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PRIMEIRAS
MANIFESTAÇÕES DA
LITERATURA NORTE-
AMERICANA
Autoria: Ma. Anay Cardoso Miranda
A esse respeito, quando surgiram na costa leste da América do Norte, local que
hoje conhecemos como os Estados Unidos, os primeiros colonizadores
britânicos verificaram que não estavam sozinhos, pois já havia muitos povos
indígenas habitando aquela região e, além disso, esses povos já mantinham, em
nível de oralidade, o repasse da tradição cultural de seus ancestrais para as
novas gerações.
#PraCegoVer
Imagem contendo um selo comemorativo da
chegada do Mayflower e dos pilgrims
(peregrinos) a Plymouth, no atual estado de
Massachusetts, Estados Unidos, no ano de 1620.
No selo, à esquerda, estão sete peregrinos,
sendo duas mulheres, dois homens, uma criança
e dois bebês de colo. À esquerda, está o
Mayflower, navio que aportou no país naquele
ano.
Embora a colonização dos Estados Unidos tenha sido marcada por povos
distintos, como pelos franceses, pelos holandeses e pelos espanhóis, a chegada
dos britânicos foi significativa porque estes saíram da Inglaterra para povoar as
colônias naquele Novo Mundo e para cultivar a liberdade de profetizar sua
religião. Por perseguição dos Reis James I e Charles I, alguns britânicos
decidiram partir de seu país natal para enfrentar, mesmo com adversidades, os
perigos do mar e o desconhecido em uma nova terra.
#PraCegoVer
Esquema apresentando a cronologia dos
primeiros assentamentos estabelecidos nos
atuais Estados Unidos. Da esquerda para a
direita, constam o assentamento de Roanoke, de
1585; o assentamento de Jamestown, de 1607; e
o assentamento de Plymouth Colony, de 1620.
Assim, com o passar dos anos, outros escritos foram aparecendo com um tom,
inicialmente, de literatura de exploração, associada às impressões dos autores, e
de relatos pessoais, escritos em diários. Além disso, foram produzidos relatórios
de viagens empreendidas nas colônias ou mesmo relatos para celebrar a fé em
Deus ou para evidenciar a vida dos peregrinos puritanos.
VOCÊ SABIA?
O puritanismo se refere a um movimento de reforma da fé. Entre meados
do século XVI até o início do século XVII, os ingleses renovaram a crença
em Deus por meio de uma orientação Calvinista e pela devoção à Bíblia
Sagrada, considerando-a, muitas vezes, literalmente. A disciplina, a
conversão, a autorregulação, o zelo religioso e a veemência de uma
teocracia (poder político nas mãos da religião) puritana a fim de purificar
a Igreja inglesa foram decisivos para que o puritanismo se estabelecesse
entre grupos de religiosos que, frente a questões políticas, decidiram
praticar suas crenças e levá-las para o Novo Mundo.
Muitos outros autores, citados por High (2000), trataram sobre New England,
sobre a vida religiosa do fiel, sobre a devoção às leis puritanas, sobre a teocracia
puritana e muito se escreveu, ainda, sobre a libertação por meio da fé
desatrelada à política ou que a fé estava ameaçada pela bruxaria e pela
superstição.
VOCÊ O CONHECE?
Jonathan Edwards (1703-1758) foi um pregador, filósofo e missionário
puritano que, diferentemente de todos os autores anteriormente citados,
nasceu no Novo Mundo. Filho de religiosos fervorosos, o jovem Edwards
cursou a universidade muito cedo, passando em seguida a um mestrado
e, posteriormente, a ministrar aulas, juntamente com as atividades da vida
religiosa como pastor da Igreja Congregacional (de gerência autônoma e
independente). Foi por meio de sermões e de pregações que ele
participou de um movimento denominado The Great Awakening (O
Grande Despertar/Grande Avivamento, em português). Um dos sermões
mais famosos desse autor se chama Sinners in the hand of an angry God
(Pecadores nas mãos de um Deus irado, em português), de 1741, no qual
ele apresenta as imagens infernais a que o ser humano está sujeito
quando se afasta do amor e da disciplina de Deus.
PORQUE
II. Os puritanos sentiam que eram os eleitos para salvar o povo de Deus.
VERIFICAR
Para os puritanos, era voluntário viver naquela terra distante, e a literatura norte-
americana manteve, em grande aspecto, no período colonial, a influência das
vitórias e derrotas desses fiéis, bem como suas vivências e suas convicções
impressas nas páginas produzidas por seres humanos de grande religiosidade. É
fundamental compreender também que os puritanos liam muito e que a
impressão de livros estrangeiros era permitida no Novo Mundo, desde 1630.
Porém, o que era lido passava por líderes que buscavam conduzir a leitura dos
habitantes das colônias.
Desse modo, tanto aqueles que eram denominados de pilgrims (peregrinos), que
chegaram a partir de 1620, quanto os puritanos que se instalaram na Baía de
Massachusetts, a partir de 1630, abraçaram uma vida rigorosa no Novo Mundo,
pois devido à grande apreensão pela qual passaram na terra natal, suas
inclinações agora demandavam tão pouco, e, ainda, embora houvesse grandes
adversidades, aos poucos, a vida nas colônias passou a ser mais aprazível.
Nas últimas décadas do século XVIII, cresceu a revolta dos colonos contra o
colonizador britânico a ponto de provocar inúmeros episódios sangrentos. De
igual modo, os interesses distintos das colônias provocaram brigas internas, o
que também dificultava a luta contra os franceses e espanhóis que também
habitavam as regiões ocupadas pelos colonos. Assim, a coroa britânica enviou
mais efetivo militar para as áreas em conflito, aumentando ainda mais a
animosidade.
1.3.1 O Iluminismo
Denominado American Enlightenment, o Iluminismo Americano se estendeu
pelos séculos XVII, XVIII e XIX e teve grande influência do Iluminismo Europeu,
em voga a partir do século XVII. Nesses séculos, houve ênfase à razão em
contraposição à fé cega, uma vez que as ideias de Isaac Newton (1643-1727) e
de John Locke (1632-1704) chegaram com grande energia nas colônias do sul e
do centro. Diferentemente do que ocorria nas colônias do norte, havia, no sul e
no centro, muito maior abertura para novos preceitos. Assim, a entrada dessas
ideias e dos ideais de liberdade já pensados por líderes intelectuais culminaram
em uma forte resistência à coroa britânica, pois já não se podia aceitar suas
imposições.
A autoridade da Grã-Bretanha
sobre esse continente é uma
forma de governo que mais
cedo ou mais tarde deve ter um
fim: e uma mente séria não
pode extrair qualquer prazer
verdadeiro em olhar para
frente, sob dolorosa e positiva
convicção que possa
denominar de “a presente
constituição” que é meramente
temporária (PAINE, 1776, on-line,
tradução nossa).
Thomas Jefferson, por sua vez, foi o grande responsável pela Declaração de
Independência dos Estados Unidos, região que a partir de então já pode ser
denominada como uma nação. Jefferson, ao escrever a declaração, deixou
aspectos literários muito definidos, relacionados a apelos emocionais,
demonstrando clareza e racionalidade, de modo a conferir ao documento uma
grande importância documental e artística.
Figura 3 - Benjamin Franklin (1706-1790) em uma imagem do experimento da pipa, realizado em 1752
Fonte: Everett Collection, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Ilustração colorida de Benjamin Franklin junto
de uma criança. Ambos estão à frente de uma
casa do campo e o céu está nublado. Franklin
empina uma pipa, ação que fez parte de seus
experimentos para a invenção do para-raios.
Acesse (https://www.archives.gov/founding-docs/declaration-transcript)
#PraCegoVer
Estátua de Rip Van Winkle deitada em um
gramado. O personagem tem barbas longas e
usa chapéu.
Desse modo, personagens como Rip Van Winkle e o Cavaleiro sem Cabeça
trazem para a literatura norte-americana um empréstimo interessante da cultura
de outros países, nesse caso específico, da tradição alemã e da tradição
holandesa. Observe a seguir mais detalhes sobre esses dois personagens.
#PraCegoVer
Ilustração do Cavaleiro sem Cabeça. Ao fundo,
está a Lua cheia ocupando boa parte da imagem.
À frente da Lua, no alto de uma colina, está o
Cavaleiro sem Cabeça, que veste uma capa e que
está montado em um cavalo. Finalmente, em
primeiro plano, estão lápides simulando um
cemitério. As cores da ilustração são
predominantemente escuras, à exceção da Lua,
bastante iluminada.
Leatherstocking tales
Natty Bumppo
Daniel Boone
Figura 6 - Ilustração de Daniel Boone (1734-1820), que viveu no período colonial americano
Fonte: Everett Collection, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Ilustração de Daniel Boone. Na imagem, Boone
aparece em pé, com um pé em terra firme e com
outro em uma canoa, entrando nela. Ele segura
uma longa espingarda e olha para sua esquerda.
Ao fundo, há uma paisagem verde e árvores.
De acordo com High (2000, p. 35, tradução nossa), “Os índios de Cooper, mesmo
os ‘maus’, são quase sempre bravos. Em geral, ele divide os índios em dois tipos.
Seus índios ‘bons’ [...] são leais e afetuosos. Alguns críticos reclamam que eles
são muito bons e que Cooper diz que eles, erroneamente, são ‘nobres selvagens’.
Os ‘maus’ são cheios de maldade e não podem ser confiáveis [...]. Eles são uma
raça em extinção, sacrificada pelo avanço da cultura branca. Parece que Cooper
está querendo alertar toda a humanidade que esse poderia ser o destino de
outras raças”.
a) I e V.
b) II e IV.
d) I, II, III e V.
e) I, III, IV e V.
VERIFICAR
VAMOS PRATICAR?
CONCLUSÃO
Referências
BRADSTREET, A. Verses upon the Burning of our House, July 10th, 1666.
Poetry Fundation, Chicago, 2021. Disponível em:
https://www.poetryfoundation.org/poems/43707/verses-upon-the-
burning-of-our-house-july-10th-1666. Acesso em: 18 maio 2021.