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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
J89bJoyce, James
Box Ulisses
Pinheiro.– 3. ed./ –James
Rio deJoyce ; tradução
Janeiro e prefácio 2022.
: Nova Fronteira, de Bernardina da Silveira
Formato: epub com 5.242KB
ISBN: 978-65-5640-616-9
1 . Literatura irlandesa. I. Pinheiro, Bernardina da Silveira II. Título.
CDD:
CDU: 823
823
André Queiroz – CRB-4/2242
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SUMÁRIO
VOLUME 1
Sobre o autor
Sobre a tradutora
Introdução
Bibliografia
Esquema dos episódios
Mapas
Parte 1
um
dois
três
Parte 2
quatro
cinco
seis
sete
oito
nove
dez
onze
doze
treze
Notas
VOLUME 2
catorze
quinze
Parte 3
dezesseis
dezessete
dezoito
Notas
Nota do editor
SOBRE O AUTOR
J1882,e faleceu
J D, I, 2
em Zurique, Suíça, em 13 de janeiro de 1941. Depois de
infância
jesuíta, e juventude
deixou modestas
sua grandes
cidade natale influenciadas por uma
em 1902financeiras,
rumo rígidaNaeducação
a Paris. capital
francesa
jornalista enfrentou
e professor e dificuldades
conheceu sua futura esposa, trabalhou
Nora Barnacle.como
Em
1904,
contos transferiu-se
reunidos em para Trieste,
Dublinenses cidade
(1914) e italiana
o romanceondeUm escreveu
retrato os
do
artista
refúgio quando
em jovemonde
Zurique, (1916). Com aUlisses
escreveu Primeira Guerra
(1922), Mundial,
romance que buscou
lhe valeu
reconhecimento
quase duas internacional.
décadas, já então De
um volta a
renomado Paris em 1920,
escritorWakeali viveu
que (1939). por17
dedicouCom
anos à elaboração
opermissão
início da Segunda de seu último romance,
Guerraa Zurique. Finnegans
Mundial e a ocupação da França, conseguiu
para retornar
SOBRE A TRADUTORA
B1922, S P R J,
e faleceu na mesma cidade, em 2021. Foi professora emérita da
Universidade
livre-docência Federal
sobre doa Rio de Janeiro
densidade (UFRJ), onde
semântica defendeu
na poesia tese
de sobrede
Gerard
Manley
obra de Hopkins
James (1974).
Joyce e, Realizou pesquisas
especificamente, de
Ulissespós-doutorado
, no University a
College,
em Londres, James
International e em JoyceDublin, na Irlanda
Foundation e da (1986).
Escola Foi
Letramembro da
Freudiana.
Traduziu
publicado Um 2006,
em retrato
e do viagem
artista sentimental
quando jovem , de daJames Joyce,
Itália, de Laurence Sterne, publicado em 2002 pela Nova Fronteira. e da
Uma através França
INTRODUÇÃO
Bernardina da Silveira Pinheiro
Dlivro , J J,
de contos que, revelando as frustrações, a inação e, até mesmo, as
perversões
cidade em ocasionais
que vivem. de
No seus personagens,
entanto, Dublin não denuncia
é apenas ao inércia
centro da
da
paralisia,
três vezes mas também
maioraodomundo. a segunda
que Veneza, cidade do
merecendo, império britânico,
portanto, quase
quecarinho,
algum
artista
de a ofereça a Finnegans E Joyce
Wakepore, ema descreve com
particular, minucioso
que,Dublinenses
possa seseralgum dia
reconstruída for destruída
através de seusuma guerra ouemumUlisses
escritos.
, a fim ela
terremoto, de
do Em
qual seguida
só restamJoycefragmentos,
escreve um romance,que inicialmente
transforma em UmStephen
retrato Herodo,
artista
monólogo quando
interior, jovem.
a Nesta doobra
narrativa fluxo primorosa,
da consciência,ele deevolui
que para
se serve o
para acompanhar,
incomparável, a através depsíquica
evolução recursosdode seu linguagem
personageme musicalidade
Stephen
Dedalus,
Em desde, sua
Ulisses mais tenra
teremos, então, idade
uma até o finaldedaAadolescência.
paródia Odisseia de Homero.
Elaborada
corresponde com sucesso extraordinário
perfeitamente ao conceito e dedeste
atual formagêneroabrangente,
literário. elaA
paródia
predomina moderna
a é, na realidade,
autorreflexividade, uma formaum de
proporcionando novo arte
modelo em para
que
o processo
A paródiaartístico.
moderna,É uma afirma
inversãoLindairônicaHutcheon,
do modeloseinicial. distingue dos da
imitação
dicionários. ridicularizante
Além de reativarmencionada
o passado, nasdando-lhe
definiçõescontextopadrões novo e
frequentemente
conhecimento irônico,
deste ela exige do
passado,comlevando-o, leitor maior
se sua
precisoatualização
for, airônica,e melhor
voltar éa um ele
para
jogo uma maior
com crítica, integração
convenções múltiplas, a obra. Em
uma prolongada inversão repetição com
diferença
desmerecer o uma
original, confrontação
ressalta nele estilística
apenas a que,
diferença. longe
Por de
seu
aspecto
utilizam sofisticado,
como também a paródia
de seus faz intérpretes.
exigências não De apenas
fato, daqueles
tanto que a
o escritor
quanto
queEm o leitor
incorpore devem
oJoyce efetuar
antigocombina uma
ao novo,ovisto superposição
que ela étécnico estrutural
uma síntese dos textos,
bitextual.
tratamentoUlisses ,
psicológico dado virtuosismo
aos seus três da
personagens paródia com o
principais:
Stephen
romance Dedalus,
em dezoito Leopold Bloomportanto
episódios, e Molly menos
Bloom.seisAssim,
do ao compor
que aqueles seu
em
que se divide
alterar a ordem A Odisseia
daqueles, Joyceque vai
usa, abandonar
antecipando alguns
certosda obra grega,
episódios e
pospondo
fim outros,
depersonagens, criando
enfatizar osqueprocessos um episódio
psíquicos onde não havia
einteressam. um no original,
os conflitos psicológicos de a
seusInúmeros são os recursossão os que mais
paródicos lhe
empregados eporaoJoyce, quanto
ao tema
desempenham, propriamente
aos episódios dito, aos
de que personagens
se apropria, sem papel
obedecer queà
ordem
usados emcomquefinalidade
ocorrem noprecisa, modelo homérico,
às inúmeras à diversidade
citações dos
de estilos
obras,
sobretudo
franceses, shakespearianas,
irlandeses, ou aos vocábulos latinos,
italianos, espanhóis, alemães, inseridos hebraicos,
naturalmente
Consideremos no texto.
inicialmente o tema de ambas asÍtaca,
obras.casado
A Odisseia
narra
Penélope,a história
que, depoisde um
de ter herói,
se Odisseu,
distinguido rei de
durante dez anos na com
guerra
contra
retornar Tróia,
ao porreino
seu sua prudência
e osà sua e sagacidade,
casa. Viu levoue mais
cidades povos dezdiferentes
anos parae
passou
uma a
série conhecer-lhes
de aventuras e costumes.
provações, No caminho
ficando muitas de volta,
vezes à enfrentou
mercêsua de
feiticeiros,
vidaMostra-nos monstros
e as de seus também, e deuses
companheiros, vingativos.
mas não conseguiuLutou para preservar
salvá-los.
paralelamente,
mulher, Penélope, o aguardou fielmente, embora assediada a história de como por sua
p g p
pretendentes
esperavam à
ansiosos sua mão
serem que, instalados
os substitutos em sua
escolhidosde seus propriedade,
do marido
desaparecido.
aconselhado Seu
pela filho,
deusa Telêmaco,
Palas vendo-se
Atena, protetoradespojadode Odisseu, benseme
sai
busca do pai.assim, em resumo, as aventuras do herói Odisseu em sua
Temos,
epopeia
um Em de
filhoUlisses volta à do
à procura pátria, a fidelidade da mulher ao marido ausente e
pai.longo
— o Ulisses de, naquele
Joyce —, depois diade16umdedia junho de 1904, Leopold
particularmente Bloom
atribulado,
perambulando
mulher, Molly, por Dublin,
pede-lhe que retorna
lhe traga,à sua no casa
dia e ao se deitar
seguinte, o café aoda lado
manhã da
na cama,Rudy.
do filho fato Durante
inusitadotodo queaquele
não ocorriatempo havia
fora onze
ele queanos,
a desde a morte
servira.
Naquele
também era mesmo
uma dia, Molly,
cantora, cometia queadultério
além de com ser aseuSra. Marion Bloom
empresário Blaze
Boylan. Desta
Diferentemente traição, de Bloom tivera
A Odisseia plena
, Stephen consciência
Dedalus o dia
— otem, todo.
Telêmaco da
obra de
interessado Joyce —,
emartista embora
procurar-lhe insatisfeito
um substituto, com o
como pai que
o desejara não
nocontinuaestá
final de
Um retrato
sonhando do quando jovem . Aquele que, na verdade,
através
Stephen dea em uma
morar
ter proposta
um filho homem
com ele que
e lheé parece
Molly.
Bloom, interessante,
Tal
e será ele queconvencer
proposta, no entanto,
tentará,
será
delicadamente
Temos, assim, recusada pelo
diversamente jovem. dosangue,
modeloinverterá
grego, um marido traído
que, ao
situação invés de
existente lavar
há a honra
onze com
anos; uma mulher que com
não se palavras
mostra uma
fiel,
cometendo
invésPara
de um naquele
filho em dia
busca adultério,
de um e
pai. um pai procurando um filho, ao
completo Joyce, como elee oporconfessa
herói clássico, isso por aoeleamigo FrankéBudgen,
escolhido, Ulisses, o mais
por ser
filho de
Calipso, Laerte,
companheiro pai de
de Telêmaco,
armas dos marido
guerreiros de Penélope,
gregos em amante
Tróia e rei de
de
Ítaca.
coragem.Submetido a inúmeras provações, superou-as com sabedoria e
comoSeu“filho,
Ulissespai,moderno,
amante, Leopold
amigo, Bloom, também
trabalhador e é por ele
cidadão”. É, descrito
além do
mais, ainda submissa,
equilibrada, sempre a tragicamente
mesma pessoaisolada, bondosa, astuta,humana,
cética, prudente,
simples,
não
mas reprovadora,
com uma com umíntima,
essência exteriorinflexível,
aparentemente de suave e maleável,
autossuficiência. No
entanto,
para diversamente
protegê-lo. de Odisseu, ele não tem uma
Terá de depender de sua própria sabedoria e de seus deusa Palas Atena
frágeis recursos
Mollygrego,Bloom, humanos.
a Penélope de Joyce, totalmente diversa de seu
modelo
de espírito, é assim
totalmente descrita
amoral, por seu criador:
fertilizável, uma “Weib
inconfiável, (mulher)
cativante, sã
perspicaz, limitada, prudente, indiferente — Ich bin das Fleisch das
stets
issoOutras
que ela”.inversões
bejaht Ou seja:
faz, ela diz“Eusimsouà vida,
irônicas
a carne
aindano que sempre
sentido
ocorrem, mais dizamplo
como
sim.”daNapalavra.
verdade é
no casoNestor, do Sr.o
Deasy,
mais diretor
sábiododosmodeloda escola
guerreiros em que
gregos, Stephen
embora leciona, que parodia
esteja longe considerade possuirasa
sabedoria
mulheres, a partir de grego.
Eva e de Imbuído
seu de preconceitos,
pecado original, responsáveis por
todo o
merecedoresmal existente
denacontinuar na terra,
errantes e os
pelo judeus,
mundo com afora.suas riquezas,
Para elea seo
dinheiro
indagar é tudo
se é isso acom vida, pois
“sabedoria”. “dinheiro é poder”, o que leva Stephen
Contrastando
enfeitiçarem os homens as sereias
com que,
sua em
músicaA Odisseia
e seus, sãoencantos
perigosase por os
arrastarem
bar do Hotel paraOrmond.
a morte,Uma as sereias
delas, emsenhorita
Ulisses sãoDouce, duas garçonetes
tem o do
cabelo
bronzeado
em vão ser esedutoras,
a outra, senhorita
desdenhando Kennedy, quem o por
tem elasdourado.
mostra Elasinteresse,
tentam
como
desejariamLenehan,seduzir, embora
Blaze sejam menosprezadas por aquele que
Boylan.
A Nausicaa
bonita de rosto do Ulisses
que, de Joyce,daGertie
diversamente moça MacDowell,
ingênua e puraé uma
do jovem
original
grego,
aquele éhomem
provocante. Conhecedora
maissuavelho de seus—dons
e interessante Bloom e de—suaquebeleza,fantasia seduz
ser
o homem
Parodiandoideal de
Circe vida.
que, emse Aaproximam
Odisseia, é uma feiticeira fascinante que
atrai os
mantendo-os homens que dela
aprisionados em seuos covil, e os transforma
emdo Ulisses em
agrego, porcos,
luxúria, o
egoísmo,
presentes a sordidez,
nanaszona simbolizando
dos bordéis porcos modelo estão
Stephen
perversão e do heróifantasias
joyciano. de todaemsorte, que Bloominclusive penetra
as deempoder buscae dede
Em
baseada Ulisses
noherói , além
fluxomuito da inovação
da consciência de uma
através dodiferente narrativa revolucionária,
monólogodointerior, Joyce
criou
do um
início do século especial,
XX.deDejunho totalmente
fato, ciente da traição da mulher herói-padrão
naquele
atormentado dia 16 de 1904,
inesperada para a época. Embora enciumado, atormentado e sofrido, ele reage de uma forma
inesperada
ele reflete paraclareza
com a época.queEmbora “cada umenciumado,
que entra atormentado
(na cama) see imagina
sofrido,
ser
uma o série
primeiro a entrar mesmo
precedente enquantoseque ele eleforé sempre
o primeiro o últimode termosérie
uma de
subsequente,
sozinho, enquantocadanão umésenem imaginando
o primeiro ser
nem o oprimeiro,
último nemúltimo,
o únicoúnico
nem e
sozinho numa série originada
Talcódigos
pensamento jamais então ser
poderia e repetida
admitido ao por
infinito”.
um homem
aos
inadmissível vigentes
para ele na
chegarsociedade
à do
conclusão início
à qualde Bloom
século XX. preso
chegou, Seria
ao
considerar
“Assassinato, a atitude
nunca,Divórcio, a tomar
visto que diante
doisnão. erros da situação que
não tornam um certo. Duelo enfrentava:
porBloom
combate, não.
é, na verdade, agora
um frustrações,
homem muito ” bom e avesso à violência
que
em sabe
sua naqueleconviver
visão realista com suas
de si demesmo, aceitanãolimitações
a traição e fraquezas;
por existir
saber que, que,
aoa
menos
mulher amada. momento
Ele é o herói sua
moderno, vida,ou melhor,consegue
o anti-herói sem
que, em
sua lutanosdiária
tantoLembra-nos seduz.pela sobrevivência, nem mesmo sabe o quão heroico é e
despreza de o homem
forma alguma absurdo
a razão de Camus
e admiteque oaceita a luta, pois
irracional, não
reconhece que o absurdo
Ao seemreferir a Ulissesé aem razão lúcida que
conversa com constata
o, jovem seusamigolimites.Arthur
Power,
consciente da Conversations
revolução que with
efetuavaJames na Joyce
literatura, Joyce,
diz: plenamente
“Quanto ao
classicismo
pois nele romântico
eumais.
abri um que você
novo acaminho tanto admira,
edele
vocêvocê Ulisses
vai ver mudou
quedatar
ele será tudo isso,
seguido
cada vez
orientação na De
literatura fato — opartir
novo realismo, pode
pois embora vocêuma nova
critique
Ulisses
liberar , acontudo
literatura a única
de seus coisa que você
grilhões tem que Você
antiquados. admitir que eu fiz foi
é evidentemente
um
nova tradicionalista
de pensar intransigente,
e de escrever mas foi deve perceber
iniciada, e que
aqueles uma maneira
que não
concordarem
acrescenta: “Em comUlissesela serão
procurei deixados
expressar para
assuas trás.
múltiplas ” E em
variações seguida
que
constituem
exaltações. a vida social de uma cidade —
” tudo acontece naquele bendito dia 16 de junho de 1904: degradações e suas
Realmente
nascimento, morte, frustração, alegria,querejeição, traição,vivencia.
prazer,
masturbação,
Ulisses é, na menstruação,
realidade, uma tudo, enfim,
extraordinária um serhumana.
comédia humano
Entre o Ulisses
interpõem. O tempo de pode,
Joyce sem e A Odisseia
dúvida de Homero
alguma, vários séculos
distanciá-los, mas seo
virtuosismo,
implacavelmente, o requinte
os dois técnico
gênios da da paródia
expressão artística.joyciana amarra,
Por que,Certamente
complexa? então, me decidi a enfrentar
para mostrar que aa tradução
leitura dedeUlisses
uma obra não tão
era
uma
difícilaventura
e pesada intransponível,
quanto se que
dizia, a linguagem
mas uma de Joyce
linguagem não era
coloquialtão
convidativa
Maior do que e oaodesafio
alcance do leitor,daembora
assustador empreitada lexicamente
era o meu muito
desejo rica.
de,
através
que o maiorde uma
número linguagem coloquial
possívelinovadoras, semelhante
de leitores usufruísse, à de
como Joyce, permitir
eu usufruíra,
de suas
estilos, criações
sua narrativas
musicalidade, sua riqueza através
vocabular de sua
e seu uso diversidade
do monólogo de
interior
lhes em sua
aeuoportunidade acepção mais
deaoselê-lo completa.
divertirem Eu desejava, sobretudo,
com a leitura deste livro invulgar dar-
comoEm me divertira
1992, quando traduzi e
Um traduzi-lo.
retrato do artista quando , eu já
jovemJoyce.
me deparara
Somente com
o encantamento o desafio um tanto
que me proporcionara assustador de
sempre traduzir
aconteúdo,
sua leitura,à
devido
sonoridade ao seu estilo harmoniosamente adequado ao
ritmo
para o de suadaslinguagem,
português,
palavras por
com sua me
música
ele
armaraempregadas,
de coragem.
própria, a
à melodia,
riqueza De fato,cadência
musical transpore
estilística
etarefa
poética de Na
fácil. umverdade
livro queo som é a própria
é tão poesia em para
importante prosaJoyce não foi em uma
Um
retrato
personagem que é possível
Stephen acompanhar
Dedalus através ados evolução
efeitos psíquica
que o de
autor seu
lhee
empresta,
prosseguindo, partindo de
num crescendo, um som monocórdio no capítulo inicial
orquestral
artística. na descoberta que oatéjovem atingirfazuma de suasonoridade
verdadeira polifônica
vocaçãoe
comoEmJoyce , o elemento
Ulissesdissera em Um sonoro que
retrato vai “havia
ser igualmente
diferentes marcante.
tipos de Se
dor
para todos ritmos
imprimirá os diferentespróprios tipos
e de som”,aostambém
distintos monólogos em Ulisses dos ele
três
personagens
personalidades. principais do romance, apropriados às suas respectivas
se O monólogo
manterá mais de Stephen
lento, Dedalus, meditativo,
intercalando palavras mutável
longas como
e Proteu,
curtas, de
origem
pensamentos latina ou
filosóficos saxônica,
eBloom, refletindo
metafísicos. Tudoa complexidade
nele é pensamento de seus
ou
sensação.
brusco O
de de de
alguém Leopold todo ele em stacatto , com o ritmo
constituirá frasescapaz de superarcurtas,
primordialmente as próprias
de omissão dificuldades,
de sujeitos, se
constituirá
de palavras de frases primordialmente
frequentemente monossilábicas, curtas,às devezes omissão
mesmo dereduzidas
sujeitos,
por aférese,
sentido lógico refletindo
nas o seu ser
coisas. O interior
de Molly que
Bloom,sempre sem tenta imaginarsem
pontuação, um
maiúsculas,
—, fluirá, sem fazere incontrolável,
incontido diferença entredeosuma homensmente —liberta
todosdeelesqualquer
são he
grilhão.
É deestar
grande importância, na tradução
Joyce,
todo e tentar bastante
ser, ao familiarizado
máximo, fiel à sua o deautor
comlinguagem um eescritor
e obragenial
suaà sua comocomo
maneira um
de
escrever,
os para
seusnoobjetivos. que o leitor possa,
Consequentemente, através delas,
se sua percebê-lo
linguagem e entender
é linguagem
coloquial,
como
coloquial caso de
na tradução. Ulisses ,
Cabe, é indispensável
noperfeita, usar a
entanto,poistersãobemdistintasmesma
claro em mente que
uma
línguas tradução
em questão nunca pode
e há, ser
àscasovezes, coisas intraduzíveis, as índoles
armadilhas dasa
serem
usuais vencidas,
entre os como
escritores é o de línguados puns
inglesa, — comojogos de palavras
Shakespeare e— tão
Joyce.
Puns ou jogos de
intransferíveis, palavras ser,
precisando cada portanto,
língua temde osuma seus,certa
e elesformasão
contornados,
autor ao contexto.sempre O quequefazer,possível,
por sem alterar
exemplo, com aoexpressão
sentido dado pelo
seguinte,
usada
Ann por Stephen
Hathaway: Dedalus
“Ifvontade,
others have aotheir
falarwill,
sobre
Ann ahath
mulheradeway de”, Shakespeare,
isto é, “Se as
outras
porém, têm
o jogo sua de palavras Ann
e a tem sua
brincadeira maneira
do trocadilho ser”.seNeste
perdem caso,
se
literalmente
olíngua
emprego traduzidos
da aliteração, e, então, apelei,
tão característica como em outras
na poesia ocasiões
e na prosa para
de
“Se Há inglesa,
as outras ou seja,
têmemsuaque a
vontade,repetição
Ann de uma
tem sua mesma
veneta. consoante
” por outra, como inicial:
ocasiões
por word, para Joyce trocará uma palavra
world
personagem,
outras em que em que mostrar
cometerá
uma“palavra”
eupropositalmente
troquei certa ignorância
erros
de determinado
porde concordância
“planeta”, ou verbal
ainda
e eu,Sãopara
essaslhe dificuldades,
ser fiel, farei entre o mesmo. outras, queo leitor
tornampoderámaiortestemunhar
o desafio de
traduzir
se uma
o meu objetivo obra como
de divulgaresta, e somente
o deUlisses de doJoyce foi alcançado, ao se
aventurar
data comigo
celebrada nesta
todogenial jornada
ano,escritor
em diferentesBloom, dia 16 de junho
recantos do mundo, pelos de 1904,
admiradores
Agradeço deste
a Flavia Maria Samuda irlandês.
que me auxiliou na revisão doleram
meu
trabalho,
Ulisses e
, Renata a todos
particularmente aqueles alunos
Eduardo e amigos
Vidal, queridos
Maria que comigo
Helena Carneiro da
Cunha,
Murad e Pedropara Salgado,
Otavio Emilia
Prado, Lobato, Maria
que contribuíram, Julia Goldwasser,
com suas Virginia
observações e
seu incentivo,
tarefa. que eu prosseguisse nesta árdua, mas tão prazerosa
BIBLIOGRAFIA
BUDGEN,
Oxford Frank.
/ James Oxford
Melbourne: Joyce and the Making
University Press, “Ulysses”. Londres /
of1972.
CAMUS,
HUTCHEON,Albert.Linda.
Le Mythe of . Parody
de Sisyphe
A Theory Paris: Gallimard,
. Nova York 1942.& Londres:
Methuen,
JOYCE, James.1985.
UmTradução
RetratodedoBernardina
Artista Quando Jovem . São Paulo:
Siciliano,
POWER, 1992.
Arthur. Conversations da Silveira Pinheiro.
with James Joyce. Chicago: Chicago
University Press, 1974.
ESQUEMA DOS EPISÓDIOS
EPISÓDIO CENA HORA ÓRGÃO ARTE
1. Telêmaco A torre 8 Teologia
2. Nestor A escola 10 História
3. Proteu A praia 11 Filosofia
4. Calipso A casa 8 Rim Economia
5. Os lotófagos O banho 10 Genitais Botânica, química
6. Hades O cemitério 11 Coração Religião
7. Éolo O jornal 12 Pulmão Retórica
8. Os lestrígones O almoço 13 Esôfago Arquitetura
9. Cila e Caribde A biblioteca 14 Cérebro Literatura
10. As rochas ondulantes As ruas 15 Sangue Mecânica
11. As sereias A sala de concerto 16 Orelha Música
12. Os ciclopes A taverna 17 Músculo Política
13. Nausicaa As rochas 20 Olho, nariz Pintura
14. O gado do sol O hospital 22 Ventre Medicina
15. Circe O bordel 24 Aparelho locomotor Mágica
16. Eumeu O abrigo 1 Nervos Navegação
17. Ítaca A casa 2 Esqueleto Ciência
18. Penélope A cama Carne