INSTITUIÇÃO: Centro Universitário Uniacademia

DISCIPLINA : Motivação, Emoção e Consciência

PROFESSOR : Ivan Fajardo
ASSUNTO: Teorias Motivacionais

 Abraham Maslow

Depois da pesquisa orientada por Elton Mayo, vários estudiosos do

comportamento humano passaram a dedicar-se ao exame das reações individuais
e suas motivações.

Dentre os vários estudos realizados, o enfoque de Maslow ganhou destaque

especial. Vale dizer que Maslow está para motivação assim como Freud está para
Psicanálise. A notoriedade do mesmo fica reconhecida com a publicação de seu
livro “Motivation And Personality”, em 1954, pela Harper de New York.

Pode-se dizer, que Maslow começou a elaborar sua teoria motivacional, a partir da
seguinte pergunta: “porque determinados indivíduos se tornam neuróticos?”. De
sua larga experiência em consultório, aliada a de empresa, pois por motivo de
doença de seu pai, teve que assumir os negócios da família, extraiu a idéia básica
de toda sua formulação teórica sobre motivação.

Considera o ser humano como um ente organizado e integrado que possui

necessidades. E que se engaja na busca da satisfação de suas necessidades,
objetivando atingir a saúde psicológica. No entanto, obstáculos se interpõem ao
processo natural de crescimento pessoal.

Algumas pessoas conseguem transpor os obstáculos e seguem rumo a

individuação, processo correspondente a experiência da iluminação do Zen-
Budismo. Outras pessoas não conseguem superá-los e se tornam neuróticos.
Acrescenta que, em linhas gerais, existem indivíduos motivados para o déficit e
outros motivados para o crescimento.

Alguns anos antes da publicação do livro citado anteriormente, Maslow formulou

sua conhecida Hierarquia das Necessidades Humanas ou Pirâmide das
Necessidades. Estas necessidades são desdobradas da seguinte maneira:
Necessidades Fisiológicas (fome, sede, sono, sexo e oxigênio), Necessidades de
Segurança (proteção e estabilidade), Necessidades Sociais (amizades, amor e
inclusão em grupos), Necessidades de Estima (respeito pelo outro, auto-respeito,
reputação, prestígio, status e reconhecimento) e Necessidades de Auto-
Realização (defesa dos valores do Ser e utilização plena dos talentos e
ponteciais). Acrescenta que o ser humano, além destas, tem Necessidades de
Saber e Necessidades do Estético.
Os níveis de necessidades são interdependentes e sobrepostos, na seguinte
ordem: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades
sociais, necessidades de estima e necessidades de auto-realização. Isto não
significa que o indivíduo tenha que ver totalmente satisfeito um nível para aspirar
outro. Na verdade, o homem só consegue ver parcialmente satisfeitas suas
necessidades. Neste sentido, pesquisas indicam que o homem tipo médio é capaz
de realizar 85% de suas necessidades fisiológicas, 70% das necessidades de
segurança, 50% das necessidades sociais, 40% das necessidades de estima e
10% das necessidades de auto-realização.

Com relação a hierarquia das necessidades, Maslow destaca que as

necessidades de nível mais alto são, subjetivamente, menos urgentes. E quanto
mais alta e menos urgente ela for, para a sobrevivência total do indivíduo, a sua
satisfação poderá ser adiada por mais tempo. Estas necessidades requerem
melhores condições econômicas e educacionais, para se tornarem possíveis. E a
satisfação destas produz resultados mais desejáveis: felicidade mais intensa,
serenidade e riqueza da vida interior. Assim, viver no nível mais alto de
necessidades significa maior eficiência biológica e psicológica.
Consequentemente, o surgimento e a satisfação dessas necessidades fazem
parte do desenvolvimento evolutivo posterior do indivíduo.

A classificação das necessidades, por níveis de importância crescente, induzindo

o homem a satisfação ascendente de novas necessidades, a medida que as
satisfaz, tornando-o um ser caracteristicamente insaciável, sempre em busca de
novas satisfações. Assim, para este autor, é neste fato que reside a dinâmica do
processo motivacional.

Ser motivado para o déficit significa : orientar o comportamento apenas para a

satisfação de Necessidades Básicas. É como se existissem “buracos” dentro do
indivíduo, que precisam ser constantemente preenchidos por alguém de fora. É
estar constantemente em estado de carência. Consequentemente, fica
praticamente inviabilizando o surgimento das Necessidades Secundárias. E então,
há uma paralisação do processo de crescimento, ficando o indivíduo fixado nos
níveis mais baixos da Hierarquia de Necessidades.

Estando o indivíduo com suas necessidades básicas satisfeitas, passa a orientar

seu comportamento para a realização dos valores mais caros e intrínsecos do ser
humano. Valores tais como: Verdade, Dignidade, Justiça, Bondade, Beleza,
Alegria, Simplicidade, Perfeição, Tranqüilidade, Auto-Suficiência e
Transcendência. É evidente que estas pessoas também tem suas necessidades
básicas a serem satisfeitas. No entanto, não haverá perda tempo, para a
satisfação destas. São satisfeitas rapidamente. O indivíduo está completamente
envolvido na defesa e legitimação dos valores do ser. Não há quebra no processo
de crescimento. A pessoa está envolvida pela Dinâmica das Necessidades de
Auto-Realização. Sendo este um processo que só finda com morte. Neste ponto
estamos falando de pessoas auto-realizadas.
Maslow cita algumas diferenças existentes entre as pessoas motivadas para o
crescimento e as motivadas para o déficit. As primeiras possuem uma percepção
clara e precisa da realidade, conhecendo tudo como simultaneamente bom e mau.
Demostram uma pequena dependência do meio-ambiente, tendo um ego com
grande capacidade de centrar-se no meio. A satisfação de uma necessidade gera
crescente motivação. São pessoas que mantém relações amorosas baseadas
mais na admiração do que na exigência. Tem o amor como fonte de prazer.
Gostam de estar com a pessoa amada. As segundas percebem o mundo como
sendo formado por conceitos e classes de fronteiras nítidas e rígidas: as coisas
são boas ou más. Tem considerável dependência do meio-ambiente,
apresentando a necessidade egocêntrica de que tudo gire em torno delas. São
pessoas que tendem sempre insatisfeitas, pois a satisfação de determinada
carência faz decrescer a motivação. Experimentam um amor egoísta e
possessivo. Não sabem ficar sem a pessoa amada.