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ELABORAÇÃO E ANÁLISE

DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
AULA 1 A 5

Última versão em 03/08/2020


Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Curso: Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Carga Horária - 40 horas

Professor: Francisco Assis – Francisco de Assis da Silva

Perfil de Qualificações (Gestão de BPO, CFO and Financial Controller)

Executivo sênior da área de Controladoria, atuando nos últimos anos como Sócio e Diretor de
BPO de uma grande empresa internacional, nas áreas contábeis, fiscais, financeiras, folha de
pagamento, orçamento, planejamento e gestão de processos com sistemas integrados (ERP),
com larga experiência adquirida ao longo de anos.

Vasta experiência em relatórios financeiros gerenciais e legais como fluxo de caixa,


demonstrações financeiras de acordo com as normas legais (IFRS e CPC), principalmente para
empresas de médio e grande porte.

Expertise no gerenciamento de carteira de clientes nacionais e multinacionais.

Forte vivência no gerenciamento de ações e atividades pertinentes à contabilidade societária


(S/A, CVM, Bolsas de Valores), contabilidade fiscal, contabilidade gerencial e custos.

Competência na elaboração de budget (orçamento) com o acompanhamento e análise.

Sólidas habilidades em formação de preço, definição de gross-up, mark up e lucratividade de


projetos.

Sólidos conhecimentos das legislações societárias (Lei 6404/76) e tributárias, atualizados com
as recentes mudanças.

Vivência na implantação de sistemas de controladoria.

Gestão de planejamento tributário com foco em não surgimento de contingência fiscal,

Orientação à administração quanto a melhor forma de distribuição de lucros seja como


dividendos, ou como juros sobre capital próprio – JCP.

Habilidade na gestão de equipes de grande porte.

Instrutor de treinamentos nas áreas de contabilidade e tributos.

Formação Acadêmica

Pós-Graduação Latu Senso em Ciências Contábeis - FGV-RJ

Graduação em Ciências Contábeis – UNIGRANRIO

Inglês avançado

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Experiência profissional

Mazars (Internacional de Bandeira Francesa) 2004 a atual

Empresa de soluções BPO, Auditoria, Consultoria Tributária, Financial Advisory Services (fusões
e aquisições, due dilligence, valuation). Atuando no direcionamento de carteira de clientes
nacionais e multinacionais, com atividades nas áreas de Oil & Gas, navegação, offshore,
engenharia, farmacêutica, telecomunicação entre outras (Diretor e Sócio - dez/13 a nov 18)

Domínio Assessores

Empresa de outsourcing nas áreas contábeis, tributárias e pessoal, gerenciando carteira de


clientes nacionais e multinacionais, com atividades nas áreas de Oil & Gas, navegação, offshore,
engenharia, farmacêutica, telecomunicação entre outras (Diretor Executivo (jun/11 a dez 13)

Cursos

Conferência Internacional sobre Transfer Pricing no Brasil – C5 (Entidade de Londres – UK).

Programa de Desenvolvimento Estratégico e Gerencial – Grupo Pitágoras

Redação empresarial – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – IBEF

Português empresarial avançado – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – IBEF

Oratória – Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – IBEF

Transfer Pricing

Resultados através de pessoas – Seminário HSM com Jeffrey Pfeffer

CPCs (Pronunciamentos Contábeis) / IFRS - IBRACON

Informações adicionais

Professor universitário – UniverCidade e Abeu

Instrutor de cursos técnicos internos

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Objetivo do treinamento: Preparação e análise dos principais demonstrativos financeiros:


balanço patrimonial, demonstração de resultados, fluxo de caixa, DMPL. Conhecimento das
principais normas internacionais de contabilidade (IFRS/CPC) e conceitos de informações
contábeis de nível gerencial como contabilidade de custos e análise de indicadores financeiros.

Público Alvo: Profissionais da área Contábil, Consultores, Auditores, Administradores,


Empresários, Economistas e demais profissionais interessados na elaboração e análise dos
demonstrativos contábeis.

Referências Bibliográficas: Manual das Sociedades por Ações (FIPECAFI- 3ª Edição – 2018),
Contabilidade de Custos – Eliseu Martins – 11ª Edição – 2018, Pronunciamentos emitidos pelo
CPC.

Conteúdo Programático

AULA 01 – 1º DIA - Estruturação, Preparação e Apresentação de


Demonstrações Contábeis

UNIDADE 1 - Estruturação, Preparação e Apresentação de Demonstrações


Contábeis

TÓPICO 1.1 - Finalidade das demonstrações contábeis


TÓPICO 1.2 - Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC
TÓPICO 1.3 - Conjunto completo de demonstrações contábeis
TÓPICO 1.4 - Principais práticas contábeis brasileiras
TÓPICO 1.5 - Elementos Estruturantes
TÓPICO 1.6 - Componentes das Demonstrações Contábeis
TÓPICO 1.7 - Identificação das demonstrações contábeis

UNIDADE 2 - Balanço Patrimonial

TÓPICO 2.1 - Apresentação das contas patrimoniais


TÓPICO 2.2 - Distinção entre circulante e não circulante
TÓPICO 2.3 - Ordem crescente ou decrescente de liquidez
TÓPICO 2.4 - Ativo Circulante
TÓPICO 2.5 - Ativo Não Circulante
TÓPICO 2.6 - Passivo Circulante
TÓPICO 2.7 - Compromisso de longo prazo que se torna um Passivo
Circulante
TÓPICO 2.8 - A questão dos empréstimos classificados como Passivo
Circulante

AULA 02 – 2º DIA - DRE, DRA, DMPL, Notas Explicativas, Políticas


Contábeis e Estimativas

UNIDADE 3 - Demonstração do Resultado e Demonstração do Resultado


Abrangente

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TÓPICO 3.1 - Componentes da Demonstração do Resultado


TÓPICO 3.2 - Demonstração do Resultado Abrangente
TÓPICO 3.3 - Resultado líquido do período

UNIDADE 4 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

TÓPICO 4.1 - O que deve constar do Patrimônio Líquido


TÓPICO 4.2 - Ajustes retrospectivos

UNIDADE 5 - Notas Explicativas

TÓPICO 5.1 - Estrutura


TÓPICO 5.2 - Forma de apresentação

UNIDADE 6 - Divulgação de Políticas Contábeis

TÓPICO 6.1 - Utilização de mais de uma base de mensuração


TÓPICO 6.2 - Política contábil a ser utilizada
TÓPICO 6.3 - O que divulgar no resumo das políticas contábeis

AULA 03 – 3º DIA - Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC

UNIDADE 7 - Elaboração e Apresentação da DFC

TÓPICO 7.1 - Significado de Caixa e Equivalente de Caixa


TÓPICO 7.2 - Componentes DFC
TÓPICO 7.3 - Transações que envolvem Caixa ou Equivalentes de Caixa
TÓPICO 7.4 - Fluxos de Caixa em moeda estrangeira
TÓPICO 7.5 - Classificação e análise por atividades
TÓPICO 7.6 - Atividades Operacionais
TÓPICO 7.7 - Atividades de Investimento
TÓPICO 7.8 - Atividades de Financiamento
TÓPICO 7.9 - Elaboração pelos Métodos Direto e Indireto
TÓPICO 7.10 - Conciliação entre o Lucro Líquido e o Fluxo de Caixa das
Atividades Operacionais
TÓPICO 7.11 - Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis

AULA 04 – 4º DIA - Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços

UNIDADE 8 - Avaliação de Investimentos (Método de Custo - Equivalência


Patrimonial)

TÓPICO 8.1 - Influência significativa


TÓPICO 8.2 - Investimentos em coligadas e controladas
TÓPICO 8.3 - Métodos do Custo
TÓPICO 8.4 - Método da Equivalência Patrimonial
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TÓPICO 8.5 - Ganho ou Perda de Capital


TÓPICO 8.6 - Consolidação das Demonstrações Financeiras
TÓPICO 8.7 - Conceito
TÓPICO 8.8 - Abrangência
TÓPICO 8.9 - Procedimentos de Consolidação
TÓPICO 8.10 - Perda de controle
TÓPICO 8.11 - Divulgação

AULA 05 – 4º DIA - Análise das Demonstrações Contábeis

UNIDADE 9 - Análise de Balanços

TÓPICO 9.1 - Análise Horizontal, Análise Vertical


TÓPICO 9.2 - EBITDA
TÓPICO 9.3 - Índices de Liquidez e Rentabilidade
TÓPICO 9.4 - Índices de Alavancagem
TÓPICO 9.5 - Índices de Atividades

UNIDADE 10 - Análise Gerencial de Custos

Tópico 10.1 - Evolução do Sistema de custos


Tópico 10.2 - Análise de Custos: Conceito do Custo por Absorção
Tópico 10.3 - Análise de Custos: Critérios de Rateios
Tópico 10.4 - Análise de Custos: Conceito do Custeio Variável
Tópico 10.5 - Análise de Custos: Margem de Contribuição
Tópico 10.6 - Análise de Custos: Ponto de Equilíbrio
Tópico 10.7 - Análise Custo X Volume X Lucro
Tópico 10.8 - Análise de Custos: Conceito de Custo Baseado em Atividades

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Módulo I - Estruturação, Preparação e Apresentação de Demonstrações Contábeis (8h)

Unidade 1
1.1 – Finalidade das Demonstrações Contábeis

A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro (Estrutura Conceitual) – CPC 00 – R2 - descreve


o objetivo do, e os conceitos para, relatório financeiro para fins gerais. A finalidade desta
Estrutura Conceitual é: (a) auxiliar o desenvolvimento das Normas Internacionais de
Contabilidade (IFRS) para que tenham base em conceitos consistentes; (b) auxiliar os
responsáveis pela elaboração (preparadores) dos relatórios financeiros a desenvolver políticas
contábeis consistentes quando nenhum pronunciamento se aplica à determinada transação ou
outro evento, ou quando o pronunciamento permite uma escolha de política contábil; e (c)
auxiliar todas as partes a entender e interpretar os Pronunciamentos.
Logo, o objetivo do relatório financeiro para fins gerais é fornecer informações financeiras sobre
a entidade que reporta que sejam úteis para investidores, credores por empréstimos e outros
credores, existentes e potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de recursos à
entidade.
Essas decisões envolvem decisões sobre: (a) comprar, vender ou manter instrumento de
patrimônio e de dívida; (b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito; ou
(c) exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos da administração que afetam
o uso dos recursos econômicos da entidade.
Muitos investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, não
podem exigir que as entidades que reportam forneçam informações diretamente a eles,
devendo se basear em relatórios financeiros para fins gerais para muitas das informações
financeiras de que necessitam. Consequentemente, eles são os principais usuários aos quais se
destinam relatórios financeiros para fins gerais.
Contudo, relatórios financeiros para fins gerais não fornecem nem podem fornecer todas as
informações de que necessitam investidores, credores por empréstimos e outros credores,
existentes e potenciais. Esses usuários precisam considerar informações pertinentes de outras
fontes, como, por exemplo, condições e expectativas econômicas gerais, eventos políticos e
ambiente político e perspectivas do setor e da empresa.
Relatórios financeiros para fins gerais não se destinam a apresentar o valor da entidade que
reporta, mas fornecem informações para auxiliar investidores, credores por empréstimos e
outros credores, existentes e potenciais, a estimar o valor da entidade que reporta.
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e
financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de
proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos
fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e
tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os
resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão
diligente dos recursos que lhe foram confiados.
Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da
entidade acerca do seguinte:
(a) ativos;

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(b) passivos;
(c) patrimônio líquido;
(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a
eles; e
(f) fluxos de caixa.
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas,
ajudam os usuários das demonstrações contábeis a prever os futuros fluxos de caixa da entidade
e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração.

1.2 – Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC

Com a criação da Lei 11638/07, as principais entidades contábeis e financeiras do país se


reuniram com o intuito de assegurar e garantir a convergência das Normas Brasileiras aos
padrões internacionais denominados International Financial Reporting Standards (IFRS). Assim,
o Conselho Federal de Contabilidade, CFC, criou o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o CPC;
através da resolução nº 1.055 de 2005.
O CPC tem por finalidade o “estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a
emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização
do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade
Brasileira aos padrões internacionais".
O CPC não tem autonomia legal para que os pronunciamentos técnicos sejam aceitos legalmente
como Normas. Estes pronunciamentos contábeis têm valor legal mediante aos atos próprios de
órgãos regulamentadores como o BACEN, CVM, CFC, que adotam os mesmos.
O CPC possui representantes das seguintes entidades:
- ABRASCA;
- APIMEC NACIONAL;
- BOVESPA;
- Conselho Federal de Contabilidade;
- FIPECAFI; e
- IBRACON

Os principais produtos do CPC são:


- Pronunciamentos Técnicos;
- Orientações; e
- Interpretações.
- Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiências
públicas. As Orientações e Interpretações poderão, também, sofrer esse processo.

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Através da Lei Federal 12.249 de 11 de junho de 2010, o Conselho Federal de Contabilidade


passa a regular acerca dos princípios contábeis e a editar as Normas Brasileiras de Contabilidade
de natureza técnica e profissional. Esta Lei altera o Decreto Lei 9.295 de 27 de maio de 1946,
que criou o CFC e definiu suas atribuições.

1.3 – Conjunto Completo de Demonstrações Contábeis

O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:

o Balanço patrimonial ao final do período;


o Demonstração do resultado do período;
o Demonstração do resultado abrangente do período;
o Demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
o Demonstração dos fluxos de caixa do período;
o Notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e outras
informações elucidativas;
o Informações comparativas com o período anterior;
o Balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado,
quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente ou proceder à
reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou quando
proceder à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis
o Demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento Técnico CPC
09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada
voluntariamente.

Informação comparativa - A entidade deve divulgar informação comparativa com respeito ao


período anterior para todos os montantes apresentados nas demonstrações contábeis do
período corrente. Também deve ser apresentada de forma comparativa a informação narrativa
e descritiva que vier a ser apresentada quando for relevante para a compreensão do conjunto
das demonstrações do período corrente.

1.4 – Principais Práticas Contábeis Brasileiras

Em 28 de dezembro de 2007, foi sancionada a Lei 11.638/07, com o objetivo de adequar as


disposições da Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76) a nova realidade da economia
brasileira, para que a mesma se adeque aos padrões internacionais com maior transparência e
qualidade das informações contábeis.

As empresas brasileiras passaram então, a adotar um novo conjunto de normas na preparação


de suas informações contábeis, orientadas conforme instruções do CPC. O que muitos não
sabem, é que esse conjunto de normas deve ser aplicado de acordo com a natureza, o porte e
tamanho da Empresa.

A Lei nº 11.638/07 estendeu às sociedades de grande porte, assim consideradas aquelas que,
individualmente ou sob controle comum, possuam ativo total superior a R$240 milhões ou
receita bruta superior a R$300 milhões, a obrigatoriedade de manter escrituração e de elaborar
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demonstrações financeiras com observância às disposições da lei societárias, aplicando o


conjunto de normas completas, ou seja, aquilo que chamamos de CPC Completo.

As pequenas e médias empresas, conforme conceito adotado pelo IASB e pelo CPC são empresas
que não têm obrigação pública de prestação de contas e elaboram demonstrações contábeis,
além de para fins internos de gestão, para usuários externos, mas para finalidades gerais, como
é o caso de sócios que não estão envolvidos na administração do negócio, credores existentes e
potenciais, e agências d e avaliação de crédito. O CFC aprovou a CPC para pequenas e médias
empresas, o CPC PME e denominou de NBC TG 1000.

Existe ainda um outro grupo que engloba Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. De
acordo com a Lei Complementar nº 123 de 14/12/2006, no caso da microempresa, aufira, em
cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil
reais); e no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano calendário, receita bruta
superior a R$360.000,00 (Trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00
(Quatro milhões e oitocentos mil reais). Para este grupo o CFC emitiu o ITG 1000, um manual
simplificado para microempresas e empresas de pequeno porte.

Fonte: https://site.irko.com.br/blog/praticas-contabeis-adotadas-no-brasil/

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1.5 – Elementos Estruturantes

• Elementos Estruturantes

A apresentação do Balanço, então, passará a ter a seguinte estrutura:

ATIVO PASSIVO

Ativo Circulante Passivo Circulante

Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante

-Realizável a Longo Prazo


- Investimentos
- Imobilizado

- Intangível Patrimônio Líquido, dividido em:

Capital Social

Reservas de Capital

Ajustes de Avaliação Patrimonial


Reservas de Lucro
Prejuízos Acumulados
(-) Ações em Tesouraria

Total do Ativo Total do Passivo

Fonte: Próprio Autor

1.6 – Componentes das Demonstrações Contábeis

Em março de 2018 o International Accounting Standards Board (IASB) emitiu a revisão da


estrutura conceitual para o relatório financeiro (conceptual framework for financial), as
alterações terão vigência a partir de 1 de janeiro de 2020.

Consoante a IASB, temos no Brasil à aprovação do documento de revisão do Pronunciamento


Técnico CPC 00 (R2) pelos órgãos Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) através da
Deliberação CVM Nº 835 de 10 de dezembro de 2019.

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Vale lembrar que, a estrutura conceitual não define normas ou procedimentos para qualquer
aspecto sobre mensuração ou divulgação, e não deve haver conflito entre esta estrutura
conceitual e um pronunciamento técnico, neste caso as exigências do pronunciamento técnico
devem prevalecer.

Conforme CPC 00 - R2, em seu capítulo 4 define-se os elementos das demonstrações contábeis
definidos nesta Estrutura Conceitual como: (a) ativos, passivos e patrimônio líquido, que se
referem à posição financeira da entidade que reporta; e (b) receitas e despesas, que se referem
ao desempenho financeiro da entidade que reporta.

Tabela 4.1 – Elementos das demonstrações contábeis (CPC 00 – R2)

Fonte: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2014.pdf

1.7 – Identificação das Demonstrações Contábeis

As demonstrações contábeis devem ser identificadas claramente e distinguidas de outras


informações e demonstrações divulgadas no mesmo documento. As demonstrações contábeis
devem ser apresentadas pelo menos anualmente e devem apresentar apropriadamente a
posição patrimonial e financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade. Em
praticamente todas as circunstâncias, a representação adequada conforme a Estrutura
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro contida no
Pronunciamento Conceitual Básico do CPC é conseguida pela conformidade com as práticas
contábeis brasileiras ensejadas pelos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações do CPC.

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Unidade 2 – Balanço Patrimonial

2.1 – Apresentação das Contas Patrimoniais

Balanço Patrimonial conforme exigência legal

O Balanço Patrimonial é a representação padronizada dos saldos de todas as contas


patrimoniais, ou seja, as que representam elementos que compõem o patrimônio de uma
empresa, num determinado momento. No balanço, as contas serão classificadas segundo os
elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
análise da situação financeira da companhia.

De acordo com a Lei 6.404/76, no Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de
grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

(a) ativo circulante;


(b) ativo não-circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado
e intangível.

No Passivo, as contas serão classificadas nestes grupos:


(a) passivo circulante;
(b) passivo não-circulante;
(c) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social


subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte,
assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem
negócios usuais na exploração do objeto da companhia;
III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção
da atividade da companhia ou da empresa;
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e
controle desses bens;
V – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção
da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

Exemplo de Balanço Patrimonial simplificado conforme a Lei 6.404/76:

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Balanço Patrimonial conforme exigência do CPC

O CPC 26 (Apresentação das Demonstrações Contábeis), estabelece que o balanço patrimonial


deve apresentar, respeitada a legislação, no mínimo, as seguintes contas:
(a) caixa e equivalentes de caixa;
(b) clientes e outros recebíveis;
(c) estoques;
(d) ativos financeiros (exceto os mencionados nas alíneas “a”, “b” e “g”);
(e) total de ativos classificados como disponíveis para venda (Pronunciamento Técnico CPC 38 –
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração) e ativos à disposição para venda de
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e
Operação Descontinuada;
(f) ativos biológicos;
(g) investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
(h) propriedades para investimento;
(i) imobilizado;
(j) intangível;
(k) contas a pagar comerciais e outras;
(l) provisões;
(m) obrigações financeiras (exceto as referidas nas alíneas “k” e “l”);
(n) obrigações e ativos relativos à tributação corrente, conforme definido no Pronunciamento
Técnico CPC 32 – Tributos sobre o Lucro;
(o) impostos diferidos ativos e passivos, como definido no Pronunciamento Técnico CPC 32;
(p) obrigações associadas a ativos à disposição para venda de acordo com o Pronunciamento
Técnico CPC 31;
(q) participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro do patrimônio
líquido; e
(r) capital integralizado e reservas e outras contas atribuíveis aos proprietários da entidade.

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2.2 – Distinção entre Circulante e não Circulante


A entidade deve apresentar ativos circulantes e não circulantes, e passivos circulantes e não
circulantes, como grupos de contas separados no balanço patrimonial, exceto quando uma
apresentação baseada na liquidez proporcionar informação confiável e mais relevante.

2.3 – Ordem Crescente ou Decrescente de Liquidez


Para algumas entidades, tais como instituições financeiras, a apresentação de ativos e passivos
por ordem crescente ou decrescente de liquidez proporciona informação que é confiável e mais
relevante do que a apresentação em circulante e não circulante pelo fato de que tais entidades
não fornecem bens ou serviços dentro de um ciclo operacional claramente identificável.

2.4 – Ativo Circulante


O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:

o espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso
normal do ciclo operacional da entidade;
o está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
o espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou
o é caixa ou equivalente de caixa (conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC 03
– Demonstração dos Fluxos de Caixa), a menos que sua troca ou uso para liquidação de
passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do balanço.

Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulante.

2.5 – Ativo não Circulante


O ativo não circulante para inclui todos os outros ativos tangíveis, intangíveis e ativos financeiros
de natureza de longo prazo. Não se proíbe o uso de descrições alternativas desde que seu
sentido seja claro. O ativo não circulante deve ser subdividido em realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível.

2.6 – Passivo Circulante


O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes
critérios:
o espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;
o está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
o deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou
o a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo
menos doze meses após a data do balanço.
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes.

2.7 – Compromisso de Longo Prazo que se Torna um Passivo Circulante


Alguns passivos circulantes, tais como contas a pagar comerciais e algumas apropriações por
competência relativas a gastos com empregados e outros custos operacionais são parte do
capital circulante usado no ciclo operacional normal da entidade. Tais itens operacionais são
classificados como passivos circulantes mesmo que estejam para ser liquidados em mais de doze
meses após a data do balanço patrimonial. O mesmo ciclo operacional normal aplica-se à
classificação dos ativos e passivos da entidade. Quando o ciclo operacional normal da entidade
não for claramente identificável, pressupõe-se que a sua duração seja de doze meses.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

2.8 – A Questão dos Empréstimos Classificados como Passivo Circulante


Quando a entidade não cumprir um compromisso segundo acordo de empréstimo de longo
prazo até a data do balanço, com o efeito de o passivo se tornar vencido e pagável à ordem do
credor, o passivo é classificado como circulante mesmo que o credor tenha concordado, após a
data do balanço e antes da data da autorização para emissão das demonstrações contábeis, em
não exigir pagamento antecipado como consequência do descumprimento do compromisso. O
passivo deve ser classificado como circulante porque, à data do balanço, a entidade não tem
direito incondicional de diferir a sua liquidação durante pelo menos doze meses após essa data.

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Exercícios resolvidos – Módulo I


Módulo I – Estruturação, Preparação e Apresentação das Demonstrações Contábeis

01.(Esaf/Adaptada) Certa empresa iniciou atividades em janeiro/x1, com o capital de


500.000.000, integralizado pela metade, em dinheiro. Em dezembro do mesmo ano, ao encerrar
seu primeiro exercício social, apurou um prejuízo de 100.000.000 e passivo exigível de igual
valor. Assinale a alternativa que identifica, pela ordem, a situação patrimonial da empresa, após
cada um dos fatos relatados.

R: No início, a situação líquida era positiva em 250.000.000 e não havia passivo exigível.
Posteriormente, a situação líquida continuou a ser positiva, em 150.000.000, mas passou a
existir passivo exigível. A redução da situação líquida decorreu do prejuízo apurado, que não foi
suficiente para torná-la negativa. Gabarito: E

02. (Esaf/Adaptada) O ativo e o passivo exigível de uma companhia podem ser resumidos da
seguinte forma: Duplicatas emitidas pela companhia 10.200 Duplicatas emitidas por terceiros
7.500 Notas promissórias emitidas pela companhia 3.700 Notas promissórias emitidas por
terceiros 4.100 Depósitos bancários 2.600 Outros créditos 8.300 Outros débitos 5.900 Bens
diversos 15.800 O valor da situação líquida da companhia era de: a) 19.100,00. b) 22.000,00. c)
23.900,00. d) 24.500,00. e) 25.200,00.

R: A situação líquida é dada pela diferença entre o ativo e o passivo exigível: 41.000 – 17.100 =
23.900. Gabarito: C

03. (Esaf/Adaptada) Com relação às peças que compõem as demonstrações financeiras, assinale
a opção correta. a) A demonstração do resultado do exercício evidencia a modificação ocorrida
no caixa da empresa. b) A demonstração das origens e aplicações de recursos tem a função de

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apurar o resultado não operacional da empresa. c) A demonstração de lucros ou prejuízos


acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser
incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela
companhia. d) O balanço patrimonial revela de forma dinâmica o fluxo econômico da empresa.
e) O fluxo de caixa tornou-se peça obrigatória das demonstrações financeiras, com a
promulgação da Lei nº 10.303/01.

R: Quem evidencia a modificação ocorrida no caixa (vale dizer, disponibilidades) da empresa é a


demonstração dos fluxos de caixa, que se tornou obrigatória apenas a partir da Lei nº 11.638/07,
exceto para companhias fechadas como PL, na data do balanço, não superior a R$ 2 milhões. O
fluxo econômico é representado pelas receitas e despesas, apresentadas na demonstração do
resultado do exercício. A demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados pode ser incluída
na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se esta demonstração for elaborada e
publicada pela companhia. Como a primeira evidencia as variações ocorridas nos saldos das
contas do patrimônio líquido, demonstrará, por consequência, as variações na conta de lucros
ou prejuízos acumulados. A Lei das S/A não dispensa propriamente a elaboração da
demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados. Apenas faculta sua inclusão na
demonstração das mutações do patrimônio líquido, se esta for elaborada e publicada. A CVM
determina que as sociedades anônimas de capital aberto elaborem e publiquem esta
demonstração. Gabarito: C

04. (Auditor/Receita Federal/Esaf/2012) Na identificação e determinação de erro contábil de


períodos anteriores, devem ser consideradas as omissões e incorreções nas demonstrações
contábeis da entidade de um ou mais períodos anteriores que:

a) não estavam disponíveis quando da autorização para divulgação das demonstrações


contábeis desses períodos e não retroagissem a prazo superior a dois exercícios contábeis.

b) somente quando se verifica efetivamente fraudes administrativas nos cálculos e informações


que respaldaram as informações sobre as quais as demonstrações retrospectivas foram
baseadas.

c) na avaliação de seus efeitos incluíssem os efeitos decorrentes de cálculos matemáticos ou


aplicação equivocada de políticas contábeis que não retroagissem a cinco períodos contábeis.

d) contivessem informações que pudessem ter sido razoavelmente obtidas e levadas em


consideração na elaboração e na apresentação dessas demonstrações contábeis.

e) a necessidade de uma reapresentação retrospectiva exigir premissas baseadas no que teria


sido a intenção da Administração naquele momento passado e não produzissem efeitos fiscais.

R: Erros de períodos anteriores são omissões e incorreções nas demonstrações contábeis da


entidade de um ou mais períodos anteriores decorrentes da falta de uso ou uso incorreto de
informação confiável que: 1 - estava disponível quando da autorização para divulgação das
demonstrações contábeis desses períodos; e 2 - pudesse ter sido razoavelmente obtida e levada
em consideração na elaboração e na apresentação dessas demonstrações contábeis. Tais erros
incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação de políticas contábeis, descuidos
ou interpretações incorretas de fatos e fraudes. A detecção de erros materiais em um período
normalmente exige a sua correção também em períodos anteriores e republicação das

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demonstrações correspondentes. Já a mudança de estimativa afeta o período da alteração e


períodos futuros. Gabarito: D

05. (Auditor/Receita Federal/Esaf/2012) O conjunto completo das demonstrações contábeis


exigidas pelas Normas Brasileiras de Contabilidade inclui:

a) o relatório do conselho de administração e as notas explicativas, compreendendo um resumo


das políticas contábeis significativas.

b) o resumo das políticas contábeis e o valor adicionado obrigatoriamente a todos os tipos de


entidade.

c) a demonstração do valor adicionado, se entidade prestadora de serviços, e de resultado


abrangente, se instituição financeira.

d) as demonstrações dos fluxos de caixa e das mutações do patrimônio líquido do período.

e) a demonstração da conta lucros / prejuízos acumulados e o relatório de impacto ambiental.

R: O enunciado cita as Normas Brasileiras de Contabilidade, o que inclui os pronunciamentos do


CPC. Conforme o CPC 26 , o conjunto completo de demonstrações contábeis inclui: 1 - balanço
patrimonial ao final do período; 2 - demonstração do resultado do período; 3 - demonstração
do resultado abrangente do período; 4 - demonstração das mutações do patrimônio líquido do
período; 5 - demonstração dos fluxos de caixa do período; 6 - notas explicativas,
compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações
elucidativas; 7 - balanço patrimonial do início do período mais antigo comparativamente
apresentado quando a entidade aplica uma política contábil retrospectivamente ou procede à
reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou ainda quando procede
à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis; 8 - demonstração do valor
adicionado do período (CPC 09), se exigida legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo
se apresentada voluntariamente. Gabarito: D

06. (Esaf). Considere os seguintes dados:

A apresentação acima, de acordo com as disposições da Lei nº 6.404/76, incorre em algumas


impropriedades. Elas são em número de:

a) 3
b) 1
c) 2
d) 5
e) 4
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R: Os erros considerados pela banca examinadora foram estes: 1 - as contas do ativo não estão
dispostas de acordo com a ordem decrescente de grau de liquidez (Lei nº 6.404/76, art. 178, §
1º); 2 - a expressão “outras contas” representa designação genérica, o que é vedado por lei (Lei
nº 6.404/76, art. 176, § 2º); 3 - A conta Máquinas não é classificada no ativo circulante, e sim no
ativo não circulante. Gabarito: A

07. (Analista/TCE-PR/FCC/2011) A Cia. Abastecedora apresentava em seu Balancete de


31/12/2011, saldos, em reais, nas seguintes contas: Aplicação em títulos classificados como
Mantidos para negociação 190.000; Empréstimos e Financiamentos Obtidos 250.000; Disponível
60.000; Duplicatas a Receber 120.000; Estimativa de Perdas com Créditos de Liquidação
Duvidosa 6.000; Fornecedores 73.000; Adiantamento a Fornecedores 25.000; Adiantamento de
Clientes 20.000; Despesas Financeiras 16.000; Comissões sobre Vendas 12.000; Receitas
Financeiras 4.000; Custo das Mercadorias Vendidas 160.000; Despesas de Salários 15.000;
Reserva Legal 20.000; Dividendos a Pagar 5.000; Abatimentos sobre Vendas 2.000; Despesa com
Estimativa de Perdas com Créditos de Liquidação Duvidosa 3.000; Estoques de Mercadorias
155.000; Receita Bruta de Vendas 400.000; Capital Social 250.000; Ações em Tesouraria 35.000;
Investimentos em Outras Empresas 90.000; Máquinas e Equipamentos 130.000; Despesa de
Depreciação de Máquinas e Equipamentos 15.000; Depreciação Acumulada de Máquinas e
Equipamentos 25.000; Ajuste de Avaliação Patrimonial (devedora) 32.000; Receita de
Equivalência Patrimonial 7.000. Com base nessas informações, o total do ativo da Cia.
Abastecedora, em 31/12/2011, era, em reais,

a) 734.000

b) 739.000

c) 745.000

d) 749.000

e) 771.000

R: Ativo total = 190.000 + 60.000 + 120.000 – 6.000 + 25.000 + 155.000 + 90.000 + 130.000 –
25.000 = 739.000 Gabarito: B

08. (Contador/Nossa Caixa/FCC/2011/Adaptada) Instruções: considere as contas listadas a


seguir:

− Ações em Tesouraria
− Amortização Acumulada
− Disponível
− Participações Societárias Permanentes
− Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
− Impostos a Recolher
− Empréstimos a Coligadas e Controladas
− Marcas e Patentes

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− Duplicatas a Receber
− Reserva de Ágio na Emissão de Ações
− Capital Social
− Fornecedores
− Reserva de Lucros a Realizar
− Salários a Pagar
− Estoques
− Imobilizado
− Depreciação Acumulada
− Empréstimos Recebidos de Longo Prazo
− Despesas do Exercício Seguinte
Sabendo-se que determinada pessoa jurídica não efetua vendas com prazo de recebimento
superior a 120 dias, existem:

a) três contas classificadas no patrimônio líquido.

b) cinco contas classificadas no ativo circulante.

c) cinco contas classificadas no ativo não circulante.

d) quatro contas classificadas no passivo circulante.

e) duas contas classificadas no passivo não circulante.

R: − Ações em Tesouraria – retificadora do PL. − Amortização Acumulada – retificadora do ativo


não circulante. − Disponível – ativo circulante. − Participações Societárias Permanentes – ativo
não circulante, investimentos. − Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – retificadora do
ativo circulante. − Impostos a Recolher – passivo circulante. − Empréstimos a Coligadas e
Controladas – ativo não circulante realizável a longo prazo. − Marcas e Patentes – ativo não
circulante intangível. − Duplicatas a Receber – ativo circulante. − Reserva de Ágio na Emissão de
Ações – PL, reserva de capital. − Capital Social – PL − Fornecedores – passivo circulante. − Reserva
de Lucros a Realizar – PL, reserva de lucros. − Salários a Pagar – passivo circulante. − Estoques –
ativo circulante. − Imobilizado – ativo não circulante imobilizado. − Depreciação Acumulada –
retificadora do ativo não circulante. − Empréstimos Recebidos de Longo Prazo – passivo não
circulante. − Despesas do Exercício Seguinte – ativo circulante. Gabarito: B

09. (Esaf/Adaptada) Em relação ao balanço patrimonial e ao balancete de verificação que lhe


deu origem, é certo afirmar:

a) a soma da coluna de débitos do balancete é sempre igual ao ativo do balanço.


b) a soma da coluna de créditos do balancete é sempre igual à soma do passivo exigível com o
patrimônio líquido do balanço.
c) todas as contas que aparecem no balancete sempre aparecem também no balanço.

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d) todas as contas que aparecem no balanço sempre aparecem também no balancete.


e) no balanço a soma das contas do ativo é igual à soma das contas do passivo exigível mais a
soma das contas do patrimônio líquido; no balancete isso nem sempre acontece.
R: O balancete de verificação é obtido por meio da transcrição, do livro-Razão, dos saldos de
todas as contas, patrimoniais e de resultado. Se o método das partidas dobradas foi
corretamente utilizado, a soma dos saldos devedores deve ser exatamente igual à soma dos
saldos credores. Já o balanço patrimonial contempla apenas as contas patrimoniais, isto é, as do
ativo, passivo e patrimônio líquido, sendo uma exposição dos elementos que compõem o
patrimônio. Antes da montagem do balanço patrimonial, são feitos alguns ajustes, como é o
caso da apuração e encerramento do resultado. Por esse motivo, nem todas as contas do
balanço aparecem no balancete. Gabarito: E

10. (Esaf/2009) No balanço de encerramento do exercício social, as contas serão classificadas


segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. No ativo patrimonial, as contas
serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados,
compondo os seguintes grupos:

a) ativo circulante; ativo realizável a longo prazo; investimentos; ativo imobilizado; e intangível.
b) ativo circulante; ativo realizável a longo prazo; e ativo permanente, dividido em
investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido.
c) ativo circulante; e ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível.
d) ativo circulante; ativo realizável a longo prazo; investimentos; ativo imobilizado; e ativo
diferido.
e) ativo circulante; e ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e diferido.
R: O ativo é composto por dois grupos, cuja sequência a seguir apresentada também observa a
ordem decrescente de grau de liquidez:

1 - circulante;

2 - não circulante, dividido em quatro subgrupos: realizável a longo prazo, investimentos,


imobilizado e intangível, nesta ordem. Gabarito: C

11. (Esaf/Adaptada). Num balanço patrimonial podem ser encontradas num mesmo grupo as
contas

a) Adiantamento de Clientes e Adiantamento a Fornecedores.


b) Despesas Pagas Antecipadamente e Salários a Pagar.
c) Adiantamento a Empregados (até 60 dias) e Adiantamento a Diretores (até 60 dias).
d) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa e Provisão para Férias.
e) Seguros a Vencer e Duplicatas a Receber.

R: Adiantamento de Clientes – PC

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Adiantamento a Fornecedores – AC

Despesas Pagas Antecipadamente – AC

Salários a Pagar – PC

Adiantamento a Empregados – AC

Adiantamento a Diretores – ANC – RLP

Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – retificadora do AC

Provisão para Férias – PC

Seguros a Vencer – AC

Duplicatas a Receber – AC Gabarito: E

12. (Esaf/2009/Adaptada) A Companhia Cereais Sereias, em 31 de dezembro de 2008,


apresentou o seguinte rol de contas e saldos:

Ações em Tesouraria 100,00


Caixa 696,00
Despesas Pré-Operacionais 95,00
Mercadorias 1.293,00
Empréstimos Bancários 120,00
Provisão para Devedores Duvidosos 35,00
Custo dos Produtos Vendidos 5.582,00
Fornecedores 437,00
Capital Social 4.591,00
Duplicatas a Receber 1.302,00
Vendas de Produtos 7.675,00
Duplicatas Descontadas 280,00
Despesas Gerais e Administrativas 1.141,00
Máquinas e Equipamentos 3.106,00
Juros Passivos a Vencer 48,00
Depreciação Acumulada 225,00
Ao realizar o levantamento do balanço patrimonial, o contador da empresa certamente
encontrará um ativo total no valor de:
a) R$ 5.625,00. b) R$ 6.000,00. c) R$ 5.905,00. d) R$ 6.280,00. e) R$ 6.100,00.
R: Caixa 696,00 Duplicatas a Receber 1.302,00 Provisão para Devedores Duvidosos ( 35,00)
Mercadorias 1.293,00 Juros Passivos a Vencer 48,00 Máquinas e Equipamentos 3.106,00
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Depreciação Acumulada ( 225,00) Despesas Pré-Operacionais 95,00 Total do ativo 6.280,00


Pelas normas internacionais de contabilidade, a conta Duplicatas Descontadas agora é
classificada no passivo circulante. Quanto à conta Despesas Pré-Operacionais, o subgrupo ativo
diferido, do qual ela fazia parte, foi extinto pela Lei nº 11.941/2009, a qual, no entanto, admite
que seu saldo existente em 31 de dezembro de 2008 que, pela sua natureza, não possa ser
alocado a outro subgrupo de contas, permaneça no ativo sob essa classificação até sua completa
amortização. Gabarito: D

13. (Esaf) O grupo de contas realizável a curto prazo, entre outras, é composto de:

a) Caixa, Contas a Receber e Estoques.

b) Contas a Receber, Estoques e Empréstimos a Sócios.

c) Contas a Receber, Estoques e Adiantamento a Empregados.

d) Estoques, Máquinas e Equipamentos e Duplicatas a Receber.

e) Contas a Receber, Estoques e Fornecedores.

R: Os direitos realizáveis a curto prazo (vale dizer, do ativo circulante) podem ser divididos em:
1 - direitos realizáveis reais (bens); 2 - direitos realizáveis pessoais (créditos). As disponibilidades
não são direitos realizáveis. Gabarito: C

14. (Esaf) A empresa Belmont S/A adquiriu um equipamento por R$ 27.000,00 e gastou mais R$
3.000,00 para sua instalação. Após certo tempo, a empresa vendeu à vista o equipamento por
R$ 12.000,00. Nessa época, a conta Depreciação Acumulada tinha saldo de R$ 15.000,00. O
lançamento correto para registrar o fato acima citado deve ser o que segue:

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O custo de aquisição do equipamento deve incluir o gasto com a sua instalação.

Equipamento 30.000,00

Depreciação Acumulada (15.000,00)

Valor contábil 15.000,00

Em razão de o equipamento ter sido vendido por preço abaixo do valor contábil, houve prejuízo:

Preço de venda 12.000,00

Valor contábil (15.000,00)

Perda de capital ( 3.000,00)

Gabarito: D

15. (Esaf) De acordo com a legislação vigente sobre classificação contábil, os empréstimos
tomados de empresas coligadas ou controladas, com vencimento para 120 dias, devem ser
classificados no grupo patrimonial

a) ativo circulante.

b) passivo circulante.

c) ativo não circulante realizável a longo prazo.

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d) passivo não circulante.

e) ativo não circulante – investimentos.

Gabarito oficial: B. No entanto, o tema é polêmico, sendo admissível a classificação no passivo


não circulante. A prevalecer a resposta adotada pela banca, teremos o seguinte contraste: a
conta a pagar do empréstimo obtido pela investidora será classificada no passivo circulante da
investidora; e a conta a receber, favorável às investidas, no ativo não circulante realizável a longo
prazo. Gabarito: B

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Mod. II – DRE, DRA, DMPL, Notas Explicativas, Políticas Contábeis e Estimativas (8h)

Unidade 3 – Demonstração do Resultado e Demonstração do Resultado Abrangente

De acordo com o CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis, as empresas devem


apresentar todas as mutações do PL reconhecidas em cada exercício que não representem
transações entre a empresa e seus sócios em duas demonstrações: DRE (Demonstração do
Resultado do Exercício) e DRA (Demonstração do Resultado Abrangente do Exercício).

A DRE é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante
o exercício social, demonstrada de forma a destacar o resultado líquido do período, incluindo o
que se denomina de receitas e despesas realizadas.

Os outros Resultados Abrangentes incluem as mutações do PL que não representam receitas e


despesas realizadas. Inclui alterações que poderão afetar o resultado do período futuramente
ou às vezes permanecerão sem esse trânsito.

A demonstração do resultado abrangente deve ser apresentada separadamente da


demonstração do resultado, em função da lei brasileira.

3.1 – Componentes da Demonstração do Resultado - DRE


A Lei no 6.404/76 define o conteúdo da Demonstração do Resultado do Exercício, que deve ser
apresentada na forma dedutiva, com os detalhes necessários das receitas, despesas, ganhos e
perdas e definindo claramente o lucro ou prejuízo líquido do exercício, e por ação, sem
confundir-se com a conta de Lucros Acumulados, onde é feita a distribuição ou alocação do
resultado.

O Art. 187 da Lei das Sociedades por Ações estabelece a ordem de apresentação das receitas,
custos e despesas na DRE, para fins de publicação.

A demonstração do resultado do exercício discriminará:


I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro
bruto;
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas
gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela
Lei 11941 – 2009 )
V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias,
mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou
previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei
11941 – 2009)
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:


a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização
em moeda; e
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b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas


receitas e rendimentos.

Exemplo de DRE nos moldes legais:

Fonte: Próprio Autor

- Demonstração do Resultado conforme exigência do CPC


É importante salientar que, de forma complementar à Lei no 6.404/76, o Pronunciamento
Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis estabelece uma estrutura
mínima para a Demonstração do Resultado do Exercício, obedecidas também as determinações
legais, composta por:

(a) receitas, apresentando separadamente receita de juros calculada utilizando o método de


juros efetivos; (Alterada pela Revisão CPC 12)
(aa) ganhos e perdas decorrentes do desreconhecimento de ativos financeiros mensurados pelo
custo amortizado; (Alterada pela Revisão CPC 12)
(b) custos de financiamento;

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(ba) perda por redução ao valor recuperável (incluindo reversões de perdas por redução ao valor
recuperável ou ganhos na redução ao valor recuperável), determinado de acordo com a Seção
5.5 do CPC 48; (Incluída pela Revisão CPC 12)
(c) parcela dos resultados de empresas investidas, reconhecida por meio do método da
equivalência patrimonial;
(ca) se o ativo financeiro for reclassificado da categoria de mensuração ao custo amortizado de
modo que seja mensurado ao valor justo por meio do resultado, qualquer ganho ou perda
decorrente da diferença entre o custo amortizado anterior do ativo financeiro e seu valor justo
na data da reclassificação (conforme definido no CPC 48); (Incluída pela Revisão CPC 12)
(cb) se o ativo financeiro for reclassificado da categoria de mensuração ao valor justo por meio
de outros resultados abrangentes de modo que seja mensurado ao valor justo por meio do
resultado, qualquer ganho ou perda acumulado reconhecido anteriormente em outros
resultados abrangentes que sejam reclassificados para o resultado; (Incluída pela Revisão CPC
12)
(d) tributos sobre o lucro;
(e) (eliminada);
(ea) um único valor para o total de operações descontinuadas (ver Pronunciamento Técnico CPC
31);
(f) em atendimento à legislação societária brasileira vigente na data da emissão deste
Pronunciamento, a demonstração do resultado deve incluir ainda as seguintes rubricas:

(i) custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos;


(ii) lucro bruto;
(iii) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;
(iv) resultado antes das receitas e despesas financeiras;
(v) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
(vi) resultado líquido do período. (Item alterado pela Revisão CPC 06)

Ainda, vamos observar também que o CPC fala na possibilidade de a DRE apresentar as contas
não pela sua função (administrativas, vendas, custo dos produtos vendidos etc.), mas pela
natureza (material consumido, mão de obra, contribuições sociais, energia elétrica, aluguéis
etc.), mas nossa Lei determina o uso do critério função.

Para exemplificar, segue um comparativo dos métodos abaixo:

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Fonte: Manual das Sociedades por Ações. 3ª Edição. 2018.

Método da natureza da despesa – utiliza como elemento agregador das despesas a sua natureza,
o que torna simples o seu uso por representar uma espécie de “listagem” das despesas
incorridas no período. Por exemplo, depreciações e amortizações; consumo de matéria-prima e
materiais; despesas com transporte; despesa com benefícios a empregados etc.;

Método da função da despesa ou do “custo dos produtos e serviços vendidos” – utiliza a função
da despesa como elemento agregador e classificador. Nesse método, a companhia deve divulgar
separadamente, no mínimo, o montante do custo dos produtos e serviços vendidos das demais
despesas incorridas, que podem ser classificadas como de vendas, administrativas etc. Apesar
de proporcionar informações mais relevantes quando comparado ao método da natureza da
despesa, a segregação das despesas por funções pode demandar alocações arbitrárias e
considerável julgamento.

3.2 – Demonstração do Resultado Abrangente - DRA


A DRA não faz parte do conjunto de demonstrações contábeis exigido pela Lei Societária, porém
foi incluída pelo CPC 26 em decorrência das mudanças advindas da convergência às normas
internacionais.

Essa demonstração apresenta as receitas, despesas e outras mutações que afetam o patrimônio
líquido, mas que não são reconhecidas (ou não foram reconhecidas ainda) na Demonstração do
Resultado do Exercício, conforme determinam Pronunciamentos, Interpretações e Orientações
que regulam a atividade contábil.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Tais receitas e despesas são identificadas como “outros resultados abrangentes” e, de acordo
com o CPC 26 (R1), compreendem os seguintes itens:

“a) variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente (veja Pronunciamentos


Técnicos CPC 27 – Ativo Imobilizado e CPC 04 – Ativo Intangível);

b) ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecidos


conforme item 93A do Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados;

c) ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no


exterior (ver Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e
Conversão de Demonstrações Contábeis)

d) ajuste de avaliação patrimonial relativo aos ganhos e perdas na remensuração de ativos


financeiros disponíveis para venda (ver Pronunciamento Técnico CPC 48 – Instrumentos
Financeiros);

e) ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas de


instrumentos de hedge em hedge de fluxo de caixa (ver também CPC 48)”.

A Demonstração do Resultado Abrangente pode ser apresentada dentro da Demonstração das


Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ou através de relatório próprio. A demonstração do
resultado abrangente deve ser apresentada separadamente da demonstração do resultado, em
função da lei brasileira.

Quando apresentada em demonstrativo próprio, a DRA tem como valor inicial o resultado
líquido do período apurado na DRE, seguido dos outros resultados abrangentes, conforme
estrutura mínima para a Demonstração do Resultado Abrangente estabelecida pelo CPC 26 (R1):

(a) resultado líquido do período;

(b) cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza (exceto
montantes relativos ao item c;

(c) parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do
método de equivalência patrimonial; e resultado abrangente do período.

3.3 – Resultado Líquido do Período


A lei define com clareza, por meio da Demonstração do Resultado do Exercício, o conceito de
lucro líquido, estabelecendo os critérios de classificação de certas despesas.
De fato, o lucro ou prejuízo líquido apurado nessa demonstração é o que se pode chamar de
lucro dos acionistas, pois, além dos itens normais, já se deduzem como despesas o Imposto de
Renda e as participações sobre os lucros a outros que não os acionistas, de forma que o lucro
líquido demonstrado é o valor final a ser adicionado ao patrimônio líquido da empresa que, em
última análise, pertence aos acionistas, ou é distribuído como dividendo.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Unidade 4 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

4.1 – O que deve constar do Patrimônio Líquido


É através da vigência do Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações
Contábeis, que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) passou a fazer
parte do conjunto completo de demonstrações contábeis e passa a ser obrigatória para
praticamente todas as empresas. É importante destacar, entretanto, que as principais
informações que antes eram obtidas por meio da Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados (DLPA) continuam a ser evidenciadas na DMPL, já que esta também apresenta as
movimentações que transitaram por lucros ou prejuízos acumulados.

Afinal, reservas de lucros e prejuízos acumulados são tipos de contas que compõem o
Patrimônio Líquido. Assim, por ser um demonstrativo mais abrangente, o pronunciamento
técnico CPC 26 lista a DMPL e não a DLPA como uma das demonstrações contábeis obrigatórias
ao fim de um exercício.

Ao final de um exercício, as empresas são obrigadas a elaborar demonstrações contábeis para


exprimir com clareza a situação do seu patrimônio e as alterações ocorridas neste período. (art.
176 da Lei nº 6.404/76 –Lei das S.A.).
o A DLPA é obrigatória para empresas que são sociedades limitadas (art. 186, § 1º da Lei
nº 6.404/76).
o Empresas que publicam a DMPL estão isentas de apresentar a DLPA separadamente
(artigo 186, § 2º da Lei nº 6.404/76).
o A DMPL é obrigatória para empresas com capital aberto (art. 1, instrução nº 59/1986 da
CVM).
o O Pronunciamento técnico CPC 26 insere a DMPL como uma das demonstrações
contábeis obrigatórias ao fim do exercício de uma empresa.

A DMPL fornece a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas componentes
do Patrimônio Líquido, como reservas de capital, opções outorgadas, ações em tesouraria,
reservas de lucros, resultados abrangentes, etc. Ainda, faz clara indicação do fluxo de uma conta
para outra e indica a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no Patrimônio Líquido
durante o exercício. Trata-se, portanto, de informação que complementa os demais dados
constantes do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício.

A demonstração das mutações do patrimônio líquido inclui as seguintes informações:


o o resultado abrangente do período, apresentando separadamente o montante total
atribuível aos proprietários da entidade controladora e o montante correspondente à
participação de não controladores;
o para cada componente do patrimônio líquido, os efeitos da aplicação retrospectiva ou
da reapresentação retrospectiva, reconhecidos de acordo com o Pronunciamento
Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro;
o para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação do saldo no início e no final
do período, demonstrando-se separadamente (no mínimo) as mutações decorrentes:
o (i) do resultado líquido;
o (ii) de cada item dos outros resultados abrangentes; e
o (iii) de transações com os proprietários realizadas na condição de proprietário,
demonstrando separadamente suas integralizações e as distribuições realizadas, bem

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como modificações nas participações em controladas que não implicaram perda do


controle.

RESUMO DAS NORMAS E PRÁTICAS CONTÁBEIS


NBC TG 26 S/A. PME’s
ME e EPP
DEMONSTRAÇÃO CONTÁBIL
ITG1000
CPC 26 CAP ABERTO NBCTG1000
Balanço Patrimonial Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Demonstração de Resultado do
Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Exercício (DRE)
Demonstração do Resultado Substituída
Obrigatório Obrigatório Facultativa
Abrangente (DRA) pela DLPA
Demonstração de Lucros ou Substituída Substituída Substituída
Facultativa
Prejuízos Acumulados (DLPA) pela DMPL pela DMPL pela DMPL
Demonstração das Mutações do
Obrigatório Obrigatório Obrigatório Facultativa
Patrimônio Líquido (DMPL)
Demonstração do Fluxo de Caixa
Obrigatório Obrigatório Obrigatório Facultativa
(DFC) (*)
Demonstração do Valor Adicionado Órgão
Obrigatório Facultativa Facultativa
(DVA) Regulador
Notas Explicativas Obrigatório Obrigatório Obrigatório Obrigatório
(*) Somente quando o Patrimônio Líquido for maior ou igual a R$ 2.000.000,00 (Dois milhões de
reais).
Fonte: analisecontabilidade.com.br

4.2 – Ajustes Retrospectivos


Nos períodos em que ocorrerem alterações de políticas contábeis ou retificação de erro e que,
demandem a aplicação retrospectiva ou a reapresentação, o CPC 26 determina que as empresas
divulguem na DMPL o valor do ajuste total para cada item do patrimônio líquido, sendo que essa
divulgação deve ser feita de forma separada para as alterações de políticas contábeis e para as
correções de erros. Ainda, esses ajustes devem ser divulgados para cada período anterior e
também no início do período corrente.

Unidade 5 - Notas explicativas

5.1 – Estrutura
Tentando solucionar a questão da quantidade e principalmente da qualidade de informações
que atendam às necessidades dos usuários das demonstrações contábeis, principalmente os
externos, em determinado momento, surgiram as notas explicativas. São informações
complementares às demonstrações contábeis, representando parte integrante das mesmas.

Podem estar expressas tanto na forma descritiva como na forma de quadros analíticos, ou
mesmo englobar outras demonstrações contábeis que forem necessárias ao melhor e mais
completo esclarecimento dos resultados e da situação financeira da empresa, tais como:
demonstração das origens e aplicações de recursos, balanço social e demonstrações contábeis
em moeda constante.

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O CPC emitiu então a Orientação Técnica OCPC 07 - Evidenciação na Divulgação dos Relatórios
Contábil-Financeiros de Propósito Geral e que trouxe um posicionamento a fim de esclarecer e
reforçar que, nas notas explicativas, sejam divulgadas informações relevantes (e apenas elas)
que de fato auxiliem os usuários, considerando as normatizações já existentes, de forma clara e
ordenada.

Assim, dois aspectos são primordiais na elaboração de uma Nota: Materialidade e Relevância.
Material é quando o valor for significativo e Relevante é quando, mesmo que imaterial, o valor
se refira a uma informação que, por si só, é importante ao usuário, independentemente do seu
valor.

5.2 – Forma de Apresentação


Conforme o CPC 26, as notas explicativas devem, no mínimo:

o apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis


e das políticas contábeis específicas utilizadas;

o divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e


Interpretações do CPC que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis;

o prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações
contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.

Como podemos verificar, a Lei das Sociedades por Ações estabeleceu casos expressos que
deverão ser mencionados em Notas Explicativas. Além disso, lançou também princípios gerais
que norteiam o processo de divulgação de informações relevantes.

Complementando esta ideia, verificamos que o § 5o do art. 176 da Lei das Sociedades por Ações
menciona as bases gerais e as notas a serem inclusas nas demonstrações contábeis, as quais
deverão:

“I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das


práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos;
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam
apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras;
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e
consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e
IV – indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos
cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou
riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização dos elementos do ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único);
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o);
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e
outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o);
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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a


ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. ”

Ainda, a Lei, em seu art. 177, § 1o, estabelece que devem ser indicados em Notas Explicativas
os efeitos das mudanças de critérios contábeis.

Unidade 6 – Divulgação de Políticas Contábeis

6.1 – Utilização de mais de uma Base de Mensuração


É importante que os usuários das demonstrações contábeis estejam informados sobre a base
ou bases de mensuração utilizada(s) nas demonstrações contábeis (por exemplo, custo
histórico, custo corrente, valor realizável líquido, valor justo ou valor recuperável) porque a base
sobre a qual as demonstrações contábeis são elaboradas afeta significativamente a análise dos
usuários. Quando mais de uma base de mensuração for utilizada nas demonstrações contábeis,
por exemplo, quando determinadas classes de ativos são reavaliadas (se permitido legalmente),
é suficiente divulgar uma indicação das categorias de ativos e de passivos à qual cada base de
mensuração foi aplicada.

6.2 – Política Contábil a ser Utilizada


A entidade deve divulgar suas políticas contábeis significativas que compreendem:
(a) a base (ou bases) de mensuração utilizada(s) na elaboração das demonstrações contábeis; e
(b) outras políticas contábeis utilizadas que sejam relevantes para a compreensão das
demonstrações contábeis.

6.3 – O que Divulgar no Resumo das Políticas Contábeis


A entidade deve divulgar, no resumo das políticas contábeis significativas ou outras notas, os
julgamentos exercidos na elaboração das demonstrações contábeis, os principais pressupostos
relativos ao futuro, as principais fontes da incerteza das estimativas à data do balanço
patrimonial que ensejem risco significativo de provocar modificação material no próximo
exercício nos valores consignados nas demonstrações contábeis.

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Exercícios resolvidos – Módulo II


Módulo II – DRE, DRA, DMPL, Notas Explicativas, Políticas Contábeis e Estimativas

01. (Esaf) São evidenciados na demonstração das mutações patrimoniais os montantes:

a) da retificação de erros de exercícios anteriores e dos efeitos da equivalência patrimonial.

b) dos efeitos da mudança de critérios contábeis e do ágio na emissão de ações.

c) das amortizações do ágio na emissão de ações e do valor das ações preferenciais em


tesouraria.

d) de ganhos com investimentos em controladas e das reservas para retenção de lucro para
expansão.

e) das subvenções para investimentos em regiões em desenvolvimento e do lucro líquido por


ação.

R: Os efeitos da mudança de critérios contábeis são indicados como ajustes de exercícios


anteriores, que afetam a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. O ágio na emissão de ações é
reserva de capital. Gabarito: B

02. (FCC/Adaptada) É transação evidenciada na demonstração das mutações do patrimônio


líquido:

a) alienação de bens do ativo não circulante com resultado nulo.


b) compra de bens do ativo imobilizado financiada por empréstimo a longo prazo.
c) constituição de reserva de reavaliação de bens imóveis.
d) empréstimos efetuados a empresas coligadas ou controladas.
e) aquisição de investimentos permanentes com pagamento de ágio.
R: A DMPL expõe as variações ocorridas, durante o exercício, em todas as contas do patrimônio
líquido, inclusive na reserva de reavaliação de bens imóveis (extinta pela Lei nº 11.638/07). As
demais opções não afetam o patrimônio líquido. Gabarito: C

03. (FCC) Evidenciará a distribuição do resultado apurado no exercício a demonstração contábil:

a) do fluxo do caixa.

b) do balanço patrimonial.

c) de resultado do exercício.

d) das mutações do patrimônio líquido.

e) de origens e aplicações.

R: A distribuição do resultado se dá na forma de reservas e dividendos, que são evidenciados na


demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados ou na demonstração das mutações do
patrimônio líquido. A demonstração do resultado expõe os elementos formadores do rédito

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(receitas e despesas), de acordo com o princípio da competência, e não sua distribuição.


Gabarito: D

04. (FCC/Adaptada) São classificáveis como patrimônio líquido:

a) o capital de giro e o capital subscrito.

b) o ágio na emissão de ações e o produto da alienação de bônus de subscrição.

c) as debêntures conversíveis em ações.

d) as ações em tesouraria e receitas diferidas.

e) os dividendos propostos e as retenções contratuais.

R: Capital de giro é o ativo circulante.

Capital subscrito é o capital social.

O ágio na emissão de ações e o produto da alienação de bônus de subscrição são reservas de


capital.

As debêntures de emissão de terceiros, conversíveis ou não em ações, adquiridas pela


companhia são classificadas no ativo circulante/não circulante; e as de emissão própria, no
passivo exigível.

As ações em tesouraria são indicadas em conta retificadora do patrimônio líquido.

Os dividendos propostos (dividendos a pagar) e as retenções contratuais são do passivo


circulante. Gabarito: B

05. (CESPE/Analista/Contabilidade/TER/PE/2017)

Lucro líquido do exercício 350.000


Perdas líquidas derivadas da conversão de demonstrações 50.000
contábeis relativas a operações no exterior
Ganho na alienação de ativos imobilizados 25.000
Ganho na mensuração de ativos financeiros disponíveis para 40.000
venda (líquido de tributos)
Capital social 500.000
A partir das informações apresentadas na tabela precedente, é correto afirmar que na
demonstração do resultado abrangente, o valor do lucro abrangente é igual a:

a) 65.000
b) 15.000
c) 965.000
d) 465.000
e) 340.000

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

R:

Lucro líquido do exercício 350.000


Perdas da conversão de demonstrações contábeis no (50.000)
exterior
Ganho na mensuração de ativos financeiros 40.000
Outros resultados abrangentes 340.000

Gabarito: E

06. (ESAF/Analista de Finanças e Controle/Contábil/STN/2013) A empresa Exportação S.A. tem


seu fluxo de caixa garantido por contratos de hedge. A proteção alcançada pelo instrumento é
de 90% de efetividade. A empresa tem como procedimento adotar a contabilidade de hedge.

Fundamentado nas normas, deve a empresa:

a) reconhecer o ganho ou a perda efetiva de hedge como resultado abrangente e a não


efetividade no resultado.
b) contabilizar o ganho de efetividade do hedge como resultado abrangente e a perda efetiva
do hedge como despesas no resultado.
c) registrar a perda efetiva como resultado abrangente e o ganho como outras receitas
operacionais.
d) lançar os ganhos e perdas no resultado do exercício, visto que a efetividade não alcançou os
100% exigidos para adoção do procedimento de contabilidade de hedge.
e) escriturar o ganho ou perda total do hedge como resultado abrangente, garantindo o
confronto da despesa com a receita.
R: Gabarito: A

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Mod. III – Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC (8h)


Unidade 7 – Elaboração e Apresentação da DFC

A obrigatoriedade de divulgação dessa demonstração é nova e por disposição inclusive legal (Lei
11.638/07), substituindo a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). É parte
integrante e obrigatória do conjunto das demonstrações contábeis a serem preparadas e
apresentadas por todas as entidades, tendo em vista a aprovação, pelo CFC, do CPC 03.
No entanto, o Art. 176, § 6º, da Lei das S/As excetua que as companhias fechadas com
patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não
serão obrigadas à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada
pela Lei nº 11.638 de 2007).
O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa é de exigir
o fornecimento de informação sobre as alterações históricas de caixa e equivalentes de caixa de
uma entidade por meio de uma demonstração que classifique os fluxos de caixa durante os
períodos provenientes das atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

7.1 – Significado de Caixa e Equivalente de Caixa


No sentido de procurar uma melhor compreensão do que significa uma DFC podemos nos valer
de alguns conceitos que o IASB utiliza no IAS 7 e CPC 3, dentre os quais destacam-se:
CAIXA: compreende numerários em mãos e depósitos bancários disponíveis;
EQUIVALENTES DE CAIXA: são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são
prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um
insignificante risco de mudança de valor.
FLUXOS DE CAIXA: são entradas e saídas de caixa e equivalentes a caixa.

7.2 – Componentes da DFC


Os dados que compõem um fluxo de caixa são as operações em que recursos financeiros são
movimentados. Os principais são os seguintes:

- Entradas – contas a receber, dinheiro de sócios, empréstimos, vendas, saldo de aplicações,


cheques à vista, cheques pré-datados, entre outras.

- Saídas – contas a pagar, compras à vista, pagamento de empréstimos, despesas gerais (custos
fixos), salários, entre outras.

7.3 – Transações que Envolvem Caixa ou Equivalente de Caixa


Podemos verificar a variação sofrida no Caixa de uma entidade tomando o valor do Caixa no
exercício anterior e comparando-o com o valor do último ano.

Podemos identificar as transações ocorridas no Caixa da empresa analisando seu plano de


contas:

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

CAIXA - Esta conta poderá conter dinheiro, cheques recebidos e que ainda não foram
depositados, que podem ser descontados imediatamente.

A conta caixa pode estar registrada em uma ou mais contas no plano de contas, dependendo da
necessidade de controle por parte da empresa.

Os dois tipos de controles mais usados pela empresa são o Fundo Fixo e o Caixa Flutuante.

O fundo fixo é muito usado e também conhecido na empresa como “Caixinha”, sendo uma
quantia fixa disponibilizada para suprir necessidades que requerem pouco dinheiro, ficando uma
pessoa responsável por este fundo e por sua prestação de contas da empresa.

Já no caixa flutuante são registrados todos os recebimentos e pagamentos em espécie feitos


pela empresa. Porém podem ocorrer divergências no momento da contabilização de tais
valores, devido ao fato de serem registrados nesta conta os adiantamentos de viagens e a
empregados. Os adiantamentos e vales destinados a seus funcionários devem ser contabilizados
na conta de Adiantamento como um direito a receber.

BANCO - Geralmente usados para registrar as diversas contas bancárias de livre movimentação
da empresa, nesta conta são registrados os depósitos a vista, pagamento de dividendos, folha
de pagamento, recebimentos de duplicatas e contas diversas, transferências e demais
operações realizadas pela empresa.

O saldo negativo da conta bancária (credora), deve ser representada separadamente desta
conta, sendo classificada no Passivo Circulante. No caso de haver situação em que o saldo
devedor for considerado como utilização de cheque especial ou limite de crédito, este valor
deverá ser classificado como um equivalente de caixa, pois o saldo devedor oscila rapidamente
de credor para devedor.

DINHEIRO EM TRÂNSITO – A empresa poderá, de acordo com seus controles, classificar como
disponibilidades, as remessas para filiais, seus respectivos depósitos, e seus recebimentos
correspondentes a clientes, até o fechamento na data do balanço.

APLICAÇÕES FINANCEIRAS - As aplicações de curto ou curtíssimo prazo de alta liquidez são


consideradas disponibilidades, por serem consideradas imediatamente convertidas em
dinheiro, e terem pouca probabilidade de mudança de valor.

7.4 – Fluxos de Caixa em Moeda Estrangeira


Os fluxos de caixa advindos de transações em moeda estrangeira devem ser registrados na
moeda funcional da entidade pela aplicação, ao montante em moeda estrangeira, das taxas de
câmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira observadas na data da ocorrência do
fluxo de caixa.

Os fluxos de caixa de controlada no exterior devem ser convertidos pela aplicação das taxas de
câmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira observadas na data da ocorrência dos
fluxos de caixa.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Os fluxos de caixa que estejam expressos em moeda estrangeira devem ser apresentados de
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 02 - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e
Conversão de Demonstrações Contábeis. Esse Pronunciamento Técnico permite o uso de taxa
de câmbio que se aproxime da taxa de câmbio vigente. Por exemplo, a taxa de câmbio média
ponderada para um período pode ser utilizada para o registro de transações em moeda
estrangeira ou para a conversão dos fluxos de caixa de controlada no exterior. Entretanto, o
Pronunciamento Técnico CPC 02 não permite o uso de taxa de câmbio ao término do período
de reporte quando da conversão dos fluxos de caixa de controlada no exterior.

Ganhos e perdas não realizados resultantes de mudanças nas taxas de câmbio de moedas
estrangeiras não são fluxos de caixa. Todavia, o efeito das mudanças nas taxas de câmbio sobre
o caixa e equivalentes de caixa, mantidos ou devidos em moeda estrangeira, é apresentado na
demonstração dos fluxos de caixa, a fim de conciliar o caixa e equivalentes de caixa no começo
e no fim do período. Esse valor é apresentado separadamente dos fluxos de caixa das atividades
operacionais, de investimento e de financiamento e inclui as diferenças, se existirem, caso tais
fluxos de caixa tivessem sido divulgados às taxas de câmbio do fim do período.

7.5 – Classificação e Análise por Atividades


Podemos visualizar na figura abaixo onde transitam as contas que representam cada uma das
atividades a serem segregadas no DFC.

As contas operacionais transitam pelo Circulante.

As contas que representam as atividades de investimento, por sua vez, estão no Ativo Não
Circulante, incluindo as aplicações financeiras de curto prazo e excluindo-se as aplicações de
liquidez imediata, por serem consideradas equivalentes de Caixa. Os investimentos estão no
Ativo Não Circulante e incluem as aplicações financeiras de longo prazo e todos os valores
aplicados nos subgrupos Investimento, Imobilizado e Intangível. As contas que representam
financiamentos estão no Passivo Não Circulante e no Patrimônio Líquido.

O primeiro financiamento que uma empresa recebe é dos seus sócios, por meio da
integralização do Capital, porém também os empréstimos que uma empresa faz representam
financiamentos. Os empréstimos de curto prazo e os dividendos a pagar, apesar de fazerem
parte do passivo circulante, devem ser considerados, para elaboração da DFC, como itens
relacionados às atividades de financiamento.

Nota importante: empréstimos bancários são geralmente considerados como atividades de


financiamento. Entretanto, em determinadas circunstâncias, saldos bancários a descoberto,
decorrentes de empréstimos obtidos por meio de instrumentos, como cheques especiais ou
contas correntes garantidas, são liquidados automaticamente, de forma a integrarem a gestão
das disponibilidades da Entidade. Uma característica de tais contas correntes é a de que
frequentemente os saldos flutuam de devedor para credor. Nessas circunstâncias, esses saldos
bancários a descoberto devem ser incluídos como um componente de Caixa e seus equivalentes.
A parcela não utilizada do limite dessas linhas de crédito não deverá compor os equivalentes de
Caixa.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Fonte: Contabilidade Geral e Avançada Esquematizada – 6ª Edição – 2019 - Eugênio Montoto

O CPC 03 determina que as origens das alterações no Caixa sejam


identificadas nos fluxos operacionais, no investimento e no financiamento. A
tabela a seguir apresenta uma correlação entre as atividades e os subgrupos
com os quais elas se relacionam no patrimônio:

Fonte: Contabilidade Geral e Avançada Esquematizada – 6ª Edição – 2019 - Eugênio Montoto

7.6 – Atividades Operacionais


O montante dos fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais é o indicador chave da
extensão em que as operações da entidade têm gerado suficientes fluxos de caixa para
amortizar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos (ou
juros sobre o capital próprio, que no Brasil se assemelham a dividendos) e fazer novos
investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento.
As informações sobre os componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos
são úteis, em conjunto com outras informações, na projeção de futuros fluxos de caixa
operacionais.
Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais são:

(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;


(b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras
receitas;
(c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;
(d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;
(e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros,
anuidades e outros benefícios da apólice;
(f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que
possam ser especificamente identificados com as atividades de financiamento ou
de investimento; e
(g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação
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imediata ou disponíveis para venda futura.

7.7 – Atividades de Investimento


A divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento é
importante porque tais fluxos de caixa representam a extensão em que dispêndios de recursos
são feitos pela entidade com a finalidade de gerar receitas e fluxos de caixa no futuro.

Somente desembolsos que resultam em ativo reconhecido nas demonstrações contábeis


são passíveis de classificação como atividades de investimento. Exemplos de fluxos de
caixa advindos das atividades de investimento são:

(a) pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros


ativos de longo prazo. Esses pagamentos incluem aqueles relacionados aos custos
de desenvolvimento ativados e aos ativos imobilizados de construção própria;
(b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e
outros ativos de longo prazo;
(c) pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou
instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint
ventures (exceto aqueles pagamentos referentes a títulos considerados como
equivalentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);
(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais ou
instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint
ventures (exceto aqueles recebimentos referentes aos títulos considerados como
equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);
(e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto aqueles
adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira);
(f) recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de
empréstimos concedidos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos
de instituição financeira);
(g) pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto
quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou futura, ou os
pagamentos forem classificados como atividades de financiamento; e
(h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto
quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura,
ou os recebimentos forem classificados como atividades de financiamento.

7.8 – Atividades de Financiamento


A divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento é
importante por ser útil para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos
fornecedores de capital à entidade.
Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de financiamento são:

(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;


(b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade;
(c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias,

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outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;


(d) amortização de empréstimos e financiamentos; e
(e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a
arrendamento mercantil.

7.9 – Elaboração do fluxo de caixa – Método Direto e Indireto


A entidade deve apresentar os fluxos de caixa das atividades operacionais, usando
alternativamente:

(a) o método direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e


pagamentos brutos são divulgadas; ou

(b) o método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou o prejuízo é ajustado pelos
efeitos de transações que não envolvem caixa, pelos efeitos de quaisquer
diferimento ou apropriações por competência sobre recebimentos de caixa ou
pagamentos em caixa operacionais passados ou futuros, e pelos efeitos de itens de
receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento
ou de financiamento.

Pelo método direto, as informações sobre as principais classes de recebimentos brutos e


e pagamentos brutos podem ser obtidas alternativamente:

(a) dos registros contábeis da entidade; ou

(b) pelo ajuste das vendas, dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos
(no caso de instituições financeiras, pela receita de juros e similares e despesa de
juros e encargos e similares) e outros itens da demonstração do resultado ou do
resultado abrangente referentes a:

(i) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a


receber e a pagar;

(ii) outros itens que não envolvem caixa; e

(iii) outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de
investimento e de financiamento.

De acordo com o método indireto, o fluxo de caixa líquido advindo das atividades
operacionais é determinado ajustando o lucro líquido ou prejuízo quanto aos efeitos de:

(a) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e
a pagar;

(b) itens que não afetam o caixa, tais como depreciação, provisões, tributos diferidos,
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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

ganhos e perdas cambiais não realizados e resultado de equivalência patrimonial


quando aplicável; e

(c) todos os outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de
investimento e de financiamento.

A seguir apresentamos um guia para a obtenção do resultado líquido ajustado no método


indireto:

Fonte: Contabilidade Geral e Avançada Esquematizada – 6ª Edição – 2019 - Eugênio Montoto

Alternativamente, o fluxo de caixa líquido advindo das atividades operacionais pode ser
apresentado pelo método indireto, mostrando-se as receitas e as despesas divulgadas na
demonstração do resultado ou resultado abrangente e as variações ocorridas no período nos
estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar.

7.10 – Conciliação entre o Lucro Líquido e o Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais
A conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais deve ser
fornecida, obrigatoriamente, caso a entidade use o método direto para apurar o fluxo líquido
das atividades operacionais. A conciliação deve apresentar, separadamente, por categoria, os
principais itens a serem conciliados, à semelhança do que deve fazer a entidade que usa o
método indireto em relação aos ajustes ao lucro líquido ou prejuízo para apurar o fluxo de caixa
líquido das atividades operacionais.

7.11 – Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis


Caso seja utilizado o método direto para apurar o fluxo líquido de caixa grado pelas operações,
exige-se a evidenciação em nota explicativa da conciliação deste com o lucro líquido do período.

Se for utilizado o método indireto, é exigida a evidenciação em nota explicativa do montante de


juros pagos (exceto as parcelas capitalizadas) e os valores de imposto de renda e contribuição
social sobre o lucro líquido pagos durante o período.
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Exercícios resolvidos – Módulo III


Módulo III – Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC

01. (Esaf) A composição da diferença entre o lucro contábil com o fluxo de caixa operacional
líquido é evidenciada:

a) na demonstração das origens e aplicações de recursos.


b) no fluxo de caixa indireto.
c) na demonstração de resultados. d) no fluxo gerado por investimentos.
e) na composição dos financiamentos de caixa.
R: No método indireto ou método da reconciliação, a DFC é elaborada a partir do lucro ou
prejuízo líquido do exercício. Gabarito: B

02. (Esaf) O valor de resgate referente a aplicações financeiras de longo prazo é classificado no
fluxo de caixa como item:

a) de empreendimentos.
b) de financiamentos.
c) de operações.
d) de amortizações.
e) de investimentos.
R: Fazem parte das atividades de investimentos as aplicações e os resgates de aplicações não
classificadas como equivalentes de caixa. São de financiamentos as atividades ligadas à
obtenção de recursos próprios e de terceiros (capital social, empréstimos, financiamentos).
Gabarito: E

03. (Esaf) Representam operações que não afetam o fluxo de caixa:

a) recebimento por doação de terrenos e depreciações lançadas no período.


b) aquisição de bens não de uso e quitação de contrato de mútuo.
c) alienação de participações societárias e depreciações lançadas no período.
d) amortizações efetuadas no período de diferidos e venda de ações emitidas.
e) repasse de recursos para empresas coligadas e aquisição de bens.
R: O recebimento de doação de terrenos e as depreciações lançadas no período não
movimentam as disponibilidades, pois não provocam desembolso. Gabarito: A

04. (Esaf) Na elaboração do fluxo dos caixas são consideradas atividades de financiamento:

a) recebimentos por emissão de debêntures, pagamentos de dividendos distribuídos no período


e empréstimos obtidos.
b) pagamentos pela aquisição de títulos patrimoniais de outras empresas, empréstimos obtidos
no mercado e pagamentos a fornecedores.

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c) recebimento de dividendos pela participação no patrimônio de outras empresas, pagamento


de fornecedores e recursos para aumento de capital.
d) pagamentos de encargos sobre empréstimos de longo prazo, recebimentos de dividendos e
recebimentos provenientes de clientes.
e) recebimento do principal dos empréstimos concedidos, aquisições de novas participações
societárias e recebimentos de dividendos de empresas coligadas.
R: Atividades de financiamento são as ligadas a empréstimos e financiamentos obtidos e a
recursos captados perante investidores da companhia. Incluem os recebimentos decorrentes de
empréstimos e financiamentos obtidos e o pagamento do principal dessas operações. Nesse
grupo, são apresentados os recursos recebidos dos acionistas ou sócios em realização de capital
e o pagamento do seu eventual reembolso, além dos dividendos pagos, que também podem ser
registrados entre as atividades operacionais. Gabarito: A

05. (Esaf) Das assertivas a seguir, indique aquela que é formada por fatores que provocam
movimentações do caixa geradas pelas atividades de investimentos.

a) Contratação de financiamentos de longo prazo e aumento de capital com utilização de


reservas.
b) Acréscimos de capital por subscrição firme de ações ordinárias e reversão de reserva
contingencial.
c) Reversão de provisão para devedores duvidosos e alienação de imobilizado operacional.
d) Alienação de imobilizado e aquisições de controle acionário de outras companhias.
e) Aumento de capital com utilização de saldo de reservas de lucro e aquisição de investimentos
permanentes.
R: Esse grupo apresenta os desembolsos decorrentes de empréstimos e financiamentos
concedidos e os recebimentos correspondentes a esses empréstimos e financiamentos
concedidos. Também fazem parte das atividades de investimento os desembolsos na aquisição
de títulos e valores de outras sociedades, não classificados como equivalentes de caixa, além
dos valores pagos na aquisição à vista de bens do imobilizado e intangível. Gabarito: D

06. (Esaf) Na elaboração do fluxo de caixa são classificáveis como atividade de financiamento:

a) desembolso por empréstimos concedidos a empresas coligadas e controladas.


b) aquisição de máquinas, veículos ou equipamentos através de contrato de arrendamento
mercantil.
c) recebimento de contribuições de caráter permanente para aquisição de terrenos para
expansão da capacidade instalada da empresa.
d) venda de ações emitidas e recebimento de valores decorrentes da alienação de participações
societárias.
e) recebimento de juros sobre empréstimos concedidos a outras empresas.
R: O recebimento de contribuições de caráter permanente para aquisição de terrenos para
expansão da capacidade instalada da empresa significa “subvenção para investimento”.
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Desembolso por empréstimos concedidos a empresas coligadas e controladas: atividade de


investimento.

Aquisição de máquinas, veículos ou equipamentos através de contrato de arrendamento


mercantil: atividade de investimento.

Venda de ações emitidas: atividade de financiamento; e recebimento de valores decorrentes da


alienação de participações societárias: atividade de investimento.

Recebimento de juros sobre empréstimos concedidos a outras empresas: atividade de


investimento ou, opcionalmente, operacional. Gabarito: C

07. (FCC) A empresa Novos Tempos S.A. tem, segundo a lei societária vigente, a obrigatoriedade
de apresentar a demonstração dos fluxos de caixa (DFC). Em um determinado período, a
empresa efetuou a venda de máquinas e equipamentos totalmente depreciados pelo valor de
R$ 100.000,00, realizou aumento de capital no valor de R$ 1.000.000,00 e comprou softwares
ligados ao processo produtivo à vista.

Na DFC, do mesmo período, esses eventos geraram, respectivamente,

a) aumento das fontes de investimento, aumento das fontes de financiamento e diminuição das
fontes de investimento.

b) aumento das fontes de financiamento, aumento das fontes de investimento e aumento das
fontes de investimento.

c) diminuição das fontes de investimentos, diminuição das fontes de financiamento e diminuição


das fontes de investimento.

d) diminuição das fontes de financiamento, diminuição das fontes de investimento e aumento


das fontes de investimento.

e) diminuição das fontes de investimento, aumento das fontes de financiamento e aumento das
fontes de financiamento.

R: Atividades operacionais são as principais operações geradoras de receita da empresa (vendas


de mercadorias e prestações de serviço, por exemplo), assim como outras que não se encaixem
como atividades de investimento ou financiamento.

Atividades de financiamento são aquelas que resultam em alteração no capital próprio


(principalmente aumentos e diminuições do capital social) e em endividamento da entidade
(aumentos e diminuições do passivo exigível não classificados como fluxos operacionais).

Atividades de investimento são as relativas à aquisição e alienação de ativos de longo prazo e


investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. Gabarito: A

08. (Cesgranrio/2010) Considere as informações extraídas da demonstração do fluxo de caixa


(DFC) da Companhia Sacopã S/A, com dados em reais.

• Recursos oriundos das atividades de financiamentos 53.000,00

• Recursos aplicados nas atividades de investimentos 22.000,00

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

• Recursos oriundos das atividades operacionais 27.000,00

• Saldo de caixa no início do exercício social 10.000,00

Considerando exclusivamente as informações acima, o saldo de caixa no final do exercício social,


em reais, será:

a) 55.000,00

b) 58.000,00

c) 68.000,00

d) 102.000,00

e) 109.000,00

Os recursos oriundos representam as entradas, ao passo que os recursos aplicados indicam as


saídas.

Saldo de caixa no início do exercício social 10.000,00

Recursos oriundos das atividades operacionais 27.000,00

Recursos oriundos das atividades de financiamentos 53.000,00

Recursos aplicados nas atividades de investimentos (22.000,00)

Saldo de caixa no final do exercício social 68.000,00

Gabarito: C

09. (Exame do CFC/FBC/2011) Acerca das demonstrações contábeis, julgue os itens abaixo e, em
seguida, assinale a opção CORRETA.

I. O recebimento de caixa resultante da venda de ativo imobilizado e intangível é apresentado


na demonstração dos fluxos de caixa como atividade operacional.

II. No balanço patrimonial, os ativos mantidos com o propósito de serem negociados classificam-
se no grupo do ativo circulante.

III. Uma empresa que realize uma operação de venda do seu estoque por R$21.000,00, que foi
adquirido por R$11.000,00 e que, ainda, tenha incorrido em comissões sobre venda no valor
total de R$2.000,00 apresentará na demonstração do resultado um lucro bruto de R$8.000,00.

Está(ão) certo(s) apenas o(s) item(ns):

a) I e II.
b) II e III.
c) II.
d) III.
R: Opção I: o recebimento de caixa resultante da venda de bens do ativo imobilizado e intangível
é apresentado na demonstração dos fluxos de caixa como atividade de investimento. Opção III:
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o lucro bruto será de: 21.000 – 11.000 = 10.000. A comissão sobre venda não afeta o lucro bruto,
pois é despesa de venda.

Gabarito: C

10. Dos registros da Cia. Boreal, foram extraídos os dados relativos aos exercícios contábeis de
2009/2010, a seguir:

Informação adicional

I. Títulos com vencimento previsto para 30 dias.

II. Com relação a PCLD, a provisão em 2010 correspondeu a R$ 400,00. Não houve registro de
reversão dos saldos anteriores.

III. O Resultado c/ Venda do Imobilizado corresponde a 75% do valor líquido do bem vendido.

Com base nos dados fornecidos, responder as questões 11 e 12.

11. (Auditor/Receita Federal/Esaf/2012) O resultado apurado no período:

a) gerou um ingresso total de caixa de R$ 16.300,00.


b) quando ajustado, é negativo em R$ 8.700,00.
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c) contribuiu para ingresso financeiro de R$ 12.800,00.


d) representa um uso total de disponibilidades de R$ 12.300,00.
e) indica que a atividade operacional foi positiva em R$ 1.300,00.
R: Lucro líquido do exercício 12.800
Depreciação 3.000
Amortização 500
Resultado de equivalência patrimonial ( 10.000)
Resultado com venda do imobilizado ( 15.000)
Resultado ajustado ( 8.700)
Gabarito: B

12. (Auditor/Receita Federal/Esaf/2012) Para a elaboração da demonstração dos fluxos de caixa


da Cia. Boreal, deve-se considerar que:

a) ocorreu uma aquisição de participações societárias em outras empresas.

b) as atividades operacionais foram alteradas pelo ganho com a venda do Imobilizado.

c) os dividendos distribuídos devem ser demonstrados como atividade de investimento.

d) as atividades de financiamento geram um ingresso positivo no fluxo do caixa.

e) a movimentação dos Fornecedores provoca aumento nas atividades de financiamentos.

Houve aumento de capital, o que indica ingresso de caixa (atividade de financiamento).

R: Na alternativa B, as atividades operacionais não foram alteradas pelos ganhos e perdas na


alienação de bens do ativo imobilizado embutidos no resultado do exercício, pois eles devem
ser eliminados das atividades operacionais e apresentados no grupo das atividades de
investimento, como parte integrante do valor total recebido na alienação dos bens:

Atividade de investimento :

Valor recebido na alienação de imobilizado (III) 20.000

As transações de financiamentos que não afetam o fluxo de caixa devem ser evidenciadas em
notas explicativas, como é o caso do aumento de capital em bens não numerários. Gabarito: D

13. Em uma operação de verificação dos livros contábeis, realizada na Cia. Luanda, foi possível
identificar os seguintes dados: I – O balanço patrimonial dos exercícios 20x1 e 20x2.

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II – A demonstração das mutações do patrimônio líquido

III – Itens da demonstração de resultado do exercício

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IV – Outras informações adicionais

• As notas promissórias vencem em 180 dias.

• Os financiamentos foram contratados junto ao Banco ABC em 30.12.20x1 pelo prazo de 8 anos,
com carência de 3 anos e juros de 5% anuais, pagáveis ao final de cada período contábil. O saldo
devedor é corrigido pela variação da moeda x, com pagamento do principal em 5 parcelas anuais
após o período de carência.

Com base unicamente nos dados fornecidos, responder às questões de números 14 ao 19.

14. (Esaf) O valor dos ingressos de caixa gerado pelas vendas no período examinado foi:

a) 159.500.
b) 150.000.
c) 141.200.
d) 139.500.
e) 139.200.

Gabarito: C
15. (Esaf) Examinando os dados, verifica-se que a empresa pagou aos fornecedores o valor de:
a) 89.500.
b) 86.500.
c) 85.000.
d) 82.000.
e) 75.500.

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R: CMV = EI + C – EF
82.000 = 2.000 + C – 6.500
C = 86.500

Gabarito: A

16. (Esaf) Com base nos dados identificados, pode-se afirmar que a saída de caixa para o
pagamento de despesas foi:

a) 52.700.

b) 50.700.

c) 44.700

d) 45.500.

e) 43.700.

R: Despesas totais de x2 59.000


Variações cambiais passivas ( 6.000)
PDD ( 800)
Depreciação ( 5.500)
Variação positiva em contas a pagar ( 3.000)
Saída de caixa para pagamento de despesas 43.700
As despesas totais de x2 foram registradas segundo o regime de competência. Logo, incluem
apenas gastos incorridos nesse período, pagos ou não. As despesas incorridas e não pagas em
x2 foram eliminadas das despesas totais pela adição (variações cambiais passivas, PDD e
depreciação). A variação positiva no saldo da conta Contas a Pagar, no valor de 3.000,
corresponde à diferença entre as despesas provisionadas em x2, lançadas a crédito, e as
despesas pagas em x2 que foram incorridas e provisionadas antes do pagamento, lançadas a
débito, ou seja, ao excesso das despesas provisionadas sobre as despesas pagas em x2:

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SF – SI = 3.000, que é o valor da despesa provisionada e não paga lançada no resultado de x2.
Ou então: X – Y = 3.000. Essa variação positiva é somada ao lucro líquido para eliminar a despesa
provisionada que está no lucro líquido, mas que ainda não foi paga.

Gabarito: E
17. (Esaf) No período a empresa efetuou compras de estoques no valor de:
a) 89.500.
b) 86.500.
c) 85.000.
d) 82.000.
e) 75.500.
R: CMV = EI + C – EF
82.000 = 2.000 + C – 6.500
C = 86.500 Gabarito: B
18. (Esaf) O valor do caixa líquido consumido nas atividades operacionais é:
a) (9.300).
b) (8.000).
c) (3.000).
d) 7.000.
e) 9.000.
R: Pelo método direto:
Recebimentos de clientes 141.200
Pagamentos de despesas ( 43.700)

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Pagamentos a fornecedores ( 89.500)


Pagamento de IR ( 1.000)
Caixa líquido consumido nas atividades operacionais 7.000
Gabarito: D
19. (Esaf). Com os dados fornecidos e aplicando o método indireto para elaborar o fluxo de caixa,
pode-se afirmar que a contribuição do resultado ajustado para a formação das disponibilidades
é:
a) 21.300.
b) 12.000.
c) 17.500.
d) 20.500.
e) 6.000.

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Gabarito: D

20. (Auditor/Receita Federal/Esaf/2014) O lucro obtido na Venda de Imobilizado e o Resultado


de Equivalência Patrimonial representam, na Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC):

a) ingresso de caixa na atividade de investimento.


b) aumento de atividades operacionais.
c) ajustes do resultado na elaboração da DFC.
d) ingressos por Receita Operacional.
e) aumento de investimentos.
Eis um exemplo que ilustra o que se pede nessa questão:

Lucro líquido do exercício 1.000

Lucro na venda de imobilizado ( 200)

Resultado negativo de equivalência patrimonial 100

Lucro líquido ajustado 1.100

Por se tratar de fluxo de investimentos, o lucro na venda do veículo é excluído dos fluxos das
atividades operacionais. O valor total da venda do veículo deve ser apresentado como fluxo de
investimentos. Gabarito: C

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Mod. IV – Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços (8h)


Unidade 8 - Avaliação de Investimentos (Método de Custo - Equivalência Patrimonial)

8.1 – Influência Significativa


No Ativo Investimento são classificadas as contas representantes de aplicações em bens
tangíveis e intangíveis não usadas nas atividades da empresa e por aplicações de recursos em
participações societárias permanentes.

A Lei 6.404/76 e o CPC 18(Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento


Controlado em Conjunto) e CPC 28 (Propriedade para Investimento) são as bases normativas
para este grupo.

As contas descritas na Lei 6.404/76 neste grupo de Ativo Investimento são:


a- Participações permanentes em outras sociedades;
b- Outros investimentos não classificáveis em Ativo Circulante ou no Realizável a Longo Prazo e
que não se destinem à manutenção da atividade da empresa.

Entretanto, o CPC 28 que trata da propriedade para investimento destacou no subgrupo


Investimentos do Ativo Não Circulante um conjunto de contas, a seguir:

1- Participações Permanentes em outras sociedades – São recursos aplicados de forma


permanente em quotas de Capital ou ações de outras sociedades. (Investimento estratégico,
quando uma empresa deseja participar do Capital da outra porque este é um fornecedor
importante ou estratégico para seu negócio)
2- Propriedade para Investimento – São terrenos ou edifícios para obtenção de renda ou apenas
valorização.
3- Outros Investimentos Permanentes – São aplicações de recursos em bens intangíveis e
tangíveis não utilizados na atividade da empresa; como obras de arte, marcas, direitos em geral
não relacionados com o negócio.

O objetivo do Pronunciamento CPC 18 é o de especificar como devem ser contabilizados os


investimentos em coligadas nas demonstrações contábeis individuais e consolidadas do
investidor e em controladas e em empreendimentos controlados em conjunto (joint ventures)
nas demonstrações contábeis da controladora.

De forma geral, de acordo com os Pronunciamentos Técnicos do CPC, as aplicações em


participações no capital de outras sociedades, devem ser contabilizadas de acordo com a
natureza do relacionamento entre investidor e investida e que são:

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Fonte: Manual de Contabilidade Societária – Fipecafi – 3ª Edição – 2018

Os investimentos permanentes em participação societária devem ser avaliados de forma


distinta, dependendo da importância e do significado do investimento para empresa que fez o
investimento (Investidora).

São 3 as formas de avaliação:

1- Método da Equivalência Patrimonial (MEP)


2- Método do Valor justo
3- Método do Custo

Pelo MEP serão avaliadas as empresas cujas participações societárias se classificarem como
coligadas ou controladas. Se não se classificarem assim, esses investimentos deves ser avaliados
pelo valor justo se possuírem alguma forma de avaliação de mercado. Se não for possível, serão
avaliados pelo seu custo de aquisição.

Fonte: Contabilidade Geral e Avançada Esquematizado – Eugênio Montoto – 6ª Edição

o Pouca ou nenhuma influência sobre a investida: Nesse caso, não existe relação
específica entre as empresas e o principal benefício que se pode esperar do ativo é sua
valorização (ganho de capital) ou renda (dividendos e juros sobre o capital próprio), ou
então, um relacionamento mais de natureza estratégica com a investida; neste último
caso, por exemplo, é comum a empresa adquirir ações de um banco, sem qualquer
influência sobre essa investida, apenas para ter bons relacionamentos comerciais com
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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

ele. Trata-se, portanto, de um investimento em ativo financeiro sem qualquer intenção


de gestão parcial ou total sobre a investida e, como tal, deve ser reconhecido e
mensurado de acordo com o CPC 48 – Instrumentos Financeiros. Como regra geral, sua
avaliação será pelo seu valor justo. Todavia, o investimento será avaliado ao custo
(quando inexistir preço de cotação em mercado ativo e não for possível uma
mensuração confiável a valor justo).

o Influência significativa sobre a investida: Isso implica dizer que a investidora tem a
capacidade de participar de alguma forma do processo decisório da investida, mesmo
sem controlá-la. Assim, adicionalmente aos benefícios de valorização e renda inerentes
ao instrumento de capital, a investidora pode se beneficiar de potenciais sinergias
operacionais entre as sociedades, o que é proporcionado pelos poderes políticos
conferidos pelos instrumentos de capital isoladamente ou em conjunto com outros
instrumentos contratuais (poder de participar das decisões financeiras, operacionais e
estratégicas da investida). Trata-se, então, de um investimento em coligada, o qual deve
ser reconhecido e mensurado de acordo com o CPC 18 – Investimento em Coligada, em
Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto, cuja regra geral de
avaliação é o método de equivalência patrimonial.

o Controle conjunto sobre a investida: Quando duas ou mais partes (sócios) estiverem
compartilhando o controle de uma mesma investida (ou seja, não há uma única parte
que tenha o poder de controle individualmente falando), temos um exemplo de uma
entidade controlada em conjunto (joint venture). A classificação como entidade
controlada em conjunto deve ser feita com base no CPC 19 – Negócios em Conjunto e o
reconhecimento inicial e mensurações subsequentes devem ser feitos de acordo com o
CPC 18 – Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado
em Conjunto, o qual exige que a participação seja avaliada pela equivalência patrimonial
(regra geral).

o Controle sobre a investida: Sempre que uma das partes (sócios) tiver preponderância
nas decisões sobre políticas financeiras e operacionais da investida, ou de outro modo,
quando uma entidade tem poder para dirigir as atividades relevantes da investida e usa
esse poder em seu benefício, temos um exemplo em que a investida se caracteriza como
uma controlada dessa entidade que detém o poder de comando. A obtenção do
controle deve ser contabilizada considerando as disposições do CPC 15 – Combinação
de Negócios. A avaliação do investimento em controlada nas demonstrações financeiras
individuais da controladora é feita pela equivalência patrimonial e devem ser seguidos
os procedimentos detalhados no CPC 18 – Investimento em Coligada, em Controlada e
em Empreendimento Controlado em Conjunto, por exigência da lei societária brasileira.
Nas normas internacionais, a aplicação da equivalência patrimonial no caso de
controlada é permitida nas chamadas demonstrações financeiras separadas (no nosso
caso brasileiro, nas individuais). Torna-se, no caso de existência de pelo menos uma
controlada, obrigatória a elaboração das demonstrações consolidadas (com algumas
exceções), que será feita de acordo com o CPC 36 – Demonstrações Consolidadas.

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- Influência significativa

Significa a existência do poder de participar nas decisões financeiras e operacionais da investida.


É presumido que exista influência significativa quando a entidade possui 20%, ou mais, das ações
ou das quotas com direito a voto da investida. A entidade perde a influência significativa sobre
a investida quando ela perde o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e
operacionais daquela investida.

O CPC 18 (item 6) indica, de forma não exaustiva, as seguintes evidências de influência


significativa:
“a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida;
b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos
e outras distribuições;
c) operações materiais entre o investidor e a investida;
d) intercâmbio de diretores ou gerentes; ou
e) fornecimento de informação técnica essencial.”

A existência e o efeito dos direitos de voto potenciais devem ser considerados quando da
avaliação da influência significativa de uma entidade sobre outra. Isso implica dizer que o
percentual de participação a ser considerado quando da análise da influência significativa deve
ser recalculado assumindo-se que as partes convertam ou exerçam seus direitos potenciais de
voto (somente aqueles prontamente exercíveis ou conversíveis), independentemente da
intenção ou da capacidade financeira das partes para exercê-los ou convertê-los.

8.2 – Investimentos em coligadas e controladas


Para isso, apresentamos abaixo os termos utilizados neste CPC e suas definições:

o Coligada é a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa.

o Influência significativa significa existência do poder de participar nas decisões


financeiras e operacionais da investida. É presumido que exista influência significativa
quando a entidade possui 20%, ou mais, das ações ou das quotas com direito a voto da
investida. A entidade perde a influência significativa sobre a investida quando ela perde
o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais daquela
investida.

o Controlada é a entidade na qual a controladora, diretamente ou por meio de outra


controlada, tem poder para assegurar, de forma permanente, preponderância em suas
deliberações sociais e de eleger a maioria de seus administradores.

o Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um grupo econômico,


em que ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da
controladora e de suas controladas são apresentados como se fossem uma única
entidade econômica.

o Método da equivalência patrimonial é o método de contabilização por meio do qual o


investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e, a partir daí, é ajustado para
refletir a alteração pós-aquisição na participação do investidor sobre os ativos líquidos
da investida. As receitas ou as despesas do investidor incluem sua participação nos

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lucros ou prejuízos da investida, e os outros resultados abrangentes do investidor


incluem a sua participação em outros resultados abrangentes da investida.

o Negócio em conjunto é um negócio do qual duas ou mais partes têm controle conjunto.

o Controle conjunto é o compartilhamento, contratualmente convencionado, do controle


de negócio, que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem
o consentimento unânime das partes que compartilham o controle.

o Empreendimento controlado em conjunto (joint venture) é um acordo conjunto por


meio do qual as partes, que detêm o controle em conjunto do acordo contratual, têm
direitos sobre os ativos líquidos desse acordo. Investidor conjunto (joint venturer) é uma
parte de um empreendimento controlado em conjunto (joint venture) que tem o
controle conjunto desse empreendimento. Influência significativa é o poder de
participar das decisões sobre políticas financeiras e operacionais de uma investida, mas
sem que haja o controle individual ou conjunto dessas políticas.

O investimento em controlada obriga à elaboração da demonstração consolidada, com as


exceções previstas no Pronunciamento Técnico CPC 36 – Demonstrações Consolidadas. Nas
demonstrações individuais, o investimento em controlada é avaliado pelo método da
equivalência patrimonial.

8.3 – Métodos do Custo

O CPC 18, transformado em Norma Brasileira de Contabilidade NBCTG 18 pela Resolução n.


1.241/2009, em seu item 11, transcrito a seguir, determina que um investimento, mesmo
quando for avaliado por equivalência patrimonial, deve ser inicialmente calculado pelo seu custo
inicial. O custo de aquisição é sempre a referência para contabilização inicial, qualquer que seja
o método a ser utilizado posteriormente, isto é, no primeiro balanço feito após o
reconhecimento inicial.

“Pelo método de equivalência patrimonial, um investimento em coligada e em controlada (neste


caso, no balanço individual) é inicialmente reconhecido pelo custo. ”

Todas as aplicações em instrumentos patrimoniais (quotas ou ações) que não se enquadrem


como controladas ou coligadas devem ser avaliadas primordialmente pelo método do valor
justo, e essa determinação está na norma NBC TG 48 (CPC 48), em seu item B.5.2.3, transcrito a
seguir:

“Todos os investimentos em instrumentos patrimoniais e contratos relativos a esses


instrumentos devem ser mensurados ao valor justo. Contudo, em circunstâncias limitadas, o
custo pode ser uma estimativa apropriada do valor justo. Esse pode ser o caso se não houver
informações suficientes mais recentes disponíveis para mensurar o valor justo, ou se houver
ampla gama de mensurações ao valor justo possíveis e o custo representar a melhor estimativa
do valor justo nessa gama”.

Caso não seja possível avaliar pelo método do valor justo, a participação societária permanente
pode ser avaliada pelo método do custo, mas o método do custo é a última alternativa, e isso
está ratificado no item B.5.2.6 da norma NBC TG 48, transcrito a seguir:

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“O custo nunca é a melhor estimativa do valor justo para investimentos em instrumentos


patrimoniais cotados (ou contratos relativos a instrumentos patrimoniais cotados)”.

Portanto, se a participação societária não for controlada nem coligada e somente se não tiver
algum tipo de cotação de mercado, ela deve ser avaliada pelo método do custo.

O método do custo baseia-se no fato de que a investidora registra somente as operações ou


transações baseadas em atos formais, pois, de fato, os dividendos são registrados como receita
quando o direito ao seu recebimento estiver estabelecido. Portanto, não importa quando ou
quanto foi gerado de lucro ou outra mutação no patrimônio líquido da investida, mas sim as
datas e atos formais de distribuição de lucros. Com isso, deixa-se de reconhecer, na investidora,
a parte que lhe cabe nos lucros gerados e não distribuídos pela investida e em outras mutações
de patrimônio líquido.

8.4 – Método da Equivalência Patrimonial


Na avaliação de investimentos permanentes em outras sociedades através do método de
equivalência patrimonial (MEP) as empresas reconhecem a parte que lhes cabe nos resultados
gerados por suas investidas no momento em que tais resultados são gerados naquelas
empresas, e não somente no momento em que são distribuídos na forma de dividendos, como
ocorre no método de custo. Portanto, o método da equivalência patrimonial acompanha o fato
econômico, que é a geração dos resultados e não a formalidade da distribuição de tal resultado.

A equivalência patrimonial fundamenta-se na diretriz de que a parte da investidora nos


resultados e quaisquer outras variações patrimoniais da investida sejam reconhecidas (na
investidora) no momento de sua geração (na investida). O CPC 18 prevê que um investimento
em outra sociedade seja contabilizado pelo MEP a partir da data em que ela se torna sua coligada
ou controlada em conjunto e esse investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e
subsequentemente ajustado pelo reconhecimento da parte do investidor em quaisquer
mutações ocorridas no patrimônio líquido da investida.

Imagine uma situação na qual uma investida que tenha lucros não distribuídos e que faça com
que seu patrimônio líquido dobre em cinco anos. Com o investimento avaliado pelo custo,
metade do seu patrimônio líquido não estará sendo reconhecido pela investidora. Assim, a parte
relativa aos lucros não distribuídos será reconhecida somente quando os lucros forem
declarados ou distribuídos um dia, ou, então, quando da venda do investimento.

Além disso, no método do custo a existência de prejuízos na investida também pode não estar
sendo reconhecida na investidora, a não ser que haja evidência de que o valor recuperável do
investimento pode estar sendo afetado e se proceda ao reconhecimento de uma perda
(impairment) do investimento.

A utilização do método de equivalência patrimonial, por outro lado, faz com que essas distorções
não aconteçam. Isso porque a parte do investidor em qualquer mutação de patrimônio líquido
da investida é reconhecida no saldo contábil do investimento. Portanto, o investidor reconhece
os lucros e prejuízos da investida, e eventuais participações em outras mutações patrimoniais,
na parte que lhe cabe, conforme vão sendo gerados na investida.

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A data do Balanço e da Demonstração de Resultado da investida deve ser coincidente com a da


investidora, sendo que se aceitam demonstrações com defasagem de até dois meses, mas
sempre anteriores ao da companhia investidora.

8.5 – Ganho ou Perda de Capital

Fonte:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1286121/mod_resource/content/1/Aula%2012.pdf

Mais valia e goodwill - Reconhecimento inicial

O investimento em coligadas, controladas ou controladas em conjunto deve ser inicialmente


reconhecido pelo custo e ajustado subsequentemente pela parte do investidor nos resultados e
nas mutações do patrimônio líquido da investida. Nos casos em que esses investimentos foram
feitos por meio de subscrições de capital nas empresas formadas pela própria investidora sem
a ocorrência de ágio na subscrição de ações, não teremos nenhum tipo de mais-valia ou ainda
um ágio por rentabilidade futura contido no custo do investimento quando do reconhecimento
inicial.

Caso a investidora tenha comprado essa participação (e na ausência de uma participação


preexistente), o valor de aquisição representa o custo para fins do reconhecimento inicial, como
previsto no CPC 18. Esse valor de aquisição, para fins contábeis, pode ser decomposto em até
três valores:

o (a) valor patrimonial do investimento, pela parte do investidor no patrimônio líquido da


investida (PL da investida X o percentual da participação comprada);

o (b) valor por mais-valia de ativos líquidos, pela parte do investidor na diferença positiva
entre o valor justo dos ativos líquidos e o valor patrimonial desses mesmos ativos
líquidos; e

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o (c) valor de ágio por rentabilidade futura (goodwill), pela diferença positiva entre o valor
de aquisição para o investidor na participação comprada e a parte que lhe cabe no valor
justo dos ativos líquidos da investida.

Recomenda-se, já na ocasião do reconhecimento inicial, segregar o valor do investimento


(reconhecimento inicial) em subcontas específicas. Essas subcontas compõem o saldo contábil
do investimento (coligadas, controladas em conjunto ou controladas), e que deve figurar no
subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante no Balanço Patrimonial individual do
investidor.

Essa diferença, se positiva, é chamada de Ágio por Rentabilidade Futura (Goodwill) e, se


negativa, de Ganho por Compra Vantajosa. Caso tenhamos ambas as diferenças como negativas,
teremos então um valor por menos-valia de ativos líquidos (ativos que valem menos do que o
montante pelo qual estão escriturados) e um ganho de compra vantajosa (custo de aquisição
por valor menor do que valem os ativos e passivos adquiridos).

O goodwill, muito embora seja composto por expectativa de rentabilidade futura, não possui
vida útil definida razão pela qual não está sujeito à amortização contábil periódica.

Na eventualidade de apuração de ganho por compra vantajosa, o registro contábil deve ser feito
conforme previsto no Pronunciamento Técnico CPC 15, reconhecido no resultado a débito da
conta de investimento na data da obtenção da influência, controle ou controle compartilhado.

Determinação da mais-valia e do goodwill

Para determinar a mais-valia e o goodwill na data em que se obtém a influência ou o controle


(conjunto ou total), a qual pode ser a própria data da compra da participação de capital na
investida, é necessário estimar o valor justo dos ativos líquidos da investida e determinar o valor
contábil de seu patrimônio líquido. A mensuração do valor justo dos ativos líquidos da investida
deve ser feita seguindo-se as orientações do CPC 15 – Combinação de Negócios e do CPC 46 –
Mensuração do Valor Justo. Por sua vez, o valor contábil do patrimônio líquido da investida será
determinado com base em Balanço Patrimonial Especial levantado na data em que se obtém a
influência ou o controle (conjunto ou individual).

Caso antes da obtenção da influência significativa ou do controle (conjunto ou individual) a


investidora já tenha uma participação na investida, a determinação da mais-valia de ativos
líquidos (ou menos-valia) e do goodwill (ou ganho por compra vantajosa) será feita considerando
a soma do valor de aquisição da participação comprada com o valor justo dessa participação que
a investidora já tinha na investida. Vale lembrar que isso não vale para uma situação em que
antes a investidora tinha influência e com a transação passou a ter controle conjunto e vice-
versa, já que nesse caso era utilizada a equivalência patrimonial e nada muda com tal alteração.

Agora, se a empresa já tinha um investimento em coligada ou controlada em conjunto e,


posteriormente, passa a deter o controle, o procedimento é diferente. O investimento anterior
é ajustado a seu valor justo, contra o resultado do período, e esse valor é somado ao valor justo
da nova aquisição para definição do valor de aquisição. A partir desse novo valor de aquisição é
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que se definem a mais-valia e o goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura). É como
se fosse vendida a participação anterior pelo seu valor justo e uma compra nova fosse feita
relativa à nova participação total. Justifica-se esse procedimento de considerar o valor da
participação preexistente pelo valor justo em função de que a obtenção do controle é relevante
a ponto de mudar a base de avaliação dos ativos e passivos envolvidos (a participação
preexistente na investidora e os ativos líquidos do negócio adquirido).

Perdas por redução ao valor recuperável

O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) pertinente a empreendimento


controlado em conjunto ou coligada deve estar contido no saldo contábil da conta de
investimento e não deve ser amortizado de forma linear ou constante, sendo o investimento
como um todo (ou seja, incluindo o goodwill) testado anualmente (ou com mais frequência caso
existam evidências para tal) frente ao valor recuperável, conforme Pronunciamento Técnico CPC
01.

Note que esse ágio só deve ser classificado no subgrupo de intangíveis no balanço consolidado,
nunca no balanço individual, onde deve permanecer integrando o saldo contábil do
investimento, o qual é apresentado no subgrupo de investimentos; afinal, o goodwill assim
calculado é pertinente à adquirida, pago pela adquirente (nos casos em que houve compra, por
exemplo) e para esta, individualmente, representa parte do custo de seu investimento, mesmo
que sujeito a impairment.

No balanço consolidado, o ágio (goodwill) da combinação deve ficar registrado no subgrupo do


ativo intangível por se referir à expectativa de rentabilidade futura da controlada adquirida,
cujos ativos e passivos estão consolidados nos da controladora.

Já no balanço individual da controladora, a parte desse ágio atribuível à controladora deve


integrar o saldo contábil do investimento e, portanto, ficar no subgrupo de investimentos do
grupo de ativos não circulantes, porque, para a investidora, faz parte do seu investimento na
aquisição da controlada, não sendo ativo intangível seu (como dito atrás, essa parte da
expectativa de rentabilidade futura – o genuíno intangível – é da controlada). O processo de
reconhecimento de impairment, por outro lado, deve ser aplicado tanto à conta de ágio
(goodwill) no balanço consolidado (ver Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos), como à subconta também de ágio (goodwill) no balanço individual.

A conta de investimento deve ser detalhada em notas explicativas quanto aos seus três
componentes (se existirem): valor patrimonial da participação da controladora no valor contábil
do patrimônio líquido da controlada adquirida, valor da mais valia dos ativos líquidos adquiridos
atribuída à controladora e ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) atribuído à
controladora.

Na eventualidade de apuração de ganho por compra vantajosa, o registro contábil deve ser feito
conforme previsto no Pronunciamento Técnico CPC 15, o que redundará em reconhecimento
de ganho na entidade adquirente.

Exemplo fictício:

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1- Compra de investimento pelo valor justo.

Empresa A compra 80% das ações da Empresa B


• PL da Empresa B = $100.000
• Valor justo de ativos líquidos da Empresa B (*) = $120.000
(*) Valor justo de ativos líquidos = Ativos a valor justo – Passivos a valor justo
Valor de aquisição das ações da Empresa B - Valor pago pela Compra = $96.000
Contabilização da aquisição do investimento:

Supondo que, na data de fechamento do Balanço Patrimonial, o PL da empresa investida seja


$120.000, e o aumento seja proveniente de um lucro de $20.000 obtido no período. O valor do
investimento na empresa investidora, avaliado pela Equivalência Patrimonial, será acrescido de
$16.000 (80% de participação).

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Exemplo fictício:

2- Compra de investimento por valor inferior ao valor justo.

Empresa A compra 80% das ações da Empresa B

• PL da Empresa B = $100.000
• Valor justo de ativos líquidos da Empresa B (*) = $120.000
(*) Valor justo de ativos líquidos = Ativos a valor justo – Passivos a valor justo
Valor de aquisição das ações da Empresa B - Valor pago pela Compra = $90.000
Contabilização da aquisição do investimento:

Supondo que, na data de fechamento do Balanço Patrimonial, o PL da empresa investida seja


$120.000, e o aumento seja proveniente de um lucro de $20.000 obtido no período. O valor do
investimento na empresa investidora, avaliado pela Equivalência Patrimonial, será acrescido de
$16.000 (80% de participação)

Exemplo fictício:

3- Compra de investimento por valor superior ao valor justo

Empresa A compra 80% das ações da Empresa B

• PL da Empresa B = $100.000
• Valor justo de ativos líquidos da Empresa B (*) = $120.000
(*) Valor justo de ativos líquidos = Ativos a valor justo – Passivos a valor justo
Valor de aquisição das ações da Empresa B - Valor pago pela Compra = $120.000

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Contabilização da aquisição do investimento:

Supondo que, na data de fechamento do Balanço Patrimonial, o PL da empresa investida a seja


$120.000, e o aumento seja proveniente de um lucro de $20.000 obtido no período. O valor do
investimento na empresa investidora, avaliado pela Equivalência Patrimonial, será acrescido de
$16.000 (80% de participação).

CPC18 (R2) 46. - Em função de o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) integrar
o valor contábil do investimento líquido na investida (não deve ser reconhecido
separadamente), ele não deve ser testado separadamente com relação ao seu valor
recuperável. Em vez disso, o valor contábil total do investimento é que deve ser testado como
um único ativo, em conformidade com o disposto no CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de
Ativos, pela comparação de seu valor contábil com seu valor recuperável (valor justo líquido de
despesa de venda ou valor em uso, dos dois, o maior), sempre que houver indicação que o
investimento líquido possa estar afetado, ou seja, que indicar alguma perda por redução ao seu
valor recuperável.

A perda por redução ao valor recuperável, reconhecida nessas circunstâncias, não deve ser
alocada a qualquer ativo que constitui parte do valor contábil do investimento líquido na
investida, incluindo o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill).
Consequentemente, a reversão dessas perdas deve ser reconhecida de acordo com o CPC 01,
na extensão do aumento subsequente no valor recuperável do investimento líquido. Na
determinação do valor em uso do investimento líquido, a entidade deve estimar:

(a) sua participação no valor presente dos fluxos de caixa futuros que se espera sejam gerados
pela investida, incluindo os fluxos de caixa das operações da investida e o valor residual
esperado com a alienação do investimento; ou

(b) o valor presente dos fluxos de caixa futuros esperados em função do recebimento de
dividendos provenientes do investimento e o valor residual esperado com a alienação do
investimento.
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Sob as premissas adequadas, os métodos acima devem produzir o mesmo resultado.

O valor recuperável de um investimento em coligada ou em um empreendimento controlado


em conjunto deve ser determinado para cada investimento, a menos que a coligada ou o
empreendimento controlado em conjunto não gerem entradas de caixa de forma contínua que
sejam em grande parte independentes daquelas geradas por outros ativos da entidade.

O ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill) também deve integrar o valor contábil
do investimento na controlada (não deve ser reconhecido separadamente) na apresentação das
demonstrações contábeis individuais da controladora. Mas, nesse caso, esse ágio, no balanço
individual da controladora, para fins de teste para redução ao valor recuperável (impairment),
deve receber o mesmo tratamento contábil que é dado a ele nas demonstrações consolidadas.
Devem ser observados os requisitos do Pronunciamento Técnico CPC 36 – Demonstrações
Consolidadas e da Interpretação Técnica ICPC 09 – Demonstrações Contábeis Individuais,
Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método da
Equivalência Patrimonial.

8.6 – Consolidação das Demonstrações Financeiras


O objetivo da consolidação é apresentar aos usuários da informação contábil, principalmente
acionistas e credores, os resultados das operações e a posição financeira da sociedade
controladora e de suas controladas, como se o grupo econômico fosse uma única entidade. Isso
permite uma visão mais geral e abrangente e melhor compreensão do que inúmeros balanços
isolados de cada empresa do grupo. De acordo com o CPC 36, grupo econômico é definido como
constituído pela “controladora e todas as suas controladas”.

8.7 – Conceito
A consolidação das demonstrações contábeis foi introduzida no Brasil pela Lei das S.A. e,
atualmente segue as instruções do Pronunciamento Técnico CPC 36 – Demonstrações Contábeis
Consolidadas; uma vez que a consolidação já era adotada em muitos outros países há vários
anos, particularmente naqueles em que o sistema de captação de recursos era feito por meio
da emissão de ações ao público pelas Bolsas de Valores. Somente por meio dessa técnica é que
se pode realmente conhecer a posição financeira da empresa controladora e das demais
empresas de um grupo econômico.

8.8 – Abrangência
o A entidade que seja controladora deve apresentar demonstrações consolidadas.
o A consolidação da investida se inicia a partir da data em que o investidor obtiver o
controle da investida e cessa quando o investidor perder o controle da investida.

Assim, considerando que norma não tem nenhum dispositivo prevendo a possibilidade de
exclusão de alguma controlada, salvo na situação em que a controladora se enquadre nos
requerimentos de uma entidade de investimento(*), pode-se dizer que as demonstrações
contábeis consolidadas devem incluir todas as controladas de uma controladora, inclusive
aquelas cuja participação estiver classificada como mantida para venda conforme os critérios do
CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada.

(*) Apêndice A do CPC 36 – Definição de Termos:

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Entidade de investimento é a entidade que: (a) obtém recursos de um ou mais investidores com
o intuito de prestar a esses investidores serviços de gestão de investimento; (b) se compromete
com os seus investidores no sentido de que seu propósito comercial é investir recursos
exclusivamente para retornos de valorização do capital, receitas de investimentos ou ambos; e
(c) mensura e avalia o desempenho de substancialmente todos os seus investimentos com base
no valor justo.

Todavia, as controladas mantidas para venda devem integrar as demonstrações consolidadas de


acordo com as exigências do CPC 31-Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação
Descontinuada, e não em consonância com as exigências do CPC 36, uma vez que a base de
avaliação e a forma de apresentação são diferentes. Isso implica dizer que uma controlada
também não pode ser excluída da consolidação simplesmente porque sua controladora é uma
organização de capital de risco, fundo mútuo, unidade fiduciária ou entidade similar, tal como
ocorre em relação ao método de equivalência patrimonial relativo aos investimentos em
coligadas ou joint ventures mantidas por esses tipos de empresas.

Da mesma forma, uma controlada não pode ser excluída da consolidação simplesmente porque
suas atividades de negócio são diferentes daquelas das demais entidades do grupo. A leitura de
demonstrações contábeis não consolidadas de uma empresa com investimentos relevantes em
controladas perde muito de sua significação, pois essas demonstrações não fornecem
elementos completos para o real conhecimento e entendimento da situação financeira em sua
totalidade e do volume total das operações.

A consolidação, de acordo com a Lei das Sociedades por Ações, é obrigatória para as companhias
abertas (art. 249) e para os grupos de sociedades formalmente constituídos na forma do
Capítulo XXI da Lei no 6.404/76, independentemente de serem ou não companhias abertas
(aplicando-se a consolidação mesmo que a sociedade de comando não seja uma sociedade por
ações, tal como no caso de uma empresa limitada). Como, porém, a norma contábil que
determina em que casos devem ser elaboradas as demonstrações consolidadas, o
Pronunciamento Técnico CPC 36 (R3) – Demonstrações Consolidadas, foi aprovado não só pela
CVM, mas também pelo CFC, isso significa que todas as demais sociedades, por ações, limitadas
e outras estão também obrigadas à consolidação.

8.9 – Procedimentos de Consolidação


O objetivo básico da consolidação é o de apresentar a posição financeira e os resultados das
operações das diversas empresas do grupo como se fosse uma única entidade. Assim, tendo em
mãos as demonstrações contábeis das empresas que serão consolidadas, a técnica básica é,
primeiramente, somar os saldos das contas. Dessa forma, por exemplo, o saldo consolidado do
subgrupo Disponível será a soma do Disponível das empresas consolidadas.
O mesmo deve ser feito para as demais contas do balanço, como clientes, estoques, imobilizado,
contas a pagar, fornecedores etc.; e para as contas de resultado também. Já os demais
procedimentos de consolidação visam promover os ajustes para que os saldos consolidados
representem adequadamente a posição financeira e patrimonial do grupo, considerando apenas
as transações realizadas junto a terceiros. Por esse motivo, os efeitos das transações realizadas
entre as empresas do grupo (saldos patrimoniais, receitas e despesas) devem ser eliminados no
processo de consolidação.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

As receitas e despesas de uma controlada são incluídas nas demonstrações consolidadas


somente a partir da data de aquisição do controle. Se houver alienação ou perda do controle,
elas são consideradas também somente até essa data.
A defasagem máxima entre as datas de encerramento das demonstrações da controlada e da
controladora não deve ser superior a dois meses, devendo ser considerados os efeitos de
transações relevantes nesse período.
O grupo econômico de sociedades (controladora e controladas) deve utilizar práticas contábeis
uniformes para registrar e apresentar transações e outros eventos em circunstâncias similares.
Se houver diferenças de práticas contábeis, cabe à controladora refazer, para fins de
consolidação, as demonstrações da(s) controlada(s) antes da consolidação.

Vamos exemplificar uma eliminação de saldos e transações intragrupo.


A controladora A constituiu, em novembro de 20X1, uma controlada B (da qual A detém 100%
do capital), e que a controladora A tenha integralizado em dinheiro todo o capital da controlada
B, que é de $ 125.000, e que esta não tenha ainda começado suas operações. A primeira
eliminação é a desse investimento, pois é como se fosse transferido dinheiro de um bolso para
outro da mesma entidade.

No início de dezembro de 20X1, a controladora A tenha vendido mercadorias, a prazo, por $


100.000 (que é também o preço de custo de compra dessas mercadorias), para sua controlada
B e esta, antes do encerramento do exercício, as tenha vendido para terceiros. Essa transação
entre as empresas gerou, entre outras coisas, saldos patrimoniais (Clientes em A e Fornecedores
em B). Assim, a segunda eliminação é:

A consolidação da posição patrimonial fica assim:

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Além desses lançamentos, referentes somente ao Balanço, temos ainda de eliminar, na


Demonstração Consolidada dos Resultados do Exercício, as vendas realizadas intragrupo, pois
logicamente a controladora A, ao efetuar a venda de $ 100.000 à controlada B, registrou tal
operação como sua receita(vendas) e, em contrapartida, como custo das mercadorias vendidas.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Do ponto de vista do grupo essa venda não foi realizada junto a terceiros, de forma que a receita
e a despesa (custo da mercadoria vendida) devem ser eliminadas. O lançamento é o seguinte:
Receita com vendas (Cia A) – 100.000
a CMV (Cia A) – 100.000

A consolidação da DRE fica como no quadro abaixo:

Nesse exemplo, vimos como fazer as eliminações de investimentos de uma empresa em outra,
de saldos patrimoniais decorrentes de operações intragrupo, bem como do efeito dessas
operações no resultado, apesar de se ter assumido que a venda foi a preço de custo, não
gerando lucro para a empresa do grupo que vendeu as mercadorias e que a controlada não
tenha ainda tido qualquer lucro ou prejuízo porque não começou suas operações.

8.10 – Perda de Controle


Na hipótese de haver a perda do controle da controlada, a controladora deve, para fins de
demonstrações consolidadas:
(a) baixar:
(i) os ativos (incluindo qualquer ágio) e os passivos da controlada pelo seu valor contábil
na data em que o controle for perdido; e
(ii) o valor contábil de quaisquer participações de não controladores na ex-controlada
na data em que o controle for perdido (incluindo quaisquer componentes de outros resultados
abrangentes atribuídos a elas);

(b) reconhecer:
(i) o valor justo da contrapartida recebida, se houver, proveniente de transação, evento
ou circunstâncias que resultaram na perda de controle;

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

(ii) essa distribuição, se a transação, evento ou circunstâncias que resultaram na perda


de controle envolverem a distribuição de ações da controlada aos proprietários em sua condição
de proprietários; e
(iii) qualquer investimento retido na ex-controlada, pelo seu valor justo na data em que
o controle é perdido;

(c) reclassificar para o resultado do período ou transferir diretamente para lucros


acumulados, se exigido por outros Pronunciamentos Técnico, Interpretações ou Orientações do
CPC, os valores reconhecidos em outros resultados abrangentes em relação à controlada;

(d) reconhecer qualquer diferença resultante como perda ou ganho no resultado do


período, atribuíveis à controladora.

8.11 – Divulgação
O Pronunciamento Técnico CPC 36 (R3) – Demonstrações Consolidadas, aprovado pela
Deliberação CVM no 668/11 e pela Resolução CFC no 1.273/10 e no 1.351/11, elenca uma série
de itens de divulgação que devem ser observados:

a) a natureza da relação entre a controladora e a controlada, quando a controladora não possuir,


direta ou indiretamente (por meio de suas controladas), mais da metade do poder de voto da
controlada;
b) as razões pelas quais embora possua a propriedade, direta ou indireta (por meio de suas
controladas), de mais da metade do poder de voto ou potencial poder de voto de investida não
detém controle;
c) a data de encerramento do período abrangido pelas demonstrações contábeis da controlada
utilizadas para elaboração das demonstrações consolidadas quando forem na data de
encerramento ou um período diferente das demonstrações contábeis da controladora e o
motivo para utilizar uma data ou período diferente;
d) a natureza e a extensão de alguma restrição significativa (resultante de contratos de
empréstimos ou exigência de órgãos reguladores, por exemplo) sobre a capacidade da
controlada de transferir fundos para a controladora na forma de dividendos ou do pagamento
de empréstimos ou adiantamentos;
e) um quadro evidenciando cronologicamente as mudanças na relação de propriedade da
controladora sobre a controlada (participação relativa) e seus efeitos, bem como a alteração do
patrimônio líquido consolidado atribuível aos proprietários da controladora, mas que não
resultaram na perda do controle; e
f) qualquer ganho ou perda decorrente da perda do controle da controlada, reconhecido de
acordo com o item 34, detalhando:
i) a parte do ganho ou perda decorrente do reconhecimento, ao valor justo, do investimento
remanescente na ex-controlada, se houver, na data em que o controle foi perdido; e
ii) a linha do item ou itens na demonstração do resultado consolidado em que o ganho ou a
perda foi reconhecido, no caso de ele não estar apresentado em uma linha separada na
demonstração do resultado consolidado.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Exercícios resolvidos – Módulo IV


Módulo IV – Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços

01. (Esaf/Adaptada) A empresa Lua S/A apresentou valores não circulantes com os seguintes
saldos:

Contas: Saldos Saldos


Ações de Coligadas R$2.000,00
Ações de Controladas R$5.000,00
Ações em Outras Cias. R$1.200,00
Marcas e Patentes R$400,00
Móveis e Utensílios R$800,00
Provisão para Perdas em R$100,00
Investimentos
Veículos R$1.200,00

Observações:

o – não há contabilização de correção monetária;


o – não houve nenhuma movimentação no saldo das contas;
o – as participações em coligadas e controladas são avaliadas por equivalência
patrimonial;
o – as participações acionárias são: PA de 40% em controladas; PA de 20% em coligadas;
e PA de 10% em outras companhias.
o – as controladas apuraram lucro líquido de R$ 1.000,00 e distribuíram dividendos de
R$ 200,00;
o – as coligadas apuraram lucro líquido de R$ 1.000,00 e distribuíram dividendos de R$
200,00.

Contabilizando-se os ajustes necessários ao balanço, no fim do exercício, vamos encontrar essa


empresa com um ativo não circulante no valor de:

a) R$ 10.860,00. b) R$ 10.980,00. c) R$ 10.620,00. d) R$ 10.900,00. e) R$ 10.820,00.

R: Em relação aos investimentos em controladas, por serem avaliados pelo método da


equivalência patrimonial, a investidora deve reconhecer, proporcionalmente, o lucro apurado
pelas investidas: 1.000,00 x 40% = 400,00:

D - Ações de Controladas
C - Resultado Positivo na Equivalência Patrimonial 400,00
Se as controladas apuraram lucro, houve aumento de seus patrimônios líquidos. Então, a
investidora deve aumentar o saldo da conta que registra o investimento:

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Os dividendos distribuídos pelas controladas e ainda não recebidos pela investidora são
registrados como redução do valor do investimento, proporcionalmente ao percentual de
participação: 200,00 x 40% = 80,00:

D - Dividendos a Receber
C - Ações de Controladas 80,00

Os dividendos de participações avaliadas pelo método da equivalência patrimonial devem ser


registrados em contrapartida com a conta que registra a participação (Ações de Controladas).
Ao distribuírem os dividendos, as controladas retiram da conta Lucros Acumulados o valor
correspondente, reduzindo o patrimônio líquido. Para que seja mantida a equivalência entre o
PL das controladas e o valor do investimento, na controladora, o saldo da conta que registra a
participação deve ser diminuído. Na hipótese das coligadas, os procedimentos são idênticos:

D - Ações de Coligadas
C - Resultado Positivo na Equivalência Patrimonial 1.000,00 x 20% 200,00
D - Dividendos a Receber
C - Ações de Coligadas 200,00 x 20% 40,00
Após os lançamentos acima, as contas Ações de Controladas e Ações de Coligadas apresentam
os seguintes saldos:

Os saldos das contas do ativo não circulante são indicados abaixo:

Ativo Não Circulante 2.160,00


Ações de Controladas 5.320,00
Ações em Outras Cias 1.200,00
Marcas e Patentes 400,00
Móveis e Utensílios 800,00
Provisão para Perdas em (100,00)
Investimentos
Veículos 1.200,00
Total 10.980,00
Gabarito: B

02. (Esaf) A empresa Dona S/A possui capital social formado por 2 milhões de ações.

Nós, a empresa Sócia S/A, possuímos 30% desse capital e avaliamos o nosso investimento pelo
método da equivalência patrimonial.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

No fim do exercício social a empresa Dona S/A, tendo apurado lucro líquido de R$ 300.000,00,
resolveu contabilizar a distribuição de dividendos calculados em 40% deste lucro. O nosso
contador, ao ser comunicado deste fato, promoveu o seguinte lançamento no Diário da
empresa Sócia S/A para registrar o dividendo a ela distribuído:

a) Dividendos a Receber
a Investimentos Permanentes
a Ações da Empresa Dona S/A
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 36.000,00
b) Dividendos
a Receber a Receitas de Dividendos
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 36.000,00

c) Investimentos Permanentes
Ações da Empresa Dona S/A
a Receita da Equivalência Patrimonial
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00

d) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00

e) Equivalência Patrimonial
a Investimentos Permanentes
a Ações da Empresa Dona S/A
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00

Dos 300.000,00 do lucro líquido apurado, a companhia investida distribuiu dividendos de 40%:
300.000,00 x 40% = 120.000,00.

Desse valor distribuído, a investidora tem direito a 30%, que é o percentual de sua participação
na investida: 120.000,00 x 30% = 36.000,00.

O investimento é avaliado pela equivalência patrimonial. Em consequência, a investidora deve


registrar o dividendo proposto como redução do valor do saldo da conta que registra a
participação na investida:

D - Dividendos a Receber

C - Investimentos Permanentes 36.000,00

Ações da Empresa Dona S/A é uma subconta da conta Investimentos Permanentes. Gabarito: A

03. (Esaf). Em cada círculo está inscrito o nome de uma empresa. A seta indica participação de
uma empresa no capital de outra. No retângulo está o percentual de cada participação.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Assinale a opção correta.

a) A empresa Alfa controla indiretamente a empresa Ômega.


b) A empresa Alfa controla indiretamente a empresa Lâmina.
c) A empresa Beta controla a empresa Lâmina.
d) A empresa Beta controla a empresa Ômega.
e) A empresa Gama controla a empresa Beta.

Alfa tem participação em Gama de 90%, cuja participação em Ômega é também de 90%:

Desse modo, Alfa é titular de 90% dos 90% que Gama tem de Ômega: Participação indireta de
Alfa em Ômega: 90% x 90% = 81%.

Pode-se dizer que Alfa controla Ômega de forma indireta, uma vez que, com 81% de
participação indireta, certamente a investidora é titular da maioria das ações com direito a
voto da investida. Por lei, o percentual máximo de ações sem direito a voto é de 50% do total
de ações.

Alfa tem participação em Beta de 80%, que participa de Lâmina com 10%:

Participação indireta de Alfa em Lâmina: 80% x 10% = 8%. Gabarito: A

04. (Esaf/Adaptada) No dia 2 de janeiro de x3, a empresa Participa S/A adquiriu 80% do capital
da empresa Construção Ltda., tomando o seu controle com intenção de permanência, pelo
valor de R$ 90.000,00.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Com base nos dados da empresa Construção Ltda., acima, assinale o lançamento que
corresponde a este fato contábil.

A intenção de permanência determina a classificação no ativo não circulante.

PL da empresa Construção Ltda. 60.000,00

Percentual de participação da investidora x 80%

Valor de PL da participação 48.000,00

Preço pago na aquisição da participação 90.000,00

Valor de PL da participação (48.000,00)

Ágio na aquisição da participação 42.000,00

Esse investimento deve ser apresentado no ativo não circulante assim:

Investimentos avaliados pelo PL 48.000,00

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Ágio 42.000,00

Valor contábil dos investimentos 90.000,00

Gabarito: B

05. (Esaf) Em cada círculo está escrito o nome de uma empresa. A seta indica a participação no
capital da outra empresa. No retângulo, está o percentual dessa participação.

Assinale a opção correta.

a) A empresa Alfa controla indiretamente a empresa Lâmina.

b) A empresa Beta controla a empresa Lâmina.

c) A empresa Gama controla a empresa Lâmina.

d) A empresa Gama controla a empresa Beta.

e) A empresa Alfa controla a empresa Beta.

Com a participação de 80%, que lhe assegura a maioria das ações com direito a voto, pode-se
dizer que Alfa controla Beta de forma direta.

Alfa tem participação em Gama de 90%, cuja participação em Lâmina é de 10%:

Desse modo, Alfa é titular de 90% dos 10% que Gama tem de Lâmina:

Participação indireta de Alfa em Lâmina por intermédio de Gama: 90% x 10% = 9%.

Alfa tem participação em Beta de 80%, que participa de Lâmina com 10%:

Participação indireta de Alfa em Lâmina por intermédio de Beta: 80% x 10% = 8%. Gabarito: E

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06. (Auditor/Receita Federal/Esaf/2012) Observado o exposto no gráfico de participações


societárias da Cia. Firmamento, a seguir, pode-se afirmar que

a) a participação dos acionistas não controladores na Cia. Netuno corresponde a 16,5%


do capital total.
b) os dividendos distribuídos pela Cia. Vênus devem ser reconhecidos pela investidora
como Receitas.
c) os juros sobre o capital próprio, quando calculados e pagos pela Cia. Éris, são
registrados pela investidora a débito de Participações Societárias.
d) a Cia. Júpiter é controlada indireta da Cia. Firmamento, mesmo que não se verifique
influência significativa da investidora.
e) a investidora, ao registrar a remuneração distribuída aos acionistas pela Cia. Sol,
efetua um crédito na conta Resultado de Equivalência Patrimonial.

R: Alternativa A: participação da Firmamento na Netuno: 20% + (90% x 70%) + (30% x 5%) =


84,5%. Participação dos minoritários: 100% – 84,5% = 15,5%.

Alternativa B: os dividendos distribuídos pela Vênus são reconhecidos pela Firmamento como
receita de dividendos, no resultado, pois aquela é avaliada pelo custo de aquisição (não é
coligada ou controlada).

Alternativa C: os juros sobre o capital próprio são registrados pela investida como receita.

Alternativa D: participação da Firmamento na Júpiter: (10% x 40%) + (70% x 2%) = 5,4%. Não é
controlada, nem coligada, salvo se houver influência significativa.

Alternativa E: a Firmamento deve registrar como redução do custo do investimento os


dividendos recebidos da Sol, pois se trata de controlada. Gabarito: B

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07. (ICMS-RJ/FCC/2014) Em 31/12/2012, a Cia. Paulista possuía influência significativa na


administração da Cia. Mineira por possuir 30% das ações desta empresa. O saldo contábil
referente a esta investida, em 31/12/2012, era R$ 2.1000.000,00. Em 31/12/2012, a Cia.
Paulista vendeu 2/3 (dois terços) de sua participação na Cia. Mineira por R$ 2.600.000,00 à
vista e a participação remanescente nesta Cia., ou seja, 1/3 (um terço), passou a ser
considerada um ativo financeiro, uma vez que a Cia. Paulista perdeu a influência significativa
na investida. O valor justo avaliado da participação remanescente na data da venda foi R$
1.300.000,00.

Com base nestas informações, o resultado que a Cia. Paulista reconheceu em sua
demonstração de resultados, com a alienação de parte do investimento e a perda de influência
significativa sobre o saldo remanescente, consideradas em conjunto, foi

a) R$ 600.000,00.
b) R$ 1.800.000,00.
c) R$ 500.000,00.
d) R$ 1.200.000,00.
e) R$ 1.300.000,00.

R: Parte vendida do investimento: 2.100.000 x 2/3 = 1.400.000

Parte remanescente do investimento (1/3): 700.000

Resultado na venda: 2.600.000 − 1.400.000 = 1.200.000

A parte remanescente (sem influência) deve ser classificada como instrumento financeiro e
avaliada pelo valor justo.

Reconhecimento do resultado com base no valor justo: 1.300.000 − 700.000 = 600.000.

Esse resultado deve ser acrescido ao investimento remanescente: 700.000 + 600.000 =


1.300.000.

Portanto, no conjunto, o resultado foi afetado em: 1.200.000 + 600.000 = 1.800.000.

Gabarito: B

08. (ICMS-RJ/FCC/2014) A Cia. Carioca adquiriu, em 31/12/2012, 40% das ações da Cia. Copa
por R$ 4.500.000,00 à vista, o que lhe conferiu influência significativa na administração. Na
data da aquisição, o patrimônio líquido da Cia. Copa era R$ 6.000.000,00 e o valor justo líquido
dos ativos e passivos identificáveis desta Cia. era R$ 9.000.000,00, cuja diferença foi
decorrente de um terreno que a Cia. Copa havia adquirido em 2010.

No período de 01/01/2013 a 30/06/2013, a Cia. Copa reconheceu as seguintes mutações em


seu patrimônio líquido:

− Lucro líquido do semestre: R$ 400.000,00

− Ajustes de conversão de investida no exterior: R$ 100.000,00 (credor)

Com base nestas informações, os valores evidenciados no balanço patrimonial da Cia. Carioca,
em Investimentos em Coligadas, em 31/12/2012 e 30/06/2013, foram, respectivamente,

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

a) R$ 4.500.000,00 e R$ 4.660.000,00.
b) R$ 3.600.000,00 e R$ 3.760.000,00.
c) R$ 4.500.000,00 e R$ 4.700.000,00.
d) R$ 3.600.000,00 e R$ 3.800.000,00.
e) R$ 2.400.000,00 e R$ 2.600.000,00.

R: Em 31/12/2012

Valor de PL do investimento: 6.000.000 x 40% = 2.400.000

Valor pago na aquisição do investimento: 4.500.000

Valor justo do investimento: 9.000.000 x 40% = 3.600.000

Mais-Valia = Valor Justo dos Ativos Líquidos − Valor de PL = 3.600.000 − 2.400.000 = 1.200.000

Goodwill = Valor Pago na Aquisição − Valor Justo dos Ativos Líquidos = 4.500.000 − 3.600.000 =
900.000

Registro contábil:

D - Investimento em Coligadas − Valor de PL 2.400.000

D - Investimento em Coligadas − Mais-valia 1.200.000

D - Investimento em Coligadas − Goodwill 900.000

C - Caixa 4.500.000

Em 30/06/2013

Lucro líquido do semestre 400.000

Ajuste de conversão 100.000

Total 500.000 x 40%

Resultado na equivalência 200.000

Valor dos investimentos em coligadas em 31/12/2012 = 4.500.000

Valor dos investimentos em coligadas em 30/06/2013 = 4.500.000 + 200.000 = 4.700.000


Gabarito: C

09. (AFTN/Esaf) Em 10.12.19x2, a Cia. Amazonas vende à vista a sua subsidiária integral, Cia.
Solimões, um imobilizado pelo valor de $ 15.000.000, obtendo um lucro na operação de $
3.500.000.

Em 31.12.19x2, por ocasião da consolidação das demonstrações contábeis, o procedimento de


eliminação do lucro não realizado intercompanhias seria:

a) Terrenos

a Lucros Não Realizados Intercompanhias $ 3.500.000


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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

b) Resultado Operacional

a Terrenos $ 3.500.000

c) Lucro na Alienação de Imobilizados

a Terrenos $ 3.500.000

d) Terrenos

a Lucros na Alienação de Imobilizados $ 3.500.000

e) Terrenos

a Ajustes de Lucros Não Realizados Intercompanhias $ 3.500.000

R: Lançamento da Cia. Amazonas para registrar a venda do imobilizado:

D - Caixa 15.000.000
C - Terrenos 11.500.000
C - Lucro na Alienação de Imobilizados 3.500.000
Lançamento da Cia. Solimões para registrar a compra do imobilizado:
D - Terrenos
C - Caixa 15.000.000
Lançamento de eliminação:
D - Lucro na Alienação de Imobilizado (Cia. Amazonas)
C - Terrenos (Cia. Solimões) 3.500.000

Gabarito: C

10. (Auditor/Receita/Esaf/Adaptada) A empresa LM era subsidiária integral da Cia. ABC, que


também possuía 60% do capital da Cia. XY. Em 31.12.19x1 os balanços patrimoniais da Cia.
ABC e de suas controladas eram os seguintes:

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Outras informações:

– O saldo da conta Valores a Pagar da Cia. XY correspondia a operações de repasses financeiros


com a controladora;

– Em 31.12.19x1 a Cia. LM tinha a receber $ 2.000 de sua controladora.

Com base nas informações anteriores, identifique as respostas das questões 11 a 16.

11. O valor apurado na consolidação dos demonstrativos para as participações minoritárias é:


a) $ 20.000.
b) $ 200.000.
c) $ 100.000.
d) $ 120.000.
e) $ 40.000.
Gabarito: E
12. Em 31.12.19x1 o grupo tinha a receber de terceiros:

a) $ 57.000.
b) $ 64.000.
c) $ 34.000.
d) $ 5.000.
e) $ 25.000.
Gabarito: A
13. O valor consolidado do capital social do grupo era:
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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

a) $ 320.000.
b) $ 200.000.
c) $ 300.000.
d) $ 220.000.
e) $ 100.000.
Gabarito: B
14. Em 31.12.19x1 as obrigações totais do grupo eram:

a) $ 14.000.
b) $ 70.000.
c) $ 84.000.
d) $ 16.000.
e) $ 51.000.
Gabarito: C
15. O valor do ativo não circulante consolidado em 31.12.19x1 era:

a) $ 244.000.
b) $ 224.000.
c) $ 234.000.
d) $ 164.000.
e) $ 184.000.
Gabarito: D
16. (Adaptada) O valor do patrimônio líquido consolidado é:

a) $ 200.000.
b) $ 240.000.
c) $ 300.000.
d) $ 220.000.
e) $ 120.000.
Gabarito: B
Quadro Consolidado:
¹ Conta a receber, no valor de 5.000,00, da Cia. ABC contra a Cia. XY e conta a receber, no valor
de 2.000,00, da Cia. L.M. contra a Cia. ABC.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

² Eliminação da participação de uma sociedade na outra e transferência da participação dos


não controladores para conta apresentada no balanço patrimonial dentro do patrimônio
líquido.

17. (Auditor/Receita/Esaf). Na consolidação dos balanços de controladora e controlada todos


os itens abaixo deverão ser excluídos, exceto:

a) lucro não realizado nas transações de mercadorias entre controladora e controlada.


b) lucro na venda de ativos imobilizados entre controladora e controlada.
c) investimento permanente da controladora na controlada.
d) contas a receber que representam contas a pagar na controlada.
e) participações societárias de empresas não controladas e não pertencentes ao grupo.
R: Os valores eliminados na consolidação são relativos às transações entre as sociedades
integrantes do grupo consolidado. Gabarito: E

18. (Auditor/Receita/Esaf/Adaptada). As participações de acionistas minoritários ou não


controladores, quando da consolidação, deverão ser:

a) deduzidas do valor do investimento no ativo não circulante.


b) acrescidas ao valor do investimento no ativo não circulante.
c) segregadas em conta específica no ativo não circulante.
d) segregadas em conta específica dentro do patrimônio líquido consolidado.
e) consolidadas sem qualquer referência especial.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

R: A participação dos acionistas não controladores deve ser destacada em conta apresentada
no balanço consolidado dentro do patrimônio líquido, separadamente do PL dos proprietários
da controladora. Gabarito: D

19. (Auditor/Receita/Esaf/Adaptada). Na consolidação de demonstrações financeiras, o ágio


expectativa de rentabilidade futura (goodwill) de controladora em controlada avaliado pelo
método da equivalência patrimonial deverá ser:

a) eliminado na consolidação não aparecer na demonstração consolidada.


b) mantido na consolidação e aparecendo na demonstração consolidada.
c) eliminado proporcionalmente à participação da controladora na controlada.
d) transferido para conta de receita no resultado da controladora.
e) transferido ao lucros e perdas do balanço consolidado.
R: No consolidado, o goodwill deve ser apresentado no subgrupo ativo não circulante
intangível. Gabarito: B

20. (Auditor/Receita/Esaf). Na consolidação dos balanços de controladora e controlada todos


os itens abaixo deverão ser excluídos, exceto:

a) lucro não realizado nas transações de mercadorias entre controladora e controlada.


b) lucro na venda de ativos imobilizados entre controladora e controlada.
c) investimento permanente da controladora na controlada.
d) contas a receber que representam contas a pagar na controlada.
e) participações societárias de empresas não controladas e não pertencentes ao grupo.
R: Os valores eliminados na consolidação são relativos às transações entre as sociedades
integrantes do grupo consolidado. Gabarito: E

21. (Auditor/Receita/Esaf/Adaptada). As participações de acionistas minoritários ou não


controladores, quando da consolidação, deverão ser:

a) deduzidas do valor do investimento no ativo não circulante.


b) acrescidas ao valor do investimento no ativo não circulante.
c) segregadas em conta específica no ativo não circulante.
d) segregadas em conta específica dentro do patrimônio líquido consolidado.
e) consolidadas sem qualquer referência especial.
R: A participação dos acionistas não controladores deve ser destacada em conta apresentada
no balanço consolidado dentro do patrimônio líquido, separadamente do PL dos proprietários
da controladora. Gabarito: D

22. (Auditor/Receita/Esaf/Adaptada). Para a elaboração das demonstrações contábeis


consolidadas, a investidora deve:

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a) em nenhuma hipótese utilizar períodos contábeis não idênticos, mesmo que este fato
represente melhoria na qualidade da informação produzida.
b) utilizar demonstrações contábeis e do patrimônio líquido das investidas apuradas na mesma
data das demonstrações contábeis da investidora.
c) compensar quaisquer ativos ou passivos pela dedução de outros ativos ou passivos mesmo
na inexistência de direito de compensação.
d) utilizar demonstrações contábeis de coligadas e controladas elaboradas até 90 dias antes da
data das demonstrações contábeis da investidora.
e) eliminar saldos de quaisquer contas ativas e passivas resultantes de transações das
sociedades incluídas na consolidação.
R: A Lei das S/A, art. 250, fixa que serão excluídas das demonstrações consolidadas: 1 - as
participações de uma sociedade em outra; 2 - os saldos de quaisquer contas entre as
sociedades; 3 - as parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e
do custo de estoques ou do ativo não circulante que corresponderem a resultados, ainda não
realizados, de negócios entre as sociedades. Gabarito: E

23. (Auditor/Receita/Esaf). No processo de elaboração da consolidação das demonstrações


não são excluídos os (as):

a) dividendos recebidos por conta de participações societárias avaliadas por equivalência


patrimonial.
b) vendas de qualquer natureza realizadas entre a empresa controlada e sua controladora.
c) vendas de serviços realizadas entre a empresa controladora e suas controladas.
d) receitas auferidas por conta de juros cobrados em contrato de mútuo realizado entre
empresas do grupo.
e) lucros não realizados decorrentes de operações de venda de ativos entre as empresas do
grupo.
R: No caso de investimento avaliado pela equivalência patrimonial, os dividendos recebidos
são registrados como redução do valor da participação. Não há eliminação a ser feita. Todavia,
se a participação for avaliada pelo custo de aquisição, deverá ser eliminada a receita de
dividendos computada no resultado. Gabarito: A

24. (Auditor/Receita/Esaf/Adaptada). Considerando-se as instruções técnicas do CPC, as


demonstrações contábeis consolidadas exigidas são:

a) demonstração consolidada dos fluxos dos caixas, demonstração consolidada das mutações
patrimoniais, demonstração consolidada do resultado do exercício, balanço patrimonial
consolidado e demonstração consolidada das origens e aplicações de recursos.
b) balanço patrimonial consolidado, demonstração consolidada do resultado do exercício,
demonstração consolidada dos fluxos de caixa, demonstração consolidada do valor
adicionado, demonstração consolidada do resultado abrangente e demonstração consolidada
das mutações patrimoniais.

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c) demonstração consolidada do resultado do exercício, balanço patrimonial consolidado e


demonstração consolidada das origens e aplicações de recursos.
d) demonstração consolidada das origens e aplicações de recursos, demonstração consolidada
das mutações patrimoniais e demonstração consolidada do resultado do exercício.
e) demonstração consolidada da conta lucros/prejuízos acumulados, balanço patrimonial
consolidado e demonstração consolidada do resultado do exercício.
R: A DMPL consolidada é quase igual à DMPL da controladora, exceto pela coluna na qual é
exposta a participação dos não controladores nos patrimônios líquidos das controladas.
Gabarito: B

25. (Auditor Júnior/Petrobras/Cesgranrio/2011) A consolidação das demonstrações contábeis


visa a demonstrar às partes interessadas os resultados das operações e a posição financeira da
controladora e de suas controladas. No caso das companhias abertas, a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) obriga a consolidação para as sociedades que tiverem:

a) investimento em sociedades controladas, incluindo as sociedades controladas em conjunto.


b) investimentos em outras sociedades de capital aberto, em um montante superior a 10% do
seu capital social.
c) menos de 20% de seu capital social investido em empresas do mesmo grupo financeiro.
d) seu patrimônio líquido composto por capital de outras Companhias abertas, que também
são obrigadas a divulgar a consolidação.
e) mais de 40% do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em
sociedades controladas.
R: A Lei das S/A determina que a companhia aberta que tiver mais de 30% do seu patrimônio
líquido representado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar,
juntamente com suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas. Todavia, a
mesma lei dá poderes à CVM para reduzir esse percentual. Com base nessa faculdade, a
autarquia federal obriga a companhia aberta que possua investimentos em controladas,
incluindo controladas em conjunto, a elaborar demonstrações consolidadas, independente do
percentual de participação. Gabarito: A

26. (SABESP/FCC/Analista de Gestão/2014) A Cia. Europeia adquiriu 40% das ações da Cia. Sem
Cheiro por R$ 5.500.000. Na data da aquisição, o Patrimônio Líquido da Cia. Sem Cheiro era R$
6.000.000 e o valor justo líquido dos ativos e passivos identificáveis da Cia. Sem Cheiro era R$
9.000.000.

I- Sabendo que a Cia. Europeia passou a ter influência significativa na Cia. Sem Cheiro, o valor
reconhecido no ativo da Cia. Europeia, em Investimentos, foi, em reais:

(A) 2.400.000.
(B) 3.600.000.
(C) 5.500.000.
(D) 3.000.000.
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(E) 3.100.000.
R: Composição do valor pago na aquisição do investimento em Reais:
Valor do PL do investimento 6.000.000 2.400.000
x 40%
Mais valia (ágio s/ valor de mercado): 1.200.000

Valor justo liquido do investimento 9.000.000 3.600.000


x 40%
(-) Valor do PL do investimento 6.000.000 (2.400.000)
x 40%
Goodwill (expectativa de rentabilidade 1.900.000
futura)
Total do investimento 5.500.000

Lançamento contábil no momento da aquisição do investimento:


D- Investimento
Valor de PL R$2.400.000
Mais Valia R$1.200.000
Goodwill R$1.900.000
C- Bancos Conta Movimento R$5.500.000
II- Sabendo que a Cia. Sem Cheiro, em 2013, apurou um lucro líquido de R$ 800.000 e distribuiu
e pagou dividendos no valor de R$ 300.000, a Cia. Europeia reconheceu, em 2013, receita de:

(A) equivalência patrimonial de R$ 200.000.


(B) dividendos de R$ 120.000.
(C) equivalência patrimonial de R$ 320.000.
(D) equivalência patrimonial de R$ 200.000 e receita de dividendos de R$ 120.000.
(E) equivalência patrimonial de R$ 320.000 e receita de dividendos de R$ 120.000.
R: Lançamento contábil no reconhecimento do MEP:
D- Investimento R$320.000 (lucro líquido de R$800.000 x 40%)
C- Resultado de equivalência Patrimonial R$320.000
Lançamento contábil no recebimento de dividendos:
D- Caixa/Banco Cta Movimento R$120.000 (dividendos de R$300.000 x 40%)
C- Investimentos R$120.000
Gabarito: C
27. (CFC/Exame de Suficiência/Contador/2014)Uma sociedade empresária adquiriu o controle
de duas outras sociedades durante o ano de 2013. Na aquisição do controle da sociedade “A”,
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foi apurado um ágio por expectativa de rentabilidade futura - goodwill no valor de


R$2.000.000,00. Na aquisição do controle da sociedade “B”, foi apurada uma compra vantajosa
no valor de R$200.000,00.
O registro contábil dos valores apurados irá gerar:
a) um aumento de R$2.000.000,00 no Ativo Não Circulante e um aumento de R$200.000,00 no
Resultado do Período.
b) um aumento de R$2.200.000,00 no Ativo Não Circulante.
c) uma redução de R$1.800.000,00 no Resultado do Período.
d) uma redução de R$2.000.000,00 no Ativo Não Circulante e um aumento de R$200.000,00 no
Resultado do Período.
R: Se houver um ganho de compra vantajosa ele deve ser reconhecido no resultado a débito da
conta de investimento na data da obtenção da influência, controle ou controle compartilhado.

Gabarito: A

28. (CFC/Exame de Suficiência/Contador/2012) A Sociedade Investidora A adquiriu 100% do


Capital da Sociedade Investida B, por R$1.000.000,00 pagos em dinheiro. Na data da aquisição,
o valor líquido dos ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos da Sociedade
Investida B, mensurados de acordo com a NBC TG 15 – Combinações de Negócios, somava
R$1.200.000,00. Na mesma data, o saldo contábil do Patrimônio Líquido da Sociedade Investida
B era de R$800.000,00. Como resultado desta combinação de negócios, a Sociedade Investidora
A deverá registrar:
a) um Ágio por expectativa de rentabilidade futura – goodwill – de R$200.000,00, em conta do
Ativo Não Circulante.
b) uma compra vantajosa de R$200.000,00 em conta do Ativo Não Circulante.
c) um Ágio por expectativa de rentabilidade futura – goodwill – de R$200.000,00, no resultado
do período.
d) uma compra vantajosa de R$200.000,00 no resultado do período.
R:
Valor da equivalência (100% do valor justo dos ativos 1.200.00
líquidos da Empresa B) 0
1.000.00
(-) Valor pago pela aquisição
0
(=) Ganho por compra vantajosa 200.000
Gabarito: D

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Mod. V – Análise das Demonstrações Contábeis (8h)

Unidade 9 – Análise de Balanços

Através da análise das demonstrações contábeis realiza-se uma comparação e interpretação dos
demonstrativos financeiros da empresa a fim de que seja obtido uma avaliação sobre a situação
econômica e financeira da empresa em determinado tempo.

É obtido assim, um retrato do desempenho da gestão econômica, financeira e patrimonial da


empresa, quanto aos períodos passados, confrontando-o ou não com metas ou resultados
preestabelecidos, com as tendências regionais ou dos segmentos onde a empresa esteja
inserida, analisando as perspectivas futuras de rentabilidade ou continuidade dos negócios,
possibilitando aos gestores tomarem decisões de financiamentos e investimentos, bem como
implementarem mudanças de práticas, caso as tendências projetadas sinalizem um cenário não
condizente com as políticas até então estabelecidas, ou até mesmo subsidiar o estabelecimento
de novos rumos. A análise de balanços torna possível, mediante os resultados da análise, o
incremento ou a desaceleração da atividade e até mesmo, a sua paralisação. É importante,
inclusive, para aqueles que desejam investir seu capital nessas empresas, pois, o conhecimento
da situação financeira poderá diminuir os riscos de investimento. Quando são analisadas, as
demonstrações contábeis e financeiras de uma empresa passam a ter valor como informação e
deixam de ser apenas uma reunião de dados.

Principais objetivos dos usuários das análises das demonstrações contábeis:

•Aumentar o capital ou emprestar recursos


Diretores e Gestores •Expandir ou reduzir as operações
•Vender ou comprar a vista/ prazo

• Avaliação com vistas à concessão ou não de


crédito, em que valor e a que prazo
•Informações sobre a continuidade operacional
Clientes e fornecedores da entidade, especialmente quando têm um
relacionamento a longo prazo com ela,
•ou dela dependem como fornecedor
importante

• Conceder ou não empréstimos


• Estabelecer termos do empréstimo (volume,
Instituições financeiras taxa, prazo e garantias)

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• Observar se as demonstrações contábeis


de uma empresa de capital aberta
Comissão de Valores respondem aos requisitos legais do
mercado de valores mobiliários, como
Mobiliários periodicidade de apresentação,
padronização e transparência

Fiscalização tributária •Buscar indícios de sonegação de tributos

• Adquirir ou não o controle acionário


• Investir ou não em ações na bolsa de
valores
Investidores • Avaliação do risco inerente ao
investimento e potencial de retorno
proporcionado (dividendos)

O usuário das informações resultantes da análise de balanço deve atentar-se para alguns
aspectos fundamentais, tais como:

o Possibilidade da existência de manipulação das demonstrações contábeis;


o Se as notas explicativas relatam os fatos que não são esclarecidos pelas demais
demonstrações;
o Cuidado com a correta interpretação de índices;
o Necessidade de reclassificação de contas do Balanço Patrimonial;
o Não considerar qualquer indicador isoladamente;
o Apreciar os indicadores em uma série de anos, pelo menos 3 (três);
o Comparar os índices encontrados com índices-padrão, ou seja, índices das empresas
concorrentes.

9.1 – Análise Vertical e Horizontal


Análise VERTICAL é a análise da estrutura da Demonstração de Resultados e do Balanço
Patrimonial, buscando evidenciar as participações dos elementos patrimoniais e de resultados
dentro do total, ou dentro de cada grupo de contas.

No Balanço, a análise vertical procura evidenciar a participação de cada elemento do ativo ou


do passivo em relação ao ativo total. No exemplo abaixo, foi atribuído a comparação de 100%
para o total do ativo e para o total do passivo, e todos os outros valores são traduzidos em
relação percentual sobre esses totais. Pode-se analisar, também, a participação de cada conta,
com relação ao total do grupo a que pertence.

Exemplo fictício:

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Da mesma forma, atribuiu-se o parâmetro de 100% de comparação para o total de


receitas líquidas, no exemplo fictício abaixo.

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Através da análise Horizontal é possível o cálculo da variação percentual ocorrida de um período


para outro, evidenciando se houve crescimento ou decréscimo do item analisado. Através da
análise dos dados que mostram se houve aumento ou diminuição do elemento analisado,
poderemos confrontar os dados extraídos e efetuar as correlações necessárias, como por
exemplo, se houve aumento da produção e das vendas, deverá ter havido um crescimento
relativamente proporcional do consumo de materiais, etc.

Exemplo fictício análise horizontal:

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9.2 – EBITDA
O EBITDA é um indicador financeiro com o objetivo de mostrar o resultado de caixa operacional
antes dos impostos de uma empresa, sendo muito utilizado pelas empresas de capital aberto,
em operações de Fusões e Aquisições e pelos analistas de mercado, bem como indicador de
desempenho das empresas.

A sigla corresponde a “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”, ou seja,
lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. O EBITDA representa a geração

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

operacional de caixa da empresa antes de pagar impostos, por isso, o indicador não leva em
conta os efeitos das despesas financeiras, os impostos e a depreciação e amortização.

O EBITDA mostra o resultado do negócio antes de se aplicar a tributação sobre a renda e


proporciona que cada um aplique a regra do imposto de seu país, tornando assim possível a
comparabilidade entre resultados de empresas de países diferentes, pois a tributação sobre a
renda é diferente em cada país

Em 4 de outubro de 2012, a CVM emitiu a Instrução nº 527, com disposições sobre a divulgação
voluntária do LAJIDA (EBITDA) e LAJIR (EBIT), em que foi estabelecido que o cálculo dessas
medidas deveria ter como base os números apresentados nas demonstrações contábeis
previstas no CPC 26, ou seja, não poderão ser considerados quaisquer montantes que não
estejam nas demonstrações divulgadas, em especial da demonstração do resultado do exercício.
O cálculo não pode excluir quaisquer itens não recorrentes, não operacionais ou de operações
descontinuada, sendo obtido da seguinte forma:

Resultado líquido do período Resultado líquido do período


(+) Tributos sobre o lucro (+) Tributos sobre o lucro
(+) Despesas financeiras líquidas (+) Despesas financeiras líquidas
das receitas das receitas
financeiras financeiras
(+) Depreciações, amortização e

exaustões
= LAJIDA (EBITDA) = LAJIR (EBIT)
Fonte: Manual das Sociedades por Ações. 3ª Edição. 2018.

Considere-se então o exemplo fictício abaixo:

Conforme o conceito deste indicador, deve-se seguir o seguinte procedimento de cálculo:

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Observe que, havendo valores de depreciação na composição do custo do período, estes


deverão ser também considerados no ajuste do resultado líquido.

Ao excluir do resultado os juros, o objetivo é mensurar o resultado do negócio de maneira


independente de sua forma de financiamento;

Com a exclusão da depreciação e outras contas de natureza não caixa, bem como dos tributos
sobre o lucro, apura-se o fluxo de caixa operacional antes dos tributos.

As despesas financeiras são decorrentes de decisões de estrutura de capital, ou seja, da


estratégia de financiamento adotada pelo negócio. Desta forma, a comparação de resultados
influenciados por estes valores poderia dificultar a compreensão da eficiência de uma empresa
em relação à outra que tivessem formas de financiamento distintas.

Para exemplificar esta possível situação, considere as demonstrações de resultado das duas
empresas fictícias abaixo, ambas atuando no mesmo mercado:

Neste caso, se a avaliação das empresas fosse realizada exclusivamente pelo resultado líquido,
a provável conclusão seria que a empresa B é mais eficiente que A., No entanto, do ponto de
vista operacional esta conclusão não seria adequada, pois a diferença nos resultados é gerado
pelas despesas financeiras e os seus impactos nos tributos, ou seja, pela decisão tomada em
relação à sua estrutura de capital.

A empresa com maior endividamento tem despesas financeiras mais elevadas e


consequentemente menor lucro. No entanto, na apuração do EBITDA, ambas apresentam o
mesmo resultado, ou seja, operacionalmente podem ser consideradas equivalentes.

Caso um investidor adquira a empresa A e faça um aporte de recursos para liquidação de suas
dívidas, as despesas financeiras deixariam de existir e os resultados líquidos passariam a ser
equivalentes. Assim, fica claro que para realizar uma avaliação deste tipo é mais adequado o uso
do EBITDA.

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No caso da depreciação, existem alguns motivos para a sua exclusão. O primeiro é o fato deste
gasto não representar saída de caixa, o segundo por seguir regras contábeis e fiscais que podem
variar em diferentes países e finalmente por não estar sobre controle dos gestores. Desta forma,
uma avaliação de desempenho que levasse este item em consideração poderia influenciar na
comparabilidade entre empresas em virtude de aspectos locais.

Ainda, os tributos sobre o lucro de uma empresa também estão sujeitos às regras de cada país
e podem influenciar na comparabilidade do desempenho operacional. Além disso, da mesma
forma que a depreciação, por se tratarem de regras legais também não estão sobre controle dos
gestores.

9.3 – Índices de Liquidez e Rentabilidade


O termo liquidez significa a velocidade com a qual um ativo pode ser convertido em dinheiro.
Uma aplicação financeira tem alta liquidez, uma vez que pode ser convertida em dinheiro
rapidamente; um veículo tem média liquidez, uma vez que necessitamos de alguns dias para
converter seu valor em dinheiro; e um imóvel tem baixa liquidez, uma vez que o tempo para
conversão em dinheiro é imprevisível e normalmente longo.

Índices designados como de liquidez deveriam informar a capacidade imediata de pagamento,


mas na verdade informam, em sua grande maioria, a solvência da empresa sob diversos prismas.

Os índices de liquidez são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é,
constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos,
cumprindo adequadamente todos os compromissos firmados com terceiros e garantindo a
continuidade das atividades. Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada, considerando:
longo prazo, curto prazo ou prazo imediato.

Índice de Liquidez Corrente (LC) - Mostra a capacidade de pagamento da empresa a curto prazo,
por meio da fórmula:

Índice de Liquidez Seca (LS) - Como os estoques tem uma característica de permanência nas
atividades da empresa (pois são indispensáveis a maioria das atividades de produção e
comercialização), este índice procura demonstrar uma “liquidez real”, mediante a realização de
ativos ditos “financeiros” (que se realizam em caixa).

Índice de Liquidez Geral (LG) - Demonstra a “viabilidade” de médio e longo prazo dos
pagamentos de compromissos já assumidos, considerando tudo que a empresa converterá em
dinheiro relacionando-se com tudo o que já foi assumido como dívida. O índice mínimo é 1.
Abaixo de 1, indica problemas de liquidez.

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Índice de Liquidez Imediata (LI) - Capacidade imediata de pagamento de contas, necessidade


de empréstimos para financiar Capital de Giro.

Os índices de Rentabilidade demonstram a relação entre os rendimentos e o capital investido


na empresa. Os índices que tradicionalmente retratam a situação econômica da empresa são os
índices de rentabilidade. Rentabilidade é basicamente o retorno sobre determinada referência;
então, esses índices, via de regra, têm o numerador menor que o denominador.

Margem Bruta (MB) – Este índice compara o lucro bruto com vendas líquidas.

Margem Líquida sobre as vendas (ML) - Indica o quanto se obtém de Lucro Líquido por cada
unidade vendida. O cálculo é realizado da seguinte forma:

Rentabilidade sobre o Capital Próprio (RCP) – Também conhecido como “Return On Equity –
ROE”, ele compara o lucro líquido do exercício com o capital próprio, ou seja, o retorno obtido
sobre o investimento efetuado pelos proprietários.

Rentabilidade sobre o Ativo Total – (RAT) - Também conhecido como rentabilidade sobre o
investimento (ROI), Indica o retorno sobre o investimento total.

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Para cálculo deste indicador, pode-se usar o valor do ativo médio ou total. Um índice que pode
ser calculado a partir do RAT é o chamado pay-back do investimento ou tempo de recuperação
o capital investido, que indica quantos anos de demora, em média, para que a empresa obtenha
de volta seu investimento.

9.4 – Índices de Alavancagem


A alavancagem é um termo utilizado para definir todo tipo de técnica utilizada com o intuito de
multiplicar a rentabilidade através do endividamento. Tal prática é resultado do usufruto dos
recursos de terceiros dentro da estrutura do capital de uma empresa. Ou seja: a organização se
utiliza de ativos e recursos externos, tomados em forma de empréstimo com o objetivo de
aumentar o lucro dos seus acionistas. É um multiplicador de capital próprio.

A alavancagem pode ainda ser entendida como o efeito que surge após um empréstimo de
capital externo sobre um patrimônio líquido. Por conta dos juros envolvidos nessas transações,
quanto maior a alavancagem, maior pode ser o retorno, mas também maior pode ser o risco de
dívidas. Por isso, essa é uma técnica que deve ser usada com muito cuidado e planejamento,
evitando complicações futuras.

O Grau de Alavancagem Financeira, conhecido como GAF, consegue medir e evidenciar os riscos
que uma empresa está se submetendo ao optar pela ajuda do capital de terceiros.
O GAF deve ser calculado e associado com algumas variações existentes na área administrativa
e financeira de uma empresa, seguindo a seguinte fórmula:

GAF = Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL) / Retorno sobre o Ativo Total (RAT)

Para chegar ao valor do RPL, você deve calcular a relação entre o lucro líquido e o patrimônio
líquido da seguinte maneira:

RPL = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido

Da mesma forma, para chegar ao número que corresponde ao RAT, você precisa calcular os
lucros da empresa depois do Imposto de Renda e antes dos juros em relação ao ativo total da
organização com a fórmula:

RAT = Lucro depois do Imposto de Renda e antes dos juros / Ativo Total

Se, ao final dos cálculos, você chegar a um valor final igual a 1, o risco financeiro da sua empresa
é baixo. Por outro lado, se o valor final do GAF for menor do que 1, a alavancagem financeira da
empresa já pode ser considerada favorável, o que significa que o valor do retorno em relação ao
recebido será maior do que a remuneração com juros. Ainda, o GAF pode ter o valor final maior

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que 1, o que pode ser algo negativo para a empresa. Nesse caso, a condição é desfavorável e a
organização deverá rever a estratégia e utilizar o mecanismo a seu favor.

O grau de alavancagem operacional se refere ao conceito relacionado à proporção de custos


fixos e variáveis dentro de uma empresa. Por um lado, os custos fixos representam todas as
despesas de operação, que não dependem da receita líquida, ou seja, do nível de vendas. Já os
custos variáveis oscilam de acordo com a proporção das receitas.

Se a empresa apresenta muitos custos fixos em relação aos custos variáveis, quer dizer que se
sua receita aumentar, o lucro operacional (EBIT) também aumentará proporcionalmente.

De forma direta, alavancagem operacional advém do crescimento nas vendas de uma empresa.
Esse crescimento é mensurado em porcentagem. Se as vendas aumentam em X%, o lucro bruto
da empresa também se alarga em N vezes os X% de aumento das vendas.

A alavancagem operacional consegue analisar o quanto esses riscos podem afetar uma empresa
e quanto esse impacto pode diminuir de acordo com a proporção do aumento das vendas. Dessa
forma o lucro pode ser maior.

Através da alavancagem operacional, é possível realizar uma análise mais minuciosa sobre a
gestão da empresa e seus processos. Com isso, o gestor junto à sua equipe consegue elaborar
um planejamento muito mais estratégico para a empresa.

Uma fórmula utilizada para se obter o GAO é calcular, através da Demonstração dos Resultados
do Exercício (DRE), os valores para margem de contribuição do LAJIR (Lucro antes do Juro do
Imposto de Renda), da seguinte forma:

GAO = MC ÷ LAJIR

Onde,

MC = Margem de contribuição, que pode ser calculada por = Receitas – Custos Variáveis.

9.5 – Índices de Atividades


Os indicadores de atividade têm o objetivo de mensurar as várias etapas do ciclo de uma
empresa, desde a gestão de estoques até o prazo dado aos clientes a partir das vendas de
mercadorias.

Prazo Médio de Rotação de Estoques (PMRE) – Para determinação do prazo médio de rotação
dos estoques, temos que calcular quantas vezes o estoque “gira”, isto é, em média quantas vezes
o estoque é vendido e reposto.

O giro dos estoques (GE) é calculado verificando-se o total de mercadorias entregues aos
clientes (CMV ou CPV) e comparando esse valor com o estoque médio que foi praticado no
período em questão. Demonstra a eficiência de administração dos estoques e a agilidade
operacional produtiva. Corresponde ao período de tempo em que o produto permanece
armazenado até sua venda. Quanto maior for o PME, mais prazo para os artigos do estoque
permanecerem armazenados, o que significa maior necessidade de recursos financeiros.
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Para determinação do prazo médio de rotação dos estoques (PMRE), basta dividir o número de
dias de um ano (360 ou 365) pelo número de “giros” do estoque:

Prazo Médio de Recebimento dos Clientes (PMRC) - É o período compreendido entre o


momento em que foram efetuadas as vendas e o momento do pagamento dessas vendas. Indica
quanto tempo em média a empresa leva para receber as suas vendas. Neste caso devemos estar
atentos para a quantidade de vendas a prazo e os prazos concedidos. Quanto maior os prazos
concedidos e maior a quantidade de vendas a prazo, pior para a empresa, pois o seu prazo de
recebimento será bastante dilatado, comprometendo dessa forma o seu capital de giro.
GC – Giro de clientes

Prazo Médio de Rotação de Fornecedores (PMRF) - O prazo médio de pagamento é o período


compreendido entre o momento em que foram efetuadas as compras e o momento de seu
pagamento.

GF – Giro de fornecedores

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Unidade 10 - Análise Gerencial de Custos

10.1 – Evolução do Sistema de custos


A contabilidade surgiu da necessidade de se controlar e mensurar o patrimônio. A Revolução
Industrial ocorrida em 1756 acelerou o crescimento das indústrias, tornando necessário e
precisos os relatórios contábeis e mais elaborados para atender a essa demanda. Anterior a
Revolução Industrial, a produção era realizada artesanalmente, no qual o custo era definido
registrando-se somente o custo de mão de obra e da matéria prima. Após o surgimento da
fabricas, notou-se que foram englobados mais insumos na produção como: energia elétrica,
água, depreciação, entre outros, passando o cálculo dos custos a ser mais complexos,
necessitando um conjunto de regras mais específico.

A contabilidade de custos pode ser classificada com uma ciência de grande importância no
campo empresarial, pois disponibiliza os instrumentos necessários para se alcançar os
resultados planejados e principalmente na indústria no qual a competitividade de mercado tem
se provado cada vez mais acirrada, e que a necessidade de se manter uma análise detalhada dos
custos dentro da produção é importante para a tomada de decisão e avaliação de estoques.

A contabilidade de custos evoluiu e dentro desse processo as ferramentas de trabalho de


controles, análise e tomada de decisão tem se transformado para fornecimento de informações,
mas, é necessário ressaltar que é preciso tomar cuidado e conhecer de forma criteriosa cada
processo para implantar os métodos adequados e de maior retorno, pois, não tomando esses
cuidados possivelmente muitos problemas vão surgir na tomada de decisão. Assim o
profissional contábil necessita ter uma visão global da empresa, para tratar dos custos e utilizar
das ferramentas adequadas e compatíveis com as características e particularidade de cada
organização, podendo ser: industrial, comercial ou de prestação de serviços.

- Análise de Custos:
O CPC que orienta o tratamento contábil dos estoques é o CPC 16. Nele constam algumas
definições de termos técnicos muito importantes para compreensão do assunto, a seguir:

Os seguintes termos técnicos são usados neste Pronunciamento, com os significados


especificados:

Estoques são ativos:


(a) mantidos para venda no curso normal dos negócios
(b) em processo de produção para venda;
(c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no
processo de produção ou na prestação de serviços.

Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido
dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar
a venda.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na
data de mensuração.

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Mensuração do estoque-Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados


pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.

Custo do estoque - O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de
transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e
localização atuais.

ESTOQUES

Mensuração dos estoques

Os estoques objeto do CPC 16 devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável
líquido, dos dois o menor.

Ou seja, consideramos o valor estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos
estimados para sua conclusão e gastos estimados necessários para se concretizar a venda.

Não devemos confundir esse conceito com valor justo, pois no valor justo temos o preço que
seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em
uma transação não forçada entre participantes do mercado na data da mensuração dos
estoques.

A Lei das Sociedades por Ações (art. 183, inciso II) determina que o valor dos estoques seja
deduzido de perda estimada para ajustá-lo ao valor de mercado (valor realizável líquido),
quando esse for menor que o custo de aquisição ou produção, o valor que for debitado ao
resultado em contrapartida à constituição dessa perda, para atendimento ao disposto na lei
societária, deve ser adicionado ao lucro líquido, para fins de determinação do lucro real e da
base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido. Nesse caso, a perda só será dedutível
quando o estoque for realizado pela venda.

O custo dos estoques é a base fundamental de sua avaliação, mas havendo perda de utilidade
ou a redução no preço de venda ou de reposição de um item que reduza seu valor recuperável
a um nível abaixo do custo, deve-se então assumir como base final de avaliação tal preço de
mercado inferior ao custo, mediante o registro de uma perda estimada, mantendo-se os
controles de estoques ao valor original de custo.

Custo dos estoques – apuração dos custos

Introdução

A determinação e apuração dos custos dos estoques é um dos aspectos mais complexos na
contabilidade de custos, pois a sua determinação tem reflexo direto na apuração do resultado
do exercício, na análise de lucratividade por produto e, ainda, por causa da grande quantidade
de itens que normalmente compõem os estoques, cuja movimentação de entradas e saídas é
constante. Por isso, para um melhor entendimento do assunto faremos apenas uma abordagem
dos aspectos principais inicialmente com relação às matérias-primas e contas similares e, a
seguir, com relação aos produtos em processo e acabados considerando seus reflexos na
elaboração das demonstrações contábeis.

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Apuração do custo

O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem
como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais.

Conceito - Custo de aquisição – Matérias Primas

O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação


e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte,
seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais
e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos
na determinação do custo de aquisição.

Conceito - Custo de transformação

Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as


unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão de obra direta.
Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que
sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados.

Quando os custos do produto não puderem ser separados e identificados de forma fácil, eles
devem ser atribuídos a cada produto em uma base racional e consistente.

Por exemplo, os gastos incorridos eventualmente com armazenagem do produto devem


integrar seu custo somente quando são necessários para sua chegada à empresa, pois, conforme
afirma o mesmo pronunciamento, devem ser incluídos todos os custos necessários para trazer
os estoques à sua condição e localização atuais. Depois que os estoques são colocados em seu
local para essa finalidade – uso, consumo ou venda –, quaisquer custos adicionais, inclusive de
realocação, são despesas.

Outro exemplo, no caso das importações, a variação cambial incorrida até a data da entrada do
produto no estabelecimento do adquirente deverá ser agregada ao custo. Na prática, a taxa de
câmbio é fechada no momento do desembaraço aduaneiro da mercadoria para emissão da nota
fiscal de entrada, daí em diante, qualquer variação cambial até a data do pagamento ao
fornecedor no exterior passará a ser despesa financeira.

Os custos indiretos de produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes
independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de
edifícios e instalações fabris, máquinas, equipamentos e ativos de direito de uso utilizados no
processo de produção e o custo de gestão e de administração da fábrica.

Os custos indiretos de produção variáveis são aqueles que variam diretamente, ou quase
diretamente, com o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão
de obra indireta.

Simplificando, o custo de transformação engloba os custos diretos + custos indireto fixos +


custos indiretos variáveis. (CD+CIF+CIV)

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A alocação de custos fixos indiretos de fabricação às unidades produzidas deve ser baseada na
capacidade normal de produção. Ou seja, a parcela da capacidade total não utilizada por causa
de manutenção preventiva, de férias coletivas e de outros eventos semelhantes considerados
normais para a entidade já deve estar considerado nesse cálculo. O valor do custo fixo alocado
a cada unidade produzida não pode ser aumentado por causa de um baixo volume de produção
ou ociosidade. Os custos fixos não alocados aos produtos devem ser reconhecidos diretamente
como despesa no período em que são incorridos.

Apuração do custo de aquisição

Conhecendo os componentes do custo de aquisição, o problema agora se prende ao fato de a


empresa ter em estoque o mesmo produto adquirido em datas distintas, com custos unitários
diferentes.
Assim, surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser atribuído a tais estoques na data do
Balanço.

A legislação do Imposto de Renda no Brasil permite apenas a utilização do preço específico, do


custo médio ponderável ou PEPS/FIFO (primeiro que entra é o primeiro que sai).

Segundo o CPC 16, o custo dos estoques de itens que permanecem em estoque e que sejam
intercambiáveis, a atribuição deve ser feita pelo PEPS/FIFO ou custo médio ponderado, sendo
que itens de mesma natureza devem ter critérios semelhantes de valoração. Vale destacar que
a entidade deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques que tenham natureza
e uso semelhantes, mas para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-
se diferentes critérios de valoração.

O método do LIFO/UEPS (Último que entra é o primeiro que sai) não é aceito nem pelo RIR nem
pelo CPC 16.

Vamos resumir as opções de valoração dos estoques:

Preço específico

Significa valorizar cada unidade do estoque ao preço efetivamente pago para cada item
especificamente determinado. É usado somente quando for possível determinar o preço
específico de cada unidade em estoque, mediante identificação física, como no caso de revenda
de automóveis usados, por exemplo.

Esse critério normalmente só é aplicável em alguns casos em que a quantidade, o valor ou a


própria característica da mercadoria ou material o permitam. Na maioria das vezes, é impossível
ou economicamente inconveniente.

PEPS ou FIFO

Com base nesse critério, daremos baixa pelo custo de aquisição, da seguinte maneira: o Primeiro
que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS ou FIFO – First-In-First-Out). À medida que ocorrem as
vendas ou o consumo, vai-se dando baixa dos estoques, pelo valor dos itens das primeiras
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compras, o que equivale ao seguinte raciocínio: vendem-se ou consomem-se antes as primeiras


mercadorias compradas.

Exemplo fictício:

Imaginemos um estoque inicial de 20 unidades a $ 20, num total de $ 400 em determinado


período, no qual ocorra a seguinte movimentação:

• Compra de 20 unidades por $30 cada


• Venda ou requisição de 10 unidades
• Venda ou requisição de 20 unidades
• Compra de 30 unidades por $35 cada
• Venda ou requisição de 10 unidades.

Entrada Saída Saldo


Data Quant Unid $ Total $ Quant Unid $ Total $ Quant Unid $ Total $
X/XX 20 20 400
X/XX 20 30 600 20 20 400
20 30 600
400 1.000
X/XX 10 20 200 10 20 200
20 30 600
30 800
X/XX 10 20 200 10 30 300
10 30 300
20 500
X/XX 30 35 1050 10 30 300
30 35 1050
40 1350
X/XX 10 30 300 30 35 1050
TOTAL 50 1650 40 1.000 30 35 1050
Fonte: Fipecafi – 3ª Edição – 2018

O custo das vendas ou dos materiais consumidos na fabricação desse período seria, portanto,
de $ 1.000, e o valor do estoque final, de $ 1.050, ou seja, o primeiro baseado nas compras mais
antigas e este último nas compras mais recentes.

UEPS ou LIFO
Esse critério representa exatamente o oposto do sistema anterior, dando-se baixa nas vendas
pelo custo da última mercadoria que entrou; assim, a Última a Entrar é a Primeira a Sair – UEPS
(LIFO – Last-In-First-Out). Não vamos detalhá-lo por não poder mais ser utilizado contabilmente.

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Custo Médio Ponderado


Por esse critério, o valor médio de cada unidade em estoque altera-se pelas compras de outras
unidades por um preço diferente. Esse método, mais comumente utilizado no Brasil, evita o
controle de custos por lotes de compras, como nos métodos anteriores, mas obriga a maior
número de cálculos, ao mesmo tempo em que foge dos extremos, dando como custo da
aquisição um valor médio das compras.
Aplicando aquela mesma movimentação a este último critério, temos:
Entrada Saída Saldo
X/XX 20 20 400
X/XX 20 30 600 40 25 1.000
X/XX 10 25 250 30 25 750
X/XX 20 25 500 10 25 250
X/XX 30 35 1.050 40 32,50 1.050
X/XX 10 32,50 325 30 32,50 975
TOTAL 50 1.650 40 1.075 30 32,50 975
Fonte: Fipecafi – 3ª Edição – 2018
O somatório do valor total das saídas representa o custo das vendas ou o custo a ser transferido
para a produção, que, agora, foi de $ 1.075, e o valor final das unidades em estoque é de $ 975.
Tanto o custo das saídas como o estoque final terão valores médios de compras (ponderados,
porque há influência não só do preço, mas também das quantidades das compras).

COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS


No exemplo utilizado para os dois últimos critérios expostos, suponhamos que as vendas
tenham sido:

Comparando os resultados obtidos, como se todas as saídas fossem de vendas e não de


requisição para consumo na produção (apenas para maior facilidade de análise), temos:

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Fonte: Fipecafi – 3ª Edição – 2018

Vê-se claramente que, se duas empresas tivessem adquirido e vendido mercadorias nas mesmas
condições (quantidades e preços), suas situações reais seriam as mesmas, com a mesma
quantidade em estoque, porém os resultados obtidos seriam diferentes, em consequência dos
critérios de atribuição de custos utilizados, embora todos se baseassem no custo de aquisição.
Todavia, no período seguinte haverá, para cada critério, um valor de estoque inicial diferente;
assim, no PEPS existirá um valor maior a ser baixado, o que fará a redução do lucro no período
seguinte. Com isso, tende a haver uma compensação período após período. Afinal, quando todo
o estoque tiver sido baixado, o resultado total será igual em qualquer dos critérios.

Apuração do Custo de Transformação


Nesse ponto, devemos trazer os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas
ou com as linhas de produção, bem como os custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que
sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados.

A base de avaliação dos produtos em processo e acabados aceitos na Estrutura Conceitual,


Legislação Societária e Fiscal, bem como CPC 16 é o custeio por absorção.

O custeio direto é utilizado como ferramenta gerencial somente.

10.2 – Custo por Absorção


No custeio por absorção, o estoque em processo ou acabado “absorve” todos os custos
incorridos, diretos ou indiretos. Essa é a base de avaliação aceita conforme Estrutura Conceitual,
conforme o CPC 16 e pela Lei das Sociedades por Ações, sendo que é a base também aceita pela
legislação fiscal.

Por este método, na apuração dos custos do produto fabricado serão alocados tanto os custos
diretamente vinculados aos produtos, como os custos indiretos de fabricação, tanto os custos
variáveis (que só existem quando cada unidade é fabricada) quanto os custos fixos (que

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independem da fabricação das unidades, estando relacionados com a criação das condições de
se produzir).
A legislação brasileira obriga que as empresas adotem o método de custeio por absorção para a
valorização dos estoques e apuração de resultados do exercício (Lei 6.404/76; Decreto-lei
1598/77).
É importante salientar que neste método o custo separa-se das despesas; é aceito pela
legislação societária (Lei 6.404/76) e, obedecem aos princípios fundamentais de contabilidade,
dentre eles, o princípio da realização da receita, confrontação e competência.

O quadro 1 e 2 esboçam claramente o esquema básico desse custeio.

O quadro 2 apresenta o esquema básico do custeio por absorção para empresas prestadoras de
serviços.

A Difícil Separação de Custos e Despesas


Na prática, uma série de problemas aparece pelo fato de não ser possível à separação de forma
clara e objetiva dos custos e despesas. Por exemplo, é comum encontrarmos uma única
administração, sem a separação da que realmente pertence à produção; surge daí a prática de
se ratear o gasto geral da administração, parte para despesa e parte para custo, rateio esse
sempre arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão científica. Normalmente, a divisão é
feita em função da proporcionalidade entre número de pessoas na fábrica e fora dela, ou com
base nos demais gastos.

Gastos Dentro da Produção que não são Custos

Inúmeras vezes ocorrem o uso de instalações, equipamentos e mão-de-obra da produção para


elaboração de bens ou execução de serviços não destinados à venda; como por exemplo,
serviços de manutenção do prédio.

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Se a empresa faz uso do seu Departamento de Manutenção para também fazer reparos em
máquinas da Contabilidade, deveria ser feito um apontamento da mão-de-obra e dos materiais
utilizados e tratado como despesa ou imobilização, dependendo do que tiver sido realizado.
Deve-se ter em mente a Materialidade, para classificar pequenos consertos ou serviços que
demandem recursos da produção em proporção ínfima.

Esquema Básico da Contabilidade de Custos – por Absorção


Vamos exemplificar o Custeio por Absorção.
1º. Passo- Separação entre Custos e Despesas
Suponhamos que estes sejam os gastos de determinado período da Empresa X (em $):

Comissões de Vendedores 80.000


Salários de Fábrica 120.000
Matéria-prima Consumida 350.000
Salários da Administração 90.000
Depreciação na Fábrica 60.000
Seguros da Fábrica 10.000
Despesas Financeiras 50.000
Honorários da Diretoria 40.000

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Materiais Diversos – Fábrica 15.000


Energia Elétrica – Fábrica 85.000
Manutenção – Fábrica 70.000
Despesas de Entrega 45.000
Correios, Telefone e Telex 5.000
Material de Consumo – Escritório 5.000
Total/gastos - abril 1.025.000

A primeira tarefa é a separação dos Custos de Produção. Teremos então a seguinte


distribuição dos gastos:

Custos de Produção
Salários de Fábrica 120.000
Matéria-prima 350.000
Depreciação na Fábrica 60.000
Seguros da Fábrica 10.000
Materiais Diversos – Fábrica 15.000
Energia Elétrica – Fábrica 85.000
Manutenção – Fábrica 70.000
Total 710.000
(estes integrarão o Custo dos Produtos)

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Despesas Administrativas
Salários da Administração 90.000
Material de Consumo – Escritório 5.000

Honorários da Diretoria 40.000


Correios, Telefone e Telex 5.000
Total 140.000

Despesas de Venda
Comissões de Vendedores 80.000
Despesas de Entrega 45.000
Total 125.000

Despesas Financeiras 50.000

Obs.: (As despesas, que não entraram no custo de produção, as quais totalizam $315.000, vão
ser descarregadas diretamente no Resultado do período, sem serem alocadas aos produtos.)

2º. Passo- A Apropriação dos Custos Diretos


Suponhamos que uma empresa elabore três produtos diferentes: A, B e C. O passo seguinte é o
de se distribuírem os custos diretos de produção aos três itens. Suponhamos ainda que nessa
empresa, além da matéria-prima sejam também custos diretos parte da mão-de-obra e parte da
energia elétrica.
O problema agora é saber quanto da matéria-prima total utilizada, de $350.000, quanto de mão-
de-obra direta e quanto da energia elétrica direta foram aplicados em A, B e em C.
Para o consumo de matéria-prima, a empresa mantém um sistema de requisições de tal forma
a saber sempre para qual produto foi utilizado o material retirado do Almoxarifado. E, a partir
desse dado, conhece-se a seguinte distribuição:

Matéria-prima:
Produto A $75.000
Produto B $135.000
Produto C $140.000

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

$350.000

Para mão-de-obra, a situação é um pouco mais complexa, já que é necessário verificar do total
de $120.000 quanto diz respeito à mão-de-obra direta e quanto é a parte pertencente à mão-
de-obra indireta. A empresa, para poder conhecer bem esse detalhe, mantém um apontamento
(verificação) de quais foram os operários que trabalharam em cada produto no mês e por quanto
tempo. Conhecidos tais detalhes e calculados os valores, conclui:

Mão-de-obra:
Indireta $30.000
Direta
Produto A $22.000
Produto B $47.000
Produto C $21.000
$120.000

Logo, os $90.000 serão atribuídos diretamente aos produtos, enquanto os $30.000 serão
adicionados ao rol dos custos indiretos.
A verificação da energia elétrica evidencia que, depois de anotado o consumo na fabricação dos
produtos durante o mês, $45.000 são diretamente atribuíveis e $40.000 só alocáveis por
critérios de rateio, já que existem medidores apenas em algumas máquinas.

Energia Elétrica:
Indireta $40.000
Direta
Produto A $18.000
Produto B $20.000
Produto C $7.000
$85.000

Temos então resumidamente:

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Elaboração e Análise das Demonstrações Contábeis

Diretos
A B C Indiretos Total
Matéria-prima 75.000 135.000 140.000 350.000
Mão-de-obra 22.000 47.000 21.000 30.000 120.000
Energia elétrica 18.000 20.000 7.000 40.000 85.000
Depreciação 60.000 60.000
Seguros 10.000 10.000
Materiais diversos 15.000 15.000
Manutenção 70.000 70.000
Total 115.000 202.000 168.000 225.000 710.000

Do total de Custos de Produção, $485.000 são diretos e já estão alocados e $225.000 precisam
ainda ser apropriados.

3º. Passo- A Apropriação dos Custos Indiretos


Vamos agora analisar a forma ou as formas de alocar os custos indiretos que totalizam, neste
exemplo, $225.000. Uma alternativa simplista seria a alocação aos produtos A, B e C
proporcionalmente ao que cada um já recebeu de custos diretos. Esse critério é relativamente
usado quando os custos diretos são a grande porção dos custos totais, e não há outra maneira
mais objetiva de visualização de quanto dos indiretos poderia, de forma menos arbitrária, ser
alocado a A, B e C.

Teríamos então:

C. Diretos C. Indiretos

$ % $ % Total

Produto A 115.000 23,71 53.351 23,71 168.351

Produto B 202.000 41,65 93.711 41,65 295.711

Produto C 168.000 34,64 77.938 34,64 245.938

Total 485.000 100,00 225.000 100,00 710.000

Dependendo do critério de rateio escolhido pela empresa, os valores dos custos indiretos e
consequentes totais podem não só provocar análises distorcidas, como também diminuir o grau
de credibilidade com relação às informações de Custos. Não há, entretanto, forma perfeita de
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se fazer essa distribuição; podemos, no máximo, procurar entre as diferentes alternativas a que
traz consigo o menor grau de arbitrariedade.

Por enquanto, o esquema básico é:


• separação entre Custos e Despesas;
• apropriação dos Custos Diretos diretamente aos produtos ou serviços;
• rateio dos Custos Indiretos.

Custos Despesas

Indiretos Diretos

Rateio
Produto A

Produto B Vendas

Produto C

Estoques

Custo dos Produtos


Vendidos

Resultado

Fonte: MARTINS (2006, 9ª. Edição, p. 57)

Os custos incorridos num período só irão integralmente para o Resultado desse mesmo período
caso toda a produção elaborada seja vendida, não havendo, portanto, estoques finais. Já as
despesas – de Administração, de Vendas, Financeiras, etc.- sempre são debitadas ao Resultado
do período em que são incorridas: assim é que funciona o Custeio por Absorção.

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10.3 – Critérios de Rateios


Existem dois conceitos são muito importantes para o rateio: os custos diretos e os indiretos.
Enquanto os primeiros são os gastos diretamente relacionados à produção, os segundos são os
custos que, embora sejam importantes, não são identificados de forma clara na produção, por
isso, são mais difíceis de calcular.

Custos Indiretos estão relacionados a um determinado objeto de custo, mas não podem ser
identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo). Os custos indiretos
são alocados ao objeto de custo através de um método de alocação de custo denominado rateio.
A alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. Exemplo: aluguel da
fábrica, depreciação (método linear), manutenção, seguro.

CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (CIF)


Materiais indiretos – são materiais auxiliares empregados no processo de produção e que não
integram fisicamente os produtos (Serras, lixas, estopas, solventes etc.) e os materiais diretos,
cujo consumo não pode ser quantificado nos produtos (Colas, vernizes, pregos etc.) em função
do princípio da materialidade;

Mão-de-obra indireta – corresponde à mão de obra que não trabalha diretamente na


transformação da matéria-prima em produto, ou cujo tempo gasto na fabricação dos produtos
não pode ser determinado;

Outros custos indiretos – são os demais custos indiretos incorridos na fábrica, cujo consumo não
pode ser quantificado de forma direta, objetiva nos produtos.

Arbitrariedade dos critérios de rateio

Enquanto os custos diretos são de fácil alocação, os custos indiretos necessitam de uma base de
rateio relacionada ao objeto de custeio, como por exemplo: o custo do aluguel da fábrica é um
custo que não se identifica com nenhum produto isoladamente, mas tem uma identificação clara
com a fábrica, onde os produtos são produzidos, tendo, portanto, que ser rateado a todos os
produtos ali fabricados.

Quanto ao valor do aluguel, nenhuma dúvida, está baseado em um contrato e a cada mês, uma
parcela deve ser contabilizada e levada aos custos dos produtos fabricados no mês. Uma vez
identificado e contabilizado, vem aí a tarefa mais delicada, que é a escolha de um elemento que
servirá como base para efetuar a referida distribuição.

Quanto maiores os custos indiretos, mais custos arbitrariamente são atribuídos aos produtos
através de rateios. Cada situação deve ser analisada individualmente e em cada empresa. Não
existe, portanto, uma base melhor que a outra pré-estabelecida. Para uma boa escolha,
considera-se o conhecimento dos processos produtivos e o bom senso do contador para escolha
da base mais adequada possível para cada situação encontrada. Não temos como padronizar
critérios e bases de rateio visando um mesmo comportamento para todos os casos, pois cada
empresa tem suas características próprias e até mesmo cada departamento.

Exemplo fictício:

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O Departamento Alfa de Produção possui um custo indireto total de R$ 5.400.000 e precisa


distribuí-lo a dois produtos, B e C. As seguintes informações são disponíveis:

a) Rateio com base em horas-máquina: uma primeira alternativa seria a apropriação com base
nesse critério, seria então da seguinte forma:

b) Rateio com base na Mão de obra Direta: na ausência da informação de número de horas de
Mão de obra Direta, temos de usar o valor em reais (a diferença existiria caso o custo médio por
hora fosse diferente quanto ao pessoal usado para fazer um produto e outro). Portanto,
teríamos:

c) Rateio com base na Matéria-prima Aplicada: também na ausência de quantidade física de


matéria prima usada (poderiam ser materiais diferentes de diferentes preços), faremos uso dos
valores em reais.

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d) Rateio com base no Custo Direto Total (Custo Primário, no caso):

10.4 – Conceito do custeio variável ou direto


Como verificamos anteriormente, no Custeio por Absorção são apropriados todos os custos de
produção, quer fixos, quer variáveis, quer diretos ou indiretos aos produtos elaborados.
Não há, normalmente, grande utilidade para fins gerenciais no uso de um valor em que existam
custos fixos apropriados. Podemos identificar três grandes problemas:
Primeiro: Por sua própria natureza, os custos fixos existem independentemente da produção ou
não da unidade, e acabam presentes no mesmo montante, mesmo que oscilações ocorram no
volume de produção; tendem os custos fixos a ser muito mais um encargo para que a empresa
possa ter condições de produção do que sacrifício para a produção específica de uma unidade
produzida.
Segundo: Por não dizerem respeito a este ou àquele produto, são quase sempre distribuídos à
base de critérios de rateio, que contem, em maior ou menor grau, arbitrariedade.
Terceiro: O valor do custo fixo por unidade depende ainda do volume de produção:
aumentando-se o volume, tem-se um menor custo fixo por unidade, e vice-versa.
Por tudo isso chegou-se a indagar: se todas essas desvantagens e riscos existem em função da
apropriação dos Custos Fixos aos produtos e se são eles muito mais derivados da necessidade
de se colocar em condições de operar uma produção muito pouco estando de fato vinculados a
este ou àquele produto ou unidade, e, além disso, se são na maioria, senão na totalidade,
repetitivos a cada período, por que não se deixar de apropriá-los aos produtos, tratando-os
como se fossem despesas (encargos de período)?
Nasceu assim o Custeio Variável, onde só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando
os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o
Resultado; para os estoques só vão, como consequência, custos variáveis.

Exemplo da Distinção entre Custeio Variável e por Absorção

Para termos uma ideia de quais diferenças existiriam na Demonstração de Resultados e no


Balanço com o uso alternativo de Custeio Variável e de Custeio por Absorção, façamos a seguinte
hipótese:

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Uma indústria, elaborando um único produto, tem a seguinte movimentação:


Produção/unid Vendas/unid Estoque final/unid
Período
1º. Ano 60.000 40.000 20.000
2º. Ano 50.000 60.000 10.000
3º. Ano 70.000 50.000 30.000
4º. Ano 40.000 70.000 ---

As características dos custos de produção são:


Custos Variáveis:
Matéria-prima $20/unid
Energia $4/unid
Materiais Indiretos $6/unid $30/unid

Custos Fixos:
Mão-de-obra $1.300.000/ano
Depreciação e Impostos $400.000/ano
Manutenção $300.000/ano
Diversos $100.000/ano $2.100.000/ano

Preço de Venda: $75/unid

A indústria apropria seus custos pelo Custeio por Absorção e avalia seus estoques à base do
PEPS. Os dados para a elaboração das Demonstrações de Resultado e fixação dos valores dos
estoques finais para cada ano são calculados assim:
1º. Ano:
Vendas: 40.000 un X $75/un $ 3.000.000
Custo dos Produtos Vendidos:
Custo de Produção
Custos variáveis = 60.000un x $30/un $ 1.800.000
Custos fixos $ 2.100.000

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Custo da produção acabada $ 3.900.000


(-) Estoque final de Produtos Acabados
$ 3.900.000 x 20.000 un = $65/un x 20.000 un ($ 1.300.000)
60.000

CPV $ 2.600.000

2º. Ano:

Vendas: 60.000 un X $75/un $ 4.500.000

Custo dos Produtos Vendidos:


Custo de Produção

Custos variáveis = 50.000un x $30/un $ 1.500.000

Custos fixos $ 2.100.000

Custo da produção acabada ($ 72/un) $ 3.600.000

(+) Estoque final de Produtos Acabados $ 1.300.000

(-) Estoque Final: 10.000 um x $72/un ($ 720.000)

CPV $ 4.180.000

3º. Ano:
Vendas: 50.000 un X $75/un $ 3.750.000
Custo Unitário de Produção:
Custos variáveis = 70.000un x $30/un $ 2.100.000
Custos fixos $ 2.100.000
Custo da produção acabada $ 4.200.000
Custo dos Produtos Vendidos:
Estoque inicial: 10.000 un x $72/un $ 720.000
Produção do período: 40.000 un x $60/un $ 2.400.000

CPV $ 3.120.000

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Estoque final: 30.000 un x $60/un = $ 1.800.000

4º. Ano:
Vendas: 70.000 un X $75/un $ 5.250.000
Custo dos Produtos Vendidos:
Estoque anterior: 30.000 un x $60/un $ 1.800.000
Produto do período:
Custos Variáveis: 40.000 un x $30/un $ 1.200.000
Custos Fixos $ 2.100.000
CPV $ 5.100.000

1º.ano 2º.ano 3º.ano 4º.ano Total


Vendas $ 3.000.000 $ 4.500.000 $ 3.750.000 $ 5.250.000 $ 16.500.000
(-) CPV ($ 2.600.000) ($ 4.180.000) ($ 3.720.000) ($ 5.100.000) ($ 15.000.000)
Lucro $ 400.000 $ 320.000 $ 630.000 $ 150.000 $ 1.500.000

Estoque Final 1.300.000 720.000 1.800.000 -- --

Analisando o resumo acima com os resultados dos quatro anos, notamos que, ao passar a
empresa de $3.000.000 para $4.500.000 em vendas, teve seu resultado diminuído de $400.000
para $320.000. Houve aumento de 50% nas vendas, mas uma queda de 20% no lucro!! Nada de
errado com os cálculos, e sabemos que o problema se deve ao seguinte: a produção foi grande
no primeiro ano, com baixo custo unitário ($65/un), mas foi reduzida no segundo, aumentando
esse valor ($72/un). Apesar do grande acréscimo de vendas, o aumento do custo unitário foi
mais relevante e acabou por provocar esse lucro final reduzido. Quanto aos estoques, caíram
50% do 1º para o 2º. Ano; mas não houve tal redução em reais, devido ao mesmo problema.
No 3º. Ano houve uma redução de 16,7% nas vendas, em comparação com o 2º Ano, mas os
lucros aumentaram em 96,9%! As explicações são as mesmas, com a produção de 70.000 unid
no 3º. Ano, o custo unitário caiu para $60/un, o que provocou um grande lucro, apesar de as
primeiras vendas serem feitas com produtos remanescentes do ano anterior.
No 4º. Ano há outro acréscimo violento nas vendas (40%) mas outra vez o resultado reagiu de
forma diferente, caindo 76$.! Vendeu-se como nunca, mas obteve-se o menor lucro.

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Em suma, os resultados não acompanham necessariamente a direção das vendas sendo muito
influenciado pelo volume de produção, seu montante, aliás, depende diretamente não só das
receitas e volume produzido no período, mas também da quantidade feita no período anterior,
já que isto afeta o custo unitário do estoque que passa a ser baixada no período seguinte.
Como ficariam as demonstrações desses mesmos períodos sob o Custeio Variável?
Só se agregaria ao produto seu custo variável, passando os custos fixos a serem alocados
integralmente para o resultado do período em que tivessem sido incorridos; assim, cada unidade
estocada estaria sempre, independente do volume de produção de que participou, avaliada por
$30,00.

Teríamos:

1º.ano 2º.ano 3º.ano 4º.ano Total


Vendas $ 3.000.000 $ 4.500.000 $ 3.750.000 $ 5.250.000 $ 16.500.000
(-) Custo variável
dos produtos
vendidos ($1.200.000) ($1.800.000) ($1.500.000) ($2.100.000) ($6.600.0000)
(=) Margem de
contrib. $ 1.800.000 $ 2.700.000 $ 2.250.000 $ 3.150.000 $ 9.900.000
(-) Custos fixos ($2.100.000) ($2.100.000) ($2.100.000) ($2.100.000) ($8.400.000)
Lucro ($300.000) $600.000 $150.000 $1.050.000 $1.500.000

Estoque final 600.000 300.000 900.000

Podemos verificar aqui que, aumentando-se as vendas, aumenta-se também o lucro, reduzindo-
se o faturamento, cai o resultado. Não há relacionamento igual em ambos em termos
percentuais, aumentando-se as vendas em 50% no 2º.ano, temos uma melhoria no resultado de
300%, passando de negativo de $300.00 para positivo de $600.000. Ao cair o faturamento em
16,7% do 2º. Para o 3º. Ano, caiu o lucro em 75%. Isso é fácil de se explicar, já que de diferentes
valores de margem de contribuição é sempre deduzido o mesmo montante de custo fixo. Basta
ver que as alterações dos valores das margens de contribuição são, estas sim, exatamente iguais
às das vendas em termos percentuais.
Observamos então que o resultado pelo Custeio Variável sempre acompanha a inclinação das
Vendas, enquanto pelo Custeio de Absorção isso não ocorre necessariamente.

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Razões da não Utilização do Custeio Variável nos Balanços

Do ponto de vista decisorial, verificamos que o Custeio Variável tem condições de propiciar
muito mais rapidamente informações vitais à empresa; também o resultado medido dentro do
seu critério parece ser mais informativo à administração, por abandonar os custos fixos e tratá-
los contabilmente como se fossem despesas, já que são quase sempre repetitivos e
independentes dos diversos produtos e unidades.
O Custeio Variável fere os Princípios Contábeis, principalmente o Regime de Competência e a
Confrontação. Segundo eles, devemos apropriar as receitas e delas deduzir todos os sacrifícios
envolvidos para sua obtenção. Ora, se produzimos hoje, incorremos em custos que são
sacrifícios para a obtenção das receitas derivadas das vendas dos produtos feitos, e essas vendas
poderão em parte vir amanhã. Não seria, dentro desse raciocínio, muito correto jogar todos os
custos fixos contra as vendas de hoje, se parte dos produtos feitos só será vendida amanhã.;
deve então também ficar para amanhã uma parcela dos custos, quer variáveis ou fixos, relativos
a tais produtos.

O custeio variável ou direto, que atribui aos objetos de custeio apenas os elementos de custos
variáveis, não é aceitável para fins contábeis e de demonstrações contábeis oficiais, nem para
fins fiscais.

O custeio direto contrasta com o chamado custeio por absorção, no qual todos os custos de
produção, tanto fixos como variáveis, são atribuídos ao produto final e, portanto, “absorvidos”
pela produção e pelos estoques.

Uma vez que o custeio direto não reconhece todos os elementos aplicáveis na avaliação dos
estoques, não é considerado como de acordo com a Estrutura Conceitual e, portanto, deve ser
utilizado apenas em relatórios internos de informações gerenciais; para a avaliação dos
estoques para efeitos contábeis, utiliza-se o custeio por absorção. Não obstante, a aplicação do
método de custeio variável para fins internos poderá subsidiar diversas análises e decisões
gerenciais, como análise de ponto de equilíbrio, grau de alavancagem operacional e decisão
sobre preço de venda dos produtos e serviços, entre outras.

10.5 – Margem de Contribuição

Margem de Contribuição Total

A margem de contribuição é o montante que resta do preço de venda de um produto depois


da dedução de seus custos e despesas variáveis. A empresa só começa a obter lucro quando a
margem de contribuição dos produtos vendidos supera os custos e despesas fixos do exercício.
A margem pode ser entendida como a contribuição dos produtos à cobertura dos custos e
despesas fixos e do lucro.

Fórmula: MC = RBV – (CV + DV)


MC = Margem de Contribuição
RBV = Receita Bruta de Venda
CV = Custo Variável

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DV = Despesas Variáveis

Margem de Contribuição Unitária

É a contribuição que cada unidade de produto, ao ser vendida, oferece para a empresa compor
o montante que deverá cobrir os custos fixos, as despesas totais e formar o lucro.

Fórmula: MCU = RBVU – CVU


MCU = Margem de Contribuição Unitária
RBVU = Receita Bruta de Venda Unitária
CVU = Custos Variáveis Unitários

Para melhor entendimento do assunto, vamos utilizar o exemplo abaixo:

Fonte: (https://www.treasy.com.br/blog)

Sendo assim, a margem de contribuição na venda de cada camisa representa 30%, logo 30% do
meu faturamento mensal deverá equivaler ao montante de minhas despesas fixas. São
entendidas como Despesas Fixas, por exemplo, os honorários, salários, encargos sociais e
trabalhistas, aluguéis, impostos, contas de água, gás, luz, telefone e condomínio. Despesas fixas
são aquelas que existem, independentemente da entidade ou empresa estar funcionando ou
não. Mesmo que o volume de produção de uma indústria seja igual a zero, ainda assim haverá
despesas ou custos com aluguel do prédio.

10.6 – Ponto de Equilíbrio


De maneira muito resumida, uma empresa está no ponto de equilíbrio quando ela não tem lucro
e também não tem prejuízo. O lucro se dá quando a empresa ultrapassa esse ponto de equilíbrio,
logo, o prejuízo é obtido quando a empresa não o alcança.

O Ponto de Equilíbrio nada mais é do que o ponto em que a receita da empresa se iguala às
despesas e custos, sejam eles fixos ou variáveis. Ele é o volume necessário a ser produzido para
cobrir todos os custos e despesas do negócio.

Vamos supor que uma empresa venda seu produto por R$8 e seus custos e despesas variáveis
(ou seja, que variam conforme o volume da produção) totalizam R$3. Logo, a margem de
contribuição unitária (o que resta para arcar com custos e despesas fixas e gerar lucros), é de
R$5. MC = PV - (CV+DV)

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Seus custos e despesas fixas (independem do volume de produção) são R$20.000. Além disso, o
valor de depreciação de seus ativos é de R$5.000 e sua meta de lucro antes dos impostos é de
R$10.000.

Com esse exemplo em mente, vamos entender o que é Ponto de Equilíbrio contábil, financeiro
e econômico.

São três formas de cálculo:

o Ponto de Equilíbrio Contábil


O método contábil considera apenas os custos e despesas fixas, sendo então o mais simples e
difundido.

É mais utilizado quando a empresa possui muitos ativos que sofram depreciação, assim a análise
se torna mais realista e próxima da realidade.

Ponto de equilíbrio contábil = (custos e despesas fixas) / (margem de contribuição unitária)

No nosso exemplo seria:

Ponto de Equilíbrio contábil = 20.000,00/5,00 = 4.000 unidades.

Isso significa que é necessário produzir 4.000 unidades do produto para pagar todos os custos e
despesas. Assim, é necessário ultrapassar tal volume para obter lucro.

o Ponto de Equilíbrio Financeiro


O método financeiro ou de caixa considera os custos e despesas fixas, porém, subtrai destes o
que não é realmente desembolsado do caixa da empresa para que o resultado seja compatível
com o que há disponível em caixa.

Geralmente são retirados: depreciação, amortização, variação cambial e exaustão.

Ponto de Equilíbrio Financeiro = (Custos e despesas fixas – depreciação, amortização, variação


cambial e exaustão) / (margem de contribuição unitária)

No nosso exemplo:

Ponto de Equilíbrio financeiro = (20.000,00-5.000,00) /5,00 = 3.000 unidades.

Isso significa que é necessário produzir 3.000 unidades do produto para arcar com todos os
custos e despesas desembolsáveis.

o Ponto de Equilíbrio Econômico


O método econômico considera além de custos e despesas fixas, o custo de oportunidade do
dinheiro.

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O Ponto de Equilíbrio Econômico projeta um valor de lucro mínimo desejável para obter uma
remuneração equivalente àquela que teria se seu dinheiro fosse utilizado para outra finalidade
no mercado.

É utilizado principalmente por empreendedores que estão iniciando um negócio.

Ponto de Equilíbrio econômico = (Custos e despesas fixas + custo de oportunidade) / (margem


de contribuição unitária)

No nosso exemplo:

Ponto de equilíbrio econômico= (20.000,00+10.000,00) /5,00 = 6.000 unidades.

O resultado do Ponto de Equilíbrio, neste caso, significa que é necessário produzir 6.000
unidades para pagar todos os custos e despesas e obter o lucro desejado.

Fonte: Contabilidade de custos. Eliseu Martins. 9ª edição.

10.7 – Análise Custo X Volume X Lucro


Entender o comportamento dos custos, das despesas e da receita em decorrência de alterações
no volume de produção e de vendas permite utilizar o potencial informativo do ponto de
equilíbrio de maneira eficaz.

A análise do custo-volume-lucro é um estudo financeiro que demonstra a taxa de lucratividade


da empresa sobre o aspecto da produção, ou seja, é uma análise que demonstra a lucratividade
do negócio baseado no volume produzido e o montante de custos totais necessários para a
produção de determinado lucro.

Custos e Despesas Fixos - Como regra, os custos fixos são considerados constantes
independentes da quantidade que venha a ser fabricada dentro do limite da capacidade

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instalada. No entanto, quando uma empresa decide ultrapassar o limite dessa capacidade, ela
precisa contratar mais funcionários, ou comprar máquinas etc., e essa nova estrutura de custos
e despesas fixos permanece adequada até que novo limite seja ultrapassado. A situação
contrária também ocorre. Esse comportamento pode ser representado graficamente em forma
linear ou de degraus

Fonte: Contabilidade de custos. Eliseu Martins. 9ª edição.

Custos e Despesas Variáveis - As contas assim classificadas oscilam conforme o volume de


produção e de vendas. Esses gastos variam, mas não necessariamente de forma proporcional ao
crescimento da atividade. Volumes maiores, por exemplo, podem gerar maior produtividade da
mão de obra. Esse comportamento pode ser representado graficamente como abaixo. Nele
podemos observar o custo variável ou despesa variável com crescimento mais acentuado
quando a empresa opera em baixo volume de produção, depois um crescimento proporcional
e, por fim, um crescimento mais acentuado, quando o volume de produção e vendas atinge uma
quantidade maior. Por exemplo, o supervisor de produção. Até 40% da capacidade produtiva
somente um supervisor basta. Após esse aumento de volume, a empresa precisará contratar
outro supervisor, aumento assim seu custo.

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Fonte: Contabilidade de custos. Eliseu Martins. 9ª edição.

Mesmos os custos tradicionalmente variáveis podem não variar proporcionalmente em relação


à quantidade produzida. Mão-de-obra direta: pode ter picos de produtividade; Matéria-prima:
quanto menor o volume produzido, maior as perdas e vice-versa.

Os custos variáveis podem não variar proporcionalmente... ... e terem “picos” que os tornam
não diretamente proporcionais

Fonte: Contabilidade de custos. Eliseu Martins. 9ª edição.

10.8 – Conceito de custos baseado em atividades – ABC


O custeio baseado em atividades (custeio ABC) parte do princípio de que os custos de uma
empresa são gerados pelas atividades desempenhadas nela e que essas atividades são
consumidas por produtos e serviços gerados nesta mesma empresa. Essa metodologia permite
mensurar com mais exatidão as despesas e os custos indiretos — aqueles que não estão
diretamente ligados à produção —, por meio da análise das atividades, dos seus geradores de
custos e dos utilizadores.

Antes, vamos esclarecer que o ABC é um método de rastrear os custos das atividades realizadas
por uma empresa e de verificar como essas atividades estão relacionadas para a geração de
receitas e o consumo de recursos. Seu principal objetivo é amenizar as distorções provocadas
pelo uso do rateio arbitrário dos custos indiretos, sendo uma tentativa de rastreamento para
identificar os verdadeiros causadores de custos.

Mas é importante ressaltar que os cálculos feitos pelo método de custeio ABC não são aceitos
pela legislação societária e fiscal. Portanto, eles devem ser usados para a gestão e o controle
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interno da empresa, auxiliando no gerenciamento orçamentário e na prestação de contas


também.

Para exemplificar a ideia, vamos supor uma fábrica de roupas com dois produtos, a produção
mensal, o valor unitário e o total das vendas (faturamento) da nossa fábrica de roupas. Para o
cálculo, foi considerado que tudo o que foi produzido foi vendido:

Depois dos valores verificados no quadro acima, precisamos identificar os custos diretos por
unidade de produto. Na nossa fábrica de roupas, temos:

E então, elencamos os custos indiretos e as despesas:

Com todos esses números em mãos, vamos aplicar a metodologia:

1º – Identificar as atividades relevantes de cada departamento:

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2º – Atribuir custos às atividades:

3º – Fazer o levantamento dos direcionadores das atividades e o levantamento da quantidade


de direcionadores para cada produto:

Diante dessas definições, vamos ver qual é o custo de cada atividade conforme seus
direcionadores:

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4º – Demonstrar os resultados:
Aqui, é a hora de fazer um resumo de todos os custos da produção, diretos e indiretos, e incluir
os valores encontrados por atividade, que é o real objetivo desta metodologia. Veja como fica a
demonstração do resultado da nossa fábrica de roupas:

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Fonte: (https://www.treasy.com.br/blog/metodos-de-custeio)

Abaixo algumas vantagens e desvantagens da aplicação do método de custeio ABC.

Como vantagens podemos ressaltar:

o Informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio da redução do rateio;


o Adequa-se mais facilmente as empresas de serviços, pela dificuldade de definição do
que seja custos, gastos e despesas nessas entidades;
o Menor necessidade de rateios arbitrários;
o Atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade;
o Obriga a implantação, permanência e revisão de controles internos;
o Proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos;
o Identifica, de forma mais transparente, onde os itens em estudo estão consumindo mais
recursos;
o Identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade;
o Pode ser empregado em diversos tipos de empresas;
o Pode, ou não, ser um sistema paralelo ao sistema de contabilidade;
o Pode fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de
reposição;
o Possibilita a eliminação ou redução das atividades que não agregam valor ao produto.

Por outro lado, pode-se enumerar como desvantagens:

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o Gastos elevados para implantação;


o Alto nível de controles internos a serem implantados e avaliados;
o Necessidade de revisão constante;
o Leva em consideração muitos dados;
o Informações de difícil extração;
o Dificuldade de envolvimento e comprometimento dos empregados da empresa;
o Necessidade de reorganização da empresa antes de sua implantação;
o Dificuldade na integração das informações entre departamentos;
o Falta de pessoal competente, qualificado e experiente para implantação e
acompanhamento;
o Necessidade de formulação de procedimentos padrões;
o Não é aceito pelo fisco.

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Exercícios resolvidos – Módulo V


Módulo V – Análise das Demonstrações Contábeis

01.(Esaf) A Sapataria Pollíssola, no fim do exercício, inventariou seu estoque de mercadorias


para fins de balanço, tendo apurado a seguinte situação a preço de custo e a valor justo:

Para obedecer aos critérios de avaliação patrimonial, a Sapataria deve adotar uma das opções
abaixo. Assinale-a.

a) Não deve fazer provisões, pois o valor justo está maior que o de custo.
b) Deve fazer uma provisão de R$ 100,00, que é a diferença entre preço de custo e o valor justo.
c) Deve dar baixa no estoque de sapatos e de fivelas, pela diferença a maior no preço de custo.
d) Deve fazer uma provisão no valor de R$ 672,00 para ajustar o preço de custo ao valor justo.
e) Deve fazer uma provisão no valor de R$ 572,00 para ajustar o preço de custo ao valor justo.
R: A provisão para ajuste ao valor justo (neste caso, o valor líquido de realização mediante
venda) deve ser constituída apenas para os itens cujo valor justo seja inferior ao custo de
aquisição:

Uma grosa é equivalente a 12 dúzias. Gabarito: E

02. (Esaf) A Varejista S/A possui, no fim do exercício, 300 unidades, assim discriminadas:

100 unidades do item tipo “A”, ao custo unitário de R$ 2,50;


100 unidades do item tipo “B”, ao custo unitário de R$ 2,70;
100 unidades do item tipo “C”, ao custo unitário de R$ 2,80.
Os itens tipo “C” estão todos contabilizados como bens de uso, os outros dois tipos são
destinados à venda.

No dia de encerramento do exercício social os três tipos de itens “A”, “B” e “C” estavam cotados
ao valor justo de R$ 2,60 por unidade.

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Com essas informações podemos afirmar que, no balancete de verificação do final do período,
preparatório para o balanço patrimonial, as contas que registravam esses itens apresentavam
saldos cuja soma total era de:

a) R$ 770,00.
b) R$ 780,00.
c) R$ 790,00.
d) R$ 800,00.
e) R$ 810,00.
R: Nas hipóteses em que o custo de aquisição é maior que o valor justo (itens do tipo B e C),
temos que constituir provisão para ajuste ao valor justo:

Apesar de os itens tipo C serem destinados a uso, presume-se que são classificados no ativo
circulante e, por consequência, também deve ser constituída provisão em relação a eles.

A posição dos itens é a seguinte:


Item A 250,00
Item B 270,00
Provisão para Ajuste (10,00)
Item C 280,00
Provisão para Ajuste (20,00)
Total 770,00
A questão está mal formulada. A banca examinadora considerou na resposta apenas os saldos
das contas que representam os itens em estoque, ou seja, o custo de aquisição dos itens, sem
computar as provisões correspondentes. Gabarito: D

03. (Esaf/Adaptada) A Loja Cine/Foto/Som levantou os seguintes estoques em 31/12/x0, a preço


unitário de custo e o valor justo.

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A Loja sabe que terá de aplicar as regras da Lei nº 6.404/76 para avaliação desses estoques, por
isso, para fins de balanço, terá que mandar providenciar o seguinte lançamento:

a) Despesa com Ajuste de Estoques

a Estoque de Mercadorias R$ 1.100,00

b) Despesa com Ajuste de Estoques

a Provisão p/ Ajuste ao Valor Justo R$ 1.100,00

c) Estoque de Mercadorias

a Provisão p/ Ajuste ao Valor Justo R$ 2.050,00

d) Provisão p/ Ajuste ao Valor Justo

a Despesa com Ajuste de Estoques R$ 2.050,00

e) Despesa com Ajuste de Estoques

a Provisão p/ Ajuste ao Valor Justo R$ 450,00

A provisão para ajuste ao valor justo deve ser constituída apenas para os itens cujo valor justo
seja inferior ao custo de aquisição (Lei nº 6.404/76, art. 183, II):

Gabarito: B

04. (Esaf/2009) A diminuição do valor dos elementos do ativo será registrada periodicamente
nas contas de:

a) provisão para perdas prováveis, quando corresponder à perda por ajuste ao valor provável de
realização, quando este for inferior.
b) depreciação, quando corresponder à perda do valor de capital aplicado na aquisição de
direitos da propriedade industrial ou comercial.
c) amortização, quando corresponder à perda de valor, decorrente da exploração de direitos
cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

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d) exaustão, quando corresponder à perda de valor dos direitos que têm por objeto bens físicos
sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.
e) provisão para ajuste ao valor de mercado, quando corresponder à perda pelo ajuste do custo
de aquisição ao valor de mercado, quando este for superior.
R: Provisão para perdas prováveis: quando corresponder à perda por ajuste ao valor provável
de realização, quando este for inferior.

Depreciação: quando corresponder à perda de valor dos direitos que têm por objeto bens físicos
sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.
Amortização: quando corresponder à perda do valor de capital aplicado na aquisição de direitos
da propriedade industrial ou comercial.

Exaustão: quando corresponder à perda de valor, decorrente da exploração de direitos cujo


objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

Provisão para ajuste ao valor justo: quando corresponder à perda pelo ajuste do custo de
aquisição ao valor justo, se este for menor.

Onde a alternativa E diz “valor de mercado”, devemos entender valor justo. Gabarito: A

05. (Esaf) A empresa MIP Comercial utiliza o método do inventário periódico, com avaliação pelo
critério PEPS, para controlar os seus estoques. Durante o exercício de 2000, entretanto, houve
um roubo de mercadorias que só foi descoberto em março de 2001 com a confissão do culpado.
No exercício de 2000 o “custo das mercadorias roubadas” foi incluído, despercebidamente:

a) no estoque inicial de mercadorias.


b) nas compras de mercadorias.
c) nas vendas de mercadorias.
d) no estoque final de mercadorias.
e) no custo das mercadorias vendidas.
R: Em virtude de a empresa adotar o sistema de inventário periódico, ao fim do exercício, ela
deve executar a contagem física das mercadorias que permaneceram em estoque (para
identificar o estoque final) e apurar o CMV. Como o roubo não foi descoberto no exercício de
2000, as mercadorias roubadas, por não constarem do estoque final, foram computadas como
se tivessem sido vendidas.

Se em razão do roubo o estoque final foi menor, o CMV terá sido maior:

CMV ↑ = EI + C – EF ↓

Portanto, em 2000, o CMV foi afetado para mais. Gabarito: E

06. (Analista/CVM/Esaf/2010) Ao fim do exercício social, a empresa Mel & Doces Ltda., ao
inventariar três dos seus produtos para venda, apurou a seguinte situação em quantidades e
custos de aquisição:

Item Alfa = 500 unidades ao custo unitário de R$ 3,00;

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Item Beta = 100 unidades ao custo unitário de R$ 12,00;

Item Zeta = 300 unidades ao custo unitário de R$ 20,00.

As despesas estimadas com a venda equivalem a 10% do preço de custo. O preço de venda em
vigor no dia do balanço era o seguinte: R$ 3,50 para o item Alfa; R$ 10,00 para o item Beta e R$
20,00 para o item Zeta.

Em face da situação descrita, após registrar os ajustes e provisões necessárias ao cumprimento


das normas, a empresa levará a balanço, como saldo representativo desses três estoques, o
valor de:

a) R$ 7.780,00.
b) R$ 7.880,00.
c) R$ 8.500,00
d) R$ 8.750,00.
e) R$ 8.700,00.

Entre o custo de aquisição e o valor justo (valor líquido de realização), prevalece o menor:

Alfa 1.500

Beta 880

Zeta 5.400

Total 7.780

Na verdade, contabilmente deve ser exibido o custo de aquisição deduzido da respectiva


provisão:

Alfa 1.500

Beta 1.200

Provisão ( 320)

Zeta 6.000

Provisão ( 600)

Total 7.780

Gabarito: A

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07. (Auditor/Receita Federal/Esaf/2012) Nas operações de mercadorias, o valor dos gastos com
transportes, quando estes são feitos sob a responsabilidade do comprador:

a) aumentam o valor das mercadorias compradas.

b) são registrados a débito de uma conta de despesa.

c) diminuem o valor dos estoques de mercadorias.

d) não geram efeitos no custo das mercadorias vendidas quando estes são realizados.

e) não afetam o valor dos estoques de mercadorias.

R: Conforme o CPC 16 (R1), o custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra,
os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao Fisco), bem como
os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de
produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens
semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. Gabarito: A

08. (Analista/Receita Federal/Esaf/2012) A empresa Metalfino Ltda. não sofre tributação nas
operações de compra e venda de mercadorias; só opera com transações extra-caixa; utiliza o
método de controle permanente de estoques, com avaliação a preço médio ponderado.

Em 15 de outubro a empresa realizou a venda de 120 unidades ao preço unitário de 12 reais. As


compras do mês foram: 150 unidades a 8 reais cada uma em 05/10 e 60 unidades a 11 reais, em
18/10.

Sabendo-se que em 30 de setembro desse ano já havia um estoque de mercadorias no valor de


R$ 500,00 correspondentes a 100 unidades, pode-se afirmar que o custo das mercadorias
vendidas em outubro foi de:

a) R$ 600,00.
b) R$ 660,00.
c) R$ 780,00.
d) R$ 816,00.
e) R$ 960,00.
R: O CMV é evidenciado na coluna de saídas. Gabarito: D

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09. (Analista/Mdic/Esaf/2012). Elabore a ficha de controle de estoques com os seguintes dados:


Mercadorias existentes em 01/10 = 60 unidades ao custo de R$ 20,00;
Compras a prazo em 04/10 = 100 unidades ao custo unitário de R$ 24,00;
Vendas em 10/10 de 80 unidades ao preço unitário de R$ 30,00.
A empresa não sofre tributação e avalia os estoques a custo médio ponderado. Com essas
informações podemos dizer que a operação de venda teve um custo de:
a) R$ 1.600,00.
b) R$ 1.680,00.
c) R$ 1.800,00.
d) R$ 1.920,00.
e) R$ 2.400,00.
R: 60 unidades x 20,00 = 1.200,00
100 unidades x 24,00 = 2.400,00
160 unidades 3.600,00
Custo médio unitário: 3.600,00/160 unidades = 22,50
Custo da venda: 80 unidades x 22,50 = 1.800,00.
Gabarito: C
10. (Analista/Cespe) Em uma empresa que comercializa pacotes de ração canina realizou-se um
inventário no final de setembro de 2011 constatando que havia no estoque 12 pacotes de ração
da marca X cujo valor unitário de aquisição foi de R$ 18,00. Nos meses de outubro e novembro
desse mesmo ano, a empresa adquiriu 40 pacotes de ração dessa marca ao preço de R$ 20,00
cada pacote e vendeu 35 pacotes a R$ 32,00 o pacote.
Considerando essa situação hipotética bem como as informações e os métodos de avaliação de
estoque admitidos pelos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC), julgue
os itens que se seguem. Questões 11 ao 13.
Se a avaliação do estoque foi feita pelo método da média ponderada, o estoque da ração canina
X, ao final de novembro de 2011, era inferior a R$ 500,00.
( ) certo
( ) errado
R: 12 unidades x 18,00 = 216,00
40 unidades x 20,00 = 800,00
52 unidades 1.016,00
Média: 1.016,00/52 unidades = 19,54.

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Estoque final: 17 unidades x 19,54 = 332,18. Gabarito: certo.


11. (Analista/Cespe) Se a empresa utilizou o método “primeiro que entra, primeiro que sai”
(PEPS), o custo da ração canina X vendida nos meses de outubro e novembro foi de R$ 1.120,00.
( ) certo
( ) errado
R: CMV – PEPS
12 unidades x 18,00 = 216,00
23 unidades x 20,00 = 460,00
35 unidades 616,00
O preço de venda é que foi de 1.120,00 = 35 unidades x 32,00. Gabarito: errado.
12. (Analista/Cespe) Suponha que a empresa ofereça serviço de entrega dos produtos e que
todos os 35 pacotes da ração X vendidos em outubro e novembro tenham sido entregues nos
locais determinados pelos clientes. Nesse caso, todos os custos relacionados com esse serviço
de entrega devem ter sido incorporados no custo da mercadoria vendida nesse período.
( ) certo
( ) errado
R: Trata-se de despesas operacionais com vendas. Gabarito: errado.
13. (Analista/Cespe) Se a referida ração for perecível, com indicação dos prazos de validade nos
pacotes, a empresa não poderá contabilizar seu estoque de ração canina da marca X pelo
método “último que entra, primeiro que sai” (UEPS), pois, sendo perecível, a contabilização deve
considerar o prazo de validade do produto.
( ) certo
( ) errado
R: O UEPS não é admitido pelo CPC 16 (R1). Gabarito: errado.

BIBLIOGRAFIA

Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo

Contabilidade de Custos – Eliseu Martins – ed Atlas, 2003 – São Paulo

Ferreira, Ricardo J., 1961- Contabilidade básica: teoria e questões comentadas / Ricardo J.
Ferreira. - 15. ed. - Rio de Janeiro: Ferreira, 2017.

Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades: de acordo com as normas


internacionais e do CPC / Ernesto Rubens Gelbcke ... [et al.]. – 3. ed. – São Paulo: Atlas, 2018.

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Montoto, Eugenio Contabilidade geral e avançada esquematizado® / Eugenio Montoto – 6. ed.


– São Paulo : Saraiva Educação, 2019.

http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos

Lei Nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976.

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