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1 – SUA MAIOR BATALHA ESTÁ NA MENTE

Entenda que a maior batalha da sua vida não será travada no mundo exterior, a
maior guerra está na sua mente, em como você se enxerga e nas lentes que você
usa para enxergar o mundo.

A mentalidade é a base de tudo o que você vai construir. A mentalidade é o


terreno. A mentalidade errada afeta você, as pessoas que estão a sua volta e os
seus alunos.

Muitas pessoas não conseguem reter o aluno por muito tempo porque não
consegue perceber as dores, anseios e limitações dos alunos.

O estudo da persona é um dos estudos mais importantes para compreender o


aluno que chega e o cliente ideal que você tanto deseja (falaremos sobre isso de
maneira profunda na imersão)

Muitos professores separam os alunos em:

- Talentosos, não talentosos, preguiçosos, esforçados, limitados etc.

Os professores querem dar aula para alunos que sejam interessados, para quem
quer aprender de verdade, para quem estuda em casa e para quem curte música
boa. Quando o professor coloca estes emblemas nos alunos, começa uma
contagem regressiva para perder o aluno e para perder a motivação de dar aula
(2 problemas).

2 – A MENTALIDADE CORRETA SOBRE APRENDER E ENSINAR:

A inteligência de um indivíduo não é uma quantidade fixa que não pode ser
modificada. “Com prática treinamento e, acima de tudo, método, somos capazes
de aperfeiçoar nossa atenção, nossa memória e nossa capacidade de julgamento,
tornando-nos mais inteligentes do que éramos antes.”

Vou me valer do excelente livro da Drª Carol Dweck para abrir esta fase sobre
mentalidade. Cada ser humano possui uma dotação genética específica. As
pessoas podem ter diferentes temperamentos e aptidões no início de suas vidas,
mas evidentemente a experiência, o treinamento e o esforço pessoal conduzem-
nas no restante do percurso.

Nem sempre as pessoas que começam a vida como as mais inteligentes acabam
sendo as mais inteligentes.
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Entenda que as suas qualidades são mutáveis, você é um ser humano em
transformação. Cada um de nós é capaz de se modificar e desenvolver por meio do
esforço e da experiência.

A crença de que é possível desenvolver as qualidades desejadas cria uma paixão


pelo aprendizado. Isso é importante para você e para seus alunos. Você precisa ser
a pessoa que vai comunicar que o estado de dificuldade não é permanente.

As qualidades podem ser amplificadas e as deficiências podem ser vencidas.

DOM DIVINO? Quando entendemos isso questionamos as crenças que recebemos


sobre um dom divino que só algumas pessoas possuem para a música. Perceba que
na própria Bíblia você não encontrará nada a respeito de dom para música ou dom
para qualquer outra atividade profissional, você encontrará apenas dons
espirituais.

Portanto, por mais que exista uma predisposição genética, isso não é o principal
parâmetro para determinar aonde você pode chegar na sua carreira e na sua vida.
Todos podem empreender, todos podem tocar e todos podem ensinar.

Não existe um limite genético até onde você pode chegar.

Pessoas com uma mentalidade fixa pensam assim:

- Sua inteligência é algo muito pessoal e você não pode transformá-la demais.

- Você é capaz de aprender coisas novas, mas, na verdade, não pode mudar seu
nível de inteligência.

Pessoas com mentalidade de crescimento pensam:

- Qualquer que seja seu nível de inteligência, sempre é possível modificá-la


bastante.

- Você é capaz de mudar substancialmente seu nível de inteligência. Com qual


destes dois grupos você concorda mais?

Seja sincero sobre como era sua mentalidade até este momento.

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3 - AFETANDO O PROFESSOR E O EMPREENDEDOR:

Sua percepção sobre si mesmo e sobre as pessoas vai afetar a maneira como você
lida com o fracasso na sua vida pessoal, na sua carreira e na vida dos seus alunos.

Para quem possui a mentalidade fixa, o fracasso está em encontrar uma adversidade.
Tirar uma nota baixa, perder uma competição, ser despedido, ser rejeitado. Isso quer
dizer que você não é inteligente e nem talentoso.

Para quem tem a mentalidade de crescimento quer dizer apenas que você não está
realizando suas potencialidades. Para estas pessoas o esforço é ruim, assim como o
fracasso, ele indica que você não é suficientemente inteligente e talentoso, se fosse
não precisaria fazer esforço, mas para a mentalidade de crescimento é exatamente o
esforço é que torna você inteligente ou talentoso.

Entenda algo importante: O esforço precisa ser assertivo e não aleatório, você
precisa se esforçar de maneira consciência. Não é quem faz mais força que vence,
mas quem emprega a força de maneira mais inteligente (estudo deliberado).

-- VEJA COMO ISSO É PRECIOSO E LIBERTADOR –

Perceba como nascemos cheios de gás para aprender. O bebê levante, cai, se
machuca, se suja e logo tenta mais uma vez. Ele não está preocupado em errar ou se
humilhar.

Logo que as crianças aprendem a se avaliar, algumas começam a ter medo de


desafios, passam a temer não serem inteligentes e muitos começam a rejeitar as
oportunidades de aprender para que não possam ser vistas como alguém com falhas.

O EGO:

Desta maneira começamos um processo de desenvolvimento da timidez, que no


fundo é medo de sofrer crítica. Começamos a falar que só mostraremos nosso
trabalho se estiver perfeito exatamente porque não queremos que qualquer pessoa
encontre falha naquilo que fazemos.

Por que você não postou ainda o seu som, a sua aula, a sua dica? Por que não está
perfeito ainda?

Perceba que você começa a se esconder, você não quer demonstrar falhas, não quer
demonstrar que ainda está em aprendizado. Uma hora tudo isso vira ego e o ego
destrói a vida de muita gente.
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Entenda uma lição poderosa sobre o INSTAGRAM: Demonstrar vulnerabilidade é
10x mais poderoso do que demonstrar perfeição.

Pessoas querem se relacionar com pessoas como elas. Você não vai vender suas
aulas e seus produtos se você só fala a respeito do quão bom você é.

É tudo a respeito da transformação que você pode gerar na vida do outro. Talvez
vocês não tenham noção de como isso é poderoso e de como as pessoas se
comportam exatamente de maneira oposta no Instagram.

O MINDSET FIXO NÃO QUER REVELAR DEFICIÊNCIA.

Muitas das pessoas mais realizadas de nossa época foram consideradas sem futuro
por entendidos. Pollock, Elvis Presley, Ray Charles, John Coltrane, Darwin, todos
eram tidos como possuidores de pouco potencial em seus campos de atividade, E,
em alguns desses casos, pode bem ser verdade que, no início, não tenham se
destacado.

A questão é que o foco deve ser no potencial que a pessoa tem de desenvolver sua
aptidão por meio do esforço ao longo do tempo.

Muitas pessoas são avaliadas como não talentosas porque naquele momento a
aptidão não está devidamente aflorada.

NINGUÉM NASCE PRONTO. SOMO SERES EM TRANSFORMAÇÃO.

As pessoas de mentalidade de crescimento sabem que é preciso tempo para que o


potencial floresça. Quanto mais método, esforço, repetição, processo, maiores são
as suas chances de ser melhor.

Quando as pessoas acreditam que suas qualidades básicas podem ser


desenvolvidas, os fracassos podem ser dolorosos, mas não as definem.

Malcolm Gladwell certa vez disse que nossa sociedade dá mais importância as
realizações naturais, obtidas sem esforço, do que as que requerem diligência.
“Damos a nossos heróis qualidades super-humanas que inevitavelmente
concorreram para sua grandeza”. É como se Paganini saísse do útero tocando seu
violino, Pelé driblando e Picasso pintando. Isso retrata fielmente a mentalidade fixa.

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O QUE IMPORTA É A JORNADA.

A mentalidade de crescimento permite que as pessoas gostem do que fazem, e


continuem a gostar mesmo diante de dificuldades. Os que possuem esta
mentalidade muitas vezes chegam a o topo de suas carreiras sem sequer
planejarem. Chegaram porque gostavam do que faziam. O topo foi uma
consequência secundária do entusiasmo pelo que fazem.

Na mentalidade fixa tudo gira em torno do resultado, se você fracassar ou se não


for o melhor, tudo não passou de desperdício.

A mentalidade de crescimento permite que as pessoas deem valor ao que fazem


independentemente do resultado.

4 - MÉTODO – TREINO – MENTOR – GRUPO DE FOMENTO

Um dos meus autores favoritos é o Anders Ericsson autor do livro PEAK. Tudo o que
estou passando aqui serve para você e para seus alunos. Fiz um resumo para meus
alunos sobre a prática deliberada e seu eu puder simplificar a ideia em 4 etapas
seria:

MÉTODO: O passo a passo, cronograma, ou seja, cada etapa do processo está clara.

TREINO: Agora que está claro você precisa fazer. A aprendizagem precisa sempre
ser ativa. Você só aprende de verdade fazendo.

-> Quem me segue a mais tempo já deve ter me visto falar sobre os 3CS: Conteúdo,
cronograma e continuidade.

MENTOR: É aquela pessoa que já passou pelo processo, conhece o método e tem
um olhar de fora para te dar um feedback do que é preciso melhorar.

GRUPO DE FOMENTO: O ambiente onde você vai encontrar pessoas que estão
passando por etapas parecidas da sua. O meio fomentador é definitivamente
importante para te manter equalizado com as melhores práticas.

POR QUE POUCOS PROFESSORES PROSPERAM?

O mito do herói de duas faces.

Face 1: O técnico / artista

Face 2: O empreendedor / marqueteiro


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A expressão marqueteiro é extremamente má vista no nosso meio. Parece que é
alguém que deixou de ser artista para se tornar um burocrata, um mentiroso, alguém
que precisa vender já que a sua arte ou o seu trabalho não se vende sozinho.

Grandes mestres e artistas que passaram pela face da terra entenderam como se joga
o jogo. Muitos outros gênios tiveram uma vida de batalha com a música, muitos
desistiram e buscaram outra profissão, enfim, se ver como um empreendedor não é
nenhuma novidade, mas sempre foi um bastidor pouco compartilhado e muito mal
visto pelos fãs e pelos músicos.

Por toda a imersão eu ficarei reforçando estes pontos, porque a nossa principal
batalha está na nossa mente. Se não nos revestimos da mentalidade correta, então
estamos construindo nossa carreira sobre um castelo de areia.

Não se esqueçam de que o público e os alunos só possuem interesse pela sua face de
artista e técnico, portanto, não espere ser incentivado para se tornar um
empreendedor, isso não virá do público, possivelmente não virá dos seus colegas
músicos e nem da sua família, portanto, assuma de uma vez por todas a faceta do
empreendedor.

As pessoas de fora e os próprios músicos enxergam a nossa profissão como algo


romântico e ideológico, mas já deixo aqui a minha contribuição.

Vocês precisam de MENOS ROMANTISMO E MAIS PRAGMATISMO.

Portanto, se hoje seus resultados estão ruins você está jogando o jogo errado e não
adianta querer furar a bola, você só precisa aprender a jogar o jogo. Entenda também
que você não é o culpado por esta nova realidade.

Viver de música sempre foi difícil, mas para muitos que viviam bem, hoje ficou difícil,
e para muitos que entenderam como se joga o jogo ficou fácil.

“BURRICE É ESPERAR RESULTADOS DIFERENTES FAZENDO AS COISAS DA MESMA


MANEIRA”.

5 - ERROS QUE PROFESSORES COMETEM:

I - “Porque você sabe de algo, não presuma que as pessoas também saibam”. Muitas
vezes nos distanciamos do nosso primeiro encontro com o instrumento, nos
distanciamos de como era emocionalmente se vincular a música, esquecemos nossas
primeiras dificuldades e começamos a presumir de que as pessoas já sabem de algo
que todos estão falando. Mateus Starling 7
Perceba que as pessoas no nosso meio estão falando, mas isso não quer dizer que
esta pessoa que esteja chegando já possua consciência sobre este fato. Depois que
temos a consciência de determinado problema, começamos a percebê-lo em todos
os lugares e temos a crença de que isto está em todos os lugares.

Se atente a palavra CONSCIÊNCIA, pois a todo o momento iremos nos referir à


jornada de consciência do aluno e do cliente. É mais ou menos como a mulher
grávida que começa a observar um crescimento no número de mulheres grávidas na
rua. Nada mudou no “mundo real”, mas agora a mulher grávida começou a observar
outras mulheres na mesma situação.

Prefira pecar por ser óbvio a tentar ser demasiadamente objetivo. Não tente dar aula
ou criar um curso onde o tempo todo você está dizendo: “Você já deve saber disso,
então eu vou pular”.

Você precisa entender previamente onde a persona está nesta jornada de


consciência para que você possa ser assertivo. Se você está criando um curso ou
dando aula para um aluno mais avançado, faz parte presumir que ele saiba
determinados assuntos mais básicos, mas esta etapa precisa ficar muito clara para
você e para o aluno.

Crie um ambiente que deixe o aluno à vontade para questionar. Inclusive pergunte
constantemente se o seu aluno possui consciência sobre determinado assunto que
você está abordando, mesmo que seja um assunto secundário. Lembre-se da
pirâmide da aprendizagem.

É evidente que as pessoas aprendem melhor através do debate e do fomento de


ideias.

II - Não entender o sonho do aluno com a música e as dores que o impediram de


iniciar ou prosseguir. O professor deve perguntar:

Por que o aluno quer tocar?

O que ele quer construir com a música?

O que o impediu de ter iniciado ou dado continuidade?

Quais são as crenças limitantes que o impede de avançar?

Você como professor precisa ser o desatador de nós e revelar que qualquer
dificuldade que exista é apenas momentânea.
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Ninguém nasce pronto. Reforce a mentalidade de crescimento e deixe claro que para
obter o resultado é necessário método, treino e mentor e tudo isso será provido por
você, cabe ao aluno ter continuidade.

Se for possível, proporcione um grupo de fomento. A percepção sobre dor e anseio


também serve na hora de você se comunicar com o seu público, na montagem do seu
cliente ideal e na hora da elaboração do meu produto.

Hoje mesmo respondemos um e-mail de um possível cliente perguntando se na nossa


EAD tínhamos cifras de pop rock nacional. Este não é o nosso cliente ideal, não é o
público que queremos trabalhar, portanto, por mais que esta pessoa não tenha sido
devidamente filtrada, fazemos questão de dizer que ele não possui o perfil da escola.

III - Não compreender como o aluno está inserido em seu meio cultural.

Se pergunte: O que o aluno ouve. O que vive e consome culturalmente? Mais uma
vez poderíamos abrir aqui uma discussão sobre a persona real e o cliente ideal.
Possivelmente a imensa maioria das pessoas que estão assistindo a Live está lidando
com alunos com uma consciência muito reduzida sobre a aprendizagem musical,
portanto, será extremamente necessário que você se adapte.
Falaremos mais sobre níveis de consciência na imersão.

IV - Não possuir um conteúdo devidamente organizado. Cronograma e conteúdo de


ponta a ponta que pode ser moldado ao perfil do aluno. Lembre-se sempre de nossa
conversa a respeito da persona real e o cliente ideal.

Se você tem um perfil de aluno que ainda não é o seu cliente ideal, então o atenda da
melhor maneira, tente levá-lo na jornada de consciência. Perceba também que é
impossível abraçar todos os nichos, portanto, algum tipo de filtragem será necessário,
por mais que você esteja num momento de desespero tentando pegar qualquer tipo
de aluno possível.

V - Tenha uma apostila exclusiva, isso demonstra profissionalismo além de garantir


que você seguirá um cronograma previamente estabelecido.

VI - Tocar muito bem não te faz um bom professor. Se você não tiver uma didática
clara e eficaz, em pouco tempo você vai perder o aluno. Estude a respeito do estudo
deliberado, ferramentas de mentalidade e insights didáticos.

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VII - Professores que não vivenciam música no cotidiano tendem a se distanciar da
prática musical. Tenha sempre projetos musicais onde você participa ativamente
como músico, isto te mantém vivo e atualizado.

Viver o campo de batalha da música, estar se renovando em termos de repertório e


tendências, tudo isso é importante para que o seu trabalho esteja sempre
atualizado, principalmente se você quer buscar um cliente mais consciente e
sofisticado.

VIII - O aluno não precisa de mais conteúdo, ele precisa de resultado. Pregue a
pirâmide da aprendizagem numa parede para você se lembrar que o principal
ponto de fomento da aprendizagem não é conteúdo em excesso muito pelo
contrário, estamos vivendo num mundo com conteúdo infinito, mas isso não tem
sido um acelerador do aprendizado.

O ponto nevrálgico é exatamente o debate e o fomento.

Entenda que existe estresse por excesso de conteúdo. Seu aluno não precisa de
mais conteúdo, ele precisa ver o resultado.

Celebre as pequenas vitórias: Lembre-se de comemorar com seu aluno as pequenas


vitórias. Se possível proporcione um grupo de fomento onde os colegas podem
celebrar juntos.

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