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PSICOLOGIA,

ÉTICA E
BIOÉTICA

(PRADO FILHO, TRISOTTO, 2006)


Prado Filho, Kleber; Trisotto, Sabrina. Psicologia,
ética e bioética. Psicol. Argum., Curitiba, v. 24, n.
47 p. 45-48, out./dez. 2006. Disponivel em:
<https://periodicos.pucpr.br/psicologiaargumento/
article/view/20039/19325>. Acesso em 11 out
2023.
“Enquanto o comportamento como
problema psicológico é considerado
algo relativamente livre e
individualmente motivado, a
conduta encontra- se referida a
valores e normas, colocando-se na
condição de comportamento
pautado por princípios, onde a
COMPORTAMENTO X moralidade e normatividade sociais
– as instâncias dos códigos – fazem
CONDUTA seu trabalho e mostram sua força.”
(PRADO FILHO, TRISOTTO, 2006,
p.46)
CONDUTA ÉTICA
tipo particular de comportamento orientado por
preceitos, que apresenta dimensões individuais e
coletivas, implicando questões políticas,
Pressupõe sujeito racional, consciente e reflexivo
Não somos totalmente livres no exercício de nossa
individualidade
Aponta a necessidade um governo de si, de
autonomia, de trabalho de si
CONDUTA ÉTICA
Problema de poder e questão estética: tornar possível
a convivência social
“E tudo isso tem muito a ver com a Psicologia: a
questão da conduta, este governo de si por si mesmo,
este trabalho sobre si, esta produção de si mesmo,
esta estética da existência, este cuidado de si”.
(PRADO FILHO, TRISOTTO, 2006, p.46)_
a ética da Psicologia é
PSICOLOGIA centralmente humanista,
apoiada em valores de
(PRADO FILHO, TRISOTTO, 2006, p.46) respeito, dignificação e
defesa do ser humano.
Mas ela é também –
imediatamente – uma
ética política que
implica compromissos e
posturas.

Porque a Psicologia, ao mesmo


tempo em que se dedica ao
homem, acaba tomando-o por
objeto do seu olhar e das suas
práticas, exercendo
quotidianamente poderes
efetivos sobre ele
“”[...]E é justamente porque a Psicologia é um
conjunto – mesmo que não unitário – de saberes e
práticas políticas sobre os sujeitos, que ela precisa
de uma ética pautada em princípios humanistas
para colocar limites ao seu exercício de poder.”
(PRADO FILHO, TRISOTTO, 2006, p.46)

Não pode ser apenas técnica


precisa de conjunto de valores (etica)
PROXIMIDADE
COM A ÉTICA Ética do cuidado pelo outro
Necessidade da estetização
MÉDICA E DA da conduta psi: não só saber
SAÚDE conhecer instrumentos,
preceitos, aplicabilidade, é
preciso transitar pelas
dimensões técnico-ético-
políticas de atuação
FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA
Não limitar-se a reprodução da teoria
trabalhar posturas adequadas ao
exercício profissional consciente e
consequente.
SURGE NOS EUA E
EUROPA NOS ANOS
1960
RECONHECIMENTO
INTERNACIONAL COM
VAN RENSSELAER
POTTER
BIOÉTICA NORMATIVIDADE
ENUNCIADOS:
AUTONOMIA
BENEFICÊNCIA E NÃO
MALEFICÊNCIA
JUSTIÇA

BIOÉTICA
FORMAÇÃO DE
COMPORTAMENTO
SOCIALMENTE
RESPONSÁVEL,
LEVANDO EM CONTA
A SUBJETIVIDADE E
SINGULARIDADE
BIOÉTICA MULTIDISCIPLINAR
EXEMPLO: CAPACITISMO EM
PESQUISA
(MELLO, 2016)
HTTPS://WWW.SCIELO.BR/J/CSC/A/J959P5HGV5TYZGWBKVSPRTF/ABSTRAC
T/?LANG=PT
ARTIGO

HTTPS://WWW.SCIELO.BR/J/CSC/A/J9
59P5HGV5TYZGWBKVSPRTF/ABSTRA
CT/?LANG=PT

DISSERTAÇÃO DE ANAHI
GUEDES DE MELLO
CAPACITISMO HTTPS://REPOSITORIO.UFSC.BR/HAN
DLE/123456789/182556
HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?
V=JQRWUC0GTKQ
HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?
V=MBGVSMU2E8Q
HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?
V=VFGBUSEP8A0
Modelo médico x modelo
social da deficiência
Teoria crip:
corponormatividade da
estrutura social e
estrutura social pouco
sensível à diversidade
corporal
CAPACITISMO Corponormatividade
compulsória
Capacitismo: capacidade
Submissão da pesquisa
de Anahi Guedes de
Mello do seu Termo de
Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) ao
Comitê de Ética em
pesquisa (CEP) da UFSC
Tema: violência contra a
CAPACITISMO mulher com deficiência
“O TCLE é insuficiente,
uma vez que único para
policiais e mulheres que
sofreram violência e
linguagem complexa. Embora
trabalhando com deficientes,
não há previsão para que a
autorização seja feita por
representante nomeado no
caso de incapazes [grifo meu],
CAPACITISMO bem como Termo de
Assentimento das mesmas.’
(Parecer)” (MELLO, 2016,
p.3270)
“O TCLE continua
insuficiente, uma vez que
único para policiais e mulheres
que sofreram violência e
linguagem complexa. A
previsão para que a
autorização seja feita por
representante nomeado no caso
de incapazes [grifo meu], bem
como Termo de Assentimento é
citada, mas não
CAPACITISMO operacionalidade. São
necessários TCLES diferentes
para cada grupo de sujeitos.
(Parecer).” (MELLO, 2016,
p.3271)
Violência capacitista
Capacitismo analisa o que as
pessoas com deficiência são
capazes de ser e fazer para
serem consideradas pessoas
Rejeitar o capacitismo é
reconhecer a singularidade do
ser humano
Capacidade de agência:
capacidade de decidir
CAPACITISMO
[...] se fazemos um TCLE com este termo os recolocaremos
simbolicamente (e com extrema violência) no campo de representação
no qual eles justamente estão se distanciando ao se reconhecerem
enquanto cidadãos em busca de seus direitos. Ajustar a segunda
versão do TCLE, adaptando-o aos critérios desse comitê no que diz
respeito aos ‘incapazes’, seria, portanto, agir de forma incoerente
tanto no aspecto jurídico-legal quanto em relação ao aspecto político
no que diz respeito à capacidade legal das pessoas com deficiência. [...]
Encaminhamos nova versão do TCLE em dois modelos, tal como nos
foi demandado, um para os profissionais da delegacia e outro para as
pessoas com deficiência a serem entrevistadas, sem, todavia, acolher a
demanda deste comitê de tratá-las como ‘incapazes’. Esperamos ter
esclarecido este comitê sobre as implicações éticas, políticas e
científicas de nosso encaminhamento e colocamo-nos à disposição para
outros esclarecimentos que se fizerem necessários. (MELLO, 2016, p.
3274)
“[...]Vulnerabilidade aqui não
implica em coerção da vontade
do sujeito para a ação social,
como a de interagir com a
pesquisadora, mas deve ser
compreendida como um
indicador da desigualdade
social que se expressa nos
processos de exclusão de
grupos sociais que têm sua
capacidade de ação e reação
CAPACITISMO reduzida em função da
discriminação e opressão a que
são submetidos” (MELLO,
2016, p.3274)

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