ANÁPOLIS, 2023 A atuação da Psicologia nos Cuidados Paliativos
À partir da contribuição da palestra da psicóloga Karla Christina, compreende-se
que através dos cuidados paliativos, o psicólogo visa propiciar ao paciente portador de doenças graves, crônicas, irreversíveis e em estado de possível terminalidade, através de um olhar cuidadoso, humano e digno, o alívio do sofrimento psíquico, físico, social e espiritual e o bem estar em frente a este cenário gerador de temor, angústia e tantas questões complexas acerca da fragilidade do corpo, pois o doente vivencia não somente sintomas físicos, mas também sintomas psicológicos que se apresentam nesse processo, muitas vezes, terminal. Através de uma conduta humanizada e respeitosa, o profissional deve observar esse sujeito em sua totalidade, e identificar os déficits no campo bio-psico-social- espiritual, para então elaborar um plano de ação que vise sanar suas carências e interesses e trabalhar suas angústias mais emergenciais, validando seus sentimentos. E, além disso, é importante que esse psicólogo(a) busque promover nos pacientes e seus familiares a aceitação do fim do ciclo vital, oferecendo condições para o enfrentamento do contato com a finitude da vida. Os cuidados paliativos são direcionados tanto a casos gerais de um diagnóstico complicado, quanto a casos de terminalidade, quando o paciente está em processo ativo de morte, ou seja, através da avaliação da funcionalidade dele, foi previsto que a longevidade de seu corpo indica que ele pode vir a óbito em semanas, dias ou horas. Neste último caso, o trabalho do profissional normalmente é mais focado na a família, já que o paciente muitas vezes está inconsciente. Desse modo, é essencial que o profissional dê suporte à família, no intuito de proporcionar recursos para lidar com esse cenário que gera sofrimento emocional naqueles que possuem vínculo afetivo ao doente. Entende-se, então, que o psicólogo nos cuidados paliativos deve tentar proporcionar uma “boa morte”, através de uma ótica humanizadora do ciclo final da vida. É importante compreender que o paciente que vivência o circuito de uma doença grave em estado de terminalidade se vê diante não somente de um estado de dor, fragilidade e limitação físicas, mas, para além dessa dimensão, muitas questões psíquicas, espirituais, emocionais e sociais manifestam-se, demandando apoio e um olhar respeitoso e profissional, que o psicólogo, pode lhe propiciar possibilidades para um melhor enfrentamento desse momento de vulnerabilidade. Além disso, também é essencial promover o suporte aos familiares e amigos, que diante do processo de doença de alguém querido, podem vivenciar grande sofrimento psicológico.