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2021-2022
Série 5
∂Lλ
Cada um dos pi ’s é obtido a partir da inversão da relação pi = , com i = {1, ..., n},
∂ q̇i
transformando a ligação fk (qi , q̇i , t) em ligações do tipo gk (qi , pi , t)
1
Por construção, o novo Hamiltoniano tem de satisfazer as equações de Hamilton,
∂H λ ∂H λ
= q̇i , = −ṗi ,
∂pi ∂qi
de onde resulta
∂H X ∂gk ∂H X ∂gk
+ λk = q̇i . + λk = −ṗi .
∂pi ∂pi ∂qi ∂qi
k k
c) Considere o pêndulo simples de massa m e haste `. Use o formalismo desenvolvido para obter
a força de reacção na haste.
p2θ
O Hamiltoniano do problema é H(θ, pθ ) = − mg` cos θ. A tensão na haste pode ser
2m`2
determinada promovendo o comprimento da haste a grau de liberdade, ` → r, através
de uma ligação do tipo g(r) = r − `. O Hamiltoniano correspondente vem, então
p2θ p2r
H λ (θ, pθ , r, pr ) =+ − mgr cos θ + λg(r).
2mr2 2m
Das equações de Hamilton para a variável r, temos
∂H ∂g p2
−ṗr = +λ = − θ 3 − mg cos θ + λ
∂r ∂r mr
∂H ∂g pr
ṙ = +λ = .
∂pr ∂pr
m
A imposição da ligação implica ṙ = pr /m = 0, pelo que retiramos
p2θ
λ = mg cos θ + = Qλr .
m`3
d) Considere, agora, uma massa m segura por uma corda de comprimento ` no plano. No refer-
encial em rotação, use o método dos multiplicadores de Lagrange para determinar a frequência
máxima de rotação do sistema, ωc , sabendo que a corda parte quando a tensão igualar o valor
crítico Qc .
p2θ p2r
H λ (θ, pθ , r, pr ) = + − ωpθ + λg(r).
2mr2 2m
∂g
Repetindo o procedimento da alínea anterior, retiramos imediatamente que Qλr = λ =
∂r
p2θ
. Da equação para θ, retiramos
mr3
2
∂H λ pθ
θ̇ = = − ω.
∂pθ mr2
Fazendo r = `, a atendendo a que no referencia em rotação temos θ̇ = 0, temos Qλr =
m`ω 2 . Assim, o valor crítico ωc é dado por
r
Qc
ωc = .
m`
qi = αQi + βσij Pj ,
pi = αPi − βσij Qj ,
onde α e β são constantes, i, j = 1, 2 e σij é tal que σ11 = σ22 = 0 e σ12 = σ21 = 1.
a) Determine, pelo método que julgar mais apropriado, a relação a que α e β têm de obedecer
para que a transformação seja canónica.
= α2
[Q 2
i , Qj ] + β σik σj`
[P
k , P` ] + αβ σik [Pk , Qj ] +σj` [Qi , P` ]
| {z } | {z }
−δkj δi`
= αβ (−σik δkj + σj` δi` ) = αβ(−σij + σji ) = 0. X
Repetindo o cálculo para [pi , pj ], verificaríamos a mesma igualdade. Finalmente,
3
1 1
Usando a forma matricial L = q̇T · T · q̇ + L0 , onde L0 = − (q12 + q22 ) e Tij = δij (i.e.
2 2
T = I),
1 1 2 1 2
H = pT · T−1 · p − L0 = p1 + p22 + q1 + q22 .
2 2 2
α β
q1 = αQ1 , q2 = βP1 , p1 = αP1 = q2 , p2 = −βQ1 = − q1 .
β α
Assim, basta resolver para q1 e p1 e relacionar depois. Pelas equações de Hamilton,
∂H ∂H
q̇1 = = p1 , ṗ1 = − = −q1 .
∂p1 ∂q1
∂Q ∂P ∂Q ∂P ia −ia
[Q, Q] = 0 = [P, P ], [Q, P ] =− = − = 1. X
∂q ∂q ∂p ∂p 2ia 2ia
A relação de transformação canónica impõe
dF
pq̇ − H(q, p) = P Q̇ − K +.
dt
Para função geradora do tipo F = qp − QP + F4 (p, P, t), as equações de transformação
são
∂F4 ∂F4
q=− , Q= .
∂p ∂P
p − 2iaP
Assim, da primeira relação, extraímos p = 2iaP + iaq, ou seja q = . Assim,
ia
∂F4 p − 2iaP ∂F4 p
− = ⇔ = − + 2P,
∂p ia ∂p ia
p2
de onde se retira F4 = − + 2P p + f (P ), onde a função f (P ) é uma constante de
2ia
integração da primitivação parcial. Da segunda relação de transformação,
∂f a(p − 2iaP )
i
= −2iaP ⇔ f (P ) = −iaP 2 + c.
=
∂P i
a
4
p2
∴ F4 (p, P ) = − + 2P p − iaP 2 + c.
2ia
b) Use a transformação para resolver o problema do oscilador harmónico a uma dimensão (con-
sidere a2 = km, onde k é a constante da mola).
p − iaq
Da relação de transformação, Q = p + iaq e P = − , o que fornece
2ia
1
p2 + a2 q 2 .
QP =
2ia
Assim, temos imediatamente
ia
QP = iωQP.
K(Q, P ) =
m
∂K ∂K
Das equações do movimento, Q̇ = = iωQ e Ṗ = − = −iωP , de onde se obtém
∂P ∂Q
imediatamente
p2 1
H(q, p) = + mω 2 q 2 ,
2m 2
em que m é a massa e ω é a frequência de oscilação. Definamos a quantidade complexa
r
mω p
a= + iq ,
2 mω
b) Calcule os parêntesis de Poisson [a, a∗ ], [a, H] e [a∗ , H]. Interprete fisicamente os resultados
obtidos.
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mω p p 1 1
[a, a∗ ] = [ + iq, − iq] = [p, −iq] + [iq, p] = i,
2 mω mω 2 2
ȧ = [a, H] = iωa,
o que implica a(t) = a0 e e, portanto, a∗ (t) = a∗0 e−iωt . Invertendo a relação, obtemos
iωt
r "r #
1 2 2
q(t) = (a(t) − a∗ (t)) = Im a0 sin(ωt).
2i mω mω
| {z }
q0
√ h√
2mω i
p(t) = (a(t) + a∗ (t)) = Re 2mωa0 cos(ωt).
2 | {z }
p0
Tomando a parte real, podemos ainda observar que p(t) = mq̇(t), como é suposto.
p0 t at2
x = x0 + + , p = p0 + mat .
m 2
Mostre que a transformação das variáveis (p0 , x0 ) → (p, x) é canónica:
p0 t at2 t
[x, p] = [x0 + + , p0 + mat] = [x0 , p0 ] + [p0 , p0 ] = 1X
m 2 m
É fácil verificar que os restantes dois se verificam trivialmente, [x, x] = [p, p] = 0.
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Usando uma função geradora do tipo F1 (qi , Qi , t), com q1 ≡ x0 , Q1 ≡ x, p1 ≡ p0 e
P1 ≡ p (q2 , Q2 , ...; p2 , P2 , ... = 0, pois só temos um grau de liberdade!) a relação de
transformação é (ver tabela dada na aula teórica)
∂F1 ∂F1
p0 = , p=− .
∂x0 ∂x
Integrando a primeira equação, F1 (x0 , x, t) = p0 x0 + f (x, t), onde f (x, t) resulta como
constante de integração parcial. Para a determinarmos, usamos a segunda equação,
∂f
p = p0 + mat = − =⇒ f (x, t) = −x(p0 + mat) + c.
∂x
F1 (x0 , x, t) = p0 x0 − x(p0 + mat) + c
q̇ 2 q 2
L(q, q̇, t) = a − + aq̇qt
4 2
onde a é uma constante.
Aplicando a transformação de Legendre, H(q, p, t) = pq̇ − L(q, q̇, t), e sabendo que
∂L a 2p
p= = q̇ + aqt =⇒ q̇ = − 2qt,
∂ q̇ 2 a
obtemos 2
a 2p q2
a
2p
H=p q̇ + aqt − − 2qt + − aqt − 2qt ,
2 4 a 2 a
que após simplificação resulta no resultado pretendido. Uma vez que H = H(t), o
Hamiltoniano não é conservado,
∂H
Ḣ = = 2atq 2 − 2pq 6= 0.
∂t
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Uma vez que a função geradora indicada é função de q e P , então F = F2 (q, P ). Portanto,
das relações de transformação, obtemos
∂F2 ∂F2
Q= = −q, p= = atq − P.
∂P ∂q
Da última relação, obtemos P = atq − p. Uma das vantagens das transformações canóni-
cas é a simplificação do problema original, que pretendemos ser reductível a um outro
(equivalente) cujas equações sejam de fácil resolução. Em particular, as transformações
canónicas apropriadas têm o poder de transformar problemas com dependência explícita
no tempo noutros sem dependência temporal.
Para que a transformação seja canónica, deve verificar a álgebra dos parênteses de Pois-
son
[Q, Q] = 0, [P, P ] = 0, [Q, P ] = 1.
Verifiquemos, então, partindo das relações para esta transformação, se assim é:
∂F
O novo Hamiltoniano é dado por K(Q, P ) = H(q, p) + . Usando o facto de que
∂t
p2 = (aqt − P )2 e q = −Q, eliminamos q e p no Hamiltoniano “antigo” H(q, p) e obtemos
P2 1 + a 2
K(Q, P ) = + Q .
a 2
8
As equações do movimento são
∂K ∂K 2P 2(1 + a)
Ṗ = − = (1 + a)Q, Q̇ = = =⇒ Q̈ + Q = 0,
∂Q ∂P a a
p
que correspondem às de um oscilador harmónico de frequência ω = 2(1 + a)/a. As
soluções gerais são Q(t) = A cos(ωt + δ), P (t) = B sin (ωt + δ), onde δ é uma fase, o
que fornece imediatamente
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?? Momento angular. O momento angular de uma partícula é dado por L = r × p.
[ri , Lj ] = jk` (
[ri
, r
]p + [r , p ]r ) = δ r = r = r .
k ` i ` k jk` i` k jki k ijk k
onde, neste último passo, apenas trocámos o nome to índice mudo, ` → k (só por
questões estéticas).
= −r
npn
δ
ij + ri pj +
rk
pkij − pi rj = ri pj − rj pi .
δ
O último termo é igual a ijk Lk = ijk k`m r` pm = ri pj − rj pi . Por fim,
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seus parêntesis de Poisson. Matematicamente, seja x a TCI de parâmetro dθ (rotação
infinitesimal)
dx = dθ[x, Lz ].
A rotação finita (i.e. o grupo de parâmetro θ) será obtido por exponenciação,
θ2 θ3
x = x0 + θ[x, Lz ]0 + [[x, Lz ], Lz ]0 + [[[x, Lz ], Lz ], Lz ]0 + . . .
2! 3!
θ2 θ3 θ4
= x0 − y0 θ − x0 + y0 + x 0 + . . .
2! 3! 4!
∞ 2` ∞
X
` θ
X θ2`+1
= x0 (−1) − y0 (−1)`
(2`)! (2` + 1)!
`0 `0
= x0 cos θ − y0 sin θ.
Repetindo o processo para a coordenada y, teríamos y = x0 sin θ + y0 cos θ. Assim, o
grupo gerado por Lz , o grupo SO(2), é um grupo de Lie representado pelas matrizes
cos θ − sin θ
R(θ) = .
sin θ cos θ
d) Aproveite para mostrar que o grupo gerado por Lz é um grupo de simetria do Hamiltoniano
do problema dos potenciais centrais.
L2r L2z
H(r, Lr , θ, Lz ) = + + V (r),
2m2 2mr2
L2r L2z
1 1 1
[Lz , H] = Lz , 2
+ 2
+ V (r) = [Lz , L2r ] + [Lz , L2z ] + [Lz , V (r)].
2m 2mr 2m 2m 2m
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