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FUNDAÇÕES

TÍTULO: PROCEDIMENTOS DE CRAVAÇÃO DE ESTACAS


PRÉ-MOLDADAS PROCEDIMENTOS DE CRAVAÇÃO DE
OBRA: SESC – PARATY-RJ ESTACAS PRÉ-MOLDADAS
CONTRATANTE: IT’S INFORMOV
ANO: 2024

1. OBJETIVO

Este procedimento tem por objetivo definir a sistemática para a montagem, desmontagem,
manutenção corretiva e preventiva do bate-estaca, além de especificações para cravação de
estacas pré-moldadas.

2. REFERÊNCIAS

2.1. Normas Brasileiras – ABNT


NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações.
NBR16258 – Estacas pré-moldadas de concreto - Requisitos
NBR 17007 – Soldagem de aços para emendas de estacas de fundações – Requisitos

2.2. Normas AWS D1.1

2.3. Normas Regulamentadoras- MTE (Segurança e Saúde no Trabalho)

3. DEFINIÇÕES

3.1. RDO – RELATÓRIO DIÁRIO DE OBRA:


Documento que deve ser preenchido diariamente, contendo dados como data, cliente, obra,
nomes dos colaboradores relacionados a obra, todo o ocorrido durante o dia, como estacas
cravadas, com identificação, comprimento levantado e cravado, nega e repique, além de
paralisações que venham a ocorrer.

3.2. ESTACA PRÉ-MOLDADA:


Estaca construída de segmentos de concreto pré-moldado ou pré-fabricado e introduzida no
terreno por golpes de martelo.

3.3. NEGA:
Corresponde a penetração permanente de uma estaca, quando sobre a mesma se aplica
um golpe de pilão. Em geral é obtida como um décimo da penetração para 10 golpes.

3.4. REPIQUE:
Representa a parcela elástica do deslocamento máximo de uma seção da estaca,
decorrente da aplicação de um golpe do pilão.

3.5. RECALQUE :
Movimento vertical descendente de um elemento estrutural. Quando o movimento for
ascendente, domina-se levantamento ,convenciona-se representar o recalque com o sinal positivo.

3.6. CRAVAÇÃO SUPLEMENTAR:


Cravação com elemento metálico removível, para aprofundar a estaca além da cota de
superfície do terreno.
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3.7. ARRASAMENTO:
Altura final da estaca para a confecção do bloco de concreto.

4. BATE ESTACAS:
4.1. Bate-estacas sobre esteira, com martelo hidráulico de 5 ton., modelo EM5000HH,
fabricado pela CZM, com altura máxima de 18,54m, montado sobre esteira Hyundai R220LC.

4.2. TRANSPORTE / DESMONTAGEM / MONTAGEM:

Transporte até a obra em carreta prancha adequada em capacidade de carga e altura. O


próprio guindaste tem recurso de descarga através da esteira sobre rampa adaptada na carreta.
A torre e demais pertences (martelo, capacete, ferramentas, etc.), serão transportado, carregado
e descarregado em caminhão com guindauto e/ou carregado e descarregado com auxilio de
guindaste.
Inicialmente, para a desmontagem do conjunto bate-estaca, a torre guia deverá ser
baixada através dos pistões hidráulicos, até que fique na posição horizontal. Após essa
operação, deverão ser desconectados todos os cabos elétricos e mangueiras hidráulicas entre o
martelo e o equipamento esteira.
Com auxilio de um guindaste ou munck o martelo deverá ser removido da torre. Em
seguida, será desmontada a parte superior da torre, removendo-se os parafusos de fixação, e
dobrando-a até ficar paralela a parte inferior.
Após desmontado, o equipamento esteira ficará na posição conforme figura 1.
O processo de montagem do conjunto bate-estaca será realizado de forma inversa a
desmontagem. Com o equipamento esteira na posição de transporte, será remontado a parte
superior da torre e então o martelo será recolocado sobre a torre com auxilio de um guindaste ou
munck. Ligados todos os cabos elétricos e hidráulicos, a torre será içada através de pistões
hidráulicos.
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Figura 1 - Posição de transporte do bate-estaca

4.3. CONDIÇÕES A SEREM OBSERVADAS DURANTE O PROCESSO DE MONTAGEM:

a) Não iniciar manobra alguma, sem receber antes o sinal de ordem daquele que
coordena os trabalhos.
b) Verificar as condições do terreno, onde será realizada a operação e sempre trabalhar
sobre terreno firme, compactado e plano.
c) Toda operação deverá ser feita com atenção e cuidado, corrigindo sempre o
alinhamento das esteiras.
d) Atenção ao trabalhar próximo a rede elétrica, pois existe o risco de descarga elétrica
por indução.
e) Verificar as condições do cabo de aço, pernas quebradas, desgaste, fadiga, falta de
clipes, quaisquer equipamentos que estiverem inadequados ou em más condições, deverão ser
substituídos antes do inicio da operação.
f) A carga deve ser movimentada lentamente.
g) Não provocar paradas bruscas principalmente quando estiver sustentando carga,
como o martelo.

4.4. MOVIMENTAÇÃO:
O bate estaca tem capacidade de mover-se sobre esteira, com comando na cabine do
operador.

4.5. SUBIDA NA TORRE:


Não há necessidade de nenhum colaborador subir a torre do equipamento, já que sua
torre, possui um sistema de pistões que baixa a torre caso ocorra algum imprevisto ou
manutenção na mesma.

4.6. ZONA DE PERIGO:


Entende-se por meio circundante ao aparelho no quais pessoas possam ser atingidas por
cargas oscilantes.
Não é permitida a permanência de pessoas na zona de perigo do bate-estaca.
O operador somente pode iniciar os trabalhos de cravação depois de ter
certificado de que não permanece o ajudante na zona de perigo.
O operador tem que interromper o trabalho se o ajudante permanecer na zona de perigo,
pois existe o risco acentuado devido a uma visibilidade reduzida no caso do bate-estaca para a
traseira e também para o lado direito.
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4.7. IÇAMENTO:
Levantamento da estaca para cravação.
Todo içamento (levantamento) da estaca para cravação deverá ser utilizado o cabo de
aço que não poderá apresentar emendas e pernas quebradas e deverá ter uma bitola Ø 5/8” e
carga de ruptura 5 vezes a carga de trabalho, com laço na estaca e manilha com pino e rosca, o
gancho aberto só pode ser usado para arraste no solo.
No momento do içamento de elevação o gancho deverá ser removido para evitar que
enrosque na torre, martelo ou capacete.

5. EQUIPE DE OPERAÇÃO POR BATE-ESTACA:

01 operador;
01 ajudante;
01 soldador;

a) Operador – Maneja o equipamento quando da sua montagem, desmontagem, carga e


descarga, do deslocamento horizontal, içamento das estacas, seu correto
posicionamento e produção dos golpes do martelo;
b) Soldador – Responsável pelos serviços de corte e solda, preparo das talas de
emenda, conforme especificação, pré-soldando-as no segmento das estacas a içar e
complementando a solda após a justaposição dos elementos a serem unidos; e
c) Ajudante – Auxiliar do operador na montagem, desmontagem, carga e descarga do
bate-estaca, no içamento e posicionamento das estacas, atuando na verificação da
inclinação dos elementos ao longo da cravação.

6. EQUIPAMENTOS:

-Bate-estacas sobre esteira, martelo hidráulico de 5,0ton.


-Máquina de Solda Retificadora Elétrica de 440A.
-Veículo pequeno para transporte de equipe para a obra.

7. CONDIÇÕES GERAIS

7.1. Antes do início dos serviços, deverá ser apresentado o valor de nega.
7.2. Deverá ser seguido o Projeto de Fundações, devidamente aprovado.
7.3. O sistema de cravação deve ser dimensionado de modo a levar a estaca até a
profundidade prevista e/ou sua capacidade nominal de carga.
7.4. O sistema de cravação deve estar sempre bem ajustado e com todos os seus
elementos constituintes, tanto estruturais quanto acessórios, em perfeito estado, a fim de evitar
quaisquer danos às estacas durante a cravação.
7.5. Uma vez cravada o primeiro elemento, caso necessário, deverá ser posicionada o
segundo elemento sobre o primeiro, executando-se a união por meio de solda por arco elétrico no
unindo os dois elementos, conforme projeto.
7.6. As estacas deverão ser locadas topograficamente por meio de equipamento adequado,
de acordo com o projeto e conforme procedimento específico.

8. EXECUÇÃO E CONTROLE DE CRAVAÇÃO

8.1. Após o posicionamento e o nivelamento do bate estacas para cravação, a estaca será
transportada do local de estocagem para o local de cravação e içada, sendo o laço amarrado à 1/5
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do comprimento da estaca a partir da cabeça da mesma. A estaca será então posicionada


verticalmente sobre o piquete.
8.2. Durante a cravação deve ser verificado o prumo e nível do equipamento bem como o
prumo da estaca, no mínimo a cada 2m de penetração, até a penetração de 6,00m. Esta
verificação será feita através do prumo ou instrumento, calibrado como nível.
8.3. Será executado o Diagrama de Cravação nas estacas.
8.4. Para a elaboração do diagrama de cravação deve ser anotado o numero de golpes a
cada 1m de penetração da estaca no solo, com indicação da energia aplicada, até aproximar-se da
nega estipulada, quando o controle passará a ser de 10 em 10 golpes. A nega deve ser expressa
em milímetros, para cada 10 golpes.
8.5. Todos os dados da estaca, tais como: secção, comprimento levantado e cravado,
valores de nega e repique obtidos, serão registrados em formulário apropriado.
8.6. Anexo relatório de diagrama e dados das estacas.

9. EMENDA

9.1. Procedimentos Básicos para estacas pré-moldadas

a) Limpar os anéis de emenda das estacas pré-moldadas onde haverá a solda de emenda,
com escova metálica, apropriada, retirando-se terra, óleo ou graxa que eventualmente
possam existir;

b) Verificar o estado do topo do elemento inferior, se há danificação que necessite de


reparo;
c) Posicionar o elemento a ser soldado sobre a estaca já cravada, devendo o elemento
superior seguir o alinhamento do elemento inferior, observar o melhor posicionamento
dos elementos para que os anéis de emenda fiquem justapostos;

d) Proceder a soldagem perimetral das estacas através dos anéis de soldagem em cada
elemento, conforme especificado no Procedimento de Soldagem, pr aprovada e
qualificada por profissional habilitado, seguindo orientação dos itens 6.7 e 6.8 da norma
ABNT NBR 17.007.

9.2. Tipo de solda

A soldagem entre os elementos será pelo método de Soldagem a arco elétrico com eletrodo
revestido (SMAW), onde calor produzido pelo arco elétrico funde o metal, a alma do eletrodo e seu
revestimento de fluxo, unindo assim as extremidades dos elementos da estaca, conforme norma
ABNT NBR 17007 - Soldagem de aços para emendas de estacas de fundações – Requisitos.

9.3. Equipamentos

9.3.1. Eletrodo
Será utilizado o eletrodo 7018(48) da marca Denver, Ø4mm., que deverá ser armazenado
em local seco e sem umidade.

9.3.2. Maquina de solda


A solda será realizada com a Maquina de Solda Retificadora Elétrica de 440A.
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10. SEGURANÇA DO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E SAÚDE OCUPACIONAL

10.1. EQUIPAMENTOS DE PROTENÇÃO INDIVIDUAL (EPI’s)


a) Capacete de segurança, com alça para fixação na face;
b) Botinas com biqueira de aço, a serem substituídas, no máximo, a cada 12
meses, ou botas de borracha, no caso de umidade extrema;
c) Luvas de couro de raspa;
d) Cinto de segurança tipo paraquedista, com dispositivo de trava-queda ao longo
da torre;
e) Óculos de segurança;
f) Vestimenta de soldador, compreendendo; no mínimo:
-Avental;
-Manga;
-Ombreira;
-Perneira;
-Luvas;
-Máscara de solda;
-Óculos de proteção para oxi-corte; e
-Máscara contra fumos metálicos.
g) Protetores auriculares;
h) Uniformes fornecidos aos pares;
i) Demais itens que venham a ser exigido pelo PPRA.

10.2. RISCOS AMBIENTAIS E DE SEGURANÇA

- Físico: ruído, vibração, calor, radiação não ionizante


-Químico: poeiras, fumaça, fumos de solda,
-Ergonômico: posições que o trabalho exige
-Mecânico: queda de altura, tombamento da maquina, lesões em mãos, braços, pernas,
olhos, e possibilidade ocorrências graves e com morte.

Meio Ambiente:

-Possibilidade de Derramamento de Óleo Lubrificante


-Possibilidade de Derramamento de Óleo Combustível
-Possibilidade de Derramamento de Graxa
-Possibilidade da Poluição do ar através de fuligem e CO2 (emissão atmosférica de
particulados)
-Todos os resíduos gerados deverão ser removidos e destinados a reciclagem ou de
acordo com procedimentos da contratante.

10.3. PROCEDIMENTO DE SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE

10.3.1. QUALIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E PESSOAL

a) Relatório Técnico Descritivo e Fotográfico das condições físicas do Bate Estacas


devidamente emitido por um profissional habilitado. O relatório deverá conter os
dados técnicos do Bate Estacas e os resultados das Inspeções executadas nos
cabos de aço, mangueiras hidráulicas, tambores, dispositivos de frenagem, motor de
combustão, martelo e estado geral das estruturas metálicas da torre de sustentação.
Plano de prevenção preventiva e corretiva do bate estacas.
b) Plano e registro de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos (bate
estacas), conforme Portaria Minter 100/80 e Portaria IBAMA 85/96
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c) Planos de Segurança e Meio Ambiente específicos e os programas de segurança e


saúde ocupacional: PCMAT, PPRA, APR, PCMSO, PAE e outros de acordo com os
procedimentos do contratante.
d) Relação de empregados Qualificados de acordo com os itens 18.6.14 e 18.22 da
norma NR 18.
e) Ficha de treinamento de funcionários NR-18.28.
f) Certificado de qualificação dos profissionais envolvidos.
g) ASO dos funcionários com identificação dos exames complementares.
h) Equipe treinada e utilizando todos os E P I S conforme ordem de serviço.
i) Dialogo Diário de Segurança

________________________________________
SILVAGEO FUNDAÇÕES LTDA.
Eng. Lucas Pinhatari
Crea: 5064045131
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ANEXO – RELATÓRIO DE DIAGRAMA E DADOS DAS ESTACAS

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