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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

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LIÇÃO 05 – A INSTITUIÇÃO DA MONARQUIA EM ISRAEL - 4º TRIM. DE 2019
(1 Sm 2.22-25; 3.10-14)
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra monarquia; notaremos que o estabelecimento de um rei sobre Israel já era
algo predito por Deus em sua Lei; pontuaremos quais os critérios para a escolha do rei; estudaremos sobre a monarquia e o reino
unido, e por fim; falaremos sobre a monarquia e o reino dividido.
I - DEFINIÇÃO DA PALAVRA MONARQUIA
1.1 Definição do termo. Segundo o dicionarista Antônio Houaiss (2001, p. 1949) o termo monarquia significa: “forma de
governo em que o chefe de Estado tem o título de rei ou rainha (ou seus equivalentes)”. Monarquia é uma das mais antigas
formas de governo, com ecos na liderança de chefes tribais. Existem duas principais formas de monarquia: a absoluta
(considerada um regime autoritário), em que o poder do monarca vai além do chefe de Estado, e a constitucional ou
parlamentar (considerada um regime democrático), em que o poder do monarca é limitado por uma constituição. Formas de
governo sem um monarca são denominadas de repúblicas.
II - A MONARQUIA EM ISRAEL
2.1 O estabelecimento da monarquia em Israel. Deus já havia dito que de Abraão descenderia reis (Gn 17.6; 49,10); por meio
de Jacó, anunciou que o cetro ficaria com Judá (Gn 49.10); e, por meio de Moisés exortou como deveria ser a postura de um rei
(Dt 17.14-20). O registro de Samuel nos mostra que ainda não era o tempo, e, o povo precipitou-se pedindo para si um monarca
(1Sm 10.19; 12.19); no entanto, Deus atendeu a voz do povo. Ficou explícito em sua instituição que Deus reprovou tal escolha
para aquele momento de Israel (1Sm 12.18-19). Não era errado Israel desejar um rei, o problema residia no fato de que o povo
estava rejeitando o Senhor como seu líder, porque queria ser como as “outras nações” (1Sm 8.5). Deus, em sua misericórdia,
ordenou que Samuel cuidadosamente explicasse ao povo os “prós” e “contras” de se ter um rei (1Sm 8.11-18). É bem verdade
que se encontrava disposto na Lei mosaica acerca dos ditames peculiares a um rei (Dt 17.14,15), no entanto, Israel e os seus
anciãos erraram ao não reconhecerem o Senhor como seu legítimo e verdadeiro Rei (1Sm 8.7; 12.12). De fato é inegável que era
da vontade de Deus que Israel tivesse um monarca (Gn 49.10; Nm 24.17; Dt 2.10; 17.14-20). Entretanto, não era de seu anelo
que Israel obtivesse da maneira como estava fazendo na ocasião errada e com motivos impróprios, mas mesmo assim Deus
permitiu o estabelecimento de um rei.
III - CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DO REI EM ISRAEL
Na história dos hebreus a monarquia foi uma concessão de Deus correspondendo a um desejo da parte do povo (1Sm
8.7;12.12). Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8.22,23), e na escolha de Abimeleque para rei
de Siquém (Jz 9.6), equivale à rejeição da teocracia (1Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1Sm 8.7; Is
33.22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25.23). Notemos alguns critérios estabelecidos por
Deus para a escolha do rei em Israel:
3.1 O rei não poderia ser estrangeiro. Enquanto os israelitas eram residentes forasteiros em Canaã e no Egito, muitos não-
israelitas faziam parte das casas dos filhos de Jacó e de seus descendentes (Gn 17.9-14). Alguns dos envolvidos em casamentos
mistos, junto com seus filhos, estavam incluídos na grande mistura de gente que acompanhou os israelitas no Êxodo (Êx 12.38;
Lv 24.10; Nm 11.4). No entanto, em assuntos governamentais, o estrangeiro não tinha nenhuma posição política e nunca podia
tornar-se rei do povo de Israel: “[…] dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não
seja de teus irmãos” (Dt 17.15).
3.2 O rei deveria ser escolhido pelo Senhor. Qual era o grande requisito para ser designado rei em Israel? Era um único e
estava absolutamente a cargo de Deus: ser escolhido por Ele: “Porás, certamente, sobre ti como rei aquele que escolher o
Senhor teu Deus [...]” (Dt 17.15). O rei não se escolhia a si mesmo, mas era o Senhor quem o escolhia. A Bíblia diz que somos
embaixadores (2Co 5.20; 8.23; Ef 6.20) e um embaixador não se nomeia a si mesmo. Moisés, ao findar o seu ministério pediu ao
Senhor que pusesse um homem escolhido por Ele para ser líder do povo de Israel; e o Senhor escolheu Josué, servo de Moisés
(Js 1.1). Lembramos também o profeta Amós que não era filho de profeta, mas boieiro. Mas foi chamado pelo Senhor (Am
7.14,15). Os apóstolos, do mesmo modo, não se escolheram a si mesmos (1Co 12.28; Ef 4.11 ver Lc 6.12,13).
3.3 O rei deveria ser piedoso. O rei não poderia multiplicar para si cavalos (Dt 17.16). No Salmo 20, que é uma oração pelo rei,
lemos no verso 7 que “uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor” . Podemos
considerar “cavalos” como a força natural do próprio braço, ou seja, sua força. Mas não é pela força nem pela violência que o rei
tinha vitória (Zc 4.6). O rei ainda não poderia multiplicar para si mulheres (Dt 17.17-a); não poderia multiplicar para si ouro ou
prata (Dt 17.17-b); e, deveria ler a Palavra de Deus todos os dias da sua vida (Dt 17.19)
3.4 O rei deveria ser ungido. Desde as origens da monarquia, a unção já é mencionada (1Sm 9.16; 10.1; 2Sm 2.4; 5.3). Esta
unção era acompanhada da vinda do Espírito Santo; pois ela conferia uma graça especial ao monarca. Assim, o Espírito de Deus
se apossou de Saul depois que este foi ungido (1Sm 10.10), e no caso de Davi aparece ainda mais (1Sm 16.13). O rei é o ungido
do Senhor e merecia ser respeitado e honrado (1Sm 24.7,11; 26.9,11,16,23; 2Sm 1.14,16; 2Sm 19.22).
IV - A MONARQUIA E O REINO UNIDO
O reino unido foi a época em que as doze tribos de Israel tinham um único soberano. Somente três reis reinaram sobre todo o
povo unido de Israel (as doze tribos). Depois os israelitas se dividiram em dois reinos: Judá, ao sul, e Israel, ao norte. O reino de
Judá teve 19 reis e uma rainha ao longo de 340 anos, enquanto que o reino de Israel teve 19 reis ao longo de 200 anos. Na
monarquia unificada contamos os seguintes reis: Saul (1Sm 10.1), Davi (1Sm 16.10-13), e Salomão (1Rs 1.39). Notemos:
4.1 O primeiro rei: Saul (1Sm 10.1). O primeiro monarca de Israel tinha tudo para dar certo, pois ascendeu ao trono com um
alto índice de popularidade (1Sm 9.2; 10.22-24 ver ainda 1 Sm 11.6,11), e reinou quarenta anos (At 13.21). Ao pedir um rei a
Deus, o povo de Israel fez uma escolha precipitada. O profeta Samuel se entristeceu (1Sm 8.6), mas Deus o advertiu: “ouve a
voz do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre
ele” (1Sm 8.7 ver ainda 1Sm 12.17-19). Saul foi o primeiro rei de Israel. Com ele se inicia a monarquia. Sua escolha se deu por
designação profética e aclamação popular, 1Sm 10:24. Era da tribo de Benjamim (1Sm 9.1,2) e foi ungido pelo profeta Samuel,
(1Sm 10.1). Iniciou seu governo com uma vitória sobre os amonitas (1Sm 11.6-11), e contou com grande apoio popular (1Sm
11.15). Saul não teve palácio nem trono apenas um assento em Gibeá (1Sm 20.25). Foi um rei guerreiro que conduziu sua nação
a inúmeras vitórias militares (1Sm 13.15). Todo o tempo de seu reinado foi gasto em guerras e combateu os filisteus e os
amalequitas. Porém, foi rejeitado pelo Senhor por não obedecer à sua Palavra (1Sm 13.13,14; 15.11,23). No final de seu reinado,
temendo perder o trono, passou a perseguir a Davi e procurava matá-lo.
4.2 O segundo rei: Davi (1Sm 16.1). Davi, da tribo de Judá um dos ascendentes de Jesus (Mt 1.1-6), foi ungido por Samuel
quando Saul ainda reinava (1Sm 16.1-13). O rei de Israel que sucedeu a Saul foi um homem “segundo o coração de Deus”
(1Sm 13.14 ver At 13.22). Davi foi escolhido e ungido rei ainda moço (1Sm 16.1-13 ver Sl 89.20), mas, em sua trajetória até o
trono, passou por um longo período de perseguição, batalhas e desafios até ser coroado rei sobre todo o Israel. Foi ungido rei
primeiramente sobre Judá e, sete anos depois, sobre todo o Israel (2Sm 5.1-5). Ele levou a nação de Israel a patamares
inimagináveis (2Sm 5.1,2), e teve o seu reino confirmado (2Sm 7.16). Davi nunca se queixou do laborioso e solitário pastoreio
das ovelhas de seu pai e mesmo ungido rei não hesitou em voltar ao seu trabalho habitual (1Sm 16.19). Ele tinha um coração de
servo e o próprio Deus testificou disso (Sl 78.70; 89.20). Era humilde e reconhecedor de suas limitações (Sl 131; 40.12,17).
Apesar de ser um soldado inigualável, um comandante corajoso, um rei bem sucedido, sempre atribuiu todas as suas vitórias ao
Senhor dos Exércitos (Sl 34.4-7; 40.5-10; 124; 144.1,2). Portava-se perante o Altíssimo com o coração sincero (Sl 26.2; 38.9), e
apesar de suas grandes falhas, seu maior desejo era conhecer os caminhos de Deus, e para isso, punha-se sob sua direção em tudo
que fazia (Sl 17.5; 18.21; 25.4,5; 143.8,10), e Jeová era seu mais precioso tesouro (Sl 16.2,5; 142.5). Além de conhecer seus
erros (2Sm 12.13a; Sl 51.4), ele arrependeu-se do que fez, pediu perdão e foi perdoado (2Sm 12.13b; Sl 32.5; 38.18; 51.3-19).
4.3 O terceiro rei: Salomão (1Rs 1.39). Quando Davi atingiu a velhice, ordenou ao sacerdote Zadoque que ungisse a Salomão e
o proclamasse rei sobre Israel (1Rs 1.33-40). O rei Salomão, o terceiro rei de Israel, foi mais sábio do que todos os homens, pois
Deus lhe deu “sabedoria e muitíssimo entendimento” (1Rs 4.29-31). Durante o seu reinado, ele construiu o templo de adoração
a Deus, que era a glória e o orgulho de toda a nação. Num ato de adoração ao Senhor, ofereceu mil sacrifícios em Gibeão (1Rs
3.4). Lá estava o tabernáculo e o altar de bronze que Moisés havia erigido no deserto (2Cr 1.2-5). Naquela mesma noite, o
Senhor apareceu em sonhos a Salomão. Neste sonho, Deus faz ao rei uma pergunta, dando-lhe a oportunidade de pedir o que
desejasse, e sua resposta foi: “sabedoria para governar o povo de Israel” (1Rs 3.3-10). Ao acordar do sonho, ele voltou à
Jerusalém, ao tabernáculo, e ofereceu mais sacrifícios a Deus. Naquela noite, Salomão teve uma experiência com Deus que
marcou seu reinado e, enquanto esteve perante o altar do Senhor, reinou com notória sabedoria e sucesso apesar de suas falhas.
V - A MONARQUIA E O REINO DIVIDIDO
Após cento e vinte anos de monarquia, uma grande cisão política e religiosa durante o reinado de Roboão separou a
nação de Israel em dois reinos: reino do Sul, Judá (duas tribos) e reino do Norte (dez tribos) (2Cr 10.1-15). Notemos:
5.1. A dinastia do do Norte (Israel). Foram aproximadamente 200 anos de dinastia (série de reis ou soberanos de uma mesma
família que se sucedem no trono) tendo o cativeiro assírio marcado o seu fim. Todos os reis fizeram o que pareciam mal aos
olhos do Senhor e não deixaram de andar no mesmo caminho de Jeroboão, o primeiro soberano do reino do Norte (1Rs 12.20).
Infelizmente, as atitudes de Jeroboão custaram muito caro para a nação. Por mais que os profetas exortassem o povo a voltar para
os mandamentos de Deus, a liderança permanecia no erro, porque lhe era conveniente. Assim, o reino do Norte, deixou de existir
como nação independente quando a Assíria derrubou a monarquia israelita e levou as tribos em cativeiro.
5.2 A dinastia do reino do Sul (Judá). O reino de Judá teve uma durabilidade um pouco maior, aproximadamente 140 anos a
mais que o reino do Norte, talvez pelo fato de que algumas vezes o povo se atentou para as leis de Deus. O governo foi exercido
por vinte descendentes de Davi e a capital permaneceu sempre a mesma: Jerusalém. Um dos momentos áureos do reino de Judá
foi a grande reforma promovida pelo rei Ezequias, na qual o culto e o sacrifício a Deus foram restaurados (2Cr 30.26).
Infelizmente, apesar das profecias advertindo o povo sobre abandonar a idolatria e voltar-se para Deus, eles continuaram vivendo
de maneira leviana e irresponsável. O dia do juízo chegou e foi um dos dias mais tristes da história do povo de Deus.
CONCLUSÃO
Aprendemos com esta lição que o segredo de desfrutarmos das bênçãos do Senhor é permanecermos em sua presença
em obediência e nos submetermos a sua vontade (Dt 28.1-14).
REFERÊNCIAS
 HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. SP: OBJETIVA, 2001.
 JOSEFO, Flávio (Trad. Vicente Pedroso). História dos Hebreus. RJ: CPAD, 2007.
 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1997.
 WIERSBE Warren W. Comentario Bíblico Claro e Conciso AT – Históricos. SP: GEOGRÁFICA, 2010.

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