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Hierarquia de

necessidades de
Maslow
hipótese em psicologia

A hierarquia de necessidades de Maslow


é uma teoria da psicologia proposta por
Abraham Maslow em seu artigo "A teoria
da motivação humana", publicado em
1943 na revista Psychological Review.[1]
Maslow define cinco categorias de
necessidades humanas: fisiológicas,
segurança, afeto, estima e as de auto
realização. Esta teoria é representada
por uma pirâmide onde na base se
encontram as necessidades mais
básicas pois estas estão diretamente
relacionadas com a sobrevivência.
Apesar da popularização do esquema
em formato de pirâmide, esta
representação da teoria não foi
elaborada por Maslow, mas sim por
Charles McDermid em 1960, em uma
adaptação da teoria. [2]
Pirâmide baseada na hierarquia das necessidades de Maslow

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Abraham Maslow
A psicologia humanista é a terceira força
da psicologia (depois da psicanálise e do
comportamentalismo) e tem como
características principais a avaliação de
cada sujeito como ser único e da análise
deste levando em conta tudo que o
envolve. Tem como base o entendimento
e a percepção/interpretação subjetiva do
mundo pelo indivíduo, diferentemente da
psicanálise que tem como objeto de
estudo o inconsciente e do
comportamentalismo que considera a
relação estímulo-resposta a que molda
os indivíduos. Um dos autores que teve
grande contribuição nessa área foi
Abraham Maslow.

Abraham Maslow foi um psicólogo norte-


americano, conhecido pela Teoria da
Hierarquia das Necessidades Humanas
e, como já referido, foi um psicólogo de
referência na Psicologia Humanista.

Nasceu nos Estados Unidos em 1908,


segundo este, viveu uma infância muito
infeliz e miserável utilizando a biblioteca
como refúgio. Faleceu, em 1970, na
Califórnia, devido a um ataque cardíaco.

Começou por estudar direito, mas


interessou-se pela psicologia, curso que
acabou por fazer mais tarde.

Estudou diversas áreas da psicologia


como a psicanálise, Gestalt e a
humanista. Trabalhou juntamente com
Edward L. Thorndike em pesquisas sobre
sexualidade humana, foi o coordenador
do curso de psicologia em Brandeis e
responsável pela publicação da Revista
de Psicologia Humanista.

Em 1954, Maslow publicou “A Theory of


Human Motivation”. Esta obra aborda a
teoria da Hierarquia das Necessidades
que começou com o seu estudo
observacional de macacos. Percebeu
que estes faziam escolhas
comportamentais com base nas suas
necessidades pessoais. Por exemplo, os
macacos tornavam-se mais agressivos
quando estes não tinham comida, por
outro lado, tornavam-se seres mais
sociais e dóceis com os outros após
satisfazerem a suas necessidades
fisiológicas.

A base empírica para esta teoria criada


por Maslow foram os seus próprios
estudos sobre a dominância em
macacos e em humanos. Assim concluiu
que tanto nos humanos como nos
macacos, a capacidade de um indivíduo
ser dominante em comparação com os
outros deve-se ao facto da sua
superioridade ser reconhecida pelos
outros e que as diferenças existentes em
ambos os grupos ocorriam devido a
diferenças no exercer a dominância
pelos indivíduos que o constituem.

Concluiu que este padrão era visível


também nos seres humanos seguindo,
geralmente, a mesma sequência.

Necessidades
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Básicas (primárias)

Fisiológicas

O ponto de partida do modelo da


Hierarquia das Necessidades são as
necessidades básicas fisiológicas.
Segundo Maslow, as necessidades
fisiológicas são as mais importantes
para os funcionários e, sem elas, é
impossível motivar e satisfazê-los (Khan
et al. 2011), deste modo, estas
necessidades são representadas na base
da pirâmide. São também chamadas de
homeostáticas pois tem como objetivo a
manutenção do equilíbrio interno do
organismo de forma a regular os níveis
sanguíneos de sal, açúcar, proteínas,
gorduras, oxigénio, cálcio, equilíbrio
ácido-base, temperatura entre outros
parâmetros. Quando existe um
decréscimo nestes níveis, o indivíduo irá
sentir, por exemplo, fome, sede, desejo
sexual, sono. A satisfação destas
necessidades é predominante no
comportamento humano,
consequentemente, para atender a esta
indispensabilidade tornam-se agressivos
e selvagens arriscando toda a sua
segurança.

Quando estas necessidades não são


satisfeitas, geralmente, há queixas tais
como reclamações referentes ao risco
de morte, fadiga, fome, sede, más
condições de moradia, falta de ar devida
a problemas de ventilação ou ao tipo de
trabalho, manifestação do desejo de um
lugar de trabalho seco e aquecido, boas
condições de saúde. Neste nível, as
necessidades são, em sua maioria,
multideterminadas, isto é, elas servem
de canal para a satisfação de outras
necessidades.

Segurança

É a necessidade de nos sentirmos


seguros, perante algum tipo de perigo
(violência, catástrofes naturais), ter
proteção, seja, por exemplo, estabilidade
na vida, como conseguir preservar o
emprego em que alguém se encontra.
Esta necessidade também está
relacionada com o facto de existirem leis
e limites que permitem que haja uma
ordem na sociedade.

Quando estas necessidades não são


satisfeitas geralmente há queixas tais
como medo de circular na rua quando se
vive em locais violentos e/ou perigosos,
também queixas relativas à segurança e
estabilidade no trabalho, ao medo de ser
despedido arbitrariamente, a não poder
planear o orçamento familiar devido à
falta de garantia quanto à permanência
no trabalho, à arbitrariedade do
supervisor com respeito a possíveis
indignidades a que o indivíduo tenha de
se submeter para se manter no trabalho,
à própria segurança física com relação a
possíveis acidentes no trabalho.

Este mal-estar só irá acabar quando a


situação que causa insegurança ao
indivíduo acabar, só deste modo é que o
sujeito pode alcançar a sua necessidade
de segurança e passar para o próximo
patamar de motivação.
Psicológicas (secundárias)

Sociais

É a necessidade de se relacionar com


pessoas. As relações mais próximas (e
básicas) geralmente são com os pais,
seguidas de uma vontade de se ter um
companheiro ou companheira e por
último ter filhos. A hierarquia das
relações dentro da necessidade de
afiliação ou afeto acompanha o
desenvolvimento do indivíduo, ou seja, a
necessidade de se relacionar com os
pais é maior no estágio infantil e com
companheiros e filhos na vida adulta.
Também está presente, nesta categoria,
a vontade de relacionar-se com grupos
(vizinhança, nichos na escola, no
trabalho, etc), criar laços, sentir
pertencente. A necessidade de afiliação
é vista por uma vontade tanto de dar
como receber afeto.

Quando estas necessidades não são


satisfeitas geralmente há queixas tais
como reclamações pela falta de amigos
no trabalho, pela falta de namorada (o)
ou esposa (o), pela falta de relações
afetivas com outras pessoas, de modo
geral, por não pertencer a um grupo,
dentro ou fora da organização, por não
ter oportunidade de prestar ajuda aos
colegas, por não receber ajuda dos
companheiros de qualquer grupo social,
como os do trabalho.

Estima

É a necessidade de nos sentirmos


dignos, autoconfiantes, independentes,
autónomos, apreciados, respeitados por
nós e pelos outros, com prestígio,
reconhecimento, poder, orgulho etc.
Inclui também o desejo de ser bom em
alguma atividade e necessidades de
autoestima. Estas necessidades passam
por duas vertentes, o reconhecimento
das nossas capacidades pessoais e o
reconhecimento dos outros face à nossa
capacidade de adequação às funções
que desempenhamos e são motivadas
por uma necessidade de prestígio e
reputação.

Quando estas necessidades não são


satisfeitas geralmente há queixas, em
sua maioria, à perda de dignidade, à
ameaça ao prestígio, à autoestima e à
estima vinda dos outros. Os desejos
estão orientados para a realização de
algo, para ter competência, para ter
status, alegria, atenção, importância,
apreciação e a necessidade de confiar e
de ser alguém no mundo.
Realização pessoal

Necessidades de Autorrealização

Também conhecidas como


necessidades de crescimento. Incluem o
desenvolvimento das próprias
necessidades, a realização, aproveitar
todo o potencial próprio, ser aquilo que
se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e
é capaz de conseguir. Relaciona-se com
as necessidades de estima: a autonomia,
a independência e o autocontrole. Aqui
nós somos capazes de aceitar factos,
não criar preconceitos, sermos criativos,
espontâneos e os nossos atos são
baseados na moral.
Quando estas necessidades não são
satisfeitas geralmente as reclamações
podem ser relativas à ineficiência ou
imperfeição do mundo para com as
pessoas de um modo geral, à falta de
verdade, à injustiça e à desonestidade.
Neste nível de necessidade, os desejos
estão voltados para a perfeição, para ser
aquilo que o indivíduo tem potencial para
ser.

Contributos de Outros
Autores
Freud contribui para esta teoria através
de seu trabalho sobre o aparelho
psíquico. Este é composto pelo
consciente (onde ocorrem decisões
lógicas e funciona com base no princípio
da realidade), pré-consciente (onde estão
as lembranças que se podem tornar
facilmente conscientes) e inconsciente
(onde existe uma descarga de energia
psíquica chamada de “pulsão” em
pensamentos, criatividade, etc.).

Ao juntar a teoria das pulsões com a


teoria de Maslow, é possível perceber
que o fator motivacional que se encontra
nas quatro primeiras necessidades, é o
de evitar o desprazer. Neste caso, a
pessoa sente-se frustrada por não ter
capacidade para satisfazer as
necessidades de qualquer uma destas
quatro categorias. No caso da
autorrealização, conseguimos perceber
que o fator motivacional é a busca pelo
prazer.

Para Maslow, o estudo do conceito de


autorrealização é feito através da
identificação de pessoas cujas histórias
levam a acreditar que são pessoas
autorrealizadas e, seguidamente,
procurava elementos comuns entre elas.
Estudou a antropóloga Ruth Benedict e o
psicólogo gestaltista, Max Wertheimer e
identificou algumas pessoas que
partilhavam algumas das características
de Benedict e Wertheimer. Desta forma,
conclui que as pessoas que se
autorrealizam são criativas,
independentes, agem de forma natural e
espontânea com os outros, e vivem
momentos de frustração ou de
satisfação muito intensos que ele chama
de experiências de pico.

O professor e pesquisador Alexandre


Pellaes foi responsável pelo maior
estudo sobre autorrealização (http://ww
w.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/471
34/tde-19072018-101556/pt-br.php) e
descobriu que em nenhum texto de
Maslow é falado sobre uma pirâmide. Ele
fala de necessidades, mas nunca no
conceito de pirâmide e de hierarquia.
Segundo a pirâmide, as pessoas só
passam a almejar o nível seguinte depois
que o anterior está preenchido, mas se
fosse assim, alguém com necessidades
básicas não realizadas, por exemplo
fome, não precisaria de amor.

Críticas
Nadler & Lawler (1979) criticaram os
seguintes aspectos da teoria de Maslow:
(a) todos os funcionários são iguais (b)
todas as situações são semelhantes e
que (c) a teoria tem uma ordem muito
rígida sem a possibilidade de inversão ou
troca de necessidades pois existe
apenas uma maneira melhor de atender
às necessidades. Este último facto é
visível nas diversas pessoas que
abdicam de necessidades básicas para a
realização de um sonho como, por
exemplo, pessoas que deixam de dormir
para trabalhar horas e horas com o
objetivo de serem promovidas. Esta
rigidez das necessidades representada
por uma pirâmide escalonada é muito
discutida por Manfred Max Neef e no seu
modelo Max-Neef, exigindo uma maior
flexibilidade para a teoria.

Entretanto, esta flexibilidade (por


exemplo: deixar de fazer algo
relacionado com necessidades
fisiológicas para atingir uma
necessidade mais alta como de estima)
só é observada se os níveis de
satisfação em patamares mais baixos,
não sendo visível a níveis críticos, pois
se chegar próxima à ameaçar a
sobrevivência as críticas de Nadler &
Lawler e Max Neef não são válidas e a
regra de Maslow continua a ser seguida.

Mais tarde, Graham & Messner (1998,


p. 196), criticou a teoria motivacional na
mesma linha de pensamento de Nadler &
Lawler, afirmando que nem todas as
pessoas são iguais, consequentemente,
uma necessidade para uma pessoa,
pode não ser para outra. A crítica ao
conceito de autorrealização é feita por
diversos autores, pois ele é algo mal
definido e vago.
Na revisão de Wahba e Bridwell (1976)
dos resultados de 10 estudos, como
propósito de testar proposição de
privação / dominação, demonstram que
não foram encontradas nenhumas
evidências empíricas para a teoria. A
questão de gratificação/ativação da
teoria foi também contrariada nesta
revisão literária. Neste caso, e segundo
Maslow uma necessidade satisfeita
diminuiu na sua importância e causando
um aumento na importância da próxima
necessidade, contudo, os resultados
indicam que não há correlação entre a
satisfação de uma determinada
necessidade o aumento da importância
do próximo (Berl et al. 1984). Tal como
defenderam Graham & Messner, a teoria
apresenta poucas evidências empíricas.

Atualmente, e apesar das críticas, esta


teoria continua a ter uma contribuição
significativa para sistemas de TQC (Total
Quality Control) especialmente em
empresas, no setor de recursos humanos
onde procuram seguir a ordem da teoria
de forma a garantir o desenvolvimento e
bem-estar dos funcionários. Contudo, já
existem outros novos modelos de teoria
emocional como Motivation-Hygiene de
Herzberg, ERG de Alderfer, teoria de x e y
de McGregor e a das três necessidades
de McClelland. E, apesar desses teóricos,
aparentemente, proporem diferentes
teorias universais ou modelos de
necessidades, a maioria delas apresenta
semelhança com a teoria da hierarquia
das necessidades.

Referências
1. Maslow, Abraham (1943). «A theory
of human motivation» (https://doi.ap
a.org/doiLanding?doi=10.1037/h005
4346) . Psychological Review, 50(4),
370–396. doi:10.1037/h0054346 (htt
ps://dx.doi.org/10.1037%2Fh005434
6) . Consultado em 16 de julho de
2021
2. Bridgman, Todd; Cummings, Stephen
(abril de 2018). «Who Built Maslow's
Pyramid? A History of the Creation of
Management Studies' Most Famous
Symbol and Its Implications for
Management Education» (https://ww
w.researchgate.net/publication/3245
35823_Who_Built_Maslow's_Pyramid
_A_History_of_the_Creation_of_Mana
gement_Studies'_Most_Famous_Sym
bol_and_Its_Implications_for_Manag
ement_Education) . Academy of
Management. Academy of
Management Learning and
Education. 18 (1): 86-87. Consultado
em 27 de junho de 2022
Leitura adicional

Abraham H. Maslow. (1987).


Motivation and personality (3rd ed.).
Nova Iorque.
Koltko-Rivera, M. E. (2006).
Rediscovering the later version of
Maslow’s hierarchy of needs: Self-
transcendence and opportunities for
theory, research, and unification.
Review of General Psychology, 10(4),
302–317.
Fallatah, R. H. M., & Syed, J. (2018). A
Critical Review of Maslow’s Hierarchy of
Needs. Employee Motivation in Saudi
Arabia.
Daniel, D. (2005). Using PowerPoint to
ruin a perfectly good lecture, 3(10),
1061–1064
Koltko-Rivera, M. E. (2006).
Rediscovering the later version of
Maslow’s hierarchy of needs: Self-
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theory, research, and unification.
Review of General Psychology, 10(4),
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Hesketh, J. L., & Maria T. P. M. Costa.
(1980). Construção de um instrumento
para medida de satisfação no trabalho.
Revista de Administração de Empresas,
20(3), 59–68.
https://doi.org/10.1590/S0034-
75901980000300005
Críticas a teoria das necessidades
Maslow. (2017). Retrieved November
23, 2018, from
https://gestaoambientall.wordpress.co
m/2017/09/27/criticas-a-teoria-das-
necessidades-maslow/

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