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SÃO PAULO
2015
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SÃO PAULO
2015
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Banca Examinadora
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Gilberto Gil
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Dedicatória
momentos difíceis.
Agradecimentos
Resumo
SUMÁRIO
Antes mesmo de citar as fases que compõem esta atividade, vale inferir
que este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) faz parte de uma
especialização onde se formarão dezesseis (16) especialistas para o mercado
de trabalho, em Emprego Apoiado pela Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP) 2015, sob a coordenação dos doutores: Dr.º Marinho Jorge Scarpi,
Dr.ª Andrea Perosa Saigh Jurdi, professores titulares da universidade
referenciada, além do Consultor em Emprego Apoiado Alexandre Prado Betti,
que escreveu o primeiro livro sobre (EA) no Brasil “Emprego Apoiado” em 2011.
Retomando o texto, prosseguimos com o (Quadro I) a seguir, no qual será
apresentado as etapas que norteiam o trabalho do Consultor em Emprego
Apoiado, para o processo inclusivo do usuário no mercado formal de trabalho.
Este processo ocorre em três fases conforme segue:
Descoberta
Antes da contratação:
Elaboração do perfil vocacional e
profissional do usuário do EA;
Busca e análise de postos de
trabalho adequados;
Assessoria e apoio as empresas.
Desenvolvimento de Emprego
Posto de Trabalho:
Instrui e apoia tecnicamente o
usuário de EA;
Orienta e assessora o empresário
e os funcionários internamente;
Trabalha as habilidades sociais
com o usuário de EA.
Acompanhamento pós-colocação
Pós Contratação:
Desenvolve ações de apoio à
manutenção do Posto de Trabalho
1.1 Justificativa
Ainda de acordo com Silva (2015 p.18) as pesquisas revelam que o último
censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em
2010 confirma que a população total, no Brasil, compõe 190.755.799 pessoas e
o número de pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas, soma
45.623.910 pessoas, ou seja, 23,9% da população possui algum tipo de
deficiência.
Silva (2015, p.21) informa que:
Segundo o Relatório Mundial sobre a Deficiência (2012), há
trabalhadores e empresários com deficiência pelo mundo todo, ou seja,
quase todos os trabalhos podem ser realizados por alguém com
deficiência, ressaltando que no ambiente adequado, qualquer pessoa
pode ser produtiva. Ou seja, as pessoas com deficiência estão
presentes, praticamente, em todas as atividades e partilham das suas
aptidões em corporações que valorizam a diversidade, indicando que as
pessoas com deficiência, em ambientes acessíveis e com os apoios
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3Sumário Relatório Mundial sobre Deficiência – Governo do Estado São Paulo - Organização
Mundial da Saúde 2011 - O Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde concedeu os direitos
de tradução em Língua Portuguesa à Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com
Deficiência de São Paulo, que é a única responsável pela exatidão da edição em Linguagem
Portuguesa.
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1.2 Objetivos
1.3 Hipótese
Este capítulo tem como objetivo oferecer uma visão geral sobre Emprego
Apoiado.
Conforme já mencionado o EA surgiu a mais de trinta anos nos Estados
Unidos, com a proposta metodológica de inserção de pessoas com deficiência
no mundo do trabalho, e posteriormente ampliando-se para pessoas em situação
de exclusão social com especial dificuldade em encontrar um emprego.
Vale explicar que ao referir-se as pessoas em situação de exclusão social7
a literatura pesquisada define que este grupo de pessoas aponta para:
pessoas com transtornos do espectro autista, pessoas como mobilidade
reduzida, mulheres em situação de violência, pessoas em situação de
liberdade assistida ou em situação de rua, migrantes em situação de
risco e exclusão social, desempregados de longa duração, trabalhadores
reabilitados com dificuldades de inserção no mercado de trabalho,
egressos do sistema prisional, toxicodependentes, pessoas com
epilepsia, pessoas libertadas do trabalho escravo, pessoas com
diversidade de orientação sexual ou com identidades de gênero
divergentes do sexo designado no nascimento, população (GLBTT):
Gays, Lésbicas Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros.
6 Este capítulo foi adaptado a partir de uma apostila referente a: Emprego Apoiado: curso de ead
para inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.- / [Instituto de Tecnologia
Social, Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social=SECIS]. – São Paulo: Instituto
de Tecnologia Social / MCTI-SECIS, 2013 – Módulo !.
7 Módulo 1 – Introdução ao Emprego Apoiado – ITS BRASIL, p.4.
8 Assistencialismo é a doutrina ou prática política que defende a assistência aos mais
deve se sentir contente na atividade ou função na qual foi designado, bem como,
realizado com as condições de trabalho, em situação de igualdade comparado
aos demais empregados da empresa.
O EA abrange um conjunto de serviços e ações denominados apoios,
destinados às pessoas com deficiência, entretanto, a população beneficiada pelo
EA é mais ampla, conforme já explicitado, também apoia outras pessoas em
situação especial de exclusão social, para que possam ingressar no mundo de
trabalho com salários e benefícios dignos em pé de igualdade conforme rege a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2008, p.8-9):
Artigo 5 - Igualdade e não-discriminação:
1- Os Estados Partes reconhecem que todas as pessoas são iguais
perante e sob a lei e que fazem jus, sem qualquer discriminação,
a igual proteção e igual benefício da lei.
2- Os estados Partes proibirão qualquer discriminação baseada na
deficiência e garantirão às pessoas com deficiência igual e
efetiva proteção legal contra a discriminação por qualquer
motivo.
3- A fim de promover a igualdade e eliminar a discriminação, os
Estados partes adotarão as medidas apropriadas para garantir
a adaptação razoável seja oferecida.
4- Nos termos da presente Convenção, as medidas especificas que
forem necessárias para acelerar a efetiva igualdade das
pessoas com deficiência não serão consideradas
discriminatórias.
lentes para as Pessoas com Deficiência, tendo em vista a Lei de Cotas 8213/91
no intuito de contribuir para inclusão da Pessoa com Deficiência no mundo do
trabalho, objetivando expandir o perfil do Consultor em Emprego Apoiado, como
um facilitador no processo de Gestão de Pessoas dentro das corporações.
Portanto, ao considerar este assunto, vale citar o artigo 27º da Convenção
dos Direitos da Pessoa com Deficiência, no qual a Organização das Nações
Unidas (ONU), declara que:
Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência
ao trabalho, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Esse direito abrange o direito à oportunidade de se manter com um
trabalho de sua livre escolha ou aceitação no mercado laboral, em
ambiente de trabalho que seja aberto, inclusivo e acessível a pessoas
com deficiência. (p. 55-56).
9Em julho de 1991 a Lei nº 8.213 apresenta o artigo 93, “Lei de Cota” que dispõe sobre os Planos
de Benefícios da Previdência e dá outras providências. Prevê a contratação de pessoas com
deficiência definindo que a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de
2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência.
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Silva (2015) adverte que ainda há muito a ser feito no que se refere à
inclusão da pessoa com deficiência, daí a importância da realização de
campanhas, produções de materiais informativos, realização de encontros,
fóruns, conferências e outros recursos, como por exemplo: Emprego Apoiado,
que são primordiais para disseminar conhecimento e contribuir para inclusão de
modo geral tendo em vista seus objetivos para fortalecer a inclusão de modo
geral.
A partir destas reflexões acredita-se que em parte começa-se a atingir a
proposta desta pesquisa, discorrendo de como Gestão de Pessoas e Emprego
Apoiado podem dialogar para realizar inclusão de pessoas com deficiência nas
empresas com maior efetividade e eficácia.
Segundo Dessler (2003), com a chegada da tecnologia surgem novos
departamentos ou setores e a área de Recursos Humanos ou Gestão de
Pessoas, passa a desempenhar novas atividades e assumir outras
responsabilidades, o empregado se torna uma questão decisiva para o sucesso
da empresa. Com isso, o setor de recrutamento e seleção, adota um perfil mais
especialista, para atender as novas exigências que se desdobram para
treinamento, desenvolvimento e promoção de funcionários.
Tendo em vista tais demandas, Dessler (2003) explicita:
(...) significa que é mais importante do que nunca contratar as pessoas
certas e treiná-las e motivá-las efetivamente. (...) demanda um sistema
de RH mais efetivo. (...) as melhores práticas de RH para muitas
empresas, hoje em dia, incluem contratação altamente seletiva, equipes
de trabalho e tomadas de decisões descentralizadas, altos salários,
treinamento extensivo, diminuição das diferenças de status (...) que vê
as pessoas como uma fonte de vantagem competitiva (...). (p. 9-10).
Segundo Silva (2015) o que o autor considera quando faz esta citação é
que as contratações de funcionários, de modo geral, nas corporações estão
conectadas diretamente as vantagens competitivas, na qual a empresa compra
a força de trabalho para fazer funcionar sua organização.
O interessante é que todas essas reflexões de alguma forma contemplam
as perspectivas do EA que culminam de forma explicita os objetivos que as
empresas “precisam contratar, treinar e motivar” seus profissionais, haja visto,
31
Dessler (2003) diz que quando uma contratação é malfeita, poderá onerar
custos para empresa, sem contar o tempo dispensado para entrevista durante o
processo seletivo, como, levantamento cadastral contendo referências do
candidato, viagens do profissional de RH quando o processo seletivo é realizado
em outra região. (SILVA 2015, p.30).
Vale destacar ainda que funcionários com habilidades e competências
adequadas a função tendem trabalhar melhor para a empresa, mas motivado e
satisfeito. Enquanto que funcionários despreparados, sem as devidas
habilidades e qualidades para a atividade a ser exercida, pode criar dificuldades
de relacionamento ou problemas para execução da função, acarretando
prejuízos em seu desempenho. Portanto, recomenda-se avaliar o profissional
antes mesmo de ser contratado, já que após sua contratação este deverá ser
capacitado para o exercício do cargo. (SILVA 2015).
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12 Vale pontuar que embora nos documentos oficiais ainda se encontre termos como “portador
de deficiência” ou ainda “portador de necessidades especiais”, bem como grande parte da
sociedade de modo geral, também se reporte a Pessoa com Deficiência utilizando termos
inadequados, por falta de familiarização ou mesmo desconhecimento da terminologia adequada,
cabe esclarecer que o termo “portador” implica em algo que se “porta” remetendo a algo
temporário. A deficiência por sua vez é algo permanente, no qual não cabe o termo “portador”.
Contudo, deve-se pontuar que por influência do Ano Internacional em 1981, foi estabelecido pela
ONU a expressão “pessoa portadora de deficiência” ou “portadores de deficiência” tendo em
vista, o que até então, eram termos comuns: “aleijado”, “defeituoso”, “incapacitado”, “invalido”
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entre outros. Foi a partir de 1990 que a terminologia “Pessoa com Deficiência” começou a ser
usada e permanece até hoje. Portanto, utilizaremos o termo Pessoa com Deficiência (PcD), sem
a intenção de criar rótulos, pois é sabido que em se tratando de uma sociedade inclusiva o
cuidado com a linguagem se faz necessário. (Grifos do autor).
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Fontes de Apoio – podem ser a própria pessoa, outras pessoas, serviços, tecnologia.
Intensidade de Apoio: intermitente, limitado, extensivo e pervasivo.
Tipos de Apoio: Natural, tecnológico e modificação do ambiente.
CAPÍTULO IV – METODOLOGIA
4.2. Resultados
c) 1950 a 1965 - fase tecnicista - Foi nesta fase que o Brasil implantou o
modelo americano de gestão de pessoas. A atividade acaba se firmando em
função da chegada de empresas multinacionais, principalmente aquelas ligadas
ao ramo automobilístico. Implementação dos subsistemas de RH, e
operacionalização dos serviços de Treinamento, Recrutamento e Seleção,
Cargos e Salários, Higiene e Segurança do Trabalho, Benefícios e outros. Daí
a preocupação com o desempenho e a eficiência.
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Marras (2009) pontua que são quatro campos a serem analisados para
definir e atender as exigências para descrição de um cargo:
1- Requisitos Mentais;
2- Requisitos Físicos;
3- Responsabilidades;
4- Condições de Trabalho.
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3- Responsabilidade
Por Material ou produto
Por Ferramentas/equipamentos
Por Erros
Por Valores
Por Contatos
Por Subordinados
Por dados confidenciais
4- Condições de Trabalho e/ou Ambientais
Riscos
Elementos Internos
Elementos Externos
Fonte: Marras (2009 p.100), adaptada por Silva (2015).
Vale pontuar que a descrição de cargo tem como grande objetivo registrar
as tarefas que compõem um cargo, analisar os diversos requisitos exigidos para
a função, bem como, condições de trabalho, complexidade das tarefas,
conhecimentos específicos etc.
Para elaboração da descrição de função apresentamos a seguir o
(Quadro VI) com a descrição da metodologia do Emprego Apoiado segundo o
Instituto Universitário de Integração na Comunidade, ÚNICO, Universidade de
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13Este capítulo foi adaptado a partir de uma apostila referente a: Emprego Apoiado: curso de
ead para inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.- / [Instituto de Tecnologia
Social, Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social=SECIS]. – São Paulo: Instituto
de Tecnologia Social / MCTI-SECIS, 2013 - Módulos IV, V, VI, VII, VIII e IX.
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Figura 01
Perfil da Perfil do
Pessoa com Posto de
Deficiência Trabalho
Desenvolvimento
de Apoios
14http://www.mte.gov.br/index.php/servicos/2015-08-18-14-01-14/historico-da-cbo-10 - acesso
29/11/2015 - 21:11
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Descrição de Cargo
DESCRIÇÃO SUCINTA
TAREFAS PERIÓDICAS
TAREFAS OCASIONAIS
CONHECIMENTOS EXIGIDOS
HABILIDADES
EXPERIÊNCIA ANTERIOR
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BOCK, Ana Mercês Bahia – Psicologia fácil / Ana Mercês Bahia Bock, Maria de
Lourdes Trassi Teixeira, Odair Furtado, - São Paulo : Saraiva, 2011.
GIL, A. C. – Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
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_______. – Como elaborar projetos de pesquisa / Antonio Carlos Gil. -5. ed. São
Paulo : Atlas, 2010.
SITES de Pesquisas:
www.itsbrasil.org.br – acesso em 05/10/2015 às 17:51.
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ANEXOS
15
Silva (2015, p.95-103)
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16 Lei de Cotas nº 8213/91 – de 24 de julho de 1991 – Dou de 14/08/1991, conhecida como “Lei
de Cotas”, criada para possibilitar o ingresso de pessoas com deficiência no mercado formal de
trabalho.
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Gil (2012), no resgate histórico que faz com minúcias, em seu livro
Caminhos da Inclusão, relembra a fala de Eneida Ferrer Ferguson, em 2009,
então diretora técnica para monitoramento do programa de ação da década
(Sediscap) da Organização dos Estados Americanos (OEA), na abertura da
reunião técnica internacional sobre o desenvolvimento do índice de
inclusividade, quando declara: “poucos são os países com medidas
administrativas, legislativas, judiciais e políticas públicas como o Brasil, poucos
possuem programas e ações coordenadas e uma visão de garantia de direitos
humanos para pessoas com deficiência como ele”. (p.18).
Segundo Paulo Vannuchi, então Ministro de Estado Chefe da Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), “O Brasil foi
enaltecido por coordenar medidas administrativas, legislativas, judiciais e
políticas públicas, sendo considerado um dos países mais inclusivos das
Américas17”.
Ainda de acordo com Vannuchi (2010), foram grandes as conquistas que
sem a atuação engajada e militante da sociedade civil organizada, não teria sido
possível. Entretanto, ainda são inúmeros desafios que precisam ser superados.
Segundo ele, nos últimos anos importantes passos foram dados. A partir
da interação democrática entre estado e sociedade civil, conforme já relatado
muitas decisões foram tomadas, e o Brasil deu longos passos e interagiu
inclusive, internacionalmente, no marco civilizatório em direitos humanos.
Vale ainda pontuar que: “esse espaço foi constituído com muita luta,
embates políticos, mas também, com conquistas importantes, embora, em
muitos momentos sob a omissão do governo e com total invisibilidade por parte
da sociedade” (p.11).
É neste período de debates e discussões sobre os direitos da pessoa com
deficiência, que este grupo passa a protagonizar de forma brilhante,
assegurando a garantia de seus direitos em várias áreas da existência humana.
Maior (2010) declara sobre seu livro e filme-documentário História do Movimento
Político das Pessoas com Deficiência no Brasil desenvolvido a partir deste
movimento que:
É a conquista da memória e da visibilidade desse movimento de luta por
direitos das pessoas com deficiência. (...). É uma parte dessa história
construída com fatos e episódios de pessoas que colocaram suas
emoções, seus arquivos pessoais, seus sentimentos de pertencimento e
a oportunidade de reviver momentos de muita luta, conquistas e também
de derrotas. (p. 11).
A partir deste resgate, pode-se inferir que o movimento das pessoas com
deficiência passou por grandes avanços e ajustes que contribuiu e contribui para
mudanças relevantes objetivadas na forma da lei. Mas essas leis não são
aplicadas por problemas de diferentes ordens, ou geram formas perversas de
inclusão.
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Fonte: Equipe de Autores, ITS BRASIL, Módulo 1 – Introdução ao Emprego Apoiado – ITS
BRASIL, p.4, adaptado por Silva (2015).