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IFG - Campus Goiânia

Disciplina: História Medieval


Professora: Mariana Romero

ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. 3. ed. São Paulo:


Brasiliense, 1991.
*PEIXOTO, Fernanda Carolina Souza

De acordo com Anderson (1991, p. 108), a partir de 406 iniciou a primeira


onda do processo de migração dos germânicos nas regiões romanas. Os primeiros
foram os suevos, os vândalos e os alanos que partiram para aquela localidade em
uma "informal confederação".
Antes de alavancar suas idas do rio Reno, o autor traz a informação que
esses grupos eram agricultores com uma economia pastoril e uma organização
comunal primitiva. Por outro lado, os romanos se caracterizavam, naquele momento,
por uma oligarquia desfrutando dos prazeres do luxo, com uma população rural
desolada e defesas desaparelhadas.
Embora o processo tenha iniciado em 406, só em 480 estabeleceu-se o
primeiro Estado Bárbaro em solo romano. Devemos apontar que esses imigrantes
contribuíram para a conservação da cultura romana e da língua, o latim. Quando
busca uma síntese, Anderson (1991) demonstra, na visão de vários historiadores de
épocas diferentes, que gradualmente os bárbaros adentraram no Império Romano
se mesclando e assumindo a administração daquelas cidades.
Os germânicos conseguiram desarranjar a organização administrativa, militar
e a unidade econômica de certas regiões do império Romano. Porém, eles não
conseguiram fomentar "um novo universo político" do que aquele antes estabelecido.
Com isso houve uma “fusão dos legados romanos e germânicos” culminando uma
síntese (Synthese): o feudalismo.
De acordo com Anderson (1991), este termo veio de Karl Marx. O filósofo
alemão considerava que através de um processo de interação e fusão formou-se um
novo modo de produção. Este era o feudalismo. “A claustrofobia colisão dos dois
modos anteriores de produção em dissolução - o primitivo e o antigo - produziu a

1 Aluna do 1º Período do curso Licenciatura em História, IFG - Campus Goiânia


ordem feudal que disseminou em toda Europa Medieval” (ANDERSON, 1991, p.
121).
Entretanto é a partir do Estado Carolíngio, 300 anos após a imigração, que
para o autor começa a história do feudalismo. Para Anderson (1991), foi uma
persistência em recuperar o sistema imperial do Mundo Antigo. Unifica-se a política
e o poderio militar do Ocidente, renasce a administração e a cultura e envia missões
religiosas para terras “pãgas”.
Mas uma grande mudança foi através da terra. Antes, no Império Romano, os
vassalos recebiam terras e proporção dos rendimentos locais. Porém, eles não
estavam presos a terra em específico. Se assim mandassem eles poderiam ser
transferidos para outras áreas e lá receberem novas terras sem acúmulo da
primeira.
Com o Império Carolíngio, as concessões de terras deixam de ser doações e
passam a ser arrendamentos em troca de juramentos. Esses vassalos passavam a
ser chamados de vassi dominici e formavam uma classe proprietária local. O
resultado foi a criação de “feudos”. Com o tempo, o próprio Império Carolíngio
passou a ser um trato de terra fechado com poucas relações com o mercado
exterior. Nasce deles o feudalismo.

1 Aluna do 1º Período do curso Licenciatura em História, IFG - Campus Goiânia

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