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01/01/2022
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Seja dt o multiplicador de Lagrange da restrição qt 6 Q0 +Q1 + +Qt . O lagrangeano
é:
X
T
L = p t qt c(q0 ; q1 ; :::; qT ) g(Q0 ; Q1 ; :::; QT )
t=0
d0 (q0 Q0 ) d1 (q1 Q0 Q1 ) dT (qT Q0 Q1 QT )
@L @c
Se, na solução, qt > 0, então @qt
= 0, de onde pt @qt
dt = 0, de modo que:
@c
pt = + dt
@qt
No período t, caso a capacidade seja atingida, o preço é igual ao custo marginal
operacional mais uma componente que pode ser interpretada como a depreciação por
unidade de produto comercializada no período.
As condições de Karush-Kuhn-Tucker requerem que dt (qt Q0 Q1 Qt t) =
0. No período t, se o produto não atinge a capacidade, isto é, se qt < Q0 +Q1 + +Qt + t ,
então dt = 0, ou seja, a carga de depreciação é zero.
@L @g
É razoável supor que Q0 > 0. Assim, @Q0
= 0, isto é, @Q0
+ d0 + d1 + + dT = 0:
Portanto:
@g
d0 + d1 + + dT =
@Q0
Isso signi…ca que a soma das cargas de depreciação por unidade de produto e, portanto,
por unidade de capacidade, ao longo do tempo de vida de Q0 , que é o ativo adquirido no
período t = 0, deve igualar o custo marginal de uma unidade de capacidade, ou seja, o
@L
preço-sombra da capacidade no período inicial. Em geral, se Qt > 0, então @Qt
= 0, de
@g @g
onde @Qt
+ dt + dt+1 + + dT = 0, isto é, dt + dt+1 + + dT = @Qt
. Vale a regra,
portanto, mutatis mutandis: em qualquer período, a depreciação total a partir de t deve
cobrir o custo marginal de uma unidade de capacidade naquele período.
Em suma, podemos derivar as seguintes regras. Primeiro, durante os períodos de
capacidade ociosa do ativo, o preço deve cobrir apenas o custo marginal operacional,
sem quaisquer contribuições para a depreciação. Segundo, nos períodos em que o ativo é
utilizado ao máximo, o preço deve cobrir o custo marginal operacional mais uma carga
de depreciação. Por …m, a depreciação total deve cobrir o custo marginal da unidade de
capacidade do ativo instalado no período inicial.
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Claramente, a carga de depreciação é o preço-sombra da capacidade do ativo. Como
bem esclarece William Baumol (1971, “Optimal depreciation policy: pricing the prod-
ucts of durable assets”, Bell Journal of Economics, 2: 638-656, p. 643), é útil pensar
no problema da depreciação como um problema de peak-load pricing intertemporal. As-
sim, a interpretação econômica da carga de depreciação é análoga à que …zemos no caso
do preço-sombra da capacidade limitada. A carga de depreciação é a valoração que o
consumidor supramarginal atribui à unidade do ativo subtraída do custo marginal op-
eracional de produção da unidade marginal. Em outras palavras, é o quanto a …rma
sacri…caria, no período, para incrementar a capacidade do ativo o su…ciente para atender
à unidade demandada do consumidor supramarginal. De modo a excluir esse consumidor
supramarginal (porque é ótimo fazê-lo), a …rma deve incluir a carga de depreciação no
preço cobrado do consumidor marginal o su…ciente para …car indiferente entre os dois. No
modelo em que as unidades variam continuamente, esse mínimo requerido é exatamente
a disposição a pagar do consumidor marginal, isto é, o preço pt . Entretanto, sabemos
que o preço pode incluir também outras quase-rendas (designadas por t) e rendas puras
(designadas por t ):
@c
pt = + dt + t + t
@qt
Quando compramos um veículo num período para revendê-lo no seguinte, então temos
a mesma unidade, de forma que, ceteris paribus, o custo marginal é o mesmo. Assim,
pt pt+1 = dt dt+1 , ou seja, a diferença de preços livres de mercado entre períodos
consecutivos é uma boa medida da taxa de depreciação = dt dt+1 entre os perídos.
Pequenas mudanças podem surgir se o custo marginal futuro da unidade diferir do custo
marginal corrente da mesma unidade. Essa diferença pode ser ocasionada pelo apareci-
mento de um ativo alternativo substituto e que torne o ativo inicial obsoleto, isto é, pelo
qual se esteja disposto a sacri…car menos de outros ativos em troca da unidade do ativo
@c @c
dado: @qt
> @qt+1
: Neste caso, se pt pt+1 = pt > 0 é a magnitude da queda de preço
@c @c
entre dois períodos, então pt = @qt @qt+1
+ . Eis a razão porque a obsolescência
@c @c
é a perda de valor adicional à depreciação. Denote a obsolescência por = @qt @qt+1
.
A obsolescência pode ser encarada com um efeito de segunda ordem no padrão de com-
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portamento dos preços de mercado do ativo ao longo do tempo. Ela mensura a variação
@2c
de sacrifício que o agente está usualmente disposto a incorrer. Marginalmente, = @qt2
.
Seja como for, pt = + .
No caso em que a …rma possui poder de mercado, como no monopólio, então o preço
@c
pt na equação pt = @qt
+ dt deve ser substituído pela receita marginal, isto é:
1 @c
pt (1 )= + dt
t @qt
1
em que t é a elasticidade-preço da demanda no perído t. O termo pm
t = pt (1 )
t
é o preço de monopólio. Observe que, embora isso afete o preço relativamente ao que
seria cobrado sob competição, se a elasticidade-preço da demanda é constante, ao menos
no curto-prazo (digamos, períodos consecutivos), então os preços relativos permanecem
pm
t+1 pt+1
inalterados, porquanto pm
= pt
.
t
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As restrições primais podem ser escritas como:
8
>
> q0 Q0 6 0
>
>
>
>
< q Q Q 60
1 0 1
> ..
>
> .
>
>
>
: q
T Q0 Q1 QT 6 0
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de Lagrange. Então aprogramação dual é:
8
>
> min 00 d
>
> 2 3 2 3
>
>
< I p c
s:a 4 5d = 4 5
>
> U 0
b
>
>
>
>
: d=0
Como o dual é uma minimização, cada dt deve atingir seu menor valor possível. Se
a restrição do período t é ativa, então dt = pt c, isto é, pt = c + dt . Por outro lado,
U0 d 5 b signi…ca que:
2 32 3 2 3
1 1 1 d0 b0
6 76 7 6 7
6 76 7 6 7
6 0 1 1 76 d1 7 6 b1 7
6 76 756 7
6 .. .. . . .. 76 .. 7 6 .. 7
6 . . . . 76 . 7 6 . 7
4 54 5 4 5
0 0 1 dT bT