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“PROTEÇÃO E COMBATE A

INCÊNDIO E EMERGÊNCIA II”

MIRVALDO MORAES DE SOUZA ATUALMENTE:


ENGº CIVIL – CREA/SP Nº 5060331051-D
o PROF. ESP. DA PÓS-GRADUAÇÃO/UNIRON;
PÓS-GRADUAÇÃO: o PROF. ESP. DA GRADUAÇÃO/UNIRON;
o ANÁLISE AMBIENTAL NA AMAZÔNIA BRASILEIRA (UNIR); o COORD. DO GRUPO DE TRAB. DE ENGª - GTE/SEPOG;
o ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO (UFPB).; o PROPRIETÁRIO – MORAES ESCRIT. DE ENGENHARIA
INTRODUÇÃO
Um Incêndio é uma ocorrência de fogo não controlado, que pode
ser extremamente perigosa para os seres vivos e as estruturas. A
exposição a um incêndio pode produzir a morte, geralmente pela
inalação dos gases, ou pelo desmaio causado por eles, ou
posteriormente pelas queimaduras graves.
O incêndio pode ocorrer em qualquer lugar desde que haja uma
situação favorável para o descontrole do fogo. O ―tetraedro‖ do
fogo é constituído pelos quatro elementos necessários para a reação
química de combustão, são eles: Combustível; Comburente; Fonte de
calor; e Reação em cadeia.
Combustível: É todo elemento suscetível a entrar em combustão,q
eu fornece energia para a queima. Ex.: madeira, papel, pano,
estopa, tinta, alguns metais, etc;

Comburente: É todo elemento que, associando-se quimicamente


ao combustível, é capaz de fazê-lo entrar em combustão, sendo o
oxigênio o mais conhecido;

Temperatura de ignição (calor): Além do combustível e do


comburente, é necessário uma terceira condição para que a
combustão possa ocorrer. Est condição é a temperatura de ignição,
que é a temperatura acima da qual um combustível pode entrar em
combustão, ou seja, queimar;

Reação em cadeia: Seqüência de reações que ocorrem durante o


fogo, produzindo sua própria energia de ativação (calor), enquanto
há comburente e combustível para queimar, dando continuidade à
combustão.
O Fogo é o nome que se dá a uma reação de combustão que
libera luz e calor. Ela ocorre quando as partículas do ―material
combustível‖ são aquecidas, tornam-se incandescentes e são
lançadas para cima.
Um incêndio pode começar por inúmeros motivos e é muito
importante saber a sua origem seja para fins legais, estatísticos ou
prevencionistas. Primeiramente, é importante saber que as causas
podem ser de dois tipo:
1º) Causas naturais: Neste caso, o incêndio é originado por meio
dos fenômenos da natureza, os quais agem por si só, totalmente
independentes da vontade humana.
2º)Causas artificiais: Acontece quando o incêndio ocorre pela ação
humana, ou pela negligência ao tomar as devidas medidas de
precaução:
a) Acidental: Proveniente do descuido, embora não tenha sido
intencional;

b) Proposital: Origem criminosa, ou seja, ocorreu intencionalmente.


Historicamente, a Segurança Contra Incêndio tenha sido
colocada em segundo plano dentro desse desenvolvimento
desenfreado, onde o país passou de um país rural para uma
sociedade urbana, industrial e de serviços em um curto espaço
de tempo. Toda essa mudança ocasionou um aumento dos
riscos de incêndio entre tantos outros que enfrentamos.
Por ser uma área complexa do conhecimento humano,
envolvendo todas as atividades do homem, todos os
fenômenos naturais, toda a produção industrial, ou seja, deve
estar presente sempre e em todos os lugares.
Já percebe-se nos currículos das faculdades de arquitetura
e engenharia, a introdução da Segurança Contra Incêndio-SCI,
porém ainda deparamos com um cenário as práticas com baixa
exigência em relação ao controle do risco de incêndio nas
edificações.
Estes profissionais, infelizmente são aqueles que
projetarão, construirão e aprovarão os projetos, gerando um
perigo latente em SCI em todas as cidades.
Mas ressaltamos que as Legislações no Brasil vem se
atualizando para estabelecer as medidas de segurança
contra incêndio e pânico nas edificações e áreas de risco.
Como infelizmente não podemos parar e precisamos
continuar a projetar, construir novas edificações, e adaptar
as edificações já existentes, para que não ocorram os
incêndios que vimos registrando nos últimos tempos.
Por isso, as mudanças são necessárias desde o
planejamento urbano como na garantia de acesso de
viaturas de bombeiros, existência de hidrantes urbanos, até
a proteção passiva e ativa, saídas de emergência, compar-
timentações, reação ao fogo dos materiais de construção e
acabamentos.

VEJAMOS ALGUMAS TRAGÉDIAS:

EDIFÍCIO JOELMA / SP
Data: sexta-feira, dia 1º de fevereiro de 1974
Hora de início: aproximadamente 08:50 horas
Vítimas: 179 mortes e 300 feridos
Número de ocupantes: estavam no local, por volta de 756
pessoas;
Origem:
aparelho de ar
condicionado no 12º
andar; exames poste-
riores demons traram
que havia uma ligação
de outro pavimento,
sem controle daquele
em que estava.
Havia somente uma escada comum (não de segurança,
que tem paredes resistentes ao fogo e ventilação para evitar
gases tóxicos). Não havia sistema de alarme manual ou
automático de forma que fosse rapidamente detectado, dado o
alarme e desencadeadas as providências de abandono da
população, acionamento de brigada interna, acionamento do
Corpo de Bombeiros e outras mais. Não havia qualquer
sinalização para abandono e controle de pânico. Apesar da
estrutura do prédio ser incombustível, todo o material de
compartimentação e acabamento não era e não havia
qualquer controle de carga-incêndio, por isso rapidamente o
incêndio se propagou e fugiu do controle.
INCÊNDIOS NOS ÚLTIMOS ANOS EM NOSSA
CAPITAL :

Fonte: Rede Sociais

Rondobras – Loja Comercial, localizada a Av. Nações Unidas

Uma loja de peças e pneus de automóveis foi


totalmente destruída por um incêndio de grandes
proporções, na noite de sábado (21/07/2019), na região
central de Porto Velho. O estabelecimento tinha dois
andares, além do térreo.
Até o Exército Brasileiro foi chamado para ajudar no
combate do incêndio. Segundo o Corpo de Bombeiros, o
trabalho de rescaldo seguiu durante a madrugada, mais de
100 mil litros de água foram usados para controlar o fogo e
50 homens se revezaram no trabalho.

Fonte: internet
Fonte: Rede Sociais
Fonte: Rede Sociais
O deposito da Loja Colombo, localizado na Rua Afonso
Pena, na região central da Capital, pegou fogo no final da
tarde de sexta-feira (09/agosto/2019).

Fonte: Rede Sociais


Plano de Atendimento à
Emergências - PAE
Plano de emergência: documento estabelecido em função
dos riscos da edificação que encerra um conjunto de ações
e procedimentos a serem adotados, visando à proteção da
vida, do meio ambiente e do patrimônio, bem como a
redução das conseqüências de sinistros.
Para uma empresa que prioriza a segurança de sua
equipe de colaboradores, o plano de emergência — também
chamado de PDE — é uma ferramenta indispensável.
Durante um incidente, é natural que os colaboradores
entrem em um estado de pânico. Porém, embora natural,
isso pode prejudicar ainda mais a segurança dos
envolvidos.
Além disso, também podem ocorrer quedas e
pisoteamentos em meio à correria, ocasionando mais
acidentes. No entanto, quando a empresa tem um PDE, os
colaboradores já sabem como devem proceder diante de
um incidente. Alguns deles, como veremos adiante, são
treinados para colaborar na organização do fluxo de
atividades. Isso elimina os transtornos adicionais que
mencionamos acima, comuns em situações de emergência.
Pode haver variações nas diretrizes indicadas pelas
legislações, inclusive, em março de 2017 foi promulgada a
Lei 13.425 - Lei Brasileira Sobre Prevenção e Combate a
Incêndio), que estabelece diretrizes gerais sobre medidas
de prevenção e combate a incêndio e a desastres em
estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de
público e dá outras providências. E, com esta Lei Federal,
a elaboração de um plano de emergência contra
incêndio se tornou obrigatório em todo o país.
E, como exemplo, cito o Estado de São Paulo, que
através da IT 16/2018, da Corporação dos Bombeiros, da
Polícia Militar, que estabelece os requisitos mínimos para
a elaboração, manutenção e revisão de um plano de
emergência contra incêndio.
Na região Norte, cito também o Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Pará, através de sua IT 08/2017, que
vem cobrando o Plano de Emergência Contra Incêndio.
Ressalto que em nosso Estado, a legislação do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Rondônia-CBMRO, não
imputa o PDE em sua Exigências de Segurança Contra
Incêndio e Pânico, de acordo com seu Anexo A, da IT
01/2017/CBMRO. Embora que façam referência em sua
Instrução Técnica 03/2017/CBMRO – Terminologia, ao Plano
de Emergência e a Planta de Risco.
Mas é claro que, mesmo tais exigência, a criação do
PDE é sempre uma garantia de segurança para a empresa
e seus colaboradores. E já são requisitos para obtenção
de Seguros e Certificados de ISSO - Organização
Internacional de Normalização.
A principal justificativa para a elaboração do PAE é o
reforço à prevenção e ao controle, com o objetivo de evitar
a ocorrência de sinistros nas empresas. Esse documento
define quais emergências podem acontecer dentro e fora
dos empreendimentos e os procedimentos organizacionais
e técnicos que devem ser adotados para diminuir os
impactos ambientais, à propriedade e às pessoas.
Por isso, ele faz parte do Programa de Gerenciamento de
Riscos (PGR), a fim de que as tipologias acidentais, ações e
recursos necessários ajudem a minimizar os impactos
negativos e dimensioná-los.
As legislações existentes podem ajudar a elaborar o PAE
e determinar seus responsáveis, entre elas, a Comissão
Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho (CIPA) e o
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho (SESMT).
Dependendo do tamanho da empresa, ela pode não
precisar de todos os aspectos. Mesmo assim, é
recomendado criar o plano de emergência e contar com
pessoas capacitadas a colocá-lo em prática.
A responsabilidade do PAE é, a princípio, do preposto
e do profissional que elaborou o documento, que deve ser
capacitado e ter formação (profissional habilitado). No
entanto, todos os colaboradores devem ser co-
responsáveis e ajuda na adoção das diretrizes durante o
trabalho rotineiro.
Como desenvolver o plano de emergência na
empresa?
É conveniente explicarmos, que o plano de
emergência de uma empresa não será igual ao plano de
outra. Embora existam modelos que podem ser utilizados
como base, cada empresa terá que adaptar sua estratégia
à própria realidade, baseado em uma análise de riscos.
Algumas empresas podem precisar de um plano que
inclua procedimentos para lidar com a possibilidade de
vazamentos químicos, por exemplo, enquanto outras não
terão esse risco no seu PDE. Essas variações estão
relacionadas a fatores que incluem desde o segmento de
atuação da indústria até a localização física da empresa.
Depois de identificar os riscos, é preciso determinar a
probabilidade de que eles se concretizem e a extensão
potencial dos danos causados.
Para completar, é importante que a elaboração do plano
esteja atenta a eventuais Normas Reguladoras, exigências
legais e às boas práticas industriais.
Como implementar o plano de emergência na
empresa?
O momento de implementar o plano de emergência,
a colaboração dos gestores de cada equipe será
decisiva. Isso porque a implementação envolve
preparar os colaboradores para agir da maneira
correta durante um incidente.
O processo de divulgação do plano de emergência
deve contar com uma preleção e um manual básico.
Esse documento deve ser repassado aos ocupantes
da planta, a fim de que todos conheçam os
procedimentos que devem ser executados em
situações de emergência.
Em caso de visitas, as pessoas devem ser
informadas sobre a existência do plano, seja por meio
de vídeos, panfletos ou palestras. O PAE também deve
estar presente em treinamentos de formação e
periódicos.
Como manter o plano de emergência?
O PAE precisa ser criado, implementado e, principalmente,
mantido, para garantir que surtirá efeito em caso de
incêndio. Para isso, é preciso fazer reuniões com o
coordenador geral e chefes da Brigada de Incêndio, além
de representantes dos bombeiros profissionais e civis.
A reunião deve ser feita em ata e enviado às áreas
competentes para a tomada de providências. Esse
procedimento pode ser feito de 2 formas:
a) Reunião ordinária (mensal)
 calendário dos exercícios de abandono;
 funções de cada membro no PAE;
 condições dos equipamentos de combate a incêndio;
 apresentação dos problemas relativos à prevenção de
incêndios que foram encontrados nas inspeções com o
objetivo de propor ações corretivas;
 atualizações de táticas e técnicas de combate a
incêndios;
b) Reunião extraordinária
 ocorrência de um exercício simulado;
 ocorrência de sinistros;
 identificação de um risco iminente;
 ocorrência de alterações significativas nos processos de
serviços ou industriais, de área ou layout;
 previsão de execução de serviços que possam ocasionar
riscos.

Revisão do PAE
O plano de emergência também deve ser, além de mantido,
revisado com frequência. Esse processo precisa ser realizado
por profissional habilitado quando ocorrer as seguintes
situações:
 ocorrência de modificações significativas nos processos de
serviço, industriais, de layout ou área;
 constatação da possibilidade de aprimoramento do plano de
emergência;
 término do prazo de 12 meses da última revisão.
Por fim, o profissional habilitado também deve fazer um
processo de auditoria do PAE a cada 12 meses.
Nessa auditoria, deve ser verificado se os processos do
PAE estão em conformidade com a legislação e se os riscos
identificados pelo profissional foram eliminados ou, pelo
menos, reduzidos.
Como é possível perceber, o plano de emergência é um
documento muito importante para evitar sinistros e saber o que
fazer em situações imprevistas, especialmente as de incêndio.
É assim que sua empresa conseguirá reduzir as perdas
materiais, a possibilidade de existirem feridos e danos à
reputação.
Segundo a Norma Brasileira – NBR 15219/2005, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT, a
elaboração do Plano de Emergência Contra Incêndio deve
ser elaborado por escrito, levando-se em conta os
seguintes aspectos:
 Localização;
 Construção;
 Ocupação;
 Características de funcionamento;
 Pessoas portadoras de deficiências;
 Outros riscos específicos inerentes à atividades;
 Recursos humanos.

Após o levantamento dos aspectos, o profissional


habilitado deve realizar uma análise de riscos da planta
com o objetivo de minimizar e/ou eliminar todos os riscos
existentes.
A representação gráfica
contida no plano de
emergência contra incêndio,
com destaque para as rotas
de fuga e saídas de
emergências, deve estar
afixada na entrada principal
e em locais estratégicos de
cada edificação, de forma a
divulgar o plano e facilitar o
plano e facilitar o seu
entendimento.
Para melhor
entendimento dos
procedimentos,
relacionamos numa
seqüência lógica ao lado
um Fluxograma :
A melhoria das condições de segurança contra
incêndio:
a) é obtida através de medidas de prevenção e de
medidas de proteção: Medidas de prevenção de
incêndios são aquelas destinadas a minimizar os riscos
de ocorrência de incêndios e compreendem, dentre
outras: redução das fontes de ignição, arranjos e
construções físicas normalizadas, conscientização e
manutenção preventiva e corretiva dos sistemas, bem
como a preparação para correta atuação caso ocorram,
através de treinamento, reciclagem constante e
realização de simulados.
b) são aquelas destinadas a minimizar os danos
decorrentes de um incêndio, limitando seu crescimento,
sua propagação para outros ambientes e propiciando
condições de combate às chamas, sua extinção ou até
sua auto extinção. Essas medidas subdividem-se em
medidas de proteção passiva e medidas de proteção
ativa:
 Medidas de proteção passiva são aquelas associadas a
aspectos construtivos intrínsecos à edificação ou aos
processos nela contidos e compreendem: seleção de
materiais e procedimentos de fabricação e instalação,
incluindo, onde aplicável, atendimento aos afastamentos
mínimos, barreiras corta-fogo e fumaça e/ou
enclausuramento, selagens corta-fogo e outros;

 Medidas de proteção ativa são aquelas acionadas somente


por ocasião do incêndio e compreendem sistemas fixos de
detecção, de alarme, de extinção com ação manual
(extintores e hidrantes), de supressão com ação automática,
registros, dampers corta-fogo e fumaça com acionamento
eletromecânico e dispositivos de intertravamento para
bloqueio de fontes de energia elétrica do sistema de
condicionamento de ar e ventilação e das fontes de energia
elétrica e combustível.
Temos que ter a percepção de que o Plano se
desenvolve a parti de uma emergência, podendo evoluir
para um Plano de Abandono ou Evacuação, então
vejamos:
 Ao toque intermitente = emergência/chamada de
brigada;
 Ao toque continuo = abandono, saída voluntária dos
ocupan -
tes do local;
 Evacuação = é com o acento grave de retirada de
algumas
pessoas que por algum motivo não
consegui - TÉCNICA n. 11/2017
INSTRUÇÃO
ram sai.
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA:
A IT Nº 11/2017/CBMRO fixa as condições exigíveis que as
edificações devem possuir:
a) A fim de que sua população possa abandoná-las, em caso
de incêndio, completamente protegida em sua integridade
física;

b) Para permitir o fácil acesso de auxílio externo (bombeiros)


para o combate ao fogo e a retirada da população.

Tendo como objetivos:


a) As saídas comuns das edificações para que possam servir
como saídas de emergência;

b) As saídas de emergência, quando exigidas.


Mas para os efeitos desta Instrução Técnica,
aplicaremos as definições constantes na IT
03/2017/CMBRO – Terminologia de Segurança Contra
Incêndio:

Altura da edificação: é a medida em metros entre o


nível do terreno circundante à edificação ou via pública
ao piso do último pavimento, excluindo-se pavimentos
superiores destinados exclusivamente à casa de
máquinas, barriletes, reservatórios de águas e
assemelhados.
E para os efeitos desta Instrução Técnica, as
edificações são classificadas:
a) Quanto à ocupação= de acordo com a classificação
das Edificações quanto à Ocupação ou Uso, confor
me Tabela – 1 do Anexo – A da IT 01/2017/CBMRO

b) Quanto à altura, conforme Tabela – 2 do Anexo –A


da IT 01/ 2017/CBMRO.
A saída de emergência compreende o seguinte:
a) Acessos ou corredores;
b) Rotas de saídas horizontais, quando houver, e respe-
pectivas portas ou espaço livre exterior, nas edificações
térreas;
c) Escadas ou rampas;
d) Descarga;
e) Elevador de Emergência.

Estes componentes da saída de emergência devem


estar desobstruídos, livres de barreiras.

CÁLCULO DA POPULAÇÃO:
As saídas de emergência são dimensionadas em
função da população da edificação.
A população máxima de cada pavimento da edificação
é calculada pelos coeficientes da Tabela A1,do Anexo A.
Poderão ser excluídas, no cálculo de dimensionamento
máximo da população, as áreas frias, halls, elevadores,
escadas e corredores de
circulação, desde que detalhado num quadro de áreas
específico.

Dimensionamento das Saídas de Emergência:


A largura das saídas deve ser dimensionada em função
do número de pessoas que por elas possa transitar,
observados os seguintes critérios:
a) Os acessos são dimensionados em função dos pavi –
vimentos que sirvam à população;
b) As escadas, rampas e descargas são dimensionadas em
função do pavimento de maior população, o qual deter -
mina as larguras mínimas para os lanços corresponden-
tes aos demais pavimentos, considerando-se o sentido
da saída.
A largura das saídas, isto é, dos acessos, escadas,
descargas, rampas e portas é dada pela
seguinte fórmula:
N= P/C
Em que:
N = Número de unidades de passagem, arredon -
dado para o número inteiro imediatamente su-
superior.
P = População, conforme coeficiente da Tabela A1
do Anexo A.
C = Capacidade da unidade de passagem, confor-
me Tabela A1 do Anexo A.

A unidade de passagem é a largura mínima


para a passagem de uma fila de pessoas, fixada em 0,55
m, exceto para as portas cujas dimensões
obedecem às larguras mínimas de emergências.
A capacidade de uma unidade de passagem é o
número de pessoas que passam por esta unidade em 1
minuto.

Larguras mínimas a serem adotadas:


As larguras mínimas das saídas de emergência,
exceto das portas onde o dimensionamento deve ser
feito de acordo com a largura vão livre ou ―luz‖, devem
ser as seguintes:
a) 1,2 m para as ocupações em geral, ressalvando
as exceções especificadas nesta IT;
b) 1,65 m (correspondente a três unidades de
passagem de 55 cm) para as escadas e acessos
(corredores e passagens), nas ocupações do
grupo H, divisão H-2 e H-3;
c) 1,65 m (correspondente a três unidades de
passagem de 55 cm) para as rampas, acessos
(corredores e passagens) e descarga, nas
ocupações do grupo H, divisão H-2;
d) 2,2 m (correspondente a quatro unidades de
passagem de 55 cm) para as rampas, acessos
às rampas (corredores e passagens) e descarga
Das rampas, nas ocupações do grupo H, divisão
H-3.

Os corredores que atendam áreas privativas


restritas, desde que a população seja inferior a 20
pessoas, podem ter largura mínima de 1,0m.

Exigências adicionais sobre largura de saídas:


Generalidades quanto aos acesso, que devem ter:
Permitir o escoamento fácil de todos os ocupantes
da edificação;
a) Permanecer desobstruídos em todos os pavimentos;
b) Ter pé-direito mínimo de 2,5 m, com exceção de obs-
táculos representados por vigas, vergas de portas e
outros, cuja altura mínima livre deve ser de 2,10 m;
c) Ser sinalizados e iluminados (iluminação de emer -
gência de balizamento) com indicação clara do sen -
tido da saída, de acordo com o estabelecido na IT-18
(Iluminação de emergência e na IT-20 (Sinalização de
emergência.

Distâncias máximas a serem percorridas:


As distâncias máximas a serem percorridas para
atingir as portas de acesso às saídas das edificações e o
acesso às escadas ou às portas das escadas (nos
pavimentos) constam da Tabela B1 (Anexo B) e devem
ser consideradas a partir da porta de acesso da unidade
autônoma mais distante, desde que o seu caminhamento interno
não ultrapasse 10 m.

Número de Saídas nos Pavimentos:


O número e o tipo de saídas exigidas para s diversos tipos
de ocupação, em função da altura, dimensões em planta e carac
terísticas construtivas de cada edificação, encontra-se na Tabela
C1 (Anexo C), atentando para as suas notas.
No caso de duas ou mais saídas ou escadas de emergência,
a distância de trajeto entre as suas portas de acesso deve ser,
no mínimo, de 10 m, exceto quando o corredor de acesso
possuir comprimento inferior a este valor.
Portas de Saídas de Emergência:
As portas das rotas de saídas, e aquelas das salas
com capacidade acima de 50 pessoas, em
comunicação com os acessos e descargas, devem
abrir no sentido do trânsito de saída (ver Figura 2),
podendo ser dispensado quando o público total da
edificação for igual ou inferior a 50 pessoas e esta for
utilizada como porta de segurança da edificação,
salvo exceções previstas nesta Norma Técnica.
A largura vão livre ou ―luz‖ das portas, comuns ou
corta-fogo, utilizadas nas rotas de saída de
emergência, devem ser dimensionadas como
estabelecido no item 5.4, admitindo-se uma redução
no vão de luz, isto é, no vão livre das portas em até
75 mm de cada lado (golas) para o contramarco e
alizares. As portas devem ter as seguintes dimensões
mínimas de luz:
a) 80 cm, valendo por uma unidade de passagem;
b) 1 m, valendo por duas unidades de passagem;
c) 1,5 m, em duas folhas, valendo por três unidades
de passagem;
d) 2 m, em duas folhas, valendo por quatro unidades
de passagem.
NOTAS:
1) Porta com dimensão maior que 1,2 m deverá ter
duas folhas;
2) Porta com dimensão maior ou igual a 2,2 m exige
coluna central.
3) Para portas com largura igual ou superior a 1 m, o
valor da unidade de passagem será de 0,50 m.
4) Para as ocupações do grupo F, as portas das
saídas de emergência deverão ter largura vão livre
de no mínimo 1 m, valendo por duas unidades de
passagem.
Para ocupações de divisão F-2, F-3, F-5 e F-6,
com capacidade acima de 200 pessoas, será
obrigatória a instalação de barra antipânico nas portas
de saídas de emergência, das rotas de saída e nas
portas de comunicação com os acessos às escadas e
descarga, conforme NBR 11785.
As edificações com ocupações de divisão F-2,
térreas com ou sem mezaninos, com área máxima
construída de 1500 m², podem ser dispensadas da
exigência de instalação de barras ou dispositivos
antipânico, desde que haja compromisso do
responsável pelo uso, através de termo de
responsabilidade das saídas de emergência (Anexo M
da Instrução Técnica 01) assinado pelo proprietário ou
responsável pelo uso, de que as portas permanecerão
abertas durante a realização dos eventos.
Nas edificações que utilizem dispositivos para
controle de acesso (portas giratórias, catracas, etc),
deve ser prevista uma porta/portão junto a estes,
obedecendo as medidas e exigências dos itens
anteriores referentes a portas de saídas de
emergência.
Nas edificações que utilizem portas com controle de
Acesso por automação (elétricas, magnéticas, etc)
estas devem possuir dispositivo de destravamento, em
caso de falta de energia, pane, defeito de seu sistema,
ou acionamento do sistema de alarme da edificação.

Exercício: Dimensione a população predial, e as rotas


de fugas, bem como a saída de emergência da Sede
Federação Espírita-RO (vide croqui abaixo).
(23,25m²)

Solução: Embora verificamos que a edificação é de


risco predominante de Local de Reunião ao Público,
para o cálculo da população classificamos para as
seguintes áreas distintas da IT 01/2017/CBMRO.
OBS.: Considerar as áreas Adm + Educacional e
Reunião de Público
CALCULANDO A POPULAÇÃO:
a) Administração:
 área do bloco principal= (30,00 x 12,00)
= 360,00 m²;

 área descoberta (vazada)= (16,24 + 7,56)


= 23,80 m²;
Área dos WC’s= (4,36 x 2)
= 8,72 m²
Logo, Aadm= 360,00 – (23,80 + 8,72 + 130,62)
= 196,86 m²
P= 196,85/ 7
≈ 29 pessoas

Logo para os acessos/descargas e portas:


N= P/C
N= 29/100
≈ 1,00 UP
= 1,00 x 0,55 (0,80 m)
b) Salas de Aulas:
 área= (23,25 x 2)
= 46,50 m²;

P= 23,25/ 1,50
≈ 16 pessoas

Logo para os acessos/descarga e portas:


N= P/C
N= 16/100
≈ 1,00 UP
= 1,00 x 0,55 (0,80 m)
c) Salão:
área= 130,62m²

P= 131 pessoas

Logo para os acessos/descargas e portas:


N= P/C
N= 131/100
≈ 2,00 UP
= 2,00 x 0,50 (1,00 m)
BRIGADA DE INCÊNDIO:
A IT 17/2017/CBMRO estabelece as condições mínimas
para a composição, formação, treinamento e recapacitação
de brigadas de incêndio para atuação em edificações e
áreas de risco. Ela se aplica a todas as edificações que
necessitem de brigada de incêndio, conforme previsto no
Regulamento Estadual de Segurança Contra Incêndio e
Pânico (Decreto Estadual n° 21.425 de 29 de novembro de
2016).
A composição da brigada de incêndio de cada pavimento,
compartimento ou setor é determinada pela Tabela A.1, que
leva em conta a população fixa, o grau de risco e os
grupos/divisões de ocupação da planta.
A brigada de incêndio deve ser composta por pessoas de
todos os setores/departamentos da empresa ou por
brigadistas efetivos.
Quando em uma planta houver mais de um grupo de
ocupação, o número de brigadistas deve ser calculado
levando-se em conta o grupo de ocupação de maior
risco. O número de brigadistas só é calculado para cada
grupo de ocupação se as unidades forem
compartimentadas ou se os riscos forem isolados.
Brigadista efetivo: profissional habilitado que
exercem, em caráter habitual, função remunerada e
exclusiva de prevenção e combate a incêndios e
primeiros socorros, contratadas diretamente por
empresas privadas ou públicas, por sociedades de
economia mista ou por empresas especializadas, para
atuação em edificações e áreas de risco.
Brigadista eventual: pessoa pertencente ao quadro
de pessoal de um estabelecimento, voluntária ou não,
treinada para atuar, eventualmente, como integrante da
brigada de incêndio de um estabeleci- mento, conforme
nor ma específica.
As edificações que possuem brigadistas efetivos
terão decréscimo na proporção de 20% na
quantidade mínima de brigadistas determinados pela
Tabela A.1. Este cálculo de decréscimo é para cada
brigadista efetivo, por turno de 24 horas, até o limite
de 60%, conforme exemplo A do Anexo A.

O estabelecimento que possuir posto interno com


efetivo mínimo de 6 (seis) brigadistas efetivos (por
turno de 24 horas) e viatura de combate a incêndio
devidamente equipada, nos parâmetros da NBR
14096 – Viaturas de combate a incêndio, ficará
isenta dos demais brigadistas eventuais, desde que
os brigadistas Efetivos ministrem treinamentos
periódicos aos demais funcionários, nos parâmetros
desta IT.
Exercício: Dimensione a Brigada da Sede Federação Espírita-RO
(do exercício anterior).
Solução: Admitindo-se que a ocupação predominante predial é de
concentração de público, em um único setor (F-2), com uma população
fixa de 192 pessoas.
 População fixa até 10 pessoas = 6 brigadistas (Tabela A.1).

 (nota 5): Quando a população fixa de um pavimento, compartimento


ou setor for maior que 10 pessoas, será acrescido mais um brigadista
para cada grupo de até 20 pessoas para risco baixo, mais um
brigadista para cada grupo de até 15 pessoas para risco médio e
mais um brigadista para cada grupo de até 10 pessoas para risco
alto (ver exemplo B).

 População fixa acima de 10 = 29 (população fixa total) – 10 = 19


pessoas = 19/20 (mais 1 brigadista para cada grupo de até 20
pessoas para risco baixo) = 0,95 = 1 brigadista.

 Número de brigadistas = 6 brigadistas (população fixa até 10) + 1


brigadista (população fixa acima de 10)

 Total de brigadistas eventuais da planta = 7 (sete), com treinamento


´‖Básico‖.
(IT 16 - CBPMSP)

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