 24 494 18 708

Costa Verde 130 6 152 6 294

Metropolitana 5.172 297 10.984 297 16.750

Médio Paraíba 533 27 1.057 35 1.652

Noroeste Fluminense 217 91 687 14 1.009

Norte Fluminense 739 107 898 25 1.769

Serrana 466 24 2.846 26 3.362

TOTAL 7.978 639 17.890 479 26.986

FONTE: CEPERJ - ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2010

No que tange ao número de postos de trabalho, o setor industrial fluminense é


responsável pela geração de aproximadamente 750.000 empregos diretos com
carteira assinada (CEPERJ, 2010), distribuídos como apresentado no Quadro
4.1-3:

QUADRO 4.1-3: NÚMERO DE EMPREGOS DIRETOS COM CARTEIRA ASSINADA - 2010

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 339
Agosto, 2013 – Rev.00
Subsetor Econômico Industrial Empregos Diretos (2010)

Indústria Extrativa Mineral 41.460

Indústria da Transformação 432.531

Indústria da Construção Civil 224.662

SIUP 55.325

TOTAL 753.978

FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CEPERJ, 2010)

Do total de empregos diretos gerados pelas indústrias fluminenses, 67% estão


localizados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, conforme apresentado no
Quadro 4.1-4 a seguir:

QUADRO 4.1-4: NÚMERO DE EMPREGOS DIRETOS COM CARTEIRA ASSINADA POR REGIÃO DE GOVERNO -
2010

Subsetor Econômico Industrial

Região de Governo
Construção Extrativa Indústria de TOTAL
SIUP
Civil Mineral Transformação

Baixadas Litorâneas 11.474 1.126 7.662 1.220 21.482

Centro-Sul Fluminense 1.830 554 10.126 132 12.642

Costa Verde 4.815 129 9.180 2.145 16.269

Metropolitana 166.707 11.510 283.932 45.657 507.806

Médio Paraíba 12.289 310 44.708 1.180 58.487

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 340
Agosto, 2013 – Rev.00
Subsetor Econômico Industrial

Região de Governo
Construção Extrativa Indústria de TOTAL
SIUP
Civil Mineral Transformação

Noroeste Fluminense 1.322 504 7.891 394 10.111

Norte Fluminense 18.048 27.074 23.887 2.265 71.274

Serrana 8.177 253 45.145 2.332 55.907

TOTAL 224.662 41.460 432.531 55.325 753.978

FONTE: CEPERJ - ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2010

4.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

4.2.1. CONTEXTO ATUAL

Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010), os


resíduos sólidos industriais são os originados em sistemas de transformação das
matérias primas em produtos de consumo, e muitos destes resíduos são
perigosos com características corrosivas, reativas, inflamáveis, tóxicas,
patogênicas, carcinogênicas e mutagênicas, demandando tratamento e destino
final especializados. Porém, existe, a nível nacional, uma fragilidade quanto à
composição de dados referentes à geração destes resíduos. Embora tenha sido
publicada a Resolução nº 008/1988 do Conselho Nacional de Meio Ambiente -
CONAMA, posteriormente revogada pela Resolução nº 313/2002, que
estabelecem os critérios para que os estabelecimentos industriais forneçam
informações referentes à geração, características e destino final dos resíduos
industriais, os órgãos estaduais de meio ambiente pouco avançaram no sentido
de consolidar os seus Inventários Estaduais de Resíduos Industriais.

Mesmo com esta dificuldade, a versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos


Sólidos, disponibilizado pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA para
contribuições e comentários, apresenta um diagnóstico da situação dos resíduos
sólidos industriais no Brasil, onde expõe as dificuldades de obtenção dos dados
em função da não execução dos inventários de resíduos industriais por grande
parte dos estados brasileiros.
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Desta forma, os dados apresentados pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos
foram os seguintes:

QUADRO 4.2-1: GERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS NOS ESTADOS

Perigosos Não Perigosos Total

UF

(t/ano) (t/ano) (t/ano)

AC* 5.500 112.765 118.265

AP* 14.341 73.211 87.552

CE* 115.238 393.831 509.069

GO* 1.044.947 12.657.326 13.702.273

MT* 46.298 3.448.856 3.495.154

MG* 828.183 14.337.011 15.165.194

PB* 657 6.128.750 6.129.407

PE* 81.583 7.267.930 7.349.513

PR** 634.543 15.106.393 15.740.936

RN* 3.363 1.543.450 1.546.813

RS* 182.170 946.900 1.129.070

RJ** 293.953 5.768.562 6.062.515

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Perigosos Não Perigosos Total
UF

(t/ano) (t/ano) (t/ano)

SP** 535.615 26.084.062 26.619.677

TOTAL 3.786.391 93.869.047 97.655.438

Observações:
*Inventários Estaduais de Resíduos Sólidos Industriais
**Panorama das Estimativas de Geração de Resíduos Industriais – ABETRE/FGV
Fonte: MMA - Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Versão Preliminar)

O contexto atual é que parte significativa das exigências da Resolução 313/2002


não foi cumprida. Além dos poucos órgãos estaduais que assinaram os convênios
necessários com o IBAMA e FNMA, erros nos cadastros das empresas,
incompatibilização dos sistemas de informações, dificuldades na atualização
permanente dos resíduos inventariados e as necessidades de visitas às empresas
impediram que as informações fossem abrangentes e representativas de todo o
país. Mesmo aqueles estados que realizaram seus inventários, foi priorizada a
coleta de dados nas indústrias de maior porte.

No caso específico do Rio de Janeiro, os dados de geração de resíduos


industriais apresentados pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos são oriundos
da extinta Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA (atual
Instituto Estadual do Ambiente - INEA), referente ao período entre 1996 e 2000.

Isso explica a enorme diferença de números pois, conforme divulgado pelo INEA,
a situação atual do Estado do Rio de Janeiro indica uma geração anual pelas
indústrias fluminenses de 12.089.739,85 toneladas de resíduos industriais (ano
base de 2008), sendo que 5% destes resíduos, ou 666.832,21 toneladas, são
compostos por resíduos perigosos. O quantitativo, por classe de resíduo,
encontra-se apresentado no Quadro 4.2-2 a seguir:

QUADRO 4.2-2: GERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS POR CLASSE DE PERICULOSIDADE

CLASSE DE
QUANTIDADE (t/ano) %
PERICULOSIDADE*

CLASSE I 666.832,21 5,51

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CLASSE IIA 8.831.705,76 73,05

CLASSE IIB 2.591.201,88 21,43

TOTAL 12.089.739,85 100%

* Conforme ABNT NBR 10.004:2004


FONTE: INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE - INEA, 2008

A distribuição de resíduos industriais pelas bacias hidrográficas do Estado aponta


as bacias da Baía de Guanabara e Paraíba do Sul como responsáveis por mais
de 98 % da geração total do Estado do Rio de Janeiro, conforme pode ser
observado no

Quadro 4.2-3 e Quadro 4.2-4 a seguir:

QUADRO 4.2-3: GERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS POR BACIA HIDROGRÁFICA

GERAÇÃO DE
BACIA HIDROGRÁFICA RESÍDUOS %
INDUSTRIAIS (t/ano)

Baía de Guanabara 3.294.967,09 27,25

Paraíba do Sul 8.650.569,48 71,55

Baía de Sepetiba 15.918,60 0,14

Lagoa de Jacarepaguá 85.140,48 0,7

Oceânicas 43.144,20 0,36

TOTAL 12.089.739,85 100%

FONTE: INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE - INEA, 2008

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4.2.2. ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Para a determinação de índices de geração de resíduos industriais seriam


necessários dados consolidados sobre a geração de resíduos, bem como sua
avaliação em relação às diferentes tecnologias de produção aplicada, número de
trabalhadores e o próprio produto final. Porém, conforme já abordado
anteriormente, a falta de dados de geração, cuja origem mais provável seriam os
inventários de resíduos industriais, torna difícil a produção de índices de geração
confiáveis. A mesma problemática verifica-se em diversos países industrializados,
cujos dados de geração de resíduos industriais também possuem grau de
incerteza.

No Brasil, o Estado do Paraná é um dos mais avançados no controle e


gerenciamento de resíduos industriais, cujos inventários realizados avaliaram 22
tipologias de resíduos industriais e, segundo inferido pela FGV, possui um índice
de geração per capita de resíduos industriais perigosos de 66 kg/hab x ano, índice
compatível aos países europeus pertencentes à Organização para a Cooperação
e o Desenvolvimento Econômico - OECD5, cujo índice de geração de resíduos
industriais perigosos situa-se em uma faixa que varia de 50 a 120 kg/hab x ano
(FGV, 2003).

Desta forma, considerando os dados de geração de resíduos industriais


apresentados pelo INEA para o ano de 2008, e considerando a população urbana
do Estado do Rio de Janeiro (IBGE, 2010), pode-se concluir pelos seguintes
resultados:

QUADRO 4.2-4: ÍNDICE PER CAPITA DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS PERIGOSOS (CLASSE I)

POPULAÇÃO ÍNDICE DE
QUANTITATIVO
CLASSE DE URBANA GERAÇÃO
PERICULOSIDADE*
(t/ano)
(habitantes) (kg/hab x ano)

CLASSE I 15.464.239 666.832,21 43,12

FONTE: INEA, 2008 E IBGE, 2010

5
The Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), composto por 34 países: Austrália, Áustria,
Bélgica, Canadá, Chile, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia,
Irlanda, Israel, Itália, Japão, Coréia do Sul, Luxemburgo, México, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Polônia,
Portugal, Eslováquia, Elovênia, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.

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Como pode ser observado, estima-se que o índice de geração per capita de
resíduos sólidos industriais perigosos no Estado do Rio de Janeiro situe-se
próximo a 43 kg/hab x ano, número que se aproxima da faixa de geração dos
países componentes da OECD. Porém, trata-se de um dado com relevante grau
de incerteza, que denota a necessidade do estado, a exemplo do Paraná, avançar
na composição do inventário de resíduos industriais, de forma a alcançar maior
grau de certeza nesse quesito.

Outro índice que pode ser avaliado é a geração de resíduos industriais por
trabalhador formal, conforme pode ser observado nos Quadro 4.2-5, Quadro 4.2-6
e Quadro 4.2-7 a seguir:

QUADRO 4.2-5: NÚMERO DE EMPREGOS DIRETOS COM CARTEIRA ASSINADA - 2008

Subsetor Econômico Industrial Empregos Diretos (2008)

Indústria Extrativa Mineral 46.207

Indústria da Transformação 391.749

Indústria da Construção Civil 182.636

SIUP 49.760

TOTAL 670.352

FONTE: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2010

QUADRO 4.2-6: ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS POR TRABALHADOR

Índice de
Geração total de Número de Índice de geração de
geração de
resíduos - 2008 empregos diretos resíduos
resíduos
(ton/ano) (2008) (t/trab x ano)
(kg/trab x dia)

12.089.739,85 670.352 18,03 49,41

Considerando-se a classificação dos resíduos, pode-se inferir o seguinte:

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QUADRO 4.2-7: ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS POR TRABALHADOR E POR CLASSE DE
PERICULOSIDADE

CLASSE DE Índice de geração


PERICULOSIDADE* (kg/trabalhador x dia)

CLASSE I 2,73

CLASSE IIA 36,09

CLASSE IIB 10,59

TOTAL 49,41

* Conforme ABNT NBR 10.004:2004

4.3. DESTINO FINAL

Segundo dados do Instituto Estadual do Ambiente (INEA, 2008), o Estado do Rio


de Janeiro conta com 17 (dezessete) unidades de tratamento de resíduos
industriais, conforme pode ser observado no Quadro 4.3-1 a seguir:

QUADRO 4.3-1: EMPRESAS DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Tipo de Tratamento (conforme licença


Item Empresa Município
ambiental)

Realizar as atividades de armazenamento


temporário, análise, segregação, preparo
1 Holcim (Brasil) S/A Cantagalo de blends e co-processamento em fornos
de clinquerização, de resíduos industriais
classes I, IIA e IIB.

Operar a unidade de recepção e co-


2 Votorantim Cantagalo processamento de pneus e resíduos
industriais perigosos e não perigosos.

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Tipo de Tratamento (conforme licença
Item Empresa Município
ambiental)

Realizar a atividade de co-


processamento, em forno de produção de
clínquer, de resíduos Classe I, Classe IIA
3 Lafarge Brasil S/A Cantagalo
e Classe IIB, pneus usados e rejeitos da
usina de reciclagem e compostagem do
Município de Cantagalo.

Realizar atividades de manipulação,


Contecom de estocagem provisória, processamento e
Teresópolis beneficiamento de resíduos classes I, IIA
4 Duque de Caxias
Consultoria Técnica e e IIB para produção de blends e para
Comercial Ltda obtenção de matérias-primas e
combustíveis alternativos.

Realizar atividades de recebimento,


classificação, segregação,
compatibilização, acondicionamento,
armazenamento temporário,
processamento e encaminhamento para
Saniplan Engenharia e
destinação final de resíduos classes I e
5 Administração de Duque de Caxias
IIA, produtos e resíduos químicos,
Resíduos S/C Ltda
reagentes fora de especificação, resíduos
de serviços de saúde classe B,
processamento prévio à incineração de
equipamentos e resíduos contendo ou
contaminados com PCB´s.

Realizar atividades de tratamento de


solos contaminados, descontaminação e
sucateamento de recipientes e tanques;
recebimento, armazenamento, pré-
tratamento de efluentes líquidos e envio a
6 unidades de tratamento licenciadas;
armazenamento e beneficiamento de
Essencis Co- resíduos classes I e II e envio a unidades
Processamento e Magé licenciadas de reciclagem, recuperação
Incineração Ltda ou transformação, co-processamento,
incineração e disposição em aterro.

Operar unidade de dessorção térmica


7 para tratamento de solos contaminados
co hidrocarbonetos de petróleo

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Tipo de Tratamento (conforme licença
Item Empresa Município
ambiental)

Realizar atividades de armazenamento


temporário, tratamento, beneficiamento e
preparo de blends de resíduos da
construção civil e resíduos industriais
Haztec/Plastimassa perigosos (Classe I) e não perigosos
Tecnologia em (Classe II), com vistas à reciclagem,
8 Magé
Tratamento de compostagem, co-processamento,
Resíduos Ltda incineração e disposição em aterro; de
armazenamento temporário e pré-
tratamento de efluentes líquidos; e de
conversão térmica de biomassa em
escala de laboratório.

Realizar atividades de armazenamento


temporário, tratamento, beneficiamento e
preparo de blends de resíduos industriais
perigosos (Classe I) e não perigosos
Tecnosol Comércio e
9 Quissamã (Classe II), com vistas à reciclagem,
Serviços Ltda
recuperação, co-processamento,
incineração e disposição em aterro; e de
armazenamento temporário e pré-
tratamento de efluentes líquidos.

Operar o incinerador com capacidade


nominal de 6.000 Kcal/h, destinado à
10 destruição de resíduos líquidos perigosos
gerados no complexo da empresa e por
Servatis S/A Resende terceiros

Realizar atividade de tratamento de


11
efluentes industriais e sanitários.

Operar Sistema de Tratamento de


12 Ecochamas* Resende
Resíduos Industriais por Plasma Térmico

Manipulação, acondicionamento, pré-


condicionamento, armazenamento
temporário e incineração de resíduos
13 Haztec/Tribel Belford Roxo sólidos, semi sólidos e líquidos perigosos
e não perigosos em forno rotativo;
descontaminação de peças e embalagens
metálicas e solos em forno estático.

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Tipo de Tratamento (conforme licença
Item Empresa Município
ambiental)

Disposição de resíduos industriais


perigosos - Classe I - na quarta célula de
14
resíduos perigosos e não perigosos do
Aterro Industrial

Realizar a atividade de tratamento de


efluentes líquidos industriais, águas
15 Enviro - Chemie Rio de Janeiro contaminadas, esgoto doméstico e
produtos líquidos com validade vencida,
provenientes de terceiros.

Operar Estação de Tratamento de


16 Haztec/ Gaiapan Rio de Janeiro
Efluentes Líquidos Industriais.

Realizar as atividades de estocagem


provisória, manipulação,
Haztec Tecnologia e
descontaminação, reciclagem,
17 Planejamento Rio Bonito
embalagem e envio para destinação final
Ambiental S/A
adequada de materiais contaminados
contendo PCB´s

FONTE: INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE (INEA, 2008)


Obs.: * Informação oriunda da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos - ABETRE
(2011)

O mapa, a seguir, apresenta os municípios que possuem sistema de tratamento


de resíduos industriais.

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FIGURA 4.3-1: UNIDADES DE TRATAMENTO/PROCESSAMENTO E DESTINO FINAL DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

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4.4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Conforme já mencionado anteriormente, os dados de geração de resíduos


industriais são de difícil obtenção, uma vez que os inventários de resíduos,
conforme estabelecido pela Resolução nº 008/1988 do CONAMA, posteriormente
revogado pela Resolução nº 313/2002 do mesmo conselho, não são executados
por grande parte dos órgãos estaduais de meio ambiente. Nesse quesito, a
formulação de índices de geração se tornam dificultados pela ausência de dados
consolidados sobre a geração de resíduos industriais.

Porém, é importante ressaltar que as informações disponibilizadas, mesmo que


mínimas e com grau de incerteza, foram suficientes para gerar um indicador de
geração per capita que se aproximou da faixa de geração dos países da
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico - OECD, o que
denota a necessidade da elaboração do Inventário Estadual de Resíduos
Industriais para aferição deste número.

Recomenda-se que a Secretaria de Estado do Ambiente - SEA crie um banco de


dados que tenha conexão com o Cadastro Técnico Federal do IBAMA, uma vez
que este cadastro, a partir dos anos 2000 passou a exigir das indústrias a
declaração obrigatória e anual da geração de resíduos industriais, dado este que
pode ser analisado conjuntamente aos dados do futuro inventário de resíduos
industriais.

Outra recomendação é a criação de um sistema de rastreabilidade dos resíduos,


de forma que o Estado tenha o controle da movimentação dos resíduos desde a
sua geração até o seu destino final, em um sistema que faça este monitoramento
em tempo real.

5. RESÍDUOS DE SERVIÇO DE TRANSPORTE

5.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

O controle dos Resíduos de Transporte (RST) tem sua origem na preocupação


que o Governo Brasileiro, em especial a Agência de Vigilância Sanitária –
ANVISA, sempre teve em evitar que doenças já erradicadas pudessem
reaparecer em território nacional, ou também que doenças novas (como a doença
da vaca louca ou a gripe aviária) que não existem em nosso país possam entrar
em território nacional.

O enfoque na época era transformar as áreas de portos, aeroportos e passagens


fronteiriças em barreiras sanitárias com o objetivo de prevenir riscos de

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Agosto, 2013 – Rev.00
contaminação e disseminação de pragas e doenças ou impedir sua ocorrência,
através do controle da movimentação de cargas e pessoas, incluindo os resíduos
sólidos gerados.

As próprias definições técnicas da época caracterizam este enfoque, como, por


exemplo, a definição de Resíduos de Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e
Ferroviários apresentada no trabalho Lixo: Tratamento e Biorremediação6, que se
transcreve a seguir (grifo nosso).

“São os resíduos sépticos que contêm ou podem conter micro-organismos


patogênicos, trazidos aos portos, terminais rodoviários e aeroportos, constituídos
por material de higiene pessoal e restos de alimentos. Os resíduos assépticos
desses locais também são considerados domiciliares”.

Vê-se, portanto, que a preocupação dos técnicos, naquela oportunidade, se


restringia aos resíduos que pudessem representar algum risco à saúde. Já os
resíduos com características similares às do lixo domiciliar eram considerados
como fração dos resíduos sólidos urbanos - RSU.

Este enfoque fica ainda mais evidenciado quando se observa o texto das normas
do CONAMA (CONAMA 05/93 – Anexo 1) e das resoluções da ANVISA
(Resolução ANVISA RDC 56 / 2008 – Anexo 2), vigentes até os dias de hoje.

5.1.1. O CONCEITO ATUAL

Conforme definido pela Lei n° 12.305/2010, o conceito atual apresenta mudanças


radicais em relação ao antigo enfoque, englobando, não só os resíduos
biológicos, como também todos os demais tipos de resíduos, incluindo o tipo
domiciliar e os resíduos inertes.

Também a abrangência dos RST foi alterada não se restringindo apenas às


instalações e movimentações transfronteiriças, mas também a todas as
instalações e movimentações locais, regionais e nacionais.

Com o aumento da abrangência e do enfoque, é intuitivo que a quantidade de


resíduos enquadrados na categoria "Resíduos de Transporte" teve um acréscimo
substancial.

Desta forma, o diagnóstico da tipologia teve que se adaptar às novas condições


através da criação de três subgrupos, de acordo com a natureza do transporte, ou
seja:

6
LIMA, L. M. Q. Lixo: tratamento e biorremediação. 3a ed. São Paulo: Hemus Editora Ltda, 1995.

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 Resíduos de transportes terrestres, abrangendo os resíduos gerados na
movimentação e nos terminais dos transportes rodoviários e ferroviários;

 Resíduos de transportes aquaviários, compreendendo os resíduos produzidos


nas viagens e atracadouros dos transportes marítimos e fluviais; e

 Resíduos de transportes aéreos que reúnem os resíduos de aeroportos e


terminais de passageiros e cargas aéreas.

Como se pode observar, os resíduos de transportes assumiram uma abrangência


muito maior que o enfoque anterior, embora mantendo a mesma importância
sanitária.

5.1.2. OS RISCOS ASSOCIADOS

Conforme falado anteriormente, a grande preocupação da Vigilância Sanitária


sempre recaiu sobre as doenças emergentes, que são doenças novas que vêm
surgindo com grande frequência nos últimos anos, e sobre as doenças
reemergentes, que são doenças que já existiam e que vêm aumentando sua
incidência ultimamente, com ênfase no reaparecimento de doenças tidas como
erradicadas.

Em sua maioria, tais doenças são de origem viral, como o Dengue, por exemplo,
e, por causa disto, o foco da vigilância sanitária se volta para estes dois principais
pontos:

 o surgimento ou identificação de novos agentes infecciosos; e

 a introdução de agentes já conhecidos em novas populações de hospedeiros


suscetíveis.

No entender da ANVISA, uma das principais causas da disseminação destas


doenças está diretamente associada à rapidez dos meios de transporte que leva
portadores a várias áreas do mundo e, devido às condições encontradas nesses
ambientes, geram a possibilidade destes agentes se espalharem rapidamente.

Estudos revelam que vetores (frequentemente insetos) e portadores não humanos


de doenças têm sido introduzidos em áreas onde nem existiam previamente,
através dos meios de transporte.

A possibilidade de alcançar qualquer ponto da terra por transporte aéreo em


poucas horas, tem proporcionado o deslocamento de vetores de um continente
para outro, bem como o contato direto do homem com áreas remotas, onde existe
a possibilidade de haver agente até então desconhecido.

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Igualmente, a importação de animais pode trazer novos agentes de doença ao
contato humano.

Além das doenças cujos agentes etiológicos são desconhecidos, as doenças


emergentes incluem velhas doenças que apresentam novos comportamentos
epidemiológicos, colocando uma série de desafios para a saúde pública.

Uma doença relativamente conhecida que merece atenção é a infecção pelo vírus
da hepatite ”B”.

A seguir estão apresentadas algumas dessas doenças, relatando seu


aparecimento histórico assim como os malefícios para a população.

A Zoonose ocupa um lugar cada vez mais importante entre os problemas de


Saúde Pública no Brasil, tanto nas zonas rurais quanto nas urbanas.

O vírus da influenza aviária (VIA) ou gripe aviária, que em formas brandas ou


hiperpatógenas, se apresenta como zoonoses entre aves selvagens e
domésticas, reservatórios virais que atualmente têm sido uma das grandes
preocupações das autoridades sanitárias mundiais, dada a grande capacidade de
disseminação.

A malária que reapareceu em regiões nas quais havia sido supostamente


eliminada e que está se espalhando para áreas não afetadas anteriormente. No
caso específico, observou-se um aumento do número de casos no Brasil a partir
de 1970, com cerca de mais de meio milhão de casos notificados anualmente
pelos serviços de saúde, atribuindo-se este aumento à maneira pela qual foi
ocupada a região da floresta amazônica e principalmente pela abertura de
rodovias, que facilitaram o acesso à região.

O cólera, que depois de cerca de um século está reaparecendo na América


Latina. Acredita-se que sua reintrodução na América do Sul nos anos de 1990 foi
resultado de uma descarga de água de lastro de um cargueiro chinês nas águas
costeiras do Peru.

A febre amarela urbana e seu principal vetor, o mosquito Aedes aegypti,


provavelmente espalhou-se da África para a América via comercialização
escrava, mas a rapidez com que as mercadorias e as pessoas agora se movem
ao redor do globo tem aumentado ainda mais a probabilidade do tráfico dos
“agentes patógenos”. Embora o Brasil possua a maior área enzoótica de febre
amarela silvestre do mundo, compreendendo as zonas da mata das regiões
Amazônicas e Centro Oeste, tem-se observado uma diminuição da ocorrência da
doença nos últimos anos.

A dengue, uma infecção viral também transmitida pelo Aedes aegypti, espalha-se
pelo mundo a uma velocidade impressionante. No Brasil, entre 1982 a 1998,
foram notificados 1.672.883 casos de dengue clássico. Em relação a dengue

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hemorrágico, no período de1990 a 1999, ocorreram 888 casos, sendo que destes
39 foram a óbito.

Por fim, cabe comentar que os RST ainda têm riscos ligados aos resíduos
perigosos gerados pela movimentação de cargas de produtos químicos.

Entretanto, analisando a frequência de ocorrência e o impacto sobre a saúde


humana e sobre o meio ambiente, vê-se que a transmissão de doenças assume
papel de maior importância.

Assim, recomenda-se que, no enfoque de controle e fiscalização sobre os


resíduos de transportes, seja dada prioridade para o controle e fiscalização
dos resíduos biológicos.

5.1.3. ASPECTOS LEGAIS

Muito provavelmente por causa desta preocupação sanitária, a legislação a


respeito dos resíduos de transporte ainda não acompanhou a evolução do
conceito atual e se mantém rígida no conceito original de barreira sanitária,
conforme se pode ver na sequência de resoluções do CONAMA, relacionada a
seguir.

a) Resolução CONAMA n° 2/1991: dispõe sobre o tratamento a ser dado às


cargas deterioradas, contaminadas, fora de especificações ou abandonadas.

Segundo a resolução, estas cargas são fontes potenciais de risco para o meio
ambiente até manifestação do órgão ambiental competente. O IBAMA, em
conjunto com outros órgãos que tenham competência sobre a matéria, deve
adotar as medidas necessárias para facilitar a internalização e a solução final,
quando da ocorrência de problemas relacionados a esta categoria de cargas.
Respondem solidariamente pela ação de prevenção, controle e tratamento, o
importador, o transportador, o embarcador ou o agente que os represente. Os
terminais e os entrepostos alfandegários devem manter áreas para
armazenamento das cargas.

b) Resolução CONAMA n° 6/1991: dispõe sobre o tratamento de resíduos


sólidos provenientes de estabelecimento de saúde, portos e aeroportos.

De acordo com a resolução, os órgãos estaduais de meio ambiente estabelecerão


normas para o tratamento especial, como condição para licenciar a coleta, o
transporte, o acondicionamento e a disposição final nos Estados e nos Municípios
que optarem por não incinerar os resíduos sólidos. É desobrigada a incineração
ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos
estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos, ressalvados os casos previstos
em lei e acordos internacionais.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 356
Agosto, 2013 – Rev.00
c) Resolução CONAMA n° 8/1991: dispõe sobre a entrada no país de materiais
residuais sólidos que se destinem à disposição final e incineração.

Esta resolução impede a entrada de resíduos sólidos no Brasil, seja para


incineração, seja para disposição final. Convenção de Basiléia – Brasil signatário

d) Resolução CONAMA n° 05/1993: dispõe sobre o gerenciamento de resíduos


sólidos gerados nos portos, aeroportos, nos terminais ferroviários e rodoviários
e nos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

(As disposições que tratam de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde


foram alteradas pela Resolução CONAMA nº 358/2005).

Segundo esta resolução, o transporte destes resíduos deve ser realizado por
veículos apropriados, compatíveis com suas características. O tratamento e sua
disposição final serão controlados e fiscalizados pelos órgãos ambientais, sendo
que os restos alimentares providos destes estabelecimentos não poderão ser
reutilizados na alimentação animal.

e) Resolução CONAMA n° 24/1994: exige anuência prévia da CNEN para toda


importação ou exportação de material radioativo, sob qualquer forma e
composição química, em qualquer quantidade, ouvido o IBAMA.

f) Resolução CONAMA n° 23/1996: dispõe sobre as definições e o tratamento a


ser dado aos resíduos perigosos, conforme as normas adotadas pela
Convenção da Basileia de 22/03/1989, sobre o controle de movimentos
transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito.

Proíbe a importação dos resíduos perigosos, em todo o território nacional.


Determina que os resíduos inertes não estão sujeitos a restrições de importação,
à exceção dos pneumáticos usados cuja importação é proibida. De acordo com a
resolução, a importação de itens da categoria resíduos não inertes só pode ser
realizada para as finalidades de reciclagem ou reaproveitamento após autorização
do IBAMA, precedida de anuência e parecer técnico do órgão estadual de meio
ambiente.

g) Resolução CONAMA n° 228/1997: dispõe sobre a importação de desperdícios


e resíduos de acumuladores elétricos de chumbo.

Proíbe a movimentação transfronteiriça de resíduos perigosos de países


pertencentes à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) para países não membros desta organização. Segundo esta resolução,
deve ser realizada a avaliação da situação de cada unidade reprocessadora de
chumbo quanto às emissões atmosféricas, aos efluentes líquidos, aos resíduos
sólidos e à contaminação do solo e das águas subterrâneas.

h) Resolução CONAMA n° 258/1999: obriga as empresas fabricantes e as


importadoras de pneumáticos a coletar e oferecer destinação final,
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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 357
Agosto, 2013 – Rev.00
ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território
nacional.

Segundo esta resolução, a partir de 2005, para cada quatro pneus novos
fabricados no país ou pneus novos importados – inclusive aqueles que
acompanham os veículos importados –, os fabricantes e as importadoras deverão
ofertar destinação final a cinco pneus inservíveis; a cada três pneus reformados
importados, de qualquer tipo, as empresas importadoras deverão oferecer
destinação final a quatro pneus inservíveis. Os fabricantes de pneumáticos devem
comprovar anualmente ao IBAMA a destinação final adequada das quantidades
de pneus inservíveis correspondentes às quantidades fabricadas. As instalações
para o processamento de pneus inservíveis e este tipo de destinação deverão
atender ao disposto na legislação ambiental em vigor, inclusive no que se refere
ao licenciamento ambiental. É proibida a destinação final inadequada de
pneumáticos inservíveis, como a disposição em aterros sanitários, mar, rios, lagos
ou riachos, terrenos baldios ou alagadiços, e queima a céu aberto. Os
distribuidores, os revendedores e os consumidores finais de pneus, em
articulação com os fabricantes, os importadores e o poder público, deverão
colaborar na adoção de procedimentos visando implementar a coleta dos pneus
inservíveis existentes no país.

i) Resolução CONAMA n° 362/2005: dispõe sobre o recolhimento, a coleta e a


destinação final de óleo lubrificante usado.

A resolução normatiza que todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá


ser recolhido, coletado e ter destinação final, de modo que não afete
negativamente o meio ambiente e propicie a máxima recuperação dos
constituintes neste contido, por meio da reciclagem. A resolução determina ainda
que todo óleo lubrificante usado ou contaminado deve ser recolhido ou coletado e
destinado à reciclagem por meio de rerrefino, e que o produtor e o importador de
óleo lubrificante acabado devem coletar – ou garantir a coleta – e ofertar a
destinação final ao óleo lubrificante.

j) Resolução CONAMA n° 416/2009: dispõe sobre a prevenção à degradação


ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente
adequada.

Pela referida norma, os fabricantes e os importadores de pneus novos com peso


unitário superior a 2 kg são obrigados a coletar e oferecer destinação adequada
aos pneus inservíveis existentes no território nacional. Devem implementar pontos
de coleta de pneus usados, envolvendo pontos de comercialização dos pneus nos
municípios, nas borracharias e em outros estabelecimentos, e incentivando os
consumidores a devolvê-los. Os fabricantes, os importadores, os reformadores e
os destinadores de pneus inservíveis deverão inscrever-se no Cadastro Técnico
Federal (CTF) do IBAMA. A resolução veda a destinação final de pneus usados,
que podem ser reformados; a disposição de pneus no ambiente, em aterros
sanitários; e a queima a céu aberto. A utilização de pneus inservíveis como

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 358
Agosto, 2013 – Rev.00
combustível em processos industriais só poderá ser efetuada caso exista norma
específica para sua utilização.

Além da Lei Federal 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos


Sólidos e seu decreto regulamentador - Decreto 7.404/2010 e das Resoluções
CONAMA, ainda foram identificados os seguintes instrumento reguladores ligados
à gestão dos RST que estão relacionados em ordem cronológica:

 Decretos nº 24.548/1934 e 30.691/1952, que proíbem o ingresso de


produtos de origem animal desprovidos de certificação sanitária
internacional;

 Decreto 5940/2006 que institui a separação dos resíduos recicláveis


descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal
direta e indireta e sua destinação às associações ou cooperativas de
catadores de materiais recicláveis;

 Diretriz VIGIAGRO nº 36/2006 que divulga o Manual da Vigilância


Agropecuária Internacional;

 RDC ANVISA nº 56/2008 que estabelece as práticas sanitárias no


gerenciamento dos resíduos sólidos nas áreas dos portos, aeroportos,
passagens de fronteiras e recintos alfandegados;

 Decreto Legislativo nº 395/09, que publicou a tradução para o português


do Regulamento Sanitário Internacional que estabelece as medidas
preconizadas para prevenir, proteger, controlar e dar uma resposta de saúde
pública contra a propagação internacional de doenças.

5.1.4. O RESPEITO ÀS NORMAS

Em 1999, com base na legislação acima referida, a ANVISA realizou um


levantamento a respeito do gerenciamento dos resíduos sólidos nos portos e
aeroportos brasileiros, constatando que a Resolução CONAMA nº 05/93 não
estava sendo cumprida.

A partir de então, a ANVISA incrementou a fiscalização nestas instalações e


passou a exigir a apresentação dos Planos de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos - PGRS das Administradoras de Portos e Aeroportos.

Porém, esta exigência só serviu para evidenciar as divergências técnicas que


havia entre os órgãos governamentais responsáveis pela análise e parecer dos
referidos Planos.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 359
Agosto, 2013 – Rev.00
Tal fato desencadeou uma articulação intersetorial e interinstitucional, com
realização de reuniões técnicas com vistas à composição de um Grupo Técnico
multidisciplinar para análise e parecer técnico sobre PGRS.

Assim, em maio de 2002, houve a realização de uma Oficina de Trabalho –


“Construção de Estratégias para a Gestão de Resíduos Sólidos nas Áreas de
Portos, Aeroportos e Terminais Alfandegados de Uso Público”, com a participação
de técnicos da ANVISA, da FUNASA, do IBAMA e do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento - MAPA, além de técnicos dos órgãos estaduais de
meio ambiente, do Ministério dos Transportes, do Ministério da Defesa, da
Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano - SEDUR da Presidência da
República, do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, do MERCOSUL,
do Conselho Nacional de Saúde – CNS, do Conselho Nacional dos Secretários de
Saúde, do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e da Organização Panamericana de
Saúde (OPAS).

Como resultados desta Oficina de Trabalho destaca-se a definição das exigências


mínimas para atendimento ao disposto na legislação vigente, à época constituída
pelas Resoluções CONAMA nº 05 e ANVISA RDC nº 217/01 e ainda pela Lei n°
9966/00. Estas exigências deram origem a um Termo de Referência único que
passou a servir como parâmetro para os órgãos envolvidos na gestão dos
resíduos sólidos em Portos, Aeroportos, Fronteiras e Terminais Alfandegados de
Uso Público.

Mais tarde, o Termo de Referência foi ratificado pela ANVISA com a publicação
da Resolução ANVISA RDC nº 342/2002 que, além de contemplar todas as
exigências mínimas para atendimento ao disposto na legislação vigente, levou em
consideração aspectos de defesa agropecuária, de normas estaduais e
municipais e de acordos internacionais.

Com base neste novo Termo de Referência, foi feita a análise dos 75 Planos de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos apresentados em 2000, dos quais 47 foram
devolvidos para serem elaborados novamente, 22 tiveram solicitação de
complementação de informações e apenas um foi aprovado.

Em 2003 o trabalho da ANVISA teve continuidade com a notificação de 185


Administradoras de Portos e Aeroportos, para apresentação do PGRS.

Para esclarecer dúvidas relacionadas aos critérios sanitários contidos, no Termo


de Referência, tanto dos técnicos quanto dos representantes das
Administradoras, foram realizadas visitas técnicas e palestras em portos e
aeroportos nas Unidades Federadas.

Das Administradoras notificadas, 112 (60,54%) apresentaram PGRS; porém, os


planos apresentados não obtiveram aprovação em virtude de não estarem em
conformidade com o Termo de Referência, porém grande parte das
Administradoras solicitou prorrogação de prazo, alegando dificuldades técnicas
para a elaboração dos referidos Planos.
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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 360
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Vê-se, portanto, que apesar dos esforços realizados, a gestão dos resíduos nos
terminais de portos, aeroportos e áreas alfandegadas de uso público não
vem atendendo à legislação vigente.

Para se ter uma ideia sobre a situação de tratamento e disposição final dos
resíduos gerados em portos e aeroportos, um levantamento recente realizado
pela ANVISA em 207 municípios brasileiros indicou o seguinte resultado (ver
Gráfico 5.1-1):

 82,6% não recebem tratamento prévio dos resíduos;


 15,5% são tratados por incinerador; e
 1,9% são tratados por autoclavagem.

Quanto à situação da disposição final destes resíduos, o levantamento revelou os


resultados apresentados a seguir e caracterizados no Gráfico 5.1-2

 01,0% vão para aterro industrial;


 34,8% vão para aterro sanitário;
 16,4% vão para aterro controlado;
 0,5% vão para valas sépticas;e
 47,3% vão para lixão.

GRÁFICO 5.1-1: TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS EM PORTOS,


AEROPORTOS E FRONTEIRAS.
FONTE: ANVISA

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 361
Agosto, 2013 – Rev.00
GRÁFICO 5.1-2: DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NOS
MUNICÍPIOS ONDE SE LOCALIZAM OS PORTOS, AEROPORTOS E FRONTEIRAS.
FONTE: ANVISA

5.2. CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DE TRANSPORTE

5.2.1. GENERALIDADES

Os dados sobre a caracterização gravimétrica dos RST são inexistentes e não


poderia ser diferente, face à diversidade de origens e de tipos de resíduos,
conforme detalhado a seguir.

Como origens, é evidente que as principais delas são os terminais, sejam eles
rodoviários, ferroviários, aquaviário ou aeroviários. Porém, analisando-se um
pouco mais detidamente, vê-se que cada um destes terminais possui as mais
diversificadas instalações, onde cada uma delas é uma origem de resíduos, em si.

De uma forma geral, terminais de passageiros contam com instalações que vão
desde os serviços de atendimento aos passageiros e serviços públicos (como
policiamento e alfândega), passando por agências bancárias, bares, cantinas e
restaurantes e lojas dos mais diferentes tipos, até as facilidades de infraestrutura
(como água, esgoto e energia elétrica), sem falar nas instalações necessárias à
manutenção predial.

Entretanto, além dos terminais, os próprios veículos de transporte, sejam eles


automóveis, ônibus, embarcações ou aeronaves, quando atingem o final de sua
vida útil se transformam em resíduos, devendo ser descartados adequadamente.

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Por outro lado, as movimentações de cargas, tanto as realizadas nos terminais de
carga, como aquelas relativas ao transporte da carga em si, são eventuais origens
de resíduos, caso ocorra algum acidente.

Desnecessário dizer que os resíduos de acidentes podem ser das mais variadas
naturezas, desde simples quedas de produtos inertes perecíveis até vazamentos
de líquidos de alta periculosidade.

Por fim, não se pode deixar de mencionar que carregamentos de animais, plantas
e até mesmo de carne se caracterizam como resíduos perigosos devido ao risco
de transmissão de doenças ou de pragas para o homem e para a agropecuária.

Em relação aos tipos de resíduos gerados nos terminais de transporte, pode-se


afirmar que são bastante variados, porém, de uma maneira geral, constituem-se
de:

 restos de comida (incluindo preparo de alimentos e restos de serviço de bordo);

 produtos químicos, como materiais de limpeza e de higiene;

 metais;

 óleos, materiais contaminados com óleos e águas condensadas contaminadas;

 águas de lastro;

 papel e papelão;

 vidros;

 plásticos e embalagens plásticas;

 lâmpadas fluorescentes;

 pilhas e baterias;

 resíduos de operações de manutenção como estopas, papéis, serragem e


panos;

 desperdícios nos processos de carga e descarga de grãos;

 acondicionamento de cargas e limpezas;

 materiais de escritórios.

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Como se pode ver, grande parte destes resíduos é reciclável, sendo
recomendável que se estimule a segregação dos mesmos no próprio
terminal, seja ele de carga ou de passageiros.

A este respeito, a FETRANSPORTES - Federação das Empresas de Transporte


do Estado do Espírito Santo lançou uma cartilha de gestão de resíduos de
transportes que fornece a seguinte caracterização para os resíduos de terminais
rodoviários:

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QUADRO 5.2-1: CARACTERIZAÇÃO PARA OS RESÍDUOS DE TERMINAIS RODOVIÁRIOS

CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE RESÍDUO ACONDICIONAMENTO ESTOCAGEM DISPOSIÇÃO / RESPONSABILIDADE
NBR 10004

Lâmpadas fluorescentes Empresas licenciadas para destinação


01 Classe I Caixa de madeira Área de contenção de resíduos contaminados e
(vapor de mercúrio / vapor de sódio) reciclagem

Toalhas industriais contaminadas


02 Classe I Tambores Galpão coberto Lavagem por Empresa Licenciada
com óleos e graxas

03 EPI’s inservíveis Classe I Tambores Área de contenção Aterro Industrial

04 Pilhas e baterias elétricas inservíveis Classe I Lixeiras apropriadas e exclusivas Almoxarifados Devolução para o fabricante

05 Cartucho e tonner Classe II A Caixas de papelão ou madeira Almoxarifados Reciclagem

06 Baterias chumbo-ácido inservíveis Classe I Caixas de papelão ou madeira Galpão coberto Devolução para o fabricante

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Devolução para o fabricante ou
07 Pneus inservíveis Classe I Granel Depósito fechado empresa licenciada para reciclagem /
reaproveitamento

Embalagens e tambores vazios


contaminados com óleos, graxas, Tambores de material
08 Classe I Área de contenção Aterro Industrial
tintas, resinas, cera, massa plástica e contaminados
catalisadores

Resíduos e sobras de eletrodos de


09 Classe II B Caçambas de sucata Área de contenção Aterro Industrial
solda

Lama contaminada com óleos,


Caçamba de material
10 combustível e graxas, resultante das Classe I Área de contenção Aterro Industrial
contaminado
caixas separadoras

Resíduos contaminados com óleos e


graxas provenientes do uso do kit de Caçambas de material
11 Classe I Área de contenção Aterro Industrial
emergência e da simulação de contaminadas
emergência

Óleos hidráulicos, lubrificantes


Tanque de armazenamento de Empresas licenciadas para reciclagem
12 saturados e efluentes contaminados Classe I Área de contenção
oleosos e caixas de contenção / reaproveitamento
com óleos e graxas

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Tanque de armazenamento de
13 Fluído de freio saturado Classe I Área de contenção Aterro Industrial
oleosos

Tanque de armazenamento de
14 Líquido de arrefecimento saturado Classe I Área de contenção Aterro Industrial
oleosos

Caçambas de sucata metálica


15 Resíduos de sinistros Classe II B Área de contenção Aterro Industrial
e/ou caçambas de entulhos

16 Fita de impressão Classe II B Caixas de papelão ou madeira Sala do RA Reciclagem

17 Lixo orgânico Classe II B Caçambas de resíduos orgânicos Área de contenção Aterro Sanitário

18 Resíduos da limpeza da fossa / filtro Classe II B Caixas de fossa / filtro Área de contenção Aterro Industrial

19 Papel carbono Classe II B Não aplica Área de contenção Aterro Sanitário

Resíduos de embalagens (plástico,


20 Classe II B Caçambas de coleta seletiva Área de contenção Reciclagem
papel, vidro e metal)

21 Equipamentos de limpeza inservíveis Classe II B Caçambas de resíduos orgânicos Área de contenção Aterro Sanitário

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Resíduos inservíveis contaminados
(lixas, flexível extensão para
calibração de pneus, boina de
polimento, esponjas, espátula,
22 Classe I Caçambas Área de contenção Aterro Industrial
protetor de roda, bicos de encher
pneus, discos abrasivos, lâmpadas
incandescentes, escova, sucatas,
etc...)

Resíduos contaminados com


produtos químicos (estopas, fita Caçambas de material
23 Classe I Área de contenção Aterro Industrial
colante, jornais, plástico, restos de contaminado
tinta, etc...)

Embalagens contendo sobras de Caçambas de material


24 Classe II B Área de contenção Aterro Industrial
resina endurecida contaminado

Embalagens vazias de componentes


e restos de resíduos provenientes do
25 Classe II B Caçambas de Classe II Área de contenção Aterro Industrial
processo de manutenção (madeira,
espuma e isopor)

26 Embalagens de detergentes Classe II B Caçambas de coleta seletiva Área de contenção Reciclagem

Lacres de segurança confeccionados


27 Classe II B Caçambas de coleta seletiva Área de contenção Reciclagem
em plástico

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Empresas licenciadas para reciclagem
28 Óleo comestível saturado Classe I Caixas de contenção Próximo ao restaurante
/ reaproveitamento

Solventes contaminados com tintas e Caçambas de material


29 Classe I Área de contenção Aterro Industrial
primer contaminado

30 Restos de demolição e de construção Classe II B Caçambas para entulhos Próximo da obra Aterro de Inertes

Empresas licenciadas para reciclagem


31 Resíduos de borracha Classe II B Tambores Área de contenção
/ reaproveitamento

32 Lixo Eletrônico Classe II B Não aplica Área de contenção Aterro Industrial

Classe I /
Caçambas de material
33 Resíduos de resinas e fibras de vidro Área de contenção Aterro Industrial
contaminado
Classe II B

Telefones (fixos e móveis) e restos de


34 Classe II B Não aplica Área de contenção Aterro Industrial
fios de telefonia

Filtros de ar e óleo para motores de Caçambas de material


35 Classe I Área de contenção Aterro Industrial
veículos contaminado

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36 Filtros de papel e de tecido Classe II B Não aplica Área de contenção Aterro Industrial

Componentes contaminados com Caçambas de material


37 Classe I Área de contenção Aterro Industrial
óleos e graxas contaminado

Resíduos inservíveis (vidro, plásticos,


38 Classe II B Caçambas de Classe II Área de contenção Reciclagem
borracha e metais e materiais mistos)

FONTE: FETRANSPORTES - FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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Por outro lado, nos terminais sujeitos à inspeção sanitária, como os terminais
internacionais e os terminais que recebam RST provenientes de áreas endêmicas
ou epidêmicas, a segregação na fonte, além de ter o cunho de controle
sanitário, tem também o cunho econômico, a exemplo do que se demonstrou
para a segregação na fonte dos resíduos de serviços de saúde, já que o
tratamento dos resíduos biológicos é muito mais caro que o do lixo domiciliar (ver
Volume 2- Diagnóstico dos Resíduos Sólidos- Tomo I- RSS).

5.2.2. CLASSIFICAÇÃO CONAMA

Segundo o Anexo I da Resolução CONAMA 05/1993, os RST são classificados


em:

 Grupo A: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio


ambiente devido à presença de agentes biológicos.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros: sangue e hemoderivados; animais


usados em experimentação, bem como materiais que tenham entrado em
contato com os mesmos; excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios de
cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas, filtros de gases aspirados
de área contaminada; resíduos avindos de isolamentos; restos alimentares de
unidade de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clínicas; resíduos
de unidades de internação e de enfermaria e animais mortos a bordo dos
meios de transporte, objetos desta Resolução.

 Grupo B: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio


ambiente devido às suas características químicas.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros:

 drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados;


 resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados
ou não utilizados); e,
 demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR
10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

 Grupo C: rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais


radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios
de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo
Resolução CNEN 6.05.

 Grupo D: resíduos comuns: são todos os demais que não se enquadram nos
grupos escritos anteriormente.

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Observe-se que esta classificação, ainda vigente, deve ser revisada, tendo em
vista que é anterior à publicação das normas CONAMA n° 358/2005 e ANVISA
n° 306/2004, que redefiniram a classificação dos resíduos de serviços de
saúde.

Observe-se ainda que o Regulamento Técnico de Boas Práticas Sanitárias no


Gerenciamento de Resíduos Sólidos, estabelecido pela Resolução ANVISA n°
56/2008, já leva em consideração a alteração feita, gerando um aparente
conflito com a norma do CONAMA.

Além disto, o citado Regulamento, em seu Art. 50, estabelece como boa
prática operacional a segregação na fonte, a fim de facilitar a reciclagem,
reutilização, redução e disposição final dos resíduos.

Nota: A Resolução nº 05/1993 está sendo revisada por um grupo de trabalho da


Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos
(CTSSAGR) do CONAMA, encarregada pelo desenvolvimento, exame e relatoria
desta matéria ao Plenário, uma vez que tem entre suas áreas de atuação o
estabelecimento de normas de coleta e disposição de lixo, para o controle das
atividades de saneamento básico. O grupo de trabalho desta câmara técnica
deverá apresentar propostas de revisão desta resolução, com embasamento
técnico e, preferencialmente, elevado grau de consenso, e enviá-las à CTSSAGR.
As reuniões relativas a esta revisão estão sendo realizadas com a participação do
Ministério do Meio Ambiente (MMA) (interessado), Ministério da Saúde (MS)
(coordenação do GT), CNT (relatoria), conselheiros do CONAMA, setores
envolvidos e profissionais que atuam na área.

5.3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE TRANSPORTES

Conforme demonstrado no tópico anterior, a maior parte dos Resíduos de


Transportes, até bem pouco tempo fazia parte do grupo de Resíduos Sólidos
Urbanos, sendo que as empresas operadoras dos terminais estavam
enquadradas na categoria de Grandes Geradores.

Por esta razão os dados específicos relativos à geração de cada um dos grupos
destes resíduos são praticamente inexistentes, restringindo-se a eventuais
informações sobre o tratamento de resíduos biológicos em portos e aeroportos.

Nos itens a seguir serão apresentadas as informações disponíveis, assim como


se procura estabelecer uma base de dados para futuras atualizações do Plano
Estadual.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 372
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5.3.1. RESÍDUOS DE TRANSPORTES TERRESTRES

Com o intuito de obter dados quantitativos relativos ao gerenciamento de resíduos


em terminais terrestres, rodoviários e ferroviários, foi estabelecido contato com a
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Contudo, a referida agência ainda não atua na consolidação dos dados sobre a
gestão de resíduos em terminais rodoviários e ferroviários, sendo que estas
informações podem, eventualmente, estar disponíveis em bases de
concessionárias e empresas que gerenciam estes terminais.

Considerando-se a enorme quantidade de terminais rodoviários e ferroviários


existentes – e de diferentes portes –, tendo em vista que cada município possui,
pelo menos, um terminal rodoviário, a obtenção de dados sobre o gerenciamento
de resíduos nestas instalações tornou-se bastante complexa, principalmente por
causa de sua interface com os resíduos sólidos urbanos e com os resíduos de
Grandes Geradores.

Nesse contexto, recomenda-se que, no processo de licenciamento ambiental


destas unidades, seja incorporado um formulário a ser preenchido pelas
concessionárias dos terminais, a fim de reverter o quadro de escassez de
informações sobre resíduos sólidos de terminais rodoviários e ferroviários, a
exemplo do que está sendo feito para o Sistema Nacional de Informações sobre a
Geração de Resíduos Sólidos (SINIR), instrumento da Política Nacional de
Resíduos Sólidos.

5.3.1.1. TRANSPORTE RODOVIÁRIO

O Estado do Rio de Janeiro, a exemplo do que ocorre em grande parte do país, é


bem provido de rodovias, conforme se pode ver na Figura 5.3-1, apresentada na
página a seguir. Entretanto, como já se frisou neste relatório, os dados relativos à
geração de resíduos sólidos são inexistentes, apesar de as principais rodovias
serem operadas por empresas particulares, passíveis de serem
enquadradas na figura de Grande Gerador.

Destas rodovias, as mais importantes são:

 BR 040 - Rod. Rio - Juiz de Fora

 Trecho administrado: Rio de Janeiro a Juiz de Fora;


 Concessionária: CONCER;
 Municípios abrangidos: Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Petrópolis, Areal,
Três Rios e Comendador Levy Gasparian.

 BR 101 - Ponte Rio - Niterói

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 373
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 Trecho administrado: Rio de Janeiro a Niterói;
 Concessionária: Ponte S.A.;
 Municípios abrangidos: Rio de Janeiro e Niterói.

 BR 116 - Rod. Pres. Dutra

 Trecho administrado: Rio de Janeiro a São Paulo;


 Concessionária: CCR Nova Dutra;
 Municípios abrangidos: Itatiaia, Resende, Porto Real, Barra Mansa, Volta
Redonda, Piraí, Paracambi, Seropédica, Queimados, Nova Iguaçu,
Mesquita, Belford Roxo, Nilópolis, São João de Meriti, Duque de Caxias e
Rio de Janeiro.

 BR 116 - Rodovia Santos Dumont

 Trecho administrado: Rio de Janeiro a Além Paraíba;


 Concessionária: CRT;
 Municípios abrangidos: Duque de Caxias, Magé, Guapimirim, Teresópolis,
São José do Vale do Rio Preto e Sapucaia.

 BR 356 - Belo Horizonte - São João da Barra

 Trecho administrado: Divisa dos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro;


 Órgão responsável: 7º DRF/DNER;
 Municípios abrangidos: Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira e Campos.

 BR 393 - Barra Mansa - Cachoeiro do Itapemirim

 Trecho administrado: Divisa do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas


Gerais;
 Órgão responsável: 7º DRF/DNER;
 Municípios abrangidos: Bom Jesus de Itabapoana, Itaperuna, São José de
Ubá e Santo Antonio de Pádua.

 BR 393 - Além Paraíba - Volta Redonda

 Trecho administrado: Além Paraíba - Volta Redonda;


 Concessionária: Rodovia do Aço;
 Municípios abrangidos: Sapucaia, Três Rios, Paraíba do Sul, Vassouras,
Barra do Piraí, Volta Redonda e Barra Mansa.

 RJ 124 - Via Lagos

 Trecho administrado: Rio Bonito a São Pedro da Aldeia;


 Concessionária: Vialagos - (24) 665-6565;
 Municípios abrangidos: Rio Bonito, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da
Aldeia.

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FIGURA 5.3-1: M APA RODOVIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FONTE: DNIT 2011

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É intuitivo que um Estado bem servido de rodovias, como o Rio de Janeiro, tem
pelo menos um terminal rodoviário em cada município. Assim, presumivelmente,
existem mais de 100 terminais rodoviários no Estado do Rio de Janeiro, tendo em
vista que o Município do Rio de Janeiro, sozinho, possui 1 terminal interestadual,
4 terminais intermunicipais e mais de 15 terminais municipais.

Uma das principais operadoras de terminais de transporte brasileiros, a


SOCICAM, opera em três grandes terminais fluminenses, a saber: Terminal
Vereador Nilton Barboza, em Angra dos Reis (onde também opera o terminal de
passageiros do aeroporto); Terminal Roberto Silveira, em Niterói; e a Rodoviária
Novo Rio, no Rio de Janeiro.

Segundo informações obtidas junto à administração da operadora, a gestão dos


resíduos sólidos gerados em seus terminais abrange os seguintes aspectos:

Responsabilidade pela Coleta:

 80% dos terminais a coleta é realizada pelos órgãos municipais de limpeza


urbana;
 20% por empresas privadas através de contrato.

Frequência da Coleta:

 Coleta diária em 65% das unidades;


 E de 2 a 3 vezes por semana em 35% dos terminais.

Coleta Seletiva:

 50 % dos terminais administrados pela SOCICAM realizam a segregação


dos resíduos antes do descarte final.

Armazenamento:

 90% dos terminais utilizam sacos de lixo com capacidade de 100L;


 Já 10% armazenam os resíduos em contêineres.

Especificamente para a Rodoviária Novo Rio, a SOCICAM vem desenvolvendo,


desde 2008, um Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em parceria
com uma instituição privada.

Dentro deste Programa já foram realizadas as seguintes ações:

 Diagnóstico e avaliação da situação atual em abril/2008;

 Desenvolvimento dos procedimentos operacionais para PGRS;

 Desenvolvimento do Manual de Manejo e Fluxo dos Resíduos;

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 Desenvolvimento do Manual de Treinamento e Capacitação dos colaboradores;

 Desenvolvimento dos procedimentos para comercialização dos resíduos


potencialmente recicláveis;

 Desenvolvimento e distribuição do material informativo;

O PGRS entrou em operação no ano de 2009 e os recursos advindos do manejo


adequado dos resíduos sólidos são revertidos na implantação de melhorias para o
Terminal e seu entorno. Porém, não há informações a respeito das quantidades
de resíduos geradas e suas respectivas tipologias.

Ainda segundo a SOCICAM, existem alguns pontos que merecem a atenção do


Governo do Estado:

 Falta de estrutura nos pequenos municípios;

 O órgão municipal de limpeza urbana não comporta o volume de resíduos


gerados pelo Terminal;

 Falta de Programa de Coleta Seletiva nos municípios;

 Carência de empresas privadas especializadas em coleta de resíduos sólidos;

 Ausência de Cooperativas de Catadores;

 Ausência de programas de conscientização dos usuários, tendo em vista


que os usuários não são sensibilizados pelos problemas ambientais originados
através do descarte incorreto dos resíduos.

Assim, recomenda-se que a SEA atue em parceria com as operadoras de


terminais de transportes, desenvolvendo e distribuindo material informativo
sobre a importância do manejo adequado dos resíduos sólidos, não só em
relação á reciclagem, mas, principalmente, com respeito à redução da quantidade
de lixo gerada.

No que concerne ao transporte de cargas perigosas, a Lei 10.233, de 5 de junho


de 2001, ao promover uma reestruturação no setor federal de transporte,
estabeleceu, em seu artigo 22, inciso VII, que compete à Agência Nacional de
Transportes Terrestres - ANTT regulamentar o transporte de cargas e produtos
perigosos em rodovias e ferrovias.

O regulamento brasileiro do transporte rodoviário de produtos perigosos baseia-se


nas recomendações emanadas pelo Comitê de Peritos em Transporte de
Produtos Perigosos das Nações Unidas, que são atualizadas periodicamente, e
publicadas no Regulamento Modelo conhecido como ”Orange Book”, bem como
no Acordo Europeu para o Transporte Rodoviário.

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O transporte rodoviário, por via pública, de produtos que sejam perigosos, por
representarem risco para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para
o meio ambiente, é submetido às regras e aos procedimentos estabelecidos pelo
Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, Resolução
ANTT nº 3665/11 e alterações, complementado pelas instruções aprovadas pela
Resolução ANTT nº 420/04 e suas alterações, sem prejuízo do disposto nas
normas específicas de cada produto.

Os documentos citados especificam exigências detalhadas aplicáveis ao


transporte rodoviário de produtos perigosos, estabelecendo prescrições referentes
à classificação do produto, marcação e rotulagem das embalagens, sinalização
das unidades de transporte, documentação exigida entre outras.

A Resolução ANTT 420/04 foi resultado da análise da equipe técnica da ANTT,


tendo como parâmetro as recomendações internacionalmente praticadas, bem
como as contribuições encaminhadas pelos agentes envolvidos em toda a cadeia
dessa atividade, quando da submissão do texto da referida resolução a processos
de Audiência Pública.

Em paralelo, o INEA, com base no Decreto 42.159, de 2 de dezembro de 2009, é


o responsável por conceder as licenças ambientais às empresas que quiserem
efetuar o transporte de cargas perigosas no Estado do Rio de Janeiro.

O INEA também está desenvolvendo meios mais rigorosos de fiscalizar o


transporte de cargas perigosas já que o translado rodoviário de materiais nocivos,
que corresponde a pelo menos 2% do transporte pesado no país, ainda é feito em
condições inadequadas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do
Transporte.

A Gerência de Risco Ambiental do INEA acredita que nas operações de


fiscalização em rodovias estaduais, realizadas em conjunto com a Polícia
Rodoviária Federal, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e as
concessionárias envolvidas, cerca de 80% dos veículos que transportam esse tipo
de carga apresentam alguma irregularidade.

Especificamente no Município do Rio de Janeiro, a FETRANSPOR – Federação


das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro criou
o Centro de Serviços Ambientais, que é uma iniciativa voltada para o atendimento
interno de suas empresas e sindicatos filiados e tem como objetivo o
aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de
transporte de seus afiliados.

Na busca da melhoria do desempenho ambiental, a FETRANSPOR irá atuar,


principalmente, nos processos, práticas, instalações nas garagens de ônibus e
controle de todos os tipos de poluição existente e gerada pelo setor.

Segundo informações da Federação, o Centro de Serviços Ambientais


disponibilizará 26 serviços distintos, com implantação organizada em curto, médio
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e longo prazos. Com relação ao gerenciamento de resíduos, os seguintes
programas fazem parte desta iniciativa:

 Programa de gestão e destinação de pneus usados: A FETRANSPOR


coordenará, em parceria com seus sindicatos, um programa estadual de gestão
e destinação final de pneus usados em todo o Estado do Rio de Janeiro.

 Programa de gestão e destinação de óleo lubrificante usado: A FETRANSPOR


coordenará, em parceria com seus sindicatos, um programa estadual de gestão
e destinação final de óleo lubrificante usado em todo o Estado do Rio de
Janeiro.

 Programa de reciclagem de baterias usadas: que visa retirar todas as baterias


inservíveis do setor de transporte dando correta destinação às mesmas.

 Consultoria para implementação de programas de reciclagem, coleta seletiva e


destinação final de resíduos sólidos: Este serviço visa à orientação e
consultoria especializada para a correta implementação de programas de
coleta seletiva, reciclagem e destinação final de resíduos sólidos.

 Assessoria quanto aos aspectos de tancagem e filtragem de óleo diesel: Este


serviço visa orientar a empresa operadora quantos aos requisitos técnicos e
legais associados ao armazenamento, filtragem e abastecimento de óleo
diesel, bem como os aspectos de limpeza, segurança, manutenção e validade
dos tanques existentes.

 Normalização técnica e especificação de processos, equipamentos e


instalações, visando ao atendimento dos requisitos legais de adequação de
instalações, equipamentos e procedimentos relacionados ao atendimento das
legislações ambientais vigentes. A FETRANSPOR estabelecerá diretrizes e
relacionará as especificações mínimas necessárias ao cumprimento dos
referidos dispositivos legais. A intenção é fornecer consultoria às empresas
associadas para orientação sobre os requisitos legais dentro das
especificações e normalizações técnicas adequadas.

Tendo em vista que a FETRANSPOR congrega dez sindicatos de empresas de


ônibus responsáveis por transporte urbano, interurbano e de turismo e
fretamento que, por sua vez, reúnem 192 empresas de transporte coletivo e 19 de
fretamento e turismo, respondendo por 81% do transporte público regular no
Estado do Rio de Janeiro, recomenda-se que a SEA faça uma parceria com
esta Federação, no sentido de reduzir a geração de resíduos e otimizar a
gestão dos rejeitos.

Em termos de transporte coletivo de passageiros, o Estado do Rio de Janeiro


possui uma frota de 19 mil ônibus, com média de idade de 5,5 anos,
transportando estimativamente 9,6 milhões de passageiros por dia (5,3 milhões
pagantes e 4,3 milhões com acesso livre - idosos, estudantes, portadores de
deficiência) em 2.336 linhas, entre o transporte municipal e o intermunicipal.
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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 379
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Apesar desta grande frota de ônibus, apenas 3 empresas fazem transporte
internacional de passageiros partindo do Rio de Janeiro: Pluma Internacional,
Empresa de Transportes Andorinha e Crucero del Norte, sendo que apenas a BR
116 - Rodovia Presidente Dutra é utilizada para os destinos percorridos pelas
companhias.

As companhias e suas respectivas linhas estão apresentadas no Quadro 5.3-1 a


seguir:

QUADRO 5.3-1: COMPANHIAS E SUAS RESPECTIVAS LINHAS

COMPANHIA DESTINO

Argentina (Buenos Aires)

Pluma Internacional

Paraguai (Asunción)

Argentina (Buenos Aires)

Paraguai (Asunción)

Crucero del Norte

Chile (Santiago)

Peru (Lima)

Empresa de Transportes Andorinha Bolívia (Puerto Soarez)

Cabe ressaltar que os ônibus da Pluma Internacional que fazem o trajeto Rio de
Janeiro - Buenos Aires fazem baldeação em Foz de Iguaçu tanto no trajeto de ida
quanto na volta.

Com relação à limpeza dos ônibus e quantidade de resíduos gerado em cada


trecho, as companhias informaram, por telefone, que há limpeza regular dos
ônibus durante as paradas regulares, onde são recolhidos os resíduos, porém,
não há nenhuma orientação especial quanto a higienização dos ônibus antes de
entrar no país e nem ao entrar no Estado do Rio de Janeiro.

Além disso, ao chegar ao Terminal Novo Rio, os ônibus são recolhidos às


respectivas garagens onde são limpos, não ficando nenhum resíduo na

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 380
Agosto, 2013 – Rev.00
rodoviária, que só é responsável pela limpeza dos terminais com relação aos
resíduos dos passageiros antes de embarcar e depois de desembarcarem.

Nenhuma das empresas consultadas possuía dados sobre as quantidades de


resíduos geradas.

Cabe frisar que, pelas normas brasileiras e internacionais, os resíduos sólidos


gerados nos veículos de transporte devem estar acondicionados adequadamente
e separados de acordo com a classificação, devendo ser recolhidos diariamente
para instalações dos terminais rodoviários e ferroviários que devem ter
capacidade de armazenamento de até 48 horas.

Outro aspecto relevante a ser observado é que os veículos terrestres de


transporte coletivo internacional devem comprovar o descarte antes de
passarem pela fronteira, o que isenta o Estado do Rio de Janeiro dos riscos de
contaminação associados ao lixo internacional.

Por fim, pela sua quantidade e frequência de ocorrência, os veículos em fim de


vida e os pneus merecem destaque nos resíduos de transportes terrestres, motivo
pelo qual faz-se uma breve análise destes problemas ambientais nos tópicos a
seguir.

Observe-se, entretanto, que estes dois assuntos serão motivo de estudos mais
aprofundados quando o Plano Estadual de Resíduos Sólidos tratar da Logística
Reversa.

a) Veículos em Fim de Vida - VFV

Segundo dados da Confederação Nacional de Transportes - CNT, o setor de


transportes abrange mais de 70 mil empresas, 1,9 milhão de caminhoneiros e
taxistas e 3 milhões de empregos. Assim, o setor movimenta a riqueza do país e
sendo responsável por 15% do produto interno bruto (PIB) brasileiro.

O cruzamento de informações da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico


da Engenharia (FDTE) com dados do Sindicato Nacional da Indústria de
Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS) e do Departamento
Nacional de Trânsito (DENATRAN) indica que há cerca de 9 milhões de carros e
400 mil caminhões sucateados pelo país.

A maioria dos veículos pode ser encontrada nos pátios das seguradoras ou dos
departamentos de trânsito estaduais, que, depois de acidentes ou apreensões,
não têm destinação para os carros.

Esse volume deve continuar tendo aumento em igual proporção à da indústria


automobilística, que, em 2009, produziu 3,076 milhões de carros de passeio,
comerciais leves, caminhões e ônibus, segundo dados da Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 381
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A previsão da FDTE é que, em cinco anos, o total de veículos sucateados no
país chegue a 12,3 milhões de unidades.

O Brasil ainda não possui uma política de gerenciamento de veículos em fim de


vida, acumulando problemas semelhantes aos que outros países, como Espanha,
Argentina e México, tinham antes da adoção de leis relacionadas à reciclagem de
veículos.

No cenário nacional, 16 milhões de veículos têm tempo de fabricação superior a


quinze anos, e veículos velhos ou fora de uso resultam em prejuízos ambientais,
a exemplo da emissão excessiva de gases de efeito estufa, além de estimular o
crime organizado para a venda de peças e a superlotação de pátios dos
departamentos de trânsito.

A CNT considera que a renovação da frota nacional forneceria inúmeros materiais


para a reciclagem de novos veículos. O Centro de Experimentação e Segurança
Viária (CESVI Brasil) estima que a troca dos 16 milhões de veículos leves antigos
por modelos mais novos e menos poluentes forneceriam 80 milhões de pneus e 8
milhões de t de aço recicláveis.

A inspeção veicular ambiental, similar à praticada em São Paulo, aliada à


inspeção técnica de segurança, é indicada pela CNT como ferramenta útil à
caracterização dos veículos em final de vida.

Os passos seguintes seriam a criação de postos de coleta e tratamento de


veículos e a concessão de incentivos fiscais para a aquisição de veículo novo,
sendo que todas estas etapas carecem do amparo de legislação específica.

No posto de tratamento, o veículo passaria pela remoção e pelo tratamento dos


fluidos (óleo, líquido de arrefecimento e outros), pela desmontagem, pelo
armazenamento de peças a serem reutilizadas e pela reutilização de peças em
perfeitas condições.

Segundo a CNT, a formulação de políticas ambientais e mecanismos que


permitam a comprovação oficial da renda dos autônomos, a criação da conta-frete
(em regulamentação na ANTT) e do Procaminhoneiro (financiamento do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES) deve favorecer o
acesso ao crédito para a renovação da frota antiga e poluente e a eliminação
progressiva dos ferros-velhos.

No Estado do Rio de Janeiro só se tem notícias de trabalho neste sentido através


das ações da COMLURB. Esta Companhia, após receber liberação das carcaças
de veículos por meio de documentação escrita da Polícia Federal, procede à sua
remoção, levando o veículo usado para suas instalações do Caju.

Neste grande pátio, as carcaças ficam armazenadas até representarem um


volume significativo, quando então são leiloadas em leilão público.

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b) Pneus

São muitos os problemas ambientais gerados pela destinação inadequada dos


pneus.

Se deixados em ambiente aberto, sujeito a chuvas, os pneus acumulam água,


servindo como local para a proliferação de mosquitos.

Se encaminhados para aterros de lixo convencionais, provocam “ocos” na massa


de resíduos, provocando a instabilidade do aterro.

Se destinados em unidades de incineração, a queima da borracha gera enormes


quantidades de material particulado e gases tóxicos, necessitando de um sistema
de tratamento dos gases extremamente eficiente e caro.

Por todas estas razões, o descarte de pneus é hoje um dos problemas ambientais
mais graves, pela ausência, até agora, de uma destinação realmente eficaz para
os pneus usados.

Nos Estados Unidos, onde o consumo de pneus é um pouco superior a um pneu


por habitante/ano (trezentos milhões de pneus / ano), o destino mais comumente
utilizado é a queima dos mesmos em usinas termoelétricas. Mesmo assim, pelas
dificuldades de processo, limita-se a não mais que 5% dos pneus usados.

Isto se dá, por exemplo, com a queima de 4,5 milhões de pneus/ano na Usina de
Modesto - Califórnia, que gera 15 megawatts, usados em 14 mil residências e
também na usina de Sterling - Connecticut que queima 10 milhões de pneus/ano,
com geração de 30 megawatts a um custo operacional igual ao dobro do custo
das usinas movidas a carvão e cujo investimento alcançou 100 milhões de
dólares.

Portanto, infere-se que cerca de 95% dos pneus descartados nos EUA não têm
destinação alguma, constituindo-se em gravíssimo problema ambiental e
transformando-se em objeto de incentivos fiscais para quem os utilize.

No Brasil os dados apontaram uma produção de mais de 62 milhões de pneus em


2012.

As destinações mais comuns no Brasil tem sido a queima a céu aberto (para a
extração dos arames de aço), o lançamento em terrenos baldios e lixões (que é
um dos principais veículos de proliferação do mosquito da dengue) e o descarte
em aterros municipais (que não estão preparados para receber este tipo de
resíduo).

Vê-se assim, que grande parte dos pneus produzidos no Brasil ainda continua
sem uma destinação adequada, transformando-se em um desafio para todas as
empresas que administram um sistema de limpeza urbana.

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A par dos problemas ambientais, há que se observar o desperdício da matéria-
prima utilizada na fabricação dos pneus. Considerada a produção de 2012 e
admitida uma proporção de 70% de pneus para veículos leves e 30% para
caminhões e ônibus, este desperdício significa uma perda de:

 450.000 toneladas de borracha;


 138.500 toneladas de arame de aço;
 100.000 toneladas de cordonéis de nylon.

No Estado do Rio de Janeiro, a responsabilidade da adequada gestão dos pneus


inservíveis cabe à Reciclanip, empresa criada pela Associação Nacional dos
Fabricantes de Pneumáticos especificamente para efetuar a reciclagem e o
aproveitamento dos pneus velhos.

Segundo informações desta empresa, no Estado do Rio de Janeiro são


processadas cerca de 800 toneladas por mês de pneus inservíveis.

Estes pneus são recolhidos em 31 pontos conveniados espalhados pelo Estado


do Rio de Janeiro e direcionados para uma Usina de Trituração em Nova Iguaçu.
Posteriormente, o resíduo triturado é encaminhado à cimenteira da Lafarge, no
município de Cantagalo, onde são queimados em fornos de clínquer.

Os caminhões utilizados comportam, em média, 13 toneladas quando cheios e o


custo de logística reversa para a Reciclanip atinge a média de R$ 300,00/t para o
transporte e correta disposição no Brasil.

5.3.1.2. TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Comparativamente com o restante do país, o Estado do Rio de Janeiro é bem


provido de ferrovias, conforme se pode ver na Figura 4.1.2.1, apresentada na
página a seguir. Entretanto, também para este tipo de transporte os dados
relativos à geração de resíduos sólidos são inexistentes, apesar de as principais
ferrovias serem operadas por empresas particulares, passíveis de serem
enquadradas na figura de Grande Gerador.

Como se pode observar, as principais ferrovias que cortam o Estado são: EF-045;
EF-103; EF-105; EF-222; EF-354; EF-460; EF-463; EF-472; EF-473 e EF-474,
cabendo ressaltar que nenhuma delas faz percursos internacionais.

Porém, segundo o Plano Nacional de Viação, há a previsão da interligação a EF


354 – Ferrovia Transcontinental, de 4.400 km, ligando o Porto do Açu em São
João da Barra ao Peru.

O traçado planejado desta ferrovia prevê sua construção, a partir de São João da
Barra, partindo do Litoral Norte Fluminense e passando por Muriaé, Ipatinga e

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Paracatu, em Minas Gerais; por Brasília, no Distrito Federal, por Uruaçu, em
Goiás; por Cocalinho, Água Boa e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso; Vilhena
e Porto Velho, em Rondônia; e Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre, até chegar
à localidade de Boqueirão da Esperança, na fronteira Brasil-Peru, conforme
apresentado na Figura 5.3-2. Esta ferrovia é conhecida como Ferrovia da
Integração Centro-Oeste - FICO e, segundo informações da VALEC, deverá estar
concluída em 2017.

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FIGURA 5.3-2: M APA FERROVIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
FONTE: MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO 2012.

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FIGURA 5.3-3: FERROVIA DE INTEGRAÇÃO DO CENTRO-OESTE.
FONTE: MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO 2012

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Entretanto, cabe salientar que, após o programa de privatização do Governo
Federal, todas as linhas privatizadas da malha sudeste, o que inclui todo o Estado
do Rio de Janeiro, passaram a fazer exclusivamente o transporte de cargas, em
especial o transporte de minérios, extinguindo de vez com o transporte de
passageiros.

Atualmente, o transporte fluminense de passageiros só subsistiu na área urbana


do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense, operado pela Supervia.

Esta empresa foi a única a apresentar um Plano de Gestão Ambiental, concluído


em julho de 2011, mas não fornece elementos significativos ligados ao setor de
Resíduos Sólidos.

Dentre as ações preconizadas pelo Plano de Gestão Ambiental estão:

* Ações Corretivas nas Estações

Realizar adequações nas estações com ampliação da quantidade de recipientes


para as demandas do dia a dia nos ramais ferroviários e preparação de locais
adequados para a deposição temporária até o recolhimento pela COMLURB. O
lixo atualmente é recolhido e acondicionado em sacos plásticos e depositado
temporariamente em locais não apropriados.

* Ações Corretivas nas Linhas

Atualmente o lixo doméstico lançado de forma irregular na linha do trem é


recolhido pela Supervia e destinado para descarte. No entanto, durante as
vistorias realizadas ao longo da via férrea pela Auditoria Ambiental verificou-se a
existência de inúmeras áreas com acúmulo de resíduos sólidos, notadamente
junto a viadutos e passarelas que cruzam a linha férrea. A Supervia irá adotar
procedimentos, além das ações de educação ambiental e comunicação social,
para evitar estes lançamentos, e se não for efetivo, coletar os resíduos
periodicamente colocando-os em áreas de armazenamento provisório adequadas
possibilitando posterior coleta pelas empresas de limpeza.

* Monitoramento

O monitoramento da situação dos resíduos sólidos urbanos será realizado


periodicamente a cada semana. Adicionalmente, cada responsável de área deve
relatar imediatamente qualquer situação de desconformidade porventura
observada.

Além destes programas, a Supervia também implementou um Programa de


Gerenciamento de Óleos e Graxas e um Programa de Gerenciamento de PCB's,
onde o primeiro propõe medidas para a operação adequada e o monitoramento
das condições de coleta e descarte de óleos e graxas e o segundo previa a
substituição e descarte dos dois últimos transformadores a base de óleo ascarel
até o final do 1º semestre de 2012.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 388
Agosto, 2013 – Rev.00
Ao lado destes programas de cunho interno, a Supervia tem convênios e acordos
com entidades estatais e paraestatais visando a redução, ou mesmo a eliminação
do lançamento clandestino de lixo urbano na malha ferroviária, em especial
próximo às estações de passageiros e junto às comunidades lindeiras à faixa de
domínio.

Com a identificação, pela Supervia, dos locais de lançamento clandestino de lixo


na faixa de domínio, estão previstas as seguintes providências:

* Caracterização da situação de coleta de lixo nas regiões próximas aos pontos


de lançamento;

* Análise de alternativas de solução para atendimento de coleta de lixo junto às


comunidades próximas aos pontos de lançamento;

* Adoção da(s) alternativa(s) mais viável(is);

* Educação ambiental e comunicação social integrada às soluções selecionadas.

Articulação institucional deste programa está sob a responsabilidade das


seguintes instituições: Secretaria de Estado de Transportes - SETRANS,
Supervia, COMLURB e Prefeituras Municipais da Baixada Fluminense.

Ainda em termos de transporte de passageiros, não se pode deixar de citar o trem


metropolitano da cidade do Rio de Janeiro.

Inaugurado em 1979, iniciou suas operações transportando cerca de 60 mil


passageiros por dia e, atualmente, é o segundo metrô mais movimentado em
número de usuários no país, transportando diariamente cerca de 640 000
passageiros.

Com 35 estações distribuídas em duas linhas, também é o terceiro mais extenso,


possuindo uma malha total de 40,9 km, perdendo apenas para o
sistema paulistano (de 74,3 km) e para o sistema brasiliense, que possui
42,38 km.

Quanto ao gerenciamento de resíduos sólidos, a empresa possui um sistema


bastante eficiente, com permanente limpeza dos carros nas estações finais e com
quantidade suficiente de papeleiras dispostas em locais visíveis para o usuário.

Porém, não há dados disponíveis sobre o volume de lixo gerado diariamente.

Ratificando a boa gestão de resíduos sólidos, a empresa celebrou, no ano


passado, uma parceria com o Ministério do Meio Ambiente e com a empresa
Descarte Certo para implantar, na Estação Carioca, um posto de coleta de lixo
eletroeletrônico.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 389
Agosto, 2013 – Rev.00
O posto de coleta receberá, sempre das 06:00 às 18:00 horas, TV's, monitores,
computadores, acessórios, notebooks, videocassetes, aparelhos de som,
câmeras fotográficas, filmadoras, telefones, celulares, eletrodomésticos, cabos,
fitas, CD's e DVD's.

Todo o material recolhido será enviado para centrais de manufatura reversa.


Inicialmente, serão reaproveitados todos os materiais que possam retornar ao
processo produtivo, reduzindo a necessidade de se extrair mais recursos naturais.
O que não puder ser reaproveitado será descartado com segurança, em lugares
próprios, preparados e autorizados para tal.

De acordo com a empresa parceira, pelo menos 500 milhões de produtos


encontram-se sem uso na casa dos brasileiros, que, agora, têm como descartar
corretamente esses aparelhos.

5.3.1.3. TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Algumas regulamentações pertinentes à proteção ao meio ambiente e ao controle


da poluição ambiental em corpos hídricos surgiram por demanda da Marinha do
Brasil, da ANVISA, do CONAMA ou por influência internacional da Convenção
Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL).

No entanto, com relação aos resíduos sólidos gerados por transportes


aquaviários, ainda hoje há dúvidas e pouca integração entre estas
entidades, as quais, embora atuem sob distintas responsabilidades, têm por
propósito a adequação de serviços e a satisfação dos clientes quanto à garantia
do transporte seguro de pessoas e cargas, sem danos ambientais e impactos à
saúde humana.

No intuito de aprimorar algumas ferramentas disponíveis para o planejamento,


acompanhamento e a avaliação dos programas de transportes, o Ministério dos
Transportes, em parceria com o Centro de Formação de Recursos Humanos em
Transportes da Universidade de Brasília, buscou desenvolver uma metodologia
baseada em um conjunto de indicadores de monitoramento dos serviços de
transportes no país.

No entanto, nenhum indicador foi proposto para identificar aspectos específicos


dos resíduos sólidos gerados pelos sistemas de transportes, tais como os tipos e
a quantidade de resíduos sólidos gerados dia a dia, parâmetros estes que são de
extrema relevância para o controle dos impactos ambientais, uma vez que o
descarte, o armazenamento, o acondicionamento, o tratamento e a destinação
destes resíduos podem interferir diretamente nos quesitos operacionais do modal
em análise.

Quanto às normas internacionais, a Convenção sobre a Responsabilidade Civil


em Danos Causados por Poluição por Óleo, realizada em Bruxelas, em 1969,

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 390
Agosto, 2013 – Rev.00
teve o intuito de estabelecer o limite de responsabilidade civil por danos a
terceiros advindos de derramamentos de óleo no mar, excluindo-se os derivados
claros (gasolina, óleo diesel e querosene). Esta convenção foi promulgada no
Brasil pelo Decreto nº 79.437/1977 e regulamentada pelo Decreto nº 83.540/1979.

A Convenção sobre a Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de


Resíduos e Outras Materiais, realizada em 1972 na cidade de Londres, foi
internalizada no país pelo Decreto nº 87.566/1982. Esta convenção objetivou
promover o controle individual e coletivo de todas as fontes de contaminação do
meio marinho e o comprometimento especial em relação à adoção de medidas
possíveis para impedir a contaminação pelo alijamento de resíduos e outras
substâncias perigosas à saúde humana, que possam prejudicar os recursos
biológicos e a vida marinha e/ou danificar as condições naturais marítimas.

A Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS)


foi adotada internacionalmente em 1974, porém, só no ano de 1982 é que
promulgada no Brasil através do Decreto nº 87.186. Ela trata da segurança da
navegação, abordando equipamento de comunicação, aberturas de porão, portos
de refúgio.

A MARPOL foi adotada em Londres, em 1973, e alterada pelo Protocolo de 1978,


relativo a esta convenção. Seu texto estabelece regras para prevenção à poluição
por óleo, por substâncias nocivas transportadas em fardos, contêineres, tanques
portáteis ou vagões-tanque rodoviários e ferroviários. Foi promulgada pelo
Decreto nº 2.508/1998, com os seguintes anexos:

I − Regras para a prevenção da poluição por óleo;

II – Regras para o controle da poluição por substâncias líquidas nocivas a granel;

III − Regras para a prevenção da poluição causada por substâncias danosas


transportadas por mar sob a forma de embalagens;

IV − Regras para a prevenção da poluição causada por esgoto dos navios;

V − Regras para a prevenção da poluição causada pelo lixo dos navios; e

VI – Regras para a prevenção da poluição do ar causada por navios.

Antes da abordagem sobre resíduos sólidos, é fundamental lembrar que as


condições sanitárias são relevantes em uma embarcação, pois, somadas a outras
atividades, contribuem para a geração deste material.

As condições sanitárias em um navio dependem dos cuidados adotados com a


entrada, o armazenamento e o preparo dos alimentos, mas também incluem a
limpeza e as inspeções de todos os ambientes internos (individual e coletivo) com
água ou produtos químicos.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 391
Agosto, 2013 – Rev.00
Esses cuidados devem estar relacionados à preparação de alimentos, à
conservação e limpeza do navio (eliminação de vetores de doenças, facilidades
para lavagem de roupa da tripulação, inspeção de armários e compartimentos), à
execução de obras e serviços (segurança do pessoal, planejamento e fiscalização
das fainas e serviços, recebimento e controle de material perecível, aguada), bem
como ao treinamento e à capacitação da tripulação.

Nesse sentido, verifica-se que os possíveis resíduos gerados devem-se às


atividades de limpeza e conservação dos ambientes interno e externo, tais como
resíduos orgânicos (alimentos e sanitários), resíduos de serviço de saúde
(medicamentos, curativos), materiais recicláveis (embalagens de medicamentos),
resíduos provenientes de limpeza (produtos químicos e de controle de pragas) e
resíduos de manutenção referentes ao reparo de peças e de equipamentos
(materiais sujos com óleos, estopas, papelão, entre outros).

O gerenciamento de resíduos sólidos e efluentes líquidos nos portos brasileiros


ainda não atende totalmente às exigências legais, sendo que os portos brasileiros
estão em estágios distintos quanto à elaboração, aprovação e execução dos
planos de gerenciamento desses materiais, conforme informação da Secretaria
Especial de Portos - SEP.

O Programa de Conformidade Gerencial de Resíduos Sólidos e Efluentes dos


Portos, fruto de uma parceria da SEP com a UFRJ está sendo executado com a
participação de universidades federais e consultorias especializadas, em sintonia
com as administrações portuárias, para atender às particularidades de
gerenciamento de cada porto, com meta de se adequar os portos às novas regras
de conformidade até 2014.

A ideia dessa parceria é realizar a coleta seletiva e destinar os resíduos de uma


forma adequada para minimizar os impactos e aproveitar o potencial energético
destes. A legislação quanto ao tema é ampla e abrangente, porém os
instrumentos de gestão de resíduos nos portos ainda são falhos.

A falta de pesquisa aplicada, de capacitação de pessoal para tratar o assunto e


de uma atuação integrada dos órgãos envolvidos agrava a situação. Segundo a
SEP, estes fatores tornam a implementação deste programa de adequação para
os portos brasileiros algo urgente.

Atualmente, o sistema de transporte aquaviário no Brasil abrange uma costa de


8,5 mil quilômetros navegáveis, e o setor portuário movimenta cerca de
setecentos milhões de toneladas por ano de diversas mercadorias, respondendo
por mais de 90% das exportações de carga no país.

Nesse contexto, o litoral do Estado do Rio de Janeiro é o terceiro mais extenso do


país, com 635 km de extensão, e abriga, além de diversos estaleiros e terminais
privados, os portos e complexos logísticos descritos a seguir, que, em conjunto,
conferem uma notável vantagem competitiva à economia fluminense no cenário
nacional e favorecem a conexão com mercados internacionais.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 392
Agosto, 2013 – Rev.00
a) Porto do Rio

O Porto do Rio (Figura 5.3-4) é o quarto porto do país em termos de


movimentação de cargas internacionais, sendo responsável pela maior
arrecadação de ICMS do Estado, além de gerar 10.000 empregos diretos e
25.000 indiretos.

Mais de 50 % das cargas ali movimentadas têm origem ou destino em outros


estados, notadamente em Minas Gerais.

Quanto à movimentação de passageiros, o Porto do Rio é o primeiro do país no


que se refere a cruzeiros internacionais e o segundo em movimentação geral,
sendo considerado o "home port" nacional, poderoso atrativo para o setor
turístico brasileiro.

FIGURA 5.3-4: PORTO DO RIO DE JANEIRO


FONTE: WWW.TYBA.COM.BR

Tamanha importância levou o Estado do Rio de Janeiro a desenvolver com


outros parceiros públicos e privados um grande projeto de revitalização de seus
acessos, rodoviários, ferroviários e marítimos, denominado "Porto do Rio
Século XXI", que prevê, para os próximos quatro anos o aumento do volume de
carga portuária, de 8 para 12 milhões de toneladas por ano.

O projeto também contempla a integração do porto com a cidade, traduzindo


uma confluência de oportunidades com o projeto urbanístico da Prefeitura do
Rio de Janeiro de recuperação dos armazéns e dos bairros adjacentes ao
Porto.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 393
Agosto, 2013 – Rev.00
O Porto do Rio possui as seguintes características:

 Píer Mauá: que não está mais incluído como trecho de cais acostável do
Porto do Rio. Agora é um espaço do município, voltado para atividades
urbanas, onde se situará o Museu do Amanhã.

 Cais da Gamboa: que se inicia junto ao cais Mauá e se prolonga até o Canal
do Mangue, numa extensão de 3.150m, compreendendo 20 berços, com
profundidades que variam de 11 m a 5m. É atendido por 11 armazéns,
totalizando 60.000m², além disso, uma área de 16.000 m² de pátios serve
para armazenagem a céu aberto.

 Cais de São Cristóvão: com 6 berços distribuídos em 1.525m e


profundidades variando de 7m a 10m. Possui armazéns, sendo um para
produtos siderúrgicos e outro, temporário, para granéis sólidos, cimento e
outros, perfazendo 12.000 m², e uma área de pátios descobertos com
23.000 m².

 Cais do Caju (Terminal Roll-on-Roll-off): que possui 1.001 m de cais, mas


apenas 1 berço em operação com 180m. As instalações de armazenagem
são constituídas de três armazéns, com área total de 21.000m², e de
69.200m² de pátios descobertos.

 Terminais de Contêineres: existem dois terminais de contêineres, ambos


arrendados; o Libra Rio (T1) e o Multirio (T2), que compreendem um cais
de 1.060 m, com 4 berços (2 de cada terminal) e profundidades de 15 m e
retroárea total de 324.000 m².

O Porto do Rio de Janeiro padronizou os procedimentos de autorização


relacionados à retirada de resíduos sólidos de embarcações, de acordo com o
seguinte embasamento legal:

Decreto nº 6759/2009 – Regulamento Aduaneiro – RFB.


DZ.1311.R-4 – INEA.
IN nº 36/2006 - VIGIAGRO.
RDC nº 6437/1997 - ANVISA.
RDC nº 345/2003.
RDC nº 56/2008.
RDC nº 72/2009.

Deverão ser preenchidos os seguintes relatórios para qualquer movimentação


desses resíduos:

- Formulário Integrado de Autorização para Retirada e Saída de Resíduos


Sólidos de Embarcações no Porto do Rio de Janeiro;

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- Declaração para Operação de Retirada e Saída de Resíduos Sólidos de
Interesse Fitozoossanitário de Embarcações no Porto do Rio de Janeiro;

- Declaração para Operação de Retirada e Saída de Resíduos Sólidos de


Interesse Sanitário de Embarcações no Porto do Rio de Janeiro.

b) Complexo Portuário e Industrial do Açu

Localizado no município de São João da Barra, o Complexo Portuário e Industrial


do Açu é um dos maiores investimentos do Brasil no setor portuário.

Próximo aos campos de petróleo offshore das bacias de Campos e do Espírito


Santo e com fácil acesso para as regiões mais desenvolvidas do Brasil, o Açu
servirá de centro logístico para as regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.

O Porto do Açu terá seis píeres para movimentação de granéis e quatro para
movimentação de carga geral e embarcações de apoio às atividades offshore.

Com profundidade de 18,5 metros, o Açu permitirá a atracação de navios


Capesize com capacidade de até 220.000 toneladas, assim como a nova geração
dos navios superconteineiros com capacidade de até 11.000 TEUs (contêiner
padrão de 6,0m de comprimento).

O Superporto do Açu é composto por dois conjuntos de terminais que juntos


totalizam 17 quilômetros de cais: TX1, correspondente aos terminais off-shore, e
TX2, terminal onshore desenvolvido no entorno do canal interno de navegação,
com 6,5 km de extensão, 13 mil metros de cais, 300 metros de largura e até 18
metros de profundidade.

O Superporto do Açu também possui retroárea de 7.800 hectares, projetada para


abrigar um inovador polo industrial de grande capacidade, que incluirá um
terminal para minério de ferro, plantas de pelotização, usinas termoelétricas, um
complexo siderúrgico e um polo metal-mecânico.

O empreendimento também engloba centros de distribuição e consolidação de


cargas, instalações para embarcações de apoio às atividades offshore e clusters
para processamento de rochas ornamentais.

c) Complexo Portuário e Industrial de Itaguaí

O Porto de Itaguaí, inicialmente denominado Porto de Sepetiba, é um porto


localizado na cidade de Itaguaí, na Costa Verde.

Inaugurado no dia 7 de maio de 1982, trata-se de um dos maiores e mais


modernos portos da América Latina. Projetado para ser o primeiro hub port do
Atlântico Sul, ele movimenta contêineres, granéis sólidos e minérios.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 395
Agosto, 2013 – Rev.00
Seu futuro é promissor através de sua expansão com um terminal conjunto de
Gerdau, Petrobras e CSN, um terminal da LLX e um estaleiro de submarinos,
além do desenvolvimento de toda a retroárea com atividades industriais
intimamente ligadas à vocação do complexo.

O cais de uso público do Porto de Itaguaí está dividido em trechos arrendados:

 Pátio de Uso Múltiplo: com área pavimentada de 200.000 m² e armazéns


cobertos para consolidação de carga e produtos siderúrgicos, dotado de três
berços de atracação, sendo um deles descontínuo, sobre dolfins, todos com
270 m de comprimento e 14,5 m de profundidade.

 Píer de Carvão: com 540 m de comprimento, 39,25 m de largura, dotado de


dois berços de atracação em cada face e profundidade de 15 m, no lado sul,
e 12 m, na face norte. Dispõe de condições para receber, simultaneamente,
dois navios de 90.000 TPB e dois navios de 45.000 TPB.

 Píer de Minério (de ferro): Dotado de berço de atracação descontínuo, sobre


dolfins, medindo 320 m de comprimento, para atracação de navios com
capacidade de até 280.000 TPB.

 Terminal de Alumina: Desativado (em processo de nova licitação para outras


cargas).

 Pátios de Carvão: cinco pátios descobertos, utilizados para estocagem de


carvão metalúrgico e coque, somando 177.000 m² de área e capacidade
estática de 750.000 t.

 Pátios de Minério: Área disponível de 400.000 m² para novo Terminal de


Minério (em processo de estudo para licitação, com berço independente a
ser construído).

d) Complexo Logístico e Industrial da Barra do Furado

A região da Barra do Furado encontra-se em uma posição geográfica privilegiada


em relação às principais plataformas da Bacia de Campos, responsáveis por 82%
do petróleo do país.

O Complexo Logístico e Industrial da Barra do Furado busca fixar no Estado do


Rio de Janeiro divisas oriundas da atividade naval, petrolífera e pesqueira,
possibilitando, assim, fazer da região uma área mais estratégica para a instalação
de empresas e indústrias ligadas a essas atividades.

O projeto se inicia com a dragagem do Canal das Flexas, localizado na divisa


entre os municípios de Quissamã e Campos dos Goytacazes, permitindo o tráfego
de embarcações de maior calado. A profundidade atingirá 9 m na embocadura e
7m no interior do canal. Será dragado o necessário para estabelecer uma bacia
de evolução para navios de até 150 m de comprimento.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 396
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O projeto também conta com um sistema de sand by pass, que permitirá que o
canal fique continuamente navegável, transpassando os sedimentos,
possibilitando, inclusive, um retorno do equilíbrio natural do transporte de areia ao
longo da praia.

e) Porto do Forno

O Porto está situado na Enseada dos Anjos, município de Arraial do Cabo. Suas
instalações compreendem um cais comercial com 200 m de comprimento e um
cais de 100 m, sobre 3 dolfins, para atracação de petroleiros, ambos com
profundidade de 12 m. Dispõe de dois pátios de estocagem descobertos, com
área total de 22.000 m², de pátio para estocagem numa área portuária total de
76.000 m².

f) Porto de Angra dos Reis

Este porto é constituído por um cais acostável em forma de píer, com 400 m de
comprimento e uma bacia de evolução com 320 m de largura, dispondo de dois
berços de atracação com profundidade de 10 m e capacidade para receber navios
de até 29.000 TPB.

Ele dispõe também de três armazéns para carga geral com 5.475 m², uma área
de 150.000 m² de pátio a céu aberto, para depósito de carga geral e produtos
siderúrgicos, e um silo vertical, para trigo, com 11.000 t de capacidade estática.

g) Porto de Niterói

O complexo portuário de Niterói conta com dois terminais arrendados: o Terminal


I, com 140 m de cais, com calado de 7,5 m e uma área de 11.330 m² e o Terminal
II, com 290 m de cais, com calado de 7,5 m e uma área de 15.730 m².

O porto tem como principal objetivo atender demandas do pré-sal e, em um futuro


próximo, do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (COMPERJ).

H) Portos Secos

A seguir, tabela com os Portos Secos localizados nos Estado do Rio de Janeiro:

QUADRO 5.3-2: PORTOS SECOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DRF/Nova Iguaçu Transportes Marítimos e Multimodais São Geraldo Ltda

DRF/Volta Redonda Terminal Logístico do Vale do Paraíba

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ALF/Porto do Rio de janeiro Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda.

FONTE: RECEITA FEDERAL

Como dito anteriormente, o diagnóstico detalhado dos portos fluminenses está


sendo realizado através de convênio entre a Secretaria Especial de Portos e a
UFRJ, encontrando-se em fase final de elaboração.

Por esta razão, os dados e informações atinentes não foram liberados para
serem incluídos neste relatório.

Entretanto, as pesquisas realizadas junto às entidades consultadas permitem


que se apresente um quadro sinótico onde se procura identificar as causas dos
problemas encontrados com relação à gestão dos resíduos sólidos nos portos
nacionais.

QUADRO 5.3-3: CAUSAS DOS PROBLEMAS ENCONTRADOS COM RELAÇÃO À GESTÃO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS NOS PORTOS NACIONAIS

GRUPO DE PROBLEMAS ESTRUTURAIS PROBLEMAS DIVERSOS


RESÍDUOS

Dificuldade no controle da destinação dos


resíduos por falta de recursos humanos e
técnicos.

Existência de poucas empresas de coleta


Realização de procedimentos impróprios de
A desses resíduos.
coleta nas embarcações da Marinha

Identificação de condições impróprias para


acondicionamento, armazenamento, transporte,
bem como de tratamento e destinação
insuficientes de resíduos

Falta de incentivo para realização da


Identificação de condições impróprias para segregação de resíduos na fonte.
acondicionamento, armazenamento, transporte,
bem como de tratamento e destinação
insuficientes de resíduos. Falta de integração entre instituições
BeD envolvidas.

Ausência de procedimentos e controle


inadequados para o gerenciamento de resíduos Diversidade do arcabouço legal.
nos portos.

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GRUPO DE PROBLEMAS ESTRUTURAIS PROBLEMAS DIVERSOS
RESÍDUOS

Falta de organização sobre a gestão dos


resíduos sólidos pertinentes ao procedimento
Ausência de segregação na fonte geradora. adequado, sistema de controle e registro por
tipo de resíduos gerados, destinação específica
para cada resíduo.

Tipos de resíduos identificados com problemas


Existência insuficiente de equipamentos de operacionais: borra oleosa, mistura oleosa,
proteção individual (EPI’s) pilhas e baterias com metais pesados,
lâmpadas fluorescentes.

Identificação de condições impróprias para


acondicionamento, armazenamento, transporte,
bem como de tratamento e destinação
insuficientes de resíduos. Realização de procedimentos impróprios de
coleta nas embarcações da Marinha

Existência de poucas empresas de coleta


desses resíduos
E

Falta de garantia sobre o tratamento e o destino


adequados para os resíduos gerados Falta de ações mitigadoras de impactos
ambientais: acúmulo de sucatas, pneus e
entulho, cargas em perdimento (abandonadas,
Falta de conhecimento dos agentes geradores apreendidas).
de resíduos

Identificação de condições impróprias para


acondicionamento, armazenamento, transporte,
bem como de tratamento e destinação
insuficientes de resíduos

Especiais ---
Existência de poucas empresas de coleta
desses resíduos

Falta de conhecimento dos agentes geradores


de resíduos

De um modo geral, foi possível observar que a gestão de resíduos sólidos


apresenta falhas operacionais, gerenciais e normativas, causadas pela falta de:

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 399
Agosto, 2013 – Rev.00
 equipe habilitada para gerenciar e operacionalizar as ações de controle
sanitário em portos;
 definição sobre o quanto e como cada entidade é responsável pelos resíduos
sólidos gerados nos portos;
 procedimentos que estabeleçam o registro de documentos e práticas
operacionais adequados;
 articulação entre as instituições envolvidas e destas com as empresas
prestadoras de serviços em zonas portuárias; e
 conhecimento em pesquisa de técnicas viáveis de tratamento e destinação
adequada para cada grupo de resíduo gerado.

Por este conjunto de razões, seria recomendável que a SEA/INEA analisassem


a viabilidade de atuar como interveniente no processo de gerenciamento de
resíduos sólidos nos portos fluminenses, procurando: eliminar as
superposições de responsabilidades; unificar a legislação estadual
estabelecendo padrões operacionais; promover a capacitação técnica das
equipes (tanto das operadoras, quanto das instituições governamentais); e
incentivar a implantação de centros de Tratamento e Disposição Final de
Resíduos em locais próximos aos portos e atracadouros.

Levantamento realizado junto à ANTAQ indicou que esta instituição não possui
dados quantitativos de resíduos sólidos relativos aos portos do Rio de Janeiro.
Assim, serão apresentados os dados do Porto de Santos para que, quando se
dispuser de dados locais, se possa efetuar uma comparação entre os mesmos.

Os dados de Santos estão resumidos no Quadro 5.3-3 a seguir.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 400
Agosto, 2013 – Rev.00
QUADRO 5.3.3: RESÍDUOS DE MAIOR VOLUME GERADOS NO
PORTO DE SANTOS (PRIMEIRO SEMESTRE DE 2010)
Resíduos sólidos Peso(Kg) Peso(L)
Borra oleosa 8.970,0
Embalagens de Tintas
Embalagens de prod. Químicos
Efluente contaminado 1.196.000,0
Mix de resíduos 121.784,4 5.830,0
Resíduo oleoso
Resíduos de derramamento
Solo contaminado
Solventes Contaminados 1.026.595,0 140.184,0
Classe I Sólidos orgânicos contaminados 2.380,0
Pigs
Produto químico contaminado 56.920,0
Lâmpadas 25,0
Cartuchos de impressoras/ tonners
Outros( especificar): panos 60,8
EPIs contaminados 10,8
Mistura de óleos 2.470,0 10.300,0
Óleo lubrificante 41.038,6
Tambor vazio danificado
Subtotal classe I 1.219.216,0 1.393.352,6
Papel/ papelão 36.401,6
Papel 8.772,5
Papelão 266,5
Plástico 66.569,2
Classe IIA e IIB- PET 86,0
recicláveis Metal 1.816,0
Sucata 313.563,8
Tambores vazios danificados
Vidro 164,8
Subtotal recicláveis 429.885,4
Sólidos orgânicos/ varrição 2.348.712,8
Varrição 16.670,0
Madeiras 9.803,0
Classe IIA e IIB- Têxtil
recicláveis Lixo Orgânico 38.018,0 100,0
Lixo Orgânico/iodo 32.460,0
Lixo comercial 448.499,0
Subtotal outros 2.905.507,8 100,0
Resíduos de construção civil 1.491.543,7
Pilhas e Baterias
Classe IIA e IIB- Resíduos eletrônicos
especiais Pneus
Resíduos Hospitalares 60,8
Subtotal especiais 1.491.604,5
Total Geral 6.032.573,6 1.393.452,6
FONTE: DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE
TRANSPORTES AÉREOS E AQUAVIÁRIOS- IPEA, 2012

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5.3.1.4. TRANSPORTE AÉREO

O serviço de transporte aéreo no país é administrado pela INFRAERO, uma


empresa pública sediada em Brasília e vinculada à Secretaria de Aviação Civil da
Presidência da República.

Em relação à gestão dos resíduos nos aeroportos, a situação é bem mais


satisfatória, existindo um sistema de controle executado pela INFRAERO e as
administradoras dos aeroportos que são informadas pelas companhias aéreas.

A organização é maior através da fiscalização da ANVISA e da VIGIAGRO que


exigem um controle do manejo dos resíduos sólidos pelas empresas coletoras, de
transporte e destino final, das companhias aéreas de passageiros e cargas e da
INFRAERO.

Embora não sejam informadas as quantidades, é possível se obter informações a


respeito do total de resíduos gerados, da data de implantação dos planos de
gerenciamento, do número de incineradores e autoclaves em funcionamento, de
pilhas e baterias coletadas anualmente em unidades ou peso e outras.

Prestes a completar 40 anos, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária


(Infraero) é a principal responsável pela implantação, administração, operação e
exploração industrial e comercial de aeroportos brasileiros.

Com uma rede de 66 aeroportos, 69 grupamentos de navegação aérea (GNA) e


34 terminais de carga, a INFRAERO realiza um trabalho essencial para o
crescimento econômico do Brasil, contribuindo para a integração nacional em prol
do desenvolvimento sustentável.

Somente em 2011, a rede contabilizou 2,9 milhões de pousos e decolagens de


aeronaves nacionais e estrangeiras, transportando 179,9 milhões de pessoas. No
mesmo período, os terminais de logística processaram a soma recorde de mais
de 1,17 milhão de toneladas de carga.

A Política de Gestão de Resíduos desenvolvida pela INFRAERO busca conciliar


controle sanitário e proteção ao meio ambiente, por meio da adoção de
alternativas tecnológicas que permitam o tratamento adequado dos resíduos
sólidos e a redução dos custos operacionais.

Para planejar melhor as ações de coleta e destinação de resíduos sólidos, em


2011 a INFRAERO deu início a um levantamento para agregar, em um único
banco de dados, informações dos últimos dez anos sobre o gerenciamento de
resíduos nos aeroportos.

A ideia é trabalhar com os dados de forma estatística, definindo um indicador


mais preciso da quantidade de resíduo gerada por passageiro em cada aeroporto.
Esse estudo vai contribuir para planejar melhor as ações de coleta – por exemplo,

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Agosto, 2013 – Rev.00
a definição do número ideal de contêineres para absorver o lixo – e também para
o estabelecimento de metas capazes de reduzir a geração de resíduos sólidos.

O próximo passo será disponibilizar em rede uma ferramenta de gerenciamento


desses resíduos que possa ser alimentada e consultada periodicamente pelas
superintendências regionais da INFRAERO em todo o País.

A gestão de resíduos sólidos é uma atividade que integra o escopo de ações


ambientais da INFRAERO há vários anos. Os primeiros planos de gerenciamento
de resíduos nas unidades aeroportuárias foram contratados entre 2000 e 2003.

Com o lançamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, a


Empresa iniciou a revisão dos planos de gerenciamento de resíduos de todos os
aeroportos. Muitos deles já estavam alinhados às recomendações da nova
legislação, em vários aspectos, apresentando inclusive orientações específicas
para o tratamento de resíduos com alto risco de contaminação.

A prática da coleta seletiva tem-se expandido nos aeroportos da rede. Além de


reduzir o material destinado aos aterros sanitários, a Empresa contribui para
geração de emprego e renda, por meio de contratos com cooperativas de
catadores.

Os cinco aeroportos do Estado do Rio de Janeiro são administrados pela


Superintendência Regional do Rio de Janeiro e têm a seguinte localização:

 Aeroporto Bartolomeu Lisandro - Campos dos Goytacazes;

 Aeroporto de Macaé - Macaé;

 Aeroporto Santos Dumont - Rio de Janeiro;

 Aeroporto de Jacarepaguá - Rio de Janeiro;

 Aeroporto Antonio Carlos Jobim (Galeão) - Rio de Janeiro;

Nestes aeroportos ainda não existem ações específicas com respeito á gestão
dos resíduos sólidos. O material fornecido pela Infraero (Relatório Ambiental de
2011) não fornece maiores informações a respeito da gestão de resíduos nos
aeroportos do Estado. Pesquisas bibliográficas realizadas na Internet também não
geraram nenhum retorno positivo sobre o assunto. Em São Paulo e no Paraná, a
INFRAERO já desenvolve programas de segregação na fonte, que são resumidos
a seguir.

O modelo de gestão de resíduos recicláveis adotado no Aeroporto de Congonhas


teve início em 2010, com a coleta seletiva solidária nas áreas administrativas,
salas de embarque e desembarque, corredores e áreas de circulação do público
em geral.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 403
Agosto, 2013 – Rev.00
Agora, a Coordenação de Meio Ambiente já expandiu a gestão de resíduos
recicláveis para os concessionários que atuam no Terminal de Passageiros –
lojas, restaurantes, lanchonetes, escritórios e outros – e também para as
companhias aéreas.

Congonhas é o primeiro aeroporto da rede a desencadear um processo de coleta


seletiva a bordo das aeronaves. As companhias aéreas estão desenvolvendo
campanhas de conscientização dos passageiros, especialmente dos vôos mais
longos.

A INFRAERO oferece todo o aparato necessário para a separação do lixo. Em


doze pontos estratégicos do aeroporto, estão dispostos contêineres específicos
para resíduos recicláveis e não recicláveis.

Também foram distribuídas cartilhas orientando os concessionários sobre a forma


adequada de armazenar os resíduos para facilitar a identificação: recicláveis em
sacos transparentes e não recicláveis em sacos pretos.

A coleta seletiva solidária em Congonhas possui ainda um caráter social, pois os


resíduos recicláveis são encaminhados a cooperativas de catadores conveniadas
com a Infraero. Semanalmente, o total recolhido fica em torno de uma a duas
toneladas de lixo.

No Aeroporto Internacional de Curitiba – Afonso Pena, existe, há oito anos, um


trabalho de gestão de resíduos sólidos que visa o aproveitamento da fração
orgânica do lixo.

Desde 2010, mensalmente são recolhidas, na praça de alimentação, 10 toneladas


de resíduos orgânico que antes eram descartadas e, agora, são encaminhadas
para compostagem fora do aeroporto.

As lixeiras coloridas e identificadas, assim como a comunicação visual em placas


indicativas, levam os passageiros e visitantes a destinar corretamente os
resíduos.

Porém, todo este trabalho é fruto da mobilização da classe aeroportuária que são
capacitadas desde o momento de sua contratação.

No intervalo dos cursos de capacitação obrigatória, a Coordenação de Meio


Ambiente do Aeroporto de Curitiba transmite orientações sobre coleta seletiva,
destinação correta de resíduos, importância da reciclagem.

A partir da educação ambiental, os funcionários sentem-se motivados a colaborar


e passam a divulgar na comunidade as ações desenvolvidas no Afonso Pena.

Hoje os resíduos são recolhidos por uma empresa que faz a triagem e trabalha
em parceria com a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Unida, em
São José dos Pinhais, alternativa encontrada para o repasse, aos catadores, do

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 404
Agosto, 2013 – Rev.00
dinheiro arrecadado com os resíduos, uma vez que a Associação Unida não
dispõe de galpão para separação do lixo.

Segundo informações da INFRAERO em seu documento interno, datado de 2011,


"Resíduos Sólidos Gerados por Aeroporto", os aeroportos do Rio de Janeiro
geraram as quantidades de resíduos apresentadas no Quadro 5.3-4, a seguir.

QUADRO 5.3-4: RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NA SUPERINTENDÊNCIA


REGIONAL DO RIO DE JANEIRO DA INFRAERO (2011).

FONTE: INFRAERO, 2011.

Da observação do quadro anterior, vê-se que os dados de resíduos sólidos


coletados variam de acordo com o porte dos aeroportos, do sistema de controle e
gerenciamento dos resíduos sólidos e da implantação / atualização do PGRS.

No caso da regional do Rio de Janeiro, constata-se que o Aeroporto Internacional


do Galeão é aquele que gera e coleta mais resíduos sólidos, comparativamente
com os demais desta regional.

Seu PGRS é de 2006. Observa-se que não foram encontrados registros para o
percentual de resíduos como pneus, óleos lubrificantes/combustíveis, embalagens
de óleos lubrificantes/combustíveis, filtros de óleo/combustível, trapo e estopa
contaminados com óleos e graxas, cartuchos e tonners de impressão, além dos
eletroeletrônicos.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 405
Agosto, 2013 – Rev.00
Isto é, neste caso, é possível que haja duas situações: a primeira é não saber ao
certo se estes materiais são gerados e não contabilizados (mais provável); a
segunda é se não há geração destes no referido aeroporto.

Com relação ao tratamento e à disposição final, observou-se que todos os


aeroportos que separam os resíduos sólidos em diversos tipos de materiais não
abordam sobre o encaminhamento para tratamento e disposição final.

No caso dos resíduos de serviços de saúde, fica evidente que quando há


incineradores e autoclaves, os RSS são tratados nestes equipamentos. Porém,
não se sabe exatamente quanto cada equipamento trata, pois não há
detalhamento destes dados.

Por um lado, quando há apenas um dos equipamentos (autoclave ou incinerador)


operando e existe registro de dados para resíduos infectantes, conclui-se o valor,
em média, tratado pelo equipamento.

Por outro lado, quando há dois equipamentos similares, não se sabe com
precisão a capacidade de tratamento de cada um.

Quando o aeroporto realiza a segregação dos resíduos sólidos recicláveis e há


cooperativas de coleta, esses materiais são encaminhados para estas
organizações, como é o caso dos aeroportos de Galeão e Jacarepaguá.

Por fim, cabe comentar que se acredita que haverá uma busca crescente por
serviços aéreos devido a alguns fatores, tais como:

 o preço das passagens aéreas se tornou mais acessível em relação aos anos
anteriores;
 o número de empresas que realiza este transporte se diversificou, aumentando
a concorrência; e
 em 2014, será o ano da Copa Mundial de Futebol no país, o qual, certamente,
intensificará a movimentação de aeronaves, passageiros e cargas,
notadamente no Estado do Rio de Janeiro que sediará o jogo final.

Tais fatores contribuem para o aumento da demanda por aeroportos e,


consequentemente, implicam no aumento da geração de resíduos sólidos.

5.3.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar dos esforços da FETRANSPOR em ter uma programação ambiental


(Programa Ambiental FETRANSP-PAF), nem a FETRANSPOR e nem a Agência
Nacional dos Transportes Terrestres – ANTT dispõem de dados quantitativos e
qualitativos sobre a geração de resíduos nos terminais rodoviários e ferroviários.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 406
Agosto, 2013 – Rev.00
Da mesma forma, a ANVISA também não dispõe destes dados consolidados em
uma base ou sistema único.

Os responsáveis pelo fornecimento destas informações são as empresas que


operam os terminais e que devem elaborar os planos de gerenciamento dos
resíduos sólidos, mas a Resolução 05/1993 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente – CONAMA não determina que os dados dos programas de
gerenciamento sejam consolidados em uma única base. Para dar cumprimento ao
disposto na legislação, a Gerência-Geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras da
Anvisa exigiu das administradoras, por intermédio das Coordenações de
Vigilância Sanitária, localizadas nas Unidades Federadas a apresentação do
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) para serem submetidos à
análise e aprovação.

Com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, surgiu a necessidade de


informações mais precisas sobre a geração de resíduos sólidos em cada Estado.
Assim, um dos instrumentos da PNRS é o Sistema Nacional de Informações
Sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos – SINIR que tem como objetivo armazenar,
tratar e fornecer informações que apoiem as funções ou processos de uma
organização.

O SINIR é essencialmente composto de um subsistema formado por pessoas,


processos, informações e documentos, e um outro composto por equipamentos e
seu meios de comunicação e deve ser consolidado um mecanismo de
informações sobre as origens, volumes e destinos dos resíduos sólidos dos
terminais rodoviários, ferroviários, aquaviários e aéreos no Brasil.

Por outro lado, para os resíduos gerados em portos e aeroportos que utilizam o
sistema de Manifesto de Resíduos (DZ-1.310 - R7 do INEA), o INEA mantém um
registro das quantidades de resíduos gerados e enviados para destinação final.

Porém, como ainda não há uma obrigatoriedade de se utilizar a ferramenta de


manifesto “on-line”, algumas empresas ainda utilizam o formulário em papel,
dificultando a integração das informações.

Durante a elaboração deste relatório, constatou-se a falta de bases digitais que


consolidem dados relativos a aspectos de geração, armazenagem e
destinação (disposição final e reciclagem) de resíduos sólidos oriundos de
aeroportos e portos brasileiros sob administração federal.

Além disso, foi possível verificar graus diferenciados de organização e capacidade


de resposta, referentes à gestão de resíduos, das administrações dos aeroportos
e portos.

Este fato, por sua vez, refletiu-se em uma baixa resposta (quando considerado o
universo destes serviços) e uma elevada heterogeneidade na forma como estes
dados são coletados.

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Constatou-se, também, que a geração, o acondicionamento, o tratamento e a
disposição final de resíduos sólidos de transporte de resíduos sólidos está
diretamente ligada ao porte dos serviços de transporte.

Dessa forma, além das recomendações feitas ao longo do texto, apresentam-se


algumas recomendações para que haja controle efetivo dos resíduos sólidos nos
portos e aeroportos fluminenses:

 promover o treinamento das equipes de trabalho para o adequado manejo,


segundo as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), bem
como das normas da ANVISA, das resoluções do CONAMA e de outras
específicas;

 padronizar o formulário de preenchimento contendo informações sobre


geração, armazenagem, tratamento e destinação dos resíduos sólidos dos
serviços de transporte;

 elaborar e divulgar procedimentos diários para efetuar levantamento, registro e


arquivo de dados gerados;

 propor um período de adaptação para que os serviços de transporte adotem de


forma eficaz o gerenciamento dos resíduos sólidos;

 estabelecer parcerias com entidades de pesquisa e de cunho científico


para implantar estratégias de educação ambiental, visando à
sensibilização e mobilização socioambiental de funcionários, usuários e
comunidade no entorno dos serviços de transporte;

 definir claramente a responsabilidade de cada ator envolvido


(administradoras do aeroporto / porto, empresas de transporte aéreo,
concessionárias ou locatários) na gestão dos serviços de transporte segundo a
gestão compartilhada prevista na PNRS;

 elaborar e padronizar o uso de indicadores de controle ambiental, visando


avaliar o desempenho atingido ao longo do tempo, desde a implantação do
PGRS até seu aprimoramento anual;

 prever recursos para o incentivo à contínua capacitação de pessoal,


visando melhorar os procedimentos adotados, incorporando-se novas
exigências legais, quanto aos aspectos ambientais, tanto para os
estabelecimentos que comercializam serviços em portos e aeroportos (livrarias,
farmácias, restaurantes, lanchonetes etc.) ou prestam atendimento (posto de
saúde e de fiscalização de recintos alfandegados), quanto para os funcionários
em geral das embarcações e aeronaves;

 divulgar, anualmente, os dados dos resíduos sólidos gerados os terminais de


transporte fluminenses;

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 estabelecer métodos de previsão para geração futura de resíduos, devido ao
aumento do tráfego aéreo e do transporte de carga, bem como procedimentos
a serem adotados para mitigar os impactos gerados nos terminais de
transporte, no que se refere à gestão de resíduos sólidos; e

 incentivar a adoção tecnologias voltadas para produção mais limpa (P+L),


iniciando com a minimização dos resíduos sólidos gerados por unidades
geradoras (embarcações e aeronaves, áreas portuárias e aéreas), integrando
com o reaproveitamento dos resíduos sólidos na própria unidade (se for
possível) e, em última instância, encaminhamento dos resíduos segregados
para reciclagem.

Os maiores desafios para os diversos sistemas de transporte são distintos, pois


cada unidade encontra-se em diferente estágio do gerenciamento de resíduos
sólidos e de implantação de procedimentos.

Quanto aos portos e aeroportos brasileiros, estes desafios são:

 implantação de medidas para redução de resíduos sólidos na fonte geradora;

 adequação das instalações para recepção, tratamento e destinação de


resíduos, segundo exigências da ANVISA, da ANTAQ e das regulamentações
estaduais;

 implantação de um sistema padrão (formulário ou planilha eletrônica) para


identificar e quantificar os resíduos sólidos e os passivos ambientais;

 identificação dos fornecedores conscientes das premissas estabelecidas pela


PNRS;

 estabelecimento de um sistema integrado entre o órgão de credenciamento, a


fiscalização das operações no porto e a equipe de controle da destinação
adequada;

 criação de um conselho gestor para discutir e planejar metas de redução; e

 estabelecimento de interação entre órgãos ambientais, legais e de pesquisa


científica, de modo a proporcionar mais qualidade ao gerenciamento dos
resíduos na zona portuária.

5.4. BIBLIOGRAFIA

ABRELPE, Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2011.

ANVISA - Gerência Geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras, Gestão de


Resíduos Sólidos em Portos, Aeroportos e Fronteiras - Relatório Final, 2002.
Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 409
Agosto, 2013 – Rev.00
ANVISA - 1º Workshop sobre Licenciamento Ambiental de Portos Marítimos - O
Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Portos - Apresentação, 2007.

Carvalho, J. A. & Teixeira, R. S. F., Doenças Emergentes: Uma Análise sobre a


Relação do Homem com o seu Ambiente, Revista Práxis - Ano I, n° 1, Janeiro
2009.

FETRANSPORTES, Gestão de Resíduos no Transporte, 2010.

Gonçalves, Lucely de Oliveira, Gestão de Resíduos Sólidos em Portos,


Aeroportos Brasileiros: Estratégias e Desafios, Associação Nacional dos Serviços
Municipais de Saneamento, 2004.

Governo do Espírito Santo, Plano Diretor de Resíduos Sólidos da Região


Metropolitana da Grande Vitória - Diagnóstico, 2009.

INFRAERO Aeroportos, Relatório Ambiental, 2011.

IPEA, Relatório de Pesquisa - Diagnóstico dos Resíduos Sólidos de Transportes


Aéreos e Aquaviários, 2012.

IPEA, Relatório de Pesquisa - Diagnóstico dos Resíduos Sólidos de Transportes


Terrestres (Rodoviários e Ferroviários), 2012.

Murta, A. L. S. et al, Gerenciamento de Resíduos Portuários pela Administração


Pública no Rio de Janeiro, Sustainable Business International Journal, Junho de
2012.

Sanches, Alexsandro, Gestão de Resíduos em Terminais Ferroviários - Ferrovia


Centro Atlântica, 2010.

SOCICAM - Gerenciamento de Resíduos Sólidos nos Terminais Rodoviários,


Julho 2010.

Supervia - Plano de Gestão Ambiental, Julho 2011.

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 410
Agosto, 2013 – Rev.00
ANEXO 1

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 05, DE 5 DE AGOSTO DE 1993

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das


atribuições previstas na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada pelas
Leis nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e nº 8.028, de 12 de abril de 1990, e
regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e no Regimento
Interno aprovado pela Resolução CONAMA nº 025, de 03 de dezembro de 1986,

Considerando a determinação contida no art. 3º da Resolução CONAMA nº 006,


de 19 de setembro de 1991, relativa a definição de normas mínimas para
tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e
aeroportos, bem como a necessidade de estender tais exigências aos terminais
ferroviários e rodoviários;

Considerando a necessidade de definir procedimentos mínimos para o


gerenciamento desses resíduos, com vistas a preservar a saúde pública e a
qualidade do meio ambiente; e,

Considerando, finalmente, que as ações preventivas são menos onerosas e


minimizam os danos à saúde pública e ao meio ambiente, resolve:

Art. 1º Para os efeitos desta Resolução definem-se:

I - Resíduos Sólidos: conforme a NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de


Normas Técnicas - ABNT - "Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que
resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na
rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica e
economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível".

II - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: documento integrante do


processo de licenciamento ambiental, que aponta e descreve as ações relativas
ao manejo de resíduos sólidos, no âmbito dos estabelecimentos mencionados no
art. 2º desta Resolução, contemplando os aspectos referentes à geração,
segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e
disposição final, bem como a proteção à saúde pública;

III - Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades,


processos e procedimentos que alteram as características físicas, químicas ou
biológicas dos resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à
qualidade do meio ambiente;

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IV - Sistema de Disposição Final de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades,
processos e procedimentos que visam ao lançamento de resíduos no solo,
garantindo-se a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente.

Art. 2º Esta Resolução aplica-se aos resíduos sólidos gerados nos portos,
aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de
serviços de saúde.

Art. 3º Para os efeitos desta Resolução, os resíduos sólidos gerados nos


estabelecimentos, a que se refere o art. 2º, são classificados de acordo com o
Anexo I, desta Resolução.

Art. 4º Caberá aos estabelecimentos já referidos o gerenciamento de seus


resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos
requisitos ambientais e de saúde pública.

Art. 5º A administração dos estabelecimentos citados no art. 2º, em operação ou a


serem implantados, deverá apresentar o Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos, a ser submetido à aprovação pelos órgãos de meio ambiente e de saúde,
dentro de suas respectivas esferas de competência, de acordo com a legislação
vigente.

§ 1º Na elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, devem ser


considerados princípios que conduzam à reciclagem, bem como a soluções
integradas ou consorciadas, para os sistemas de tratamento e disposição final, de
acordo com as diretrizes estabelecidas pelos órgãos de meio ambiente e de
saúde competentes.

§ 2º Os órgãos de meio ambiente e de saúde definirão, em conjunto, critérios para


determinar quais os estabelecimentos estão obrigados a apresentar o plano
requerido neste artigo.

§ 3º Os órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA,


definirão e estabelecerão, em suas respectivas esferas de competência, os meios
e os procedimentos operacionais a serem utilizados para o adequado
gerenciamento dos resíduos a que se refere esta Resolução.

Art. 6º Os estabelecimentos listados no art. 2º terão um responsável técnico,


devidamente registrado em conselho profissional, para o correto gerenciamento
dos resíduos sólidos gerados em decorrência de suas atividades.

Art. 7º Os resíduos sólidos serão acondicionados adequadamente, atendendo às


normas aplicáveis da ABNT e demais disposições legais vigentes.

§ 1º Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" do Anexo I desta Resolução,


serão acondicionados em sacos plásticos com a simbologia de substância
infectante.

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§ 2º Havendo, dentre os resíduos mencionados no parágrafo anterior, outros
perfurantes ou cortantes estes serão acondicionados previamente em recipiente
rígido, estanque, vedado e identificado pela simbologia de substância infectante.

Art. 8º O transporte dos resíduos sólidos, objeto desta Resolução, será feito em
veículos apropriados, compatíveis com as características dos resíduos,
atendendo às condicionantes de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

Art. 9º A implantação de sistemas de tratamento e disposição final de resíduos


sólidos fica condicionada ao licenciamento, pelo órgão ambiental competente em
conformidade com as normas em vigor.

Art. 10. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" não poderão ser dispostos
no meio ambiente sem tratamento prévio que assegure:

a) a eliminação das características de periculosidade do resíduo;

b) a preservação dos recursos naturais; e,

c) o atendimento aos padrões de qualidade ambiental e de saúde pública.

Parágrafo único. Aterros sanitários implantados e operados conforme normas


técnicas vigentes deverão ter previstos em seus licenciamentos ambientais
sistemas específicos que possibilitem a disposição de resíduos sólidos
pertencentes ao grupo "A".

Art. 11. Dentre as alternativas passíveis de serem utilizadas no tratamento dos


resíduos sólidos, pertencentes ao grupo "A", ressalvadas as condições
particulares de emprego e operação de cada tecnologia, bem como considerando-
se o atual estágio de desenvolvimento tecnológico, recomenda-se a esterilização
a vapor ou a incineração.

§ 1º Outros processos de tratamento poderão ser adotados, desde que obedecido


o disposto no art. 10 desta Resolução e com prévia aprovação pelo órgão de meio
ambiente e de saúde competentes.

§ 2º Após tratamento, os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" serão


considerados "resíduos comuns" (grupo "D"), para fins de disposição final.

§ 3º Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" não poderão ser reciclados.

Art. 12. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "B" deverão ser submetidos a
tratamento e disposição final específicos, de acordo com as características de
toxicidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade, segundo exigências do
órgão ambiental competente.

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Art. 13. Os resíduos sólidos classificados e enquadrados como rejeitos radioativos
pertencentes ao grupo "C", do Anexo I, desta Resolução, obedecerão às
exigências definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.

Art. 14. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "D" serão coletados pelo
órgão municipal de limpeza urbana e receberão tratamento e disposição final
semelhante aos determinados para os resíduos domiciliares, desde que
resguardadas as condições de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

Art. 15. Quando não assegurada a devida segregação dos resíduos sólidos, estes
serão considerados, na sua totalidade, como pertencentes ao grupo "A", salvo os
resíduos sólidos pertencentes aos grupos "B" e "C" que, por suas peculiaridades,
deverão ser sempre separados dos resíduos com outras qualificações.

Art. 16. Os resíduos comuns (grupo "D") gerados nos estabelecimentos


explicitados no art. 2ºm provenientes de áreas endêmicas definidas pelas
autoridades de saúde pública competentes, serão considerados, com vistas ao
manejo e tratamento, como pertencentes ao grupo "A".

Art. 17. O tratamento e a disposição final dos resíduos gerados serão controlados
e fiscalizados pelos órgãos de meio ambiente, de saúde pública e de vigilância
sanitária competentes, de acordo com a legislação vigente.

Art. 18. Os restos alimentares "IN NATURA" não poderão ser encaminhados para
a alimentação de animais, se provenientes dos estabelecimentos elencados no
art. 2º, ou das áreas endêmicas a que se refere o art. 16 desta Resolução.

Art. 19. Os padrões de emissão atmosférica de processos de tratamento dos


resíduos sólidos, objeto desta Resolução, serão definidos no âmbito do PRONAR
- Programa Nacional de Controle e Qualidade do Ar, no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, a contar da data de publicação desta Resolução, mantendo-se
aqueles já estabelecidos e em vigência.

Art. 20. As cargas em perdimento consideradas como resíduos, para fins de


tratamento e disposição final, presentes nos terminais públicos e privados,
obedecerão ao disposto na Resolução do CONAMA nº 002, de 22 de agosto de
1991.

Art. 21. Aos órgãos de controle ambiental e de saúde competentes, mormente os


partícipes do SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente, incumbe a
aplicação desta Resolução, cabendo-lhes a fiscalização, bem como a imposição
das penalidades previstas na legislação pertinente, inclusive a medida de
interdição de atividades.

Art. 22. Os órgãos estaduais do meio ambiente, com a participação das


Secretarias Estaduais de Saúde e demais instituições interessadas, inclusive
organizações não governamentais, coordenarão programas, objetivando a
aplicação desta Resolução e garantir o seu integral cumprimento.

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Art. 23. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 24. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os itens I, V, VI,


VII e VIII, da Portaria/MINTER/nº 013, de 01 de março de 1979.

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ANEXO I
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

GRUPO A: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio


ambiente devido à presença de agentes biológicos.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros: sangue e hemoderivados; animais


usados em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado em
contato com os mesmos; excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios de
cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas; filtros de gases aspirados de
área contaminada; resíduos advindos de área de isolamento; restos alimentares
de unidade de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clínicas; resíduos
de unidades de atendimento ambulatorial; resíduos de sanitários de unidade de
internação e de enfermaria e animais mortos a bordo dos meios de transporte,
objeto desta Resolução. Neste grupo incluem-se, dentre outros, os objetos
perfurantes ou cortantes, capazes de causar punctura ou corte, tais como lâminas
de barbear, bisturi, agulhas, escalpes, vidros quebrados, etc, provenientes de
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

GRUPO B: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio


ambiente devido às suas características químicas.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros:

a) drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados;

b) resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados,


interditados ou não-utilizados); e,

c) demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR


10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

GRUPO C - rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais


radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de
análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução
CNEN 6.05.

GRUPO D: resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos
grupos descritos anteriormente.

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ANEXO 2

RESOLUÇÃO ANVISA Nº 56, DE 6 DE AGOSTO DE 2008

Dispõe sobre o Regulamento Técnico de


Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de
Resíduos Sólidos nas áreas de Portos,
Aeroportos, Passagens de Fronteiras e Re-
cintos Alfandegados.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da


atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11 do Regulamento aprovado pelo
Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto no inciso II
e nos §§ 1º e 3º do art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I
da Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de
21 de agosto de 2006, em reunião realizada em 5 de agosto de 2008, e

Considerando o disposto na Lei n º 8.080, de 19 de setembro de 1990;

Considerando o disposto na Lei n º 9.782, de 26 de janeiro de 1999;

Considerando o disposto na Lei n º 9.966, de 28 de abril de 2000;

Considerando o disposto no Decreto n º 4.074, de 04 de janeiro de 2002;

Considerando a Portaria SVS/MS n º 344, de 12 de maio de 1998;

Considerando a Portaria n º 3.214 , de 08 de junho de 1978;

Considerando o disposto na Resolução CONAMA n º 2, de 22 de agosto de


1991;

Considerando o disposto na Resolução CONAMA n º 5, de 5de agosto de 1993;

Considerando o disposto na Resolução CONAMA n º 257, de 30 de junho de


1999;

Considerando o disposto na Resolução CONAMA n º 258, de 26 de agosto de


1999;

Considerando o disposto na Resolução CONAMA n º 275, de 25 de abril de 2001;

Considerando o disposto na Resolução CONAMA n º 307, de 5 de julho de 2002;

Considerando o disposto na Resolução CONAMA nº 316, de 29 de outubro de


2002;
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Considerando o disposto na Resolução CONAMA n º 358, de 29 de abril de
2005;

Considerando o disposto na Resolução ANVISA - RDC- nº306, de 07 de


dezembro de 2004;

Considerando o disposto na Norma CNEN-NE-6.02, de 02 de junho de 1998;

Considerando o disposto nas Normas Brasileiras Regulamentares da Associação


Brasileira de Normas Técnicas - NBR/ABNT números: 12235/92/NB, 1183,
8843/96/NB, 13463, 14652/00, 12980/93, 10004/04, 7500/05, 11175/90;

Considerando o disposto no Regulamento Sanitário Internacional;

Considerando a necessidade de atualizar as normas do controle e fiscalização do


gerenciamento de resíduos sólidos em veículos terrestres que operam transporte
coletivo internacional de viajantes, aeronaves, embarcações, aeroportos e portos
de controle sanitário, passagens de fronteiras e recintos alfandegados;

Considerando a necessidade de definir procedimentos para o gerenciamento dos


resíduos sólidos com vistas a preservação da saúde pública e meio ambiente;

Considerando a necessidade de definir obrigações à pessoa física ou jurídica, de


direito público ou privado, envolvido nas operações de segregação, coleta,
acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final de
resíduos sólidos gerados em portos, aeroportos, passagens de fronteiras e
recintos alfandegados, bem como nos meios de transporte que por eles transitem.

Adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente,


determino a sua publicação:

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico de Boas Práticas Sanitárias no


Gerenciamento de Resíduos Sólidos, nas áreas de Portos, Aeroportos,
Passagens de Fronteiras e Recintos Alfandegados, conforme Anexo desta
Resolução.

Art. 2º A execução do disposto neste Regulamento dar-se á em conformidade


com a lei 8.080 de 19 de setembro de 1990.

Art. 3º Revogar-se-ão os Artigos 31, 32, 34, 35, 36, 80, 81, 82, 83, 84, 85 e 86
da RDC ANVISA nº 217, de 21 de novembro de 2001 relativa ao Regulamento
Técnico com vistas à promoção da vigilância sanitária nos Portos de controle
sanitário em território nacional e embarcações que operem transportes de cargas e
ou viajantes nesses locais.

Art. 4º Revogar-se-ão os Artigos 22, 23, 24, 51, 52, 53 e Inciso V do Artigo 75
da RDC ANVISA nº 02, de 8 de janeiro de 2003 relativa ao Regulamento Técnico
para fiscalização e controle sanitário em aeroportos e aeronaves.

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Art. 5 º Revogar a RDC n º 342, de 13 de dezembro de 2002.

Art. 6º Revogar o artigo 26 parágrafos 1º, 2º, 3º, 5º referente a RDC ANVISA nº
346, de 16 de dezembro de 2002.

Art. 7º O descumprimento ou inobservância no disposto nesta Resolução


configura infração de natureza sanitária, nos termos da Lei nº 6.437, de 1977.

Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

DIRCEU RAPOSO DE MELLO

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ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO DE BOAS PRÁTICAS SANITÁRIAS
NO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

CAPÍTULO I
Terminologia Básica

Art. 1º Para os efeitos do disposto neste Regulamento adotar-se-ão as seguintes


definições:

Acondicionamento: ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou


recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de ruptura; prepará-los
para a coleta de forma sanitariamente adequada, como ainda compatível com o
tipo e a quantidade de resíduos;

Aeronave: todo aparelho manobrável em vôo, que possa sustentar-se e circular no


espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas e ou
cargas;

Aeroporto de controle sanitário: é o aeroporto doméstico e ou internacional,


estratégico do ponto de vista epidemiológico e geográfico, localizado no território
nacional, onde se desenvolvem ações de controle sanitário.

Agente biológico: bactérias, fungos, vírus, clamídias, riquétsias, micoplasmas,


parasitas, linhagens celulares, outros organismos e subprodutos metabólicos
como príons e toxinas;

Agente regulado: pessoa física ou jurídica submetida ao controle e fiscalização


do órgão sanitário federal;

Anotação de Responsabilidade Técnica - ART.: instrumento que identifica e


estabelece limite de responsabilidade técnica, registrado no órgão de classe de
profissionais técnicos em produtos, obras e serviços;

Área afetada: área geográfica para a qual foram recomendadas medidas


sanitárias;

Armazenamento temporário: consiste na guarda temporária dos recipientes


contendo os resíduos acondicionados, visando agilizar a coleta e otimizar o
deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado ao tratamento ou
disposição final;

Aterro de resíduos perigosos: processo de disposição final de resíduos químicos,


Classe I, no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública, minimizando os
impactos ambientais e utilizando procedimentos específicos de engenharia para o
confinamento destes;

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Autoridade sanitária: autoridade competente no âmbito da área da saúde com
poderes legais para estabelecer regulamentos e executar licenciamento
(habilitação) e fiscalização;

Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE): autorização obrigatória a ser


concedida pela autoridade sanitária competente à empresa interessada em
prestar serviços a terceiros de segregação, coleta, acondicionamento,
armazenamento, transporte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos em
Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados;

Boas Práticas Sanitárias: procedimentos para garantir a qualidade sanitária de um


produto e ou serviço, cuja eficácia e efetividade devem ser avaliadas por meio de
inspeção e ou investigação;

Carros coletores: contenedores providos de rodas, utilizados no traslado de


resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao armazenamento
temporário ou tratamento quando em área primária;

Central de resíduos: local destinado especificamente para armazenamento


temporário seguro de resíduos sólidos com área planejada a fim de minimizar o
cruzamento de resíduos dos diversos grupos;

Coleta: retirada dos resíduos no local de sua geração ou na área de


armazenamento temporário para transporte, tratamento ou disposição final;

Compostagem: revalorização dos resíduos orgânicos via biodegradação aeróbia


controlada, que visa à produção de composto orgânico;

Contaminação: presença de substâncias ou agentes, de origem biológica, química


ou física, que sejam considerados nocivos à saúde;

Contaminação cruzada: contaminação de uma área ou de um produto para outras


áreas ou produtos, podendo essa contaminação ocorrer de forma indireta, por
meio de superfícies de contato, mãos, utensílios, equipamentos e outras fontes;

Desinfecção: procedimento utilizado para eliminar ou inativar microorganismos de


objetos inanimados e superfícies, com exceção de esporos bacterianos, por meio
de exposição direta a agentes químicos ou físicos;

Desinfecção de alto nível: processo físico ou químico que destrói todos os


microrganismos de objetos inanimados e superfícies, exceto um número elevado
de esporos bacterianos.

Desinsetização: operação praticada para controlar ou eliminar insetos em


qualquer de suas formas evolutivas;

Disposição final: ato de colocar os resíduos, em locais ou instalações


previamente preparados para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de

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construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a
legislação vigente;

Doença transmissível: doença causada por um agente infeccioso específico ou pela


toxina por ele produzida, por meio da transmissão desse agente ou de seu
produto tóxico, a partir de uma pessoa ou animal infectado, ou ainda, de um
reservatório para um hospedeiro suscetível, seja direta ou indiretamente
intermediada por um vetor ou ambiente;

Embarcação: construção sujeita à inscrição no órgão de autorização marítima e


suscetível ou não de se locomover na água, por meios próprios ou não,
transportando e/ou abrigando pessoas e/ou cargas. incluem-se nesta definição as
plataformas habitadas constituídas de instalação ou estrutura, fixa ou móvel;

Equipamento de Proteção Individual - EPI: dispositivo ou produto de uso individual


destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, atendidas as
peculiaridades de cada atividade profissional ou funcional;

Fauna Sinantrópica: espécies animais que se adaptaram a viver junto ao


homem, a despeito da vontade deste;

Fauna Sinantrópica Nociva: fauna sinantrópica que interage de forma negativa com
a população humana, causando-lhe transtornos significativos que representem
riscos à saúde pública;

Gerenciamento de resíduos sólidos: processo de planejar, implantar, implementar


e avaliar medidas sanitárias em relação aos resíduos sólidos que contemplem a
sua geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte,
tratamento e disposição final, visando a proteção da saúde pública e do meio
ambiente;

Identificação: medidas que permitem o reconhecimento do tipo de resíduos


sólidos contidos nos sacos, recipientes, transporte e armazenamento;

Infecção: penetração, alojamento e, em geral, multiplicação de um agente


etiológico no organismo de um hospedeiro, produzindo-lhe danos, com ou sem
aparecimento de sintomas clinicamente reconhecíveis;

Licenciamento ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão


ambiental competente autoriza a localização, instalação, ampliação e a operação
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso;

Meio de transporte terrestre: todo veículo automotor ou automotriz ferroviário, de


transporte coletivo de passageiros ou de carga, excetuando-se os semi-urbanos.

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Passagem de fronteira terrestre: lugar de vinculação entre os países, designado
e habilitado para a entrada e a saída de pessoas, mercadorias e meios de
transporte;

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: documento que aponta e


descreve as ações relativas ao gerenciamento de Resíduos Sólidos, integrante
de processo de licenciamento ambiental.

Porto de controle sanitário: porto organizado, terminal aquaviário, terminal de uso


privativo, terminal retroportuário, terminal alfandegado e terminal de carga,
estratégicos do ponto de vista epidemiológico e geográfico, localizados no
território nacional, onde se desenvolvem ações de controle sanitário;

Reciclagem: conjunto de técnicas pelas quais os resíduos sólidos são coletados e


processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos
produtos;

Recipiente de acondicionamento: recipientes destinados ao acondicionamento de


resíduos sólidos que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e
ruptura, de modo a facilitar o seu armazenamento, coleta e transporte;

Rejeitos radioativos: qualquer material que contenha radionuclídeos em


quantidades superiores aos limites de isenção definidos em norma da Comissão
Nacional de Energia Nuclear, resultante de atividades humanas para o qual a
reutilização é imprópria ou não prevista.

Representante legal: pessoa física ou jurídica investida de poderes legais para


praticar atos em nome do responsável direto, constituindo seu agente ou
consignatário em portos, aeroportos, passagens de fronteiras e recintos
alfandegados;

Resíduos sólidos: resíduos nos estados sólido e semissólido, originários de


atividade: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição. Incluem-se nessa definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle
de poluição e determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água. Excluem-se dessa
definição os excrementos humanos;

Responsável legal: pessoa física designada em estatuto, contrato social ou ata,


incumbida de representar, ativa e passivamente, nos atos judiciais e
extrajudiciais, o agente regulado pessoa jurídica;

Responsável técnico: pessoa que detém conhecimentos em determinada área


profissional, que estando legalmente habilitado, com inscrição ativa, responde
tecnicamente pela qualidade dos serviços prestados pela empresa;

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Segregação: separação de resíduos no local de sua geração, na área de
armazenamento temporário ou na central de resíduos sólidos, de acordo com as
características físicas, químicas, biológicas e com os riscos envolvidos;

Transporte: traslado de resíduos em qualquer etapa do gerenciamento de


resíduos sólidos;

Tratamento: aplicação de método, técnica ou processo que modifique as


características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco
de contaminação, de acidentes de trabalho ou de dano ao meio ambiente.

Veículo coletor: veículo utilizado para a coleta e transporte de resíduos da área de


geração ou do armazenamento temporário para o tratamento ou disposição final;

Vetor: seres vivos que veiculam o agente desde o reservatório até o hospedeiro
potencial.

Viajante: pessoa em viagem, independente da sua condição legal ou meio de


transporte.

CAPÍTULO II
Disposições Gerais

SEÇÃO I
Da Abrangência

Art. 2º Para fins de aplicabilidade deste Regulamento define-se como área de


abrangência:

I - Meios de transporte terrestre que operam transporte internacional de cargas e


ou viajantes, aeronaves, embarcações;

II - Aeroportos de controle sanitário, portos de controle sanitário, passagens de


fronteira designadas e recintos alfandegados.

Art. 3º A empresa que preste serviço relacionado às etapas de gerenciamento


de resíduos sólidos ficam obrigadas ao cumprimento deste regulamento.

Parágrafo único. As empresas prestadoras de serviço mediante contrato de


terceirização também ficam sujeitas ao cumprimento deste regulamento.

SEÇÃO II
Das Obrigações

Art. 4º As empresas administradoras e seus consignatários, locatários,


arrendatários de portos e aeroportos de controle sanitário, passagens de
fronteiras e recintos alfandegados e as empresas relacionadas no Art. 3º deste
regulamento deverão implantar e implementar, a partir de bases científicas,

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técnicas e normativas, as Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de
Resíduos Sólidos, previstas neste Regulamento.

Parágrafo único. O responsável legal, operador, armador, comandante,


representante legal ou proprietário dos meios de transporte previstos na
abrangência deste regulamento, são responsáveis pelo cumprimento do disposto
no caput deste artigo.

Art. 5º Os envolvidos nas atividades de gerenciamento de resíduos sólidos


deverão assegurar à autoridade sanitária livre acesso as áreas solicitadas, além
de outras facilidades para o desempenho de suas funções.

SEÇÃO III
Da Responsabilidade Técnica

Art. 6º As empresas que atuam em qualquer etapa do gerenciamento de resíduos


sólidos dentro das áreas de abrangência de que trata a Seção I deverão dispor
de profissional, com registro ativo junto ao seu conselho de classe, com
apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, Certificado de
Responsabilidade Técnica ou documento similaç quando couber, para
acompanhar a implementação e garantir o cumprimento das Boas Práticas
Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

CAPÍTULO III
Classificação dos Resíduos Sólidos

Art. 7º Os resíduos sólidos serão classificados, para efeito deste Regulamento,


da seguinte forma:

I. Grupo A: Resíduos que apresentem risco potencial ou efetivo à saúde


pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos,
consideradas suas características de virulência, patogenicidade ou concentração.
Enquadram-se neste grupo, dentre outros, os resíduos sólidos gerados:

Por viajantes ou animais a bordo de meios de transporte que apresentem


anormalidades clínicas, com sinais e sintomas compatíveis com doenças
transmissíveis;

Por óbito de pessoas ou animais ocorridos a bordo de meios de transporte,


quando provocados por doença transmissível suspeita ou confirmada;

Por serviços de atendimento médico humano e animal a bordo de meios de


transporte ou de enfermaria de bordo;

Por procedimentos de limpeza e desinfecção de sanitários de bordo, incluindo os


resíduos coletados durante estes procedimentos (fralda, papel higiênico,
absorvente e outros);

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Por procedimentos de limpeza e desinfecção de superfícies expostas a fluidos,
secreções e excreções orgânicas humanas e animais - incluindo os objetos que
tenham entrado em contato com os mesmos quando não puderem sofrer
processo de desinfecção de alto nível;

Em meios de transportes procedentes de áreas afetadas por doenças transmissíveis


ou por outros agravos de interesse da saúde pública que possam ser veiculados
por resíduos sólidos.

Quando descartados, também serão considerados potencialmente infectantes:

Cargas suspeitas de contaminação por agentes biológicos;

Resíduos gerados pelos serviços de atendimento médico e odontológico, por


barbearias, salas de vacina e estabelecimentos afins, que tenham contato com
sangue ou secreções;

Sangue e hemoderivados;

Meios de cultura, tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas;

Filtros de gases aspirados de área contaminada;

Os resíduos sólidos do grupo D que tenham entrado em contato com os


resíduos descritos nos itens acima serão classificados como do grupo A.

II. Grupo B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco
à saúde pública ou ao meio ambiente. Enquadram-se neste grupo, dentre outros:

Resíduos provenientes de área de manobras, industriais, manutenção, depósitos


de combustíveis, áreas de treinamento de incêndio;

Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos;


imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando
descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de
medicamentos ou apreendidos, e os resíduos e insumos farmacêuticos dos
medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações;

Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes, reagentes para


laboratório; resíduos contendo metais pesados; inclusive os recipientes
contaminados por estes;

Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores);

Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas;

Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004


da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos);
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Drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados;

Resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou


nãºutilizados).

III. Grupo C: Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos, incluindo:

Materiais resultantes de laboratório de pesquisa e ensino na área de saúde e


de laboratórios de análises clínicas;

Aqueles gerados em serviços de medicina nuclear e radioterapia que contenham


radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação.

IV. Grupo D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiativo à
saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
Enquadram-se neste grupo, dentre outros:

Papel de uso sanitário, fralda e absorvente higiênico, não classificados como do


grupo A;

Sobras de alimentos, exceto quando tiver outra previsão pelos demais órgãos
fiscalizadores;

Resíduos provenientes das áreas administrativas;

Resíduos de varrição, flores, podas e jardins;

Resíduos de outros grupos após sofrerem tratamento adequado.

V. Grupo E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de


barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas,
pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; micropipetas; lâminas e
lamínulas; espátulas; todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório
(pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

CAPÍTULO IV
Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos

SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 8º As Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento dos Resíduos Sólidos


devem constituir-se de um conjunto de procedimentos planejados, implantados e
implementados a partir de bases científicas, técnicas e normativas, com o
objetivo de atender a preceitos de minimização de riscos, na geração de
resíduos e proporcionar um encaminhamento seguro aos resíduos, de forma
eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública,
dos recursos naturais e do meio ambiente.

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Art. 9º As Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos
devem abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, materiais
e da capacitação dos recursos humanos envolvidos.

Art. 10 Toda unidade geradora de resíduos sólidos deve implementar as Boas


Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos, com enfoque na
identificação dos locais de geração, suas condições de operacionalidade, nas
características e quantitativos gerados e na classificação constante no Art. 7º.

Art. 11 As Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos


deverão:

§ 1º Sujeitar-se a análise, revisão e correção, a critério da autoridade sanitária,


quando:

O contexto epidemiológico internacional ou nacional, exigir a adoção de medidas


sanitárias complementares;

Houver necessidade de implementar medidas de saúde pública relacionadas com


o controle sanitário das etapas que compõem o Gerenciamento de Resíduos
Sólidos.

§ 2º Contemplar as etapas de gerenciamento de resíduos sólidos, devendo estar


compatível com as normas estabelecidas pelos órgãos municipais e estaduais,
normas federais vigentes e normas estipuladas nesse Regulamento Técnico.

SEÇÃO II
Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Só-lidos do Grupo A

Subseção I
Da Segregação

Art. 12. Os Resíduos Sólidos pertencentes ao Grupo A devem ser segregados


dos demais resíduos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente.

Subseção II
Do Acondicionamento

Art. 13 Todos os resíduos deste grupo deverão ser acondicionados de forma a


não permitir a contaminação cruzada com os demais resíduos sólidos.

Art. 14 Os resíduos deverão estar permanentemente acondicionados em sacos de


cor branco leitosa, impermeáveis, de material resistente à ruptura e vazamento de
resíduos contidos no seu interior, respeitados seus limites de peso.

§ 1º Os sacos acondicionadores deverão ser lacrados ao atingirem 2/3 da


capacidade de preenchimento ou pelo menos 1 (uma) vez ao dia.

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§ 2º Ao lacrar os sacos acondicionadores, no próprio local de geração do resíduo,
deve-se lentamente expelir o excesso de ar, tomando-se o cuidado de não inalar
ou provocar forte fluxo desse ar com consequente aumento do arraste de
elementos potencialmente patogênicos.

§ 3º Após o lacre dos sacos acondicionadores, os mesmos deverão ser dispostos


em recipientes de acondicionamento resistente a queda e com capacidade
compatível com a geração diária dos resíduos do grupo A.

§ 4º Os sacos acondicionadores deverão ser substituídos sempre que


necessário, sendo proibido o seu esvaziamento e reaproveitamento.

§ 5º Os sacos devem permanecer, durante todas as etapas de gerenciamento,


identificados conforme Art. 16 e dentro de recipientes de acondicionamento
tampados.

Art. 15 Os recipientes de acondicionamento deverão ser impermeáveis, de material


lavável, dotados de tampas íntegras, resistentes à punctura, ruptura e
vazamento de resíduos contidos no seu interior, respeitando a sua capacidade.

Subseção III
Da Identificação

Art. 16 A identificação dos resíduos do grupo A deve estar aposta nos sacos, nos
carros coletores, nos recipientes de acondicionamento e no veículo coletor, em
local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases,
de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenhos e contornos pretos
conforme as especificações das normas técnicas para identificação deste grupo
de resíduos.

Parágrafo único. A identificação em sacos e recipientes de acondicionamento a


bordo dos meios de transportes, definidos no Inciso I do Art. 2º deste
regulamento, só será obrigatória a partir da coleta e retirada desses resíduos de
bordo.

Art. 17 A identificação poderá ser feita por adesivos, desde que seja garantida a
resistência destes aos processos de manuseio dos sacos, dos recipientes e
transporte.

Subseção IV
Da Coleta e Transporte

Art. 18 Os resíduos acondicionados em sacos devem ser coletados diretamente


dos recipientes de acondicionamento, não sendo permitida sua prévia colocação
em calçadas, locais públicos ou outras áreas externas.

Art. 19 O transporte das áreas de geração às áreas de armazenamento


temporário, deverá ser realizado através de carros coletores ou dos próprios

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recipientes de acondicionamento, de forma a não interferir com o fluxo de meios
de transporte e de pessoas.

Parágrafo único. O uso de recipientes de acondicionamento deve observar os


limites de carga permitidos para o transporte realizado pelos trabalhadores,
conforme normas do órgão regulamentador.

Art. 20 O transporte dos resíduos do grupo A das áreas de geração ou das áreas
de armazenamento temporário para o tratamento e ou à disposição final, deverá
ser realizado por meio de veículos coletores específicos, de forma a não interferir
com o fluxo de meios de transporte e de pessoas.

§ 1º Os veículos coletores específicos para transporte de resíduos do grupo A


também poderão ser utilizados para os resíduos classificados como do grupo E.

§ 2º Os veículos coletores devem ser identificados respeitando as normas do


órgão competente de veículos terrestres.

Art. 21 Os carros e as caçambas dos veículos coletores devem ser fechados e


sem compactação, constituídos de material rígido, lavável, impermeável, com
cantos e bordas arredondados, e identificados conforme descrito no Art. 16.

Parágrafo único. Será permitido à utilização de veículos coletores conteinerizados


quando estes resguardarem as condições higiênico sanitárias satisfatórias.

Art. 22 As operações de transporte de resíduos deverão ser realizadas de forma a


não provocar o rompimento dos sacos e recipientes de acondicionamento.

Art. 23 Os veículos coletores, os recipientes de acondicionamento e carros


coletores deverão ser submetidos a procedimentos de limpeza e desinfecção
conforme Anexo I deste regulamento sempre que necessário para manter as
condições higiênico - sanitárias satisfatórias.

Subseção V
Do Armazenamento Temporário

Art. 24 No armazenamento temporário não poderá ocorrer disposição direta dos


sacos de acondicionamento sobre o piso, sendo obrigatória à conservação dos
mesmos em recipientes de acondicionamento.

Art. 25 Os locais destinados ao armazenamento temporário dos resíduos sólidos


do grupo A devem ser específicos para tal fim e identificados conforme descrito no
Art. 16.

§ 1º Estes locais deverão ser restritos a pessoas autorizadas e capacitadas ao


serviço.

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§ 2º Estes locais deverão apresentar cobertura, pisos e paredes revestidos de
materiais lisos, laváveis e resistentes, condições de luminosidade, escoamento
de efluentes e oferta de água.

§ 3º Os recipientes de acondicionamento deverão atender ao disposto no Art. 15.

Art. 26 Os recipientes de acondicionamento e as áreas de armazenamento


deverão ser submetidos a procedimentos de limpeza e desinfecção, de forma a
garantir as condições higiênico sanitárias satisfatórias, obedecendo ao disposto no
anexo I deste regulamento.

§ 1º Os efluentes provenientes da limpeza e desinfecção devem ser direcionados


ao sistema de tratamento a fim de eliminar as características de periculosidade,
conforme as diretrizes de lançamento desses efluentes, preconizados pelos
órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e saneamento, competentes.

Subseção VI
Do Tratamento e Disposição Final

Art. 27 Os resíduos sólidos do grupo A não poderão ser dispostos no meio


ambiente sem tratamento prévio que assegure a eliminação das características de
periculosidade do resíduo; a preservação dos recursos naturais; e, o atendimento
aos padrões de qualidade ambiental e de saúde pública.

§ 1º. O tratamento e disposição final devem ser realizados em locais licenciados


pelos órgãos ambientais.

§ 2º. Após tratamento, os resíduos sólidos do grupo A serão considerados


resíduos do grupo D, para fins de disposição final.

Art. 28 Os resíduos sólidos do grupo A não poderão ser reciclados, reutilizados


ou reaproveitados.

SEÇÃO III
Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Grupo B

Subseção I
Da segregação

Art. 29. A segregação dos resíduos deverá ser realizada, de acordo com suas
características, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e
dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente.

Subseção II
Do acondicionamento

Art. 30 Os recipientes de acondicionamento devem ser de material resistente aos


impactos e esforços previstos, decorrentes de todas as fases do gerenciamento,

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adequados para cada tipo de substância química, respeitando as suas
características físico - químicas garantindo a contenção total de gases, líquidos e
vapores após seu fechamento definitivo.

§ 1º A capacidade dos recipientes deve ser compatível com o volume de resíduos


gerados.

§ 2º Os recipientes devem ser dotados de dispositivo que permita o fechamento


nos intervalos entre uma utilização e outra, assim como, o seu fechamento
definitivo, quando finalizado o uso.

Art. 31 As lâmpadas, pilhas e baterias descartadas deverão ser acondicionadas


de forma a mantê-las integras e armazenadas segregadas, obedecidas às normas
ambientais e de saúde pública pertinentes, bem como as recomendações definidas
pelos fabricantes ou importadores.

Art. 32 O gerenciamento de resíduos pneumáticos deve ser realizado conforme


legislação ambiental vigente.

Art. 33 Os pneus inservíveis dispostos nos portos e aeroportos de controle


sanitário, passagens de fronteiras e recintos alfandegados devem permanecer
armazenados em locais abrigados de intempéries e de forma a minimizar a
possibilidade de criação de abrigos para fauna sinantrópica ou criadouros de
larvas de insetos vetores.

Subseção III
Da identificação

Art. 34 A identificação dos resíduos do grupo B deve estar aposta nos recipientes
de acondicionamento, carros coletores e veículos coletores, em local de fácil
visualização, de forma indelével, discriminando a substância química ou
denominação comum do produto de modo a identificar o material, utilizando os
símbolos e frases de risco associadas ao produto que gerou o resíduo.

§ 1º Esta identificação poderá ser feita por adesivos, desde que seja garantida a
resistência destes aos processos de uso e manuseio.

§ 2º Nos meios de transporte definidos no Inciso I do Art. 2 º deste regulamento, a


identificação dos recipientes de acondicionamento previstas no caput deste artigo
se aplicarão apenas a partir da coleta e retirada dos resíduos sólidos de bordo.

Subseção IV
Da Coleta e Transporte

Art. 35 Os carros e veículos coletores devem ser constituídos de material


compatível com a especificidade dos resíduos transportados diretamente ou por
recipientes, garantindo a segurança da atividade.

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Art. 36 O transporte deve ser realizado considerando as rotas, o volume e o peso
dos resíduos, de forma a não interferir com o fluxo de meios de transporte e de
pessoas.

Art. 37 O uso de recipientes deve observar os limites de carga permitidos para o


transporte realizado pelos trabalhadores, conforme normas do órgão
regulamentador.

Subseção V
Do Armazenamento Temporário

Art. 38 O armazenamento de resíduos do grupo "B" dar-se-á de acordo com os


regulamentos pertinentes, em especial as normas de armazenagem de produtos
perigosos.

Art. 39 Os resíduos do grupo B deverão ser armazenados em recipientes ou áreas


específicas, com dimensionamento compatível com a geração, segregação e
características físico-químicas.

Art. 40 O armazenamento temporário pode ocorrer em recipientes de


acondicionamento como contêineres e/ou tambores, em tanques e a granel, cujas
características devem seguir as recomendações das normas técnicas vigentes.

Art. 41 O local de armazenamento temporário deve conter identificação conforme


o descrito no Art. 34.

Art. 42 O sistema de efluente proveniente da área de armazenagem deverá


considerar os tipos de resíduos químicos presentes, para realização de seu
tratamento a fim de eliminar as características de periculosidade conforme as
normas preconizadas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e
saneamento, competentes.

Subseção VI
Do Tratamento e Disposição Final

Art. 43 Os resíduos do grupo B devem passar por processo de reutilização,


recuperação, reciclagem ou tratamento pertinente.

Parágrafo único. Quando da impossibilidade do reaproveitamento, estes resíduos


deverão ser dispostos em locais determinados pelos órgãos ambientais, com
Certificado de Aprovação para Destinação de Resíduos Industriais - CADRI ou em
documento equivalente, sendo preferencialmente destinados a aterro de resíduos
perigosos em consonância com as exigências do órgão ambiental competente.

Art. 44 As embalagens e materiais contaminados por substâncias químicas


devem ser tratados da mesma forma que a substância que os contaminou.

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Art. 45 O tratamento e disposição final dos resíduos de produtos e de insumos
farmacêuticos, sujeitos ao controle especial, devem atender ao especificado nas
legislações pertinentes.

Art. 46 O descarte de pilhas, baterias e acumuladores de carga contendo Chumbo


(Pb), Cádmio (Cd), Mercúrio (Hg), Lítio (Li) e seus compostos, deve ser feito de
acordo com as normas específicas vigentes.

Parágrafo único. As lâmpadas fluorescentes, de vapor de mercúrio, halógenas


dicróicas, de vapor de sódio, de luz mista e outras contendo mercúrio, após seu
esgotamento energético, também deverão atender ao disposto no caput deste
artigo.

Art. 47 A responsabilidade pela disposição final dos resíduos gerados no controle


de pragas, incluindo as embalagens dos produtos pesticidas, será das empresas
que realizam esta atividade.

SEÇÃO IV
Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Grupo C

Art. 48 Os resíduos sólidos classificados como do Grupo C devem ser


gerenciados, conforme os critérios e requisitos estabelecidos aos rejeitos
radioativos, definidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.

Art. 49 Uma vez identificada ocorrência de evento relacionado a resíduos do


grupo C, a autoridade sanitária, após o isolamento físico da área, comunicará
imediatamente à representação da CNEN - Comissão Nacional de Energia
Nuclear, no seu âmbito de atuação.

SEÇÃO V
Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Grupo D

Subseção I
Da segregação

Art. 50 Deve-se segregar os resíduos do grupo D de acordo com suas


características, a fim de facilitar a reciclagem, reutilização, redução e disposição
final, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente.

Subseção II
Do acondicionamento

Art. 51 Quando os resíduos forem acondicionados em sacos, estes deverão ser


de material resistente á ruptura e vazamento, impermeável, respeitados os limites
de peso, devendo ser substituídos sempre que necessário, ou quando atingirem
2/3 de sua capacidade, ou pelo menos uma vez ao dia, sendo proibido o seu
esvaziamento ou reaproveitamento.

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§1º No caso de resíduos não alimentares será permitido o esvaziamento e
reaproveitamento dos sacos acondicionadores quando garantida a manutenção
das condições higiênico-sanitárias.

§ 2º Os sacos acondicionadores, ao completarem sua capacidade de


preenchimento deverão ser lacrados de forma a não permitir o vazamento do
conteúdo existente em seu interior.

§ 3º Ao lacrar os sacos acondicionadores no próprio local de geração dos


resíduos deve-se expelir o excesso de ar de maneira segura.

§ 4º Após o lacre dos sacos acondicionadores, os mesmos deverão ser dispostos


em recipientes de acondicionamento de acordo com Art. 52.

§5º Os sacos devem permanecer durante todas as etapas de gerenciamento


dentro de recipientes de acondicionamento.

Art. 52 Os recipientes de acondicionamento devem ser de material lavável,


resistente à ruptura, vazamento, punctura e queda, com tampa provida de sistema
de abertura, com capacidade compatível à geração de resíduos, atendendo as
especificações de normas técnicas.

Parágrafo único. Os recipientes de acondicionamento existentes em escritórios


administrativos não necessitam de tampa para vedação, exceto quando utilizados
também para resíduos alimentares.

Art. 53 Nos locais onde exista risco potencial de contaminação cruzada, tais como
locais de manipulação e produção de alimentos, estabelecimentos de assistência
à saúde, os recipientes de acondicionamento deverão ser providos de tampas,
com acionamento não manual.

Parágrafo único. Os recipientes de acondicionamento poderão permanecer


destampados apenas durante as atividades de produção e manipulação de
alimentos.

Subseção III
Da Identificação

Art 54 A identificação deve ser feita nos recipientes de acondicionamento usando


símbolos, e quando possível também o código de cores em conformidade com as
legislações vigentes.

§ 1º Os sacos de acondicionamento, preferencialmente, devem ser identificados


segundo código de cores, conforme disposto no caput deste artigo.

§ 2º Nos meios de transporte definidos no inciso I do Art. 2º deste regulamento, a


identificação dos recipientes de acondicionamento prevista no caput deste artigo
se aplicará apenas a partir da coleta e retirada dos resíduos sólidos de bordo.

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Subseção IV
Da Coleta e Transporte

Art. 55 Os carros e as caçambas dos veículos coletores devem ser fechados,


constituídos de material rígido, lavável e impermeável. Parágrafo único. Será
permitida a utilização de veículos coletores conteinerizados quando estes
resguardarem as condições higiênico-sanitárias satisfatórias.

Art. 56 O uso de recipientes de acondicionamento deve observar os limites de


carga permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas do
órgão regulamentador.

Art. 57 Os carros e veículos coletores deverão ser específicos para este tipo de
transporte, de forma a não interferir com o fluxo de meios de transporte e de
pessoas.

Art. 58 Os veículos coletores, os recipientes de acondicionamento e carros


coletores deverão ser submetidos a procedimentos de limpeza e desinfecção
conforme anexo I, sempre que necessário para garantir as condições higiênico-
sanitárias satisfatórias.

Subseção V
Do Armazenamento Temporário

Art. 59 Os locais destinados ao armazenamento temporário devem ser específicos


para tal fim e identificados como "Grupo D".

Parágrafo único. Deve ser garantido nestes locais condições de luminosidade,


escoamento de efluentes e ponto de oferta de água.

Art. 60 O local destinado ao armazenamento temporário, deve estar em áreas


distintas as do abastecimento de alimentos, reservatórios de água potável ou de
outros sistemas ou produtos passíveis de contaminação cruzada.

Parágrafo único. O acesso ao local de armazenamento temporário deve ser


diferente daquele destinado a circulação de alimentos. Situações excepcionais
serão submetidas à apreciação da autoridade sanitária.

Art. 61 O local de armazenamento temporário deve ser restrito às pessoas


autorizadas e capacitadas ao serviço.

Art. 62 A área destinada ao armazenamento temporário, bem como os recipientes


deverão ser submetidos a procedimentos de limpeza e desinfecção, de forma a
garantir as condições higiênico-sanitárias satisfatórias, obedecendo ao disposto
no Anexo I.

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§ 1º O efluente proveniente da limpeza e desinfecção deve ser direcionados ao
sistema de tratamento conforme normas preconizadas pelos órgãos ambientais,
gestores de recursos hídricos e saneamento, competentes.

Art. 63 Os resíduos pertencentes a este grupo poderão ser armazenados em


compactadores destinados a esta finalidade para posterior disposição final,
devendo ser garantida suas condições higiênico-sanitárias.

Subseção VI
Do Tratamento e Disposição Final

Art. 64 Os resíduos do grupo D podem ser reutilizados ou reciclados, ressalvo


quando houver disposições contrárias de outros órgãos competentes.

Art. 65 Os resíduos sólidos do grupo D não necessitam de tratamento prévio à


disposição final.

Art. 66. Os restos e sobras de alimentos só podem ser utilizados para fins de ração
animal, se forem submetidos a processo de tratamento que garanta a inocuidade
do composto, devidamente avaliado e comprovado por órgãos competentes.

SEÇÃO VI
Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Grupo E

Subseção I
Da segregação

Art. 67. Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente, no


local de sua geração, imediatamente após o uso ou situação que indique a
necessidade de descarte.

Art. 68. As seringas e agulhas devem ser descartas em conjunto, sendo proibido
reencapar as agulhas utilizadas ou proceder à separação dos componentes.

Subseção II
Do Acondicionamento

Art. 69. Os recipientes de acondicionamento devem:

Ser rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento;

I. Apresentar alça ou similar que possibilite o manuseio seguro, não devendo


interferir no seu uso;

II. Possuir bocal que permita colocação do material descartado utilizando apenas
uma das mãos, sem contato com a parede interna do coletor, com o seu
conteúdo, ou com o próprio bocal;

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III. Ser dotados de tampa que permita o fechamento seguro;

IV. Ser identificados conforme Art. 71.

Parágrafo único. Os recipientes mencionados devem ser descartados quando o


preenchimento atingir 5 (cinco) cm de distância do bocal do recipiente, sendo
proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

Art. 70. O número e volume dos recipientes de acondicionamento devem ser


compatíveis com a geração deste tipo de resíduo.

Subseção III
Da Identificação

Art. 71 A identificação deverá ser feita utilizando símbolo, acrescido da inscrição de


"RESÍDUO PERFUROCORTANTE", em conformidade com as legislações
vigentes.

§ 1º A identificação dos recipientes de acondicionamento deve estar em local de


fácil visualização, de forma indelével podendo ser feita por adesivos, desde que
seja garantida a resistência destes aos processos de manuseio.

§ 2º Nos meios de transporte definidos no Inciso I do Art. 2 º deste regulamento, a


identificação dos recipientes de acondicionamento previstas se aplicarão apenas
a partir da coleta e retirada dos resíduos sólidos de bordo.

Subseção IV
Da Coleta e Transporte

Art. 72 Os recipientes de acondicionamento do grupo E devem ser coletados


diretamente do local de geração, não sendo permitida a prévia colocação sobre
pisos ou locais que possam constituir risco a saúde pública.

Art. 73 Os carros coletores e as caçambas dos veículos coletores devem ser


específicos e identificados, conforme Art. 71, e serem constituídos de material
rígido, lavável, impermeável, cantos e bordas arredondados.

§ 1º Os carros coletores devem ser providos de tampas articuladas ao próprio


corpo do equipamento, de forma a garantir a segurança do trabalhador.

§ 2º Os carros e veículos coletores devem ser utilizados de forma a não interferir


com o fluxo de meios de transporte e de pessoas, podendo ser os mesmos
utilizados para o transporte dos resíduos do grupo A.

§ 3º As caçambas dos veículos coletores devem ser fechadas e sem


compactação.

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Art. 74 Os carros e veículos coletores deverão ser submetidos a procedimentos
de limpeza e desinfecção, conforme anexo I, sempre que necessário, para
mantê-los em boas condições de higiene.

Subseção V
Do Armazenamento Temporário

Art. 75 A área destinada ao armazenamento temporário dos resíduos sólidos do


grupo E poderá ser a mesma utilizada para armazenamento dos resíduos do
Grupo A.

§ 1º Esta área deverá atender as condições mínimas exigidas no Art. 25.

Art. 76 No armazenamento temporário não poderá ocorrer disposição direta dos


recipientes sobre o piso.

Subseção VI
Do Tratamento e Disposição Final

Art. 77 Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "E" não poderão ser dispostos
no meio ambiente sem tratamento prévio que assegure a descaracterização e
eliminação das características de periculosidade do resíduo; a preservação dos
recursos naturais e o atendimento aos padrões de qualidade ambiental e de
saúde pública.

Parágrafo único. Após tratamento, os resíduos sólidos do grupo E serão


considerados resíduos do grupo D, para fins de disposição final.

Art. 78 Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "E" não poderão ser reciclados,
reutilizados ou reaproveitados.

CAPÍTULO V
Da Central de Resíduos Sólidos

Art. 79 Portos e aeroportos de controle sanitário, passagens de fronteiras e


recintos alfandegados poderão dispor de uma área reservada para o
armazenamento temporário dos diversos grupos de resíduos sólidos gerados,
com estrutura física que minimize os riscos inerentes a este armazenamento.
Esta área será denominada Central de Resíduos Sólidos e deverá cumprir os
seguintes critérios:

Exclusividade para tal finalidade, identificada, de fácil acesso, dimensionada em


conformidade com o volume de resíduos sólidos gerados, tamanho e número de
recipientes de acondicionamento, podendo ser compartilhada entre os diversos tipos
de resíduos respeitando suas particularidades;

Edificação com separação física interna entre as áreas destinadas aos grupos
de resíduos;

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Acesso restrito às pessoas autorizadas e capacitadas ao serviço;

Pisos revestidos de material liso, lavável, impermeável e resistente ao tráfego dos


carros e/ou veículos coletores;

Paredes lisas e laváveis;

Cobertura íntegra em toda sua extensão;

Paredes e rodapés com cantos arredondados;

Canaletas de escoamento de águas servidas direcionadas para rede de esgoto na


qual está ligado, e ralo sifonado com tampa que permita a sua vedação;

Ponto de iluminação artificial com intensidade adequada para o local e ponto de


água dimensionado conforme normas técnicas;

Sistema de renovação de ar que permita ventilação cruzada, com aberturas para


circulação do ar e tela de proteção contra fauna sinantrópica;

Recipientes de acondicionamento, constituídos de material resistente, liso, lavável


e de fácil higienização, providos de tampa;

Porta provida de tela de proteção e barreira mecânica na parte inferior contra


fauna sinantrópica;

Apresentar local destinado à guarda e manutenção dos EPI, provido de local


específico para aplicação dos procedimentos de limpeza e desinfecção, bem como
lavatório com lava-olhos e chuveiro para higienização dos trabalhadores que
operam nesta atividade;

Identificação dos recipientes de acondicionamento em consonância com a


classificação descrita na legislação.

§ 1º Para armazenamento de resíduos do grupo B, a mesma deverá dispor de


sistema de proteção contra incêndio e explosão;

§ 2º A Central de Resíduos deverá ser submetida a procedimentos de limpeza e


desinfecção, após cada operação de coleta ou transferência de resíduos, ou a
critério da autoridade sanitária competente obedecendo ao disposto no anexo I,
com vistas à manutenção das condições higiênico - sanitárias.

§ 3º Os resíduos líquidos provenientes da Central de Resíduos deverá seguir as


diretrizes de lançamento destes efluentes estabelecidas pelos órgãos ambientais,
gestores de recursos hídricos e saneamento, competentes.

CAPÍTULO VI
Segurança Ocupacional
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SEÇÃO I
Saúde do Trabalhador

Art. 80 Os profissionais envolvidos nas etapas de gerenciamento de resíduos


sólidos, assim como aqueles envolvidos nos processos de higienização das áreas
e materiais utilizados, devem ser submetidos a exame médico admissional,
periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional, conforme
estabelecido na legislação pertinente.

SEÇÃO II
Equipamentos de Proteção Individual ? EPI

Art. 81. Os trabalhadores que tenham atuação em qualquer etapa do


gerenciamento de resíduos, assim como os responsáveis pelos procedimentos
definidos no Plano de Limpeza e Desinfecção - PLD devem utilizar os
Equipamentos de Proteção Individual - EPI conforme estabelecido no Anexo II
deste regulamento.

§ 1º Após o uso dos EPI estes deverão ser limpos, desinfetados ou descartados.

§ 2 º As empresas deverão destinar um local apropriado, dentro de suas


instalações, ou contratar serviços especializados, autorizados a realizar a
limpeza e desinfecção dos uniformes e EPI, sendo proibida a realização desta
atividade por parte dos trabalhadores em domicilio próprio.

§ 3º Os EPI devem ser usados tão somente durante as atividades que o exijam.

SEÇÃO III
Capacitação

Art. 82 O pessoal envolvido diretamente com o gerenciamento de resíduos deve


ser capacitado na ocasião de sua admissão e mantido sob educação continuada.

Art. 83 É de responsabilidade das empresas envolvidas com todas as atividades


relacionadas a resíduos sólidos a capacitação de todos os seus trabalhadores nas
Boas Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

CAPÍTULO VII
Das Prerrogativas da Autoridade Sanitária

Art. 84 Promover ações informativas e educativas, que visem à efetividade do


controle sanitário dos riscos e agravos à saúde da população e ao meio ambiente,
dirigidas aos usuários e comunidade portuária, aeroportuária, de passagens de
fronteiras e recintos alfandegados.

Art. 85 Disponibilizar e manter atualizada a listagem das áreas afetadas,


conforme definidos pelos órgãos responsáveis.

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Art. 86 Comunicar oficialmente a ocorrência de agravos à saúde pública às
autoridades envolvidas.

Art. 87 Ter livre acesso aos meios de transporte e áreas de abrangência prevista
nos art. 2º e 3º deste Regulamento, para o desempenho das ações de fiscalização
e controle sanitário na promoção e proteção da saúde pública.

CAPÍTULO VIII
Das Disposições Gerais e Transitórias

Art. 88 No ato da inspeção a autoridade sanitária poderá documentar, filmar e


fotografar todas as ações inerentes às atividades de fiscalização.

Art. 89 Os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS dos portos e


aeroportos de controle sanitário, passagens de fronteiras e recintos
alfandegados, aprovados antes da publicação desta RDC, deverão se adequar a
este Regulamento.

§ 1º Os PGRS, que já foram apresentados à autoridade sanitária federal deverão


ser analisados e aprovados pelas coordenações de vigilância sanitária de portos,
aeroportos, passagens de fronteiras e recintos alfandegados, devendo se adequar
às diretrizes deste Regulamento.

§ 2º Os portos e aeroportos de controle sanitário, passagens de fronteiras e


recintos alfandegados e as empresas relacionadas no Art. 3 º, que não dispõe de
Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS deverão cumprir as Boas
Práticas Sanitárias no Gerenciamento de Resíduos Sólidos descritas neste
Regulamento.

Art. 90 Empresas que atuem no gerenciamento de resíduos sólidos deverão ter


seus procedimentos em conformidade com esta legislação e dispor de
Autorização de Funcionamento válida conforme definido na legislação sanitária
vigente.

Art. 91 Os resíduos da construção civil deverão cumprir o disposto na legislação


pertinente.

Art. 92 O gerenciamento dos resíduos provenientes dos produtos de expurgo ou


fumigação deverá ser realizado conforme disposto na legislação vigente.

Art. 93. A coleta e retirada de resíduos sólidos de meios de transporte, bem como
a metodologia utilizada nessa prática, deverá ser realizada mediante adequado
cumprimento dos procedimentos de gerenciamento de resíduos sólidos, em
conformidade com o disposto nesse regulamento.

Parágrafo único. Para que seja autorizada a retirada de resíduos sólidos de


embarcações, os portos de controle sanitários deverão dispor de procedimentos

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 442
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relativos à coleta, transporte, tratamento e disposição final, em conformidade com
este regulamento.

Art. 94 Quando da presença de carga em perdimento o gerenciamento deverá ser


feito conforme classificação desta nos grupos de resíduos apresentados nesta
legislação.

Art. 95 Será de responsabilidade de todos os envolvidos em atividades nas áreas


de abrangência previstas nos art. 2º e 3º deste Regulamento, facilitar as ações de
proteção à saúde pública e atender as exigências determinadas pela autoridade
sanitária, com respeito e urbanidade.

ANEXO I
Plano de Limpeza e Desinfecção - PLD

A) MÉTODOS

MÉTODO I: Limpeza

Coletar e acondicionar os resíduos sólidos conforme legislações pertinentes;

Friccionar pano ou escova embebida com água e produtos detergentes, sabão ou


limpadores de uso geral nas superfícies, retirando os resíduos deixados após
operação;

Enxaguar com água limpa e ou passar pano úmido, até que todos os resíduos
sejam retirados;

Secar com pano limpo;

Promover o descarte dos panos utilizados na operação ou, quando


reaproveitáveis, acondicioná-los em recipientes ou sacos acondicionadores, para
posterior limpeza e desinfecção.

MÉTODO II: Desinfecção

Executar os procedimentos descritos no Método I;

Aplicar sobre a área atingida o produto de desinfecção respeitando a


concentração recomendada para desinfecção, bem como a validade do produto;

Aguardar tempo de ação, conforme indicação do fabricante;

Enxaguar com água limpa e ou passar pano úmido, até que todos os resíduos
sejam retirados;

Secar com pano limpo;

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Promover o descarte dos panos utilizados na operação ou, quando
reaproveitáveis, acondicioná-los em recipientes ou sacos acondicionadores, para
posterior limpeza e desinfecção.

MÉTODO III: Desinfecção de alto nível

Este procedimento deverá ser realizado em situações que são constatadas


contaminações por sangue, fezes, urina, vômitos ou outros fluidos orgânicos.
Antes de iniciar o procedimento deve-se interditar e isolar a área suspeita e
aguardar a liberação do local pela autoridade sanitária competente.

Realizar a limpeza criteriosa conforme método I acima, sendo que os


equipamentos e panos utilizados deverão ser descartados após a operação.

Aplicar sobre a área atingida produtos saneantes respeitando as concentrações


e validade apresentadas em sua rotulagem;

Aguardar tempo de ação, conforme indicação do fabricante;

Enxaguar com água limpa e ou passar pano úmido, até que todos os resíduos
sejam retirados;

Secar com pano limpo;

Promover o descarte dos panos utilizados na operação;

Descartar equipamentos e EPI que não possam ser desinfetados com


segurança.

Observações

1. A eleição dos produtos a serem empregados na operacionalização do PLD


ficará sob a responsabilidade da administração dos estabelecimentos ou das
Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Desinfecção;

2. Todos os produtos utilizados nestes procedimentos devem ter registro no órgão


de saúde competente e estarem em conformidade com os padrões e normas
sanitárias pertinentes, principalmente quanto à rotulagem e prazo de validade.

3. Para reaproveitamento dos EPI utilizados nos procedimentos de limpeza e


desinfecção, deverá ser realizado processo de desinfecção por imersão
(obedecido o tempo de contato e diluição recomendados pelo fabricante),
seguido de enxágüe com água potável, secagem e disposição em local
apropriado. Os procedimentos deverão ser submetidos à aprovação da autoridade
sanitária competente.

4. Os equipamentos de limpeza (vassouras, escovas, rodos, etc.) deverão sofrer


desinfecção por imersão com soluções indicadas, após cada procedimento.

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5. Quando do fracionamento, os produtos deverão ser identificados e
acondicionados de acordo com a natureza e características do produto original.

Nota:

1. Sempre que ocorrer suspeita de contaminação por contato com material


infectante, os EPI devem ser substituídos imediatamente e enviados para limpeza
e higienização.

6. RESÍDUOS DE SANEAMENTO BÁSICO

6.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

6.1.1. CONTEXTO NACIONAL

O saneamento básico no Brasil, apesar dos avanços evidenciados nos dados


contidos no “Diagnostico dos Serviços de Água e Esgoto – 2010" do Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS (Cidades, 2010), ainda é
bastante precário, a exemplo da coleta de esgotos que só atende a 53,5% da
população brasileira, cujo cenário negativo se acentua nas áreas de população de
menor poder aquisitivo.

Historicamente, na maioria das cidades, a ocupação territorial tradicional


aconteceu quase sempre desprovida de infraestrutura urbana, em especial
abastecimento de água e coleta de esgotos, consequência da falta de políticas
públicas de ordenamento territorial e desenvolvimento urbano, atualmente
refletido em altos gastos do estado para tratamento de doenças de veiculação
hídrica típicas de áreas carentes de saneamento básico.

Com a Política Nacional de Saneamento Básico (Lei Federal nº 11.445/2007),


estabelece-se o principio da “UNIVERSALIDADE AO ACESSO AOS SERVIÇOS
DE SANEAMENTO” dando inicio ao resgate a este passivo ambiental e social,
como consequência ao já preconizado na Constituição Cidadã de 1988.

6.1.2. CONTEXTO ESTADUAL

6.1.2.1. ABRANGÊNCIA INSTITUCIONAL DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

Com a regulamentação da Política Nacional de Saneamento, promovida pelo


Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010, a prestação de serviços de

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Agosto, 2013 – Rev.00
saneamento básico deixa de ser monopólio publico permitindo a participação da
iniciativa privada.

Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS, os


serviços de saneamento no Brasil são realizados pelas seguintes categorias de
prestadores de serviço:

PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE ABRANGENCIA REGIONAL – RE

PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE ABRANGENCIA MICRORREGIONAL – MR

PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE ABRANGENCIA LOCAL - Direito Publico -


LPu

PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE ABRANGENCIA LOCAL – Direito Privado


com Administração Publica – LPr

PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE ABRANGENCIA LOCAL – Empresa


Privada - LEP

No Estado do Rio de Janeiro, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos -


CEDAE, de capital estatal, é a maior prestadora de serviços, atendendo a 61
municípios do estado e, segundo o SNIS, classificada como PRESTADORA DE
SERVIÇOS DE ABRANGÊNCIA REGIONAL, sendo uma das maiores do Brasil.
Oferece serviços de captação, tratamento e distribuição de água, além de coleta e
tratamento de esgotos domésticos, cujos dados podem ser observados no quadro
a seguir. É importante salientar que, em muitos municípios, a CEDAE se atém ao
abastecimento de água, restando aos municípios os sistemas de esgotamento
sanitário. Mesmo no abastecimento de água, na maioria dos casos, este se
restringe ao núcleo urbano do distrito-sede, deixando a cargo das prefeituras ou
SAAEs os demais distritos.

QUADRO 6.1-1: MUNICÍPIOS ATENDIDOS POR PRESTADORA DE SERVIÇOS DE ABRANGÊNCIA REGIONAL

Município Tipo de Serviço

Angra dos Reis/RJ Água

Aperibé/RJ Água

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Município Tipo de Serviço

Belford Roxo/RJ Água e Esgotos

Bom Jardim/RJ Água

Bom Jesus do Itabapoana/RJ Água

Cambuci/RJ Água

Cantagalo/RJ Água

Carapebus/RJ Água

Cardoso Moreira/RJ Água

Casimiro de Abreu/RJ Água

Cordeiro/RJ Água e Esgotos

Duas Barras/RJ Água e Esgotos

Duque de Caxias/RJ Água e Esgotos

Engenheiro Paulo de Frontin/RJ Água

Itaboraí/RJ Água e Esgotos

Itaguaí/RJ Água e Esgotos

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Município Tipo de Serviço

Italva/RJ Água e Esgotos

Itaocara/RJ Água

Itaperuna/RJ Água e Esgotos

Japeri/RJ Água

Laje do Muriaé/RJ Água e Esgotos

Macaé/RJ Água

Macuco/RJ Água e Esgotos

Magé/RJ Água e Esgotos

Mangaratiba/RJ Água e Esgotos

Maricá/RJ Água e Esgotos

Mesquita/RJ Água e Esgotos

Miguel Pereira/RJ Água

Miracema/RJ Água

Natividade/RJ Água

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Município Tipo de Serviço

Nilópolis/RJ Água e Esgotos

Nova Iguaçu/RJ Água e Esgotos

Paracambi/RJ Água e Esgotos

Paraíba do Sul/RJ Água

Paty do Alferes/RJ Água

Pinheiral/RJ Água

Piraí/RJ Água e Esgotos

Porciúncula/RJ Água

Queimados/RJ Água e Esgotos

Quissamã/RJ Água e Esgotos

Rio Bonito/RJ Água

Rio Claro/RJ Água

Rio das Ostras/RJ Água

Rio de Janeiro/RJ Água e Esgotos

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Município Tipo de Serviço

Santa Maria Madalena/RJ Água

São Fidélis/RJ Água

São Francisco de Itabapoana/RJ Água e Esgotos

São Gonçalo/RJ Água e Esgotos

São João da Barra/RJ Água e Esgotos

São João de Meriti/RJ Água e Esgotos

São José de Ubá/RJ Água

São Sebastião do Alto/RJ Água

Sapucaia/RJ Água

Seropédica/RJ Água e Esgotos

Sumidouro/RJ Água

Tanguá/RJ Água e Esgotos

Teresópolis/RJ Água e Esgotos

Trajano de Morais/RJ Água

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Município Tipo de Serviço

Valença/RJ Água e Esgotos

Varre-Sai/RJ Água

Vassouras/RJ Água

FONTE: SNIS, 2010

As PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE ABRANGÊNCIA LOCAL - Direito


Público atuam em 27 municípios do estado, cujos dados operacionais
encontram-se apresentados no Quadro 6.1-2 a seguir.

QUADRO 6.1-2: MUNICÍPIOS ATENDIDOS POR PRESTADORA DE SERVIÇOS DE ABRANGÊNCIA LOCAL -


DIREITO PÚBLICO (SERVIÇOS AUTÔNOMOS DE ÁGUA E ESGOTO, AUTARQUIAS E/OU DEMAIS ÓRGÃOS OU
DEPARTAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA MUNICIPAL)

Município Tipo de Serviço

Angra dos Reis/RJ Água e Esgoto

Areal/RJ Água

Barra do Piraí/RJ Água e Esgoto

Barra Mansa/RJ Água e Esgoto

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Município Tipo de Serviço

Bom Jardim/RJ Esgoto

Bom Jesus do Itabapoana/RJ Esgoto

Cachoeiras de Macacu/RJ Água e Esgoto

Cantagalo/RJ Esgoto

Carapebus/RJ Esgoto

Cardoso Moreira/RJ Esgoto

Casimiro de Abreu/RJ Água e Esgoto

Comendador Levy Gasparian/RJ Água e Esgoto

Itaocara/RJ Esgoto

Itatiaia/RJ Água e Esgoto

Miracema/RJ Esgoto

Paraíba do Sul/RJ Esgoto

Paty do Alferes/RJ Esgoto

Porciúncula/RJ Esgoto

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Município Tipo de Serviço

Porto Real/RJ Água e Esgoto

Rio das Flores/RJ Água e Esgoto

Rio das Ostras/RJ Esgoto

Santa Maria Madalena/RJ Esgoto

São José do Vale do Rio Preto/RJ Água

São Sebastião do Alto/RJ Esgoto

Sumidouro/RJ Esgoto

Três Rios/RJ Água e Esgoto

Volta Redonda/RJ Água e Esgoto

FONTE: SNIS, 2010

Já as PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE ABRANGENCIA MICRORREGIONAL


– EMPRESA PRIVADA atuam em 8 municípios do estado, cujos dados
operacionais estão listados no Quadro 6.1-3 a seguir:

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QUADRO 6.1-3: MUNICÍPIOS ATENDIDOS POR PRESTADORA DE SERVIÇOS DE ABRANGÊNCIA
MICRORREGIONAL (CONCESSIONÁRIAS)

Município Tipo de Serviço

Araruama/RJ Água e Esgotos

Saquarema/RJ Água e Esgotos

Silva Jardim/RJ Água e Esgotos

Armação dos Búzios/RJ Água e Esgotos

Arraial do Cabo/RJ Água

Cabo Frio/RJ Água e Esgotos

Iguaba Grande/RJ Água e Esgotos

São Pedro da Aldeia/RJ Água e Esgotos

FONTE: SNIS, 2010

As PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE ABRANGENCIA LOCAL - EMPRESA


PRIVADA atuam em 8 municípios do estado, cujos municípios atendidos
encontram-se apresentados no Quadro 6.1-4 a seguir.

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
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Agosto, 2013 – Rev.00
QUADRO 6.1-4: MUNICÍPIOS ATENDIDOS POR PRESTADORA DE SERVIÇOS DE ABRANGÊNCIA LOCAL -
EMPRESA PRIVADA (LEP)

Município Tipo de Serviço

Campos dos Goytacazes/RJ Água e Esgoto

Guapimirim/RJ Água

Niterói/RJ Água e Esgoto

Nova Friburgo/RJ Água e Esgoto

Petrópolis/RJ Água e Esgoto

Resende/RJ Água e Esgoto

FONTE: SNIS, 2010

Por fim, uma única empresa PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE


ABRANGENCIA LOCAL - DIREITO PRIVADO COM ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA atua no estado, conforme Quadro 6.1-5 a seguir:

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 455
Agosto, 2013 – Rev.00
QUADRO 6.1-5: MUNICÍPIOS ATENDIDOS POR PRESTADORA DE SERVIÇOS DE ABRANGÊNCIA LOCAL -
DIREITO PRIVADO COM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (LPR)

Município Tipo de Serviço

Macaé/RJ Esgoto

FONTE: SNIS, 2010

No Estado do Rio de Janeiro, atuam as seguintes concessionárias de


abastecimento de água e esgotamento sanitário:

QUADRO 6.1-6: CONCESSIONÁRIAS QUE ATUAM NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Item Concessionária Municípios Atendidos

Araruama

1 Águas de Juturnaíba Silva Jardim

Saquarema

Armação dos Búzios

Arraial do Cabo*

2 Prolagos Cabo Frio

Iguaba Grande

São Pedro da Aldeia

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 456
Agosto, 2013 – Rev.00
3 Águas do Paraíba Campos dos Goytacazes

4 Fontes da Serra Guapimirim

5 Águas de Niterói Niterói

6 Águas do Imperador Petrópolis

7 Águas de Nova Friburgo Nova Friburgo

8 Águas de Agulhas Negras Resende

9 Águas de Santo Antônio Santo Antônio de Pádua

10 Saneamento de Rio das Ostras Rio das Ostras

11 Foz Água 5 Rio de Janeiro**

* Não concedeu o sistema de coleta e tratamento de esgotos domésticos.


** Apenas esgotamento sanitário em 21 bairros da cidade do Rio de Janeiro.
FONTES: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS CONCESSIONÁRIAS – ABCON / ÁGUAS DO BRASIL/ SINDICATO
NACIONAL DA CONCESSIONÁRIAS PRIVADAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE ÁGUA E ESGOTO - SINDCON

6.1.2.2. COBERTURA ESTADUAL DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

Para a avaliação do contexto estadual de saneamento básico, foram analisados


dados oriundos da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2008), e da
Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores
Públicos do Rio de Janeiro - CEPERJ, este último que fornece subsídios para o
cálculo do ICMS Verde estadual7.

Segundo dados da Fundação CEPERJ, o Estado do Rio de Janeiro apresenta os


seguintes números referentes à cobertura dos sistemas de abastecimento de
água, coleta e tratamento de esgotos:

7
A Fundação CEPERJ usa como fonte os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Ministério das
Cidades/ Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental)

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 457
Agosto, 2013 – Rev.00
QUADRO 6.1-7: PERCENTUAL DA POPULAÇÃO ESTADUAL ATENDIDA COM ABASTECIMENTO DE ÁGUA,
COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTOS

% População Total
Sistema de Saneamento
Atendida*

Abastecimento de Água** 74,30%

Coleta de Esgotos** 39,28%

Tratamento de Esgotos*** 15,58%

FONTE: * CENSO DEMOGRÁFICO (IBGE, 2010)


** ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CEPERJ, 2010)
*** ICMS ECOLÓGICO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CEPERJ, 2012)

Os dados anteriores se distribuem da seguinte forma:

QUADRO 6.1-8: PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ATENDIDA COM ABASTECIMENTO DE


ÁGUA, COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTOS

% de Cobertura

População
Município
Total*
Abastecimento de Tratamento de
Coleta de Esgoto**
Água** Esgoto***

Angra dos Reis 169.511 92,83% 45,00% 0,00%

Aperibé 10.213 88,19% 0,00% 7,79%

Araruama 112.008 93,83% 65,26% 69,11%

Areal 11.423 86,87% 0,00% 0,00%

Armação dos Búzios 27.560 91,00% 55,00% 35,00%

Arraial do Cabo 27.715 91,00% 0,00% 38,54%

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 458
Agosto, 2013 – Rev.00
% de Cobertura

População
Município
Total*
Abastecimento de Tratamento de
Coleta de Esgoto**
Água** Esgoto***

Barra do Piraí 94.778 89,64% 79,09% 1,09%

Barra Mansa 177.813 98,13% 98,13% 1,70%

Belford Roxo 469.332 76,85% 39,26% 4,26%

Bom Jardim 25.333 59,22% 60,17% 0,00%

Bom Jesus do Itabapoana 35.411 90,95% 86,41% 14,99%

Cabo Frio 186.227 75,44% 55,00% 30,91%

Cachoeiras de Macacu 54.273 94,79% 86,50% 0,00%

Cambuci 14.827 70,70% 0,00% 11,51%

Campos dos Goytacazes 463.731 89,24% 41,07% 30,69%

Cantagalo 19.830 69,54% 70,44% 7,49%

Carapebus 13.359 31,30% 95,94% 87,08%

Cardoso Moreira 12.600 58,33% 21,25% 6,04%

Carmo 17.434 0,00% 0,00% 0,00%

Casimiro de Abreu 35.347 78,20% 52,13% 3,51%

Comendador Levy
8.180 99,18% 99,18% 9,54%
Gasparian

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 459
Agosto, 2013 – Rev.00
% de Cobertura

População
Município
Total*
Abastecimento de Tratamento de
Coleta de Esgoto**
Água** Esgoto***

Conceição de Macabu 21.211 0,00% 0,00% 22,33%

Cordeiro 20.430 94,92% 42,99% 0,00%

Duas Barras 10.930 34,35% 12,95% 0,00%

Duque de Caxias 855.048 85,09% 41,60% 1,07%

Engenheiro Paulo de
13.237 46,48% 0,00% 0,00%
Frontin

Guapimirim 51.483 43,88% 0,00% 0,00%

Iguaba Grande 22.851 91,00% 55,00% 48,52%

Itaboraí 218.008 81,71% 40,31% 3,69%

Itaguaí 109.091 86,36% 36,96% 0,00%

Italva 14.063 85,27% 26,92% 17,09%

Itaocara 22.899 82,24% 75,66% 0,00%

Itaperuna 95.841 91,13% 23,54% 2,26%

Itatiaia 28.783 100,00% 65,22% 0,00%

Japeri 95.492 67,15% 0,00% 0,13%

Laje do Muriaé 7.487 76,44% 18,22% 67,23%

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Agosto, 2013 – Rev.00
% de Cobertura

População
Município
Total*
Abastecimento de Tratamento de
Coleta de Esgoto**
Água** Esgoto***

Macaé 206.728 85,44% 31,42% 3,90%

Macuco 5.269 96,77% 47,07% 0,00%

Magé 227.322 79,66% 40,62% 0,00%

Mangaratiba 36.456 89,65% 12,55% 11,21%

Maricá 127.461 57,98% 12,35% 3,58%

Mendes 17.935 0,00% 0,00% 0,00%

Mesquita 168.376 82,61% 37,24% 0,00%

Miguel Pereira 24.642 100,00% 0,00% 30,80%

Miracema 26.843 90,78% 92,17% 17,58%

Natividade 15.082 72,15% 0,00% 29,89%

Nilópolis 157.425 98,34% 95,89% 4,07%

Niterói 487.562 100,00% 92,66% 89,60%

Nova Friburgo 182.082 81,83% 79,63% 0,00%

Nova Iguaçu 796.257 92,09% 42,00% 4,14%

Paracambi 47.124 73,15% 29,95% 19,05%

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 461
Agosto, 2013 – Rev.00
% de Cobertura

População
Município
Total*
Abastecimento de Tratamento de
Coleta de Esgoto**
Água** Esgoto***

Paraíba do Sul 41.084 90,22% 86,65% 0,00%

Paraty 37.533 0,00% 0,00% 0,00%

Paty do Alferes 26.359 61,89% 100,00% 2,21%

Petrópolis 295.917 87,74% 74,35% 72,18%

Pinheiral 22.719 88,59% 0,00% 0,00%

Piraí 26.314 98,55% 35,78% 10,13%

Porciúncula 17.760 95,36% 67,57% 0,00%

Porto Real 16.592 99,43% 92,21% 32,16%

Quatis 12.793 0,00% 0,00% 20,78%

Queimados 137.962 79,74% 37,02% 3,77%

Quissamã 20.242 90,31% 30,79% 33,61%

Resende 119.769 93,19% 87,56% 57,31%

Rio Bonito 55.551 87,16% 0,00% 0,00%

Rio Claro 17.425 61,37% 0,00% 0,00%

Rio das Flores 8.561 69,61% 69,61% 50,14%

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 462
Agosto, 2013 – Rev.00
% de Cobertura

População
Município
Total*
Abastecimento de Tratamento de
Coleta de Esgoto**
Água** Esgoto***

Rio das Ostras 105.676 91,69% 33,41% 33,92%

Rio de Janeiro 6.320.446 91,17% 70,12% 58,38%

Santa Maria Madalena 10.321 48,22% 52,11% 22,76%

Santo Antônio de Pádua 40.589 0,00% 0,00% 1,93%

São Fidélis 37.543 71,18% 0,00% 8,42%

São Francisco de
41.354 38,47% 1,10% 0,00%
Itabapoana

São Gonçalo 999.728 85,11% 36,78% 0,79%

São João da Barra 32.747 89,27% 10,30% 19,46%

São João de Meriti 458.673 91,84% 48,73% 0,00%

São José de Ubá 7.003 52,22% 0,00% 53,26%

São José do Vale do Rio


20.251 78,56% 0,00% 0,00%
Preto

São Pedro da Aldeia 87.875 91,00% 55,00% 47,97%

São Sebastião do Alto 8.895 50,50% 66,87% 39,03%

Sapucaia 17.525 83,15% 0,00% 0,00%

Saquarema 74.234 90,66% 72,47% 44,09%

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 463
Agosto, 2013 – Rev.00
% de Cobertura

População
Município
Total*
Abastecimento de Tratamento de
Coleta de Esgoto**
Água** Esgoto***

Seropédica 78.186 69,58% 31,13% 0,00%

Silva Jardim 21.349 81,50% 39,81% 60,17%

Sumidouro 14.900 27,15% 31,54% 0,00%

Tanguá 30.732 68,30% 29,86% 9,11%

Teresópolis 163.746 85,29% 18,72% 0,00%

Trajano de Moraes 10.289 25,74% 0,00% 0,00%

Três Rios 77.432 99,80% 98,90% 0,00%

Valença 71.843 91,01% 38,11% 0,00%

Varre-Sai 9.475 60,85% 0,00% 0,00%

Vassouras 34.410 78,81% 0,00% 0,00%

Volta Redonda 257.803 99,95% 94,75% 16,32%

FONTE: * CENSO DEMOGRÁFICO (IBGE, 2010)


** ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CEPERJ, 2010)
*** ICMS ECOLÓGICO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CEPERJ, 2012)

Os dados anteriormente apresentados possuem inconsistências, uma vez que a


metodologia de coleta de dados é baseada em declarações dos diferentes órgãos
municipais, cuja expectativa é que tais informações sejam melhor apuradas
quando da elaboração dos Planos Municipais de Saneamento.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 464
Agosto, 2013 – Rev.00
6.2. CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS DE SANEAMENTO

O lodo gerado em uma Estação de Tratamento de Água – ETA - é formado tanto


pelos sólidos suspensos da água bruta como, também, por uma parcela
significativa produtos adicionados ao processo de tratamento, cujo propósito é
alcançar resultados que confiram características de potabilidade á água, através
da remoção de odor, cor, turbidez, microorganismos patogênicos, microalgas
tóxicas, etc. É notória, portanto, a importância da qualidade/hidrobiologia da água
bruta no processo de geração de lodo nas ETA's. (FEITOSA et al, 2008), onde
quanto pior a qualidade da água sob os aspectos físico e biótico, maior será a
geração de lodo. E em se tratando de áreas metropolitanas, torna-se cada vez
mais difícil a obtenção de água bruta de qualidade, dada baixa cobertura de
sistemas de tratamento de esgotos conforme abordado anteriormente.

No que tange ao lodo dos sistemas de tratamento de esgotos, segundo Andreoti


et al (2001) e Metcalf e Eddy (2002), o lodo gerado em Estações de Tratamento
de Esgoto - ETE's possui as seguintes origens:

QUADRO 6.2-1: ORIGEM DOS PRINCIPAIS SUBPRODUTOS SÓLIDOS GERADOS NO TRATAMENTO DE


ESGOTOS

Subproduto Sólido Gerado Origem do Resíduo na ETE

Sólidos Grosseiros Grade

Areia Desarenador

Desarenador, decantador primário, decantador


Escuma secundário, reator anaeróbio e lagoa de
estabilização

Lodo primário Tanque séptico e decantador primário

Lodo biológico aeróbio


Lodos ativados convencional e reatores
aeróbios com biofilme (alta carga)
(não estabilizado)

Lodo biológico aeróbio


Lodos ativados – aeração prolongada e
reatores aeróbios com biofilme (baixa carga)
(estabilizado)

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 465
Agosto, 2013 – Rev.00
Lodo biológico anaeróbio
Lagoas de estabilização, Reatores UASB e
Filtros anaeróbios
(estabilizado)

Decantador primário com precipitação química


Lodo Químico
e Lodos ativados com precipitação de fósforo

FONTE: ANDREOLI ET AL, 2001; METCALF E EDDY, 2002

6.3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE SANEAMENTO

No caso dos serviços de saneamento, o principal resíduo produzido nas Estações


de Tratamento de Águas - ETA's e nas Estações de Tratamento de Esgoto -
ETE's é o lodo oriundo dos processos de tratamento, que configura-se na fração
sólida removida, cuja carga orgânica e produtos químicos remanescentes dos
processos de tratamento demandam o seu destino final de forma adequada.

Segundo SOBRINHO (2001), estima-se que a produção de esgotos domésticos,


no Brasil, situe-se em uma faixa que varia de 80 a 200 litros/hab x dia. Além
disso, segundo o mesmo autor, estima-se que a produção de lodo centrifugado
seja de 150 g/hab x dia. Aplicando-se este indicador aos municípios fluminenses
que possuem Estação de Tratamento de Esgotos - ETE, estima-se o seguinte
quantitativo:

QUADRO 6.3-1: ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE LODO EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS - ETE'S

Índice de Geração de Quantitativo Lodo


% da População Lodo Centrifugado*** ETE
População Total Atendida por
Município
Total* Tratamento de
Esgoto**
kg/hab x dia ton/dia

Angra dos Reis 169.511 --- --- ---

Aperibé 10.213 7,79% 0,15 0,12

Araruama 112.008 69,11% 0,15 11,61

Areal 11.423 --- --- ---

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 466
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
% da População Lodo Centrifugado*** ETE
População Total Atendida por
Município
Total* Tratamento de
Esgoto**
kg/hab x dia ton/dia

Armação dos Búzios 27.560 35,00% 0,15 1,45

Arraial do Cabo 27.715 38,54% 0,15 1,60

Barra do Piraí 94.778 1,09% 0,15 0,15

Barra Mansa 177.813 1,70% 0,15 0,45

Belford Roxo 469.332 4,26% 0,15 3,00

Bom Jardim 25.333 --- --- ---

Bom Jesus do Itabapoana 35.411 14,99% 0,15 0,80

Cabo Frio 186.227 30,91% 0,15 8,63

Cachoeiras de Macacu 54.273 --- --- ---

Cambuci 14.827 11,51% 0,15 0,26

Campos dos Goytacazes 463.731 30,69% 0,15 21,35

Cantagalo 19.830 7,49% 0,15 0,22

Carapebus 13.359 87,08% 0,15 1,74

Cardoso Moreira 12.600 6,04% 0,15 0,11

Carmo 17.434 --- --- ---

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 467
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
% da População Lodo Centrifugado*** ETE
População Total Atendida por
Município
Total* Tratamento de
Esgoto**
kg/hab x dia ton/dia

Casimiro de Abreu 35.347 3,51% 0,15 0,19

Comendador Levy
8.180 9,54% 0,15 0,12
Gasparian

Conceição de Macabu 21.211 22,33% 0,15 0,71

Cordeiro 20.430 --- --- ---

Duas Barras 10.930 --- --- ---

Duque de Caxias 855.048 1,07% 0,15 1,37

Engenheiro Paulo de
13.237 --- --- ---
Frontin

Guapimirim 51.483 --- --- ---

Iguaba Grande 22.851 48,52% 0,15 1,66

Itaboraí 218.008 3,69% 0,15 1,21

Itaguaí 109.091 --- --- ---

Italva 14.063 17,09% 0,15 0,36

Itaocara 22.899 --- --- ---

Itaperuna 95.841 2,26% 0,15 0,32

Itatiaia 28.783 --- --- ---

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 468
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
% da População Lodo Centrifugado*** ETE
População Total Atendida por
Município
Total* Tratamento de
Esgoto**
kg/hab x dia ton/dia

Japeri 95.492 0,13% 0,15 0,02

Laje do Muriaé 7.487 67,23% 0,15 0,76

Macaé 206.728 3,90% 0,15 1,21

Macuco 5.269 --- --- ---

Magé 227.322 --- --- ---

Mangaratiba 36.456 11,21% 0,15 0,61

Maricá 127.461 3,58% 0,15 0,68

Mendes 17.935 --- --- ---

Mesquita 168.376 --- --- ---

Miguel Pereira 24.642 30,80% 0,15 1,14

Miracema 26.843 17,58% 0,15 0,71

Natividade 15.082 29,89% 0,15 0,68

Nilópolis 157.425 4,07% 0,15 0,96

Niterói 487.562 89,60% 0,15 65,53

Nova Friburgo 182.082 --- --- ---

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 469
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
% da População Lodo Centrifugado*** ETE
População Total Atendida por
Município
Total* Tratamento de
Esgoto**
kg/hab x dia ton/dia

Nova Iguaçu 796.257 4,14% 0,15 4,94

Paracambi 47.124 19,05% 0,15 1,35

Paraíba do Sul 41.084 --- --- ---

Paraty 37.533 --- --- ---

Paty do Alferes 26.359 2,21% 0,15 0,09

Petrópolis 295.917 72,18% 0,15 32,04

Pinheiral 22.719 --- --- ---

Piraí 26.314 10,13% 0,15 0,40

Porciúncula 17.760 --- --- ---

Porto Real 16.592 32,16% 0,15 0,80

Quatis 12.793 20,78% 0,15 0,40

Queimados 137.962 3,77% 0,15 0,78

Quissamã 20.242 33,61% 0,15 1,02

Resende 119.769 57,31% 0,15 10,30

Rio Bonito 55.551 --- --- ---

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 470
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
% da População Lodo Centrifugado*** ETE
População Total Atendida por
Município
Total* Tratamento de
Esgoto**
kg/hab x dia ton/dia

Rio Claro 17.425 --- --- ---

Rio das Flores 8.561 50,14% 0,15 0,64

Rio das Ostras 105.676 33,92% 0,15 5,38

Rio de Janeiro 6.320.446 58,38% 0,15 553,48

Santa Maria Madalena 10.321 22,76% 0,15 0,35

Santo Antônio de Pádua 40.589 1,93% 0,15 0,12

São Fidélis 37.543 8,42% 0,15 0,47

São Francisco de
41.354 --- --- ---
Itabapoana

São Gonçalo 999.728 0,79% 0,15 1,18

São João da Barra 32.747 19,46% 0,15 0,96

São João de Meriti 458.673 --- --- ---

São José de Ubá 7.003 53,26% 0,15 0,56

São José do Vale do Rio


20.251 --- --- ---
Preto

São Pedro da Aldeia 87.875 47,97% 0,15 6,32

São Sebastião do Alto 8.895 39,03% 0,15 0,52

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 471
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
% da População Lodo Centrifugado*** ETE
População Total Atendida por
Município
Total* Tratamento de
Esgoto**
kg/hab x dia ton/dia

Sapucaia 17.525 --- --- ---

Saquarema 74.234 44,09% 0,15 4,91

Seropédica 78.186 --- --- ---

Silva Jardim 21.349 60,17% 0,15 1,93

Sumidouro 14.900 --- --- ---

Tanguá 30.732 9,11% 0,15 0,42

Teresópolis 163.746 --- --- ---

Trajano de Moraes 10.289 --- --- ---

Três Rios 77.432 --- --- ---

Valença 71.843 --- --- ---

Varre-Sai 9.475 --- --- ---

Vassouras 34.410 --- --- ---

Volta Redonda 257.803 16,32% 0,15 6,31

TOTAL 15.989.929 765,40

FONTE: * CENSO DEMOGRÁFICO (IBGE, 2010)


** ICMS ECOLÓGICO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CEPERJ, 2012)
** SOBRINHO, 2001

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 472
Agosto, 2013 – Rev.00
No que tange à quantificação de lodos gerados em estações de tratamento de
água, experiências realizadas por Passig, et al (2010) na estação de tratamento
de água de Campo Mourão/PR, chegaram a uma média diária de geração de
sólidos de 595 kg, onde a ETA possui vazão média de 8.500 m³/dia e atende a
uma população de 60.000 habitantes. Desta forma, considerando os dados
anteriores, pode-se inferir uma geração per capita aproximada de 10 g/hab x dia
de lodo derivado de estações de tratamento de água. Considerando este
indicador, tem-se o seguinte quantitativo gerado pelos municípios que possuem
sistema de tratamento de água:

QUADRO 6.3-2: ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE LODO EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA - ETA'S

Índice de Geração de Quantitativo Lodo


Lodo*** ETA
% da População
População
Município Total Atendida por
Total*
Rede de Água**
kg/hab x dia ton/dia

Angra dos Reis 169.511 92,83% 0,01 1,57

Aperibé 10.213 88,19% 0,01 0,09

Araruama 112.008 93,83% 0,01 1,05

Areal 11.423 86,87% 0,01 0,10

Armação dos Búzios 27.560 91,00% 0,01 0,25

Arraial do Cabo 27.715 91,00% 0,01 0,25

Barra do Piraí 94.778 89,64% 0,01 0,85

Barra Mansa 177.813 98,13% 0,01 1,74

Belford Roxo 469.332 76,85% 0,01 3,61

Bom Jardim 25.333 59,22% 0,01 0,15

Bom Jesus do Itabapoana 35.411 90,95% 0,01 0,32

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 473
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
Lodo*** ETA
% da População
População
Município Total Atendida por
Total*
Rede de Água**
kg/hab x dia ton/dia

Cabo Frio 186.227 75,44% 0,01 1,40

Cachoeiras de Macacu 54.273 94,79% 0,01 0,51

Cambuci 14.827 70,70% 0,01 0,10

Campos dos Goytacazes 463.731 89,24% 0,01 4,14

Cantagalo 19.830 69,54% 0,01 0,14

Carapebus 13.359 31,30% 0,01 0,04

Cardoso Moreira 12.600 58,33% 0,01 0,07

Carmo 17.434 --- --- ---

Casimiro de Abreu 35.347 78,20% 0,01 0,28

Comendador Levy
8.180 99,18% 0,01 0,08
Gasparian

Conceição de Macabu 21.211 --- --- ---

Cordeiro 20.430 94,92% 0,01 0,19

Duas Barras 10.930 34,35% 0,01 0,04

Duque de Caxias 855.048 85,09% 0,01 7,28

Engenheiro Paulo de
13.237 46,48% 0,01 0,06
Frontin

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Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
Lodo*** ETA
% da População
População
Município Total Atendida por
Total*
Rede de Água**
kg/hab x dia ton/dia

Guapimirim 51.483 43,88% 0,01 0,23

Iguaba Grande 22.851 91,00% 0,01 0,21

Itaboraí 218.008 81,71% 0,01 1,78

Itaguaí 109.091 86,36% 0,01 0,94

Italva 14.063 85,27% 0,01 0,12

Itaocara 22.899 82,24% 0,01 0,19

Itaperuna 95.841 91,13% 0,01 0,87

Itatiaia 28.783 100,00% 0,01 0,29

Japeri 95.492 67,15% 0,01 0,64

Laje do Muriaé 7.487 76,44% 0,01 0,06

Macaé 206.728 85,44% 0,01 1,77

Macuco 5.269 96,77% 0,01 0,05

Magé 227.322 79,66% 0,01 1,81

Mangaratiba 36.456 89,65% 0,01 0,33

Maricá 127.461 57,98% 0,01 0,74

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 475
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
Lodo*** ETA
% da População
População
Município Total Atendida por
Total*
Rede de Água**
kg/hab x dia ton/dia

Mendes 17.935 --- --- ---

Mesquita 168.376 82,61% 0,01 1,39

Miguel Pereira 24.642 100,00% 0,01 0,25

Miracema 26.843 90,78% 0,01 0,24

Natividade 15.082 72,15% 0,01 0,11

Nilópolis 157.425 98,34% 0,01 1,55

Niterói 487.562 100,00% 0,01 4,88

Nova Friburgo 182.082 81,83% 0,01 1,49

Nova Iguaçu 796.257 92,09% 0,01 7,33

Paracambi 47.124 73,15% 0,01 0,34

Paraíba do Sul 41.084 90,22% 0,01 0,37

Paraty 37.533 --- --- ---

Paty do Alferes 26.359 61,89% 0,01 0,16

Petrópolis 295.917 87,74% 0,01 2,60

Pinheiral 22.719 88,59% 0,01 0,20

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 476
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
Lodo*** ETA
% da População
População
Município Total Atendida por
Total*
Rede de Água**
kg/hab x dia ton/dia

Piraí 26.314 98,55% 0,01 0,26

Porciúncula 17.760 95,36% 0,01 0,17

Porto Real 16.592 99,43% 0,01 0,16

Quatis 12.793 --- --- ---

Queimados 137.962 79,74% 0,01 1,10

Quissamã 20.242 90,31% 0,01 0,18

Resende 119.769 93,19% 0,01 1,12

Rio Bonito 55.551 87,16% 0,01 0,48

Rio Claro 17.425 61,37% 0,01 0,11

Rio das Flores 8.561 69,61% 0,01 0,06

Rio das Ostras 105.676 91,69% 0,01 0,97

Rio de Janeiro 6.320.446 91,17% 0,01 57,62

Santa Maria Madalena 10.321 48,22% 0,01 0,05

Santo Antônio de Pádua 40.589 --- --- ---

São Fidélis 37.543 71,18% 0,01 0,27

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 477
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
Lodo*** ETA
% da População
População
Município Total Atendida por
Total*
Rede de Água**
kg/hab x dia ton/dia

São Francisco de
41.354 38,47% 0,01 0,16
Itabapoana

São Gonçalo 999.728 85,11% 0,01 8,51

São João da Barra 32.747 89,27% 0,01 0,29

São João de Meriti 458.673 91,84% 0,01 4,21

São José de Ubá 7.003 52,22% 0,01 0,04

São José do Vale do Rio


20.251 78,56% 0,01 0,16
Preto

São Pedro da Aldeia 87.875 91,00% 0,01 0,80

São Sebastião do Alto 8.895 50,50% 0,01 0,04

Sapucaia 17.525 83,15% 0,01 0,15

Saquarema 74.234 90,66% 0,01 0,67

Seropédica 78.186 69,58% 0,01 0,54

Silva Jardim 21.349 81,50% 0,01 0,17

Sumidouro 14.900 27,15% 0,01 0,04

Tanguá 30.732 68,30% 0,01 0,21

Teresópolis 163.746 85,29% 0,01 1,40

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 478
Agosto, 2013 – Rev.00
Índice de Geração de Quantitativo Lodo
Lodo*** ETA
% da População
População
Município Total Atendida por
Total*
Rede de Água**
kg/hab x dia ton/dia

Trajano de Moraes 10.289 25,74% 0,01 0,03

Três Rios 77.432 99,80% 0,01 0,77

Valença 71.843 91,01% 0,01 0,65

Varre-Sai 9.475 60,85% 0,01 0,06

Vassouras 34.410 78,81% 0,01 0,27

Volta Redonda 257.803 99,95% 0,01 2,58

TOTAL 15.989.929 139,55

Obs.: Os municípios de Carmo, Conceição de Macabu, Mendes, Paraty, Quatis e Santo Antônio
de Pádua possuem sistema de abastecimento de água, porém não apresentaram informações.
FONTE : * CENSO DEMOGRÁFICO (IBGE, 2010)
** ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CEPERJ, 2010)
** PASSIG, ET AL, 2010

Ao analisarem-se os números estimados, conclui-se que cerca de 760 toneladas


diárias de lodo são oriundos do sistema de tratamento de esgotos domésticos, e
outros 140 toneladas diárias de lodo advém do tratamento de água. Desta forma,
perfaz-se um valor total de aproximadamente 900 toneladas de lodo gerados
diariamente em todo o Estado do Rio de Janeiro. Porém, este número ainda é
impreciso, visto que os dados da Fundação CEPERJ, oriundos do Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS, são declarados pelos
municípios, e mesmo assim há municípios que não respondem aos questionários.
No entanto, configura-se em um primeiro indicador, o qual pode ser melhor
aferido na elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico.

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 479
Agosto, 2013 – Rev.00
6.4. DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS DE SANEAMENTO

Segundo Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB (IBGE, 2008),


apenas 55% do esgoto gerado é coletado e somente 68,8% dessa porcentagem é
tratado, onde grande parte deste lodo gerado é encaminhado para vazadouros ou
aterros sanitários, e também para utilização na agricultura. Destaca-se algumas
ações para reaproveitamento de lodos de estações de tratamento em
manufaturas de tijolos, a exemplo da CEDAE que conduziu tal projeto no
passado.

A despeito dos resíduos de saneamento serem amplamente destinados a aterros


sanitários, a Lei Federal nº 12.305/2010 limita, a partir do ano de 2014 o uso de
aterros sanitários para resíduos que podem ser reaproveitados, elevando a
demanda por alternativas de utilização desta tipologia, sobretudo com a tendência
de melhoria dos serviços de saneamento apontadas no Diagnóstico do SNIS
(Cidades, 2010), onde haverá maior geração de lodo.

Atualmente no Brasil já existem métodos de aproveitamento desta tipologia de


resíduo, onde o quadro, a seguir, faz uma análise dos pontos positivos e
negativos de cada método já em utilização.

QUADRO 6.4-1: TIPOS DE DISPOSIÇÃO FINAL: PRÓS E CONTRAS

Alternativa de disposição Vantagens Desvantagens

 Alto custo;

 Redução drástica de volume;  Gerenciamento das


Incineração
 Esterilização.  cinzas;

 Poluição atmosférica.

 Redução da vida útil do aterro


sanitário;*
Aterro Sanitário  Baixo custo.
 Piora na qualidade do efluente
líquido percolado.*

 Possível acumulação de
metais pesados e/ou
 Baixo custo;
Disposição superficial no solo elementos de difícil
decomposição no solo;
 Disposição de grandes
(landfarming)
volumes por unidade de área.
 Possível contaminação do
lençol freático;

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 480
Agosto, 2013 – Rev.00
Alternativa de disposição Vantagens Desvantagens

 Provoca mau odor;

 Atração de vetores;

 Dificuldade de reintegração da
área.

 Liberação de maus odores;


 Alta taxa de aplicabilidade do
Recuperação de áreas lodo;  Limitação de composição do
lodo para tal uso;
degradadas  Resultados positivos sobre a
reconstituição do solo e flora.  Possível contaminação da
biota e do lençol freático

 Grande disponibilidade de  Limitações referentes à


áreas; composição do lodo e taxa de
aplicação;
 Efeitos positivos sobre solo;
 Contaminação do solo;
Reciclagem agrícola  Solução a longo prazo;
 Contaminação dos alimentos;
 Potencial como fertilizante;
 Possível patogenicidade;
 Resposta positiva das culturas
em que é utilizado.  Liberação de maus odores

FONTE: ADAPTADO DE ANDREOLI, VON SPERLING E FERNANDES, 2001


* IMBELLONI; R.S.
LEE, E.S.H.; SANTOS; F.J

Desta forma, a procura de uma solução de aproveitamento e destinação final


deve levar em consideração as características físico-químicas do lodo, que possui
relevante carga orgânica (no caso de lodo de esgotos domésticos), e, por isso,
potencial para a sua utilização em recondicionamento de solos e harmonia
paisagística. Porém, para o seu aproveitamento, a qualidade físico-química do
lodo deve atender aos seguintes limites máximos:

QUADRO 6.4-2: CONCENTRAÇÕES LIMITES DE METAIS PESADOS NO LODO DE ESGOTO ACEITÁVEIS PARA
USO AGRÍCOLA (BASE SECA) EM MG/KG; E CARGA MÁXIMA ACUMULADA DE METAIS PELA APLICAÇÃO DO
LODO (KG/HA)

Carga máxima
Concentração máxima Taxa de aplicação
Metal Pesado acumulada de metais
permitida no lodo anual máxima
pela aplicação do lodo

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Arsênio 75 2 41

Cádmio 85 1,9 39

Cobre 4.300 75 1.500

Chumbo 840 15 300

Mercúrio 57 0,85 17

Molibdênio 75 - -

Níquel 420 21 420

Selênio 100 5 100

Zinco 7.500 140 2.800

FONTE: CETESB, 1999

6.5. PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO

A Lei nº 11.445/2007, conhecida como a Lei de Saneamento Básico, tornou


obrigatória a elaboração da Política e do Plano de Saneamento Básico pelos
titulares dos serviços. Além disso, o Decreto nº 7.217/2010 determinou que, a
partir de 2014, o acesso a recursos da União por parte dos municípios, quando
destinados a serviços de saneamento básico, estará condicionado à existência de
Plano Municipal de Saneamento Básico.

Os Planos Municipais de Saneamento Básico têm como objetivo principal dotar


os municípios de instrumentos e mecanismos que permitam a implantação de
ações articuladas, duradouras e eficientes, que possam garantir a universalização
do acesso aos serviços de saneamento básico com qualidade, equidade e
continuidade, através de metas definidas em um processo participativo. E desta
forma, atender às exigências estabelecidas na LNSB e na Política Nacional de
Resíduos Sólidos, visando beneficiar a população residente nas áreas urbanas e
rurais dos respectivos municípios e contribuindo para a melhoria da qualidade
socioambiental da bacia.
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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 482
Agosto, 2013 – Rev.00
O Governo do Estado do Rio de Janeiro através da Secretaria de Estado do
Ambiente – SEA, com apoio de associações do terceiro setor, vem coordenando
vários programas estruturantes que buscam introduzir mudanças reais nesse
quadro setorial no estado.

Neste aspecto é importante citar o Programa Pacto pelo Saneamento, lançado


em dezembro de 2008, e instituído como Programa Estadual por meio do Decreto
42.930, de 18 de Abril de 2011, e que integra os subprogramas: (i) Rio + Limpo,
com uma série de ações que visam ampliar o acesso e a qualidade dos serviços
de esgotamento sanitário; e (ii) Lixão Zero que visa erradicar os lixões do estados
e implantar soluções econômica e ambientalmente sustentáveis para a gestão
dos resíduos sólidos.

No âmbito do Programa Pacto pelo Saneamento se busca viabilizar a


elaboração dos Planos de Saneamento Básico dos municípios fluminenses
situados em diversas bacias hidrográficas, aplicando-se aos comitês de bacia os
pleitos para a obtenção dos recursos, visando à melhoria da qualidade ambiental
na respectiva bacia hidrográfica, área de sua atuação.

É importante destacar que essa etapa de planejamento do setor de saneamento


nos municípios fluminenses está em plena compatibilidade e franca afinidade com
os Planos de Recursos Hídricos das bacias hidrográficas do Estado do Rio de
Janeiro, garantindo as diretrizes de intersetorialidade oriundas do Plano Nacional
de Saneamento Básico – PLANSAB.

Os serviços de saneamento prestados à população, como manejo de resíduos


sólidos, drenagem urbana, abastecimento de água potável e coleta e tratamento
adequado dos esgotos sanitários são de fundamental importância à vida e ao
desenvolvimento humano. Quanto maiores os índices de atendimento desses
serviços básicos à população, menores são os investimentos com saúde,
notadamente, os relacionados com as doenças de veiculação hídrica.

6.6. CONCLUSÃO

Por tratar-se de uma categoria de resíduo muito particular, torna-se bastante difícil
a obtenção de dados de sua geração, sobretudo considerando que o sistema
ainda é predominantemente estatal e de baixa eficiência, reflexo de um país que
pouco investe em saneamento básico.

No entanto, a formação de dados específicos de geração de resíduos do setor,


virá quando da elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico, onde o
estado, conforme já abordado, vem apoiando os municípios na elaboração de
seus respectivos planos.

Os dados aqui apresentados consistem em estimativas de geração baseados na


cobertura e abrangência do sistema no Estado do Rio de Janeiro, conforme

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Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 483
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informações do Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro (CEPERJ, 2010)
e do ICMS Ecológico do Estado do Rio de Janeiro (CEPERJ, 2012), cujo objetivo
é auxiliar na formulação de políticas públicas que permitam o controle e gestão
desta tipologia de resíduos.

A Política Nacional de Saneamento Básico demanda aos Planos de Saneamento


Básico o estabelecimento de metas de universalização do sistema, para curto,
médio e longo prazo. Considerando que a tendência é, de fato, a ampliação dos
sistemas, os municípios terão que adotar as medidas necessárias para o
cumprimento dessas metas, seja por concessão dos serviços, seja pelo
estabelecimento de Parcerias Público Privado - PPP, ou até mesmo através de
empresas públicas. Logo, a maior cobertura do sistema demandará novas
estruturas de tratamento de águas e esgotos e, como consequência, haverá o
aumento do volume de resíduos de saneamento, que demandará alternativas
para o seu aproveitamento, em substituição ao destino final exclusivo em aterros
sanitários. Desta forma, sugere-se que o próprio estado e os municípios invistam
em pesquisas para o desenvolvimento de alternativas de utilização racional
destes resíduos, uma vez que já existem possibilidades de utilização, e cabe ao
estado e municípios identificar qual alternativa melhor se enquadra para cada
realidade municipal, em função da qualidade dos lodos gerados.

6.7. BIBLIOGRAFIA

ALEM SOBRINHO, P. Tratamento de esgoto e produção de lodo. In: Biossólidos


na agricultura. São Paulo: SABESP, 2001. p. 7 - 40

ALMEIDA, A.P.; DE CARVALHO, K.Q.; PASSIG; F.H. Caracterização Quantitativa


de Lodo Gerado na Estação de Tratamento de Água de Campo Mourão PR. In:
Revista Técnico Científica do IF-SC V.1 N.1, 2010

INEA - Instituto Estadual do Ambiente, in: www.inea.rj.gov.br

SEA - Secretaria de Estado do Ambiente, in: www.rj.gov.br/web/sea

Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, Sistema Nacional de Informações


sobre Saneamento: diagnóstico dos serviços de água e esgotos – 2010; Brasília:
MCIDADES. SNSA, 2012.

FEITOSA, C.A.G.; CONSONI, A.J. Análise de oportunidades de minimização da


geração de lodo na estação de tratamento de água Alto da Boa Vista, São Paulo.
In: INTERFACEHS – Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio
Ambiente - v.3, n.2, Seção Interfacehs 2, abr./ agosto. 2008.

PEDROZA, M.M., VIEIRA, G.E.G., SOUSA, J.F., PICKLER, A.C., LEAL, E.R.M.,
MILHOMEN, C.C., Produção e tratamento de lodo de esgoto – uma revisão, in:
Revista Liberato, Novo Hamburgo, v.11, n.16, p. 89-188, jul/dez. 2010.

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 484
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LEE, E.S.H.; SANTOS; F.J. Caracterização do lodo proveniente de estação de
tratamento de esgoto (ETE) e estudo sobre seu potencial energético. In: Anais do
II Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, Londrina/PR, nov/2011.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de


Resíduos Sólidos. Brasília, 2 de agosto de 2010. In:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso
em 03 de Julho de 2013.

Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro. Fundação Centro Estadual de


Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro.Rio
de Janeiro: CEPERJ, 1978 - Editado em 1978 e 1979 pela Fundação Instituto de
Desenvolvimento Econômico e Social – FIDERJ; em 1980 e 1981 pela Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro –
FAPERJ; interrompido no período 1982 a 1986; novamente editado de 1987 a
2008 pela Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE
1. Rio de Janeiro (Estado) – Estatística. I. CEPERJ
CDD – 318.98153 ISSN 0102-4493.

Consultoria e Assessoria Técnica de Engenharia à SEA para Elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS)
Volume 2: Diagnóstico dos Resíduos Sólidos – Tomo II 485
Agosto, 2013 – Rev.00

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