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2- CANCLINI, Nestor García. Das utopias ao mercado.

IN: Culturas Híbridas – Estratégias para


entrar e sair da modernidade.

- O que significa “moderno”? Canclini propõe 4 movimentos básicos:

1- projeto emancipador – autonomia, secularização

2- projeto expansionista – aumentar o lucro e a expansão científica

3- projeto renovador – inovação, reformular o desgaste do consumo

4- projeto democratizador – confia na educação e em sua expansão

HIBRIDIZAÇÃO: Conceito criado por Canclini para definir o processo de mudanças culturais
ocorridas no século XX na América Latina, consistindo na mistura de elementos estrangeiros e
locais, que formarão um terceiro elemento cultural novo.

- Canclini tece considerações sobre a modernidade (sociocultural) e a modernidade


(econômica).

- Ficar atento aos papéis dos agentes (atores) sociais.

- A utopia de se construir espaços em que o saber e a criação possam ser autônomos.

- Dicotomia arte – mercado

- No Iluminismo se achava que a moral, a ciência e a arte caminhariam juntas, mas a


contemporaneidade mudou isso, pois tudo é separado (Habermas). Habermas entende que na
contemporaneidade esses elementos se separaram.

- O foco do trabalho de Canclini é a modernidade e a pós modernidade e a cultura desse


período, a partir de um ponto de vista latino americano.

- Análise da cultura e do hibridismo cultural a partir de três exemplos: Argentina, México e


Brasil.

- A obra faz considerações sobre as relações entre a modernidade sociocultural e a


modernização econômica da América Latina.

- Como entender o encontro do artesanato indígena com catálogos de arte de vanguarda


sobre a mesa da televisão?

- Canclini desenvolve três registros culturais no decorrer do livro: popular; de massas e estilo
culto. “As tradições ainda não se foram e as modernidades ainda não chegaram
completamente”. Trata-se de uma espécie de limbo.

CAPÍTULO I

- Canclini enfatiza o papel dos agentes do meio artístico que travam um embate entre busca
pelo mercado e, ao mesmo tempo, a luta para distinguir a sua produção em relação aos meios
massivos, que são controlados pela lógica do mercado.

- Ao mesmo tempo que as sociedades modernas precisam da divulgação para ampliação de


mercado e consumo dos bens, também precisam da “distinção”, que é uma forma do artista
enfrentar o efeito massificador que os setores hegemônicos da cultura têm sobre os produtos
artísticos e literários.

Antonio Gramsci: A "hegemonia cultural" é um termo que descreve a


supremacia e influência exercida por um grupo ou classe social na definição
das normas, valores, crenças e símbolos que moldam a cultura e a identidade
de uma sociedade.

- Movimento da internacionalização do mercado artístico. Que está cada vez mais associado à
transnacionalização, que é a concentração geral do capital. O caráter de internacionalização do
mercado artístico está associado à concentração do capital nos países centrais.

- A autonomia dos campos culturais não se dissolve nas leis globais do capitalismo, mas a partir
da década de 1990, passa a se subordinar a laços do capital de uma forma inédita.

- Canclini exemplifica isso ao abordar como o mercado da arte valoriza ao extremo as obras
dos grandes mestres, num nível estratosférico, o que inviabiliza a presença de certas obras em
museus. Ao mesmo tempo em que o poder das exposições das galerias se desloca para
grandes galerias de países centrais do capitalismo. Com isso, o mercado sobrepuja a
autonomia de elites nacionais que possuem recurso, porém não conseguem concentrar
tamanho capital, a ponto de manter em um museu uma exposição de obras cujo valor é
extremamente elevado.

- Para Canclini, isso é paradoxal: no momento histórico em que, tanto os artistas quanto os
espectadores cultos estavam abandonando a ideia de “belas artes”, esteticamente oriunda da
Antiguidade, a indústria cultural acaba reabilitando, em paralelo, esses valores de publicação e
difusão desse tipo de arte.

- Outro paradoxo é a respeito do discurso da sociologia da cultura moderna de que os campos


artístico e científico se desenvolvem de modo autônomo na contemporaneidade, sendo que
na verdade isso não condiz com as práticas artísticas dos últimos 20 anos, que apresentam
uma inevitável dependência em relação ao mercado e à indústria cultural.

- Em resumo, Canclini faz uma análise sobre os efeitos do mercado na produção artística. Ele
entende que o capitalismo influenciou a produção artística, concentrando a possibilidade de
projeção global da arte nos grandes centros econômicos, alterando a dinâmica da produção
artística, que teria de migrar para os centros do capital para obtenção de projeção
transnacional.

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