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Relatório de Filosofia

21/02/2017

Lição nº

O professor, introduziu o tema “conhecimento” começando por falar sobre como os


problemas da filosofia se relacionam com a sociedade no sentido de não haver uma
habituação àquilo que já está definido como problema, i.e., os problemas da filosofia
são os problemas os quais nós não fomos ensinados a ver. O professor exemplificou
quando disse ”só temos olhos para os problemas que são convencionados pela sociedade
como problemas” relembrando-nos das perguntas, consideradas ridículas, que as
crianças fazem, e que a maior parte das vezes pomos de lado, mas se pensássemos
realmente sobre elas, quem somos nós, o que é o bem e o mal, o que é uma boa acção, o
que é a consciência, o que é o conhecimento, concluímos que não nos questionamos
verdadeiramente sobre conceitos que utilizamos no dia-a-dia. E a filosofia não põe de
parte essas perguntas/esses problemas: os problemas que são invisíveis para a
sociedade, como o professor disse, não são invisíveis para a filosofia. Portanto devemos
questionar e não por de parte essas questões, como o que é o conhecimento?

Revimos que o conhecimento é sempre uma relação entre sujeito e objecto, mas foi-nos
colocada a questão: o que é que é determinante no conhecimento, o sujeito ou o
objecto? Partindo desta pergunta, foram abordadas duas perspectivas: idealismo e o
realismo que se referem à natureza do conhecimento.

O idealismo (Berkeley) defende que o sujeito é o que determina e que não existe uma
matéria exterior ao conhecimento. O professor exemplificou dizendo que a
grandeza/pequenez, rapidez/lentidão e frio/calor não existem no exterior, na realidade
das coisas, existem apenas em nós (em mim) e portanto são mutáveis, susceptiveis à
percepção e esta pode ser alterada por exemplo, quando estamos com febre (frio/calor;
doce/amargo). Considerámos também que o objecto é o que é o real, o físico, o material,
e assim podemos também questionar o que é a matéria? Esta questão foi pertinente
porque o senso comum diz que a matéria é que sustenta toda a realidade e o professor
disse que nós não percepcionamos a matéria percepcionamos apenas as sensações e
perguntou porque é que se diz que há matéria que suporta as sensações – mas não
percebo, porque se não existisse um limão eu não saberia o que é a acidez
(matéria/sensação). Como assim não há percepção da matéria? Não a vemos, não vemos
as partículas que a compõem, mas percepcionamos o seu resultado (o limão). Disse
também que o que conhecemos ou é através dos sentidos ou da razão, que o que se
conhece dos sentidos são as nossas sensações (mas mais uma vez, indo de encontro ao
que disse sobre a matéria, nós não temos sensações apenas em nós, temos sensações em
relação ao outras coisas, como por exemplo o cheiro, não o vejo, mas sinto-o, ele está
lá, ele é partícula, é matéria, o cheiro sustenta a realidade “que cheira mal”.)
O realismo defende que o objecto é o que determina o conhecimento: a realidade é
independente da consciência, é a diferença entre a realidade e o conhecimento que
temos do real.

Fomos confrontados com outro problema que surge quando falámos sobre o
conhecimento, que é: qual o valor e limites do mesmo? Com este problema surgem mais
uma vez, duas posições diferentes: absolutismo ou dogmatismo crítico/filosófico e o
cepticismo que se referem à possibilidade do conhecimento, ou seja, se o sujeito
apreende realmente o objecto.

O dogmatismo defende que o conhecimento pode atingir a sua totalidade, um


conhecimento completo, a verdade. O conhecimento da verdade é acessível. O
cepticismo defende que não existe conhecimento absoluto. E que caso atingíssemos um
conhecimento verdadeiro então não seriamos capazes de o provar. Não seriamos
capazes de provar mesmo que usemos a ciência e a dedução. Para exemplificar o
professor afirmou “Que todos os homens são mortais; Sócrates é um homem; logo
Sócrates é mortal” Os cepticos poderiam dizer que é muito provável, no entanto, não
está definitivamente provado. Mas esta teoria anula-se a si própria ao afirmar que não
existe conhecimento nem verdade – porque assume essa premissa como verdadeira.

Mas surgiu-me uma dúvida que é a seguinte: porque é que falamos do conhecimento
como sinónimo de verdade? Não existe aprendizagem? O que é a verdade? É imutável?
É que quando falámos sobre o dogmatismo falou-se em atingir o conhecimento
completo, atingir a verdade. Mas eu vejo o conhecimento e a verdade como estando
sujeitos à temporalidade, ou não? por exemplo, planetas que se têm vindo a descobrir ou
o facto de ser a terra que gira à volta do sol e não o contrario.

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