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de Risco
Pós-Graduação em
Proteção e Defesa
Civil
EAD
Campus Santa Luzia
Moisés Magalhães de Sousa
Filemom Henrique Costa Fernandes
Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
Palavra dos autores
Caros alunos,
É com grande satisfação que trazemos a vocês este caderno didático intitulado “Vistorias
Técnicas em Áreas de Risco”. Nele, exploraremos temas fundamentais relacionados à
avaliação das estruturas, com foco na atuação dos agentes responsáveis pelas vistorias
das edificações e áreas de risco.
Este caderno didático visa fornecer a vocês uma visão abrangente e atualizada sobre os
aspectos essenciais das vistorias técnicas em áreas de risco. Esperamos que esta leitura
amplie o entendimento de todos sobre o tema e contribua para seu crescimento
profissional.
Este caderno didático será estudado em uma semana e os objetivos de aprendizagem são
apresentados a seguir:
Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos. Fique atento quando eles
aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:
Objetivo
1. INTRODUÇÃO
(...) VII - vistoriar edificações e áreas de risco e promover, quando for o caso,
a intervenção preventiva e a evacuação da população de áreas de alto risco
ou das edificações vulneráveis (grifo nosso).
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Vistorias técnicas em áreas de risco
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Vistorias técnicas em áreas de risco
Uma estrutura com desempenho insatisfatório em determinado momento não significa que
ela esteja condenada. O objetivo principal da Patologia das Construções é avaliar essa
situação, buscando intervenções técnicas imediatas para reabilitar a estrutura, quando
ainda possível (Souza; Ripper, 2009).
Importante destacar que uma obra sem projeto e sem acompanhamento
técnico tem grande possibilidade de ser executada com uma série de
anomalias, defeitos ou imperfeições que podem afetar a sua estabilidade,
utilização e a finalidade a qual se destina.
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Figura 3a - Vistorias realizadas por Figura 3b - Vistorias realizadas por militares do CBMMG em
militares do CBMMG em áreas de risco áreas de risco
2. SISTEMA ESTRUTURAL
A estrutura convencional de uma edificação normalmente é constituída por um esqueleto
formado por elementos estruturais, tais como: lajes, vigas, pilares e fundações, retratados
nas Figuras 4a e 4b.
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As lajes são placas horizontais que recebem o carregamento vertical dos pavimentos e
cobertura de uma estrutura. Estas cargas variam de acordo com a utilização do espaço,
incluindo pessoas, mobiliário, equipamentos e outros elementos.
As vigas são elementos lineares que têm a função de receber de forma distribuída as
cargas provenientes da laje, bem como de paredes e outros elementos apoiados sobre
elas.
Os pilares são elementos lineares que recebem o carregamento das vigas e lajes, sendo
responsáveis por transmitir os esforços de toda a estrutura para a fundação.
A fundação é um elemento estrutural que transmite as cargas de uma edificação para uma
camada resistente do solo. Existem diversos tipos de fundações, e a escolha do mais
adequado depende das cargas da edificação e da profundidade da camada resistente do
solo.
No sistema convencional de construção, as paredes apenas fecham os
vãos entre pilares e vigas, ou seja, elas têm apenas a função de vedação
(cf. Figura 4b).
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em décimos de milímetro.
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Fig
ura 7a - Destacamento entre alvenaria e estrutura
Figura 7b - Trincas de cisalhamento nas alvenarias
Fonte: Thomaz (2007)
Fonte: Thomaz (2007)
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As fissuras por variação de umidade variam em função das propriedades hidrotérmicas dos
materiais e das variações da temperatura e umidade. As figuras 9a, 9b e 9c apresentam
alguns desses exemplos.
A expansão dos tijolos por Fissuração horizontal na base da O fluxo de água interceptado no
absorção de umidade provoca alvenaria por movimentações peitoril da janela escorre,
o fissuramento vertical da higroscópicas diferenciadas: as provocando fissuração da
alvenaria no canto do edifício. fiadas inferiores, mais sujeitas à argamassa do revestimento.
umidade, apresentam
maior expansão em relação às
fiadas superiores.
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Fi
gura 10a - Fissuras verticais causadas por
Figura 10b - Fissuras horizontais causadas por
sobrecarga vertical
sobrecarga
Fonte: Thomaz (2007)
Fonte: Thomaz (2007)
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direção à face inferior da viga, onde as fibras estão mais sujeitas à tração, como na Figura
11a (Thomaz, 2007).
O vídeo a seguir apresenta o conceito de estruturas isostáticas:
https://www.youtube.com/watch?v=StvoV_8AEVI
Figura 11a - Fissuras típicas de uma viga Figura 11b - Fissuras de cisalhamento
subarmada solicitada à flexão Fonte: Thomaz (2007)
Fonte: Thomaz (2007)
Em lajes maciças com grandes vãos, os esforços gerados perto dos cantos podem resultar
em fissuras inclinadas. A Figura 12 ilustra esse tipo de fissuramento em uma laje
simplesmente apoiada, com armadura em cruz e sujeita a carregamento distribuído
(Thomaz, 2007).
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PAREDES SEM PORTAS E JANELAS PODEM TER TRÊS TIPOS COMUNS DE FISSURAS:
Nas regiões de balanço das vigas, observa-se um exemplo comum de fissuras causadas
por falta de rigidez estrutural. A deformação da viga nessas partes geralmente causa
fissuras de cisalhamento na alvenaria ou separação entre a parede e a estrutura (Thomaz,
2007).
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4.1 Introdução
Conforme visto no capítulo 2, a fundação é um elemento estrutural que transmite as cargas
de uma edificação para uma camada resistente do solo. As fundações são elementos
essenciais em uma construção e podem ser classificadas em duas categorias:
superficiais e profundas.
As fundações superficiais são instaladas na superfície do solo, em profundidades rasas, e
indicadas para terrenos com boa capacidade de suporte. Como exemplos, destacam-se as
sapatas, blocos e radiers.
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TIPOS DE FUNDAÇÕES
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Toda vez que a resistência dos componentes da edificação for superada pelas tensões
geradas pela movimentação ocorrerão fissuras. As figuras a seguir apresentam padrões
típicos de deslocamentos e correspondentes fissuras:
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Figura 20a: Fissuras em fundação sobre aterro Figura 20b: Fissuras em fundação submetida à
alteração do nível de água
Fonte: Ortiz (1983)
Fonte: Milititsky, Consoli e Schnaid (2008)
Fonte: Nierdermermeyer (2017). Disponível em: Fonte: Nierdermermeyer (2017). Disponível em:
<https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ <https://www.nucleodoconhecimento.com.br/
engenharia-civil/recalque-de-fundacoes> Acesso engenharia-civil/recalque-de-fundacoes> Acesso
em: 10 nov. 2023 em: 10 nov. 2023
A vegetação também pode interferir na fundação das edificações. As raízes extraem água
do solo para manter seu crescimento, modificando o seu teor de umidade. Em solos
argilosos, as variações de umidade provocam mudanças volumétricas e qualquer fundação
localizada nesta área apresentará movimentações e provavelmente patologias causadas
por recalques localizados (Milititsky et al., 2008).
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Dica dos professores: Para melhorar seu aprendizado em relação ao conteúdo, leia
o artigo “Patologias das fundações”, disponível em:
<http://ojs.toledo.br/index.php/engenharias/article/view/2543/148>
Após realizar todas as leituras desta semana, vá até a sala virtual e realize a atividade
avaliativa deste módulo.
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REFERÊNCIAS
BITTENCOURT, Douglas M. A. Sistema de Fundação: sobre o projeto de fundações.
Goiania, [2010]. 25 slides, color. Disponível em:
https://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17430/material/
PUC_FUN%20_02_Sistemas%20de%20Funda%C3%A7%C3%A3o%20e%20projeto.pdf.
Acesso em: 14 ago. 2023.
BRASIL. Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Dispõe sobre a proteção e a defesa civil.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 abr. 2012. Seção 1, p. 2.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Secretaria Nacional de Proteção e
Defesa Civil. Classificação Brasileira de Desastres - COBRADE. Edição 2021. Brasília,
DF: MDR, Sedec, 2021.
CERÂMICA CONSTRULAR (Santa Catarina) (org.). Tipos de fundação: você sabe qual é
o ideal para sua obra? você sabe qual é o ideal para sua obra? 2020. Disponível em:
https://ceramicaconstrular.com.br/tipos-de-fundacao/. Acesso em: 14 ago. 2023.
CRUZ, Regina Celia de Souza. INFRA-ESTRUTURAS. RN, 2012. 29 slides, color.
Disponível em: https://docentes.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-
edificios/fundacoes. Acesso em: 14 ago. 2023.
MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, N. Cesar; SCHNAID, Fernado. Patologia das
Fundações, Ed. Oficina de Textos, São Paulo, 2008.
SANTOS, Guilherme Veloso dos. Patologias devido ao recalque diferencial em
fundações. Brasília, 2014. Disponível em: <
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/6389/1/21113271.pdf > Acesso em
SOUZA, Vicente Custódio de; RIPPER, Thomaz. Patologia, recuperação e reforço de
estruturas de concreto, Ed. Pini. São Paulo, 1998.
THOMAZ, Ercio. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação, Ed. Pini. São
Paulo, 1989.
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Características deste livro:
Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital
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