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FACULDADE DE MEDICINA
NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA
Rio de Janeiro
2005
Estudo dos fatores preditores da mortalidade após fratura
proximal de fêmur em idosos, da aplicação de diferentes
índices para ajuste de risco e o uso do ICC para a AIH
Orientadora:
Profa. Dra. Rejane Sobrino Pinheiro
Rio de Janeiro
2005
Souza, Rômulo Cristovão
Aprovada por:
- Orientadora
Profa. Rejane Sobrino Pinheiro, DSc.
Rio de Janeiro
2005
Dedico este trabalho à memória dos meus
pais que, apesar de não poderem presenciá-lo,
estiveram presentes na sua elaboração, pelas
lições deixadas de perseverança, determinação e
otimismo.
À minha esposa Renata, que apoiou-me
desde o iní cio desta caminhada, sabendo
compreender os momentos em que estive ausente.
Agradeço a Deus por tudo o que Ele tem realizado em mim, permitindo-me
alcançar sonhos e objetivos. A Ele submeto todas as áreas da minha existência.
Aquilo que eu sou, aquilo que eu tenho e tudo o que ainda espero.
1- INTRODUÇÃO…………………………………………………………............. 9
2- OBJETIVOS ……………………………………………………………............. 23
3- BASES DE DADOS E CONSTRUÇÃO DO ARQUIVO FINAL ................. 25
3.1 Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de
Saúde (SIH/SUS)............................................................................. 25
3.2 Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)............................. 26
3.3 Base de dados do HU...................................................................... 27
3.4 Formação do arquivo de trabalho.................................................... 28
3.5- Comitê de Ética.............................................................................. 31
4- Artigo 1
Estudo de técnicas de ajuste de risco e dos fatores associados com a
mortalidade em 90 dias em pacientes internados para tratamento da
fratura proximal de fêmur em idosos..................................................... 32
5- Artigo 2
SIH/SUS e a aplicação do Í ndice de Comorbidade de Charlson no
ajuste de risco da mortalidade após fratura proximal de fêmur em
idosos: análise da importância dos diagnósticos secundários............. 49
7- REFERÊNCIAS .......................................................................................... 70
8- ANEXO ........................................................................................................ 73
9
1- INTRODUÇÃO
mortalidade entre a população idosa (Nather et al., 1995; Cree et al., 2000;
Gdalevich et al., 2004; Sakaki et al., 2005;). Noventa por cento das fraturas ocorrem
sofrer uma fratura dobra a cada década (Gdalvechi et al., 2004). Entre 1997 e 1998,
foram internados 66.000 pacientes na Inglaterra e Paí s de Gales por esse motivo
(Clauge et at., 2002). Em torno de 20% dos leitos de ortopedia no Reino Unido são
ocupados por pacientes com FPF (Nather et al., 1995). Nos Estados Unidos, são
dobrem até o ano de 2040, tomando como base os dados de 1996 que registraram
Lyons (2001). O tratamento na maioria das vezes é feito através de cirurgia, sendo
10
2004). Lichetblau (2000) diz que historicamente pacientes não submetidos à cirurgia
Os cuidados imediatos no perí odo pré-cirúrgico envolvem o alí vio da dor, pelo
reabilitação deve iniciar um dia após a cirurgia, com movimentos do paciente do leito
crí tico nesse perí odo, o que torna a mobilização do paciente importante. A utilização
resultado de estudos realizados em cinco paí ses (Reino Unido, Suécia, Dinamarca,
Estados Unidos e Canadá), entre 1978 e 1991, em que foram encontradas taxas de
mortalidade entre 12% e 37% em um ano após a fratura. Esse autor diz que o
perí odo que representa maior risco de morte após uma FPF é o que vai do 2o ao 6o
fratura de fêmur proximal a partir das publicações mais relevantes de 1998 a 2002.
24062 pacientes que sofreram FPF. As taxas de mortalidade apontadas por esses
autores são de 5,5% para a mortalidade hospitalar, 4,7% em até 30 dias após a
fratura, 11,9% com três meses, 19,2% em um ano e 24,9% em dois anos. O trabalho
um ano. Cree et al. (2000) encontraram uma taxa de 8% em três meses. Nather et
a deficiência cognitiva (Nather et al., 1995; Forsén et al., 1999; Meyer et al., 2000;
Johnell et al., 2001; Stoddart et al., 2002; Fransen et al., 2002; Clauge et al., 2002;
Cheng et al., 2004; Ooi et al., 2005). O tempo de espera para a cirurgia tem sido
discutido, embora não haja consenso sobre sua associação com a mortalidade
12
(Gdalevich, et al., 2004). Ainda são citados como fatores associados à mortalidade
após FPF: história prévia de fratura, consumo de álcool e cafeí na, tabagismo,
al., 1995; Zuckerman, 1996; Forsén et al., 1999; Johnell et al., 2001; Fransen et al,
fratura proximal de fêmur (Zuckerman, 1996; Lyons, 2001; Fransen et al., 2002;
Sakaki et al., 2004), sendo esperada uma mortalidade maior entre os pacientes mais
idosos. Contudo, Alárcon et al. (2001) estudaram a mortalidade em três meses após
FPF em pacientes com idade na casa dos 90 anos e não encontraram diferença
nessa taxa, comparando com a da população de mesma idade sem fratura. Por
outro lado, Forster & Calthorpe (2000) trabalharam com 13 pacientes acima dos 100
trauma.
mais, entre as mulheres (Gdalevich et al., 2004), a expectativa de morte após FPF é
maior entres os homens (Forsén et. al., 1999; Chariyalertasak et al., 2001; Johnell et
al., 2001; Fransen et al., 2002; Trombetti et al., 2002; Cheng et al., 2005). As
possí veis explicações para isso são a maior gravidade da queda, a presença de
masculino (Cree et. al., 2000). Forsén et al. (1999) analisaram um grupo de 1338
13
mulheres e 487 homens com fratura de fêmur entre 1986 e 1995 na Finlândia.
entre as mulheres e de 31% para os homens. Mesmo quando estratificados por faixa
dos que não tiveram o trauma. Apesar dessa diferença ter sido encontrada, tanto
para o sexo masculino quanto para o feminino, a chance de um óbito ocorrer entre
os homens foi sete vezes maior, comparada com o grupo controle, enquanto entre
as mulheres essa chance foi de 1,5 vez. Em estudo realizado na Finlândia entre
diferente, encontrando uma mortalidade maior entre as mulheres (34% contra 28%),
fêmur em idosos é citada em artigos publicados (Meyer et al., 2000; Cree et al.,
2000; Chariyalertsak et al., 2001; van Balen et al., 2001; Lyons, 2001; Clauge et al.,
2002; Fransen et al., 2002; Oii et al, 2005; Sakaki et al., 2004). Cree et al. (2000)
escore para esse teste foi igual ou superior a 21. O escore médio foi de 20 entre
aqueles que sobreviveram e 9 no grupo dos que foram a óbito. Outro achado desse
pacientes acima de 76 anos foi de 11% entre os que tinham escores mais altos para
o mini-mental test contra 50% quando a capacidade cognitiva indicada pelo teste era
pior. Aplicando o mesmo teste, van Balen et al. (2001) encontraram uma mortalidade
data da cirurgia sobre a mortalidade após uma FPF. Para Zuckerman (1996), a
cirurgia deve ser realizada o mais precocemente possí vel - 24 a 48 horas após a
fratura. Lichtblau (2000) afirma que há vinte anos atrás o preconizado era que a
seu estudo, cita o autor, o recomendado era que o procedimento ocorresse entre as
urinárias e úlceras de pressão. Lyons (1997) diz que o resultado de estudos sobre
essa questão pode ser contraditório ou não conclusivo. Ele cita dois trabalhos,
Kenzora et al. (1984) e Parker & Pryor (1992), em que, para o primeiro, o tempo
essa relação não ficou comprovada. Gdalevich et al. (2004) falam que pode haver
associação negativa, positiva ou não existir entre esses dois eventos. Para eles,
contudo, deve haver um esforço para se realizar a cirurgia em até 48 horas após a
fratura. Casaletto & Gatt (2004) basearam seu trabalho em duas coortes. Na
primeira, 72% dos pacientes foram operados no mesmo dia da fratura, 15% no dia
seguinte e 13% aguardaram mais do que um dia para a cirurgia, com um intervalo
médio de espera de 0,47 dia para a coorte. Na segunda coorte, 18% foram operados
15
no mesmo dia, 69% precisaram esperar por até um dia e 13% aguardaram mais de
dois dias para cirurgia, com tempo médio de espera de 1,01 dia. A conclusão do
mortalidade, sendo maior entre aqueles pacientes cujo tempo médio de espera foi
maior. Os autores acreditam que isso possa ser explicado pelo fato de que um
paciente que aguarde mais tempo para ser operado possa desenvolver mais
paciente possa ser estabilizado clinicamente, devendo-se ter cuidado para não
após uma fratura proximal de fêmur. Essa gravidade pode ser expressa pelas
doenças associadas apresentadas pelo paciente, e também pode ser estudada com
fator que pode ser utilizado para predizer a mortalidade, seja pela quantidade
dessas doenças ou pelo tipo (Nather et al., 1995; Meyer et al., 2000; Cree et al.,
2000, Johnell et al., 2001; Lyons, 2001; Sakaki et al., 2004). Cree et al. (2000)
Holanda, a mortalidade em quatro meses foi 0, 4%, 15%, 26% e 47% em pacientes
Quanto ao tipo, Meyer et al. (2000) dizem que a presença de duas ou mais
das doenças crônicas: cardí acas, pulmonares, acidente vascular cerebral (AVC) ou
et al. (2004), as doenças cardí acas, pulmonares, renais, acidente vascular cerebral
(AVC) e diabetes mellitus foram citadas como as que mais estiveram associadas
segundo o risco pré-operatório, baseado no seu estado fí sico. Embora não seja
considerado í ndice para ajuste de risco, tem sido bastante utilizado na literatura para
pacientes com í ndice ASA mais elevado, a taxa de mortalidade após a fratura
valores de ASA (Lyons, 2001; Stoddart et al. 2002; Clauge et al., 2002; Gdalevich et
al., 2004; Nurmi et al., 2004). Clague et at. (2002) analisaram o í ndice ASA com a
Unido. Tanto a mortalidade hospitalar quanto a em 90 dias foram afetadas pelo ASA,
(2002) estudaram 138 pacientes com FPF na Nova Zelândia para avaliar se o tempo
grupo ASA 1 ou 2 foi de 5,3% e entre aqueles com ASA 3 ou 4 foi de 22,4%, uma
í ndice ASA foi um importante fator, indicando que a sobrevivência foi menor em
(2004) mostraram que pacientes com ASA entre 1 e 3 sobreviveram mais do que os
em três meses, não foi encontrada associação entre essas variáveis. Essa
conclusão está em acordo com a de Ooi et al. (2005), que estudaram 84 pacientes
com mais de 90 anos em Singapura. Nesse trabalho, o escore mais freqüente foi o 2
cuidado prestado em serviços de saúde. Pode ser utilizada para atender a dois
dias, 1 ano e, alguns trabalhos, 5 anos, ou mais, após a alta hospitalar. Diferenças
atendida, devendo ser aplicada uma estratégia para controlar e ajustar por possí veis
variáveis que afetem o resultado. Para fins de ajuste de risco da mortalidade, usa-se
classificação de gravidade têm sido propostos, que variam em função dos métodos
o seu uso. Entre esses, citam-se: Computerized Severity Index (CSI), Medical Ilness
gravidade que utiliza dados dos diagnósticos secundários para atribuir um risco de
trabalhos (D´ Hoore et at., 1996; Cleves et al., 1997; Librero et al., 1999; van Doorn
et al., 2001; Finlayson et al., 2002; Iucif & Rocha, 2004). O ICC consiste de uma lista
de 19 condições clí nicas (Tabela 1), que são anotadas como diagnóstico secundário,
pontuação, representada por um peso que varia entre 1 e 6 (Needham et al., 2005).
Além dessa pontuação, o ICC permite que seja combinada a idade do paciente, que
também tem um peso (Tabela 2), para gerar um escore único. Dessa forma, a partir
dos 50 anos, cada perí odo de 10 anos corresponde um ponto adicional no í ndice. O
Clí nica (Ghali et al., 1996; Cleves et al., 1997; van Doorn et al., 2001; Needham et
al., 2005). Nessas adaptações é utilizado o código completo da CID e não apenas os
três primeiros dí gitos. Assim, há distinção, por exemplo, entre diabetes sem
complicação (CID 250) e diabetes com complicação (CID 250.1 a 250.9). Em seu
trabalho, Needham et al. (2005) concluem que tanto o método original de Chalson
1 Infarto do miocárdio
Insuficiência cardí aca congestiva
Doença vascular periférica
Demência
Doença cerebrovascular
Doença pulmonar crônica
Doença do tecido conjuntivo
Úlcera
Doença crônica do fí gado
2 Hemiplegia
Doença renal severa ou moderada
Diabetes
Diabetes com complicação
Tumor
Leucemia
Linfoma
0 – 49 0
50 – 59 1
60 – 69 2
70 – 79 3
80 – 89 4
90 – 99 5
Um outro í ndice que tem sido utilizado em alguns trabalhos para classificar o
considerado um método de ajuste de risco (Sidi et al., 2000; Froehner et al., 2003).
dois eram escores fisiológicos, baseados nos sinais vitais, achados do exame fí sico,
dados vêm do sumário de alta tenham tido um poder de predição mais modesto.
Eles ainda dizem que não há uma definição única de gravidade a ser aplicada
uniformemente e que ela deve ser definida em termos de resultados especí ficos ou
questões clinicas.
prestado em toda a rede nacional financiada pelo setor Público. O SIH/SUS tem sido
campos para registro de diagnósticos (Martins et al., 2001; Escosteguy et al., 2002;
22
Noronha et al., 2004). Outro problema apresentado por essa base de dados é em
2- OBJETIVOS
Geral
Especí ficos
objetivos especí ficos serão tratados no artigo “ Estudo de técnicas de ajuste de risco
dissertação.
25
SIH/SUS bases de dados como o cadastro dos hospitais (razão social, endereço e
com seus respectivos valores e tabela de diagnóstico (CID) (Sanches et al., 2002).
estudo, uma vez que há ampla cobertura das internações (embora o SIH/SUS não
tenha uma cobertura universal, já que registra apenas as financiadas pelo sistema
campos, o registro de dados para algumas variáveis pode ficar comprometido. Com
estudados.
Secretarias Municipais de Saúde (SMS), que, por sua vez, repassam aos
terceira vias devem ser entregues para a famí lia, que deve levá-las ao Cartório de
Registro Civil, para emissão da Certidão de Óbito. A terceira via precisa ser
devolvida para a unidade emissora da DO, para ser arquivada juntamente com a
I – Cartório
II – Identificação
III - Residência
IV – Ocorrência
VII – Médico
execução. Tal base de dados refere-se às internações por FPF do HUCFF, ocorridas
Para identificação dos pacientes que foram a óbito após a alta hospitalar, foi
relacionamento probabilí stico (Coeli & Camargo 2002). Esse tipo de relacionamento
Reclink, seguindo estratégia proposta por Coeli & Camargo (2002), que envolve os
das bases de dados envolvidas no processo. Para este estudo, os campos data de
agrupadas por perí odo de dois anos, para serem relacionadas com os dados do HU
de cada ano, separadamente. Esse procedimento, pela prática adquirida até então
29
com o Reclink, parece ser mais eficiente que o procedimento que utilizaria a base
completa do HU e do SIM. Desse modo, foram criados arquivos para as DO’ s de: 95
Camargo, 2002).
atribuí do ao relacionamento dos registros nas duas bases de dados. Esse escore
proporção mí nima de concordância. Foram atribuí dos os valores 92%, 99% e 85%
nascimento.
estrutura foi criada a partir de campos selecionados das bases de dados HU e SIM
alta, tipo de alta, número da declaração de óbito, causa base do óbito e data do
óbito. Para a combinação dos registros, foi indicado um critério para seleção,
arquivo combinado.
seus registros foram agrupados em uma única tabela para verificação final. A
UFRJ.
32
4 – PRIMEIRO ARTIGO
Resumo
foi de 7,4% e os fatores que tiveram efeito sobre o óbito foram: a idade (OR=1,06;
Abstract
elderly. There are many factors in predicting mortality after hip fracture, mainly age,
(comorbidities) and cognitive impairment. This paper aims to assess the factors
hospital in Rio de Janeiro, RJ, Brazil, for the treatment of hip fracture between 1995
and 2001. Three hundred and ninety records were collected for a project named
“ Study of postoperative mortality risk factors in elderly following hip fracture” , and
analyzed by logistic regression models. The mortality rate in 90 days was 7,4% and
the factors that had an effect on mortality were age (OR=1,06; (95%)CI=1,02 – 1,11),
1,07). Number of comorbidities and the CCI helped on prediction mortality rate, which
Keywords: Hip fracture, mortality rate, ASA, risk adjustment, Charlson Comorbidity
Index
34
Introdução
de 65 anos de idade. (Nather et al., 1995; Cree et al., 2000; Gdalevich et al., 2004;
Sakaki et al., 2005). Nos anos de 1997 e 1998, foram internados 66.000 pacientes
na Inglaterra e Paí s de Gales por esse motivo (Clauge et al., 2002). Nos Estados
e 37% em um ano após a fratura (Zuckerman, 1996, Lyons, 2001). O risco de morte
é maior entre o segundo e sexto meses depois da fratura, com uma taxa média de
mortalidade que gira em torno dos 11% (Lyons, 2001). Uma revisão conduzida por
tempo após a FPF: 5,5% para a mortalidade hospitalar, 4,7% em até 30 dias após a
fratura, 11,9% com três meses, 19,2% em um ano e 24,9% em dois anos.
Pessoas com mais idade têm mais chance de morrer após FPF, sendo
(Zuckerman, 1996; Forsén et al., 1999; Lyons, 2001; Sakaki et al., 2004, Gdalevich
et al., 2004).
da mortalidade após fratura de fêmur em idosos (Meyer et al., 2000; Cree et al.,
2000; Chariyalertsak et al., 2001; Clauge et al., 2001; van Balen et al., 2001; Lyons,
35
2001; Sakaki et al., 2004; Oii et al., 2005). Em trabalhos que aplicaram testes de
sobreviveram mais após uma fratura proximal de fêmur (Cree et al., 2000; Lyons,
2001).
associação positiva (Casaletto & Gatt, 2004), enquanto outros não encontram
Segundo a revisão realizada por Sakaki et al. (2004), outros fatores não
morbidade.
controlar e ajustar por variáveis que afetem o resultado. Poucos discordam de que
gravidade que utiliza dados dos diagnósticos secundários para atribuir um risco de
trabalhos (D´ Hoore et at., 1996; Cleves et al., 1997; Librero et al., 1999; van Doorn
et al., 2001; Finlayson et al., 2002; Iucif & Rocha, 2004). O ICC consiste de uma lista
de 19 condições clí nicas (Tabela 1), que são anotadas como diagnóstico secundário,
pontuação, representada por um peso que varia entre 1 e 6 (Needham et al., 2005).
O ICC permite que seja combinada a idade do paciente, que também tem um peso
(Tabela 2), para gerar um escore único. Dessa forma, a partir dos 50 anos, cada
em internações prévias.
Um outro í ndice que tem sido utilizado em alguns trabalhos para classificar o
considerado um método de ajuste de risco (Sidi et al., 2000; Froehner et al., 2003).
mortalidade após FPF (Nather et al., 1995; Meyer et al., 2000; Johnell et al., 2001;
Clauge et al., 2001; Lyons, 2001; Sakaki et al., 2004). O efeito das comorbidades
coexistentes, quanto pelo seu tipo. Pacientes com maior número de doenças
coexistentes têm maior possibilidade de morrer (Cree et al., 2000; van Balen et al.,
2001). As doenças cardí acas, pulmonares, renais, acidente vascular cerebral (AVC)
e diabetes mellitus têm forte associação com a mortalidade após FPF (Sakaki et al.,
2004).
Lyons, 2001; Clauge et al., 2001; Stoddart, Horne e Devane, 2002; Gdalevich et al.,
2004; Ooi et al., 2005). Esses estudos mostraram que a chance de óbito após FPF
(2002), que traz uma taxa de mortalidade em 90 dias após a FPF de 5,3%, para
de risco.
Materiais e métodos
(código 820 da CID 9) de pacientes com 50 anos ou mais, no perí odo de 1995 a
38
dias. Foram construí dos três modelos, cada um deles considerando uma das
quantidade de comorbidades. Não foi possí vel elaborar um modelo único com as
três variáveis, dado que houve forte correlação entre elas, criando instabilidade no
ASA foi categorizado como 1 e 2 e 3 ou mais. Essa categorização para ASA foi feita
significância estatí stica, a um ní vel α < 0,20 (Hosmer & Lemeshow). A eliminação
das variáveis desse modelo se deu para as de menor significância estatí stica,
de ajuste do modelo maior do que 10%, testou-se a interação. Quando não ocorreu
retirada de uma variável foi feita após a comparação das deviances dos modelos
completo e reduzido.
Para fins de análise dos dados, foram utilizados os pacotes estatí sticos Stata
Resultados
Dos 390 pacientes estudados (Tabela 1), 286 (70,8%) eram do sexo feminino
e 114 (29,2%) do masculino. A idade média encontrada foi de 74,4 anos, com
desvio-padrão de 10,6 anos. O tipo de fratura mais comum foi a intertrocantérica 209
outros tipos 2 (0,5%). A fixação interna foi o procedimento cirúrgico mais utilizado
252 (64,6%) e depois a colocação de prótese 135 (34,6%). O tipo de anestesia mais
freqüente foi o geral 283 (72,5%). Mais da metade dos casos (51,8%) foram
classificados, segundo o í ndice ASA, como 2. O escore mais alto encontrado foi o 4
apenas 4,6% deles tinham cinco ou mais doenças coexistentes. A quantidade média
dias, com um valor mediano de 17 dias. O maior tempo de internação encontrado foi
de 170 dias. O intervalo de tempo médio entre a fratura e a admissão foi de 3,9 dias
admissão foi de 12,7 dias (desvio-padrão de 7,3 dias) e o tempo médio de espera
para a cirurgia desde a fratura foi de 14,8 dias (desvio-padrão de 11,6 dias) – Tabela
2.
40
em noventa dias foi de 7,4% (29 óbitos). O primeiro modelo, utilizado para analisar a
ICC - Tabela 3), mostrou que as variáveis com maior efeito sobre o desfecho foram
maior, também, para escores ICC mais altos, onde a chance de óbito foi 6,6 vezes
maior quando esse escore foi superior a 2, em relação ao grupo com ICC 0 ou 1.
aproximadamente 44%.
ICC
Quantidade comorbidades
ASA
Discussão
7,4%. Esse resultado foi próximo ao relatado por Nather et al. (1995) de (6,4%) e por
Cree et al. (2000) de 8%, sendo mais baixo do que o de Stoddart et al. (2002), 10%,
e da taxa citada pela revisão de Sakaki et al. (2004) que foi de 11,9%.
43
(Nather et al., 1995; Forsén et al., 1999; Meyer et al., 2000; Johnell et al., 2001;
Stoddart et al., 2002; Fransen et al., 2002; Clauge et al., 2002; Cheng et al., 2004;
Sakaki et al., 2004; Ooi et al., 2005). Já o tempo de espera para a realização da
cirurgia tem sido discutido por alguns autores (Zuckerman, 1996; Lichtblau, 2000;
Parker, 2001; Grimes et al., 2002; Stoddart et al., 2002; Nurmi et al., 2004; Casaletto
& Gatt, 2004; Orosz et al., 2004), não havendo, contudo, um consenso se esse
indicando que a chance de morrer foi maior em pacientes mais idosos (Forsén et al.,
1999; van Balen et al., 2001; Cree et al., 2000; Chariyalertsak et al., 2001, Clauge et
al., 2002, Nurmi et al., 2004). Forster & Calthorpe (2000) encontraram um aumento
mortalidade após FPF (Forsén et al., 1999; Chariyalertasak et al., 2001; Johnell et
al., 2001; Fransen et al., 2002), sendo esperadas maiores taxas de óbito entre
homens. Quando compararam grupos de pessoas que sofreram FPF com outras
sem fratura, Fransen et al. (2002) acharam uma chance de óbito 1,5 vez maior no
grupo das mulheres e 7 vezes maior entre os homens. No presente trabalho, o sexo
similares aos deste trabalho foram encontrados por van Balen et al. (2001),
trabalhando com 102 pacientes na Holanda, que não associaram o sexo com a
44
mortalidade, e Nurmi et al. (2004), que encontraram uma mortalidade maior entre as
mulheres (34% contra 28%), porém, essa diferença não foi estatisticamente
a maior possibilidade de queda, menor apoio social para homens e maior número de
comorbidades. Porém, esse último não se aplica neste trabalho, por ter sido
tempo de espera para a cirurgia. Essa associação tem sido apontada pela literatura
(Zuckerman, 1996; Lichtblau, 2000; Parker, 2001; Grimes et al., 2002; Stoddart et
al., 2002; Nurmi et al., 2004; Casaletto & Gatt, 2004; Orosz et al., 2004), porém, não
existe um consenso sobre o papel do tempo de espera para ser operado sobre a
chance de óbito. Lyons (2001) apresenta diversos artigos, comentando sobre a não
dados de 8383 pacientes com fratura de fêmur nos Estados Unidos entre 1983 e
1993. Esses pacientes foram divididos em três grupos: operados em 24 horas após
a FPF, operados após 24 horas sem patologia ativa e operados após 24 horas com
cirurgia ativa. Os pacientes com patologia ativa levaram mais tempo para serem
inicialmente, foi maior entre aqueles operados com menos de 24 horas, porém, essa
Casaletto & Gatt (2004) compararam pacientes operados em até um dia e após um
dia da admissão. A mortalidade em um ano foi mais elevada para aqueles cujo
anos de idade.
45
14,8 dias, com uma mediana de 11 dias, um valor mí nimo de 0 e máximo de 44 dias,
tempos bem superiores aos de Alarcón et al. (2001) – 3,6 dias, Forster et al. (2000)
– 1,6 dia e Orosz et al. (2004) – 19 horas. Na literatura, os tempos sugeridos para a
(Lichtblau, 2000; Parker, 2001; Grimes et al., 2002; Gdalevich et al., 2004). Os
(Zuckerman, 1996; Orosz et al., 2004). Contudo, não foi possí vel estabelecer se o
chance de morrer, com um aumento dessa chance de 43,8% a cada nova patologia
registrada. A chance de óbito dos pacientes com escore ICC acima de 2 foi cerca de
6 vezes mais em relação ao escore 0. Outros artigos, como os de Cree et al. (2000),
Chariyalertsak et al (2001), van Balen et al. (2001), Jain et al. (2002) e Grimes et al.
dias foi de 5% na presença de até três doenças associadas e 13% para quatro ou
mais comorbidades. Em uma série histórica de 1992 a 1998, apresentada por Jain et
al. (2002), as taxas de mortalidade em um ano após FPF de 1998 foram de 8%,
ter sido maior no grupo de pacientes classificados segundo o í ndice ASA como 3 ou
65,3% receberam um escore de até 2 e apenas 2,0% foram classificados como ASA
4. Como o í ndice ASA tenta avaliar a condição de saúde do indiví duo, esses
achados podem indicar uma população estudada menos debilitada, o que diminuiria
o efeito do ASA. Semelhantemente, Ooi et al. (2005) não associaram o í ndice ASA
Não foi possí vel avaliar o efeito da deficiência cognitiva sobre a taxa de óbito,
Considerações finais
comorbidades, além do tempo de espera para cirurgia, apesar de não haver uma
Referências
CASALLETO, John A.; GATT, R. Post –operative mortality related to waiting time for
hip fracture surgery. Injury, v. 35, n 2, p. 114-20, Feb. 2004.
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SAKAKI, Marcos Hideyo; OLIVEIRA, Arnóbio Rocha; COELHO, Fabrí cio F et al.
Estudo da mortalidade na fratura do fêmur proximal em idosos. Acta Ortopédica.
Brasileira 12(4), out-dez, 2004.
VAN BALEN, R.; STEYERBERG, E. W.; POLDER, J. J. et al. Hip fracture in elderly
patients. Clinical Orthopaedics and related research. 390:232-243, 2001.
ZUCKERMAN, J. D. Hip fracture. The New England Journal of Medicine, vol. 334,
no. 23, 1996.
49
5 – SEGUNDO ARTIGO
Resumo
selecionados 390 registros, a partir do SIH/SUS, de pacientes com idade a partir dos
modelos com as variáveis idade, sexo e ICC. O ICC foi calculado de duas formas: 1)
pontuação entre as condições clí nicas propostas pelo método, e através de sorteio.
Abstract
Charlson’ s Comorbidity Index (CCI) to adjust the mortality rate in 90 days after hip
(SIH/SUS). Data and methods: 390 records were selected, from the database of
SIH/SUS, with chart review. Data were analyzed by using logistic regression with
models which included variables like age, sex and CCI score. The CCI score was
calculated by using all patients’ comorbidities and using only one comorbidity,
selected from the CCI’ s list or through raffle. Results: The prediction of mortality rate
of CCI was better when the calculations used all the comorbidities (OR=6,80;
95%CI=2,51 – 18,42) than when the CCI was calculated by using only one
comorbidity as secondary diagnosis (comorbidity with the highest weight in CCI’ s list:
can improve the performance of mortality risk adjustment methods, as CCI. Also, it is
Introdução
cuidados prestados aos usuários dos serviços de saúde, por exemplo por í ndicedes
tradicional, já referido por Codman no iní cio do século passado, expressando uma
Codman, 1916 apud Normand et al., 1996; Iucif & Rocha 2004).
consideradas para efeito do ajuste caracterí sticas do paciente como a idade, o sexo,
coexistentes – comorbidades (Ghali et al., 1996; Iezzoni, 1997; Martins et al., 2001;
avaliação do atendimento hospitalar (Cleves et al., 1997; Martins et al., 2001). Essas
diferentes tipos de pesquisa. Por outro lado, a escassez de dados clí nicos e a baixa
estudos de avaliação, elas podem servir como um instrumento importante para dar
ajuste de risco, mesmo não havendo uma definição da melhor forma de medi-la
destacado nesse ajuste (Brailer et al., 1996; Cleves et al., 1997; van DOORN et al.,
mulheres com câncer de mama, acompanhadas por 10 anos (Librero et al., 1999;
Needham et al., 2005). O escore final do ICC é a soma dos pesos atribuí dos a 19
condições clí nicas predeterminadas (Groot et al., 2003; Needham et al., 2005),
listadas na Tabela 1. Esse escore pode ser combinado com a idade para a formação
53
de um í ndice único. Assim, o valor inicial é acrescido de uma pontuação para cada
O método proposto por Charlson sofreu adaptações que permitiram o seu uso
a partir da CID 9 Modificação Clí nica (Ghali et al., 1996). O presente trabalho seguiu
Charlson, CID-9, onde são considerados apenas os três dí gitos da CID. O trabalho
de D’ Hoore foi desenvolvido a partir da base de dados MED-ECHO, que cobre todas
ajustada ou no risco relativo para a mortalidade, apesar de o ICC não ter tido uma
1 Infarto do miocárdio
Insuficiência cardí aca congestiva
Doença vascular periférica
Demência
Doença cerebrovascular
Doença pulmonar crônica
Doença do tecido conjuntivo
Úlcera
Doença crônica do fí gado
2 Hemiplegia
Doença renal severa ou moderada
Diabetes
Diabetes com complicação
Tumor
Leucemia
Linfoma
0 – 49 0
50 – 59 1
60 – 69 2
70 – 79 3
80 – 89 4
90 – 99 5
prestado em toda a rede nacional financiada pelo setor Público. O SIH/SUS tem sido
uma importante fonte de informações para estudos sobre avaliação, mesmo com as
altura e acidente.
Materiais e métodos
municí pio do Rio de Janeiro, no perí odo de 1995 a 2000. Foi realizada busca em
probabilí stico, proposto por Coeli & Camargo (2002) entre a base de dados do HU e
dez campos para registro de doenças coexistentes, usando os três primeiros dí gitos
56
sorteio (Charlson sorteio). Para a realização desse sorteio, foi utilizada uma função
Foi utilizada uma regressão logí stica para medir o efeito do ICC na predição
Charlson sorteio foram categorizadas como 0-1 e 2, pois não houve caso com
í ndices iguais ou maiores que 3. A idade foi tratada como contí nua. O modelo Inicial
SIH/SUS. Foi construí do um modelo para cada um dos ajustes de risco propostos.
57
Resultados
Dos 390 pacientes estudados (Tabela 3), 286 (70,8%) eram do sexo feminino
e 114 (29,2%) do masculino. A idade média encontrada foi de 74,4 anos, com
desvio-padrão de 10,6 anos. Cerca de 70% dos pacientes apresentaram até duas
condições clí nicas apresentadas pelos pacientes superou o peso 2, seguindo a lista
associação com o óbito em 90 dias em nenhum dos modelos, ao contrário do que foi
ajuste por sexo e idade (modelo Inicial – Tabela 4), quanto nos diferentes modelos
incluindo ICC (modelos Charlson maior, Charlson sorteio e Charlson completo). Não
foi observada associação estatisticamente significantiva com o ICC quando esse foi
noventa dias, quando esse í ndice foi calculado sobre todas as comorbidades. Notou-
se, pelo modelo Charlson completo (Tabela 4), um gradiente nas chances de óbito
em noventa dias com o ICC, um aumento na chance de morte a partir dos escores 1
6,8 vezes maior entre os pacientes classificados com escore 3 ou mais do que entre
Variável n %
Sexo
Masculino 114 29,2
Feminino 276 70,8
Idade (anos)
50 a 59 38 9,8
60 a 69 82 21,0
70 a 79 116 29,7
80 a 89 131 33,6
90 a 99 23 5,9
Média 74,8 (desvio-padrão 10,7)
Nº de comorbidades
0 67 17,2
1 103 26,4
2 105 26,9
3 57 14,6
4 40 10,3
5 11 2,8
6 2 0,5
7 3 0,8
9 2 0,5
Média 1,9 (desvio-padrão 1,5)
Í ndice de Comorbidade de Charlson (Charlson completo)
0e1 290 74,4
2 71 18,2
3 e mais 29 7,4
Í ndice de Comorbidade de Charlson (Charlson maior)
0e1 305 78,2
2 85 21,8
Í ndice de Comorbidade de Charlson (Charlson sorteio)
0e1 350 89,7
2 40 10,3
Inicial
Charlson maior
Charlson sorteio
Charlson completo
Discussão
dos problemas que o paciente apresenta é parte desse ajuste (Iezzoni et al., 1996;
D’ Hoore et al., 1996; Cleves et al., 1999; van Doon et al., 2001). A mensuração das
doenças coexistentes, tanto pela quantidade quanto pela gravidade, é utilizada para
60
al., 2005). Como esses métodos são baseados nos diagnósticos secundários, a
efeito desse í ndice sobre o desfecho de interesse não pôde ser comprovado. Nessa
situação, a variável associada ao risco de morrer foi a idade nos dois modelos
(Charlson maior e Charlson sorteio). Martins et al. (2001) usaram o ICC para o
dados foram obtidos a partir do SIH/SUS. A idade e o ICC combinado (ICC + idade)
foram os fatores associados positivamente com o óbito, o que não foi verificado com
realizado por Martins et al. (2001), que utilizou o diagnóstico principal e o diagnóstico
que pode ter diminuí do a capacidade de predição do í ndice. Além desse fato, o ICC
imposta pela AIH. Para Librero et al. (1999), o número reduzido de campos
disponí veis para o registro de informações diagnósticas pode ser uma causa para o
foi o responsável por mais da metade das diferenças no ajuste de risco das taxas
comorbidades é em parte explicado pelo limitado número de campos disponí veis nas
bases de dados. Segundo esses autores, tem sido demonstrado que a discriminação
diagnósticos. Porém, para Martins & Travassos (1998), diferenças entre o número
Essas autoras destacaram em seu estudo que 17,5% dos prontuários examinados
desses tinham mais do que quatro diagnósticos secundários. Esses dados podem
62
refletir ou uma baixa gravidade dos casos estudados, ou uma baixa qualidade do
registro médico.
ampla dos resultados (Martins & Travassos, 1998; Martins et al., 2001; Romano et
Referências
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66
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
controverso. Há autores que dizem não haver efeito dessa variável sobre a chance
Chamou a atenção, contudo, o tempo médio de espera aqui encontrado (14,8 dias),
horas e 3,6 dias. Entretanto, não foi objeto desta dissertação estabelecer os motivos
que poderiam ter contribuí do para essa espera bem maior, se comparada a valores
apresentados na literatura.
paciente e o segundo a partir das suas comorbidades. O í ndice ASA não apresentou
Apesar de não ser um método de ajuste de risco, o í ndice ASA é usado para
expressar a gravidade da condição do paciente, o que permitiria que ele fosse uma
considerando o perí odo pós-operatório. Para esses autores, o ASA foi uma
67
alternativa ao uso do ICC naquela situação. Outras vantagens que o ASA pode
fácil coleta; 2) tem menos possibilidade de perda de informação, por ser amplamente
utilizada.
Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), para o ajuste de risco pelo ICC, comparando-
se os resultados obtidos calculando-se o ICC em uma base com até dez campos
paciente. Especificamente sobre o ICC, esse efeito pode ser observado, uma vez
que a pontuação final é dada de forma cumulativa a partir do peso de cada condição
clí nica identificada para o paciente, sendo, portanto, sensí vel à da anotação das
informações diagnósticas.
para fins de ajuste de risco não deve, contudo, se deter apenas à limitação
dado, sendo o baixo preenchimento dos campos um problema a ser vencido. Como
68
destacaram Martins & Travassos (1998), a adição de espaços nas bases de dados
para a digitação de códigos diagnósticos pode não ser, isoladamente, uma ação
também, medidas que visem a garantir o registro adequado dos mesmos nas fontes
Uma vez que para o cálculo do ICC são usados pesos atribuí dos a condições
clí nicas selecionados de uma lista pré-definida pelo método, algumas patologias não
al., 1996; D’ Hoore et al., 1996). Martins (2002) desenvolveu um novo í ndice,
baseado no ICC e com a inclusão de outras condições clí nicas excluí das
método. Contudo, a autora destaca que o novo í ndice foi criado com dados
questão deve ser levantada. Uma vez que esses métodos utilizam dados
provenientes dos resumos de alta, que incluem todos os problemas tratados durante
apontar para uma possí vel condição de assistência abaixo de um padrão desejável
7- REFERÊNCIAS
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hip fracture surgery. Injury, v. 35, n 2, p. 114-20, Feb. 2004.
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ZUCKERMAN, J. D. Hip fracture. The New England Journal of Medicine, vol. 334,
no. 23, 1996.
73
8 - ANEXO
3. NOME DO PACIENTE:
|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
4. S EXO: 1. Masculino 2. Feminino
|__|
5. IDADE: (em anos) (99 se não houver a informação)
|__|__|
6. DATA DO NASCIMENTO: (99999999 se não houver a informação)
|__|__|/|__|__|/|__|__|__|__|
7. ENDEREÇO:
|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
(nome da rua/av/tv, número, complemento)
8. BAIRRO:
|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
(99 se não houver informação)
9. CIDADE:
|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
(99 se não houver informação)
10. ESTADO:
|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|__|
( 99 se não houver informação)
11. CEP: (99999999 se nã o houver informaç ã o) |__|__|__|__|__|-|__|__|__|
74
15. COHABITANTES:
|__|
1. Vive só
2. Vive com outras pessoas
9. Sem informação
B. Dados de Fratura
___________________________________________________________________________
(codificação posterior. 9. Sem informação)
C. Dados da Hospitalização
24. DATA DA ADMISSÃO
|__|__|/|__|__|/|__|__|__|__|
25.1 ORIGEM (procedência do paciente) ________________________________
|__| ( 9. Sem informação)
25.2GRUPO DE ORIGEM:
|__|
1. Casa
2. Hospital sem ser asilo
3. Asilo
4. Outros ______________________
( 9. Sem informação)
D. Dados da cirurgia
30.1 RISCO CIRÚRGICO SEGUNDO A CLÍ NICA MÉDICA (ASA) (9.9 sem informaç ão)
|__|.|__|
30.2 RISCO CIRÚRGICO SEGUNDO A ANESTESIA (ASA) (9.9 sem informaç ão)
|__|.|__|
E. Dados do Pós-Operatório
36. TIPO E NÚMERO DE DIAS DE USO DE ANTIBIÓTICOS APÓS CIRURGIA
(88 - não se aplica; 99 - sem informação)
36.1 Nome do Antibiótico _____________________________ (codificaçã o posterior)
|__|__|
36.1.1 Número de dias de uso
|__|__|
36.2 Nome do Antibiótico _____________________________ (codificaç ã o posterior)
|__|__|
36.2.1 Número de dias de uso
|__|__|
36.3 Nome do Antibiótico _____________________________
|__|__|
36.3.1 Número de dias de uso
|__|__|
|__|
38.2.1 Número de dias de uso
|__|__|
40. NÚMERO DE DIAS ENTRE A CIRURGIA E A PASSAGEM PARA A CADEIRA (99 sem informaç ã o)
|__|__|
41. NÚMERO DE DIAS ENTRE A CIRURGIA ATÉ FICAR DE PÉ (99 sem informação)
|__|__|
F. Fisioterapia
43. FEZ ALGUM TIPO DE FISIOTERAPIA DURANTE A INTERNAÇÃO? (1.Sim 2. Não 9. Sem informação) |__|
44. TIPO DE FISIOTERAPIA 1. Respiratória |__|
2. Ortopédica
3. Respiratória e Ortopédica
4. Outras ________________________________________________________
9. Sem informação
46. NÚMERO DE DIAS DE FISIOTERAPIA DURANTE A INTERNAÇÃO (88. não fez fisioterapia 99. Sem informação)
47. FEZ FISIOTERAPIA APÓS A INTERNAÇÃO? ( 1. Sim 2. Não 9. Sem informação) |__|
(Não = fez acompanhamento ambulatorial mas não fez fisioterapia)
QUAL? _________________________________________ (codificaçã o posterior) |__|
78
H. Comorbidades
O código é subdividido em duas partes: a primeira identifica a comorbidade e será colocado posteriormente.
(primeiros 3 dí gitos) A codificaçã o da segunda parte é imediata e diz respeito a momento do diagnóstico:
Códigos:
1. A doenç a foi identificada na entrada do paciente, atravé s da história clí nica ou no exame fí sico pelo clí nico,
ou o paciente já vinha recebendo prescriç ão pela mesma. Ex: anti-hipertensivos.
2. A doenç a surgiu ou foi descoberta durante a internaç ão (após o exame inicial)
8. Nã o se aplica (nã o há registros de comorbidades).
9. Sem informaçã o
51. COMORBIDADES
51.1 ___________________________________________________________|__|__|__| / |__|
51.2 _________________________________________________________ |__|__|__| / |__|
51.3 _________________________________________________________ |__|__|__| / |__|
51.4 ________________________________________________________ |__|__|__| / |__|
51.5 _________________________________________________________ |__|__|__| / |__|
51.6 __________________________________________________________ |__|__|__| / |__|
51.7 ________________________________________________ |__|__|__| / |__|
51.8 ________________________________________________ |__|__|__| / |__|
51.9 __________________________________________________________ |__|__|__| / |__|
51.10 _________________________________________________________ |__|__|__| / |__|
52. READMISSÃO ATÉ UM ANO APÓS A CIRURGIA? 1. Sim 2. Não 8. Não se aplica
|__|
53. NÚMERO DE REINTERNAÇÕES APÓS CIRURGIA DENTRO DE 1 ANO (8. não se aplica)
|__|
54. DATA DA PRIMEIRA REINTERNAÇÃO (88888888 se nã o houve reinternaç ã o)
|__|__|/|__|__|/|__|__|__|__|
55. DATA DA SEGUNDA REINTERNAÇÃO (88888888 se nã o houve reinternaç ã o)
|__|__|/|__|__|/|__|__|__|__|
56. TIPO DE ALTA DA PRIMEIRA REINTERNAÇÃO (1.Curado 2. Óbito 3. Melhorado 4. Transferido)
|__|
57. TIPO DE ALTA DA SEGUNDA REINTERNAÇÃO (1.Curado 2. Óbito 3. Melhorado 4. Transferido)
|__|
58. DESTINO APÓS A PRIMEIRA REINTERNAÇÃO _________________________________________
|__|
(codificação posterior. 9. Sem informação)
59. DESTINO APÓS A SEGUNDA REINTERNAÇÃO __________________________________________
|__|
(codificação posterior. 9. Sem informação)
60. CAUSA DA PRIMEIRA REINTERNAÇÃO __________________________________________
|__|__|__|
(codificação posterior. 9. Sem informação)
61. CAUSA DA SEGUNDA REINTERNAÇÃO ___________________________________________
|__|__|__|
(codificação posterior. 9. Sem informação)
80
62. OBSERVAÇÕES
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________