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marco aurelio da silva carneiro

coldmails@gmail.com
997.455.937-53

CRONOGRAMA DIÁRIO
DIA 57
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META DE LEITURA DA LEGISLAÇÃO


DIREITO PENAL
CP: 289 a 311-A.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL


CPP: 563 a 667.

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marco aurelio da silva carneiro


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QUESTÕES
DIREITO PENAL
1. (FGV -2023-Juiz de Direito /TJ-ES) Jerônimo, motoboy autónomo, conduz sua motocicleta
sem as placas de identificação, para fazer a entrega de pizza a um cliente, quando é flagrado
em uma blitz policial. Resta apurado que o veículo pertencia à Pizzaria Massa Italiana, cujo
proprietário retirara as placas, com o objetivo de não ser multado em decorrência de eventuais
infrações de trânsito cometidas pelos entregadores do restaurante.

Diante do caso narrado, é correto afirmar que Jerônimo:

(A) não cometeu crime;

(B) cometeu o crime de estelionato qualificado;

(C) cometeu o crime de adulteração de sinal identificador de veículo, em sua forma qualificada;

(D) cometeu o crime de adulteração de sinal identificador de veículo, em sua forma


equiparada;

(E) cometeu o crime de adulteração de sinal identificador de veículo, em sua forma


fundamental.

COMENTÁRIOS
marco aurelio da silva carneiro
Para responder a questão vamos coldmails@gmail.com
analisar o art. 311 e as alterações introduzidas pela Lei nº
14.562/2023, vejamos: 997.455.937-53

Art. 311. Adulterar, remarcar ou suprimir número de chassi, monobloco, motor, placa de
identificação, ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, elétrico, híbrido,
de reboque, de semirreboque ou de suas combinações, bem como de seus componentes ou
equipamentos, sem autorização do órgão competente:

§ 2º Incorrem nas mesmas penas do caput deste artigo:

III – aquele que adquire, recebe, transporta, conduz, oculta, mantém em depósito, desmonta,
monta, remonta, vende, expõe à venda, ou de qualquer forma utiliza, em proveito próprio ou
alheio, veículo automotor, elétrico, híbrido, de reboque, semirreboque ou suas combinações
ou partes, com número de chassi ou monobloco, placa de identificação ou qualquer sinal
identificador veicular que devesse saber estar adulterado ou remarcado.

Observe que o verbo suprimir encontra-se no caput do art. 311 do CP, mas a conduta de
Jerônimo que conduz a motocicleta com identificação suprimida deve ser analisada à luz do
inciso III do §2º do art. 311 que, por sua vez, só contempla os verbos adulterar e remarcar.
Portanto, Jerônimo não cometeu crime.

GABARITO A

2. (CEBRASPE/CESPE-2022-Promotor de Justiça /MPE-SE) O agente que faz declaração falsa na


inscrição definitiva da Ordem dos Advogados do Brasil, afirmando que não exercia qualquer
atividade profissional

(A) pratica falsidade material de documento público.


(B) pratica falsidade material de documento particular.

(C) pratica conduta atípica.

(D) pratica falsidade ideológica de documento público.

(E) pratica falsidade ideológica de documento particular.

COMENTÁRIOS

Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim
de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a


três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.

Nesse sentido, corrobora a jurisprudência do STJ:

(...) 1. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 3026/DF, entendeu que a Ordem dos
Advogados do Brasil constitui "um serviço público independente, categoria ímpar no elenco
das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro", não constituindo entidade da
Administração Indireta. 2. Se a Ordem dos Advogados do Brasil não é considerada autarquia,
nem faz parte da Administração Indireta da União, os documentos por ela emitidos são
considerados particulares, pois de acordo com o § 2º do artigo 297 do Estatuto Repressivo,
"para efeitos penais, equiparam-se a documento
marco aurelio público o emanado por entidade
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paraestatal, o título ao portadorcoldmails@gmail.com
ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
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comercial, os livros mercantis e o testamento particular". 3. Consoante o disposto no caput
do artigo 299 do Código Penal, quem insere em documento particular declaração diversa da
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade
sobre fato juridicamente relevante, é punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos,
mais multa, delito que prescreve em 8 (oito) anos, nos termos do inciso IV do artigo 109 do
referido diploma legal. RHC 42599 / SP. Rel. Min. Jorge Mussi. Quinta Turma. Data de
Julgamento em 11/02/2014. Dje em 19/02/2014.

GABARITO E

3. (FGV-2023-Juiz de Direito / TJ-ES) Miguel, funcionário de uma autoescola, insere no banco de


dados do Departamento de Trânsito (Detran) a informação de que um aluno, a quem deseja
beneficiar, teria realizado todas as aulas teóricas e práticas exigidas para a obtenção da
permissão para dirigir veículo automotor, o que não condiz com a realidade. A partir dessas
informações, é agendada a prova prática de direção, na qual o aluno é aprovado, sendo então
emitida sua permissão para dirigir veículo automotor.

Diante do caso narrado, Miguel deverá responder por:

(A) falsidade ideológica;

(B) falsificação de documento público;

(C) inserção de dados falsos em sistema de Informações;

(D) inserção de dados falsos em sistema de informações e prevaricação;


(E) inserção de dados falsos em sistema de informações e falsificação de documento público.

COMENTÁRIOS

Falsidade ideológica

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a


três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do


cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a
pena de sexta parte.

Pergunta: Por que não aplicar a pena do art. 313-A, do CP, segundo o qual:

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para
causar dano:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.


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Resposta: O enunciado da questão não informou que Migual era funcionário autorizado a
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inserir tais informações, razões pelas quais inaplicável o mencionado tipo legal.
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GABARITO A

4. (VUNESP-2018-Juiz de Direito /TJ-SP) Assinale a alternativa correta quanto aos crimes contra
a fé pública.

(A) O crime de falsidade material se consubstancia na alteração do conteúdo de documento,


ainda que parcial, omitindo declaração que dele devia constar, ou nele inserindo ou fazendo
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita.

(B) Atribuir-se falsa identidade perante a autoridade policial em autodefesa, uma vez que
procurado pela justiça, não constitui crime, aplicando-se o princípio da dignidade da pessoa
humana.

(C) Há concurso material de crimes quando o falsificador posteriormente usa o documento


falsificado que se esgota nessa conduta.

(D) Para efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade


paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

COMENTÁRIOS

Alternativas ‘A’ e ‘D’


Art. 297, §2º. Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de
entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

Alternativa ‘B’

Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. PACIENTE CONDENADO PELOS CRIMES DE USO DE


DOCUMENTO FALSO (ART. 304 DO CP) E FALSA IDENTIDADE (ART. 307 DO CP). EXAME PERICIAL
PRESCINDÍVEL. MATERIALIDADE DEMONSTRADA POR OUTROS ELEMENTOS DE PROVA.
ATRIBUIÇÃO DE FALSA IDENTIDADE PERANTE AUTORIDADE POLICIAL. ALEGAÇÃO DE
AUTODEFESA. JURISPRUDÊNCIA DA CORTE NO SENTIDO DA IMPOSSIBILIDADE. TIPICIDADES
DAS CONDUTAS VERIFICADAS. ORDEM DENEGADA. I – Este Tribunal já assentou o
entendimento de que, para a caracterização do delito de uso de documento falso, previsto no
art. 304 do Código Penal, é despiciendo o exame pericial no documento utilizado pelo agente,
se os demais elementos de prova contidos dos autos evidenciarem a sua falsidade.
Precedentes. II – No caso sob exame, o próprio paciente confessou que adquiriu os
documentos falsos na Praça da Sé, em São Paulo, circunstância que foi corroborada pela prova
testemunhal produzida em juízo. III – Ambas as Turmas desta Corte já se pronunciaram no
sentido de que comete o delito tipificado no art. 307 do Código Penal aquele que, conduzido
perante a autoridade policial, atribui a si falsa identidade com o intuito de ocultar seus
antecedentes, entendimento que foi reafirmado pelo Plenário Virtual, ao apreciar o RE
640.139/DF, Rel. Min. Dias Toffoli. IV – Habeas corpus denegado. (HC 112176, Relator(a):
RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 14-08-2012, PROCESSO ELETRÔNICO
marco aurelio da silva carneiro
DJe-168 DIVULG 24-08-2012 PUBLIC 27-08-2012)
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Alternativa ‘C’ 997.455.937-53

De acordo com o STJ:

(...) 2. O delito de uso de documento falso, cuja pena em abstrato é mais grave, pode ser
absorvido pelo crime-fim de descaminho, com menor pena comparativamente cominada,
desde que etapa preparatória ou executória deste, onde se exaure sua potencialidade lesiva.
REsp 1378053 / PR. Rel. Min. Nefi Cordeiro. Terceira Seção. Data de Julgamento em
10/08/2016. Dje em 15/08/2016.

GABARITO D

5. (MPESP-2017-Promotor de Justiça /MPE-SP) A conduta do acusado que, ao ser preso por


prática de crime contra o patrimônio, se atribui falsa identidade, constitui

(A) contravenção penal relativa à recusa de fornecimento de dados à autoridade.

(B) fato atípico, porém antijurídico.

(C) crime de falsa identidade.

(D) fato impunível, pois tal conduta é amparada pelo exercício do direito de defesa.

(E) circunstância agravante do crime de roubo.

COMENTÁRIOS
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime
mais grave.

Súmula 522 do STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é
típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

GABARITO C

DIREITO PROCESSUAL PENAL


6. (FGV-2023-Juiz de Direito /TJ-ES) Ivan foi condenado à pena de doze anos de reclusão em
razão da prática do crime de extorsão mediante sequestro. O Ministério Público, no prazo legal,
recorreu de todo o conteúdo impugnável da sentença, inclusive visando ao agravamento da
pena.

Quanto a Fábio, vítima do crime e no habilitado como assistente, este:

(A) não poderá interpor recurso de apelação, em razão de o Ministério Público ter recorrido de
todo o conteúdo impugnável da sentença;

(B) poderá interpor recurso de apelação,


marco no prazo
aurelio de cinco
da silva dias após o recurso do Ministério
carneiro
Público, caso se habilite como assistente;
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(C) não poderá interpor recurso de apelação, mas poderá interpor recurso em sentido estrito,
após a recurso do Ministério Público;

(D) poderá interpor recurso de apelação, no prazo de quinze dias, após o recurso do Ministério
Público, visando, ao agravamento da pena imposta a Ivan;

(E) não poderá interpor recurso de apelação, mas poderá interpor recurso em sentido estrito,
caso também recorra a defesa técnica de Ivan.

COMENTÁRIOS

Por expressa disposição legal, vejamos:

Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença
NÃO for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer
das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá
interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.

Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia
em que terminar o do Ministério Público.

GABARITO A

7. (CESPE/CEBRASPE-2023-Promotor de Justiça /MPE-BA) Considerando as disposições do CPP


acerca das nulidades, julgue os itens seguintes.
I. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha
concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.

II. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for
declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

III. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada,
mediante ratificação dos atos processuais.

IV. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das


contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante poderão ser supridas a
todo tempo, antes da sentença final.

Assinale a opção correta.

(A) Apenas o item II está certo.

(B) Apenas o item IV está certo.

(C) Apenas os itens I, II e III estão certos.

(D) Apenas os itens I III e IV estão certos.

(E) Todos os itens estão certos.

COMENTÁRIOS
marco aurelio da silva carneiro
Item I – Correto. coldmails@gmail.com
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I) Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que
tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.

Item II – Correto.

II) Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo,
quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

Item III – Correto.

III) Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo
sanada, mediante ratificação dos atos processuais.

Item IV – Correto.

IV) Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das
contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser supridas a
todo o tempo, antes da sentença final.

GABARITO E

8. (FGV-2023-Juiz de Direito /TJ-ES) Francisco foi condenado a uma pena de quinze anos de
reclusão por crime de homicídio, com sentença transitada em julgado, já tendo cumprido
integralmente a pena, declarada extinta. Contudo, seis anos após a declaração de extinção da
pena, Francisco ajuizou ação de revisão criminal visando à desconstituição da condenação e
requereu uma justa indenização pelos prejuízos sofridos. Alega ter novas provas de sua
inocência e que a injustiça da condenação decorreu de ele ter ocultado provas em seu poder
quando do julgamento.

Diante desse cenário, é correto afirmar que a condenação de Francisco:

(A) poderá ser revista e ele terá direito à indenização;

(B) não poderá ser revista, pois a pena já foi declarada extinta;

(C) poderá ser revista, mas não terá ele direito à indenização;

(D) não poderá ser revista, pois foi ele quem deu causa á injustiça da condenação;

(E) não poderá ser revista, pois ocorreu a decadência do direito de ação.

COMENTÁRIOS

Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:

III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de


circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.

Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou
após.

Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa
indenização pelos prejuízos sofridos.
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§2° A indenização não será devida:coldmails@gmail.com
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a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio
impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder.

GABARITO C

9. (CEBRASPE-2023-Promotor de Justiça /MPE AM) Túlio, advogado de um réu em processo


criminal, ao constatar a ocorrência de prescrição da pretensão punitiva estatal entre o
recebimento da denúncia e a conclusão da instrução, peticionou nos autos, antes mesmo do
oferecimento de alegações finais, o reconhecimento da extinção da punibilidade do agente. O
magistrado prontamente indeferiu o pedido.

Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção que indica o instrumento


recursal mais adequado para combater a decisão que indeferiu o pedido de Túlio.

(A) carta testemunhável

(B) recurso em sentido estrito

(C) apelação

(D) recurso extraordinário

(E) reclamação constitucional.

COMENTÁRIOS

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:


VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;

IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da


punibilidade;

GABARITO B

10. (CESPE/CEBRASPE-2022-Promotor de Justiça /MPE-SE) Teo foi submetido a julgamento pelo


plenário do tribunal do júri e condenado por homicídio simples a 6 anos de reclusão em regime
inicialmente fechado. A acusação sustentou a qualificadora do motivo torpe e pediu a pena
máxima. A defesa alegou legítima defesa. As partes recorreram.

A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Se a sentença do juiz divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal de justiça
remeterá o processo a novo júri.

(B) A inclusão da qualificadora será feita pelo tribunal de justiça se entender que a decisão dos
jurados é contrária à prova dos autos.

(C) Caso entenda que restou configurada legítima defesa nos autos, o tribunal de justiça deve
absolver Teo.

(D) O tribunal de justiça pode aumentar a pena se entender que o juiz errou na dosimetria.

(E) Se a sentença contrariar lei expressa, cabe ao tribunal de justiça remeter o processo a novo
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COMENTÁRIOS

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:

I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;

II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos
não previstos no Capítulo anterior;

III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;

b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;

c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;

d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.

§1º Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos
jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação.

§2º Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se
Ihe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança.

§3º Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que
a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento
para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda
apelação.

§4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que
somente de parte da decisão se recorra.

GABARITO D

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JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA1
DIREITO PENAL
● Superior Tribunal de Justiça

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. NULIDADE. INVASÃO


DOMICILIAR PELOS POLICIAIS. PRESCRIÇÃO. DELITO DO ART. 299 DO CP. ABSOLVIÇÃO.
ATIPICIDADE DA CONDUTA. DELITO DO ART. 307 DO CP. TODAS INSURGÊNCIAS EM INDEVIDA
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. TEMAS NÃO DEBATIDOS NA ORIGEM - NEM MESMO EM SEDE DE
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PRECEDENTES. SÚMULA 182/STJ. AGRAVO DESPROVIDO.

I - Nos termos da jurisprudência consolidada nesta eg. Corte, cumpre ao agravante impugnar
especificamente os fundamentos estabelecidos na decisão agravada.

II - Compulsando os autos, não encontro nenhuma manifestação do Tribunal de origem acerca


do pedido de reconhecimento da nulidade das provas obtidas em flagrante, da prescrição do
imputado delito previsto no art. 299 do CP e do pleito de absolvição por atipicidade da
conduta, no tocante ao delito do art. 307 do CP, aqui apontados - nem mesmo por meio de
recurso de embargos de declaração, que somente versou sobre o redutor do tráfico
privilegiado (fls. 830-835). Portanto, ausente manifestação do Tribunal em relação ao alegado,
incabível o presente mandamus como um todo, porquanto está configurada a absoluta
supressão de instância com relação a todas as questões expostas, ficando impedida esta Corte
de proceder à sua análise, uma marco aurelio
vez que dacompetência
lhe falta silva carneiro
(art. 105, I e II, da CF; e art.13, I e
II, do RISTJ). coldmails@gmail.com
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III - De todo modo, não se verifica flagrante ilegalidade, uma vez que as circunstâncias do
flagrante demonstram fundadas razões para o ingresso em domicílio, de acordo com a
fundamentação implementada pelas instâncias ordinárias. O acusado foi abordado em seu
veículo sem documentos. Da abordagem, os policiais seguiram com o agravante até uma
chácara que lhe servia de moradia eventual na cidade de Jundiaí e ali encontraram grande
quantidade de droga consistente em mais de 3.000 comprimidos de ecstasy, além de
insumos, produtos químicos, maquinários e outros objetos destinados à fabricação, preparo e
produção de drogas.

IV - Não prospera a tese de retroação da data dos fatos narrados na denúncia para momento
anterior à revogação do art. 110, §2º, do CP (que previa a prescrição entre a data do fato e a do
recebimento da denúncia) pela Lei n. 12.234/2010. Considerando a data do recebimento da
denúncia (18/10/2019), a da publicação da sentença (15/12/2020) e a da prolação do acórdão
(04/05/2021), observa-se que não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva pela pena em
concreto, à luz dos arts. 107, inciso IV, e 109, inciso V, ambos do CP.

V - Com relação ao crime de falsa identidade, o Superior Tribunal de Justiça editou o Tema
Repetitivo n. 646, verbis: "É típica a conduta de atribuir-se falsa identidade perante

1
Toda a jurisprudência compilada neste livro foi extraída dos sites oficiais do STF e STJ, seja por meio da
consulta eletrônica, seja por meio dos informativos anuais disponibilizados pelos respectivos Tribunais;
razão pela qual todas as compilações não são modificadas até para preservar o caráter fidedigno das
respectivas fontes. O curso apenas destaca questões principais e pontuais para estimular a memorização
do aluno.
autoridade policial, ainda que em situação de alegada autodefesa (art. 307 do CP)". Logo,
não prospera a pretensão defensiva de reconhecimento de atipicidade da conduta.

VI - Vale ressaltar, ademais, que esta Corte Superior de Justiça já se posicionou no sentido de
que, nem sendo a nulidade absoluta, pode ser declarada em supressão de instância (HC n.
349.782/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Ribeiro Dantas, DJe de 12/12/2017).

VII - No mais, os argumentos lançados atraem a Súmula n. 182 desta Corte Superior de Justiça.

Agravo regimental desprovido.

AgRg no AgRg no HC 698509 / SP. Rel. Min. Messod Azulay Neto. Quinta Turma. Data de
Julgamento em 30/05/2023. Dje em 02/06/2023.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. USO DE DOCUMENTO FALSO PERANTE A POLÍCIA RODOVIÁRIA


FEDERAL (CERTIFICADO DE REGISTRO DE VEÍCULO - CRV), ADULTERAÇÃO DE SINAL
IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR (CHASSI), RECEPTAÇÃO NA MODALIDADE
CONDUZIR. INCONTROVERSA A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL PARA JULGAR A
FALSIDADE DOCUMENTAL E RESPECTIVO USO DE DOCUMENTO FALSO PERANTE AGENTE
FEDERAL. SÚMULA N. 546 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ. CONEXÃO TELEOLÓGICA
E PROBATÓRIA QUANTO AOS DEMAIS DELITOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 122 DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ. CONFLITO CONHECIDO PARA DECLARAR A
COMPETÊNCIA DO JUÍZO FEDERAL SUSCITADO PARA APURAÇÃO DE TODOS OS DELITOS.

marco aurelio
1. O presente conflito de competência da ser
deve silvaconhecido,
carneiro por se tratar de incidente
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instaurado entre juízos vinculados a Tribunais distintos, nos termos do art. 105, inciso I, alínea
d da Constituição Federal - CF. 997.455.937-53

2. A competência da Justiça Federal quanto aos delitos previstos no art. 297 e 304 do CP é
incontroversa nos autos. O núcleo da controvérsia consiste em verificar a incidência da Sumula
n. 122/STJ, ou seja, se há conexão apta a atrair para a Justiça Federal a competência quando ao
delitos descritos no art. 180 e 311 do CP.

3. Segundo a jurisprudência desta Corte Superior, a verificação dos crimes no mesmo contexto
fático não implica necessariamente conexão probatória ou teleológica entre eles. Em outras
palavras, a descoberta dos delitos na mesma circunstância, por si só, não é fundamento válido
para justificar que a Justiça Federal julgue crimes de competência da Justiça Estadual. Para que
a Justiça Federal atraia crimes de competência da Justiça Estadual é indispensável que os fatos
estejam interligados, a caracterizar a conexão probatória ou que um crime tenha sido praticado
para a ocultação dos demais. Precedentes.

4. Os crimes de adulteração de sinal identificador de veículo automotor (art. 311 do CP),


receptação (art. 180 do CP) e uso de documento falso (art. 304 do CP) estão diretamente
relacionados, porquanto o uso do registro do veículo falso, bem como a adulteração das
características do automóvel objetivavam acobertar o crime de receptação.

5. Conforme jurisprudência consolidada do STJ, o crime de receptação na modalidade conduzir


é um crime permanente. Precedentes. Considerando que a consumação do delito de
receptação na modalidade conduzir se protrai no tempo, podemos dizer que referido delito foi
praticado simultaneamente ao crime de uso de documento falso. Nesse contexto, não se pode
ignorar a possibilidade de os policiais federais rodoviários servirem como testemunha para
ambos os crimes.
6. Ademais, na espécie, constata-se conexão teleológica entre o crime de uso de documento
falso e demais delitos. As falsidades imputadas, quer do documento de registro do veículo,
quer do chassi de identificação, objetivavam ocultar o delito de receptação, proporcionando
aparência de legalidade da propriedade do veículo que fora objeto de crime contra o
patrimônio. Precedente da Terceira Seção: CC 163.381/RS, DJe 9/9/2019; CC 162.888/MG,
DJe 25/3/2019, CC 156.497/SC, DJe 2/3/2018 e CC 147.543/RS, DJe 20/4/2018, todos de
minha relatoria.

7. Na singularidade do caso concreto, além da descoberta dos delitos na mesma circunstância,


verifica-se a existência de conexão teleológica e probatória entre eles. Deve incidir, portanto, o
teor da Súmula n. 122 do STJ.

8. Ante o exposto, voto no sentido de conhecer do conflito para declarar a competência do


Juízo Federal da Vara Cível e Criminal de Paulo Afonso - SJ/BA, o suscitado, para julgar todos os
delitos que foram objeto de questionamento no presente incidente.

CC 178020 / BA. Rel. Min. Joel Ilan. Terceira Seção. Data de Julgamento em 22/09/2021. Dje em
27/09/2021.

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. USO DE DOCUMENTO


FALSO. FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 7/STJ. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
marco aurelio da silva carneiro
1. Delineado pelas instâncias de origem que a falsificação do documento de identidade (RG)
coldmails@gmail.com
não era grosseira, em especial com 997.455.937-53
base no testemunho dos policiais, a alteração de tal
entendimento demandaria análise de matéria fático-probatória, o que é vedado nos termos da
Súmula n. 7/STJ.

2. "É firme a jurisprudência desta Corte no sentido de que, sendo o bem jurídico tutelado a fé
pública, não é possível mensurar o seu valor, razão pela qual inaplicável o princípio
bagatelar" (AgRg no AREsp n. 1.585.414/TO, relator Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe
de 25/5/2020).

3. Agravo regimental desprovido.

AgRg no AREsp 2295036 / SC. Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro. Sexta Turma. Data de
Julgamento em 16/05/2023. Dje em 19/05/2023.

AGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. ANOTAÇÃO FALSA DE


REGISTRO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO EM CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL.
CRIME CONTRA A FÉ PÚBLICA. SUJEITO PASSIVO. ESTADO. INTERESSE DA UNIÃO
EVIDENCIADO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. AGRAVO PROVIDO.

1. A partir do julgamento no conflito de competência n. 127.706/RS, de relatoria do Ministro


ROGERIO SCHIETTI CRUZ, esta egrégia Terceira Seção pacificou o entendimento no sentido de
que "o sujeito passivo primário do crime omissivo do art. 297, § 4.º, do Diploma Penal, é o
Estado, e, eventualmente, de forma secundária, o particular, terceiro prejudicado, com a
omissão das informações, referentes ao vínculo empregatício e a seus consectários da CTPS.
Cuida-se, portanto de delito que ofende de forma direta os interesses da União, atraindo a
competência da Justiça Federal, conforme o disposto no art. 109, IV, da Constituição Federal"
(DJe 9/4/2014).

2. Aplica-se a mesma lógica para o delito do art. 297, § 3º, inciso II, do Código Penal. Assim,
compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de falsificação de documento público,
consistente na anotação de período de vigência do contrato de trabalho inexistente de
empregado em sua CTPS. Precedentes.

3. Na hipótese, além de tratar-se de crime contra fé pública e que tem como sujeito passivo o
Estado, há indícios de que as condutas apuradas visavam à obtenção de benefícios
previdenciários fraudulentos, razão pela qual não há como afastar a competência da Justiça
Federal para a análise do pleito.

4. Agravo regimental provido para declarar competente o Juízo Federal da 1ª Vara de Campos
dos Goytacazes - SJ/RJ.

AgRg no CC 148963 / RJ. Rel. Min. Jorge Mussi. Terceira Seção. Data de Julgamento em
10/04/2019. Dje em 22/04/2019.

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PENAL. FALSIDADE IDEOLÓGICA EM


DOCUMENTO PÚBLICO EM CONTINUIDADE DELITIVA POR 15 VEZES. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL E VIOLAÇÃO DOS ARTS. 299 E 71, CAPUT, AMBOS DO CP. PLEITO DE
ABSOLVIÇÃO. VIA IMPRÓPRIA. NECESSIDADE DE EXAME APROFUNDADO DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO. ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ. PEDIDO SUBSIDIÁRIO DE ALTERAÇÃO DO
marco AO
PATAMAR DE AUMENTO RELATIVO aurelio
CRIMEdaCONTINUADO.
silva carneiro
INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS QUE
coldmails@gmail.com
RECONHECERAM A OCORRÊNCIA DE 15 INFRAÇÕES. APLICAÇÃO DA FRAÇÃO DE 2/3.
997.455.937-53
CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ.

1. Extrai-se do combatido aresto que a materialidade delitiva restou devidamente comprovada


pelos documentos de p. 13/29, 52/86 e 97/112, bem como pela prova oral colhida. [...] De igual
forma, inexistem dúvidas quanto à autoria, seja em razão da confissão do acusado, seja em
razão da prova testemunhal amealhada. [...] Interrogado, Breno afirmou que trabalhava como
assessor parlamentar e também como professor na Escola Municipal Parque São Carlos e que,
quando em razão do ofício na Câmara Municipal, não podia comparecer às aulas, enviava um
substituto da mesma matéria para que desempenhasse sua função, remunerando-o com
dinheiro próprio. Asseverou, outrossim, que assinava a ficha de ponto mesmo quando não
comparecia à escola, porquanto era orientação da Secretaria de Educação que a substituição
deveria ocorrer dessa maneira, bem como que a assinatura da ficha de ponto deveria ser
realizada pelo professor responsável pela aula e não pelo substituto (arquivos audiovisuais de
p. 154 e 170). [...] Assim, resta descartada a possibilidade de absolvição por insuficiência de
provas. [...] O crime do art. 299, do Código Penal não demanda resultado naturalístico para a
consumação, ou seja, trata-se de crime formal que se consuma com a inserção dos dados falsos
no documento público.

[...] Isso ganha especial relevo porquanto se afigura irrelevante se a conduta de inserir dados
falsos era praxe ou mesmo orientação da Secretaria de Educação, porquanto nenhuma
orientação ou praxe seria suficiente para revogar o Estatuto Repressor, tampouco afastar o dolo
da conduta. [...] Com efeito, a ilegalidade do procedimento adotado, ainda que pela
Municipalidade, não concede autorização para o acusado cometer outra ilegalidade,
declarando que estava num local em que não estava e recebendo por isso. [...] Ademais, o
repasse dos valores para o substituto ou mesmo a ausência de dano ao erário público não tem
o condão de afastar a responsabilidade penal do acusado, eis que o crime restou consumado
quando houve a inserção de dados falsos na ficha de ponto. [...] Ora, se a praxe adotada pela
Administração Pública não se afigura dentro da legalidade caberia ao acusado comparecer às
aulas ou, acaso não pudesse lecioná-las, que faltasse e sofresse o desconto no holerite, mas
jamais autorizaria que o mesmo falseasse, deliberadamente, o documento relativo à ficha de
ponto.

2. A pretensão relativa ao reexame do mérito da condenação proferida pelo Tribunal a quo,


referente ao crime de falsidade ideológica, ao argumento de ausência de suporte
fático-probatório, nos termos expostos na presente insurgência, notadamente acerca da não
comprovação do dolo, não encontra amparo na via eleita. É que, para se acolher a pretensão
de absolvição, seria necessário o reexame aprofundado do conjunto fático-probatório,
providência essa incabível na via estreita do recurso especial.

3. Tendo as instâncias ordinárias concluído pela demonstração da autoria e materialidade


delitiva, a reversão das premissas fáticas do acórdão recorrido, para fins de absolvição pela
alegada atipicidade, demandaria o revolvimento do conjunto fático-probatório, inadmissível
pela via do recurso especial, consoante Súmula 7/STJ (AgRg no REsp n. 1.960.352/PE, Ministro
Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, DJe de
2/3/2022).

4. O Tribunal a quo, em decisão devidamente motivada, entendeu que, do caderno instrutório,


emergem elementos suficientementemarco aurelio
idôneosda
desilva
provacarneiro
a concluir que o acusado praticou os
coldmails@gmail.com
delitos do art. 7º, inciso VII, da Lei nº 8137/90 e do artigo 299 do Código Penal.
997.455.937-53
Assim, rever tais fundamentos, para decidir pela absolvição do acusado pela prática do delito
do art. 7º, inciso VII, da Lei nº 8137/90, uma vez que nenhum associado foi induzido a erro, não
havendo qualquer comercialização de seguro pela Associação, ou pelo afastamento da
condenação pelo crime de falsidade ideológica, em razão da ausência de dolo em sua conduta,
como requer a parte recorrente, importa revolvimento de matéria fático-probatória, vedado
em recurso especial, segundo óbice da Súmula 7/STJ (AgRg no REsp n. 1.961.967/PE, Ministro
Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe de 12/11/2021).

5. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, considerando que as condutas


criminosas foram praticadas por 15 vezes, há fundamento suficiente para aplicar o aumento do
crime continuado no patamar adotado de 2/3, conforme escolhido pela Corte a quo.

6. É entendimento desta Corte de que a fração a ser aplicada a título de continuidade delitiva
deve ser proporcional ao número de infrações cometidas, sendo aplicada a fração máxima de
2/3 no caso de 7 ou mais infrações. No caso, tendo em vista o total de 13 infrações, foi aplicada
a fração de 1/5, mais benéfica ao réu, de modo que não há falar em violação ao art. 71 do CP
nem mesmo em desproporcionalidade da reprimenda imposta (AgRg no AREsp n.
2.067.269/SP, Ministro Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta
Turma, DJe de 5/8/2022).

7. Agravo regimental improvido.

AgRg no REsp 1945790 / MS. Rel. Min. Sebastião Reis Júnior. Sexta Turma. Data de Julgamento
em 13/09/2022. Dje em 22/09/2022.
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSO PENAL. CRIME DE ADULTERAÇÃO
DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR. USO DE FITA ADESIVA PARA ALTERAR A
PLACA DO AUTOMÓVEL. CONDUTA TÍPICA. DESNECESSIDADE DA EXISTÊNCIA DE DOLO
ESPECÍFICO DE FRAUDAR A FÉ PÚBLICA. RECLAMO DESPROVIDO.

1. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça firmou-se que a norma contida no art.
311 do Código Penal busca resguardar autenticidade dos sinais identificadores dos veículos
automotores, sendo, pois, típica a simples conduta de alterar, com fita adesiva, a placa do
automóvel, ainda que não caracterizada a finalidade específica de fraudar a fé pública.

2. Agravo regimental desprovido.

AgRg no REsp 2009836 / MG. Rel. Min. João Batista Moreira. Quinta Turma. Data de
Julgamento em 14/02/2023. Dje em 20/03/2023.

DIREITO PROCESSUAL PENAL


● Supremo Tribunal Federal

Delatado e direito de falar por último - HC 166373/PR

ODS: 16

Tese fixada:

"Havendo pedido expresso da defesa


marco no momento
aurelio processual
da silva carneiroadequado (art. 403 do CPP e
art. 11 da Lei 8.038/1990), os réus têm o direito de apresentar suas alegações finais após a
coldmails@gmail.com
manifestação das defesas dos colaboradores, sob pena de nulidade."
997.455.937-53

O corréu delatado detém a prerrogativa de produzir suas alegações finais após a apresentação
das defesas dos corréus colaboradores, desde que o requeira expressamente e no momento
adequado, ou seja, quando da abertura dessa fase processual [CPP, art. 403 ; e Lei 8.038/1990,
art. 11 ].

No exercício pleno da ampla defesa, está contido o direito do corréu delatado falar por último,
ou seja, depois do delator ou do colaborador premiado.

O indeferimento de prazo sucessivo ao réu delatado que expressamente o requer, no


momento devido, equivale à supressão do seu direito de defesa e configura nulidade
processual. Contudo, são absolutamente válidos os processos nos quais a defesa não tiver
oportunamente solicitado a observância da mencionada sequência de apresentação das
alegações finais.

Com base nesse entendimento, e considerando as peculiaridades, os debates e o contexto do


caso concreto, o Plenário, por unanimidade, fixou a referida tese para a matéria deliberada no
habeas corpus, cuja apreciação do mérito finalizou-se na sessão plenária realizada no dia
2.10.2019, oportunidade na qual o julgamento foi suspenso unicamente para se fixar, em
assentada posterior, uma tese jurídica (Informativo 954).

HC 166373/PR, relator Ministro Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Alexandre de


Moraes, julgamento finalizado em 30.11.2022.
Direito ao silêncio e condenação com base em “interrogatório informal” - RHC 170843
AgR/SP

Não se admite condenação baseada exclusivamente em declarações informais prestadas a


policiais no momento da prisão em flagrante.

A Constituição Federal impõe ao Estado a obrigação de informar ao preso seu direito ao


silêncio não apenas no interrogatório formal, mas logo no momento da abordagem, quando
recebe voz de prisão por policial, em situação de flagrante delito.

Ademais, na linha de precedentes da Corte , a falta da advertência ao direito ao silêncio, no


momento em que o dever de informação se impõe, torna ilícita a prova. Isso porque o
privilégio contra a autoincriminação (nemo tenetur se detegere), erigido em garantia
fundamental pela Constituição, importou compelir o inquiridor, na polícia ou em juízo, ao dever
de advertir o interrogado acerca da possibilidade de permanecer calado.

Dessa forma, qualquer suposta confissão firmada, no momento da abordagem, sem


observação ao direito ao silêncio, é inteiramente imprestável para fins de condenação e,
ainda, invalida demais provas obtidas através de tal interrogatório.

No caso, a leitura dos depoimentos dos policiais responsáveis pela prisão da paciente
demonstra que não foi observado o citado comando constitucional.

Com base nesse entendimento, a Segunda Turma, por maioria, negou provimento ao agravo
regimental para restabelecer amarco aurelio
sentença da silva
de primeiro carneiro
grau. Vencido o ministro Nunes Marques.
coldmails@gmail.com
RHC 170843 AgR/SP, relator Min. Gilmar997.455.937-53
Mendes, julgamento em 4.5.2021 (INF 1016)

“Operação Lava Jato”: ausência de conexão e nulidade de atos decisórios - HC 193726


AgR/PR e HC 193726 AgR-AgR/PR

A afetação de feitos a julgamento pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal é atribui-ção


discricionária do relator.

Com efeito, essa afetação é possível por força do que dispõem os arts. 21, I, e 22, ambos do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (RISTF), pronunciamento que, a teor do art.
305 do RISTF, afigura-se irrecorrível.

Pela afetação, o julgamento do feito é submetido à deliberação do Tribunal Pleno, ao qual a


Constituição Federal (CF) atribui legitimidade à prestação jurisdicional sobre quaisquer causas
inseridas na competência do Supremo Tribunal Federal (STF).

Especificamente no que concerne ao habeas corpus, tal proceder também é autorizado a partir
da inteligência dos arts. 6º, II, c e 21, XI, do RISTF .

O Ministério Público Federal, quando atua perante o STF, por intermédio da Procuradoria-geral
da República, mesmo na qualidade de “custos legis”, detém legitimidade para a interposição de
agravo regimental contra decisões monocráticas proferidas pelos ministros relatores.

Nos termos do caput do art. 127 da CF , incumbe ao Ministério Público, como instituição
permanente e essencial à jurisdição, a defesa da ordem jurídica, encontrando-se na legislação
infraconstitucional, interpretada de forma sistemática, os fundamentos de sua legitimidade
recursal. Com efeito, o art. 179, II, do Código de Processo Civil (CPC) , aplicável à hipótese pela
norma integrativa que se extrai do art. 3º do Código de Processo Penal (CPP) , estabelece que o
Ministério Público, quando intervém nos autos na qualidade de fiscal da ordem jurídica,
“poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer”. Ademais,
essa legitimidade é reforçada no art. 996 do mesmo diploma legal .

Não obstante o art. 317 do RISTF faça alusão às partes, a interpretação restritiva não
encontra amparo em inúmeros precedentes do Corte , nos quais, em sede de habeas corpus,
o Ministério Público foi considerado parte legítima à interposição de agravo regimental
contra decisões monocráticas.

No âmbito da “Operação Lava Jato”, a competência da 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária
de Curitiba é restrita aos crimes praticados de forma direta em detrimento apenas da Petrobras
S/A.

Nesse sentido tem se firmado a jurisprudência do STF . Na hipótese, restou demonstrado que
as condutas atribuídas ao paciente não foram diretamente direcionadas a contratos
específicos celebrados entre o Grupo OAS e a Petrobras S/A, constatação que, em cotejo com
precedentes do Plenário e da Segunda Turma do STF, permite a conclusão pela não
configuração da conexão que autorizaria, no caso concreto, a modificação da competência
jurisdicional.

O caso, portanto, não se amolda ao que se tem decidido, majoritariamente, no âmbito do


Plenário e da Segunda Turma, a partir de 2015, a respeito da competência da 13ª Vara Federal
de Curitiba, delimitada exclusivamente aos ilícitos
marco aurelio praticados
da silva em detrimento da Petrobras S/A.
carneiro
As mesmas circunstâncias fáticas, coldmails@gmail.com
ou seja, a ausência de condutas praticadas de forma direta
em detrimento da Petrobras S/A, são 997.455.937-53
encontradas nas demais ações penais deflagradas em
desfavor do paciente perante a 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba,
tornando-se imperiosa a extensão da ordem concedida, nos termos do art. 654, § 2º, do CPP .

A superveniência de circunstâncias fáticas aptas a alterar a competência da autoridade judicial,


até então desconhecidas, autoriza a preservação dos atos praticados por juízo aparentemente
competente em razão do quadro fático subjacente no momento em que requerida a prestação
jurisdicional.

No caso, no entanto, à época do ajuizamento da denúncia, datada de 14.9.2016, já era do


conhecimento do Ministério Público Federal, bem como do Juízo da 13ª Vara Federal da
Subseção Judiciária de Curitiba, que os fatos denunciados não diziam respeito a delitos
praticados direta e exclusivamente em detrimento da Petrobras S/A, sendo certo que o
primeiro precedente a reduzir a competência daquele juízo foi proferido em 23.9.2015 (Inq
4.130 QO), motivo pelo qual a “teoria do juízo aparente” não se aplica à hipótese.

Nada obstante a Procuradoria-Geral da República pugne pela aplicação ao caso da norma


extraída do art. 64, § 4º, do CPC , é certo que o Direito Processual Penal vem dotado de regra
própria que estabelece a sanção de nulidade aos atos decisórios praticados por juízo
incompetente, nos termos do art. 567 do CPP , em plena vigência no ordenamento jurídico
pátrio.

Trata-se de agravos regimentais interpostos contra decisão monocrática do relator de habeas


corpus que: a) assentou a incompetência do Juízo da 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária
de Curitiba e anulou os atos decisórios praticados nas ações penais ali julgadas contra o
ex-Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva; e b) afetou os referidos recursos ao
Plenário.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, negou provimento ao agravo
regimental em agravo regimental em habeas corpus, relativo à afetação, pelo relator, do
julgamento dos recursos interpostos ao Plenário. Vencidos os ministros Ricardo Lewandowski
e Marco Aurélio.

O Plenário, também, por maioria, em complemento ao julgamento da sessão do dia 15.4.2021,


negou provimento ao agravo regimental em habeas corpus, concernente à competência do
juízo, para assentar a competência da Justiça Federal do Distrito Federal para julgamento das
ações penais. Vencidos, parcialmente, os ministros Alexandre de Moraes e Ricardo
Lewandowski, que entendiam ser competente a Justiça Federal de São Paulo, e, integralmente,
os ministros Nunes Marques, Marco Aurélio e Luiz Fux (Presidente), que davam provimento ao
recurso.

HC 193726 AgR-AgR/PR, relator Min. Edson Fachin, julgamento em 14.4.2021 (INF 1014)

HC 193726 AgR/PR, relator Min. Edson Fachin, julgamento em 22.4.2021 (INF 1014)

Reclamação e ilegitimidade recursal - Rcl 43007 AgR/DF

Os pedidos de reconsideração carecem de qualquer respaldo no regramento processual


vigente.
marco aurelio da silva carneiro
Eles não constituem recursos, em coldmails@gmail.com
sentido estrito, nem mesmo meios de impugnação atípi-cos.
Por isso, não suspendem prazos e tampouco impedem a preclusão.
997.455.937-53
O art. 46 da Lei Complementar (LC) 75/1993 (Lei Orgânica do Ministério Público) atribui
competência exclusiva à Procuradoria-Geral da República para oficiar nos processos em curso
perante o Supremo Tribunal Federal (STF).

A reclamação constitucional só pode ser ajuizada perante o STF pelo Ministério Público ou
pela parte interessada. Do ponto de vista técnico-jurídico, não há espaço para que os
procuradores da República, em cujos nomes foi protocolado o pedido de reconsideração,
ingressem nos autos na qualidade de simples particulares.

Este feito e a própria ação penal em tramitação no juízo de piso envolvem o exercício do jus
accusationis estatal e a atuação do órgão ministerial na qualidade de dominus litis, na busca
da procedência da acusação formulada contra o reclamante. Trata-se de atuação institucional
do Parquet.

Portanto, é manifesta a ausência de legitimidade postulatória dos peticionantes, integrantes


do Ministério Público Federal (MPF), de primeiro grau, totalmente alheios à lide, a impedir
que intervenham nos autos para impugnar decisões tomadas pelo STF, a pretexto de
defender direitos próprios e de terceiros.

A ninguém é dado pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pe-lo
ordenamento jurídico.

No caso, inexiste qualquer direito transindividual a justificar a atuação do órgão ministerial


de piso em legitimação extraordinária, na qualidade de substituto processual.
Em todas as decisões nas quais concedido o acesso ao material apreendido em operação
policial, houve ressalva de que os conteúdos relativos exclusivamente a terceiros, sem qualquer
relação com o reclamante, deveriam ser mantidos sob rigoroso sigilo.

Não há que se falar na figura do “terceiro interessado”, pois o inconformismo veiculado pelos
peticionantes não se refere a conversas privadas, mas a diálogos travados por membros do
MPF entre si e com magistrado acerca de investigações e ações penais, em pleno exercício das
respectivas atribuições e em razão delas.

Ademais, a questão relativa à autenticidade ou ao valor probatório de elementos colhidos pela


defesa é tema a ser resolvido no bojo dos processos nos quais venham a ser juntados, mas não
na reclamação, sabidamente de estreitos limites.

Fundado no direito à ampla defesa e ao contraditório, foi concedido ao reclamante o acesso a


elementos probatórios coligidos, em poder do Estado, pertinentes a sua defesa. O acesso a tais
elementos, aparentemente, teria sido sonegado ao reclamante e a sua defesa há anos,
contrariando determinações expressas do colegiado e do ministro Ricardo Lewandowski,
relator, proferidas em três reclamações.

Na espécie, trata-se de petição deduzida por procuradores da República, mediante a qual


requeriam, em nome próprio e de terceiros, a reconsideração de decisões que autorizaram o
compartilhamento — com o reclamante — de provas obtidas em operação policial deflagrada
para investigar os supostos delitos praticados por hackers que acessaram suas comunicações.
Alternativamente, houve pedido de processamento
marco da petição
aurelio da silva como agravo regimental.
carneiro
A Segunda Turma, por maioria, não coldmails@gmail.com
conheceu de agravo regimental em reclamação, ante a
997.455.937-53
manifesta ilegitimidade recursal dos peticionantes, nos termos do voto do relator. Vencido o
ministro Edson Fachin.

Rcl 43007 AgR/DF, relator Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 9.2.2021 (INF 1005)

Duração de sustentação oral e nulidade - 2 - HC 164535 AgR/RJ

A Segunda Turma, em conclusão, negou provimento a agravo regimental em habeas corpus


no qual se sustentava a ocorrência de nulidade absoluta, consistente na suposta ausência de
defesa do agravante quando de seu julgamento e condenação perante o Tribunal do Júri
(Informativo 959).

No caso, o Ministério Público proferiu sustentação oral perante o conselho de sentença por
uma hora e meia e, ao final, requereu a absolvição do acusado. Ato contínuo, a defesa técnica
nomeada pelo ora agravante requereu igualmente a absolvição, em manifestação que durou
três minutos. De acordo com a impetração, cabe ao magistrado declarar o réu indefeso ainda
que ele tenha mantido o mesmo patrono após o julgamento que culminou em sua
condenação, e que a sustentação oral, de duração tão pequena, não consubstanciou defesa
mínima, efetiva ou substancial.

A Turma destacou que o agravante foi acompanhado pela sua defesa na sessão de julgamento
pelo Tribunal do Júri realizada na origem, tendo reiterado o mandato conferido ao seu defensor
na interposição da apelação.
Além disso, no caso, não houve ausência de defesa, de modo que descabe cogitar de nulidade
absoluta. Assim, se houve nulidade, foi apenas relativa, a qual depende da demonstração de
efetivo prejuízo, o que não ocorreu.

Não se pode classificar como insatisfatória a atuação do advogado, que exerceu a defesa de
acordo com a estratégia que considerou melhor no caso. Nesse sentido, a sustentação oral
mais sucinta pode funcionar em benefício da defesa.

HC 164535 AgR/RJ, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 17.3.2020. (INF 970)

● Superior Tribunal de Justiça

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSO PENAL. FALSIDADE


IDEOLÓGICA. INDICAÇÃO DE ENDEREÇO FALSO EM PROCURAÇÃO E DECLARAÇÃO DE
HIPOSSUFICIÊNCIA. NEGATIVA DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA NA
ORIGEM PELA HABITUALIDADE DELITIVA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO. DEFICIÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO. ACÓRDÃO LOCAL EM CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA
CORTE. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.

1. A ausência de impugnação da fundamentação utilizada no acórdão da apelação -


habitualidade delitiva - revela deficiência de fundamentação, o que inviabiliza o exame de
eventual possibilidade de aplicação do princípio da insignificância à hipótese dos autos, o que
autoriza, por consequência, o indeferimento liminar do pedido.

2. Ademais, o posicionamento marco aurelio


adotado da silvade
pelo Tribunal carneiro
origem encontra-se em consonância
coldmails@gmail.com
com o entendimento desta Corte, no sentido de que a prática reiterada da conduta pode
997.455.937-53
obstar a aplicação do princípio da insignificância.

3. Agravo regimental não provido.

AgRg no HC 738287 / SP. Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca. Quinta Turma. Data de
Julgamento em 07/06/2022. Dje em 13/06/2022.

RECURSO ESPECIAL. PROPRIEDADE INDUSTRIAL. MARCA. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO


OCORRÊNCIA. CONCORRÊNCIA DESLEAL. APROVEITAMENTO PARASITÁRIO. NÃO
CONFIGURAÇÃO. NOME DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO. PROTEÇÃO À MARCA.
INEXISTÊNCIA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E DESPROVIDO.

1. O propósito recursal consiste em verificar se houve cerceamento de defesa e se a


denominação de empreendimento imobiliário como Vogue Square configuraria uso indevido
de marca e concorrência desleal por aproveitamento parasitário.

2. Os princípios da livre admissibilidade da prova e da persuasão racional autorizam o julgador


a determinar as provas que entende necessárias à solução da controvérsia, assim como o
indeferimento daquelas que considerar prescindíveis ou meramente protelatórias. Assim, não
há cerceamento de defesa no julgamento da causa sem a produção da prova solicitada pela
parte quando devidamente demonstrado pelas instâncias de origem que o processo se
encontrava suficientemente instruído.

3. A marca é o signo distintivo que identifica um produto ou um serviço, sobretudo porque o


empresário organiza sua atividade e os meios necessários à consecução do fim social da
empresa buscando otimizar seus resultados e exerce uma atividade criativa, para aplicar em
seu estabelecimento e em seus produtos ou serviços sinais que possam ser reconhecidos pela
clientela e consumidores.

4. A proteção da marca, seja ela de alto renome ou não, busca evitar a confusão ou a
associação de uma marca registrada a uma outra, sendo imprescindível que a violação ao
direito marcário cause confusão no público consumidor ou associação errônea, em prejuízo do
seu titular.

5. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, "os nomes atribuídos aos edifícios
e empreendimentos imobiliários não gozam de exclusividade, sendo comum receberem
idêntica denominação.

Estes nomes, portanto, não qualificam produtos ou serviços, apenas conferem uma
denominação para o fim de individualizar o bem" (REsp n. 1.804.960/SP, Rel. Ministra Nancy
Andrighi, relator para acórdão Min. Moura Ribeiro, Terceira Turma, julgado em 24/9/2019, DJe
2/10/2019).

6. No caso dos autos, o empreendimento imobiliário Vogue Square é constituído por


escritórios, lojas, hotel, academia e centro de convenções, de modo que não se vislumbra a
possibilidade de indução dos consumidores ao erro, da caracterização de concorrência
parasitária ou do ofuscamento da marca da autora, mormente porque os estabelecimentos ali
situados conservam seus nomes originais, sem nenhuma vinculação de produtos ou serviços à
marca Vogue.

7. A diluição da marca decorremarcodo aurelio da silva


uso de sinal carneiro
distintivo por terceiros fora do campo de
coldmails@gmail.com
especialidade de determinadas marcas de grande relevância ou famosas (mas que não foram
reconhecidas como de alto renome pelo 997.455.937-53
INPI), de maneira que seu valor informacional deixa
de ser suficientemente significativo, tornando o signo cada vez menos exclusivo.

8. Recurso especial conhecido e desprovido.

REsp 1874635 / RJ. Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze. Terceira Turma. Data de Julgamento em
08/08/2023. Dje em 15/08/2023.

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. IMPUTAÇÃO NA DENÚNCIA DE CRIME DE


FALSIDADE E USO DE DOCUMENTO FALSO. DECLARAÇÃO DE POBREZA PARA OBTENÇÃO DO
BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. FALSIFICAÇÃO PERPETRADA PELO PACIENTE EM
DETRIMENTO DE CLIENTE. PEDIDO DE TRANCAMENTO. ATIPICIDADE NÃO CONFIGURADA.
USO DE DOCUMENTO FALSO. ART. 304 DO CÓDIGO PENAL. EXAME PERICIAL. AUSÊNCIA.
COMPROVAÇÃO DA FALSIDADE POR OUTROS MEIOS DE PROVA. POSSIBILIDADE.
IMPOSSIBILIDADE DE REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO NA VIA ESTREITA DO WRIT.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. A atipicidade do delito de estelionato judiciário é incontroversa nos autos e não há falar


em flagrante constrangimento no trâmite da ação penal ao fundamento de que a denúncia
também imputa ao acusado a prática dos delitos de falsidade ideológica bem como uso e
falsificação de documento, de tal forma que a apuração de tais fatos devem ser submetida ao
devido processo legal. Precedentes.

2. O caso concreto não trata de conduta de cliente que afirma falsamente situação de pobreza,
situação em que a jurisprudência desta Corte Superior já se pronunciou inúmeras vezes pela
atipicidade da contuda em razão da presunção relativa da veracidade da declaração de
hipossuficiência. Precedentes. A denúncia imputa ao ora recorrente a conduta de falsificar a
assinatura de uma declaração de pobreza. Em outras palavras, conforme acusação, a
declaração de pobreza não teria sido assinada pelo beneficiário.

Destarte, o fato narrado não se mostra flagrantemente atípico, circunstância que impede a
concessão da ordem pretendida. Precedente.

4. Extrai-se do extrato do andamento processual que, durante a instrução, foi realizada uma
primeira perícia a pedido da acusação, havendo, portanto, lastro probatório mínimo suficiente
para o prosseguimento da ação penal. Verifica-se, ainda, que o Magistrado, considerando o
fato da suposta vítima não ter sido localizada, entendeu impossível a colheita de padrões
gráficos para a realização de nova perícia conforme requerido pela defesa, a menos que esta
tenha êxito em localizá-la. Ademais, ao contrário do que supõe o impetrante, o exame pericial
pode ser realizado no curso do processo e não constitui o único meio de prova possível para
o falso. Mormente no caso concreto, em que, havendo dificuldade de se localizar a vítima, o
exame grafotécnico pode ser substituído por outros meios de provas. Precedentes.

5. Não havendo falta de justa causa revelada primo oculi no tocante à falsidade, o habeas
corpus constitui via inadequada ao trancamento da ação penal, uma vez que o pleito
demandaria revolvimento fático-probatório, não condizente com o procedimento célere e
estreito do writ.

Agravo regimental desprovido.

AgRg no HC 404232 / RJ. Rel.marco aurelio


Min. Joel da silva Quinta
Ilan Paciornik. carneiro
Turma. Data de Julgamento em
15/05/2018. Dje em 25/05/2018. coldmails@gmail.com
997.455.937-53
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME
TRIBUTÁRIO. INADMISSÃO DO APELO NOBRE. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RAZÕES
RECURSAIS DISSOCIADAS. SÚMULA N. 182 DO STJ. ALTERAÇÃO DA VERDADE DOS FATOS
PROCESSUAIS. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. ART. 80, INCISOS II E V, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
C.C. O ART. 3.º DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS DE OFÍCIO. POSTULAÇÃO
COMO MEIO PARA BURLAR A ADMISSIBILIDADE RECURSAL. INVIABILIDADE. QUESTÃO
APRECIADA NO HC N. 689757/SP. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL DO STJ
PARA EXPEDIR HABEAS CORPUS CONTRA SEUS PRÓPRIOS JULGAMENTOS. AGRAVO
REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. Se as razões do agravo em recurso especial, no ponto referente à comprovação da


divergência, estão dissociadas do conteúdo dos autos, não impugnaram elas efetivamente o
fundamento da decisão agravada, mostrando-se correto o não conhecimento do agravo em
recurso especial, nos termos do art. 932, inciso III, do Código de Processo Civil, aplicável por
força do art. 3.º do Código de Processo Penal.

2. No intuito de dar suporte à sua tese e ver conhecido o agravo em recurso especial, o
advogado subscritor do presente recurso interno, incide no disposto no art. 80, incisos II e V, do
Código de Processo Civil, c.c. o art. 3.º, do Código de Processo Penal, quando altera a verdade
dos fatos e procede de modo temerário, ao afirmar que o recurso especial não teria sido
fundamentado na alínea c da previsão constitucional quando, expressamente, o foi.

3. Se eventualmente houve erro material na indicação da alínea c na petição de interposição do


recurso especial, deveria ter o advogado feito essa alegação no agravo em recurso especial e,
diante do conteúdo das razões do recurso especial, seria avaliado se realmente teria ocorrido
apenas um equívoco na menção à alínea c. O que não se admite, porque ofende à lealdade
processual, é que as partes desenvolvam tese negando a existência de algo que consta
expressamente nos autos em peça processual por ela mesma subscrita.

4. A concessão de habeas corpus, de ofício, nos termos do art. 654, § 2.º, do Código de
Processo Penal, ocorre por iniciativa dos tribunais, e não por pedido das partes, somente
quando evidenciada a existência de ilegalidade manifesta, e não como meio para burlar o
sistema recursal e dar trânsito a recursos inadmissíveis, como pretende o Recorrente. Além
disso, o ponto acerca do qual se requer a concessão da ordem de ofício já foi analisado por
esta Corte Superior no HC n. 689.757/SP, sendo denegado o writ, em decisão mantida pelo
Colegiado da Sexta Turma e que transitou em julgado.

Nesse contexto, a questão sequer poderia ser novamente analisada pelo Superior Tribunal de
Justiça, que não possui competência constitucional para expedir ordem de habeas corpus
contra seus próprios julgamentos.

5. Agravo regimental desprovido.

AgRg no AREsp 2297408 / SP. Rel. Min. Laurita Vaz. Sexta Turma. Data de Julgamento em
05/09/2023. Dje em 11/09/2023.

AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO


NO AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS DE
marco aurelio
DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NOSda silva carneiro
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS
coldmails@gmail.com
DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MANIFESTO ABUSO DO DIREITO DE
997.455.937-53
RECORRER. AFRONTA AOS DEVERES DE LEALDADE E BOA-FÉ PROCESSUAIS. AGRAVO
REGIMENTAL NÃO CONHECIDO, COM DETERMINAÇAO DE BAIXA IMEDIATA DOS AUTOS E
CERTIFICAÇÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO, INDEPENDENTEMENTE DE PUBLICAÇÃO OU
INTERPOSIÇÃO DE OUTROS RECURSOS.

1. Hipótese em que o Ministro Relator conheceu do agravo para não conhecer do recurso
especial; os subsequentes embargos de declaração foram rejeitados; os embargos de
divergência foram liminarmente indeferidos pela Presidência desta Corte, por serem
manifestamente incabíveis contra decisão monocrática; o agravo regimental foi desprovido
pela Corte Especial; os embargos de declaração foram rejeitados pela Corte Especial; houve
segundos embargos de divergência, mais uma vez liminarmente indeferidos pela Presidência;
o agravo regimental foi desprovido pela Terceira Seção; outros embargos declaração foram
rejeitados pela Terceira Seção; e terceiros embargos de divergência, foram manejados e,
outra vez, liminarmente indeferidos pela Presidência; agora, novamente interposto agravo
regimental.

2. A sequência de petições recursais manifestamente improcedentes, em descompasso com


requisitos elementares dos recursos manejados, denota claro intuito protelatório da parte.

3. Constata-se inequívoco abuso do direito de recorrer, conduta que reflete desrespeito a esta
Corte Superior e a seus Ministros, em evidente inobservância dos deveres de lealdade e boa-fé
processuais.

4. O Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência consolidada no sentido de que, "diante da


reiterada oposição de recursos meramente protelatórios pela parte, deve ser determinada a
baixa dos autos à origem, independentemente da publicação do acórdão recorrido e da
certificação do trânsito em julgado" (AgRg nos EAREsp 1.916.804/SC, Relatora Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, CORTE ESPECIAL, julgado em 09/08/2022, DJe de 15/08/2022).

5. Agravo regimental não conhecido, com determinação de certificação do trânsito em julgado


nesta Corte e imediata remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal em razão do agravo em
recurso extraordinário interposto na origem, independentemente da publicação deste acórdão
e da eventual interposição de outros recursos.

AgRg na Pet 15607 / SC. Rel. Min. Laurita Vaz. Terceira Seção. Data de Julgamento em
23/08/2023. Dje em 30/08/2023.

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. NÃO CONHECIMENTO. INTEMPESTIVIDADE. ART.


39, DA LEI N. 8.038/1990 e 258 do RISTJ. RECURSOS SUCESSIVOS, PROTELATÓRIOS E, MAIS DE
UMA VEZ, INTEMPESTIVOS. IMEDIATA BAIXA DOS AUTOS. AGRAVO REGIMENTAL NÃO
CONHECIDO.

1. Desde a prolação da decisão de fls. 209-210, em relação à petição n. 426136/2023 (fls.


202-206), foi mais uma vez destacado que os embargos de declaração opostos contra o
acórdão de fls. 184-188 eram intempestivos. Ou seja, todos os recursos a partir daqueles
declaratórios não devem ser conhecidos, uma vez que padecem do mesmo vício de
intempestividade.

2. Ademais, o prazo para interposição de agravo regimental, em processo penal, é de 5 dias, de


marco aurelio da silva carneiro
acordo com os arts. 39 da Lei n. 8.038/1990 e 258 do RISTJ. Porém, conforme certificado pela
coldmails@gmail.com
Coordenadoria de Processamento de 997.455.937-53
Feitos de Direito Penal "O prazo para interposição de
agravo regimental em relação à decisão de folha 209 teve início em 16/05/2023 e término em
22/05/2023, e que a petição n. (AgRg) foi protocolizada em 16/05/2023".

3. Inobstante a alegação de que o presente agravo regimental é interposto contra decisão de


fls. 220-221, trata-se de irresignação natimorta, pois infectada pela mesma e inarredável
mácula que ceifou anterior gestação recursal - a extemporaneidade.

4. No caso, trata-se de manifesto abuso do direito de recorrer, visto que a defesa insiste,
através de sucessivos recursos, protelar a prestação jurisdicional desta Corte superior,
inclusive com a utilização de mais de um recurso intempestivo. Embora não haja previsão
legal para fixação de multa por litigância de má-fé em matéria penal, a jurisprudência desta
Casa preconiza a imediata baixa dos autos que padeçam de tal desvio de atuação defensiva.

5. Nesse sentido, "Conforme orientação pacífica do Superior Tribunal de Justiça, "A


interposição de sucessivos recursos com os mesmos argumentos configura abuso do direito
de recorrer, autorizando a baixa imediata dos autos. Precedentes" (EDcl nos EDcl no AgRg
nos EAREsp n. 1.472.082/CE, relator Ministro Sebastião Reis Júnior, 3ª S., DJe de 1/9/2020).

6. Agravo regimental não conhecido.

AgRg na PET no HC 746427 / SP. Rel. Min. Jesuíno Rissato. Sexta Turma. Data de Julgamento em
14/08/2023. Dje em 17/08/2023.

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. ART. 121, §2º, I E IV, DO CÓDIGO PENAL .
DOSIMETRIA. PENA-BASE. REVISÃO. EXCEPCIONALIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO
EVIDENCIADO. INCIDÊNCIA DA ATENUANTE DA CONFISSÃO EM FRAÇÃO INFERIOR À 1/6
DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.

1. A revisão da dosimetria da pena somente é possível em situações excepcionais de manifesta


ilegalidade ou abuso de poder, cujo reconhecimento ocorra de plano, sem maiores incursões
em aspectos circunstanciais ou fáticos e probatórios (HC n. 304.083/PR, Rel. Ministro FELIX
FISCHER, Quinta Turma, DJe 12/3/2015).

- A vetorial conduta social corresponde ao comportamento do réu no seu ambiente familiar e


em sociedade, de modo que a sua valoração negativa exige concreta demonstração de desvio
de natureza comportamental" (HC 544.080/PE, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, Quinta Turma,
julgado em 11/2/2020, DJe 14/2/2020). Na hipótese, as instâncias ordinárias lograram
demonstrar o desvio comportamental do paciente em sociedade e em sua vizinhança, tendo
em vista que, além de o requerente ser integrante de "gangue" temida na região, suas
reiteradas condutas delitivas aterrorizavam a população (e-STJ fl. 34), conforme depoimentos
reproduzidos no voto condutor do acórdão impugnado.

- No que tange à personalidade do paciente, tem-se que resulta da análise do seu perfil
subjetivo, no que se refere a aspectos morais e psicológicos, para que se afira a existência de
caráter voltado à prática de infrações penais, com base nos elementos probatórios dos autos,
aptos a inferir o desvio de personalidade de acordo com o livre convencimento motivado,
independentemente de perícia. Na espécie, essa vetorial foi negativada ao argumento de que
as condutas do requerente demonstram a sua insensibilidade e perversidade, diz-se isso
marcocometer
porque: i) o revisionando escolheu aurelio odacrime
silvaem
carneiro
local no qual se encontravam várias
coldmails@gmail.com
crianças e adolescentes em momento de lazer; ii) colocou diversas pessoas em risco de vida e
997.455.937-53
iii) induziu e auxiliou materialmente George dos Remedios Alves, à época menor de idade, a ser
coautor do delito.

Portanto, entendo como bem colocado no parecer do douto Procurador de Justiça, que essas
circunstâncias estampam a distorção da personalidade de Max Roque de Souza Lima, uma vez
que este, motivado por sua ambição, é capaz de arriscar a vida de menores de idade,
demonstrando menosprezo e indiferença frente ao bem jurídico violado, utilizando-se da
intrínseca condição de vulnerabilidade do adolescente para executar a sua atividade ilícita, algo
que contraria profundamente os valores morais da sociedade (e-STJ fl. 37).

- As consequências do crime também foram reputadas graves com a devida fundamentação,


pois uma das vítimas, de 19 anos de idade, veio a falecer, e uma criança (de 9 anos) foi atingida
no pé (e-STJ fls. 25/27 e 165), estando a valoração negativa de tal vetorial em consonância com
a orientação da QUINTA TURMA deste Tribunal no sentido de que a tenra idade da vítima é
elemento concreto e transborda aqueles ínsitos ao crime de homicídio, sendo apto, pois, a
justificar o agravamento da pena-base, mediante valoração negativa das consequências do
crime, ressalvada, para evitar bis in idem, a hipótese em que aplicada a majorante prevista no
art. 121, § 4º (parte final), do Código Penal (AgRg no REsp n. 1.851.435/PA, relator Ministro
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Terceira Seção, julgado em 12/8/2020, DJe de 21/9/2020.) 2. Quanto
aplicação da atenuante da confissão, saliente-se que nosso Código Penal não estabelece limites
mínimo e máximo de diminuição de pena a serem aplicados em razão de circunstâncias
atenuantes e agravantes, cabendo à prudência do magistrado fixar o patamar necessário,
dentro de parâmetros razoáveis e proporcionais, com a devida fundamentação. Nesse
contexto, a jurisprudência deste Superior Tribunal firmou-se no sentido de que o aumento para
cada agravante ou de diminuição para cada atenuante deve ser realizado em 1/6 da pena-base,
ante a ausência de critérios para a definição do patamar pelo legislador ordinário, devendo o
aumento superior ou a redução inferior à fração paradigma estar concretamente
fundamentado.

- Na hipótese, verifica-se que a redução da pena em fração inferior a 1/6 encontra-se


concretamente fundamentada, valendo ressaltar que o réu não tem direito subjetivo à
utilização das referidas frações, não sendo tais parâmetros obrigatórios, porque o que se
exige das instâncias ordinárias é a fundamentação adequada e a proporcionalidade na
exasperação ou diminuição da pena, o que ocorreu na espécie.

3. Agravo regimental não provido.

AgRg no HC 793221 / ES. Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca. Quinta Turma. Data de
Julgamento em 18/09/2023. Dje em 20/09/2023.

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA


INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 273, § 1º-B, INCISOS I E III DO CÓDIGO PENAL - CP.
IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE NA VIA ELEITA. AGRAVO DESPROVIDO.

1. "A ação constitucional do habeas corpus não é via adequada para se requerer a
declaração de inconstitucionalidade de lei, em tese, pois tal matéria é reservada ao controle
concentrado de normas, de competência do Supremo Tribunal Federal" (HC n. 291.368/SE,
relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe de 6/6/2014).
marco aurelio da silva carneiro
2. Agravo regimental desprovido. coldmails@gmail.com
997.455.937-53
AgRg no HC 773718 / SP. Rel. Min. Joel Ilan Paciornik. Quinta Turma. Data de Julgamento em
06/03/2023. Dje em 09/03/2023.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO HABEAS CORPUS. RECEBIMENTO COMO AGRAVO


REGIMENTAL. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. AÇÃO CAUTELAR AJUIZADA COM O FIM DE
ATRIBUIR EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO EM SENTIDO ESTRITO INTERPOSTO CONTRA
DECISÃO QUE REVOGOU A PRISÃO PREVENTIVA. POSSIBILIDADE. VIAS DE FATO, LESÃO
CORPORAL, AMEAÇA E CÁRCERE PRIVADO. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. PRISÃO PREVENTIVA.
REQUISITOS. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA.

1. Embargos declaratórios com nítidos intuitos infringentes devem ser recebidos como agravo
regimental, em homenagem ao princípio da fungibilidade recursal.

2. É admissível o ajuizamento de ação cautelar inominada para atribuir efeito suspensivo a


recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público contra decisão que revogou a
prisão preventiva. Inaplicável, ao caso, a Súmula n.º 604 do Superior Tribunal de Justiça, que
é específica ao proibir o uso do mandado de segurança como via de atribuição de efeito
suspensivo a recurso criminal da Acusação. (HC 485727 / SC, Relatora Ministra Laurita Vaz,
Sexta Turma, Dje 30/04/2019).

3. A prisão preventiva foi decretada com base em fundamentação que deve ser entendida
como válida, evidenciada na gravidade concreta e na pluralidade das condutas praticadas pelo
recorrente, que "...teria esganado a vítima; tentado jogá-la pela janela do apartamento;
desferido, em várias oportunidades, socos e chutes em todo o corpo dela, inclusive em sua
barriga, enquanto grávida; batido a cabeça da espoliada contra uma parede; apertado uma faca
contra o pescoço dela; ameaçado a ofendida e seus familiares de morte; e incansavelmente a
perseguido desde agosto de 2021 a março de 2022".

4. Constitui fundamento idôneo à decretação da custódia cautelar a necessidade de resguardar


a integridade física e psicológica da vítima que se encontra em situação de violência doméstica,
como no caso, conforme art. 313, III, do Código de Processo Penal.

5. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento.

EDcl no HC 751088 / SP. Rel. Min. Orlindo Menezes. Sexta Turma. Data de Julgamento em
25/10/2022. Dje em 28/10/2022.

PENAL. PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


ARTIGO 579 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL - CPP. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE.
APELAÇÃO. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. ERRO GROSSEIRO EXISTENTE QUE NÃO IMPEDE
A FUNGIBILIDADE NO CASO CONCRETO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. O princípio da fungibilidade está previsto nos termos do art. 579, caput e parágrafo único,
do CPP, "salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um
recurso por outro. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto
pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível".

2. "Em atenção à análise histórica e da conjuntura atual do ordenamento vigente, o princípio


da fungibilidade no processo penal deve ser aplicado quando ausente a má-fé e presente o
marco aurelio
preenchimento dos pressupostos da silva
do recurso carneiro
cabível" (EDcl no AgRg nos EAREsp n.
coldmails@gmail.com
1.240.307/MT, relator Ministro Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, julgado em 8/2/2023, DJe
de 13/2/2023). 997.455.937-53

2.1. A existência de erro grosseiro, por si só, não é fator impeditivo para a aplicação do
princípio da fungibilidade. O erro grosseiro obsta a aplicação do referido princípio caso
sinalize má-fé ou inviabilize o preenchimento dos pressupostos de admissibilidade do recurso
cabível, o que não ocorreu na hipótese.

3. Agravo regimental desprovido.

AgRg no AREsp 2108099 / MG. Rel. Min. Joel Ilan. Quinta Turma. Data de Julgamento em
22/08/2023. Dje em 25/08/2023.

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRISÃO PREVENTIVA.


ALEGAÇÃO DE LEGÍTIMA DEFESA. ANÁLISE INVIÁVEL, NO ÂMBITO RESTRITO DO HABEAS
CORPUS. DILAÇÃO PROBATÓRIA. GRAVIDADE DA CONDUTA. PRESERVAÇÃO DA ATUAÇÃO DAS
TESTEMUNHAS. ESTREITA RELAÇÃO FAMILIAR E COMUNITÁRIA, ENTRE O AGRAVANTE E AS
TESTEMUNHAS. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

1. Agravo regimental interposto contra decisão monocrática deste Relator, a qual não conheceu
da impetração, mantendo a prisão preventiva.

2. Diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus, o Superior Tribunal de Justiça


passou a acompanhar a orientação do Supremo Tribunal Federal, no sentido de ser
inadmissível o emprego do writ como sucedâneo de recurso ou revisão criminal, a fim de que
não se desvirtue a finalidade dessa garantia constitucional, sem olvidar a possibilidade de
concessão da ordem, de ofício, nos casos de flagrante ilegalidade.
3. Em relação ao argumento de que o paciente agiu em legitima defesa, registro ser inviável a
análise, no âmbito restrito do habeas corpus, de teses que, por sua própria natureza,
demandam dilação probatória. As provas dos autos devem ser apreciadas durante a instrução
criminal, sob o crivo do contraditório, não sendo esta a via adequada para a sua revisão.

4. O decreto prisional possui fundamentação idônea. A privação antecipada da liberdade do


cidadão acusado de crime reveste-se de caráter excepcional em nosso ordenamento jurídico, e
a medida deve estar embasada em decisão judicial fundamentada (art. 93, IX, da CF) que
demonstre a existência da prova da materialidade do crime e a presença de indícios suficientes
da autoria, bem como a ocorrência de um ou mais pressupostos do artigo 312 do Código de
Processo Penal.

5. A prisão preventiva está devidamente justificada, diante da gravidade da conduta, pois o


agravante desferiu um golpe de faca, atingindo o pescoço da vítima, companheiro de sua
prima, provocando sua morte. Consta dos autos que ambos estavam alcoolizados e teriam
discutido no momento dos fatos. Precedentes.

6. Outro ponto destacado para fundamentar a prisão preventiva, pelo juízo processante, foi o
fato de o paciente possuir estreita relação familiar e comunitária com as testemunhas
arroladas pela acusação.

A possível notícia de perturbação no curso da persecução penal tolhendo, de qualquer forma, a


atuação da testemunha em sua ampla liberdade de prestar declarações acerca dos fatos em
apuração, é motivo sobejo marco
para a aurelio
decretação da prisão
da silva preventiva para conveniência da
carneiro
instrução criminal. coldmails@gmail.com
997.455.937-53
7. Agravo regimental conhecido e improvido.

AgRg no HC 818341 / BA. Rel. Min. Reynaldo Soares. Quinta Turma. Data de Julgamento em
12/06/2023. Dje em 15/06/2023.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENAL. PROCESSUAL PENAL.


REVISÃO CRIMINAL. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVO
CONSTITUCIONAL. VIA INADEQUADA. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO ART. 489 DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. PLEITO DE ABSOLVIÇÃO POR VÍCIO NO
RECONHECIMENTO DO RÉU EM DESCONFORMIDADE COM O PREVISTO NO ART. 226 DO CPP.
INOCORRÊNCIA. CONDENAÇÃO FIRMADA EM OUTRAS PROVAS INDEPENDENTES E
CORROBORADAS EM JUÍZO. INVERSÃO DO JULGADO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 7/STJ.
REGIME INICIAL FECHADO. PENA SUPERIOR A QUATRO ANOS. VALORAÇÃO NEGATIVA DAS
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. VIOLAÇÃO DO ART. 33, §§ 2º E 3º, DO CÓDIGO PENAL.
INOCORRÊNCIA. DISSÍDO JURISPRUDENCIAL. AUSÊNCIA DE COTEJO ANALÍTICO. AGRAVO
REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. Não incumbe ao Superior Tribunal de Justiça, nem mesmo para fins de prequestionamento,
examinar supostas ofensas a dispositivos constitucionais, sob pena de usurpação da
competência atribuída pelo texto constitucional ao Supremo Tribunal Federal.

2. Não há que se falar em violação ao artigo 489, § 1º, do Código de Processo Civil quando os
fundamentos adotados na decisão monocrática são aptos às soluções de todas as questões
suscitadas e, por via de consequência, não é de ser considerada nula tão somente porque
contraria os interesses da parte sucumbente.
3. Nos termos da atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses em que
não são observadas as formalidades mínimas previstas no art. 226 do CPP e não existem outras
provas independentes a embasar a condenação, impõe-se a absolvição do Acusado.

4. O acórdão originário destacou as peculiaridades do caso, notadamente o fato de a Vítima e o


Acusado já se conhecerem preteritamente. Ocorre que nas razões do recurso de direito estrito,
a Defesa não apresenta argumentação capaz de impugnar tal fundamento, tendo se restringido
a asseverar a nulidade do reconhecimento do Réu por inobservância das formalidades legais,
mostrando-se, por conseguinte, insuperável a incidência do óbice da Súmula n. 283 da
Suprema Corte.

5. A inversão do julgado, de maneira a prevalecer a tese de que não existem outras provas
idôneas e independentes a comprovar a autoria do delito, demandaria nova incursão em
provas e fatos. Incidência da Súmula n. 7/STJ.

6. Imposta pena superior a 4 (quatro) anos de reclusão, a opção pelo regime inicial fechado
decorreu da valoração negativa das circunstâncias do crime, notadamente do fato de os
Acusados terem invadido a residência das vítimas e as amarrado, assim deixando-as após a
subtração de valores e a evasão do local do crime. Inteligência do art. 33, §§ 2º e 3º, do Código
Penal.

7. Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, "para caracterização do dissídio


pretoriano, não é suficiente a mera transcrição de ementa ou de voto de julgado apontado
como paradigma, mas é necessário
marcooaurelio
cotejo analítico
da silvaentre o aresto recorrido e o divergente,
carneiro
com a demonstração da identidade das situações
coldmails@gmail.com fáticas e a interpretação diversa
emprestada ao mesmo dispositivo de997.455.937-53
legislação infraconstitucional, o que não ocorreu no
presente caso" (AgRg no AREsp n. 2.088.030/ES, relator Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ,
Sexta Turma, julgado em 25/10/2022, DJe 28/10/2022, sem grifos no original).

8. Agravo regimental desprovido.

AgRg no AREsp 2045767 / SP. Rel. Min. Laurita Vaz. Sexta Turma. Data de Julgamento em
02/09/2023. Dje em 11/09/2023.

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE COBRANÇA C/C PEDIDO DECLARATÓRIO


- DECISÃO MONOCRÁTICA QUE DEU PROVIMENTO AO RECLAMO DA PARTE ADVERSA.
IRRESIGNAÇÃO RECURSAL DA AUTORA.

1. "É devida a majoração da verba honorária sucumbencial, na forma do art. 85, § 11, do
CPC/2015, quando estiverem presentes os seguintes requisitos, simultaneamente: a) decisão
recorrida publicada a partir de 18.3.2016, quando entrou em vigor o novo Código de Processo
Civil; b) recurso não conhecido integralmente ou desprovido, monocraticamente ou pelo
órgão colegiado competente; e c) condenação em honorários advocatícios desde a origem no
feito em que interposto o recurso" (AgInt no EREsp 1.539.725/DF, Rel. Ministro ANTONIO
CARLOS FERREIRA, SEGUNDA SEÇÃO, DJe 19.10.2017).

1.1. Inaplicável a majoração dos honorários recursais prevista no art. 85, § 11, do CPC, ao caso
dos autos, porquanto o recurso especial foi provido 2. A reforma da sentença apenas quanto à
forma de cálculo da indenização não implica nova distribuição dos ônus de sucumbência,
devendo ser mantida a distribuição determinada pelas instâncias ordinárias.
3. A introdução de argumento novo, que não foi ventilado no recurso especial, configura
inovação recursal, cuja análise é incabível no âmbito dos embargos de declaração ou do agravo
interno, em razão da preclusão consumativa.

4. Agravo interno desprovido.

AgInt no REsp 1988568 / PR. Rel. Min. Marco Buzzi. Quarta Turma. Data de Julgamento em
12/12/2022. Dje em 16/12/2022.

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.


TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. DOSIMETRIA. PEDIDO DE APLICAÇÃO DO TRÁFICO
PRIVILEGIADO. ESTABELECIMENTO DE REGIME INICIAL MAIS BRANDO; E SUBSTITUIÇÃO DA
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. AUSÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO DE FLAGRANTE ILEGALIDADE A PERMITIR A CONCESSÃO DA ORDEM DE
OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

I - É assente nesta Corte Superior de Justiça que o agravo regimental deve trazer novos
argumentos capazes de alterar o entendimento anteriormente firmado, sob pena de ser
mantida a r. decisão vergastada pelos próprios fundamentos.

II - A Terceira Seção desta Corte, seguindo entendimento firmado pela Primeira Turma do col.
Pretório Excelso, firmou orientação no sentido de não admitir a impetração de habeas corpus
em substituição ao recurso adequado, situação que implica o não conhecimento da
marco aurelio da silva carneiro
impetração, ressalvados casos excepcionais em que, configurada flagrante ilegalidade apta a
coldmails@gmail.com
gerar constrangimento ilegal, seja possível a concessão da ordem de ofício. Não se descure
997.455.937-53
que, para o conhecimento da ordem, faz-se necessário que o direito alegado pela defesa seja
líquido - dispense apuração probatória - e certo - indene de dúvida.

III - In casu, ao cotejar as alegações vertidas na exordial com a fundamentação exposta no


acórdão objurgado, não se divisa a existência de ilegalidade ou constrangimento ilegal ao
direito ambulatorial da agravante . Isso porque a pretensão defensiva não se mostra inconteste
ou incontroversa à luz da normatividade aplicável à espécie e da moldura fático-jurídica
delineada no aresto impugnado.

IV - De mais a mais, a via do writ somente se mostra adequada para a análise da dosimetria
da pena se não for necessária uma análise aprofundada do conjunto probatório e caso se
trate de flagrante ilegalidade. Vale dizer, o entendimento deste Tribunal firmou-se no sentido
de que a "dosimetria da pena insere-se dentro de um juízo de discricionariedade do julgador,
atrelado às particularidades fáticas do caso concreto e subjetivas do agente, somente
passível de revisão por esta Corte no caso de inobservância dos parâmetros legais ou de
flagrante desproporcionalidade" (HC n. 400.119/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares
da Fonseca, DJe de 1º/8/2017).

VI - Na hipótese em foco, indubitavelmente, o acolhimento da pretensão defensiva reclama


verticalização da prova, cognição vedada na via eleita.

Agravo regimental desprovido.

AgRg no HC 797182 / PR.


Rel. Min. Messod Azulay. Quinta Turma. Data de Julgamento em 28/08/2023. Dje em
31/08/2023.

AGRAVO INTERNO. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CUMPRIMENTO DE


SENTENÇA. MEDIDAS COERCITIVAS ATÍPICAS. CPC/2015. SUSPENSÃO DA CNH. OFENSA
DIRETA E IMEDIATA À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO DO PACIENTE. NÃO OCORRÊNCIA.
IMPETRAÇÃO DE HABEAS CORPUS. NÃO CABIMENTO. APREENSÃO DE PASSAPORTE. ADOÇÃO
DE MEDIDAS ATÍPICAS, SEGUNDO REQUISITOS DELINEADOS PELO STJ (ESGOTAMENTO DOS
MEIOS TRADICIONAIS PARA SATISFAÇÃO DO CRÉDITO, DEVIDO PROCESSO LEGAL, DECISÃO
FUNDAMENTADA, NÃO INDICAÇÃO DE BENS À PENHORA E INDÍCIOS DE OCULTAÇÃO DE
PATRIMÔNIO). VERIFICAÇÃO. RECURSO ORDINÁRIO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA
EXTENSÃO, IMPROVIDO. MANUTENÇÃO. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.

1. Na linha da jurisprudência formada no âmbito das Turmas de Direito Privado do STJ, a


suspensão da Carteira Nacional de Habilitação, da qual decorre a restrição do direito de dirigir
veículo automotivo, não configura, em si, ofensa direta e imediata à liberdade de locomoção
do paciente, razão pela qual a correlata decisão não pode ser impugnada por habeas corpus,
mas sim pelas vias recursais ordinárias.

2. Esta Terceira Turma, por ocasião do julgamento do REsp n. 1.782.418/RJ, em que se


discutia justamente a possibilidade, e mesmo a licitude da medida indutiva consistente na
apreensão de passaporte, perfilhou o posicionamento de que "a adoção de meios executivos
atípicos é cabível desde que, verificando-se a existência de indícios de que o devedor possua
marco aurelio da silva carneiro
patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de
coldmails@gmail.com
decisão que contenha fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta,
997.455.937-53
com observância do contraditório substancial e do postulado da proporcionalidade".

2.1 Na hipótese, saliente-se, porque relevante, que tais circunstâncias ? afetas ao


esgotamento das medidas típicas executivas na origem; à efetivação do contraditório; à
existência de elementos idôneos que indicam a existência de patrimônio mais do que
suficiente para o executado fazer frente ao débito exequendo; e à postura absolutamente
injustificada do paciente de dar cumprimento à obrigação ?, encontram-se expressamente
consignadas no acórdão ora impugnado.

3. Agravo interno improvido.

AgInt no RHC 138315 / RJ. Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze. Terceira Turma. Data de Julgamento
em 09/08/2021. Dje em 13/08/2021..
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