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O QUE A FISIOTERAPIA PODE FAZER PELOS PACIENTES DE COVID

A doença do coronavírus-19 (COVID-19) é o termo utilizado para designar uma


doença ocasionada pela infecção do novo coronavírus — síndrome respiratória aguda
grave do coronavírus (SARS-CoV-2)—, que teve seu surto inicial em dezembro de
2019 na cidade de Wuhan, na China; síndrome que rapidamente se espalhou por
diversos países no mundo. A disseminação em escala global, com alta taxa de infecção e
morte, fez com que em 30 de janeiro de 2020 a Organização Mundial de Saúde (OMS) a
declarasse como uma emergência de saúde pública de importância internacional e, em
11 março do mesmo ano, como uma pandemia.

Apesar de o coronavírus causar sintomas brandos na maior parte das pessoas, há


uma parcela que encara a versão grave da doença e precisa de intervenções hospitalares.
Para essa turma, os problemas não acabam, quando o vírus some do organismo, pois
para se ter ideia, indivíduos que são internados podem sair do hospital com sequelas
neurológicas, fraqueza muscular e dores pelo corpo. Alguns podem desenvolver estresse
pós-traumático, crises de ansiedade e pânico, além de uma série de outros problemas.

Como a fisioterapia pode auxiliar em quadros de covid-19?

No Brasil, a Fisioterapia é uma área relativamente "nova" da ciência, com o


primeiro curso, técnico, criado em 1951. Só em 1969 é que a Fisioterapia foi
reconhecida como um curso de nível superior. Contudo se teve algo que a pandemia
trouxe de forma inequívoca foi a percepção da importância da fisioterapia no combate a
COVID-19 e suas mazelas posteriores.

Resumir o que os profissionais de Fisioterapia fazem a apenas "massagem" é


algo grosseiro e rudimentar. Na medida em que ela engloba técnicas cientificamente
comprovadas que auxiliam na recuperação funcional, prevenção e também na cura de
algumas doenças o fisioterapeuta pode ser considerado um profissional essencial na
mitigação dos males provenientes da COVID. Assim como qualquer outra área da
ciência, existe uma gama imensa de atuação: intensivista, respiratória, neurológica,
cuidados paliativos, traumato-ortopédica e muito mais áreas de abrangência.

Aqui vamos falar, principalmente, da fisioterapia respiratória, onde um sujeito


que está internado com dificuldade para respirar necessita de intervenções mais
intensas, tais como aparelhos de suporte de oxigênio, e será papel do fisioterapeuta
avaliar o quadro, sugerir o equipamento mais eficaz e adequar os níveis de ventilação
pulmonar do mesmo.

Para amenizar esse efeito, a fisioterapia respiratória começa no momento em que


o paciente é hospitalizado, auxiliando na recuperação da capacidade respiratória e
protegendo os pulmões de fadiga e perda de funções auxiliares. Depois desse auxílio
inicial, também é papel do fisioterapeuta avaliar cada paciente caso a caso e prescrever
um plano terapêutico que, além de dar suporte respiratório, mantenha a capacidade
muscular do corpo.
E tudo é pensado como parte de um processo: onde após a estabilidade
do quadro, ser conquistada com o auxílio de uma equipe multiprofissional, os
fisioterapeutas já começam a pensar em movimentos — desde sentar na cama e levantar
para ir ao banheiro até exercícios mais funcionais e respiratórios, que estimulem os
pulmões e os músculos do corpo. O paciente com Covid-19 precisa de exercícios
globais, que ativam o corpo inteiro, ou seja, aeróbicos e de fortalecimento muscular e
cardíaco. São estes exercícios que o ajudarão a normalizar as funções do pulmão, bem
como restaurar o funcionamento efetivo de seu corpo por inteiro.

Quando posso fazer os exercícios sozinho em casa?

Não custa reforçar: os casos mais graves exigem obrigatoriamente um


monitoramento profissional. Para fazer uma atividade aparentemente tranquila, como
sentar e levantar da cama quinze vezes, diversos parâmetros como saturação periférica e
frequência cardíaca devem ser controlados por um profissional.

Para casos menos sérios, a recomendação é realizar pelo menos uma avaliação
do estado pós-internação com um profissional de fisioterapia, para que ele direcione os
melhores exercícios e a frequência com que devem ser feitos. Atividades de respiração e
fortalecimento muscular podem ser recomendadas pelo especialista e praticadas em
casa.

Conclui-se ser essencial o acompanhamento dos pacientes que foram vítimas do


SARS-CoV-2, principalmente dos que necessitaram cuidados intensivos e
hospitalização prolongada, por profissionais da Fisioterapia. De acordo com os dados
existentes na literatura, a COVID-19 pode deixar sequelas a curto, médio e longo prazo;
sequelas que podem afetar o desempenho funcional e, consequentemente, dificultar o
retorno ao trabalho e as atividades de vida diárias (AVDs) destes pacientes. Quanto a
isto subestimar o profissional de Fisioterapia é subestimar a Ciência e os avanços e
ganhos que o paciente poderia ter, caso se valesse de um profissional desta área.

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