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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DELEGADO DE POLÍCIA TITULAR DA

DIRETORIA DE RECURSOS ESPECIAIS DA POLICIA CIVIL DE ALAGOAS -


DRE-DEIC

MARCELA GOMES DE LIMA LISBOA BELTRÃO, servidora pública federal,


casada, inscrita no CPF sob o nº 052.101.844-71, nascida em 21/06/1984, Residente e
domiciliada na Rua Desportista Humberto Guimarães, 232, Edf. Marmaris, Apt 202,
CEP 57035-030 Ponta Verde, Maceió-AL, por seus advogados que abaixo subscrevem,
consoante instrumento de procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença da
autoridade policial, oferecer

NOTITIA CRIMINIS

em face de ANOTONIO MARCOS RIBEIRO DE ALMEIDA, brasileiro,


divorciado, inscrito na OAB/AL sob o n.º 12.795 e TYRONE DA SILVA BRAGA,
brasileiro, divorciado, inscrito na OAB/AL sob o n.º 16.705, ambos com escritório
jurídico na Rua Roberto Simonsen, S/N, Gruta de Lourdes, CEP 57.052-675, Maceió-
AL, consoante as razões fáticas e jurídicas esposadas a seguir.

I – SITUAÇÃO FÁTICA

1. Inicialmente, no dia 03/05/2023, a Sr. Marcela Lisboa, ao consultar seu


nome na internet, localizou a existência de um processo de execução fiscal (Autos sob o
nº 0831457-90.2017.8.02.0001) de um imóvel em que não reside, sendo citada para
pagar despesas de IPTU referente a esse imóvel, situado na Rua José Moque de Araújo,
n.º 95, Bairro Gruta de Lourdes, CEP 57000-000.
2. Ao compulsar os autos do processo, verificou-se que a pessoa de
CARLA MAGALHÃES DE OLIVEIRA (moradora do imóvel), inscrita no CPF sob o
n.º 679.796.454-72, recebeu a citação no dia 23/09/2021, às fls. 44 e 45 do processo
supracitado.

3. Posteriormente, no dia 08/10/2021, no processo referido, houve


manifestação da parte Ré para opor embargos à execução, anexando procuração
outorgando amplos poderes para os Advogados ANTONIO MARCOS RIBEIRO DE
ALMEIDA, inscrito na OAB/AL sob o n.º 12.795 e TAYRONE DA SILVA
BRAGA, inscrito na OAB/AL sob o n.º 16.705, supostamente assinada pela Sra.
Marcela Gomes de Lima Lisboa, às fls. 25. Contudo, a Sra. Marcela Gomes NÃO
ASSINOU procuração alguma, e SEQUER TINHA CONHECIMENTO DA
AÇÃO DE EXECUÇÃO, tão pouco teve contato com esses advogados.

4. Veja-se (fls. 25):


5.

6. Dessa forma, em consonância com os documentos acostados nessa Nottia


Criminis, resta devidamente configurado que Sr. ANTONIO MARCOS RIBEIRO DE
ALMEIDA e o Sr. TAYRONE DA SILVA BRAGA, praticam assim os crimes de
Falsificação de Documento Particular, previsto no Art. 298 do Código Penal, e Uso
de documento falso (Art. 304 do Código Penal) em desfavor do Estado
(Administração Pública) e secundariamente da Sra. Marcela Gomes de Lima Lisboa
Beltrão, motivando a presente nottia criminis, devendo ser INSTAURADO
INQUÉRITO POLICIAL pela autoridade competente para apurar os delitos
mencionado com o fito de que a autoridade policial digne-se a determinar, no relatório
final, PELO INDICIAMENTO DOS NOTICIADOS, a fim de que sejam aplicadas as
penas cominadas dos respectivos tipos penais destacados.
II - DA AUTORIA E MATERIALIDADE DO DELITO

7. Os indícios suficientes de autoria e a prova da materialidade do injusto,


circunstâncias probatórias imprescindíveis a observação da justa causa no processo
penal, restam indubitavelmente comprovadas através do Processo de Execução Fiscal
N.º 0831457-90.2017.8.02.0001 e da procuração falsificada, anexada a essa nottia
criminis.

III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

III.I- DA FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR - ART. 298 DO


CÓDIGO PENAL

8. É cediço que o crime de falsificação de documento particular está


tipificado no Código Penal brasileiro, mais especificamente no artigo 298. Trata-se de
uma conduta ilícita que afeta a segurança e a confiabilidade dos documentos utilizados
na sociedade, bem como a ordem pública e a boa-fé nas relações jurídicas.

9. A falsificação de documento particular ocorre quando alguém, de forma


dolosa e com o objetivo de enganar ou fraudar, altera, falsifica ou produz documento
não autêntico, que possa ser utilizado como meio de prova em algum ato jurídico. Essa
conduta envolve a criação, modificação ou uso de documentos falsos, como contratos,
declarações, procurações, entre outros.

10. Ao falsificar um documento particular, o autor visa iludir terceiros,


induzindo-os a erro e prejudicando seus direitos e interesses legítimos. Isso compromete
a segurança das transações comerciais, a confiabilidade dos documentos utilizados no
âmbito jurídico e a própria credibilidade do sistema de justiça.

11. Estabelece o Art. 298 do Código Penal:

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento


particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
12. Nesse sentido, a gravidade desse crime reside no fato de que a
falsificação de documento particular tem potencial para gerar prejuízos significativos,
tanto no âmbito individual quanto no coletivo. Por meio dessa conduta, é possível obter
vantagens indevidas, burlar obrigações legais, cometer fraudes e lesar terceiros.

13. É o que se precede no caso em tela, quando se verifica substancialmente


que houve falsificação de documento particular para ludibriar o Sistema de Justiça
Pública, trazendo prejuízos alheios para a suposta vítima e também para administração
pública, devendo necessariamente, após instauração de inquérito policial (acaso não
tenha sido instaurado) para investigação, haver o indiciamento dos supostos
acusados.

III.V – DO USO DE DOCUMENTO FALSO – ART. 304 DO CÓDIGO PENAL

14. Por fim, ainda, pode-se verificar que os recursos obtidos de maneira
ilícita e as diversas vantagens indevidas se deram em razão do uso dos documentos
particulares e assinaturas, todos falsificados

15. Assim, dispõe o Art. 304 do Código Penal:

Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis


falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297
a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

16. Dessa forma, o crime de uso de documento falso trata-se de conduta


ilícita que consiste em utilizar um documento falsificado, alterado ou adulterado,
sabendo de sua falsidade, com o intuito de obter vantagem indevida para si ou para
terceiros.

17. Portanto, é imperioso que se abra procedimento investigativo para apurar


as condutas tipificadas e narradas nessa Nottia criminis, para fins de investigação para
eventual persecução penal.

IV – DOS REQUERIMENTOS
Diante de todo o exposto, requer os seguintes termos:
a) A INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL pela autoridade
policial para que seja apurado os crimes previstos no Art. 298 e 304, todos do Código
Penal;

b) A produção de todas as provas em direito admitidas;

c) E, por fim, digne-se a autoridade policial, determinar pelo


INDICIAMENTO DOS REPRESENTADOS, a fim de que sejam aplicadas ao
representado, as penas cominadas nos Art. 298 (Falsificação de documento particular) e
Art. 304 (Uso de documento falso), todos do Código Penal.

Termos em que,

Pede deferimento.
Maceió/AL, 28 de junho de 2023.

DOUGLAS BASTOS RODRIGO MONTEIRO THYAGO SAMPAIO


OAB/AL 8.012 OAB/AL 9.580 OAB/AL 7.488

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