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V IDE EDITORIAL
Mauro "Abranches" Kraenski
Yladim ír P etrilák
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VIDE EDITORIAL
1964: o elo perdido — O Brasil nos arquivos do serviço secreto comunista
Mauro “Abranches” Kraenski & Vladimír Petrilák
l 1 edição — novembro de 2017 — CEDET
Copyright © 2017 Mauro “Abranches” Kraenski e Vladimír Petrilák
Editor:
Thomaz Perroni
Preparação do texto:
Gabriel Buonpater
Copidesque:
Juliana Amato
Revisão técnica:
Renor Oliver Filho
Capa & diagramação:
Gabriela Haeitmann
Conselho editorial:
Adelice Godoy
César Kyn d’Ávila
Silvio Grimaldo de Camargo
FICH A CATALOGRÁFICA
Petrilák, Vladimír. Kraenski, Mauro “Abranches” .
1964: o elo perdido — O Brasil nos arquivos do serviço secreto comunista / Mauro
“Abranches” Kraenski e Vladimír Petrilák — Campinas, SP: VIDE Editorial, 2017.
ISBN: 978-85-9507-027-1
1. História do Brasil de 1954 a 1964. 2. Espionagem e subversão.
I. Título. II. Autor.
CDD — 981.062/327.12
ÍN D IC E PARA CATÁLOGO SISTEM ÁTICO
1. História do Brasil de 1954 a 1964 — 981.062
2. Espionagem e subversão — 327.12
Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e qualquer reprodução desta
edição por qualquer meio ou forma, seja ela eletrônica ou mecânica, fotocópia,
gravação ou qualquer meio.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS........................................................................................7
PREFÁCIO............................................................................................................9
INTRODUÇÃO.................................................................................................19
Capítulo I: O rolo compressor comunista...................................................... 25
Capítulo II: StB — os olhos, ouvidos e punhos dopartido............................31
Capítulo III: O que sabemos, de onde sabemos e porquê?...........................35
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PREFACIO
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2 V. www.olavodecarvalho.org/falsificacao-integraI/.
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PREFACIO
*3
1964: o ELO PERDIDO
O lavo de Carvalho
Petersburg, VA, 25 de outubro de 2017
14
Nenhum homem neste mundo conhece toda a verdade.
Aquilo que nós, seres humanos, chamamos de “verdade” é so
mente a sua busca. A busca pela verdade só é possível em uma
discussão livre. Por isso, o regime comunista que a proíbe é, por
força das coisas - uma grande mentira. Ao nos encontrarmos
em um mundo que respeita a liberdade individual e a liberdade
de pensamento, devemos fazer todo o possível para não estrei
tar os horizontes de pensamento, mas ampliá-los; não limitar a
discussão, mas ampliá-la.
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ZO
PANORAMA HISTÓRICO E METODOLÓGICO DA StB
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p a n o r a m a h is t ó r ic o e m e t o d o l ó g ic o d a StB
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CAPÍTULO I
O ROLO COMPRESSOR COMUNISTA
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Perseguições e limpezas
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p a n o r a m a h is t ó r ic o e m e t o d o l ó g ic o d a StB
Essa foi a primeira fase de limpeza nas fileiras das forças armadas
logo após o golpe, e em maio de 1948 iniciou-se uma segunda
fase que durou um ano e na qual foram expulsos aproximada
mente 2 mil generais e oficiais. Processos passaram a ser organi
zados a partir de falsas acusações e provas com aplicação de pe
nas severas, incluindo a pena de morte. Foi este, por exemplo, o
destino do general Heliodor Píka, herói que combateu na frente
oriental. Após sua execução em 1949 por enforcamento, o cor
po “ desapareceu” e até hoje não se sabe onde está enterrado.
Os oficiais que lutaram na frente ocidental ao lado dos alia
dos não só foram expulsos das forças armadas, foram também
acusados de “traição” e condenados. A grande maioria dos he
róis da batalha aérea da Inglaterra que voltaram ao país depois
da guerra foi enviada à prisão, condenada a penas de 15 a 20
anos ou até mesmo prisão perpétua. A sua única culpa foi ter
lutado contra os alemães.
A última onda de grandes limpezas nas forças armadas
tchecoslovacas durou até 1953, e uma característica particular
desse período foram os novos, drásticos e brutais métodos às
práticas de investigações trazidos pelos conselheiros soviéticos.
O ambiente que imperava nas forças armadas era de desconfian
ça, pois ninguém tinha certeza se estava a salvo das perseguições.
A partir de processos fabricados foram executadas 30 penas de
morte (1948-1959) - quantia relacionada apenas nas forças ar
madas. Os comunistas liquidaram todo o corpo de oficiais, e em
1952 podiam declarar com satisfação que mais de 82 por cento
dos oficiais eram um quadro novo e de confiança. Deve-se acres
centar que em certa fase as perseguições atingiram os próprios
comunistas e, entre eles, também foram encontrados “traido
res”, logo condenados à morte - as acusações eram falsas, como
comprovaram os processos de reabilitação nos anos 60. Desta
maneira, foram “ limpas” todas as esferas da vida — polícia, ins
tituições públicas, indústrias, bancos - tudo. É difícil estimar o
número total de vítimas, mas sabe-se que, por motivos políticos,
no período entre 1948 e 1989 foram condenadas à prisão mais
de 205 mil pessoas e 248 pessoas foram executadas, entre elas
12 comunistas de alta posição (Slánsky, por exemplo).
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CAPÍTULO II
StB — OS OLHOS, OUVIDOS E PUNHOS
DO PARTIDO
1 Até o ano de 1954, a polícia secreta soviética chamava-se NKVD, antes, Cheka.
De 1954 a 1991, funcionou como o Comitê de Segurança Estatal - ou seja, KGB
(em russo Komitet gosudarstvennoy bezopasnosti).
2 Da extensa literatura que descreve este período podemos citar pelo menos
o trabalho Zpráva o organizovaném násilí, Praha 1990, aut. Vilem Hejl,
Karel Kaplan.
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Estrutura
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PANORAMA HISTÓRICO E METODOLÓGICO DA StB
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Mosteiro dos Cavaleiros da Cruz com Estrela Vermelha confiscado pelo governo
comunista em 1950 para servir de sede do serviço de inteligência - 1 Departamento StB
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CAPÍTULO III
O QUE SABEMOS, DE ONDE SABEMOS
E POR QUÊ?
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PANORAMA HISTÓRICO E METODOLÓGICO DA StB
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SEGUNDA PARTE
Início das atividades
no B rasil
CAPÍTULO IV
TODO COMEÇO É DIFÍCIL
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/
in íc io d a s a t iv id a d e s n o b r a s i l
5 ABS, n° de registro 5387, pasta pessoal do oficial da StB, nome real: Jirí Kadlec.
Todas as notas seguintes que contêm números de pastas referentes à ABS na maioria
das vezes estão relacionadas com pastas do Departamento I - serviço de espionagem;
em tcheco: I. správa MV. As pastas da contra-espionagem possuem outra numeração
e, no texto ou nas notas, informamos que tal pasta procede dos acervos da contra-
espionagem, ou seja, do Departamento II; em tcheco: II. správa MV.
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7 https://www.abscr.cz/jmenne-evidence/.
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CAPÍTULO V
LUTANDO CONTRA ESCORPIÕES
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CAPÍTULO VI
CERCO A OSAK
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Hotel Alcron
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CAPÍTULO VII
OS ARQUIVOS MENTEM?
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mas era assim que tal pessoa era classificada para a central de
Praga dos anos 50 e 60, e isso queria dizer que a central delega
va a essa pessoa — por intermédio do residente — descobrir in
formações importantes ou cumprir tarefas não raro designadas
pela KGB, em Moscou. Todas as categorias de colaboradores,
entre os cidadãos brasileiros, atuavam para Praga e Moscou.
Para que o leitor possa avaliar, sozinho, se determinada pessoa
agia conscientemente ou não, deve antes conhecer o conjunto
de conceitos usado pela StB.
Prédio do mosteiro dos Cavaleiros da Cruz com Estrela Vermelha, antiga sede da StB,
vista do cruzamento da rua Platnéfská com a Krízovnická
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lhe foi garantido que: “Você nunca precisará mentir. Queremos ouvir deste serviço
somente a verdade” . Disponível em: http://skopal-jaroslav.blog.cz/1502/ke-
zpravodajske-sluzbe-i/. Acesso em: 25 de agosto de 2017.
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início das atividades no brasil
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CAPÍTULO VIII
O SERVIÇO DE INTELIGÊNCIA
COMPRANDO PALETÓ
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19 N ° de registro 10015/307.
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CAPÍTULO IX
DEVAGAR, DEVAGARINHO
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De acordo com esse plano fica claro que desde 1952 seus
objetivos ainda não haviam sido alcançados; por isso a Central
exigiu que a aquisição de contatos fosse intensificada. No plano
para 1957 sabemos que a StB trabalhava tanto com agentes bra
sileiros - Mato, jornalista; Vána, economista; Maly, funcionário
da polícia de São Paulo; Arab, jornalista com chance de obter
trabalho no Ministério de Relações Exteriores; além dos agen
tes de nacionalidade tcheca e eslovaca: Carlos, Borek, Benda e
Marcela. A rezidentura também vinha tentando “trabalhar” mais
onze brasileiros. Um documento de março de 1957 informa que
a rede de agentes estava começando a fornecer materiais de valor,
como um relatório interno sobre o funcionamento da companhia
Petrobrás entregue ao MRE tchecoslovaco.
Em 16 de janeiro de 1958, o tenente Bakalár informou Praga
sobre uma nota na imprensa dizendo que o comandante da po
lícia, general Kruel, informou ao ministro da justiça que as em
baixadas da Tchecoslováquia, Hungria e Polônia realizavam no
Rio uma atividade de espionagem em prol da União Soviética e
que podia provar isso. O residente viu nessa notícia um alarme
contra o reatamento das relações diplomáticas com a URSS.
Hoje sabemos que a notícia era verdadeira, pelo menos no que
diz respeito à Tchecoslováquia. No entanto, ou o general Kruel
não tinha provas suficientes ou elas foram ignoradas pelas au
toridades, pois, até 1964, os oficiais do I Departamento e sua
rede de espionagem agiram no Brasil sem maiores problemas.
Praga também fora informada que na imprensa local vi
nham surgindo insinuações que acusavam diversas delegações
culturais ou esportivas de países socialistas de serem, na verda
de, expedições de espionagem, sempre acompanhadas de algum
agente do serviço de inteligência. Por esse motivo, a entrada de
delegações como essas no país não devia ser permitida.
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O Semanário
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CAPÍTULO X
MENOS IDEOLOGIA, MAIS RESULTADOS
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21 Clube Militar - organização social que reúne militares e civis, surgida em 1887. Ao
final dos anos 50 e começo dos anos 60 parte dos membros dessa organização, que
funcionava bem e possuía estruturas por todo o país, aspirava a sua politização,
forçando a candidatura do general Lott para presidente. Nos anos 60, o Clube
Militar possuía aproximadamente 22 mil membros.
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CAPÍTULO XI
O SACO DE CARNE FALANTE
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Tremí também esclarece por que não citou Mato como figu
rante nos relatórios anteriores: “porque não tive nenhum con
tato com ele” .
A partir da leitura dos materiais concluímos que Petr, como
já foi lembrado, esteve “trabalhando” Mato desde 1951 — o
conheceu, encontrava-se com ele e obteve informações duran
te diversos encontros. Quando Tremí veio ao Rio, era hora
de direcionar esse trabalho para uma nova etapa. Depois de
ser apresentado a Mato, Tremí esforçou-se para se aproximar
dele, mas não se saiu tão bem como Petr. Em 1954 Petr deixou
o Brasil: sua estadia no posto diplomático chegara ao fim, e
mesmo que não tivesse cumprido com êxito todas as tarefas
que a Central o delegara, Petr conseguiu realizar uma signi
ficativa atividade de indicação-recrutamento. Por enquanto
23 N ° reg. 40533
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“Eu lhe disse que TREML é um bom amigo meu [...] e dei
a entender que precisamos de uma avaliação sistemática da
situação. [...] Creio que M. compreende claramente a relação
entre a política e o comércio e que pode ajudar através de
conselhos e atitudes. A aproximação a ele deve ser feita de
maneira apropriada, delicada”.
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Hotel Quitandinha. Pintura em pastel da fachada, feita pelo artista tcheco Karel Kadlec.
MATO protestou:
“De jeito nenhum! Você sabe muito bem que por causa
da enfermidade de minha esposa eu me afastei um pouco da
vida social. O que parecería se eu, de repente, começasse a
encontrar pessoas com freqüência? Isso deve ser feito devagar,
gradativamente. Quanto ao dinheiro, eu não aceito” .
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CAPÍTULO XO
O FIGURANTE REJEITADO
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26 N ° de registro 11424.
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X.adacr - 8.
31 O sn y D . P. ( 1 9 1 2 - 2 0 0 0 ) , c o n h e c id o e d e s t a c a d o ju iz d o T r ib u n a l d e J u s t iç a d o
E s t a d o d a G u a n a b a r a . A u to r d e v á r io s t r a b a lh o s , p o s s u ía c o n t a t o c o m a StB
d e sd e 1 9 5 8 . F o i a tiv a m e n te u s a d o e m o p e r a ç õ e s (p rin c ip a lm e n te n a im p r e n sa )
n o s a n o s 1 9 6 1 - 1 9 6 3 . S u a p a s t a fo i d e s t r u íd a , m a s te m o s a n o t a so b r e a d e s t r u iç ã o
- n ° d e r e g is tr o 2 0 9 4 9 , fo lh a 2 1 7 , d e a g o s t o d e 1 9 6 9 , n a q u a l e s tá e s c r ito q u e ele
fo i u m c o n t a t o se c r e to d o I D e p a r t a m e n to . O c o n t a t o c o m ele fo i in te r r o m p id o
d e v id o à s s u a s lig a ç õ e s c o m o P a r tid o C o m u n is ta d o B r a sil e m 1 9 6 3 . O n ú m e r o
de su a p asta era A S 8 8 4 8 .
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A “ cegueira” de Quadros
Por meio de suas atividades no Brasil, o serviço de inteligência
tchecoslovaco esforçava-se para criar as melhores condições de
restabelecer as relações diplomáticas brasileiro-soviéticas. Essa
tarefa contava com o empenho do presidente Quadros; e houve
pânico em Moscou e Praga quando surgiu a informação sobre a
piora do estado de saúde do presidente.
Em junho, os tchecos foram informados sobre a enfermidade
nos olhos de Jânio por intermédio de Ruben - contato em fase
de pré-recrutamento que conhecia o secretário pessoal do presi
dente e que seria aproveitado novamente para oferecer a ajuda
de especialistas soviéticos no tratamento. Segundo as informa
ções adquiridas por outra fonte - um contato de codinome Barba
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ff
2 . o d b o r, 2 . o d d íla n í Praha 2 5 . Sa rv a n ca 1961
Y ypaali p o r. P a 6 n a r
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“No Brasil, já faz um longo tempo que tem lugar uma forte
luta entre os círculos pró-americanos e os nacionalistas, da
qual o preço é o progresso político e econômico independente
do país. Essa luta determina toda a situação interna da vida
política no Brasil. Nos últimos tempos, o desenrolar dos
acontecimentos aponta para um aumento na atividade do
movimento operário brasileiro e tem lugar fortes conflitos de
classe contra o poder da burguesia. Essa crescente atividade do
movimento operário brasileiro acelera a diferenciação entre a
burguesia brasileira, da qual uma das partes é orientada nos
EUA e a outra, a burguesia nacional, que tende a quebrar o
poder dos monopólios americanos.
[...] A influência da burguesia nacional está crescendo e
procurando, em seus objetivos, um apoio que seja para ela
vantajoso. Por isso, busca possibilidades para desenvolver
contatos comerciais e políticos com outros países [...] Em
outubro desse ano, como conseqüência da vitória de Quadros,
forças reacionárias conseguiram chegar ao poder e esse
progresso está ameaçado [...], durante a sua visita Goulart não
escondeu suas preocupações e, de maneira aberta, mas geral,
pediu apoio para as forças progressistas brasileiras. Mesmo
que as palavras de Goulart devam ser tratadas com reserva,
será ele durante o governo de Quadros, senão o único, com
certeza o mais expressivo representante da política anterior do
presidente Kubitschek, seguindo em direção ao alcance de uma
independência econômica nacional do Brasil [...] Do ponto de
vista dos contatos mútuos Tchecoslováquia-Brasil, a visita do
vice-presidente Goulart é um acontecimento significativo, que
possibilita aos nossos funcionários diplomáticos e comerciais
desenvolver uma atividade mais extensa no Brasil [...]”.
34 N° de registro 10014.
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35 N° de registro 11778/300.
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39 A n a to l. G . E la to n c e v , se g u n d o se c r e tá r io d a e m b a ix a d a so v ié tic a , fo i id e n tifica d o
c o m o e s p iã o so v ié tic o n o Jornal do Brasil c o m o A n a to liy Y a la to n tse v n a e d iç ã o de
7 /5 /1 9 6 4 .
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42 Comissão Econômica das Nações Unidas para América Latina e Caribe. Comissão
regional da Organização das Nações Unidas, convocada em 1948 pelo Conselho
Econômico e Social da ONU. O objetivo da CEPAL era apoiar o desenvolvimento
econômico e social, assim como a integração dos países das Américas Central e do
Sul. A sede da organização fica em Santiago.
43 N ° de registro 11778/300/2/2, folhas 81 a 84.
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47 Mesmo que não pretendamos fazer avaliações neste livro, fica difícil guardar um
comentário: dois anos antes do golpe de estado um importante político de um país
democrático confessa, em uma conversa com um funcionário do serviço secreto
de espionagem tchecoslovaco, que possui contatos confidenciais com um grupo
armado ilegal. E duvidoso que atitudes do tipo façam parte do cânone da política
democrática e que um político como esse possa ser considerado um representante
do partido democrático. Segundo a Portaria n° 1.207, de 8/10/2002, do Ministro
da Justiça, publicado na p. 24 da Seção 1 do DOU de 17/10/02, Lauro recebeu
indenização de R$ 90.000,00 por decisão da Comissão de Anistia.
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TERCEIRA PARTE
Grandes operações
no B rasil
CAPÍTULO XIV
STROJ — A MÁQUINA
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Antes de o figurante ser enviado para Punta dei Este ele já era
conhecido dos serviços tcheco e polonês. Não se sabe de que ano
é a carta que está na subpasta dedicada ao jornalista E. Bailby,60
na qual está escrito que
1 86
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
61 Bailby, Edouard. Berlim entre duas Alemanbas. Rio de Janeiro: Leitura, 1962.
I87
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Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
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Lavina
65 N ° d e r e g istro 8 1 2 0 5 /1 2 6 /3 /5 fo lh a 1 4 5 .
66 A c e ss a r b u s c a d o r A B S em h ttp s://w w w .ab scr.cz/jm en n e -ev id en ce/, c o d in o m e :
L a v in a , n ° d e r e g istro : 9 0 0 1 8 , n ° d e a r q u iv o : 1 0 8 1 4 , s e ç ã o : I. D e p a r ta m e n to
d o M in is té r io d o In terior. N o m e d o /liv r o : D iá r io d e p a s t a s d e o p e r a ç õ e s , se ç ã o :
I. D e p a r ta m e n to d o M in isté r io d o In terior.
190
CAPÍTULO XV
LUTA
192
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
r
PRÍSNÉ TAJNÉ
Jc u a ru h r d a l s t r a c h r á l i l a k t t v n l « v i t f e n l X -7 r o í k r^ K ta
«ea UfTAt ktor^ kí l^t tmül-exM riÁ v Telíni -.rotlíwerlol^oh
■otroei a o e v e t o jt - V n sjv jr ftto pAApod k T ^ v olía i o b s a .
T ílk jr 7 .a v jillll. Jo io J o í o k » n t l.1 so í*-*.- a H tm íh o o p s t o c i
4
j o r l e r i n i 7 V i-w o r-o tü Ol> o f c t * r n l o t . -r Jy lio o í: o s S r t o t íO l tor s e
o ? ít - o t a l l t n o o i p>oúo t - n i e l i r o lo n c llo tl 7 B r o í U l i.
lo io rlr tlv tti o p o tfo n i J e r a f l a õ u í s ’ l * i o a nr, o í p o u í í n i p o n o r -
n o o t i Ü3A o*3 J . - m p j v ò o b 5 p ç ã 0p i .o c y * t a r iírc y í o d o w o y o t r « » c - .
m . T o t o l ü 4 o p e e t - o o n o n a p o i b o n í nc/aT J Í ' v n j t r o í o U t d c M
o it u a o o l - i B i i , c!-jJi - í t t « r i : c v n n 4 o l o b õ o t i « C C U E O T T v l é d j ,
r t o t a » í o w t í II* n 4 7 ».-ít 3i!PJtXM-a S r o e í e i t t ac W i p o í í i s w ^ i n O i í -
ho p a * » . O W a ™ t a í o í l i c 7 i n a i n l S jo b f t .T K O í j S n a J a t o C M c d o ic
p f e d e h d ie jio íh o .o e fa ia ^ p o íla M o i r i í o e n i lo o r e a ín ih » í r t r e a i -
h o p o f-A Ü B o « T y o t o U j- o n l p p s t l r r a r i s t e j i o i u U f i o T Í r . s i i t e .
I K o o v í T js t M T J o n í í t i o a n s t i b r a s i ll a k r f P i a o t o v U c t i v e l - o jn o o t l
a * p o io o o r jo iso n j f M * * S U * * > a t i t i rc h o to in a w iw
193
1964: O ELO PERDIDO
194
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
Assim, parece que a tese que afirma que o bloco soviético po
dería sofrer a tentação de repetir “o cenário cubano” no Brasil
encontra justamente neste documento a sua confirmação. Lem
bremos que os soviéticos não provocaram a revolução em Cuba,
mas foram eles que, num momento apropriado, entraram em
ação e habilmente introduziram Fidel no caminho “ apropriado” .
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contato com Julião, pois “ não sabemos se não se trata de uma
pessoa que, a serviço de ambientes governantes do Brasil, tenha
como tarefa frear e desorientar o movimento revolucionário das
massas camponesas” .76
76 N ° d e r e g istro 1 1 6 8 1 /3 0 5 /1 /1 , fo lh a 1 5 , se g u n d a p á g in a d o d o c u m e n to c h a m a d o
“ F r a n c isc o J u l i ã o ” .
2.0 2
Gr a n d e s o per a ç õ es no B r a s il
77 N ° de registro 11681/305/1/1, folha 23, na folha foi escrito a mão que o relatório
era destinado à Seção Internacional do Comitê Central do KSC e para os amigos.
203
1964: o ELO PERDIDO
204
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
•n&Xio - sostu
80 N ° d e r e g istro 1 1 6 8 1 /3 0 5 /1 /1 , fo lh a s 2 9 - 3 2 .
20 6
Grandes operações no brasil
207
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208
Grandes operações no brasil
209
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82 João Pedro Stedile. História e natureza das Ligas Camponesas. São Paulo: Expressão
Popular, 2002; e o trabalho de Enilce Lima Cavalcante de Souza, “A Liga e as lutas
sociais no Brasil” , Doutoranda no Programa de Pós-graduação em História Social
na Universidade Federal do Ceará. Estima-se que o jornal teve uma tiragem mínima
de 30 mil unidades e alcançou diferentes partes do Brasil e, por longo tempo,
manteve-se graças à venda de exemplares e somente com o tempo surgiu o “ Círculo
de amigos A Liga” .
210
Grandes operações no brasil
211
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2 12
Grandes operações no Brasil
P 5EMANARID
MANN FIXA "UNHA OURA" PARA EUA:
Z I4
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no Br a s il
10 TOSO I O S t" J v
Sr
Napodobenina «urteriáftí' UÍÜÍJ ke kompromltaci USA a
*• “« “ • uf £ v
Afctivnl o^w #nÍSi^la|45lmpla1m,i pflpreveno v cantxála,
podínaje vypracot^ím ^l^f akl'«d em vymySleného textu /vycháze-
Jícíhe za zn ! s i / a konda j eho technick^m pro-
vadenía na .pafcíxa_ob' zhotoVen^ch Ç.aprávou. TSrohodnoat naSieh
matariálú ^ ^ y la ;> 2bao Brána v pochybnoat a proto J# pokrokové
lia ty Siroee reagoval na nS parlamant a zti USA bylo
donuctno nada matfipíàly dementovat. Charakter matarlálH ty l ta-
kovj^Se dotall^CI&novu akce e dal8í rozvinutí AO po brazilakén
p *« & a t^ C * pd$*« AO KOSOT a RACHOT poslouZil k eyStanatloW
kampanj,^ jèotÇeelé politiee USA v LA. P?i rozví jení tohoto AO
bylaj^odní |o u íita kombinace pfenáSení AO z Brazllla do Mexlka
a jMtlt o ^ ^ d o Uruguaya, kde bylo AO opát dále pfejímáno »/be*
pif^iho sftrsahu/ a vynutilo a l nové dementl ZÚ USA.
V AO TORO potvrdilo schopnost naSí taohniky pfipravit a
zpracovat materiály tak, aby bylo obtí2ná JeJioh deaentování
a atejnS i achopnoat pfipravlt takoví text.ktar^ Je vôrohodní a
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2 2 1
CAPÍTULO XVI
CUBA, DON E DRUÈBA
86 Esse movimento foi descrito em detalhes por Pavel Èácek no texto Nás soudruh
v Havatiè (Nosso camarada em Havana), in: Pamèi a dèjiny 03/2012. Com base
neste texto descrevemos as relações tchecoslovaco-cubanas no segmento de
trabalho dos serviços de segurança.
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Rudolf Barák
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ZZÚ
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Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
ULTA-SECRETO
PEDIDO
A tualm ente, dian te d a p io
ra d a situ ação em C u b a e d as
n ovas açõ es de p ro v o caç ão p o r
p arte d o s E U A , seria desejável
que vocês iniciassem u m a larga
cam pan h a em p ro l d a defesa
d a república cu b an a p o r inter
m édio de v o ssas rezidenturas
no exterior, principalm ente no
Brasil, assim com o em ou tro s
p aíses d a A m érica L atin a.
9 de janeiro de 1961
Assinatura ilegível
Traduzido do russo por Hrudková
Anotação escrita a mão:
C om b ase na p erm issão do m inistro, trabalh ar
a s d evidas A O ;
ordem p a ra as rezidenturas:
In fo rm ar a o cam arad a P isto r so b re a execu ção ,
C u id ar p ara qu e os am igo s sejam in form ados.
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234
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
92 A StB usava a palavra contentor para chamar o recipiente que continha materiais
indispensáveis para o serviço de inteligência
93 O Semanário, nr 305, 28/10/1962. Na primeira página do texto “Mobilizar o
povo para salvar Cuba” , declara-se que o objetivo da FNAC é lutar contra o
imperialismo e unir toda a América Latina à corajosa luta do povo cubano contra
o imperialismo e os latifundiários.
94 O nome do político foi publicado na imprensa sem o seu conhecimento, o que
gerou uma discussão e foi necessário lhe pedir desculpas.
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97 “N ° de registro 90008, folha 81,Z právazR iode Janeiro c. 388 zedne 27/10/1962.”
tradução “N ° de registro 90008, folha 81, Relatório do Rio de Janeiro n. 388 de
27/10/1962.”
*37
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105 O agente Macho ocupou-se dos panfletos. Mais detalhes sobre ele e sobre a
operação ativa relacionada à edição de panfletos no Capítulo XVII.
M 4
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Z45
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246
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247
CAPÍTULO XVII
A AVALANCHE DE MACHO
249
1964: o ELO PERDIDO
2 5 I
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(* ?'
K urjír, 2 3 .6e rv e n ce 1962.
253
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Skorepa
2-54
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
MACHO
2 55
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Z5 6
GRANDES OPERAÇÕES NO BRASIL
257
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121 Segundo a StB, o argentino também fora um agente de codinome Pilar (e também:
Nacir), usado ativamente na Argentina e durante a conferência em Punta dei Este.
O Instituo Morazon, fundado por ele, era controlado pela StB. A sua pasta (n°
de registro 42128) foi destruída em 1984, mas no Diário de arquivo existe uma
anotação de que ela possuía 18 sub-pastas, um conjunto de documentos bem
volumoso. E possível concluir que o livro pode ter sido escrito por inspiração do
serviço de inteligência tchecoslovaco. Vemos mais um exemplo de como a atividade
em um país pode oferecer frutos em um outro e é possível que a influência deste
livro não se limitou à Argentina e ao Brasil.
258
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
123 Até o final de 1962 foi chefe da seção das questões da política de comércio exterior
da Confederação Nacional da Indústria.
124 N ° de registro 40956/022/ folha 242. Informação do camarada Moldán de 29 de
março de 1963 sobre o encontro de 28/03/1963.
z6i
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125 N ° de registro 43619/000/ folha 115. Nota da notícia do Rio de Janeiro n° 131 de
27 de fevereiro del963.
%6z
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
TOTAL s Cr.$110.000.000,00
263
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127 N" de registro 43619/020/ folha 18. Nota do encontro com Macho de 11/03/1963,
das 13h00 às 15h00 no restaurante Cantina Capri.
Gr a n d e s o per a ç õ es no B r a s il
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2 66
GRANDES OPERAÇÕES NO BRASIL
267
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Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
269
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134 Ján Langos, falecido chefe do Instituto de Memória Nacional (ÚPN) eslovaco
e antigo ministro do interior tchecoslovaco - na já livre e democrática
Tchecoslováquia declarou, em 2005, que as pastas destruídas da StB ainda
existem e podem servir para chantagear algumas pessoas. Segundo Langos, essas
pastas estão “armazenadas em um lugar seguro” . O ÚPN chegou a essa conclusão
graças às análises das ordens do ministro comunista do interior. “ Baseando-
se nestas ordens, resulta que foram feitas cópias destas pastas destruídas ou as
pastas foram destruídas só aparentemente. Na República Tcheca, pouco tempo
atrás, apareceu um micro-filme com pastas “ destruídas” . “Um colecionador de
documentos históricos queria comprá-lo em um restaurante” — disse Langos.Na
opinião de Miroslav Lehky, diretor da seção de reconstrução de documentos do
ÚPN, o instituto tem motivos para concluir que as pastas existem. Ele opina que
“ o serviço secreto soviético controlava os serviços secretos dos países-satélite” .
Temos sinais que indicam que as cópias de alguns documentos estão até hoje
em Moscou. Por sua vez, Stanislav Deváty, antigo dissidente (oposicionista nos
tempos de comunismo), que, após a revolução em 1989, foi membro da comissão
de investigação que examinou os bastidores da revolução de 17 de novembro de
1989 e depois, durante algum tempo, foi chefe do serviço de inteligência tcheco
BIS, afirma que a comissão de investigação ouviu as declarações de pilotos do
ministério do interior, que, no início do ano de 1990, transportaram várias caixas
para Cuba. Ao que parece, foram depois transportadas para Moscou. Isso seria
27O
GRANDES OPERAÇÕES NO BRASIL
Vh-tMo
272
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r a w * U> fa/h
ALUGUEL DE APARTAKENTO
1 1J
Sendo a procura muito grande, o interessado deve se inscrever na lista
possuem, podem passar a tê-los, de um dia para outro, pois ficam na depen
dência do condomínio.
Z73
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275
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Gr a n d e s o per a ç õ es no B r a s il
277
CAPÍTULO XVIII
GUIA PARA ESPIÕES
2-79
1964: o ELO PERDIDO
B r a s l l a o * • a ty k u - z v i á é t é • c lu ln c a a - J a v a i a i a a k l o -
n i a to a u b o d a * a a a li b o v a t » J i l p f a d a a <a«njhe u a y a l a a a i o
t toho r .« .'p d a lt . J a d a i aa 0 1141 z c a l a a a a p e l a h l lv é , n v a a r l o a a l
a l i a i . « - l i b r a z i l s k í fu n k clo a á x n é ja k o u pre v o a o o , o b v yk la
rai a a n í zaJm c, kda amZíná a icon íí ja h o kox.pet«nca a a n a l i a a p ro ta
v y u i í t t a t o p re v o a o cl p to d n v aía pro se b e a sv é s a á a i a a t a v é t aa
n a p ro sto n a k o a p a ta n tn í > b i l a jia p f í p a d t e , í t a r # by n * l a a a v #a
c i e t á v y f i z o v a t . To to J a pGvoJ oco ha p ro a lu lifc o " J a S t c 1*, a a k t a - *
ryt. a « v i l r a z í l l i v y f i z u j í z . i l a M t o s t i na ú fad aofc. r fa d p o - d id á
to t o t l í , ! t ta n í a d a t a l a á n ajak éh o za-ia«hc ' p i a t o . a c " , pj aa
k ta r é h c potOK z a ; i<ií v ia a a a jc tac. x n la ih o r.acá a pak j a zb yteS—
a i , aby aa o naco po c o o ia l , Jo tu d a l takového znim iho n a se íe n e .
B r a z l l a c a t f a d a í oh v r a t a v í a a t o p fak v a p í Svropan a v ista m
h'sol a k n ra é , k t a r i a b a c l v o v a l . Fravd ou via/- .'a , I a v id o a to a tl,
ic ta r t z i a k a l , «a o u ja n v * i a l p o v rc h n í, t a - :ia j a t i a # p ra v ld ia *
p o t k i v a t v B r a z í l i i p o lo v z l é l a a c e , k t mi í p.'aa zv u dn i t l t u l y va
a t i S Í nobou ro v n a t n a ilB lid a ® , 1 Scdyí s a j í .‘ a a s i i c l a d c í v z l l l á -
a i.
- » 1 * b B r a z l l c e a e d ríc h v r a t a v j a a t i t a » s t i t n i a u í a i n í -
<os a k tonru J a zac.it. ano l jeito v s d é l á n í . B u l a t u je t e l j v 3 x a-
z í l i l ú fa a n i nadprotuicce p r á v a ík t , k t a ? í p ra k tl-Jk y o v lá d ft jf
a p c r á t a a a j í v y sa a S a # : e U 1 « v a i p a l l t i k y .
PlrotoSe e t i t n í ú fa d y v é t i l a o a p l a t i i y , pocud b y ly v « lo
d a J a n e i r o - p la ty v i r a a & i a Ja o u J l í vyaok# , p r o t o ia b y ly a u to -
a a t i c k y sdvo Jn á a o b a ry r/a á lo , o n a f i l a a a t á t n í jf o d n ík z ía k a t J a l t *
d a l i í z a & ia tn á a í a tai- n a .s o u v ^ jic k o u o a o b y , k t a r i p r s c u j í a a
dvou a í t ? e a h ú fa d a r h . J a na b i l a d n í , 2a t a k o v i p r i o a , a to
1 kdyby b / l a p e c t i v é t tjS l a n a , coS a a o b v yk la n a *t4 v d - a a a U a
z a anobo a t á t .
J a k u í j a béSn# v k a p it a x ia t l c k y c l ; s a a ío h , x t ie b t o v r a t a v
1 v B r a z í l i l « n a í í a a d i a z i l a c a t fa d n íe h v r a t a v p f e d a t a v o v a t
v i c a n a i v a a k v t e t n o e t l J a a ta k d áv á dOraz p * a d t v i í a a a o b lé k á -
n í , e a a o z f a j a i na ú to i c y d l a a í a p f a d a v i í a v y iiv y .
Anícud jd a 0 B r a z í l i l J a n jrsí t a t o s l t u a c a z a è c in e , pro to 2 a
iuxú ccio náfi barou I v o j f p l a t a l a v a i a p ik n i b y tj j l a b y ly poa-
kytn uty a t i t a n .
280
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
138 N ° de registro 80718/000/3/6. A partir da folha 137 tem início um extenso material
de 36 páginas chamado “ Relatório do serviço de inteligência tchecoslovaco sobre
o ambiente operacional para rede de agentes no Brasil” , elaborado pelo primeiro-
tenente Bakalár, em setembro de 1962. O fragmento citado encontra-se na
página 33 deste relatório.
z8i
1964: o ELO PERDIDO
2.83
1964: O ELO PERDIDO
284
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ai!3?.í28li
285
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287
1964: o ELO PERDIDO
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Lista dos locais de encontro com o agente PAULO/KAT no Rio de Janeiro em 1967
1964: o ELO PERDIDO
\
291
\
292
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293
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2-94
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2-95
1964: o ELO PERDIDO
296
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
2 -9 7
1964: o ELO PERDIDO
local para fazer marcas com giz, sinalizando que a caixa es
taria cheia e era possível esvaziá-la. Outro esconderijo era
um muro do lado esquerdo da Rua Conde de Lage. Assim
como os trajetos, as caixas estavam sujeitas à avaliação do
controlador e da Central, e nem todas as propostas da rezi-
den tu ra eram aceitas por Praga. Em dois casos foram usadas
grades — uma na Rua da Glória, perto do relógio, e a segun
da em um local distante do Centro, no Viaduto das Canoas.
Eram muitas caixas e não há informações de que alguma
tenha sido descoberta pela contra-inteligência brasileira.
298
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
299
CAPÍTULO XIX
O LOBO SOLITÁRIO
301
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302
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3°3
1964: o ELO PERDIDO
304
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Hotel Jalta
305
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306
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
151 Mais sobre a Missão Dantas no excelente trabalho de autoria de Matyás Pelant:
“ Czechoslovakia and Brazil 1945-1989, Diplomats, Businessmen, Spies and
Guerrilheiros” , Central European Journal of International and Security Studies
Vol 7, Issue 3, que pode ser encontrado em https://www.files.ethz.ch/isn/180018/
cejiss_7.3_eJournal_l.pdf. Acesso em: 14 de setembro de 2017.
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Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
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teriais e Peterka sabia que, m ais cedo ou m ais tarde, ele poderia
lhe pedir dinheiro. N a nota sobre o encontro de 24 de m aio
descreveu a situação em que Ruben, cansado e nervoso, de
m onstrava que algo o preocupava. Peterka desconfiava do
m otivo. Citou, na nota, as palavras de Ruben:
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Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
que recebería dos tchecos com o um presente para o seu tio. Esse
presente, e m ais outros presentes de Praga, foi entregue de uma
maneira conhecida nos filmes de espionagem : em 30 de junho,
em uma rua deserta no Leblon, do carro do diplom ata para o
carro do figurante.
Em agosto, inesperadamente, o presidente Q uadros renun
ciou, e no mês seguinte Jezersky afirmou que Ruben perdera as
possibilidades que possuía.
Q uando Jezersky voltou das férias encontrou novamente o
figurante e recebeu inform ações im portantes sobre a política
brasileira. Devido à situação instável do país após a renúncia de
Q uadros, Ruben foi incluído na operação LUTA. Seria enviado
a Londres (deveria receber 500 dólares am ericanos para isso,
segundo a Central) para negociar a volta de Q uadros ao Brasil,
o que deveria causar confusão política. A m issão fora aprovada
pelo ministro do interior em pessoa, m as não se realizou.
N o relatório de setem bro, Jezersky registrou um a questão
que, três anos depois, tiraria o sono de muita gente além da
Central da StB em Praga. Ele relatou que Ruben, fora de seu
trabalho no escritório de im igração, possuía possibilidades de
conseguir um passaporte brasileiro em qualquer nome graças a
suas relações com o governador do R io Grande do N orte. Em
outubro, o residente esclareceu que na verdade tratava-se de um
policial no estado do N orte que já conseguira arranjar alguns
docum entos para ele. Jezersky relatou tam bém que o figurante
pedira 100 mil cruzeiros para pagar uma dívida em um bar.
A Central consentiu m ais esse empréstimo — provavelmente
tenha concluído que, pelas inform ações e pela possibilidade de
adquirir um passaporte de Ruben, valia a pena. Praga exigiu de
Ruben, em contrapartida, de 5 a 10 passaportes brasileiros lim
pos. Enquanto isso, o figurante entregou conhecimentos forne
cidos por conhecidos seus, ou seja, notícias sobre a situação no
exército, recuperação de relações diplom áticas com os soviéti
cos e tendências anti-comunistas na Igreja Católica. E stas infor
m ações eram exclusivas, pois haviam sido adquiridas durante
conversas com contatos im portantes na alta política brasileira.
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Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
1
ZUS
cíuteTo,ooo,oo
n ll eruseiros)
3 Z5
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4^
RUBEH - styky. %
Itamaraty: Renato Archer - poslanec PSD Maranhao.subsekretó? Itamarji-
ty,zVIáfitnl nová funkce podle reformy v rámci parlamenta-
rismu.Má svtij kabinet.Styk pbátelsky,RUBEN miáe na néj v
rámci st,yku klást dotazy,které mó alespon dásteSnè zdávod-
nény aby se nestal podezrelym.
José Maria Vilar - Il.tajemník Itamaraty.bude v kabinetu
ministra 77e bráíranec RUBENA,p?átelsky styk.Byl premí st ên
do Brazílie ze ZÚ Pafíí.RUBEN mü2e vytêzovat k õinnosti
Itamaraty.
Joao Frank Costa - cônsul Itamaraty,RUBEN prátelsky styk
kTerého mo2no vytê2ovat.
■odestino Leoy GIBSON - 2.tajemník,ãéf kabinetu ministra.
P?átelsfc^ styk RURENA.Mú2e vytéíovat v rámci éásteõnê le-
galisace.
Armáda: Gen.Jair Dantas Ribeiro,velitel l.voj.okruhu v Rio de Ja
ne i ro.Dr a t ra néc RlTBENA.Pokrokovy dftstojník napojen^ na na-
cionalist.generdly Osvino Alves a gen.Oromar Osorio,pfítel
Séfa Casa Civil gen.Amauri Kruela.RUBEN v õastém styku,cho-
dí k néu do rodiny,miHe vytéáovat k voj.zóleáitostem,Ri
beiro byvá dobre informovany.
Tisk: Joel Silveira,feditel Mundo Ilustrado,zapojen^ do skupiny
~ pripravující návrat Quadrose,dobfe informovany v rámci vni-
tfní politiky.
Jezersky - 5*12.1961.
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a» 29.11.6I
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Peterka Kvita
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Gr a n d e s o per a ç õ es no B r a s il
158 O CSN foi assim nomeado pelo o art. 162 da Constituição de 1937. Durante os
governos militares no Brasil, com o Decreto 900, de 29 de setembro de 1969, o
CSN tornou-se o mais alto órgão de assessoramento do gabinete presidencial para
as questões de política de segurança nacional.
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t jfftr e -38;
ULTRA SECaSTO
r « c * b l d * « t r « v í s d» I t a i a r a i jt s íb r a a t iv iá a d a a i a
a s p i * « a g t * t c h * c » J u n t * a E -fc a ix a á a i # 3 ra s i l « a F r a g a .
HELENA KALOUBOIA - a l t a f u r è i á » a 'r l a da F a i a r a ç i a ' 'u * d i a l d a s
â i n d i c a t a s (FSM.) n a n t * * r « l a ç * * S í r t l a a s c * * * D. H ^sin a da H i t i a l , a a a * t a
d a E m b aix adar J a i a a da B a r r a s , * a t r a v á s d a l a t«.« t a - a d * c a - h a c i « a - * t a da
t a f a s a s t a la g r a m a s c i f r a d a s * ' r i ' 1 * I t a ^ a - a t y i E - b a iX a d a .
‘•'APrlfCTO 3APPAP0RT - da A g ê n c ia d a 3 * « i c i a s T c h a c a sla v a c a (C T K
* a * t á « r a la c ã a s í r . t i c a * * •,':a lx a d « r a f r » q u « * t « a E -b a ix a d a d» B r a s i l
p a r t l c i p a a d a da a l a a c a s , a t e .
O g a v â r a a tc h a c a t » ' f a l t a g a s t a i s j u s t a a a ~ -»b aix a d a r » * s <tr
da nua s a j a c a u c a d i á a v i s t a p a r a a E r * s i l a s f a v a r d * 3 r . ALVARO CUHHAL,
o e c r a í a r i a C iaral # * 7 a r t i d a C a t u x i s t a tm x ix x x t d a F a r t u g a l , s - b a r a a I t a « i
r a t y , o u sa d a da p r i s e i r a c a u » s u l * |, taair.a r a g a d a a u t a r i z a c ã a a a P - t a t x a i a r
396
P R E S ID Ê N C IA OA R E P Ú B L IC A
GABINETE MILITAR
MUtOSLAV STRAFELDA
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4 Há írc o c i s t o I ^ s f s t c .n a n ía * !* k a l i
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160 O SNI foi criado pela lei n° 4.341, de 13 de junho de 1964, para controlar e
coordenar as atividades de inteligência e contra-inteligência no Brasil e no exterior.
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CAPÍTULO X X
1963-1964 — O GOLPE: ANTES,
DURANTE E DEPOIS
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175 Programa de apoio econômico e social fornecido aos países da América Latina
pelos EUA. Funcionou de 1961 a 1970 e foi uma iniciativa de John F. Kennedy.
176 Agência federal americana com sede em Washington, criada em 1 de março de
1961, por iniciativa de John F. Kennedy.
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O G olpe de 1964
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EM CIMA
DA HORA
Trodufào de
CARLO S
LACERDA
1 8 6 S u z a n n e L a b in , Em Cima da Hora, R e c o r d , 1 9 6 3 .
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CAPÍTULO XXI
AGENTES E MAIS AGENTES
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com prom etedores que possibilitaram seu recrutamento infor
m al por am eaça. Chefe estava sem saída, e por isso forneceu
diversas inform ações ao serviço de inteligência. N o fim, os
mesmos fatos com prom etedores (tratava-se de uma questão de
com portam ento) chegaram aos superiores do em baixador, e,
após voltar de seu posto, Chefe foi silenciosamente afastado do
Itam araty — o que fez as suas possibilidades para o serviço de
inteligência despencarem a zero.
W ILLI (Lago)
KANO
;a ;
j* » 7? ? kcL.-.c y rí
•>«. Z.tf.
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3?j ,*>■&&*<,
‘rS' 'fêtow#
1 j 1
Jí-Á y”
1 9 5 C a p ít u lo s X e X III.
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Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
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LYM O
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M A R C O S (anteriormente Ceres)
365
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LE A N D R O (anteriormente Arab)
TÍ2 T5S
| »M «né U )» * l 1
Osobní svazek
>’ i7 " V IS
____
3 66
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
K A T (anteriormente PAULO)
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dizendo que agora não tem nenhuma tarefa, a não ser ler o
livro, de qual eu conheço o conteúdo e irei discutir a respeito
com ele” .
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KELER
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LATA
1 9 8 S e g u n d o o r e su m o n a p a s t a d o a g e n te , a “ F u n d a ç ã o G e tú lio V a r g a s fo i n o m e a d a
p a r a r e a liz a r a n á lise s d a s r e la ç õ e s e c o n ô m ic a s n o B ra sil e p a r a se rv ir c o m o
ó r g ã o d e a p o io p a r a in stitu iç õ e s c o m e rc ia is. A fu n d a ç ã o p e s q u is a e a n a lisa
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LOM
Pasta de número de registro 40956 (também Vána). Nome
verdadeiro: Ulisses Pereira de L. F., trabalhado e conduzido de
1954 a 1971. Foi recrutado em janeiro de 1956, pelo IS Alberto.199
Até 1962, foi diretor da seção de questões de comércio exterior
(Confederação Nacional da Indústria e depois no COLESTE200),
e forneceu importantes informações relacionadas a economia.
Segundo o relatório sobre o estado de colaboração de 1966,
Lom era ativo somente “ quando precisava de dinheiro” e
376
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
entregava apenas o que tinha acesso legal, pois temia ser des
coberto. O golpe interrompeu o contato, que foi restaurado em
setembro de 1965. M esm o sem querer reiniciar a colaboração
com a StB, a partir de 1966 Lom exercia um tipo de cooperação
estável: entregava inform ações do seu local de trabalho e era
remunerado financeiramente por isso.
Em 1968, foi relatado que “ L O M trata a colaboração de
maneira responsável” , e, graças à sua função no C N I, fornece
docum entos sobre comércio e economia. A partir desse ano, as
suas possibilidades pioraram e ele mesmo revelou não querer
mais ser um colaborador secreto atuando clandestinamente.
\S4*
I . s p rá v a KY, 1 . odbor V P raze dne 1 3 . f l j n a 1966C
Vyhodnocení s p o lu p rá c e .
Rozvgdná k v a l if ik a c e agent
Zemê p lso b n o B tj
Problem at i k a zam5?aní ekonpmická p ro b le m a tik a v n itf n íh o a
z«ih»anliínfho obchodu B r a z í l i e ae z v lã fit-
niai zaméfenfnt na obchodní r e l a c e B r a z f-
l i e - ZST.
P ln é n í ú k o l' a v.vslednogt : z í v i e e l o i i f-adô o k o ln o stí
o / n a .p ra c o v n í p o z ic i LOMa /d o konce
roku 1962 vedoucl® o d d é le n í pro z a -
h r a n lín í obchodní p o l it i k u - /C o n fe
d e raç ão N acio n a l da I n d u s t r ia , potora
a t á li '3 zéatupcem CNI ve vlãdn ím o rg é -
nu o ro r o z v o j obch. sty k d s e a o c . t á -
bo reo COLESTE/, z k te r é v y pl.v v ala mo2-
n o st p fía tu p u do rAznych hoap. o b je k td
nebo ofím é vyuiívrtn ^ dokumentd a in f o r -
m ací, k te r é ae Jemu aamotnému d o s t a ly
do rukou;
b / n e 8 t a b i l i t a v ekonomice B r a z í l i e a
t i o i vy!kyvy v a k t i v it f i z a h r a n ifn íh o
obchodu B r a z í l i e a s tím sp o je n é z p rá -
vové m o ?n o stí, o m e z u jíc í ae pfeváSn$
na období o e z iv lá d n íc h je d n án í nebo
na Je d n án í na n iS S Íc h atu p n íc h , co2
b y lo v e ln i n e p ra v id e ln é ;
3 77
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2 0 1 F o lh a 2 4 2 .
378
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
LENCO
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2 0 3 V er c a p ítu lo a n te rio r, q u e a b o r d a o p e r so n a g e m L e n co c o m o fo n te d e in fo r m a ç ã o
d o r e la tó r io so b r e a e m ig ra ç ã o .
2 0 4 F o lh a 3 4 .
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2 0 5 F o lh a 3 9 .
2 0 6 N ã o s a b e m o s se is s o é u m so b re n o m e o u p se u d ô n im o , m a s p ro v a v e lm e n te tr a ta -
se d este se g u n d o . P o r e n q u a n to , n ã o fo i p o ss ív e l a p u r a r q u e m fo i L O S A D A , m a s
tu d o in d ic a q u e fo i u m jo r n a lista .
2 0 7 S e g u n d o a P o r ta r ia d o M in is té r io d a Ju s t iç a 1 .0 3 4 , de 0 7 /0 4 / 2 0 0 4 . P ág . 3 9 . S e ç ã o
1. D O U d e 1 2 /0 4 / 2 0 0 4 , fo i c o n c e d id a a L E N C O u m a in d e n iz a ç ã o , em p r e sta ç ã o
m e n sa l, c o rr e sp o n d e n te a o c a r g o d e E d ito r C h e fe , n o v a lo r de R $ 1 0 .7 1 4 ,2 7 ., e
u m a in d e n iz a ç ã o to t a l re tr o a tiv a n o v a lo r d e R $ 1 .5 3 6 .7 8 3 ,4 6 .
3 8 l
1964: o ELO PERDIDO
Ainda falta descrever vários colaboradores brasileiros, as
sim como IS(s) tchecos - colaboradores ideológicos, também
agentes - , que também eram uma parte útil da rede. Como os
materiais que seguimos encontrando nos arquivos em Praga
são volumosos, é possível afirmar sem exageros que cada agen
te é tema para um livro separado.
Nos referimos aqui, por exemplo, à história de um agente de
pseudônimo Carlos (também Magno), cidadão tchecoslovaco
que, nos anos 50, era funcionário da embaixada, “traiu a pá
tria” por ordem da StB e tornou-se emigrante. No Brasil, conhe
ceu a filha de um importante senador, antigo governador de um
estado brasileiro. O serviço de inteligência lhe ordenou, então,
que abandonasse a esposa tcheca para se casar com a filha do
homem da alta posição social. Como o seu casamento não esta
va indo bem e a futura esposa lhe agradava, o agente cumpriu
a tarefa sem sequer se preocupar por não ter se divorciado da
esposa abandonada.
Na Tchecoslováquia, a StB pagava a pensão alimentícia para
o seu filho tchecoslovaco e, enquanto isso, ele tentava se insta
lar entre brasileiros ricos e influentes. Como informamos ante
riormente, participou da operação ativa TORO (Capítulo XV).
A sua história está cheia de reviravoltas dramáticas e seria, por
si, tema de um filme de ação. Não faremos o filme, mas descre
veremos o caso e faremos todo o esforço para que os resultados
de nosso trabalho venham à tona o mais breve possível.
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C A P ÍT U L O X X I I
BOXER, LISABON
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Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
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2 0 8 N ° d e r e g is tr o 5 9 7 5 3 2 / M V / l / l , fo lh a 4.
2 0 9 D isp o n ív e l em : h ttp s://w w w .ab scr.cz/jm en n e -ev id en c e/v y h led av an i-ev id en cn i-
z a z n a m y /v n itr o /se z n a m -p e r so n a ln ic h -sp isu -z p r istu p n e n y c h -d o -0 4 1 2 3 1 /
2 1 0 P a s ta m e n c io n a d a , fo lh a 1 0 .
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Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
O futuro agente era o mais novo de sete irmãos. Seu pai era
confeiteiro e quase não tinha condições de alimentar a esposa e
os filhos. O contato fizera um curso técnico em uma escola de
Ensino Médio no Rio de Janeiro e praticava atletismo e boxe,
nos quais obteve importantes sucessos. Antes de receber a bolsa
de estudos tchecoslovaca concluiu um curso de sub-oficiais no
exército brasileiro e um curso preparatório para ensino supe
rior técnico. A rede de agentes (outros colaboradores da StB
que conheciam Boxer) o descreve como uma pessoa de convic
ções progressistas e de bom coração.
O irmão de Boxer também é mencionado: estudava em
Moscou e, no Brasil, era membro da Associação de Negros
Contra a Discriminação. Boxer conhecia o português, tche-
co e francês, parcialmente. Cadek descreve sua personalidade
como “ de caráter, honrosa, capaz de conquistar a confiança
das pessoas e com facilidade em fazer amizades graças à sua
aparência simpática” . Era inteligente e conhecia bem as pes
soas com as quais tinha contato. Cineastas tchecoslovacos se
interessaram por ele, e chegou a cumprir o papel de persona
gens negros em alguns filmes.
O capitão da StB fez contato com ele no verão de 1962 e
afirmou que tinha grande autoridade entre os estudantes, que
o chamavam de “papai” . Boxer exercia influência sobre os seus
2 1 1 P a sta m e n c io n a d a , fo lh a s 6 e 7.
387
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2 1 2 O n ° d e r e g istro d a p a s t a é 7 0 7 1 7 , c a d a a p a r ta m e n to d e c o n s p ir a ç ã o ta m b é m
tin h a a s u a p a s t a , n a q u a l e ra m r e g is tr a d o s t o d o s o s d a d o s im p o r ta n te s so b r e o
u s o d o a p a r ta m e n to .
388
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2 1 3 J a c i L e a l d a S ilv a , n a s c id o em 1 d e o u tu b r o d e 1 9 3 8 . T a m b é m p o s s u i a s u a p a s t a
n o A B S , m a s t u d o in d ic a se r u m a p a s t a d e u m a in v e stig a ç ã o c o n tr a e le , p o r ter s id o
c o n s id e r a d o u m a a m e a ç a p a r a o reg im e c o m u n is ta .
2 1 4 F o lh a 2 4 id em .
389
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2 1 5 Id e m , fo lh a s 2 8 e 2 9 .
2 1 6 Id e m , fo lh a s 3 1 e 3 2 .
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2 1 7 A s in fo rm a ç õ e s p ro c e d e m d a p a s t a d e C o r r e sp o n d ê n c ia o p e r a c io n a l d e n ° de
r e g istro 8 1 1 3 8 . É im p o r ta n te e sc la re c e r q u e , m e sm o c o m o fim d o t r a b a lh o o fe n siv o
d o se rv iç o d e in te lig ê n cia e liq u id a ç ã o d a re sid ê n c ia n o R io d e Ja n e ir o em 1 9 7 1 ,
fo i g a r a n t id a a p r e se n ç a d o o fic ia l d e c a r r e ira n a e m b a ix a d a d a c a p it a l e m B r a sília ,
c o m a fu n ç ã o d e p r o te g e r a e m b a ix a d a e a c o lô n ia tc h e c o s lo v a c a . T r a ta v a - s e de
u m fu n c io n á r io c o m t a r e fa s d e c o n tra -in te lig ê n c ia , q u e c o n d u z ia c o la b o r a d o r e s
id e o ló g ic o s , o u se ja , o u tr o s fu n c io n á r io s d a e m b a ix a d a . T a r e fa s e x te r n a s à
e m b a ix a d a já e r a m e x c e ç õ e s. P a ra c o m p r e e n d e r a s itu a ç ã o d a re sid ê n c ia , c it a m o s
a s in fo rm a ç õ e s b á s ic a s so b re a q u a n tid a d e d e p e s s o a l d a re sid ê n c ia e m 1 9 7 5 :
u m o fic ia l d e c a r r e ira d e c o d in o m e P o tu z n ík e trê s c o la b o r a d o r e s id e o ló g ic o s ,
c id a d ã o s d a T c h e c o slo v á q u ia fu n c io n á r io s d a e m b a ix a d a .
391
1964: o ELO PERDIDO
2 1 8 A G u e r rilh a d o A r a g u a ia fo i u m a r e b e liã o q u e d u r o u d e 1 9 6 6 a té 1 9 7 4 , n a re g iã o
d o rio A r a g u a ia . F o i su fo c a d a p e la s fo r ç a s g o v e r n a m e n ta is.
392
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
393
1964: o ELO PERDIDO
2 2 1 T r a ta -s e d a p a s t a d e n ° d e a r q u iv o 6 6 0 8 5 4 .
2 2 2 D isp o n ív e l em : h ttp ://w w w .m a u ro sa n ta y a n a .c o m /2 0 1 4 /0 6 /h o je -e m -d ia -o -v ic e -
p re sid e n te -jo e -b id e n .h tm l. A c e ss o em : 2 6 d e se te m b r o d e 2 0 1 7 .
394
Gr a n d e s o per a ç õ es no B r a s il
395
1964: O ELO PERDIDO
2 2 7 N ° d e r e g istro 1 1 7 7 8 /3 2 0 /1 /2 , fo lh a 3.
2 2 8 C h e fe do se rv iç o de in te lig ê n c ia , g e n e ra l A n g e l S o la k o v (AHren ConaKOB), q u e , n o s
a n o s 6 0 , tin h a b o a s r e la ç õ e s c o m R a u l C a s tr o .
396
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
“não faz muito tempo, enviou uma carta pessoal para o ministro
das relações exteriores M. PINTO,229 na qual lhe delatou
que encontrara em Praga brasileiros que fazem parte dos
seguidores do antigo governador, o nacionalista de esquerda
Brizola. Esses brasileiros, em Cuba e na Tchecoslováquia,
receberam treinamento especial para a luta de guerrilha.
A carta de SANTOJAN causou impressões de assombro em
Pinto. Em uma conversa particular, Pinto disse que para ele
está claro que os guerrilheiros que agem na América Latina
não vêm somente de países com orientação pró-chinesa, mas
também de países orientados por Moscou” .
397
1964: o ELO PERDIDO
0 2 7 .0 1 9 /6 7 . P ro te sto d o g o v e r n o b r a sile ir o c o lo c a d o em m ã o s d o e m b a ix a d o r
tc h e c o s lo v a c o n o R io d e J a n e ir o , 2 7 .9 1 9 6 7 (n o ta d o t r a b a lh o de M a t y a s P elan t).
2 3 1 M a t y á s P e lan t, em se u tr a b a lh o , ta m b é m a c h a q u e e s ta c o n c lu s ã o é ló g ic a .
2 3 2 H é ld e r M a r tin s d e M o r a e s (n a sc . 2 1 .3 .1 9 3 7 ) , d ip lo m a ta e jo r n a lis ta b r a sile ir o .
h ttp s ://d e .w ik ip e d ia .o rg / w ik i/H é ld e r _ M a r tin s _ d e _ M o r a e s.
398
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
\
17- : l !a u s n i h yt ge n e rA ln ío b ram ilsk tb o
«ZV Core» ria C osta tlu eo ü a n ? r o ( a . v lid o v o r M ln í p r o te s t
b r a z ila k é v l íd y to b o to o b e a t a :
H r a l B I t í vojenslrA orgd oy v y S e t f u i i o í « a j a t é
ü ò a s ta ík y p a r ty sá n s k * ak o » v p o h o ff C p a r . o s tA t « i naB O e raie
p r o k a a a to ln í í j l í t i l y s p o l m l ía s t 8 « . v U d a ie h org4,rô ns j e j i o h
p fe p r a r é J o B r o r i l l e . Oredcnix! o ao M a hyl.» uaoü nína o e s t a a»
Kubu p ?au r ra h u , z p á t e S a í e e s t í b y ly v » ety ku s í « . v lá d -
n i«3 orcA oy, k t e r é j i B p o s k y tly p roat-Sxlky a » c sn tu do Urtssunye
P t í e do S r a r i l l e . R r a z i l s l c í r l á d o nuoeaa p o v a ío v a t podporw
C e . o rg ín ú s u t a u r e i v a ín e len en tfiB , .i e ji o b i o í l e a b y lc :i5T o s lt
b w if.ilsk j r s * 1b , zt, v á ín o a la t e r v e o e i do v a l t í n í o li z A l e íl t o s t í
R r a s l i i o . GpsIcovAni takovAho p o stu p u 8 a . or^Anü by s e aroblo
nc» H S « * n Í o d r a z i í na vz&t»«o y o h v s t a e l c h , na J c J l o h * r o z v o ji
W b r a s ila k A v lá d a s á e j a .
V arb áln i p r o t e s t 3& ta ^ u ^ o h j r i t c r . O o u ia sa í s d J l l l ,
ooha p o p » l t td é le n é v f c i , b r a z llsic A e t r a o a > * d váak p r o -
v S f .n y , u p ro to j - to u to formou oznam uja 5 s . v l á d ? . O d jo v é d íl
J s e a v a am yalu tv é 0 2 6 .7 6 0 .
Kooa an )3
399
1964: o ELO PERDIDO
400
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
401
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g r a n d e s o p e r a ç o e s no b r a s il
409
1964: o ELO PERDIDO
245 Jose Ivan Gibin de Mattos, citado na carta, foi estudar em Praga em 1970 e
trabalhou na Rádio Praga. Porém, outros documentos apontam que o autor da
delação era outra pessoa.
410
CAPÍTULO XXIII
PLANO DE FORMAÇÃO OPERACIONAL DO
RESIDENTE CUBANO E A AO MANUEL
I. Parte inicial
Janeiro
1 . Perfil m oral-político do funcionário do serviço de inteligência.
Fevereiro
4. M etodologia da determ inação e reconhecimento dos objetos.
Fevereiro
1. Rede de agentes (agen tura): a principal arm a do serviço de
inteligência.
M arço
2. Base no exterior: o trabalho com os contatos e a sua
im portância.
I
3. Escolha e reconhecimento dos figurantes.
Abril
5. D irecionam ento, tarefas, treinam ento, educação e controle da
rede de agentes.
9. Espionagem visual.
M aio
1 . A proveitam ento das bases nacionais, contatos para vistos de
estrangeiros, colaboração entre o serviço de inteligência e ou
tras células de contra-inteligência do M inistério do Interior.
412
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
Junho
4. Luta contra o inimigo principal de outro país.
Julho
1 . Escutas no trabalho de espionagem e contra-inteligência: ap ro
veitamento.
2 . Controle de correspondência.
3. Fotografias e filmagem.
Agosto
1. Ó rgãos de inteligência e contra inteligência da RFA, França,
G rã-Bretanha e EUA.
A ação MANUEL
413
1964: o ELO PERDIDO
414
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
247 Tomek, Prokop - Akce MANUEL. Tomek, Prokop. In: Securitas imperii: sborník
k problematice bezpecnostních sluzeb / ed. Jan Táborsky Praha: Themis 9, (2002),
s. 326-333. A televisão pública tcheca produziu um documentário baseado neste
artigo, que pode ser visto em: http://www.ceskatelevize.cz/porady/10209991308-
tajne-akce-stb/409235100221011-akce-manuel. Acesso em: 28 de setembro de
2017,Prokop Tomek (1965) é graduado em história pela Faculdade de Filosofia
da Universidade Carolina, em Praga. Trabalhou no Instituto de Documentação
e Pesquisa da Polícia da República Tcheca sobre os Crimes do Comunismo,
Instituto de Pesquisas dos Regimes Totalitários e, atualmente, é funcionário da
Seção Histórico-Documental do Instituto de História Militar em Praga. Investiga
questões sobre a relação do cidadão com o poder totalitário, serviços secretos,
história dos programas radiofônicos estrangeiros emitidos para os países anti
democráticos, exército tchecoslovaco e o Pacto de Varsóvia. É autor de muitos
livros e artigos em revistas especializadas.
248 Trata-se da pasta de correspondência operacional da rezidentura em Havana,
n° de registro 80723.
415
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416
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
417
1964: o ELO PERDIDO
Kuryr, ? ? . 1 * . 1*63.
t ■ >N V T L
V í i e r ' • o- ru ftu ,
t->í Í 1 6 * n ^ k e l t k rT iro sK r.^ k k © r< c l n**
• ■ r i MAKUfL, rc • '* , c y »t* « * 11 ;«H1 •'t 1<■ t* ■
41 8
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
419
1964: O ELO PERDIDO
250 SÚA, archiv ÚV KSC, fond 05/11, slozka “ MV akce MANUEL” 1967.
251 Fuerzas Armadas de Liberación Nacional. Grupo guerrilheiro venezuelano
que combateu o governo legal. Foi criado pelo partido comunista e agiu entre
1962 e 1973.
252 Juan Carlos Díaz Lorenzo, Buquês de la CAVN: “Anzoátegui” (1955-1977).
Crônica de un secuestro, octubre 21, 2014. https://venezuelaoctavaisla.wordpress.
com /2014/10/21/buques-de-la-cavn-anzoategui-1955-1977-cronica-de-un-
secuestro. Acesso em: 30 de setembro de 2017.
253 Também Jerónimo Carrera (1922-2014). Ativista político comunista venezuelano.
254 N° de registro 80723/104.
420
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s i l
Navio Anzoategui
421
1964: O ELO PERDIDO
255 Fundada em outubro de 1945, em Paris. Nos anos 1956-2005 tinha sede em
Praga e, a partir de janeiro de 2006, em Atenas. A Federação fazia parte das
“organizações de fachada” usadas pela KGB para atividades de propaganda, assim
como a União Internacional dos Estudantes, fundada em 1946 e com sede em
Praga, e outras organizações.
422
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42 3
1964: o ELO PERDIDO
424
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
260 Além de Cuba, o fornecedor de armamentos para grupos podia ser a China ou a
Coréia do Norte.
261 N° de registro 80723/017/1/5, folha 40.
42-5
1964: o ELO PERDIDO
426
Gr a n d e s o per a ç õ es no B r a s il
263 Foi essa a formulação do ministro cubano Valdez durante a conversa com Kurna,
o vice-ministro tchecoslovaco do Interior, em março de 1962. Pasta de n° de
registro 87023/100/4/8.
264 N ° de Registro 80723/113/4/5, folha 210 e seguintes.
427
1964: o ELO PERDIDO
42 8
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
266 José Anselmo dos Santos era marinheiro de primeira classe. Presidia uma Associação
de militares subalternos da Marinha Brasileira, que foi infiltrada pelos comunistas.
Em março de 1964, durante a comemoração do aniversário da associação, leu um
discurso escrito por Carlos Marighela, com reivindicações de melhoria alentadas
pelos militares subalternos e apoio às reformas de base do Presidente Goulart.
As tropas dos fuzileiros navais cercaram o recinto da reunião e os militares que
comemoravam ficaram três dias presos por indisciplina. Os comunistas começaram
a agir junto ao governo. O Ministro da Marinha se demitiu. O presidente nomeou
como novo ministro um almirante da reserva porque os da ativa se recusaram a
aceitar. O episódio ficou conhecido como “A revolta dos marinheiros” , pregava
chavões da esquerda e exigia melhoras das condições em navios e quartéis e
relaxamento no código disciplinar. Os marinheiros foram presos, mas o Presidente
Goulart anistiou todos. Após 1964 José Anselmo foi expulso da marinha por
motim, foi preso e fugiu. Depois esteve em Cuba e, em 1970, voltou ao Brasil,
1964: o ELO PERDIDO
430
Gr a n d e s o per a ç õ es no B r a s il
43i
1964: o ELO PERDIDO
432
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
: e:
Seis cardeais promovem conferência de
Cooperação Católica Inter - Americana
433
1964: o ELO PERDIDO
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GABINETE DO M1NISTBO
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m■ t<trjr±-’ia A-tW
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434
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s il
2 7 1 N ° d e r e g is tro 8 0 7 2 3 /1 0 5 a , m o d ific a d o p a r a o fo r m a to a tu a l.
435
1964: o ELO PERDIDO
anteriores a 1964. Nos materiais públicos disponíveis272 encon
tram-se delações sobre o (ainda) padre informando que, mesmo
em situação de sacerdócio, teria seduzido casadas e virgens.
O agente Lenco, colaborador secreto brasileiro da StB, men
cionou algo parecido sobre o antigo padre quando a Central
lhe pediu, via rezidentura no Rio, informações sobre Alípio
de Freitas. Queriam saber pontualmente se podiam confiar
“na sua credibilidade para um aproveitamento operacional” .
A seguir, chegaram do Rio mais duas notícias: uma delas vi
nha do residente Skorepa, confirmando que se tratava de um
extremista esquerdista e colaborador próximo do deputado
Julião, que estaria em Cuba e possuía, no Brasil, uma pena de
prisão por atividades subversivas. A segunda notícia vinha do
colaborador Lenco e foi encontrada em outra pasta de cor
respondência operacional.273 O agente não conhecia o antigo
padre, então, durante conversas com conhecidos deputados
e nacionalistas descobriu que “ seu ponto fraco era o álcool.
Embriagava-se com freqüência, e, nesse estado, metia-se em
ações irracionais e confusões. Mesmo sendo padre, seu ponto
fraco também eram as mulheres e parece que no passado parti
cipara de verdadeiras orgias” .
Informações não verificadas não deveriam determinar a de
cisão final do serviço de inteligência de Praga, mas, com base
em suas próprias observações, a Central convenceu-se que a
questão do álcool na vida do figurante poderia influenciar ne
gativamente. A primeira estadia do senhor Alípio em Praga du
rou até I o de abril de 1965, mas logo ele apareceu novamente
na Tchecoslováquia, em 28 de abril, na companhia de Paulo
Stuart Wright, outro ativista brasileiro. Entregou à funcionária
da StB Klimplová274, que os acompanhava, materiais sobre a
436
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
2 7 5 T erezín fo i u m c a m p o d e c o n c e n tr a ç ã o a le m ã o o n d e e r a m a p r is io n a d o s ju d e u s
tc h e c o s. L id ic e fo i u m a v ila to ta lm e n te d e stru íd a p e lo s a le m ã e s em u m a a ç ã o de
r e p r e sá lia p e lo a te n ta d o c o n tr a R e in h a rd H ein rich .
2 7 6 N ° d e R e g is t r o 8 0 7 2 3 /1 0 5 /1 /1 /1 , fo lh a 2 8 .
2 7 7 J o s e f B e n es (1 9 0 5 - 1 9 7 9 ) . S a c e r d o te c a t ó lic o e p u b lic ista tc h e co . E n tre 1 9 4 2 e 1 9 4 5
fo i p r isio n e ir o n o c a m p o d e c o n c e n tra ç ã o a le m ã o em D a c h a u ; e em 1 9 5 2 - 1 9 6 8
fo i se c r e tá r io -g e ra l d o M o v im e n to d o C le ro C a tó lic o p a r a a P a z, o r g a n iz a ç ã o
q u e c o la b o r o u a b e rta m e n te c o m o reg im e c o m u n is ta . A p a r tir d e 1 9 6 5 ta m b é m
tr a b a lh o u n o C o n se lh o M u n d ia l d a P a z. S a c e r d o te s c o m o o dr. J o s e f B en es
a p o ia r a m a tiv a m e n te o s c o m u n is ta s.
437
1964: o ELO PERDIDO
438
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
439
1964: o ELO PERDIDO
sua cisão ideológica em 1966, quando o grupo que permaneceu
na AP formulou os seus postulados a partir dos seguintes pon
tos: “ somos contra o governo, contra o PCB, pregamos a luta
armada e somos católicos ou protestantes” . No ano seguinte,
seu ativista Vinícius Brant (também no grupo dos manuéis) re
presentou o Brasil durante a Organização de Solidariedade La
tino-americana,282 e alguns membros da organização também
foram enviados para um treinamento guerrilheiro na China.
Em 1969 a organização consolidou-se para, em 1973, unir-se
ao PCdoB (partido comunista de orientação maoísta). Paulo Stu-
art Wright, então, era um dos ícones do movimento de resistência
contra a Ditadura Militar. Esteve em Cuba em 1964 e, em 1965,
voltara ilegalmente ao Brasil. Cristão-marxista e membro da Igre
ja Presbiteriana, antes do golpe fora deputado estadual, mas teve
os direitos políticos cassados pelo Ato Institucional. Foi um dos
criadores da Ação Popular, entusiasta da luta de guerrilha e con
trário à aproximação do PCdoB. Morreu em 1973: a versão oficial
afirma que foi alvejado durante uma tentativa de fuga da prisão
e desapareceu; os esquerdistas, por sua vez, afirmam que ele foi
morto pela polícia — provavelmente torturado até a morte. O seu
corpo nunca foi encontrado.
Outros combatentes brasileiros foram ajudados pela StB, como
Carlos Nicolau Danieli, que chegou a Praga em 18 de janeiro de
1964 com um passaporte cubano em nome de Ricardo Martin Ro
jas.283 Planejava partir de Praga ao Rio em 20 de janeiro, via Paris,
com o seu passaporte verdadeiro. A StB percebeu que ele tinha em
seu passaporte o visto cubano de 1962 e o visto tchecoslovaco do
mesmo ano - o que era uma séria violação dos princípios de cons
piração. Devido à correção do passaporte hospedou-se no hotel
Internacional e deixou a Tchecoslováquia mais tarde. Sobre ele, o
oficial do serviço de inteligência diz que: “com base em seu compor
tamento, percebe-se que ele já possui certa experiência com viagens.
2 8 2 O r g a n iz a ç ã o c o n tr o la d a p e lo reg im e d e F id el C a s t r o , q u e se rv ia p a r a a c o r d e n a ç ã o
in stitu c io n a liz a d a de m o v im e n to s n a c io n a l-lib e rta d o re s. N e s te c o n g r e ss o
e s tiv e r a m p re se n te s m a is b r a sile ir o s, in c lu in d o A n se lm o .
2 8 3 N ° d e R e g is t r o 8 0 7 2 3 /1 0 2 /3 /5 , fo lh a 1 1 0 .
440
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
441
1964: o ELO PERDIDO
44Z
C A P ÍT U L O X X I V
443
1964: o ELO PERDIDO
444
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
445
1964: o ELO PERDIDO
2 8 9 V er n o ta 1 3 3 , p . 2 6 9 .
2 9 0 N ° d e r e g is tro 2 0 1 7 . E ra u m a p a s t a d e o b je to , c r ip tô n im o K O N F E R E N C E . A
p a s t a d e d ic a d a a o C o n se lh o M u n d ia l d a s Ig r e ja s ta m b é m fo i d e stru íd a .
446
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
447
1964: O ELO PERDIDO
2 9 3 D e sc r iç ã o d e ta lh a d a : P a v o l Ja k u b c in , M o v im e n to p a r a a p a z d o c le ro c a tó lic o ;
re v ista Salve. Revue pro teologii a duchovní zivot, 2 0 1 1 , n ° 1, p . 3 3 s. Ja k u b c in é
fu n c io n á r io d o In stitu to d e M e m ó r ia N a c io n a l e s lo v a c o , U P N .
448
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no Br a s il
294 Jiit Piskula, Zalození Kfesíanské mírové konference v kontextu zahranicní politiky
KSC, Církevní déjiny, 2 0 1 0 , n r 6 , p a g . 5 3 i n. J ir í P isk u la - fu n c io n á r io c ie n tista d a
S e ç ã o E c u m ê n ic a T e o ló g ic a d a U n iv e rsid a d e C a r o lin a d e P ra g a .
2 9 5 G .L in d e m a n n :Sauertieg im Kreis der gesamtchristlicher Ô k u m e n e , In: Nationaler
Protestantismus und Õ k u m e n isc h e Bewegung. Kirchliches Handel im Kalten
Krieg (1 9 4 5 - 9 0 ) . D u c k n e r Sc H u m b o lt, B e rlin 1 9 9 9 .
2 9 6 J o s e f L u k l H r o m á d k a (1 8 9 9 - 1 9 6 9 ) , d e s t a c a d o te ó lo g o p ro te sta n te tc h e c o , fo i o
p r im e iro p re sid e n te d a C P C , em 1 9 5 8 fo i p r e m ia d o p o r se u s e s fo r ç o s e c u m ê n ico s,
c o m o P rê m io L e n in d a P a z (o c o rr e sp o n d e n te so v ié tico d o P rê m io N o b e l d a P az).
E p re c iso in fo rm a r q u e , em 1 9 6 8 , H r o m á d k a c o n d e n o u a in v a s ã o d a s tr o p a s d o
P a c to d e V a rs ó v ia c o n tr a a T c h e c o slo v á q u ia .
449
1964: o ELO PERDIDO
váquia,297 e, já em 1958, essa iniciativa foi objeto de consulta
para os camaradas da União Soviética, que elogiaram a idéia.
Eram funcionários de seções de administração estatal que li
davam com questões da Igreja, mas não existem dúvidas de
que essas células de administração estatal também estavam su
bordinadas à mesma diretoria que os serviços secretos, ou seja,
às mais altas autoridades partidárias. A partir de materiais de
arquivo, o historiador demonstra que
2 9 7 P isk u la c ita d o c u m e n to s d o a r q u iv o N a c io n a l em P r a g a , p o r e x e m p lo : N A ,
Ú V K S C , se k re ta riá t 1 9 5 4 - 6 2 , sv. 1 3 9 a .j. 2 0 9 /2 0 .
450
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
451
1964: o ELO PERDIDO
299 Soviet Active Measures: The Cbristian Peace Conference, Foreign Affairs Note,
United States Departament o f State, Washington D.C., May 1985. S e g u n d o este
r e la tó r io , K . T ó th n a sc e u em 1 9 3 1 e fa le c e u em 2 0 1 4 . O n o m e d o b is p o T ó th é
c o n sta n te m e n te m e n c io n a d o n o c o n te x t o d o a p o io p a r a a p o lític a d a U R S S , e é
ta m b é m a u t o r d e u m tr a b a lh o so b re a t e o lo g ia d a lib e rta ç ã o : K a r o ly T o th . On the
Theology o f Liberation and the Fight Against Racial Discrimination.
3 0 0 P av el H la v á c , B la h o s la v H ru b y e re v ista R C D A , in: P ro te sta n t, 2 0 0 7 , n ° 3.
D isp o n ív e l em : h ttp ://p r o te s ta n t.e v a n g n e t.c z /b la h o sla v -h r u b y -c a so p is-r c d a .
A c e ss o em 2 de o u tu b r o d e 2 0 1 7 .
452
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no b r a s i l
453
1964: o ELO PERDIDO
Levante
3 0 2 M e s m o q u e , fo rm a lm e n te , a n te rio rm e n te te n h a m sid o a s s in a d o s d o is a c o r d o s de
c o la b o r a ç ã o , em 1 9 4 8 e em 1 9 5 8 , so m e n te o a c o r d o d o a n o d e 1 9 6 4 d eu im p u lso
a u m a re a l c o la b o r a ç ã o ú til p a r a a m b a s a s p a r te s.
Aparelhos centrais de serviços
3 0 3 J a n L a r e c k i, L e sz e k P a w lik o w ic z , P aw el P io tro w sk i.
de espionagem civis do Pacto de Varsóvia como estruturas especializadas do
estado. R z e sz ó w , 2 0 1 5 , p . 1 2 6 .
3 0 4 I d e m s t r .1 2 7 .
3 0 5 N ° r e g is tro 8 1 0 6 7 /1 0 2 /1 /2 /2 , fo lh a s 1 0 6 - 1 1 0 .
454
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
3 0 6 N ° d e r e g istro 8 1 0 6 7 /1 0 2 / 3 /3 / 4 , fo lh a 1 8 0 . “ In fo r m a ç õ e s so b r e a s c o n su lta s c o m a
d ire to r ia A O d o se rv iç o d e in te lig ê n cia h ú n g a r o ” , em G y õ r, d ia s 7 e 8 d e d e z e m b ro
de 1 9 6 7 .
455
1964: o ELO PERDIDO
3 0 7 A .D e lg a d o , J .R o d r ig u e z , J .M .F o r tu n y : P a m á tc e r e v o lu c io n á r ú , in: O tá z k y m íru a
s o c ia lism u , n r 1 1 , P ra h a 1 9 6 6 , p a g . 9 3 - 9 4 . “ O tá z k y m íru a s o c ia lis m u ” - p u b lic a ç ã o
m e n sa l te ó r ic a e d e in fo r m a ç ã o so b re o m o v im e n to c o m u n is ta , e d ita d a d e 1 9 5 8
a té 1 9 9 0 e m P r a g a . N o c o n se lh o d e r e d a ç ã o e n c o n tr a v a m -se 6 5 re p re se n ta n te s
d e p a r tid o s c o m u n is ta s e o p e r á r io s d e to d o o m u n d o . A re v ista fo i e d ita d a e m 4 0
id io m a s e d istr ib u íd a s em 1 4 5 p a íse s d o m u n d o .
456
Gr a n d e s o per a ç õ es no B r a s il
Kniha/Livro
3 0 8 Á L L A M B I Z T O N S Á G I S Z O L G Á L A T O K T Õ R T É N E T I L E V É L T Á R A (Á B T L ).
In stitu iç ã o e s ta ta l d e p e s q u is a cie n tífica q u e se o c u p a d a é p o c a d e to t a lit a r is m o n a
H u n g r ia .
457
1964: o ELO PERDIDO
458
Gr a n d es o p e r a ç õ e s n o b r a s il
459
1964: o ELO PERDIDO
3 1 2 E r a o p a r tid o c o m u n is ta , m a s c o m o u tr o n o m e - p r á tic a c o m u m d o s c o m u n is ta s.
3 1 3 J á n o s F ü rje s, ch e fe d a s e ç ã o d e o p e r a ç õ e s a tiv a s e d e s in fo r m a ç ã o d o
se rv iç o d e in te lig ê n cia h ú n g a ro . h ttp s://w w w .a b tl.h U /o r d s/a r c h o n to lo g ia /f?
p = 1 0 8 :1 3 :4 1 0 7 6 5 3 0 6 5 5 2 2 5 3 7 : : N O : l 3 :P 1 3 _ O B J E C T _ I D ,P I 3 _ O B J E C T _
T Y P E :9 7 0 2 0 1 % 2 C E L E T R A J Z
3 1 4 J ó z s e f M in d sz e n ty ( 1 8 9 2 - 1 9 7 5 ) . C lé rig o c a t ó lic o a p o s t ó lic o r o m a n o h ú n g a r o q u e
em 1 9 4 8 fo i p r e so p e la p o líc ia p o lític a c o m u n is ta h ú n g a ra e em u m p r o c e s so de
f a r s a ju d ic ia l fo i “ c o n d e n a d o p o r t r a iç ã o a o p a í s ” à p r is ã o p e r p é tu a . F o i lib e ra d o
d u ra n te a r e v o lu ç ã o de 1 9 5 6 , e a p ó s a in te rv e n ç ã o d o s so v ié tic o s re fu g io u -se na
e m b a ix a d a d o s E U A p o r 1 5 a n o s . E m 1 9 7 1 , fo i-lh e p e r m itid o e m ig ra r e, e m 1 9 8 9 ,
fo i re a b ilita d o .
460
Gr a n d e s o per a ç õ es no B r a s il
3 1 5 N ° r e g istro 8 1 0 6 7 /1 0 2 / 4 /1 / 2 , fo lh a 2 e se g u in te s.
461
1964: o ELO PERDIDO
3 1 6 Á B T L 3 .2 .1 . B t- 1 5 8 4 /2 . C a s o : K ir c h e u b a u e r (c o d in o m e q u e o s h ú n g a ro s d e r a m a o
a n tig o je s u íta T. N a g y ).
3 1 7 0 a n d a m e n t o d e s u a c a r r e i r a p r o f i s s i o n a l c o m o o f i c ia l p o d e s e r v is t o n a p á g in a
d o a r q u i v o Á B T L . D is p o n ív e l e m : h t t p s ://w w w .a b t l.h u /o r d s /a r c h o n t o lo g ia /
f ? p = 1 0 8 :1 3 :4 1 0 7 6 5 3 0 6 5 5 2 2 5 3 7 : :N O :1 3 :P 1 3 _ O B J E C T J D ,P 1 3 _ O B J E C T _
T Y P E :9 9 0 5 8 0 ,E L E T R A J Z . A c e s s o e m 4 d e o u t u b r o d e 2 0 1 7 .
462
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s n o b r a s il
3 1 8 W ito ld B a g ie n sk i: “ O e s c â n d a lo d o s m e n s a g e ir o s d ip lo m á tic o s n o se rv iç o de
in te lig ê n c ia e M in is té r io d e R e la ç õ e s E x te r io r e s ” : P a m iç c i sp r a w ie d liw o sc , re v ista
cie n tific a d e d ic a d a à h istó r ia m a is rece n te, n ° 1 (2 3 ), 2 0 1 4 , p . 1 3 5 .
3 1 9 A b r e v ia ç ã o d e Katolikus Agrárifjúsági Legényegyesületek Országos Testülete -
C o lé g io N a c io n a l d a s A s s o c ia ç õ e s d a Ju v e n tu d e A g r á r ia C a tó lic a . M o v im e n to
h ú n g a r o q u e tin h a c o m o o b je tiv o a c o n s tr u ç ã o d e m o c rá tic a d a so c ie d a d e h ú n g a ra
c o m b a s e n o s e n sin a m e n to s d a Ig re ja C a tó lic a a tr a v é s d e a tiv id a d e s d e e d u c a ç ã o
e c u ltu r a . O c u p a -se ta m b é m d a f o r m a ç ã o d e q u a d r o s . F u n d a d o n o v e r ã o d e i 9 3 5
p o r Je n õ K e r k a ia , G y õ rg y a F a r k a s a e J ó z s e fa U g r in a . E m 1 9 3 8 , K e r k a ia a d ic io n o u
T õ h õ tõ m N a g y à a d m in is tr a ç ã o d o m o v im e n to . O m o v im e n to e ra ec u m ê n ico ,
o s líd e re s c o la b o r a r a m c o m a s s o c ia ç õ e s p r o te sta n te s e o s p r o te sta n te s ta m b é m
p o d ia m se r m e m b ro s d o K A L O T .
463
1964: o ELO PERDIDO
para a Argentina. Lá, prosseguiu o seu trabalho entre os pobres.
Em 1948 abandonou a batina para constituir família e em 1949
nasceu a sua filha. Em seguida, tornou-se maçom. Em 1963,
publicou um livro sobre a experiência de jesuíta e maçom e, em
15 de setembro de 1966, foi recrutado e tornou-se agente do
serviço de inteligência comunista.
Nagy fez contato com a embaixada húngara em 1963: o li
vro Jesuítas e maçons, escrito antes do contato com o serviço de
inteligência, deixou a polícia política húngara intrigada, pois,
mesmo com um estilo anticomunista, continha ataques indiscri
minados ao cardeal Mindszenty e sua política eclesiástica, com
portamento significativo para os comunistas húngaros. Para
voltar a seu país de origem, ofereceu aos húngaros documentos
comprometedores em relação ao cardeal, procedentes dos anos
1945-47, quando Nagy agia em Budapeste e no Vaticano. Em
1965, o major Bárdosz, a partir das conversas feitas em Buenos
Aires, elaborou as características do figurante320, afirmou que
3 2 0 Á B T L 3 .2 .1 . B t - 1 5 8 4 /1 .
464
Gr a n d e s o p e r a ç õ e s no B r a s il
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471
1
ORIGEM DO PRESENTE TRABALHO
Nossas pesquisas
Para finalizar, apresentaremos alguns esclarecimentos e in
formações. Antes, porém, queremos explicar os motivos que le
varam um tcheco e um brasileiro residente na Polônia a inicia
rem este trabalho de pesquisas sobre os documentos e materiais
da StB relacionados com as atividades do serviço de inteligência
da polícia secreta comunista da Tchecoslováquia no Brasil.
A espionagem
475
1964: o ELO PERDIDO
476
APÊNDICES
477
1964: o ELO PERDIDO
“ www.mentiraonline ”
Quando se trata de aprender história, não devemos acreditar
cegamente em uma versão só porque é a mais divulgada, seja na
mídia, em livros, internet, etc. Quanto mais fontes for possível
consultar, melhor, já que, como aprendi com os poloneses, a
história pode sofrer falsificações e omissões.
Certo dia, ao entrar em um fórum brasileiro sobre história,
encontrei um tópico sobre Katyn, onde um professor univer
sitário informava que os responsáveis pelo massacre eram os
alemães, e não os soviéticos. Surpreso, escrevi um comentário
corrigindo o erro, informando que o próprio governo russo,
anos atrás, havia reconhecido que os soviéticos estavam por
trás do crime e apresentou documentos com uma enorme as
sinatura do próprio Stálin. Surpreendeu-me novamente que a
pessoa persistisse em seu erro, apresentando uma série de ex
plicações. Realmente fiquei intrigado com um professor univer
sitário que acreditava e ainda passava adiante a propaganda
soviética de mais de 70 anos, há muito tempo já derrubada
- inclusive oficialmente. Fiquei curioso com o quanto se sabe
no Brasil a respeito de propaganda soviética, história da URSS
e comunismo em geral.
Pesquisando “comunismo no Brasil” na internet, percebi
que além de livros, publicações e artigos sobre o golpe militar
de 1964 (ou contra-golpe como alguns preferem), havia cer
ta discussão envolvendo as suas causas e conseqüências. Nesse
contexto as informações e opiniões se dividiam: os americanos
estavam por trás do golpe, em seu planejamento ou execução,
ou a CIA era a responsável, atuando intensamente no Brasil
através de seus agentes. Basicamente, a tese é de que os ame
ricanos influenciavam em nossas questões e desrespeitavam a
nossa soberania.
O mais esquisito é que quase nada se comenta sobre o outro
lado: imperialismo americano e CIA demais; imperialismo sovi
ético e KGB de menos. Ninguém falava sobre o assunto, exceto
478
APENDICES
Pesquisas
Atualmente, os arquivos da KGB são de difícil acesso.
Era preciso começar pelos clássicos: os livros de Chris-
topher Andrew sobre o Arquivo Mitrokbin e o trabalho de
Vladimir Bukowski. Uma visita rápida foi suficiente para
perceber que não há muito material sobre o Brasil. Em se
guida, parti para o excelente livro Aparat centralny 1. Zar-
zqdu Giównego KGB jako instrument realizacji globalnej
strategii Kremla 1954-1991 (Aparelho central 1. Direção
Geral da KGB como instrumento de realização da estratégia
global do Kremlin 1954-1991), do Dr. Leszek Pawlikowicz,
que confirmava a existência de rezidenturas da KGB nos
anos 60 em diferentes países da América Latina, o que me
convenceu que as pesquisas faziam sentido.
O passo seguinte seria tentar encontrar algo em arquivos
dos antigos países-satélites da URSS, do Pacto de Varsóvia,
pois os seus serviços de inteligência não só colaboravam,
como estavam praticamente subordinados à KGB. Como o
polonês era meu idioma, iniciaria pelos arquivos da Polô
nia. As páginas on-line do arquivo do IPN polonês (Instytut
Pamiçc Narodowej - Instituto da Memória Nacional), no
entanto, não traziam muitas informações sobre atividades
do serviço de inteligência da SB (Stuzba Bespiezenstwa -
Serviço de Segurança) no Brasil, apesar de o serviço de inte
479
1964: o ELO PERDIDO
480
APENDICES
482
2
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Objetos de interesse:
483
1964: o ELO PERDIDO
Colaboradores
Entre as diversas categorias de colaboradores pudemos en
contrar, até o momento, aproximadamente 30 colaboradores
brasileiros, entre agentes e os chamados contatos secretos. En
tre estes havia jornalistas, economistas, parlamentares, ex-mili
tares, diplomatas, um funcionário de cartório, assessor de im
prensa de um presidente, algumas secretárias, etc.
484
APENDICES
485
1964: o ELO PERDIDO
Esclarecimentos
Alguns esclarecimentos podem ser úteis para o leitor e aju
dar a evitar confusões:
StB e RGB
A StB não era a mesma coisa que a KGB. Mesmo que a StB
estivesse praticamente subordinada à KGB, cada serviço agia
separadamente, com seus próprios colaboradores. É possível
que alguém fosse agente da StB e da KGB ao mesmo tempo?
Talvez, mas os serviços de inteligência tentavam evitar a situ
ação. Sabemos através dos documentos, e relatamos aqui, que
houve casos em que a KGB pediu que a StB lhe passasse alguns
dos seus agentes.
486
APÊNDICES
Curiosidades
Não descrevemos neste livro todas as informações relacio
nadas com as atividades da StB no Brasil que encontramos.
Colocar tudo em um livro é impossível. Há documentos com
informações que não tinham relação direta com os temas dos
capítulos apresentados; mas também muito interessantes:
“Experiências anteriores:
(...) Os professores com os quais conversamos, geralmente
estavam interessados em manter contato e continua-lo,
certamente com o objetivo de adquirir um conhecimento
mais aprofundado sobre zonas, até agora consideradas
impenetráveis (cortina de ferro). (...) O desenvolvimento dos
contatos adquiridos pode gerar vantagens graduais: em alguns
casos podem surgir relações que possibilitem ao funcionário
do serviço de inteligência atrair o contato para si, o que
possibilitaria um aproveitamento otimizado para atividades
de inteligência. [...] a experiência atual e o conhecimento
adquirido pela rezidentura, apontam certas possibilidades no
âmbito de uma base de estudantes e professores.
Metódica de “trabalho” com base de estudantes e
professores:
[...] A experiência demonstra que no âmbito de um
trabalho apropriado entre os estudantes universitários o
melhor é concentrar-se no aproveitamento de estudantes
daquelas faculdades que têm pelo menos alguma relação com
487
1964: o ELO PERDIDO
488
APÊNDICES
489
1964: o ELO PERDIDO
Conclusões:
As experiências e resultados das atividades da rezidentura
no trabalho sobre a base de estudantes e professores dizem
respeito ao período aproximado dos dois últimos anos, que,
490
APÊNDICES
491
1964: o ELO PERDIDO
Mais curiosidades:
Em uma das sub-pastas da pasta com número de registro
80965 está o documento “Plano Temático de operações ativas
e ações de influência para a rezidentura na América Latina para
64-65” (escrito a mão: base do plano), onde lemos o ponto B
- “Tarefas específicas para a rezidentura no Brasil” - e o sub-
-ponto E: “debilitar a posição dos golpistas entre as massas (po
pularizar notícias sobre os movimentos drásticos dos golpistas
contra os adversários políticos)” .
Na pasta com número de registro 81040 está escrito que
durante as conversas em Praga entre o residente Lomnicky,
membro da rezidentura no Rio de Janeiro, com os camaradas
Peterka e Pomezny, da Seção 1 americana (nessa época era esse
o nome), em 19 de setembro de 1969, sobre o trabalho de agen
tes na rezidentura no Brasil, foi mencionada a possibilidade de
se formar uma base de contatos incluindo o trabalho sobre os
“ tipos” e eventual recrutamento. O camarada Lomnicky deve
ria se concentrar em objetos como membros de clubes de es-
portes-sociais e os mais importantes personagens com posição
significativa nesses clubes: Flamengo, Paissandu, Country-Club
e clubes de caça.
Seminário na KGB
492
APENDICES
493
1964: o ELO PERDIDO
AO FOX
Objetivo: defesa da Cuba revolucionária pouco antes e
durante a invasão (1961); descrédito dos EUA.
Formas:
— Organização de manifestações no Rio de Janeiro com
cartazes e por intermédio do secretário do Partido Socialista
Brasileiro.
— Reunião extraordinária e declaração do comitê brasileiro
contra a invasão de Cuba.
— Artigos contra as pressões dos EUA sobre os países da
América Latina e contra a política de Keneddy e de Eisenhower
em relação a Cuba.
— O comitê de defesa a Cuba e o Partido Socialista
Brasileiro mandaram publicar e distribuir cartazes no Rio de
Janeiro e São Paulo.
— Apelo do Partido Socialista Brasileiro a outros partidos
para que protestem contra a agressão dos EUA em Cuba.
— Reunião da associação brasileira dos advogados
democráticos aprovou uma declaração condenando a
agressão, que foi enviada para a ONU, OEA, embaixadas dos
EUA e Cuba e para diversas organizações internacionais.
494
APÊNDICES
Soma:
495
1964: o ELO PERDIDO
496
APENDICES
497
3
OFICIAIS DE CARREIRA DO SERVIÇO DE
INTELIGÊNCIA DA StB QUE TRABALHARAM
NO BRASIL OU QUE ESTÃO RELACIONADOS
COM O TEMA DO LIVRO
Bakaláí
Borecky
499
1964: o ELO PERDIDO
Brychta
C ada
500
APÊNDICES
H ouska
Jezersky
Kavan
501
1964: o ELO PERDIDO
Miller
Moldán
502
APÊNDICES
Nepom ucky
N esvadba
Peterka
503
1964: o ELO PERDIDO
Pomezny
Skorepa
504
APÊNDICES
Tacner
Tremí
Velebil
N om e verdadeiro: Zdenék Vrána (nascido em 4 de m aio de
1932). M em bro do KSC desde 1953. Em 1955, concluiu estu
dos de relações internacionais. N o mesmo ano foi treinado na
escola de serviço de inteligência e tornou-se oficial da StB. Em
1958, foi enviado para a rezidentura em N o v a York, de onde
voltou em 1961 e recebeu uma função no setor responsável por
C uba e o Caribe. N o mesmo ano foi enviado para H avana e ali
505
1964: o ELO PERDIDO
506
4
JURAMENTO DE SERVIÇO ASSINADO PELOS
FUNCIONÁRIOS DA StB NOS ANOS 50
A SSIM E U JU R O .
507
Este livro põe em nova perspectiva as conturbadas décadas
de 50 e 60 no Brasil pelo prisma dos documentos oficiais dos
serviços secretos do bloco soviético, que atuaram no país de for
ma intensa e muitas vezes insuspeita. São relatórios de agentes
secretos, planos de operações, recibos de pagamento em dinhei
ro de colaboradores brasileiros... A quantidade de materiais e a
clareza das informações sobre a presença ilegal dos países comu
nistas no Brasil não só surpreendem como denunciam atividades
atentatórias à segurança nacional. A ousadia dessa infiltração foi
tamanha que dela foram alvos os gabinetes presidenciais dos três
últimos governos antes do notório 31 de março de 1964.
A República Tcheca, país que guardou esse tesouro documen
tal para a história do Ocidente, talvez não tivesse idéia, quando
este acervo foi criado, do tamanho da influência que sua polícia
secreta comunista exercera em vários países do mundo livre. Após
a Revolução de Veludo de 1989, iniciou-se no país um movimen
to para a preservação de sua memória histórica, a fim de que as
vítimas dos mais de 40 anos da repressão totalitária comunista
pudessem ter acesso a documentos que revelassem quem foram
seus algozès. Ao reunirem esses documentos no Instituto para o
Estudo de Regimes Totalitários, o que se provou foi a existência
de uma criatura gigantesca e cheia de tentáculos deitados sobre
todas as democracias do mundo, agindo para subverter a percep
ção das pessoas em favor do bloco socialista e minando aqueles
que se opunham ao império vermelho liderado pela URSS.
Esta obra é mais do que uma coleção de documentos inéditos
para a historiografia brasileira: é um manual sobre a fragilidade
e as ameaças a que está sujeita uma democracia. Subestimar o
mal, como fizeram muitos países que caíram sob um governo
comunista, custa anos de repressão e violência. Os documentos
aqui publicados — na íntegra e com a sua tradução literal — não
têm a mera intenção de expor ou julgar indivíduos, mas devem
ser tomados como algo muito maior e mais relevante, um apren
dizado que nos imunize contra os métodos da principal arma dos
malignos regimes totalitários comunistas: a mentira.
R en o r O liver F ilh o
r
oo----
00 =
9 5 I I
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