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Escrita Total®

Aula 1 – Exercício

Escrita Rápida

Esta é a primeira técnica-mãe do Escrita Total. A mais


fundamental de todas elas. Escrita rápida. Significa que todas as
demais técnicas que constituem o método se constroem a partir dela.
Tudo o que você fizer, à frente, terá a Escrita rápida como um
elemento componente. As técnicas e os procedimentos vão se
integrando e se unindo, em espiral, à medida que você avançar pelo
método.
As outras duas técnicas-mães são a visualização criativa e o
mapa mental. Você as conhecerá, mais adiante, no curso, assim
como as várias outras técnicas complementares e procedimentos.
Como já sabe, neste método o processo de escrever está dividido
em duas etapas bem distintas. A primeira é o escrever, propriamente
dito. A seguida é o editar.
No primeiro caso, buscamos que brote de dentro,
espontaneamente, nosso jorro criativo. Deixamos vir à tona o texto
que tiver de nascer. Evitamos pensar e “construir” o texto na cabeça

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antes de passá-lo para o papel ou para o computador. Abandonamos,
por um momento, qualquer preocupação com a gramática, com a
qualidade do que estamos fazendo, com o leitor para quem estamos
escrevendo. Simplesmente despertamos e soltamos nosso veio de
ouro criativo. É uma pedra preciosa que você tem no seu interior. Essa
sua capacidade inata de se soltar e criar, também no texto.
Faça o seguinte:
Escolha um local tranquilo onde possa escrever sem interrupção,
sem o incômodo de alguém interferir e atrapalhar seu processo.
Pegue folhas de papel sem pauta – como as folhas que você usa para
imprimir textos no computador -, canetas esferográficas de cores
distintas. Sim, você vai escrever à mão e agir assim por muito tempo,
na conquista gradativa de domínio do método.
Escrever é um processo e exige um estado psicológico e mental
adequado. É isso que você está nutrindo, ao se preparar para a
produção de textos. Desligue portanto o smartphone, a televisão, o
computador ou qualquer outro equipamento que disperse sua
atenção.
Acione um alarme num relógio, marque 10 minutos.
Reserve esse tempo, após o aquecimento, para você escrever
sem parar, com toda a máxima velocidade possível nos seus punhos
e nas suas mãos, um texto. Agora não se trata de uma lista de
palavras, mas de você escrever e produzir um texto corrido.
Sobre o que?
Tudo o que você quiser, tudo que lhe vier à mente. Mas não pare
para pensar, nem para elaborar o texto de antemão. ESCREVA!
Deixe em branco um espaço horizontal equivalente a três linhas
paralelas, no alto da página. Comece a escrever no ponto equivalente
à quarta linha.
ESCREVA! O que lhe vier à cabeça, o que sentir, o que lembrar, o
que tiver vontade. Sem censura! Sem preocupação nenhuma.
Apenas focado no prazer de colocar no papel o que está passando

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pela sua mente, o que faz vibrar seu corpo, o que desperta alguma
emoção, um sentimento.
Deixe fluir!
Rapidamente!
Ah, não sabe sobre o que escrever?
Comece, “não sei sobre o que vou escrever, não sei sobre o que
vou escrever, não tenho ideia do que escrever, não tenho ideia do
que escrever, não tenho ideia do que escrever...”, mas ESCREVA!
Vá mudando a cor da caneta, se tiver vontade de fazer isso.
Ao terminar o tempo, vá para o alto da folha, onde ficou aquele
espaço em branco, e de súbito, sem pensar, escreva em letras
maiúsculas, centralizadas na página, o título do texto.
Depois, no rodapé da página final, anote apenas a data e a
identificação do que fez, na primeira linha: Meu primeiro exercício do
Escrita Total. E na segunda linha: Minha primeira escrita rápida.
Terminado isso, leia seu texto. Sem julgamento, sem análise, sem
crítica, sem autoavaliação. Simplesmente leia pelo prazer de curtir o
que saiu dessa brincadeira. Usufrua do que produziu, admire seu
poder criativo em texto. Se o texto ficou incoerente, ou ridículo, ou
seja, o que for, não importa. Não julgue. Curta simplesmente. Pense
um pouco, agora, como foi para você essa experiência de escrever
assim. E então guarde o texto, na sua pasta de arquivos do curso. E
se esqueça dele por um momento. Leve consigo apenas a memória
da experiência.
Retorne ao texto noutro dia, noutra hora e, se desejar, digitalize o
texto original, sem revisá-lo. Convém abrir uma pasta para o curso
no seu computador. Salve ali esse exercício.
Depois faça uma cópia, compartilhe com o grupo, no fórum da
plataforma onde está hospedado o curso ou eventualmente através
do “fórum e-mail”, que é o intercâmbio coletivo de mensagem que
faremos periodicamente. Comente os exercícios dos colegas, receba
os comentários dos demais sobre seus próprios textos.

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Convido a todos para um pacto coletivo: o grupo que participa do
curso é como um grupo de reforço. Tudo o que as pessoas
comentarem fica entre nós. É coisa interna, da egrégora virtual que
se forma espontaneamente entre os participantes do curso. Tudo é
restrito a esse ambiente. Nada que circula aqui deve ser comentado
fora do grupo. Os comentários não têm propósito de julgamento ou
análise ou crítica dos textos alheios. Ao fazê-los, procure observar e
sentir o texto, trazer à sua consciência o processo dinâmico de
criação que envolveu o colega, pontuar as soluções interessantes que
o(a) autor(a) utilizou para vencer os desafios da escrita.
Observe igualmente o efeito do texto sobre você. O que lhe
chamou a atenção? O que o agradou? O texto provocou emoção,
despertou sentimento, disparou seus pensamentos, suas memórias?
O modo de escrever e a condução do texto pelo (a) colega teve
similaridades com o seu próprio procedimento ao escrever o seu?
Teve diferenças? O que apreendeu da leitura do texto dessa outra
pessoa sobre ela e sobre você mesmo?
Compartilhe. Crie interação com os demais. Se desejar, claro.
Se não quiser, fique na sua. Mas saiba que assim perde
oportunidades preciosas de trocas significativas com pessoas que
têm pelo menos duas coisas em comum com você: a escrita e o fato
de estarem vivas neste momento, nesta época, neste planeta, cada
uma realizando sua própria história de existir e simultaneamente
participando da história maior que é a de todos nós. Somos todos
irmãos e irmãs contemporâneos de Gaia - a Terra -, navegantes pelo
cosmo, membros da tribo que fala português. E temos na escrita um
extraordinário instrumento de expressão para mostrarmos quem
somos nós e quem são aqueles que também ganham vida nos nossos
escritos.

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