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Aprovada por:
________________________________________________
Prof. Fernando Marques de Almeida Nogueira, M.Sc.
________________________________________________
Prof. Paulo André Marques Lobo, M.Sc.
________________________________________________
Eng. José Geraldo Ferreira, M.Sc.
Agradecimentos
Janeiro/2007
Janeiro/2007
The rail access to Rio de Janeiro Port through Arará yard is considered nowadays a
significant bottleneck in the port complex, justified by the insufficient structure available for
rail operations. A deficit between cars input and output, and permanent queue formation can
be observed, generating an insufficient attendance to the port unloading terminals. This
project presents a rail transportation performance analysis, since this modal is playing an
important role in the industrial logistics and supply chains. The unloading terminals will be
emphasized during the text, enclosing capacity and performance analysis. The method
applied is discrete-event simulation. Different operating configurations will be evaluated to
provide measures for the process analyzed, supporting the decision about structure
investments. A representative system is modeled with ARENA software and presented in a
contextual approach.
Sumário
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 01
2.1. Transportes 04
2.1.1. Os Modais de Transporte 04
2.1.2. Terminais Ferroviários 08
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 51
viii
LISTA DE FIGURAS
1. Matriz de Transportes 09
2. Formas de estudo de sistemas 10
3. Componentes básicos de um modelo 16
4. Solução da integral de f(x) por Monte Carlo 18
5. Descrição da Simulação de Eventos Discretos 20
6. Medidas de Capacidade Ferroviária 21
7. Erro Percentual do Modelo Paramétrico 23
8. Malha MRS 25
9. Imagem de satélite do Porto do Rio 26
10. Fotos da linha férrea na região do Arará 28
11. Diagrama Esquemático da Linha do Rio de Janeiro 29
12. Projeto esquemático dos pátios 30
13. Quantidade diária de vagões movimentados no Arará 31
14. Demanda de vagões por terminal 33
15. Ajuste das curvas estatísticas 35
16. Mix de Vagões por Terminal 36
17. Circulação de Trens 40
18. Cruzamento de trens com travamento 41
19. Esquema de funcionamento da simulação no Arará 45
20. Movimentação de vagões 45
21. Tempo no Sistema 46
22. Utilização Média dos Terminais 47
23. Tempo Médio de Fila 48
ix
LISTA DE TABELAS
1.2. OBJETIVOS
1.3. JUSTIFICATIVAS
1.5. METODOLOGIA
Capítulo II
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. TRANSPORTES
Rodoviário: É o mais flexível dos modais quanto à entrega para o cliente (porta a
porta). Devido a sua flexibilidade, trabalha-se tanto com TL (carga completa – truck load)
quanto com LTL (carga incompleta – less than truckload). O modal possuí limitações na
5
quantidade carregada, não só pelo alto peso próprio (tara), mas também por leis que
regulam o limite do peso nas estradas. No Brasil, este é o modal mais utilizado devido à
política de transporte ter privilegiado este tipo de modal na época da formação da infra
estrutura de transporte do país.
Aeroviário: É o modal mais utilizado para o transporte de produtos com alto valor
agregado. Dentre todos os modais, é o que possuí o maior preço de transporte e, apesar do
custo associado, sua utilização para o transporte de cargas está em crescente aumento.
Caracteriza-se pela alta rapidez, mas o tempo de entrega não é diretamente proporcional à
velocidade do avião (não é um serviço porta a porta, existe o tempo de embarque e o
período que a aeronave fica taxiando). Também é um modal que pode ser afetado pelas
condições climáticas.
FERROVIÁRIO
Altos custos fixos em equipamentos, terminais, vias férreas, etc
Custo varável baixo
6
RODOVIÁRIO
Custos fixos baixos (rodovias estabelecidas e construídas com fundos públicos)
Custo variável médio (combustível, manutenção, etc)
AQUAVIÁRIO
Custo fixo médio (navios e equipamentos)
Custo variável médio (capacidade para transportar grande tonelagem)
DUTOVIÁRIO
Custo fixo mais elevado (direitos de acesso, construção, capacidade de bombeamento, etc)
Custo variável mais baixo (baixíssimo custo de mão de obra)
AEROVIÁRIO
Custo fixo alto (aeronaves, manuseio, sistemas de carga, etc)
Alto custo variável (combustível, mão de obra, manutenção, etc)
Características
Ferroviário Rodoviário Aquaviário Dutoviário Aéreo
operacionais
Velocidade 3 2 4 5 1
Disponibilidade 2 1 4 5 3
Confiabilidade 3 2 4 1 5
Capacidade 2 3 1 5 4
Frequência 4 2 5 1 3
Resultado 14 10 18 17 16
Quanto à freqüência, ou seja, o número de vezes em que o modal pode ser utilizado
em um dado horizonte de tempo, o duto é o que apresenta o melhor desempenho. Por
trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana, o duto pode ser acionado a qualquer
momento, desde que esteja disponível no local desejado. Seguem pela ordem de
desempenho, o rodoviário, ferroviário, aéreo e hidroviário. A baixa freqüência do hidroviário
resulta dos grandes volumes envolvidos na operação, o que o obriga a trabalhar com carga
consolidada, diminuindo desta maneira a freqüência. Apenas como exemplo, poderíamos
citar o caso da cabotagem no Brasil, cuja freqüência na direção Sul - Nordeste é de pouco
mais de uma partida por semana.
A combinação de preço/custo com o desempenho operacional nestas cinco
dimensões de serviços resulta na escolha do modal mais adequado para uma dada situação
de origem - destino e tipo de produto.
% Ferroviário
conduzir experimentos com este modelo com o propósito de entender seu comportamento
e/ou avaliar estratégias para sua operação”. Através de simulação, podem ser feitos o
projeto, dimensionamento, avaliação de desempenho ou reengenharia de sistemas tais
como:
Sistemas de manufatura e de processos comerciais;
Sistemas de computação, redes de comunicação de dados ou telefônicos;
Sistemas de transporte: obras viárias, metrô, embarque e descarga de mercadorias
em portos;
Sistemas on-line de auto-atendimento: home-banking, e-commerce, e-business;
Empresas de prestação de serviços: bancos, lanchonetes, postos de gasolina;
Sistemas de defesa e equipamentos militares;
SISTEMA REAL
elas podem ser utilizadas para praticamente qualquer tipo de problema computacional. Com
o passar do tempo, programas específicos para a aplicação em simulação foram
desenvolvidos utilizando essas linguagens. No início, cada programa tinha a sua aplicação
específica e suas execuções eram problemáticas devido às restrições de hardware dos
computadores da época. Esta evolução do uso da simulação computacional pode ser
observada na tabela abaixo:
Características do Estudo de
Anos Ferramenta Exemplos
Simulação
50 e 60 Linguagens de Aplicações em grandes corporações; FORTRAN,
Propósito Geral Grupos de desenvolvimento com 6 a 12 PASCAL e C
pessoas;
Programas a serem executados em
grandes computadores;
Grandes investimentos em capital;
Aplicáveis a qualquer contexto;
Exigem conhecimento profundo da
linguagem;
Exigem muito tempo de
desenvolvimento;
Não são totalmente reutilizáveis;
70 e início Linguagens de Utilização em um maior número de SIMSCRIPT,
dos 80 Simulação corporações; GPSS, GASP IV,
Desenvolvimento e uso dos pacotes de DYNAMO, SIMAN
linguagem; e SLAM
Suregm linguagens de simulação
baseadas em System Dinamics ;
Comandos projetados para tratar lógicas
de filas e demais fenômenos comuns;
Mais amigáveis, mas ainda requerem
um programador especializado;
80 e início Simuladores de Alto Introdução do PC e da animação; Simfactory e Xcell
dos 90 Nível Presença de menus, guias e caixas de
diálogo;
Simulação realizada antes do início da
produção;
Facilidade de uso;
Menos flexível que as linguagens de
propósito geral e de simulação;
Projetados para permitr modelagem
rápida;
Dispõe de elementos específicos para
representar filas, transportadores, etc;
Restringem-se a sistemas de certo tipo;
13
Alguns sistemas são tão complexos que se torna difícil de entender as operações e
as interações existentes entre elas sem que haja um modelo dinâmico representativo. Em
outras palavras, pode ser impossível estudar um sistema interrompendo o seu
funcionamento ou examinando componentes individuais de maneira isolada.
sensíveis que não se torna possível fazer nenhum tipo de interferência, e a simulação é o
melhor método de avaliá-los.
Vantagens:
Desvantagens:
A Simulação não pode dar resultados acurados com inputs de má qualidade: Não
importa o quanto um modelo é bem desenvolvido, se ele mão possuir os dados de
16
input bem trabalhados, analista não pode esperar obter dados plausíveis. A coleta de
dados é considerada a etapa mais difícil do processo de simulação. Ainda assim, os
projetos que envolvem simulação muitas vezes reservam pouco tempo para esta
etapa. Em muitos casos, a má qualidade dos dados é o fundamento do insucesso de
projetos de simulação.
A Simulação não gera respostas simples para problemas complexos: se o sistema
analisado tiver muitos componentes e interações, a melhor alternativa de operação é
considerar cada elemento do sistema. É possível fazer simplificações com o
propósito de desenvolver um modelo razoável num espaço de tempo razoável.
Entretanto, se elementos críticos do sistema forem ignorados, os resultados obtidos
não serão satisfatórios.
Somente a Simulação não resolve problemas: A simulação não resolve problemas
por si só; ela fornece ao tomador de decisão soluções potenciais para o problema.
Cabe ao analista avaliar e implementar as mudanças que são propostas. Por esta
razão, é importante manter os stakeholders envolvidos com o projeto.
Entidades:
Servidor
Batelada de Entidades:
Atributos de Entidades:
As entidades podem também possuir atributos. Os atributos são variáveis que têm
valores únicos para cada entidade do sistema. Mesmo que o atributo tenha o mesmo nome,
ele pode ter valores diferentes para cada entidade. Por exemplo, um atributo pode registrar
o instante em que a entidade foi criada e, consultando o atributo na saída, pode-se
determinar o tempo que a entidade ficou no sistema.
Filas:
As entidades geralmente aguardam em uma fila até que possam ser processadas.
Normalmente, a entidade que está sendo atendida não é considerada na fila. Existem
diferentes disciplinas de fila baseadas na prioridade de atendimento. Sistemas simples
geralmente utilizam a disciplina FIFO (“first in, first out”, primeiro a chegar, primeiro a sair).
Recursos:
b
f ( x ) dx
a
Existe um ponto xm tal que a área I, definida pela integral, é igual área do retângulo
de lado (b-a) e altura f(xm). O cálculo da integral de forma aproximada pelo método de Monte
Carlo será feito sorteando-se aleatoriamente x1, x2,..., xn , onde cada xi tem distribuição
uniforme entre [a,b], e calculando-se a média da área dos retângulos de lado (b-a) e alturas
f(x1), f(x2), ... f(xn). O valor aproximado da integral é calculado pela fórmula:
19
(b a ) f ( x )
i 1
i
n
Os objetos em um
As entidades são
sistema de eventos
caracterizadas pelos seus
discretos são chamados
atributos.
entidades.
A mudança de estado
é determinada pela O estado do sistema é
ocorrência de um evento definido pelos valores
em um tempo estocástico de seu atributos.
ou determinístico.
Teoria x Realidade
Disponível
Capacidade
Capacidade Prática
1440 min/dia
N xEf
tE Wt Vt
Onde:
Trecho No. de Trens Atraso Médio (h) [1] Atraso Médio (h) [2] Diferença Erro (%) Erro Abs
D 14 1,12 1,12 0 0% 0%
E 29 0,59 0,53 -0,06 -10% 10%
F 17 0,82 0,78 -0,04 -5% 5%
G 19 0,86 0,82 -0,04 -5% 5%
H 28 0,96 0,96 0 0% 0%
I 26 0,8 0,79 -0,01 -1% 1%
J 17 0,55 0,47 -0,08 -15% 15%
K 19 0,85 1,11 0,26 31% 31%
Média 20,4 0,81 0,85 0,04 4% 10%
40%
30%
20%
10%
0%
A B C D E F G H I J K
-10%
-20%
Capítulo III
DESCRIÇÃO
3.2. A FERROVIA
A MRS Logística S.A. é uma das principais empresas ferroviárias do país. Ela é uma
concessionária que controla, opera e monitora a Malha Sudeste da Rede Ferroviária
Federal, antiga Superintendência Regional 3 (SR-3), desde o ano de 1996. A malha da MRS
engloba os estados de Minas gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, totalizando 1.674 Km de
extensão. Sua área de atuação é estratégica no contexto logístico do Brasil, uma vez que a
região sudeste concentra aproximadamente 65% do produto interno bruto, e ainda possui
importantes portos, como o do Rio de Janeiro, Sepetiba e o de Santos, sendo este último
considerado o mais importante da América Latina.
25
Localizado na costa oeste da Baía de Guanabara, o Porto do Rio possuí uma área
de influência que atinge os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito
Santo e outros. A administração portuária é realizada pela Companhia das Docas do Rio de
Janeiro – CDRJ. Os modais de acesso são o rodoviário, realizado através das rodovias BR-
040, BR-101, BR-116, RJ-071 e RJ-083, marítimo, compreendendo as áreas de atracação
de navios, e ferroviário, através da malha MRS Logística S.A.
26
Arará
Dentre os terminais que operam no porto, pode-se destacar aqueles que participam
da operação ferrovia-porto:
produtos que operam nestes terminais, os trens que realizam o transporte são os
denominados Carga Geral.
A chegada ao Arará apresenta diversos problemas que dificultam a operação
ferroviária, tais como ocupação da faixa de domínio da ferrovia, falta de capacidade da
estrutura disponível, linhas com más condições operacionais, etc. Estes problemas, que
serão discutidos no tópico seguinte, afetam diretamente a capacidade de processamento de
cargas do pátio, ocasionando uma constante formação de filas de trens.
O ingresso de trens se dá da seguinte forma: havendo a disponibilidade na linha de
circulação do pátio, o trem avança em destino ao Arará. Caso não haja disponibilidade, o
trem aguarda nos pátios anteriores – principalmente no pátio imediatamente anterior, o
Rocha Sobrinho (HRS) – até que possa prosseguir, o que é um fator que contribuí para a
formação de filas que se diluem pela circulação em toda a malha. No Arará, os vagões são
manobrados e distribuídos para os terminais dos clientes. Ocorrem situações em que os
terminais estão temporariamente sem condições de receber a carga, e, portanto, os vagões
ficam aguardando em linhas especiais do pátio reservadas para esta função. Após o vagão
ser entregue ao terminal, a MRS aguarda o processo de carga ou descarga, e, em seguida,
realiza a manobra de busca do vagão. Os vagões que já foram processados pelos clientes
são agrupados e formam o trem de retorno.
Desta forma, existem dois fatores que contribuem para a geração de filas: a
operação dos terminais e a operação do pátio. A primeira depende exclusivamente da
eficiência do cliente, enquanto a segunda está relacionada com a capacidade instalada e
com a eficiência operacional da ferrovia. Caso o processo de distribuição, carga/descarga e
recolhimento de vagões nas linhas do pátio demande um tempo superior à taxa de chegada
de trens, ocorrerá formação de fila. Atualmente, não existem linhas dedicadas às manobras
de agrupamento dos vagões já processados (formação do trem vazio); esta operação ocorre
nas mesmas linhas destinadas à manobra de distribuição de vagões, portanto, o trem só
pode avançar até o Arará caso estas linhas estejam liberadas.
Problemas Operacionais:
Problemas Sociais:
Barra do Piraí
Rocha Sobrinho I – Km 28
Rocha Sobrinho II – Km 27
I A Barros Filho – Km 18
RV
UPE
S
Herédia de Sá – Km 3
ARARÁ – Km 0
30
ARARÁ
Rota
Possibilidade de
Cruzamento
1:15
Headway
0:25 0:38 0:12
A figura acima apresenta uma comparação esquemática entre os modelos que serão
avaliados no trabalho. Observa-se que no modelo atual o headway é grande (cerca de
1:15h), devido à impossibilidade de cruzamento após o pátio Rocha Sobrinho. Já no modelo
futuro, haverá a possibilidade de cruzamento em pátios intermediários, o que permite a
redução deste headway, culminando na melhoria da performance do sistema. As
possibilidades de cruzamento podem ser observadas no esquema da rota dos trens.
Vagões Movimentados
250
200
150
Vagões/Dia
100
50
0
1 6 11 16 21 26 31 5 10 15 20 25 30 4 9 14 19 24 29
Dia
8%
FDJ - Triunfo
FLG - Wilson Sons
FEX - Multitex
FCU - Tupi
FTM - Multiterminais
FRJ - Multiportos
21% FLN - Lumina
60%
FLI - Libra
Programação de Trens:
O planejamento dos trens que possuem rota com destino no Arará é realizado de
acordo com a grade de trens de carga geral, a qual define cinco trens como o padrão de
operação, a saber: KCR11, KCR21, KOR11, KPR21 e RER01. Estes trens possuem
características distintas ditadas pela sua rota desde a origem até o destino, tais como
horários de chegada no Arará, quantidade e mix de vagões por terminal, percentual de
supressão (cancelamento do trem no dia), etc.
Trem RER01
Curva Ajustada: 13.5 + 39 * BETA(1.2, 1.19)
Erro Quadrado: 0.014861
trem expresso, tem como principal característica o transporte de container para o porto,
entregue principalmente para os Terminais Multitex, Multiterminais e Libra.
100%
90% Libra
80% Mutiportos
70% Lumina
60%
Multiterminais
50%
40% Tupi
30% Multitex
20% Wilson Sons
10% Triunfo
0%
KCR11 KCR21 KOR11 KPR21 RER01
compartilharem recursos físicos, serão tratados como sendo um só terminal para a etapa de
modelagem.
Capítulo IV
SIMULAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
1 2 3 4 5
Trecho Trecho Trecho Trecho SB
P2P1 P1P2 P3P2 P2P3
Passo 1: Antes de sair do pátio (P1) para a linha (P1P2), o trem deve verificar:
a. Para linhas singelas, deve verificar se a linha (trecho P1P2 e P2P1) está dedicada
ao seu sentido de movimento.
a. O trecho entre o seu pátio de destino e o pátio seguinte (P2P3) está livre e
disponível para seu movimento;
b. A soma dos trens em fluxo contrário, entre o pátio seguinte (P2) e o pátio onde
ele está posicionado (P1) (incluindo o trecho que os liga), é menor ou igual à 2
(de forma a se certificar de que nenhum trem ficará bloqueando a linha após o
pátio seguinte, provocando travamento na linha, como na figura abaixo).
2 3 4
Pátio
b. Verifica se foi o último trem a sair da linha (nenhum outro trem está na linha em
movimento no mesmo sentido) e libera o fluxo da linha, de forma que possa ser
usada por outro trem em sentido contrário;
Cada trem que chega no pátio realiza uma operação complexa de manobra de
entrega de vagões para os terminais, ocupando a linha de circulação principal e linhas de
reserva de vagões. Além disso, existe a operação de coleta de vagões vazios e formação de
trem de retorno. Ambas as operações disputam os mesmos recursos – as linhas de
circulação do pátio – e, desta forma, não podem ser realizadas simultaneamente. Para fins
de comparação entre os dois modelos de operação avaliados, a utilização dos recursos é o
fator chave de análise.
Cenário Atual:
Uma vez que ocorre a chegada de um trem no pátio Rocha Sobrinho, verifica-se a
disponibilidade do pátio de destino (Arará). Para que o trem possa avançar, não pode existir
nenhum trem em operação após o pátio Rocha Sobrinho, já que não existem pátios de
44
Cenário Futuro:
Para a obtenção dos resultados que serão apresentados a seguir foi realizada uma
rodada de simulação de 90 dias, com 5 replicações. Para cada modelo, foram levantados os
principais indicadores de performance, que são analisados de forma comparativa.
300
265
250
200
150
124
100
50
Outro indicador que deve ser avaliado em conjunto é o tempo no sistema Rocha
Sobrinho – Arará. Foi implementado no modelo um cronômetro que registra quanto tempo o
vagão leva desde a sua partida do pátio Rocha Sobrinho, junto ao trem de ida, até o seu
retorno, junto ao trem da volta. Portanto, este intervalo de tempo contabiliza os tempos de
circulação, de fila, de manobras e de descarga.
120
102
100
81
80
60
40
20
100.00%
90.00%
80.00%
70.00%
60.00%
50.00%
40.00%
30.00%
20.00%
10.00%
0.00%
Wilson
Tupi Triunfo Multitex Lumina Containers NOVO
Sons
Modelo Atual 57.51% 79.75% 94.06% 97.82% 20.43% 65.60% 0
Modelo Futuro 56.75% 74.62% 55.11% 70.31% 16.56% 94.75% 50.73%
A utilização média dos terminais, representada pela Figura 22, está diretamente
ligada a demanda de vagões e à sua capacidade de processamento. Entretanto, para se
garantir uma utilização balanceada, é preciso garantir que o sequenciamento das atividades
de manobra e entrega de vagões sejam realizadas baseada no desempenho e nas janelas
de atendimento de cada terminal. Os picos de demanda podem gerar períodos do dia com
intensa formação de filas, e outros com ociosidade no terminal, causando má utilização dos
recursos disponíveis. Portanto, deve-se considerar indicadores complementares para avaliar
o desempenho dos terminais frente às alterações do modelo operacional. Para tal, avaliado
também o tempo médio de fila que cada vagão sofre antes de acessar cada recurso (Pátio
Arará e seus terminais). Observa-se que para alguns terminais a fila média reduziu
drasticamente devido à fatores diretos, como aumento de capacidade do próprio terminal, ou
a fatores indiretos, como redução de fila no sistema, melhor aderência ao tempo previsto de
chegada, etc.
Ao se comparar os indicadores de fila da Figura 23, é importante salientar que a
ocorrência de fila nos terminais influencia diretamente na formação de fila no Arará, uma vez
que os vagões só desocupam o pátio quando conseguem acessar o terminal. Além disso, a
fila média do recurso Arará não é ocasionada diretamente na linha de entrada do pátio; ela é
48
80.00
70.00
60.00
50.00
40.00
30.00
20.00
10.00
0.00
Wilson
Arará Tupi Triunfo Multitex Lumina Containers NOVO
Sons
Modelo Atual 69.49 0.83 1.98 33.51 35.70 0.07 3.13 0.00
Modelo Futuro 51.35 1.05 3.34 2.81 1.41 0.05 3.87 0.82
pátio Arará. Os terminais possuem capacidade diária de 154 vagões, porém a demanda não
é flat ao longo do tempo; ocorrem períodos com picos de demanda que geram
congestionamentos e comprometem o atendimento aos terminais e a circulação. Já no
cenário futuro, as alterações implementadas no modelo viabilizam um ganho de
desempenho que impacta diretamente no atendimento aos terminais, aumentando a
eficiência na chegada e manobra de trens no pátio. Com isso, o gargalo do sistema se
transfere para as “pontas”: os próprios terminais. A simulação comprovou que o sistema
comporta um aumento de demanda sem que haja saturação no pátio e na malha, porém, é
necessário que os terminais absorvam esta demanda para que o sistema possa comportar o
crescimento almejado de 300 vagões processados diariamente. Portanto, o próximo passo
para o projeto de expansão do atendimento ferroviário ao porto seria a criação de novos
terminais e operadores logísticos que viabilizem a absorção desta demanda de transporte.
51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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York, McGraw-Hill Companies Inc.
KELTON, W. D., 1999, “Designing Simulation Experiments”. In: Proceedings of the 1999
Winter Simulation Conference, pp 33-38.
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MONTGOMERY, D. C., RUNGER, G. C., 2003, Estatística Aplicada e Probabilidade para
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SHIMIZU, R. E., 1975, Simulação em Computador Digital, São Paulo, Editora Edgard
Blücher.
53
ANEXOS
Galpão
Rampa
Estação
o
çã
en
ut
an
M
zém
ma
Ar
LINHA LINHA
EXISTENTE PROJETADA