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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO -

UNIVASF
IX Simpósio de Plantas Medicinais do Vale do São Francisco –
PLAMEVASF 3rd France-Brazil Meeting on Natural Products
30/08 a 02/09 de 2023,
Petrolina-PE

O USO DE PLANTAS MEDICINAIS E SUA PROPAGAÇÃO


PELO CONHECIMENTO POLULAR NA COMUNIDADE
QUILOMBOLA TIJUAÇU - BAHIA

GABRIELLA VIEIRA DE LIMA1; DULCILENE MARIA FILGUEIRA1; BRAZ


JOSÉ DO NASCIMENTO JÚNIOR1
1UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

Introdução: O conhecimento sobre plantas medicinais é comum no Brasil,


principalmente em comunidades mais tradicionais. Mesmo com a grande
quantidade de medicamentos sintéticos disponíveis, o acesso a eles é
dificultoso, devido ao seu alto custo. Assim, o bioma da caatinga é privilegiado
com farta biodiversidade vegetal e propriedades bioativas que facilitam o uso
etnobotânico e possibilitam a propagação desses saberes para as gerações
futuras. Objetivos: Estudar a utilização de plantas medicinais pela comunidade
Tijuaçu, identificar quais as plantas mais comuns no seu cotidiano e traçar um
perfil sociodemográfico. Métodos: O projeto foi submetido e aprovado pelo CEP
em abril de 2022, com CAAE: 57079222.9.0000.0053 e número do parecer:
5.359.681,foi cadastrado no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio
Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SISGEN), sob no
AA0B12E. Foi feita uma pesquisa quantitativa do tipo estudo observacional de
caráter transversal e exploratório no distrito de Tijuaçu, no município de Senhor
do Bonfim - Bahia. O público alvo foram pessoas maiores de idade, de ambos
os sexos, e a escolha dos entrevistados foi por conveniência. A entrevista foi
realizada após explicação da pesquisa e assinatura do termo de consentimento
livre e esclarecido (TCLE). Os resultados foram adicionados em bancos de
dados no programa Microsoft Office Excel 2013 e analisados por ferramentas
de estatística descritiva pela associação e pela correlação de Pearson.
Resultados: 104 pessoas foram ouvidas. Apenas três pessoas relataram não
utilizar plantas medicinais. A maioria relata ter absorvido este conhecimento
por meio de antepassados. Foram 425 citações de uso de plantas, das quais as
mais utilizadas foram: erva cidreira, com 16,7%; capim santo, com 13,4% e pau
de rato, com 7,3%. Grande parte da utilização de plantas foi com o objetivo do
tratamento de ansiedade e insônia. A forma de uso mais comum de uso foi o
chá. Conclusões: O uso de plantas medicinais é uma prática recorrente na
comunidade e preferível aos medicamentos sintéticos. A manutenção e a
transmissão desse conhecimento é fundamental para as gerações futuras.

Palavras-chave: Plantas medicinais; conhecimento popular; Quilombolas.

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