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ESTUFA COM LED ULTRAVIOLETA PARA

DESINFECÇÃO

Pedro Michel Moreira


William Moreira da Silveira
José Alfredo Silva Reis
Jonathan Alves de Alvarenga
Isabela Vasconcelos de Carvalho Motta – Orientadora

RESUMO

O objetivo do estudo é desenvolver uma estufa com LEDs ultravioletas para desinfecção e analisar o
comportamento da amostra bacteriana Staphylococcus aureus em relação à exposição da radiação dos
LEDs ultravioletas do protótipo, em vários tempos de exposição e potências. O protótipo
desenvolvido foi responsável pela aplicação em várias faixas de ondas de luz ultravioleta na amostra
bacteriana. O sistema foi planejado com foco na praticidade, baixo custo e sustentabilidade. Durante
os testes realizados, não foi possível confirmar o efeito microbicida da luz UV, emitida pelo LED,
nas potências estudadas e durante os períodos nas quais foram submetidas.

PALAVRAS-CHAVE: LEDs, Ultravioleta, Radiação, Desinfecção, Staphylococcus aureus.

EIXO DE SUBMISSÃO: Engenharia Elétrica.

1
INTRODUÇÃO

O vírus SARS-CoV-2, Covid-19 foi identificado inicialmente na cidade de Wuhan na China em


meados de dezembro de 2019 e rapidamente se espalhou pelo mundo, trazendo consigo uma
pandemia mundial. A pandemia do Covid-19 trouxe mudanças drásticas ao contexto social e
profissional, fazendo com que a sociedade se reinventasse com uso de tecnologia diante do isolamento
social.

A partir desse contexto, vislumbramos a necessidade do desenvolvimento de meios de desinfecção


de baixo custo utilizando LED (Light Emitter Diode) ultravioleta, que é uma tecnologia que está
sendo aplicada comercialmente com o intuito de ter um baixo custo e menor impacto ambiental e
trazer solução rápida e viável para desinfecção de ambientes de grande circulação. Substituir fontes
de luz tradicionais por de estado sólido, como o LED, tem se mostrado uma saída adequada para tal
crise. Ao contrário de fontes convencionais, o LED produz mais energia com menos eletricidade e
gera menos calor, ou seja, é mais eficiente [1].

As lâmpadas ultravioletas desenvolvidas estão sendo utilizadas para fins específicos como
desinfecção de água para área farmacêutica, cervejaria, eletrônicos, equipamentos que não utilizam
substâncias químicas, entre outros. Esta pesquisa utilizou LEDs ultravioleta com o objetivo de testar
a eficácia e seu poder germicida, visto que, abrange uma ampla faixa do espectro ultravioleta. Os
LEDs UV têm um potencial enorme, pois são menores, mais leves e menos frágeis do que as lâmpadas
de vapor de mercúrio tradicionais [2].

Os trabalhos realizados, de acordo com o tema do nosso estudo, têm ênfase na utilização de lâmpadas
germicidas de irradiação ultravioleta. Os trabalhos descritos a seguir, utilizam esse método. [3]
Realizou uma pesquisa a partir da desinfecção de efluentes domésticos com a radiação ultravioleta,
nos ensaios utilizou-se amostras de efluente tratado por Iodo ativado e foi usado colimador e um
reator de lâmpadas emersas, a radiação foi emitida por lâmpadas de vapor mercúrio, [4] fez um estudo
sobre um sistema de desinfecção de água por meio de radiação UV alimentado por módulo solar
fotovoltaico e que não utiliza bateria, com a intenção de construir um sistema de impacto ambiental
mínimo, prático e baixo custo, [5] desenvolveu um estudo sobre o efeito da radiação em amostras
biológicas, utilizando lâmpadas de vapor de mercúrio com incidência de 254 nm, com um suporte
ajustável para a colocação da amostra, fazendo o contato direto nas membranas estruturais da amostra
que constituem lipídios, proteínas, DNA e RNA. O sistema ainda permite fazer o controle da vida útil
da lâmpada, medir o controle da exposição, realizar a ventilação da câmara da amostra e controlar a
temperatura da amostra.

2
REFERENCIAL TEÓRICO

A radiação Ultravioleta (UV) provém de uma fonte primária, o sol, mas também existe em suas
formas secundárias que são as lâmpadas incandescentes, fluorescentes e os equipamentos que
utilizam laser. Na prática, se subdivide em três partes: UV-A (320 nm a 400 nm), UV-B (290 nm a
320 nm) e UV-C (200 nm a 290 nm). A exposição a essa radiação é nociva ao ser humano, causando
queimaduras, envelhecimento cutâneo precoce (foto envelhecimento ou envelhecimento actínico),
manchas, descamação e câncer de pele. A radiação UV estimula reações fotoquímicas que têm efeito
importantes sobre a pele humana, dependendo do comprimento de onda e da quantidade de energia[6].

A radiação proveniente do sol é absorvida em sua maioria pela camada de Ozônio que é uma barreira
de proteção natural que recobre a terra, fazendo com que a radiação chegue com menos intensidade
e menos prejudicial à população. Em geral, a radiação ultravioleta tem se mostrado como a forma
mais rápida, confiável, efetiva, econômica e ambientalmente segura no tratamento de superfícies e
líquidos [7].

No espectro eletromagnético, a radiação ultravioleta (UV) situa-se entre 100 nm e 400 nm, mas para
efeitos bactericidas a faixa é de 245 nm a 285 nm, que está relacionada a faixa de onda UV-C (200
nm a 290 nm), ver Tabela 1. A ação dos raios ultravioletas em microrganismos faz com que altere
seu DNA, RNA e suas proteínas, fazendo com que não se reproduza de acordo com o seu organismo.
Se for utilizada com intensidade e com tempo de exposição adequados, a radiação UVC tem a
capacidade de eliminar todo tipo de microrganismos, tais como bactérias, fungos e vírus [7].

Tabela 1: Espectro Eletromagnético.


RAIOS RAIOS X UV LUZ VISÍVEL INFRAVERMELHO MICROONDAS/
GAMA RADIOFREQUÊNCIA

0,0001 nm à 0,01nm à 100 nm a 400nm a 700nm 1mm à 1cm 1 cm à 1 km


0,01nm 100nm 400 nm

Fonte: Os autores (2021).

As lâmpadas ultravioletas são constituídas por um tubo selado de quartzo, com gás argônio e
mercúrio. Os microrganismos são eliminados, perante o fluxo de elétrons da ionização do vapor de
mercúrio das lâmpadas germicidas. Os principais fatores que contribuem para a redução da eficiência
de emissão de radiação incluem falhas nos eletrodos, deposição de mercúrio nas paredes e solarização
do invólucro [8]. Essas são lâmpadas que emitem alta intensidade de luz ultravioleta e são utilizadas

3
na desinfecção de água contaminada, superfícies que não utilizam substâncias químicas e purificação
do ar.

O LED é um semicondutor eletrônico emissor de luz, que tem como sua característica transformar
energia elétrica em luz, diferentemente das lâmpadas que utilizam componentes como filamentos
metálicos, descarga de gases e radiação ultravioleta para esse fim. A transformação de energia elétrica
em luz feito diante da matéria, chamado estado sólido. Um dos grandes benefícios que possivelmente
decorrerá da utilização em larga escala de dispositivos de estado sólido para a iluminação geral é a
diminuição do consumo de energia. De acordo com TSAO, cerca de 50% da energia consumida com
iluminação poderia ser poupada com a utilização de iluminação de estado sólido em todo o mundo, o
que representaria um decréscimo de mais de 10% no consumo total de energia [9]. O Led consiste em
um terminal catodo e outro chamado anodo, fazendo dele um componente bipolar, dependendo de
sua polarização permitindo passagem de corrente ou não.

Vários estudos avaliaram a eficácia dos LEDs ultravioleta para desinfecção de agentes infecciosos
em vários comprimentos de onda emitidos pela radiação UV. Como uma tecnologia emergente, os
LEDs estão em constante desenvolvimento na produção de energia, eficiência energética, vida útil e
viabilidade econômica, entre as principais vantagens do uso do Led UV está seu tamanho compacto,
baixo consumo de energia e eficiência energética. Além disso, eles não contêm mercúrio e podem ser
ligados e desligados instantaneamente. O LED é prático por ser menor que uma lâmpada comum e
poder ser aplicado em diversos materiais, como plásticos, madeira, e em diversos locais, como
vitrines, luminárias, escritórios, residências. A geração de luz não emite calor, e, portanto, não há o
aquecimento dos locais onde é instalado, o que amplia a gama de materiais que podem receber a
instalação desta lâmpada [10].

O Staphylococcus aureus é uma bactéria que faz parte da microbiota humana do grupo dos cocos
Gram e catalase-positivos, que pode ser encontrada na pele e fossas nasais de humanos. Essa bactéria
apresenta diversas formas desde isolados, pares ou agrupados. O Staphylococcus aureus é
considerado um patógeno humano oportunista e frequentemente está associado a infecções adquiridas
na comunidade e no ambiente hospitalar. As infecções mais comuns envolvem a pele (celulite,
impetigo) e feridas em sítios diversos. Algumas infecções por S. aureus são agudas e podem
disseminar para diferentes tecidos e provocar focos metastáticos. Episódios mais graves, como
bacteremia, pneumonia, osteomielite, endocardite, miocardite, pericardite e meningite, também
podem ocorrer [11].

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MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia se desenvolveu em:

a) Pesquisas bibliográficas para obtenção dos conceitos necessários no desenvolvimento da


pesquisa proposta. A pesquisa bibliográfica tem como princípio fornecer base teórica e conceitual.

b) Levantar os problemas que permitirão a realização deste projeto, analisar como a pesquisa
teve relevância do tema proposto e o cumprimento das necessidades de ideias e proposições do
projeto, sem fugir do contexto do projeto.

c) Pesquisar sistemas semelhantes ao tema proposto, que cumpre e compara as características


dos projetos realizados ao projeto proposto.

d) Construção e instalação do sistema.

e) Construir um protótipo e analisar em testes de laboratório, a eficácia e os resultados do


projeto, de acordo com o tema proposto.

A coleta de dados foi realizada em laboratório específico. Os testes foram realizados em protótipos
desenvolvidos para pesquisa e a utilização de amostra de bactéria específica para realização dos testes.

Para a construção do protótipo foram utilizados os componentes, LEDs ultravioleta de comprimento


de onda de 100 nm a 400 nm e uma caixa de madeira para servir como estufa. Para o sistema de
segurança e seleção utilizamos um microcontrolador e um display para fornecer informação ao
usuário. O circuito foi desenvolvido com uma fonte de 17V/40W resistor de 10R/70W e 100 LEDs
ultravioleta de 5mm.

O microrganismo escolhido para ser testado foi a bactéria Staphylococcus aureus.

CUSTOS DO PROJETO

Em busca de um projeto viável e de baixo custo, foi utilizado componentes que são encontrados
facilmente em qualquer loja de materiais de elétricos e diversos fabricantes. As madeiras utilizadas
nos protótipos foram adquiridas em marcenaria. Na Tabela 2, mostra os custos dos componentes do
projeto.

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Tabela 2: Custos do Projeto.
Materiais Quantidade Preço

Led Uvc 100 R$ 30,00

Protoboard 1 R$ 40,00

Protoplaca 1 R$ 30,00

Push botton 3 R$ 10,50

Relé 12V/30A 1 R$ 15,00

Bc 817 1 R$ 0,50

Cabos 0,25 mm 10 m R$ 7,00

Display LCD 16/2 1 R$ 29,00

Resistor 1k 1/4W 1 R$ 0,25

Resistor 10k 1/4 W 3 R$ 0,75

Interruptor de freio
1 R$ 37,90
de mão Automotivo

Estrutura/Madeira 1 R$ 60,00

Fontes 12V 1A 1 R$ 40,00

Fonte 17V 2,5 A 1 R$ 40,00

Fonte 5V 2A 1 R$ 15,00

Arduino UNO 1 R$ 40,00

Potenciômetro 10k 1 R$ 5,00

Lâmpadas
incandescentes 70w 2 R$ 10,00

Resistores 100R 5W 3 R$ 10,00

Caixinha MDF
pequena 1 R$ 10,00

Cooler 12V 120mA 1 R$ 25,00

TOTAL R$ 455,90
Fonte: Os autores (2021).

VERSÕES DO EQUIPAMENTO

O protótipo desenvolvido sofreu alterações durante o estudo e foi aprimorado de acordo com os testes
e com os resultados obtidos, até chegar à versão final. Na primeira versão foram utilizados 16 LEDs
ultravioleta e uma lente para focar a luz, neste protótipo a amostra esteve em contato direto com outras
fontes de luz e ao ar livre.
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Já para a segunda versão realizamos uma alteração na estrutura e na potência do protótipo, passamos
a utilizar 32 LEDs ultravioleta e isolamos a bactéria em uma caixa para evitar o contato com o
ambiente externo. Para a terceira versão alteramos a quantidade de LEDs para 64 e mantivemos a
estrutura anterior.

A quarta versão do protótipo utilizou 100 LEDs ultravioletas, além de duas lâmpadas incandescentes
para diminuir a resistência no circuito. A versão final do protótipo conta com um circuito mais
sofisticado onde o operador pode selecionar o tempo de exposição, a saber: 15 segundos, 15 minutos
e 60 minutos, e além disso conta com um sistema de segurança que desliga automaticamente quando
a porta é aberta pelo operador para evitar o contato com a pele e olhos.

DESENVOLVIMENTO

O primeiro protótipo desenvolvido foi um circuito com resistores de 300 Ohms e 16 LEDs (parte
interna), demonstrado abaixo, Figura 1.

Figura 1: Circuito de leds.

Estrutura de madeira 6x13x20,5cm com uma lente, onde o feixe de luz Ultravioleta interage com a
amostra Staphylococcus Aureus, Figura 2.

Figura 2. Protótipo 1
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O segundo protótipo desenvolvido foi um circuito com resistores de 300 Ohms e 32 LEDs, Figura 3.

Figura 3: Circuito com 32 leds - Protótipo 2.

A estrutura do protótipo também foi modificada, Figura 4, utilizando uma caixa de papelão com um
suporte ao meio para fixar as amostras, isolando o circuito e a amostra, a fim de obter um melhor
resultado.

Figura 4: Protótipo 2.

O terceiro protótipo foi desenvolvido com resistores de 100 Ohms/5W e com o aumento de 32 LEDs
para 64 LEDs, a estrutura do protótipo foi preservada, Figura 5.

Figura 5: Protótipo 3.

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O Quarto protótipo foi desenvolvido com resistores de 10 Ohms/70W e 100 LEDs, com duas
lâmpadas incandescentes de 127 Vac para diminuir a resistência, Figura 6.

Figura 6: Protótipo 4.

O quinto protótipo é a versão final, que conta com 100 LEDs ultravioletas, com um sistema de
segurança desenvolvido com o programa Arduino, push bottons e display, a fim de manter a
integridade do operador no manuseio do sistema.

Parte externa:

Nessa etapa fica demonstrado o display e a placa do Menu com 3 botões push botton, Figura 7, na
tampa frontal. Nas mesmas imagens podemos observar a base com o protoboard fixado com os 100
LEDs e também o fundo falso onde está fixado o Arduino, a placa drive e as lâmpadas incandescentes
de potência.

Figura 7: Protótipo 5.
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Parte Interna:

A placa drive foi utilizada para chavear a fonte de 17v para a carga (LEDs), ela serve para isolar o
circuito de alta tensão da baixa tensão que alimenta o Arduino para evitar uma sobrecarga no próprio
microcontrolador. O potenciômetro serve para ajustar a luminosidade do display LCD, Figura 8.

Figura 8: Arduino + driver + 3 botões do Menu.

Foi desenvolvido um sensor para detectar a abertura da porta, Figura 9, para desligar o sistema
automaticamente, caso alguém abra durante o processo. Esse sensor é muito utilizado em automóveis,
na detecção do freio de mão puxado.

Figura 9: Painel Frontal + sensor(abertura).

Software:

O Software IDE (Integrated Development Environment - Ambiente de Desenvolvimento Integrado),


é um software para criar aplicações que combina ferramentas comuns de desenvolvimento em uma

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única interface gráfica do usuário. Utilizado para elaboração do código de controle dos 100 LEDs
UV e definir os 3 tempos de exposição: 15 segundos, 30 e 60 minutos, Figura 10.

Figura 10: IDE do Arduino.

Foi desenvolvido de forma paralela com a versão final, um outro sistema utilizando LEDs SMDs,
abaixo do suporte da amostra um espelho para melhor refletir a luz e ter um melhor resultado,
conforme na Figura 11.

Figura 11: LEDs SMD - Protótipo de comparação.

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RESULTADOS

Foram realizados cinco ensaios com o objetivo de mostrar o comportamento da amostra bacteriana
Staphylococcus aureus, em relação à exposição da radiação dos LEDs ultravioletas, em vários tempos
de exposição, conforme as tabelas abaixo, mostrando os resultados encontrados.

ENSAIO 1

Para o primeiro teste em laboratório a amostra foi exposta à luz ultravioleta, com potência de 0,9633
W, totalizando 16 LEDs, conforme abaixo na Tabela 3.

Tabela 3: Exposição da amostra ensaio 1.


AMOSTRA BACTERIANA EXPOSIÇÃO POTÊNCIA (16 LEDS)
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 5MIN 0,9633 W
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 15MIN 0,9633 W
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 30MIN 0,9633 W

Cálculos:

A fonte utilizada para os testes foi uma fonte chaveada de 17v/2.5A/40W

Legenda:

V= Tensão || I = Corrente || I.led = Corrente cada LEDs || R = resistência || P= potência || (qtled) =


quantidades de LEDs

I = V/R

I= 17/300 = 0.057A

P = 17 x 0.057 = 0.9633W

I.led = I/(qtled) = 3.56 mA

Cada LED (5mm) convencional suporta 20 mA no total para máxima eficiência, segundo o fabricante,
ou seja, usando regra de 3 concluiu-se que apenas 17.8% de sua capacidade nominal foi utilizada.

ENSAIO 2

Para o segundo teste a amostra foi exposta à luz ultravioleta com uma potência 0.96W e um total de
32 LEDs conforme Tabela 4, abaixo.
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Tabela 4: Exposição da amostra ensaio 2.
AMOSTRA BACTERIANA EXPOSIÇÃO POTÊNCIA (32 LEDS)
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 5MIN 0,9633 W
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 15MIN 0,9633 W
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 30MIN 0,9633 W

Cálculos:

I= 17/300 = 0.057A

P = 17 x 0.057 = 0,9633W

I.led = I/ (qtled) = 1.77 mA

Ou seja, usando regra de 3 concluiu-se que apenas 8.85% da capacidade nominal foi utilizada. Dessa
forma aumentou-se o número de LEDs, mas perdeu a eficiência.

ENSAIO 3

Para o terceiro teste em laboratório a amostra foi exposta à luz ultravioleta com potência de 2,89 W
e 64 LEDs, conforme Tabela 5, abaixo.

Tabela 5: Exposição da amostra ensaio 3.


AMOSTRA BACTERIANA EXPOSIÇÃO POTÊNCIA (32 LEDS)
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 5MIN 2,89 W
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 15MIN 2,89 W
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 30MIN 2,89 W

Cálculos:

I= 17/100 = 0.17A

P = 17 x 0.17 = 2.89W

I.led = I/ (qtled) = 2.66 mA

Associou à série de resistores para obter uma resistência de 100R/ 5w, ou seja, usando regra de 3 foi
verificado que apenas 13.3% da capacidade nominal de cada led foi utilizado. Mas em contrapartida
melhorou sua eficiência e aumentou a potência total.
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ENSAIO 4

Para o quarto teste e versão final a amostra foi exposta à luz ultravioleta com tempo de exposição de
60 minutos, com uma potência de 28,9 W e 100 LEDs, conforme Tabela 6, abaixo.

Tabela 6: Exposição da amostra ensaio 4.


AMOSTRA BACTERIANA EXPOSIÇÃO POTÊNCIA (100 LEDS)
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 60MIN 28,9 W

Cálculos:

I= 17/10 = 1.7A

P = 17 x 1.7 = 28.9W

I.led = I/ (qtled) = 17 mA

Ou seja, constatou que 85% da capacidade nominal de cada LED, foi utilizada para manter uma
potência alta e manter a integridade do LED. Em teste anterior foi aplicado mais potência nos LEDs
e os mesmos foram queimados.

ENSAIO 5

Para o quinto ensaio em laboratório com uma versão de verificação utilizando 14 Led SMDl/Uvc e
espelhos abaixo da estrutura para refletir melhor a luz, a amostra foi exposta à luz ultravioleta com
uma potência de 0.96W, conforme Tabela 7, abaixo.

Tabela 7: Exposição da amostra ensaio 5.


AMOSTRA BACTERIANA EXPOSIÇÃO POTÊNCIA (14 LEDS)
Staphylococcus aureus estriada em Mueller Hinton 60MIN 0,96 W

Cálculos:

A fonte chaveada utilizada foi de 12v/1A

I= 12/150 = 0.08A

P = 12x 0.08 = 0.96W

I. Led = I/ (qtled) = 5.71 mA


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Ou seja, a fita de LED possui uma eficiência de 28,55% para cada Led.

Constata-se que o aumento do número de LEDs não alterou a potência do circuito, pois foi utilizado
um mesmo resistor de 300R/5w nos 2 primeiros ensaios e todos os LEDs estão em paralelo e a
corrente é dividida por igual.

Foi utilizado espelhos embaixo da estrutura a fim de refletir a luz e ter uma eficiência maior no
sistema.

DISCUSSÃO

Diminuindo a resistência do sistema, o resistor de 5W começou a aquecer muito rápido por efeito
Joule e foi necessário colocar um cooler para refrigerá-lo, conforme a Figura 12.

Figura 12: Cooler.

Para solução do problema de aquecimento e diminuição da resistência foram utilizadas duas lâmpadas
incandescentes em paralelo, sendo uma de 127vac/26R/40w e outra de 127vac/13R/70w a fim de
obter 10R de resistência. Esse teste foi realizado com 28,9w de potência e 85% da capacidade de cada
LED. Na Figura 13, o teste foi realizado de acordo com o descrito acima. Outra solução seria inserir
um resistor de 13R(20W) para substituir o uso das lâmpadas.

Figura 13: Resistor 10R(70W).


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Os testes foram realizados em laboratório utilizando a amostra bacteriana Staphylococcus aureus,
Figura 14. Neste caso foram testados a versão final do protótipo e um outro teste em paralelo com
fita de LED SMD a fim de verificar se o teste com a tampa aberta teria um resultado positivo. Os
detalhes dos tempos e como foram os procedimentos em laboratório serão explicados abaixo.

Figura 14: Imagem do Teste em Laboratório.

As amostras com as culturas de S. aureus foram estriadas em Placas de Petri descartáveis de


poliestireno contendo meio de cultura Mueller Hinton em todos os cinco testes.

Figura 15: Placas de Petri com amostra da bactéria S. aureus.

Placas de controle positivo: é onde contém a amostra da bactéria de modo a comparar com a placa
teste no final do procedimento, para verificar se houve ou não crescimento da mesma. Esse controle
positivo não entra em contato com a luz UVC.

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Placas de controle negativo: é uma placa de referência que não contém a bactéria e tem contato com
a luz UVC, para no final do procedimento servir como comparação com a placa teste se o resultado
for positivo.

Placa teste: está placa principal que contém a amostra da bactéria, tem contato direto com luz UVC
que é comparada com as placas controles afins de comprovar a eficácia germicida dos LEDs em
diversos tempos de exposições e potências.

Conforme observado na metodologia, as amostras foram submetidas à ação da luz UV emitida pelo
LED em tempos distintos, uma da outra. Além disso, para validação do método, foram feitas placas
de controle positivo (placas com amostra, sem efeito da luz UV) e controle negativo (placas sem
amostra, com efeito da luz UV). Na quais esperava-se, respectivamente, que não houvesse
crescimento.

As amostras do primeiro teste foram expostas em tempos de 5, 15 e 30 minutos sob a potência dos
LEDs de 0,9633 W. Não foi observado efeito da luz UV no crescimento da bactéria. Ou seja, as placas
incubadas a 37 graus Celsius na estufa, após 24h, tiveram crescimento suficiente e compatível com o
controle positivo.

Figura 16: Placas de Petri com amostra da bactéria S. aureus ensaio 1.

As amostras do segundo teste foram expostas, também, em tempos de 5, 15 e 30 minutos. Neste caso,
sob a potência de 0,9633 W. Assim como no primeiro teste, não foi observado efeito da luz UV no
crescimento da bactéria. O tempo e a temperatura de incubação foi a mesma do primeiro teste.

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Figura 17: Placas de Petri com amostra da bactéria S. aureus ensaio 2.

O terceiro teste foi realizado com o tempo de 15 e 30 minutos com potência de 2,89W nos LEDs. O
tempo de incubação e a temperatura da estufa se mantiveram. Os resultados não divergiram dos testes
anteriores. Ao analisar as amostras de forma visual não é possível afirmar que houve interferência no
crescimento das colônias de S. aureus após a exposição com a luz UV.

Figura 18: Placas de Petri com amostra da bactéria S. aureus ensaio 4.

O quarto teste foi submetido com a amostra referida, porém com a tampa da amostra fechada,
submetida a 60 minutos na luz UV após ser estriada em placa e, em sequência, incubada à 37ºC por
24h, assim como nos demais testes. A potência neste teste foi de 28,9W. Também não houve alteração
no crescimento das colônias. Imaginava-se que o recipiente da bactéria estava protegendo-a.

18
Figura 19: Placas de Petri com amostra da bactéria S. aureus ensaio 4.

Da mesma forma do teste anterior, o quinto teste foi submetido com a amostra referida, porém com a
tampa da amostra aberta, submetida a 60 minutos na luz UV após ser estriada em placa e, em
sequência, incubada à 37ºC por 24h, assim como nos demais testes. A potência neste teste foi de
28,9W. Também não houve alteração no crescimento das colônias. Imaginava-se que o recipiente da
bactéria estava protegendo-a.

Figura 20: Placas de Petri com amostra da bactéria S. aureus ensaio 5.

O sexto teste foi em paralelo com o quinto e também foi com uma amostra tampa aberta, mas foi
utilizado outro tipo de LED/SMD submetida a 60 minutos na luz UV após ser estriada em placa e,
em sequência, incubadas à 37ºC por 24h, assim como nos outros ensaios. A potência neste teste foi
de 0.96W. Também não houve alteração no crescimento das colônias.

Figura 21: Placas de Petri com amostra da bactéria S. aureus ensaio 6.


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CONCLUSÃO

Este estudo apresentou um dispositivo de baixo custo, portátil e seguro, confeccionado com LEDs
Ultravioletas que pode ter uma ação desinfetante conforme a potência e o tempo de exposição das
amostras submetidas na estufa.

De acordo com os testes realizados em laboratório, não foi possível confirmar o efeito microbicida
da luz UV, emitida pelo LED, nas potências estudadas (0,9633 mW, 0,9633 W, 2,8W e 28,9W) e
durante os períodos de 5 minutos até 60 minutos as quais foram submetidas as amostras.

TRABALHOS FUTUROS

Sugere-se que continuem as pesquisas e desenvolvimento deste protótipo. Pode ser interessante
estudar alguma forma de submeter as amostras a luz UV sem nenhum material que possa interferir
na penetração da luz, bem como submeter as amostras com outras potências e utilização de outros
microrganismos. Outra hipótese é utilizar um tempo de maior para exposição as amostras.

A ferramenta SolidWorks pode ser utilizada para o desenvolvimento de uma estrutura mais moderna
usando chapas inox antiferrugem com uma estética mais bonita. Outro ponto a ser estudado é a
confecção da placa para o produto final, assim que for definido a quantidade de LEDs ideal para uma
exposição eficiente. Outra ferramenta a ser utilizada é o software “Altium” para elaborar o layout da
placa para tornar-se um protótipo comercial. A Figura 22 demonstra essa melhoria.

Figura 22: Detalhamento.

20
REFERÊNCIAS

[1] GUARINELLO, Teodoro Queiroz. Tecnologia de Estado Sólido: Impactos Ambientais e Econômicos. Departamento
de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013.

[2] VILHUNEN, Sari; SILLANPÄÄ, Mika. Recent developments in photochemical and chemical AOPs in water
treatment: a mini-review. Reviews in Environmental Science and Bio/Technology, v. 9, n. 4, p. 323-330, 2010.

[3] GONÇALVES, Ricardo Franci et al. Desinfecção de efluentes sanitários. Rio de Janeiro, 2003.

[4] ARANTES, Fernando Augusto; LIPPMANN, Fernando Cromack. Desinfecção de água por lâmpadas ultravioleta
a partir de energia solar fotovoltaica sem utilização de baterias. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.

[5] MOTA, Carlos Daniel Silva. Desenvolvimento de um sistema para irradiação por ultravioleta de biomoléculas.
2011. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências e Tecnologia.

[6] SGARBI, Flávia Celina; CARMO, Eliane Dias do; ROSA, Luiz Eduardo Blumer. Radiação ultravioleta e
carcinogênese. Rev Cienc Med, v. 16, p. 245-50, 2007.

[7] ALEXANDRE, Fernanda Antunes; FARIA, José de Assis Fonseca; CARDOSO, Claudio Fernandes. Avaliação da
eficiência da radiação ultravioleta na esterilização de embalagens plásticas. Ciência e Agrotecnologia, v. 32, p.
1524-1530, 2008.

[8] SANTOS, André Luiz dos et al. Staphylococcus aureus: visitando uma cepa de importância hospitalar. Jornal
Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 43, p. 413-423, 2007.

[9] Deivison, Leandro. GLEIDSON REDUÇÃO NO CONSUMO DE ENERGIA UTILIZANDO TECNOLOGIA


LED. Revista Científica Semana Acadêmica. Fortaleza, ano MMXIV, Nº. 000055, 07/05/2014.
Disponível em: https://semanaacademica.org.br/artigo/reducao-no-consumo-de-energia-utilizando-tecnologia-led
Acessado em: 08/12/2021.

[10] SANTOS, Talía Simões dos et al. Análise da eficiência energética, ambiental e econômica entre lâmpadas de
LED e convencionais. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 20, p. 595-602, 2015.

[11] ANVISA. Módulo 3: Resistência Microbiana – Mecanismo e Impacto


Clínico.https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/gramp_staph
ylo.htm. Acessado: 08/12/2021.

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