Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Autos nº 0732991-27.2018.8.02.0001
o que faz com supedâneo no artigo 403, §3º do Código de Processo Penal e nos demais
normativos de regência, pelas razões de fato e direito a seguir expostas.
II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA –
1
https://portal.tjpr.jus.br/jurisprudencia/j/4100000022684411/Ac%C3%83%C2%B3rd
%C3%83%C2%A3o-0005928-52.2013.8.16.0131;jsessionid=eded61218de0b71df02b80c799ea
Chamada do Guardião: 04/12/2018 08:10:18 Mídia:
55(82)999790818 Alvo: THAISY 9583213.WAV
Telefone do Interlocutor: 82999929244 Comentário:
THAISY x HNI: Depósito bancário. Transcrição:
THAISY diz que depositará um dinheiro na conta de
HNI. HNI pergunta quanto é o valor. THAISY diz que
falará pelo "WhatsApp".
17. O crime de uso de documento falso é uma infração penal que ocorre
quando alguém utiliza um documento falso, sabendo de sua falsidade, com o intuito de
obter vantagem indevida, enganar terceiros ou prejudicar direitos alheios. Esse tipo de
delito é previsto em diversos ordenamentos jurídicos, incluindo o brasileiro, onde está
tipificado no artigo 304 do Código Penal.
18. Na denúncia ministerial, o que se percebe é que, em razão da
transferência do valor supracitado de R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais) que a Sr.
Thaisy realizou para o Sr. Kleiton, este teria incorrido para praticar todos os crimes que
suporta à acusação do Ministério Público. Não há, no presente processo, qualquer
elemento de informação ou prova que possa corroborar ou entender que o Sr. Kleiton
teria praticado o crime de uso de documento falso em relação ao suposto empréstimo
fraudulento que tinha como vítima a Sr. Maria Telma.
19. Como anteriormente fora dito, na própria transcrição da interceptação
telefônica é dito pela Sr. Thaisy que iria transferir um valor para conta do seu namorado
Kleiton, contudo, sem explicar a origem e proveniência dos valores.
20. Douto Juízo, não há prova substancial que demonstre que o Sr. Kleiton
incorreu para o delito, ou que tinha conhecimento e acordo de vontades com qualquer
um dos acusados no processo. Não se deve prosperar a condenação do Defendente, em
respeito ao princípio constitucional in dubio pro reo, emanado na nossa Carta Magna de
1988.
21. Logo, o princípio "in dubio pro reo" é um importante fundamento
jurídico que significa, em tradução livre, "na dúvida, a favor do réu". Em resumo, o
princípio "in dubio pro reo" visa proteger os direitos e garantias individuais do acusado
em um processo criminal. Ele reforça a presunção de inocência, a ampla defesa, o ônus
da prova da acusação e a proporcionalidade no sistema de justiça penal, assegurando
que a dúvida seja interpretada em favor do réu e evitando condenações injustas.
22. Não é outro o entendimento do Superior Tribunal de Justiça ao firmar
jurisprudência a respeito do princípio supracitado, vejamos:
2
https://www.stj.jus.br/websecstj/cgi/revista/REJ.cgi/MON?
seq=103888831&tipo=0&nreg=201900965553&SeqCgrmaSessao=&CodOrgaoJgdr=&dt=20191202&for
mato=PDF&salvar=false
OCULTAÇÃO OU DISSIMULAÇÃO DE VALORES – ART. 1º DA LEI
9.613/98 ATIPICIDADE DA CONDUTA – ABSOLVIÇÃO – ART. 386, INCISO
III, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
3
https://www.conjur.com.br/2023-abr-27/crime-antecedente-ministro-stj-absolve-lavagem
de dinheiro supostamente oriundo do tráfico de drogas e de organização criminosa
destinada ao comércio de entorpecente.
https://www.conjur.com.br/2023-abr-27/crime-
antecedente-ministro-stj-absolve-lavagem
34. Logo, em razão à ausência de tipicidade para praticar tal delito, merece e
deve ser absolvido da acusação de lavagem de capitais, nos termos do Art. 386, inciso
III do Código de Processo Penal, bem como também do inciso VII do mesmo
dispositivo legal.
VI – DOS REQUERIMENTOS
Diante todo o acima exposto, requer:
4
https://www.stj.jus.br/websecstj/cgi/revista/REJ.cgi/ITA?
seq=1849867&tipo=0&nreg=201802515547&SeqCgrmaSessao=&CodOrgaoJgdr=&dt=20190822&format
o=PDF&salvar=false
concorreu para a infração penal imputada e principalmente, por não existir
provas suficientes para a condenação;