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2
⃗
Capı́tulo 1 Campo magnético B
Tópicos Abordados
Figura 1.1: Tales de Mileto, pintado pelo artista Veloso Salgado (1906).
No século XII, as bússolas – pequenas agulhas magnéticas que sofrem a ação do campo magnético
da terra – já eram utilizadas. Esse dispositivo possibilita a orientação de viajante de forma sem os
astros. No século XV, seria desenvolvido um modelo de bússola que conhecemos hoje e que muito
contribuiu para as grandes navegações que viriam a ser realizadas.
Por vários séculos, a eletricidade e o magnetismo se desenvolveram de maneira independente.
Em 1820, Oersted fez uma grande descoberta que mudaria isso: verificou-se que uma corrente elétrica
fluindo em um fio fazia com que a agulha de uma bússola sofresse um deslocamento angular em torno
do eixo rotação. A direção desse deslocamento dependia do sentido da corrente que atravessava o fio.
Esse fato demonstra que a eletricidade e o magnetismo estavam de alguma forma relacionados. Em
1.2 Força magnética em cargas em movimento
seguida, Ampère mostrou que dois fios paralelos e transportando correntes nos mesmo sentido são
atraı́dos mutuamente. Já se as correntes estiverem em sentidos opostos, os fios se repelem.
Esses são alguns fatos históricos importantes. Iniciaremos nossa discussão pelos conceitos de
campo magnético, força, torque e momento magnético.
⃗m = q ⃗ ⃗ .
F v×B (1.4)
ü Observação Foi visto que o campo elétrico pode ser definido como a força elétrica por unidade de
carga:
⃗
⃗ = Fe
E (1.5)
q
Isso pôde ser feito devido à existência de monopólos elétricos. Porém o ser humano não observou,
até hoje, monopolos magnéticos: Todos os corpos magnetizados possuem um pólo Norte e um pólo
Sul. Por causa disso, o campo magnético deve ser definido de outra maneira.
Se uma partı́cula é lançada com velocidade v com a direção de lançamento fazendo um ângulo θ
4
1.3 Movimento Cı́clotron
com a direção do campo, a direção da força é perpendicular ao plano que contém os vetores ⃗ ⃗,
veB
como está ilustrado na Figura 1.2.
Figura 1.2: O vetor força magnética está perpendicular ao plano formado pelos vetores velocidade e campo magnético.
Note que para os mesmos vetores velocidade e campo magnético, uma partı́cula com carga negativa, apresenta o vetor
força magnética no sentido oposto ao da partı́cula carregada positivamente.
Utilizando as equações (1.5) e (1.4), demonstra-se que a força resultante aplicada sobre uma
carga elétrica é dada por:
⃗ = F⃗e + F⃗m
F (1.6)
Definição 1.1 (Força de Lorentz)
⃗=q E⃗+⃗ ⃗ .
F v×B (1.7)
A equação 1.7 representa a Força de Lorentz, um dos axiomas da teoria eletromagnética. Sua
importância advém do fato dela ser a ponte entre a dinâmica e o eletromagnetismo.
Observe que a força magnética NÃO realiza trabalho sobre cargas livres, pois ela é sempre
perpendicular ao deslocamento da partı́cula. Veja:
dW = F⃗m · d⃗l = q ⃗ ⃗ ·⃗
v×B vdt = 0. (1.8)
v). Fica então
Segue que a força magnética pode alterar apenas a direção da velocidade da carga (⃗
a pergunta: Como um ı́mã pode mover outro? Veremos isso mais adiante.
ü Observação
Não poderı́amos deixar de fazer algumas observações interessantes entre a força magnética e a
força elétrica. A Tabela abaixo resume essas diferenças.
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1.3 Movimento Cı́clotron
mv2
Fm = qvB = . (1.9)
R
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1.4 Força magnética em fios
Solução
No primeiro caso, as forças elétricas e magnéticas devem equilibrar-se para que não haja acelerações.
Ou seja, a Força de Lorentz deve ser nula:
⃗=q E ⃗+⃗ ⃗ =0
F v×B
desta forma,
⃗+⃗
E ⃗=0
v×B
portanto,
E = vB
ou
E
v= (1.12)
B
Para o segundo caso, temos um movimento cı́clotron. De acordo com a equação que fornece o
momento linear das partı́culas nesse movimento, temos:
mv = qBR
ou
q v
= (1.13)
m BR
Encontramos a relação carga/massa por meio da substituição de 1.12 em 1.13:
q E
= 2
m BR
Esse foi o processo pelo qual J. J. Thomson descobriu o elétron estudando o comportamento de raios
catódicos, em 1897.
7
1.4 Força magnética em fios
tempo dt é:
dq = Idt (1.14)
De acordo com a equação 1.4, a força magnética aplicada nesse elemento de carga é:
dF⃗m = dq ⃗ ⃗
v×B (1.15)
Como exemplo, façamos uma análise para o caso no qual a corrente e o campo são constantes.
⃗ não variam, a integral apresentada em 1.17 fica da seguinte maneira:
Como I e B
Z !
F⃗m = I d⃗l × B
⃗ (1.18)
Γ
Se somarmos todos os vetores elementares de comprimento (d⃗l) de um fio, obtemos como resultado
o vetor ⃗l, que liga as duas extremidades desse objeto. Portanto, a equação 1.18 torna-se:
F⃗m = I ⃗l × B
⃗
(1.19)
8
1.4 Força magnética em fios
Solução
Ofereceremos diferentes estratégias para a resolução desse problema, uma abordagens mais
algébrica e suas possı́veis simplificações decorrentes das simetrias existentes do sistema. A figura 1.7
ilustra o sistema estudado, com o plano xy contido no papel, e a direção ẑ orientada para fora do
papel.
O elemento de comprimento na parte curva do fio associado a uma abertura dθ indicada pode
ser escrita como d⃗l = (senθx̂ + cosθ ŷ)Rdθ. Um elemento de força dF
⃗m , que atua sobre esse trecho
de fio, é dado por
⃗m = Id⃗l × B
dF ⃗ = IBR(−senθ ŷ + cosθx̂)dθ. (1.20)
Cada componente da força magnética resultante, F ⃗m , pode ser calculada como uma integral
independente. A componente Fm,x na direção x̂ é dada por
9
1.5 Torque em espiras
Z π
Fm,x = IBR cosθdθ = 0. (1.21)
0
ü Observação O resultado Fm,x = 0 poderia ser demonstrado por simples argumento de simetria:
para todo elemento de comprimento localizado pela coordenada angular θ, existe um elemento de
comprimento simétrico, localizado em π − θ, com componente horizontal oposta. A componente
horizontal da força magnética, portanto, deve ser nula por simetria.
Conforme demonstrado antes do enunciado do exemplo, situações nas quais o campo magnético
é uniforme podem ser resolvidas considerando o deslocamento eficaz do trecho de fio, o que resultaria
em ⃗l = 2Rx̂. Tendo isso em mente, a força resultante pode ser obtida mediante um simples produto
vetorial. Veja:
⃗ = IB
F ⃗ × ⃗l = −2BIR ŷ.
Solução Esse resultado pode ser rapidamente deduzido a partir da equação 1.19. Basta perceber que
a espira fechada pode ser encarada como um caminho fechado de deslocamento efetivo nulo, ⃗l = ⃗0,
uma vez que ela sai e volta ao mesmo ponto. Veja:
F⃗m = I ⃗l × B
⃗ = I ⃗0 × B
⃗ = ⃗0,
(1.23)
10
1.5 Torque em espiras
Lado 1:
⃗1 = I ⃗l1 × B
⃗ =0
F
Lado 2:
⃗2 = I ⃗l2 × B
⃗
F
= IBa −ȷ̂ × k̂
= −IBaı̂
Lado 3:
⃗3 = I ⃗l3 × B
⃗ =0
F
Lado 4:
⃗4 = I ⃗l4 × B
⃗
F
= IBa k̂ × ȷ̂
= IBaı̂
⃗2 e F
Agora é possı́vel calcular o torque das forças F ⃗4 em relação ao eixo que passa pelo centro da
espira e é perpendicular aos fios 1 e 3, como mostrado na Figura 1.9. Lado 2:
Figura 1.9: Cálculo do torque, os vetores alaranjados τ2 e τ4 correspondem ao torque efetuado pelas forças F2 e F4
sobre a espira.
11
1.5 Torque em espiras
⃗
τ2 = ⃗r2 × F
!2
b
= k̂ × (−IBaı̂)
2
IBab
= − ȷ̂
2
Lado 4:
⃗4
τ4 = ⃗r4 × F
!
b
= − k̂ × (−IBaı̂)
2
IBab
= − ȷ̂
2
Então, o torque total é:
τ = τ2 + τ4 = −IBabȷ̂(1.24)
Nota-se que o produto ab é a área da própria espira. Pode-se estender o resultado acima para uma
espira qualquer de área A percorrida por uma corrente I. Sendo A ⃗ um vetor normal à superfı́cie da
espira com módulo igual à A, o torque nesse objeto é dado por:
τ = IA⃗×B ⃗ (1.25)
Para uma espira com N voltas, temos:
⃗×B
τ = NIA ⃗ (1.26)
12
1.5 Torque em espiras
O elemento de torque dτ que atua sobre d⃗r pode ser escrito como
⃗ = ⃗r × (I d⃗r × B)
d⃗τ = ⃗r × dF ⃗
⃗
d⃗τ = I ⃗r × (d⃗r × B). (1.29)
O torque resultante sobre a espira é dado, portanto, pela integral fechada ao longo de todo o
caminho da espira
I
⃗
⃗τ = I ⃗r × (d⃗r × B). (1.30)
XX I I !
⃗τ = I Bi ê j d(ri r j ) − dri r j . (1.33)
j i
A primeira integral anula-se, uma vez que o caminho da espira é fechado, restando apenas a
segunda integral. Dessa forma, a equação pode ser reescrita como
I I
⃗ · d⃗r)⃗r.
XX
⃗τ = −I Bi ê j r j dri = −I (B (1.34)
j i
O torque pode ser escrito em termos do vetor área, expresso por um produto vetorial, tomando o
torque como uma média aritmética das equações 1.32 e 1.34.
I h
I ⃗ r − (B
⃗ · d⃗r)⃗r
i
⃗τ = (⃗r · B)d⃗
2
⃗ · (B
3Identidade útil: A ⃗ =B
⃗ × C) ⃗ × A)
⃗ · (C ⃗ =C
⃗ · (A
⃗ × B).
⃗
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1.5 Torque em espiras
I h I
I ⃗
i
⃗ × B.
⃗
⃗τ = −B × (⃗r × d⃗r) = I dA (1.35)
2
Dessa forma, chegamos novamente ao resultado
⃗τ = µ ⃗
⃗ × B, (1.36)
de tal forma que agora está demonstrado que o resultado independe do formato da espira. Observe
a seguir como esse resultado pode ser aplicado a uma situação especı́fica.
Exemplo 1.4
Uma bobina de N voltas imersa em um campo magnético B ⃗ apresenta uma aceleração angular
de rotação igual à α, sendo Ĩ seu momento de inércia, calcule a área da bobina. Considere θ
como sendo o ângulo entre o plano da bobina e o vetor B. ⃗
Solução
Podemos calcular o torque de duas maneiras:
τ = Ĩα
⃗
τ=µ×B
Logo:
⃗
Ĩα = µ × B (1.37)
desta forma
⃗
Ĩα = ∥µ × B∥ (1.38)
14
1.6 Efeito Hall
que formam a bobina, n̂ e o vetor normal à área da bobina. Substituı́ndo 1.39 em 1.38 :
⃗
Ĩα = NIAB ⃗n̂ × k̂
logo,
Ĩα = NIAB cos θ
Figura 1.11: Efeito Hall. Neste desenho o campo magnético é B = Bk̂ e a corrente I = Iȷ̂. A cor azul indica acumulação
de carga negativa no conductor, enquanto que a cor vermelho indica a carga positiva induzida pela acumulação de carga
negativa no lado oposto do conductor. Como resultado, se terá uma diferença de potencial na direção ı̂.
A velocidade média dos portadores de carga elétrica, ⃗v, está associada à densidade volumétrica
de corrente elétrica ⃗J que atravessa o condutor segundo a expressão ⃗J = nq⃗
v, em que n é a densidade
volumétrica de portadores de carga, q a carga elétrica de cada portador e ⃗ v a sua velocidade 4. O
4Se houver no sistema diferentes tipos de portadores de cargas, o lado direito da equação é substituı́do por um somatório
15
1.6 Efeito Hall
⃗ ⃗
⃗H = J × B .
E (1.42)
nq
Após esse acúmulo de cargas elétricas ser gerado nas paredes lateriais do condutor, o equilı́brio é
⃗ H calculado. O
atingido e a força magnética externa é cancela pela força elétrica associada ao campo E
efeito do campo elétrico E⃗ H é o surgimento de uma diferença de potencial entre as duas extremidades
laterais do condutor, denominada ddp Hall VH , cujo valor pode ser determinado pela expressão
VH = EH l, (1.43)
em que l é a largura do condutor. Assumindo que o campo magnético é transversal à corrente elétrica
e substituindo o valor de EH na equação 1.43, segue que o módulo da diferença de potencial VH é
dada por
JBl
VH = . (1.44)
nq
Observe que esta voltagem é medida no sentido transversal à densidade de corrente elétrica ⃗J que
atravessa o condutor, não devendo ser confundida com uma eventual diferença de potencial aplicada
ao condutor para gerar a corrente elétrica considerada. Caso necessário, a equação 1.44 pode ser
reescrita em termos da corrente elétrica I = JA, em que A representa a área da secção transversal do
condutor.
Para alguns fenômenos – como geração de campo magnético – um fluxo de cargas positivas em
uma direção gera efeitos idênticos a um fluxo de cargas negativas de mesma intensidade e direção
oposta. Isso não é o caso do efeito Hall: é possı́vel utilizar o Efeito Hall para investigar a natureza dos
portadores de carga no condutor, isto é, identificar se os portadores de carga têm cargas positivas ou
negativas. Essa distinção entre as duas situações é ilustrada pela figura 1.12.
Figura 1.12: Efeito Hall para portadores de carga negativa, à esquerda, e de carga positiva, à direita.
16
1.6 Efeito Hall
elétrons. É possı́vel, entretanto, observar sistemas cuja condução elétrica se dá fundamentalmente por
transporte de partı́culas de carga positiva, como soluções aquosas contendo ı́ons livres ou materiais
semicondutores de tipo P.
A seguir, apresentaremos uma aplicação tecnológica muito popular do efeito Hall. Como acaba-
mos de demonstrar, o efeito Hall tem, como uma de suas consequências, a geração de uma diferença
de potencial elétrico causada por um campo magnético presente na região. Isso possibilita que o
sistema seja utilizado em sensores de campos magnéticos.
Exemplo 1.5 (Sensor de campo magnético)
Considere um sensor de campo magnético baseado em efeito Hall composto por uma fina chapa
de prata, com l =1,0 cm de largura e ϵ =0,5 mm de espessura atravessado por uma corrente
elétrica de I = 5A. O sistema encontra-se em uma região na qual existe um campo magnético
B = 1, 5 T uniforme, conforme ilustrado na figura 1.13. Sabendo que a densidade volumétrica
de portadores de carga elétrica na prata é de n =5,9×1028 elétrons/m3 , determine o valor da
tensão Hall VH que deve ser medida pelo sensor Hall.
Figura 1.13: Ilustração do sensor de campo magnético baseado em efeito Hall. Adaptar figura.
Solução Vamos reescrever a equação 1.44 em termos das dimensões da chapa de prata de secção de
I
área retangular fazendo J = , na qual a área A é dada pelo produto A = lϵ. Veja:
A
JBl IB
VH = = . (1.45)
nq nqϵ
Substituindo os valores numéricos fornecidos, chegamos à resposta desejada
VH = 1, 6.10−6 V. (1.46)
ü Observação Perceba que o valor da tensão Hall VH é muito pequeno, mesmo atravessado por uma
corrente elétrica consideravelmente elevada. Esse tipo de equipamento exige um sistema eletrônico
com sensibilidade suficientemente adequadada para detectar esse tipo de sinal.
17
Exercı́cios do Capı́tulo 1
K Exercı́cios do Capı́tulo 1 k
18
Exercı́cios do Capı́tulo 1
V0
Filtro de velocidades
Íon E B
B
+ +
R
Acelerador de íons
P
Anteparo
5. Uma partı́cula de massa m e carga positiva q move-se em uma região onde existe um
campo magnético B⃗ = Bẑ e um campo elétrico E ⃗ = E ŷ, ambos uniformes. A partı́cula sai da
origem do sistema de coordenadas a partir do repouso e o seu movimento é restrito ao plano xy.
a) Mostre que a velocidade da partı́cula é dada pela expressão v = 2qEy/m.
p
b) Determine as funções horárias x(t) e y(t) que descrevem a trajetória da partı́cula. Deixe
qB
sua resposta em função do parâmetro ω0 = m .
c) Mostre que a trajetória tem o formato de uma cicloide.
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Exercı́cios do Capı́tulo 1
8. Uma barra metálica H de comprimento l e massa m escorrega sem atrito em trilhos verticais
unidos por uma haste horizontal de resistência elétrica R. As resistências elétricas dos trilhos
e da barra metálica podem ser desprezadas. O sistema está localizado em uma região com
campo magnético uniforme de módulo B perpendicular ao plano dos trilhos. O sistema descrito
é ilustrado na figura a seguir.
Devido à ação do peso, a barra metálica inicia um movimento de queda a partir do repouso no
instante t = 0 e uma corrente elétrica induzida surge no sistema. Faça o que se pede nos itens a
seguir.
g R
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Exercı́cios do Capı́tulo 1
A S B
B
R l
V0 C
m
Quando a chave está ligada em A, o capacitor é carregado, liberando a sua energia quando a
chave é ligada ao ponto B, de tal forma que a haste é impulsionada para longe do capacitor.
Desprezando a autoindutância do sistema, determine
a) a equação que determina a velocidade v(t) da haste móvel.
b) o rendimento máximo possı́vel do canhão eletromagnético.
12. Uma espira atravessada por corrente elétrica localizada em uma região de campo magnético
⃗ tende a alinhar o seu momento de dipolo m
uniforme B ⃗ com o campo magnético. Demonstre
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Exercı́cios do Capı́tulo 1
que é possı́vel definir uma expressão para energia potencial de uma espira dada por U = −m ⃗
⃗ · B.
13. A força magnética resultante de um campo uniforme sobre uma espira é nula. Quando
o campo magnético não é uniforme, é possı́vel observer uma força magnética resultante sobre
o dipolo. Verifique, para o caso geral ou um caso especı́fico à sua escolha, que essa força pode
ser escrita como F ⃗m = ∇(⃗ ⃗
µ · B).
Efeito Hall
14. O efeito Hall pode ser utilizado em equipamentos com aplicações médicas. Considere uma
sonda de fluxo baseada no efeito Hall colocada em uma artéria, que passa por uma região onda
um campo magnético de 0,1 T é aplicada, como ilustra figura a seguir. Sabendo que o diâmetro
interno do vaso sanguı́neo é de 5,0 mm e a velocidade média do sangue através da artéria é de
30,0 cm/s, calcule a força eletromotriz Hall medida pelo dispositivo.
15. Uma sonda de efeito Hall é utilizada para a detecção de um campo magnético B presente
em uma região do espaço. A sonda é feita de cobre, tem uma espessura de 2,0 mm (na direção
paralela a direção do campo magnético) e é atravessada por uma corrente elétrica de 1,25 A.
Entre as paredes laterais da sonda é medida uma tensão Hall dada por 0,25 µV. Sabendo que a
massa molar do cobre é de 63,5 g/mol e sua massa especı́fica é de 8,96 g/cm3 , determine o valor
do campo magnético presente na região.
VH ε
16. O coeficiente Hall de um material é definido como RH = . Calcule o coeficiente Hall
IB
para um material metálico cuja condução de corrente elétrica se dá por elétrons livres. Que tipo
de informação a respeito do material pode ser obtida a partir de uma medida experimental do
efeito Hall?
17. A mobilidade de uma partı́cula em um semicondutor é definida como o valor da velocidade
de deriva por unidade de intensidade do campo elétrico. Em um material semicondutor pode
haver uma densidade volumétrica n de elétrons, cuja mobilidade é dada por µe , e uma densidade
volumétrica p de buracos, quasipartı́culas de carga +e, cuja massa efetiva no material é dada por
µh . Calcule a tensão Hall no semicondutor descrito.
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Capı́tulo 2 Fontes de campo magnético
Tópicos Abordados
A equação 2.1 pertence às equações de Maxwell. Os principais significados contidos nessa equação
são:
Ausência de monopólos magnéticos
As linhas do campo magnético sempre são fechadas
Na eletrostática, vimos que ∇ ⃗ ·E⃗ = ρ/ϵ0 . Conclui-se que não há análogo magnético para a carga
elétrica. Não há cargas magnéticas por onde o campo magnético possa emergir (nunca divergem de
nenhum ponto!), pois ele só surge na presença de correntes elétricas. Observa-se também que as
linhas de campo magnético são sempre fechadas. Além disso, pelo fato de o fluxo através de uma
superfı́cie fechada ser igual a zero, todas as linhas que entram nessa superfı́cie devem sair. As linhas
nunca começam ou terminam em algum lugar.
Exemplo 2.1
Quais dessas expressões pode representar um campo magnético em uma determinada região
do espaço?
a) B1 (x, y, z) = y x̂ + z ŷ + xz ẑ.
b) B2 (ρ, θ, z) = kz ẑ, em que k é uma constante fı́sica não nula.
c) B3 (r, θ, ϕ) = senθ ϕ̂.
Solução Nesse exemplo, verificaremos se algum desses campos vetoriais não satisfaz a condição
∇·B⃗ = 0. Se isso acontecer, podemos afirmar que o campo vetorial descrito não pode representar
2.2 A Lei de Biot-Savart
⃗2 = ∂(kz)
∇·B = k , 0.
∂z
O divergente do campo vetorial B2 (ρ, θ, z) assume agora um valor constante não nulo. Portanto,
ele também não pode representar um campo magnético.
c) B3 (r, θ, ϕ) = senθ ϕ̂
⃗3 = 1 ∂(senθ)
∇·B = 0.
rsenθ ∂ϕ
Nesse caso o divergente do campo vetorial B3 (r, θ, ϕ) é identicamente nulo, ele pode representar
um campo magnético.
2.2.1 Introdução
Na eletrostática, a Lei de Coulomb permite analisar como se dá a relação entre o campo elétrico
e as cargas elétricas. Será que existe uma lei correspondente para a magnetostática? A resposta é sim,
e ela é conhecida como a Lei de Biot-Savart, que será discutida a seguir.
Como foi visto anteriormente, definimos o campo magnético por meio da força magnética. Agora
queremos defini-lo por meio de sua fonte, que é a corrente elétrica.
Observe a Figura 2.1. Experimentalmente, pode-se constatar que:
qv
B∝ 2,
r
⃗ v
B⊥⃗
e
⃗ r.
B⊥⃗
Com base nisso, pode-se dizer que o elemento do campo magnético produzido por um elemento de
carga em movimento obedece à seguinte relação:
dB⃗ ∝ dq ⃗
v × r̂
(2.2)
r2
24
2.2 A Lei de Biot-Savart
25
2.2 A Lei de Biot-Savart
Figura 2.2: Lei de Biot-Savart. Movimento de uma carga em relação a dois sistemas de referência.
Neste caso, o sistema Oxyz é um referencial fixo, enquanto o sistema Ox′ y′ z′ estão situados no
elemento de carga em estudo. Observe que R ⃗ = ⃗r − r⃗′ . Como ⃗j e d⃗l possuem a mesma direção,
podemos dizer que jd⃗l = ⃗jdl. Além disso, sabendo que dldS = dV, pode-se dizer que a Lei de
Biot-Savart fica da seguinte maneira:
Z ⃗j r⃗′ × R̂
µ0
⃗ ⃗r =
B
dv′
4π R 2
⃗ (−1/R). Logo ∇
Nota-se que R̂/R2 = ∇ ⃗ × (R̂/R2 ) = 0 pois o rotacional do gradiente é sempre nulo.
⃗ × ⃗j r⃗′ = 0 pois o rotacional está aplicado em Oxyz enquanto ⃗j refere-se ao sistema
Além disso ∇
⃗· A⃗×B ⃗· ∇
⃗ = −A ⃗ ×B
⃗ +B
⃗· ∇ ⃗
⃗ ×A
1∇
26
2.2 A Lei de Biot-Savart
27
2.2 A Lei de Biot-Savart
e
⃗r = −xı̂ + yȷ̂ + zk̂
= −xı̂ + ρ(cos θȷ̂ + sin θk̂)
= −xı̂ + ρρ̂
onde, ρ2 = y2 + z2 . Então, fazendo as devidas substituições:
µ0 dxı̂ × (−xı̂ + ρρ̂)
Z l/2
B = I
4π −l/2 (x2 + ρ2 )3/2
µ0 ρ dxθ̂
Z l/2
= I 2
4π −l/2 (x + ρ2 )3/2
l/2
µ0 Iρ x
= θ̂
4πρ (x + ρ2 )1/2
2 2
−l/2
28
2.2 A Lei de Biot-Savart
Figura 2.4: Campo magnético gerado por uma espira circular, calculado no seu eixo. É indicado o
campo em marrom e a direcção da corrente em vermelho.
e
⃗r = −aρ̂ + zk̂
Pela simetria do problema, só teremos campo paralelo ao eixo da espira. Logo precisamos calcular
apenas uma componente do campo gerado por cada elemento de corrente:
⃗ = dB
dB ⃗ 1 cos α
Onde:
a
cos α = √
a2 + z2
Então, aplicando a Lei de Biot-Savart (para calcular apenas o elemento de campo):
µ ⃗
⃗ = 0 I dl × ⃗r cos α
dB
4π r3
29
2.2 A Lei de Biot-Savart
Figura 2.5: Bobinas de Helmholtz. O campo central é indicado em marrom. A direcção da corrente
é indicada em vermelho em cada uma das bobinas.
Solução
O campo gerado por uma espira circular é:
µ0 Ia2
⃗ =
B(z) k̂
2 (z2 + a2 )3/2
Então, usando o princı́pio da superposição para as duas espiras, o campo ao longo do eixo é:
µ0 Ia2
" #
⃗ 1 1
B(z) = + k̂
2 (z2 + a2 )3/2 ((2b − z)2 + a2 )3/2
Para calcular o ponto no qual o campo magnético apresenta valor máximo, basta encontrarmos o
valor de z tal que a derivada da função acima se anula:
⃗ µ0 Ia2 3
" #
dB(z) 2z 3 2(2b − z)(−1)
= − − k̂
dz 2 2 (z2 + a2 )5/2 2 ((2b − z)2 + a2 )5/2
Vemos que:
⃗ (z)
dB
=0⇒z=b
dz
Agora veremos a condição para que o campo nesse ponto seja aproximadamente constante. Derivando
30
2.3 A Lei Circuital de Ampère
⃗ (z)
d2 B
= 0 ⇒ a2 − 4b2 = 0 ⇒ 2b = a
dz2 z=b
2.3.1 Introdução
As experiências de Oersted, além de comprovarem que correntes elétricas geram campos
magnéticos ao seu redor, motivou a comunidade cientı́fica a compreeender a relação entre fenômenos
elétricos e magnéticos. Após tais experimentos, uma semana foi tempo suficiente para que Ampere
deduzisse a apresentasse sua lei. Enquanto que a Lei de Biot-Savart corresponde à Lei de Coulomb,
a Lei de Ampère faz a vez da Lei de Gauss na magnetostática.
Considere um fio infinito por onde passa uma corrente I, como mostrado na Figura 2.6. Utilizando
a Lei de Biot-Savart, demonstrou-se que o campo gerado nesse caso é dado por:
Figura 2.6: Fio infinito pelo qual passa uma corrente I e gera um campo magnético B a seu redor. Algumas linhas de
campo são plotadas (em marrom) e direcção da corrente é indicada em vermelho.
µ0 I
⃗=
B θ̂
2πr
31
2.3 A Lei Circuital de Ampère
Calcularemos a circulação do campo magnético por meio de vários caminhos ao redor do fio.
Considerando, inicialmente, o caminho como sendo um circunferência:
Figura 2.7: Caminho ao redor do fio para cálculo da circulação, indicado como Γ, em preto.
µI
I
⃗ · d⃗l = 0 2πr = µ0 I
B
Γ 2πr
Vamos calcular a circulação para outro caminho:
32
2.3 A Lei Circuital de Ampère
I Z Z Z Z
⃗ ⃗
B · dl = ⃗ ⃗
B · dl + ⃗ ⃗
B · dl + ⃗ ⃗
B · dl + ⃗ · d⃗l
B
Γ Γ1 Γ2 Γ3 Γ4
A mesma observação feita para os fios 2 e 4 anteriormente valem para esse caso. Então temos:
µI µI
I
⃗ · d⃗l = 0 θr1 + 0 + 0 (2π − θ) r2 = µ0 I
B (2.15)
Γ 2πr1 2πr2
Obsevou a semelhança dos resultados? Então vamos generalizá-los para um caminho qualquer.
Em coordenadas cilı́ndricas:
d⃗l = drr̂ + rdθθ̂ + dzk̂
⃗ = Bθ̂, encontramos que:
Sabendo que B
µI µI
⃗ · d⃗l = Brdθ = 0 rdθ = 0 dθ
B
2πr 2π
Fazendo a integral ao redor do fio:
µ0 I µ0 I µ0 I
I I Z 2π
⃗ ⃗
B · dl = dθ = dθ = 2π
Γ Γ 2π 0 2π 2π
Disso resulta a Lei de Ampère:
Lei de Ampère (Forma Integral)
I
⃗ · d⃗l = µ0 Iint .
B (2.16)
Γ
ü Observação Na Lei de Coulomb, utilizávamos SUPERFÍCIES que envolviam as cargas para fazer
o cálculo do campo elétrico, mas na Lei de Ampère, precisamos criar CURVAS que envolvam os
condutores a fim de calcular o campo magnético.
Assim como a Lei de Coulomb, a Lei de Ampère sempre é válida. No entanto sua maior
utilidade se dá em casos nos quais é possı́vel notar simetria no campo magnético, como será mostrado
no exercı́cios mais adiante. Além disso, esse resultado mostra que o campo magnetoestático não
é conservativo. Para resumir todos os importantes resultados obtidos até aqui, a Tabela a seguir
apresenta uma comparação interessante entre os campos elétricos e magnéticos.
33
2.3 A Lei Circuital de Ampère
⃗ ⃗l = 0 ⃗ ⃗l = µ0 IS
H H
E.d B.d
Γ Γ
∇ ⃗ = µ0 ⃗j.
⃗ ×B (2.19)
Solução Devido à simetria cilı́ndrica do problema, podemos escolher amperianas circulares para
calcular o campo no interior e ao redor do cilindro, pois o campo magnético será constante ao longo
de toda a curva, facilitando a integração.
34
2.3 A Lei Circuital de Ampère
desta forma
B2πr = µ0 I
logo
µ0 I
⃗=
B θ̂
2πr
Para r < R (Figura 2.13): neste caso
I
⃗ · d⃗l = µ0 Iint
B
Γ2
logo
πr2
B2πr = µ0 I
πR2
portanto
µ0 Ir
⃗=
B θ̂
2πR2
35
2.3 A Lei Circuital de Ampère
4
3.5
3
2.5
r/R
1 2
1.5
0.5
0
1
0.8
0.6
0.4
0.2
B(r)/(µ0 I /2πR2)
Exemplo 2.6
Calcule o campo magnético, em todo o espaço, gerado por um cabo coaxial percorrido por
correntes de mesma intensidade mas de sentidos opostos em cada face.
36
2.3 A Lei Circuital de Ampère
Figura 2.15: Cabo coaxial pelo qual passa uma corrente I. a é o raio do fio interno, b é o raio interno do cilindro mais
externo e c é o raio externo do cilindro mais externo como se mostra no desenho.Em azul é indicada uma curva amperiana.
Solução Vamos dividir o espaço em 4 regiões e aplicar a Lei de Ampère para cada uma delas:
Para r < a: Para determinar a corrente interna à amperiana, vamos considerar que a densidade
de corrente ao longo do cabo é constante e igual à j, logo sendo πr2 a área delimintada pela
amperiana:
Iint I
j= 2 = 2
πr πa
desta forma
r2
Iint = 2
a
Aplicando a Lei de Ampère:
r2
B2πr = µ0 I 2
a
logo
µ Ir
⃗ = 0 θ̂
B
2πa2
Para a < r < b: A corrente interna à amperiana será sempre a corrente total que passa pelo
cabo interno, logo pela Lei de Ampère:
B2πr = µ0 I
assim
µ0 I
⃗=
B θ̂
2πr
Para b < r < c: A corrente interna à amperiana será a corrente total que passa pelo cabo interno
menos a corrente que passa pela porção do cabo externo delimitada pela curva. Considerando
também a densidade de corrente constante no cabo externo:
r2 − b2
Iint = I − 2
c − b2
Aplicando a Lei de Ampère:
µ0 Iπ r2 − b2
B2πr = µ0 I −
π (c2 − b2 )
desta forma
µ0 I 2 2
!
⃗ = r − b
B 1− 2 θ̂
2πr c − b2
µ 0 I c2 − r 2
!
= θ̂
2πr c2 − b2
Para r > c: A corrente interna à amperiana será a soma das correntes que passam pelo
cabo interno e pelo cabo externo. Como as duas correntes possuem a mesma intensidade mas
possuem sentidos opostos, a soma sempre será nula. Então, pela Lei de Ampère:
⃗=0
B (2.20)
37
2.3 A Lei Circuital de Ampère
8
7
6
5
4
r
3
2
1
0
1
0.8
0.6
0.4
0.2
B(r) 0
Figura 2.16: Campo magnético gerado por um cabo coaxial, onde b = 2a, c = 2.5a.
Exemplo 2.7
Considere dois solenóides infinitos concêntricos de raios a e b. Calcule o campo magnético em
todo o espaço. As correntes de cada solenóide possuem mesma intensidade mas têm sentidos
contrários.
Solução Primeiro vamos analisar o campo gerado por um solenóide para depois empregar o princı́pio
da superposição.
Façemos uma amperiana para calcular o campo fora do solenóide (Figura: 2.18) :
38
2.3 A Lei Circuital de Ampère
Note que, neste caso, a corrente interna à curva é zero. Portanto o campo magnético fora do solenóide
infinite é nulo:
B f ora = 0
Agora, façemos uma amperiana tal que no seu interior tenha vários fios do solenoide, pelos cuales
circula a corrente I. (Figura: 2.19)
39
2.3 A Lei Circuital de Ampère
desta forma
Z Z
⃗ · d⃗l =
B ⃗ · d⃗l
B
Γ Γ3
= Bdentro l
mas Z
⃗ · d⃗l = µo Iint
B
Γ
Logo:
µ0 I → Bdentro l = µ0 NI
portanto
N
Bdentro = µ0 I
l
= µ0 nI
onde n = N/l indica a densidade de espiras do solenóide.
Agora, vamos usar o princı́pio da superposição para calcular o campo para os dois solenóides.
Para r < a :
⃗ 1 o campo gerado pelo
Neste caso, temos a influência dos campos dos dois solenóides. Sendo B
⃗ 2 o campo gerado pelo solenóide externo:
solenóide interno e B
B = B1 − B2 = µ0 In1 − µ0 In2
portanto
B = µo I (n1 − n2 )
Solução Considere como sendo ⃗ x a posição do ponto em questão em relação ao eixo do condutor e
⃗y como sendo a posição do ponto em relação ao eixo da cavidade:
Para resolver esse exercı́cio, será necessária a utilização do princı́pio da superposição. Observe que
a configuração final do sistema pode ser obtida se somarmos dois cilindros com sentidos de correntes
opostos, como apresentado na Figura 2.22 :
Portanto, devemos calcular o campo gerado pelo cilindro maior em um ponto que dista x do seu
eixo e somar com o campo gerado pelo cilindro menor em um ponto que dista y de seu centro.
40
2.3 A Lei Circuital de Ampère
Cilindro maior
41
2.3 A Lei Circuital de Ampère
desta forma
I
B · dl = µ0 Iint
Γ
B1 2πx = µ0 jπx2
assim
µ0 jx
B1 = θ̂
2
µ0
=
j×x
2
Cilindro menor
Solução
42
2.4 Condições de Contorno na Magnetostática
portanto
µ0 NI
⃗=
B θ̂
2πr
43
2.4 Condições de Contorno na Magnetostática
//superficie
2B⊥ = B⊥super f icie , B//
//
= B//corrente
//corrente
, B//
⊥ = B⊥corrente
44
2.5 Potencial Vetor A
desta forma
B//
//acima
= B//
//abaixo
(2.23)
A corrente que passa pelo interor da amperiana é Iint = kl. Aplicando a Lei de Ampère (2.16)
encontramos que:
I
⃗ · d⃗l = B// l − B//
B l
⊥acima ⊥abaixo
Γ
= µ0 Iint
assim
B//
⊥acima
l − B//
⊥abaixo
l = µ0 kl
destaforma
B//
⊥acima
− B//
⊥abaixo
= µ0 k
portanto
⃗ // ⃗ // ⃗k × ⃗n
B ⊥acima
− B ⊥abaixo
= µ0 (2.24)
Solução Ve
45
2.5 Potencial Vetor A
ρ
∇2 V = − .
ϵ0
Seria possı́vel definir um raciocı́nio análogo a esse na magnetostática? Seria possı́vel definir um
potencial análogo para o campo magnético? O nosso ponto de partida seria a equação do divergente
nulo do campo magnético, ∇ ⃗ ·B
⃗ = 0. Uma vez que as linhas de campo B ⃗ são fechadas, costuma ser
possı́vel encontrar caminho fechados nos quais a circulação de campo magnético é diferente de zero.
Portanto, já esperamos que, se a analogia existir, ele deve precisar de certas adaptações.
Um potencial que atende a essa demanda costuma ser chamado de potencial vetor A, ⃗ definido a
partir da seguinte relação:
⃗
⃗ eA
Relação entre B
⃗=∇
B ⃗
⃗ × A. (2.25)
Perceba, como o próprio nome de A ⃗ sugere, que o potencial vetor é uma grandeza vetorial, não
mais escalar como o potencial elétrico V. Qual seria a equação análoga à equação de Poisson na
⃗ e as fontes de corrente
magnetostática? Isto é, uma equação capaz de estabelecer uma relação entre A
elétrica no espaço? Comecemos por devensolver o resultado conhecido ∇ × B ⃗ = µ0 ⃗j. Veja:
⃗ ×B ⃗× ∇
⃗=∇ ⃗ =∇
⃗ ×A ⃗ ∇ ⃗ − ∇2 A.
⃗ ·A ⃗
∇ (2.26)
⃗ = −µ0 ⃗j.
∇2 A (2.27)
46
2.5 Potencial Vetor A
Z ⃗j r⃗′ dv′
⃗ ⃗r = µ0
A . (2.28)
4π ⃗r − r⃗′
ü Observação Em certos casos nos quais descrevemos as fontes de campo magnético como correntes
superficiais ⃗k, ou correntes elétricas I, podemos expressar o potencial vetor conforme as expressões
a seguir:
Densidade superficial
Z ⃗k r⃗′ ds′
A⃗ ⃗r = µ0 (2.29)
4π ⃗r − r⃗′
Densidade linear
Z ⃗I r⃗′ dl′
⃗ ⃗r = µ0
A . (2.30)
4π ⃗r − r⃗′
⃗
A seguir, apresentamos um exemplo de exercı́cio envolvendo o potencial vetor A.
Exemplo 2.11
Considere uma região no espao̧ na qual um vetor potencial A ⃗ = kϕ̂ é definido em coordenadas
cilı́ndricas, em que k é uma constante fı́sica de unidades adequadas. Faça o que se pede nos
itens a seguir.
a) Determine o campo magnético B ⃗ existente nessa região.
b) Determine a distribuição de corrente elétrica associada ao sistema.
⃗ para determinar o
Solução a) Para resolver esse exercı́cio, primeiro aplicaramos o rotacional em A
campo magnético.
Aϕ = k
47
2.6 Expansão multipolar na magnetostática
portanto
⃗ ×A
⃗ = ∇
B ⃗
1 ∂
= ρAϕ k̂
ρ ∂ρ
Aϕ k̂
=
ρ
k
= k̂
ρ
= Bz k̂.
⃗ para determinar a densidade de corrente, de acordo
b) Em seguida, aplicamos o rotacional em B
⃗ = µ0 ⃗j. Assim:
⃗ ×B
com as equações da magnetostática ∇
⃗j = 1 ⃗ ⃗
∇×B
µ0
∂Bz
!
1
= − ϕ̂
µ0 ∂ρ
k
= ϕ̂.
µ0 ρ2
Perceba que diferentemente da eletrostática, em que o potencial V tem a vantagem de ser uma
⃗ o campo magnético B
grandeza escalar, frente ao campo elétrico E; ⃗ e o potencial vetor A⃗ são ambos
grandezas vetoriais. Entretanto o uso do potencial vetor ainda se justifica em diferentes situações por
ser capaz de reduzir certos resultados da teoria eletromagnética a resultados bastante elegantes. A
⃗ na expansão multipolar de uma fonte de campo magnético.
seguir, ilustraremos uma aplicação de A
48
2.6 Expansão multipolar na magnetostática
Vimos na Eq. 2.5 que o potencial vetor, para densidades lineares, é dado por:
I ⃗I r⃗′ dl′
A⃗ ⃗r = µ0 (2.31)
4π Γ ⃗r − r⃗′
Podemos reescrever o denominador do integrando da seguinte maneira:
∞
1 1 1 X r′ n
= √ = pn cos θ′ (2.32)
|r − r′ | r + r − 2rr cos θ
2 ′2 ′ ′ r n=0
r
Onde pn é o Polinômio de Legendre4. Considerando a corrente constante e substituı́ndo 2.32 em 2.31
, encontramos a expressão de multipólos magnéticos:
∞
µ
I
0I 1
⃗ ⃗r = (r′ )n pn cos (θ′ ) d⃗l′
X
A
4π n=0 rn+1 Γ
É interessante notar que o termo correspondente ao monopólo (n=0) é
I
1
d⃗l′ = 0,
r Γ
o que está de acordo com os observações. Então, o termo mais importante da sequência corresponde
ao dipolo magnético (n=1):
Potencial vetor de um dipolo magnético
µ µ
I
0I
⃗dipolo = ⃗′ d⃗l′ = 0 µ
A r̂ · r ⃗ × r̂. (2.33)
4πr2 Γ 4πr2
⃗dipolo ,
⃗ dipolo = ∇ × A
B
µ0 I ⃗ × r̂
µ
!
⃗ dipolo
B = ∇× , (2.34)
4π r2
de modo que chegamos ao seguinte resultado
⃗ dipolo = capitulo10dotablet.
B (2.35)
Exemplo 2.12 (Aproximação dipolar de um circuito )
Considere um circuito elétrico, atravessado por uma corrente de 100 mA, cujo formato pode
ser aproximado por um quadrado de 10 cm de aresta contido no plano x − y. Determine
uma expressão que descreva, aproximadamente, o campo magnético gerado por esse circuito a
alguns metros de distância dele.
Solução O enunciado do exemplo é suficiente para concluir que estamos interessados na aproximação
!n
1 d n
4Pn (x) = n x2 − 1
2 n! dx
49
Exercı́cios do Capı́tulo 2
de campo distante. Considerando uma expansão multipolar, o campo magnético pode ser aproximado
à sua componente de dipolo.
K Exercı́cios do Capı́tulo 2 k
⃗J
⊙
a) Encontre o campo magnético em cada uma das seguintes regiões a seguir, indicando tanto
a magnitude quanto a direção (i) r < a, (ii) a < r < b e (iii) r > b. Para cada região, faça
uma figura mostrando claramente sua escolha do circuito amperiano.
⃗ em função da coordenada r.
b) Esboce o gráfico de |B|
4. Um cilindro condutor comprido, de raio a e comprimento L, conduz uma corrente I
uniformemente distribuı́da pela sua seção transversal. A resistividade do material do qual o
cilindro é feito vale ρ.
a) Determine a dependência entre o campo elétrico E no interior do cilindro com respeito a
a, ρ e I.
b) Calcule o campo magnético B na superfı́cie externa do condutor.
50
Exercı́cios do Capı́tulo 2
c) Calcule o vetor de Poynting na superfı́cie do fio e demonstre que a taxa do fluxo de energia
Φ através da superfı́cie lateral do fio é igual a potência elétrica dissipada no fio.
5. Um solenoide de comprimento L, raio R e n voltas por unidade de comprimento é atravessado
por uma corrente elétrica I. Calcule a intensidade do campo magnético B gerado pelo solenoide
ao longo de todo o seu eixo de simetria.
6. Em circuitos de alta frequência, a corrente elétrica em um fio condutor pode não se distribuir
uniformemente pela sua seção transversal de área. Considere um fio cujo diâmetro vale ϕ, de
condutividade elétrica σ, atravessado por uma corrente elétrica I. O comprimento do fio vale L
e a corrente é uniformemente distribuı́da como que em uma fina pelı́cula na superfı́cie externa
do fio de espessura δ ≪ ϕ. Calcule:
a) A resistência elétrica equivalente do fio no regime descrito acima.
b) O campo magnético gerado pelo fio em todo o espaço, i.e., no interior do fio, na região em
que há densidade volumétrica de corrente e no exterior do fio.
7. Considere o fio dobrado segundo um polı́gono regular de N lados, cujo de apótemaO
apótema é definido como a distância entre o ponto médio dos lados do polı́gono regular até o
centro da circunferência em que o inscreve. é dado por s. Sabendo que o fio é atravessado por
uma corrente elétrica I, faça o que se pede:
a) Calcule o campo magnético B ⃗ ao longo do eixo que passa pelo centro do polı́gono e é
perpendicular ao plano que contém a espira.
b) Demonstre que o resultado obtido no item anterior tende ao campo gerado por uma espira
circular à medida que N → ∞.
Potencial vetor A ⃗
8. Determine o potencial vetor gerado por um solenoide infinito com n voltas por unidade de
comprimento e raio R, atravessado por uma corrente elétrica I em todo o espaço.
9. Se o campo magnético B ⃗ em uma região é uniforme, mostre que o potencial vetor associado
⃗ Essa forma de escrever o potencial vetor é única?
pode ser escrito como A = − 21 (⃗r × B).
10. Calcule o potencial vetor magnético associado a um fio orientado na direção vertical ẑ, com
extremidades entre z1 e z2 e atravessado por uma corrente elétrica I.
11. Que distribuição de corrente elétrica é capaz de gerar um potencial vetorial A = kϕ̂ , em
coordenadas cilı́ndricas.
12. Considere um fio vertical infinito pelo qual passa uma corrente elétrica I para cima
(direção +ẑ). O fio atravessa a origem do sistema de coordenadas, coincidindo, portanto, com
o eixo z. Faça o que se pede nos itens a seguir.
a) Calcule o campo magnético B(x, ⃗ y, z) gerado pelo fio. Expresse o seu resultado em
coordenadas cartesianas.
b) Calcule o potencial vetor A(x,⃗ y, z) associado ao campo magnético gerado pelo fio. Adote
um calibre tal que A ⃗ seja nulo a uma distância a do fio. 5
5Dica: Dependendo da estratégia de solução adotada nesse problema, você pode cair em uma integral não-convergente
indesejada. Isso não implica que não há solução para o problema. Trata-se de um problema técnico associado ao fato
51
Exercı́cios do Capı́tulo 2
Expansão multipolar
13. Calcule o momento de dipolo magnético de:
a) um anel de densidade linear de carga λ girando com velocidade angular ω em torno do
seu eixo de simetria.
b) uma casca esférica de densidade superficial de carga λ girando com velocidade angular ω.
14. Considere um solenoide com núcleo preenchido de ar de N voltas, raio R e comprimento L.
A bobina é posicionada na origem de um sistema de coordenadas de tal maneira que o seu eixo
de simetria está orientado na vertical, ao longo do eixo z, e um observador acima dela verifica
que a corrente elétrica I circula no sentido anti-horário. Calcule o campo magnético gerado pelo
solenoide para pontos distantes. Utilize o sistema de coordenadas que julgar mais adequado.
15. Demonstre que o campo magnético de um dipolo pode ser escrito como
µ0 1
⃗ d ip(⃗r) =
B ⃗ · r̂)r̂ − m].
[3(m ⃗
4π r3
Essa expressão pode ser bastante conveniente em determinadas situações uma vez que independe
do sistema de eixo de coordenadas escolhido.
16. Um dipolo magnético de momento m ⃗ = −m0 ẑ está localizado em uma região do espaço
em que havia um campo magnético uniforme dado por B ⃗ = B0 ẑ. O campo resultante na
região é dado pela superposição do campo do dipolo magnético e o campo uniforme que havia
previamente na região.
a) Demonstre que há uma esfera centrada no dipolo pela qual não passam linhas de campo e
determine o seu raio.
b) Faça um esboço do diagrama de linhas de campo magnético na região.
17. Considere um cilindro de altura H e raio R, com uma densidade de carga elétrica superficial
σ na sua parede lateral e centro geométrico localizado na origem do sistema de coordenadas.
O cilindro é mantido em rotação em torno do seu eixo de simetria vertical (ẑ) com velocidade
angular dada por ω. Determine o campo magnético gerado pelo cilindro rotatório nos pontos
do plano xy muito distantes do cilindro, isto é, tais que ρ ≫ R.
decorre de estarmos lidando com uma distribuição infinita de corrente elétrica. Nesse caso, pense mais um pouco e avalie
⃗
se não há outra forma de encontrar A.
52
Capı́tulo 14 Lei da Indução
Tópicos Abordados
Com as experiências de Oersted, viu-se que correntes elétricas geram campos magnéticos. Ficou
então a seguinte dúvida: Pode o campo magnético gerar corrente? Michael Faraday (1791-1867), um
dos maiores fı́sicos experimentais, interessou-se em descobrir e estudar essa relação.
Em 1831, Faraday montou dois Solenoides, com 70 metros de fio de cobre em cada. Os dois foram
concatenados, mas um foi ligado à um gerador, enquanto o outro foi conectado a um galvanômetro,
como mostrado na figura 14.1 .
Notou-se que quando uma corrente contı́nua passava pelo solenóide 1, o galvanômetro não acusava
passagem de corrente. No entanto, sempre que a chave era ligada ou desligada, surgia uma corrente no
circuito 2. Isso levou Faraday a supor que a força eletromotriz no circuito 2 resultava de uma variação
do campo magnético no interior dos Solenoides. Continuando seus experimentos, ele construiu o
circuito apresentado na figura 14.2 .
Quando um ı́mã era aproximado ou afastado do solenóide, observava-se uma deflexão do galvanômetro.
Se o ı́mã permanecesse imóvel em relação ao circuito, a deflexão era nula. Ainda nesse experimento,
14.1 O Fluxo Magnético
Faraday notou que a área dos Solenoides também influenciava na força eletromotriz induzida.
Suas descobertas podem ser sintetizadas em termos matemáticos da seguinte maneira:
dB
ϵind ∝
dt
e
ϵind ∝ A
Para melhor compreender esse fenômeno, precisamos definir o que é fluxo magnético.
54
14.2 A Lei de Lenz
Exercı́cio 1 Suponha uma barra condutora, deslizando sem atrito sobre um trilho condutor, em meio
a um campo magnético perpendicular ao plano dos trilhos, conforme mostrado na Eq. 14.4 . Calcule:
a força eletromotriz induzida, a corrente induzida a força magnética e a velocidade da barra em função
do tempo.
Força eletromotriz Temos que o fluxo magnético na barra é dado por:
ϕB = BA = Blx
portanto a força eletromotriz é:
dϕB dx
|ϵind | = = Bl = Blv
dt dt
55
14.2 A Lei de Lenz
Corrente induzida:
ϵind Blv
Iind = =
R R
Força magnética: Temos que a força em fios é dada por:
2 2
F ⃗ = Iind Bl = B l v î
⃗ = I⃗l × B (14.6)
R
Velocidade do fio: Aplicando a segunda lei de Newton ao reultado da equação 14.6 :
dv B2 l2 v
m =
dt R
Resolvendo essa equação diferencial separável:
Z v(t) Z t 22
dv Bl
=− dt
v0 v 0 Rm
desta forma !
v(t) B2 l2
ln =− t
v0 Rm
logo, a velocidade da barra é
2 2
v(t) = v0 e−B l t/Rm
Exercı́cio 2 Considere um campo magnético uniforme que aponta pra dentro da folha e está confinado
numa região circular de raio R. Suponha que a magnitude de B⃗ aumenta com o tempo. Calcule o
campo elétrico induzido em todo o espaço:
56
14.2 A Lei de Lenz
57
14.3 Geradores elétricos
0.5
0.45
0.4
0.35
Eind/(R(dB/dt))
0.3
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
0 0.5 1 1.5 2
r/R
58
14.4 Efeitos Mecânicos
(a) (b)
Figura 14.9: (a)Objetos aproximando-se de um campo magnético. (b)Correntes de Foucault
Experimentalmente, observa-se que a chapa metálica sofre uma redução de velocidade mais acentuada
que o pente. Por quê?
Isso ocorre pois, durante a imersão no campo magnético, a variação do fluxo magnético no interior
da chapa é maior do que no pente. Logo a corrente induzida, a corrente de Foucault nesse caso, na
59
14.5 Indutância Mútua
chapa é superior. Mas a ação do campo magnético sobre a corrente induzida gera uma força que tende
a frear o objeto, portanto a chapa sofre uma maior redução de velocidade.
Pode-se dizer também que as correntes de Foucault resultam em uma maior dissipação por efeito
Joule, aquecendo o material que imerge em um campo magnético.
60
14.5 Indutância Mútua
dϕ21
ϵ2 = −
dt
Mas a variação do fluxo do campo magnético depende de uma variação de corrente na espira 1:
dϕ21 dI1
∝
dt dt
Então podemos substituir essa proporcionalidade por uma igualdade por meio da definição da constante
de indução mútua M21 1:
dϕ21 dI1
= M21 (14.8)
dt dt
dϕ21
M21 = (14.9)
dI1
Experimentalmente, observa-se que a constante de indução mútua depende apenas da geometria das
espiras e também da distância entre elas.
Neumann deduziu uma fórmula que permite determinar essa constante. Temos que o fluxo do campo
magnético pode ser calculado por:
Z Z Z Z
⃗2 =
⃗ · dS ⃗1 · dS
⃗ ×A ⃗2
ϕ21 = B ∇
S2 S2
Aplicando o Teorema de Stokes:
Z Z I
⃗ ⃗ ⃗ ⃗1 · d⃗l2
ϕ21 = ∇ × A1 · dS2 = A
S2 Γ2
Tm2
1[M21 ] = H(henry) =
A
61
14.5 Indutância Mútua
Exercı́cio 3 Calcule a indutância mútua entre duas espiras coplanares e concêntricas de raios R1 e
R2 , com R1 ≫ R2 como é mostrado na figura (14.13).
Para calcular a indutância mútua, precisamos calcular uma relação entre a variação de corrente em
uma espira e a variação do fluxo magnético na outra espira.
µ0 I
Sabemos que a campo magnético no centro de uma espira circular é B = . Como R1 ≫ R2 ,
2R1
pode-se considerar que o campo no interior da espira 2 é constante, logo o fluxo no seu interior será:
µ0 I
ϕ21 = BA = πR2
2R1 2
Então temos que:
dϕ21 µ0
= πR2
dI 2R1 2
Logo a indutância mútua é:
µ0
M= πR2
2R1 2
62
14.5 Indutância Mútua
Exercı́cio 4 Calcule a indutância mútua entre dois Solenoides concêntricos de densidades de espiras
n1 e n2 .
Para calcular a indutância mútua, precisamos calcular uma relação entre a variação de corrente em
um solenóide e a variação do fluxo magnético no outro.
Sabemos que a campo magnético no interior do solenóide 1 é B = µ0 In1 . Como o campo no interior
do solenóide 2 é constante, o fluxo no seu interior será:
ϕ21 = BAn2 l = µ0 In1 n2 lπR22
Então temos que:
dϕ21
= µ0 n1 n2 lπR22
dI
Logo a indutância mútua é:
M = µ0 n1 n2 lπR22
Exercı́cio 5 Calcule a indutância mútua entre dois toroides concatenados com N1 e N2 enrolamentos.
Figura 14.15: Toróides concatenados. Cada um deles é representado aqui com um color diferente
Para calcular a indutância mútua, precisamos calcular uma relação entre a variação de corrente em
um toróide e a variação do fluxo magnético no outro.
63
14.6 Autoindutância
µ0 N1 I
Sabemos que a campo magnético no interior do toroide 1 é B = . Considerando que o campo
2πr
no interior do toroide apresenta simetria cilı́ndrica, o fluxo no seu interior deve ser calculado por
meio a seguinte integral:
Zb
µ0 N1 I1
= N2 hdr
2πr
a
µ0 N1 N2 I1
!
b
= h ln I
2π a
Então temos que:
dϕ21 µ0 N1 N2
!
b
= h ln
dI 2π a
Logo a indutância mútua é:
µ0 N1 N2
!
b
M= h ln
2π a
14.6 Autoindutância
Considere novamente uma espira de N voltas pela qual passa uma corrente I. Se ocorre alguma
alteração na corrente, o fluxo através da espira varia com o tempo, então, de acordo com a lei de
Faraday, uma força eletromotriz induzida surgirá para gerar um campo no sentido oposto à variação
do fluxo de B ⃗ inicial. Então podemos dizer que o próprio campo opõe-se a qualquer mudança da
corrente, e assim temos o fenômeno da auto-indutância como é mostrado na figura (14.17).
64
14.6 Autoindutância
Para calcular a auto-indutância, precisamos calcular como uma variação de corrente no solenóide
varia o fluxo magnético no interior do próprio solenóide.
Sabemos que a campo magnético no interior desse objeto é B = µ0 In. Como o campo no interior do
solenóide é constante, o fluxo no seu interior será:
ϕB = BAnl = µ0 In2 lπR2 (14.14)
Então temos que:
dϕB
= µ0 n2 lπR2 (14.15)
dI
Logo a auto-indutância é:
L = µ0 n2 lπR2 (14.16)
2[L] = H(henry)
65
14.7 Associação de Indutores
Para calcular a auto-indutância, precisamos calcular como uma variação de corrente no toróide
varia o fluxo magnético no interior do próprio toróide.
µ0 NI
Sabemos que a campo magnético no interior desse objeto é B = . Considerando que o campo
2πr
no interior do toróide apresenta simetria cilı́ndrica, o fluxo no seu interior deve ser calculado por
meio a seguinte integral:
Zb
µ0 N2 I µ0 N2 I
Z !
⃗ · d⃗s = b
ϕB = N B hdr = h ln
2πr 2π a
a
Então temos que:
dϕ21 µ0 N2
!
b
= h ln
dI 2π a
Logo a auto-indutância é:
µ0 N 2
!
b
L= h ln
2π a
66
14.7 Associação de Indutores
Quando um circuito apresenta mais de um indutor associado, é possı́vel substituı́-los por um indutor
equivalente, a fim de simplificar os futuros cálculos relativos ao circuito. Mas para calcular a indutância
equivalente, devemos considerar tanto os efeitos de autoindução quanto de indutância mútua entre os
componentes da associação.
Faremos, como exemplo, a associação de dois indutores em série e dois indutores em paralelo.
67
14.8 Circuito R-L
68
14.9 Circuito LC
portanto
V L dI
−I =
R R dt
logo, integrando
Z t Z I(t)
R dI
− dt =
0 L 0 I − VR
do qual temos
I(t)
V R
ln I − = − t
R 0 L
ou
V V R
I(t) −= − e− L t
R R
V R
I(t) = 1 − e− L t (14.30)
R
Quanto maior for a indutância L do indutor no circuito, maior será o tempo para a corrente se aproximar
da máxima Imax = V/R.
0.8
0.6
IR/V
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
tR/L
Figura 14.24: Gráfico de corrente de um circuito R-L
14.9 Circuito LC
69
14.10 Analogia com sistema mecânico
Considere o circuito da Eq. 14.25, com o capacitor inicialmente carregado com uma carga Q0 ,
ou seja, as condições iniciais:
t = 0 , Q(t = 0) = Q0
t = 0 , I(t = 0) = 0
A equação do circuito é:
Q dI
−L =0 (14.31)
C dt
Como o capacitor está descarregando, I = −dQ/dt, e portanto:
d2 Q 1
2
+ Q=0 (14.32)
dt LC
Que é a equação de um oscilador harmônico, cuja solução é:
Q(t) = Q0 cos(ωt) (14.33)
Onde:
1
ω2 =
LC
dQ
I(t) = − = ωQ0 sen (ωt)
dt
I0 = Q0 ω
0.5
I/Q0
-0.5
-1
0 1 2 3 4 5 6 7 8
(1/2)
t/(LC)
Análise de energia:
1 Q2
UE = Ucapacitor = CV 2 =
2 2C
2
Q0
UE = cos2 (ωt)
2C
1 L LQ20 ω2 Q2
UB = Uindutor = LI2 = I02 sin2 (ωt) = sen 2 (ωt) = 0 sen 2 (ωt)
2 2 2 2C
2
Q
U = UE + UC = 0
2C
70
14.10 Analogia com sistema mecânico
1.4 UE
UB
1.2 U
2UC/Q02
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
t/(LC)(1/2)
d2 x K d2 Q 1
2
+ x = 0 2
+ Q=0
dt M dt LC
1 K 1 1 2
U = mv2 + x2 U = LI2 + Q
2 2 2 2C
Figura 14.28: Analogia do circuito LC com sistema mecânico.
m L
1/k C
x Q
v = ẋ I = Q̇
mv2 /2 LI2 /2
kx2 Q2
2 2C
71
14.11 Circuito RLC
14.11.1 Subcrı́tico
72
14.12 Energia em Campos Magnéticos
0.5
Q 0
-0.5
-1
0 1 2 3 4 5 6 7 8
tω
Figura 14.30: Oscilador amortecido subcrı́tico.
14.11.2 Crı́tico
Neste caso a solução pode ser reescrita como:
Q(t) = (A + Bt)e−βt (14.39)
0.8
0.6
Q
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
tβ
Figura 14.31: Oscilador amortecido crı́tico.
14.11.3 Supercrı́tico
Neste caso a solução pode ser reescrita como:
Q(t) = e−βt A1 exp(ω2 t) + A2 exp(−ω2 t)
(14.40)
73
14.12 Energia em Campos Magnéticos
0.8
0.6
Q
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
tω
Figura 14.32: Oscilador amortecido supercrı́tico.
⃗ ×B
Mas ∇ ⃗ = µ0⃗J, então:
Z
1 ⃗ · (∇
⃗ × B)dv
⃗
U= A
2µ0
V
74
14.12 Energia em Campos Magnéticos
Utilizando a identidade:
∇ ⃗ × B)
⃗ · (A ⃗ = B
⃗ · (∇ ⃗ −A
⃗ × A) ⃗ · (∇
⃗ × B)
⃗
obtemos
⃗ · (∇
A ⃗ × B)
⃗ = B⃗ · (∇ ⃗ −∇
⃗ × A) ⃗ × B)
⃗ · (A ⃗
⃗ ·B
= B ⃗ −∇ ⃗ × B)
⃗ · (A ⃗
portanto, temos:
Z Z
1 ⃗ ⃗
U= B · B −
⃗ ⃗ ⃗
∇ · (A × B)dv
(14.41)
2µ0
V V
Exemplo 14.1
Cabo coaxial.
75
14.12 Energia em Campos Magnéticos
, r < a ou r > b
0
µ0 I 2 µ0 I2
Z b !
1 b
U = 2πl dr = l ln
8π2 a r 4π a
"
µ0 I a ≤ r ≤ b
Z
⃗ · d⃗s =
ϕ =
B drdz,
2πr o ≤ z ≤ l
µ0 I
!
b
ϕ = l ln
2π a
dϕ µ0 l
!
b
L = = ln
dI 2π a
A energia armazenada será então:
LI2
U =
2
µ0 I 2
!
b
U = l ln
4π a
76
Exercı́cios do Capı́tulo 14
K Exercı́cios do Capı́tulo 14 k
Circuito móvel
⃗ = 50x̂
1. A espira mostrada na figura a seguir está imersa em um campo magnético uniforme B
mWb/m2 . Se o lado DC da espira cruza as linhas de fluxo a uma frequência de 50 Hz, estando
a espira sobre o plano yz no tempo t = 0, encontre f em induzida na espira em mV.
77
Exercı́cios do Capı́tulo 14
B
v
60o
4. Uma barra metálica H de comprimento l e massa m escorrega sem atrito em trilhos verticais
unidos por uma haste horizontal de resistência elétrica R. As resistências elétricas dos trilhos
e da barra metálica podem ser desprezadas. O sistema está localizado em uma região com
campo magnético uniforme de módulo B perpendicular ao plano dos trilhos. O sistema descrito
é ilustrado na figura a seguir.
g R
Devido à ação do peso, a barra metálica inicia um movimento de queda a partir do repouso no
instante t = 0 e uma corrente elétrica induzida surge no sistema. Faça o que se pede nos itens a
seguir.
a) Calcule a corrente elétrica i(t) e a velocidade da barra v(t) em função do tempo.
b) Discuta o balanço de energia nesse sistema.
78
Exercı́cios do Capı́tulo 14
espira e o fio é dado por s e a espira é orientada de tal forma que ela e o fio estão ambos contidos
em um mesmo plano. Em um instante t = 0 uma chave no circuito que alimenta a corrente
I através do fio retilı́neo é aberta e a corrente sofre uma brusca queda até cessar num curto
intervalo de tempo τ. Calcule a carga Q que circula a espira quadrada ao longo do processo.
8. Considere um solenoide muito longo, cujo núcleo é preenchido com ar, com secção
transversal de área circular de raio R e n voltas por unidade de comprimento. O sistema é
atravessado por uma corrente elétrica variável com respeito ao tempo, I(t). Calcule o campo
elétrico gerado em todo o espaço.
9. Um fio metálico é enrolado em formato espiral com N voltas, N ≫ 1, e distância h entre
as mesmas, conforme ilustrado na figura a seguir.
Um campo magnético de magnitude crescente com o tempo, segundo a expressão B = kt,
espacialmente uniforme e direção perpendicular ao plano definido pelo fio metálico é aplicado
na região.
Calcule a força eletromotriz E induzida entre as extremidades do fio.
B(t)
h
79
Exercı́cios do Capı́tulo 14
13. Dois anéis circulares coaxiais de raios a e b (b > a) estão separados por uma distância h
(h ≫ a,b) conforme apresentado na figura a seguir. Considerando que a = 10 cm, b = 40 cm e
h = 30 m, calcule a indutância mútua entre os anéis.
14. Um solenoide curto (de comprimento l e raio a, com n1 voltas por unidade de comprimento)
está no eixo de um solenoide muito longo (de raio b, n2 voltas por unidade de comprimento)
como mostra a figura a seguir. A corrente I passa pelo solenoide curto. Calcule o fluxo
magnético através do solenoide longo.
15. Uma espira circular de raio a é colocada próximo de um fio condutor retilı́neo e infinito. A
espira e o fio estão contidos em um mesmo plano. Calcule a indutância mútua entre a espira e
o fio infinito nas situações descritas a seguir.
a) Quando a espira tangencia o fio infinito, isto é, quando a distância entre o centro da espira
e o fio condutor é dada por a.
b) Quando o centro da espira encontra-se à distância b (b > a) do fio condutor.
80
Exercı́cios do Capı́tulo 14
81
Capı́tulo 15 Materiais Magnéticos
Tópicos Abordados
83
15.2 Momentos magnéticos e Momento angular
Algumas propriedades:
Lei de Lenz não se aplica, pois este campo está associado ao elétron por si mesmo.
O próprio S⃗ não pode ser medido. Entretanto, sua componente ao longo de qualquer eixo pode
ser medida.
Uma componente medida de S ⃗ é quantizada.
Quantização de Sz :
Sz = ms ℏ
1
ms = ±
2
h
ℏ =
2π
84
15.2 Momentos magnéticos e Momento angular
L = ml ℏ
ml = 0, ±1, ±2, · · ·
⃗τ = µ ⃗
⃗ ×B
Desta forma, se colocarmos um material composto por átomos que possuem um momento magnético
permanente, inicialmente orientado em direções distribuı́das ao acaso, na presença de um campo
magnético, esses momentos magnéticos se orientarão na direção do campo, resultando em uma
magnetização diferente de zero. Então como resultado teremos que o campo magnético resultante
será maior que o original.
85
15.3 Materiais Diamagnéticos
Análise dimensional:
⃗
h i
h i momento magnético corrente x á rea A B
⃗ =
M = = = (15.6)
volume comprimento m µ0
Perceba que esta grandeza é análoga à polarização de materiais dielétricos.
Figura 15.5: Substâncias diamagnéticas são repelidas do campo magnético, deslocando-se para a
região de campo magnético menos intenso.
86
15.4 Materiais Paramagnéticos
A Lei de Lenz sempre está presente em todos os materiais. O efeito do spin, se estiver presente,
será sempre mais forte. Logo, os materiais diamagnéticos são aqueles onde não há o efeito do spin.
Exemplos de materiais diamagnéticos:
Orbitais que possuem os elétrons emparelhados ⇒ não há momento magnético resultante.
Figura 15.6: Substâncias paramagnéticas são atraı́das para região de campo magnético mais intenso.
⃗
15.5 Magnetização e o campo H
Relembrando a definição de magnetização (Eq. 15.4):
⃗ = µ0 H⃗ +M
⃗
B (15.8)
⃗
⃗ ≡ B −M
H ⃗ (15.9)
µ0
87
⃗
15.5 Magnetização e o campo H
⃗
⃗ ⃗r = µ0 µ × R̂
A (15.10)
4π R̂
Se pensarmos num material, então cada elemento de volume possui um momento de dipolo
⃗
magnético Mdv, logo:
⃗ ⃗r′ × R̂
⃗ ⃗r = µ0
Z
M
A dv′ (15.11)
4π R2
Utilizando a identidade:
1 R̂
′
⃗
∇ = 2
R R
Temos:
⃗ ⃗r = µo
Z
1
′
A M ⃗
⃗ ⃗r′ × ∇ dv′
4π R
Utilizando a identidade:
⃗ × fM⃗ = f ⃗ ×M
⃗ −M⃗ × ∇⃗f
∇ ∇
⃗ × ∇⃗f = f ⃗ ×M
⃗ −∇⃗ × fM⃗
⇒M ∇
Ficamos com:
⃗
Z
µ0 ⃗
′
Z
⃗ ⃗r = 1
⃗
′
⃗
⃗
′ M r
⃗
′ ′
′
A ∇ × M r dv − ∇ × dv
R
R
4π
Z ⃗ ′ ⃗ ′ I ⃗ ′
⃗ µ 0 ∇ × M ⃗
r µ 0 M ⃗r × n̂′ ′
A ⃗r = dv +
′
ds
4π R 4π R
88
⃗
15.5 Magnetização e o campo H
Z ⃗ ′
⃗ ⃗r = µ0 JM ⃗r µ0 ⃗ M ⃗r′
κ
I
A dv +
′
dv′
4π R 4π R
′
⃗ ×M
⃗JM ⃗r′ = ∇ ⃗ ⃗r′ : Densidade de corrente de magnetização;
⃗ ′
κ⃗ M ⃗r′ = M ⃗r × n̂′ : Densidade superficial de corrente de magnetização.
Similar a:
⃗ ·P
ρp = −∇ ⃗
σp = ⃗
p · n̂
⃗ ×B
⃗ = µ0 ⃗Jlivre + ⃗JM
∇ (15.12)
| {z }
densidade de corrente total
⃗ ×B ⃗ ×M
⃗ = µ0 ⃗Jlivre + ∇ ⃗
∇
⃗ ×B
∇ ⃗ −∇ ⃗ × µ0 M
⃗ = µ0⃗Jlivre
⃗× B ⃗ − µ0 M
⃗ = µ0⃗Jlivre
∇
| {z }
⃗
µ0 H
⃗ × µ0 H
∇ ⃗ = µ0⃗Jlivre
⃗ ×H
∇ ⃗ = ⃗Jlivre (15.13)
⃗
B
⃗ =
H −M ⃗
µ0
⃗
⃗ = ∇·B −∇·M
∇·H ⃗
µ0
⃗ = −∇ · M
∇·H ⃗
⃗ e B.
Obs. : 1 Deve-se tomar cuidado com a analogia entre os campos H ⃗ Apesar da similaridade entre
as expressões de seus rotacionais, devemos lembrar que um campo não é determinado somente pelo
89
15.6 Materiais Magnéticos Lineares
seu rotacional. Em especial, mesmo que não haja nenhuma corrente livre, na presença de materiais
⃗ pode ser não nulo.
magnéticos, o campo H
⃗ = χM H
M ⃗ (15.14)
⃗ = µo H⃗ +M⃗
B
⃗ + χM H⃗
= µo H
⃗
= µo (1 + χM ) H
⃗
= µo µr H
⃗ = µH
B ⃗
Cuidado com a notação: Aqui, µ é a permeabilidade magnética do meio (não confundir com o
momento magnético).
O sinal de χM depende do tipo de material:
⃗ = µo (1 + χM ) H
B ⃗
χM < 0
χM > 0
90
15.7 Materiais Ferromagnéticos
aplicado, estão alinhados aleatoriamente orientados, resultando numa magnetização do material nula.
Por isso que o ferro não atrai nenhum metal a princı́pio.
Fe: sólido policristalino
Se magnetizarmos uma amostra de Fe colocando-a em um campo magnético externo de intimidade
gradualmente crescente, haverá um crescimento em tamanho dos domı́nios que estão orientados ao
longo do campo externos.
Antes:
⃗ =0
M
Após:
⃗ ,0
M
Figura 15.8: Alinhamento dos domı́nios do material na presença de campo magnético externo.
91
15.8 Energia em meios magnéticos
⃗ × H,
Mas ⃗Jl = ∇ ⃗ então:
92
Exercı́cios do Capı́tulo 15
Z
1 ⃗ ×H ⃗
⃗ · Adv
Um = ∇
2 V
Aplicando a identidade:
⃗· A⃗×H
⃗ = ∇ ⃗ ·H
⃗ ×A ⃗− ∇⃗ ×H
⃗ ·A⃗
∇
Chegamos em:
Z Z
1 ⃗ ×A ⃗ · Hdv
⃗ − 1 ⃗· A
⃗×H⃗ dv
Um = ∇ ∇
2 V 2 V
Z Z
1 ⃗ −1
⃗ · Hdv ⃗· A
⃗×H ⃗ dv
Um = B ∇
2 V 2 V
Fazendo V → todo espaço, o segundo termo tende a zero, portanto:
Z
1 ⃗ · Hdv
⃗
UB = B (15.15)
2
R3
K Exercı́cios do Capı́tulo 15 k
Correntes de magnetização
2. Determine um sistema de correntes livres que gere o mesmo campo magnético de uma
esfera uniformemente magnetizada, i.e., vetor magnetização M ⃗ contante no seu interior, e raio
R.
3. Descreva a dissipação de energia por efeito Joule de um material magnético cilı́ndrico de
raio R e comprimento L, uniformemente magnetização (M) ⃗ ao londo do seu eixo de simetria.
4. Demonstre a distribuição de corrente de magnetização ⃗JM associada a um material com
⃗ · ⃗Jm = 0.
magnetização dada por M é sempre estacionária, isto é, ∇
93
Exercı́cios do Capı́tulo 15
5. Considere uma esfera de material ferromagnético cujo vetor de magnetização no seu interior
⃗ = M0 ϕ̂, em coordenadas esféricas convencionais. Faça o que se pede:
vale M
a) Calcule o momento de dipolo magnético total da esfera.
b) Determine as expressões das correntes de magnetização associadas ao sistema.
Condição de contorno
9. lista 19 - 6.26.
94