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SERVIÇO NACIONAL PENITENCIÁRIO

ESTABELECIMENTO PENITENCIÁRIO PROVINCIAL DE SOFALA

GABINETE DA DIRECTORA

DIGNISSIMO PROCURADOR-
CHEFE DA PROCURADORIA
DA CIDADE DA BEIRA
=Beira=

O Estabelecimento Penitenciário provincial de Sofala, vem através desta formular e


fazer seguir, a presente

Participação e pedido de devolução de Imóvel, contra

A funcionária Paula Maria José Reich, Adjunto Superintendente da Guarda


Penitenciaria, Chefe de Departamento de Operações Penitenciarias no Estabelecimento
Penitenciário para Mulheres de Manica, directora cessante do Estabelecimento
Penitenciário Distrital de Caia, sem outros sinais de identificação.

I. Dos factos
1.º
Por despacho nº 1030/GDG/SERNAP/028.2/2022, datado de 06 de Setembro de 2022,
Maputo, com visto do Tribunal Administrativo anotado, datado de 03/10/2023, Maputo,
em que a funcionaria cessa as funções que vinha exercendo como directora do
Estabelecimento Penitenciário Distrital de Caia, ver documento 1 em anexo.

A funcionária foi transferida para a província de Manica, onde se encontra a exercer as
funções de Chefe de Departamento de Operações Penitenciarias desde a data da
cessação de suas funções como ilustra a ordem de serviço nº
33/GDG/SERNAP/023.5/2022 de Maputo, 06 de Setembro de 2022 em anexo nº 2.

Sucede que desde que a funcionaria cessou as funções de Directora, fechou as portas da
residência protocolar com os seus pertences no interior, sem fazer a entrega da
residência ao seu sucessor.

Entretanto 01 ano depois devidamente notificada pelo Estabelecimento Penitenciário
Provincial através de uma solicitação para de forma voluntaria restituir a residência
protocolar e retirar os bens que se encontram no interior da mesma, como se vislumbra
no documento em anexo nº3, ao que respondeu invocando a alínea q do artigo 66 do
Estatuto Geral dos Funcionários do Aparelho de Estado como ilustra no documento nº
4 em anexo.

5.°

Esta atitude ou comportamento que a funcionaria vem demonstrando, em persistir na


demora em restituir a residência por mero capricho e dolo, pressupõe por um lado a
indisciplina e, por outro, incorre na prática do crime de desobediência porque até ao
presente momento a funcionária, não se dignou a manifestar qualquer sinal ou interesse
em devolver o imóvel;

6.º

Esta situação esta deixar o actual Director do Estabelecimento Penitenciário distrital de


Caia numa situação difícil e constrangedora na sua vida e social, e económica devendo
necessariamente ocupar a residência de imediato para ter dignidade e respeito no seio da
força como dirigente, bem como na sociedade em que se encontra inserido.

II. Do direito:

7.°

E por força combinada do nº 1 do art. 52 e a sua alínea d) do decreto nº 42/2018, do


Regulamento de Gestão do Património do Estado que “a residência de função e
restituída ao serviço que a atribuiu sem lugar a retenção ou indemnização por
benfeitorias, quando ocorre uma das seguintes circunstancias: Alteração da situação
profissional determinante da cessação, temporária ou definitiva da actividade do
funcionário ou agente do Estado).

8.º

Ora o nº 2 do art.47 da lei nº 16/2012 de 14 de Agosto, Lei de probidade publica que, “


O servidor publico deve, no prazo máximo de 30 dias proceder a restituição da
habitação, do material, do equipamento e dos meios da instituição que, por forca da
função, estiverem ao seu dispor” conjugado com o nº 2 do art. 52 do decreto nº
42/2018, do Regulamento de Gestão do Património do Estado, desta norma resulta
inserida força vinculativa especial, sendo seu desacato implica sanções.

9.º

In casu, o crime de desobediência, considera-se consumado a partir do momento em que


tendo sido notificada a funcionária, para abster-se de uma determinada conduta o não o
fez, mesmo sabendo que deve restituir a residência ao actual director.

10.º

Assim, Digníssimo, justifica-se a restituição imediata do imóvel, conforme rege a lei de


probidade pública e o Regulamento de Gestão do Património do Estado;

É nestes termos e nos melhores de direito ao caso atendível, que


deve a presente participação recebida, dando-se impulso ao
competente processo, com vista devolução imediata da
residência, e responsabilização judicial, por se mostrarem
evidentes os indícios do cometimento do CRIME DE
DESOBEDIÊNCA.

Junta: (04) documentos em anexo.

Beira, 01 de Dezembro de 2023

A Directora

____________________________________
Jacinta Henriques Mtambalica Foliote
(Superintendente Chefe da Guarda Penitenciaria)

C/conhecimento do Excelentíssimo Director Geral do Serviço Nacional


Penitenciário.

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