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Professor Carlos Diniz

História 7º ano

As Treze Colônias e a formação dos Estados Unidos da América


As Treze Colônias Britânicas eram povoados criados pelos ingleses após a chegada na
América do Norte. As colônias se concentravam no leste do continente e se
espalharam entre o norte e o sul, com características distintas.
Muito se fala sobre os Estados Unidos nos dias de hoje, mas o quanto você conhece de sua
história? E a história anterior ao surgimento dos Estados Unidos? E o que foram as Treze
Colônias? Confira nossas explicações para estas e outras questões neste texto!

Por que Treze Colônias?

Primeiramente, historiadores não costumam se referir a outros contextos utilizando os nomes


atuais dos lugares onde ocorreram. Bom, pelo menos isso acontece quando o lugar onde
determinado processo histórico ocorreu era conhecido por outro nome.

Assim como a cidade de Florianópolis até o fim do século XIX era conhecida como Nossa
Senhora do Desterro, aqui iremos nos referir às Treze Colônias Britânicas e não aos Estados
Unidos da América. Do contrário, estaríamos cometendo um anacronismo, uma
incompatibilidade histórica.

A falácia dos “descobrimentos” da América

A ocupação do território americano começou há cerca de 16 mil anos por povos de origem
asiática. Acredita-se que isto tenha sido possível graças a uma baixa do nível do mar entre a
Sibéria e o Alasca. Nesse sentido, a ocupação humana no continente se deu em etapas, mas
teria ocorrido em um tempo relativamente curto se compararmos com outras partes do
mundo.

De antemão, é sempre importante ressaltar isto para não cairmos em outra falácia histórica:
dos “descobrimentos”. Por muito tempo se propagou a ideia de que nos séculos XV e XVI os
europeus realizaram diversas descobertas de terras ao redor do mundo.

Na verdade, esses territórios estavam sendo ocupados há milhares de anos. Acredita-se que só
na América do Norte viviam cerca de 8 milhões de indígenas quando Colombo aportou no
Caribe. Além disso, há também fortes indícios de que os Vikings chegaram lá séculos antes dos
colonizadores do início da modernidade, todavia sem permanecer na região.

As Grandes Navegações

Como já se sabe, os ingleses, franceses e holandeses não foram os pioneiros das Grandes
Navegações, apesar de terem disputado e ocupado territórios na América do Norte. Os
portugueses e os espanhóis largaram na frente nesta corrida.
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Antes mesmo de Colombo, os chineses estiveram na Califórnia no início do século XV, mais
especificamente em 1429, sob o comando de Zheng He. Mas, em virtude de conflitos militares,
eles acabaram não ocupando a região.

Mas os espanhóis merecem destaque. Eles foram os primeiros sujeitos do atual continente
europeu a pisar naquelas terras do outro lado do Atlântico, 400 anos após Leif Erikson e seu
bando. Isso explica porque a maioria dos países americanos adota o espanhol (ou castelhano)
como língua oficial.

Até a independência das Treze Colônias, a maior parte do território que conhecemos hoje
como Estados Unidos era dominado pela coroa espanhola (com exceção dos indígenas).

Refugiados e a colonização das Treze Colônias

Como vimos, os ingleses não estiveram nem perto de serem os primeiros habitantes do “Novo
Mundo”. Mas como explicar o fato da sua língua ser a mais falada na porção norte do
continente nos dias de hoje? A resposta encontra-se na ocupação e colonização.

Os primeiros habitantes anglo-saxões a virem para a América do Norte, mais especificamente


para a região das Treze Colônias Britânicas, eram protestantes. Isso ocorreu no século XVII,
quando a Igreja Católica e a Igreja Anglicana reagiram violentamente ao luteranismo, ao
calvinismo e ao presbiterianismo.

Com a perseguição religiosa, muitos protestantes viam como opção de um recomeço a ida
para a América. Esta não era, na verdade, uma opção excelente, mas foi mais interessante do
que ser preso e torturado pelos anglicanos e católicos. Além disso, as guerras e a desigualdade
social foram motores da migração (como continuam sendo até hoje).

Companhias de comércio

A América para um europeu neste período estava longe de um lugar ideal, com ataques de
indígenas, fauna e flora desconhecidas e sem as instituições do velho continente. No entanto,
para muitos refugiados protestantes e famílias pobres era a oportunidade de começar uma
nova vida.

A vinda destas famílias e grupos religiosos ocorreu de maneira diferente das colônias Ibéricas.
Os colonos do norte atravessaram o Atlântico pelas Companhias de Comércio. Entre as mais
conhecidas estão as Companhias de Plymouth e a de Londres.
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na região da Nova Inglaterra. Lá fundaram a Colônia de Plymouth no inicio do século XVII. Eles
ficaram conhecidos posteriormente como os “pais fundadores” dos Estados Unidos. Além
disso, a Inglaterra passaria a enviar também contingentes de pessoas pobres para dar vazão a
sua crescente população.

Colônias do norte e colônias do sul

Sucessivamente, mais levas de imigrantes foram chegando ao longo do século XVII e do século
XVIII. A primeira colônia foi Virgínia, fundada em 1607 e última foi Geórgia, em 1733. A
geografia americana influenciou na ocupação dos espaços.

Aqueles protestantes que buscavam construir uma nova vida ocuparam as regiões mais ao
norte, onde o clima temperado se assemelhava com o europeu. Lá o trabalho livre e a
alfabetização valorizada pela ética protestante foram mais comuns. Nesse sentido, a economia
era muito mais voltada para a própria região (interna) do que para a exportação (externa).

No sul, o clima mais quente propiciou o surgimento das plantations, lavouras de monocultura
voltadas para a exportação rumo à Europa. Dessa maneira, nestas colônias foi amplamente
utilizado o trabalho escravo de africanos.

Estas pessoas eram trazidas também por companhias de comércio como a Royal African
Company, mas de maneira forçada. Uma vez nas colônias do sul, elas eram forçadas a
trabalhar em campos de algodão, tabaco e outros gêneros agrícolas.

As colônias do norte não usavam escravos?

Apesar desta distinção, não devemos lançar um olhar tão dicotômico para as colônias
britânicas. Apesar do norte não utilizar o trabalho escravo como no sul, os negros que se
refugiassem para lá eram capturados e devolvidos para seus antigos senhores. Além disso, as
colônias eram interligadas por rotas comerciais envolvendo também o Caribe, África e Europa.

Nas colônias do norte compravam-se produtos das Antilhas e produziam-se embarcações, rum
e peles (itens manufaturados). Estes produtos eram vendidos e trocados na costa Africana por
escravizados. Por sua vez, estes últimos eram vendidos no Caribe e nas colônias do sul.
Portanto, as colônias do norte também se aproveitavam da escravidão.

Assim seguiu-se a vida nas Treze Colônias Britânicas até os conflitos que levaram a sua
independência em relação à Inglaterra, dando origem aos Estados Unidos da América.

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