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Redação Uerj

Diferente do Enem, a Uerj aborda a redação (dissertativa-argumentativa) de maneira mais profunda e


abstrata, exigindo até a leitura de um livro. Ela também possui um mínimo de 20 e limite de 30 linhas.
Vale ressaltar que ela é “semelhante” à banca Fuvest ou Vunesp. Recomendo os canais:
Palavrizar/Redação Descomplicada/ para melhor compreensão de tais bancas e, consequentemente,
a da Uerj.

Autoria e Criticidade
- Uso de intertextualidades -> Como no Enem, a intertextualidade deve ter uso produtivo. Traga-a,
mas REFLITA E A INTERPRETE DE MODO A FORTALECER SEU ARGUMENTO.
- Marca de Autoria -> Refere-se ao planejamento de texto (onde cada parte da redação é organizada
e encaixa onde deve) e as informações, fatos e opiniões trazidas (e a forma que isso acontece).
Também é favorecida pelo uso de MODALIZADORES -> PALAVRAS QUE CARREGAM JUÍZO DE
VALOR.
- Crítica -> Deve estar presente em todo o texto. Por meio de advérbios, adjetivos, palavras ,ou seja,
modalizadores com juízo de valor, podemos explicitar a criticidade. Ex: caos, infelizmente,
descompasso, anacrônica, não há dúvidas, cruel, problemática, imprescindível, vital, essencial,
fundamental, palavras entre aspas (depende do contexto), banal, danoso, preocupante, nocivo,
negligente, omissão, opressão, inoperância, precário, problema, questão, retrocesso, subverte,
vulnerável, retrógrado, mazela, marginaliza, limitado, intensifica, fortalece, subjuga, limitado,
incoerente, inacessível, grave, fragiliza, escasso, empecilho, distópico, desumano, corrompe, carente,
carece, assola, arcaico, ultrapassado
Estrutura PREFERENCIAL da redação UERJ
Uso do Livro UERJ
- Confirma a ideia apresentada no parágrafo (excelente para argumentação)
- Serve de exemplo, fundamentação, reflexão... para o desenvolvimento ou de contextualização para
a introdução
- Não deve ser feita uma resenha/resumo e seu uso NÃO deve ser SUPERFICIAL (para isso, atrele o
uso do livro ao argumento, reflita sobre ele, aprofunde)

Critérios de correção UERJ


1. 20 a 30 linhas + Adequação ao tema = RESPOSTA PERTINENTE À PERGUNTA FEITA
(cuidado pra não fugir do tema)
2. Uso produtivo, crítico, e inovador do romance escolhido. Não deve ser uma
síntese/resumo ou uma mera descrição.
3. Argumento próprio, claro, CRÍTICO, e sólido e no presente do indicativo
4. Escrita fluida, coesa e que atenda ao tema proposto (não faça o corretor voltar ao
parágrafo para compreendê-lo)
5. Indícios de estilo próprio e soluções próprias. É fundamental que haja juízo de
valor no texto
6. Pouquíssimos desvios gramaticais + norma padrão da língua
7. Tópicos frasais não muito grandes (“máximo” ideal de 3-4 linhas)
8. NÃO TER MARCAS DE ENEM. Argumentos coringas, citações coringas, e por aí vai...
9. Presença de Título pertinente

 Dicas extras e orientações sobre as especificidades UERJ.


- Demonstrar reportório extra é valorizado, mas não é obrigatório (como no Enem). A UERJ prefere
que o aluno use argumentos intertextuais que sejam de seu repertório e de sua vivência, como
séries, livros, músicas e não os filósofos convencionais.
- Diferente do Enem, não é proibido o uso da 1° pessoa do singular. Mas só é valido se MUITO
BEM empregado (tenha muito cuidado com isso)

Planejamento de texto
Tendo lido o livro, partamos para o planejamento. A primeira etapa dele é o brainstorm para
elencar as ideias, argumentos, repertórios...que vierem a cabeça = O QUE EU PENSO A RESPEITO
DO TEMA. Depois, seleciona-se essas ideias e, então, organizamos o planejamento textual
como no esquema abaixo:
Introdução: Contextualização e repertório / tese / A1 / A2 -> Recomenda-se 6 linhas
D1: A1 parafraseado (tópico frasal) / problematização do argumento 1 (porque aquilo
ocorre, opinião, explicação sobre a relação do argumento com a problemática,
efeitos/impactos) / Fundamentação do argumento (geralmente por meio de repertório ou
exemplo) / Fechamento (opinião, reflexão crítica ou reforçar a problemática)
D2: Operador argumentativo + A2 parafraseado (tópico frasal) / problematização do
argumento 1 (porque aquilo ocorre, opinião, explicação sobre a relação do argumento
com a problemática, efeitos/impactos) / Fundamentação do argumento (geralmente por
meio de repertório ou exemplo) / Fechamento (opinião, reflexão crítica ou reforçar a
problemática)
Obs: A ordem dos elementos da argumentação pode variar conforme for mais adequado.
Por exemplo, repertórios que servem para comparar (contraste, analogia) podem vir logo
depois do tópico frasal, enquanto repertórios que servem de exemplo podem vir depois da
argumentação em si.
Conclusão: Operador argumentativo de conclusão (preferencialmente com inversão
sintática) + Retomada da tese (preferencialmente retomando aspectos do texto) /
Proposta de conclusão (agente, meio/modo, finalidade/efeito, o que, detalhamento) /
Finalização com retomada da intertextualidade da introdução e, se quiser, com mais
aspectos do texto

ESTRUTURAÇÃO DO PLANEJAMENTO NUMA FOLHA EM BRANCO


I – Repertório escolhido // Tese // Encaminhamento argumentativo (com os 2 argumentos
que serão abordados)
D1 – Argumento 1 // Causas // Consequências // Porque // Repertório (se houver)
D2 - Argumento 2 // Causas // Consequências // Porque // Repertório (se houver)
C – 1 ou 2 propostas: Agente // Ação // Modo // Finalidade + detalhamento de algum dos
termos
Causas  Causas e aspectos que sustentam o tema // Ações que colaboram para a
permanência do problema (ou que resultam no problema) //
Pessoas (A/R)  Quem é afetado por isso? Como? De que maneira isso ocorre?
Porque/como (P)  Por que as causas/argumentos estão relacionadas com o tema / Por
que isso ocorre? Como isso se relaciona com o tema?
Consequências (Con) -> Consequências (sociais, econômicas, políticas, individuais)
Como enfrentar o problema (CE) -> Como enfrentar o problema em questão? O que pode
ser feito para combater o problema? Quais medidas podem ser tomadas (medidas de
cunho individual, coletivo ou governamental) para combater o problema?
Exemplos (E) -> Quais exemplos temos sobre o contexto?
Repertório (R)  Repertórios relacionados ao tema/argumentos
Dica: PPCCCER -> Pessoas, porque, consequências, causas, como enfrentar, repertórios
Introdução UERJ
- Título (obrigatório e vale como linha escrita)  É válido utiliza-lo em gancho com a conclusão e
deve ser pensado no final do texto. O objetivo do título é atuar como estratégia de convencimento /
prévia do conteúdo do texto e deve estar intimamente relacionado com o texto. Deve ser: 1) curto
(máximo de 4/5 palavras) + 2) Centralizado na linha + 3) Não precisa pular linha depois dele + 4) A
primeira letra é maiúscula + 5) o ponto final só é obrigatório se quando se tem um verbo
- Contextualização -> É a maneira pela qual o texto é introduzido. Ela deve sempre estar atrelada ao
tema, seja de maneira direta ou indireta, e deve ter seu uso justificado e bem explicado. Se for feito
um link com obra ficcional, é essencial dedicar um período para atrelar isso à realidade e ao tema.=
- Tese -> É a tese que apresenta a OPINIÃO DO AUTOR DO TEXTO. Deve ser construída de forma
impessoal, clara e assertiva. Modalizadores, advérbios, adjetivos SÃO IMPORTANTES PARA
EXPLICITAR A OPINIÃO DE QUEM ESCREVE. Pode ser feita por responsabilização (causas,
origens, responsáveis pelo problema), problematização (consequências e distorções geradas pelo
problema), contraste (IDEAL X REAL ++ contradições inerentes ao tema)
OBS IMPORTANTE: Cuidado com as teses quando se é feito DIALÉTICA. Como essa argumentação
baseia-se na apresentação de pontos positivos e negativos, a tese não pode favorecer um em
detrimento do outro.
Obs: Diferente do Enem, não é obrigatório retomar os elementos da tese, mas é ideal deixa-la bem
explícita e pertinente

Dica: Se um dos argumentos é histórico, é válido utilizá-lo no primeiro argumento, para passar uma
ideia de progressão e linearidade.
- Uma maneira interessante de já demonstrar a pertinência do que se está escrito e EVITAR A FUGA
AO TEMA é INCLUIR AS PALAVRAS-CHAVE DO TEMA AO LONGO DA INTRODUÇÃO -> Incluir
as palavras-chave ou seus sinônimos diretos ao longo da introdução é praticamente fundamental para
evitar qualquer tipo de tangenciamento (UERJ OU ENEM). Não é necessário transcrever a frase
temática diretamente, mas incluir seus principais elementos (não necessariamente na ordem em que
aparecem). Além disso, se o tema direciona uma questão DO BRASIL, então o texto deve
trabalhar a problemática em questão no país.
- Apresentação do tema, da tese e resposta à pergunta feita (não é obrigatório, mas se não
estiver na introdução, deve estar no resto do resto). DIFERENTE DO ENEM, AS FRASES
TEMÁTICAS GERALEMNTE SÃO PERGUNTAS, LOGO PRECISAM SER
RESPONDIDAS.
Dica: Se a resposta pode ser sublinhada no texto, então ela está clara e isso é
essencial!
- Tipos de introdução (estratégias para contextualizar):
1) Por alusão histórica (a intertextualidade se dá por meio de um fato histórico ou recorte histórico
que possua relação direta com o tema)
2) Por exemplificação/ilustração ou exposição de dados (mais ENEM)
3) Por citação/intertextualidade (livro, citação, informação, estatística, filme, série, música.... E
relaciona isso com o tema)

4) Por definição (apresenta o conceito de uma palavra ou expressão representativa para a


abordagem do tema) -> A introdução por definição não é muito adequada para Enem
5) Por questionamento/pergunta

- Estrutura preferencial: Contextualização – apresentação do tema + problematização - tese e


apresentação dos argumentos (se quiser, na ordem de relevância/”força”)
Desenvolvimento/Argumentação UERJ

- Quantidade de períodos recomendada: de 3 a 5 e quantidade de linhas: 8 a 9


- Em UERJ, não é necessário o uso de conectivos tal como no ENEM. É até penalizado se utilizar
conectivos estilo ENEM. Se for utilizar, seja para demarcar dialética (POR OUTRO LADO), seja um
conector de adição (ALÉM DISSO). -> NÃO USE VOCABULÁRIO EMPOLADO/EXTREMAMENTE
REBUSCADO.
- Não é necessário o uso excessivo de conectivos dentro de um parágrafo, tal como é feito no Enem.
É possível fazer coesão sem isso. É até prejudicial para o texto UERJ.
- Não é o mais recomendado colocar dois argumentos de autoridade no mesmo parágrafo. A UERJ
penaliza o uso banal das citações, tal como o ENEM 2023.
- Tópico frasal -> É um período-síntese que apresenta a ideia que será desenvolvida ao longo do
parágrafo. Ele retoma o argumento que foi apresentado na tese.
- Problematização -> É a forma como uma questão afeta a sociedade. Suas causas, consequências,
impedimentos, razões pelas quais permanece...Por que tal coisa é um problema? Quais são as
causas desse problema? Por que ele existe e persiste? Quem é afetado pelo problema? Quais
são seus impactos e consequências? O que impede que ele seja resolvido?
- Fundamentação -> Comprova e fundamenta o porquê o argumento ser pertinente. É o que embasa
e sustenta aquilo que foi problematizado. Isso pode ser feito por: evidências, fatos, exemplos,
comparações, alusões históricas, citações, alicerces teóricos, contrastes, argumentos de autoridade...
- Desfecho -> O desfecho do parágrafo pode ser feito de algumas maneiras
1) Fazer uma conexão clara com alguma palavra importante da frase temática com o
argumento. Ex: Sendo assim, fica claro que a desinformação populacional prejudica as buscas por
pessoas desaparecidas.
2) Reforço do argumento ou da contextualização
3) Opinião final sobre o argumento
- Estratégias argumentativas: maneiras de construir e fortalecer a argumentação de modo a
SUSTENTAR A TESE
1) Causa (motivo pelo qual o problema persiste) e consequência (efeitos do problema)
1.1) Dialética (apresentação de pontos positivos ou negativos)
OBS IMPORTANTE: Cuidado com as teses quando se é feito DIALÉTICA. Como essa argumentação
baseia-se na apresentação de pontos positivos e negativos, a tese não pode favorecer um em
detrimento do outro.
2) Exemplificação
3) Provas concretas (Dados estatísticos e pesquisas)
4) Comparação e alusão histórica (Retoma acontecimentos do passado para explicar o presente)
5) Contraste
6) Importância e as consequência da falta de algo (relações de causa e efeito)
7) Argumento de autoridade (Citação ou depoimento de pessoas especializadas no assunto) ->
Pode ser feito em discurso direto (transcreve-se a citação entre aspas com menção do autor) ou
discurso indireto (a citação é parafraseada e o autor é mencionado com estruturas como “segundo
fulano” ou “de acordo com fulano” ou “em consonância com a tese de fulano”)
Outros ganchos semânticos
- Fora da ficção,
- Em contrapartida,
- Isso é discutido/abordado/trabalhado/comprovado
- Tal impasse/contexto/cenário/narrativa/situação...
- Analogamente,
- Um exemplo disso
- O que elucida/explica tal cenário

- Estrutura preferencial: Tópico frasal remetendo ao argumento apresentado na introdução –


Problematização – Fundamentação– Desfecho do argumento ou finalização da ideia (apresenta
a opinião acerca do argumento).
Conclusão (por circuito ou posicionamento: retomar fechando a ideia defendida)
- SEM USAR PROPOSTA DE INTERVENÇÃO E EVITAR TOM DE INTERVENÇÂO (como: cuidado
com verbos imperativos)
- Número ideal: Não há, mas não deve ser maior que os argumentos. Sugestão: entre 4 e 7
- Não traga elementos novos na conclusão
- Paráfrase -> retomada da ideia, mas sem repetição idêntica ao que está retomando. Pode-se repetir
as palavras-chave, porém.
- Tipos de conclusão: Existem alguns tipos de conclusão, porém ambas precisam retomar a
introdução e os 2 argumentos. Tipo 1: Reflexão (a finalização do parágrafo de conclusão é com uma
reflexão crítica acerca do tema) // Tipo 2: Circuito (retomada do livro ou da contextualização) //
- Estrutura recomendada: Retomada da tese / Paráfrase A1 / Paráfrase A2 / Finalização
(circuito, retomada da intertextualidade e ou livro, reflexão crítica) -> É fundamental que a
conclusão tenha POSICIONAMENTO E REAFIRMAÇÃO DO RACIOCÍNIO DO TEXTO.
Redações exemplares Bernardo + temas + repertórios + meus esquemas para o
livro (O Menino do Pijama Listrado – John Boyne)
Amizade, ideologia, inocência da infância, repressão, contraste social, desumanização. Difícil é
ser capaz de resumir a obra “O Menino do Pijama Listrado”, de John Boyne, tamanha a sua
relevância social. Por meio do contexto histórico do Nazifascismo, o autor tece uma narrativa que
evoca um grande contraste: a infância do lado opressor x a infância do lado oprimido.
- Personagens:
1- Bruno -> Dispensa comentários. É pela visão do protagonista que a narrativa é construída e é sua
infância que o permite questionar determinados absurdos que ele sequer compreende ainda.
2 – Shmuel -> Shmuel representa em carne e osso os efeitos das inúmeras atrocidades que o regime
emplacou. Fome, morte, separação familiar, desterritorialização, solidão, opressão, violação,
desumanização...
3 - A Mãe, O Pai e a irmã (Gretel) do Bruno -> Gretel e a mãe não fazem grandes oposições ao
regime. Na verdade, acho que nenhuma. Elas simplesmente partem do princípio que é o “natural”,
banalizando as severas consequências para o tecido social. O pai é um militar de alta patente e
responsável por gerenciar o campo de concentração de “Haja-Vista”
4 – A avó de Bruno -> A avó é introduzida como mais uma figura da família. No entanto, o autor
manifesta a oposição interna ao próprio regime. A mulher era contra aos atos e aos métodos
horrendos amplamente aplicados, a exemplo dos campos de concentração. É importante constatar
que as diferentes vivências, a exemplo da sua ascendência Escocesa e de sua trajetória como
cantora, fomentaram o caráter questionador da personagem.
5 – Tenente Kotler -> O militar é o meio pelo qual a ideologia nefasta se manifestava no cotidiano do
protagonista. Rude, desrespeitoso, opressor...O personagem possui muito dos traços tipicamente
associados aos apoiadores do regime vigente da época. Grande exemplo da brutalidade do homem é
a maneira que ele trata Shmuel ao obrigar o menino a lavar a vidraria da família de Bruno.
6 – Maria, a governanta da família -> A personagem foi reduzida ao seu cargo por todos, exceto por
Bruno, quando este foi capaz de ver a mulher não como uma serviçal, mas um ser humano, com
sentimentos e vontades.
7 – Pavel, servente -> Apesar da condição que lhe foi imposta aparentar, o servente da família era, na
verdade, médico. Contudo, o cerceamento do direito de ser, imposto pelo nazismo, fez com que o
homem fosse obrigado a abdicar de sua profissão.
8 – Herr Liszt -> O professor da crianças priorizava uma educação voltada às ciência sociais, já que,
durante a época, elas eram fundamentais para compreender a realidade tenebrosa.
- Passagens e paráfrases mais interessantes
1) “E assim termina a história de Bruno e sua família. Claro que tudo isso aconteceu há muito tempo e
nada parecido poderia acontecer de novo. Não na nossa época” -> Por meio da ironia, o John Boyne
evidencia um fato assustador: apesar de atrozes, os absurdos observados em meados de 1940 são
plenamente possíveis de voltar a acontecer.
2) “Cercas como essa existem no mundo todo. Esperamos que você nunca se depare com elas ->
Antes mesmo de iniciar a história de Bruno, o autor já sugere a permanência de barreiras que
separam pessoas, seja por política, seja por disparidade socioeconômica.
3) “Ela era apenas uma criada muito bem paga”. -> A frase pela qual o pai de Bruno se referencia à
Maria exemplifica qual é visão daqueles que detém o poder: os inferiores nada mais são do que a
função que exercem.
4) Deparando-se pela primeira vez com os judeus encarcerados uniformizados em um único tipo de
pijama listrado, Bruno surpreende-se e questiona qual razão para aquilo. -> A atitude de Bruno,
personagem do livro “O Menino do Pijama Listrado”, de John Boyne, foi motivada pela curiosidade,
mas é de suma importância: questionar é o princípio que deve mover a humanidade.
5) “Aquelas pessoas...Bem, na verdade, elas não são pessoas, Bruno” -> A frase proferida pelo pai de
Bruno expressa de maneira fria e cruel o que acontece quando a ideologia suprime a empatia: o outro
deixa de ser alguém para se torna algo aquém de compaixão. “Não há nada de comum entre você e
elas”.
6) “Porque ela é a criada” -> A frase de Gretel, irmã do protagonista Bruno, dialoga com a realidade
ao passo que a atitude de reduzir o outro a uma “coisa”, algo que cumpre determinada função” é,
infelizmente, algo recorrente.
7) A partir do momento em que Bruno consegue ver Maria, a criada da família, como uma pessoa, um
ser com sentimentos e vontades, o menino é capaz de transgredir a desumanização que perigoso
status quo da época impunha.
8) Suspender diferenças e sentar-se e compartilhar histórias e experiências. O momento
compartilhado por Shmuel e Bruno, personagens de “O Menino do Pijama Listrado”, de John Boyne,
exemplifica o poder da amizade/empatia em superar as desigualdades, seja social, seja política, entre
seres humanos.
9) “Quanto você sabe da sua própria história, jovem rapaz?” -> A frase de Herr Liszt, professor
particular de Bruno e Gretel, serve para fundamentar o seguinte: qual a influência do passado nas
atitudes do presente?
10) “Porque a Alemanha é o maior de todos os países.” -> A frase de Bruno, filho de um oficial
nazista, reproduzida a partir da educação que lhe fora dada, expressa o efeito desta na formação
individual, no conjunto de crenças, na visão de mundo de uma pessoa
11) Na obra “O Menino do Pijama Listrado”, há uma passagem em que Bruno, filho de um oficial
nazista, é socorrido por Pavel, um servente que, na verdade, é médico, mas impedido de exercer sua
profissão em decorrência da corrupção da lei por parte do regime nazista.
12) A partir da narrativa de “O Menino do Pijama Listrado”, de John Boyne,
- Principais argumentos relacionados aos temas
Amizade, alteridade, empatia -> A amizade permite, por meio da empatia a compreensão do outro:
seu modo de vida, suas vivências, suas atitudes, seus anseios e seus desafios. O exercício da
alteridade permite ao indivíduo transgredir as vendas que lhe são impostas. Que vendas são essas?
A ideologia, a educação, a doutrinação, a influência do meio social. Que característica do ser
impede que a amizade seja posta em prática? Individualismo. Quem pode ser beneficiado por
isso? Minorias, pessoas em situação de opressão. Repertórios: O Meu Amigo Pintor – Lygia
Bojunga // O Menino do Pijama Listrado – John Boyne // A lista de Schindler //
Ideologia -> Pode atuar de modo a cegar o indivíduo a outros modos de vida. Por que isso ocorre?
Quando há ausência de criticidade sobre o que se consome/aprende/dissemina/. Quais são as
consequências? A banalização de atrocidades, a manutenção de desigualdades. Repertório: O
Menino do Pijama Listrado – John Boyne // Hannah Arendt e a Banalidade do Mal // Nazismo //
Ideologia – Cazuza // Necropolítica – Achille Mbembe // Não Me Abandone Jamais – Kazuo Ishiguro
Educação -> A educação pode servir para muitas coisas, mas, em princípio, é uma ferramenta que
conta para dois lados: emancipação x controle/manipulação. Em relação à primeira posição, a
educação permite que o indivíduo conheça sobre sua história e o meio em que vive, além de
favorecer o desenvolvimento de sua criticidade. Uma educação pertinente, por sua vez, é
fundamental para que se tenha ciência das incoerências/absurdos/atrocidades que ocorrem na
realidade/cotidiano e para evitar que elas ocorram. Por outro lado, a educação pode servir como
ferramenta de doutrinação ao normalizar/banalizar determinadas ideias/atitudes, o que resulta em
diversos absurdos como: opressão, segregação, desumanização, homogeneização. Repertórios: O
Menino do Pijama Listrado – John Boyne // Emburrecimento Programado – John Taylor Gato // 1984 –
George Orwell // Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley // Teoria da Tábula Rasa // Ao Mestre, Com
Carinho // Não me Abandone Jamais – Kazuo Ishiguro
Desigualdade, disparidade, -> As desigualdades existem e, ao longo da história, ocorram pelos mais
diversos motivos: sociais, econômicos, religiosos, étnicos...O que favoreceu a permanência dessas
práticas? A postura social, a influência do meio, a banalização das atitudes desumanas. Quem foi
beneficiado com elas? O grupo dominante em questão. Quem foi prejudicado? As minorias (os
afetados). Quais as sequelas/efeitos? Desumanização, subjugação, segregação, morte.
Repertórios: Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus // O Menino do Pijama Listrado – John
Boyne // O cortiço – Aluísio de Azevedo // Necropolítica – Achille Mbembe // Não Me Abandone
Jamais – Kazuo Ishiguro
Herança/legado histórico, influência do meio social -> Em muitas das situações, a questão
histórica desempenha papel fundamental na origem e na permanência de problemáticas. Além disso,
o meio social também desempenha papel fundamental em corroborar para que situações continuem a
vigorar na realidade. Repertórios: O Cortiço – Aluísio de Azevedo // Escravidão // Revolta da Chibata
(início do século XX) // Colonialismo // Eurocentrismo // O Menino do Pijama Listrado – John Boyne //
Não Me Abandone Jamais – Kazuo Ishiguro
Intolerância, apatia, segregação, postura social, negligência, egoísmo, complacência,
preconceito -> Todas essas palavras podem ser relacionadas a uma infinidade de temas, questões,
situações...É importante analisar porque elas ocorrem e quais são os impactos dela no
tema/argumento abordado em questão. O Perigo de Uma História Única -> Chimamanda Adichie // O
Menino do Pijama Listrado – John Boyne // A Metamorfose – Franz Kafka //

Tema 1 –
Tema 2 -
Tema 3 –
Tema 4 –
Tema 5 –
Tema 6 –
Tema 7 –
Tema 15 -

Cronograma Bernardo:
27/09 - Tema 1 - Pode Haver Igualdade entre os "desiguais"?

4/10 - Tema 3 - Somos iguais perante as leis dos homens?

11 /10 - Tema 4 - Se existe inimigo, quem é?

18 /10 - Tema 5 - A educação pode ser ferramenta de disseminação de ideologias


"perigosas"?

25 /10 - Tema 7 - A amizade supera diferenças?

5/11 - Tema 11 - Até que momento na vida do ser humano existe inocência?

27/11 - Tema 14 - Lutar contra o sistema instalado é uma luta vã?

Erros meus a serem corrigidos (menos os aspectos ENEM)


- Aspecto gramatical: paralelismo sintático (principalmente quando aparece vírgula ou “e”) // crase ausente
(especialmente antes de palavras femininas no plural e pronomes demonstrativos) // repetição de termos em
um mesmo parágrafo // CUIDADO COM TERMOS VAGOS // Advérbios terminados em mente não tem
acento (principalmente erroneamente) // NÃO HÁ SUJEITO PREPOSICIONADO // COÍBAM TEM
ACENTO // palavras com sujeito no plural exigem acento circunflexo (detêm, têm vêm)
- Caligrafia e estilística/organização do texto: Cuidado com as letras: “e” minúsculo parecendo um a/o /// “a ou
o” sem curva ou com curva que pode confundir // “a” e “g” abertos // RASURA É SÓ UMA LINHA NA
PALAVRA //
- Expressões: “bel prazer” /// “Enquanto que” não existe, SOMENTE ENQUANTO /// “fuga de cérebros” vem
entre aspas porque é expressão -> Isso serve para outras expressões de outras áreas do conhecimento //
“workshops” vem entre aspas porque é um termo estrangeiro // o verbo “cabe” exige preposição a, então
cuidado com crase // A expressão “A partir do momento” exige a companhia da preposição “em que”
- Aspecto estrutural:
ASPECTO CENTRAL DA UERJ: UTILIZE A PORRA DOS MODALIZADORES (DE MANEIRA PROVEITOSA,
AO MENOS 1 VEZ EM CADA PARÁGRAFO) / PERGUNTAS RETÓRICAS (SE MUITO BEM FEITAS) ->
DEIXE BEM CLARO QUE É UMA PESSOA CRÍTICA FAZENDO A REDAÇÃO!
0) Repertórios/intertextualidades:
- NA UERJ, repertórios de autoria do aluno são sempre mais bem valorizados. SEMPRE. Além disso,
exemplos reais, do cotidiano, são uma ótima maneira de construir a argumentação. Esses argumentos
de autoridade mais “concretos” são altamente favoráveis.
- SEMPRE citar o autor de uma obra e ter certeza de que a intertextualidade ou o repertório estão
conectados aos argumentos e aos parágrafos. //
- Se algum repertório for retomado em outro parágrafo, lembre-se de citar o seu nome //
-É pertinente (e necessário) retomar o repertório da contextualização no final do texto = texto circuito //
- Não faça uso de repertórios genéricos ou que não tenham absolutamente nada a ver com o
tema/argumento -> É MUITO IMPORTANTE TOMAR CUIDADO COM ISSO! Alguns repertórios precisam
ser bem desenvolvidos para que não apareçam “jogados” na argumentação. Uma alternativa para não
precisar desenvolver é utilizar repertórios mais conectados com o que está sendo dito.
- Para repertórios históricos bem conhecidos, não é preciso usar estruturas como
“classificado/conhecido como...”. Ex: Ditadura Militar
- REPERTIR REPERTÓRIO EM ALGUM PARÁGRAFO ARGUMENTATIVO FAZ COM QUE ELE SEJA
DESCONSIDERADO. ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA ENEM, MAS NÃO TEM PENALIDADE NA UERJ
1) Introdução
- Se um repertório for utilizado na introdução, retome-o no final da conclusão -> texto circuito.
- Deixe bem clara qual é a TESE do texto. A nível de UERJ, a dialética não permite que a tese favoreça uma
determinada resposta, mas, sim, uma conciliação entre as possibilidades.
- CUIDADO PARA NÃO FICAR ARGUMENTANDO NA TESE -> Deixe isso para a introdução
- É preciso apresentar as palavras-chave da frase temática de maneira praticamente integral.
- 5-6 LINHAS É O MAIS ADEQUADO PARA A INTRODUÇÃO DEIXE! DEIXE ESPAÇO PARA A
ARGUMENTAÇÃO/CONCLUSÃO. Na UERJ, é possível fazer 7 (até porque tem mais espaço)
2) Argumentação / Competência 3
- FAZER UM PROJETO DE TEXTO COMPLETO -> Aqui não é bem um erro de alguma redação minha, mas
sim uma situação que me trava e exige muitas reescritas: eu não finalizo meu projeto de texto. É
fundamental fazer isso. Vamos ao projeto:
Introdução -> Repertório / Tese
A1: Argumento em si / Repertório ou exemplo / Opinião, explicação sobre como/porque aquilo ocorre, /
efeitos/consequências/impactos/repercussões
A2: Argumento em si / Repertório ou exemplo / Opinião, explicação sobre como/porque aquilo ocorre, /
efeitos/consequências/impactos/repercussões
Conclusão: Basicamente uma reflexão crítica com retomada da tese + argumentos.
Obs: não esqueça da segunda conclusão, se houver
REFLETIR COMO A ORDEM DAS COISAS PODE FACILITAR/AJUDAR A ARGUMENTAÇÃO -> Dependendo
do argumento, do repertório e das informações que serão trazidas, determinadas construções facilitam a fluidez
da argumentação. Por exemplo:
1) Tópico frasal / Repertório / Argumento baseado em comparação (contraste/similaridade) com o repertório /
breve proposta de conclusão -> Se o argumento usa um repertório como fundamentação, então é útil colocar o
repertório primeiro para certificar que o uso foi produtivo para a argumentação, pois uma comparação foi feita.
2) Tópico frasal / Argumento / Repertório sendo utilizado para exemplificar / reflexão crítica -> Se o argumento
achar exemplo em algum repertório (dado, filme, série...), então é válido colocar o repertório depois, pois a
argumentação já foi feita e ele servirá para sustentar/exemplificar o que foi dito.
- SEMPRE deixar claro porque determinada coisa ocorre e qual a consequência daquilo para a
sociedade/indivíduos/outros afetados //
- NUNCA deixar termos vagos. Tenha muito cuidado com isso. Sempre deixe tudo bem explicado, amarrado.
Se estiver em dúvida quanto à existência de algum termo, substitua-o.
- CUIDADO ao introduzir elementos (repertórios, citações, relações históricas...) sem que esses sejam bem
explicados e atrelados à argumentação de maneira produtiva.
- Cuidado para não deixar de esclarecer a relação de causa/consequência de algum argumento
- Sempre atrelar bem o repertório ao que está sendo argumentado -> Relações podem ser estabelecidas
com “analogamente, de maneira semelhante, nesse sentido, nesse viés, contudo, isso pode ser observado
em....”
3) Conclusão
- Inversão sintática do portanto (somente sugestão na UERJ) + TÓPICO FRASAL na conclusão com
resposta à pergunta.
- Cuidado ao pôr palavras na boca dos autores: John Boyne, por exemplo, não ALERTOU NADA. Tampouco
denunciou. Ele ilustrou, apontou, apresentou, criticou...
Dica: Além de retomar o repertório da introdução no período final da conclusão, é válido resgatar palavras-
chave que sintetizem o argumento 1 e 2.
.
Gramática, uso correto e ortografia
Coerência e coesão textuais (competência 4)
A coerência é estabelecida a partir das relações lógicas e complementares das ideias do texto ++
uso adequado dos tempos verbais e seleção vocabular pertinente ++ não uso de generalizações (utilize
“ponderadores” para evitar isso).
Já a coesão é estabelecida pelas seguintes maneiras:
1) Coesão Referencial (evita a repetição de palavras) -> Para evitar a repetição de uma mesma palavra ou ideia,
é preciso fazer uso de SINÔNIMOS + MECANISMOS DE REFERENCIAÇÃO
- Pronominalização -> Uso de pronomes (Podem ser pronomes retos, oblíquos, demonstrativos, possessivos,
relativos, indefinidos, de tratamento) como elementos de retomada.
Exemplo: Os problemas brasileiros afetam, sobretudo, a população mais pobre. Eles não possuem uma
resolução definitiva devido à omissão estatal. Suas consequências podem, em longo prazo, provocar um
desiquilíbrio social.
- Sinonímia -> Uso de sinônimos de uma palavra para evitar a repetição (incluídos os hiperônimos, hipônimos
e casos de sinonímia contextual) + HIPERÔNIOS + HIPONÔNIMOS
Exemplo: A água precisa ser distribuída igualitariamente no território brasileiro. Esse bem hídrico é fundamental
para a preservação da vida.
- Elipse -> consiste na supressão da referência direta, por esta já estar óbvia no contexto.
Exemplo: A educação precisa de melhorias urgentes, uma vez que (/) está sucateada e defasada. (/) É um dos
maiores problemas atualmente no Brasil.
- Uso de epítetos, menções culturais de mundo -> Uso de termos que fazem referência de conhecimento
universal. Exemplo: Brasil = Terra Tupiniquim
Obs: ENEM É FLEXÍVEL NA REPETIÇÃO DAS PALAVRAS-CHAVE DO TEMA (e a repetição pontual é até
válida para a manutenção temática)
Obs2: O ENEM não diferencia o uso de este (introduz algo que será dito) e esse (retoma algo já mencionado)
2) Coesão Sequencial (evita a repetição de palavras) -> Garantem a sequenciação das informações do texto e
sua continuidade. Essa forma de coesão é garantida graças ao uso dos CONECTIVOS/OPERADORES
ARGUMENTATIVOS. Dica: PONTUOU = CONECTIVO.
Obs: O Enem exige: 1) Iniciar, pelo menos, dois parágrafos com operadores argumentativos válidos ++ Mostrar
diversidade e pertinência de mecanismos coesivos
Obs: Sugestões recomendas de operadores argumentativos para iniciar os parágrafos
Obs: mesmo/mesma NÃO são mecanismos de coesão
Obs4: onde só é válido se possuir VALOR LOCATIVO. Utilize no qual / em que
D1 -> A princípio (é bem válido deslocar ele), Em primeira análise, Diante dessa problemática, é válido analisar,
Diante desse cenário, é pertinente pontuar, Perante tal questão, cabe ressaltar que, Sob tal viés, cabe notar, É
pertinente elencar que, Deve-se salientar que
D2 -> Além disso, Paralelo a isso, Ademais, Junto a isso, Por outro lado, Outrossim
Conclusão -> Portanto, Infere-se, portanto, que, Torna-se evidente, portanto,
Principais operadores argumentativos
- Sequênciação/Particularização/Continuação: Por esse prisma, Sob essa ótica, Nesse contexto, Nesse
cenário, Fora da ficção, Nessa perspectiva, Sob esse viés, No tocante a, Em vista de, Dessa forma, Desse
modo, Nesse sentido, Dessa maneira, Nessa perspectiva, Tal fato, Tal contexto, Tal narrativa, Dessarte
- “Retomada logo em seguida de um termo(s)”: em que, na(s)/no(s) quais/qual
- Alternação: seja...seja, ou...ou, quer...quer,
- Adição: ademais, outrossim, além disso, mas...também, também, adicionalmente, ou...ou, ainda, tanto...como,
bem como, consequentemente, por conseguinte, e,
- Contraste: Porém, contudo, todavia, entretanto, mas, no entanto, por outro lado, não obstante, apesar de, a
despeito de, mesmo que, em contrapartida,
- Comparação: Analogamente, de maneira semelhante, tanto quanto, similarmente, da mesma forma, da
mesma maneira, paralelamente, ao passo que, tão...quanto, tal qual, tão...quanto
- Exemplificação: Como, por exemplo, exemplificando, tal/bem como, isto é
- Explicação: pois, porque, afinal, uma vez que, haja visto que, já que, por isso que, como, porquanto, em
virtude de, em decorrência de
- Condição: Se, já que, desde que, contanto que, a menos que, exceto que, salvo que, a não ser que, salvo se,
em caso de,
- Retificação/correção/esclarecimento: isto é, ou melhor, quer dizer, ou seja, em outras palavras
- Conclusão: Portanto, logo, desse modo, dessa forma, enfim, em suma, por conseguinte, sendo assim, então,
Dessa forma, Desse modo, Nesse sentido, Dessa maneira, Nessa perspectiva,
- Tempo: quando, em primeiro lugar, a princípio, assim que, no momento que, frequentemente,
simultaneamente, nesse meio tempo, por fim, então, às vezes, logo que, mal, até que, à medida que,
paralelamente, em paralelo a isso, ao mesmo tempo, ao passo que,
- Concessão: ainda que, embora, apesar de, mesmo que, por mais que
- Finalidade: com o intuito de, visando, a fim de, para que, com o fito de, com o propósito de
- Causa: pois, uma vez que, visto que, já que, dado que, posto que
- Conformidade: Conforme, segundo, de acordo com, para, consoante a, igualmente

Palavras ou expressões importantes e facilmente confundíveis

 Haver = existir -> É impessoal e não se adequa à plural


 Este (catafórico -> posição no discurso; indica algo próximo a você (locutor); tempo presente) x
Esse (anafórico -> posição no discurso; indica algo próximo a com quem se fala (locutário; tempo passado) x
Aquele(a,ilo) (indica algo longe do locutor e interlocutor; Quando quero me referir ao primeiro elemento de uma
oração com 2+ elementos -> Posição no discurso. Ex: Brasil e China são ricos. Este é desenvolvido, aquele é
emergente; passado distante)
 Tem x Têm/Vem x Vêm -> O uso do acento circunflexo indica o NÚMERO. Se há acento, então
está indicando o plural.
 Onde (ideia de lugar, mas fixo) x Aonde (onde + preposição “a” = ideia de movimento para onde).
Ambos referem-se à ideia de LUGAR
 Há cerca de = passagem de tempo x A cerca de = aproximação x Acerca de = a respeito de
 Há = verbo haver, que dá ideia de TEMPO PASSADO. Equivalente a fazer X A = preposição, que
dá ideia de TEMPO FUTURO
 Que = conjunção, advérbio, partícula expletiva x Quê = o “quê” (com acento circunflexo) é utilizado
no final de frases, imediatamente antes do ponto, quando adquire função de SUBSTANTIVO ou interjeição que
indique surpresa
 Afim = Junto equivale a afinidade/semelhança x A fim de = locução que indica finalidade
 Em vez de = substituição/troca no lugar de x Ao invés de = contrário/oposição
 Na medida em que = exprime relação de causa e equivale a porque/já que/uma vez que x À
medida que = proporção, gradação, desenvolvimento simultâneo e equivale a “à proporção que”
 Perda = substantivo x Perca = verbo
 Sob (embaixo de; submetido a; modo) x Sobre (acima de e acerca de; em direção a; causa,
superioridade, preferência). Note que são ANTÔNIMOS. Dica: esquete do porta dos fundos “sobre a mesa =
acima da mesa”
 Em domicílio = algo sem ideia de movimentação x A domicilio = menciona a ideia de movimento
(equivale a para o domicílio)

Uso correto da língua


Letras maiúsculas e minúsculas: Maiúscula -> Início de um período // Nomes próprios/país/continente/áreas
geográficas // Nomes de obras // Eventos e acontecimentos históricos // Estado (com sentido de governo) XXX
Minúscula
Siglas, abreviações, reduções: Recomenda-se usar pontos somente nas abreviaturas // Sigla inteira deve ser
maiúscula // Obs: Acrônimos -> Quando uma sigla pode ser lida como um nome

 Pronomes pessoais (detalhamento) e Colocação Pronominal:


Caso reto (eu, tu, ele, nós, vós, eles): Geralmente atuam como SUJEITO e, portanto, NÃO COMPLEMENTAM
VERBO. Por exemplo, eu e tu não atuam como complemento jamais e, portanto, o correto é “entre mim e
você/ti”)
Oblíquo: Geralmente atuam como complemento VERBAL OU NOMINAL (por isso a famosa frase “mim não faz
nada”). Podem ser átonos, pois não usam preposição (o(s),a(s),lhe, me,te, se, vos, nos) ou tônico, pois usam
preposição (mim, comigo, consigo, contigo, conosco, convosco
Observação: O/A -> Atuam sempre como objeto direto e, portanto, não usam preposição. Lhe -> Atuam sempre
como objeto indireto e, portanto, exige preposição. Todos os outros podem variar entre OD ou OI
Colocação pronominal
Forma verbal terminada em r/s/z -> Os oblíquos átonos o(s) e a(s) quando sucedem essas formas verbais se
tornam lo(s) e la(s). A depender da vogal (a, e, o) que termina a palavra antes da colocação pronominal,
teremos o acento adequado.
Forma verbal terminada em ditongo nasal (am, em, ão, õe, õe) -> Os oblíquos átonos o(s) e a(s) quando
sucedem essas formas verbais se tornam no(s) e na(s).
Próclise (uso comum, ex: me amou) X Mesóclise (raro, ex: amou-me-ia ou ei) X Ênclise (intermediária, ex;
amou-me -> Variação da colocação pronominal é determinada por:
Próclise
1) Partículas atrativas (determinadas classes gramaticas que indicam onde o pronome estará antes do verbo =
determinam a próclise) ->
 Palavras negativas ou exclamativas + pronome relativo ou indefinido ou demonstrativo ou
interrogativo + advérbios + conjunção subordinada = maioria das conjunções (causal, consecutiva, concessiva,
condicional, comparativa, temporal, final) + oração optativa + gerúndio precedido pela preposição “em” +
QUANDO HÁ PARTICÍPIO

Mesóclise
2) Quando o verbo estiver no começo da oração/período/depois da vírgula e estiver no futuro do presente ou no
futuro do pretérito do indicativo

Ênclise
3) Não se começa período/oração/trecho depois da vírgula com pronome oblíquo átono, logo há ênclise -> Ex:
Dê-me um cigarro. Como “me” é pronome átono, não podemos começar o período com ele.
4) Quando o verbo está no imperativo afirmativo (já que não é partícula atrativa)
5) Quando o verbo está no infinitivo impessoal
6) Quando o verbo está no gerúndio sem a preposição “em”
Pontuação

 Vírgula (pausa curta, que não marca o fim da ideia)


- Não há: Quando uma oração está na ordem direta (sujeito + verbo + complemento + adjunto adverbial) //
entre sujeito e predicado // entre verbo e seus objetos
- Há: Quando há ordem indireta // Para marcar intercalação ou deslocação (a última muda-se a ordem das
coisas): adjunto adverbial (seja ele advérbio ou locução adverbial) e conjunção // Para separar elementos
coordenados entre si (enumeração) // Para isolar: Vocativo (sujeito) e Aposto (explicação/detalhe) // Para
marcar elipse // Para começar períodos com conjunções adversativas ou conclusivas // Vírgula antes da
conjunção “e”: se orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes Ou se a conjunção “e” vier repetido
enfaticamente OU se possuir valor diferente de adição (ex: consequência ou oposição) // Vírgula antes do
porque/pois: Se tiver valor EXPLICATIVO = vírgula SEMPRE antes do porque OU se tiver valor CAUSAL =
vírgula opcional; preferível quando a oração for longa // Antes de gerúndio // Oração adjetiva -> Explicativa (há)
x Restritiva (não há)

 Aspas: usada para destacar algo no texto, uma citação, nome de obra ou indicar palavra fora de seu sentido
usual
- Há: estrangeirismo, neologismo, expressão popular, gírias // Citações/Transcrições //
Palavras/expressões no sentido figurado // quando se quer enfatizar algo // Títulos

 Hífen: Utilizado para separação silábica, unir pronomes átonos a verbos, INSERIR DETALHE/EXPLICAÇÃO ou
- Separar palavras compostas (busca conservar os fonemas – sons – das letras e palavras):
OBS: Se a palavra possui hífen e termina no final da margem, exigindo separação silábica, então usamos 2
hífens.


Quando o prefixo termina com a mesma vogal que o segundo elemento -> Dica: LETRAS IGUAIS = SEPARA E
LETRAS DIFERENTES = JUNTA
Compostos com o PRIMEIRO elemento de forma adjetivada/reduzida
Compostos com os advérbios “bem-“ ou “mal-“ quando o elemento seguinte começa com VOGAL OU H
Topônimos inciados por grã/grão, por forma verbal ou quando os elementos são ligados por artigo
Compostos que indicam espécies botânicas/zoológicas
Compostos com sem, recém, aquém, além

Não há
Compostos que perderam significação própria
Locuções de qualquer tipo, exceto: à queima-roupa, pé-de-meia, cor-de-rosa, ao deus-dará

- Separar palavras derivadas por prefixação:


Quando a segunda palavra começa com H
Quando o prefixo termina na mesma vogal que a palavra inicia (com exceções para os prefixos “co-“ e “re-“)
Quando há prexifo “cirum-“ ou “pan-“ quando o segundo elemento começa com vogal, m, n ou H (mas H é uma
regra geral)
Quando há hiper-, inter-, super-, e o segundo elemento começa com r
Quando há prefixo ex-, sota-, soto-, vice-
Quando há ab,ad,ob, sub-, sob- e o segundo elemento começa com r ou pela mesmas consoante que termina
o prefixo

 Ponto-e-vírgula:
- Uso: separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si. Ex: O rio está
poluído; os peixes estão mortos // separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui
elementos separados por vírgula // separar itens de uma enumeração

 Dois pontos: enumerar, antes de uma citação (nota: se for começo de citação é letra MAIÚSCULA. Do
contrário, é letra minúsculo), explicar/esclarecer algo

 Travessão: Discurso direto (marca fala), destacar palavra/expressão, substituir vírgulas, parênteses e colchetes
nas orações e expressões intercaladas

 Crase (fusão de a + a = à. Nota: o a “craseado” é o a com um acento grave)


- Sobre a vogal “a” -> Elas não partilham da mesma classe gramatical. Enquanto um dos “a” é uma preposição
(palavra que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo ao primeiro), o outro pode ser: artigo
feminino. Ex: Fui a + a praia // o “a” inicial dos pronomes demonstrativos (aquele, aquela e aquilo).. Ex: Fui a +
aquele parque que ele me indicou) // o “a” inicial dos pronomes relativos (a qual, as quais). Ex: a notícia a + a
qual me referi é aquela)
- Regra geral: Há crase quando o termo regente exigir a preposição a e o termo posterior permite artigo a

- Não há crase: antes de verbos (afinal, verbos não pedem preposição) // diante de palavras MASCULINAS.
Ex: Fui a pé (pé é masculino) // diante de VERBOS. Ex: Lucas ainda tinha muita coisa a fazer // Diante da
maioria dos pronomes (basta ver se eles tem ou não artigo) // Diante de pronomes indefinididos // Em
expressões formadas por palavras repetidas (EX: dia a dia, gota a gota) // Antes de “a cuja ou a quem” //
Cuidado para não confundir hora (há crase) e dia (não há crase)

- Casos especiais em que há crase: em LOCUÇÕES formadas por palavras FEMININAS (expressão formada
por 2+ palavras). Ex: À noite/tarde/dia/meia-noite x Á vista x À vontade x À moda x À exceção x À distância (SÓ
SE ESPECIFICADA) x À hora tal (SÓ SE ESPECIFICADA) // Nomes de Lugar (há crase se o verbo pedir
preposição e o lugar tem o artigo a). Cuidado que há lugares que não possuem artigo – topônimos -. /// Diante
das palavras case e terra SE ESPECIFICADAS /// A palavra relação está elíptica. Ex: A relação com o absoluto
que se dá por meio de substâncias é semelhante à que foi apresentada sobre Deus.

Obs: não esqueça de avaliar se a palavra posterior está no plural. Se a palavra estiver no plural, então não há
crase.
- Dicas: Tente substituir por um equivalente MASCULINO e veja se usa “ao” -> Refiro-me à professora = Refiro-
me AO professor. No primeiro caso, temos a fusão convencional da crase, enquanto que no segundo temos o a
+ o = ao. É mais fácil perceber quando são duas letras diferentes. // Tente substituir o “a” preposição por
PARA. Ex: peça para ela = peça a ela. // Vou à, volta da = crase há X Vou a, volto de = crase para que? -> Isso
ocorre porque o da é a junção de “de” (preposição) + “a” (artigo) e como podemos trocar de por a, fica a + a =
crase.

Uso dos porquês


- Por que (preposição + pronome relativo) -> Para fazer perguntas diretas ou indiretas, para levantar algum
questionamento/hipótese
Dica: pode ser substituído por “por qual ou pelo qual ou por que razão ou o motivo pelo qual = preposição por +
pronome relativo ”
- Porque (conjunção) -> explicar algo, frases afirmativas, respostas
- Por quê (antecede uma pontuação) -> sempre no final de frases
- Porquê (acompanhado de palavra determinizante: (artigos – NA MAIORIA DAS VEZES “o”, numeral, pronome
ou adjetivo) -> O motivo, UM motivo, corresponde ao porque que se tornou substantivo, portanto, tem um artigo
– o -, antes dele

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